Postada em: 12/11/2017

Capítulo Único

12/03/2004

Por

– O que você pensa em fazer quando terminarmos o colegial? – Perguntei a ele.
– Penso em me dedicar mais à música. – disse deitado na grama .
– Você pensa em mim também? – Soltei, fingindo estar olhando as estrelas também.
– Claro que eu penso em você, sua chata. – Começou a fazer cócegas.
– Para ... para... – Falei em meio a risos.
– O que você irá fazer depois do colegial? – Perguntou me soltando.
– Advogada ou talvez médica, ainda não sei muito bem. – Deitei em seu peito. – Ir para faculdade é apenas uma certeza. – Bocejei.
– Você poderá me defender de algo ou apenas me dar um atestado para faltar a uma entrevista chata. – Brincou.
– É talvez eu faça isso, talvez. – Fechei os olhos enquanto ele acariciava meus cabelos e o sono me atingia.

20/07/2004

estava eufórico o dia todo, ele havia faltado de aula porque um produtor tinha o visto cantar e entrou em contato. Enquanto eu estava no colégio, curiosa para saber o que estava acontecendo. Assim que as aulas acabaram sai correndo em direção ao estacionamento.
– Ei. – Falou. – Para que tanta pressa? – Riu.
– Você me deixou a manhã inteira sem notícias. – Dei um soquinho em seu braço.
– Eu não podia mexer com telefone. – Explicou. – Telefone tinha que estar desligado.
– E então, o que aconteceu?
– Aconteceu, senhorita, que... – Segurou minha cintura. – Um empresário dos famosos viu um de meus covers no canal. – Mexeu em meu cabelo. – E amanhã mesmo assino o contrato com ele. – Sorriu.
– Isso é maravilhoso, fantástico, . – O abracei. – Gary foi com você né? – Perguntei.
– Sim, ele foi e ficou analisando o contrato proposto e incluindo algumas cláusulas a meu respeito.
– Parabéns, você merece. – Falei.
– Mereço uma comemoração também, não acha? – Perguntou malicioso.
– Merece sim. – Falei retribuindo o beijo que ele começou. – SORVETERIA DA ELZA. – Gritei ao partir o beijo e entrando no seu carro.
– Não era isso que eu estava me referindo, mas quem resiste àqueles sorvetes?! – Ligou o carro, indo para a sorveteria.
– Qual será a sua reação quando ligar o rádio e escutar a sua voz? – Perguntei assim que ele ligou o rádio.
– Acho que surtaria. – Arregalou os olhos. – Demorou tanto e agora de um dia para o outro tudo começou a se alinhar, isso me assusta.
– Assusta de uma maneira boa. – Comentei encarando o sinaleiro. Ficamos um bom tempo na sorveteria em meio a brincadeiras e conversas jogadas fora. O caminho para casa estava silencioso.
– Você ficou quieta no caminho de volta. – Disse assim que estacionou em frente minha casa.
– Só não tinha assunto. – Respondi.
– Está tudo bem?
– Sim, só preciso de um banho e do almoço.
– Gulosa. – Abri a porta do meu lado.
. – Chamei.
– O quê? – Respondeu.
– Nada não. – Balancei a cabeça tentando tirar aquele pensamento.
– Me fala. – Segurou meu braço.
– Promete, promete para mim que quando você ficar famoso, sua cara estampada em todos os lugares e fãs loucas te perseguindo, você nunca irá se esquecer de mim. – Pedi.
– Claro que nunca irei me esquecer de você. – Passou seus dedos em meu rosto. – Eu sempre vou lembrar de cada detalhe seu, sabe por quê? – aproximou nossos rostos. – Porque eu te amo, sempre amei e vou amar. – Me beijou.
– Eu te amo, . – Separei nossos lábios.
– Só ainda não te perdoei há doze anos por você puxar meu cabelo e me derrubar do carrossel. – Falou rindo.
– Era meu assento favorito, seu rancoroso. – Mordi seu ombro.
– Eu perdi meu dente de leite ali, e fiquei sem receber dinheiro da fada dos dentes.
– Fada dos dentes não existe. – Gargalhei.
– Mas meu pai sim. – Balançou os ombros
– Preciso entrar antes que minha mãe me grite.
– Até mais, baixinha. – Deixou um beijo em minha testa.

05/02/2005

estava o caminho inteiro para Califórnia lendo a letra de sua primeira música a ser gravada.
– Você acha que essa música vai ficar mesmo boa, amor? – Perguntou.
– Vai sim, essa letra é linda. – Respondi.
– Estou com as pernas bambas, quase que não venho. – Comentou.
– Ryan te mataria. – Falei. – Já que você adiou demais sua vinda. – Ri sem graça.
– Eu não poderia te deixar doente em casa ou deixar você sozinha em casa com sua mãe doente. – Falou.
– Você poderia ter vindo, estávamos bem. – Falei.
– Eu te disse que você sempre estaria em primeiro lugar. – Falou. – E eu quero que você esteja sempre do meu lado. – Me abraçou de lado. O carro estacionou em frente àquele grande estúdio, desceu do carro e eu o segui, caminhando por aqueles longos corredores.
– Hey, . – Um dos produtores o cumprimentou. – Como vai?
– Nervoso. – Confessou. – E Ryan?
– Estou bem aqui. – Ryan chegou com seu café. – Vamos começar? entre na cabine.
– Estou indo. – Me deu um selinho. – Sente-se ali. – Apontou entrando em seguida na sala de gravação.
– Acho que você não percebe como está atrapalhando ele. – Soltou no ar.
– Como? – Fiz de desentendida.
– Vamos lá, . – Apertou o botão on. – Preciso que você solte toda a sua voz e acompanhe o ritmo da banda. – Desligou o botão. – Não se faça de desentendida.
– Eu gosto dele e nunca o prejudicaria em seguir seus sonhos. – Falei cruzando o braço e me ajeitando na cadeira.
– Você sabe por que até agora ele não fez sucesso? – Perguntou cínico. – Toda vez que ele tem agenda marcada, você aparece. Quantas vezes você ficou doente e tivemos que remarcar algo? – Começou a jogar na minha cara. – Ou quando você não podia ir com ele e ele desistia porque não queria te deixar para trás.
– Não é minha intenção. – Falei.
– Você é como o iceberg do Titanic, querida. – Voltou a prestar atenção na musica. Deixando-me com aquelas palavras grudadas em minha mente. – Muito bem, pode vim para cá. – Chamou.
– O que achou, amor? – Perguntou animado.
– Você mandou muito bem. – O abracei.
. – Um dos produtores o chamou. – Sente-se aqui, precisamos analisar o áudio. – Sentei novamente naquele canto, enquanto ele todo alegre ouvia a sua primeira gravação ganhar forma.

09/05/2005

tinha me trazido junto a ele para assistir o lançamento de sua música com clipe no estúdio, além de seus pais e sua irmã.
– Vai demorar muito para ter muitas visualizações? – Aquela era a terceira vez que ele me fazia essa pergunta.
– Calma, não tem nem cinco minutos que foi divulgada, meu amor. – Falei tentando acalmá-lo.
, temos até vinte quatro horas para dizer algo concreto sobre as visualizações. – Ryan explicou. – Curte a sua festa. – Bateu em seu ombro. Curtimos a festa até sermos interrompidos às uma hora da manhã por um comunicado.
– Galera, atenção. – Um dos produtores começou a falar. – Em onze horas atingimos cem mil visualizações. – Todos começaram a gritar e a abraçar .
– Tem uma galera lá na porta com fotógrafos. – Ryan disse animado. – Você precisa ir até lá. – seguiu animado até a sacada do estúdio, fiz menção de ir até ele, sendo barrada. – O que eu te disse iceberg? – Perguntou não esperando minha resposta. – Você já o atrapalhou demais até aqui, já atrasou a sua chegada até esse ponto, não estrague mais. – Travou o maxilar. – Você fica aqui. – Soltou meu braço, se juntando a todos.
Eu fiquei ali no canto segurando meu copo de bebida, sozinha e esquecida. dava uma pseudo entrevista. Não lembro quanto tempo fiquei ali, até ser acordada por me pegando no colo para me levar para casa.
– Sai pelos fundos, tem muita gente na porta que pode impedir você de sair. – A última lembrança daquela madrugada era dele ter concordado com o empresário e saindo comigo no colo pela porta dos fundos.
Se aquilo me magoou, só pelo fato de meu namorado não perceber o molde e a maneira que Ryan queria que tudo seguisse de sua maneira. O que me fazia pensar se ele não tinha razão, já que várias vezes perdeu oportunidades e momentos todos por mim.

30/05/2005

Não percam, em instantes a entrevista com Ryan Nero, o empresário do cantor , febre em todo mundo.
Eu estava ansiosa para essa entrevista, a entrevista era com Ryan, porém ele disse que daria destaque para como sempre fazia com seus novos pupilos.

Está começando mais um The Ellen DeGeneres Show e nosso entrevistado de hoje é Ryan Nero, empresário de grandes estrelas da música.
Ellen: Conte-nos, Ryan, como anda sua carreira.
Ryan: Com as pernas, como sempre. [Risos]
Ellen: Fiquei sabendo que esse ano você estará no meio dos indicados a empresário destaque.
Ryan: Sim, só espero que Robb não me roube.
Ellen: Pela segunda vez. [Risos]. Vamos falar sobre , o novo queridinho da galera.
Ryan: Certo.
Ellen: Onde encontrou esse rapaz?
Ryan: Vagando por vídeos no youtube, achei uns covers bem legais e um deles era desse garoto.
Ellen: Temos um aqui, que deve aparecer em algum momento nesse telão grande atrás de mim. O MEU DEUS! Quando eu era seu homem. [Risos]. Agora nunca, nunca conseguirei, esse garoto é ótimo.
Ryan: Ele é.
Ellen: estourou com uma música de autoria própria, chamada lembranças. [Gritos]. Essas garotas não podem vê-lo que já berram. Tirem o vídeo, por favor. [Risos]. A pergunta que todas as mulheres querem saber, como está a vida amorosa de nosso cantor?
Ryan: Bastante calma, ele está solteiro.
Ellen: Vocês ouviram o Ryan, garotas, ele está solteiro, já podem mandar seus e-mails. Foi bom ter você aqui e da próxima vez traga o queridinho da América aqui.

Aquele sorriso no rosto daquele filho de uma mãe me incomodava profundamente, ele sabia muito bem que e eu tínhamos um relacionamento, o qual não escondia de mim um enorme desgosto. E sempre que podia aproveitava para destilar seu veneno.

Por .

Era a décima vez que eu me xingava mentalmente pela péssima ideia de sair de casa para ir à farmácia comprar um remédio para minha mãe. Uma moça me perguntou se eu era , assim que respondi umas cinco outras garotas se juntaram e começaram a correr em minha direção, resultado: eu parecia um louco correndo pela rua, gritando para minha mãe abrir a porta e minha querida irmãzinha de sete anos pareceu achar aquilo engraçado, tive que correr mais três vezes pelo quarteirão até meu pai abrir a porta e enfim eu poder entrar.
, meu filho, você perdeu a entrevista. – Meu pai falou assim que me viu.
– Por que demorou? – Minha mãe perguntou.
– Culpa dessa pestinha da Lucy. – Apontei para a menina sorridente
– Não chame sua irmã assim. – Ralou.
– Mãe, eu fiquei uma meia hora correndo na rua de umas meninas loucas que gritavam meu nome e tentavam puxar minha blusa e Lucy não quis abrir a porta para que eu entrasse. – Falei indignado.
– Isso foi péssimo. – Falou. – Está bem?
– Agora sim. – Me joguei no sofá.
– Lucy não pode fazer isso com seu irmão. – Meu pai falou. – Não é engraçado vê-lo morrer sem ar. – Começou a rir.
– Rá, rá, rá. – Muito engraçado pai. – Como foi a entrevista? – Perguntei e logo em seguida meu celular vibra na mesa.
– Está ferrado, ferrado. – Lucy cantarolou pegando meu celular.
– Me dá esse celular. – Peguei de sua mão, olhando a mensagem. – Vou subir para o quarto e ligar para ela.

– Alô. – Escutei sua voz.
– Oi. – Respondi.
– Você não respondeu minha pergunta. – Falou.
– Não, eu não assisti a entrevista. – Falei.
– Por quê?
– Fui à farmácia e quase fui esfolado vivo.
– O quê?
– Acho que minhas primeiras fãs são loucas. – Respondi. – Começaram a correr atrás de mim até aqui em casa.
– Esse é o seu preço por ser famoso.
– É, talvez.
– O que você conversou com Ryan antes da entrevista?
– Nada. – Tentei me lembrar de algo. – Até porque a entrevista era sobre ele, e seria só uma divulgação minha.
– Não acho que seria só sobre ele, já que você foi o assunto de todo momento.
– O que falaram? – Perguntei.
– De como ele te encontrou, como você canta bem e para alegria de suas fãs está solteiro. – Pelo seu tom de voz ela realmente estava magoada.
– Eu não estou solteiro. – Indaguei. – Ele deve ter se confundido.
– Tenho certeza que não. – Fez silêncio.
, me escuta, tá legal. – Pedi. – Eu não sabia que isso seria dito na entrevista, nem sabia que ela seria em torno de mim. – Falei. – Eu não estou solteiro, nós dois sabemos disso. Ele deve ter se confundido, porque a maioria dos outros são.
– A maioria do agenciados são solteiros e sempre estão em capas de revistas com as modelos. – Falou.
– Vamos fazer o seguinte, eu vou colocar meu casaco e estou indo aí. – Coloquei o telefone no viva voz enquanto procurava em meu guarda-roupa.
– Não precisa, . – Disse.
– Claro que sim. – Exclamei. – Podemos tirar uma foto e postarei em todas minhas redes sociais, apenas nós dois.
– Eu quero ficar sozinha. – Pediu. – Isso realmente não importa.
, . – Logo em seguida a linha ficou muda.

31/05/2005

Após várias tentativas de ligar para ela, adormeci. Acordei eram nove horas da manhã, olhei meu celular e não tinha nenhuma mensagem dela. Fui para o banheiro tomar um banho. Fiquei um bom tempo ali, apenas deixando a água cair em meu corpo. Sai com a toalha enrolada em minha cintura, a tela de meu telefone estava acesa, fui em sua direção, vendo sua mensagem.

Amor: Oi. Me desculpe, , mas eu não quero te atrapalhar.
Eu: Você não me atrapalha em nada.
Amor: Eu sinto que estou atrapalhando, era para ter sido você na entrevista.
Como sempre eu...
Eu: A entrevista não era minha, .
Amor: , eu simplesmente não consigo pensar em outra coisa.
Eu: Alguém te falou algo?
Amor: Não. Eu percebo.
Eu: O que você quer dizer com isso?
Amor: Eu acho melhor a gente terminar.
Eu: Terminar? Você está terminando comigo por nada?
Amor: Eu estou deixando você crescer e não te prendendo a mim.
Eu: Pelo amor de Deus, quem te disse uma coisa dessas?
Amor: acabou.
Eu: Por favor
Amor: Eu não quero mais, entenda.
Eu:
Eu: responde.
Eu: Eu estou indo aí.

Me vesti o mais depressa possível e sai de casa escutando minha mãe gritar algo, peguei meu carro e dirigi o mais rápido possível até a casa de , depois que recebi aquela mensagem terminando nosso relacionamento, tentei diversas vezes ligar para ela, sem sucesso. Toquei a campainha até meus dedos afundarem o botão e nada de alguém abrir aquela porta. Eu já não sabia o que fazer, o que sentir, apenas aquela confusão instalada no meu peito, que gritava por ela.
. – Gritei. – , ABRE ESSA PORTA. – Batia freneticamente na porta de madeira. – EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AI. – Alguns vizinhos curiosos já olhavam pela janela. – POR FAVOR. – Pedi, sentando no chão esperando que ela abrisse.
o que está fazendo aqui? – Despertei pela voz de meu empresário. – Vamos embora, garoto.
– Eu preciso falar com ela, Ryan.
– Fazendo um escândalo na rua? – Perguntou. – Podem te reconhecer e em minutos todo o mundo verá essa cena.
– Eu não me importo, preciso falar com ela. – Falei. – Ela não pode simplesmente terminar com uma mensagem.
– Você não pode manchar sua imagem. – Me ajudou a levantar. – Ou simplesmente será esquecido. – Alertou-me. – Vamos embora, depois vocês resolvem isso. – Fiquei parado olhando para porta, como se ela fosse abrir e nada, então segui até o carro.
– Gretta eu preciso que você chegue com todas as informações, se saiu algo ou irá sair sobre o em alguma coluna. – Ryan falava ao telefone. – Não, não, ele simplesmente estava gritando pela namorada do lado de fora da casa dela. ¬– Franziu o cenho. – Ok, qualquer coisa me avise imediatamente.
– Como sabia que eu estava aqui? – Questionei.
– Eu precisava falar com você, como não estava em casa pensei que estaria com sua namorada. – Explicou. – Por que não tenta ligar para ela? – Mudou de assunto.
– Vou tentar. – Olhei para o celular, discando em seguida. – Atende, atende. – Seu celular apenas caia na caixa de mensagem, tentei ligar no residencial que também caia na secretaria eletrônica. quando ouvir esse recado, por favor, me ligue. Não podemos terminar desse jeito, eu preciso saber o que aconteceu, eu prometo que não vou incomodá-la, eu só preciso saber. – Esperei. – Eu só tenho uma pergunta e quando você desligar o telefone eu não vou mais incomodá-la.
Sua mensagem foi gravada e guardada na secretária eletrônica, podendo ser ouvida mais tarde e retornada. – Bufei escutando aquela voz robótica.
– Vamos com calma, rapaz. – Ryan me olhou. Encostei minha cabeça na janela do carro, olhando para qualquer ponto na rua, apenas esperando uma resposta.

26/07/2005

– Mãe, eu estou bem. – Falava pela décima vez. – Sim, eu já me alimentei.
– Não se esqueça de beber bastante água. – Falava.
– Não vou me esquecer. – Falei. – Tenho que desligar, o show vai começar.
– Volta logo para casa. – Pediu. – Lucy mandou beijos.
– Daqui a dois meses estarei aí. – Conclui.
Coloquei o ponto no ouvido, arrumei meu cabelo.
, eu vi na lista de músicas que tem uma desconhecida. – Ryan questionou.
– É uma música nova. – Respondi.
– Não é melhor fazer suspense e uma divulgação?
– Não. – Falei caminhando para o palco.
Fazia mais de um mês que tinha terminado comigo, um mês que fiquei escrevendo essa letra sem parecer um patético. Apesar de meu empresário querer que eu namorasse falsamente com uma famosa para ficar mais exposto na mídia, eu só conseguia pensar nela e lembrar de todos os planos que fazíamos desde criança. Eu nunca a entenderia.

É que a gente quer crescer e quando cresce quer voltar do início, porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido


Por .

Televisão nunca foi algo que me chamasse atenção e me prendesse dentro de casa, a não ser na infância para ver desenhos animados. E agora o que eu mais fazia era evitar ligá-la, com seu estúpido e belo rosto estava em todos os canais, em propagandas ou entrevistas.
– Já decidiu que filme vamos ver hoje? – Laura voltou de sua cozinha com as comidas.
– Não faço a menor ideia. – Respondi.
– Podemos ver algo na boa e velha HBO. – Emma, a fanática por seriados.
– Por mim tudo bem. – Laura balançou os ombros.
– Eu acho esse tema velho oeste tão sombrio, dá impressão que vão acontecer coisas macabras. – Emma comentou sobre a série Westworld que passava.
– Você tem medo de tudo, socorro. – Laura começou a rir.
– Cuidado que ela nem vai dormir hoje. – Brinquei.
– Eu vou é mudar de canal. – Pegou o controle da mesinha.
– Você que disse para assistirmos séries. – Emma tentou pegar o controle.
– Eu não gosto desta que está passando. – Puxou de volta.
– Gente, vocês vão acabar quebrando o controle, parem com isso. – Pedi
– Solta o controle, Emma. – Laura falava. – O controle é meu.
– Solta você, Laura, eu sou a visita, eu escolho. – Então canais aleatórios eram apertados, até que o controle caiu todos espatifado no chão.

Essa música é para todos aqueles que estão com o coração partido, para todo que ficaram com o coração partido.

Então o rosto dele diante toda aquela multidão apareceu, eu estava estática olhando para a TV, e parecia que não só eu ali.

Diga-me mentiras, tipo como você está melhor sem mim. Enquanto a verdade é exposta, em todo seu rosto, mesmo em fotografias (...) menina, eu prometo, eu não vou incomodá-la de qualquer maneira, logo que você desligar o telefone. Eu só tenho uma pergunta que você pode não estar pronta, mas eu realmente preciso saber. Qual a sensação, qual a sensação, você nunca vai encontrar nada melhor?

Ali estava explicito que aquela letra era para mim, o mesmo trecho daquela ligação. Ele não entenderia que eu preferiria mil vezes que ele não tivesse conseguido essa carreira. Pode parecer egoísmo, mas tudo isso custou tão caro.
– Acho melhor mudar de canal. – Emma falou pegando o controle.
– Pode deixar. – Segurei sua mão. – Ele tem todo direito de estar assim. – Olhei para seu rosto na televisão. – Eu deixei aquele empresário me vencer, eu deveria ter dito sim quando ele quis que todo mundo soubesse de nós dois e que ele não estava solteiro.


Qual a sensação, qual a sensação
Você está perdendo, por que eu te amei diferente?


– Você sabe que amanhã os sites de fofocas vão falar só disso e querer saber quem quebrou o coração de . – Avisou Laura.
– E que as fãs vão querer massacrar a garota. – Completou Emma.
– Eu sei que ele não vai me expor. – Falei confiante, mesmo tendo por dentro aquela sensação de medo me rodeando. E assim ele saiu do palco, com um sorriso torto, dando tchau a todas aquelas pessoas.
– Ele precisa saber o que aconteceu, o porquê você o deixou.
– Ele não entenderia. – Suspirei. – Talvez um dia, quando toda essa magoa passar e quando isso não o atrapalhar.


Fim!



Nota da autora: Sem Nota!





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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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