Capítulo Único
O semestre está começando agora, não é uma maravilha? E é o seu dever como presidente do corpo estudantil estar de olho em nossas fraternidades, afinal de contas elas são o charme do campus!
Com o início de nossas aulas a todo vapor, os teste para abrigar novos membros em cada uma delas está só começando, por isso é preciso que encarregue – se de cuidar de tudo enquanto eu estiver fora. E por favor, fique de olho em , você se lembra o que aconteceu semestre passado, não? Dá-me vergonha até de pensar. E não se esqueça de dar uma olhada na Kappa Tau.
Segue a lista das fraternidades que estarão abrigando calouros (aquelas que estão sublinhadas, você deve prestar o dobro de atenção, minha querida!).
• ΩΧΔ – Omega Chi Delta ✖
• ΖΒΖ - Zeta Beta Zeta ✔
• ΓΨA - Gamma Psi Alpha ✖
• ΛΣΩ - Lambda Sigma Omega ✖
•IKI - Iota Kappa Iota ✔
• ΚΤΓ – Kappa Tau Gama ✔
Atenciosamente, Kriss.
Tardes perdidas nas quais ficava sentada na beira do porto, beirando a água com os pés descalços e cansados, esperando por um amor que nunca viria. A sorte tinha batido à sua porta, por que não atendê-la?
Deixou os pensamentos inoportunos de lado e voltou a se concentrar na estrada. Provavelmente a última vez que passara no local foi no mesmo período do ano passado. Na época, não poderia ter adivinhado nada que aconteceria no ano seguinte; ainda continuava enclausurada em seu relacionamento com Tyler. Manobrou o carro rapidamente e voltou à via – o outono caia plenamente do lado de fora das janelas do veículo – amava aquela época do ano. Observou brevemente um tapete de folhas secas que caiam das árvores cujo se formava no gramado que beirava a rodovia, colorindo-o.
Parou instantaneamente quando seus olhos se encontram com a quantidade de crianças logo à sua frente, que clamavam por qualquer tipo de alimento ou atenção.
Já fui um dia assim... Um dia.
Balançou a cabeça negativamente, afastando os pensamentos que lhe incomodavam, e focou os olhos somente nas nuvens acima de si. Não havia nenhum carro, árvore ou mesmo criança, somente nuvens. Brancos maços de algodão como a neve de inverno; sua esperança de que tudo acabasse bem nas noites em que passava nas ruas sujas do subúrbio da cidade.
A voz de Lia soou alto através de seu celular, assustando-a. Sabia que não deveria fazer aquilo, mas mesmo assim se esticou para alcançar a bolsa de couro, velha e surrada – algo inaceitável para uma Zeta Beta, ainda mais para a presidente da irmandade – no banco do passageiro, retirando o celular e deslizando o dedo rapidamente sobre a tela, e colocando entre sua orelha e ombro, apoiando o telefone.
– Já estou chegando. Não reclame, vadia.
– Bom dia, meu raio de sol! – Disse alegremente, contrariando todas as possibilidades de que tinha arranjado quaisquer desculpas para explicar-se.
– Bom dia, Lia. – Respondeu igualmente, mais por educação mesmo do que qualquer outra coisa.
– Céus, que péssimo humor, ! – Riu - Come on, você deveria estar mais animada! Primeiro dia, volta às aulas, novatas no campus. Imagine a quantidade de garotas que vão tentar se candidatar a ser uma Zeta Beta? E as gordinhas, então? Mal posso esperar para ver aquelas candidatas a baleia tentarem ser o que nunca, mais nunca, serão.
prendeu a respiração por alguns breves segundos. Estava acostumadas às palavras cruéis de Lia e também as de outras garotas da casa, ou “irmãs”, pode-se assim dizer, mas às vezes doíam-lhe no mais interno de seu ser, onde talvez ainda guardasse um pouco de compaixão.
– Só não estou no clima, Ly.
– Garanto que quando chegar aqui, vai melhorar rapidinho. – se espantou.
– Como assim? Você já está aí, Lia? – Resmungou, indignada – O que aconteceu com o “Vamos chegar juntas, . Não quero colocar meus pés naquele lugar sem você.” - Fez uma voz infantil ao imitar a amiga.
– Mudança de planos! – Falou, rindo, e bufou do outro lado da ligação. – Desculpe, eu não estava aguentado de saudades do meu Omega mais lindo!
– Você não podia ficar alguns instantes longe daquela peste só para me esperar, não é? - Respirou fundo e tentou manter a calma que estava se perdendo vagarosamente. – Me pergunto o porquê de eu ainda ser sua amiga – Resmungou baixo.
– Eu ouvi isso, ok? – Retrucou. – E não brigue comigo, pelo menos não agora.
— Não vou brigar com você, Lia. Estou sem paciência e, além do mais, eu ‘tô dirigindo, esqueceu? — Hum, ok. Você já tá chegando?
— Praticamente, Lia. – Revirou os olhos.– Agora, cale a boca e me deixe chegar aí em paz, sua vaca. – Brincou, mesmo que estivesse com um leve mal humor, tentou descontrair a situação.
— Ok, Ok... — Livrou-se do telefone e jogou no outro banco sem cuidado algum.
Após alguns minutos ainda dirigindo, a garota passou pela placa que indicava a entrada da Universidade e estacionou em sua vaga habitual.
Ela pegou a bolsa no banco do passageiro, além do celular, e saiu do carro. O vento batia em seus cabelos quando tirou os óculos escuros e os posicionou na cabeça. Tudo estava estranhamente cheio, calouros e veteranos passando por todos os lugares — gostava de toda aquela correria de começo de ano.
Podia sentir os olhares de várias pessoas a acompanhando enquanto caminhava em direção à rua F. pegou o celular e ligou para Lia, na esperança que a garota atendesse, porém não foi o que aconteceu. Revirou os olhos no momento em que a ligação caiu na caixa postal.
Já conseguia avistar a casa da fraternidade e agradeceu mentalmente por isso, já que restava pouco tempo de caminhada.
Continuou caminhando tranquilamente até chegar à frente da casa, pegou o chaveiro que estava no fundo da bolsa e entrou na construção. Luzes apagadas e um silêncio estranho reinavam no lugar, até que acordes de violão romperam com essa atmosfera.
As luzes voltaram e ela pôde ver de onde vinha o som. derrubou todas suas coisas no chão ao ver Tyler com um violão posicionado em suas pernas, e então percebeu que não eram acordes quaisquer de uma música qualquer. Era os acordes de Better Together, a música deles. Havia pétalas de rosas espalhadas no piso de mármore, balões em formato de coração decorando tudo, além de suas amigas paradas, sorrindo, junto a uma faixa escrita com letras brilhantes. Andou devagar, observando os novos detalhes de sua casa de novo. Sentou se em uma das poltronas espalhadas pela sala de estar das Zeta Betas e esperou a cantoria se encerrar.
Estava a ponto de levantar-se dali e quebrar tudo, dando uma de Taylor Swift em Blank Space, quando Tyler finalizou o último verso da canção. Assim, levantou–se imediatamente, surpreendendo a todos. Jenny estava prestes a falar alguma coisa quando a interrompeu.
— Não, eu não quero saber. – Uma chama repentina de ódio se acendeu em seu olhar. – Vocês vão ouvir tudo que tenho a dizer, tudo mesmo.
— , meu amor, não precisamos de monólogos agora. – Lia se pronunciou pela primeira vez.
— Cale a boca. – Sorriu ironicamente, caminhando até onde Tyler estava — De todas as merdas que você já ousou a fazer comigo, admito que essa foi a pior. – Ela fez uma pausa e acrescentou — E olha que você é péssimo fazendo sexo oral, querido. — Ouviu risos, murmúrios, e então prosseguiu sob um olhar atento de um Tyler indignado – Quantas de vocês aí já ignoraram um homem com perfume de puta grudado à roupa só para salvar um relacionamento, e, é claro, ter alguém que lhe dê presentes e massagens nos pés? – Ela se voltou para as amigas – Vamos, podem levantar as mãos. – As garotas fizeram o que pediu, resultando em sete meninas que restaram com suas mãos abaixadas. – Estão vendo? Agora, me digam outra coisa. Quais de vocês perdoariam o seu ex-namorado que te traiu descaradamente e depois fez uma falsa declaraçãozinha de amor ridícula? - Todas as garotas, com exceção de Lia e Trina, levantaram a mão.
– Está vendo essas garotas, Tyler? – Ele balançou positivamente a cabeça. – Pois é, eu não seu nenhuma delas. Eu NÃO vou te perdoar pelo que você fez. Você partiu meu coração em milhares de pedaços e os espalhou pela porra de todos os sete mares, e convenhamos, foi difícil pra caralho juntá-los novamente. Você me traiu, seu porco imundo. – Ele fez menção de querer dizer alguma coisa – Não diga nada. Não quero ouvir sua voz patética novamente, já tive que aguentar muito aquela canção de merda e agora eu espero que fique de boca fechada, porque sou eu quem está falando agora, ouviu bem? – O garoto concordou – Quero que suma da minha vida e não ouse a aparecer novamente
. — ... - Falou estranho, com uma calma como a de quem está sentado tomando café em um conversa amigável.
— Você já pode começar a fazer isso agora, Tyler. Leve seu violão embora e deixe que eu e as meninas nos encarreguemos de limpar a bagunça que você fez, de novo. Afinal elas te ajudaram, não foi?
— Não desconte nelas o que você descontaria em mim, . Elas não merecem serem tratadas como eu seria.
— Fique tranquilo, Tyler – Pela primeira vez, sorriu verdadeiramente naquele momento. – Eu não sou mais a garota que você abandonou há um ano.
O garoto se levantou de onde estava, levando o violão consigo, e caminhou vagarosamente até o meio da sala.
— Não vai acompanhar-me até a porta, ? Você sempre fazia isso quando namorávamos, dizia que era para que essas garotas invejosas não ficassem olhando para o seu homem desacompanhado. – Argumentou maldoso.
— Não, se vira.
esperou Tyler se retirar do local e então começou a retirar a faixa que estava pregada na parede.
— Vocês não vão me ajudar com isso, não? – Resmungou.
— A gente já vai, . – Respondeu Lia. – Nós podemos dividir, certo? Seis de nós ficam com cada parte.
Após todas terminarem seus deveres em cada parte da sala, já estava completamente sem paciência. Já tinha tomado o seu banho, que supostamente a ajudaria a relaxar um pouco, mas fora um dia difícil.
— ? — Falou Lia, batendo na porta do quarto.
— Diga.
— Desculpe por hoje.
— Tudo bem, Lia. Eu já estou bem. – deu um sorriso falso, o que fez Lia erguer suas sobrancelhas, em dúvida.
— Não precisa se fingir de forte, . Olhe para você, eu conheço essa carinha. — disse Lia, chamando para deitar-se em seu colo com um breve movimento da mão; e foi exatamente o que a garota fez — explicando também toda a situação para Lia.
— Lia, já são 17h34 – Riu – A gente já tem que ir, esqueceu?
— Ah não, – A garota se jogou na cama fazendo um leve drama — Não temos nada para fazer.
— Ah, não? – Retrucou – Deixa o seu Omega Chi chegar aqui amanhã e ver aquelas meninas todas desorientas e pensar: “Nossa, que péssima organização. Onde está a vice- presidente dessa coisa?”– Fez uma voz masculina falsa e exagerada.
— Ah, cale a boca.
levantou-se e foi em direção ao banheiro para lavar o rosto e ver se melhorava um pouco da sua aparência abatida. Ao terminar seus serviços, arrastou Lia para fora da cama – de sua cama, na verdade – e foram a caminho da sala onde as garotas as esperavam. Respirou fundo e se concentrou em manter sua aparência doce e divertida, afinal era um momento de descontração — e precisava se sair o melhor possível.
— Hoje à noite estaremos com mais de cem garotas para o teste. E termos de todo tipo; se nós somos a melhores, nós vamos querer as melhores. Começou o seu monólogo, dessa ver mais curto que o anterior.
— Falando nisso, não falem nada sobre o que acontece na noite após o teste, entendido? – Finalizou. Trina levantou a mão, em sinal de que queria falar alguma coisa.
— E se elas perguntarem?
— Nós temos uma reputação a zelar – respondeu, sorrindo – Mintam!
Risos falsos e outros até verdadeiros demais se espalharam pela sala, o que resultou numa olhada feia de Lia, que se pronunciou logo em seguida:
— Lembrem-se, não importa se ela é a garota mais chata da festa, ou aquela que tem a bolsa Chanel mais cara. Sua missão é fazer com que cada garota que passe por aquela porta – apontou com o polegar para a gigantesca porta de entrada da casa da fraternidade – possa ser capaz de matar apenas para ser sua melhor amiga.
pegou sua mochila, ao lado do banco, e desceu do táxi, despedindo-se do motorista.
Encarou a placa de entrada da universidade pela primeira vez em seu último ano, dando um pequeno sorriso. Seguiu em frente, parando somente na portaria para apresentar-se, e continuou caminhando pelo início do campus, onde ficavam os prédios de engenharia, procurando por Matthew.
O garoto pensava seriamente em ir logo para a casa da fraternidade, já que estava relativamente próximo à rua F; porém, um ruído considerável interrompeu os pensamentos de , assustando-o. Uma das mesas em o que os folhetos de uma fraternidade qualquer estavam havia se posto ao chão, espalhando os papéis para além do gramado.
deu uma breve olhada para ver a qual fraternidade pertencia, e avistou em negrito num dos panfletos virados para cima as letras gregas ΩΧΔ.
"Omega Chi Delta, merda."
Definitivamente, não estava tendo um bom dia. Virou – se de costas, ignorando a sua sensatez de ajudar, e decidiu ligar para Matthew de uma vez, que atendeu ao terceiro toque do telefone.
— Onde você se meteu, mosca morta? – resmungou.
— Estou em frente aos prédios de engenharia, acabei de chegar.
— Acho melhor você vir logo para cá, a gente tem que arrumar as coisas para o teste, esqueceu? — Ele levou instantaneamente suas mãos à testa, indicando que havia esquecido por completo que hoje seria a noite dos testes.
— Espera, você já está aí? Quer dizer que você ia me fazer ficar aqui te esperando, seu vagabundo?
— Sim? — arrumou sua posição, respirando fundo. De início parecia que o garoto iria massacrar Matthew com suas palavras, porém abriu um sorriso.
— Você não presta, Matt. — Com isso, finalizou a ligação e continuou caminhando pelo campus. Como já estava no complexo B, sua caminhada não foi longa. Ao chegar em seu destino final, retirou sua chave da mochila e abriu a porta.
— Alguém em casa? – Disse, em voz clara e alta, já esperando que seus amigos o respondessem.
— ! – Thomas gritou ao fundo, descendo rapidamente as escadas que levam aos quartos.
Thomas fora o único garoto que tinha passado nos testes da fraternidade no semestre passado. esperava profundamente que dessa vez fosse diferente, era bom ter calouros a quem infernizar a vida.
— Fala, novato! – brincou.
— Daqui a pouco, não mais. – Respondeu, enquanto os dois se envolviam em um abraço fraterno. No mesmo instante em que se soltaram, Matthew apareceu do outro do lado da sala.
— Sempre torci para que vocês ficassem juntos, de qualquer jeito mesmo – Deu de ombros, brincando – Saibam que tem a aprovação do presidente da Kappa Tau.
— Cale a boca, Matthew – Resmungou Thomas.
— O novato aqui está certo. Cale a boca, Matt — replicou – Vamos, venha cá e me dê uma abraço.
— Saiba que essa vai ser a última vez que eu faço isso, .
— O que aconteceu com a parte do “Cala a boca”? – Dito isso, tomou Matt em um abraço meio contrariado por parte do mesmo.
O momento seguinte do qual eles se soltaram fora extremamente constrangedor, pois James estava ao pé da escada observando.
— O que foi? Podem voltar ao momento gay de vocês, eu só queria um copo d’água. – Falou, mal humorado.
— Venha aqui você também, Jimmy. – Ordenou .
— Deixa de ser afeminado, . Não vou até aí nem que me paguem.
— Deixa de ser cuzão.
James desceu as escadas rapidamente, e em seguida abraçou , mais rápido ainda.
— Feliz? — Indagou.
— Só se tivesse alguma gostosa na minha, frente! – Sorriu.
— Cale a boca, . — Matthew, que era com certeza o cúmulo da preguiça, se encontrava sentado no sofá, e jogou uma almofada em .
Suspiram cansados quando finalmente puderam se sentar. Haviam finalmente acabado de fazer todos os ajustes na casa. Apesar de fazerem aquilo todo inicio de semestre, não estavam nada acostumados; pelo menos tiram um bom tempo para descansar, já que os Kappa Tau eram os últimos a serem visitados pelo grupo de calouros.
— Carlos, você não quer ir fazer o favor de ir lá na cozinha e pegar algumas cervejas pra gente? – Pediu James.
— Levanta daí, seu porco folgado, e vai pegar. – Retrucou Carlos.
— Se eu estou pedindo para você é porque eu não estou a fim de ir lá, seu animal.
— Seu ciana bactéria estúpida, eu não sou escravo.
— Nossa, quis dar um de inteligente aqui, foi? Saiba que você é a única forma de vida menos complexa aqui, australopitecos.
— Será que as princesas podem parar de brigar? – interferiu – Eu e o George pegamos as cervejas.
— Você vai lá sozinho, cara. – Falou George. – Estou morto de cansaço aqui.
— Certo, eu vou lá sozinho – Conformou-se. — E você ‘tá cansado de que, sua lombriga inútil? Não fez porra nenhuma.
— Eu? Cansado de viver, . Agora vai logo.
— Sei... — foi em direção à cozinha e pegou a cerveja, de uma marca que o garoto sequer conhecia, provavelmente comprada por James, do jeito que este era econômico. Voltou à sala de estar e entregou uma cerveja para cada um, colocando a caixa de lado e sentando-se ao lado de Mark.
Assim que Alec deu o seu primeiro gole, fez uma cara de desgosto.
— Quem foi que comprou essa merda?
— James, provavelmente – Matt deu ombros.
— Nem para isso serve. – Carlos comentou em um tom baixo de voz.
— Eu ouvi isso, cara.
— Eu sei.
Continuaram bebendo como se fosse a última maravilha da terra, e em parte não se importaram tanto com a má qualidade da bebida, de tão casados que estavam.
Após alguns muitos em silêncio, James se pronunciou:
— Sabe o que eu queria agora? Uma gostosa bem na minha frente, e de preferência, nua.
— Quieta esse cu, seu virjão. —Reclamou .
— Falou o cara que é mais seco que a grama do nosso quintal – riu.
— E você, tá na seca há quanto tempo, James?
— Não faz muito tempo...
— Ah, não?
— Para mim, cinco meses é um tempo considerável.
James franziu o cenho e disse:
— , fique quieto – Riu – Aposto que você não consegue pegar nem uma Zeta Beta!
— Essa foi pesada. – Mark se intrometeu – Se eu fosse você, não deixava.
— Eu consigo pegar até a presidente delas, James – Deu um gole em sua cerveja.
— Está sentindo esse cheiro? – Matt deu uma cotovelada em Alec – É cheiro de aposta.
Alex deu um riso baixo.
— Então isso é uma aposta, ? – James continuou na onda de Matt.
— Interprete como quiser, Jimmy. – Deu de ombros.
— Então, nós temos uma aposta. – sorriu.
— Espera, então quer dizer que o nosso aqui, vai ter que conseguir pegar a presidente das Zeta Betas? – Raciocinou Mark. – Elas acham que a culpa foi nossa, Dude. Você está f-u-d-i-d-o. – Falou pausadamente.
— Basicamente, sim. Só que pegar é fácil demais. Quero ver namoro, ouviu bem?
— Espera aí um momento, vocês não estão falando da , estão? – Perguntou Alec.
— A própria, por quê?
— Acho que vai ser meio difícil você pegar a garota, . Ouvi dizer que ela deu o maior fora no ex-namorado hoje e como o nosso amigo Mark disse, elas acham que a culpa foi nossa.
James gargalhou:
— Parece que você tem um belo de um problema pela frente, cara.
— Cale a boca. Mas vem cá. O que acontece se eu ganhar a aposta?
— Você que escolhe, cara – James deu um longo gole em sua cerveja.
— Ok, quero que você me pague todas as rodadas de chope que eu aguentar, e corra pelo campus com esse seu pau pequeno de fora.
— Interessante, acho que quero a mesma coisa de você, dude. Fechado? – Propôs um brinde a com sua lata de cerveja beirando o último gole.
— Fechado – Bateu sua cerveja com a de James, e em seguida tomaram um logo gole da bebida.
— ? – Chamou Matt.
— Diga, princesa.
— A situação não está muito a seu favor. Sugiro que você comece a executar seus planos hoje.
— E como você sugere que eu faça isso?
— Hoje à noite é a festa das Zeta Betas, esqueceu? – Sorriu – É a sua chance.
— Cara, você tá muito fodido, elas odeiam a gente. – Comentou Alex.
— Você não que acha que eu sei disso? – Resmungou baixo, se amaldiçoando a cada instante por ser tão idiota e ter perdido a chance de ter ficado quieto.
Fala sério, ela era !
Saiu do próprio quarto em direção ao de Lia e bateu suavemente na porta, esperando a garota abri-la. Olhando cada centímetro de seu corpo, Lia deu-se de frente com uma mais formal. A garota vestia um vestido branco com lindos detalhes finos de renda preta e um salto extremamente fino da mesma cor.
— O que achou? — Perguntou entusiasmada.
— Tá linda, amiga! Agora vamos logo. – Fechou a porta atrás de si mesma, impossibilitando de dizer qualquer coisa.
Foram em direção as escada, onde um acúmulo de garotas esperavam-nas no primeiro degrau. e Lia desceram graciosamente a escadaria e a mais nova entre elas – no caso – não se posicionou ao pé da escada como as demais, seguindo em frente.
— Bem, chegou a hora. Quero que façam tudo como o combinado, tudo bem? — E pode ouvir monótonos “sim” e acenos de cabeça. Era bom estar no poder, de certa forma. Sorrisos sinceros iluminavam o salão, e outros, irônicos, eram ignorados pela garota.
Era uma ocasião feliz, ela estava feliz. Gente nova é sempre bom. Ainda mais que Lia estava deixando a Universidade naquele semestre; já estava em seu último do curso de moda, e mesmo que não demonstrasse com muita frequência iria sentir uma falta extrema da amiga. Sorriu verdadeiramente para si mesma e continuou a caminhada. Quando chegou à porta de entrada da casa, posicionou a mão na maçaneta e respirou fundo, então abriu a porta.
Havia dezenas de garotas esperando na varanda de entrada da casa, todas a olhando maravilhadas.
— Oi, oi! Meu nome é — como algumas de vocês devem saber — e, para quem não sabe: Meu nome é e sou a presidente dessa fraternidade! Então, bem vindas, futuras Zeta betas! – Sorriu – Espero que se divirtam hoje! — Por alguns segundos fantasiou que não fosse ela que estivesse ali; sentia pena das garotas que com certeza não iriam suportar ficar ao menos para o fim da celebração, as que eram simplesmente fora do “perfil Zeta Beta”.
“Só são garotas, . Não animais indefesos em um abrigo necessitando de ajuda. Concentre-se.” Voltou sua atenção à vida real novamente, e percebeu que as garotas fora da casa a encaravam em dúvida.
— Oh, me desculpem, meninas. Vamos entrando. — Deu passagem para que as garotas entrassem e esperou pacientemente no canto da sala até que o processo se encerrasse.
As outras garotas da fraternidade receberam as candidatas de bom grado. Ainda eram 20h34 PM. Tudo fora ideia de Lia, iniciar a festa mais cedo, porém, somente a entrada de candidatas seria permitida, para que houvesse tempo para uma interação maior entre os grupos ao invés de um foco somente em outras fraternidades. Depois sim, a entrada de outras pessoas seria permitida.
Nos instantes seguintes, fora chamada por Lia a participar de uma conversa nada empolgante. Sua falta de vontade de ir até lá era tão grande que não reclamaria se qualquer um a carregasse.
— Oi, como vai? — Cumprimentou.
— ‘Tá tudo certo aqui, . Eu e a Lydia estávamos conversado sobre o quanto odiamos o Turner. Quer se juntar a nós?
— Não, obrigada – Dispensou de maneira cortês – Sabe como é, muita coisa a ser feita!
— Claro, claro. É muito importante que a presidente da fraternidade procure manter tudo em ordem em eventos como esse. Espero que esteja tudo certo por aqui. Está tudo certo por aqui, não é, Nini? — respirou fundo e se controlou para não tirar aquela garota dali naquele mesmo instante, ainda mais por tê-la chamado de “Nini”. Só tinha que aguentar esse tipo de gente chata até o final da festa, já que provavelmente elas não estariam no teste final do dia seguinte.
A não ser que estivessem no legado, mas as Zeta Betas sempre davam um jeitinho de eliminar quem não queriam por perto, seja pertencendo ao legado ou não, sempre conseguiam.
— Claro que sim. – Respondeu seca. mexeu na ponta de sua orelha – outra ideia de Lia, indicando que a queria fora do teste de amanhã: era um movimento discreto quase imperceptível, menos para as Zeta Betas.
Trinta minutos extremamente cansativos depois, queria se jogar em sua cama e ficar lá para sempre. Estava listando os prós e contras de sua atitude precipitada quando as pessoas começaram a entrar; agora sim era a hora. Deixou seus planos ao perceber o belo rapaz que estava a olhando, encostado na porta.
Deu um breve sorriso junto a um aceno com a mão e foi em direção à cozinha em busca de alguma bebida. Como álcool era proibido em festas de apresentações como aquela, teve de se desdobrar para achar uma cerveja.
Foi para uma das áreas mais reservadas da casa, onde havia o elevador, que era muito pouco usado pelas garotas da fraternidade. Sentou-se no chão delicadamente e tirou os saltos, que estavam torturando seus pés.
Sentiu o amargo da cerveja invadir sua boca quando deu o primeiro gole na bebida. Estava feliz por ter dado a Lia um pouco de trabalho extra, o dia tinha sido difícil e merecia o direito de descansar.
Lembrou se com uma clareza indesejável de sua vida ao lado de Tyler. Tardes que passavam juntos vendo filmes – ambos sabiam que não veriam o filme pelo detalhe de estarem mais ocupados —, namorando atrás da quadra nos tempos de escola; mas aí veio a faculdade, período em que eles namoraram ainda mais um ano e meio antes de terminar com o rapaz. A clareza de suas memórias se misturava com o teor de álcool que havia consumido, fazendo a garota dar um breve sorriso.
Ouviu passos breves vindo em sua direção, mas não exatamente de encontro a ela. Era duas pessoas, um casal na verdade, se agarrando no meio do corredor mais afastado da casa. se perguntava como aquelas pessoas acharam aquele lugar e a única resposta que tinha – e a mais provável – era que tinha sido culpa dela, e amaldiçoou a si mesma por ter sido tão descuidada quando pegou a cerveja e subiu. Continuou quieta em seu canto, esperando que o casal passasse em direção a um dos quartos. Teve uma forte vontade de gritar para que usassem camisinha e para que fizessem sexo seguro, mas controlou-se como uma pessoa normal o faria.
Ficou aproximadamente uns quinze minutos ali para terminar sua cerveja, intercalando entre curtos goles que queimavam sua garganta quando ela ingeria a bebida e pensamentos confusos que eram melhores não serem pronunciados em alta voz. Sua noite, que supostamente era para ser algo feliz, estava se saindo drasticamente desanimada.
Tom conseguia ouvir vozes e risos a caminho da Kappa Tau Gama. Suas mãos tremiam tanto que deixara o falso machado cair, e nervoso o recolheu do chão, subindo as escadas da casa, esperando os calouros chegar, no topo da escadaria.
Fez um sinal para Mark – o único que não havia se escondido ainda – para que o garoto diminuísse a iluminação do local. Ouviu o falso guia se despedir do grupo, recusando-se a entrar no local. Era um dos membros, Scott — tudo fazia parte do combinado.
Suas memórias de um semestre atrás, quando era ele em meio àquele monte de garotos, vieram-lhe à mente. Ficava feliz que, em sua vez, tinha escolhido ser um Kappa Tau.
Ao entrarem na casa, Thomas pôde perceber os vários olhares assustados que o acompanhavam devido ao cenário macabro. Era hora do show.
— Algum de vocês aqui presentes conhece nossa reputação no campus? — Falou em um tom de voz extremamente sério, muito fora do comum para o garoto. Thomas rodou o machado em sua mão, olhando fixamente para o grupo sem obter resposta alguma — Será que vocês poderiam andar logo com isso? Tenho coisas mais importantes para fazer, como raptar garotinhas indefesas em florestas escuras. Por favor, levantem a mão. — Sete garotos do grupo de vinte e poucos permanecerem com suas mãos abaixadas e Thomas comemorou mentalmente.
- Interessante. E vocês sabem o que fazemos aqui em noites como estas? – Perguntou retoricamente, já que sabia a respostas de qualquer jeito. Era só observar suas caras assustadas pelo medo que o resultado da pergunta era claro.
Apoiou-se no corrimão da escada e rodou o machado em suas mãos novamente, deixando o objeto cair com um propósito.
– Ops...
— Sim, Nós sabemos, cara. – Respondeu um dos garotos do grupo. – Bem, pelos menos eu e os caras aqui – indicou mais cinco que o acompanhavam – Nós ouvimos sobre vocês no campus.
— Que ótimo. – Thomas comentou com um tom acentuado de falsidade – Saiam – Ordenou, fazendo com que o garoto que tinha se pronunciado anteriormente e sue grupo ficassem confusos.
— Eu disse saiam. São surdos, por acaso? — Os garotos saíram, porém alguns teimosos haviam ficado, fazendo Thomas perder um pouco de sua paciência, que não era das melhores — Vocês aí também – Apontou – Vamos, quero todo mundo que levantou a porra da mão fora.
Os meninos saíram da casa deixando somente os sete rapazes; Thomas desceu as escadas ainda com um sorriso macabro no rosto, se deliciando com a cara de assustados dos rapazes. Assim que terminou a descida, sorriu verdadeiramente. Agora sim entedia por que gostava tanto de fazer aquilo.
— Bem-vindos à Kappa Tau Gama! – No mesmo instante ao de sua fala, provavelmente um dos garotos acendeu as luzes do local, revelando a porta que fica ao fundo da sala e dava para o quintal da casa.
— Puta merda! – Um dos garotos exclamou.
A música voltou a reinar no local e a festa se iniciou para valer partindo daquele momento, ao exato estilo da fraternidade. Thomas foi em frete sem ao menos esperar que o grupo o acompanhasse; esperava que os desse uma mãozinha antes de ir se “divertir” no Zeta Beta world.
Só que e sua aposta impossível de ser realizada não importavam no momento, a única coisa que Thomas realmente queria era virar uma dose de tequila, lamber o sal que estaria na barriga de alguma gostosa por aí, e chupar o limão que estaria na boca de sua amiga ainda mais linda. Ou seja, Thomas realmente não valia nada. E essa era a melhor parte.
saiu de onde estava escondido e abraçou pelo pescoço dois novatos que estavam mais próximos dele e os conduziu para o lado de fora.
— Digamos que nós preferimos os virgens! – Sorriu – Bom, já está na minha hora de ir.
Aqueles segundos foram somente os necessários para que Thomas reparasse na roupa social de , ele tinha realmente levado a aposta realmente a sério. O garoto usava uma blusa branca com o último botão ainda não abotoado – com a finalidade de dar um charme extra, Thomas supunha – com as mangas dobradas no cotovelo – outro charme extra? - e uma calça jeans azul escura surrada, acompanhado de seu relógio habitual e um tênis normal. – Divirtam-se! — se despediu de Thomas com um breve sorriso e um “Mandou bem, cara!” não sonoro. Passou no banheiro para ver se tudo estava no seu devido lugar e sorriu maldosamente ao sair do local e encontrar James conversando com um uma loira gostosa, próximo a ele.
— James – Puxou lhe pelo braço ouvindo um resmungo do rapaz – Você vem comigo, seu inútil!
— Cara, eu não vou entrar naquele ninho de cobra!
— Eu não estou nem aí se é um ninho de cobra ou de um Tiranossauro Rex. Você inventou essa porra toda, então vem comigo. — arrastou o garoto em direção à saída da casa – Anda, James!
O rapaz finalmente cedeu às insistências do outro, e saíram do local apressados devido às reclamações de de que estavam mais do que atrasados, entre as chatices habituais do garoto.
Desciam a rua a caminho da casa das Zeta Betas e cada vez mais se arrependia de ter concordado com a aposta.
— , eu realmente espero que eu consiga alguma garota nesse lugar, seu infeliz!
— Eu realmente espero conseguir uma garota nesse lugar, não é mesmo?
— Você que sabe, dude – Riu – Você que sabe...
Após alguns minutos caminhando – nada o suficiente para que ficassem suados - já estavam na porta da fraternidade. fez menção de dar um passo mais a frente, mas recuou à medida que o receio tomou-lhe por inteiro.
— Anda logo, . Você me fez vir até aqui, lembra? O garoto apenas o respondeu mentalmente e deu um passo à frente, entrando na casa. Observou as mulheres na vasta sala de estar com suas lindas roupas de marca; já outras com roupa mais simples não eram tão bem aceitas assim, suspeitava. Alguns homens ocupavam o espaço também, um pequeno número fazia companhia à suas namoradas, e não estavam gostando muito da situação, reparou, já outros que estavam solteiros flertavam com outras garotas.
Visualizou Lia não muito entusiasmada conversando com uma candidata.
“Se Lia estava ali, onde tinha se metido?”
- Jimmy? – cutucou o garoto. – Eu não estou achando a .
— Ela deve estar em algum lugar por aí, – Riu – Agora, já que você me tirou daquela loira linda, deixa eu me divertir. Vai lá, cara. – Bateu levemente em seu ombro.
saiu de onde estava com James e sentiu milhares de olhares furiosos o acompanhando à procura de . Já havia visto a garota no campus e em algumas festas, então estava tranquilo quanto à sua fisionomia, mas na medida em que adentrava o local, o seu receio de tudo dar errado era cada vez maior. Não era somente uma questão de dinheiro ou das consequências de andar nu por aí. Sua dignidade de macho alfa estava em jogo — se perguntava como tinha concordado com aquela merda toda. Era mesmo necessário namorar uma garota – no caso, uma garota em específico – para mostrar que ele era hétero ou coisa do tipo.
Respirou fundo e entrou na cozinha, onde havia duas garotas conversando animadamente, que no mesmo instante olharam para ele.
— Oi – cumprimentou brevemente e foi direto ao ponto de interesse – Então, vocês podem me dizer alguma coisa sobre ?
— Porque diríamos alguma coisa da para você? Nem ao menos te conhecemos.
— É, e minha mãe disse que não é para que eu fique falando com estranhos por aí. — A outra garota complementou e fez revirar os olhos em um gesto infantil.
— Cale a boca, Ashley – Respondeu, seca.
— É a noite dos testes, gata. Talvez vocês não me conheçam de propósito. Talvez vocês estejam sendo testadas, talvez não — arrumou a melhor desculpa esfarrapada que conseguiu no momento, e ficou satisfeito com ela. – Então, o que me dizem sobre ? — Viu um leve desespero crescer nos olhos de ambas e percebeu que elas tinham caído em sua mentira.
— Bem, ela é a presidente da fraternidade. – Ashley começou.
— É tudo o que tem a declarar, senhorita Ashley? – Arqueou as sobrancelhas, entrando na farsa.
— Ah... – Passou um tempo pensando – O ex-namorado pediu para voltar com ela hoje, tanto é que ela está um saco. Eu acho que ela deveria voltar com ele, sabe? Tadinho... — percebeu que Ashley no fundo era uma garota esperta, não lerda e burra com se fazia. A garota só buscava uma maneira de busca atenção e foi dessa forma que a encontrou. Por um tempo, o rapaz sentiu uma leve pena da garota, pressionada pela certeza de que todos supostamente só gostariam dela naquela condição, mas então voltou a se concentrar no que tinha que fazer ali.
— Ainda bem que a vida é dela, não é mesmo? — Respondeu a outra garota que ainda não tinha nome para , mas não era nada que importava.
—Ignore-a. é fã de Jurassic Park. Uma vez, eu estava no quarto dela, nem queira saber o porquê – De qualquer maneira, não queria saber o porquê– e vi a coleção de filmes dela e alguns dinossauros de brinquedo, acredita? – Riu, maldosa.
— Mais alguma coisa, senhorita...?
— Allie, meu nome é Allie – Sorriu.
— De preferência interesses ocultos, ou características desconhecidas pela maioria das pessoas – interrompeu a garota.
— Bem, ela é apaixonada pelo Orlando Bloom. E por isso a sempre assiste Piratas do Caribe e faz as garotas da casa assistirem junto, ninguém aguenta mais. Ela diz que é a melhor visão do mundo porque o Johnny Deep e o Orlando Bloom estão juntos no elenco.
— Então quer dizer que, ela gosta do Johnny Deep, também?
— Você não faz ideia do quanto. —Ashley se intrometeu.
— Mais alguma coisa?
— Ela é fascinada por história, principalmente por pela era Greco-Romana.
— Posso perguntar como vocês sabem de tudo isso? – Riu.
— Como candidatas nós queríamos impressiona-la caso tivéssemos que conversar com ela, sabe? Mas a gente não faz ideia de onde aquela vadia se meteu – Riu.
não conseguiu entender se Allie estava brincando ou não, talvez fosse um pouco dos dois.
— Obrigada, meninas. Vocês foram ótimas. – Elogiou; e foi rumo ao frigobar buscar alguma bebida para descontrair um pouco, porém, estava vazio. Seria uma noite longa.
Juntou todas as forças que restaram em seu corpo porque não foram dominadas pela preguiça, e foi em direção ao seu quarto com os saltos na mão, em busca de algo mais confortável para usar.
Quando chegou ao cômodo, lutou contra todas as suas tentações de deitar-se na cama e só sair de lá na manhã seguinte. Foi ao banheiro, lavou o rosto para que desse uma agitada e acordasse para a vida; e já de saída, pegou uma sapatilha que combinasse com sua roupa, ignorando os fios soltos do penteado no cabelo quando passou por seu enorme espelho. Descendo as grandes escadas da casa, sorria alegremente para todos que se perguntavam mentalmente onde ela tinha se metido.
Foi para a cozinha em busca de mais Álcool, na esperança de que a bebida animasse um pouco sua noite. Cumprimentou duas garotas que a encaram sorrindo apenas com um aceno de cabeça. reparou no garoto que estava olhando para o freezer vazio e aberto, com uma cara de decepção tão grande, que era como se sua vida dependesse daquilo.
— Eu acho que peguei a última, desculpe. — Fez uma careta. — Eu também queria mais uma, mas a minha preguiça me impede de tomar qualquer decisão para ir comprar. – Riu. Nessas horas, eu desejo um escravo. – O garoto virou se para frente com o intuito de olha-la no momento em que acabou sua fala e ficou a encarando surpreso.
— ?
— É o meu nome! – Respondeu o óbvio – E você é?
— , meu nome é – Estendeu a mão para o cumprimento e o aceitou, sorrindo.
- Bem, é um prazer te conhecer . – Disse , já se virando para sair do local e ir à busca de Lia quando a interrompeu.
- Sabe de uma coisa? – Perguntou.
- Diga.
- Eu acho que mereço algum digo de recompensar por ter sido roubado.
riu.
- Eu não te roubei, cara! – Se justificou – Eu só cheguei primeiro. Nessa selva, só os mais fortes sobrevivem e geram descendentes.
- Não acredito que você está se esquivando do fato de você ter roubado a cerveja que eu queria com a teoria de seleção natural.
encarou a rapaz por alguns curtos instantes, pensando em algo para responder que fosse útil.
- Eu não roubei sua cerveja.
- Roubou e eu mereço se recompensando por isso. – A garota arqueou suas sobrancelhas para em sinal de Dúvida. – Quero que saia comigo.
riu e para valer, daquelas gargalhadas que são capazes de iluminar um ambiente por completo.
- E então, o que me diz? – disse.
- Você não está falando sério, está? – perguntou surpresa, já se sentindo incomodada.
- É sério. – Argumentou – Eu te pago uma cerveja.
- Só isso que você tem a me oferecer? – Riu.
- Nós podemos assistir Jurassic Park! Eu sei que você tem a coleção.
- Uma condição, eu quero que sejam o três. – sorriu verdadeiramente para o rapaz do Frízer.
- Então, nós temos um trato? – Perguntou retoricamente, já que já sabia a reposta - pelo menos, por sua parte sabia.
- Nós temos um trato, Senhor . - havia negado todos os seus princípios a aceitar de certa forma ao convite de , era como se fosse alguém estranho, mas ao mesmo tempo não era. Ele era , o vice-presidente dos Kappa tua, um cara que ela supostamente deveria odiar. E onde estava o erro em tudo isso? havia gostado dele.
“Pelo menos era melhor que Tyler” Balançou a cabeça negativamente tirando os pensamentos inoportunos de perto de si.
- Me desculpe, mas eu tenho que ir. Sabe como é, uma festa inteira para organizar. Lia já me ajudou demais, coitada. A gente se vê por aí – Sorriu.
- Sem essa de “a gente se vê por aí”. - Descartou a educação da menina para dispensa-lo de uma forma súbita. - Amanhã, 17hrs eu passo para ter pegar aqui, ouviu bem? – Balançou a cabeça positivamente - Não esqueça os filmes, se não nós vamos ver jogos mortais. – Sorriu só de imaginar a cara de assistindo a cada um daqueles filmes.
- Não pense que está me ameaçando com a ideia de ver Jogos Mortais, eu até gosto. – Riu – Arrume outra coisa para me chantagear, .
- Tem certeza? – Arqueou as sobrancelhas
- Absoluta.
- Eu posso... – Pensou por alguns instantes, mas não fazia ideia do que dizer para a garota e então acabou partido para a clemência - Certo, eu não faço a mínima ideia do que te falar. Só por favor, saia comigo amanhã?
- Só não se esqueça da minha cerveja, . Você prometeu.
- Apenas , ok? – Corrigiu –a.
- Tudo bem, . – Sorriu – Eu realmente tenho que ir agora.
Saiu da cozinha olhando por uma última vez, que estava falando no celular com um amigo provavelmente. Chegando a sala foi à procurada de Lia, que no momento estava em uma sessão de amasssos com Ethan. Revirou os olhos e foi em direção ao casal.
- Lia? - Cutucou a garota – Lia, eu não vou sair daqui até você falar comigo – Bateu o pé no chão, se assemelhando a uma criança mimada fazendo birra por não ganhar o brinquedo que desejava. – É importante, vamos.
Vendo que não iria parar de qualquer jeito mesmo, Lia se distanciou de Ethan esperando que a garota falasse o que queria.
- Largue a peste primeiro, depois a gente conversa – Sorriu irônica.
- Olha como fala comigo, garota. – Ethan se pronunciou pela primeira vez na conversa, que inclusive não fora chamado; algo que particularmente odiava: gente intrometida.
- Não se intrometa, peste.
- Ignore a , por favor. – Lia se desculpou pela amiga, levantando se do sofá . – Já volto – Beijou lhe os lábios e em seguida foi para um canto mais afastado da sala para que falasse.
- Eu acho que tenho um encontro – Mordeu o lábio inferior com certa força, esperando uma reação exagerada de Lia que veio logo em seguida.
- AÍ MEU DEUS, ! – Exclamou contente - Por que você não falou antes?
- Por que aconteceu agora, Lia – Riu – Só tem um problema.
- Diga.
- .
- O que tem o crápula? – Perguntou confusa, até que um estalo de racionalidade veio lhe a mente. – Não...
-Sim... Você tá brava comigo? – falou preocupada.
- Você lembra tudo o que aconteceu verão passado, não lembra? – concordou com uma aceno de cabeça. – Você sabe que a culpa foi dos Kappa Tau, não sabe?
- É Lia, eu sei. Eu tentei negar, mas... Sei lá – Deu ombros- Ele foi super legal comigo.
- , por favor. Não tenha outra queda por de novo.
- Como eu posso evitar algo que eu ainda nem sei se vai acontecer, Lia? – Riu.
- , você sabe muito bem. – Franziu o cenho. – Agora, vamos parar com essa depressão toda e vamos ao que importa: Como foi que ele pediu para sair com você?
- Foi bem besta, para ser sincera. Eu estava na cozinha e encontrei-o encarnado o Frízer vazio, então eu pedi desculpa por ter bebido a última e que eu até queria mais uma só que estava com preguiça de ir comprar. Aí ele viu que era eu e aparamente ficou surpreso com isso, daí eu perguntei o nome dele, mesmo já sabendo quem ele era. Então, ele falou que merecia ser recompensando pelo fato de eu ter roubado ele – Deu uma breve pausa - Diante da acusação, eu falei que não tinha roubado ele e a gente começou uma leve discussão. Então, eu pedi para que ele me convencesse a sair com ele e o falou que a gente podia assistir Jurassic Park, aí eu aceitei. Foi basicamente isso.
- Então, quer dizer que vocês vão ver Jurassic Park em um encontro? -Riu – Que bonitinho, . Sabe o que isso quer dizer?
- Eu não sou a única pessoa no mundo apaixonada por Jurassic Park?
- Não, gênia. Ele se importa com você – Lia sorri descaradamente. – Se ele chegou ao ponto de procurar saber sobre você, é porque ele quer algo com você, !
- Lia, qualquer pessoa sabe que amo Jurassic Park!
- Não sei. Mas olha, se você acha que isso é realmente certo para você, se joga, amiga! Aproveita
- Se você diz! – Deu ombros – Agora mocinha, nós temos coisas mais importantes para nos preocupar.
- Eu sei que sim, – Riu.
- E então, o que me diz das candidatas desse semestre?
Pegou o celular no bolso completamente apressado, seguiu o que seus instintos lhe mandaram fazer e ligou para Matt, com o receio de que o rapaz não atendesse.
- Diga, princesa! – Falou contente, devido aos traços de álcool que estava em seu corpo.
- Eu consegui, Matt! – Exclamou feliz – Eu chamei a para sair.
- Esse é o meu garoto. Tenho certeza que daqui a pouco você vai conseguir outras coisas com ela. - Riu malicioso.
- Pode até ser – Concordou , com certo receio.
- Então, já que você fez o que tinha a fazer no mundo cor de rosa, por que não volta para cá? – Perguntou – Tenho certeza que boa parte das garotas que estão aí querem te matar.
- Vou só achar onde a bixa do James está e já estou saindo. – finalizou a ligação e respirou fundo. Seus planos de o que iria fazer com no encontro do dia seguinte já estavam quase todos esquematizados, era só uma questão de dar uma arrumada na casa- algo que ele encarregaria os outros garotos da casa para fazer, enquanto ele compra alguns petiscos já que sobrariam bebidas - depois da festa que estava ocorrendo no momento.
Saiu dali à procura de James e após alguns minutos circulando pela casa das Zeta Betas o encontrou em uma série de amassos com uma garota, dessa vez ruiva. se perguntava constantemente como eles conseguiam? Sempre fora um dos garotos mais tímidos de sua classe e havia melhorado com o passar dos anos. Por incrível que pareça, foi uma das poucas garotas que ele tinha tido coragem suficiente para tomar uma atitude mais audaz.
achou melhor ir sozinho para casa já que James era grandinho o suficiente para saber o caminho para a fraternidade. O garoto viu conversando com as candidatas extremamente feliz, o que seria a razão daquele sorriso? Ficou a observando alguns instantes. Seu vestido que com certeza pertencia a uma grife super cara por aí lhe caíra extremamente bem, era até ridículo, ridiculamente lindo. Ela falava com uma leveza tão grande que era impossível descrevê-la como a vilã dos filmes das Disney que os Kappa tau diziam. Decidiu ir embora logo, pois Matt já deviria ter tomado doses demais. Apesar de contra sua vontade era uma espécie de irmão mais velho para os garotos, principalmente para os novatos, mas não sem antes se despedir de .
Foi em direção à garota e pôs delicadamente a mão em seu ombro, fazendo o olhar no exato momento em que se tocaram.
- Eu já vou. – Sorriu.
- Já? – confirmou com um movimento de cabeça – Foi um prazer revê-lo.
- Digo o mesmo. Nos vemos amanhã?
- Perfeitamente, – Chamou – lhe pelo apelido o que fez o rapaz abrir um leve sorriso.
-Tchau, – Beijou-lhe o canto de boca em uma ação proposital.
- Adeus.
Ao sair de perto das garotas conseguia sentir os olhares de cada uma delas sobre si, inclusive o de . E pôde ouvi-las querendo saber tudo o que havia acontecido entre eles – que até no momento, não era nada demais -, não se importa que contasse para alguém o que havia acontecido, era bom que todos vissem que o plano estava em prática, mesmo não sabendo disso.
Com uma vassoura velha em mãos, passou a varrer a casa com uma leve ajuda de Mark, que parava a cada instante para ver o que havia acontecido no jogo de futebol que passava em um canal qualquer da televisão. Pelos menos os pratos já haviam sido recolhidos.
— Mark, larga dessa televisão — Ordenou — Tem muita coisa a ser feita aqui, sabia?
— Só um minuto, !
— Só um minuto é o caralho — Franziu o cenho — Se não vai ajudar, chame o Thomas.
— Céus, que mau humor, !
— Desculpe — Sorriu — Eu só estou um pouco nervoso.
— Se você diz — Deu de ombros — E então, o que planeja fazer com a patricinha?
— Nós vamos assistir Jurassic Park, aqui mesmo — Explicou — Ela nem é tão patricinha assim, Mark. Lembra da Jenny?
— A ruiva grudenta? — Riu.
— Essa mesma. Ela era mil vezes pior do que a . — Fingiu ter um falso arrepio ao mencionar a garota de novo. Tinha passado um tempo junto com Jenny. Em parte, se arrependia do que tinha feito, já que a garota era totalmente insuportável.
— Se você diz — Deu de ombros novamente.
— Se você falar isso de novo, eu vou bater com isso aqui — mostrou a vassoura que usava para varrer a sala — na sua cara!
— Se você diz – Provocou, risonho, o que fez correr atrás dele com a vassoura em mãos; no caminho achou um copo meio cheio com alguma bebida da noite anterior e chegou perto o suficiente para jogá-la em Mark.
— Eu vou te matar, !
— Me mate à vontade. Mas só avisando, você vai ter que cumprir a aposta por mim.
— Não me faria mal pegar — franziu o cenho — É sério. Ela é gostosa, cara!
— Se você diz — Imitou o garoto — E a propósito, você teria que namorar com ela.
— Se você diz. — sentia que aquilo viraria, se já não tivesse virado, uma espécie de piada interna entre os dois. — Sabe de uma coisa, ? Eu tenho uma leve impressão de que isso vai dar errado, sério.
— Cale a boca, Mark. Não tem como isso dar errado. — Disse, sendo óbvio – Eu vou falar com James que namorar não vai dar para mim, é melhor nós não assumirmos nada.
— Se você diz — Mark fala novamente, recebendo um olhar frustrado de .
Após cerca de uma hora de limpeza, os garotos da fraternidade estava estirados no sofá e em poltronas da sala, cansados. Estavam extremamente empolgados com a situação de , tanto que havia bolões apostando o dia em que descobriria a farsa. Contudo, alguns rapazes foram impedidos de presenciar o “espetáculo”, pois tinham que resolver alguns assuntos pendentes sobre a Kappa Tau Gama.
Já que havia saído a fim de comprar o que precisava para o seu encontro com , era o tempo que o restante aproveitava o tempo reduzido que tinham para descansar ali e assistir o jogo.
Cinco minutos depois, estava de volta à fraternidade, e cheio de sacolas de compras em mãos, acompanhado por um leve sorriso no rosto.
Passou correndo pela sala de estar para que não atrapalhasse o jogo que os outros rapazes viam e dispôs todas as coisas na mesa da cozinha, pondo logo em seguida tudo em seu devido lugar: um número reduzido de latas de refrigerantes – já que ainda tinha uma boa parte das bebidas alcoólicas que sobraram da noite anterior — na geladeira, e os petiscos dentro do armário.
Após a organização de tudo, subiu apressadamente as escadas da casa e foi em direção ao seu quarto. Já não aguentava mais o suor que impregnava seu corpo e suas roupas também. Despiu-se rapidamente e foi para o chuveiro, não antes de conferir se sua toalha estava realmente lá. Prontamente terminou de higienizar seu corpo e enrolou-se na mesma.
Já devidamente vestido, perfumou-se e desceu as escadas outra vez, parando somente em frente à porta de entrada para falar com os garotos.
— Eu já estou indo, ok? – Avisou – E, por favor, gente, quando eu voltar não estejam mais aqui. — Olhou especificamente para Matt, já que tinham combinado tudo antes, e ele sabia com tudo deveria ser feito. acabou com a distância que havia entre sua mão e a maçaneta
Finalizou sua leva maquiagem com um gloss quase transparente em seus lábios. Agora sim, estava pronta.
— O que acha? — Perguntou à Lia, um tanto quanto animada.
— Está linda, ! Eu pegava. — Respondeu, provocando risos na garota — Que horas você acha que ele vem?
— Eu não sei, Lia. – Falou, despreocupada – Provavelmente, por agora.
— Só não faça nenhuma besteira, ok? — Aconselhou a garota, e fez uma cara maliciosa de quem com certeza iria aprontar alguma.
— Não farei nada que você não faria, coisa linda!
— Você sabe que isso não garante muita coisa, não sabe? – Riu.
— Infelizmente, sim.
O som da campainha invadiu a casa, assustando . chegara. Pediu à amiga que atendesse o rapaz, para que pudesse ver os últimos detalhes de sua aparência.
Gostava de como estava naquela noite, e, por isso, só tirou o excesso do brilho labial que havia passado levemente com o papel higiênico.
Saiu rapidamente do banheiro, para não deixar que ficasse esperando; e ainda mais na companhia de Lia — o que não era algo muito seguro — e chegou à sala, onde o garoto a aguardava sentado no sofá, mantendo uma conversa simpática com sua amiga.
— Vamos? — e se entreolharam por um momento, analisando um ao outro.
— Mas já? – Lia fez uma falsa cara de desapontada, já que ela tinha outros planos para quando deixasse a casa — Você mal nos deixou conversar, é uma pena que seja tão eficaz se arrumando.
— Realmente, é uma pena mesmo — Entrou na farsa de Lia, com uma voz levemente irônica, a ponto de ser quase imperceptível — Fica para outro dia.
— Claro, eu adoraria! – Sorriu – Bem, eu já estou indo.
— Só tenha cuidado com uma coisa — tentou parecer séria — Ouvi dizer que esses ares Omega Chi estão poluídos, vai ver é a peste tentando reproduzir a espécie. Vem cá, o Ethan já entrou no cio? — , que observava as garotas, calado, não pode deixar de rir com a última fala de .
— , não seja má. — Franziu o cenho, reprovando a ação da garota — Eu já falei que não gosto quando você fala assim de Ethan. Come on, esquece o que aconteceu, ok? – Perguntou retoricamente, já que sabia o que a garota diria.
—Não deixa de ser uma peste — Resmungou.
— Vamos, ? — se pronunciou pela primeira vez na presença de , o que alegrou a garota — Só uma coisa, você pegou os filmes?
— Ah, não! — Levou a mão à testa, em um falso sinal de preocupação — Será que dá tempo de pegar? Por favor, . Olhe como sou frágil! – Suplicou, ainda brincando — Uma garota assim, como eu, não aguenta ver Jogos Mortais. É tão... Violento!
— Vai lá, fragilidade! – Riu.
Quando se virou, correndo para poder pegar os filmes que havia esquecido, percebeu algumas coisas: A primeira delas era que Lia já havia dado um jeito de sair depressa antes que voltasse para brigar com ela. A segunda era que a garota era extremamente divertida, quando não encarnava o papel de vadia psicótica, vulgo a presidente das Zeta Betas. E a terceira era que talvez o tempo que passasse com a garota não se tornasse algo ruim; claro que beijos e amassamos não era algo que fossem possíveis de ser considerados desagradeis, e estava convicto disso, mas o garoto se referia ao tempo em que não haveria amassos, ou sequer beijos. Era o tempo em que passaria conversando com ela, trocando olhares estranhos e risos.
O garoto abriu um sorriso de canto, quando ouviu o leve barulho de notificação em seu celular e leu a agradável mensagem de Matthew dizendo que ele e o resto dos rapazes haviam evacuado a casa da fraternidade; e disse definitivamente quando a garota terminou de descer as escadas.
— Vamos?
— Sim, sem mais enrolação.
Andaram lado a lado até a porta da casa, e assim também em direção a Kappa Tau Gama. repassava tudo que faria novamente em sua cabeça: Refrigerantes e pipoca, Filmes, milho grudado no dente, filme, refrigerantes e pipoca. Queria fazer tudo do começo, passo a passo, como se nada fosse planejado.
Em pouco tempo chegaram ao seu destino, o que fez se apressar em pegar a chave que estava no bolso de sua calça — assim que a abriu a porta, deu prioridade a , para que a garota passasse primeiro.
Apesar de temer que os garotos ainda estivessem no local, o rapaz tinha de arriscar — já que precisava se mostrar cortês — e agradeceu mentalmente ao ver que estava vazio, nem se lembrava da última vez que vira o lugar tão pacífico, era sempre uma correria.
— Licença, .
— Sinta-se à vontade, . Por enquanto, a casa é nossa. — Sorriu, guardando as chaves na mesa de centro e indo em direção à cozinha, sendo acompanhado pela garota – Vou fazer pipoca.
— Espera.
— Diga.
— Quais são os sabores que tem? – Perguntou, entusiasmada.
— Certo, vamos lá. — Abriu o armário que se encontrava acima dos dois, lendo os nomes escritos em cada embalagem — Bem, nós temos tradicional, com manteiga e de queijo. — Fez uma cara estranha ao pronunciar o último nome, já que o sabor da pipoca não era muito agradável — Ah, tem de chocolate também. — Acrescentou.
— Hmm... Acho que eu quero a de manteiga.
— Eu quero a de manteiga.
— , só tem uma pipoca de manteiga — O fuzilou com o olhar — E ela é minha.
— , você está pensando em me roubar novamente? – Resmungou, com uma falsa indignação — Que absurdo!
— Certo, dessa vez você me venceu. – Deixou a pipoca de manteiga ficar com , já que contava com o fato de que sentariam lado a lado no largo sofá da casa, fazendo com que ela pudesse pegar um pouco da pipoca do rapaz sempre que assim desejasse. — Eu fico com a de chocolate.
sorriu, e após tudo estar finalizado, foram com suas vasilhas e seus copos em direção ao sofá. depositou tudo muito rapidamente na mesinha de centro para que pudesse deitar no sofá, que estava a chamando. Enquanto a garota tirava seus sapatos, ficando extremamente à vontade, o que alegrava o garoto, pegava o primeiro filme da trilogia e o colocava no aparelho antigo de DVD.
Após finalizar tudo, sentou-se propositalmente ao lado de , para que pudesse abraçá-la. E foi isso o que ocorreu durante o filme.
Estava no meio do conflito do filme, onde a mocinha loira está dentro de uma espécie de cabine de energia para ligar todo o sistema do park de novo. De uma forma inusitada, ela está cercada; há vários velociraptors no local.
brincava com a mão de , com seu cotovelo apoiado no braço do sofá, fazendo com que suas mãos ficassem relativamente próximas ao seu rosto e ao mesmo tempo prestava atenção no filme, já que nunca tinha o visto ates e desejava causar uma boa impressão em .
Em certo momento, onde os dinossauros invadem a cabine e vão atrás da moça, já quando a garota achou que estaria tudo bem, e respirando rapidamente encosta-se numa grade de segurança — porém havia um Velociraptor atrás dela, o que fê-la gritar.
Em uma ação de puro susto, levou a mão de em direção a sua boca, e com pura adrenalina em seu organismo, ele a mordeu.
— Ai! — A garota gritou, e percebeu o que fez — Você acabou de me morder, ? — disparou a rir — Você me mordeu! – Falou pausadamente, gargalhando — Ai, minha barriga dói.
— Eu acho que sim — Respondeu, envergonhado.
— Era só um velociraptor, Dannyzinho – Acariciou-lhe os cabelos — Prometo que vou ter proteger dele.
— Promete mesmo? – Brincou, se assemelhando a uma criança pequena — De dedinho?
— Sim, eu prometo.
— Pode continuar fazendo carinho, eu deixo. — se deitou no colo de , deixando sua pipoca de lado e fazendo-a sorrir, e então, quase no final do filme, o rapaz caiu no sono.
continuou a ver o final do filme, mesmo que soubesse exatamente as falas de cada personagem; e assim que os créditos subiram na tela, a garota passou a ver as entrevistas que havia no DVD para que não acordasse .
Tentava prestar atenção no que Steven Spielberg, o diretor do filme, dizia. Mas vários questionamentos perturbavam sua cabeça. Perguntava a si mesma se era mesmo o culpado pelo incidente. E se fosse, o que ela estava fazendo ali? Se não fosse culpa da Kappa Tau Gama, de quem seria? Deixou os pensamentos de lado — pois era melhor esquecer tudo aquilo — já que não havia provas concretas. Retirou delicadamente a cabeça de de seu colo, o substituindo por uma almofada que apoiava as costas do garoto, agradecendo mentalmente por não tê-lo acordado.
Já conhecia a casa, e por isso foi em direção ao banheiro mais próximo. Tentava de todas as maneiras esquecer, mas não conseguia de maneira alguma. Trancou a porta atrás de si e olhou no espelho por alguns instantes. Seus cabelos estavam um pouco bagunçado, já havia passado um tempo descalça, e seu brilho labial já tinha ido embora há um bom tempo, mas ela não se importava com aquilo. Estava descalça, descabelada e simplesmente não se importava com nada daquilo. Sua mente estava presa no passado.
Pegou o celular, que estava no bolso de sua calça, e rapidamente ligou para Lily, que atendeu no mesmo instante.
— ?
— Oi, sou eu. — Falou com uma voz levemente embriagada pela confusão de seus sentimentos — Precisamos conversar.
— Diga, minha Zeta Beta Zeta favorita!
— Eu estou no meio de um encontro.
— E? — questionou.
— E eu estou com e não consigo para de pensar no acidente ou de quem foi a porra da culpa. E se isso aqui — Se referiu de modo confuso ao que estava vivendo com — é uma espécie de parte dois daquela coisa toda, eu não quero que eles me vejam nua de novo. — Desabafou — Quase nua, na verdade.
— Calma, vamos por partes. — Começou — Você está onde?
— Na Kappa Tau.
— Certo. E quem mais está aí?
— Só tem a gente aqui, ele deve ter dado um jeito de fazer com que os rapazes saíssem. — Explicou , afobada.
— , está tudo bem. — Tentou acalmar a garota, mas pelo jeito que estava demoraria um pouco para que se estabilizasse novamente — Não há provas concretas de quem foram os culpados, muito menos de que fez parte daquilo; eu o conheço, . Ele não seria capaz de fazer isso.
— Será, Lily?
— Claro que sim, .
— Eu tenho medo, amiga. — Respirou fundo antes de continuar sua confissão, mas foi interrompida por Lily.
— , está tudo bem. Ele não é igual ao Tyler, amiga. — Tranquilizou-a — , deixe essas coisas para lá. Tenho certeza de que não se importa com isso. Se joga, amiga. Aproveita, beije, mas beija para valer! Nem se lembre de nada do passado, o importante agora é o presente.
fechou os olhos por alguns instantes e pensou: Por que não?
Havia tido uma queda pelo garoto antes de tudo acontecer, por que não gostar dele agora? tinha se mostrado uma boa pessoa.
— Promete que se ele quebrar meu coração, você vai me ajudar ficar bem de novo?
— É claro que sim, ! — Afirmou — Agora, saia de qualquer buraco em que você esteja escondida e vá para seu boy, garota! – Riu.
— Sim, senhora!
Desligou o telefone, colocando-o no bolso, e lavou o rosto.
Saiu do banheiro sorrindo, e foi em direção à cozinha pegar sua bolsa, para que ao menos pudesse passar um batom levemente rosa em seus lábios para realçá-los; porém, ao passar pela sala de estar não viu no sofá como esperava, mesmo estranhando o fato de que o garoto tivesse acordado, já que estava com um sono pesado.
Pegou sua bolsa, passando o batom rosado rapidamente, e saiu à procura de . Olhou na sala mais uma vez, não achando o garoto.
— ? — Preferiu chamar o rapaz, para que não ficasse circulando pela casa à sua procura.
— Hey! — Colocou a cabeça para fora de um cômodo relativamente próximo ao banheiro onde estava conversando com Lily, e depois saiu de lá totalmente — Acordei e você não estava aqui, achei que tivesse ido embora.
— Ah, não! — Riu baixo — Minha amiga ligou e fui atendê-la — Contou uma meia verdade, já que tinha mesmo falado com a amiga como dissera.
— Ah, onde você estava? — Perguntou — Te procurei pela casa toda, praticamente.
— Banheiro — Deu de ombros — Então, o que quer fazer? Se assistir o próximo Jurassic Park eu durmo!
— Faz sentido. — falou — Bem, eu adoraria comer. Estou morto de fome.
— Poder ser, o que quer comer?
— Pizza! — Exclamou, feliz.
— Ok, vamos pedir pizza! — Concordou no mesmo nível de animação.
pegou o celular, que estava em seu bolso, e foi em seus favoritos, já ligando imediatamente para a pizzaria; enquanto esperava que fosse atendida, perguntou a qual sabor era o de sua preferência e confirmou suas suspeitas. Após finalizar a ligação, pegou sua bolsa — que até agora estava na cozinha — e pegou o dinheiro necessário para que pagasse a pizza.
— Eu não vou deixar que você pague sozinha, .
— Por quê? Só porque eu sou uma garota? — Arqueou as sobrancelhas — Relaxe, . Rachel e Alex sempre me mandam bem mais dinheiro que eu realmente preciso.
— Você chama seus pais pelo nome?— Riu — Minha mãe arrancaria os meus cabelos se eu fizesse isso.
— É mais ou menos isso. — Fez uma careta.
— Mais ou menos como?
— Nossa, que curiosidade. É uma história grande e complicada.
— Tenho certeza que você só está falando isso para que eu desista de saber. – afirmou – Saiba que não vai funcionar.
— Talvez eu esteja mesmo fazendo isso, talvez seja só mais uma história grande e complicada – Deu de ombros – Vai saber...
— Vamos fazer assim, um jogo de perguntas. — Sugeriu — Eu perguntou uma coisa para você e você me pergunta outra coisa.
— Posso mentir? — Riu.
— Claro que não! Se fosse assim, qual seria a graça de fazer perguntas constrangedoras? — questionou.
— Provavelmente nenhuma.
— Eu vou contar até dez e você responde a minha pergunta, ok? — Perguntou, e balançou a cabeça em um sinal de confirmação — Uma música!
— Don’t Stop Me Know! – Respondeu, mostrando um sorriso estampado descaradamente em seu rosto — Minha vez...
— Ah, agora você quer brincar? – Interrompeu , arqueando as sobrancelhas.
— Cale a boca, é a minha vez de perguntar. — Ordenou — Um filme?
— Curtindo a vida adoidado. — Respondeu, acatando uma gargalhada de — O que foi?
— Ah, nada. É que esse filme me lembra de algumas coisas engraçadas, nada demais. Pode continuar.
— Se você diz – Deu de ombros, tentando mostrar que para ele aquilo não havia importância alguma, mesmo querendo saber sobre o que estava falando — O pior filme?
- Garota infernal. Céus, eu odeio esse filme com todas as minhas forças, sério. – Respondeu- Um desenho?
- Bob esponja. Certo, minha vez! Flor preferida?
- Margarida!
Após alguns minutos brincando e se divertindo, a afinidade que os dois tinham era incrível. Às vezes não concordavam em alguma coisa e iniciavam uma discussão nada amigável na qual diziam cada qual que estavam certos, bem, pelo menos era o que eles achavam. Já outras vezes, ficavam surpreendidos com o fato de que o outro não fazia a menor ideia do que estava falando, o que aconteceu quando respondeu que uma de suas bandas prediletas era The 1975; não fazia a mínima ideia de quem eram eles. Após explicar quem era The 1975, como a banda se formou e mostrar o vídeo de Girls para , dançando loucamente, o garoto resolveu perguntar o que lhe atiçava a curiosidade desde um tempinho atrás, ganhando uma cara feia de .
— Tem certeza, ? - Perguntou.
— Claro que tenho.
— Ok, vamos lá. – Respirou fundo antes de começar o monólogo, contudo, teve uma ideia que a impediu de começar — Você quer a versão legal e resumida ou a longa e trágica?
— Legal e resumida? – agradeceu mentalmente pela escolha do garoto.
— Rachel e Alex, não são meus pais verdadeiros. Eu só fui morar com eles quando eu tinha mais ou menos uns quinze anos.
— Ah, agora faz mais sentido você chamá-los assim. — Comentou – E os seus pais, você sabe quem são? – Sabia que era algo difícil a ser trabalhado e falado sobre, mas não podia evitar. Era como se fosse maior do que ele, queira saber sobre BooKbinder e era isso. Queria saber o que ela gostava e o que não gostava, porque era uma garota incrível, na percepção de , e que merecia ser conhecida.
— Então, essa é parte da história trágica. — Confessou — Eu não nasci em um lar como a maioria das pessoas, minha família era toda muito pobre, e minha mãe não tinha boas condições para cuidar de mim, e então comecei a trabalhar bem cedo; quando não estava sendo empregada doméstica, eu e minha mãe pedíamos coisas na rua e também de porta em porta. — Respirou fundo antes de continuar novamente a história — Só que minha mãe era usuária de drogas, e então quase nunca sobrava dinheiro, sendo muito difícil conseguir um pouco de comida. Eu passei fome, . Às vezes, quando minha mãe estava fora ou algo do tipo, eu mesma ia para as ruas implorar por algumas migalhas de comida. Foi uma época horrível. — sentia a primeira lágrima invadir ser rosto e a limpou rapidamente, o que fizera ter um aperto no coração e levar a garota para o sofá, onde a deixou o mais confortável possível, deitada em seu colo — E provavelmente você deve estar se perguntando sobre o meu pai. Bem, eu vi o crápula uma vez só na minha vida toda. Ele era aquele cara típico de filmes, sabe? O vilão da história, um dos traficantes mais poderosos da região e minha mãe devia muito a ele. Então, um dia ele apareceu lá em casa, e... – fungou, prestes a não conseguir mais falar, já que estava praticamente tomada pelo choro — Ele a matou, . Eu só o vi chegando; e então minha mãe disse para eu fugir e foi isso que eu fiz. Eu deveria ter ficado, deveria... — disse com extremo remorso, porém antes que continuasse a dizer besteiras a interrompeu.
— Claro que não, . — Remediou-a — Você teve a atitude que qualquer um em perigo teria. Se tivesse ficado, provavelmente você não estaria aqui, . — Falou — Você não teria ido morar com Rachel e Alex, você não teria conhecido Lia, imagina só! Sua vida ia ser completamente diferente. — Pôs sua mão entre os cabelos da garota e passou a acariciá-los no mesmo instante em que secava uma lágrima que acabara de descer — Você não estaria aqui comigo.
— Pode ser – Deu de ombros.
— Não fale assim, linda. – se abaixou, para que pudesse abraçar a garota, que colocou seu braços ao redor do pescoço de . Ficaram naquela posição por alguns instantes, até que tomou a atitude de soltá-lo, porém o garoto continuou perto. Perto até demais. se controlava ao máximo para não beijar ali, naquele exato momento. Seus lábios eram extremamente lindos e convidativos, mas ele tentou se controlar.
Porém, quando fez com que abaixasse e sua cabeça deixando com que seus narizes ficassem extremamente próximos, colados ao ponto de eles podiam sentir a respiração do outro, não aguentou mais nenhum segundo sequer.
Juntou seus lábios aos de rapidamente, porém estava iniciando ali um beijo calmo e relativamente lento, já que era o que o momento pedia. Pediu passagem para que sua língua invadisse a boca da garota e a mesma concedeu-a no mesmo instante. fez com que o rapaz aproximasse puxando lhe pelo pescoço novamente, e então deram continuidade ao beijo. Com toda a certeza do mundo, poderia ficar ali para sempre, porém o ar lhe faltara o fazendo para com beijo. Finalizou com alguns breves selinhos e manteve-se com o nariz colado ao de , como de principio, recuperando sua respiração que estava um pouco falha devido ao que acabara de acontecer entres os dois.
— Você se aproveitou da minha fragilidade, . — se pronunciou primeiro, fazendo uma brincadeira, contudo, antes que o garoto pudesse respondê-la da maneira que desejava (que, no caso, não continha palavras), a campainha da casa tocou e ele foi correndo atendê-la com um enorme sorriso estampado no rosto. Ah, como ele amava pizza!
Abriu a porta da casa e ganhou um olhar estranho do entregador. Então, percebeu como estava, pelo reflexo que tinha na janela. Seus cabelos estavam bem bagunçados e apesar de praticamente não estar se vendo, sabia que seus lábios estavam levemente inchados e mais avermelhados que o normal.
Riu baixo e tirou uma nota de vinte dólares do bolso, pagando o homem e recebendo a pizza. Quando fechou a porta da casa, podia sentir o olhar de pesando em si, por não tê-la deixado pagar pela comida.
— ! – Resmungou.
— Deixe isso para lá, – Deu de ombros –Temos coisas mais importantes a fazer, tipo comer essa maravilha.
— Se você diz — Deu de ombros também.
Após comerem a pizza e vir o outro filme de Jurassic Park – no qual em meio a beijos e risadas, dormiu encostada em – a garota anunciou que teria que ir embora, já que ainda tinha que resolver algumas coisas do teste; ainda mais porque a fase final era amanhã.
– em parte, chateado – acompanhou-a pela rua, já estava tudo escuro e havia o perigo de ser pega em algum trote para os calouros. Já estavam no meio do caminho, conversando animadamente sobre bolos de chocolates e tortas do mesmo sabor, quando decidiu pegar na mão de , entrelaçando seus dedos.
— , o que você está fazendo?- Perguntou surpresa.
— Andando de mãos dadas com você pela rua F! – Respondeu o óbvio, arrancando um sorriso de .
— Eu sei disso, – Falou – É só que...
— Hey – Interrompeu a fala da garota, chamando sua atenção — Não pense nas outras pessoas, pelo menos uma vez! Eu quero andar de mãos dadas com você por aí, ! Não me importo se alguém vai nos olhar torto. — Riu.
— !
— ?
Respirou fundo, ainda olhando um pouco brava para o garoto. Parou a caminhada, e fez com ficasse em sua frente, puxando-lhe pela mão. Subiu na ponta dos pés e selou seus lábios aos do rapaz demoradamente.
— Tudo bem, . – Disse quando separaram seus lábios, finalizando o beijo.
Continuaram de mãos dadas até a entrada da fraternidade, onde olhou rapidamente para a janela e pôde ver as cortinas se moverem, como se alguém tivesse acabado de sair de lá. Ah, a curiosidade...
beijou , repetindo a ação que havia feito anteriormente, só que dessa vez de um modo diferente do feito antes. Era um beijo ainda mais rápido, porém sem perder sua doçura.
— Então, quando eu posso te ver de novo, ? – Perguntou
— Semana que vem, pode ser? – Respondeu com uma pergunta – É, sabe como é, essa semana é bem corrida para gente, fase final dos testes e tal.
— Sexta feria está bom?
— Yeap. Adeus, – Deu-lhe um selinho. – Eu realmente tenho que ir.
Quase uns dois meses se passaram desde o dia em que beijou pela primeira vez. O casal se via praticamente todos os dias em que estavam disponíveis para isso, o que gerava certa movimentação na Kappa Tau, já que havia realmente conseguido pegar a presidente das Zeta Betas e já estava mais do que na hora de terminar tudo com ela, porém sempre pedia mais um pouco de tempo e os rapazes argumentavam que ele estava era gostando dela, mas sempre negava – mesmo sabendo que todas as acusações que estavam sendo feitas sobre ele eram verdades – .
Sentado no sofá da fraternidade ainda buscava um modo de para que tudo desse certo, gostava de e por mais que a garota não deixasse aparecer sentia que ela também gostava dele, por isso precisava ar um jeito de concertar tudo. Mudou rapidamente de ideia quando viu o nome de estampado em seu telefone, indicando que a garota estava ligando para ele.
- Oi, – Disse assim que antedeu a ligação. - Como foi seu dia?
- Tranquilo – Mentiu, já que ficara boa parte do dia tentado decidir o que iria fazer. – E o seu?
- Bem, era exatamente sobre isso que eu queira falar com você. – Falou, fazendo com que prendesse a respiração por alguns minutos. - Meu dia foi horrível, e eu vou ter que ficar nessa espécie de reunião ainda por um bom tempo.
- Então, nós não vamos nos ver hoje? – Falou despontado.
- Não, tem algum problema para você?
- Em partes, eu sinto sua falta – Riu – Mas é sua fraternidade, . Elas precisam de você.
- Obrigada por entender, . – Agradeceu sinceramente. – Eu tenho que ir agora, Lia está me chamando.
- Tchau,
- Adeus, .
Desligou o telefone rapidamente e em seguida uma ideia clareou-lhe a mente. Saiu da sala e foi para o quarto de Matt, já que precisava de um conselho de amigo.
- Matthew? – Chamou – lhe.
- Entra, vidado.
- Oi – disse, já abrindo a porta do quarto e sentando-se na cama de Matt quase ao lado do garoto que mexia em seu computador. – Preciso conversar com você, cara.
- Diga.
- Você sabe que eu sou uma péssima pessoa para me contrloar e as vezes eu acabo sendo impulvisso, certo? – Matt cocordou – E por isso, eu acabo fazendo...
- , , – Interrompeu o garoto – Disso eu já sei, cara. Vá direto ao ponto.
- Lembra quando você namorava a Daisy? – Peguntou. - E como você ficou antes do namoro, morrendo de medo de contar o que você sentia para alguém por ter vergonha ou sei lá o quê?
- Não me diga que... – Matt entedeu extamente o que quis dizer, sem ele ao menos ter que falar uma palavra sobre . – Você e a Zeta Beta? - conftimou com um aceno de cabeça – !
- Eu acho que eu gosto dela , cara! – Riu
-E eu tenho certeza, mas como você vai fazer com essa coisa a aposta?
- Eu não sei, Matt.
- , só não se meta em confusão. – Aconcelhou.
- Eu não irei. – Falou. – Sabe, eu estava pensado, acho que eu vou dar minhas iniciais para ela.
- ! – Repredeu – Você sabe o que isso siginifca para um Kappa Tau, não sabe?
- Sei, cara! É lógico que eu sei. – Respondeu – É que a merece algo melhor do que um boato que ela tem um peguete. Quero que ela ande por ai com minhas iniciais no pulso dela.
- Que gay, .
- Cale a boca, Matt. Você ficou do mesmo jeito com a ruiva lá.
- É uma história totalmente diferente. – Se desculpou esfarrapadamente – E quando você pretende fazer isso?
- Semana que vem, eu acho – Deu de ombros.
- E a festa, como você vai querer?
- Matt!- Revirou os olhos – Eu não vou querer uma.
- Ah, vai sim. É uma coisa importante, lembra? – Disse – Tem que ter festa para você aprezenta-la a nós.
- Ah, Claro – se levantou já indo em direção à porta quando Matt o interroupeu
- , ela sabe quem foi o culpado do acidente?
- Acho que não. Por que?
- Uma hora ela vai descobri e vai querer matar James por ter feito ela e as amigas andarem nuas por ai – Riu, mas ao mesmo tempo falava algo sério.
- Ela e o resto da nossa fratenidade, não se esqueça.
Já fazia quase uma semana que não via , porém aquela agonia que seinta dentro de si logo iria embora. Descia a rua rapidamente em direção à Kappa Tua Gama.
Suas aulas naquela semana haviam exigido bastande da garota, por isso não teve tempo de ver . Enquanto não chegava no seu seu destino, cantarolava uma música qualquer de sua banda favorita e continuou até que chegasse na porta da fraternidade. Arrumou o cabelo rapidamente e checou se estava tudo bem em sua aparencia, só então tocou a campainha e após alguns instantes Mark abriu a porta.
- Hey .
- Coma vai, Mark?
-, está está aqui! – Gritou para que o garoto, que provavelmente não estava ali por perto, conseguisse escutá-lo – Estou bem, Zeta Beta – Respondeu a pergunta da menina.
- Estou indo – gritou em resposta. Desceu as esacadas rapidamente para que não deixasse a garota esperando. Depois de alguns segundos, chegou onde o aguardava. – Oi, linda – Deu lhe um selinho.
- Hey, !
- Bom, agora é minha deixa – Falou Mark – Divirtam-se!
- Pode deixar, Mark, nós iremos – sorriu - Então, aonde vamos?
- Aonde você quer ir?– aqueeou as sobracelhas.
- Siceramente, eu gostaria de comer uma pizza, isso sim – Repondeu – Mas, eu sei que você já tem um plano, ! Eu conheço essa sua carinha. – O garoto riu, já que estava certa – Então, para que lugar você vai me levar?
- Você vai ver. Vamos? – Pegou em sua mão.
- Yeap.
Adaram desse mesmo modo até chegarem no carro de , que milagrosamente estava estacionado do outro lado da rua, entraram no veiculo e já atomaticamente mudou a estação de rádio, se surprendeu com os acordes de Girls e começou a cantar loucamente sendo acompanhada por , que de tanto ouvir tinha decorado a música.
- I said 'no! ', Oh give it a rest, I could persuade you – Cantou - I'm not your typical, stoned 18 year old ,'Give me a night I'll make you, I know you're looking for salvation!
- In the secular age, But girl I'm not your savior’ – continuou a canção - Wrestle to the ground, God help me now because!
- They're just girls breaking hearts , Eyes bright uptight, just girls – Cantaram – ou melhor, gritaram – o refrão da música juntos, em um unissom - They're just girls, They're just girls! – E cotinuaram assim até a música se acabar e dar lugar à uma nova da Taylor Swift .
- Gostei de você ter cantado comigo, acho bom assim. Tem que aprender a cantar música de qualidade. – Brincou.
- Você está dizendo que Arctic Monkeys não é de qualidade, ?
- Não tenho culpa se a macacada é drepressiva. – Se defendeu
- Até hoje eu não sei como você consegue ser fã de The 1975 e não gostas de Arctic Monkeys.
- Essa é facíl, Matt é bem melhor o Alex cabelo de gel.
- Não ouse a falar dele assim, você prefere aquela bixa que vive sem camisa nos clipes.
- Então quer dizer que, pelo fato de que você tira a camisa quando está calor no meio de uma casa com somente homens, você é gay,? – Acusou – E a proposito, foi em Robbers.
- Isso é uma história totalmente diferente! Ah, o clipe que ele faz um monte de merda e assusta a tiazinha lá?
- Esse mesmo, um dos meus favoritos.
- Que péssimo gosto você tem – Assim que terminou a sua fala, pôde ver Tyler, já na saída da Faculdade. Seu olhar ficou grudado no menino, até o momento em que se lembrou que estava ao seu lado.
- Desculpe, o que disse?
- Eu disse que você tem um péssimo gosto para as coisas – Falou novamente.
- Nem me fale – Respondeu, se referindo sorrateiramente a sua escolha de ter namorado Tyler e olhou finalmente uma última vez para o mesmo.
- Quem era? – perguntou.
- Ninguém que realmente importe.
- Certeza?
- Absoluta. – Confirmou – , nós vamos demorar para chegar? Estou com sono.
- Claro que não, linda – Respondeu – Só não durma, ok? É logo ali – Apontou para um grande prédio azul, ao lado de outros vários de mesma cor, porém aquele era diferente.
- Você vai me levar no observátorio? – Riu – Como você sabia que eu amo olhar para as estrelas no céu de noite?
- Na verdade, eu não sabia – Riu – É que tem algumas pessoas que eu quero que você conheça.
- Pesssoas?
- É, logo você vai ver! – Estacionou o carro em uma vaga reservada somente para funcionários do local, o que deixou confusa.
deu a volta no carro para abrir a porta para , porém a garota tinha sido mais rápida que ele e saído do carro sem precisar dele.
- Come on, você nunca me deixa fazer isso!
- Desculpe, é o custume! – Riu, mas também se desculpando.
- Tudo bem, linda – Beijou-lhe o topo da cabeça e em seguida entrelaçou seus dedos aos de .
Andaram lado a lado pelo estacionamento até a entrada do local, onde cumprimentou o porteiro – que já paceria o conhecer há muito tempo – e entrou com no saguão do prédio, apertando o botão do elevador e assim que o mesmo chegou - e ela e já estavam lá dentro-, se pronuciou:
- Então, você não vai mesmo me dizer o que nós viemos fazer aqui?
- Você vai conhecer minha familia!
-Como é que é, ?
- Acho que minha namorada deve conhecer minha família – Disse.
- Namorada, é? – Perguntou alegre.
- Sim, namorada.
- Eu gostei do som disso – Beijou-lhe. Os lábios macios de percorriam os lábios de , porém não tiveram tempo para aprofundar o beijo já que a porta do elevador se abrira, mostrando o último andar do prédio.
- Droga. - remungou.
Sairam do local e ficou sendo guiada por por corredores e corredores até que entraram em uma pequena porta, que dava acesso à um grande laboratório e atravessando uma porta de vidro, era onde tinha aquela estrutura estranha que se abre para podermos ver o céu, segundo .
- Mãe! – Chamou – Nós chegamos!
-Estou indo, querido – Respondeu, e depois de alguns instantes chegou aonde estavam, fazendo com que apertasse com força a mão de - Oh, você não me disse que ela era tão linda assim, ! – Resmugou com o rapaz - É um prazer te conhescer, . Eu sou Sam, mãe do – Estendeu a mão para o cumprimento e o aceitou de bom grado – Scott, venha aqui! e a namorada chegaram. – olhou sorrindo para e assim que desviou o seu olhar o garoto viu o pai dele se aproximando e a puxando para um abraço.
- É um prazer te conhecer, mocinha! –Disse quando de soltaram – Achei que nunca tomaria jeito na vida e nos apresentaria alguém.
- Também fico muito feliz em conhecê-lo, senhor.
- Agora que as apresentações terminaram, eu vou mostrar o lugar para .
- Mas, filho... – Falou Sam
- Deixe o menino, Samantha – Interferiu Scott – Não está vendo que ele quer dar uns beijos na namorada em paz?
- Pai! – Reviros os olhos – Vamos, Linda?
- Claro – Concordou – Foi muito bom conhecê-los – Se direcinou aos pais de
- Digo o mesmo, .
Saiu com o rapaz do local onde estava e voltaram mais ou menos uns dois corredores até que chegaram à uma porta , dessa vez bem maior que a anterior. caminhou até lá e tirou uma chave do bolso, abrindo a porta e revelando uma espécie de sala de cinema. Um projetor de cinema que circunda uma estrela no centro dos assentos mostrava uma imagem realista do céu do espaço, era um local próprio para ver videos como aquele, já que a sala era cheia de puffs grandes e pequenos pelo chão de carpete.
- Fique a vontade, .
- Tem certeza que ninguém vai aparecer por aqui?
- Não está aberto à visitação hoje.
- Se você diz – Deu ombros e tirou os sapatos, se jogando em um dos maiores puff’s que haviam no local.
- Chega para lá – tirou seus sapatos também
- Ok. – disse observando o teto da sala meio fora de si, de tão consentrada que estava então só sentiu as mãos de envolverem sua cintura. – Lindo, não é?
- Não mais do que você.
- Que coisa mais gay, . – Riu –Não estou te reconhecendo, onde está meu namorado?
- Bem aqui, querendo que você o beije. – Respondeu e em seguida, sem ao menos esperar alguma atitude da garota, a beijou. Entrelaçou seus dedos ao cabelos de , chegando mais perto ainda da garota, beijando-lhe com uma extrema vontade e saboreando seus lábios. A garota cedeu a passagem para , deixando que suas linguas encontrassem uma à outra. Sorrindo, finalizou o beijo, já que lhes faltavam ar, e continuou colada à .
Instantes após iniciaram outros beijos, dessa vez com um desejo extremamente maior do que o anterior. estava por baixo de que agora beijava o pescoço da garota, entercalando seus beijos com o ombro e a curva de seu pescoço.
Foi descendo sua mão que estava na cintura de até suas coxas, subindo o vestido que a garota usava. Após uma demorada seção de beijos, se pronunciou:
- Eu simplemente amo esse vestido que você está usando – Deu lhe um selinho antes de continuar sua fala – Mas eu tenho ceteza eu que vou ama-lo muito mais quando ele estiver no chão. - Desceu o ziper do vestido florido que usava e começou a despi-la.
Uma semana havia se passado desde o dia que esteve com no observatório e a chamara de namorada pela primeira vez. Era hora de concretizar tudo aquilo. Olhou novamente para o coração composto por margaridas que haviam formado no píer no lago e arrumou uma florzinha que estava levemente torta. Andava de um lado para o outro à espera da mensagem de que Lia estava vindo acompanhada de , e assim que a mesma chegou começou a suar, e muito. Checou novamente a caixinha em seu bolso se assegurando que ela estava lá. Viu a garota vindo com Lia, em sua direção. Provavelmente teria ficado mais nervoso ainda se estivesse vendo tudo o que acontecia ao seu redor. Assim que chegaram perto o suficiente dele, fez um sinal para que Lia se retirasse, como era o combinado.
- Pode tirar a venda, Linda – Falou, pela primeira vez.
- ? – Disse mesmo antes de a ter tirado, reconhecendo o garoto pela voz – O que...
- Não, Não fale nada. Minha vez de falar, ok? - Interrompeu a garota. – , nós estamos saindo há bom tempo e nunca imaginei que no dia em que eu pedi para sair com você, no meio da festa de testes, você ia ser essa garota incrível. Você sempre foi a minha tentação, . E agora, eu posso dizer que eu sou louco por você, completamente apaixonado. É isso – Riu – Eu sou louco por você! É tão bom dizer isso em alto som – Confessou – E eu sei que você é minha namorada, mas eu queria oficializar isso – Se ajoelhou, quase em frete a garota, com somente o coração de margaridas os separando – Eu sei que você odeia alianças e não suporta usa-las, por isso eu comprei isso – Tirou a caixinha do bolso revelando um linda pulseira com as iniciais de nela. – E para um Kappa Tau dar suas inicias para a sua garota é muito mais importante que um pedido de namoro. – Riu.
- , eu não sei o que dizer. – Falou
- Só diga que aceita, .
- Eu aceito, .
O garoto pulou o coração de margaridas e beijou com toda a felicidade que poderia caber dentro de um único ato e então colocou a pulseira na garota e fez com que ela colocasse a aliança nele. agachou e pegou uma flor que compunha um coração e pôs em seu cabelo.
- É para guardar de recordação. – Se justificou.
- Vamos – Falou o garoto- Ainda temos um lugar para ir!
- Já? Onde?
- Nós temos uma festa, linda!
- Uma festa?
- Quando um Kappa Tau dá as inicias dele para alguma garota, sempre tem festa!
- Então quer dizer que, vocês também comemoram quando os amigos desencalham? – Riu
Andavam lado a lado conversando no caminho para a fraternidade, como fizeram tantas outras vezes. Discutiam qual era a melhor banda: The 1975 ou Arctic Monkeys, e também se De Volta para o Futuro era melhor que Star Wars ou se pizza de calabresa era melhor do que a de lombo. Nunca chegavam a um consenso, já que toda a discussão terminava em beijo.
e com certeza seriam um casal feliz por muito tempo. Bem, já quanto ao acidente, acabou falando para que James fora o culpado e digamos que as Zeta betas souberam se vingar muito bem de James, melhor ainda do que aconteceu com elas.
E quanto à quando descobriu que tinha começado a sair com ela por causa de uma aposta, bem... Ela deu uma surtada. Mas essa já é outra história.
FIM
Milhões de beijos e até o próximo Ficstape!
Nota da beta: Eu adorei essa fic! Achei divertida, e esse casal foi simplesmente adorável. Sem falar que sou doida por todo esse mundo de irmandades que está fora do meu alcance (chora brasileira). Enfim, parabéns Nina, a fic ficou ótima e tenho certeza de que qualquer um que a ler vai adorar e espero que comentem aqui embaixo também. Conto com vocês, girls! Xoxo-A