Capítulo Único
Entrei no pub, estava lotado, pensei três vezes antes de avançar. ''Vamos, ! Você precisa disso.'' Obrigada, cérebro, mas eu já sei. Caminhei decidida até o balcão e pus meus cotovelos em cima da mesa, encaixando minha cabeça entre as minhas mãos.
- Vai querer algo? - levantei o olhar ao barman que me encarava com cara de tédio e suspirei.
- Água. - respondi e o vi rolar os olhos antes de entrar em uma porta entre as prateleiras cheias de copos e garrafas.
- Quem vem a um pub para beber água? - ouvi uma voz incrivelmente sedutora ao meu lado e encarei o dono da voz. - Provando a alguém que não é certinha ou levou um pé na bunda? - perguntou, arqueando uma sobrancelha e deu um gole em sua bebida vermelha.
- Foda-se. - disse e engoli a vontade de rir, poucas vezes eu me permitia dizer palavras de baixo calão.
- Pé na bunda, não podia ser mais clara. - rolei os olhos e o vi sorrir. O barman trouxe minha água e a jogou violentamente sobre o balcão, acho que eu não era a única a ter um dia ruim. - Não é nada pessoal, ele só está com raiva porque a água é grátis. - o dono da voz rouca disse e apontou com a cabeça um cartaz que dizia: "Água gratuita".
- Por que tá falando comigo? - perguntei e ele me encarou.
- A pergunta certa é por que você não está falando comigo? - retrucou e piscou marotamente. - A propósito, meu nome é . . para os mais íntimos ou para garotas como você.
- Você é o tipo de cara que tem Narciso como ídolo e referência, não é? - perguntei e ele riu. - Como assim garotas como eu? - eu sei, deveria ter me calado quando tive a chance, mas qual o problema de ser curiosa?
- Bonitas. - tudo bem, talvez não fosse só curiosidade. - Frágeis, divertidas e pelo visto, inteligentes. - arqueou uma sobrancelha. - Por que eu teria Narciso como ídolo?
- Você fica falando como se soubesse exatamente o que acontece comigo, como se conhecesse tudo e a todos apenas por ser você. - respondi e ele riu, observando uma mulher que havia encostado no balcão, do seu lado. - Homens.
- Vai dizer que você não olha os homens? - perguntou e eu arqueei as sobrancelhas. - As mulheres analisam os homens, não perdem qualquer detalhe e não são julgadas. - bebeu o resto do líquido vermelho que havia sobrado e então encarou o copo. - Se os homens fazem isso, se torna errado. - deu de ombros e então me encarou. Passei a ficar incomodada com seu olhar sobre mim e voltei a observar o pub. Pessoas dançando, bebendo, se pegando... iupi.
- ?! Que surpresa! - ouvi a voz de Donavan atrás de mim e bebi minha, antes esquecida, água, em uma tentativa falha de ignorá-lo. Ele se colocou na minha frente e eu gelei. Droga! - Aproveitando a solidão em um pub? - ele segurava uma garota pela cintura.
- Boa noite, Donavan, a lua está linda hoje, não acha? - continuei no meu plano de ignorá-lo e a garota arqueou as sobrancelhas me olhando como se eu fosse uma formiguinha sem pernas. - Prazer, . - estendi a mão para a senhorita "eu tenho piercing no nariz e foda-se o resto'' e fiquei no vácuo.
- Você tem um senso de humor incrível. - Donavan arqueou uma sobrancelha e riu sarcasticamente antes de continuar. - Adorava isso quando namorávamos, antes de perceber que as outras me dariam o que eu queria. - concluiu com um sorriso malicioso e eu bufei, me lembrando de todas as vezes que o peguei na cama com outras.
- Você deve se arrepender muito. - mão na minha cintura, cheiro de hortelã. Voz incrivelmente sedutora. . O que ele tá fazendo? - Não existe mulher como a .
- E você? - Donavan perguntou, cruzando os braços na altura do peito, e riu.
- Admirador, apaixonado, namorado. Dê o nome que quiser, todos são verdade. - disse e eu sorri, entrando na brincadeira.
- Bom saber que seguiu em frente. - Donavan disse e a garota beijou seu pescoço, depois seu rosto, e logo estavam se beijando. Não sentia paixão por ele, não tinha qualquer tipo de sentimento bom em relação a ele, e, ironicamente, não o odiava. Entretanto, doía, vê-lo ali com outra garota, isso me lembrava das vezes que chorava e me odiava por não sentir nada por ele, e mesmo sabendo que aquele idiota me traía, não tinha coragem de terminar. - Aproveitem, casal. - Donavan disse e saiu, provavelmente para chegar aos "finalmentes" com aquela garota.
- E então... - começou e eu me afastei dele. - Quer falar sobre isso? - perguntou, mordendo levemente os lábios e eu sorri acidamente.
- Por quê? - perguntei e ele franziu as sobrancelhas. - Não responda, - continuei quando ele abriu a boca para falar algo. - já sei. Porque sou uma garota, e garotas adoram falar sobre desgraças e ex-namorados que não valem um mísero pedaço de menos de um milímetro de papel.
- Porque você tem algo que me atrai. - respondeu e minha boca se abriu, eu não sabia lidar com isso, nunca soube. - Porque eu vejo uma imensa vontade de viver a vida sem se importar com a droga do mundo, nos seus olhos. - suspirou e se aproximou, fazendo o meu coração acelerar. - Porque eu estou disposto a te ensinar a viver a vida loucamente sem ter tempo para se arrepender. - sussurrou e puxou meu corpo ao encontro do seu. Seu nariz fez desenhos abstratos na minha bochecha direita antes de seus dentes morderem levemente minha orelha. Seu cheiro invadia meus pulmões e me trazia uma confusão de sentimentos. Euforia. Calma. Felicidade. Ansiedade. Medo. Assim que me dei conta do que estava acontecendo o afastei, com a respiração falha, e ele me encarou com um sorriso. - Não é tarde para recuperar a noite. - disse e o encarei com um ponto de interrogação impresso na minha cara. - Se você quiser, é claro.
- Por quê? - perguntei e ele gargalhou, como se minha pergunta fosse a piada mais engraçada que ele já tivesse escutado. - Por quê? - insisti e ele acariciou meu rosto.
- Porque eu sou um garoto cheio de segundas intenções. - disse em um tom baixo e eu estremeci. me fazia sentir coisas que nunca imaginei que fossem possíveis, e isso me assustava. Uma contradição havia se instalado em mim no momento em que aquela voz rouca entrou em meus ouvidos, e ao mesmo tempo em que me sentia presa, me sentia livre, era como se a prisão não me incomodasse porque meu carcereiro era ele. Mas continuava presa.
- Por que não vai embora? - perguntei e ele rolou os olhos.
- Acredite se quiser, mas não vou encontrar ninguém melhor lá fora. - riu e dei de ombros.
- Como pretende fazer isso? - perguntei e ele se aproximou, recuei dois passos e ele riu.
- Primeiro, não se pede água em um pub. - disse em tom brincalhão e eu ri. - Segundo, não sei seu sobrenome. - franzi as sobrancelhas, eu não me apresentei? - Seu X- Man te chamou de , mas não disse seu sobrenome.
- . , prazer. - disse e ele sorriu, mordi meu lábio inferior e seu olhar se prendeu ali, me fazendo desfazer a ação rapidamente.
- Terceiro, não tenha medo de ser sexy. - disse e virou as costas, me deixando sozinha ali. Se essa era a ideia dele de me ajudar, acho que fico melhor sozinha, obrigada! Fechei meus olhos e respirei fundo, senti alguém segurando meu pulso e logo fui arrastada, o perfume de hortelã invadiu meus pulmões antes que conseguisse abrir os olhos.
- Onde vamos? - perguntei e ele sorriu, parando de andar e se aproximando. Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e uniu nossos corpos. - Onde vamos? - insisti e ele deu um beijo em minha bochecha, antes de me puxar novamente. Parei e o fiz soltar meu braço. - Onde nós vamos? - perguntei novamente, cruzando os braços e ele continuou com aquele sorriso sarcástico incrivelmente sexy no rosto.
- Aparentemente a lugar nenhum, já que você não se deixa levar. - disse cruzando os braços e arqueando a sobrancelha esquerda em desafio. Bufei.
- Tenho o direito de saber o lugar onde está querendo me levar. - disse e ele respirou fundo. Rolei os olhos e o vi gargalhar. - Qual o seu problema?
- Qual o seu problema? - retrucou e eu arqueei as sobrancelhas. - Nem lembra que já me conhecia antes de hoje. - murmurou para si mesmo, mas claro que eu escutei. Proximidade tem seus prós e contras. Não sei em qual categoria se encaixa o meu atual conhecimento sobre a minha memória.
- De onde eu te conhecia? - perguntei e ele arregalou os olhos. - Sim, eu ouvi. Agora será que pode acabar com o mistério?
- Será que você pode vir comigo? - perguntou. - Sem perguntas, só se joga. Se permita se perder desta vez. Comigo. - disse, me fazendo estremecer mais uma vez. Segurei sua mão e ele sorriu. Sorri involuntariamente. Que droga esse cara tá me dando?
***
Dez minutos com no carro, dois minutos sem ele agora. Ele me trouxe ao lago, do outro lado estava tendo uma festa, não conheço o motivo, mas nos dias de hoje quem tem motivo para dar festas? havia parado o carro na parte deserta do lago e descido. Eu continuava ali, apenas o observando. Ele tirou os sapatos e sentou na grama, abraçando as pernas, olhando fixamente para o lago. Respirei fundo, desci do seu Audi e sentei ao seu lado. Vi pelo canto do olho que me encarava e abracei minhas pernas.
- Desculpe ter dito que não se lembrava de mim. - ele se pronunciou e eu o encarei. - Nem sei se você sabia que eu existia, quer dizer... - mexeu nos cabelos nervosamente e suspirou. - Sei lá.
- Tudo bem. - olhei para o céu e ri, tirando meus tênis. - A lua tá linda mesmo. - disse, me lembrando do que havia dito a Donavan no pub, me encarou como se compreendesse minha risada.
- O que acha de dar um mergulho? - me perguntou e eu o encarei como se ele fosse um gato querendo dançar.
- Você é um idiota. - disse e ele riu.
- Eu sei disso, perguntei o que você acha de dar um mergulho. - replicou, como se explicasse a uma criança que "porque sim" não é resposta.
- , a água deve estar congelando. - disse e ele arqueou as sobrancelhas. - Deve ter icebergs lá dentro.
- Então que bom que não estaremos em um navio. - disse e riu. - Vamos, . Qualquer coisa eu te salvo. Posso ser seu super-herói. - concluiu, piscando galanteador, e nós gargalhamos.
- É bom que você tenha sido chamado para a Liga da Justiça. - disse, enquanto me levantava. - Não quero um super-herói incompetente tomando conta de mim. - Ri e tirei meu vestido. ficou me encarando estático. - Eu não vou molhar meu vestido, posso molhar seu carro. - disse, tentando esconder minha vergonha.
- Oh, Sim. - se levantou e tirou a camisa. - Isso seria horrível. - concluiu e sorriu, tirando a calça. Sorri cúmplice e corremos para a ponta do lago. - No três. Um, dois, três! - fez a contagem e nós pulamos, a água estava congelando, mas eu não queria sair. e eu rimos feito loucos e fizemos guerrinha d'água.
De repente, ele mergulhou e eu não consegui mais vê-lo, então o desgraçado puxou minha perna e me afundou. Assim que subi à superfície, me puxou pela cintura e nossa distancia só poderia ser medida em milímetros. Meu coração acelerou e os fogos no céu, por conta da festa do outro lado, não me importavam. olhou nos meus olhos e a sua expressão mostrava que ele tentava ler minha mente. Ou conseguia. Não conseguia desviar o olhar. Não queria desviar o olhar. começou a fazer carinho com seu nariz, desenhando nas minhas bochechas, depois espalhou beijos por todo o meu rosto. Testa. Sobrancelhas. Bochechas. Nariz. Roçou seu nariz no meu e senti sua respiração tão descompassada quanto a minha. Coloquei minhas mãos em seu pescoço e fiz carinho em sua nuca.
- Recupere a noite. - sussurrou e a distância entre as nossas bocas foi quebrada. Seus lábios encostavam nos meus com muita delicadeza, como se estivesse com medo. Suas mãos apertavam minha cintura com força, como se quisesse fundir nossos corpos. Dei passagem para sua língua e ele aprofundou o beijo. Antes era calmo e receoso, agora urgente e necessitado. Era como se tivesse esperado a vida inteira por isso, como se tivesse nascido apenas para fazer isso. quebrou o beijo com selinhos e desceu os beijos pelo meu pescoço, Suas mãos desceram pelo meu corpo até chegarem as minhas coxas fazendo uma pressão ali, dei um impulso e entrelacei minhas pernas em sua cintura. Sua boca foi aos meus ouvidos e eu estremeci com o som da sua voz. - Você vai me enlouquecer.
- Você já está me enlouquecendo. - repliquei e o senti sorrir, sorri involuntariamente. me olhou nos olhos e eu desci. - Tá frio. - disse e ele continuou me encarando. - A água tá gelada. - tentei mais uma vez e ele balançou a cabeça.
- Vem, vamos sair daqui. - disse e me abraçou pelos ombros, me guiando para fora do lago. Jogamo-nos na grama e gargalhamos.
- Nunca pensei que fosse fazer isso na minha vida! - disse rindo e ele me encarou sorrindo.
- Você é linda. - disse e eu encarei a grama, completamente corada. Ele riu e segurou meu rosto levemente, o levantando, me obrigando a encará-lo. - Linda. - sorriu e eu abaixei o olhar. me abraçou e eu me aninhei. - Nunca me senti tão confortável servindo de travesseiro para uma garota.
- Você tá estragando o momento. - disse e ele riu.
- Como eu posso estar estragando o momento? - perguntou, me abraçando mais forte. - Disse que estou confortável. - suspirou.
- Você me fez pensar em como você deve ser com outras garotas, sei lá. - suspirei. - É estranho. Não quero pensar nisso agora.
- Por quê? - perguntou e eu ri.
- Porque é estranho. - repeti e ele riu. - Por que tá sendo tão legal comigo? - perguntei e ele soltou o abraço para ficar na minha frente. Não gostei disso. Não gostei de não ter gostado.
- Já te disse. Você tem algo que me atrai. - disse e riu. - E claro, sou um garoto cheio de segundas intenções. - sorriu malicioso e eu ri, dando um soquinho em seu ombro. - Esse é o sinal de uma garota apaixonada, sabia? - disse e eu franzi as sobrancelhas. - Soco no ombro. Garotas apaixonadas fazem isso.
- Você acha que eu estou apaixonada por você? - perguntei, arqueando as sobrancelhas e ele deu de ombros. - Eu estou só te usando, baby.
- Nesse caso, pode me usar à vontade. - disse e piscou. - Eu realmente não me importo. - concluiu e me puxou, me colocando entre suas pernas e me abraçando. - Não se você me garantir exclusividade. - sussurrou no meu ouvido e fez carinho em meu pescoço com seu nariz. - Melhor irmos, temos um lago para atravessar. - disse e eu uni as sobrancelhas, ficando de frente para ele. - Vamos à festa, faz parte do seu processo de dar um belo foda-se a tudo.
- Nós estamos molhados. - disse e ele riu, se levantando. - . - o repreendi e me levantei.
- Viva a vida intensamente e não tenha tempo para se arrepender. - disse e me jogou o vestido. - Vamos, . - bufei e vesti o vestido, vendo-o vestir sua calça e camisa. Pegamos nossos sapatos e colocamos no carro, me convenceu de que iriamos a pé e descalços, só para aumentar a adrenalina.
- Se queria adrenalina era só ir a uma tirolesa, você sabe que eu posso me cortar, certo? - perguntei, olhando fixamente para o chão com medo de ter vidro ou qualquer coisa com potencial para me fazer derramar sangue. me pegou no colo rindo e eu o acompanhei.
- Pronto, neurótica. - disse rindo e eu o agarrei mais forte. - Se eu soubesse que seria assim, já teria te carregado há muito tempo. - murmurou e eu ri baixinho, inalando seu cheiro. me colocou no chão e me baseando na altura do som, já havíamos chegado à tal festa. Novamente, ele me deixou sozinha, a diferença é que agora eu não tinha ideia do que fazer. - Primeiro passo, Dry Martini. - me estendeu uma bebida e eu a tomei em um gole, arregalando os olhos em seguida, riu e eu o acompanhei, ainda sentindo minha garganta queimar.- Easy, girl. Easy.
- O que é isso? - perguntei e tossi um pouco.
- Gim e Vermute. - disse e riu. - Era pra começar devagar. - me repreendeu de brincadeira e nós gargalhamos.
Yeah, this was your city
(Sim, essa era sua cidade)
You did it all and more
(Você fez tudo e um pouco mais)
Broke every law except for one, babe
(Quebrou todas as regras, exceto por uma, querida)
Take back the night do Justin Timberlake, tocou e eu senti uma imensa vontade de dançar. Puxei pela gola da camisa até a pista de dança e ele sorriu, mordendo o lábio inferior.
Attraction, Are you ready?
(Atração, Você está pronta?)
I Know you fell it
(Sei que você sente)
Pull your nearer 'til you feel it again, Oh
(Puxo você mais perto, até que você sinta isso de novo)
I Want to do something right
(Quero fazer algo certo)
But we can do something better
(Mas nós podemos fazer algo melhor)
Ain't no time like tonight
(Não existe um momento como hoje a noite)
And we ain't trying to save it 'for later
( E estamos tentando guardá-lo para mais tarde)
Stay out here living the life
(Fique aqui, vivendo a vida)
Nobody cares who we are tomorrow
(Ninguém liga pra quem seremos amanhã)
You got that little something I like
(Você tem uma coisinha que eu gosto)
A little something I've been wanting to borrow
(Uma coisinha que quero emprestada)
A letra da música me lembrava as palavras que me disse durante toda a noite, distribui beijos pelo seu pescoço e ele riu, me girando como se faz na valsa.
Tonight's the night, come on surrender
( Hoje é a noite, venha e se renda)
I won't lead your love astray, astray, yeah
(Não vou guiar o seu amor perdido)
Your love's a weapon
( Seu amor é uma arma)
Give your body some direction
( Dar ao seu corpo uma direção)
That's my aim
( É o meu objetivo)
Then, we could
( Então, nós poderiamos)
Take back the night
(Recupere a noite)
Come on, use me up until there's nothing left
(Vamos, me use até não sobrar mais nada)
Take back the night
(Recupere a noite)
Recupere a noite. Acho que já estava mais do que recuperada. sorriu para mim e eu retribui, ele me girou novamente, me deixando de costas para ele. Passou a distribuir beijos no meu pescoço e eu inclinei minha cabeça para a direita.
Dizzy, spinning, sweating
( Bebendo, girando, suando)
You can't catch your breath
(Você não consegue recuperar o folego)
Take back the night
(Recupere a noite)
Ooh, don't know when the sun is rising next
(Não sei quando o sol vai se pôr)
Take back the night
(Recupere a noite)
So if the feeling's right, raise your glass and let's
(Entao, se essa sensação é boa, brinde e vamos lá)
Take back the night, take back the night
(Recupere a noite, Recupere a noite)
They gon' try to shut us down
(Eles vão tentar nos parar)
I'll be damned if we gon' let them
(Serei condenado se não deixá-los)
Take back the night, take back the night
(Recupere a noite, Recupere a noite)
You know you gon' mess around
(Você sabe que vai causar problemas)
And find out there ain't no one better
( Não vai encontrar ninguém melhor lá fora)
Take back the night, oh
(Recupere a noite)
Rare, there's not too many
(Raros, não existem muitos)
No one but you and crowded rooms
(Ninguém além de você e os quartos lotados)
We can do anything (yeah)
(Nós podemos fazer qualquer coisa)
Attraction can drive you crazy
(Atração pode te deixar louca)
The way you move, you go crazy
(Do jeito que você se mexe, fica louca)
That's incentive for me
(é um incentivo pra mim)
A atração que eu sentia por era palpável, não tenho dúvidas de que isto estava me enlouquecendo, de um jeito bom, claro. mordeu meu lóbulo e o puxou.
- ''The way you move, you go crazy, That´s incentive for me" - cantou no meu ouvido e eu sorri.
I Want to do something right
(Quero fazer algo certo)
But we can do something better
(Mas nós podemos fazer algo melhor)
Ain't no time like tonight
(Não existe um momento como hoje a noite)
And we ain't trying to save it 'for later
( E estamos tentando guardá-lo para mais tarde)
Stay out here living the life
(Fique aqui, vivendo a vida)
Nobody cares who we are tomorrow
(Ninguém liga pra quem seremos amanhã)
You got that little something I like
(Você tem uma coisinha que eu gosto)
A little something I've been wanting to borrow
(Uma coisinha que quero emprestada)
Tonight's the night, come on surrender
( Hoje é a noite, venha e se renda)
I won't lead your love astray, astray, yeah
(Não vou guiar o seu amor perdido)
Your love's a weapon
( Seu amor é uma arma)
Give your body some direction
( Dar ao seu corpo uma direção)
That's my aim
( É o meu objetivo)
Then, we could
( Então, nós poderiamos)
Take back the night
(Recupere a noite)
Come on, use me up until there's nothing left
(Vamos, me use até não sobrar mais nada)
Take back the night
(Recupere a noite)
Dizzy, spinning, sweating
( Bebendo, girando, suando)
You can't catch your breath
(Você não consegue recuperar o folego)
Take back the night
(Recupere a noite)
Ooh, don't know when the sun is rising next
(Não sei quando o sol vai se pôr)
Take back the night
(Recupere a noite)
So if the feeling's right, raise your glass and let's
(Entao, se essa sensação é boa, brinde e vamos lá)
Take back the night, take back the night
(Recupere a noite, Recupere a noite)
They gon' try to shut us down
(Eles vão tentar nos parar)
I'll be damned if we gon' let them
(Serei condenado se não deixá-los)
Take back the night, take back the night
(Recupere a noite, Recupere a noite)
You know you gon' mess around
(Você sabe que vai causar problemas)
And find out there ain't no one better
( Não vai encontrar ninguém melhor lá fora)
se afastou de mim e eu o encarei confusa, com um sorriso brincando nos lábios.
- Continue. - sibilou. - Quero te ver dançando.
Sorri e me mexi do jeito que dava, nunca fui boa dançarina. Fechei os olhos e tentei seguir o ritmo da música, quando os abri estava me encarando com um sorriso vitorioso nos lábios. Gargalhei e continuei, cansei de dançar sozinha e fui até ele. Mordi meu lábio inferior e o puxei pela gola da camisa.
Take back the night, break down, break down
(Recupere a noite, Faça uma pausa)
Yeah yeah
And the horns say, alright
( E os caras dizem, muito bem)
And the horns say, alright
( E os caras dizem, muito bem)
Ooh, and the horns say, alright
(Ooh, e os caras dizem, muito bem)
And the horns say
( E os caras dizem)
Doo doo doo doo doo doo doo
Take it over
(Assuma o comando)
Yeah, yeah
A música acabou e todos aplaudiram o DJ. Encarei e ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Obrigada. - agradeci e ele piscou.
- Agora vem comigo, . - me puxou novamente e dessa vez não hesitei nem por um segundo, não sei de onde veio essa confiança súbita em , mas ele havia conseguido. Nós fizemos novamente o trajeto de volta ao carro e desta vez fui caminhando. Assim que chegamos, nos jogamos na grama. sentado e eu no colo dele. brincava com os meus dedos e eu suspirei.
- Me disseram que eu era certinha demais. - confessei e ele murmurou algo que não entendi. - Por isso estava no pub, me disseram que eu era incapaz de me divertir. Que por causa disso nenhum cara se aproximaria de verdade. - conclui e ele riu.
- Provou o contrário. - disse e me deu um beijo na bochecha.
- Quero ver quem vai acreditar. - murmurei e ele riu.
- Não precisa que ninguém acredite, aconteceu. - sussurrou em meu ouvido. - Ponto.
- No fim das contas você estava certo. - ri baixinho. - Narcisista. - ouvi ele suspirar.
- Preciso te contar uma coisa. - ele disse e eu murmurei para que continuasse. - Eu... - suspirou. - Eu sou completamente apaixonado por você, . - arregalei os olhos e congelei. - Desde a 7ª série.
- O quê? - me virei rapidamente para ele e ele desviou o olhar. - ? - puxei seu rosto para que me encarasse. - Me explica, por favor. - mordi o lábio e ele suspirou.
- Você era a aluna nova e... - riu levemente. - incrível. Eu nunca consegui falar com você, quer dizer, já disse oi, ou bom dia, ou o dever de matemática é pra hoje? - nós rimos. - No segundo ano eu me mudei, mas não conseguia te tirar da cabeça, quer dizer, era loucura, certo? - ele abaixou o olhar e então balançou a cabeça, me encarando. - Vim fazer faculdade aqui pra ter a chance de te ver de novo, ou de falar com você. Você não tem ideia de quantas vezes eu sonhei com você, que eu imaginei como seria se... - suspirou. - se eu te encontrasse. Então te vi no pub e, caramba, não podia ser você! Eu não acreditei, precisava falar com você, então resolvi bancar o idiota, assim não pareceria um bobo apaixonado. - analisou minha expressão com medo e suspirou. - Eu não tenho dúvidas, , de que você é minha. Quer dizer, se você quiser, eu não sou louco ou algo assim. - eu ri e ele sorriu. - Adoro te ver sorrindo, faz tudo valer a pena. - analisei as palavras dele e mordi o lábio inferior antes de respirar fundo.
- Eu não posso dizer que sentia alguma coisa por você na época, mas eu confesso que você me chamava atenção. Quer dizer, o garoto com um caderno e uma caneta na mão aonde quer que fosse não passava despercebido. - sorri e ele riu. - O que faremos agora? - suspirei.
- Bem... - me deu leves selinhos e então me deitou na grama. - Nós podemos nos conhecer melhor... - eu ri e ele me deu outro selinho. - E já que a noite foi recuperada, posso te ensinar a se perder mais um pouquinho. - sussurrou no meu ouvido e, finalmente, me beijou como eu queria. Coloquei minhas mãos em seu cabelo e os puxei levemente, fazia carinho em minha cintura e com a outra mão pressionava minha coxa. Entrelacei as pernas em sua cintura o trazendo mais perto e mordi seu lóbulo.
- Se eu me perder esta noite, Eu acho ótimo que seja com você. - sussurrei em seu ouvido e o vi sorrir lindamente antes de me beijar mais uma vez.
- Vai querer algo? - levantei o olhar ao barman que me encarava com cara de tédio e suspirei.
- Água. - respondi e o vi rolar os olhos antes de entrar em uma porta entre as prateleiras cheias de copos e garrafas.
- Quem vem a um pub para beber água? - ouvi uma voz incrivelmente sedutora ao meu lado e encarei o dono da voz. - Provando a alguém que não é certinha ou levou um pé na bunda? - perguntou, arqueando uma sobrancelha e deu um gole em sua bebida vermelha.
- Foda-se. - disse e engoli a vontade de rir, poucas vezes eu me permitia dizer palavras de baixo calão.
- Pé na bunda, não podia ser mais clara. - rolei os olhos e o vi sorrir. O barman trouxe minha água e a jogou violentamente sobre o balcão, acho que eu não era a única a ter um dia ruim. - Não é nada pessoal, ele só está com raiva porque a água é grátis. - o dono da voz rouca disse e apontou com a cabeça um cartaz que dizia: "Água gratuita".
- Por que tá falando comigo? - perguntei e ele me encarou.
- A pergunta certa é por que você não está falando comigo? - retrucou e piscou marotamente. - A propósito, meu nome é . . para os mais íntimos ou para garotas como você.
- Você é o tipo de cara que tem Narciso como ídolo e referência, não é? - perguntei e ele riu. - Como assim garotas como eu? - eu sei, deveria ter me calado quando tive a chance, mas qual o problema de ser curiosa?
- Bonitas. - tudo bem, talvez não fosse só curiosidade. - Frágeis, divertidas e pelo visto, inteligentes. - arqueou uma sobrancelha. - Por que eu teria Narciso como ídolo?
- Você fica falando como se soubesse exatamente o que acontece comigo, como se conhecesse tudo e a todos apenas por ser você. - respondi e ele riu, observando uma mulher que havia encostado no balcão, do seu lado. - Homens.
- Vai dizer que você não olha os homens? - perguntou e eu arqueei as sobrancelhas. - As mulheres analisam os homens, não perdem qualquer detalhe e não são julgadas. - bebeu o resto do líquido vermelho que havia sobrado e então encarou o copo. - Se os homens fazem isso, se torna errado. - deu de ombros e então me encarou. Passei a ficar incomodada com seu olhar sobre mim e voltei a observar o pub. Pessoas dançando, bebendo, se pegando... iupi.
- ?! Que surpresa! - ouvi a voz de Donavan atrás de mim e bebi minha, antes esquecida, água, em uma tentativa falha de ignorá-lo. Ele se colocou na minha frente e eu gelei. Droga! - Aproveitando a solidão em um pub? - ele segurava uma garota pela cintura.
- Boa noite, Donavan, a lua está linda hoje, não acha? - continuei no meu plano de ignorá-lo e a garota arqueou as sobrancelhas me olhando como se eu fosse uma formiguinha sem pernas. - Prazer, . - estendi a mão para a senhorita "eu tenho piercing no nariz e foda-se o resto'' e fiquei no vácuo.
- Você tem um senso de humor incrível. - Donavan arqueou uma sobrancelha e riu sarcasticamente antes de continuar. - Adorava isso quando namorávamos, antes de perceber que as outras me dariam o que eu queria. - concluiu com um sorriso malicioso e eu bufei, me lembrando de todas as vezes que o peguei na cama com outras.
- Você deve se arrepender muito. - mão na minha cintura, cheiro de hortelã. Voz incrivelmente sedutora. . O que ele tá fazendo? - Não existe mulher como a .
- E você? - Donavan perguntou, cruzando os braços na altura do peito, e riu.
- Admirador, apaixonado, namorado. Dê o nome que quiser, todos são verdade. - disse e eu sorri, entrando na brincadeira.
- Bom saber que seguiu em frente. - Donavan disse e a garota beijou seu pescoço, depois seu rosto, e logo estavam se beijando. Não sentia paixão por ele, não tinha qualquer tipo de sentimento bom em relação a ele, e, ironicamente, não o odiava. Entretanto, doía, vê-lo ali com outra garota, isso me lembrava das vezes que chorava e me odiava por não sentir nada por ele, e mesmo sabendo que aquele idiota me traía, não tinha coragem de terminar. - Aproveitem, casal. - Donavan disse e saiu, provavelmente para chegar aos "finalmentes" com aquela garota.
- E então... - começou e eu me afastei dele. - Quer falar sobre isso? - perguntou, mordendo levemente os lábios e eu sorri acidamente.
- Por quê? - perguntei e ele franziu as sobrancelhas. - Não responda, - continuei quando ele abriu a boca para falar algo. - já sei. Porque sou uma garota, e garotas adoram falar sobre desgraças e ex-namorados que não valem um mísero pedaço de menos de um milímetro de papel.
- Porque você tem algo que me atrai. - respondeu e minha boca se abriu, eu não sabia lidar com isso, nunca soube. - Porque eu vejo uma imensa vontade de viver a vida sem se importar com a droga do mundo, nos seus olhos. - suspirou e se aproximou, fazendo o meu coração acelerar. - Porque eu estou disposto a te ensinar a viver a vida loucamente sem ter tempo para se arrepender. - sussurrou e puxou meu corpo ao encontro do seu. Seu nariz fez desenhos abstratos na minha bochecha direita antes de seus dentes morderem levemente minha orelha. Seu cheiro invadia meus pulmões e me trazia uma confusão de sentimentos. Euforia. Calma. Felicidade. Ansiedade. Medo. Assim que me dei conta do que estava acontecendo o afastei, com a respiração falha, e ele me encarou com um sorriso. - Não é tarde para recuperar a noite. - disse e o encarei com um ponto de interrogação impresso na minha cara. - Se você quiser, é claro.
- Por quê? - perguntei e ele gargalhou, como se minha pergunta fosse a piada mais engraçada que ele já tivesse escutado. - Por quê? - insisti e ele acariciou meu rosto.
- Porque eu sou um garoto cheio de segundas intenções. - disse em um tom baixo e eu estremeci. me fazia sentir coisas que nunca imaginei que fossem possíveis, e isso me assustava. Uma contradição havia se instalado em mim no momento em que aquela voz rouca entrou em meus ouvidos, e ao mesmo tempo em que me sentia presa, me sentia livre, era como se a prisão não me incomodasse porque meu carcereiro era ele. Mas continuava presa.
- Por que não vai embora? - perguntei e ele rolou os olhos.
- Acredite se quiser, mas não vou encontrar ninguém melhor lá fora. - riu e dei de ombros.
- Como pretende fazer isso? - perguntei e ele se aproximou, recuei dois passos e ele riu.
- Primeiro, não se pede água em um pub. - disse em tom brincalhão e eu ri. - Segundo, não sei seu sobrenome. - franzi as sobrancelhas, eu não me apresentei? - Seu X- Man te chamou de , mas não disse seu sobrenome.
- . , prazer. - disse e ele sorriu, mordi meu lábio inferior e seu olhar se prendeu ali, me fazendo desfazer a ação rapidamente.
- Terceiro, não tenha medo de ser sexy. - disse e virou as costas, me deixando sozinha ali. Se essa era a ideia dele de me ajudar, acho que fico melhor sozinha, obrigada! Fechei meus olhos e respirei fundo, senti alguém segurando meu pulso e logo fui arrastada, o perfume de hortelã invadiu meus pulmões antes que conseguisse abrir os olhos.
- Onde vamos? - perguntei e ele sorriu, parando de andar e se aproximando. Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e uniu nossos corpos. - Onde vamos? - insisti e ele deu um beijo em minha bochecha, antes de me puxar novamente. Parei e o fiz soltar meu braço. - Onde nós vamos? - perguntei novamente, cruzando os braços e ele continuou com aquele sorriso sarcástico incrivelmente sexy no rosto.
- Aparentemente a lugar nenhum, já que você não se deixa levar. - disse cruzando os braços e arqueando a sobrancelha esquerda em desafio. Bufei.
- Tenho o direito de saber o lugar onde está querendo me levar. - disse e ele respirou fundo. Rolei os olhos e o vi gargalhar. - Qual o seu problema?
- Qual o seu problema? - retrucou e eu arqueei as sobrancelhas. - Nem lembra que já me conhecia antes de hoje. - murmurou para si mesmo, mas claro que eu escutei. Proximidade tem seus prós e contras. Não sei em qual categoria se encaixa o meu atual conhecimento sobre a minha memória.
- De onde eu te conhecia? - perguntei e ele arregalou os olhos. - Sim, eu ouvi. Agora será que pode acabar com o mistério?
- Será que você pode vir comigo? - perguntou. - Sem perguntas, só se joga. Se permita se perder desta vez. Comigo. - disse, me fazendo estremecer mais uma vez. Segurei sua mão e ele sorriu. Sorri involuntariamente. Que droga esse cara tá me dando?
Dez minutos com no carro, dois minutos sem ele agora. Ele me trouxe ao lago, do outro lado estava tendo uma festa, não conheço o motivo, mas nos dias de hoje quem tem motivo para dar festas? havia parado o carro na parte deserta do lago e descido. Eu continuava ali, apenas o observando. Ele tirou os sapatos e sentou na grama, abraçando as pernas, olhando fixamente para o lago. Respirei fundo, desci do seu Audi e sentei ao seu lado. Vi pelo canto do olho que me encarava e abracei minhas pernas.
- Desculpe ter dito que não se lembrava de mim. - ele se pronunciou e eu o encarei. - Nem sei se você sabia que eu existia, quer dizer... - mexeu nos cabelos nervosamente e suspirou. - Sei lá.
- Tudo bem. - olhei para o céu e ri, tirando meus tênis. - A lua tá linda mesmo. - disse, me lembrando do que havia dito a Donavan no pub, me encarou como se compreendesse minha risada.
- O que acha de dar um mergulho? - me perguntou e eu o encarei como se ele fosse um gato querendo dançar.
- Você é um idiota. - disse e ele riu.
- Eu sei disso, perguntei o que você acha de dar um mergulho. - replicou, como se explicasse a uma criança que "porque sim" não é resposta.
- , a água deve estar congelando. - disse e ele arqueou as sobrancelhas. - Deve ter icebergs lá dentro.
- Então que bom que não estaremos em um navio. - disse e riu. - Vamos, . Qualquer coisa eu te salvo. Posso ser seu super-herói. - concluiu, piscando galanteador, e nós gargalhamos.
- É bom que você tenha sido chamado para a Liga da Justiça. - disse, enquanto me levantava. - Não quero um super-herói incompetente tomando conta de mim. - Ri e tirei meu vestido. ficou me encarando estático. - Eu não vou molhar meu vestido, posso molhar seu carro. - disse, tentando esconder minha vergonha.
- Oh, Sim. - se levantou e tirou a camisa. - Isso seria horrível. - concluiu e sorriu, tirando a calça. Sorri cúmplice e corremos para a ponta do lago. - No três. Um, dois, três! - fez a contagem e nós pulamos, a água estava congelando, mas eu não queria sair. e eu rimos feito loucos e fizemos guerrinha d'água.
De repente, ele mergulhou e eu não consegui mais vê-lo, então o desgraçado puxou minha perna e me afundou. Assim que subi à superfície, me puxou pela cintura e nossa distancia só poderia ser medida em milímetros. Meu coração acelerou e os fogos no céu, por conta da festa do outro lado, não me importavam. olhou nos meus olhos e a sua expressão mostrava que ele tentava ler minha mente. Ou conseguia. Não conseguia desviar o olhar. Não queria desviar o olhar. começou a fazer carinho com seu nariz, desenhando nas minhas bochechas, depois espalhou beijos por todo o meu rosto. Testa. Sobrancelhas. Bochechas. Nariz. Roçou seu nariz no meu e senti sua respiração tão descompassada quanto a minha. Coloquei minhas mãos em seu pescoço e fiz carinho em sua nuca.
- Recupere a noite. - sussurrou e a distância entre as nossas bocas foi quebrada. Seus lábios encostavam nos meus com muita delicadeza, como se estivesse com medo. Suas mãos apertavam minha cintura com força, como se quisesse fundir nossos corpos. Dei passagem para sua língua e ele aprofundou o beijo. Antes era calmo e receoso, agora urgente e necessitado. Era como se tivesse esperado a vida inteira por isso, como se tivesse nascido apenas para fazer isso. quebrou o beijo com selinhos e desceu os beijos pelo meu pescoço, Suas mãos desceram pelo meu corpo até chegarem as minhas coxas fazendo uma pressão ali, dei um impulso e entrelacei minhas pernas em sua cintura. Sua boca foi aos meus ouvidos e eu estremeci com o som da sua voz. - Você vai me enlouquecer.
- Você já está me enlouquecendo. - repliquei e o senti sorrir, sorri involuntariamente. me olhou nos olhos e eu desci. - Tá frio. - disse e ele continuou me encarando. - A água tá gelada. - tentei mais uma vez e ele balançou a cabeça.
- Vem, vamos sair daqui. - disse e me abraçou pelos ombros, me guiando para fora do lago. Jogamo-nos na grama e gargalhamos.
- Nunca pensei que fosse fazer isso na minha vida! - disse rindo e ele me encarou sorrindo.
- Você é linda. - disse e eu encarei a grama, completamente corada. Ele riu e segurou meu rosto levemente, o levantando, me obrigando a encará-lo. - Linda. - sorriu e eu abaixei o olhar. me abraçou e eu me aninhei. - Nunca me senti tão confortável servindo de travesseiro para uma garota.
- Você tá estragando o momento. - disse e ele riu.
- Como eu posso estar estragando o momento? - perguntou, me abraçando mais forte. - Disse que estou confortável. - suspirou.
- Você me fez pensar em como você deve ser com outras garotas, sei lá. - suspirei. - É estranho. Não quero pensar nisso agora.
- Por quê? - perguntou e eu ri.
- Porque é estranho. - repeti e ele riu. - Por que tá sendo tão legal comigo? - perguntei e ele soltou o abraço para ficar na minha frente. Não gostei disso. Não gostei de não ter gostado.
- Já te disse. Você tem algo que me atrai. - disse e riu. - E claro, sou um garoto cheio de segundas intenções. - sorriu malicioso e eu ri, dando um soquinho em seu ombro. - Esse é o sinal de uma garota apaixonada, sabia? - disse e eu franzi as sobrancelhas. - Soco no ombro. Garotas apaixonadas fazem isso.
- Você acha que eu estou apaixonada por você? - perguntei, arqueando as sobrancelhas e ele deu de ombros. - Eu estou só te usando, baby.
- Nesse caso, pode me usar à vontade. - disse e piscou. - Eu realmente não me importo. - concluiu e me puxou, me colocando entre suas pernas e me abraçando. - Não se você me garantir exclusividade. - sussurrou no meu ouvido e fez carinho em meu pescoço com seu nariz. - Melhor irmos, temos um lago para atravessar. - disse e eu uni as sobrancelhas, ficando de frente para ele. - Vamos à festa, faz parte do seu processo de dar um belo foda-se a tudo.
- Nós estamos molhados. - disse e ele riu, se levantando. - . - o repreendi e me levantei.
- Viva a vida intensamente e não tenha tempo para se arrepender. - disse e me jogou o vestido. - Vamos, . - bufei e vesti o vestido, vendo-o vestir sua calça e camisa. Pegamos nossos sapatos e colocamos no carro, me convenceu de que iriamos a pé e descalços, só para aumentar a adrenalina.
- Se queria adrenalina era só ir a uma tirolesa, você sabe que eu posso me cortar, certo? - perguntei, olhando fixamente para o chão com medo de ter vidro ou qualquer coisa com potencial para me fazer derramar sangue. me pegou no colo rindo e eu o acompanhei.
- Pronto, neurótica. - disse rindo e eu o agarrei mais forte. - Se eu soubesse que seria assim, já teria te carregado há muito tempo. - murmurou e eu ri baixinho, inalando seu cheiro. me colocou no chão e me baseando na altura do som, já havíamos chegado à tal festa. Novamente, ele me deixou sozinha, a diferença é que agora eu não tinha ideia do que fazer. - Primeiro passo, Dry Martini. - me estendeu uma bebida e eu a tomei em um gole, arregalando os olhos em seguida, riu e eu o acompanhei, ainda sentindo minha garganta queimar.- Easy, girl. Easy.
- O que é isso? - perguntei e tossi um pouco.
- Gim e Vermute. - disse e riu. - Era pra começar devagar. - me repreendeu de brincadeira e nós gargalhamos.
(Sim, essa era sua cidade)
You did it all and more
(Você fez tudo e um pouco mais)
Broke every law except for one, babe
(Quebrou todas as regras, exceto por uma, querida)
(Atração, Você está pronta?)
I Know you fell it
(Sei que você sente)
Pull your nearer 'til you feel it again, Oh
(Puxo você mais perto, até que você sinta isso de novo)
I Want to do something right
(Quero fazer algo certo)
But we can do something better
(Mas nós podemos fazer algo melhor)
Ain't no time like tonight
(Não existe um momento como hoje a noite)
And we ain't trying to save it 'for later
( E estamos tentando guardá-lo para mais tarde)
Stay out here living the life
(Fique aqui, vivendo a vida)
Nobody cares who we are tomorrow
(Ninguém liga pra quem seremos amanhã)
You got that little something I like
(Você tem uma coisinha que eu gosto)
A little something I've been wanting to borrow
(Uma coisinha que quero emprestada)
Tonight's the night, come on surrender
( Hoje é a noite, venha e se renda)
I won't lead your love astray, astray, yeah
(Não vou guiar o seu amor perdido)
Your love's a weapon
( Seu amor é uma arma)
Give your body some direction
( Dar ao seu corpo uma direção)
That's my aim
( É o meu objetivo)
Then, we could
( Então, nós poderiamos)
Take back the night
(Recupere a noite)
Come on, use me up until there's nothing left
(Vamos, me use até não sobrar mais nada)
Take back the night
(Recupere a noite)
Dizzy, spinning, sweating
( Bebendo, girando, suando)
You can't catch your breath
(Você não consegue recuperar o folego)
Take back the night
(Recupere a noite)
Ooh, don't know when the sun is rising next
(Não sei quando o sol vai se pôr)
Take back the night
(Recupere a noite)
So if the feeling's right, raise your glass and let's
(Entao, se essa sensação é boa, brinde e vamos lá)
Take back the night, take back the night
(Recupere a noite, Recupere a noite)
They gon' try to shut us down
(Eles vão tentar nos parar)
I'll be damned if we gon' let them
(Serei condenado se não deixá-los)
Take back the night, take back the night
(Recupere a noite, Recupere a noite)
You know you gon' mess around
(Você sabe que vai causar problemas)
And find out there ain't no one better
( Não vai encontrar ninguém melhor lá fora)
Take back the night, oh
(Recupere a noite)
Rare, there's not too many
(Raros, não existem muitos)
No one but you and crowded rooms
(Ninguém além de você e os quartos lotados)
We can do anything (yeah)
(Nós podemos fazer qualquer coisa)
Attraction can drive you crazy
(Atração pode te deixar louca)
The way you move, you go crazy
(Do jeito que você se mexe, fica louca)
That's incentive for me
(é um incentivo pra mim)
A atração que eu sentia por era palpável, não tenho dúvidas de que isto estava me enlouquecendo, de um jeito bom, claro. mordeu meu lóbulo e o puxou.
- ''The way you move, you go crazy, That´s incentive for me" - cantou no meu ouvido e eu sorri.
I Want to do something right
(Quero fazer algo certo)
But we can do something better
(Mas nós podemos fazer algo melhor)
Ain't no time like tonight
(Não existe um momento como hoje a noite)
And we ain't trying to save it 'for later
( E estamos tentando guardá-lo para mais tarde)
Stay out here living the life
(Fique aqui, vivendo a vida)
Nobody cares who we are tomorrow
(Ninguém liga pra quem seremos amanhã)
You got that little something I like
(Você tem uma coisinha que eu gosto)
A little something I've been wanting to borrow
(Uma coisinha que quero emprestada)
Tonight's the night, come on surrender
( Hoje é a noite, venha e se renda)
I won't lead your love astray, astray, yeah
(Não vou guiar o seu amor perdido)
Your love's a weapon
( Seu amor é uma arma)
Give your body some direction
( Dar ao seu corpo uma direção)
That's my aim
( É o meu objetivo)
Then, we could
( Então, nós poderiamos)
Take back the night
(Recupere a noite)
Come on, use me up until there's nothing left
(Vamos, me use até não sobrar mais nada)
Take back the night
(Recupere a noite)
Dizzy, spinning, sweating
( Bebendo, girando, suando)
You can't catch your breath
(Você não consegue recuperar o folego)
Take back the night
(Recupere a noite)
Ooh, don't know when the sun is rising next
(Não sei quando o sol vai se pôr)
Take back the night
(Recupere a noite)
So if the feeling's right, raise your glass and let's
(Entao, se essa sensação é boa, brinde e vamos lá)
Take back the night, take back the night
(Recupere a noite, Recupere a noite)
They gon' try to shut us down
(Eles vão tentar nos parar)
I'll be damned if we gon' let them
(Serei condenado se não deixá-los)
Take back the night, take back the night
(Recupere a noite, Recupere a noite)
You know you gon' mess around
(Você sabe que vai causar problemas)
And find out there ain't no one better
( Não vai encontrar ninguém melhor lá fora)
- Continue. - sibilou. - Quero te ver dançando.
Sorri e me mexi do jeito que dava, nunca fui boa dançarina. Fechei os olhos e tentei seguir o ritmo da música, quando os abri estava me encarando com um sorriso vitorioso nos lábios. Gargalhei e continuei, cansei de dançar sozinha e fui até ele. Mordi meu lábio inferior e o puxei pela gola da camisa.
(Recupere a noite, Faça uma pausa)
Yeah yeah
And the horns say, alright
( E os caras dizem, muito bem)
And the horns say, alright
( E os caras dizem, muito bem)
Ooh, and the horns say, alright
(Ooh, e os caras dizem, muito bem)
And the horns say
( E os caras dizem)
Doo doo doo doo doo doo doo
Take it over
(Assuma o comando)
Yeah, yeah
A música acabou e todos aplaudiram o DJ. Encarei e ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Obrigada. - agradeci e ele piscou.
- Agora vem comigo, . - me puxou novamente e dessa vez não hesitei nem por um segundo, não sei de onde veio essa confiança súbita em , mas ele havia conseguido. Nós fizemos novamente o trajeto de volta ao carro e desta vez fui caminhando. Assim que chegamos, nos jogamos na grama. sentado e eu no colo dele. brincava com os meus dedos e eu suspirei.
- Me disseram que eu era certinha demais. - confessei e ele murmurou algo que não entendi. - Por isso estava no pub, me disseram que eu era incapaz de me divertir. Que por causa disso nenhum cara se aproximaria de verdade. - conclui e ele riu.
- Provou o contrário. - disse e me deu um beijo na bochecha.
- Quero ver quem vai acreditar. - murmurei e ele riu.
- Não precisa que ninguém acredite, aconteceu. - sussurrou em meu ouvido. - Ponto.
- No fim das contas você estava certo. - ri baixinho. - Narcisista. - ouvi ele suspirar.
- Preciso te contar uma coisa. - ele disse e eu murmurei para que continuasse. - Eu... - suspirou. - Eu sou completamente apaixonado por você, . - arregalei os olhos e congelei. - Desde a 7ª série.
- O quê? - me virei rapidamente para ele e ele desviou o olhar. - ? - puxei seu rosto para que me encarasse. - Me explica, por favor. - mordi o lábio e ele suspirou.
- Você era a aluna nova e... - riu levemente. - incrível. Eu nunca consegui falar com você, quer dizer, já disse oi, ou bom dia, ou o dever de matemática é pra hoje? - nós rimos. - No segundo ano eu me mudei, mas não conseguia te tirar da cabeça, quer dizer, era loucura, certo? - ele abaixou o olhar e então balançou a cabeça, me encarando. - Vim fazer faculdade aqui pra ter a chance de te ver de novo, ou de falar com você. Você não tem ideia de quantas vezes eu sonhei com você, que eu imaginei como seria se... - suspirou. - se eu te encontrasse. Então te vi no pub e, caramba, não podia ser você! Eu não acreditei, precisava falar com você, então resolvi bancar o idiota, assim não pareceria um bobo apaixonado. - analisou minha expressão com medo e suspirou. - Eu não tenho dúvidas, , de que você é minha. Quer dizer, se você quiser, eu não sou louco ou algo assim. - eu ri e ele sorriu. - Adoro te ver sorrindo, faz tudo valer a pena. - analisei as palavras dele e mordi o lábio inferior antes de respirar fundo.
- Eu não posso dizer que sentia alguma coisa por você na época, mas eu confesso que você me chamava atenção. Quer dizer, o garoto com um caderno e uma caneta na mão aonde quer que fosse não passava despercebido. - sorri e ele riu. - O que faremos agora? - suspirei.
- Bem... - me deu leves selinhos e então me deitou na grama. - Nós podemos nos conhecer melhor... - eu ri e ele me deu outro selinho. - E já que a noite foi recuperada, posso te ensinar a se perder mais um pouquinho. - sussurrou no meu ouvido e, finalmente, me beijou como eu queria. Coloquei minhas mãos em seu cabelo e os puxei levemente, fazia carinho em minha cintura e com a outra mão pressionava minha coxa. Entrelacei as pernas em sua cintura o trazendo mais perto e mordi seu lóbulo.
- Se eu me perder esta noite, Eu acho ótimo que seja com você. - sussurrei em seu ouvido e o vi sorrir lindamente antes de me beijar mais uma vez.
FIM
COMENTÁRIOS: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI