Fanfic finalizada.

Capítulo Único

One, two, three, four…

Estávamos todos em volta da fogueira, todos da antiga, forte, cheia de fãs e viva One Direction. Comemorávamos a notícia de que eu seria pai, o primeiro de nós da banda, fato chocante para mim e para o resto, que colocavam todas as suas fichas no , ou no .
- Caras, prometam para mim e para fogueira da amizade que nunca vamos perder o que somos de vista, nunca vamos agir de acordo com a idade, mesmo que estejamos velhos e gordos – pediu, de repente, com nostalgia na voz, ele já sentia falta do passado, só nós e a diversão do mundo que nós proporcionávamos quando estávamos juntos, sem preocupações em excesso, além da que nós já tínhamos.
- Fogueira da amizade? Breegggaaaaaaa! Era para eu estar brega, vou ser pai! – Brinquei com , que não se importou e voltou os olhos para .
- Okay! Eu começo! – pronunciou-se, rindo. – Eu, , juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade - concordo que é brega – que, quando eu estiver velho, gordo e chato, não vou agir de acordo com a minha idade. , é com você.
- Estou bufando com a criancice aos trinta anos de idade, mas... Eu, , juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade que, quando eu estiver velho, gordo e chato, não vou agir de acordo com a minha idade. Agora é com você, criança master . – realmente estava bufando e olhando de lado para , parecia estar analisando as feições do colega, andava estressado, não estava aturando turnês longas mais, mas não perdera o humor.
Nós estávamos velhos - para o meu eu de 10 anos atrás - e queríamos paz, e não um monte de fãs correndo atrás de nós, não que não fosse gostoso, mas, de vez em quando, cansávamos, e era aí que a fogueira da amizade aparecia. Tentávamos reacender a chama da juventude que sabíamos que estava lá, só que, com o peso da idade nas costas, era um pouco complicado mantê-la acesa sempre.
- Eu, , o verdadeiro adulto e amigo daqui, juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade que, quando eu estiver velho, gordo e chato, não vou agir de acordo com a minha idade. – disse, sorrindo igual uma criança, ele acredita em promessas e desejava que aquela nunca se quebrasse. – Sua vez, .
- Não comento nada, porque tive a mesma ideia... – revelou .
- Sabia! – exclamou rindo verdadeiramente, então era isso que ele estava vendo.
- Calado, preciso fazer meu juramento – repreendeu fazendo uma cara feia forçada, que acabava realçando a feiura da careta que era a cara dele, ocasionando gargalhadas em todos os presentes, até . - Eu, , juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade que, quando eu estiver velho, gordo e chato, não vou agir de acordo com a minha idade. Porque sou uma eterna criança, ou seja, quando vocês estiverem cheio de rugas, gordos e horrorosos – o que não é novidade -, eu vou estar lindo e pegando mulheres à vontade.
- Nós acreditamos tanto quanto eu acredito em sua fama de pegador – não podia perder essa.
- Ou seja, não acreditamos – completou, fazendo um high five comigo.
- E eu que sou a criança... - falou baixinho, quase inaudível, mas ouviram, porém ignoraram.
- Por que eu não posso ser igual ao Mike Jagger, só que da minha geração? – perguntou pensativo.
- Porque Mike Jagger é fera e você é mais ou menos – respondeu fazendo gestos com a mão, com o intuito de zoar o amigo. Outra seção de risos, era assim quando eu estava com eles, chegava a ser prazeroso, a juventude chegava como consequência da nossa amizade, que é forte e que, sem dúvida, durará para sempre.
- Volta para Irlanda, Leprechaun! – falou, brincando, é claro, e abraçando o amigo. Se voltasse para sua terra natal, ele iria buscá-lo e o traria, mesmo que fosse arrastado, e, é claro, teria toda a nossa ajuda na missão: “ de volta para a terra da 1D”. – Falta você, .
- Eu, , juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade que, quando eu estiver velho, gordo e chato, não vou agir de acordo com a minha idade. Satisfeitos, crianças? Mais alguma coisa para o papai fazer? – perguntei sarcástico, acho que rolei os olhos do início ao fim do meu juramento, mas não consegui conter o divertimento evidente da minha pessoa.
- Está ótimo, mamãe. – provocou rindo junto com os outros, eu só rolei os olhos e esperei que o surto de risadas acabasse, mas acabei cedendo e gargalhado um pouco.
- Vocês são idiotas, irritantes e roncam muito, mas eu amo vocês, seus gays! – Eu expus todo o meu amor por eles, sim, eu os amava, e muito! Os melhores amigos, irmãos, companheiros de banda e padrinhos de casamento que eu poderia ter ou pedir aos céus, e eles mereciam saber disso, vai que eu morro na volta para casa. Acho que saber que serei pai estava me deixando estranhamente meloso. – Vocês sabem que são os melhores em tudo e que sem vocês eu não seria nada, além de um cara com um sonho adolescente frustrado – continuei e eles soltaram um “awnnn” em coro, antes de virem fazer montinho em cima de mim.
- Nós amamos você também, futuro papai sentimental! – disse por todos e, depois, um a um falaram a mesma coisa, com exceção de , que me chamou de mamãe, mas isso não vem ao caso no momento.
- Podíamos renovar nosso juramento todo o ano – sugeriu.
- Até você, ? – perguntou com falsa indignação e foi ignorado de uma forma linda, que acabei rindo do vácuo que deu nele, não consegui me controlar.
- Ótima ideia – concordou com , sorridente.
- Eu também! – concordou com os outros dois.
- Vai ser divertido – concordei rindo. – Melhor se render, ... – alertei e os outros confirmaram com a cabeça, todos olhávamos para ele, que ainda estava com uma cara incrédula, todos sabíamos que era falsa.
- Estou rendido! – Exclamou colocando as mãos para o alto e rindo.
Nós nos abraçamos e ficamos conversando sobre bobagens e jogando antigos jogos até o amanhecer que, por sinal, estava deslumbrante e mágico, para relembrar dos velhos tempos. Não dizem que relembrar é viver? Se for assim, vamos viver séculos, talvez não fisicamente, mas nas memórias das pessoas. Além de que vamos viver com a alma jovem por décadas e décadas, o que é a melhor parte.

When I’m fat and old and my kids think I’m a joke
'Cause I move a little slow when I dance
I can count on you after all that we’ve been through
'Cause I know that you’ll always understand


Trinta anos depois...

Os meus netos corriam para lá e para cá na nossa casa, minha e da minha esposa, , que me chamava para dançar agarradinhos, a minha dança preferida. Eu adorava tudo na minha vida, menos a idade. Tive três filhos, queria me matar quando descobriu da terceira: o mais velho, Ethan, é empresário de algumas bandas de sucesso, além da minha; o do meio, Antony, é um violinista de sucesso; e a minha eterna princesinha, Alasca, é médica, descobriu a cura do Alzheimer. Meus filhos eram lindos, saudáveis, amorosos, e eu não poderia estar mais orgulhoso de cada um; deram-me netos maravilhosos, alegres, amorosos, e eles eu podia mimar sem medo de estragar.
- Olá, amor – cumprimentou-me assim que peguei em sua cintura e começamos a dançar, já ouvindo nossos netos rindo, e eu sabia exatamente qual era o motivo.
Eles adoravam rir do meu jeito um pouco devagar de dançar, ah, quando eles chegarem a minha idade... Quero estar vivo para rir deles e tomara que caiam, ou deixem suas esposas caírem na dança do casamento deles.
- Querida, eles estão rindo – comuniquei a minha doce amada a nossa situação e ela riu daquele jeito tão lindo e gostoso, chegava a ser a mais bela das músicas para o meu ouvido.
- Deixe eles, eles não sabem o quanto somos jovens... – disse sorrindo maliciosa para mim.
Nossa chama nunca apagava e ela continuava linda, mais velha, é claro, mas linda, a mulher que todo homem quer ter a seu lado para envelhecer, formar uma família e compartilhar várias histórias encantadoras como ela. Mas eles não podiam ter a , pois ela é a minha mulher, a minha companheira, o meu porto seguro e o meu grande e eterno amor, a única que me viu engordar e não reclamou, algumas fãs reclamaram dos meus pneuzinhos que, modéstia à parte, eram lindos, mas irritantes.
E eu estou gordo, como prevíamos naquele juramento em torno da fogueira da amizade, todo o ano voltávamos lá para reacender a fogueira e, consequentemente, renovar nosso juramento, renovar a nossa amizade e juventude. Hoje era mais um dia desses e eu estava ansioso, era uma delícia relembrar de cada momento naquele lugar e me sentir jovem de novo, além de que antes de ir para lá, passávamos em uma boate. Não nos cansávamos facilmente, ninguém diria que temos a idade que temos. Aliás, idade é só um número, um número malvado, mas um número. Não sei quantos anos tenho, parei de contar aos trinta e nove aninhos, brincadeirinha, saber eu sei, mas é segredo de estado.
foi um Mike Jagger da vida, casou-se recentemente e tenho toda a certeza do mundo que está feliz, mesmo gordo e velho, e cheio de netos rindo do seu jeito de dançar, dele não agir de acordo com sua idade – o que ele adorava saber que eles percebiam - e do fato dele contar as mesmas histórias repetidas vezes. Ele casou três vezes ao todo, contando com a atual, dois noivados mal sucedidos e inúmeros namoros. Pelo menos, está nos céus com a nova mulher e, graças aos céus, ela parece amá-lo loucamente.
é a mesma criança de sempre, também está gordo e velho, além de ser a piada dos netos, o que todos nós somos, netos são todos iguais, só muda o endereço. Ah, quase me esqueci, vive muito bem e feliz com a primeira mulher. tem uma família enorme e feliz! É a mesma história do resto, só que é o mais conservado, porém, ainda é gordo e velho. Para a felicidade dele e a nossa tristeza, não é a piada dos netos, só um pouquinho.
casou no mesmo ano da fogueira e engravidou a mulher na lua de mel – só tem cara de anjo -, e resolveu, assim que a filha nasceu, morar com a mulher e a filha na Irlanda. Ele só não contou conosco, que fomos para Irlanda arrancar ele de lá, ele e a família voltaram, não ficou nem uma semana lá, não deixamos, 1D de férias era como envelhecer dez anos a cada dia. Também está gordo e velho, além de acharmos que logo, logo todos nós vamos ficar carecas, vimos isso ontem no , ele vai ser o primeiro a ficar, o que é uma felicidade grande para o resto, e eu me incluo no resto. Só tem netas e elas adoram fazer maquiagem no vovô, enquanto o mesmo dorme, adoro aquelas garotas.
One Direction estava viva, alegre, forte, cheia de fãs e tudo o mais. Só um pouco mais lenta, porque nós não aguentávamos o mesmo ritmo das nossas antigas turnês e shows, não sabemos até hoje como aguentávamos, éramos loucos com uma vida louca e corrida.
- Terra chamando – minha esposa me chamava e eu sorri antes de ir beijá-la e receber um coro de sons, alguns com nojo, outros achando lindo. Quem não achava um casal de idosos apaixonados a coisa mais fofa do mundo? Os meus netos mais novos não achavam. O beijo foi delicioso, por mais que nossas bocas estavam menores e retraídas – sintomas da chegada da terceira idade -, ainda eram deliciosas juntas. – Vai sair com seus amigos hoje? – perguntou sorridente, aquele sorriso era encantador.
- Vou, e você, o que vai fazer hoje à noite? – Perguntei.
- Sair com as minhas amigas, não é só você que nega a sua idade. – Respondeu rindo mais ainda, o que chamou atenção de nossa – curiosa - família.
- Não nego – respondi e parei para pensar um pouco. – Eu só não ajo de acordo com ela.
- Boa resposta.
Soltou-se de mim e foi para cozinha, claro que se despediu com estilo, seus beijos e abraços eram os mais interessantes e deliciosos que eu já tive o prazer de experimentar. Aquela dança me deu uma saudade da minha juventude, quando eu podia pegá-la nos braços e levá-la para o quarto sem receber olhares e repreensões pelas crianças, não que eu ligasse, mas era bom não dar má influência para as minhas garotinhas.

I won’t act my age, no I won’t act my age
No, I’ll still feel the same around you
Hey!

When I’m fat and old and my kids think I’m a joke
'Cause the stories that I told, I tell again and again
I can count on you after all we got up to
'Cause I know that you truly understand


Sentei com os meus netos e comecei uma história, que tinha certeza que eles já ouviram várias e várias vezes, mas não custava ouvir mais uma. Deveriam aguentar o velho vovô, bom, deveriam em tese.

Flashback On

Estava indo ao médico junto aos garotos da banda, fazer uma bateria de exames para ver como andava a nossa saúde, e era uma médica, linda, devo dizer. Aqueles cabelos, lábios, olhos, e aquela cintura que me dava uma vontade enorme de agarrar. Vou fazer uma modificação em “Lucy In The Sky With Diamonds”, dos The Beatles, vai virar: In The Sky With Diamonds. Só essa frase, pois ela é vários diamantes e, naquele momento, parecia inalcançável para mim. Só parecia.

Flashback Off

- Vovô, você já contou essa história. – Meryl interrompeu impaciente e o restante concordou com ela, já cansados de ouvir sempre a mesma coisa.
- Eu vou viver histórias novas para contar – prometi e Meryl sorriu, tão doce, e acreditava em mim, mesmo que eu falasse que iria para o espaço.
- Duvido – brincou Paul, o meu neto mais velho, e eu o olhei com cara feia.
- Aposta quanto? – perguntei o desafiando.
- Para de desafiar o papai, Paul – Ethan o repreendeu, cansado, enquanto se tacava no sofá, pedindo colo para a sobrinha mais nova, Meryl, que não hesitou em dar, uma criança muito amorosa, como a mãe, não posso falar bem do meu genro, contra as regras de sogros ciumentos. E eu sou um péssimo sogro para genros, sempre fui e sempre serei...
- Vou contar uma outra história – informei a todos eles.
- Lá vem a velha história – Ethan brincou, eles adoravam zoar com a minha cara.
- Quieto, garoto! – repreendi e ele encolheu com meu tom de voz, era por isso que eu adorava ser pai, ter o controle era tudo de bom.

Flashback On

Estávamos todos os meninos da banda e suas mulheres, namoradas e noivas no Brasil, em turnê, Ethan estava com dois anos, acredito. Ethan era bem mais lindo, carinhoso, fofo e não falava as coisas erradas na hora errada, só as vezes. Agora ele é esse cara aí, eu ainda o amo, mas ele é chato e inconveniente, voltando...
Adorávamos a caipirinha de lá, e naquele dia eu bebi horrores. Ethan estava com a minha linda esposa e...

Flashback Off

- Já ouvimos essa, vovô – Meryl voltou a interromper e meu filho, Ethan, fez um high five com ela, eu não merecia uma família tão má assim.
- Vô, vai dançar daquele jeito estranho e lento com a vó, vai – Paul perturbou e todos riram.
- Calado, menino! Vou contar outra história...

Flashback On

- Pai! A bolsa da minha mulher estourou! Paul vai nascer!!!! O que eu faço?! – choramingava meu filho mais velho pelo celular.
- Menino, por que, diabos, você está me ligando?! Leva ela para o hospital! – Eu queria o chamar de idiota, mas eu entendia, ele estava apreensivo, era o primeiro filho dele e ele era novo.

Flashback Off

- Pai, não precisa recontar minha irresponsabilidade para os meus filhos e sobrinhos – Ethan falava emburrado e eu e o resto só riamos.
- É, pai, você era irresponsável ao extremo e ainda reclama e me chama de irresponsável quando eu chego tarde. – Paul dirigiu-se para Ethan, sorrindo.
- De madrugada, você quis dizer. – Ethan disse, ainda emburrado.
- Vou me trocar. – levantei da poltrona e fui para as escadas, mas ainda pude ouvir Antony entrando na sala e perguntando:
- Onde ele vai?
- O de sempre, querido. – Minha adorável esposa respondeu. – Vou me arrumar.
- Os meus velhos vão sair? Estão nos expulsando? – Perguntou Ethan.
- Não, querido, só vamos sair, podem ficar. Vocês não são mais bebês para quebrar a casa, eu acho. – Estava esperando a minha bela em cima das escadas e eu adorei o diálogo dela com as nossas crianças.

I won’t act my age, no I won’t act my age
No, I’ll still feel the same around you
I won’t act my age, no I won’t act my age
No, I’ll still feel the same and you will too
Hey!


Andei para o quarto e a esperei chegar no mesmo, escondido, e a abracei. Ela soltou um gritinho fraco de surpresa, que logo foi substituído pelos nossos beijos. Sim, podíamos não ser mais aqueles jovens cheio de fogo na cama, mas éramos jovens o suficiente para ter no mínimo uma chaminha, modéstia à parte, mas as nossas incendiariam a casa.
Mesmo depois de tanto tempo - e ela falando sobre uma pesquisa que dizia que o amor não durava mais do que 15 a 25 anos, não me lembrava do tempo exato – nosso amor continuava tão jovem e ardente como no início de tudo, e isso já faz 40 anos, quando erámos dois jovens adultos sonhando com o futuro. Se as pessoas soubessem como envelhecer é ruim, parariam de desejar serem mais velhos; se soubessem como o futuro é presente, parariam de pensar nele a todo momento. Arrependo-me de duas coisas: a primeira, ter pensado mais no futuro e no passado no que no presente, o que ainda faço, mas me nego a admitir isso em público; a segunda, ter gastado todo o meu estoque de histórias interessantes na praia quando eles não queriam dormir, e isso aconteceu com duas gerações, com os meus filhos e com os meus netos.
E nós acabamos na cama, fazendo o que fazemos de melhor: FILHOS! Pena que nessa idade não tem como fazer mais, se tivesse seríamos pais de cem filhos, dinheiro, amor e carinho nós tínhamos de sobra.
- Amor, daqui a dez anos faremos bodas de ouro – minha mulher falou nostálgica, deitada no meu braço e olhando para o teto – e eu ainda lembro de quando nos encontramos.
- Um dia tremendamente lindo, meu amor – eu completei sua frase sorrindo e indo beijá-la na testa. Céus, como era difícil me locomover naquela posição, na minha juventude era tudo muito mais fácil e rápido.
- Sem dúvida.
- Fico tão feliz que você tenha sido a nossa médica. – Eu disse sorrindo radiante para ela, o amor da minha vida.
- Fico feliz em ter ido contra minha ética, essa frase foi errada – confessou enquanto entortava a boca em descrença consigo mesma.
Eu a conhecia infinitamente bem para saber quais eram suas reações, por mais que descobrisse algumas com o tempo, mas sabia lê-la muito bem para descobrir qual era, o que ela sentia.
- Eu amo você. – Afirmei em voz alta o que eu sempre senti bem lá no fundo do meu coração. Adorava relembrá-la do amor que eu sentia por ela.
- Eu amo ouvir isso, mas amo você mais ainda.
- Você é a melhor esposa que alguém poderia querer, .
- Eu sei, agora, você, é um marido mediano. – Disse com um sorriso sapeca nos lábios, suas feições indicavam que estava brincando e eu entrei nessa brincadeira fazendo um biquinho de lábios enrugados. – Tudo bem, eu assumo, você é o melhor de todos.
- Eu sei. Você viu como meus lábios estão pequenos e enrugados? – perguntei, estava um pouco irritado com isso por esses dias.
- Nem me fale, os meus sofrem do mesmo fenômeno. – Respondeu com sinceridade.
- Envelhecer não é muito legal, não.
- Melhor envelhecer do que morrer jovem.
- Você está certa, amor, mas envelhecer não é a melhor coisa do mundo.
- Nunca disse que era. – suspirou profundamente e ruidosamente e eu a olhei fingindo assombração, e ela riu, aquela gargalhada me lembrava um dia calmo em que eu posso ir brincar com as crianças e na neve. – Vou me trocar, noite de pijamas das garotas de outrora. – depois disso eu gargalhei horrores e ela me olhava, indignada. – Qual o problema, ?
- Sua frase te envelhece, amor. – expliquei ainda rindo.
- Olha quem fala, você vai para a fogueira da amizade, Sr. Tenho dez anos de idade. – retrucou.
- Estou rendido, minha bela dama. – Falei com divertimento na voz e ela sorriu, levantando-se devagar e indo para o banho.
Por que quando ficávamos velhos nos mexíamos com lentidão? E olha que nós somos um casal rápido. Acho que a crise dos sessenta anos começou, acabei revelando um segredo de estado, mas vocês guardam segredo, ou melhor, apaguem da memória.
Liguei a TV e estava passando uma reportagem da 1D, como eu não sabia disso? Estavam falando de nós desde o começo. Mas a parte mais engraçada foi a reportagem que resgataram em que o dizia que tinha falado para nós que viraria o Mike Jagger do futuro e, sim, eles colocaram o como Mike Jagger, a minha explicação é: eles estavam com a visão pior do que a minha, não dava para encher o ego do justo hoje, hoje era o dia da renovação, o dia da fogueira da amizade.
Falaram sobre mim, o meu casamento, a minha família e sobre tudo que sabiam da minha vida pessoal, o que não era muito, nunca gostei de expor meus filhos e netos, eles não precisavam ter que lidar com a fama do pai e avô.
Não demorou muito para minha sair do banho, beijei-a e fui tomar o meu banho. Meu Deus, como eu estava enrugado! Graças aos céus eu estava saindo do banho, ensaboar o meu corpo não lisinho e barrigudo não era o meu esporte preferido. Coloquei a roupa que me fazia ficar mais jovem, que me deixava parecido com um jovem homem, ou como diria a minha mulher: um garoto jovem de outrora. Essa crise dos sessenta está me matando, preciso ir para Las Vegas afogar minhas mágoas com a idade, aquele número malvado.
- Amor, como estou? – Minha esposa perguntou, enquanto eu saía do banheiro só de toalha, hábitos antigos pegam para todo o sempre.
- Linda como sempre, querida. – Respondi, sorrindo, realmente estava linda.
- Obrigado, meu velhinho, você está maravilhoso de toalha. – falou e piscou para mim, que, provavelmente, estava com uma cara feia.
- Lembre-se que sou só dois anos mais velho... – alertei, indo procurar a minha roupa rejuvenescedora.
- Você sabe que é mais jovem do que muitos por aí. – ela afirmou, tentando me colocar para cima, ela me conhecia muito bem e sabia que eu odiava envelhecer, por mais que tentasse de tudo para amenizar.
- Espero que eu seja. – sorri para ela e ela me devolveu um sorriso mais do radiante e lindo enquanto vinha me abraçar apertado.
- Estou indo. Não se esqueça que não pode beber.
- Obrigado, meu amor, divirta-se e volte inteira. – pedi e ela riu enquanto abria a porta do quarto.

When I can hardly walk and my hair is falling out
We’ll still stay up till morning
We’ll throw an after party, oh yeah, oh yeah


Terminei de me trocar e desci as escadas lentamente. Olhei para meus netos que sorriam para mim e eu para eles, e Meryl veio correndo me abraçar.
- Vovô tá bonitão.
- Obrigado, minha princesa. – abracei-a e depositei um beijo carinhoso em sua testa.
Assim que ela saiu do meu abraço, foi correndo para o colo de Antony, adorava o fato dela preferir o colo dos tios do que o do pai dela, sentia-me realizado. Posso dizer que o meu genro não é amado por mim.
- Vai sair, pai? – minha linda princesinha mais velha, Alasca, perguntou sorridente.
- Sim, princesa, não deixe seus irmãos quebrarem a casa, por favor. – respondi, e Antony e Ethan reclamaram.
- Não vou deixar, fale para os tios que eu mandei um beijo.
- Certo. – fui até ela e a abracei, antes de beijar aquela linda barriguinha de cinco meses, fiz isso com todo o resto, menos com meu genro; minhas noras eram uns amores, não sei como aguentam meus filhos. Meus netos: Paul, Lucy, Leon, Angel, Meryl e nosso futuro . Sim, teria o meu nome!
Não via a hora de chegar à boate mais alegre daquela cidade e ver meus amigos, e não demorou para chegar. Desde que entrei no carro e dei partida se passaram só quinze minutos, eu não corria, lembre-se meus reflexos estão ficando cada vez mais ruins com a idade avançando. Entrei na boate e logo avistei meus amigos rindo horrores.
- E aí? – Gritei para ser ouvido.
- Aê, ele chegou! – gritou de volta e vieram todos me abraçar.
Começamos a discutir sobre tudo, família, idade, rugas, comida, remédios, dificuldades e o fato de estarmos mais lentos a cada ano.
- Eu quero beber – choramingou .
- Odeio meus remédios. – reclamou.
- Eu também quero beber, mas não posso. – também reclamou.
- Remédios? – perguntou .
- Sim. – respondeu desanimado.
- Somos velhos que não podem beber, fim do poço. – concluí.
- Nós tomamos remédios e ficamos sem um outro remédio eficaz, vida cruel. – pronunciou-se. – Vocês viram aquela ruiva peituda ali? – perguntou com os olhos em cima da garota.
- Cara, você acabou de casar. – eu o repreendi.
- Esqueceram que eu sou o Mike Jagger da nossa geração? – perguntou e todos nós rolamos os olhos.
- Não esquece da camisinha. – alertou.
- Divirta-se com consciência que está melando seu casamento. – alertou.
- Vai logo, Jagger. – ordenou sem paciência, não gostava muito do jeito que se referia ao Mike Jagger.
foi e logo que conquistou a mulher, acho que ela tinha uns trinta anos a menos que ele, mandou um beijo para nós. Não queríamos ver a pegação do nosso velho amigo e voltamos a conversar, logo ele voltaria e nós iríamos para a fogueira da amizade. Acredito que ficamos conversando em gritos umas duas horas até voltar limpando a boca e sorrindo. Eu disse que estávamos ficando cada vez mais lerdos a cada ano.
- Gostosa. – informou. – Vamos, seus velhos?
- Claro, idiota. – eu respondi bagunçando os cabelos dele e me dirigindo, junto com os outros, para a saída.

I won’t act my age, no I won’t act my age
No, I’ll still feel the same around you
I won’t act my age, no I won’t act my age
No I’ll still feel the same and you will too


Agora era a hora de acender a fogueira novamente e refazer nosso juramento, manter a amizade viva.
Era um pouco longe, mas nada que nos parasse, uns trinta minutos, aproximadamente, de carro. Os trinta minutos passaram na velocidade da luz e os minutos necessários para descer do carro, descarregar o carro, ir até o local, acender a fogueira, sorrir para a fogueira, montar as barracas, ligar para a esposa, ligar para a família, sorrir de novo, fazer careta e tomar os remédios, pegar os cobertores, comida e bebida sem álcool – porque a vida é dura - e sentar em volta da fogueira.
- Mais um ano, meus companheiros – dizia todo nostálgico, enquanto olhava para a fogueira e respirava fundo. – Éramos tão novos, eu quero voltar!
- Todos queremos, pronunciou-se por todos nós, e não errou.
- Cara, eu sou a piada enrugada, lenta e gorda dos meus netos. – desabafei.
- Eu também, elas acham que eu sou boneca! – desabafou.
- Você é, mas meus netos me respeitam, mas brincam comigo, é claro. – falou, homem de sorte!
- Eu também sou a piada velha que repete as histórias. – informou a todos nós.
- Eu também. – revelou.
- Até você, Mike Jagger? – perguntou rindo junto com o restante, exceto que esbanjava uma careta horrorosa.
- Calado, Leprechaun. – esbravejou, o que provocou mais risadas.
- Vamos para o juramento, seus velhos e gordos – ordenou e completou: - e no caso de certas pessoas, careca também...
E todos caíram na gargalhada, menos .
- Engraçadinho – desdenhou e todos nós só sabíamos rir. – Eu começo o juramento – avisou e logo depois de respirar fundo, completou: - Eu, , juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade - agora não é mais brega, sinto-me jovem – que, quando eu estiver velho, gordo, careca e chato, não vou agir de acordo com a minha idade. Senhor Rabugento , é com você.
- Tem como ser mais igual do que a primeira vez? – perguntou para e os dois rolaram os olhos ao mesmo tempo, o que provocou um riso em mim. - Eu, , juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade que, quando eu estiver velho, gordo e chato, e o estiver totalmente careca, não vou agir de acordo com a minha idade. Jagger, por favor.
- Eu, Jagger, juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade que, quando eu estiver velho, gordo e chato, e careca, não vou agir de acordo com a minha idade. Porque sou uma eterna criança, ou seja, enquanto vocês estão cheios de rugas, gordos e horrorosos – o que nunca foi novidade -, eu continuarei lindo e pegando mulheres à vontade, porque sou o Mike Jagger da minha geração. – falou nos olhando com um sorriso brincalhão, que marcava suas rugas. – Escolho , o eterno idoso, para ser o próximo a jurar algo que já está acontecendo.
- Essa é a graça, juramos que não vamos agir de acordo com a idade e nosso juramento não mudou mesmo que tudo já tenha acontecido, já estamos velhos, gordos, chatos e, no caso isolado do , careca. – eu expliquei e eles me olhavam com cara de quem não estava entendendo nada. – Lerdos! – Esbravejei, mas antes que alguém respondesse, continuei: - Isso quer dizer que, de fato, não enxergamos nossa idade, não agimos conforme ela, ou seja, estamos cumprindo o juramento. – E todos concordaram com a cabeça, de boca aberta, e eu ri negando com a cabeça, meus amigos eram os velhos mais idiotas do mundo. – Agora meu juramento: Eu, , juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade que, quando eu estiver velho, gordo, chato e, no caso do , o único, careca, não vou agir de acordo com a minha idade. Agora é com a criança máster.
- Sou melhor do que a criança que quer ser o Mike Jagger, admitam. – Começou e todos admitimos sem hesitar, menos , que mostrou aquela língua feia para nós, que gargalhamos daquela feiura em pessoa. - Eu, , a verdadeira criança daqui, juro perante todos os meus amigos e a fogueira da amizade que, quando eu estiver velho, gordo, chato e, no caso do nosso velho e que continue só nele, careca, não vou agir de acordo com a minha idade.
- Eu amo todos vocês, crianças do papai. – expus os meus sentimentos, cada ano eu ficava mais sentimental, era impressionante.
- Eu também amo vocês. – foi o próximo e veio me abraçar, éramos dois sentimentais em volta da fogueira.
- Eu amo tanto vocês! – gritou e veio correndo nos sufocar com seus braços loucos por um abraço em grupo, o que ocorreu, agora éramos três sentimentais em volta da fogueira.
- Eu amo mais cada um de vocês. – revelou e veio se juntar ao abraço, mais um sentimental em volta da fogueira.
- Amo tanto vocês! – gritou mais alto do que e pulou em cima de nós, que caímos para trás rindo e nos abraçamos em grupo. Por fim, são cinco sentimentais abraçados em volta da fogueira.
Quando somos crianças queremos ser adultos, e quando somos adultos e idosos, só queremos voltar a ser crianças e nunca pensar em crescer e agir de acordo com a idade.

Nana nananana nananana nanananana
Nana nananana nananana nanananana
Nana nananana nananana nanananana
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FIM



Nota da autora: TERMINEI! Espero que gostem, eu amei essa história desde o início! Quero agradecer algumas pessoas: a Mel por ter me convidado para esse especial lindo, a Camila por ter lido e dado sua opinião e a Carol Cahill por tolerar o meu atraso KKKKKK Leiam as outras fanfics do especial, tenho certeza que vão amar!

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