Capítulo Único
A música ecoava pela casa toda, como se alimentasse cada canto com sua melodia doce. Aquilo me lembrava muito da época em que meu avô era vivo, e o antigo piano de calda ainda fazia parte da decoração da sala. Nos seus últimos dias, era fácil saber quando ele estava bem ou não. Se a música que ressoava pela casa viesse do piano, esse era um bom dia.
Não sabia exatamente por que havia decidido colocar uma música para tocar no sistema de som da casa, mas talvez fosse meu subconsciente tentando arrumar um método de me acalmar; provocando uma memória agradável.
Subi e desci as escadas até o segundo andar tantas vezes que havia perdido a conta. Minhas mãos suavam excessivamente, obrigando-me a secá-las na calça que usava. Eu sabia que, se ele viesse, teríamos muito a dizer, muito a confessar um ao outro. Nada no nosso relacionamento poderia ser considerado normal. Mas eu sabia, lá no fundo, que éramos o encaixe certo, que nossas partes complexas se combinavam e até chegavam a fazer sentido juntas. Eu o via além da aparência, assim como sabia que ele me via da mesma forma. Nossas personalidades eram fortes e, vez ou outra, acabávamos entrando em brigas desnecessárias. Mas eu sempre cedia. Eu sempre era a primeira a pedir trégua. Porém, não daquela vez. Existia um limite e eu lhe disse: ”Dessa vez, não serei a primeira a pedir perdão”. Havia uma decisão a tomar, subentendida ali, naquela frase. Ele sabia disso. E eu esperei, pacientemente, por qualquer resposta que fosse. Mas estava começando a acreditar que o silêncio era a resposta. Aquilo havia criado um vazio em mim. Era uma solidão disfarçada, um abandono não declarado. Doía. Na minha cabeça, eu gostava de acreditar que havíamos sido feitos um para o outro.
Eu aguentaria esperar por mais horas e horas, mas, depois de uma seleção inteira de músicas ter tocado, eu deveria admitir que não adiantava mais me enganar. Ele não abaixaria a cabeça, não daria o braço a torcer por mim. Eu que sempre acreditara ser a mulher por quem um homem se renderia. Bom, talvez não aquele.
Desliguei o sistema de som, desci as escadas e peguei meu casaco, que eu tinha deixado em cima da poltrona. Olhei ao redor, para a casa que pertencera ao meu avô, e que agora era compartilhada por toda a família. Meu avô fazia falta. Permiti que lembranças boas me invadissem de novo, para trazer algum conforto. Respirei fundo e me virei em direção à porta, pronta para seguir meu caminho. E então, paralisei. Ali estava ele, ofegante como se tivesse acabado de correr uma maratona. Eu sabia o que aquilo significava, enquanto via um sorriso crescer em seus lábios. E eu também sorri, correndo para os braços dele. Pois, eu sabia o que ele havia feito por mim.
Não sabia exatamente por que havia decidido colocar uma música para tocar no sistema de som da casa, mas talvez fosse meu subconsciente tentando arrumar um método de me acalmar; provocando uma memória agradável.
Subi e desci as escadas até o segundo andar tantas vezes que havia perdido a conta. Minhas mãos suavam excessivamente, obrigando-me a secá-las na calça que usava. Eu sabia que, se ele viesse, teríamos muito a dizer, muito a confessar um ao outro. Nada no nosso relacionamento poderia ser considerado normal. Mas eu sabia, lá no fundo, que éramos o encaixe certo, que nossas partes complexas se combinavam e até chegavam a fazer sentido juntas. Eu o via além da aparência, assim como sabia que ele me via da mesma forma. Nossas personalidades eram fortes e, vez ou outra, acabávamos entrando em brigas desnecessárias. Mas eu sempre cedia. Eu sempre era a primeira a pedir trégua. Porém, não daquela vez. Existia um limite e eu lhe disse: ”Dessa vez, não serei a primeira a pedir perdão”. Havia uma decisão a tomar, subentendida ali, naquela frase. Ele sabia disso. E eu esperei, pacientemente, por qualquer resposta que fosse. Mas estava começando a acreditar que o silêncio era a resposta. Aquilo havia criado um vazio em mim. Era uma solidão disfarçada, um abandono não declarado. Doía. Na minha cabeça, eu gostava de acreditar que havíamos sido feitos um para o outro.
Eu aguentaria esperar por mais horas e horas, mas, depois de uma seleção inteira de músicas ter tocado, eu deveria admitir que não adiantava mais me enganar. Ele não abaixaria a cabeça, não daria o braço a torcer por mim. Eu que sempre acreditara ser a mulher por quem um homem se renderia. Bom, talvez não aquele.
Desliguei o sistema de som, desci as escadas e peguei meu casaco, que eu tinha deixado em cima da poltrona. Olhei ao redor, para a casa que pertencera ao meu avô, e que agora era compartilhada por toda a família. Meu avô fazia falta. Permiti que lembranças boas me invadissem de novo, para trazer algum conforto. Respirei fundo e me virei em direção à porta, pronta para seguir meu caminho. E então, paralisei. Ali estava ele, ofegante como se tivesse acabado de correr uma maratona. Eu sabia o que aquilo significava, enquanto via um sorriso crescer em seus lábios. E eu também sorri, correndo para os braços dele. Pois, eu sabia o que ele havia feito por mim.
Fim
Nota da autora: (27/05/2015) Oi, de novo! Sei que minhas histórias são curtinhas, mas espero que tenha gostado. Obrigada por ter lido! Beijos e até a próxima. <3
Outras Fanfics:
Song Of Farewell - Outros/Finalizada
14. Autumn Leaves - Ficstape Ed Sheeran
11. Restart - Ficstape do Sam Smith
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