Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

desceu as escadas com intensa dor, sua barriga praticamente havia sido estraçalhada pelas garras afiadas do homem que a atormenta em seus pesadelos.

Não foi a primeira vítima, na semana anterior, sua amiga Cindy foi encontrada morta em seu quarto, havia sangue por todos os lados e o recado que os adultos mais temiam foi dado: Freddy está de volta.

não sabia o motivo disso tudo estar acontecendo, tampouco conhecia Freddy ou o que tinha acontecido no passado, mas teve certeza que aquele lugar é amaldiçoado.

Sentiu-se fraca pela perda de sangue, sua visão turva a fazia cambalear e tentava segurar suas entranhas com uma mão, enquanto usava a outra para se apoiar na parede. Não sabia como havia conseguido fugir, mas mentalmente agradecia aos céus por estar viva. Sua última lembrança é de ligar para a emergência antes de cair no chão.

- , como está se sentindo? - perguntou a enfermeira assim que a jovem abriu os olhos.
- O que aconteceu? Onde estou? - ficou confusa ao se ver deitada num leito hospitalar.
- Você sofreu um acidente e agora estamos cuidando de você. Seus pais estão lá fora, gostaria de falar com eles? - perguntou depois de trocar seu curativo.
- Sim, eu quero. - afirmou.

A enfermeira deu um pequeno sorriso e acariciou seu ombro, como se estivesse a consolando antes de chamar seus pais. acompanhou com os olhos o caminho que a mulher fazia até encontrar algumas pessoas conhecidas. Seus pais, Bob e Marge , juntamente com seu namorado Marshall, vibraram de felicidade com a notícia dada pela enfermeira.

Marge correu até a porta e não conseguiu conter suas lágrimas ao vê a filha acordada. Caminhou até o leito e observou cada detalhe do rosto de , depois deu um abraço delicado na mesma, estava com medo de a machucar.

- Eu te amo tanto, querida. Pensei que o pior tinha acontecido, rezei tanto para que você voltasse pra gente. - a matriarca botou uma mecha do cabelo da jovem atrás da orelha.

se manteve em silêncio, tentava assimilar tudo e forçar sua memória. Levantou o lençol e pode ver sua barriga toda enfaixada, logo depois sentindo um desconforto no mesmo lugar.

- Há quanto tempo eu estou aqui? - perguntou para a mãe.
- Algum tempo, não interessa, o importante é que você está bem. - Marge desconversou.
- Algum tempo não é resposta, me diga a verdade. - disse mais brava.
- Bom, você está aqui há 03 meses. As coisas não foram fáceis, . - sua mãe mostrou cansaço na fala.
03 meses é muito tempo. São 90 dias sem os amigos, sem escola, sem festas, sem os beijos de , isso é muito para uma adolescente de 17 anos passar.

Passou a mão na barriga na tentativa de lembrar pela dor, o que a deixava agoniada. Ela sente que estão escondendo a verdade dela e ela precisa saber o que estão escondendo dela.



Ao voltar para a escola, notou que a mesma estava mais vazia que o normal e os poucos ali a encaravam sem nenhum disfarce. De mãos dadas com , sabia que ele era o único que não a julgava ali.

- Ora, ora. A senhorita retalho está de volta. Como se sente voltando do mundo dos mortos? - Amber a provocou.
- Dá um tempo, Knight. Ninguém quer ouvir o que você tem a dizer. - defendeu a namorada.
- Não, deixe ela dizer o que quer dizer, ela quer atenção e eu vou dar isso a ela.
Vamos, Amber, o que mais você quer? - confrontou a rival.
- Queria tanto ser uma mesquinha para assistir a reação do quando ver o Frankenstein que você se tornou. Fala sério, seu corpo deve estar nojento. - Amber falou com mais maldade.
- Ele já viu e posso te garantir que nada mudou entre nós dois. Mas entre vocês antes, eu sei o que aconteceu, você é tão vazia que ninguém te suporta de verdade, só estão ao seu lado por interesse. Pode ter certeza que prefiro ser o Frankenstein do que ser você. - a confrontou com o rosto bem próximo ao da outra garota, causando tumulto entre quem estava perto delas.
- Freddy deveria ter te matado. - Amber bufou e saiu, esbarrando propositadamente no ombro de .

Passou as mãos pelo cabelo e socou o armário. Esse tal de Freddy a machucou e ela não conseguia se lembrar dele.

- Amor, fica calma, não liga para a Amber. O que nós temos é maior que tudo e estarei ao seu lado até o fim. - a abraçou e deu um beijo em sua testa.
- Preciso que venha comigo até a biblioteca. Eu quero respostas para o que aconteceu. - puxou o namorado pelas mãos e marchou até seu destino.

Como sempre, a biblioteca estava vazia, preenchida somente com as estantes cheias de livros e no fim, meia dúzia de computadores. Sentou-se na cadeira, jogando sua mochila no chão, ficou em pé apoiando os braços numa parte da bancada.

- Tem certeza de que quer saber? - o menino perguntou para a namorada mas não teve resposta.

Os dedos ágeis de tocavam o teclado na aba de pesquisa do navegador. "Ataques em Springwood" foi sua primeira pesquisa, achou diversas matérias sobre crianças e
adolescentes que foram mortos ao longo dos anos. Não viu nenhum nome relacionado à matéria.

"Freddy Springwood", segunda tentativa. Achou um blog sobre a cidade com um antigo jornal relatando um crime. "Homem é queimado vivo dentro de um galpão"; Freddy Krueger, jardineiro do jardim de infância de Springwood, foi acusado de molestar crianças e elas contaram para seus pais. O homem foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos mas não haviam provas suficientes para sua prisão. Os pais das crianças ficaram revoltados e decidiram se vingar. Como não conseguiram prender Freddy, decidiram atear fogo no local onde se escondeu depois do escândalo.

O casal ficou em choque com o que descobriram, mas não fazia nenhum sentido, Freddy está morto, não está?

As imagens do site eram perturbadoras, sentiu seu coração acelerar cada vez mais ao ver uma foto do assassino.

se viu num balanço numa escola abandonada, era de noite e sentia frio. Uma música ao fundo a fazia cantarolar.

"Um, dois, Freddy vai te pegar Três, quatro, é melhor se trancar Cinco, seis, pegue o crucifixo Sete, oito, fique acordada!"

De repente se viu em outro ambiente, uma caixa que diminuía gradativamente, com objetos afiados e um homem a encarando. Um nó na garganta se formou ao ver ele se aproximar cada vez mais, com uma risada maligna.

- Quanto tempo, gatinha. Teve bons sonhos comigo? Eu sei que meus beijos são de matar. - ele riu e se preparou para enfiar suas garras na menina.


balançou a namorada até a despertar, já que acabou dormindo sentada.

- Eu o vi, . Eu sonhei com ele e ele não desistiu de mim. Ele quer me matar. - ela falou assustada.
- Desgraçado! Precisamos achar um jeito de acabar com ele.

achou uma matéria sobre uma sobrevivente: Nancy Thompson. Os dois se olharam e sabiam que ela era a única pessoa que podia os ajudar a matar Krueger.

correu até as prateleiras da biblioteca e achou uma lista telefônica. Procurou com atenção cada nome listado.

- ACHEI. - Gritou chamando a atenção de . - Vamos embora, temos planos para hoje à noite.



desligou o motor do carro em frente ao endereço que achou junto ao telefone. Era o Instituto de Psiquiatria da cidade. Ele pensou que Nancy poderia ter ficado louca após o ataque e foi parar lá.

Segurou firme a mão de , deu um beijo em sua cabeça e seguiram até a recepção.

- Bom dia. Eu gostaria de falar com a Nancy Thompson, fiquei sabendo que ela está aqui. - falou com a recepcionista, que a olhou com desdém após ser interrompida de lixar as unhas.
- Nancy Thompson, favor comparecer à recepção. - a mulher, identificada como Mellie pelo crachá, falou com má vontade no microfone, voltando a lixar as unhas após anunciar o nome.

Os jovens esperaram por longos minutos até uma mulher chegar. Ela usava um jaleco, logo, trabalha no hospital. Seu nome bordado no pano branco deu um pequeno conforto para os dois, ela é uma esperança.

- Vocês estão atrás de algum paciente? O horário de visitas já acabou. - disse com delicadeza.
- Não viemos visitar ninguém. Queremos falar com você. Você é uma sobrevivente dele, não é? - se aproximou.
- O que você quer dizer com isso? - a tranquilidade de Nancy sumiu na mesma hora.
- Freddy está de volta! - falou, trazendo a atenção para ele. A mais velha não reagiu por alguns segundos.
- Venham comigo! - ela ordenou e o casal a seguiu até seu consultório.

Amber não deixou de observar todo o material presente em um cômodo tão pequeno.

- Sou especialista em sonhos. A maioria das pessoas internadas aqui já viram o Freddy, acabaram enlouquecendo, os outros estão todos mortos. É isso que ele faz. Ele é um demônio dos sonhos.
- Como assim? Isso é surreal, ele foi queimado vivo. - afirmou.
- Como eu disse, ele é um demônio e só tem uma maneira de derrotá-lo... - Nancy foi interrompida.
- Hypnocil, eu tomo isso, na verdade, esqueci de tomar hoje, minha mãe disse que quando eu estava no hospital, estavam me dando também. - pegou o frasco da mesa.
- Ele é um inibidor de sonhos, isso faz com que você não sonhe com nada, ajuda a sobreviver. Você foi atacada? - Nancy se mostrou curiosa.
- Sim, eu fiquei alguns meses no hospital em coma. - tocou sua barriga.

Sentiu um arrepio na pele, piscou forte algumas vezes e se encontrou no mesmo sonho que teve há algumas horas atrás. Dessa vez, estava com ela.

- Que merda é essa? - Ele perguntou.
Um gigante Freddy Krueger surgiu, fazendo aqueles dois parecerem miniaturas. Ele ria e tentava os pegar com suas garras, como se fosse um espeto.

puxou , correram até a escola. As luzes piscavam sem parar, ouviam risadas de crianças vindo das salas. parou na porta da sala um, viu três meninas brincando de pular corda, até perceber que elas estavam machucadas e sem olhos.

- Eu vou matar esse desgraçado, eu juro pra você. - o menino falou.
- Precisamos sair daqui, precisamos acordar. - falou e assentiu.

A escola infantil parecia um labirinto sem fim, passavam pelas mesmas salas todo momento e o que viam, piorava cada vez mais.

Escutaram a risada do demônio e sua sombra tomava forma nas paredes. Ele tem prazer em torturar suas vítimas.

Decidiram se esconder no banheiro, que tinha vários corpos amontoados no chão. se olhou no espelho e viu o reflexo de uma mulher mais velha.

Olhou para si e viu um corpo completamente diferente. Aquela era Nancy, a primeira que conseguiu trazer Freddy para o mundo real e o derrotou.

Após olhou para , que estava imóvel olhando pra ela.

- , me ajuda!

O rapaz soltou sangue pela boca, então, Nancy percebeu as garras atravessando o corpo do homem que ama. Freddy tirou o coração do rapaz e jogou no colo da mulher, vendo o corpo sem vida cair ajoelhado no chão. Freddy lambeu suas lâminas e cortou a cabeça de .

- Não sei por onde esses jovens andam com a cabeça nesses dias. - falou sozinho.

Nancy tentou fugir mas a porta atrás dela se fechou, aparecendo um Freddy teletransportado na sua frente. Num rápido movimento, amputou o braço esquerdo da mulher, a fazendo gritar de dor.

- O QUE VOCÊ QUER DE MIM? - Nancy perguntou aos prantos.
- Eu vou me divertir com você e depois mandar sua alma para o inferno. - Freddy apunhalou as pernas da mulher, a impossibilitando de correr. Subiu nela, fazendo cortes em todo seu rosto.
- Te vejo no inferno, babaca. - Ela segurou firme no assassino e despertou.

Olhou em sua volta e ainda estavam no consultório de Thompson. Ao seu lado, viu um que não resistiu ao pesadelo e logo surgiu quem ela mais esperava.
- Sua maldita, você me paga com sua alma. - Freddy sentiu-se mais fraco no mundo real. - Nancy o atacou com a ajuda de , conseguindo empalhar o demônio. tirou as garras e enfiou no peito do mesmo, o vendo perder a falsa vida.

Elas se jogaram no chão exaustas, sabiam que tinham feito um bom trabalho. Tudo havia terminado.

Na verdade, quase tudo. A vingança é para sempre e o mundo dos sonhos só tem um rei, Freddy, que olhava Nancy descansar de longe, planejando uma nova manipulação.


Fim



Nota da autora: Sem nota.



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