Última atualização: 21/06/2018

Vivendo e Aprendendo

Tudo começou quando meus pais me perguntaram o que eu queria ser quando crescer, talvez sua expectativa fosse ter uma filha universitária como meus primos, mas isso não rolou e eu senti que deveria seguir meu caminho na intrigante escola da vida, sem depender de diplomas e aprender vivendo.

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Segunda-feira

— Cheguei! — disse ao entrar na floricultura.
— Que bom que chegou, tem dois cestos de rosas te esperando no porão, preciso que faça mais arranjos. — já ordenou Mariene a dona da loja.
— Sim, senhora. — bati continência brincando, uma referência ao seu pai militar que sempre gostava de mencionar.

Desci as escadas para o porão rindo da careta que ela havia feito para mim, estava iniciando meu trabalho de segunda. Era divertido ter um emprego para cada dia da semana, no meu ponto de vista é claro, mas meus pais achavam uma loucura de minha parte não ter um emprego formal. No fundo eu só queria viver minha vida da forma mais confortável possível e sempre me preocupar com exigências e ordens de outras pessoas.

— Olha a garota de segunda-feira. — brincou James ao descer as escadas e me encontrar sentada no chão fazendo meus arranjos.
— James, não está atrasado?! — o olhei, continuando a fazer meu arranjo movendo as mãos de forma automática.
— Estava no dentista, não notou nenhuma diferença?! — ele sorriu mais abertamente.
— Uahhhh… Tirou o aparelho!
— Agora posso sorrir melhor. — ele piscou de leve.
— Agora pode arrumar uma namorada. — brinquei.
— Não estou pensando nisso, preciso ficar rico primeiro. — ele gargalhou indo para perto das caixas.
— Rico? Não acha que será mais difícil encontrar uma garota legal? Geralmente dinheiro atrai pessoas interesseiras. — o aconselhei.
— Mas também trai pessoas ricas. — ele abriu uma caixa e analisou o que tinha dentro — Você não vê pobre casando com rico, dinheiro atrai dinheiro.
— Existem exceções. — adverti rindo dele — E pelo jeito que leva a vida, vai demorar para ficar rico, você consegue gastar seu salário em um dia.
— Eu não tenho culpa se tenho bom gosto. — ele cruzou os braços e me olhou fazendo careta.

Comecei a rir da cara dele e voltei minha atenção para meu arranjo, enquanto ele continuou fazendo alguns comentários sobre fazer companhia para mim já que naquele dia ele estava encarregado de organizar os produtos das caixas que haviam chegado sexta à noite, nas prateleiras. Tinha que concordar, a floricultura precisava mesmo de um sistema melhor de organização e armazenagem das embalagens, acessórios e também das plantas. Talvez eu poderia ajudar, já que tinha experiência com decoração seria uma renda a mais na minha conta bancária.

As horas se passaram e finalmente estava na hora do meu segundo emprego do dia, como auxiliar da bibliotecária eu ajudava a organizar as prateleiras e catalogar os livros novos, da biblioteca de uma universidade particular, toda segunda à noite. Lily já trabalhava a muito tempo na Escola de Arquitetura e Design da Universidade InH, acho que começou como estagiária e agora era a coordenadora do setor, nos conhecemos ocasionalmente em uma escola de idiomas que eu dava aulas nas quartas.

Felizmente foi através da sua indicação que recebi a proposta de passar minhas noites de segunda entre os livros. Um lado positivo é que além de receber bem, também poderia pegar livros emprestados assim como os alunos, porém sem tempo determinado de devolução em alguns casos.

— Estou impressionada… — disse Lily ao se aproximar de mim — Você está ficando mais rápida do que eu organizando as estantes.
— Felizmente aprendo rápido. — comentei — Só precisei decorar os setores.
— Essa é a parte mais demorada. — ela puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado — Já está pensando no seu novo emprego de segunda à noite?
— Sim, ainda não decidi ao certo, mas estou pesquisando. — continuei realocando os livros sobre a Bauhaus — Pensei em ser professora particular, andei conversando com alguns alunos e observei essa necessidade deles em estudar além daqui.
— Aulas particulares costumam ser rentáveis. — observou ela — Fico vendo o quanto meu namorado gasta pagando um professor de geometria analítica.
— Hum… Estou começando a considerar essa ideia. — pensei por um tempo sobre o que poderia ensinar — Tenho alguns conhecimentos em história da arte e desenho técnico.
— Desde quando você sabe desenho técnico? — ela me olhou intrigada.
— Eu já fiz um breve estágio em uma construtora, fazia vários projetos no cad e programas 3d. — expliquei.
— Uau… Agora estou curiosa, quantos empregos você já teve? — perguntou.
— Hum… Parei de contar quando cheguei ao vigésimo. — respondi tranquilamente.
— O que? Vigésimo?! Chocada.

Eu ri de leve continuando com minha atenção voltada para os livros, ficamos mais um longo tempo conversando sobre um concurso de fotografia que a universidade estava promovendo para a comunidade, confesso que fiquei um pouco interessada e já comecei a imaginar o que poderia fazer para ganhar mais dinheiro me divertindo.

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Terça-feira

Logo que acordei sendo empurrada da cama pelo meu cachorro, o dia mais cansativo e agitado da semana se iniciava, porém o mais legal e cheio de fofuras. De manhã meu trabalho estava na creche infantil particular Sweet Dream, o que me proporcionava momentos de reflexão sobre como de onde aquelas crianças tiravam tanta energia para brincar, pular e saltar. Ou se no futuro eu teria coragem de ter filhos, o que me fazia sempre lembrar a empolgação de com o assunto, ele gostava muito de crianças e sem babava em seus sobrinhos.

— Então, o que achou de hoje? — perguntou Lanna ao se aproximar de mim.
— Minha ideia de fazer sessão pipoca logo pela manhã foi maravilhosa. — concordei — Agora terei que inventar outra coisa para semana que vem.
— Bem, podemos deixar as terças para sessão pipoca. — sugeriu ela — Sei que você não está totalmente preparada para o ritmo dessas crianças.
— Obrigada. — disse guardando minhas coisas na bolsa — Tenho que confessar, não consigo acompanhar esses pequenos, a pilha deles não acaba.

Ela riu alto.

— Crianças são mesmo assim. — ela se sentou na cadeira — Mas você está aqui há dois meses só, ainda tem tempo para se acostumar.
— Achei tão fofo a recepção deles, como se eu fosse realmente daqui. — disse ao fechar a bolsa.
— Mas você é daqui, temporária, mas é uma de nós. — ela sorriu.
— Como sempre, você é tão fofa quanto as crianças. — ajeitei a bolsa no ombro — Está na minha hora, tenho um almoço com minha mãe.
— Você não disse que não almoçaria mais com ela?! — perguntou.
— Até tentei, porque sempre que almoçamos ela encontra uma maneira de arrumar um emprego formal para mim, mas passo tanto tempo longe de casa, que não tenho coragem de recusar. — expliquei — Até semana que vem.
— Até e boa sorte com sua mãe.

Sorri de leve e segui meu caminho, peguei o metrô para chegar mais rápido, assim que entrei no restaurante minha mãe já me aguardava em uma mesa ao fundo, falando no celular. Acenei discretamente para ela, indo em sua direção e me sentei na cadeira ao lado.

— Finalmente, achei que tinha desistido. — disse ela ao desligar o telefone.
— Demorei um pouco, porque me pedi entre as estações, ainda não me acostumei com a nova linha que colocaram no metrô. — expliquei olhando de leve o cardápio — Já sabe o que vai pedir?
— Estava pensando em risoto de camarão. — respondeu.
— Hum… — olhei mais um pouco — Acho que vou querer… Bife à parmegiana com arroz e batata.
— Boa escolha querida. — ela acenou para o garçom e logo fizemos nosso pedido.

Como esperado minha mãe me fez uma longa lista de perguntas sobre como estavam meus trabalhos e se estava me alimentando direito, além de novamente dizer que eu poderia deixar toda essa loucura e ter uma vida normal, mas eu não queria uma vida normal. Após o almoço meu destino era uma confecção de roupas em que minha função era modelagem de peças piloto, graças a ele pude obter conhecimentos sobre o mundo da moda e como funciona a produção de uma coleção. Meu dia se encerrava trabalhando na bilheteria do teatro Moonlight, mesmo sendo um dia movimentado a maioria dos funcionários estavam de folga, então eu entrava em ação.

— Alô! — disse ao atender o telefone.
Boa noite querida, já saiu do teatro? — disse do outro lado.
— Sim, estou indo para casa agora. — assenti.
De ônibus?!
— É o que tenho para o momento até minha moto voltar da revisão. — expliquei ao sentar no banco do ônibus — Confesso que isso está me cansando um pouco, chego muito tarde em casa.
Você não me deixa te buscar. — reclamou ele.
— Querido, você já leva um dia agitado no hospital com todos esses pacientes, não quero sobrecarregar ainda mais sua vida de residente. — expliquei — Não se preocupe, eu consigo me virar sozinha.
Tem certeza?! Sabe que fico preocupado.
— Tenho sim! — respirei fundo — Vou desligar agora e você senhor médico, trate de ir descansar também.
— Vou sim e sonhar com você.
— Hum… — sorri de leve — Te amo.
— Também te amo! — disse ele encerrando a ligação.

Tombei de leve a cabeça na janela do ônibus e fechei os olhos, estava sentindo meu corpo um pouco cansado.

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Quarta-feira

Finalmente meu dia de descanso…
Eu sempre ficava um tempo a mais na cama dormindo e quando acordava, tirava a manhã para passear com meu cachorro Napoleão no parque, afinal ele também merecia minha atenção. Eu o havia adotado quando trabalhei às sextas em um pet shop há três anos, quem diria que um pequeno filhote abandonado na beirada da rodovia se tornaria um espaçoso e grande cachorro, mesmo não sendo de raça era lindo e muito charmoso.

— Napoleão… — gritei assim que o vi correndo em direção ao que misteriosamente havia aparecido ali no parque.
— Bom dia Napoleão. — disse se agachando e acariciando meu cachorro — Está passeando com a mamãe?!
— O que faz aqui? Não deveria estar no hospital? — perguntei curiosa.
— Hum… Tirei o dia de folga. — disse ele se levantando e se aproximando de mim — Estava com saudades da minha noiva.
— Folga... — sorri mordendo os lábios de leve — Diz o dono do hospital.
— Não sou o dono, meus pais são. — corrigiu ele.
— Seu nome está no testamento, dá no mesmo. — comentei rindo baixo — Mas gostei da parte da saudades.

Ele sorriu de leve e me deu um breve selinho.

— Podemos passar o dia juntos? — sugeriu ele com um brilho no olhar.
— Ideia maravilhosa. — disse concordando com a cabeça — Vou adorar!!

Era mesmo raro os dias em que nossas folgas se encontravam, estava tão concentrado em sua residência e nos estudos de especialização que mal conseguíamos nos ver aos domingos. Mas quando nos encontrava, era como se nada mais existisse somente nós dois e a companhia de Napoleão, claro que o assunto que mais surgia entre nós era nosso casamento que já havia sido adiado várias vezes.

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Quinta-feira

— Bom dia para a secretária mais linda que existe. — disse o senhor Fontes ao chegar e me entregar uma rosa.
— Oh, que fofo. — peguei a rosa de leve e cheirei seu perfume — Agradeço senhor Fontes, mas se continuar assim Brigith ficará com ciúmes.
— Então direi que é a melhor secretária da quinta-feira que existe. — ele riu.
— Agora sim. — ri junto e voltei meu olhar para seu filho que saía do elevador — Acho que assim ela não reclamará.

Ele riu um pouco indo em direção a sua sala.
Trabalhar no escritório de advocacia da família Fontes às quintas era interessante, havia aprendido muitas coisas sobre leis e legislação que jamais imaginaria que aprenderia, além de passar meu dia rindo as histórias do senhor Fontes sobres suas mais diversas experiências na profissão e sendo observada discretamente por seu filho Simon.

— Obrigada por ter vindo Liz. — disse assim que minha amiga chegou na loja onde eu estava a esperando.
— Me diga qual é a emergência da vez? — disse ela colocando a mão na cintura.

Liz e eu éramos amigas de infância e ela me conhecia como ninguém, admito que eu fazia drama sempre que precisava de algo como se minha vida dependesse daquilo, neste momento eu estava em dúvida sobre os móveis do apartamento que eu e ganhamos de presente de seus pais, em nosso noivado. Eu achava um tanto exagero, mas sua mãe era tão fofa comigo que não tive coragem de recusar, já havia um ano e meio que o lugar estava fechado e vazio, ou seja, estava na hora de realmente começar a pensar no casamento.

— Meu futuro é a emergência. — respondi — Tive uma longa conversa com ontem, percebi que já adiamos demais nosso casamento.
— E isso te trouxe a uma loja de móveis. — concluiu ela.
— Meu apartamento precisa de uma reforma e ser preenchido com móveis. — disse de forma lógica e racional — Quem além da minha amiga design de ambiente para me ajudar no projeto de decoração?!
— Vou ganhar quanto?! — perguntou ela.
— Ai, deixe de ser mercenária. — reclamei.
— Seu sogros são ricos, me deixe ganhar algo com isso. — ela cruzou os braços.
— Você já ganhou demais, minha sogra já te indicou para todas as amigas, pare de ser gananciosa e venha me ajudar. — a puxei pelo braço arrastando para dentro da loja — Temos uma longa tarde pela frente.
— O que eu não faço por minhas amigas. — disse ela rindo.

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Final de Semana...

Na sexta…
Minha rotina começava na feira do meu bairro onde morava de aluguel no quarto dos fundos da casa da tia de Liz, era uma senhora simpática e muito discreta que sempre me pedia algumas dicas para cuidar de sua estufa de bromélias. Era no sofá de sua casa que tirava meus cochilos após o almoço, antes de completar minha agenda do dia na cafeteria da prima de , onde minha função era de barista.

Após cinco dias de trabalhos variados, sábado era o meu dia favorito, aquele que me deixava empolgada. O motivo? Minhas profissões de sábado!

No sétimo dia da semana, minha primeira ocupação era com o que eu havia descoberto amor e afinidade recentemente, as artes visuais me encontrou de uma forma surpreendente quando estava observando um fotógrafo tirando fotos de uma noiva. Aquele momento foi a primeira vez que cogitei a ideia de finalmente seguir uma carreira definitiva depois de tantos empregos diferentes.

Atualmente estava me especializando em fotografia e lettering design, passava manhã e tarde no estúdio de arte e fotografia do John, um amigo de infância de , sendo assistente dele e adquirindo ainda mais conhecimento na área.

— Então, o que achou da sua primeira sessão de fotos? — perguntou John ao guardar os equipamentos.
— Devo admitir que estava nervosa, fiquei com medo de acabar tremendo enquanto fotografava as modelos. — suspirei — Mas felizmente tudo deu certo, as fotos ficaram muito boas.
— Para primeira vez, você arrasou. — disse ele num tom engraçado — Mas precisa treinar mais, pegue o de cobaia e vai tirando algumas fotos dele.
— Aquele doutor timidez?! — eu ri alto — Ele sempre foge quando eu pego minha câmera.
— Faça isso quando ele não estiver vendo… — ele me olhou — As melhores fotos são tiradas em momentos espontâneos.
— Vou me lembrar disso.

O domingo, era o dia da família...

— Podemos parar por um tempo? — pediu ele se sentando no chão.
— Não acredito que já está cansado. — coloquei o pincel na bancada ao lado do balde de tinta e o olhei — , quem é você e o que fez com o meu noivo?
— Eu juro que não é proposital, eu realmente tive uma semana cansativa. — ele estendeu a mão para mim.
— Eu sempre tenho uma semana cansativa. — assim que segurei em sua mão ele me puxou para baixo e me fez sentar em seu colo.
— Queria estar mais empolgado, já que é nosso primeiro domingo arrumando nossa futura casa.
— Casa não, nosso lar. — o corrigi.
— Claro, nosso lar. — ele piscou de leve — Tem certeza que não prefere contratar profissionais para isso.
— Deixe de ser preguiçoso, além do mais não quero ficar gastando dinheiro à toa. — cruzei os braços.
— Não será dinheiro à toa. — retrucou ele — Apesar de que sei o real motivo da sua proposta de decorar nosso apartamento.
— E qual é?! — o olhei.
— Termos um momento só nosso. — ele piscou de leve.
— Humm… Achei que não repararia nisso.
— Que tal você me deixar pagar a reforma e em troca, passamos nosso domingo juntos e descansando. — sugeriu.
— Se prometer que não vai mais dormir quando fizermos outra maratona de Agents of SHIELD. — protestei.
— Prometo. — ele ergueu a mão direita em juramento — Não vou dormir.
— Sei. — eu ri de leve e me aninhei em seus braços — Seremos felizes aqui, não é?! Mesmo com nossa louca rotina de vida?!
— Desde que estejamos juntos, seremos felizes em qualquer lugar desse mundo!
— Falou o garoto que nunca pagou aluguel. — brinquei.
— Por você eu até pagaria aluguel. — ele riu — Só por você.

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Já me perguntaram como consegui ter vários empregos ao mesmo tempo mesmo em alguns casos não tendo qualificação comprovada em um pedaço de papel, eu sempre respondo que aprendo com o que vejo e com as pessoas que conheço e demonstro que consigo fazer se me ensinarem.

Assim como não existe escola para ensinar a amar ou ter amigo verdadeiros, aprendi com a vida a seguir meus sonhos, me divertir e ser feliz. Aprendi a viver!!!

“Não sou professora, querido
Mas posso te ensinar alguma coisa
Não sou pastora
Mas nós podemos orar se você quiser
Não sou médica
Mas posso fazer você se sentir melhor
Mas eu sou ótima em receitar cartas de amor
[...]
Quem precisa de diploma na escola da vida?”
- Schoolin' Life / Queen B

 

Viver: Quando escolhemos algo sabemos que também perdemos algo, porém sendo certo ou errado tudo depende de nós, toda nossa vida é feita de escolhas. Você já fez a sua?” - by: Pâms



The End!



Nota da autora:
Mais um ficstape, espero que tenham gostado dessa história maluca com uma pp mais maluca ainda!!! Caí de paraquedas com um convite da mana sNowS, mas gostei de ter escrito *-* Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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*as outras fics vocês encontram na minha página da autora!!


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