Capítulo Único
Por
Analisava seu rosto borrado pela maquiagem e os cabelos emaranhados. Não aguentava mais vê-la sofrer por todos os tipos de caras errados que costumava se envolver e eu queria que ela percebesse que eu gosto dela o suficiente pra saber que nunca a deixaria dessa forma, porém não sou o tipo de cara que ela gosta, afinal sou incapaz de fazê-la chorar. Meu polegar passeia pelo seu rosto e tento limpar o borrão preto debaixo dos seus olhos e por mais que isso aconteça com frequência nunca irei me acostumar com sua tristeza, afinal tudo que eu quero é vê-la feliz. Em seu corpo ainda existem marcas da brutalidade feita por um covarde que não percebe o quão especial essa mulher é e que nunca deveria bater em alguém que parece tão forte, mas só eu sei o quão frágil é.
— ! — sua voz doce é como uma canção para os meus ouvidos — você ainda está aqui? — coçou os olhos e os dos seus olhos não estavam com o brilho que costuma ter, ou seja, estamos mais uma vez passando por aquela fase triste que acontece de dois em dois meses quando o “amor da vida” dela acaba se mostrando ser o seu pior pesadelo.
— Sempre estou — depositei um beijo em sua bochecha e ela deixou escapar um sorriso fraco. Se ela soubesse que eu a amo do seu jeito sem tirar nem pôr absolutamente nada. Seus pequenos braços estão abraçados com um enorme travesseiro e eu penso em como seria feliz se fosse aquele travesseiro. Por mais idiota que isso soa eu amaria ser qualquer coisa que pudesse tocá-la. — Sempre estarei com você.
— Eu sei — ela sorri e dessa vez consegui ver verdade em seus olhos e meu interior se contorceu de felicidade por saber que a faço feliz. Tudo bem, não da forma que gostaria, porém a faço feliz de uma forma que nenhum idiota consegue. —E é por isso, que nunca te deixo ir embora. — mesmo que me mandasse embora eu nunca seria capaz de deixá-la porque eu sei da sua fragilidade e que precisa de alguém que cuide dela.
— Vamos tomar café? — Assentiu que sim e era tão maravilhosa enquanto sorria e se soubesse disso talvez, nunca mais deixasse outro fazê-la chorar. — Ouvi dizer que tem o seu bolo preferido.
— Ah, meu Deus, você é o melhor amigo do universo. — Seus braços envolveram meu corpo e me apertava contra si enquanto minhas mãos afagavam seus enormes cabelos loiros e sedosos. Tê-la em meus braços é algo tão maravilhoso, mas como eu queria que fosse diferente e em um desses momentos pudesse beijá-la e tocar seu corpo inteiro, porém sou apenas o seu melhor amigo aquele que enxuga as lágrimas causadas pelos caras mais idiotas do mundo.
— Quero beber — sorriu enquanto franzi o cenho — vem comigo?
— Não sei, ...
— Ah, por favor, preciso me divertir e você ficou tanto tempo em turnê.
— Tudo bem, mas nada de sair toda torta do pub — e ela sorriu e naquele momento ela me fez feliz — preciso ir ao estúdio, mas passo a noite para buscá-la, certo.
— Sim, senhor — sorriu e envolveu meus braços com seu abraço — você é o melhor.
— Só pra você — sorri e beijei sua bochecha — nos vemos mais tarde? — ela assentiu e a deixei tomando café da manhã, mas antes de sair olhei mais uma vez pra ela toda animada enquanto passava geleia em sua torrada. Sou completamente apaixonado por essa mulher.
= =
Seus cabelos loiros estavam soltos e seu rosto não era o mesmo triste da noite anterior e seus lábios estavam marcados em um tom vermelho. Queria borrar o seu batom de tanto beijá-la e queria tocar seu corpo com calma e tê-la em meus braços. Enquanto descia as escadas sorria e ela sabia o quanto era linda e eu odiava isso porque essa noite teria que ver os olhares dos outros homens direcionado a ela. E era ela o motivo de há algum tempo ter parado com todas as outras mulheres que costumava pegar sem amor, sem sentimento porque por muito tempo me enganei dizendo que não me sentia atraído por ela quando na verdade, ela exerce sobre mim algo que me deixa fora de mim. Parecia um adolescente idiota ao notar que ela estava cada mais perto e esse é o efeito sobre mim.
— Hazz? — puta merda! Tudo nela é lindo, mas quando ela sorri desse jeito — Hazz? — e estava na sua frente, porém estava longe. Estava em um lugar onde pudesse fazer dela minha. Onde minhas mãos pudessem tocá-la, onde minha boca poderia beijar desde os seus lábios até cada centímetro do seu corpo. Queria gastar toda a minha energia beijando a sua boca tão desejava por mim e tê-la em meus braços não só por uma noite e sim, pelo restante da minha vida.
— Desculpa, linda — sorri fraco e a puxei pra um abraço.
— Pensando em que, ? — ela sorriu. E olhando pra ela pensava em tudo que eu queria fazer com ela. Primeiro diria o quanto ela é linda especial e depois diria que há algum tempo estou apaixonado por ela. Depois iria beijá-la até que ela sentisse sua alma tocada, faria amor com ela, mas sem deixar de fazê-la se sentir especial a cada segundo. Cuidaria dela, protegê-la, fazê-la feliz e um dia iria lhe dar o meu sobrenome para começarmos a construir nossa história. Porém me limitei a sorrir e abrir a porta do carro para que ela se acomodasse.
O silêncio se fez presente por apenas alguns minutos porque logo, o quebrou contando que estava se sentindo melhor e pronta pra outra e senti uma pontada em meu coração, mas decidi ignorar pelo menos, por essa noite. Iríamos beber, dançar e nos divertir assim como fazíamos nos finais de semana antes da banda estourar. Iríamos ao pub preferido dela que ficava apenas alguns minutos do meu apartamento. O seu sorriso contagiava o espaço e minhas mãos lutavam para segurar firme o volante quando na verdade, queria ter uma das minhas mãos sobre a sua coxa. Quero cada parte dessa mulher pra mim, quero tocar e saber que é só minha. morava perto do campus da universidade, ou seja, meia hora depois da minha casa e o trânsito ajudou fazendo com que chegássemos antes do que havia calculado. Enquanto ativava o alarme notei os olhares sobre a ... Droga! E ela não ajuda com essa saia que não chega na metade da sua coxa e sua blusa é apertada marcando seus seios, sua cintura fina... Oh, céus a mulher sabe que é gostosa e eu odeio isso.
— TEQUILA — praticamente gritou quando adentramos o pub e nos sentamos nos bancos em frente ao bar — TEQUILA.
— Não vou beber — sorri e ela franziu o cenho.
— Ah, você vai — ela sorria enquanto batia com as mãos no balcão — só uma.
— Nunca é só uma — brinquei — e um de nós precisa estar sóbrio pra dirigir.
— Amanhã você busca o carro — sorriu — rachamos um táxi até seu apartamento porque até o meu vai ficar uma fortuna e não sou rica.
— Uma! — sorri e ela sorria animada.
O homem colocou sobre o balcão as duas doses e minha amiga entornou o conteúdo de uma única vez em sua garganta e decidi fazer o mesmo. A segunda dose foi pedida e novamente entornamos o conteúdo que descia queimando pela minha garganta. E estávamos indo para a terceira quando disse que ficaria na primeira, porém despejei o conteúdo sem me importar. Riamos sozinhos enquanto conversávamos ainda no bar. E, então, pediu mais uma dose e a acompanhei, depois mais uma e mais uma, porém sabia que mais uma dose me deixaria muito, muito bêbado. E enquanto havia parado minha amiga estava na terceira dose.
— Quero dançar — ela sorria — com você.
— Não sei dançar, . — ela negou com a cabeça e se levantou ajeitando sua saia.
Suas mãos seguraram firme as minhas entrelaçando nossos dedos e aquilo era demais pra mim. Porém essa mulher tem a capacidade de me surpreender que até chego a me assustar. A pista de dança estava lotada e notei alguns olhares direcionados a mim e torcia para que ninguém pedisse uma foto não agora. As primeiras batidas da música preencheram o local e era uma música terrivelmente sexy e melhores amigos definitivamente não deveriam dançar assim. As minhas mãos não deveriam estar segurando firme sua bunda e as unhas dela não deveriam estar me arranhando por debaixo da blusa. Nossos corpos estavam colados de uma forma que nunca tivera antes. Nossos perfumes se misturavam e tudo estava sexy demais. se virou ficando de costas e me puxou pra perto. Nossos corpos roçavam um no outro e minhas mãos agarravam sua cintura.
Ah, Deus.
— … — seus lábios procuraram pelos meus e a pouca parte sóbria de mim dizia “não, não, não, não”. Circulei a sua língua, sugando-a profundamente em sua boca. A apertava ainda mais contra meu corpo e ela segurava firme os meus cabelos. Oh, céus isso era errado, mas gostoso demais para que fosse interrompido. E ela estava nos meus braços e nada mais importava. Seu peito batia contra o meu e eu sabia que ela estava excitada e não era pouco. Lutava contra a vontade de colocá-la em meu carro, levá-la para meu apartamento e fazer amor com ela até ouvi-la gritar meu nome alcançando seu ponto máximo de prazer. Mas era errado… Ela bebeu demais e… suas mãos deslizaram em meu jeans parando em cima da protuberância em minhas calças. não tinha noção do que estava fazendo comigo, enquanto lutava contra mim mesmo para não transar com ela.
— Eu quero você — sussurrou próxima ao meu ouvido — dentro de mim.
— Não, — minha voz estava falha e minha respiração estava irregular — você não quer.
— Eu quero, — mordeu o lóbulo da minha orelha. Oh, céus — eu quero você enterrado dentro de mim.
— Não...
— Tem mais — sorriu e novamente sentia suas mãos deslizando pelo meu jeans parando em cima do volume que começava a crescer — eu quero que você me faça gozar.
Foda-se a razão, foda-se estarmos bêbados, foda-se ela ser minha melhor amiga. Segurei firme em sua mão e passava apressadamente entre as pessoas porque queria chegar ao meu apartamento o mais rápido possível, ou melhor, o mais rápido antes que mudasse de ideia em negar a mim mesmo sentir seu corpo quente. Destravei as portas do carro para que pudéssemos adentrar. Dirigia o mais rápido que podia, porém, na metade do caminho, pegou uma das minhas mãos e posicionou em sua coxa e nunca quis tanto chegar ao meu apartamento. Quando adentrei o estacionamento do meu prédio estacionei de qualquer jeito e entrelacei meus dedos com os da .
— Nunca fiz sexo em um elevador — puxou-me pela camisa — você já fez sexo no elevador, ?
— E-er — suas mãos invadiram minha camisa e ela acariciava meu abdome — não! — quando sua boca procurou pela minha fomos interrompidos pela porta do elevador se abrindo entrando um com seus dois filhos. A puxei pra perto e uma risada escapou dos seus lábios.
Girei a chave na porta e fora o suficiente para empurrá-la contra a mesma e beijar toda a extensão do seu pescoço. Chutei a porta para que a mesma fosse fechada e caminhávamos enquanto nossas bocas estavam grudadas uma na outra e nossas línguas travavam uma guerra deliciosa entre si. pulou em meu colo enlaçando suas pernas em minha cintura. Minhas mãos retiram sua blusa tacando a mesma no chão e suas mãos abriram botão por botão da minha camisa jogando no chão.
— Essa noite, você é minha — a taquei na cama e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.
— Essa noite, eu quero ser sua. — Suas palavras foram o suficiente para deslizar meus dedos por debaixo da sua saia parando em cima da sua calcinha. A arrastei para o lado e sem pensar a penetrei com dois dedos e me movimentava com velocidade sem parar um único segundo e seus gemidos eram música para os meus ouvidos.
— ! — como era bom ouvir meu nome sair dos seus lábios — eu preciso de você, agora.
— Você vai ter, linda.
Vesti meu membro com um preservativo e esfreguei-o contra o seu clitóris e ela levantou seu quadril me convidando a entrar. Abri as suas pernas forcei meu membro para dentro dela, tendo a certeza que preenchi cada polegada. E ela jogou sua cabeça pra trás deixando escapar um gemido. Mergulhei meu olhar em seu rosto e seu corpo nu em minha cama e era a melhor imagem do mundo. Minhas mãos alcançaram sua bunda, as fechei em concha e comecei com meus movimentos muito, muito rápidos. Não consigo definir exatamente o que eu sinto enquanto me afundo completamente dentro dela e ela geme alto sem se importar. Não aguentaria muito tempo e sabia que ela estava próxima do seu orgasmo. Levantei seu quadril e em um movimento rápido estava completamente dentro dela e pude sentir os sinais que o seu corpo mandavam, enquanto denunciavam que ela havia chegado ao seu limite e logo senti uma umidade quente e derramei dentro do preservativo. Deite-me ao seu lado e a puxei para perto envolvendo meus braços em sua cintura. Nunca, em um milhão de anos, algo será melhor que tê-la em meus braços, em minha cama.
= =
Acordei com uma cama vazia e uma pontada forte em minha cabeça alertando-me da ressaca devido as doses de tequila da noite anterior. Procurei pela no banheiro e ela não estava. Peguei uma calça de moletom e vesti antes de procurá-la pelo meu apartamento. A encontrei sentada no sofá com uma xícara de café em suas mãos e ela parecia desconfortável. Fui até a cozinha e enchi uma xícara com café puro e me sentei ao seu lado, porém ela permanecia em silêncio e não esboçava qualquer reação.
— ... — não deixou que continuasse.
— Pode, por favor, me levar pra casa? — Assenti e deixei a xícara de café em cima da mesa. Notei que ela já vestia suas roupas da noite anterior.
— Em cinco minutos eu desço — ela assentiu — vou vestir algo e já venho para levá-la.
Seu olhar me assustou, porque seus olhos estavam confusos e ela estava estranha. Tudo bem, somos melhores amigos há quatro anos e é uma situação estranha, ela me provocou e eu tentei ser forte, mas ela passou do limite comigo e eu a quero há tanto tempo. Tomei um banho rápido e vesti uma camisa e coloquei o jeans da noite anterior. A encontrei na sala, digitando algo em seu celular e quando notou minha presença ela caminhou até a porta passando pela mesma sem dizer uma única palavra e sabia que algo estava prestes a acontecer. Quando adentramos meu carro ela permaneceu em silêncio e decidi respeitar a sua vontade. Enquanto dirigia notava que olhava fixamente para a estrada e era como se não quisesse me encarar.
Merda!
— , — a encarei e ela estava diferente — pode subir?
— Tudo bem — estacionei o carro em frente ao prédio. Ativei o alarme e acompanhei seus passos apressados para dentro do prédio. Tínhamos voltado ao silêncio que estava me deixando louco. Quando chegamos ao andar do apartamento da ela saiu apressada e girou as chaves na porta para que pudéssemos entrar. Me sentei no sofá esperando ela voltar para que pudesse tentar entender o que havia acontecido. se sentou na poltrona afastada do sofá e me encarava fixamente, podia notar que aquilo estava deixando-a sem jeito.
— Sobre a noite passada, — encarava seus olhos confusos — é melhor esquecermos…
— Esquecer?
— , somos apenas amigos.
— Eu estou cansado, — seus olhos estavam incrédulos como se não acreditasse que eu poderia agir dessa forma, mas estou cansado de carregar o fardo de cuidar dela depois que um idiota qualquer lhe decepciona — eu demorei muito tempo pra descobrir que, na verdade, você não é a vítima desses caras, porque você já passou por isso, umas incontáveis vezes e parece nunca aprender. — ela permanecia sem acreditar, meu tom de voz estava alto e não me importava, porque eu estou farto disso tudo.
— Eu não consigo te entender, — ela tentou se aproximar, mas me esquivei não deixaria sua mão tocar meu rosto ou seus braços me envolver em um abraço, porque eu sei que deixaria tudo de lado e não me importaria em novamente enxugar as suas lágrimas — você não me entende… — ela poderia dizer tudo, menos isso, porque de todas as pessoas eu sou a que conhece e sabe exatamente tudo quando se trata de .
— Porra, — eu estava descontrolado e ela sabia disso, pois nunca usaria esse tipo de linguajar, mas ela merece ouvir tudo que falarei — você deixa os homens usarem você como se fosse um material descartável. Você sabe que eles são idiotas que só querem foder você, mas, mesmo assim, você faz o quê? Deixa-os tocarem o seu corpo e usar você da maneira mais suja que existe. Você age como uma… — isso era mais difícil do que eu pensava, não conseguia insultá-la, porque ela é a pessoa mais especial da minha vida, mas fechei os meus olhos e tinha a consciência que ela precisava disso para cair na real — uma vadia.
— O quê? — ela está tão incrédula como eu e minhas mãos socavam as paredes do seu apartamento porque dentro de mim eu estava me odiando por isso, mas ela precisa disso — você me chamou de vadia? — seus olhos estão marejados e eu quero correr até ela e dizer que não, mas não posso, porque meu anjo age como uma mulher fácil.
— Isso, — meu tom de voz era rude e frio e tenho a certeza que a partir de agora faço parte da lista dos caras que a fizeram chorar — você age como uma e há tanto tempo…
— Sai do meu apartamento — abriu a porta e não deixou de esconder suas lágrimas— agora — seu grito continha muita dor e mágoa.
— Olha pra você, garota — segurei em seus braços e a empurrei fazendo-a ficar de frente pro espelho — você é linda. Você não enxerga isso? Precisa deixar esses caras encostar essas mãos sujas e esses lábios imundos em você? Quantos mais você vai precisar até perceber que não precisa disso pra ser feliz, ou melhor, você não precisa continuar transando com caras que só querem isso com você?
— Os caras só querem sexo e isso que eu dou a eles. Todos são iguais.
— Não! — gritei — Para de falar merda, porque eu conheço um cara que daria tudo pra te fazer feliz. Esse cara quer muito mais que sexo, ele quer saber que você está feliz porque ele cuida, protege e te ama mais que qualquer coisa no mundo. Esse cara quer seu amigo, seu namorado e saber que, no fim do dia, vai deitar na cama e saber que faz a mulher que ele ama feliz, por isso não venha com esse papinho que todos são iguais, porque isso é mentira.
— Mas eu já fiquei com tantos...
— Você não ficou com homens, porque eles não podem ser chamados dessa forma. Você ficou com idiotas, imbecis que só queriam usar teu corpo para o próprio prazer. Eles estão pouco se fodendo para o que você sente, porque eles só querem gozar e ponto final. Ou você não acha que eu acreditava quando dizia que eles dormiam com você? Eles iam embora depois de te usar, e você os deixava fazer isso por meses. Eu teria nojo se fosse você, muito nojo.
— Você está me magoando, …
— E você faz o que comigo? — andava de um lado o outro — quantas vezes me ligava pra dizer que mais uma vez tinha sido “vítima” dos seus namorados idiotas? Eu vinha correndo, largava minha vida para cuidar da sua, para cuidar de você. E você nunca, nunca percebeu que eu também preciso de você.
— Eu sempre estive aqui pra você…
— Não, — gritei — você sempre estava pronta para os idiotas que você dormia, mas nunca esteve aqui quando eu precisei. Você só me liga quando tudo não está bem, mas quando você está nos braços de outro nem sequer lembra que eu existo, isso doí, machuca e corroí a minha alma.
— , sempre fomos amigos — me empurrou pra longe — e nada vai mudar só porque transamos.
— Sério? — soquei a parede para não fazer algo que iria me arrepender — eu não quero ser como eles…
— O que você está dizendo?
— Não quero ser igual ou parecido com os caras que fodem você e vão embora — gritei — eu não sou eles e não estou a fim de me tornar igual.
— Então…
— Estou saindo da sua vida — coloquei minhas roupas e procurei pelas chaves do meu carro — e o seu silêncio me diz que é o que você quer, certo? A partir de agora pode apagar meu número da sua agenda e esquecer de mim, porque eu não quero mais a porra da sua amizade ou sua presença em minha vida.
— Babaca! — gritou quando estava próximo a porta — Você é um merda assim…
— Você, é uma merda — apontei pra ela — a pior merda que já aconteceu na minha vida.
Bati a porta com toda minha raiva e minha decepção era nítida em meu rosto. Não queria esperar pelo elevador precisava sair de perto dela o mais rápido possível. é uma droga, e é a pior de todas. Me deixou cada dia mais viciado e dependente dela, agora que eu tive e sei que não terei mais, não consigo raciocinar direito e é como se ela tivesse tirado de mim algo que a muito tempo fazia parte dos meus pensamentos. deixou cada parte de mim dependente pra me afastar de vez e ela é a pior melhor coisa que já me aconteceu.
Merda!
Por
No primeiro dia, quando brigamos, e foi embora da minha casa eu pensei que ele não fosse passar mais que algumas horas sem falar comigo, afinal, sempre estava ali por mim, mesmo quando ninguém estava. Não importava em quantos pedaços meu coração havia sido partido, ele juntava pedaço por pedaço até me devolvê-lo inteiro.
No segundo dia, as lágrimas rolavam pelo meu rosto e não cessavam. havia me excluído de todas as redes sociais e soube por amigos que havia trocado de número. Naquele dia, eu me permitir chorar de verdade, porque tinha noção do que havia perdido.
No terceiro dia, eu não sentia fome e ligava sem parar para o antigo número dele na esperança do entender e deixar eu me explicar. Também o foi o dia que eu taquei meu celular no chão de tanta raiva por ser uma pessoa burra. E nesse dia a culpa tomou conta de mim, afinal, eu havia ignorado devido aos meus problemas amorosos, enquanto ele estava sempre me ajudando, não fui capaz de notar que ele também precisava de mim.
No quarto dia, não conseguia deixar de pensar nele e lembrar do seu sorriso tão doce. Ainda não conseguia comer e eu sabia que se continuasse dessa forma, iria me afundar cada vez mais, porém nada me importava.
No quinto dia, meu coração doeu como nunca, ao ver sua foto com uma ruiva em um bar dos Estados Unidos e, pela primeira vez, eu senti ciúmes de alguém. Sabia que poderia ser substituída facilmente por uma pessoa menos complicada e que fosse capaz de enxergá-lo, o medo tomava conta de mim.
No sexto dia, ignorei todas as ligações dos meus amigos da universidade e recebi uma mensagem do meu chefe dizendo que se não aparecesse, poderia esquecer que tinha um emprego. Mas estava pouco me importando com a universidade e o meu emprego, porque eu queria conversar com ele e pedir desculpas.
No sétimo dia, meu corpo inteiro doía, tinha círculos roxos debaixo dos meus olhos e meus cabelos estavam uma porcaria. Naquele dia, pela primeira vez, sai de casa para ir à universidade e encarei oito horas de trabalho. Enquanto tentava me focar nas atividades e até mesmo no emprego que pagava minhas contas, parecia que eu pertencia a outro planeta e aquele não era meu lugar. Queria me refugiar em minha cama quente e afundar minhas mágoas em uma garrafa de vodka.
No oitavo dia, a comida ainda não ficava em meu organismo e não sentia fome ou vontade de fazer qualquer coisa. Também foi no oitavo dia que eu voltei a chorar quando soube que estava mesmo saindo com a ruiva de dias atrás.
No nono dia, eu desmaiei na universidade e fui levada para a enfermaria. Não sentia vontade nenhuma de viver e sabia que continuar sem me alimentar poderia me levar a problemas sérios de saúde. Mas eu não conseguia sentir fome sabendo que maltratei quem sempre cuidou de mim e eu não queria viver em um mundo onde não posso falar com . Contar sobre o meu dia, brincar com seus cabelos e até mesmo brigar com ele por coisas bobas. Também naquele dia permaneci em repouso sendo observada pelas enfermeiras até o final dele.
No décimo dia, meus pais apareceram no meu apartamento e eu precisava do mais do que nunca, afinal, não sabia lidar com os meus pais. Também naquele dia, meus pais gritaram comigo e disseram que haviam perdido qualquer esperança que um dia fosse me tornar uma pessoa que merecesse o amor, o carinho de qualquer pessoa. Naquela noite, eu chorei sozinha em minha cama e desejando, mais do que nunca, que seus braços estivessem envoltos ao meu corpo.
No décimo primeiro dia, começava a conseguir me alimentar direito, mas continuavam sentindo cada parte do meu corpo doer e ainda tinha os círculos roxos debaixo dos olhos. Também naquele dia, eu passei o dia assistindo filmes românticos e me enchendo de sorvete. Pela primeira vez na vida eu queria que minha vida tivesse o mesmo final feliz de todos aqueles filmes que te faz querer ser uma das protagonistas.
No décimo segundo dia, minha vida parecia estar se organizando, mas só conseguia dormir quando vestia uma blusa do . Também naquele dia depois do trabalho eu enchi a cara para tentar esquecer dele, mas quando acordei no dia seguinte só consegui uma dor de cabeça filha da puta e pensar que ele iria me odiar ainda mais se visse o meu estado.
No décimo terceiro dia, não tive aula e todos tínhamos ganhado folga por ser feriado. Também nesse dia, voltei a chorar ao encontrar minhas fotos com e foi nesse dia que eu desabei de verdade notando que ele não havia voltado, me ligado ou me procurado. Esse foi o dia mais difícil da minha vida porque admiti a mim mesma que eu o amava, mas tinha a consciência que ele não me queria mais e que sua vida estava melhor sem mim. Procurei pela garrafa de vodka, mas a taquei na parede, eu era uma merda de pessoa por descontar minhas frustrações naquele líquido que ingerido em grande quantidade me levava pra camas de desconhecidos.
No décimo quarto dia, escutei tocando na rádio o novo single da banda do e foi naquele dia que eu tive a noção do estrago que fiz na vida dele e o quanto seu coração estava ferido. Escutei a música várias e várias vezes seguidas, já havia gravado cada parte da letra triste, mas cheia de sentimentos. Nesse dia, me olhei no espelho e decidi lutar pela minha felicidade.
“Pov”(Ponto de vista) Por:
I'm getting tired of asking
(Estou ficando cansado de perguntar)
This is the final time
(Essa é a última vez)
So did I make you happy?
(Então, eu te fiz feliz?)
Because you cried an ocean
(Porque você chorou um oceano)
“But there's a thousand lines
(Mas há milhares de linhas)
About the way you smile
(Sobre o jeito como você sorri)
Written in my mind
(Escritas na minha mente)
But every single word's a lie”
(Mas cada palavra é uma mentira)
“I never wanted everything to end this way
(Eu nunca quis que tudo terminasse desse jeito)
But you can take the bluest sky and turn it gray
(Mas você pode transformar o céu mais azul em cinza)
I swore to you that I would do my best to change
(Eu jurei pra você que eu faria meu melhor para mudar)
But you said it don't matter
(Mas você disse que não importava)
I'm looking at you from another point of view
(Estou olhando pra você por um outro ponto de vista)
I don't know how the hell I fell in love with you
(Eu não sei porque diabos me apaixonei por você)
I'd never wish for anyone to feel the way I do”
(Nunca desejaria para alguém se sentir do jeito que me sinto)
“Is this a sign from heaven
(Esse é um sinal do Céu)
Showing me the light?
(Me mostrando a luz?)
Was this supposed to happen?
(Isso era pra acontecer?)
I'm better off without you
(Eu estou melhor sem você)
So you can leave tonight
(Então você pode ir hoje à noite)
And don't you dare come back and try to make things right
(E não ouse voltar e tentar fazer tudo dar certo)
'Cause I'll be ready for a fight, yeah”
(Porque eu estarei pronto para brigar, é)
“I never wanted everything to end this way
(Eu nunca quis que tudo terminasse desse jeito)
But you can take the bluest sky and turn it gray
(Mas você pode transformar o céu mais azul em cinza)
I swore to you that I would do my best to change
(Eu jurei pra você que eu faria meu melhor para mudar)
But you said it don't matter
(Mas você disse que não importava)
I'm looking at you from another point of view
(Estou olhando pra você por um outro ponto de vista)
I don't know how the hell I fell in love with you
(Eu não sei porque diabos me apaixonei por você)
I'd never wish for anyone to feel the way I do”
(Nunca desejaria para alguém se sentir do jeito que me sinto)
“And you said, and you said, and you said (I do)
(E você disse, você disse, você disse Eu sinto)
And you said, and you said, and you said(Do)
(E você disse, você disse, você disse Eu sinto)
And you said it don't matter(I do)
(E você disse que não importava Eu sinto)
And you said, and you said, and you said(I do)
(E você disse, você disse, você disse Eu sinto)
And you said, and you said, and you said(Do)
(E você disse, você disse, você disse Eu sinto)
And you said it don't matter”
(E você disse que não importava)
“And you said, and you said, and you said
(E você disse, você disse, você disse)
And you said, and you said, and you said
(E você disse, você disse, você disse)
And you said it don't matte”
(E você disse que não importava)
Já tinha perdido a conta de quantas vezes escutara essa música, mas eu precisava ouvir até que entendesse que eu havia perdido a única coisa que me fazia feliz. Eu afastei de mim a única pessoa que tem a sensibilidade me enxergar de verdade e ele não se importava com o meu jeito, pelo contrário estava sempre ao meu lado, mesmo quando fazia merda atrás de merda. Ele era a única pessoa, que mesmo longe eu sentia bem perto de mim. A pessoa da música, a pessoa que havia partido seu coração era eu. Culpada por magoar a única pessoa que nunca me fez chorar e sempre estava enxugando minhas lágrimas. Um dia, pensei saber o que é estar triste quando um idiota me dispensou, mas descobri o que realmente é ficar triste, no dia que perdi o , nas duas semanas que não tive uma ligação, uma mensagem, um sorriso, um abraço ou qualquer coisa que fosse dele. E sabe o que mais doí? Ter ferido e afastado de mim quem eu sempre quis perto.
Por
No primeiro dia, pensei que não fosse suportar saber que ela estava chorando e não estava lá pra enxugar suas lágrimas, mas ela precisava disso. sabia que sempre estaria lá por ela e talvez, esse foi meu erro. Nunca disse “não”, mesmo quando deveria ter dito. Queria ligar, mas sabia que a mesma pensava que eu faria isso e ela precisava disso, precisa entender de uma vez por todas que eu estou cansado de tudo isso. E como eu imaginei, ela não ligou e nem se preocupou em saber se eu estava triste, essa era .
No segundo dia, acabei com a garrafa de vodka que tinha em meu apartamento e estava me afundando cada vez mais em um poço que descobri que podia ser mais e mais fundo. Também naquele dia, tive que tomar um banho gelado e me juntar aos caras para darmos uma entrevista e eu estava um lixo, bêbado, meus olhos vermelhos por culpa das lágrimas derramadas por ela, pela mulher que fodeu a minha vida. E foi nesse dia que decidi trocar de número e excluí-la de todas as redes sociais, para evitar qualquer contato com a .
No terceiro dia, forcei um sorriso por duas horas em cima do palco, afinal, meus fãs não mereciam me ver daquela forma, porque eles merecem o melhor de mim, sempre. Também naquele dia, eu chorei em meu quarto como se fosse uma menininha, mas, porra, aquilo doía como nunca doeu antes.
No quarto dia, não sentia fome e não tinha vontade de levantar da cama para encarar meus compromissos com a banda. Eu queria ficar deitado naquela cama chorando e me xingando por ser um idiota e deixar uma mulher fazer isso comigo. Mas também naquele dia arremessei coisas contra a parede para descontar minha raiva.
No quinto dia, eu pensei que fosse ficar louco porque eu não me reconheci e minha aparência estava uma merda. Nunca, em toda minha vida, pensei que teria olheiras de tanto chorar por alguém. Também naquele mesmo dia chegamos aos Estados Unidos e decidi sair com os caras para me “divertir”. Fazia tempo que não bebia tanto e lembro de ter visto o rosto da no corpo de uma mulher ruiva e a beijei, imaginando que ali não era qualquer uma e sim, a .
No sexto dia, eu continuava chorando e me odiando por amar alguém como ela, afinal, por que não escutei meus amigos quando diziam que não era mulher pra mim? Ao menos, não pra se envolver emocionalmente em um relacionamento amoroso. Naquele dia, quis tirar qualquer vestígio dela do meu coração, da minha vida, das minhas lembranças, mas era impossível, a mulher parecia uma tatuagem marcada em minha pele. Eu não sei por que diabos me apaixonei por você, .
No sétimo dia, as lembranças me atingiram em cheio e eu sentia falta dela mais que tudo, porém eu não aguentava mais estar ao lado de alguém que só me usava e depois que estava nos braços de outro, esquecia de quem nunca fora capaz de esquecer dela, nem ao menos por um segundo. Nesse dia tivemos uma folga e isso me deixava aliviado porque não teria que fingir estar bem quando, na verdade, estou horrível de uma forma que nunca estive.
No oitavo dia, fui obrigado a levantar cedo para passarmos o som antes do show onde seria gravado um especial. Fiz várias tentativas em vão de empurrar qualquer alimento em minha garganta, porque a fome não aparecia há dias e mal me alimentava. A que ponto você chegou, seu merda? Parar de comer e sofrer igual a um caralho por uma mulher que não te ama. Também naquela noite, não consegui convencer meus amigos que eu não queria ir a merda daquela boate e me deparei com a figura alta e ruiva de algumas noites atrás e ela se aproximava. Oh, céus, não queria usar aquela mulher ou beijá-la vendo em seu rosto a figura da desgraçada por qual sou apaixonado. E eu dancei com a desconhecida sem me importar com as fotos que sairiam nos sites de fofocas. Foda-se tudo, foda-se o mundo.
No nono dia, não importavam as festas, a quantidade de álcool ingerido já não era suficiente porque eu estava ficando louco, com saudade e vontade de chutar tudo e procurar por ela. Também naquele dia, sem que ninguém me visse entrei em um táxi e voltei pro hotel onde chorei a noite inteira, enquanto escrevia uma merda sobre a desgraçada que fodeu minha vida. , um desastre natural que deixou marcas em minha vida e talvez, não as supere tão cedo.
No décimo dia, no meio da noite senti um aperto no coração e era ela precisando de mim, porém lembrei-me que ela conhecia meus amigos e tinha os seus números, ou seja, se ela realmente precisasse e sentisse falta de mim, ligaria e tentaria dar um jeito nessa bagunça que ela fez.
No décimo primeiro dia, estávamos na Flórida e pela primeira vez por vontade própria concordei em sair com meus amigos para irmos ao show de uma banda local e naquela noite não senti a necessidade de encher a cara como vinha fazendo nos últimos onze dias. Também naquele dia, uma loira muito gostosa me arrastou para um canto da boate e seus lábios procuravam pelos meus com a intensidade que faria qualquer cara ficar louco e levá-la para um quarto para fodê-la de todas as formas, porém não foi isso que aconteceu. Não conseguia, não conseguia. Droga! Eu era um merda por estar desperdiçando uma oportunidade de sexo fácil, porque pensava na enquanto a mesma deveria estar nos braços de um cara qualquer.
No décimo segundo dia, nosso empresário me chamou para uma reunião e ele estava realmente aborrecido porque eu tinha me esquecido de uma sessão de fotos que não pode ocorrer porque faltava um membro da banda. Ele estava com raiva, e podia ver a decepção em seu olhar, afinal, de todos da banda eu era o último que ele pensara em ter que ter esse tipo de conversa. Ele havia sido claro, como água cristalina, quando disse “ou você mostra que quer isso ou é melhor procurar seu rumo”. E nesse dia eu pensei “que merda que estava fazendo da minha vida?”. Tinha lutado tanto por essa banda, para arruinar minha carreira por alguém que nunca moveu uma mão por mim.
No décimo terceiro dia, havia me decidido a esquecer de uma vez por todas a e seria melhor assim, afinal, ela não me queria como a quero e não ficaria aporrinhando ela com um assunto que não a interessa. Também naquele dia, entreguei no estúdio a minha aposta para novo single da banda e ele o produtor musical disse que analisaria a minha, já que os outros caras já haviam entregado a suas.
No décimo quarto dia, conseguia sentir fome e parecia que minha vida estava voltando aos eixos. Também naquele dia, tivemos uma reunião no estúdio e fiquei sabendo que seria a minha música o próximo single. Os caras gostaram e passaríamos a noite gravando, o novo single iria para as rádios do mundo inteiro pelas primeiras horas do dia. E era nítido que cada frase daquela música era pra ela, era sobre ela e sobre a pior dor que alguém já me causou. E tinha ficado feliz porque de todas as coisas que fiz nas últimas duas semanas na tentativa de tirá-la de mim, com certeza, escrever a dor da minha alma foi a melhor coisa que poderia ter feito e sentia que aquela música iria me libertar de algo que há muito tempo me fazia mais mal do que bem. Era a hora de seguir a minha vida, sem carregar um fardo sobre os meus ombros.
Por
Procurar por ele fora a decisão mais difícil que já tivera em toda minha vida, mas estou feliz porque eu o quero e demorei tempo demais pra entender o que eu sentia por esse homem. E eu sei que ele quer ver seu pior inimigo, mas não quer me ver. Porém, nesses quatorze dias eu aprendi muitas coisas que já devia ter aprendido desde de que chegou na minha vida. Deveria ter aprendido a ser doce como ele e também deveria ter aprendido a enxergar quando ele precisa de mim, assim como ele sempre fez comigo. Oh, céus, eu sou um ser humano egoísta que só pensou em si mesma a vida inteira, mas por ele, ou melhor, por nós eu vou aprender a mudar isso. Perder quem me faz sorrir, quem me faz feliz não estava em meus planos, porém minhas burrices o afastou de mim por dias e digo, com toda sinceridade, que meus dias nunca foram tão tristes desde que ele saiu do meu apartamento e nunca mais tivemos qualquer contato. Se ele quisesse gritar, me xingar eu deixaria, porque ele está com raiva muita raiva. Eu estava praticamente me humilhando por alguém que deixou bem claro que não queria me ver nunca mais, porém eu não me importo, porque eu descobri que posso sentir, que posso amar alguém e eu não vou deixar isso escapar da minha vida sem ao menos tentar.
Não tenho o dom de apagar todas as minhas merdas ou fazer voltar o tempo e ter a sensibilidade de enxergá-lo de verdade, mas hoje, eu me sinto uma pessoa melhor e que quer muito aprender a melhorar, por mim e por ele. Pela primeira vez na vida eu me imagino sendo a garota de um cara, sabe? Aquela que ele segura firme em seus braços e que leva para conhecer sua família. Quero ser aquela que quando acordar vai encontrá-lo deitado ao seu lado com os braços em minha cintura e saber que ele não se importa que meu cabelo esteja bagunçado, porque eu descobri que amar é muito mais do que eu pensei que era. Na verdade, não sabia o que era amar até perceber que eu não tinha mais tudo aquilo que me manteve de pé todo esse tempo. Não tinha mais ninguém por mim, e voltara a ser a sozinha de sempre e eu nunca gostei dessa porque ela era triste, vazia e solitária. E fez de mim uma pessoa que conseguia enxergar na vida uma nova chance de ser feliz e eu lutarei por ele mesmo que ele me coloque pra fora de sua vida de uma vez por todas. Apertei a campainha e respirei fundo antes de encarar seus olhos escuros e intensos.
— O que você está fazendo aqui, ? — gritou — estou ocupado e daqui a pouco tenho que me encontrar com os caras para uma entrevista e…
— Não aguento mais um dia sem você…
— Isso não é problema meu — não me olhava, e meu coração doía — logo, logo você encontra outro que vai te fazer me esquecer.
— Eu não quero outro — gritei, entrando em seu apartamento mesmo sem ser convidada, afinal, não queria dar um show particular para os seus vizinhos — eu quero você, .
— Tarde demais — sorriu fraco — já tenho alguém e você não tem mais espaço na minha vida.
— Eu sei que me ama…
— Por que você veio me procurar? — gritava e notei a dor em seus olhos — por que veio me perturbar quando estou saindo com alguém e tentando ser feliz?
— Porque percebi que eu te amo — tentei me aproximar, mas ele se afastou — porque eu quero você.
— E seu amor é tão forte que preferiu me afastar? — socava a parede — por que disse que queria apenas a minha amizade e chega no meu apartamento dizendo que me ama?
— Porque eu tinha medo — gritei — eu não queria perder a única coisa real que tinha em minha vida.
— …
— , você era a única pessoa de verdade em minha vida. Não importava o que acontecesse eu tinha você e não queria fazer merda, porque eu sei que faria e perderia você — as lágrimas rolavam pelo meu rosto — perder você era meu maior medo, e por isso, nunca me envolvi com você, porque eu sabia que eu ia foder tudo e te afastar.
— Eu tenho passado os piores quatorze dias da minha vida…
— E você acha que eu não estou assim? — gritava — você me conhece o suficiente pra saber que nunca fui uma pessoa de demonstrar sentimentos por qualquer pessoa e adivinha? Estou chorando há dias por você, por todas as besteiras que eu fiz. Eu percebi que o tempo todo, tinha comigo a única pessoa que realmente se importava com meu bem estar.
— Você bagunçou a minha vida — sacudia a cabeça negativamente, enquanto andava de um lado para o outro — me fez frequentar festas atrás de festas. Tive ressaca dia após dia e agora você quer mudar tudo?
— Minha vida está uma merda desde de que você saiu dela — as lágrimas rolavam pelo meu rosto e ele observava com calma — eu tenho chorado, faltado as aulas na universidade, deixando de ir ao trabalho, mesmo sabendo que a qualquer momento posso levar um pé na bunda do meu chefe, não comia, desmaiei na universidade e passei o dia em observação…
— Você passou mal? — e podia sentir o tom de preocupação em sua voz.
— Sim, — franzi o cenho — não conseguia comer e tive uma desidratação, mas isso não foi nada comparado a dor que eu senti dia após dia e a dor que eu sinto de estar na sua frente, abrindo meu coração e você nem ao menos olhar pra mim.
— Você quis assim, porra — gritou e se aproximou ficando a centímetros de mim — Pode perguntar a qualquer pessoa se eu não beijaria o chão que você pisava, mas você arruinou tudo quando disse todas aquelas coisas quando me afastou.
— Eu não sei amar — gritei, e as lágrimas rolavam pelo meu rosto — eu nunca fui amada por ninguém até você chegar. Meus pais a vida inteira me humilharam, me maltrataram, não me abraçaram, não me beijaram. Não diziam que eu era querida e amada, nunca ouvi um “eu te amo, ” então, você pode, por favor, tentar me entender? Porque eu estou na sua frente admitindo que eu sou uma merda, uma porcaria por te maltratar, por te fazer triste, por te deixar de coração partido. Eu sou a pior pessoa que existe por afastar quem eu queria perto, muito perto. Eu sou uma pessoa que não sabe sentir qualquer coisa por alguém sem ser ela mesma. Sou egoísta, sou fria, não sei o que dar de presente no dia dos namorados, na verdade, nunca passei um com alguém. Transei com vários e vários caras porque eu achava que iria me preencher do amor que eu nunca tive, mas aí naquele dia você jogou tudo na minha cara e suas palavras doeram mais que qualquer tapa, e eu pensei sobre a minha vida inteira nesses últimos quatorze dias e sabe a conclusão que cheguei? Eu não sei quem eu sou, ou melhor, quem eu me tornei no meio dessa busca por qualquer tipo de atenção.
— — a ruiva das fotos adentrou a sala vestindo uma blusa do a — você demorou, então resolvi procurar você.
— É apenas…
— A melhor amiga dele — sorri fraco.
— Docinho, não sabia que tinha uma melhor amiga — ela sorriu e se aproximou — fico muito feliz em conhecê-la.
— Não sabe a felicidade que eu sinto — as lágrimas rolavam pelo meu rosto e a mulher me observava sem entender — cuida dele, por favor, não quero vê-lo chorar, não de novo.
Sai o mais rápido que eu pude do apartamento de e as lágrimas rolavam pelo meu rosto. Tinha aberto meu coração, enquanto ele tinha outra mulher no quarto esperando por ele. Deveria saber que amor não é pra mim, amar não faz parte de mim e eu tinha ficado bem até alguns dias atrás, sem essa porcaria de desenvolver sentimentos por outra pessoa. Doeu, merda, como doeu ver aquela mulher vestindo a camisa preferida dele, aquela que eu usava quando dormia em seu apartamento. Doeu saber que ele seguiu em frente, mesmo sabendo que ele merecia ser feliz. Quando sai do meu apartamento tinha a plena consciência que poderia chorar de felicidade ou então, me afogar em minhas lágrimas de tristeza por ter perdido de vez o cara que eu amo, que eu amo. Olhei para trás antes de entrar no elevador e interpretei a sua falta de interesse como um “sim” para colocar uma pedra no único sentimento que eu consegui sentir. Eu mereço sofrer, eu mereço sofrer. Game over pra você, . E, definitivamente o amor não é pra mim, porque eu não sei amar.
Por
Há duas semanas recebi em meu apartamento uma mulher desesperada, triste, abatida. Nunca tinha visto a sem um vestígio de maquiagem em seu rosto, mas naquele dia ela não tinha nada além de olhos vermelhos e círculos roxos abaixo dos olhos. Ela falou tanto, admitiu me amar, mas naquele momento eu não conseguia fazer nada, porque eu estava dando uma chance para a Chloe e era a primeira vez que tinha conseguido dormir com uma mulher sem ser a . Porém, eu conhecia a há quatro anos e ela nunca tivera coragem de contar o motivo de viver afastada dos pais quando poderia morar com eles em sua mansão e não em seu pequeno apartamento, porém quando ela despejou as suas palavras tristes dizendo que nunca foi amada por ninguém, aquilo doeu bem no fundo da alma. Ela não tinha sido ensinada a amar, ou teve alguém para amá-la e isso justificava a sua falta de interesse em nutrir sentimentos e amar alguém, afinal, pra quê ela sentiria isso? Ela nunca recebeu, então como poderia dar alguém algo que ela mesma não conhecia? Quis muito ir atrás dela, entretanto, sentia que precisava absorver tudo que eu havia escutado. Naquela noite, não consegui fazer amor com a Chloe porque eu só conseguia pensar na mulher chorando em minha sala no início da manhã. Passei duas semanas saindo com a Chloe e não sentia absolutamente nada, porque ela não era a mulher que eu amo. tinha errado feio comigo, e isso era um fato em minha vida. Mas eu tinha sido um babaca por deixá-la sair assim do meu apartamento, quando sabia que pra ela era difícil se expressar em relação ao que sentia, porém, pela primeira vez em muito tempo eu pensei primeiro em mim, e não nela.
— ? — chamei, e quando se virou seus olhos brilharam. Havia muitas garotas naquela biblioteca, mas ela se destacava porque era a única que eu amo. Seus cabelos loiros estavam soltos e ela havia mudado seu jeito de vestir deixando de usar as roupas que mostravam mais do que deveria, ela estava aprendendo a usar sua beleza a seu favor. Ela segurava seus livros e me olhava atentamente. Hoje ela ouviria, pela primeira vez, o que ninguém nunca tinha dito ou sentido por ela, mas de hoje em diante ela saberia que sempre teria alguém disposto a amá-la e ensiná-la tudo que fosse preciso parar amar alguém.
— , — um sorriso se formou nos seus lábios, mas o mesmo se desfez — o que está fazendo aqui?
— Podemos conversar em um lugar mais reservado? — ela assentiu.
Caminhávamos em silêncio e eu não sabia para onde ela estava me levando, porém reconheci o jardim onde nos conhecemos, ou melhor, onde eu já era dela e ainda nem sabia.
— Gosto desse lugar — ela sorriu e se sentou no banco — lembro como se fosse hoje… Quatro anos atrás era o início das aulas dos calouros e estava tão encantada pelo campus que acabei tropeçando e caindo dentro da fonte.
— E eu te ajudei — sorri, lembrando do pouco tempo que fiquei na universidade — e você me xingou porque depois comecei a rir.
— Não tinha graça — sua bochecha estava corada — você sabe que eu sou um pouco desastrada.
— Um pouco? — sorria — desastre é o seu sobrenome.
— Eu sei — seu sorriso se desfez e ela havia entendido de outra forma — eu sei.
— Ignora meu comentário infeliz — segurei sua mão.
— O que você veio fazer aqui? — me olhava atentamente e notava curiosidade nos de seus lindos olhos — já passaram duas semanas…
— Eu trouxe um presente pra você. — sorri
— Um presente? — ela sorria animada — mas o que será que trouxe pra mim?
— Algo que você nunca teve — olhava dentro dos seus olhos — algo que tenho feito em segredo, algo que farei por todos os dias da minha vida.
— …
— Eu te amo, — as lágrimas começavam a rolar pelo seu rosto — Eu te amo, .
— Nunca alguém disse que me amava…
— Não se preocupe com o passado — acariciava seu rosto — se depender de mim, não terá um único dia da sua vida que você não se sinta e escute o quanto é amada.
— Eu te amo, — suas palavras mexeram comigo, porque jamais pensei escutar dela algo tão esperado por mim — eu demorei pra perceber, mas agora eu consigo sentir, eu consigo dizer e eu sei que eu posso te amar.
— Você é perfeita — sorria vendo seu lindo sorriso de volta aos seus lábios — desculpe por ter esperado duas semanas, mas precisava absorver tudo que você disse, terminar o que eu estava tendo com a Chloe e eu sentia que precisávamos de mais um tempo.
— , o amor é uma batalha — sorriu — você precisa se apossar dele e conquistá-lo. — ela sorria de uma forma diferente, mas terrivelmente maravilhosa. Esse tempo havia sido bom para nós dois, e eu gostava da nova forma da em encarar as coisas. Meus lábios procuraram pelos seus e era maravilhoso poder beijá-la sabendo que agora ela era minha, e que no dia seguinte, ela não correria ou fugiria.
“O amor é frágil. O amor pode ser facilmente rompido. O amor não é sempre perfeito. E, ás vezes o amor comete erros. Quando nada está funcionando, tudo parece perdido. A única maneira de conseguir o seu amor de volta e repará-lo… É conquistá-lo.” Conquiste seu amor. J.C. REED”
Analisava seu rosto borrado pela maquiagem e os cabelos emaranhados. Não aguentava mais vê-la sofrer por todos os tipos de caras errados que costumava se envolver e eu queria que ela percebesse que eu gosto dela o suficiente pra saber que nunca a deixaria dessa forma, porém não sou o tipo de cara que ela gosta, afinal sou incapaz de fazê-la chorar. Meu polegar passeia pelo seu rosto e tento limpar o borrão preto debaixo dos seus olhos e por mais que isso aconteça com frequência nunca irei me acostumar com sua tristeza, afinal tudo que eu quero é vê-la feliz. Em seu corpo ainda existem marcas da brutalidade feita por um covarde que não percebe o quão especial essa mulher é e que nunca deveria bater em alguém que parece tão forte, mas só eu sei o quão frágil é.
— ! — sua voz doce é como uma canção para os meus ouvidos — você ainda está aqui? — coçou os olhos e os dos seus olhos não estavam com o brilho que costuma ter, ou seja, estamos mais uma vez passando por aquela fase triste que acontece de dois em dois meses quando o “amor da vida” dela acaba se mostrando ser o seu pior pesadelo.
— Sempre estou — depositei um beijo em sua bochecha e ela deixou escapar um sorriso fraco. Se ela soubesse que eu a amo do seu jeito sem tirar nem pôr absolutamente nada. Seus pequenos braços estão abraçados com um enorme travesseiro e eu penso em como seria feliz se fosse aquele travesseiro. Por mais idiota que isso soa eu amaria ser qualquer coisa que pudesse tocá-la. — Sempre estarei com você.
— Eu sei — ela sorri e dessa vez consegui ver verdade em seus olhos e meu interior se contorceu de felicidade por saber que a faço feliz. Tudo bem, não da forma que gostaria, porém a faço feliz de uma forma que nenhum idiota consegue. —E é por isso, que nunca te deixo ir embora. — mesmo que me mandasse embora eu nunca seria capaz de deixá-la porque eu sei da sua fragilidade e que precisa de alguém que cuide dela.
— Vamos tomar café? — Assentiu que sim e era tão maravilhosa enquanto sorria e se soubesse disso talvez, nunca mais deixasse outro fazê-la chorar. — Ouvi dizer que tem o seu bolo preferido.
— Ah, meu Deus, você é o melhor amigo do universo. — Seus braços envolveram meu corpo e me apertava contra si enquanto minhas mãos afagavam seus enormes cabelos loiros e sedosos. Tê-la em meus braços é algo tão maravilhoso, mas como eu queria que fosse diferente e em um desses momentos pudesse beijá-la e tocar seu corpo inteiro, porém sou apenas o seu melhor amigo aquele que enxuga as lágrimas causadas pelos caras mais idiotas do mundo.
— Quero beber — sorriu enquanto franzi o cenho — vem comigo?
— Não sei, ...
— Ah, por favor, preciso me divertir e você ficou tanto tempo em turnê.
— Tudo bem, mas nada de sair toda torta do pub — e ela sorriu e naquele momento ela me fez feliz — preciso ir ao estúdio, mas passo a noite para buscá-la, certo.
— Sim, senhor — sorriu e envolveu meus braços com seu abraço — você é o melhor.
— Só pra você — sorri e beijei sua bochecha — nos vemos mais tarde? — ela assentiu e a deixei tomando café da manhã, mas antes de sair olhei mais uma vez pra ela toda animada enquanto passava geleia em sua torrada. Sou completamente apaixonado por essa mulher.
Seus cabelos loiros estavam soltos e seu rosto não era o mesmo triste da noite anterior e seus lábios estavam marcados em um tom vermelho. Queria borrar o seu batom de tanto beijá-la e queria tocar seu corpo com calma e tê-la em meus braços. Enquanto descia as escadas sorria e ela sabia o quanto era linda e eu odiava isso porque essa noite teria que ver os olhares dos outros homens direcionado a ela. E era ela o motivo de há algum tempo ter parado com todas as outras mulheres que costumava pegar sem amor, sem sentimento porque por muito tempo me enganei dizendo que não me sentia atraído por ela quando na verdade, ela exerce sobre mim algo que me deixa fora de mim. Parecia um adolescente idiota ao notar que ela estava cada mais perto e esse é o efeito sobre mim.
— Hazz? — puta merda! Tudo nela é lindo, mas quando ela sorri desse jeito — Hazz? — e estava na sua frente, porém estava longe. Estava em um lugar onde pudesse fazer dela minha. Onde minhas mãos pudessem tocá-la, onde minha boca poderia beijar desde os seus lábios até cada centímetro do seu corpo. Queria gastar toda a minha energia beijando a sua boca tão desejava por mim e tê-la em meus braços não só por uma noite e sim, pelo restante da minha vida.
— Desculpa, linda — sorri fraco e a puxei pra um abraço.
— Pensando em que, ? — ela sorriu. E olhando pra ela pensava em tudo que eu queria fazer com ela. Primeiro diria o quanto ela é linda especial e depois diria que há algum tempo estou apaixonado por ela. Depois iria beijá-la até que ela sentisse sua alma tocada, faria amor com ela, mas sem deixar de fazê-la se sentir especial a cada segundo. Cuidaria dela, protegê-la, fazê-la feliz e um dia iria lhe dar o meu sobrenome para começarmos a construir nossa história. Porém me limitei a sorrir e abrir a porta do carro para que ela se acomodasse.
O silêncio se fez presente por apenas alguns minutos porque logo, o quebrou contando que estava se sentindo melhor e pronta pra outra e senti uma pontada em meu coração, mas decidi ignorar pelo menos, por essa noite. Iríamos beber, dançar e nos divertir assim como fazíamos nos finais de semana antes da banda estourar. Iríamos ao pub preferido dela que ficava apenas alguns minutos do meu apartamento. O seu sorriso contagiava o espaço e minhas mãos lutavam para segurar firme o volante quando na verdade, queria ter uma das minhas mãos sobre a sua coxa. Quero cada parte dessa mulher pra mim, quero tocar e saber que é só minha. morava perto do campus da universidade, ou seja, meia hora depois da minha casa e o trânsito ajudou fazendo com que chegássemos antes do que havia calculado. Enquanto ativava o alarme notei os olhares sobre a ... Droga! E ela não ajuda com essa saia que não chega na metade da sua coxa e sua blusa é apertada marcando seus seios, sua cintura fina... Oh, céus a mulher sabe que é gostosa e eu odeio isso.
— TEQUILA — praticamente gritou quando adentramos o pub e nos sentamos nos bancos em frente ao bar — TEQUILA.
— Não vou beber — sorri e ela franziu o cenho.
— Ah, você vai — ela sorria enquanto batia com as mãos no balcão — só uma.
— Nunca é só uma — brinquei — e um de nós precisa estar sóbrio pra dirigir.
— Amanhã você busca o carro — sorriu — rachamos um táxi até seu apartamento porque até o meu vai ficar uma fortuna e não sou rica.
— Uma! — sorri e ela sorria animada.
O homem colocou sobre o balcão as duas doses e minha amiga entornou o conteúdo de uma única vez em sua garganta e decidi fazer o mesmo. A segunda dose foi pedida e novamente entornamos o conteúdo que descia queimando pela minha garganta. E estávamos indo para a terceira quando disse que ficaria na primeira, porém despejei o conteúdo sem me importar. Riamos sozinhos enquanto conversávamos ainda no bar. E, então, pediu mais uma dose e a acompanhei, depois mais uma e mais uma, porém sabia que mais uma dose me deixaria muito, muito bêbado. E enquanto havia parado minha amiga estava na terceira dose.
— Quero dançar — ela sorria — com você.
— Não sei dançar, . — ela negou com a cabeça e se levantou ajeitando sua saia.
Suas mãos seguraram firme as minhas entrelaçando nossos dedos e aquilo era demais pra mim. Porém essa mulher tem a capacidade de me surpreender que até chego a me assustar. A pista de dança estava lotada e notei alguns olhares direcionados a mim e torcia para que ninguém pedisse uma foto não agora. As primeiras batidas da música preencheram o local e era uma música terrivelmente sexy e melhores amigos definitivamente não deveriam dançar assim. As minhas mãos não deveriam estar segurando firme sua bunda e as unhas dela não deveriam estar me arranhando por debaixo da blusa. Nossos corpos estavam colados de uma forma que nunca tivera antes. Nossos perfumes se misturavam e tudo estava sexy demais. se virou ficando de costas e me puxou pra perto. Nossos corpos roçavam um no outro e minhas mãos agarravam sua cintura.
Ah, Deus.
— … — seus lábios procuraram pelos meus e a pouca parte sóbria de mim dizia “não, não, não, não”. Circulei a sua língua, sugando-a profundamente em sua boca. A apertava ainda mais contra meu corpo e ela segurava firme os meus cabelos. Oh, céus isso era errado, mas gostoso demais para que fosse interrompido. E ela estava nos meus braços e nada mais importava. Seu peito batia contra o meu e eu sabia que ela estava excitada e não era pouco. Lutava contra a vontade de colocá-la em meu carro, levá-la para meu apartamento e fazer amor com ela até ouvi-la gritar meu nome alcançando seu ponto máximo de prazer. Mas era errado… Ela bebeu demais e… suas mãos deslizaram em meu jeans parando em cima da protuberância em minhas calças. não tinha noção do que estava fazendo comigo, enquanto lutava contra mim mesmo para não transar com ela.
— Eu quero você — sussurrou próxima ao meu ouvido — dentro de mim.
— Não, — minha voz estava falha e minha respiração estava irregular — você não quer.
— Eu quero, — mordeu o lóbulo da minha orelha. Oh, céus — eu quero você enterrado dentro de mim.
— Não...
— Tem mais — sorriu e novamente sentia suas mãos deslizando pelo meu jeans parando em cima do volume que começava a crescer — eu quero que você me faça gozar.
Foda-se a razão, foda-se estarmos bêbados, foda-se ela ser minha melhor amiga. Segurei firme em sua mão e passava apressadamente entre as pessoas porque queria chegar ao meu apartamento o mais rápido possível, ou melhor, o mais rápido antes que mudasse de ideia em negar a mim mesmo sentir seu corpo quente. Destravei as portas do carro para que pudéssemos adentrar. Dirigia o mais rápido que podia, porém, na metade do caminho, pegou uma das minhas mãos e posicionou em sua coxa e nunca quis tanto chegar ao meu apartamento. Quando adentrei o estacionamento do meu prédio estacionei de qualquer jeito e entrelacei meus dedos com os da .
— Nunca fiz sexo em um elevador — puxou-me pela camisa — você já fez sexo no elevador, ?
— E-er — suas mãos invadiram minha camisa e ela acariciava meu abdome — não! — quando sua boca procurou pela minha fomos interrompidos pela porta do elevador se abrindo entrando um com seus dois filhos. A puxei pra perto e uma risada escapou dos seus lábios.
Girei a chave na porta e fora o suficiente para empurrá-la contra a mesma e beijar toda a extensão do seu pescoço. Chutei a porta para que a mesma fosse fechada e caminhávamos enquanto nossas bocas estavam grudadas uma na outra e nossas línguas travavam uma guerra deliciosa entre si. pulou em meu colo enlaçando suas pernas em minha cintura. Minhas mãos retiram sua blusa tacando a mesma no chão e suas mãos abriram botão por botão da minha camisa jogando no chão.
— Essa noite, você é minha — a taquei na cama e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.
— Essa noite, eu quero ser sua. — Suas palavras foram o suficiente para deslizar meus dedos por debaixo da sua saia parando em cima da sua calcinha. A arrastei para o lado e sem pensar a penetrei com dois dedos e me movimentava com velocidade sem parar um único segundo e seus gemidos eram música para os meus ouvidos.
— ! — como era bom ouvir meu nome sair dos seus lábios — eu preciso de você, agora.
— Você vai ter, linda.
Vesti meu membro com um preservativo e esfreguei-o contra o seu clitóris e ela levantou seu quadril me convidando a entrar. Abri as suas pernas forcei meu membro para dentro dela, tendo a certeza que preenchi cada polegada. E ela jogou sua cabeça pra trás deixando escapar um gemido. Mergulhei meu olhar em seu rosto e seu corpo nu em minha cama e era a melhor imagem do mundo. Minhas mãos alcançaram sua bunda, as fechei em concha e comecei com meus movimentos muito, muito rápidos. Não consigo definir exatamente o que eu sinto enquanto me afundo completamente dentro dela e ela geme alto sem se importar. Não aguentaria muito tempo e sabia que ela estava próxima do seu orgasmo. Levantei seu quadril e em um movimento rápido estava completamente dentro dela e pude sentir os sinais que o seu corpo mandavam, enquanto denunciavam que ela havia chegado ao seu limite e logo senti uma umidade quente e derramei dentro do preservativo. Deite-me ao seu lado e a puxei para perto envolvendo meus braços em sua cintura. Nunca, em um milhão de anos, algo será melhor que tê-la em meus braços, em minha cama.
Acordei com uma cama vazia e uma pontada forte em minha cabeça alertando-me da ressaca devido as doses de tequila da noite anterior. Procurei pela no banheiro e ela não estava. Peguei uma calça de moletom e vesti antes de procurá-la pelo meu apartamento. A encontrei sentada no sofá com uma xícara de café em suas mãos e ela parecia desconfortável. Fui até a cozinha e enchi uma xícara com café puro e me sentei ao seu lado, porém ela permanecia em silêncio e não esboçava qualquer reação.
— ... — não deixou que continuasse.
— Pode, por favor, me levar pra casa? — Assenti e deixei a xícara de café em cima da mesa. Notei que ela já vestia suas roupas da noite anterior.
— Em cinco minutos eu desço — ela assentiu — vou vestir algo e já venho para levá-la.
Seu olhar me assustou, porque seus olhos estavam confusos e ela estava estranha. Tudo bem, somos melhores amigos há quatro anos e é uma situação estranha, ela me provocou e eu tentei ser forte, mas ela passou do limite comigo e eu a quero há tanto tempo. Tomei um banho rápido e vesti uma camisa e coloquei o jeans da noite anterior. A encontrei na sala, digitando algo em seu celular e quando notou minha presença ela caminhou até a porta passando pela mesma sem dizer uma única palavra e sabia que algo estava prestes a acontecer. Quando adentramos meu carro ela permaneceu em silêncio e decidi respeitar a sua vontade. Enquanto dirigia notava que olhava fixamente para a estrada e era como se não quisesse me encarar.
Merda!
— , — a encarei e ela estava diferente — pode subir?
— Tudo bem — estacionei o carro em frente ao prédio. Ativei o alarme e acompanhei seus passos apressados para dentro do prédio. Tínhamos voltado ao silêncio que estava me deixando louco. Quando chegamos ao andar do apartamento da ela saiu apressada e girou as chaves na porta para que pudéssemos entrar. Me sentei no sofá esperando ela voltar para que pudesse tentar entender o que havia acontecido. se sentou na poltrona afastada do sofá e me encarava fixamente, podia notar que aquilo estava deixando-a sem jeito.
— Sobre a noite passada, — encarava seus olhos confusos — é melhor esquecermos…
— Esquecer?
— , somos apenas amigos.
— Eu estou cansado, — seus olhos estavam incrédulos como se não acreditasse que eu poderia agir dessa forma, mas estou cansado de carregar o fardo de cuidar dela depois que um idiota qualquer lhe decepciona — eu demorei muito tempo pra descobrir que, na verdade, você não é a vítima desses caras, porque você já passou por isso, umas incontáveis vezes e parece nunca aprender. — ela permanecia sem acreditar, meu tom de voz estava alto e não me importava, porque eu estou farto disso tudo.
— Eu não consigo te entender, — ela tentou se aproximar, mas me esquivei não deixaria sua mão tocar meu rosto ou seus braços me envolver em um abraço, porque eu sei que deixaria tudo de lado e não me importaria em novamente enxugar as suas lágrimas — você não me entende… — ela poderia dizer tudo, menos isso, porque de todas as pessoas eu sou a que conhece e sabe exatamente tudo quando se trata de .
— Porra, — eu estava descontrolado e ela sabia disso, pois nunca usaria esse tipo de linguajar, mas ela merece ouvir tudo que falarei — você deixa os homens usarem você como se fosse um material descartável. Você sabe que eles são idiotas que só querem foder você, mas, mesmo assim, você faz o quê? Deixa-os tocarem o seu corpo e usar você da maneira mais suja que existe. Você age como uma… — isso era mais difícil do que eu pensava, não conseguia insultá-la, porque ela é a pessoa mais especial da minha vida, mas fechei os meus olhos e tinha a consciência que ela precisava disso para cair na real — uma vadia.
— O quê? — ela está tão incrédula como eu e minhas mãos socavam as paredes do seu apartamento porque dentro de mim eu estava me odiando por isso, mas ela precisa disso — você me chamou de vadia? — seus olhos estão marejados e eu quero correr até ela e dizer que não, mas não posso, porque meu anjo age como uma mulher fácil.
— Isso, — meu tom de voz era rude e frio e tenho a certeza que a partir de agora faço parte da lista dos caras que a fizeram chorar — você age como uma e há tanto tempo…
— Sai do meu apartamento — abriu a porta e não deixou de esconder suas lágrimas— agora — seu grito continha muita dor e mágoa.
— Olha pra você, garota — segurei em seus braços e a empurrei fazendo-a ficar de frente pro espelho — você é linda. Você não enxerga isso? Precisa deixar esses caras encostar essas mãos sujas e esses lábios imundos em você? Quantos mais você vai precisar até perceber que não precisa disso pra ser feliz, ou melhor, você não precisa continuar transando com caras que só querem isso com você?
— Os caras só querem sexo e isso que eu dou a eles. Todos são iguais.
— Não! — gritei — Para de falar merda, porque eu conheço um cara que daria tudo pra te fazer feliz. Esse cara quer muito mais que sexo, ele quer saber que você está feliz porque ele cuida, protege e te ama mais que qualquer coisa no mundo. Esse cara quer seu amigo, seu namorado e saber que, no fim do dia, vai deitar na cama e saber que faz a mulher que ele ama feliz, por isso não venha com esse papinho que todos são iguais, porque isso é mentira.
— Mas eu já fiquei com tantos...
— Você não ficou com homens, porque eles não podem ser chamados dessa forma. Você ficou com idiotas, imbecis que só queriam usar teu corpo para o próprio prazer. Eles estão pouco se fodendo para o que você sente, porque eles só querem gozar e ponto final. Ou você não acha que eu acreditava quando dizia que eles dormiam com você? Eles iam embora depois de te usar, e você os deixava fazer isso por meses. Eu teria nojo se fosse você, muito nojo.
— Você está me magoando, …
— E você faz o que comigo? — andava de um lado o outro — quantas vezes me ligava pra dizer que mais uma vez tinha sido “vítima” dos seus namorados idiotas? Eu vinha correndo, largava minha vida para cuidar da sua, para cuidar de você. E você nunca, nunca percebeu que eu também preciso de você.
— Eu sempre estive aqui pra você…
— Não, — gritei — você sempre estava pronta para os idiotas que você dormia, mas nunca esteve aqui quando eu precisei. Você só me liga quando tudo não está bem, mas quando você está nos braços de outro nem sequer lembra que eu existo, isso doí, machuca e corroí a minha alma.
— , sempre fomos amigos — me empurrou pra longe — e nada vai mudar só porque transamos.
— Sério? — soquei a parede para não fazer algo que iria me arrepender — eu não quero ser como eles…
— O que você está dizendo?
— Não quero ser igual ou parecido com os caras que fodem você e vão embora — gritei — eu não sou eles e não estou a fim de me tornar igual.
— Então…
— Estou saindo da sua vida — coloquei minhas roupas e procurei pelas chaves do meu carro — e o seu silêncio me diz que é o que você quer, certo? A partir de agora pode apagar meu número da sua agenda e esquecer de mim, porque eu não quero mais a porra da sua amizade ou sua presença em minha vida.
— Babaca! — gritou quando estava próximo a porta — Você é um merda assim…
— Você, é uma merda — apontei pra ela — a pior merda que já aconteceu na minha vida.
Bati a porta com toda minha raiva e minha decepção era nítida em meu rosto. Não queria esperar pelo elevador precisava sair de perto dela o mais rápido possível. é uma droga, e é a pior de todas. Me deixou cada dia mais viciado e dependente dela, agora que eu tive e sei que não terei mais, não consigo raciocinar direito e é como se ela tivesse tirado de mim algo que a muito tempo fazia parte dos meus pensamentos. deixou cada parte de mim dependente pra me afastar de vez e ela é a pior melhor coisa que já me aconteceu.
Merda!
Por
No primeiro dia, quando brigamos, e foi embora da minha casa eu pensei que ele não fosse passar mais que algumas horas sem falar comigo, afinal, sempre estava ali por mim, mesmo quando ninguém estava. Não importava em quantos pedaços meu coração havia sido partido, ele juntava pedaço por pedaço até me devolvê-lo inteiro.
No segundo dia, as lágrimas rolavam pelo meu rosto e não cessavam. havia me excluído de todas as redes sociais e soube por amigos que havia trocado de número. Naquele dia, eu me permitir chorar de verdade, porque tinha noção do que havia perdido.
No terceiro dia, eu não sentia fome e ligava sem parar para o antigo número dele na esperança do entender e deixar eu me explicar. Também o foi o dia que eu taquei meu celular no chão de tanta raiva por ser uma pessoa burra. E nesse dia a culpa tomou conta de mim, afinal, eu havia ignorado devido aos meus problemas amorosos, enquanto ele estava sempre me ajudando, não fui capaz de notar que ele também precisava de mim.
No quarto dia, não conseguia deixar de pensar nele e lembrar do seu sorriso tão doce. Ainda não conseguia comer e eu sabia que se continuasse dessa forma, iria me afundar cada vez mais, porém nada me importava.
No quinto dia, meu coração doeu como nunca, ao ver sua foto com uma ruiva em um bar dos Estados Unidos e, pela primeira vez, eu senti ciúmes de alguém. Sabia que poderia ser substituída facilmente por uma pessoa menos complicada e que fosse capaz de enxergá-lo, o medo tomava conta de mim.
No sexto dia, ignorei todas as ligações dos meus amigos da universidade e recebi uma mensagem do meu chefe dizendo que se não aparecesse, poderia esquecer que tinha um emprego. Mas estava pouco me importando com a universidade e o meu emprego, porque eu queria conversar com ele e pedir desculpas.
No sétimo dia, meu corpo inteiro doía, tinha círculos roxos debaixo dos meus olhos e meus cabelos estavam uma porcaria. Naquele dia, pela primeira vez, sai de casa para ir à universidade e encarei oito horas de trabalho. Enquanto tentava me focar nas atividades e até mesmo no emprego que pagava minhas contas, parecia que eu pertencia a outro planeta e aquele não era meu lugar. Queria me refugiar em minha cama quente e afundar minhas mágoas em uma garrafa de vodka.
No oitavo dia, a comida ainda não ficava em meu organismo e não sentia fome ou vontade de fazer qualquer coisa. Também foi no oitavo dia que eu voltei a chorar quando soube que estava mesmo saindo com a ruiva de dias atrás.
No nono dia, eu desmaiei na universidade e fui levada para a enfermaria. Não sentia vontade nenhuma de viver e sabia que continuar sem me alimentar poderia me levar a problemas sérios de saúde. Mas eu não conseguia sentir fome sabendo que maltratei quem sempre cuidou de mim e eu não queria viver em um mundo onde não posso falar com . Contar sobre o meu dia, brincar com seus cabelos e até mesmo brigar com ele por coisas bobas. Também naquele dia permaneci em repouso sendo observada pelas enfermeiras até o final dele.
No décimo dia, meus pais apareceram no meu apartamento e eu precisava do mais do que nunca, afinal, não sabia lidar com os meus pais. Também naquele dia, meus pais gritaram comigo e disseram que haviam perdido qualquer esperança que um dia fosse me tornar uma pessoa que merecesse o amor, o carinho de qualquer pessoa. Naquela noite, eu chorei sozinha em minha cama e desejando, mais do que nunca, que seus braços estivessem envoltos ao meu corpo.
No décimo primeiro dia, começava a conseguir me alimentar direito, mas continuavam sentindo cada parte do meu corpo doer e ainda tinha os círculos roxos debaixo dos olhos. Também naquele dia, eu passei o dia assistindo filmes românticos e me enchendo de sorvete. Pela primeira vez na vida eu queria que minha vida tivesse o mesmo final feliz de todos aqueles filmes que te faz querer ser uma das protagonistas.
No décimo segundo dia, minha vida parecia estar se organizando, mas só conseguia dormir quando vestia uma blusa do . Também naquele dia depois do trabalho eu enchi a cara para tentar esquecer dele, mas quando acordei no dia seguinte só consegui uma dor de cabeça filha da puta e pensar que ele iria me odiar ainda mais se visse o meu estado.
No décimo terceiro dia, não tive aula e todos tínhamos ganhado folga por ser feriado. Também nesse dia, voltei a chorar ao encontrar minhas fotos com e foi nesse dia que eu desabei de verdade notando que ele não havia voltado, me ligado ou me procurado. Esse foi o dia mais difícil da minha vida porque admiti a mim mesma que eu o amava, mas tinha a consciência que ele não me queria mais e que sua vida estava melhor sem mim. Procurei pela garrafa de vodka, mas a taquei na parede, eu era uma merda de pessoa por descontar minhas frustrações naquele líquido que ingerido em grande quantidade me levava pra camas de desconhecidos.
No décimo quarto dia, escutei tocando na rádio o novo single da banda do e foi naquele dia que eu tive a noção do estrago que fiz na vida dele e o quanto seu coração estava ferido. Escutei a música várias e várias vezes seguidas, já havia gravado cada parte da letra triste, mas cheia de sentimentos. Nesse dia, me olhei no espelho e decidi lutar pela minha felicidade.
“Pov”(Ponto de vista) Por:
I'm getting tired of asking
(Estou ficando cansado de perguntar)
This is the final time
(Essa é a última vez)
So did I make you happy?
(Então, eu te fiz feliz?)
Because you cried an ocean
(Porque você chorou um oceano)
“But there's a thousand lines
(Mas há milhares de linhas)
About the way you smile
(Sobre o jeito como você sorri)
Written in my mind
(Escritas na minha mente)
But every single word's a lie”
(Mas cada palavra é uma mentira)
“I never wanted everything to end this way
(Eu nunca quis que tudo terminasse desse jeito)
But you can take the bluest sky and turn it gray
(Mas você pode transformar o céu mais azul em cinza)
I swore to you that I would do my best to change
(Eu jurei pra você que eu faria meu melhor para mudar)
But you said it don't matter
(Mas você disse que não importava)
I'm looking at you from another point of view
(Estou olhando pra você por um outro ponto de vista)
I don't know how the hell I fell in love with you
(Eu não sei porque diabos me apaixonei por você)
I'd never wish for anyone to feel the way I do”
(Nunca desejaria para alguém se sentir do jeito que me sinto)
“Is this a sign from heaven
(Esse é um sinal do Céu)
Showing me the light?
(Me mostrando a luz?)
Was this supposed to happen?
(Isso era pra acontecer?)
I'm better off without you
(Eu estou melhor sem você)
So you can leave tonight
(Então você pode ir hoje à noite)
And don't you dare come back and try to make things right
(E não ouse voltar e tentar fazer tudo dar certo)
'Cause I'll be ready for a fight, yeah”
(Porque eu estarei pronto para brigar, é)
“I never wanted everything to end this way
(Eu nunca quis que tudo terminasse desse jeito)
But you can take the bluest sky and turn it gray
(Mas você pode transformar o céu mais azul em cinza)
I swore to you that I would do my best to change
(Eu jurei pra você que eu faria meu melhor para mudar)
But you said it don't matter
(Mas você disse que não importava)
I'm looking at you from another point of view
(Estou olhando pra você por um outro ponto de vista)
I don't know how the hell I fell in love with you
(Eu não sei porque diabos me apaixonei por você)
I'd never wish for anyone to feel the way I do”
(Nunca desejaria para alguém se sentir do jeito que me sinto)
“And you said, and you said, and you said (I do)
(E você disse, você disse, você disse Eu sinto)
And you said, and you said, and you said(Do)
(E você disse, você disse, você disse Eu sinto)
And you said it don't matter(I do)
(E você disse que não importava Eu sinto)
And you said, and you said, and you said(I do)
(E você disse, você disse, você disse Eu sinto)
And you said, and you said, and you said(Do)
(E você disse, você disse, você disse Eu sinto)
And you said it don't matter”
(E você disse que não importava)
“And you said, and you said, and you said
(E você disse, você disse, você disse)
And you said, and you said, and you said
(E você disse, você disse, você disse)
And you said it don't matte”
(E você disse que não importava)
Já tinha perdido a conta de quantas vezes escutara essa música, mas eu precisava ouvir até que entendesse que eu havia perdido a única coisa que me fazia feliz. Eu afastei de mim a única pessoa que tem a sensibilidade me enxergar de verdade e ele não se importava com o meu jeito, pelo contrário estava sempre ao meu lado, mesmo quando fazia merda atrás de merda. Ele era a única pessoa, que mesmo longe eu sentia bem perto de mim. A pessoa da música, a pessoa que havia partido seu coração era eu. Culpada por magoar a única pessoa que nunca me fez chorar e sempre estava enxugando minhas lágrimas. Um dia, pensei saber o que é estar triste quando um idiota me dispensou, mas descobri o que realmente é ficar triste, no dia que perdi o , nas duas semanas que não tive uma ligação, uma mensagem, um sorriso, um abraço ou qualquer coisa que fosse dele. E sabe o que mais doí? Ter ferido e afastado de mim quem eu sempre quis perto.
Por
No primeiro dia, pensei que não fosse suportar saber que ela estava chorando e não estava lá pra enxugar suas lágrimas, mas ela precisava disso. sabia que sempre estaria lá por ela e talvez, esse foi meu erro. Nunca disse “não”, mesmo quando deveria ter dito. Queria ligar, mas sabia que a mesma pensava que eu faria isso e ela precisava disso, precisa entender de uma vez por todas que eu estou cansado de tudo isso. E como eu imaginei, ela não ligou e nem se preocupou em saber se eu estava triste, essa era .
No segundo dia, acabei com a garrafa de vodka que tinha em meu apartamento e estava me afundando cada vez mais em um poço que descobri que podia ser mais e mais fundo. Também naquele dia, tive que tomar um banho gelado e me juntar aos caras para darmos uma entrevista e eu estava um lixo, bêbado, meus olhos vermelhos por culpa das lágrimas derramadas por ela, pela mulher que fodeu a minha vida. E foi nesse dia que decidi trocar de número e excluí-la de todas as redes sociais, para evitar qualquer contato com a .
No terceiro dia, forcei um sorriso por duas horas em cima do palco, afinal, meus fãs não mereciam me ver daquela forma, porque eles merecem o melhor de mim, sempre. Também naquele dia, eu chorei em meu quarto como se fosse uma menininha, mas, porra, aquilo doía como nunca doeu antes.
No quarto dia, não sentia fome e não tinha vontade de levantar da cama para encarar meus compromissos com a banda. Eu queria ficar deitado naquela cama chorando e me xingando por ser um idiota e deixar uma mulher fazer isso comigo. Mas também naquele dia arremessei coisas contra a parede para descontar minha raiva.
No quinto dia, eu pensei que fosse ficar louco porque eu não me reconheci e minha aparência estava uma merda. Nunca, em toda minha vida, pensei que teria olheiras de tanto chorar por alguém. Também naquele mesmo dia chegamos aos Estados Unidos e decidi sair com os caras para me “divertir”. Fazia tempo que não bebia tanto e lembro de ter visto o rosto da no corpo de uma mulher ruiva e a beijei, imaginando que ali não era qualquer uma e sim, a .
No sexto dia, eu continuava chorando e me odiando por amar alguém como ela, afinal, por que não escutei meus amigos quando diziam que não era mulher pra mim? Ao menos, não pra se envolver emocionalmente em um relacionamento amoroso. Naquele dia, quis tirar qualquer vestígio dela do meu coração, da minha vida, das minhas lembranças, mas era impossível, a mulher parecia uma tatuagem marcada em minha pele. Eu não sei por que diabos me apaixonei por você, .
No sétimo dia, as lembranças me atingiram em cheio e eu sentia falta dela mais que tudo, porém eu não aguentava mais estar ao lado de alguém que só me usava e depois que estava nos braços de outro, esquecia de quem nunca fora capaz de esquecer dela, nem ao menos por um segundo. Nesse dia tivemos uma folga e isso me deixava aliviado porque não teria que fingir estar bem quando, na verdade, estou horrível de uma forma que nunca estive.
No oitavo dia, fui obrigado a levantar cedo para passarmos o som antes do show onde seria gravado um especial. Fiz várias tentativas em vão de empurrar qualquer alimento em minha garganta, porque a fome não aparecia há dias e mal me alimentava. A que ponto você chegou, seu merda? Parar de comer e sofrer igual a um caralho por uma mulher que não te ama. Também naquela noite, não consegui convencer meus amigos que eu não queria ir a merda daquela boate e me deparei com a figura alta e ruiva de algumas noites atrás e ela se aproximava. Oh, céus, não queria usar aquela mulher ou beijá-la vendo em seu rosto a figura da desgraçada por qual sou apaixonado. E eu dancei com a desconhecida sem me importar com as fotos que sairiam nos sites de fofocas. Foda-se tudo, foda-se o mundo.
No nono dia, não importavam as festas, a quantidade de álcool ingerido já não era suficiente porque eu estava ficando louco, com saudade e vontade de chutar tudo e procurar por ela. Também naquele dia, sem que ninguém me visse entrei em um táxi e voltei pro hotel onde chorei a noite inteira, enquanto escrevia uma merda sobre a desgraçada que fodeu minha vida. , um desastre natural que deixou marcas em minha vida e talvez, não as supere tão cedo.
No décimo dia, no meio da noite senti um aperto no coração e era ela precisando de mim, porém lembrei-me que ela conhecia meus amigos e tinha os seus números, ou seja, se ela realmente precisasse e sentisse falta de mim, ligaria e tentaria dar um jeito nessa bagunça que ela fez.
No décimo primeiro dia, estávamos na Flórida e pela primeira vez por vontade própria concordei em sair com meus amigos para irmos ao show de uma banda local e naquela noite não senti a necessidade de encher a cara como vinha fazendo nos últimos onze dias. Também naquele dia, uma loira muito gostosa me arrastou para um canto da boate e seus lábios procuravam pelos meus com a intensidade que faria qualquer cara ficar louco e levá-la para um quarto para fodê-la de todas as formas, porém não foi isso que aconteceu. Não conseguia, não conseguia. Droga! Eu era um merda por estar desperdiçando uma oportunidade de sexo fácil, porque pensava na enquanto a mesma deveria estar nos braços de um cara qualquer.
No décimo segundo dia, nosso empresário me chamou para uma reunião e ele estava realmente aborrecido porque eu tinha me esquecido de uma sessão de fotos que não pode ocorrer porque faltava um membro da banda. Ele estava com raiva, e podia ver a decepção em seu olhar, afinal, de todos da banda eu era o último que ele pensara em ter que ter esse tipo de conversa. Ele havia sido claro, como água cristalina, quando disse “ou você mostra que quer isso ou é melhor procurar seu rumo”. E nesse dia eu pensei “que merda que estava fazendo da minha vida?”. Tinha lutado tanto por essa banda, para arruinar minha carreira por alguém que nunca moveu uma mão por mim.
No décimo terceiro dia, havia me decidido a esquecer de uma vez por todas a e seria melhor assim, afinal, ela não me queria como a quero e não ficaria aporrinhando ela com um assunto que não a interessa. Também naquele dia, entreguei no estúdio a minha aposta para novo single da banda e ele o produtor musical disse que analisaria a minha, já que os outros caras já haviam entregado a suas.
No décimo quarto dia, conseguia sentir fome e parecia que minha vida estava voltando aos eixos. Também naquele dia, tivemos uma reunião no estúdio e fiquei sabendo que seria a minha música o próximo single. Os caras gostaram e passaríamos a noite gravando, o novo single iria para as rádios do mundo inteiro pelas primeiras horas do dia. E era nítido que cada frase daquela música era pra ela, era sobre ela e sobre a pior dor que alguém já me causou. E tinha ficado feliz porque de todas as coisas que fiz nas últimas duas semanas na tentativa de tirá-la de mim, com certeza, escrever a dor da minha alma foi a melhor coisa que poderia ter feito e sentia que aquela música iria me libertar de algo que há muito tempo me fazia mais mal do que bem. Era a hora de seguir a minha vida, sem carregar um fardo sobre os meus ombros.
Por
Procurar por ele fora a decisão mais difícil que já tivera em toda minha vida, mas estou feliz porque eu o quero e demorei tempo demais pra entender o que eu sentia por esse homem. E eu sei que ele quer ver seu pior inimigo, mas não quer me ver. Porém, nesses quatorze dias eu aprendi muitas coisas que já devia ter aprendido desde de que chegou na minha vida. Deveria ter aprendido a ser doce como ele e também deveria ter aprendido a enxergar quando ele precisa de mim, assim como ele sempre fez comigo. Oh, céus, eu sou um ser humano egoísta que só pensou em si mesma a vida inteira, mas por ele, ou melhor, por nós eu vou aprender a mudar isso. Perder quem me faz sorrir, quem me faz feliz não estava em meus planos, porém minhas burrices o afastou de mim por dias e digo, com toda sinceridade, que meus dias nunca foram tão tristes desde que ele saiu do meu apartamento e nunca mais tivemos qualquer contato. Se ele quisesse gritar, me xingar eu deixaria, porque ele está com raiva muita raiva. Eu estava praticamente me humilhando por alguém que deixou bem claro que não queria me ver nunca mais, porém eu não me importo, porque eu descobri que posso sentir, que posso amar alguém e eu não vou deixar isso escapar da minha vida sem ao menos tentar.
Não tenho o dom de apagar todas as minhas merdas ou fazer voltar o tempo e ter a sensibilidade de enxergá-lo de verdade, mas hoje, eu me sinto uma pessoa melhor e que quer muito aprender a melhorar, por mim e por ele. Pela primeira vez na vida eu me imagino sendo a garota de um cara, sabe? Aquela que ele segura firme em seus braços e que leva para conhecer sua família. Quero ser aquela que quando acordar vai encontrá-lo deitado ao seu lado com os braços em minha cintura e saber que ele não se importa que meu cabelo esteja bagunçado, porque eu descobri que amar é muito mais do que eu pensei que era. Na verdade, não sabia o que era amar até perceber que eu não tinha mais tudo aquilo que me manteve de pé todo esse tempo. Não tinha mais ninguém por mim, e voltara a ser a sozinha de sempre e eu nunca gostei dessa porque ela era triste, vazia e solitária. E fez de mim uma pessoa que conseguia enxergar na vida uma nova chance de ser feliz e eu lutarei por ele mesmo que ele me coloque pra fora de sua vida de uma vez por todas. Apertei a campainha e respirei fundo antes de encarar seus olhos escuros e intensos.
— O que você está fazendo aqui, ? — gritou — estou ocupado e daqui a pouco tenho que me encontrar com os caras para uma entrevista e…
— Não aguento mais um dia sem você…
— Isso não é problema meu — não me olhava, e meu coração doía — logo, logo você encontra outro que vai te fazer me esquecer.
— Eu não quero outro — gritei, entrando em seu apartamento mesmo sem ser convidada, afinal, não queria dar um show particular para os seus vizinhos — eu quero você, .
— Tarde demais — sorriu fraco — já tenho alguém e você não tem mais espaço na minha vida.
— Eu sei que me ama…
— Por que você veio me procurar? — gritava e notei a dor em seus olhos — por que veio me perturbar quando estou saindo com alguém e tentando ser feliz?
— Porque percebi que eu te amo — tentei me aproximar, mas ele se afastou — porque eu quero você.
— E seu amor é tão forte que preferiu me afastar? — socava a parede — por que disse que queria apenas a minha amizade e chega no meu apartamento dizendo que me ama?
— Porque eu tinha medo — gritei — eu não queria perder a única coisa real que tinha em minha vida.
— …
— , você era a única pessoa de verdade em minha vida. Não importava o que acontecesse eu tinha você e não queria fazer merda, porque eu sei que faria e perderia você — as lágrimas rolavam pelo meu rosto — perder você era meu maior medo, e por isso, nunca me envolvi com você, porque eu sabia que eu ia foder tudo e te afastar.
— Eu tenho passado os piores quatorze dias da minha vida…
— E você acha que eu não estou assim? — gritava — você me conhece o suficiente pra saber que nunca fui uma pessoa de demonstrar sentimentos por qualquer pessoa e adivinha? Estou chorando há dias por você, por todas as besteiras que eu fiz. Eu percebi que o tempo todo, tinha comigo a única pessoa que realmente se importava com meu bem estar.
— Você bagunçou a minha vida — sacudia a cabeça negativamente, enquanto andava de um lado para o outro — me fez frequentar festas atrás de festas. Tive ressaca dia após dia e agora você quer mudar tudo?
— Minha vida está uma merda desde de que você saiu dela — as lágrimas rolavam pelo meu rosto e ele observava com calma — eu tenho chorado, faltado as aulas na universidade, deixando de ir ao trabalho, mesmo sabendo que a qualquer momento posso levar um pé na bunda do meu chefe, não comia, desmaiei na universidade e passei o dia em observação…
— Você passou mal? — e podia sentir o tom de preocupação em sua voz.
— Sim, — franzi o cenho — não conseguia comer e tive uma desidratação, mas isso não foi nada comparado a dor que eu senti dia após dia e a dor que eu sinto de estar na sua frente, abrindo meu coração e você nem ao menos olhar pra mim.
— Você quis assim, porra — gritou e se aproximou ficando a centímetros de mim — Pode perguntar a qualquer pessoa se eu não beijaria o chão que você pisava, mas você arruinou tudo quando disse todas aquelas coisas quando me afastou.
— Eu não sei amar — gritei, e as lágrimas rolavam pelo meu rosto — eu nunca fui amada por ninguém até você chegar. Meus pais a vida inteira me humilharam, me maltrataram, não me abraçaram, não me beijaram. Não diziam que eu era querida e amada, nunca ouvi um “eu te amo, ” então, você pode, por favor, tentar me entender? Porque eu estou na sua frente admitindo que eu sou uma merda, uma porcaria por te maltratar, por te fazer triste, por te deixar de coração partido. Eu sou a pior pessoa que existe por afastar quem eu queria perto, muito perto. Eu sou uma pessoa que não sabe sentir qualquer coisa por alguém sem ser ela mesma. Sou egoísta, sou fria, não sei o que dar de presente no dia dos namorados, na verdade, nunca passei um com alguém. Transei com vários e vários caras porque eu achava que iria me preencher do amor que eu nunca tive, mas aí naquele dia você jogou tudo na minha cara e suas palavras doeram mais que qualquer tapa, e eu pensei sobre a minha vida inteira nesses últimos quatorze dias e sabe a conclusão que cheguei? Eu não sei quem eu sou, ou melhor, quem eu me tornei no meio dessa busca por qualquer tipo de atenção.
— — a ruiva das fotos adentrou a sala vestindo uma blusa do a — você demorou, então resolvi procurar você.
— É apenas…
— A melhor amiga dele — sorri fraco.
— Docinho, não sabia que tinha uma melhor amiga — ela sorriu e se aproximou — fico muito feliz em conhecê-la.
— Não sabe a felicidade que eu sinto — as lágrimas rolavam pelo meu rosto e a mulher me observava sem entender — cuida dele, por favor, não quero vê-lo chorar, não de novo.
Sai o mais rápido que eu pude do apartamento de e as lágrimas rolavam pelo meu rosto. Tinha aberto meu coração, enquanto ele tinha outra mulher no quarto esperando por ele. Deveria saber que amor não é pra mim, amar não faz parte de mim e eu tinha ficado bem até alguns dias atrás, sem essa porcaria de desenvolver sentimentos por outra pessoa. Doeu, merda, como doeu ver aquela mulher vestindo a camisa preferida dele, aquela que eu usava quando dormia em seu apartamento. Doeu saber que ele seguiu em frente, mesmo sabendo que ele merecia ser feliz. Quando sai do meu apartamento tinha a plena consciência que poderia chorar de felicidade ou então, me afogar em minhas lágrimas de tristeza por ter perdido de vez o cara que eu amo, que eu amo. Olhei para trás antes de entrar no elevador e interpretei a sua falta de interesse como um “sim” para colocar uma pedra no único sentimento que eu consegui sentir. Eu mereço sofrer, eu mereço sofrer. Game over pra você, . E, definitivamente o amor não é pra mim, porque eu não sei amar.
Por
Há duas semanas recebi em meu apartamento uma mulher desesperada, triste, abatida. Nunca tinha visto a sem um vestígio de maquiagem em seu rosto, mas naquele dia ela não tinha nada além de olhos vermelhos e círculos roxos abaixo dos olhos. Ela falou tanto, admitiu me amar, mas naquele momento eu não conseguia fazer nada, porque eu estava dando uma chance para a Chloe e era a primeira vez que tinha conseguido dormir com uma mulher sem ser a . Porém, eu conhecia a há quatro anos e ela nunca tivera coragem de contar o motivo de viver afastada dos pais quando poderia morar com eles em sua mansão e não em seu pequeno apartamento, porém quando ela despejou as suas palavras tristes dizendo que nunca foi amada por ninguém, aquilo doeu bem no fundo da alma. Ela não tinha sido ensinada a amar, ou teve alguém para amá-la e isso justificava a sua falta de interesse em nutrir sentimentos e amar alguém, afinal, pra quê ela sentiria isso? Ela nunca recebeu, então como poderia dar alguém algo que ela mesma não conhecia? Quis muito ir atrás dela, entretanto, sentia que precisava absorver tudo que eu havia escutado. Naquela noite, não consegui fazer amor com a Chloe porque eu só conseguia pensar na mulher chorando em minha sala no início da manhã. Passei duas semanas saindo com a Chloe e não sentia absolutamente nada, porque ela não era a mulher que eu amo. tinha errado feio comigo, e isso era um fato em minha vida. Mas eu tinha sido um babaca por deixá-la sair assim do meu apartamento, quando sabia que pra ela era difícil se expressar em relação ao que sentia, porém, pela primeira vez em muito tempo eu pensei primeiro em mim, e não nela.
— ? — chamei, e quando se virou seus olhos brilharam. Havia muitas garotas naquela biblioteca, mas ela se destacava porque era a única que eu amo. Seus cabelos loiros estavam soltos e ela havia mudado seu jeito de vestir deixando de usar as roupas que mostravam mais do que deveria, ela estava aprendendo a usar sua beleza a seu favor. Ela segurava seus livros e me olhava atentamente. Hoje ela ouviria, pela primeira vez, o que ninguém nunca tinha dito ou sentido por ela, mas de hoje em diante ela saberia que sempre teria alguém disposto a amá-la e ensiná-la tudo que fosse preciso parar amar alguém.
— , — um sorriso se formou nos seus lábios, mas o mesmo se desfez — o que está fazendo aqui?
— Podemos conversar em um lugar mais reservado? — ela assentiu.
Caminhávamos em silêncio e eu não sabia para onde ela estava me levando, porém reconheci o jardim onde nos conhecemos, ou melhor, onde eu já era dela e ainda nem sabia.
— Gosto desse lugar — ela sorriu e se sentou no banco — lembro como se fosse hoje… Quatro anos atrás era o início das aulas dos calouros e estava tão encantada pelo campus que acabei tropeçando e caindo dentro da fonte.
— E eu te ajudei — sorri, lembrando do pouco tempo que fiquei na universidade — e você me xingou porque depois comecei a rir.
— Não tinha graça — sua bochecha estava corada — você sabe que eu sou um pouco desastrada.
— Um pouco? — sorria — desastre é o seu sobrenome.
— Eu sei — seu sorriso se desfez e ela havia entendido de outra forma — eu sei.
— Ignora meu comentário infeliz — segurei sua mão.
— O que você veio fazer aqui? — me olhava atentamente e notava curiosidade nos de seus lindos olhos — já passaram duas semanas…
— Eu trouxe um presente pra você. — sorri
— Um presente? — ela sorria animada — mas o que será que trouxe pra mim?
— Algo que você nunca teve — olhava dentro dos seus olhos — algo que tenho feito em segredo, algo que farei por todos os dias da minha vida.
— …
— Eu te amo, — as lágrimas começavam a rolar pelo seu rosto — Eu te amo, .
— Nunca alguém disse que me amava…
— Não se preocupe com o passado — acariciava seu rosto — se depender de mim, não terá um único dia da sua vida que você não se sinta e escute o quanto é amada.
— Eu te amo, — suas palavras mexeram comigo, porque jamais pensei escutar dela algo tão esperado por mim — eu demorei pra perceber, mas agora eu consigo sentir, eu consigo dizer e eu sei que eu posso te amar.
— Você é perfeita — sorria vendo seu lindo sorriso de volta aos seus lábios — desculpe por ter esperado duas semanas, mas precisava absorver tudo que você disse, terminar o que eu estava tendo com a Chloe e eu sentia que precisávamos de mais um tempo.
— , o amor é uma batalha — sorriu — você precisa se apossar dele e conquistá-lo. — ela sorria de uma forma diferente, mas terrivelmente maravilhosa. Esse tempo havia sido bom para nós dois, e eu gostava da nova forma da em encarar as coisas. Meus lábios procuraram pelos seus e era maravilhoso poder beijá-la sabendo que agora ela era minha, e que no dia seguinte, ela não correria ou fugiria.
“O amor é frágil. O amor pode ser facilmente rompido. O amor não é sempre perfeito. E, ás vezes o amor comete erros. Quando nada está funcionando, tudo parece perdido. A única maneira de conseguir o seu amor de volta e repará-lo… É conquistá-lo.” Conquiste seu amor. J.C. REED”
FIM!
Nota da autora: Primeiramente quero agradecer a oportunidade de estar participando de mais um “FicsTape”. Enquanto escrevia essa história eu comecei a ler um livro que havia ganhado há algum tempo, mas nunca tinha parado para ler. E então, conforme ia escrevendo essa história eu entendi a frase de introdução desse livro: “O amor é frágil. O amor pode ser facilmente rompido. O amor não é sempre perfeito. E, ás vezes o amor comete erros. Quando nada está funcionando, tudo parece perdido. A única maneira de conseguir o seu amor de volta e repará-lo… É conquistá-lo.” Conquiste seu amor. J.C. REED. E foi exatamente o que aconteceu na história porque os personagens mostraram o quão frágil é o amor, mas perceberam que ele precisa ser reparado para, enfim ser conquistado. É uma história que eu sempre vou lembrar e guardar no meu coração por ser tão próxima a minha vida, a minha história. Agradeço pelo carinho das minhas leitoras que estão sempre me acompanhando em todos os meus projetos e vocês são maravilhosamente maravilhosas. Quero deixar meu agradecimento para a Adriele que carinhosamente aceitou betar essa história. Estou torcendo para que no final dessa fic as possíveis futuras leitoras possa sentir como é bom amar, como é bom ser amada. Beijinhos.
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