16. Choose Your Battles

Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Desde que entrou pra U.S.Army nunca mais eu tive um momento de paz em minha vida. Todas as promessas, toda a alegria que passamos no dia do casamento acabaram no momento em que seu celular tocou e uma voz grossa lhe disse do outro lado:
- Soldado Adams! Aqui é o General Parker e eu venho lhe informar que o senhor foi escalado pra uma nova missão no Oriente Médio. Dirija-se agora pra base do Exército.
apenas assentiu.
E eu fiquei sozinha na noite da nossa Lua de Mel e nas noites dos três meses seguintes.

*Três anos depois*


- O que significa tudo isso, ? - tinha acabado de chegar de mais uma missão local e se deparou com uma mesa de jantar toda arrumada, velas perfumadas e uma esposa sentada do outro lado, com um sorriso tímido nos lábios vermelhos.
- Hoje é aniversário do nosso casamento, . Pensei que gostaria de jantar comigo, fiz seu prato preferido! - A moça disse com uma pontada de tristeza na voz.
- Que casamento, ? Você chama isso de casamento? Eu prefiro ficar um mês em batalha do que uma semana aqui, com você só reclamando na minha cabeça, dizendo o quanto meu trabalho é ruim, o quanto você se sente sozinha, se a situação está tão caótica por que você não arruma outro?
- Tá vendo? É por isso que não existe um casamento aqui! A CULPA É SUA! VOCÊ ME TRATA COMO SE EU FOSSE UM DOS SEUS INIMIGOS DE BATALHA, DESDE AQUELE MALDITO TELEFONEMA QUE MANDOU VOCÊ PRO ORIENTE MÉDIO! - perdeu o controle, como acontecia todas as vezes em que tentavam um diálogo. Há muito tempo não existia paz entre os dois.
- Agora você vai jogar a culpa em mim, claro! Você não suporta a frustação de não poder ter filhos e vem me culpar por tudo!
Quando ficou três meses em missão, ficou muito doente e a medicação usada no tratamento comprometeu suas chances de um dia engravidar. Quando voltou e recebeu a notícia, ficou muito abalado mas permaneceu forte ao lado da esposa, porém essa ferida nunca havia se fechado e ele sabia que era o ponto fraco da moça. E ele usava desse argumento covardemente toda vez que queria atingi-la.
- Nosso casamento não é uma guerra, , então por que você está tentando me fazer sua inimiga? - o encarou por um momento, os olhos chorosos suplicando por uma explicação.
- Não precisa tirar comida pra mim. Já comi na base. - O rapaz disse e foi para o quarto.
jogou a comida no lixo e tirou a mesa. Enquanto lavava inutilmente os pratos não usados, suas lágrimas se misturavam com a água corrente da torneira. Ela vivia um conflito interno no qual ela já estava completamente esgotada. Já não reconhecia seu marido ali, o que ela se casara três anos atrás, o sorridente, carinhoso, brincalhão, dera lugar ao Soldado Adams, o guerreiro porém distante, frio e calado Adams, Oficial das Forças Terrestres. perdera seu amado pra U.S.Army. Ela não passava de uma viúva de marido vivo.
Ali, sozinho, na escuridão do seu quarto, sofria calado o desastre que era sua vida. Aquela mulher linda e carinhosa que um dia ele amou, não passava de uma estranha qualquer agora. Céus, por que ela o pressionava tanto? Será que ela não podia ser um pouco mais compreensiva com ele? Por Deus, ele esteve no meio de um conflito, ele viu gente morrer ao seu lado, seus amigos e companheiros serem bombardeados bem na sua frente, viu crianças e idosos mutilados, sofrimento por toda parte e ela só se preocupava em criticá-lo por sua ausência nas festas de família e dizer que as contas do mês estão atrasadas. Ele sabia muito bem que era incontestavelmente covarde usar o argumento da infertilidade dela pra acabar uma briga, mas ultimamente não tinha outra opção. Ele já estava esgotado psicologicamente e sabia que ela também, não havia outra solução que não fosse a separação.
No dia seguinte, acordou e viu que estava sozinho na cama. havia dormido no quarto de hóspedes. Foi até o banheiro, tomou seu banho e quando foi vestir sua farda, notou que ela estava muito bem lavada e passada. Aquilo lhe cortou o coração. Ela se preocupava com ele, afinal. Isso significava muito, mas seria o suficiente? Depois de se arrumar, passou em frente ao quarto de hóspedes e fechou a mão a fim de bater na porta, mas no meio do caminho perdeu a coragem e abaixou o braço. Não, aquela atitude não salvaria o relacionamento dos dois, não quando o casamento tinha virado um campo de guerra.
Ainda deitada, podia escutar perfeitamente os passos de pela casa. Na noite anterior, depois de limpar toda a cozinha, ela ainda pegou uma farda limpa no armário e passou, engomou com todo o carinho como fazia desde sempre. Os passos pararam quando chegaram perto de sua porta e seu coração gelou, será que ele iria entrar ali e dizer que estava tudo bem? Será que ele iria propor um recomeço? As batidas no seu peito pareciam dois bumbos de fanfarra, até que ela ouviu a porta se abrir. Era a porta da sala. Ele fora embora e levou junto a única esperança de de salvar seu casamento.
- Mas minha querida, por que essa decisão agora? - A irmã de , Anna, sempre vinha visitá-la as sextas.
- Porque eu não aguento mais essa situação, Anna! O não é o mesmo, não é sequer parecido com o de três anos atrás. Eu sinto que estou vivendo com um estranho debaixo do mesmo teto e já estou esgotada...
- Mas ... Separação? Você não acha que está tomando decisões precipitadas? Vocês tem que conversar, minha irmã. Essa não é uma decisão a ser tomada por apenas um dos lados.
- Eu já conversei com o meu advogado, Anna, os papeis ficam prontos semana que vem. É só o assinar e, sinceramente, não acho que ele vá recusar.
- Você está precisando espairecer, colocar as ideias no lugar. Por que não vem comigo no novo trabalho voluntário que encontrei? - Desde pequena, Anna sempre buscou ser solidária e contribuir com causas comunitárias.
- Outro? Mas semana passada você não estava cuidando daquela ONG dos golfinhos?
- Sim, mas agora entrei pra uma equipe que cuida de crianças carentes na Ala Infantil do Saint Candidus Hospital. Vamos , vai ser legal!
- Mas eu não tenho curso de enfermagem nem nada...
- Você sabe fazer curativos e piadas? - afirmou com a cabeça - Ótimo! Te pego amanhã às 9:00 AM.
Quando chegou na base do Exército, percebeu uma movimentação fora do normal. Soldados andavam de um lado para o outro, Coroneis e Tenentes discutindo planos de invasão e até os oficiais da Aeronáutica e Marinha estavam presentes. Ele estava completamente perdido quando seu melhor amigo chegou e bateu em suas costas:
- Grande Soldado Adams, parece que o Senhor está mais perdido que cego em tiroteio aqui. - se virou e os dois começaram a rir.
- Bom dia, Landon! O que está havendo? Por que toda essa agitação logo de manhã?
- Cara, não tenho a mínima ideia, mas acho que já vamos descobrir! - A conta que Landon parou de falar, a voz do General ecoou pelos auto-falantes espalhados pela base:
"Atenção oficiais, dirijam-se todos neste exato momento para o pátio central, tenho um comunicado a fazer!"
- Parece que a coisa é séria... - Landon comentou enquanto iam para o lugar especificado.
- Tudo que eu menos precisava agora é de uma missão! - disse bufando.
- Qual é, ? Você sempre gostou das missões, ainda mais das internacionais.
- Pois é, mas as coisas não vão nada bem lá em casa...
Foram conversando até chegarem no pátio central, onde todos também já estavam atentos ao comunicado: "Senhores, estamos em uma época muito difícil, algumas de nossas alianças políticas se quebraram e essa não é uma notícia agradável (...)"
- Desculpe , mas pelo que você me conta as coisas já não vão bem há muito tempo...
- É, eu sei. Mas agora não tem mais condições. e eu não conseguimos trocar cinco palavras sem brigar e eu já estou totalmente cansado.
"(...) Um país que antes era aliado, hoje voltou-se contra nós. E já se sabe que o armamento bélico que eles possuem está muito avançado tecnologicamente, mas confiamos na nossa equipe e no nosso corpo de combatentes, portanto, como General da U.S.Army e com o consentimento dos Generais da U.S Navy, que patrulhará pelo mar e da U.S Air Force que tomará conta do nosso céu..."
- , como seu padrinho de casamento e melhor amigo, tenho que te impedir de fazer essa loucura! Cara, todo casal passa por problemas, já ouviu falar da Crise dos 7 anos? Então, vocês tem só três anos de casados, tenta conversar, você ama a !
- Eu amei a , Landon. Muito. Mas hoje ela não passa de uma estranha pra mim, não a reconheço. Não quero passar o resto dos meus dias aprisionado a uma mulher a qual eu não sinto mais nada.
"(...) Eu venho informar-lhes que todos vocês viajarão amanhã para o Afeganistão. Nós estamos em guerra!"
A última palavra fez , Landon e todas as pessoas naquele pátio perderem a respiração por um tempo. Uma guerra. Aquela palavra de seis letras que era capaz de destruir sonhos, acabar com a alegria e desestruturar famílias. A sua volta, via rapazes de quarenta anos com as mãos na cabeça e moças de vinte e poucos chorando por medo. Medo de deixarem seus pais, filhos, maridos, e nunca mais voltar. Sim, a chance era real e grande, imensamente grande. Então seu pensamento foi em e tudo em volta virou um borrão. Os cabelos , aqueles olhos que o hipnotizaram desde a primeira vez em que se viram, a imagem dela invadiu sua mente e ele estremeceu. Céus, estava com medo! E não medo da guerra, mas sim de nunca mais ver . E se Landon estiver certo, afinal? E se esse não for o fim do casamento?
Os minutos que antecipavam a chegada do marido em casa sempre preocupavam , pelo simples fato de que ela nunca sabia de que jeito ele a trataria. O ponteiro do relógio marcou seis da tarde, poucos segundos depois a porta se abriu.
- Chegou cedo hoje... - Ela disse, com medo da resposta.
- Foi um dia muito corrido, várias coisas acontecendo, e além do mais... Precisamos arrumar as malas! - estava com o olhar perdido e cabisbaixo.
- Malas? Vai viajar de novo? É a terceira vez esse mês, ! - A voz da moça era suplicante.
- Eu não acredito que você vai querer brigar comigo agora, ! Pelo amor de Deus, eu não aguento mais essa situação, eu já estou aflito e você vem botar mais cobrança em cima de mim?
- Não, não vou brigar... Eu nunca mais vou brigar, ! - Uma lágrima caiu e os olhos do rapaz se arregalaram.
- Como assim? O que você quer dizer com isso?
- Eu já conversei com meu advogado, Soldado Adams. Os papeis do divórcio ficam prontos semana que vem!
O chão desapareceu debaixo dos pés de . Ele tinha tomado essa decisão, mas voltou atrás, como ela pode fazer isso com ele?
- Não, não, não, NÃO! , VOCÊ NÃO PODE... - Ele agarrou os braços da esposa e seu olhar era aflito.
- POSSO E VOU FAZER! - Ela se soltou do aperto de e o respondeu aos gritos - EU ESTOU CANSADA, ESGOTADA ! HÁ QUANTO TEMPO EU NÃO RECEBO UM CARINHO SEU? HÁ QUANTO TEMPO A GENTE NÃO SAI JUNTO, SE DIVERTE? HÁ QUANTO TEMPO A GENTE NÃO TEM UMA CONVERSA SAUDÁVEL, ? É CULPA SUA E DESSE SEU MALDITO SERVIÇO NO EXÉRCITO AMERICANO! VOCÊ MESMO ACABOU COM NOSSO CASAMENTO, NO MESMO DIA EM QUE NOS CASAMOS!
começou a chorar. Seus soluços eram altos e desesperados. apenas encarou o vazio, absorvendo cada palavra proferida da boca de sua esposa. Depois de algum tempo a moça se trancou no quarto e não saiu mais. tomou um banho rápido, arrumou suas malas de qualquer jeito e foi se deitar, ainda anestesiado com tudo o que acontecera. O despertador tocou algumas horas depois, mas já não tinha ninguém ali, apenas uma carta solitária em cima da cama.
acordou por volta das oito da manhã, para se preparar para o tal trabalho voluntário no Saint Candidus Hospital. Passou em frente ao seu quarto, que apenas dormia, e percebeu que as luzes estavam apagadas. Deveria estar dormindo até agora. Foi até o banheiro e estranhou o fato de não ter nenhuma farda dele no cesto de roupa suja. Ele sempre deixava lá depois do dia de serviço... Foi até a área de serviço e procurou por seus coturnos, nenhum dos dois estava ali. "- Mas ele não trabalha aos sábados!" Sentiu sua espinha gelar. Correu até o quarto e encontrou a cama vazia e algumas gavetas abertas e reviradas. Sua cabeça rodou. Abriu as janelas para ter uma luminosidade melhor e entender o que estava acontecendo, então viu um pedaço de papel junto ao travesseiro, com as mãos trêmulas ela pegou e começou a ler:
"Minha querida , desculpe se a fiz sofrer. Não fui um bom marido todos esses anos e não te fiz feliz como você merece ser... Eu pensei que não sentia mais nada por você, mas eu sou apenas um soldado frio, rancoroso, o que sei do amor? Mas eu entendo que você está machucada demais pra continuar, e não te culpo por isso. Mas tenho que falar que vou te decepcionar mais uma vez, não poderei assinar os papeis do divórcio essa semana. Recebi ontem a notícia que o país está em guerra e viajei hoje pro Afeganistão. Desculpe por não te dizer pessoalmente, mas estava sem condições. Quando eu voltar, assino tudo e te deixo livre pra ser feliz, como merece. Se eu não voltar... Quero que se case de novo com um homem que te respeite, te proteja, que seja o oposto do que eu fui pra você. Prometa que vai ter uma família feliz. Vou estar cuidando de você onde quer que eu esteja, é o mínimo que posso fazer depois de tanta dor que te causei. Eu te amo e sempre vou amar, ."
- ! - gritou e começou a chorar. Agarrou a carta de seu marido junto ao peito e caiu de joelhos, não tinha mais forças. Ali, no chão daquele quarto vazio, ela chorou e chorou, o desespero a consumindo. era o amor de sua vida, afinal, e tinha acabado de pegar o caminho da morte.

Um mês depois


Nem uma carta, nem um telefonema, nem um sinal de vida. Fazia exatamente um mês que foi pra guerra e nenhuma notícia. chorava todas as noites e implorava a Deus que trouxesse seu marido de volta. Se ao menos ele tivesse falado que iria pro Afeganistão, as coisas poderiam ter sido outras, e ela não estaria nessa angústia que a matava por dentro. Quando seu advogado lhe trouxe os papeis do divórcio, ela fez questão de queimá-los na lareira e esquecer que algum dia eles estiveram ali. Anna tentou lhe convencer a ir cuidar das crianças carentes no hospital, mas a única resposta de era: "- Eu não posso sair daqui, já pensou se chega alguma carta do ? Eu tenho que estar aqui para receber!".

Dois meses depois


Nada. Nem notícias, nem o fim da guerra. No noticiário da manhã eles divulgaram que o número de americanos mortos chegava a mil. Mil filhos que não voltarão pros braços de suas mães. Mil pais de família que nunca verão seus filhos crescerem. Mil moças que nunca realizarão o sonho de entrar na igreja vestidas de noiva e envelhecerem ao lado do homem que amam. Mil corpos e no meio pode estar , não se sabe ao certo. Apenas a ideia de não vê-lo mais com vida amedronta e a faz perder o sono sempre. Quando consegue tirar um breve cochilo, o medo vem atormentá-la em forma de pesadelo. Toda noite ela sonha com o amor da sua vida morto em uma trincheira qualquer e acorda aos gritos, chamando por ele.

Três meses depois


ainda tinha esperanças, mas elas estavam no fim. Não tinha mais lágrimas para chorar e seu coração já se preparava para o pior. Ela não tinha contato com os pais do porque eles moravam em outro estado, e seus pais já não estavam mais vivos. e Anna eram sua única família.

Quatro meses depois


Depois de Anna insistir muito, aceitou ir no Saint Candidus Hospital. A alegria das crianças era contagiante e se culpou por não ter ido lá antes. Em cada rostinho, em cada sorriso inocente havia um sonho, uma esperança, e isso fez muito bem a ela. Já não ligava mais a TV e nem entrava na Internet. Não ousava tocar no nome de .

Cinco meses depois


O dia amanheceu diferente.
acordou com o coração acelerado e com uma sensação estranha. Durante a manhã fez suas obrigações, mas uma sensação, que ela não sabia definir se era boa ou ruim, ficou com ela o tempo todo. Por volta das duas da tarde, ela e Anna foram para o Hospital. Deus, como amava fazer aquilo! Seu coração se aquecia de novo.
- Eu gosto tanto de te ver assim, minha irmã... Está animada, radiante, feliz. - Anna comentou enquanto as duas passavam pela recepção do Hospital.
- Não sei, acho que esse tempo ensolarado contribuiu com meu humor hoje... Mas não é cedo pro sol estar tão radiante? Estamos no verão, por acaso? Que dia é hoje?
- 13 de setembro, por quê? - paralisou, os olhos arregalaram-se e sua respiração ficou pesada. - ? Hey, o que houve minha irmã? , fala comigo!
- 13 de setembro foi o dia que eu conheci o ...
Fazia algum tempo que não pronunciava o nome dele em voz alta, e isso fez seu coração doer. Quando viu que as lembranças seriam mais fortes que ela, decidiu ir pra casa. Desculpou-se com Anna, que insistiu em acompanhá-la, mas recusou: "Não Anna, fique! As crianças precisam de você." E virou-se para sair. Mas, do nada, sentiu as pernas travarem e ela não conseguia andar, então alguém aumentou o som da TV da recepção, de modo que todos pudessem ouvir o plantão que ia ser anunciado: "Cidadãos americanos, é com imensa alegria que eu venho anunciar uma notícia maravilhosa. Depois de sofridos cinco meses, a guerra terminou!" sentiu a cabeça rodar e encarou Anna, que tinha uma expressão indecifrável no rosto.
No dia seguinte, as duas foram cedo para o Saint Candidus Hospital. Anna tinha visto na internet que os soldados feridos na guerra iriam cada um pro hospital de sua cidade natal, pra evitar super lotação nas emergências. Os feridos começaram a chegar e o alvoroço se iniciou. Mães desesperadas, crianças chorando, um verdadeiro caos. Um enfermeiro tentou apaziguar a situação: "Senhores, eu compreendo que estão ansiosos para verem os soldados, mas eu preciso que tenham calma. Eu tenho aqui uma relação com os nomes de todos os feridos, os parentes mais próximos de quem eu falar o nome, por favor, dirijam-se até a enfermaria no segundo andar." E a medida que os nomes eram pronunciados, os familiares iam para o segundo andar. No fim, só restaram , Anna e mais duas famílias na recepção do hospital.
- Eu sinto muito - O enfermeiro disse - mas esses são os únicos pacientes que estão na enfermaria.
- Mas... E meu filho? Você deve ter esquecido de ler algum nome! EU QUERO MEU FILHO, ONDE ESTÁ MEU MENINO? Uma das mulheres começou a gritar e teve de ser levada para fora em meio a choros e gritos desesperados. A outra, chorava em silêncio mas a dor era a mesma. Era isso. Seus filhos não voltaram da guerra e... Céus, o ! Quando caiu em si, Anna já a abraçava forte e então a ficha caiu. não voltou. Seu , seu marido, seu amor. perdeu o amor da sua vida pra uma maldita guerra. E já não havia nada a ser feito, nem seu corpo ela poderia sepultar, e o pior de tudo: Os dois estavam brigados. A moça não aguentou e soltou o grito mais forte e angustiante que estava em seu peito.
- Senhorita, você precisa se acalmar, eu sei que é uma péssima hora mas... - O enfermeiro assustado tentava acalmar , mas as lágrimas e a tremedeira estavam incontroláveis.
- , minha irmãzinha, eu sei que é difícil mas você tem que ser forte!
- Anna! - As duas estavam chorando agora, as palavras de quase imperceptíveis em meio aos soluços. - Meu amor, Anna. Está morto. Meu está morto! - Sentiu seu coração se espremer ao dizer as palavras em voz alta.
- Espera! - O enfermeiro chamou à atenção das duas. - Você disse ? Adams? - encarou-o e sua respiração era ofegante. Assentiu com a cabeça, os olhos vermelhos estavam arregalados. - Meu Deus, o não morreu! Ele está na UTI, por isso o nome dele não está na minha relação, mas eu vi quando ele chegou. Seu marido está aqui!
O coração de acelerou tanto que por um momento ela pensou que ele sairia do peito e iria saltitando até a UTI. Sua surpresa e felicidade eram tantas que ela não tinha reação alguma. Sentiu Anna chacoalhar seu ombro, mas apenas quando o enfermeiro disse: "Eu posso te levar até ele!" que ela conseguiu sair do transe.
A UTI ficava no terceiro andar e, a medida que iam subindo, sua mente ficava mais clara e sua alma ficava mais feliz. Quando a porta do elevador se abriu, hesitou. Estava com medo. Medo de como ele se encontrava, de como estava sua situação. Caminhou lentamente até a última porta do corredor, colocou a mão na maçaneta, mas o enfermeiro tinha algo para falar antes: "Antes de você entrar, preciso lhe contar sobre o estado de saúde dele. chegou aqui em coma. Os outros ferimentos não são tão graves, mas sua situação é um pouco preocupante devido a esse estado. Não temos previsão de quando ou se ele vai acordar. Faremos o possível, mas..." Ela fechou os olhos e assentiu. Então entrou no quarto e o resto do mundo desapareceu, agora eram apenas e . Deitado naquela maca, com fios e mais fios ligados por seu corpo e curativos de todos os tipo, ele parecia tão sereno como uma criança que dormia. passou a mão por seus cabelos e rosto, até onde era permitido pelas faixas encobrindo machucados. Naquele momento ela teve certeza de que era sua metade, dois corações batendo um pelo outro, sua vida nunca estaria completa sem ele. era como o combustível que fazia funcionar. Não demorou para que as lágrimas viessem novamente, e com elas as palavras que tanto angustiavam em seu peito:
"Meu amor... Eu sinto tanto por todas as vezes que fui egoísta, que não pensei em você e no que se passava em sua cabeça... Se eu pudesse voltar no tempo, juro que não te faria sofrer! Quando eu li aquela carta e percebi que poderia te perder, foi a pior sensação da minha vida. Eu não existo se não tiver você, é como se me faltasse o ar... Você tem que acordar logo, , eu preciso dizer que te amo olhando em seus olhos... Eu prometo que se você acordar, não implico mais com seu trabalho, vou ser mais compreensível, vou ser a esposa que você merece! Só não me deixe, eu não vou suportar... Sabe o meu coração? Ele bate em seu peito, se você morrer agora eu vou morrer junto, porque ele não vai ver sentido algum em funcionar novamente... Por favor , olhe pra mim... Eu te amo e sempre vou te amar, prometo que vou ser sua pra sempre, até meu último suspiro!"
deu um beijo em . Quando enxugou suas lágrimas e sua visão ficou clara, sentiu seu coração parar de bater por alguns segundos. E então ele bateu mais forte do que nunca, porque ele pulsava no ritmo do amor. abriu os olhos. Ele não abandonaria a amada, afinal. Deus não seria capaz de colocar um fim na história de amor de e .

Um ano depois


Quando os papeis estavam sendo assinados, muitas lágrimas escorriam do rosto de todos ali. Depois que se recuperou do coma foram o mais depressa possível providenciar a papelada da Renovação dos Votos dos dois. Iriam começar do zero, recuperar o tempo perdido. Por mais que estivessem cansados e chateados, o medo de perderem um ao outro fez o sentimento reaparecer. Ali, com uma multidão como testemunha, inclusive Anna, Landon e o enfermeiro do Saint Candidus Hospital, eles juraram novamente que iriam se amar até o dia em que as estrelas parassem de brilhar e o Sol não aquecesse mais. E para quem pergunta se e continuam realmente juntos, só tenho uma resposta: Eu ainda consigo ver o brilho das estrelas e ainda posso sentir o calor do Sol.




Fim



Nota da autora: E então, choraram? Se choraram me contem, porque eu derramei muitas lágrimas nessa ficstape hahahahahaha Eu escolhi essa música aleatoriamente e não me arrependi. A letra da música é linda e me deu muita inspiração, mas eu também quis me inspirar no filme Prova de Fogo (lindoooo, assistam) e outra música que me ajudou a escrever foi Respira, do Ricardo e João Fernando, então se quiserem uma emoção a mais fica a dica da playlist ;) Espero de coração que tenham gostado, foi minha primeira ficstape e eu amei o desafio. Qualquer coisa podem me chamar no @nandaprock, vou ficar muito feliz em respondê-los. Muuuitos beijos e até a próxima aventura <3

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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