Finalizada em: 11/01/2022

Capítulo Único

Eu sabia que aquela manhã seria péssima assim que abri meus olhos, o despertador não estava funcionando e eu estava atrasada para o trabalho, mais uma vez.
Levantei correndo, tentando encontrar uma roupa o mais rápido possível, porém, assim como minha vida, o meu quarto também estava um caos.
Encontrei um vestido solto e preto jogado dentro do guarda roupa, passei a mão rapidamente em um par de tênis branco e os calcei, mesmo me atrapalhando com os cadarços.
Me olhei rapidamente no espelho, o cabelo um pouco bagunçado e os olhos cansados sem maquiagem, decidi apenas prender o cabelo rapidamente e a maquiagem eu faria no caminho.
Desci rapidamente as escadas do apartamento, me atrapalhando com bolsa e chaves nas mãos.
Peguei o carro e para mais uma vez atrapalhar, ele não funcionava, fazia dias que ele enguiçou.
, você vai ter que ir a pé - sussurrei para mim mesma. Ok, era apenas algumas quadras, eu iria conseguir.
Cheguei cerca de uma hora e meia atrasada, meu chefe me mataria, pois havia avisado que se houvesse mais atrasos eu estava fora.
Assim que ia me dirigindo para a mesa, a secretária chegou um pouco de mansinho ao meu lado, com medo da minha reação.
? O chefe quer te ver na sala dele.
— Ele parece bravo? – disse, esperando uma reação contrária e ela apenas balançou a cabeça em sinal positivo.
Respirei fundo e fui até a sala do chefe. Dei uma leve batida na porta e coloquei minha cabeça para dentro.
— O senhor queria me ver? – disse, quase engolindo seco.
— Sente-se, . - Ele disse sem tirar os olhos do jornal em suas mãos.
— Olha, eu posso explicar meu atraso… - Eu ia começar a falar, mas ele me interrompeu.
- Sabe por qual motivo te contratei? Sempre achei que você tinha potencial e você tem, mas o que te atrapalha é as promessas que você sempre faz e não cumpre. Eu queria muito fazer algo, mas eu te avisei "mais um atraso e você está fora". Sinto muito, , pegue suas coisas.
— Ok e sinto muito - Eu respondi, engolindo o choro.
Sai da sala me sentindo completamente zonza, hoje realmente foi um péssimo dia. Peguei minhas coisas e comecei a caminhar sentido a minha casa.
Eu então pensei em , eu precisava encontrá-lo, meu então namorado que vivia mais ocupado do que eu.
Fazia algumas semanas que a gente não se via, apenas trocavámos mensagens curtas e extremamente rápidas. Nosso relacionamento estava abalado, assim como minha vida.
Decidi fazer uma surpresa, afinal, ele andava estudando tanto que seria bom. Passei na cafeteria favorita dele e pedi um café expresso e um muffin, seu prato predileto.
Toquei a campainha da casa de e ele simplesmente não aparecia, ele disse que estava estudando, não deveria ter saído - pensei comigo.
Decidi então abrir a porta com a chave reserva que ficava embaixo do tapete, melhor surpresa que essa não existia.
Entrei e a sala estava sem ninguém, nem ao menos a empregada, porém um barulho me deixou intrigada. Um gemido.
Minha mente simplesmente parou, eu não queria acreditar no que eu estava ouvindo.
— Não pode ser, eu ‘tô ouvindo coisa. - sussurrei e comecei a subir as escadas para o quarto, o som parecia aumentar.
Abri a porta devagar e lá estava ele, com uma garota loira, sem absolutamente nenhuma peça de roupa, cavalgando em seu colo.
! - eu gritei, mas a voz quase não saiu.
? - quase saltou, jogando a garota para fora da cama - O que você... O que você está fazendo aqui?
— Eu? Eu que te pergunto. Quem é ela? Eu não acredito que você estava me traindo - comecei a gritar, quase perdendo o controle da situação.
? Quem é ela? - A garota loira se aproximou dele com o lençol pelo corpo.
— Kristen, agora não - sussurrou para ela, então ela era a Kristen, a colega de faculdade. — , eu posso explicar.
— Você não tem nada para explicar, eu vi. Olha, quer saber, sempre foi um erro nós dois. Mas você podia ter sido homem o suficiente e ter terminado comigo, do que ficar me traindo com sua amiga. — Joguei o café e o muffin comprado nele e corri sem ao menos olhar para trás.
Parei na calçada, senti toda a ansiedade correr pelo meu corpo, eu nem conseguia respirar. Tudo havia acontecido rápido, o que mais poderia acontecer? Bem, tudo ainda poderia acontecer.
Caminhei sem rumo até encontrar um bar, fazia tanto tempo que não bebia que eu precisava.
Me sentei no balcão e pedi uma cerveja para começar, eu ainda senti as lágrimas no meu rosto e a mão tremendo, eu estava sozinha, eu queria minha casa.
— Oi, tudo bem? - Uma garota de cabelos ruivos sentou ao meu lado, ela era tão bonita que o bar todo olhava para ela.
— Não, não estou bem. – Respondi, tomando um gole da cerveja.
— É de se notar. A cerveja é um pouco fraca para sofrer. Vê para minha amiga um whisky. - Ela disse, sorrindo para o barman.
— Amiga? Eu nem te conheço. – Disse, um pouco confusa.
e você ? - Ela disse, sorrindo através dos lábios vermelhos.
. – Disse, tentando desviar do olhar dela, nunca senti atração por garotas, mas essa estava fazendo eu sentir coisas que nunca senti.
Ela se aproximou de mim, tomando um shot e colocando a mão na minha perna, a acariciando e eu apenas deixei.
— Por que não me conta o que aconteceu?
— Eu perdi meu emprego, eu acabei de achar meu namorado com a amiga dele na cama, eu ‘tô sozinha nessa cidade de lixo e eu só queria que tudo fosse diferente. – Disse, tomando um shot, já sentindo minha garganta queimar.
— Essa cidade é um lixo mesmo. Você não tem amigos? - Ela comentou, ainda alisando minha perna, como se pedisse permissão para algo.
— Não, eu me mudei por conta do idiota do meu ex-namorado. E nunca fui de muitos amigos.
— Bem, você acaba de ganhar uma amiga, ou mais que isso. - Ela falou, dando um sorriso um tanto safado.
— E você? O que faz aqui nesse lugar? – Disse, apontando para o bar, que mais parecia um lixão.
— Eu também terminei com meu namorado hoje e briguei com meus pais por telefone. Então achei que esse era o melhor lugar para terminar o dia. Mas parece que vou me surpreender.
— É sério? - estava desacreditada.
— Você não é a única que sofre nessa cidade, . - Ela dizer meu nome me fez sentir algo totalmente diferente.
— Você mora sozinha aqui? - perguntei, ela era tão interessante.
— Moro com meu irmão. Aliás, vocês iam combinar, quem sabe não te apresento.
Demos uma risada um pouco alta, como estava íntima de uma pessoa que nem conhecia?
- ? - ela me chamou e segurou minha mão. - Acho que seremos grandes amigas. Vou te dar até meu colar, isso só mostra que você não pode mais fugir.
Ela tirou o colar de pérolas do seu pescoço e parou atrás de mim, colocando o colar e passando as unhas pelo meu pescoço, senti um pequeno beijo no local que me fez sentir algo entre minhas pernas.
— Acho que você quer ser mais que amiga – ri. - Eu adorei o colar.
— Vou ser sua amiga, mas gosto de ser mais que amiga, ser como um namorado. - Ela disse, sussurrando no meu ouvido.
— Você quer… - Quase não consegui terminar a frase, pois ela me interrompeu.
— Só se você quiser… Se não seremos somente amigas, eu juro. Mas você me deu um certo… Tesão. - A última frase ela disse no meu ouvido e eu só conseguia concordar, eu realmente queria.
Quando me dei conta estávamos no banheiro feminino, ela trancou a porta e tirou a blusa mostrando um sutiã vermelho de renda que combinava com seu batom.
Ela se dirigiu até meus lábios e os atacou, era uma mistura de desejo e novos sentimentos.
, você não acha melhor ir devagar? - disse enquanto ela beijava meu pescoço.
— Você quer que eu pare? - Ela se separou e me olhou.
— Não, só não sei se é certo.
— Só estamos brincando e selando nossa amizade - sorriu e beijou meu seios que já estavam sem roupa, eu soltei um pequeno gemido e ela sorriu.
Estávamos sem roupa, uma acariciando a outra, quando sinto ela se abaixando e indo direto para minha intimidade.
Ela fazia isso muito bem, melhor do que qualquer cara.
Foi quando eu decidi fazer o mesmo com ela, a tirei de minhas pernas e a coloquei sentada na pia, e logo comecei a estimulá-la.
! - Ela quis gritar e eu fiquei com medo de alguém ouvir. - Mais rápido!
Ela estava quase lá, quando alguém bateu na porta.
— Vão para um motel, dou 5 minutos para vocês duas saírem daí.
começou a rir e meu deu um beijo. Ela já saiu pegando as roupas e eu a segui.
Ela já ia saindo do banheiro e sussurrou.
— Você já pagou?
— Não, eu ainda vou fazer isso...
— Se prepara para correr - Ela nem terminou e correu em direção a porta.
Nós duas corremos e gritamos, só conseguimos ouvir o dono nos xingando.
Chegamos a uma rua um pouco deserta, eu queria muito terminar o que havia acontecido no banheiro, mas ela parecia não se importar.
— Você é maluca, , sabia? – disse, rindo com as mãos na cintura.
— Eu sei. - Ela acendeu um cigarro entre os dentes.
— O que vamos fazer agora? - Eu disse, pegando o cigarro dos seus lábios e dando um trago.
— Você comentou do seu namorado, por que terminaram?
— Ele me traiu com a amiga dele, a Kristen. – Disse, olhando para o chão.
— Kristen Bellini? - me olhou estranho.
— Como sabe?
— Essa garota é uma vadia, ela já pegou meu ex-namorado também.
— Achei que gostava de garotas. – Disse, sem graça.
— Foi a primeira vez que fiquei com uma garota. E você foi ótima. - riu e soltou a fumaça do cigarro.
— A minha também - Senti meu rosto corar.
— Vem, vamos até um lugar - Ela estendeu a mão para que eu levantasse.
Andamos ao centro da cidade e ela parou em um apartamento, minhas mãos estavam geladas.
— Onde estamos? – Disse, tentando decidir o lugar.
— É a casa da Kristen. Nós duas temos algo para resolver. Sem medo, .
Entramos na casa e de alguma forma conseguiu abrir a porta. Ela entrou em silêncio, observando o lugar.
Em questão de segundos, jogou um vaso de flores no chão.
— Ops. Foi sem querer - riu.
Eu não conseguia falar nada, apenas a seguia. começou a quebrar as coisas do apartamento, encheu uma sacola com roupas que ela achava maneira e as que não achava, ela rasgava.
— Que tal a gente fazer um karaokê? - ria.
— Alguém pode chegar – disse, com medo.
— Vem, vai ser divertido - disse, colocando várias joias em mim e ligando o som - Vai dizer que não gosta de Spice Girls?
— Eu adoro Spice Girls - disse e começamos a cantar e dançar, comecei a ajudá-la a quebrar algumas coisas.
Eu nunca havia me sentindo tão viva, foram semanas intensas e fizemos tudo o que tínhamos direito, fomos melhores amigas e basicamente namoradas.
Porém, nem tudo ficaria bem. Uma certa noite decidi dar uma festa em casa, não chegava nunca.
Foi quando ela apareceu e meu coração acelerou, ela usava um vestido branco colado no corpo, porém algo me fez paralisar, um rapaz estava de mão dada com ela.
, você está linda - Ela comentou, me abraçando.
, quem é ele? - Disse baixo, o observando.
— Andrew, ele é meu namorado - Ela falou, apresentando o garoto de cabelos pretos e olhos claros.
— Prazer - ele disse com a voz rouca.
— A gente, pode conversar? - puxei .
— Aconteceu alguma coisa?
— Desde quando você namora? Eu achei que a gente tinha algo…
— Nós somos amigas, , nunca disse que éramos namoradas. Você não se apaixonou por mim, não é?
— Claro que não.
, tudo bem se apaixonar. Eu não quero que se machuque, mas eu sempre avisei que éramos amigas com privilégios.
— Talvez eu tenha entendido errado. Me desculpa, .
me abraçou forte e deu um beijo forte em minha bochecha.
A festa se encerrou e os dias foram corridos, indo atrás de um novo emprego, eu estava exausta.
Recebi uma mensagem de :


Online

Festa do pijama hoje? Quero que conheça algumas amigas



Festa? Pessoas novas? Era isso que eu precisava. Descansar.
A noite chegou e fui até o apartamento de , a música alta e luzes por baixo da porta, algo dizia que a festa seria boa.
Toquei a campainha e surgiu de roupão e logo me puxou para dentro, havia cerca seis garotas lá dentro, cada um com um estilo.
Bebemos juntas e começamos a contar nossas histórias e segredos, era como se eu conhecesse todas há anos e fossem minhas melhores amigas.
— Eu tenho uma máquina de tatuagem, o que acham de selarmos essa amizade? - A garota de cabelos azuis disse rindo e se sentando na cama.
Foi então que decidimos tatuar a mesma frase em nós, eu escolhi fazer em minha costela e fez no final das costas.

"Minhas amigas são meu namorado"

Nós dançamos com a música alta, a bebida entorpecendo os sentidos e eu me sentia viva.
Foi quando senti a mão de em meu rosto e me puxando para um beijo quente.
Após ela descolar os lábios dos meus, ela apenas disse:
- Daqui até a eternidade.
Voltei a beijá-la e faria isso pela eternidade, mesmo ela não sendo minha namorada, poderíamos aproveitar sempre juntas.
Afinal, ela nunca terminaria comigo.




Fim!



Nota da autora: Olá, espero que tenham gostado tanto quanto eu amei escrever essa história. ❤️
Beijinhos e até a próxima.



Outras fanfics: Accidentally Love

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