Fanfic Finalizada

Capítulo Único

– Chega,! – gritou na minha cara – Chega! Pra mim já deu!
– O que você quer dizer com isso?
– Quero dizer que cansei! Cansei das brigas, das provocações, das festas, cansei de tudo! Nós não temos mais 17 anos e você tem que parar de agir como uma adolescente! Cresça e depois venha me procurar.
– Agora a culpa é minha? – comecei a gritar tão alto quanto ele – Aquelas vadias dão em cima de você e a culpa é minha?!
– Não, . A culpa é sua por não saber diferenciar as coisas. Não são vadias, são minhas amigas, nós estudamos juntos!
– Eu sei o quê vocês estudam, !
– Para de dar ataque de ciúmes, ! Isso não é sobre elas, é sobre nós!
– Pensei que você tivesse cansado de nós!
– É, talvez eu esteja mesmo.
Isso foi como um tapa na cara.
– Então o que ainda está fazendo aqui? Vai embora!
– Quer saber, eu vou mesmo.
Ele pegou sua chave e rumou em direção à porta, destrancando e saindo do apartamento que dividíamos há cinco anos. Nós estudávamos medicina e nos conhecêramos no ensino médio, onde nos apaixonamos e resolvemos morar juntos. Às vezes funcionava, às vezes não.
– Volta aqui, eu ainda não terminei de falar! – gritei, correndo atrás dele, que já havia saído do apartamento e corria em direção às escadas, já que o elevador não estava no andar.
– Você não disse que eu posso ir? – perguntou ironicamente – Então, estou indo!
– Você vai mesmo me deixar? Passou cinco anos comigo e isso não significou nada? – perguntei, verdadeiramente magoada. Uma lágrima caiu de meus olhos e fez um caminho lento pela minha bochecha até morrer em meus lábios.
continuou a descer, não olhando para trás, mas eu não parei meus movimentos e ele percebeu que eu não estava seguindo-o e freou bruscamente, virando-se para olhar para mim.
– Nunca disse que não significava nada. Na verdade, você é o meu mundo, significa tudo para mim. É só que... Eu preciso de um tempo.
Dizendo isso, ele abriu a porta da escadaria, que dava direto para a saída do prédio, em um beco, e saiu para a chuva torrencial que caía sem parar, desde que acordáramos de manhã. saiu, sem se importar se ia se molhar e eu o segui. Não estava pronta para dizer adeus. A chuva começou a cair sobre mim, encharcando meu cabelo e roupas. Minha saia jeans começou a colar, assim como minha camiseta preta simples. Estava descalça, pois não gostava de usar sapatos em casa e não tinha dado tempo de calçar algo enquanto brigava com . Ele estava tão lindo, com o cabelo rebelde e a camiseta branca larga, ficando transparente e realçando seus músculos, assim como seus jeans, que estavam começando a ficar molhados. Estava usando um chinelo de dedos qualquer, que ele achava confortável. As lágrimas escorriam livremente por meu rosto, misturando-se com a chuva.
... – chamei com a voz fraca.
Estávamos no meio da rua. Ele virou-se para me olhar.
– O que foi?
– Não posso te deixar ir. – murmurei alto o bastante para que ele ouvisse.
– E eu não posso viver sem você.
Dito isso, eu corri em sua direção e ele me envolveu em seus braços. Sabe aquela sensação de areia caindo dos dedos? Lentamente, e você tenta segurá-la, mas não tem como. Então, você pega um pouco mais, exatamente do mesmo lugar, e pronto! Tem a mesma quantidade de areia nas mãos novamente e é como se a primeira porção não houvesse caído.
Era assim que eu me sentia.
escapava de minhas mãos facilmente, tão facilmente. Mas então voltava para mim com a mesma facilidade. Meu rosto estava enterrado em seu pescoço e suas mãos envolviam minha cintura e me erguiam um pouco do chão, me deixando da altura dele. Meus braços envolviam seu pescoço e eu inspirei seu cheiro. havia acabado de sair do banho e agora estava na chuva e seu cheiro estava incrível. Era como se eu não pudesse pedir por nada melhor.
– Eu te amo. – sussurrou – Obrigado por não me deixar ir.
– Eu te amo. – sussurrei de volta – Nunca vou te deixar ir.
– Nós não vamos nos separar nunca.
– Nunca. – concordei.
Ele me colocou no chão, sobre seus pés. Nós estávamos completamente colados e segurou meu rosto com as mãos. Coloquei minhas mãos sobre as dele. O anel de compromisso de brilhou em sua mão, assim como o meu também. Ele limpou minhas lágrimas com o polegar, mas não adiantou muito, porque a chuva continuava a cair e nos molhar. Nossas testas estavam coladas e então nossos narizes se tocaram. Mesmo assim, não juntamos nossos lábios logo de cara. Deixamos que nossas bocas se procurassem, lentamente, em uma dança lenta e sensual. Meu coração batia forte e eu sentia o de bater com a mesma força, pois estávamos muito pressionados um contra o outro.
Então, finalmente, nossos lábios colidiram em perfeita sincronia. Sorri internamente, já que não queria desmanchar o momento perfeito que havíamos criado involuntariamente. mordiscou meu lábio inferior e passou a língua por ele, fazendo uma corrente elétrica passar por meu corpo, aquecendo-me apesar da chuva que caía em nós. A água conseguia penetrar nos lugares que eu pensava ser impossível fazê-lo e escorria por meu rosto e pelo rosto de , morrendo em nossas bocas, onde algumas gotas acabavam escorrendo, deixando o beijo ainda mais gostoso. Sua língua pediu passagem para minha boca, lambendo meus lábios, fazendo o contorno deles, de um jeito calmo, que não era de seu feitio. Abri minha boca minimamente e então, finalmente, nossas línguas se tocaram. preencheu minha boca do jeito perfeito que só ele sabia fazer. Deixei que ele conduzisse o beijo, mas passei minhas mãos por seus braços, até encontrar seu pescoço e nuca, onde firmei minhas mãos, arranhando-o de leve. Nossas peles estavam frias por causa da chuva forte e gelada que caía, mas, mesmo assim, a temperatura que nos encontrávamos era quente e confortável. As mãos de saíram de meu rosto e ele passou-a pelo meu tronco, começando na clavícula, fazendo o contorno dos meus seios, descendo para minha barriga e então para minha cintura, que ele apertou com certa força, trazendo-me para ainda mais perto dele, se é que isso era possível. Os arrepios percorriam meu corpo enquanto me tocava como só ele sabia. Não importava quantos caras eu beijasse; nenhum deles seria, nem de longe, tão bom quanto . Ele sabia beijar. Ele sabia me beijar. Nós não queríamos quebrar o beijo nunca. Continuamos com os movimentos, um na boca do outro, enquanto caminhava de volta para o apartamento. Entramos na saída de emergência daquele jeito, já que havíamos saído pela mesma. me conduzia lentamente, uma vez que eu estava sobre seus pés. Fechou a porta com a mão de qualquer jeito e o frio começou a se fazer presente, fazendo com que eu me pressionasse involuntariamente contra ele, querendo ser aquecida e aquecê-lo ao mesmo tempo. bateu as costas contra a parede, me levando de encontro a ele. A falta de ar começou a se fazer presente e soltou meus lábios, finalizando o beijo como havia começado, com uma mordida em meu lábio inferior.
Olhamos nos olhos um do outro.
– Me desculpa por ficar com ciúmes de tudo. – eu disse, ofegante – É que... Você é perfeito demais. Tenho medo de te perder.
– Você não vai me perder. – ele sussurrou de volta, tão ofegante quanto eu – Eu prometo que nós não vamos nos separar.
– Nunca?
– Nunca.
Sorrimos um para o outro e então voltamos a nos beijar, dessa vez com muito mais intensidade. Todas as vezes que eu e brigávamos, a paixão estava nos protegendo, não nos deixando fazer algo que nos arrependeríamos depois. No fim, éramos sempre protegidos pela paixão, que nos atraía um para o outro. Eu gostava disso.
– Está frio! – reclamei, rindo um pouco.
– Vamos subir que eu te esquento. – ele murmurou em um tom brincalhão.
– Não vejo a hora.
Nós rimos e voltamos a nos beijar. Ele me pegou no colo, fazendo com que eu passasse as pernas por sua cintura e subiu os degraus, um pouco cambaleante.
– Não é melhor eu ir sozinha? – perguntei, olhando para as escadas que subia desastradamente – Se você cair, não vai ser nada bonito.
– Não me importo. – ele deu de ombros e subiu mais outro andar – Eu só preciso ter você colada no meu corpo.
Depositei um beijo em seus lábios, sentindo um arrepio passar pelo meu corpo ao ouvi-lo falar aquilo.
– Se você continuar a me beijar, vou ter um problema sério de concentração, aí sim, tenho certeza de que vou cair. – brincou.
– Confio em você.
Continuei beijando seus lábios, não recebendo nenhum tipo de impedimento. Entramos no nosso andar e continuamos a nos beijar, ouvindo um muxoxo de reprovação. Soltamos os lábios, mas ainda me segurava firmemente contra seu corpo.
– Que desagradável! Duas crianças fazendo isso, logo de tarde, e ainda molhados de chuva! – uma senhora velha, nossa vizinha resmungou. Eu e rimos e continuamos a nos beijar.
Entramos no nosso apartamento, que eu havia largado com a porta aberta. resmungou sobre minha falta de responsabilidade, mas eu calei seus resmungos com meus lábios. Suas mãos estavam em minha bunda, me prendendo contra ele. fechou a porta com o pé e trancou-a com dificuldade.
– Vamos tomar um banho? – murmurei em seu ouvido – Não podemos ficar gripados. Essa semana tem o baile de estreia da nova ala do hospital.
– Verdade. Primeiro baile que fomos convidados!
– Vamos comemorar isso!
me segurou pela cintura e me girou no ar, depositando vários beijinhos no meu nariz e boca. Nós cursávamos medicina e já estávamos residindo em um hospital. Isso era incrível, porque podíamos ficar juntos e trabalhar naquilo que gostávamos. entenderia meus horários complicados, assim como eu os dele. Éramos o casal perfeito.
me levou para o banheiro, onde ligamos a torneira de água quente da banheira. Ele me sentou na pia e eu encaixei no meio de minhas pernas, sorrindo enquanto ele beijava meu pescoço. Tirei sua camiseta molhada e joguei-a no chão, delirando com a visão de seu abdômen definido. Nós malhávamos juntos na academia do prédio para manter a forma. E que forma! Passei as mãos lentamente pelos ombros de . Amava seus ombros e suas costas. Ele tinha o costume de nadar muito quando era menor, mas parou quando entrou na faculdade. Mesmo assim, ainda tinha os ombros largos e definidos de um nadador. Sinceramente, o ombro mais bonito – e gostoso – do planeta.
Beijei e mordisquei seu ombro, enquanto sentia suspirar e começar a rodear minha cintura com as mãos, levantando parte da camiseta preta que eu vestia para poder tocar minha pele. Logo, a peça estava no chão. Ele me olhou com um desejo nos olhos que me deixou arrepiada.
– Você é tão lindo. – sussurrei, olhando para o corpo de . Ainda ficava surpresa quando via suas tatuagens nos braços e peito. Ele era tão... Perfeito.
– Você ainda me deixa sem ar. – respondeu, sussurrando também e olhando para meu corpo meio despido. Eu também tinha uma tatuagem, na coxa. Era um enorme dragão, que ocupava toda minha coxa esquerda.
sorriu de lado, de um modo pervertido e então começou a procurar o fecho do meu sutiã em minhas costas com certo desespero. Olhou para mim quando não conseguiu encontrá-lo.
– Às vezes, as coisas são mais simples do que parecem. – sussurrei, abrindo o sutiã de fecho frontal com um movimento do dedo, que acompanhou com seus olhos brilhantes.
– Mulheres e seus segredos deliciosamente confusos. – ele revirou os olhos, como se desaprovasse, mas, contradizendo-se, beijou meus lábios enquanto acariciou meus seios com as mãos.
deixou beijos molhados em minha garganta e foi descendo até chegar ao meu seio esquerdo. beijou-o com voracidade e fome, então começou a chupar a ponta, observando minhas reações. Perdi as mãos em seus cabelos e comecei a gemer involuntariamente. Puxei para cima e beijei seus lábios enquanto passava as mãos por sua barriga e senti que ele contraiu-a levemente. Desci as mãos para seus jeans. Abri o botão e o zíper ouvindo gemer baixinho em meu ouvido. Tirei sua calça com toda a calma do mundo até metade das coxas, depois empurrei-a para o chão com meus pés. Empurrei e, com um pulo, desci da pia, que começava a se balançar e eu estava com medo de vê-la cair. Fiquei de frente para e olhei-o com desejo. Havia uma parte de mim que queria tê-lo imediatamente, mas havia outra parte, uma parte que gostava de brincar com . Eu amava as provocações entre nós, todas as besteiras que falávamos e as merdas que fazíamos. Era a melhor parte da nossa relação.
entendeu o que eu pretendia fazer e se acercou de mim, me empurrando para a parede. Tirou minha saia com um movimento habilidoso de sua mão, levando minha calcinha junto e estremeci quando pressionou o volume de sua boxer cinza contra a parte sul necessitada de meu corpo. Tocou-me intimamente com dois dedos, fazendo com que ambos gemêssemos.
– Oh, . – ele murmurou, enquanto pincelava minha vagina com dois dedos, me fazendo revirar os olhos – Você está tão molhada e quente.
Querendo fazer sentir o que eu sentia, adentrei as mãos em sua boxer furtivamente, fazendo soltar um resmungo. Comecei a acariciar seu pau com carinho, torturando-o.
– Você é má, . – ele sussurrou em meu ouvido, fazendo com que arrepios me dominassem.
Nós continuamos a nos acariciar intimamente, um gemendo no ouvido do outro. mordeu minha orelha enquanto perdia a mão que não estava em mim nos meus cabelos. Sua respiração tão perto de mim somada aos seus dedos me acariciando fizeram com que eu ficasse totalmente fora do ar. Tão fora do ar que não ouvi alguém batendo – praticamente esmurrando a porta.
– Puta que pariu! – eu murmurei ao reconhecer a voz que gritava do lado de fora. Empurrei na mesma hora, procurando pelas minhas roupas.
me olhou desnorteado, até que ele reconheceu a voz.
, é bom você abrir essa porta agora e não estar com você!
Os olhos de se arregalaram.
A louca da minha mãe estava do lado de fora e nós estávamos presos dentro do banheiro.
– Fodeu. – disse, mexendo só os lábios, sem fazer som.
Eu concordei e resolvi dar algum sinal de vida para minha mãe.
– Eu estou saindo do banho, mãe! Desculpe! Esqueci que você vinha almoçar aqui hoje.
– Você é uma irresponsável, garota! Por que trancou a porta para tomar banho? Espero que aquele moleque não esteja aí dentro com você...
Notei que a banheira estava transbordando. Como isso foi acontecer? Eu nem me lembrava de ter aberto o registro!
Meu coração estava acelerado e meus olhos estavam prestes a saltar das órbitas. Como eu tinha esquecido que minha mãe viria almoçar?!
Peguei minhas roupas e me lembrei que estavam totalmente molhadas. Bufei em frustração, sem saber o que fazer. continuava a me olhar com a expressão tão frustrada quanto a minha, mas havia aquele tesão mal resolvido misturado, o que me dava vontade de jogá-lo contra a parede e terminar o que tínhamos começado. Sua ereção estava duramente marcada pelo tecido fino da boxer e sua cabeça estava jogada para trás, enquanto sua mão direita acariciava o pau por cima da cueca.
– Senta na sala um pouco que eu já saio, mãe. – gritei, indo para a direção de . Ele me olhou com seus olhos famintos, o que só me deu mais determinação.
Afastei sua mão e me ajoelhei na sua frente. Vi os músculos maravilhosos de seu abdômen se contraírem quando ele percebeu o que eu estava prestes a fazer. Um alarme começou a apitar em sua cabeça, tão alto que eu podia quase ouvir. Sorri perversa com a ideia de preocupado com o que estávamos prestes a fazer.
, sua mãe... – ele sussurrou um pouco ofegante, porque eu estava dando beijos molhados em sua ereção pulsante por cima da cueca.
–Shhh. – eu o silenciei – Vai ser como na escola...
levou uma das mãos para a boca e o vi morder um de seus dedos, lembrando-se do que fazíamos; meus pais nunca gostaram muito de , então nós só pudemos assumir um namoro depois de um tempo e logo em seguida compramos um apartamento para dividir. Antes disso, tínhamos que nos contentar com momentos roubados durante as aulas e algumas noites que escapávamos ou um ia à casa do outro. É claro que uma hora isso deu errado e minha mãe descobriu, o que não melhorou a reputação de em seus conceitos.
Mordi o elástico da boxer e o trouxe para baixo, raspando meus dentes e meu nariz em seu pau no processo, ajudando com minhas mãos no final. Como estávamos com um pouco de pressa e já estava bem duro, não precisava de muitos estímulos. Apenas suguei a cabeça de seu pau, deixando minhas bochechas côncavas por alguns segundos, antes de finalmente soltar. Os olhos de se reviraram e ele enterrou uma mão em meus cabelos, me empurrando contra ele com firmeza. Peguei sua ereção nas mãos e comecei a masturbá-lo, enquanto minha boca se dedicava a chupar a parte que alcançava.
Sem eu perceber, soltei uma das mãos que estavam em e comecei a brincar com meu próprio clitóris, não aguentando o tesão que estava tão forte que chegava a confundir meus pensamentos.
Eu abafava meus gemidos no pênis de , causando vibrações em seu membro e fazendo-o estremecer. Mais rápido do que o normal, apertou meu couro cabeludo com mais força, me avisando que iria gozar. Apertei meu clitóris com mais força e senti o orgasmo me atingir no mesmo momento em que senti os jatos de sêmen caírem na minha boca.
Ofegantes, eu e nos encaramos. Ele me puxou para ficar de pé e me enrolou em uma das toalhas que estavam no banheiro. Com os olhos ainda brilhando e respirando pela boca, me prendeu perto de si e depositou um selinho desajeitado nos meus lábios, ficando ali por mais segundos do que o necessário. Depois, finalmente, me soltou.
– Esse foi o melhor banho que eu já tomei na vida. – sussurrou no meu ouvindo, me empurrando em direção à porta e me dando um tapinha na bunda.
Eu sorri de lado e arqueei uma sobrancelha.
– Espera só até os velhos estarem fora daqui.
sugou o ar por entre os dentes, de um modo barulhento, me fazendo soltar uma risadinha. Saí do banheiro e fechei a porta para que meus pais não o vissem.
Nós sempre fomos assim; divertidos, fazendo coisas que beiravam o perigoso, safados, transando em tudo quanto é canto, bobos, fazendo piada sobre tudo. Apesar de todas as brigas, valia a pena. Eu gostava de passar o tempo com ele, gostava de quanto nós brigávamos e depois fazíamos as pazes. Era como uma montanha russa, às vezes em cima, às vezes em baixo, mas sempre com a emoção da descida.
Eu amava com todas as minhas forças.
Mais tarde, meus pais pegaram saindo do banheiro e nós terminamos a noite com uma outra briga, porque eu sempre acabava defendendo meus pais quando dizia que minha mãe era uma louca exagerada – o que não era mentira. Eles sabiam que nós morávamos juntos, mas, mesmo assim, não aceitavam nosso namoro. Eu tinha convidado meus pais para o almoço porque pensei que seria uma ótima chance de tentar fazer se entrosar com eles, mas não adiantava. Eles nunca se dariam bem.
No fim, ele dormiu no sofá e o síndico ligou para reclamar do barulho e mandou o velho ir se foder, o que nos rendeu uma multa e mais uma briga. Estava ficando realmente difícil.
Fui dormir na nossa cama de casal que era estranhamente vazia sem . Deixei algumas lágrimas caírem, porque eu queria desesperadamente ir até a sala e perguntar se ele não queria ir dormir comigo, mas eu me recusava a ser a primeira a pedir desculpa. Ele estava errado e nós dois sabíamos disso.
A chuva que estava de manhã continuou até de noite, na hora que eu me deitei para dormir, o que me ajudou muito; eu adorava dormir com o barulho da chuva, tanto que tinha até um aplicativo no celular para dias que não estão chovendo. Quando eu vi, já era domingo de manhã e eu estava louca para ir beijar e dizer que eu o desculpava.
Mas ele já estava acordado. Estava deitado no sofá, usando apenas uma cueca e o lençol embolado em suas pernas; a televisão ligada em alguma série que ele estava ignorando, pois seu celular estava ocupando todo seu tempo. Só consegui ver a tela brilhante, onde ele estava entretido conversando com alguém. Uma risadinha escapou de seus lábios e enxerguei a foto de uma vagabunda ruiva da nossa classe. Eu preferia nem pronunciar o nome da fulana, porque ela dava em cima de desde que começamos a namorar.
Por que caralhos ele estava conversando com ela? Melhor ainda, como ela tinha o número dele?
– Por que você não chama ela pra vir morar com você, seu babaca? – perguntei para , fazendo-o dar um pulo e deixar o celular cair.
?
Bufei e revirei os olhos para como ele era patético.
!
– Não fala comigo, ! Não fala comigo!
Bati a porta do quarto de casal e liguei para meus reforços.

***


Saí de dentro do quarto exatamente às 11h30, montada em uma mini saia, uma regata, um blazer e um sapato de salto, todos de marca. Meu cabelo estava impecável, assim como minha maquiagem. continuava do mesmo jeito na sala, como se o tempo não tivesse passado desde hora que eu tinha visto-o conversando com uma vagabunda.
Passei por ele e peguei minhas chaves, me preparando para sair.
–Onde você vai? – ele perguntou. Reprimi um sorriso ao ouvir o tom de nojo e repulsa em sua voz.
– Vou almoçar com Ashley. – informei, olhando-me no espelho do corredor, fazendo sua fúria aumentar. odiava quando eu voltava a ser a princesinha mimada que eu era antes de nos conhecermos.
– Ah, mas não vai mesmo! Ashley é uma péssima influência e eu não gosto que você ande com ela.
Virei para ele, começando a gargalhar.
– E você vai decidir? – dei outra gargalhada. Era forçada, mas parecia genuína. Peguei meus óculos escuros e uma bolsa que combinava, jogando meu celular e minha carteira lá dentro – O dia que um homem decidir o que eu faço da vida, pode mandar chamar o necrotério, porque eu vou estar morta.
– Onde você vai almoçar?
– Ashley me contou que Nate está dando um almoço de caridade no Palace. Vai ser uma boa eu aparecer por lá.
– Nate? Nathan Helsey? Você não tá falando sério, ! Esse cara queria comer você na faculdade!
– Antes eu tivesse dado pra ele e não pra você que acha que manda em mim!
ficou me encarando, como se não acreditasse no que eu tinha acabado de falar.
– Vai se foder, .
– E terminamos a discussão de um modo bem maduro. A sua cara!
Sem esperar resposta, saí do apartamento, batendo a porta. Eu estava furiosa.
Ashley estava na porta do prédio, esperando por mim. Apesar da chuva do dia anterior, o sol estava iluminando Manhattan. Era um dia perfeito para uma festa na piscina na casa de Luke ou Ray, com bebidas caras e fotógrafos tirando fotos e mais fotos de todos nós, filhos de ricos e empresários. odiava tudo isso. Odiava a futilidade que esbanjavam nessas festas e o modo como gastávamos dinheiro sem se importar com o dia de amanhã. No meio de toda essa bagunça, me encontrou.
“– Então, ... Estão dizendo que Nate vai te pedir em namoro na festa de hoje. – Ashley comentou, bebendo pequenos goles de seu Martini. Eu sorri com a ideia.
– Primeiro eu preciso saber se ele sabe beijar. – respondi – Depois a gente pensa em namoro.
Nós rimos e logo Chelsea e Dakota se juntaram a nós. Estávamos na casa de Ray, em uma festa na piscina em sua casa de luxo. De noite, nós teríamos a festa de primavera, que era dada por mim, anualmente. Eu e Ashley adorávamos organizar festas, que sempre saíam nos jornais e faziam meu pai pensar que eu tinha algum dom administrativo para alguma coisa, mas, na verdade, era apenas meu dom de saber conquistar as pessoas com charme e beleza.
Nate estava maravilhoso com seu tanquinho. Ele era quarterback no time de futebol americano e seu pai era dono do Palace, o hotel mais caro de Manhattan. Não me contive quando ele me olhou da piscina, onde estava jogando vôlei com alguns amigos do time e acenou, dando um sorrisinho encantador só para mim. Todas as minhas amigas estavam morrendo de inveja.
Depois que trocamos algumas breves palavras e Nate me disse que iria para a minha festa, de noite, eu me despedi e fui para casa me arrumar. Ashley, Chelsea e Dakota me seguiram, como boas e fiéis amigas deveriam fazer. Eu tinha a vida perfeita que todos desejavam ter.
A não ser por uma coisa.”

– Graças a deus, você desceu! – Ashley disse, jogando as mãos para o céu. Revirei os olhos, porque ela era dramática demais e a abracei em seguida – Pensei que o seu traficantezinho não fosse te deixar sair.
– Ash! – repreendi – Tem mais de cinco anos que te falo pra não chamar assim.
– Ok, ok. Me desculpa. – Ashley murmurou, enquanto entrávamos na limusine. O chofer fechou a porta e luzes azuis e champanhe apareceram na nossa frente na mesma hora – Mas o que ele fez? Você só me liga quando ele faz merda.
O pior é que Ashley estava certa. Viver com era um desafio, fazendo estágios para conseguir pagar o aluguel e pedindo dinheiro emprestado para os pais, já que eu não gosto de contar com o dinheiro que garante ganhar em jogos de pôquer. Às vezes, eu precisava me lembrar de quem eu fui e voltar a ter um gostinho da vida fútil porque me dava nos nervos. Nós éramos diferentes demais.
– Ele me irrita. – respondi simplesmente; sabia que Ashley não ia perguntar por mais detalhes.
– Bom, ainda bem que você me ligou. Nate anda perguntando por você já tem um tempinho.
– Fala sério, Ash. Eu não tenho mais tempo pro Nate. A gente é amigo, mas eu tenho outra vida agora. Diferente de vocês, meus pais não vão me dar companhia nenhuma, até que eles morram.
– Você fala como se não pudesse simplesmente assumir o comando do hospital na área da direção ao invés de ter que ser uma médica de verdade.
– Eu gosto de poder salvar pessoas. Vou me especializar na área de pediatria. E você, dona Ash? Não vai fazer nada da vida?
– Como se eu precisasse!
Eu ri junto com ela, por motivos diferentes. Ash ria porque achava que sua vida era realmente boa; eu ria porque tinha pena dela.
Nate continuava lindo com seus cabelos loiros e olhos azuis, dessa vez com uma aparência mais madura, mas não era como . tinha uma cara mais sábia, se é que podemos usar essa palavra; Nate parecia apenas um garotinho que cresceu sem saber nada a respeito da vida. Mas isso não foi uma surpresa. Encontrar meus pais no almoço, também não.
O pai de Nate e o meu pai sempre viram futuro para nós para que eles pudessem unir os negócios de um modo mais simples; juntos, eu e Nate seríamos o casal mais rico dos Estados Unidos. Isso se eu não tivesse me apaixonado por outra pessoa.
“– Ai, meu deus! Quem chamou o traficante?
Virei para ver quem Dakota estava apontando, mas eu já desconfiava que estaria parado na minha sala de estar. Ele estava obviamente destoando, usando apenas um jeans surrado rasgado nos joelhos e uma camiseta preta, com uma xadrez por cima, totalmente suja de graxa. Mas que merda estava fazendo a essa hora da noite?
Mais importante, o que ele estava fazendo na minha casa?
– O que você quer aqui? – perguntei, tentando soar grossa, mas a verdade era que, por dentro, eu estava congelada.
Um sorriso de lado malicioso brotou nos lábios de . Por um momento, eu precisei olhar para baixo e me certificar que ainda estava vestida, pois seu olhar dizia exatamente o oposto.
– O que foi? – perguntei, cruzando os braços, sem perceber que isso só fazia meus seios ficarem maiores.
– Nada, princesinha. – ele se referia à minha tiara de coroa de princesa. Qual o problema em ser apaixonada por princesas? Ele pensava que podia zombar de mim por causa disso, mas estava enganado!
– Então... O que você veio fazer aqui?! – repeti a pergunta, dessa vez um pouco mais firme. O medo já tinha desaparecido, porque eu estava irritada demais. A presença de já era mais do que suficiente para isso.
– Você me deu dez dólares a mais da última vez. – ele informou. Meu rosto perdeu a cor, porque o sangue sumiu dali – Pensei que você gostaria de pegar de volta.
O sorriso sádico por me ver em pânico no rosto dele me deu coragem para puxá-lo para dentro do elevador. Apertei o botão de fechar a porta rapidamente, antes que alguém me visse com ele.
– Você está louco se pensa que pode vir até a minha casa pra falar sobre essas coisas comigo! Ainda mais em público!
bufou. Ele também não tinha muita paciência comigo.
– Tá, foda-se. – ele fez um gesto com a mão, mostrando que não estava interessado na minha revolta – Você vai querer o dinheiro ou a maconha?
Essa era uma decisão difícil.
Apertei o botão para o último andar, onde ficava a minha piscina e o bar a céu aberto. Ninguém ai até lá de noite, então nós poderíamos conversar com mais privacidade.
– Nossa. – comentou quando eu o puxei para fora do elevador. A piscina estava com as luzes acesas, o que lhe dava um brilho incomum e cor de rosa. Isso, mais a noite de lua cheia e estrelada, tornava a cobertura o lugar perfeito para ficar – Isso até me dá vontade de ficar rico.
– Uh. Boa sorte nisso vendendo drogas. – zombei, cruzando os braços e me apoiando no batente, olhando para os carros caros estacionados na frente do prédio.
– Drogas que você vive comprando, por sinal. – ele jogou na minha cara, tirando um cigarro do bolso – Se você quer saber, pagou meu aluguel esse mês.
– Seu aluguel? – perguntei, começando a ficar curiosa – Você mora sozinho?
acendeu o cigarro e eu o roubei, para que ele não se calasse. Eu estava curiosa e queria as respostas.
– Meus pais morreram quando eu era menor. Eu morava com o meu tio, mas eu vazei da casa dele.
– Por quê?
– Informação demais, .
Bufei, vendo-o tirar outro cigarro, já que eu tinha roubado o primeiro.
– Você é ridículo.
– Não sou eu que fico fumando baseado escondido.
tinha acabado de jogar na minha cara que eu fumava baseados. Escondida. Ele era um grande idiota.
– Cala a boca. Você não sabe de nada, ok?
– E você não vai me falar, imagino.
– Informação demais, .
Não consegui conter o sorrisinho por ter devolvido sua resposta.
Para minha surpresa, riu também.
– Você não é como as outras. – ele concluiu, de um modo filosófico – Suas amigas acéfalas fumam na frente de todo mundo, pra se mostrar, como se fosse algo super legal. Você fuma escondido. Por quê?
Eu suspirei e dei uma tragada profunda do cigarro, esperando a nicotina tomar conta do meu cérebro antes de responder.
– Eles já decidiram tudo, sabe? Até mesmo Nate. Meu pai quer que eu fique com Nate, porque aí ele vai fechar negócio com o pai dele e ampliar a companhia da família . Meu futuro se resume a ser sustentada por Nate, que será um grande empresário de hotéis enquanto eu vou assumir o comando do hospital do meu pai, com sorte. Mas eu sei que isso é muito improvável. O que vai acontecer é que eu vou virar a dama de companhia de Nate.
Ter sua vida inteira planejada era bem estranho. Nate era meu amigo havia um tempo, e me surpreendia muito meu pai ainda não ter me jogado pra cima dele. Mesmo que eu tentasse negar, por dentro, eu sabia que eu ficaria com Nate, moraria em uma suíte de luxo na cobertura do Palace e seria a senhora Helsey. Meus planos realmente não importavam, porque já estava tudo planejado.
Eu precisava ser um pouco mais ousada.
era uma má ideia. Seus lábios carnudos e cheios, decorados com uma argola no canto esquerdo era, definitivamente uma má ideia. Deus, meu pai me odiaria se me pegasse beijando .
Seus olhos castanhos estavam me fitando, esperando que eu continuasse a falar, mas eu esqueci totalmente qual era o assunto. Ele percebeu o meu olhar mudar e encarou meus lábios por milésimos de segundos, decidindo se era ou não uma boa ideia.
Eu não deixei que chegasse a uma conclusão.
Tirei o cigarro de seus lábios e substituí pelos meus. Antes que eu pudesse pensar, enfiei minha língua em sua boca e senti o gosto de tabaco se misturar em nosso paladar. Meu coração bateu mais forte, porque o tempo todo eu ficava imaginando alguém saindo do elevador e nos vendo, o que me dava uma euforia, um sentimento diferente, que me fazia querer pular de alegria, querer viver; pelas minhas próprias regras, como se eu pudesse largar tudo e fazer o que eu quisesse, sem ninguém para me impedir.
Era assim que era beijar .
Minhas mãos foram para sua nuca, enquanto as dele se prenderam na barra do meu vestidinho preto, fazendo cócegas nos lados das minhas coxas, fazendo minhas pernas se arrepiarem de cima a baixo. Sua boca sabia o que fazer, como se esse fosse seu único propósito, mesmo que estivesse hesitante. Meus motivos para beijá-lo eram totalmente egoístas e eu desconfiava de que sabia disso, mas ele era tão egoísta quanto eu e não me questionaria.
Estávamos quites.”.

! – Nate me cumprimentou com um beijo na bochecha. Sorri para ele, porque eu realmente fiquei desconfortável, mas não sabia como evitar a situação sem torná-la ainda pior – Pensei que você não fosse vir.
– Mas eu vim, não? – respondi, sorrindo de volta e aceitando a taça de champanhe que Nate me oferecia. Ele deu um beijo na bochecha de Ashley também, que aproveitou para correr e me deixar sozinha com Nate.
Eu estava fodida.
– Então, como está o ?
Sorri um pouco sem graça. tirava meu fôlego e minha paciência. Como explicar isso sem fazer parecer que eu estava em uma relação abusiva?
– Ele não pode vir. Está estudando. – menti. Nate não fazia faculdade, então não entenderia.
– Ah, sim! Vocês dois são pessoas estudadas agora! – ele brincou, levantando a taça. Ignorei o fato de que isso me deixou levemente irritada. Nós estudamos pra cacete enquanto ele não faz nada. Não conseguia ver os motivos para o deboche.
– Sim, é difícil, mas nós conseguimos!
– Por favor, . Você era bem inteligente na época da escola. Tenho certeza de que está se dando tão bem quanto agora, na faculdade. Minha irritação diminuiu ao ponto de se anular. Nate sempre sabia a coisa certa para dizer quando eu me irritava, diferente de , que costumava a colocar fogo na minha raiva.
– Obrigada, Nate. E a decoração está maravilhosa! – comentei, querendo mudar logo de assunto. Não queria falar de mim e dos meus estudos com .
– Não tanto quanto você.
Sorri de lado, um pouco mais confortável. Uma cantada barata. Tão típica de Nathan Helsey!
Logo Dakota e Chelsea chegaram, em suas limusines de luxo, junto com suas famílias. Fui obrigada a cumprimentar minha mãe, que não mencionou em nenhum momento, nem para perguntar o porquê de ele não estar no almoço, comigo. Ela pensava que estava me irritando, mas eu agradeci mentalmente. Eu não queria ter que contar para todos que nós tínhamos brigado mais uma vez.
Os fotógrafos estavam em todas as partes, tirando fotos para os principais noticiários e revistas de Nova York. O almoço da família Helsey, para a caridade. Depois tinha o leilão, onde todo o dinheiro arrecadado ia para crianças com câncer ou alguma outra instituição de crianças. Nate não estava envolvido – não se importava o bastante – para saber me explicar para onde o dinheiro estava indo.
, se importa em ir dar uma volta comigo?
O almoço tinha acabado há poucos minutos. Eu havia suportado uma conversa desagradável com a minha mãe sobre como a faculdade não era uma boa ideia e a cara de saco cheio do meu pai; ele não dava a mínima para o que eu faria da vida, contanto que o hospital acabasse nas minhas mãos. Ouvir a voz de Nate me chamando para dar uma volta era quase como ouvir Deus me chamando para conhecer o Paraíso.document.write(Harry) ainda não havia me ligado.
É claro que minha mãe não deixou a chance de puxar o saco de Nate passar.
– Estávamos falando desse evento maravilhoso exatamente agora, querido. – minha mãe comentou quando eu estava levantando.
– Obrigado, senhora . Fico imensamente feliz que esteja apreciando.
E aí Nate lançou um sorriso de 220 watts pra minha mãe e eu pensei que a velha fosse desmaiar.
Tão patético.
– Você queria dar uma volta... – lembrei, para que eu não fosse mais obrigada a presenciar aquela merda.
– Isso. Nos jardins. Sei como você adora as flores.
– Muito atencioso da sua parte, Nathan. – uma observação da senhora .
– Faço o melhor, senhora .
– E eu quero muito ver o jardim! – interrompi outra vez, agora puxando Nate. Eu não iria aguentar mais um segundo daquilo.
Nate riu e me deu o braço, que eu aceitei um pouco receosa. Trocamos algumas palavras amenas até o jardim, que estava florido e bem podado. Ficava nos fundos do Palace, perto do restaurante, onde estava acontecendo o almoço. Ele me levou até um banco que ficava no meio de várias flores e nos sentamos lá.
E eu me senti perfeitamente bem.
– É muito bonito aqui. – comentei, sem saber o que falar. Eu não ficava sem palavras tão fácil, mas aquela era uma situação nova.
... – Nate pronunciou meu nome como se fosse algo difícil de se fazer. Nesse momento, eu percebi que algo estava errado.
– O que foi, Nate? Está tudo bem?
– Não, . Não está tudo bem.
– Eu fiz alguma coisa? – perguntei, receosa. Eu passava tempo demais com , havia a possibilidade de ele ter me estragado e tirado o respeito que eu tinha.
– Não. Você não fez nada. Eu não me sinto bem falando isso...
Não disse nada, esperando que ele continuasse a falar.
– É que sinto que estou invadindo seu espaço, mas é algo que preciso falar. – ele esperou que eu assentisse, e continuou a falar quando eu o fiz – É sobre sua relação com . Eu sei que não tem nada a ver comigo e que você gosta dele, mas eu também gosto de você, . Você sabe disso. Sabe que sou apaixonado por você desde que tínhamos 16 anos. E não faz bem pra você. Quando está com ele, você briga com a sua mãe, se afasta de todos nós.
– Nate...
– Não, por favor, me escuta. Eu sei que estou sendo intrometido, mas me preocupo com você. Quantas vezes não ouvi Ashley falando que você ligou para ela, chorando, por causa de ? Inúmeras, , inúmeras. Eu me importo com você, com o seu futuro. Eu te apoiaria na faculdade, se é isso que te deixa com um pé atrás em relação à mim. Eu não quero que você continue em uma relação assim... Não é saudável, sabe?
Eu não sabia se estava com raiva ou se estava com pena de Nate. Eu simplesmente não aceitava que ele me falasse essas coisas e era ridículo que ele tentasse me fazer mudar de ideia em relação a , por mais nervosa que eu estivesse. Eu amava .
– Nate, não quero que você se meta na minha relação com o , por favor. Se você quer que eu mantenha o sentimento de amizade que tenho por você, não diga mais uma palavra.
Levantei do banco e comecei a me afastar. Eu precisava voltar para .
– Ele ainda não te ligou, não é?
Nate havia gritado aquilo antes que eu pudesse me afastar o suficiente para não ouvi-lo. Eu não tinha checado meu telefone, mas sabia que não tinha nenhuma ligação perdida.
Parei de andar, porque Nate estava certo.
, eu não faria isso com você
Nate estava perigosamente perto. Suas pernas eram longas e ele conseguiu me alcançar com poucos passos.
– Eu te trataria bem melhor. Eu não faria você chorar. Você não está cansada de chorar? Sei que você vai dormir chorando, . Você acha que te ama, mas, se te amasse mesmo, te faria sofrer tanto? Tiraria você de perto dos seus amigos? Você teve que mudar para ficar com ele, porque ele não podia aguentar quem você era. Por que continua com uma pessoa assim?
Meus olhos se encheram de lágrimas. Sim, eu estava cansada de chorar. Eu estava cansada de duvidar do amor de . Do mesmo jeito que ele podia consertar meu coração, ele era o único que podia parti-lo em incontáveis partes. E cada vez que fazia isso, doía como o inferno.
Com Nate seria tudo tão mais fácil... Ele me amaria, nós teríamos uma vida fantástica. Eu poderia fazer o que meus pais querem por um tempo e então me libertar. Pegar uma parte do dinheiro e viajar pelo mundo, como eu queria. Ir para a África, para ajudar as crianças, ou então algo assim. Nate não me prenderia. E a melhor parte: não me faria sofrer.
Puxei Nate pelo colarinho e o beijei, sem cerimônias. Eu precisava testar uma coisa.
Quando nossas bocas colidiram, eu não senti nada. Não senti nem mesmo uma faísca, ou um brilho, que fosse. Era tão diferente da sensação de se sentir viva que eu conseguia apenas sentir quando estava com . Ele estava no ambiente e o sentimento já se instalava no meu peito. me dava coragem para ser ousada e fazer o que quer que eu quisesse fazer, enquanto Nate me dava confiança e uma bolha de proteção.
Soltei Nate.
– Me desculpe. – murmurei.
E então saí correndo o mais rápido possível.

***


! – gritei, ao entrar no apartamento. Havia entusiasmo e euforia na minha voz, porque eu tinha corrido as escadas, sem paciência para o elevador.
E a decepção me atingiu quando eu entrei em casa.
Estava tudo destruído.
As fotos na estante estavam todas caídas, porque tinha jogado no chão cada uma delas. O sofá estava virado e a televisão estava no chão, com cacos de vidro ao redor. Senti uma fisgada no pé e percebi que haviam pedaços da nossa louça no chão, em cacos também. Um deles tinha acabado de entrar no meu pé. Tirei o pedaço de vidro e, nas pontas dos pés, voltei para a entrada do apartamento, para calçar meus sapatos.
– O que você fez? – eu perguntei, meio gritando, meio chocada. A casa nunca estivera tão bagunçada. Os armários da cozinha estavam todos caídos, porque ele havia jogado tudo no chão.
Encontrei o taco de beisebol que ajudou a destruir a casa na porta do nosso quarto, onde também encontrei .
– Que porra é essa, ?!
Ele estava na ponta da cama, sentado. Seu rosto estava enterrado em suas mãos e chorava convulsivamente.
– Eu não aguento mais, . Não aguento mais.
– Não aguenta mais o quê?! Ficar nervoso e destruir a nossa casa?! Bom, tenho uma dica pra você: aprenda a se controlar! – gritei, batendo a mão na parede com toda minha força. Se eu não estivesse com tanta raiva, teria sentido dor, com toda a certeza.
– Você foi ver a porra do Nathan Helsey e quer que eu fique calmo?!
– Você pode falar com qualquer vadia no telefone, o tempo todo, e eu não posso ir no almoço beneficente do meu amigo de escola?!
– Amigo que queria foder você!
– Não fale de mim como se eu fosse uma prostituta, ! Eu só fui almoçar! Você não tem o menor direito de destruir a nossa casa por causa disso!
– VOCÊ FOI ALMOÇAR COM A PORRA DO NATHAN HELSEY!
– E VOCÊ TROCA MENSAGEM O DIA INTEIRO COM A PORRA DA VADIA RUIVA!
– Se te incomoda tanto, por que você não pega suas coisas e some daqui?!
Engoli em seco, pensando por dois segundos. Minha decisão estava tomada.
– Ótimo. Venho buscar minhas coisas amanhã.
E, dizendo isso, eu peguei minha bolsa e saí do apartamento, sem olhar para trás. Desci as escadas correndo e parei no beco, onde eu tinha alcançado da última vez.
Era a vez dele. Ele precisava descer atrás de mim. Ele precisava pedir desculpas... Deus, eu queria muito que ele aparecesse e pedisse desculpas...
!
Soltei a respiração que eu tinha prendido.
apareceu na porta de saída e me puxou para seus braços, me dando um beijo na mesma hora. Quando nos separamos, ele pediu desculpas por exagerar. E eu disse que ia tentar melhorar o ciúmes. Nos beijamos mais uma vez e fomos para o estacionamento, onde pegou o carro e fomos passar a noite em um hotel. Eu ia ligar para alguém ir limpar nosso apartamento e voltaríamos no outro dia. Perder a segunda-feira de aula também não parecia má ideia.
Ficar com nunca parecia má ideia.

***


? – chamei. Achei estranho, porque a casa estava toda escura.
Era quarta-feira e eu tinha uma aula a mais que . Tive que ir para a biblioteca do campus terminar uma redação, porque eu realmente não conseguia fazer trabalhos em casa e me disse que ia ir adiantando o jantar.
Mas ele claramente não estava em casa.
Acendi as luzes e comprovei que não tinha ninguém em casa. Meu celular já estava na minha mão para ver se ele não tinha deixado nenhuma mensagem avisando onde estaria quando vi algo em cima do balcão da cozinha.
Era um post-it. E uma revista de fofocas.
nunca lia revistas, principalmente a de fofocas.
O post-it tinha o número 49 escrito, então eu abri nessa página, totalmente curiosa.
O pânico me atingiu quando eu vi uma foto minha e de Nate na página. Eu estava segurando sua camisa e nossas bocas estavam unidas. “Novo casal milionário!”, dizia o título. E então uma descrição completa do almoço, junto com uma descrição mal feita e incompleta sobre o que tinha acontecido no jardim.
– Não. Por favor, não.
Corri para o closet, só para encontrá-lo parcialmente vazio. No quarto, tudo que era de havia sumido.
Peguei meu telefone que eu havia deixado na cozinha, já totalmente desesperada. Disquei o número que eu conhecia de cor, só para ouvir que estava indisponível. Ele tinha me bloqueado.
Sentei no meio da cozinha e chorei com toda a força dos meus pulmões.
Por mais que eu e já tivéssemos feito mal um ao outro, nunca tínhamos traído. Traição não era algo que perdoaríamos e eu estava tão alterada no domingo que nem pensei nisso quando beijei Nate. Na verdade, eu via aquilo mais como uma prova: se eu sentisse algo, deixaria ; se nada acontecesse, eu mandaria todo mundo para o inferno e ficaria com o homem que eu amo.
Agora, eu não tinha nenhum dos dois.


10 ANOS DEPOIS

Acordei com um pulo. Meu beep soou e eu odiava aquele barulho, porque ele insistia em tocar nas minhas noites de folga. Isso só podia significar duas coisas: plantonistas com dúvida ou casos de emergência. Na maioria das vezes, era a primeira opção.
– Sim? – atendi, a voz mole de sono. Olhei no meu telefone e eram exatamente 3h00 da manhã.
– Doutora , temos um caso de emergência na ala 3. Beep. Troquei de roupa o mais rápido que pude e coloquei um chiclete de menta na boca. Não tinha tempo de escovar os dentes ou pentear o cabelo, o que me fez prendê-lo com um elástico. Minhas olheiras profundas já não me incomodavam mais e Dinah, minha gata – que tem esse nome por causa da gatinha de Alice em Alice no País das Maravilhas – resmungou quando eu saí correndo pelo apartamento. Peguei o necessário e coloquei nos bolsos do jaleco, que eu vesti em casa mesmo. Eu tinha sido bem clara: me chamar apenas em casos extremamente emergenciais. Se estavam me ligando, era porque era realmente importante.
No hospital, me dirigi à ala 3. Estava mais vazio que o de costume, mas eu não parei para reparar no volume de pacientes, apenas segui para a sala de emergências.
– Qual o problema? – perguntei para Phoebe, a enfermeira chefe. Ela estava checando uma lista em seu iPad e tinha uma expressão de pânico no rosto, o que éramos treinados para nunca ter.
– Temos uma criança com hemorragia. Ela perdeu muito sangue.
– E vocês não conseguem cauterizar um sangramento e repor sangue sem a minha ajuda? – resmunguei. Eu não tirava férias haviam 3 anos e estava mesmo precisando de uma noite de sono.
– Esse é o problema, doutora. Estamos sem A+.
– Já checaram o banco de sangue? – perguntei, começando a me dirigir para a sala de operações.
– Já sim. Tentamos a Cruz Vermelha, mas parece que ninguém atende.
Senti a raiva crescer dentro de mim e começar a sair em minha voz.
– Como assim um hospital está sem bolsa de sangue?! Mas que merda está acontecendo aqui?! Cadê o plantonista que deveria estar no meu lugar?!
– Ele foi tentar encontrar o sangue...
– Puta que pariu, Phoebe! Puta que pariu! Cadê a criança?
– No ambulatório.
– Chame Meredith e Jordan para me ajudar, sim?
Phoebe assentiu e chamou-os com seu beep.
Caminhei a passos largos até o ambulatório, com Phoebe atrás. A minha vontade era de bater nela, mas eu estava me segurando.
E aí eu entrei no ambulatório. Havia um homem de camisa e calça social segurando a mão de uma criança que eu não consegui definir o gênero por causa do lençol branco que estava cobrindo-a. A prancheta com as informações dela estava na ponta da maca da criança, e eu a peguei para poder entender um pouco melhor o caso, já que Phoebe não tinha a capacidade de me explicar.
Meu coração começou a bater mais rápido quando vi que era uma criança hemofílica.
– Deus, Phoebe. Essa criança precisa de uma transfusão de sangue agora. Perdeu sangue demais. E precisamos estancar o sangue urgentemente. Como vocês não viram isso?!
Nem mesmo tomei o cuidado de não gritar perto do pai e do garotinho, que eu descobri que se chamava Kyle .
Os olhos castanhos me encararam e eu não pude acreditar.
?
Oh, eu reconheceria aqueles olhos em qualquer lugar, mesmo após 10 anos sem vê-los.
?
Meredith e Jordan entraram no ambulatório, fazendo-me sair do transe.
– Estamos aqui, doutora.
– Jordan, precisamos de sangue A+.
– Já te avisaram da falta no estoque? – ele perguntou, fazendo uma voz tão indignada quanto a minha quando fiquei sabendo – Esses incompetentes... O pai não pode doar o sangue?
– Estamos com uma criança hemofílica. – informei-lhes.
– Você pode cauterizar enquanto recolhemos o sangue. – sugeriu Meredith.
Assenti, concordando.
– Sua mulher pode doar o sangue? – perguntei para , a voz tremendo um pouco. Eu sabia que ele era O+ por causa da faculdade de medicina.
– Sou viúvo. – informou – Não tenho quem possa doar.
Senti o pânico em suas palavras, tão comum quando éramos menores...
E eu não devia estar divagando nesse momento.
– Eu posso doar. Eu sou O-. – resolvi. Nós precisávamos de uma solução rápida – Meredith, você vai fazer o curativo. Jordan, você vai ser o instrumentista.
Eles assentiram.
Esqueci por um minuto e me aproximei da criança, para poder ver o machucado. Era um menino que – vi em sua ficha – tinha 2 anos. Os olhos eram castanhos como os de e ele também tinha seu nariz pontudo. Estava quase desmaiando e eu vi o curativo feito às pressas em seu joelho.
– Ele não conseguia dormir e caiu do berço. Deixei a grade abaixada.
Olhei para que parecia desolado. Seu rosto estava muito mais maduro e com expressões de cansaço, mas ainda era ele.
– Vai ficar tudo bem. – prometi, colocando uma mão em seu ombro. O contato foi mais elétrico do que reconfortante e eu retirei a mão rápido demais.
Meredith e Jordan levaram o menininho para tomar alguns pontos no joelho. Ele devia ter pulado do berço e caído de mal jeito, o que lhe dava um possível sangramento interno por causa da hemofilia. A transfusão ajudaria com o sangue perdido e a cauterização ajudava a controlar qualquer sangramento interno.
Agora eu precisava saber o que fazer para controlar meu coração que estava disparado.
Em três horas, estava tudo resolvido. O pequeno Kyle tinha ganhado alguns pontinhos no joelho, mas iria sobreviver. Meu sangue que não via álcool e nicotina há anos era perfeito para ele, o que lhe rendeu apenas uma noite no hospital, junto com o pai. Depois de tudo, eu fui visitá-los e o pequeno já estava até sorrindo. Levei um palito doce para ele.
Bati na porta do quarto, esperando que abrisse a porta.
– Posso entrar? Quero ver como Kyle está.
– Claro. Ele ainda não dormiu. – Olá, Kyle. – cumprimentei-o, sentando na ponta da cama e tirando o palito doce do bolso do jaleco. Ele tirou a chupeta da boca e sorriu para mim – Eu trouxe isso pra você porque fiquei sabendo que você foi um menino muito forte hoje.
Receoso, ele pegou o palito da minha mão, o pequeno sorriso ainda na boca.
– Como se diz, Kyle? – perguntou, sentando-se na poltrona ao lado da cama de Kyle.
– Obrigado. – murmurou, tímido.
– Por nada, campeão. Você merece.
Kyle sorriu e tirou o palito de dentro do saquinho plástico, colocando-o dentro da boca logo em seguida.
– Eu posso tirar isso do meu braço? – ele perguntou, se referindo à agulha conectada em sua veia, só por precaução – Está me incomodando e eu não vou conseguir dormir.
– Não, Kyle. Eu já te disse isso. – respondeu, de modo um pouco repreensivo.
Mordi os lábios, realmente considerando a ideia.
– Eu vou tirar, mas não devia. Esse tubinho na sua veia ajuda a te medicar mais rápido e eu posso precisar colocar de novo. Mas não acredito que vá ser necessário.
Ele assentiu, parecendo mais empolgado. Sorri, sem acreditar no que estava fazendo.
Removi cuidadosamente os tubos e coloquei um curativo em seu braço, para evitar que sangre. Por ser hemofílico, coloquei dois, só para garantir.
– Pode tentar não mexer muito o braço, por favor?
– Sim. Obrigado.
Kyle era a criança mais adorável que eu já tinha conhecido. Afofei o travesseiro e o cobri com uma manta mais quente, que peguei no guarda-roupas do quarto. A cama de acompanhante estava arrumada e eu tinha certeza de que iria deixá-la exatamente daquele jeito e dormiria no sofá, ao lado de Kyle.
– Se precisarem de qualquer coisa, é só me chamar. – informei, antes de sair do quarto.
– Espere!
me parou um pouco antes de eu sair. Parei na porta, esperando que ele me pedisse algo.
– Posso trocar algumas palavras com você lá fora?
– Claro.
– Eu queria te agradecer pelo sangue e por tudo... Me disseram que só tinha plantonista às 3h da manhã...
– Está tudo bem, senhor . Eu sou uma médica e...
– Não me chame assim, por favor.
– E como quer ser chamado?
. Você ainda se lembra de mim, não lembra?

He is sensible and so incredible
All my single friends are jealous
He says everything I need to hear
And it’s like I couldn’t ask for anything better
He opens up my door and I get into his car
And he says you look beautiful tonight
And I feelperfectly fine


“– Meu Deus, ! Acho que todo mundo aqui mataria para ser você! – comento Chelsea, olhando para a entrada do salão.
– É, até sua mãe está azarando seu noivo...
As garotas riram e eu me virei para encontrar Nathan Helsey entrando no salão de festas do Palace, onde estávamos dando nossa festa de noivado. Toda a elite de Manhattan estava lá e eu estava usando um vestido vermelho longo maravilhoso, que tinha custado mais do que o meu antigo apartamento. Nate entrou e sorriu diretamente para mim, perfeitamente vestido em um smoking Armani, seus dentes brilhando, porque ele tinha feito clareamento esses dias.No final de semana passado, tinha sido o meu baile de formatura e além de um anel, eu tinha ganhado um pedido de casamento, que eu aceitei com um enorme sorriso.”

But I miss screaming and fighting and kissing in the rain
And it’s 2am and now I’m cursing your name
You’re so in love that you act insane
And that’s the way I loved you
Breakin’ down and coming undone
It’s a roller coaster kinda rush
And I never knew I could feel that much
And that’s the way I loved you



“– Eu odeio ele, Ash! Odeio muito! Ah, meu deus, como ele pode ter feito isso comigo?!
– Calma, ! São 2 horas da manhã e...
– E você não vai fazer porra nenhuma amanhã, porque você vive do dinheiro dos seus pais!
– Ouch. Sei que está nervosa, mas não precisa ser tão vaca.
– Vai se foder.
Desliguei o telefone porque Ashley não estava ajudando. Eu precisava de . Porque tinha me machucado de novo. Fazia uma semana que nós não olhávamos um na cara do outro e ele apareceu na faculdade com a vadia ruiva. Ele teve a coragem de olhar pra minha cara e beijar ela, como se eu não soubesse que era tudo um teatro. Eu o odiava. Odiava muito.
Mas se ele queria uma guerra, eu sabia usar armas.
Disquei o número de Nate, não me importando com as horas. Eu sabia que ele – assim como Ashley – não iria fazer merda nenhuma além de dormir e gastar dinheiro no dia seguinte.”

He respects my space and never makes me wait
And he calls exactly when he says he will
He’s close to my mother, talks business with my father
He’s charming and endearing and I’m comfortable


“– Então, negócio fechado!
O senhor e a senhora Helsey comemoraram, assim como meus pais. Eles pareciam crianças no Natal e eu e Nate éramos as pessoas mais ricas da América. Nate passou quase uma hora falando com meu pai sobre a empresa e eu aguentei uma conversa com a minha querida sogrinha sobre como Nate gostava de mulheres pontuais e que sabiam cozinhar.
Como se eu desse a mínima.
Quando reclamei para Nate, mais tarde, ele não começou uma briga. Ele apenas me abraçou e pediu desculpas pelo comportamento da mãe. Prometeu cozinhar algo delicioso para mim quando chegássemos em casa e cumpriu. Nós terminamos a noite juntos, e eu jurava que estava amando-o.”


But I miss screaming and fighting and kissing in the rain
And it’s 2am and now I’m cursing your name And that’s the way I loved you
Breakin’ down and coming undone
It’s a roller coaster kinda rush
And I never knew I could feel that much
And that’s the way I loved you



“– Eu odeio eles, ! Odeio muito!
, você sempre odeia muito alguém. Relaxa um pouco, pega um baseado, e me explica o que aconteceu.
– Minha mãe não quer que eu faça a faculdade. Ela disse que não vai pagar. Eu fui checar minha conta, e ela mandou congelar, ! O que eu vou fazer?! Preciso mandar uma resposta e um cheque pra alguma universidade em menos de uma semana.
Comecei a chorar, porque eu não sabia mais o que fazer e a maconha não estava resolvendo nada.
Eu reclamei por mais alguns minutos. ouviu em silêncio, tentando me entender. Já estava prestes a gritar com ele, dizer que ele não prestava atenção em mim, quando se pronunciou.
– Eu posso te ajudar, .
– Como?
– Eu tenho um dinheiro guardado. Consigo pagar a primeira parcela da sua faculdade. Acha que consegue descongelar sua conta em pouco tempo?
– Você não tá falando sério... Quer dizer, não posso deixar você pagar a minha faculdade, ...
– Eu faria isso por você, . Eu amo você. Amo pra cacete. Pagar uma faculdade pra você não é nada em comparação ao que eu faria. Você vai ser uma médica maravilhosa e você precisa de tempo. Com a sua família, consegue entrar em qualquer faculdade. Faça isso, e eu vou torcer por você.”


He can’t see the smile I’m faking
And my heart’s not breaking
‘Cause I’m not feeling anything at all
And you were wild and crazy
Just so frustrating
Intoxicating complicated
Got away by some mistake and now…


?
Olhei para ele. Memórias que eu tentava tanto reprimir voltaram para mim em um turbilhão. Os papéis do divórcio que eu assinei há um ano eram meus melhores amigos, porque representavam minha liberdade. Eu havia me libertado de todo o meu passado, menos uma parte.
– Desculpe, eu fiquei um pouco nostálgica. Eu não te vejo há...
– 10 anos.
– Isso.
Nos encaramos, sem saber o que fazer.
– Você... Está com fome, ? A lanchonete acabou de abrir, acho que podemos comer alguma coisa...
– Não, um lanche seria perfeito. Acho que Kyle já dormiu, mesmo. Nós sorrimos um para o outro, receosos, mas com esperança.


I’ll miss screaming and fighting and kissing in the rain
It’s 2am and I’m cursing your name
I’m so in love that I acted insane
And that’s the way I loved you
Breakin’ down and coming undone
It’s a roller coaster kinda rush
And I never knew I could feel that much
And that’s the way I loved you



é o homem que mudou minha vida, desde que eu tinha 15. Ele me ensinou que amar alguém não é apenas o sentimento de conforto. É o sentimento de estar viva, de querer viver por esse amor. É a coragem de fazer o que você quer e não aceitar que ninguém viva sua vida por você. Amar alguém é dar o seu coração na mão de outro, sabendo que a mesma pessoa que pode parti-lo é o único que pode consertá-lo e confiar que vai ficar tudo bem. Bom, me ensinou que às vezes não fica. Às vezes você dá um tempo, porque o amor te faz fazer coisas insanas e você precisa relaxar e se encontrar. me ensinou que, para construir uma vida com alguém, primeiro, eu preciso construir a minha própria. me fez querer viver. E eu sou eternamente grata por poder passar o resto dos meus dias com esse homem maravilhoso que ele é. , meu amor, eu amo você.
Todos aplaudiram e comemoraram. sorriu para mim e beijou minhas mãos.
– Eu nunca vou conseguir fazer um discurso maravilhoso como esse que acabou de fazer, mas que fique claro que eu a amo muito. Obrigado.
Eu ri, porque não mudava nunca. Unimos nossa boca em um selinho delicado, para selar nossos votos de amor.
– Ai, vô, o senhor é péssimo. – comentou América, abraçando eu e ao mesmo tempo – Se eu fosse a vovó, já tinha te dado uns tapas, aqui mesmo.
– Ah, menina... Se fosse outra época...
Meri riu e deixou que nossos outros netos viessem nos abraçar. Estávamos comemorando nosso aniversário de casamento e todos estavam presentes. Nossos filhos, Kyle, Logan e Wendy nos abraçaram e não deixaram que bebêssemos muito vinho; nossos netos, Meri, Patrick, Evan, Lana, August, Rose e o pequeno David, ajudaram a trazer a garrafa escondido.
Horas depois, a festa finalmente acabou e todos foram para casa. Eu e nos sentamos na sala de jantar, para bebermos uma taça de vinho sozinhos, antes de irmos dormir.
– Você viu o namorado da Rose? – perguntou, fazendo careta – Parece ser um encrenqueiro.
– Você não tem direito de reclamar de encrenqueiros, . – o lembrei, dando um gole no vinho.
– Oh, eu sabia que você ia defender a menina. – ele retrucou, revirando os olhos – Me disseram que você tem uma queda por encrenqueiros, senhora .
Eu ri, porque continuava o mesmo, mesmo com quase 80 anos.
E eu o amava desde de sempre, para sempre.




Fim.



Nota da autora: E chegamos ao fim de mais um ficstape! o/
Essa fic foi muito boa de escrever e eu acabei me apaixonando por cada linha! É bem adolescente, apesar de os PP’s terem, no mínimo, 23 anos! Sim, me inspirei um pouco em Gossip Girl, porque é o seriado que estou (re)assistindo no momento. Esse e AHS, mas isso é pra outro ficstape, hahaha!
Enfim, esperando que tenham gostado dessa fic que comecei a escrever em 2012 e resolvi terminar para postar aqui! Não se esqueçam de deixar um comentário aqui e ler as outras fics maravilhosas desse ficstape, ok?
Beijos,
Bruna Tak!



Nota da Scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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