Capítulo Único
O relógio em seu pulso marcava 00:47. De dois em dois minutos null alternava entre olhar para o movimento da rua pela varanda e as mensagens em seu celular. Eles nunca haviam se atrasado tanto. Ouviu passos em sua direção, olhou para trás e viu null tão triste quanto ele.
Ela o abraçou, sem dizer nenhuma palavra antes, sabia muito bem o que estava passando na cabeça do seu namorado, sabia o quanto aquela falta de notícias estava machucando e que sem dúvidas, aquele era o pior aniversário de sua vida. Não precisou olhar para saber que null estava chorando, sua respiração pesada já denunciava.
— Eu sou uma pessoa tão ruim assim, null? — Perguntou enquanto abraçava a menina mais forte, sem vergonha de deixar claro o seu estado.
— Meu amor, eles podem estar ocupados, ainda tem um dia inteirinho pra eles aparecerem. — Tentou animar o rapaz que não escondia a sua tristeza.
— Eu achei que hoje as coisas mudariam. — Pensou alto, negando com a cabeça.
— null, é tudo muito recente, eles ficaram chateados sim, mas não vai durar pra sempre, você vai ver.
Tudo começou há alguns meses, quando null, sem pensar muito, assinou um contrato para seguir carreira solo em um dos maiores escritórios de música do país. A banda que ele tinha com os amigos não conseguia sair do lugar, apesar de ambos serem talentosos. O problema foi null ter pensado que seus amigos ficariam felizes com aquela conquista, mas os três rapazes sentiram-se traído pelo melhor amigo e cortaram qualquer contato que tinha com o rapaz. null julgou aquilo como raiva de momento, mas conforme os meses foram passando, ele sentiu que de fato eles tinham levado a sério. No dia do seu aniversário, foi o dia em que ele mais sentiu falta. Sempre tinha os amigos com ele naquela data, não suportaria que dessa vez fosse diferente.
— Eu errei feio, null. — Pensou alto, recebendo a atenção da namorada que sentia tanto quanto ele.
— Não diga isso, amor, eu mais que qualquer outra pessoa sei o que você estava sentindo naquele momento, não se torture. Você fez o que tinha que fazer naquele momento.
— Esse é o pior dia da minha vida, o pior aniversário. Contrato nenhum vale mais que a amizade que eu tinha com eles. —Enquanto falava, null tinha a sensação de que sua cabeça explodiria a qualquer momento.
— E ser você tentar se explicar?
— Eu tentei, null, eles não me ouviram.
— Aquele dia todos estavam de cabeça quente, eles são importantes pra você, fala com eles novamente. — Incentivou o namorado a tentar recuperar a amizade dos três garotos.
— Será que eles vão querer falar comigo?
— Você só vai saber se tentar.
O caminho parecia estar longe demais, os carros nas ruas estavam mais devagar que o normal, ou era tudo dentro do null que estava acelerado demais. null conseguiu, através de amigos em comum, descobrir que null , e null estavam juntos na casa de null. Era um ritual os garotos se reunirem quando não tinham nenhum compromisso.
null respirou fundo antes de tocar a campainha da casa do amigo assim que parou o carro, seu coração estava acelerado e suas mãos nunca esteve tão geladas.
Foi muito difícil ver seus amigos se afastarem assim que ele teve a oportunidade de realizar seu sonho. Queriam os três juntos com ele naquele momento, vibrando, comemorado e curtindo aquela sensação única de ter um contrato e poder dizer que era um cantor profissional. Porém, naquele momento, tudo aquilo parecia ter perdido o sentido.
— null? — null se assustou ao ver o amigo em seu portão.
— Eu preciso falar com vocês.
null assentou dando passagem para que null e null entrassem. e null olharam assustados com a presença do amigo ali. null podia jurar que eles sentiam a mesma falta que ele estava sentindo pelas expressões dos mesmos. null pediu para que null e null se sentassem no sofá vazio. null, que não queria perder mais tempo, respirou fundo e começou a falar.
— Desde pequenos sonhamos em ter uma banda, em sair para cantar pra esse mundo todo, apesar da idade nós acreditávamos nisso com todas as formas. — Sentiu as lágrimas em seus olhos mas aquilo não impediu que ele continuasse. — Conforme o tempo foi passando e nós fomos crescendo, esse sonho parecia ficar mais longe, mas o estranho era que o nosso talento crescia também.
Fez uma pausa para respirar, aproveitou para olhar todas as pessoas ali presentes. Eles ouviam atentamente cada palavra que null pronunciava e sentiam todas elas, tanto quanto ele.
— Quando surgiu a proposta de uma carreira solo, eu vi como uma oportunidade que eu não podia recusar em hipótese alguma. Eu pensei que nunca mais teria uma chance como essa e eu pensei que tira o apoio de vocês.
— Você só pensou em você, null. Em nenhum momento você se lembrou que o nosso sonho era o mesmo que o seu e foi isso que nos machucou. — null comentou, fazendo com que os outros dois concordassem.
Mesmo com o tempo longe um do outro, os quatro sabiam ouvir e escutar, todas conversas entre eles chegavam em algum lugar. null torcia internamente para que daquela vez não fosse diferente.
— Em nenhum momento você pensou no que faríamos sem você. — null acrescentou.
— Prometemos seguir juntos nessa você lembra? — Foi a vez de se pronunciar pela primeira vez naquela conversa.
null ouvia tudo atentamente, sem dizer uma palavra. Entendia os dois lados e sabia o quanto aquela conversa era importante. Embora fosse a namorada de null, tinha consciência de que o rapaz havia vacilado com os amigos, mas sabia também que aquela não era a intenção dele.
— Eu sei que eu errei e eu estou sofrendo as consequências disso. Hoje foi o pior aniversário da minha vida porque vocês não estavam lá comigo.
— Estávamos aqui falando sobre isso. — null sorriu, apesar de tudo eles não se esqueceram do amigo.
— Eu só preciso que vocês me perdoem, eu rasgo contrato, mando o empresário pra puta que o pariu, eu faço qualquer coisa pra ter vocês comigo novamente.
— Mas nós nunca te abandonamos. — acrescentou.
— O que?
— Só queríamos que você reconhecesse o seu erro. Nós sabemos como você é, então, pra você vir até aqui é que você está, de fato, arrependido. — null concluiu deixando null confuso, sem saber onde aquela conversa ia chegar.
— Eu nunca quis magoar vocês. — null comentou entre as lágrimas, que agora rolavam livremente pelo seu rosto.
Os quatro se abraçaram matando aquela saudade de meses, nunca quiseram ficar longe de null, só queriam que o rapaz reconhecesse o seu erro. null tinha consciência de que aquela conversa era só o início de tudo e que ele precisava tomar alguma decisão.
— Eu vou mandar uma mensagem pro meu empresário. — Disse ao segurar o celular em mãos, não queria que nada fizesse ele passar pelo o que havia passado.
Do outro lado, os amigos sabiam o quanto aquele contrato era importante para null e o quanto seria injusto fazer o amigo desistir. O que machucou o trio foi a falta de diálogo e a forma como tudo chegou até eles. Os quatro juntos e com a cabeça fria resolveriam aquilo.
—Agora vamos comemorar o seu aniversário, temos todo o tempo do mundo para resolvermos isso. — null disse e os três se abraçaram novamente, selando a paz entre eles. —Feliz aniversário, meu amigo.
De fora, null sorria enquanto assistia aquela cena, sabia o quanto null precisava daquele momento. Se null ia desistir do contrato, se a banda ia voltar, só o tempo ia dizer. O que importava naquele momento era que null fez o que tinha que ser feito, antes que fosse tarde demais.
Ela o abraçou, sem dizer nenhuma palavra antes, sabia muito bem o que estava passando na cabeça do seu namorado, sabia o quanto aquela falta de notícias estava machucando e que sem dúvidas, aquele era o pior aniversário de sua vida. Não precisou olhar para saber que null estava chorando, sua respiração pesada já denunciava.
— Eu sou uma pessoa tão ruim assim, null? — Perguntou enquanto abraçava a menina mais forte, sem vergonha de deixar claro o seu estado.
— Meu amor, eles podem estar ocupados, ainda tem um dia inteirinho pra eles aparecerem. — Tentou animar o rapaz que não escondia a sua tristeza.
— Eu achei que hoje as coisas mudariam. — Pensou alto, negando com a cabeça.
— null, é tudo muito recente, eles ficaram chateados sim, mas não vai durar pra sempre, você vai ver.
Tudo começou há alguns meses, quando null, sem pensar muito, assinou um contrato para seguir carreira solo em um dos maiores escritórios de música do país. A banda que ele tinha com os amigos não conseguia sair do lugar, apesar de ambos serem talentosos. O problema foi null ter pensado que seus amigos ficariam felizes com aquela conquista, mas os três rapazes sentiram-se traído pelo melhor amigo e cortaram qualquer contato que tinha com o rapaz. null julgou aquilo como raiva de momento, mas conforme os meses foram passando, ele sentiu que de fato eles tinham levado a sério. No dia do seu aniversário, foi o dia em que ele mais sentiu falta. Sempre tinha os amigos com ele naquela data, não suportaria que dessa vez fosse diferente.
— Eu errei feio, null. — Pensou alto, recebendo a atenção da namorada que sentia tanto quanto ele.
— Não diga isso, amor, eu mais que qualquer outra pessoa sei o que você estava sentindo naquele momento, não se torture. Você fez o que tinha que fazer naquele momento.
— Esse é o pior dia da minha vida, o pior aniversário. Contrato nenhum vale mais que a amizade que eu tinha com eles. —Enquanto falava, null tinha a sensação de que sua cabeça explodiria a qualquer momento.
— E ser você tentar se explicar?
— Eu tentei, null, eles não me ouviram.
— Aquele dia todos estavam de cabeça quente, eles são importantes pra você, fala com eles novamente. — Incentivou o namorado a tentar recuperar a amizade dos três garotos.
— Será que eles vão querer falar comigo?
— Você só vai saber se tentar.
O caminho parecia estar longe demais, os carros nas ruas estavam mais devagar que o normal, ou era tudo dentro do null que estava acelerado demais. null conseguiu, através de amigos em comum, descobrir que null , e null estavam juntos na casa de null. Era um ritual os garotos se reunirem quando não tinham nenhum compromisso.
null respirou fundo antes de tocar a campainha da casa do amigo assim que parou o carro, seu coração estava acelerado e suas mãos nunca esteve tão geladas.
Foi muito difícil ver seus amigos se afastarem assim que ele teve a oportunidade de realizar seu sonho. Queriam os três juntos com ele naquele momento, vibrando, comemorado e curtindo aquela sensação única de ter um contrato e poder dizer que era um cantor profissional. Porém, naquele momento, tudo aquilo parecia ter perdido o sentido.
— null? — null se assustou ao ver o amigo em seu portão.
— Eu preciso falar com vocês.
null assentou dando passagem para que null e null entrassem. e null olharam assustados com a presença do amigo ali. null podia jurar que eles sentiam a mesma falta que ele estava sentindo pelas expressões dos mesmos. null pediu para que null e null se sentassem no sofá vazio. null, que não queria perder mais tempo, respirou fundo e começou a falar.
— Desde pequenos sonhamos em ter uma banda, em sair para cantar pra esse mundo todo, apesar da idade nós acreditávamos nisso com todas as formas. — Sentiu as lágrimas em seus olhos mas aquilo não impediu que ele continuasse. — Conforme o tempo foi passando e nós fomos crescendo, esse sonho parecia ficar mais longe, mas o estranho era que o nosso talento crescia também.
Fez uma pausa para respirar, aproveitou para olhar todas as pessoas ali presentes. Eles ouviam atentamente cada palavra que null pronunciava e sentiam todas elas, tanto quanto ele.
— Quando surgiu a proposta de uma carreira solo, eu vi como uma oportunidade que eu não podia recusar em hipótese alguma. Eu pensei que nunca mais teria uma chance como essa e eu pensei que tira o apoio de vocês.
— Você só pensou em você, null. Em nenhum momento você se lembrou que o nosso sonho era o mesmo que o seu e foi isso que nos machucou. — null comentou, fazendo com que os outros dois concordassem.
Mesmo com o tempo longe um do outro, os quatro sabiam ouvir e escutar, todas conversas entre eles chegavam em algum lugar. null torcia internamente para que daquela vez não fosse diferente.
— Em nenhum momento você pensou no que faríamos sem você. — null acrescentou.
— Prometemos seguir juntos nessa você lembra? — Foi a vez de se pronunciar pela primeira vez naquela conversa.
null ouvia tudo atentamente, sem dizer uma palavra. Entendia os dois lados e sabia o quanto aquela conversa era importante. Embora fosse a namorada de null, tinha consciência de que o rapaz havia vacilado com os amigos, mas sabia também que aquela não era a intenção dele.
— Eu sei que eu errei e eu estou sofrendo as consequências disso. Hoje foi o pior aniversário da minha vida porque vocês não estavam lá comigo.
— Estávamos aqui falando sobre isso. — null sorriu, apesar de tudo eles não se esqueceram do amigo.
— Eu só preciso que vocês me perdoem, eu rasgo contrato, mando o empresário pra puta que o pariu, eu faço qualquer coisa pra ter vocês comigo novamente.
— Mas nós nunca te abandonamos. — acrescentou.
— O que?
— Só queríamos que você reconhecesse o seu erro. Nós sabemos como você é, então, pra você vir até aqui é que você está, de fato, arrependido. — null concluiu deixando null confuso, sem saber onde aquela conversa ia chegar.
— Eu nunca quis magoar vocês. — null comentou entre as lágrimas, que agora rolavam livremente pelo seu rosto.
Os quatro se abraçaram matando aquela saudade de meses, nunca quiseram ficar longe de null, só queriam que o rapaz reconhecesse o seu erro. null tinha consciência de que aquela conversa era só o início de tudo e que ele precisava tomar alguma decisão.
— Eu vou mandar uma mensagem pro meu empresário. — Disse ao segurar o celular em mãos, não queria que nada fizesse ele passar pelo o que havia passado.
Do outro lado, os amigos sabiam o quanto aquele contrato era importante para null e o quanto seria injusto fazer o amigo desistir. O que machucou o trio foi a falta de diálogo e a forma como tudo chegou até eles. Os quatro juntos e com a cabeça fria resolveriam aquilo.
—Agora vamos comemorar o seu aniversário, temos todo o tempo do mundo para resolvermos isso. — null disse e os três se abraçaram novamente, selando a paz entre eles. —Feliz aniversário, meu amigo.
De fora, null sorria enquanto assistia aquela cena, sabia o quanto null precisava daquele momento. Se null ia desistir do contrato, se a banda ia voltar, só o tempo ia dizer. O que importava naquele momento era que null fez o que tinha que ser feito, antes que fosse tarde demais.