FFOBS - 15. Tem Que Sorrir, por Caleonis

Última atualização: 07/03/2022

Capítulo Único

"Não reclame de barriga cheia
Porque no fundo isso atrapalha
Positividade na cabeça
Amor e fé, precisa de mais nada"


Rio de Janeiro, cidade que representa o calor conhecido do Brasil. Onde as praias refrescantes te encantam e mostram como aquele país é incrível.
Pena que só se aprende depois de tanto tempo fora dele.
sempre foi grata por todas as oportunidades que teve, desde fazer sua faculdade em outro país, até construir uma vida segura que pela primeira vez em anos permitia com que ela visitasse seu país de nascimento onde passou a maior parte da sua vida, permitindo com que ela devesse aqueles que mantia contato e que faziam parte do seu sucesso.

— Surpresa! — a voz da garota não escutada a muito tempo soou dentre as pessoas acumuladas sem entender nada no quintal da casa desconhecida — será que alguém precisa de uma tia rica por aqui?
— Tia ! — a voz animada da criança de cinco anos que sequer havia conhecido pessoalmente apenas pela tela do celular quase fez com que seus olhos lacrimejassem, mas, ela era conhecida por ser forte em relação ao choro, então se segurou quando recebeu o abraço forte e confortável da criança.
— Oi princesa! — ela disse de forma leve abraçando de volta — como é bom finalmente poder te dar um abraço.
— Você é ainda mais linda pessoalmente — a garotinha disse sorridente.
— Você é linda de todos os jeitos — a tia disse sorridente.

amava crianças e principalmente aquela em questão, a filha de uma de suas melhores amigas. Uma das que já estavam com a vida formada — no susto mas feliz.
Todos olhavam para ela com caras assustadas, era claro, ela não havia avisado sobre sua vinda e pediu a ajuda de alguns familiares próximos para juntar todos em um só lugar.

O amor está em todo lugar
No aperto de mão,

Ela riu assim que se levantou da altura da "sobrinha", olhando para os amigos e convidados extras já que para alguns foi usado a desculpa de que seria uma reunião com os ex-colegas de escola que estudou antes de se mudar.

— Parece que a notícia sobre a reunião se espalhou — ela disse rindo olhando pelo o vão que tinha entre suas duas melhores amigas de escola para os outros colegas.
— Eu não acredito que você apareceu sem nos avisar! — Uma delas disse dando um leve tapa no braço de .
— Era para ser surpresa — ela respondeu rindo — é claro que eu não ia contar.
— Ainda sim — a outra disse choramingando.
— Surpresas não são para serem contadas! — ela respondeu rindo — se vocês duas soubessem, todo mundo ia ficar sabendo.

Fazia alguns anos que não via algumas caras ali mas uma em específico, que acabava de cruzar a porta de entrada, trazia mais impacto.

— Vocês precisam passar a direção direito — O rapaz reclamou ainda olhando para o celular, sem voltar a atenção para frente — eu fiquei meia hora procurando esse lugar.
— Ainda o mesmo rabugento de sempre? — ela perguntou tirando a concentração dele que estava no celular, para cima.

Ele não respondeu nada, apenas a olhava de olhos arregalados sem saber o que dizer enquanto ela ria de sua reação.
e haviam tido algo bem estranho durante os tempos de escola, eram melhores amigos mas ao mesmo tempo eram medrosos para admitir que gostavam um do outro. Ele a consolava quando seu coração se partia por algum motivo e ela era sua fiel escudeira, era engraçado a dinâmica dos dois, pareciam namorados mas sequer se viam dessa forma quando as pessoas comentavam.
Ele era uma pessoa que todos queriam se aproximar, mas bem mais reservado do que parecia, às vezes parecia até amargo. Mas as pessoas viam a forma que ele a tratava e queriam aquilo também, vindo dele.
Bom, não até terem uma briga idiota sobre alguém que supostamente gostava e que achava não ser bom o suficiente para ela.
Ficaram sem se falar por um mês, passavam um pelo outro na escola e sequer diziam "oi" um ao outro, fazendo com que os amigos sofressem com a situação já que faltavam apenas algumas semanas para se formarem e eles continuavam daquela forma.

— Acho que sim — ela respondeu a si mesma andando para o outro lado da sala para cumprimentar os outros.

Ele se arrependeu por muito tempo de não ter tentado ouvi-la quando pode, já que ela sabia que iria embora mas não tinha coragem o suficiente para contar antes de brigarem e quando brigaram, não teve coragem o suficiente para se aproximar dele e contar, mas tentou, uma única vez porém, ele não quis ouvir.
Depois disso, essa era a primeira vez que a via sem ser por fotos, era a primeira vez que a olhava da forma real, a forma que todos diziam na época em que eram próximos, com amor e confusão.
Ele também havia se mudado do país um pouco depois que ela, esperava ter encontrado ela por destino pelo mundo já que não era tão difícil assim, estavam em países próximos, mas nunca aconteceu.
E ele também nunca pode esquecê-la.

— Vocês conversaram depois daquela época? — uma das amigas cochichou assim que já tinha cumprimentado a todos e tinha parado para comer algo, enquanto conversava com uns amigos que também faziam parte do seu círculo de amigos.
— Nenhuma vez — ela respondeu comendo um dos docinhos da mesa — depois que eu fui embora ele nunca mais me procurou e bom, eu tentei antes de ir e ele não quis escutar então deixei de lado.
— E você não tem vontade de falar com ele? — ela perguntou e balançou os ombros.
— Não sei, acho que não ligo mais — respondeu — se ele decidir falar comigo um dia, eu vou ouvir.
— Você é um outro nível de evolução — a amiga disse colocando uma das mãos no ombro da amiga.

A situação na realidade era simples, não ligava para nada porque ela não devia para ninguém e bom, ela sentia saudade dele e de como eram mas não era algo que a prendia. Já ele sim, se arrependia e sentia falta dela todos os dias, um pouco demais para algo normal, mas, ela era alguém que ele prezada então era de se entender.
Algum tempo depois, resolveu ir à cozinha do lugar para pegar mais um refrigerante que , a pequena garotinha que não a largava nenhum minuto e viu como uma oportunidade. Pediu licença e saiu em direção a cozinha, assustando a assim que bateu na porta da geladeira que ela havia aberto.

— Desculpa — ele sorriu sem graça e ela balançou a cabeça negativamente rindo, indicando que estava tudo bem.
— Você precisa de alguma coisa? — ela perguntou.
— E-eu — ele gaguejou — eu vim buscar mais disso.

Ele disse mostrando o copo vermelho.

— As bebidas preparadas estão ali — ela disse apontando para o balcão.
— Certo! — ele respondeu e ela voltou a olhar para a geladeira organizando os refrigerantes que tinha tirado para pegar o favorito de .
— ele disse ainda de costas, fechando os olhos e tomando coragem de falar com ela.
— Hm? — ela disse sem olhar para ele também.
— Como você tem estado? — ele perguntou.
— Bem, você sabe passando sufoco de imigrante, mas bem — ela respondeu — e você?
— Igual! — ele respondeu sorrindo com a naturalidade que ela respondeu.
— Ah! É verdade, ouvi dizer que você vive na Irlanda agora — ela comentou.
— Sim! — ele respondeu se escorando no balcão — é um pedaço do Brasil lá, então é reconfortante.
— Não posso dizer o mesmo sobre a Bélgica — ela riu — é um pedaço do mundo lá, mas é um pouco mais difícil encontrar brasileiros, mas Gante é tranquila, eu amo aquele lugar.
— Imagino — ele respondeu.
O assunto morreu por um momento e então ele limpou a garganta.

— ele começou dizendo e ela congelou por um momento — me desculpa.

Ele disse de repente.

— Tudo bem — ela respondeu se virando para ele.

Ela sorriu e o coração dele disparou como ele não havia notado antes, quando eles ainda estavam próximos.
Isso porque ele estava acostumado a tê-la, acostumado a amá-la.
— Você não precisa se desculpar sobre nada — ela disse sendo sincera.
— Não, eu preciso mesmo me desculpar — ele disse se aproximando dela — não só porque eu não te escutei antes, não só porque nós brigamos por minha causa mas também por não ter entendido antes que na verdade tudo que eu sentia por você era amor — ele disse e ela ficou vermelha no mesmo momento com a confissão.
— O que? — ela o olhou confuso.
— É eu sei que pode ser confuso e que eu talvez tenha levado tempo demais para perceber que tudo que eu precisava, era dizer eu te amo diretamente a você — ele completou — pode ser tarde demais e nós podemos nem sequer viver mais no mesmo lugar, mas, não sei, senti que era necessário dizer e me desculpa.
— Eu sempre gostei de você — ela disse de forma sincera — mas não era algo que deveria acontecer naquela época, eu sem ser se seria algo que deveria acontecer agora, mas, nós podemos recuperar o tempo perdido. Se você quiser, claro.
— Você estaria disposta? — ele perguntou olhando em seus olhos.
— A tentar? — ela perguntou — sim e se não der certo, continuamos amigos.
— Promete? — ele perguntou mostrando o dedinho.
— Prometo! — ela respondeu.


Fim!



Nota da autora: curtinha e simples, eu gosto que a pp voltou ao país depois de tanto tempo e resolveu pendências que sequer achava que resolveria. Mostrando que não foi apenas as coisas com o pp mas tambema o tema familiar, de como ela sentiu a falta dos amigos e da criança que sequer havia conhecido (experiência própria, mas eu ainda não conheci ela :( ) enfim, eu quis fazer uma coisa mais curtinha e tranquila nessa até porque é disso que a música fala, espero que vocês tenham gostado!

Xoxo Caleonis <3



Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.

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