Fanfic finalizada

Capítulo Único

2012


A festa de formatura já estava no final. Todos já tinham feito tudo que queria. Dançaram ao som de Anitta, comeram todos os canapés que os garçons elegantes serviram a noite toda, beijaram todas as pessoas que durante o ano todo quiseram beijar e os adolescentes mais rebeldes já tinham feito a loucura de se jogar na piscina.
Dentre todos os adolescentes inconsequentes estava , que era, nada mais nada menos, que o tira gosto da festa. Entre as pessoas interessadas, os comentários que podiam surgir tinha apenas dois lados.
— Não ligo muito que ele seja o garoto mais gato do colégio e que todas as meninas babem por ele. Admito que seja uma delas e não pensaria duas vezes antes de beijá-lo se ele fosse a fim de mim. — dizia . Já Erica, sua melhor amiga, tinha suas desconfianças.
— Pra mim ele é muito metido. Vocês dão muito bola pra ele… Olha o que acabaram fazendo com o ego do garoto! Agora ele chega a ser arrogante.
E naquela noite não foi diferente. Não quanto a isso. Aquela conversa aconteceu pela última vez entre o grupinho de amigas delas e elas resolveram que era hora de descobrir se alguma delas tinha chances com ele.
— Quem vai primeiro? — Olivia perguntou enquanto dava seu último gole em sua caipirinha. Ela foi a primeira do grupo que havia feito 18 anos e era uma das únicas da festa que podia beber. Colocou seu copo de lado, na bancada disposta do lado de fora da casa de festa, e riu quando viu que todas se recusaram. — Vocês que sabem. Eu vou primeiro, então.
E lá foi ela. Abordou que estava sozinho na piscina e ele logo sorriu quando a viu. A menina que tinha cabelos loiros longos e ondulados era vista pelas amigas que conversavam enquanto a viam buscar uma toalha pro colega de turma. Logo depois eles foram conversando para dentro do salão de festas, passaram para o outro lado dele e então sumiram.
Depois daquilo nenhuma delas foi capaz de encontrar Olivia. Mas voltou à vista depois de quinze minutos, dessa vez sem camisa e apenas com sua calça completamente molhada ainda da piscina.
— Onde foi parar Olivia? — perguntou para Sofia, uma de suas outras amigas, e a garota, antes preocupada, resolveu que era sua hora.
— Eu não sei. Mas que tal fingir que nada aconteceu e continuar nossa brincadeira? Eu sou a próxima! — e então saiu andando, agora com seu sorriso mais que branco destacando-se de sua pele negra. Usou seu carisma como seu aliado e falou com todos os meninos do grupo de , logo notando que todos a olhavam, intrigados. Ela não conseguiu conquistar o mais cobiçado e assumia que sua queda por ele nem era tão grande, mas Paulo, um dos melhores amigos de , não conseguiu tirar o olho da morena que logo o chamou e ficaram se beijando pelo resto da noite ao lado da piscina.
— E quem é a próxima então? — Erica olhou para a melhor amiga e depois para Tatiana, percebendo que foram elas quem sobraram. — Eu não tô afim de ir não… — falou analisando suas unhas. Ela definitivamente não tinha interesse em . E também sabia que era mais interessada nele, então cutucou a amiga, que se fingia de morta, e arregalou seus olhos, indicando que era a hora dela.
— Tá bom, eu vou — falou sentindo certo nervosismo em seu estômago. Não era como se ela fosse apaixonada por ele, mas era algo que ela se sentia insegura fazendo.
Mas quando olhou para o grupo do garoto, ele havia sido desfeito e já não estava mais lá. Ela foi discreta ao olhar para o resto do local procurando-o e mesmo assim não o achou.
Resolveu andar um pouco por ali, tentando parecer apenas sociável e não uma doida que estava procurando por uma pessoa a qual ela nunca falou na vida. O nervosismo corria pelas suas veias e ela resolveu não perder mais tempo na parte externa, por isso, logo foi para parte de dentro. Lá ela percebeu que o clima voltara a ser de festa e as pessoas estavam novamente na pista de dança. Ele deve estar por aqui, ela pensou.
Distraída, resolveu ficar de longe o procurando, logo resolvendo ficar perto da mesa de comes e bebes. Aproveitou para pegar mais uns salgadinhos, já sentindo sua barriga pedindo por mais daquelas delícias, e acabou notando a presença de alguém ao seu lado esquerdo. Tentou não ser muito invasiva, mas acabou olhando para o rosto do garoto, que ela acabou descobrindo ser exatamente quem ela procurava. Acabou deixando os salgadinhos para outra hora, aliás, aquele já não era a prioridade dela.
A menina sorriu para o garoto quando também percebeu que ele a encarava. Os olhos dele eram bem escuros e ela quase não conseguia ver a cor deles.
— Você é o , né? — falou tentando logo engajar numa conversa e, de repente, uma ideia lhe surgiu na cabeça.
— Sou sim — ele falou pegando um copo e se servindo com um pouco de refrigerante. — Você seria…
. , prazer — ela sorriu ainda mais e ele levantou uma sobrancelha. Ela era bonita, apesar de ter algumas espinhas. Mas ele não ia culpá-la, aliás, até ele tinha uma que, graças a Deus, apareceu bem embaixo de sua orelha e ninguém iria ver.
Percebendo que o garoto não ia falar mais nada, e que ele ainda estava a encarando por cima do copo de bebida que agora cobria metade de seu rosto, resolveu se pronunciar.
— Você por acaso viu minha amiga Olivia? Uma loira, alta, de cabelos longos e ondulados… — ela tentou fingir que não havia visto com a amiga e apenas pegou um copo, o imitando e se servindo de guaraná.
— Ahn… Tenho a impressão que vi uma pessoa com essa descrição por aí sim — ele falou tentando não parecer que conhecia muito a garota e apenas deixou pra lá, ainda assim curioso querendo saber onde a loira foi parar. — Se perdeu dela? — perguntou à , que terminou de beber o refrigerante e falou.
— Sim! Ela falou que ia ao banheiro e sumiu já faz uns bons vinte minutos — continuou bebendo sua bebida, tentando não sorrir demais por estar falando com seu crush e apenas deixou ele pensar um pouco, querendo saber se ele realmente não falaria nada do paradeiro de Olivia, ou se ele realmente não sabia.
— Ah, então ela deve ter te dado só um perdido — disse rindo e piscando com um olho só, mostrando que sabia muito bem dessa arte.
— Não tinha pensado nisso! — também riu e deixou seu copo agora vazio em cima da mesa, que também continha inúmeros copos e pratos já utilizados. — Mas obrigada, de qualquer forma — ela sorriu e mudou de posição, mostrando que a qualquer hora podia sair dali. Entretanto, resolveu puxar conversa, o que a deixou contente.
— Você já me conhecia, então?
ficou meio tímida quando percebeu que ele notou aquilo e pensou em mudar de assunto ou só se fingir de desentendida, mas resolveu que não teria nada demais em provocar uma conversa que poderia dar em outra coisa.
— Ah, você sabe… A hierarquia da escola diz que você é um dos populares, então é meio óbvio que todos saibam seu nome — rolou os olhos e riu da cara do garoto que estava expressando surpresa após a fala dela.
— E você é bem antenada pelo visto — riu por ter visto que ela dessa vez foi atingida e , com sua voz esganiçada, constrangida, disse.
— Não sou nada! Não tenho culpa se seu nome tá na boca de todo mundo!
— Inclusive na sua? — o garoto continuava a provocando e rindo, e nem sentiu quando a menina deu um tapa no seu braço, logo falando.
— Você é convencido assim sempre?
— Mas eu não sou convencido! — ele riu agora sentindo o que ela estava sentindo na situação anterior. — É impressão sua, beleza? — e piscou de novo, confirmando que ele realmente era um galanteador, como todos diziam.
riu da situação e percebeu que havia começado uma música nova. Era um funk novo e ela adorava dançar aquele estilo — apenas em frente ao espelho. Lá pro meio da festa ela até arriscou uns passos de dança, mas percebeu que não era boa naquilo e deixou pra lá. Agora estava indo para a pista e ela o deixou ir. Não ia mesmo dançar na frente dele. Nem ali, nem nunca. Só que no minuto seguinte ele se virou novamente para ela e fez sinal para que ela o seguisse. balançou a cabeça, negando o pedido, e o garoto voltou até onde ela estava, fazendo questão de a segurar pela mão e pedir olhando em seus olhos.
— Vamos dançar! Não vai te arrancar nenhum pedaço!
concordou com aquela fala e apenas levantou uma sobrancelha, percebendo que mesmo ele sendo daquela maneira, meio egocêntrico, ainda conseguia ser uma pessoa legal. Pelo menos era o que parecia com aquele primeiro contato.
Eles acabaram dançando três músicas seguidas; no início não sabia como se mexer na frente do cara mais cobiçado da escola, mas no final já sabia que tinha que manter o seu corpo longe do dele se não acabaria fazendo coisas que nem sabia se ele queria.
No final da última música, quando ele já até tinha se distraído com alguns amigos que tinham chegado, aproveitou para sair despercebida. Ela coçou o canto da boca, pensando que ela podia ter feito algo, e saiu da pista de dança, indo para o canto, pensando que nem ia notar. Ela realmente tinha sido burra quando achara que podia se comparar a Olivia, que era um mulherão, enquanto ela tinha meio metro de altura e tudo que ela podia fazer por ela mesma era passar mil toneladas de maquiagem em seu rosto para fazer desaparecer suas espinhas, o que às vezes nem funcionava.
Mas ela acabou sendo pega de surpresa, sentindo uma mão em seu ombro e logo depois, quando se virou, sem mais nem menos, uma boca na sua.
Ela rapidamente foi empurrada contra a parede e abriu os olhos no susto, percebendo que realmente era . Ela ainda arregalou-os ainda mais antes de fechá-los e sorrir contra a boca do menino que agora estava contra a sua. realmente não conseguia acreditar que aquela festa ia ficar pra sempre em sua memória.
a puxou para um canto mais próximo da divisão entre o salão de festas e a cozinha do local e eles ficaram se beijando por longos minutos, conhecendo cada extensão da boca um do outro, parecendo que se conheciam o ano inteiro e apenas esperaram aquele momento.
— Me deixa recuperar o fôlego? — falou quando ele tirou a boca da dela e o garoto sorriu, pegando uma mecha do cabelo dela e pondo atrás da orelha.
Quando a menina percebeu que ia começar a pensar demais — se tinha sido a primeira ou trigésima pessoa que ele havia beijado naquela festa — o garoto recomeçou a beijá-la e ela se perdeu mais uma vez no cabelo macio dele. Ela não queria pensar. Não mesmo. Pelo menos uma vez na vida, fazer algo por impulso não era nada demais.
Eles continuaram assim por mais vários minutos até que ambos escutaram a barriga da menina roncar. Eles riram e falou.
— Vamos pegar uns salgadinhos, pode ser? — a menina balançou a cabeça e o seguiu para a mesa de salgados novamente, onde eles tiveram a primeira conversa.
— Você já pensou no que vai fazer na faculdade? — ela perguntou para ele enquanto comia uns salgadinhos. Ele sinalizou perguntando se ela queria refrigerante e ela confirmou, apontando pro guaraná, o seu preferido.
— Já sim. Quero fazer publicidade — ele falou enquanto botava o refrigerante para ela e a garota fez um pequeno ‘ah’. — E você? — perguntou.
— Eu também! — ela falou sorrindo enquanto bebia um pouco da bebida que ele lhe dera. — Que coincidência! Mas porque quer fazer esse curso?
— Ah, eu gosto muito dessa área porque lida muito com imagem, sabe? Também gosto de propagandas e sou bastante criativo, modéstia a parte — ele riu e bebericou seu refrigerante enquanto a olhava. Lá no fundo, sentia que estava apenas iludindo mais uma menina daquela festa, mas, por algum motivo que não era de seu conhecimento, ele havia gostado de . Sem contar que a conversa com ela fluía, enquanto as outras garotas só queriam o beijar, e não o conhecer, como a garota agora a sua frente estava fazendo.
— Faz sentido… — ela riu e percebeu que ele estava sério. — Também gosto de publicidade porque sou criativa e porque mistura muitas coisas, né? Tem de tudo, um mundo de opções. Aposto que lá no futuro eu vou ficar doida escolhendo qual área seguir.
— Eu tenho uma noção que quero ir pra área criativa, mas nunca se sabe, né… Vai que um dia eu mude de ideia e acabe indo pra área de atendimento? — eles riram da conversa, percebendo que aquela área era uma a qual ninguém seguia e terminaram de fazer seu lanche, antes de irem para o canto que estavam, novamente, e voltarem a se beijar.
Acabou que eles ficaram grudados por mais meia hora, trocando poucas informações sobre suas vidas, e também repassando beijos com gosto de fim de noite. Até que sentiu que estava o prendendo ali. Ele já tinha tido um momento pra ser seu e ela agradecia muito que finalmente deu o primeiro passo e não teve que depender de ninguém, se não nada daquilo estaria acontecendo.
Então ela teve a ideia que ia acabar com a noite deles, mas não seria nada demais, aliás, tudo tem seu fim. Ela falou que ia ao banheiro e já voltava. Ele, esperto que era, já devia conhecer aquele truque, enquanto ela o aplicava pela primeira vez.
E assim que ela entrou no banheiro, sentiu um aperto no coração. Numa chuva de realidade, os meteoros iam passando pela sua cabeça e ela pôde ver: eles se beijando, conversando, se conhecendo… E percebendo que era pra ser só aquilo. Ele era demais para seu caminhãozinho. E ela até tinha um sorriso bonito, olhos com cílios enormes, mas sabia que não dava para competir. Ainda tinha milhares de meninas naquela festa que queriam o beijar e ela não iria atrapalhá-las. Um dia, quem sabe, eles podiam se encontrar de novo e, numa outra chance, tudo poderia acontecer de outra forma?
O futuro normalmente nos prega peças, não? Ela pensou enquanto saía do banheiro e fazia a mesma coisa que Olivia havia feito. Sumido.

2018


Desde que começou a estagiar numa agência júnior de criação, há quase um ano e meio, ela sabia o que o destino havia traçado para ela. Então ela aproveitou a chance que lhe foi dada e se tornou quem ela sempre quis ser e quem ela realmente era.
Seu carisma, que antes era escondido por sua timidez e pouca vontade de arriscar, agora se sobressaia e ela acabou conquistando todas as pessoas que a cercavam.
Infelizmente, a mulher não conseguiu cultivar todas as suas amizades da escola, mas havia feito tantas amizades novas que ela nem poderia imaginar que seria a pessoa mais feliz daquele lugar com o trabalho que tinha. Seu sonho era continuar ali e montar sua carreira, e então quase dois anos depois ela estava o conquistando.
— Ei, ! Vem aqui! — Flavia, uma de suas melhores amigas do local de trabalho, a chamou, não muito longe de onde ela estava sentada.
— O que foi, Flavinha? — ela perguntou se alongando na cadeira, com preguiça de levantar.
— Vem cá, mulher! Deixa de ser preguiçosa — a amiga riu e ela apenas rolou os olhos, mostrando que, apesar de contente, também tinha seus dias cansada.
— Fale, gata — ela chegou perto da amiga e apoio seu corpo contra a mesa dela, enquanto a amiga virava a cadeira e ficava de frente para ela.
— Tá sabendo da novidade, né? — a ruiva falou com um sorriso de lado no rosto. certamente sabia já do que se tratava a tal novidade e foi rápida na adivinhação.
— Tô não, mas posso até imaginar… Boy novo na área? — ela riu da face da amiga que agora estava descrente.
— Você é terrível, ! Não tá nem curiosa para ouvir a descrição do cara dessa vez?
— Eu? Você quem é, Flavia! Maior biscate deste lugar! Cê só tá precisando mesmo é de um empurrãozinho pra parar de só comentar sobre eles e começar a ir à caça — zoou a amiga e recebeu um tapa em suas pernas meio cobertas. Ela adorava usar saia e tinha praticamente uma pra cada dia da semana, então com certeza ficaria marcada a mão da amiga ali em sua coxa.
— Me respeita, mulher! — Flavia riu e se ajeitou na cadeira para continuar a repassar a fofoca. — Então, vou te contar. Chega mais perto! — chegou mais perto e a amiga começou a descrever o homem, dizendo que ele era alto, moreno, tinha uma barba por fazer, usava óculos e tinha cara de quem fazia milagres na cama.
— Por Deus! — ria dos detalhes sórdidos que as meninas e meninos gays da parte das entrevistas haviam dado e podia até imaginar um cara bem bonito, mas, pela descrição, ela não podia deixar de imaginar que seria apenas mais um gay por ali, já que a maioria de seus colegas de trabalho faziam parte da comunidade lgbt. — Vou fingir que não escutei nada disso e vou voltar pro meu trabalho, posso? — ela, ainda assim, não conseguiu parar de rir e só conseguiu fazer aquilo quando sentou na frente de seu computador novamente e abriu sua pasta de email, a procura de mais trabalho, mas acabou achando um email pessoal.
Ela levou um susto quando viu de quem era e resolveu abrir logo e ler, pela curiosidade que rapidamente tomou posse de seu corpo.

De: Erica
Para: < @hmail.com>
Enviada: 08 de agosto, 09:13
Assunto: Saudades!

Ei, !
Lembra de mim? Sou eu, Erica! Sei que faz muito tempo que a gente não se fala, na verdade eu nem me lembro quando foi a última vez que fizemos isso, mas acabei sabendo de uma novidade e acabei lembrando de você!
Esses dias eu encontrei com a Sofia na rua e ela me convidou para tomar um café, acredita? Ela me contou várias coisas sobre o povo do nosso ensino médio que eu nem tinha ideia que tinha acontecido e acabei descobrindo que ela continua tendo contato com muitos deles! Aliás, ela começou a namorar o Paulo, aquele amigo do que ela ficou na formatura, lembra? É muito doido como esse mundo dá voltas! Fiquei chocada.
Mas até hoje não consegui descobrir o que houve entre a Olivia e o naquela festa e mesmo quando toquei nesse assunto na conversa com a Sof, ela desviou dele e só me contou que ficou sabendo pelo Paulo que o demorou, mas conseguiu se formar em publicidade. E foi aí que eu lembrei de você! Ela também lembra que você é apaixonada por essa área e eu acabei comentando com ela que você fazia estágio na Agência Y&Y, mas que não sabia se você ainda estava lá. Aliás, você ainda continuou lá? Quero saber de tudo, porque agora tenho uma bomba!
A Sof acabou dizendo que o conseguiu um emprego numa agência que tinha o mesmo nome, e achamos que ele deve começar ainda esse semana! Então quero saber pra ontem o que você está fazendo da sua vida e se continua na Y&Y, porque se sim, quero saber se ele continua um gato como você sempre achou — ou um metido como eu sempre achei :P
Enfim, chega de fofocar! Quero saber como anda sua família também! Saudades da tia Isabela e do tio Luiz, manda um beijão pra eles. E não esquece de me responder!
Beijinhos,
Erica


Depois de ler o email da ex melhor amiga, , de olhos arregalados e quase suando frio, virou seu rosto lentamente para porta de vidro do seu lado esquerdo e viu um homem entrando. Um homem que tinha a mesma descrição que Flavia havia falado e que ela acabou descobrindo que era o mesmo do e-mail da amiga. Ela não podia acreditar. realmente estava na sua frente depois de seis anos.
O homem passou os olhos lentamente por todos ali e sorriu quando encontrou os olhos da garota a qual ele já conhecia. Ele não se lembrou dela, mas também ela não podia o culpar. Graças a Deus ela tivera coragem de mudar e agora era pouco reconhecida nas ruas.
Então rapidamente fechou a caixa de e-mail e deixou o homem ser levado pelo seu chefe para o computador dele, o qual não ficaria muito longe de onde ela estava.
, em alguma hora do dia, conseguiu lembrar-se que conhecia a menina, que agora havia virado uma mulher muito bonita, e resolveu que não seria nada demais se falasse com ela. Dependendo do tempo que ela trabalhava ali, podia até ajudá-lo a se adaptar.
Então, no final do dia, quando ele já estava mais familiarizado com o local e já com sua mochila no ombro, ele acompanhou um pessoal, que parecia ser bem amigos da mulher, pro elevador e acabou descendo na mesma viagem.
Aproveitando que ela se despediu deles na frente do grande prédio e acabou se virando pro lado contrário que eles iam seguir, ele finalmente abordou quem queria ter falado duas horas atrás.
— Ei! — ele a chamou ficando em seu encalço. fingiu que foi pega de surpresa, já que percebeu o homem perto dela anteriormente, e sorriu falando.
— Olá! Posso te ajudar em algo? — acrescentou, tentando parecer mais casual.
— É que eu acho que conheço você de algum lugar… — ele riu e fez a menina enrugar a testa, incorporando a atriz que ela tinha dentro dela. — Você por acaso não estudou naquele colégio? — apontou para um outdoor que tinha ali perto com uma propaganda de uma das escolas mais conhecidas da cidade.
— Estudei sim! Você também? — ela continuou dando a entender que não lembrava dele e ele riu, sem entender como alguém não se lembrava dele. Talvez ela seja mais velha que eu, pensou. Mas, enfim, respondeu.
— Sim! Eu tenho a impressão que já vi seu rosto lá. Você acabou a escola quando? — ria por dentro, percebendo que realmente devia ter sido apenas mais uma na vida dele e ele apenas esperou que ela falasse algo.
— Em 2012, e você?
— Mesmo ano! — ele ficava cada vez mais surpreso. — Mas, peraí. Então estudamos juntos? Qual o seu nome? — a mulher riu da fala dele e também parou de andar, já que foi o que ele fez. Respondeu, estendendo sua mão para que se apresentasse, assim como fez na festa que havia acontecido seis anos atrás.
. , prazer — e então conseguiu lembrar-se dela. A menina que antes tinha cabelos castanhos escuros, agora tinha umas mechas no cabelo, uma tatuagem no ombro esquerdo, mas, mesmo assim, continuava baixinha. Afinal, ela não estava tão diferente assim. Ele que era tapado e não conseguira lembrar a menina da formatura.
— Ah, eu te conheço! Você é a menina da formatura — ele sorriu e fez a pergunta que talvez os unisse. — Trabalha na Y&Y faz quanto tempo? — ficou contente com a súbita vontade dele de saber tanto sobre a vida dela e respondeu, simpática.
— Já faz quase dois anos! Se você precisar de alguma ajuda, pode contar comigo, viu? Espero ser útil — ela sorriu e pôde sentir um conforto no seu peito, pensando que o futuro, o qual tinha sido muito bom com ela fazendo-a aprender várias coisas importantes durante todos aqueles anos, tinha acertado mais uma vez. E que talvez era a hora dela tirar a primeira impressão que tivera de , que ela havia achado que nunca mais encontraria novamente e ficaria por aquilo mesmo. Mas é claro que eles acabaram na mesma empresa...
— Obrigado! Acho que vou precisar de você mesmo… — o homem sorriu e continuou andando ao lado da mulher até o carro dela, que não estava muito longe.
O assunto não foi muito prolongado e ele acabou seguindo a rua depois de se despedir da nova colega de trabalho, sem conseguir deixar de pensar em como a vida dava voltas.
, dentro de seu carro, colocou sua música favorita pra tocar e sentiu um sorriso natural no seu rosto, que às vezes aparecia depois de um dia bom. E ela tinha certeza que aquele tinha sido um deles.
A única coisa que ela não tinha ideia era o que aconteceria dali pra frente. Mas de repente lembrou do e-mail da antiga amiga e acelerou o carro, querendo chegar em casa o mais rápido possível para respondê-la. Acabou que Erica estava certa quanto quem ela esbarraria no trabalho. Mas ela já não podia confirmar para amiga que era o garoto metido da escola, apesar dela saber muito bem que as pessoas não mudam tanto assim.
Então assim que estacionou no seu prédio, cumprimentou o porteiro e subiu para seu apartamento alugado. Foi correndo para a cozinha, botou uma lasanha no microondas e abriu seu notebook. Demorou um minuto para ele iniciar, como sempre, e enquanto isso ela cantarolava sua canção favorita, que ainda estava em sua cabeça…
Maaaaaybe sometimes, we got it wrong, but it’s all right! The more things seems to change… The more they stay the same.
E então o computador ligou e ela estava na página de seu e-mail, respondendo o email da agora nova amiga a qual ela não queria mais perder o contato. Erica teria uma surpresa quando lesse o e-mail. A mesma surpresa que agora percorria as veias de .

De: < @hmail.com>
Para: Erica
Enviada: 08 de agosto, 22:34
Assunto: Re: Saudades!

Oi, Erica!
Claro que lembro de você! Adorei que você encontrou com a Sof, que saudades que tô dela também! Acho que precisamos marcar um programa de meninas pra ontem, viu? E encontrar a Olivia e a Tati porque também quero saber de tudo, desde o fim do ensino médio até toda a faculdade, sobre o que aconteceu na vida delas! Ter um remember das noites que a gente fazia festa do pijama seria um máximo, na verdade! Mas deixa eu entrar nessa fofoca toda porque acabei de chegar do trabalho e acho que você também vai ficar chocada com algumas coisas que aconteceram hoje.
Parece que vocês duas acertaram, viu… Encontrei com o hoje na agência, mas acabou que ele só lembrou de mim no fim do dia, isso é, acabei de falar com ele! E, olha, tenho más notícias para você: ele continua lindo, simpático e, (in?)felizmente, ainda sabe muito bem conquistar as pessoas de todos os gêneros dos lugares onde passa — sem ao menos estar presente, já que a fofoca começou antes mesmo dele chegar lá, hahahaha.
Eu não sei se você lembra, mas antes de nos afastarmos eu acho que te contei que na nossa festa de formatura eu e ele acabamos ficando, né? Não sei como vai ser daqui pra frente, mas eu tô super disposta a ajudar ele a se adaptar nesse novo trabalho ;) E parece que ele gostou da ideia…
Pode deixar que te deixo atualizada sobre tudo! Aliás, me passa seu número de novo porque eu perdi quando troquei de celular e nunca mais nos falamos por causa disso, acredita? Realmente precisamos marcar de sair e colocar as fofocas em dia. Acho que teremos muito que conversar nos próximos meses, se é que me entende…
Beijos,
!




Fim.



Nota da autora: Ei, girls! Hoje vim aqui (tentar) honrar a fic dessa rainha que é a Queen B e espero ter conseguido tal coisa. Tinha pensado em fazer uma restrita dessa vez, mas acabei gostando tanto de como ela saiu que deixei assim mesmo. Se leram até aqui e gostaram, comentem ali embaixo na caxinha de comentários. Vou adorar saber o que acharam. E como eu sou uma pessoa que tem mil e uma ideias, acabei já pensando numa segunda parte pra essa fic, que aí sim seria restrita (talvez :P). Mas depende, sempre, do feedback de vocês. Mil beijinhos, até a próxima!






Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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