Prólogo
“Sim, sim, sim, sim
Deixe- me ver suas mãos para cima…”
As festas de boas vindas são todas muito divertidas, exceto se você for novato. Porque apesar de ser uma festa para animar as voltas aulas, é uma festa feita pelos veteranos e muitas vezes para os veteranos. É onde muitos deles vão para se reafirmar na pirâmide de hierarquia ou como muitos preferem chamar “cadeia alimentar”.
percebeu isso mais rápido do que a cerveja demorou para acabar nas primeiras horas da festa. As aulas começavam na semana seguinte e queria estar em Nova York curtindo os últimos dias de férias e despedindo- se dos seus amigos e do seu quarto, já que com a mudança não terá um só pra ela.
- ! - alguém a desperta de seus pensamentos.
- O-oi.- responde sendo transportada de volta a realidade.
- Lembra de mim? Sou a Stacy, da casa ao lado a sua, brincávamos juntas quando pequenas.- Stacy diz sorridente. Estava bem animada em reencontrar . Ela era alta, tinha os cabelos cacheados e escuros, bastante modelados, parecia que seus cachos foram esculpidos de tão bem alinhados, sua pele negra destacava bastante a cor quase âmbar dos seus olhos. Ela era linda e estava maravilhosa no seu vestido de rendinha que ia até as coxas.
- Lembro sim, brincávamos bastante. Você não está muito diferente, apesar de mais bonita.- fica mais confortável e relaxada. Ter uma pessoa conhecida por perto é bem melhor.
- Veio com alguém? Eu estou com alguns amigos, você pode ficar com a gente.
- Eu vim sozinha, cheguei hoje de viagem. me mandou o convite com o endereço da festa por e-mail.
- Aah, por e-mail? Então você é um caso raro, a entrega todos os convites pessoalmente.- Stacy se aproxima para falar mais baixo a última parte.
- Então eu acho que isso pode ter influência do meu pai.
- Como assim? - Stacy pergunta confusa.
- Meu pai casou com a mãe dela no verão passado. Agora somos irmãs.- sorri irônica.
- Como ela não me disse?
- Talvez já esteja protestando contra mim. Agora me diz, como ela é? - pergunta curiosa.
- Ela só é a veterana mais popular e venerada, inclusive é ela quem organiza as festas desde o início do colegial.
- Então ela é a queridinha. Por que ela faz isso?
- Isso o quê? As festas? - Stacy pergunta em tom óbvio.
- Não, Tacy, a entrega pessoalmente.
- Segundo ela, para controlar a qualidade.- Stacy revira os olhos.- Vamos?
- Vamos.
O laço de amizade que as duas tinham era evidente, parecia que o tempo não tinha passado.
*
“Sim, sim, sim, sim Deixe- me ver suas mãos para cima Sim, sim, sim, sim...”
A música tocava alta e a pouca iluminação fazia com que mexesse o corpo sem nenhum pudor. Depois de alguns drinks era fácil interagir em meio a tanta gente desconhecida. Então hora dançava com Stacy e os amigos, hora bebia uma mistura colorida que alguém na rodinha havia lhe dado. Ela estava fervendo por dentro, passando as mãos sensualmente no quadril e seios, coisa que não faria em sã consciência nem que a pagassem. O ritmo da música mudou para um mais lento, mas sem deixar de ser sensual e foi nesse momento que notou um olhar nada discreto sobre si e o correspondeu. O rapaz que a olhava estava com uma jaqueta do time de futebol, super clichê, e nada mais clichê ainda se ela continuasse a provocar ele, sorriu com esse pensamento e foi na direção dele, que ao notar ficou sem reação, ela o puxou pela mão e o levou para o meio da pista onde colocou os braços ao redor do pescoço dele e deitou sua cabeça em seu ombro, ela estava fora de si, ou queria pensar que estava para que assim pudesse ter coragem de continuar com aquilo. Ele não recuou, estava encantado por ela desde o momento em que ela chegou na festa, sozinha e curiosa, e ficou observando meio assustada o desafio de boas vindas que os veteranos faziam, depois ele a acompanhou ir para o grupo de Stacy e dançar sensualmente, fazendo com que ele desejasse ainda mais colocar as mãos no seu corpo e beijá-la. A música lenta terminou e deu lugar a outra muito agitada, mas ainda continuava abraçada ao rapaz que puxou para dançar sem nem saber quem era. Depois de alguns minutos ambos se afastaram e entrelaçaram as mãos como se já tivessem feito isso milhares de vezes, como se seus pensamentos estivessem interligados e se dirigiram para os fundos da casa onde ficava a piscina e a sauna. O lugar escolhido foi a sauna, por ser o lugar mais afastado e estar sem ninguém, ao contrário da piscina que estava cheia de jovens e alguns casais mais afastados fazendo o que eles iriam fazer. Eles atravessaram o pequeno jardim até a sauna de mãos dadas como saíram da casa, abriram e entraram se trancando logo em seguida, estava mais sóbria do que na pista de dança, mas continuava sensual e desinibida, o que a ajudou a não perder tempo e beijar o rapaz desconhecido, tirando sua jaqueta logo em seguida e fincar suas unhas no braços recém-expostos dele o levando a apertar a sua cintura.
“Sim, sim, sim, sim Deixe- me ver suas mãos para cima Sim, sim, sim, sim…”
Os beijos iam ficando intensos a cada minuto deixando ambos sem fôlego. tirou a sua própria blusa num ato rápido e em seguida sua calça, incentivando o rapaz a acompanhar seu gesto e fazer a mesma coisa com suas roupas, colando seus corpos logo depois dando início a uma explosão de paixão, desejo e prazer.
Deixe- me ver suas mãos para cima…”
As festas de boas vindas são todas muito divertidas, exceto se você for novato. Porque apesar de ser uma festa para animar as voltas aulas, é uma festa feita pelos veteranos e muitas vezes para os veteranos. É onde muitos deles vão para se reafirmar na pirâmide de hierarquia ou como muitos preferem chamar “cadeia alimentar”.
percebeu isso mais rápido do que a cerveja demorou para acabar nas primeiras horas da festa. As aulas começavam na semana seguinte e queria estar em Nova York curtindo os últimos dias de férias e despedindo- se dos seus amigos e do seu quarto, já que com a mudança não terá um só pra ela.
- ! - alguém a desperta de seus pensamentos.
- O-oi.- responde sendo transportada de volta a realidade.
- Lembra de mim? Sou a Stacy, da casa ao lado a sua, brincávamos juntas quando pequenas.- Stacy diz sorridente. Estava bem animada em reencontrar . Ela era alta, tinha os cabelos cacheados e escuros, bastante modelados, parecia que seus cachos foram esculpidos de tão bem alinhados, sua pele negra destacava bastante a cor quase âmbar dos seus olhos. Ela era linda e estava maravilhosa no seu vestido de rendinha que ia até as coxas.
- Lembro sim, brincávamos bastante. Você não está muito diferente, apesar de mais bonita.- fica mais confortável e relaxada. Ter uma pessoa conhecida por perto é bem melhor.
- Veio com alguém? Eu estou com alguns amigos, você pode ficar com a gente.
- Eu vim sozinha, cheguei hoje de viagem. me mandou o convite com o endereço da festa por e-mail.
- Aah, por e-mail? Então você é um caso raro, a entrega todos os convites pessoalmente.- Stacy se aproxima para falar mais baixo a última parte.
- Então eu acho que isso pode ter influência do meu pai.
- Como assim? - Stacy pergunta confusa.
- Meu pai casou com a mãe dela no verão passado. Agora somos irmãs.- sorri irônica.
- Como ela não me disse?
- Talvez já esteja protestando contra mim. Agora me diz, como ela é? - pergunta curiosa.
- Ela só é a veterana mais popular e venerada, inclusive é ela quem organiza as festas desde o início do colegial.
- Então ela é a queridinha. Por que ela faz isso?
- Isso o quê? As festas? - Stacy pergunta em tom óbvio.
- Não, Tacy, a entrega pessoalmente.
- Segundo ela, para controlar a qualidade.- Stacy revira os olhos.- Vamos?
- Vamos.
O laço de amizade que as duas tinham era evidente, parecia que o tempo não tinha passado.
“Sim, sim, sim, sim Deixe- me ver suas mãos para cima Sim, sim, sim, sim...”
A música tocava alta e a pouca iluminação fazia com que mexesse o corpo sem nenhum pudor. Depois de alguns drinks era fácil interagir em meio a tanta gente desconhecida. Então hora dançava com Stacy e os amigos, hora bebia uma mistura colorida que alguém na rodinha havia lhe dado. Ela estava fervendo por dentro, passando as mãos sensualmente no quadril e seios, coisa que não faria em sã consciência nem que a pagassem. O ritmo da música mudou para um mais lento, mas sem deixar de ser sensual e foi nesse momento que notou um olhar nada discreto sobre si e o correspondeu. O rapaz que a olhava estava com uma jaqueta do time de futebol, super clichê, e nada mais clichê ainda se ela continuasse a provocar ele, sorriu com esse pensamento e foi na direção dele, que ao notar ficou sem reação, ela o puxou pela mão e o levou para o meio da pista onde colocou os braços ao redor do pescoço dele e deitou sua cabeça em seu ombro, ela estava fora de si, ou queria pensar que estava para que assim pudesse ter coragem de continuar com aquilo. Ele não recuou, estava encantado por ela desde o momento em que ela chegou na festa, sozinha e curiosa, e ficou observando meio assustada o desafio de boas vindas que os veteranos faziam, depois ele a acompanhou ir para o grupo de Stacy e dançar sensualmente, fazendo com que ele desejasse ainda mais colocar as mãos no seu corpo e beijá-la. A música lenta terminou e deu lugar a outra muito agitada, mas ainda continuava abraçada ao rapaz que puxou para dançar sem nem saber quem era. Depois de alguns minutos ambos se afastaram e entrelaçaram as mãos como se já tivessem feito isso milhares de vezes, como se seus pensamentos estivessem interligados e se dirigiram para os fundos da casa onde ficava a piscina e a sauna. O lugar escolhido foi a sauna, por ser o lugar mais afastado e estar sem ninguém, ao contrário da piscina que estava cheia de jovens e alguns casais mais afastados fazendo o que eles iriam fazer. Eles atravessaram o pequeno jardim até a sauna de mãos dadas como saíram da casa, abriram e entraram se trancando logo em seguida, estava mais sóbria do que na pista de dança, mas continuava sensual e desinibida, o que a ajudou a não perder tempo e beijar o rapaz desconhecido, tirando sua jaqueta logo em seguida e fincar suas unhas no braços recém-expostos dele o levando a apertar a sua cintura.
“Sim, sim, sim, sim Deixe- me ver suas mãos para cima Sim, sim, sim, sim…”
Os beijos iam ficando intensos a cada minuto deixando ambos sem fôlego. tirou a sua própria blusa num ato rápido e em seguida sua calça, incentivando o rapaz a acompanhar seu gesto e fazer a mesma coisa com suas roupas, colando seus corpos logo depois dando início a uma explosão de paixão, desejo e prazer.
Capítulo Único
“Me lembro de sonhar com as coisas que eu faço agora
Como subir em uma nuvem
Com medo de olhar para baixo…”
A semana passou tão rápido depois daquele dia e ainda tentava parar de pensar no rapaz misterioso. Seu pai já tinha voltado da lua de mel com a sua madrasta, a única coisa que faltava agora era ela conhecer os filhos da mulher. Ela já conhecia a madrasta, de uma das visitas de seu pai a Nova York. Ela era uma mulher fina, bonita e bastante reservada, podia jurar que conservada, mas lembrou que se ela fosse não teria ficado com seu pai enquanto ele ainda estava com sua mãe, mesmo assim não a tratava mal, na verdade nunca conversaram sem a presença de seu pai. pensava que as coisas poderiam até serem interessantes dali em diante e que a convivência poderia ser fácil, mas uma coisa ela não sabia, e nem desconfiava, que a sua vida iria mudar drasticamente naquele ano.
*
Era fim de tarde do último dia de férias e estava esperando Stacy na lanchonete próxima ao seu futuro colégio. Não tinha muito tempo desde que ela chegou, mas a lanchonete bar encheu em uma proporção descomunal e pôde notar que ali era o ponto de encontro de muitos grupos.
- Achei você. Demorei? Tive que passar na casa do Alexy.- Stacy chega bem animada e dá um beijo em , sentando na cadeira ao lado da mesma.
- Tudo bem Tacy, cheguei tem pouco tempo.- sorri simpática.
- Esse é o Alexy que eu fui buscar.- Stacy aponta para o rapaz que se sentou em frente a que ao ser mencionado deu dois beijinhos no rosto da menina. Alexy tinha os cabelos tingidos de azul escuro quase preto e usava óculos da mesma cor, contrastando com sua pele clara e camiseta quadriculada vermelha.
- Oi Alexy que ela foi buscar.
- Oi da festa da .- Alexy diz de modo sinuoso.
- Opa, como assim? - diz se apoiando na mesa.
- Bem que você disse que ela só tinha a cara de quietinha.
- Não disse?.- Stacy e Alexy gargalham pela cara que fez, deixando a mesma vermelha.
- Eu sou quieta.- vira o rosto pra saída evitando olhar os dois recém-chegados.
- Nós sabemos e te digo, querida, que a essa altura toda a United Lenger sabe também.- Alexy alisa a mão de .
- Ai, meu Deus, eu não fiz nada, gente, eu só…- paralisa como todas as vezes que lembra do que ela e o garoto do time de futebol fizeram, tendo como resultado seu coração acelerado e suas mãos suadas.
- Vamos mudar de assunto, né pessoal.- Stacy sabe por alto o que rolou entre eles e não é a primeira vez que vê reagir assim, talvez Alexy não precise saber mais, ele é muito direto.
- Como era o seu colégio em Nova York? Você era muito popular? Porque você tem o perfil de uma líder de torcida.- Alexy entende e muda de assunto atendendo ao pedido silencioso de Stacy, aproveitando para tentar saber um pouco mais sobre a então novata.
- Lá era muito legal, eu e meus amigos sempre saímos, claro que em finais de semana, porque na maioria das vezes minha semana acabava ficando muito cheia e minha mãe e eu sempre jantamos juntas. No caso antes da mudança.- diz a última parte baixo.
- Então você era uma chefe? - Stacy diz divertida.
- Como assim chefe? - pergunta curiosa.
- Deixa que eu explico, chefe na UL é como a elite é chamada, ou seja, líderes de torcida, jogadores de futebol, nadadores, os representantes do grêmio e as pestes do grupo de teatro.- Alexy diz a última parte com desdém.
- Não liga não , é que o ex dele é do grupo de teatro.- Stacy e riem, levando tapinhas de um Alexy irritado.
- Eu fazia parte de alguns desses grupos em Nova York.
- Bom, agora que sabemos da existência de mais uma chefe no grupo, eu quero saber o quão poderosa você era na cidade que nunca dorme.- Alexy puxa o assunto para novamente.
- Eu meio que fazia um pouco de tudo naquele colégio e eu simplesmente amava, éramos muito unidos, fui homenageada no baile de fim de ano por dois professores das turmas avançadas.
- Sério? Então temos um gênio? - Stacy fica abobada com a revelação da amiga de infância.
- Não consigo acreditar que você fez parte das turmas avançadas.- Alexy esconde o rosto em desaprovação.
- Sim, mas eu só entrei para conseguir votos, admito. Depois acabei gostando.- Agora é a vez de de alisar a mão de Alexy.
- Mentira, você era do grêmio? - o garoto se recupera rapidamente.
- Vice presidente, mas eu era mais conhecida e requisitada do que a própria presidente, o que a fez me odiar e eu decidi focar mais na torcida e no grupo científico.
- Eu estou pasmo com essa menina, Stacy, ela veio para destituir a .- Alexy abraça com empolgação.- Amei!
- Alexy! A não é tão ruim.- Stacy tenta defender sua colega.
- Você só diz isso porque é o braço direito dela na torcida.- Alexy diz de forma irritada.
- Eu só ajudo, ela precisa de alguém para ficar de olho quando ela não está e eu sou a mais antiga na torcida.
- Então você também é uma chefe.- diz num tom de descontração.
- Menina, você aprende rápido.- Alexy diz fingindo estar em choque, causando riso nas duas.
- Com certeza.- responde.
*
O despertador toca pela segunda vez naquela manhã e fica confusa em saber que aquela é a primeira vez que o seu toca de verdade, já que na outra ela acordou e olhou o celular e não estava no horário que ela levantaria, o que a levou a conclusão de que a famosa tinha voltado da farra ontem bem tarde. levantou e foi direto para o banheiro fazer sua higiene matinal, não queria se atrasar para o primeiro dia. Saiu do banheiro secando os cabelos com a toalha e abriu o segundo closet, um pouco menor por ter sido feito às pressas quando seu pai teve a incrível ideia de colocá-la para dividir o quarto com . escolheu uma roupa elegante, um vestido até um pouco acima dos joelhos que deixava as suas curvas realçadas sem ser vulgar. No novo colégio, o uniforme não era obrigatório então ela poderia ousar bastante no primeiro dia e ela estava a cara do poder, juntamente com seu sapato de bico fino branco, para combinar com seu vestido também branco e colar de pérola. O quarto era enorme, apesar da recente divisão, a casa no total tinha três suítes e um quarto para hóspedes, mas o pai de insistiu para que ela ficasse no mesmo quarto que a filha de sua esposa, que por ironia era o seu antigo quarto, para que ambas pudessem se conhecer melhor, mas sabia que esse não era o único motivo, seu pai queria que ela se sentisse parte da sua nova família e achou que se ela ficasse com o quarto para visitantes, mesmo que igualmente grande, não ajudaria no seu plano. terminou de se arrumar e desceu as escadas, passando o primeiro andar onde ficavam os escritórios e a sala de jogos e filme. Chegando no andar de baixo foi direto para a sala de jantar onde estava o seu pai, a esposa de um lado e uma garota de outro, que ela supôs ser . Ela era ruiva e estava vestida tão elegante quanto , com seus sapatos de salto não tão altos, e comia tranquilamente.
- Bom dia.- diz num tom razoável, chamando a atenção para si.
- Bom dia, filha.- Responde o homem.
- Bom dia, , estávamos falando de você agora mesmo com , ela estava ansiosa para te conhecer pessoalmente.- diz a madrasta de forma amigável. Tão amigável que teve dúvida se era com ela.
- Um prazer finalmente conhecer a famosa .- diz com um leve sarcasmo e um sorriso no rosto.
- Igualmente, querida, mas pode me chamar de .- a ruiva diz num tom angelical.
- , a Penélope pediu que fizesse torta de limão, ainda é sua favorita? - o pai de perguntou pousando a xícara na mesa.
- Sim, papai.- com a menção da torta a pega e coloca perto de , fazendo a outra se questionar tamanha gentileza em uma só hora. Minutos mais tarde se levanta da mesa alegando estar atrasada.
- Tchauzinho tio Joe, beijo mamãe.- dá beijo nos dois mais próximos de si e vira para .- Nos vemos mais tarde, .
- Espere, .- Joe pede.- Por que não dá uma carona pra até ela se enturmar? Aposto que vocês vão adorar ir juntas.- Joe sugere.
Ambas ficam totalmente sem reação, até mesmo Penélope que sabia o quão estava se esforçando para suportar aquela recepção toda. Mas uma coisa era certa, todas estavam xingando Joe mentalmente naquele momento.
- Claro, tio Joe. Vamos, ? - força um sorriso e pega sua bolsa na cadeira ao lado da que estava sentada.
*
- Prontinho, chegamos.- diz assim que para o carro.- Desculpe não poder te mostrar o Colégio, querida , mas eu tenho uma reunião com a diretora e o grêmio sobre o discurso de boas vindas e essas coisas de presidente.- diz enquanto olha no espelho do carro e acena para assim que a mesma sai.
- Não precisa se preocupar, querida , eu marquei com uma colega.- diz um pouco enjoada com tanta doçura.
desce do carro e em seguida vai em direção a entrada da United Lenger. Ela não mentiu quando disse sobre a tal colega, mas ela não marcou com ninguém. entrou na UL e seguiu corredor adentro, olhando cada detalhe, tudo era tão diferente e tão igual, até que esbarrou em alguém um pouco mais alto. A menina se recompôs rapidamente e quando estava pronta pra se desculpar e seguir em frente foi tomada pela mesma onda de calor da noite em que o viu o pela primeira vez, mas agora ele estava na frente dela e a ajudou a não se desequilibrar sem nem notar quem estava ajudando.
- Oi…- se esforça para não travar.
- Humm… oi, então você realmente estuda aqui.- diz o rapaz.
Era incrível como o pessoal daquele colégio era bem direto e pela primeira vez não gostou disso, porque só a estava deixando mais e mais nervosa, como se toda aquela sensação avassaladora do dia da festa de boas vindas estivesse presente novamente, fazendo com que seu corpo gritasse por liberdade.
- E nos encontramos mais uma vez.- diz sem graça.
- Pois é, coincidência ou destino?
- Você estava me procurando? - provoca.
- Procurando? - O rapaz fica vermelho e desvia o olhar para o sapato, coçando a cabeça.
- Você disse “você realmente estuda aqui”, estava me procurando? - explica.
- Bem, eu procurei saber, só isso, mas ninguém sabia de você, então eu pensei que fosse coisa da minha cabeça.
- Tcharam, não foi, em todo caso.- sorri irônica.
- Sou o .
- Sou a .
- Está perdida, ?
- Na verdade sim, preciso pegar a minha chave, mas esse colégio é um tanto enorme e eu já esqueci a instrução que me deram para chegar na secretaria .
- Eu te levo, estou indo pra lá também.
*
- Prontinho.- vai de encontro a , que estava de cabeça baixa escrevendo, enquanto uma mulher esperava sentada no outro lado da mesa.
- Vai se inscrever em alguma coisa? - pergunta a sem parar de escrever.
- Acho que vou dar uma olhada primeiro.- pegou uma folha em cima da mesa e começou a analisar as opções. Ela marcou o time de natação e devolveu o papel a mesa, coincidentemente no mesmo momento que , fazendo suas mãos se tocarem num breve instante.
- , foi muito bom reencontrar você, será que podemos almoçar juntos? - diz apontando a saída a e saindo logo depois. As pessoas eram realmente muito diretas por ali.
- Tudo bem por mim, .
- Me espera na entrada principal?
- Sim.
*
O horário do almoço tinha chegado e estava na tal entrada principal esperando . Apesar de ter sido o primeiro dia, já estava lotada de coisa para fazer, como voltar à tarde para uma reunião com o grupo científico, porque o professor responsável pelo grupo achou que ela seria uma ótima integrante devido às suas notas e sua participação no próprio grupo científico do seu antigo colégio, ele achava ela tão boa que nem esperou ela ser liberada, foi chama-la na sala, o que pegou todos de surpresa, já que ninguém nunca foi convocado assim antes. tem quase certeza que gosta bem menos dela agora que as pessoas só falam da novata que foi convidada a participar do grupo científico e possivelmente pras turmas avançadas também.
estava tão absorta em pensamentos que nem percebeu chegar com sua moto, ou super máquina como todos do time chamavam.
- Hey, !
- Ai que susto, .- ela diz tentando normalizar a respiração.
- Você estava viajando legal.- segura o riso.- Aqui o capacete, sobe aí.
- Onde vamos?
- No meu restaurante preferido.
*
- Então você é novata.- diz depois que lhe contou sobre a mudança recente de estado.
- Sim, .- confirma.
- Se inscreveu em quê? Esqueci de te perguntar.- chama a atenção de para um assunto novamente.
- Natação.- diz meio empolgada.
- Sério? Você fazia parte do clube do seu antigo colégio? - diz enquanto termina de mastigar suas batatas fritas.
- Fazia aulas particulares, o clube de lá nunca me interessou.
- O daqui tem algo que te interessa? - pergunta.
- Por enquanto não sei, só estou querendo propor um desafio a mim mesma.- diz com um sorriso no rosto, fazendo sorrir e ter a confirmação de que ela era mais do que uma simples novata.
*
“Me lembro de sonhar com as coisas que eu faço agora…”
Poucos dias se passaram, e ainda não conhecia o segundo filho da madrasta, mas ela não se importava muito em conhecê-lo, porque esperava que ele fosse tão chato e fingindo quanto , que por sinal só a tratava bem na frente de Joe. Em uma semana se tornou quase tão popular quanto e mesmo que não fosse culpa da mesma, não aceitava. A reunião com o grupo científico foi um sucesso e como esperado foi chamada para as turmas avançadas. A sua amizade com Stacy e Alexy continuou e ela começou a ir para a UL com os dois, não chegava mais tão cedo como quando ia com , mas não depender dela já era uma bênção. também foi um avanço, pensou que ele seria babaca por causa da festa de boas vindas, mas depois que ele a chamou para almoçar no primeiro dia, eles passaram a almoçar juntos a semana toda, ele até sugeriu que ela fizesse o teste para a torcida, mas era a capitã e queria distância, mesmo que amasse ser líder de torcida.
- A gente só almoçou junto, Stacy.- tentava explicar para a amiga no telefone.
- Todos os dias da semana, . Como não tá rolando algo?
- A gente só ficou uma vez, não significa que estamos apaixonados ou que vamos ficar outra vez.- dizia a mesma coisa que disse para Alexy uma hora antes quando o mesmo ligou implorando para saber detalhes do novo casal da UL.
- Mas se ele estiver a fim? Você não vai querer? - Stacy insistia.
- Não sei, Tacy, eu cheguei aqui não tem nem um mês, não quero me envolver pra valer.- mudou de posição na cama, ficando de barriga pra cima.- Quem sabe a gente só fique…
- Isso! Boa garota.- Stacy solta um gritinho pelo telefone, fazendo ambas rirem.- , eu tenho que desligar, estão me chamando pro jantar.
- Tudo bem, depois me manda uma mensagem, acho que vão me chamar daqui a pouco.- Assim que termina a frase batem na porta.- Tô dizendo, tchau Tacy.
- Já estou indo.- levanta, coloca o celular no criado mudo e vai em direção à porta.
- Oi, eu já estou descendo pro…- paralisa, seu coração acelera e suas mãos começam a suar como sempre.- ? O que você tá fazendo aqui? - diz fechando a porta atrás de si .
- Como assim o que eu estou fazendo aqui? Eu moro aqui, .
- Ai meu Deus, você é o filho da Penélope.
- Isso! E você é a filha do Joe. Caramba, o que custava me falarem seu nome?
- O que falaram? - perguntou curiosa.
- Nada. Só disseram “a filha do Joe ta vindo morar com a gente.” “A filha do joe já chegou.” “Vai chamar a filha do Joe pro jantar”.- dizia afinando a voz, fazendo a tensão diminuir.
- Então você é irmão da ?
- Irmão gêmeo.
- Você disse pra ela sobre a gente?
- Somos amigos, não tem nada demais, .
- Ah, claro.
- E outra, ela não manda em mim.
- Você tem razão.- deu um sorriso amarelo e o seguiu para a sala de jantar, tentando disfarçar a decepção. Ela não conseguia conter a súbita tristeza em ter suas expectativas desacreditadas.
- Boa noite, crianças.- Penélope diz assim que eles entram na sala de jantar.
- Boa noite Penélope. Meu pai não chegou ainda? - pergunta se sentando na extremidade mais distante da mesa, afastada dos dois. Por mais que tenha sido algo totalmente bobo, estava gostando das investidas de e pensar que ela estava interpretando tudo totalmente errado a deixava com uma carranca difícil de esconder .
- Ainda não, querida.- Penélope responde.- Sabia que o estuda na United Lenger também?
- Já nos conhecemos mãe, ela já sabe.- diz encarando com um sorrisinho.
- Que maravilha, você pode ajudá-la a fazer amigos e se enturmar.
- Ela é muito boa em fazer amigos sozinha, mas eu ajudo sim.- e Penélope continuaram a se referir a como se ela não estivesse ali, a deixando irritada.
- Por que só voltou hoje, querido? - Penélope continua a conversa como se não estivesse na mesa.
- Estava com os caras, mãe, ensaiando as músicas da banda e essas coisas, eu avisei.
- Encontrou a Kim?
- Não, a gente não se fala mais, eu já te disse também.
- Kimberly é a namorada do , nós gostamos muito dela, acho que você vai amar conhecê-la, .- Penélope diz, cuspindo veneno para todo lado.
- Ex-namorada.- olha para pedindo desculpas.
- Acho que vou sim, Penélope, licença, vou subir, marquei com uma amiga, ela deve passar cedo por aqui amanhã.- não conseguiu disfarçar que tinha sido super atingida pelas palavras da madrasta, o que não passou despercebido por nenhum dos dois presentes.
- Certo, querida.- Penélope dá um sorriso cínico. levanta da mesa e vai direto para o quarto. Horas difíceis e nem estava presente, a agradeceria depois por a mesma deixar o quarto todo para ela aquela noite.
*
Semanas se passaram e tudo estava na mesma, fazia de tudo para não se afastar de e fazia de tudo para não criar mais expectativas, porque em uma hora ele a queria só como amiga e em outra se mostrava a pessoa mais apaixonada do mundo. notou a aproximação e não gostou muito, na cabeça dela queria roubar tudo que a pertencia, o que piorou bastante quando um mês após sua chegada, era uma das pessoas mais sugeridas a ser escolhida a rainha do baile de primavera e segundo poderia chegar a competir de igual para igual com a mesma quando o momento da votação chegasse.
*
Alguns meses se passaram e a temporada das competições estava no seu auge, tendo a UL ganhando competições e avançando no campeonato regional. Tudo estava na mais perfeita ordem, até que o final do mês chegou sendo acompanhado por uma notícia nada boa para .
- !
- Sim, Stacy? - diz tirando os olhos da sua prancheta de escalações das líderes para o próximo jogo.
- Temos que conseguir outra garota para os saltos, a Lis acabou de fraturar a perna.
- Chama alguma menina da suplência, Stacy, e não me enche com isso.- diz fazendo uma observação no nome da menina citada por Stacy, suspirando pesadamente.
- Já chamamos as duas da suplência para cobrir as veteranas que saíram ano passado e acabamos de fazer seleção, as vagas estão todas completas.
- Exceto a vaga da Lis agora.
- Exato.
- Meu Deus, ela não poderia esperar terminar o campeonato? - passa as mãos no rosto preocupada.
- Foi um acidente, ela não teve culpa.- Stacy diz.
- Sim, querida, mas agora estamos sem ninguém.
- , eu conheço uma pessoa que pode substituir ela.
- Mesmo que essa pessoa aceite ajudar a gente, não sabemos se ela é boa o bastante para nos acompanhar .
- , eu te garanto que ela é.- Stacy insiste.
- Pode chamar ela para o treino de agora?
*
estava no vestiário, esperando Stacy com a tal garota, quase uma hora e nada, ela já estava cansada de esperar, teve que atrasar o treino por causa da tal menina.
- Pronto.- Stacy entra no vestiário com em seu encalço.
- Onde ela está? - olha em volta.
- Aqui.- Stacy aponta para .
- Ela?
- Eu.
- Eu não vou colocá-la no grupo, Stacy.- Por mais que estivesse precisando muito, o medo de perder as líderes de torcida para a dominou.
- Eu avisei, Stacy, ela é orgulhosa demais.- ajeitou sua bolsa no ombro e se preparou para ir embora.
- Chega! Ela é a nossa única solução, .- Stacy entrou no meio das duas.
- , pare de pensar só em você uma vez na vida.- continuou.
- Eu não estou falando com você.- desvia o olhar de .
- Mas eu estou! Deixe de ser orgulhosa e aceite isso, já estou farta dos seus caprichos e exigências.
- Escute aqui, não ouse tentar arruinar a minha torcida ou roubar meu posto.
- Entendido, querida.- sorri cinicamente.
- Stacy, dê um uniforme para ela.- se vira para sair.
- Esteja pronta em cinco minutos, quero ver o que você sabe fazer.
*
“Eu me lembro quando eu estava sozinha
Sem ninguém por perto
Para me abraçar
Mas agora você está aqui comigo…”
Como esperado, a popularidade de aumentou dez vezes com sua entrada na torcida. Ela foi bem aceita por todos, até pela treinadora, que disponibilizou uma vaga de titular para que ela fosse mantida mesmo depois da recuperação de Lis, fazendo com que quase arrancar os cabelos e ficar mais insuportável e mimada nos jantares “em família”.
O baile de primavera aconteceria em breve e era tão favorita quanto a sua irmã de criação, o que mexia com os ânimos de todos na UL e em casa.
Depois de dias dividindo o quarto com uma raivosa devido os últimos acontecimentos, finalmente teria sossego. tinha saído desde a hora do almoço, deixando a casa vazia, devido a viagem de Joe e Penélope.
estava quase pegando no sono quando a porta do seu quarto se abriu, revelando um sem camisa.
- Errou o quarto? - levanta o olhar do celular, engolindo em seco logo em seguida.
- Não.- dá um sorrisinho quando percebe o mal jeito de .- Vim avisar que a não vai vir hoje, então o quarto é todinho seu.
- Obrigada por avisar.- continua olhando para o visor do aparelho.
- Disponha, tchauzinho.- se recolhe e fecha a porta.
- , espera.- solta o celular na cama e vai para a beirada da cama assim que a porta abre novamente.
- Oi, .- entra no quarto.
vê um filme sobre ela e o rapaz parado em sua frente passar em câmera lenta e suas mãos começam a suar e seu coração acelerar, fazendo com que ela ficasse super nervosa e agisse por puro impulso. foi em direção a tão rapidamente que parecia que seus pés tinham vontade própria. Passou a mão pela nuca do rapaz e o puxou para um beijo. Quando se deu conta do que tinha acabado de fazer, foi surpreendida por uma super correspondida de a envolvendo em outro beijo, dessa vez mais intenso e caloroso. As mãos começaram a se movimentar e as peças de roupa foram diminuindo, assim como a vergonha de ambos. A temperatura estava subindo e o que veio em seguida foi inevitável.
*
despertou no meio da noite em seu quarto. Estava sendo abraçada pela cintura por braços fortes, o que confirmou que o momento anterior não teria sido um dos seus delírios e sonhos.
realmente estava do seu lado e dormia tranquilamente com a boca levemente aberta. O que não seria um problema se não estivesse num impasse consigo mesma. Ela não podia cobrar muito de , a mãe do mesmo fazia questão de passar na sua cara que o apoiava com sua antiga namorada, mas ele fazia de tudo para mostrar a que não concordava com a mãe e que seu coração estava em outro lugar que, às vezes fazia pensar que era perto dela, mas de uma hora para outra todos os sinais desapareciam e a menina se via perdida, ela estava num impasse e sabia como finalmente resolver. observou cada parte do rosto do rapaz, levantando a mão suavemente para arrumar uma mecha que caía na testa. Voltou a sua posição original e continuou sua tour pelo rosto de , quando sem aviso, o último sela seus lábios.
- Que susto! Pensei que estivesse dormindo.- arfa com o movimento súbito de .
- Eu estava, antes de sentir estar sendo observado.- sorri e puxa a garota para mais perto.
- Eu gosto de te observar. Tem algum problema nisso? - pergunta com um certo divertimento.
- Claro que não madame, mas devo lhe avisar dos riscos de se apaixonar.
- E se eu já estiver apaixonada?
- Devo lhe avisar novamente que possa ser um erro da sua parte.- termina a última parte da frase afastando o cabelo que caía nos olhos de a fazendo arrepiar com o toque e intensidade dos olhares. Ele dizia ser um erro se apaixonar por ela, mas não estava falando sério, torcia profundamente que o desacreditasse e mostrasse que estava disposta aos riscos.
- Talvez eu queira cometer esse erro.- diz sustentando o olhar de .
- Então vamos cometer esse erro juntos.- acaricia a bochecha de e sorri. Aquela era a oportunidade perfeita para pôr as cartas na mesa, mas ela não sabia como. Será que ele estava a correspondendo realmente? Tantas dúvidas e nenhuma resposta. Ela queria que tudo se estabelecesse, mas a situação de ambos como "irmãos" os deixava amedrontados com que poderia vir em seguida.
- E os nossos pais? - enfim expressa a sua maior preocupação.
- Nós contamos a eles na hora certa, que não é agora por motivos óbvios de: não teremos como escapar até a formatura.
- Você é um gênio, , a faculdade vai nos salvar.- diz animada com a ideia de ter um plano.
- Só temos que esperar mais alguns meses e tudo vai se acertar. - por mais que o medo de as coisas não acontecerem como estavam planejando o casal não deixava transparecer tanto.
- E a ? - pergunta com preocupação novamente na voz.
- Ela vai precisar aceitar isso, , somos irmãos, sabe? Ela tem que me apoiar.
- Ela me odeia.
- Não, . Ela odeia não ter atenção toda para ela.
*
Por mais que amasse toda atenção que recebia, óbvio que se sentia sozinha. Ela ia a festas, organizava mais um bocado de festas e todos na UL queriam fazer parte do seu grupo, que no fundo, nem ela mesma fazia parte. Sempre foi uma garota mimada e esperava que as pessoas fizessem sempre suas vontades, mas quebrar esse ciclo pode ser doloroso, principalmente quando você não está preparado para sair dele e ter que tentar uma vida mais normal fora da proteção do colégio, mas ela não podia negar que sentia falta de uma coisa nisso tudo, seu irmão. Por mais que todas essa atenção a fizesse ser o que ela não era lá no fundo, ela não conseguia suprir a falta que seu irmão fazia nos últimos meses, mesmo morando na mesma casa. Ela era a garota mais popular e desejada, mas seu irmão preferia , ela era a mais influente, mas seu irmão preferia . Ela sentia falta do seu irmãozinho, aquele que dividia as aventuras e curtia cada parte fútil do colegial. Pensar em todas essas coisas a deixava muito pior, mas a fazia chorar e chorar é um ótimo remédio, mesmo que para isso ela tenha que ir para um lugar mais isolado, como atrás das arquibancadas. Sua mãe não aprovaria tal ato, onde já se viu a sua filha choramingar por besteira. Era isso que ela dizia, por mais que ficasse triste. Então a mesma abaixou a cabeça e continuou chorando o quanto podia.
- Olá? Está tudo bem? - num sobressalto limpou a maior quantidade de lágrimas que conseguia e arrumou os cabelos.
- Sim, está tudo bem, eu só… ? - Ambas estavam estáticas, claro que por motivos diferentes, mas não tão diferentes assim.
- Você está bem, ? - continuou a perguntar tentando ao máximo disfarçar que não estava surpresa e mesmo sendo quem era, iria prestar sua "ajuda ".
- Estou bem sim, obrigada. - levanta.- O que você está fazendo aqui?
- Escutei um choro e vim ver o que estava acontecendo. A pessoa parecia estar em agonia.- foi sincera, tentando de certo modo mostrar para que ela sabia o que era ter que chorar quase que em silêncio.
- Bem, já passou. Eu só precisava colocar para fora.
- Aconteceu algo? - continuou.
- Nada que você deva saber, agora me deixe.- pega a sua bolsa no chão e marcha em direção a .
- Sabe , você não deveria guardar tudo para você.
- E com quem você acha que eu deveria compartilhar? Com você? - alfineta, deixando transparecer toda a irritação.
- Com o seu irmão. Ele se preocupa com você.
*
Por mais que odiasse, tinha que admitir, levava muito jeito para recepções, o baile de primavera estava lindo. Depois de alguns meses de planejamento estava tudo muito decorado, todas as pessoas arrumadas, a primeira banda estava tocando naquele momento uma melodia suave, deixando o ambiente mais receptivo, os petiscos estavam ótimos e a bebida também, mesmo que não fosse alcoólica, devido o lugar do baile em questão. Em meio a seus pensamentos, foi interrompida.
- Está gostando da festa? - uma garota desconhecida pergunta. Ela estava com um vestido longo e rosa, que combinava perfeitamente com seu tom de pele bronzeado e seus olhos verdes.
- Eu estou sim, a não decepciona.- responde meio desconfiada com a abordagem.
- Eu vim por causa da banda que vai se apresentar daqui a pouco, eles são muito bons.- a garota diz. O que deixou bem mais desconfiada ainda, aquela menina não estudava ali? Ela conhecia a banda de ? Eles eram conhecidos em outras escolas?
- Eu ainda não os ouvi tocar.- diz desconfortável.
- Sou a Kim.- a garota estende a mão. Claro que era ela, tinha se esquecido desse detalhe do passado de , uma ex-namorada, que todos gostavam.
- Sou a .
- Sim, que bom te conhecer, ouvi falar muito de você, a mais nova irmãzinha do . Aposto que também ouviu falar de mim. Todos me amam.- a então Kim, diz sorridente, mas não menos cínica.
- Eu não diria todos.- uma pessoa interrompe a conversa das duas escutando as preces de .
- Aah, oi . Que bom rever você, como está sua mãe? me disse que a casa nova é maravilhosa.
- Ela está bem. Vem, ! - puxa sem nem se despedir de Kimberly. Já afastadas da antiga cunhada de , a mesma quebra o silêncio.
- Se mantenha afastada daquela naja, não acredite em uma só palavra do que ela diz e aproveite o show, meu irmão quer te ver bem a frente do palco, então não se demore aqui quando as luzes se apagarem. Eu não estou sendo legal por sua causa.- despejou de uma vez todas as palavras em e saiu como se nada tivesse acontecido. Ela estava tão atordoada com os acontecimentos que nem notou quando as luzes se apagaram e a multidão já estava aglomerada na frente do palco que tinha sido montado ali. E então tudo aconteceu muito rápido. A banda de entrou no palco, apresentou algumas músicas cover e iriam para a última música deixando todos muito empolgados. procurava na platéia e isso não passou despercebido, a música foi se encerrando e foi abrindo espaço entre a multidão, tocou o último acorde da música e desceu do palco para ir de encontro a uma recém encontrada, mas foi surpreendido por Kimberly que o puxou e beijou, na frente de todos e de , que tinha acabado de chegar à frente do palco. As pessoas começaram a comemorar o espetáculo que estava sendo o beijo deles, então virou e foi embora antes de ver se desvincular e brigar com Kim e tentando seguir pra onde ela tenha ido. corria tanto que pensou que seus saltos iriam se fundir com seus pés. Ela parou quando já estava distante o suficiente do baile. Tirou os sapatos e foi andando para um lugar bem conhecido por aqueles que querem chorar ou fumar um baseado sem ser percebidos. Minutos depois se culpando e martirizado por não ter percebido que não a queria e que ela tinha sido uma trouxa, alguém sentou do seu lado, a fazendo se preparar para xingar muito caso levantasse a cabeça e fosse o rapaz.
- Relaxa, não é o .- a então pessoa que se sentou ao seu lado era e ela continuou.- Eu vi o que aconteceu.
- Veio passar na minha cara? Que seu irmão fez certo em escolher ela na frente se todos e me humilhar? - disse entre soluços.
- Por que eu faria isso? Como eu te disse, eu vi o que aconteceu. E não acredito que você esteja tão cega de insegurança que não vê também.
- Ele a beijou, .- limpou as lágrimas, mesmo que elas insistissem em cair.
- Não! Ela o beijou, ele preparou tudo isso para você, o show e o pedido depois dele.- dizia sem tirar os olhos de .
- Como você sabe disso? - não conseguia acreditar no que dizia, logo ela que não suportava dividir seu irmão com .
- Eu dei essa ideia para ele. Depois do dia que você me aconselhou aqui mesmo, eu fui conversar com meu irmão e ele se abriu comigo em relação a você e por mais que eu não goste de dividi-lo, eu o amo e quero o melhor para ele.- realmente estava tirando a máscara para e esperava que isso ajudasse seu irmão, ela sabia que uma hora teria que se acertar com menina chorosa a sua frente e sabia também que parte da sua recusa em aceitar a menina era birra por se sentir ameaçada. tinha conseguido tudo em tão pouco tempo, tudo que ela lutou para conseguir e para manter e não era culpa dela ter conseguido tudo desse jeito, mas a fez enxergar que aquilo estava o afastando dela, ela não poderia ficar tão obcecada, aquilo não valia mais que sua relação com seu irmão e então daquele dia em diante ela teria que se esforçar para fazer as pazes com .
“Esta noite, olhe para o que você encontrou Eu estava sozinha por um tempo…”
- Mas ela estava lá , ela o beijou e eu não soube como reagir e todos estavam aplaudindo.- resolveu tirar suas barreiras para a outra.
- Isso, querida, você já está voltando a consciência. Ela o beijou, ele foi pego de surpresa e todo mundo aplaudiu, porque todos nessa escola amam um espetáculo.
- Mas o que eu vou fazer? Saí de lá feito uma derrotada.- dizia agora se recompondo.
- Você vai voltar comigo e vai encarar isso como se nada tivesse acontecido, vai limpar esse rosto e retocar a maquiagem, se você não tiver, eu te empresto.- disse com um sorrisinho no rosto. Por mais que fosse recente tudo aquilo, lidar com não era tão difícil,a outra menina pensou.
- E se eles estiverem juntos? - continuava amuada.
- , respira! O que eu disse? Foi tudo um mal entendido. quer você.- disse finalmente, não aguentava mais tanto choramingo e tinha a impressão que foi rude.- Me desculpe. Só se ajeite, estou aqui com você.
- Me desculpe também, , eu não fui uma boa colega de quarto, deveria ter evitado te provocar, você já estava lidando com o afastamento do seu irmão por em partes minha causa.
- Eu te desculpo. Agora vamos! A coroação do rei e rainha do baile.- terminou a última frase e levantou, estendendo a mão para , a ajudando a levantar. O tão esperando momento desde o retorno das aulas tinha chegado e por uma reviravolta do destino, as duas estavam juntas, entendidas entre si e prontas para aplaudir qual das duas seja a escolhida como rainha do baile.
*
“Não vou sair sem o seu amor hoje à noite, hoje à noite
Estou dançando ao som
E as minhas palavras na multidão
Estou nas alturas para descer…”
Depois que e voltaram ao baile juntas todos entenderam que uma irmandade tinha sido formada, cheia de poder e cumplicidade. estava perto da saída desnorteado com que tinha acontecido depois da sua apresentação, que só notou quando a mesmo estava parabenizando uma com uma coroa de rainha do baile super sorridente, que quase instintivamente olhou na direção que ele estava, o notando e em seguida falando algo para que saiu logo em seguida, fazendo ir em sua direção, parando somente para falar com a irmã.
- Parabéns , a …- sem que terminasse sua frase foi interrompido.
- Ela foi para o pátio, .- A irmã riu da sua cara de confuso e fez sinal para que ele seguisse em frente. saiu do baile e seguiu para o pátio, onde encontrou de costas para a entrada.
- ? - ele a chamou.- Eu sinto muito por você ter passado por aquilo, eu tinha planejado te pedir em namoro no momento que desci, a disse que você iria gostar, mas a Kim veio e ela…- foi interrompido por , que o beijou sem pestanejar, ela podia sentir a inocência do menino em toda aquela história.
- Uau! Que ótimo jeito de mandar calar a boca.- disse.
- Ainda está de pé ?
- O quê? Você me beijar outra vez assim? - puxou a garota para mais perto.
- Não, seu bobo. O pedido. - sorriu e arrumou o cabelo da testa do rapaz, enquanto o mesmo a olhava admirado, se afastando um pouco e tirando uma caixinha do bolso.
- , você quer namorar comigo?
- Sim.
Como subir em uma nuvem
Com medo de olhar para baixo…”
A semana passou tão rápido depois daquele dia e ainda tentava parar de pensar no rapaz misterioso. Seu pai já tinha voltado da lua de mel com a sua madrasta, a única coisa que faltava agora era ela conhecer os filhos da mulher. Ela já conhecia a madrasta, de uma das visitas de seu pai a Nova York. Ela era uma mulher fina, bonita e bastante reservada, podia jurar que conservada, mas lembrou que se ela fosse não teria ficado com seu pai enquanto ele ainda estava com sua mãe, mesmo assim não a tratava mal, na verdade nunca conversaram sem a presença de seu pai. pensava que as coisas poderiam até serem interessantes dali em diante e que a convivência poderia ser fácil, mas uma coisa ela não sabia, e nem desconfiava, que a sua vida iria mudar drasticamente naquele ano.
Era fim de tarde do último dia de férias e estava esperando Stacy na lanchonete próxima ao seu futuro colégio. Não tinha muito tempo desde que ela chegou, mas a lanchonete bar encheu em uma proporção descomunal e pôde notar que ali era o ponto de encontro de muitos grupos.
- Achei você. Demorei? Tive que passar na casa do Alexy.- Stacy chega bem animada e dá um beijo em , sentando na cadeira ao lado da mesma.
- Tudo bem Tacy, cheguei tem pouco tempo.- sorri simpática.
- Esse é o Alexy que eu fui buscar.- Stacy aponta para o rapaz que se sentou em frente a que ao ser mencionado deu dois beijinhos no rosto da menina. Alexy tinha os cabelos tingidos de azul escuro quase preto e usava óculos da mesma cor, contrastando com sua pele clara e camiseta quadriculada vermelha.
- Oi Alexy que ela foi buscar.
- Oi da festa da .- Alexy diz de modo sinuoso.
- Opa, como assim? - diz se apoiando na mesa.
- Bem que você disse que ela só tinha a cara de quietinha.
- Não disse?.- Stacy e Alexy gargalham pela cara que fez, deixando a mesma vermelha.
- Eu sou quieta.- vira o rosto pra saída evitando olhar os dois recém-chegados.
- Nós sabemos e te digo, querida, que a essa altura toda a United Lenger sabe também.- Alexy alisa a mão de .
- Ai, meu Deus, eu não fiz nada, gente, eu só…- paralisa como todas as vezes que lembra do que ela e o garoto do time de futebol fizeram, tendo como resultado seu coração acelerado e suas mãos suadas.
- Vamos mudar de assunto, né pessoal.- Stacy sabe por alto o que rolou entre eles e não é a primeira vez que vê reagir assim, talvez Alexy não precise saber mais, ele é muito direto.
- Como era o seu colégio em Nova York? Você era muito popular? Porque você tem o perfil de uma líder de torcida.- Alexy entende e muda de assunto atendendo ao pedido silencioso de Stacy, aproveitando para tentar saber um pouco mais sobre a então novata.
- Lá era muito legal, eu e meus amigos sempre saímos, claro que em finais de semana, porque na maioria das vezes minha semana acabava ficando muito cheia e minha mãe e eu sempre jantamos juntas. No caso antes da mudança.- diz a última parte baixo.
- Então você era uma chefe? - Stacy diz divertida.
- Como assim chefe? - pergunta curiosa.
- Deixa que eu explico, chefe na UL é como a elite é chamada, ou seja, líderes de torcida, jogadores de futebol, nadadores, os representantes do grêmio e as pestes do grupo de teatro.- Alexy diz a última parte com desdém.
- Não liga não , é que o ex dele é do grupo de teatro.- Stacy e riem, levando tapinhas de um Alexy irritado.
- Eu fazia parte de alguns desses grupos em Nova York.
- Bom, agora que sabemos da existência de mais uma chefe no grupo, eu quero saber o quão poderosa você era na cidade que nunca dorme.- Alexy puxa o assunto para novamente.
- Eu meio que fazia um pouco de tudo naquele colégio e eu simplesmente amava, éramos muito unidos, fui homenageada no baile de fim de ano por dois professores das turmas avançadas.
- Sério? Então temos um gênio? - Stacy fica abobada com a revelação da amiga de infância.
- Não consigo acreditar que você fez parte das turmas avançadas.- Alexy esconde o rosto em desaprovação.
- Sim, mas eu só entrei para conseguir votos, admito. Depois acabei gostando.- Agora é a vez de de alisar a mão de Alexy.
- Mentira, você era do grêmio? - o garoto se recupera rapidamente.
- Vice presidente, mas eu era mais conhecida e requisitada do que a própria presidente, o que a fez me odiar e eu decidi focar mais na torcida e no grupo científico.
- Eu estou pasmo com essa menina, Stacy, ela veio para destituir a .- Alexy abraça com empolgação.- Amei!
- Alexy! A não é tão ruim.- Stacy tenta defender sua colega.
- Você só diz isso porque é o braço direito dela na torcida.- Alexy diz de forma irritada.
- Eu só ajudo, ela precisa de alguém para ficar de olho quando ela não está e eu sou a mais antiga na torcida.
- Então você também é uma chefe.- diz num tom de descontração.
- Menina, você aprende rápido.- Alexy diz fingindo estar em choque, causando riso nas duas.
- Com certeza.- responde.
O despertador toca pela segunda vez naquela manhã e fica confusa em saber que aquela é a primeira vez que o seu toca de verdade, já que na outra ela acordou e olhou o celular e não estava no horário que ela levantaria, o que a levou a conclusão de que a famosa tinha voltado da farra ontem bem tarde. levantou e foi direto para o banheiro fazer sua higiene matinal, não queria se atrasar para o primeiro dia. Saiu do banheiro secando os cabelos com a toalha e abriu o segundo closet, um pouco menor por ter sido feito às pressas quando seu pai teve a incrível ideia de colocá-la para dividir o quarto com . escolheu uma roupa elegante, um vestido até um pouco acima dos joelhos que deixava as suas curvas realçadas sem ser vulgar. No novo colégio, o uniforme não era obrigatório então ela poderia ousar bastante no primeiro dia e ela estava a cara do poder, juntamente com seu sapato de bico fino branco, para combinar com seu vestido também branco e colar de pérola. O quarto era enorme, apesar da recente divisão, a casa no total tinha três suítes e um quarto para hóspedes, mas o pai de insistiu para que ela ficasse no mesmo quarto que a filha de sua esposa, que por ironia era o seu antigo quarto, para que ambas pudessem se conhecer melhor, mas sabia que esse não era o único motivo, seu pai queria que ela se sentisse parte da sua nova família e achou que se ela ficasse com o quarto para visitantes, mesmo que igualmente grande, não ajudaria no seu plano. terminou de se arrumar e desceu as escadas, passando o primeiro andar onde ficavam os escritórios e a sala de jogos e filme. Chegando no andar de baixo foi direto para a sala de jantar onde estava o seu pai, a esposa de um lado e uma garota de outro, que ela supôs ser . Ela era ruiva e estava vestida tão elegante quanto , com seus sapatos de salto não tão altos, e comia tranquilamente.
- Bom dia.- diz num tom razoável, chamando a atenção para si.
- Bom dia, filha.- Responde o homem.
- Bom dia, , estávamos falando de você agora mesmo com , ela estava ansiosa para te conhecer pessoalmente.- diz a madrasta de forma amigável. Tão amigável que teve dúvida se era com ela.
- Um prazer finalmente conhecer a famosa .- diz com um leve sarcasmo e um sorriso no rosto.
- Igualmente, querida, mas pode me chamar de .- a ruiva diz num tom angelical.
- , a Penélope pediu que fizesse torta de limão, ainda é sua favorita? - o pai de perguntou pousando a xícara na mesa.
- Sim, papai.- com a menção da torta a pega e coloca perto de , fazendo a outra se questionar tamanha gentileza em uma só hora. Minutos mais tarde se levanta da mesa alegando estar atrasada.
- Tchauzinho tio Joe, beijo mamãe.- dá beijo nos dois mais próximos de si e vira para .- Nos vemos mais tarde, .
- Espere, .- Joe pede.- Por que não dá uma carona pra até ela se enturmar? Aposto que vocês vão adorar ir juntas.- Joe sugere.
Ambas ficam totalmente sem reação, até mesmo Penélope que sabia o quão estava se esforçando para suportar aquela recepção toda. Mas uma coisa era certa, todas estavam xingando Joe mentalmente naquele momento.
- Claro, tio Joe. Vamos, ? - força um sorriso e pega sua bolsa na cadeira ao lado da que estava sentada.
- Prontinho, chegamos.- diz assim que para o carro.- Desculpe não poder te mostrar o Colégio, querida , mas eu tenho uma reunião com a diretora e o grêmio sobre o discurso de boas vindas e essas coisas de presidente.- diz enquanto olha no espelho do carro e acena para assim que a mesma sai.
- Não precisa se preocupar, querida , eu marquei com uma colega.- diz um pouco enjoada com tanta doçura.
desce do carro e em seguida vai em direção a entrada da United Lenger. Ela não mentiu quando disse sobre a tal colega, mas ela não marcou com ninguém. entrou na UL e seguiu corredor adentro, olhando cada detalhe, tudo era tão diferente e tão igual, até que esbarrou em alguém um pouco mais alto. A menina se recompôs rapidamente e quando estava pronta pra se desculpar e seguir em frente foi tomada pela mesma onda de calor da noite em que o viu o pela primeira vez, mas agora ele estava na frente dela e a ajudou a não se desequilibrar sem nem notar quem estava ajudando.
- Oi…- se esforça para não travar.
- Humm… oi, então você realmente estuda aqui.- diz o rapaz.
Era incrível como o pessoal daquele colégio era bem direto e pela primeira vez não gostou disso, porque só a estava deixando mais e mais nervosa, como se toda aquela sensação avassaladora do dia da festa de boas vindas estivesse presente novamente, fazendo com que seu corpo gritasse por liberdade.
- E nos encontramos mais uma vez.- diz sem graça.
- Pois é, coincidência ou destino?
- Você estava me procurando? - provoca.
- Procurando? - O rapaz fica vermelho e desvia o olhar para o sapato, coçando a cabeça.
- Você disse “você realmente estuda aqui”, estava me procurando? - explica.
- Bem, eu procurei saber, só isso, mas ninguém sabia de você, então eu pensei que fosse coisa da minha cabeça.
- Tcharam, não foi, em todo caso.- sorri irônica.
- Sou o .
- Sou a .
- Está perdida, ?
- Na verdade sim, preciso pegar a minha chave, mas esse colégio é um tanto enorme e eu já esqueci a instrução que me deram para chegar na secretaria .
- Eu te levo, estou indo pra lá também.
- Prontinho.- vai de encontro a , que estava de cabeça baixa escrevendo, enquanto uma mulher esperava sentada no outro lado da mesa.
- Vai se inscrever em alguma coisa? - pergunta a sem parar de escrever.
- Acho que vou dar uma olhada primeiro.- pegou uma folha em cima da mesa e começou a analisar as opções. Ela marcou o time de natação e devolveu o papel a mesa, coincidentemente no mesmo momento que , fazendo suas mãos se tocarem num breve instante.
- , foi muito bom reencontrar você, será que podemos almoçar juntos? - diz apontando a saída a e saindo logo depois. As pessoas eram realmente muito diretas por ali.
- Tudo bem por mim, .
- Me espera na entrada principal?
- Sim.
O horário do almoço tinha chegado e estava na tal entrada principal esperando . Apesar de ter sido o primeiro dia, já estava lotada de coisa para fazer, como voltar à tarde para uma reunião com o grupo científico, porque o professor responsável pelo grupo achou que ela seria uma ótima integrante devido às suas notas e sua participação no próprio grupo científico do seu antigo colégio, ele achava ela tão boa que nem esperou ela ser liberada, foi chama-la na sala, o que pegou todos de surpresa, já que ninguém nunca foi convocado assim antes. tem quase certeza que gosta bem menos dela agora que as pessoas só falam da novata que foi convidada a participar do grupo científico e possivelmente pras turmas avançadas também.
estava tão absorta em pensamentos que nem percebeu chegar com sua moto, ou super máquina como todos do time chamavam.
- Hey, !
- Ai que susto, .- ela diz tentando normalizar a respiração.
- Você estava viajando legal.- segura o riso.- Aqui o capacete, sobe aí.
- Onde vamos?
- No meu restaurante preferido.
- Então você é novata.- diz depois que lhe contou sobre a mudança recente de estado.
- Sim, .- confirma.
- Se inscreveu em quê? Esqueci de te perguntar.- chama a atenção de para um assunto novamente.
- Natação.- diz meio empolgada.
- Sério? Você fazia parte do clube do seu antigo colégio? - diz enquanto termina de mastigar suas batatas fritas.
- Fazia aulas particulares, o clube de lá nunca me interessou.
- O daqui tem algo que te interessa? - pergunta.
- Por enquanto não sei, só estou querendo propor um desafio a mim mesma.- diz com um sorriso no rosto, fazendo sorrir e ter a confirmação de que ela era mais do que uma simples novata.
“Me lembro de sonhar com as coisas que eu faço agora…”
Poucos dias se passaram, e ainda não conhecia o segundo filho da madrasta, mas ela não se importava muito em conhecê-lo, porque esperava que ele fosse tão chato e fingindo quanto , que por sinal só a tratava bem na frente de Joe. Em uma semana se tornou quase tão popular quanto e mesmo que não fosse culpa da mesma, não aceitava. A reunião com o grupo científico foi um sucesso e como esperado foi chamada para as turmas avançadas. A sua amizade com Stacy e Alexy continuou e ela começou a ir para a UL com os dois, não chegava mais tão cedo como quando ia com , mas não depender dela já era uma bênção. também foi um avanço, pensou que ele seria babaca por causa da festa de boas vindas, mas depois que ele a chamou para almoçar no primeiro dia, eles passaram a almoçar juntos a semana toda, ele até sugeriu que ela fizesse o teste para a torcida, mas era a capitã e queria distância, mesmo que amasse ser líder de torcida.
- A gente só almoçou junto, Stacy.- tentava explicar para a amiga no telefone.
- Todos os dias da semana, . Como não tá rolando algo?
- A gente só ficou uma vez, não significa que estamos apaixonados ou que vamos ficar outra vez.- dizia a mesma coisa que disse para Alexy uma hora antes quando o mesmo ligou implorando para saber detalhes do novo casal da UL.
- Mas se ele estiver a fim? Você não vai querer? - Stacy insistia.
- Não sei, Tacy, eu cheguei aqui não tem nem um mês, não quero me envolver pra valer.- mudou de posição na cama, ficando de barriga pra cima.- Quem sabe a gente só fique…
- Isso! Boa garota.- Stacy solta um gritinho pelo telefone, fazendo ambas rirem.- , eu tenho que desligar, estão me chamando pro jantar.
- Tudo bem, depois me manda uma mensagem, acho que vão me chamar daqui a pouco.- Assim que termina a frase batem na porta.- Tô dizendo, tchau Tacy.
- Já estou indo.- levanta, coloca o celular no criado mudo e vai em direção à porta.
- Oi, eu já estou descendo pro…- paralisa, seu coração acelera e suas mãos começam a suar como sempre.- ? O que você tá fazendo aqui? - diz fechando a porta atrás de si .
- Como assim o que eu estou fazendo aqui? Eu moro aqui, .
- Ai meu Deus, você é o filho da Penélope.
- Isso! E você é a filha do Joe. Caramba, o que custava me falarem seu nome?
- O que falaram? - perguntou curiosa.
- Nada. Só disseram “a filha do Joe ta vindo morar com a gente.” “A filha do joe já chegou.” “Vai chamar a filha do Joe pro jantar”.- dizia afinando a voz, fazendo a tensão diminuir.
- Então você é irmão da ?
- Irmão gêmeo.
- Você disse pra ela sobre a gente?
- Somos amigos, não tem nada demais, .
- Ah, claro.
- E outra, ela não manda em mim.
- Você tem razão.- deu um sorriso amarelo e o seguiu para a sala de jantar, tentando disfarçar a decepção. Ela não conseguia conter a súbita tristeza em ter suas expectativas desacreditadas.
- Boa noite, crianças.- Penélope diz assim que eles entram na sala de jantar.
- Boa noite Penélope. Meu pai não chegou ainda? - pergunta se sentando na extremidade mais distante da mesa, afastada dos dois. Por mais que tenha sido algo totalmente bobo, estava gostando das investidas de e pensar que ela estava interpretando tudo totalmente errado a deixava com uma carranca difícil de esconder .
- Ainda não, querida.- Penélope responde.- Sabia que o estuda na United Lenger também?
- Já nos conhecemos mãe, ela já sabe.- diz encarando com um sorrisinho.
- Que maravilha, você pode ajudá-la a fazer amigos e se enturmar.
- Ela é muito boa em fazer amigos sozinha, mas eu ajudo sim.- e Penélope continuaram a se referir a como se ela não estivesse ali, a deixando irritada.
- Por que só voltou hoje, querido? - Penélope continua a conversa como se não estivesse na mesa.
- Estava com os caras, mãe, ensaiando as músicas da banda e essas coisas, eu avisei.
- Encontrou a Kim?
- Não, a gente não se fala mais, eu já te disse também.
- Kimberly é a namorada do , nós gostamos muito dela, acho que você vai amar conhecê-la, .- Penélope diz, cuspindo veneno para todo lado.
- Ex-namorada.- olha para pedindo desculpas.
- Acho que vou sim, Penélope, licença, vou subir, marquei com uma amiga, ela deve passar cedo por aqui amanhã.- não conseguiu disfarçar que tinha sido super atingida pelas palavras da madrasta, o que não passou despercebido por nenhum dos dois presentes.
- Certo, querida.- Penélope dá um sorriso cínico. levanta da mesa e vai direto para o quarto. Horas difíceis e nem estava presente, a agradeceria depois por a mesma deixar o quarto todo para ela aquela noite.
Semanas se passaram e tudo estava na mesma, fazia de tudo para não se afastar de e fazia de tudo para não criar mais expectativas, porque em uma hora ele a queria só como amiga e em outra se mostrava a pessoa mais apaixonada do mundo. notou a aproximação e não gostou muito, na cabeça dela queria roubar tudo que a pertencia, o que piorou bastante quando um mês após sua chegada, era uma das pessoas mais sugeridas a ser escolhida a rainha do baile de primavera e segundo poderia chegar a competir de igual para igual com a mesma quando o momento da votação chegasse.
Alguns meses se passaram e a temporada das competições estava no seu auge, tendo a UL ganhando competições e avançando no campeonato regional. Tudo estava na mais perfeita ordem, até que o final do mês chegou sendo acompanhado por uma notícia nada boa para .
- !
- Sim, Stacy? - diz tirando os olhos da sua prancheta de escalações das líderes para o próximo jogo.
- Temos que conseguir outra garota para os saltos, a Lis acabou de fraturar a perna.
- Chama alguma menina da suplência, Stacy, e não me enche com isso.- diz fazendo uma observação no nome da menina citada por Stacy, suspirando pesadamente.
- Já chamamos as duas da suplência para cobrir as veteranas que saíram ano passado e acabamos de fazer seleção, as vagas estão todas completas.
- Exceto a vaga da Lis agora.
- Exato.
- Meu Deus, ela não poderia esperar terminar o campeonato? - passa as mãos no rosto preocupada.
- Foi um acidente, ela não teve culpa.- Stacy diz.
- Sim, querida, mas agora estamos sem ninguém.
- , eu conheço uma pessoa que pode substituir ela.
- Mesmo que essa pessoa aceite ajudar a gente, não sabemos se ela é boa o bastante para nos acompanhar .
- , eu te garanto que ela é.- Stacy insiste.
- Pode chamar ela para o treino de agora?
estava no vestiário, esperando Stacy com a tal garota, quase uma hora e nada, ela já estava cansada de esperar, teve que atrasar o treino por causa da tal menina.
- Pronto.- Stacy entra no vestiário com em seu encalço.
- Onde ela está? - olha em volta.
- Aqui.- Stacy aponta para .
- Ela?
- Eu.
- Eu não vou colocá-la no grupo, Stacy.- Por mais que estivesse precisando muito, o medo de perder as líderes de torcida para a dominou.
- Eu avisei, Stacy, ela é orgulhosa demais.- ajeitou sua bolsa no ombro e se preparou para ir embora.
- Chega! Ela é a nossa única solução, .- Stacy entrou no meio das duas.
- , pare de pensar só em você uma vez na vida.- continuou.
- Eu não estou falando com você.- desvia o olhar de .
- Mas eu estou! Deixe de ser orgulhosa e aceite isso, já estou farta dos seus caprichos e exigências.
- Escute aqui, não ouse tentar arruinar a minha torcida ou roubar meu posto.
- Entendido, querida.- sorri cinicamente.
- Stacy, dê um uniforme para ela.- se vira para sair.
- Esteja pronta em cinco minutos, quero ver o que você sabe fazer.
“Eu me lembro quando eu estava sozinha
Sem ninguém por perto
Para me abraçar
Mas agora você está aqui comigo…”
Como esperado, a popularidade de aumentou dez vezes com sua entrada na torcida. Ela foi bem aceita por todos, até pela treinadora, que disponibilizou uma vaga de titular para que ela fosse mantida mesmo depois da recuperação de Lis, fazendo com que quase arrancar os cabelos e ficar mais insuportável e mimada nos jantares “em família”.
O baile de primavera aconteceria em breve e era tão favorita quanto a sua irmã de criação, o que mexia com os ânimos de todos na UL e em casa.
Depois de dias dividindo o quarto com uma raivosa devido os últimos acontecimentos, finalmente teria sossego. tinha saído desde a hora do almoço, deixando a casa vazia, devido a viagem de Joe e Penélope.
estava quase pegando no sono quando a porta do seu quarto se abriu, revelando um sem camisa.
- Errou o quarto? - levanta o olhar do celular, engolindo em seco logo em seguida.
- Não.- dá um sorrisinho quando percebe o mal jeito de .- Vim avisar que a não vai vir hoje, então o quarto é todinho seu.
- Obrigada por avisar.- continua olhando para o visor do aparelho.
- Disponha, tchauzinho.- se recolhe e fecha a porta.
- , espera.- solta o celular na cama e vai para a beirada da cama assim que a porta abre novamente.
- Oi, .- entra no quarto.
vê um filme sobre ela e o rapaz parado em sua frente passar em câmera lenta e suas mãos começam a suar e seu coração acelerar, fazendo com que ela ficasse super nervosa e agisse por puro impulso. foi em direção a tão rapidamente que parecia que seus pés tinham vontade própria. Passou a mão pela nuca do rapaz e o puxou para um beijo. Quando se deu conta do que tinha acabado de fazer, foi surpreendida por uma super correspondida de a envolvendo em outro beijo, dessa vez mais intenso e caloroso. As mãos começaram a se movimentar e as peças de roupa foram diminuindo, assim como a vergonha de ambos. A temperatura estava subindo e o que veio em seguida foi inevitável.
despertou no meio da noite em seu quarto. Estava sendo abraçada pela cintura por braços fortes, o que confirmou que o momento anterior não teria sido um dos seus delírios e sonhos.
realmente estava do seu lado e dormia tranquilamente com a boca levemente aberta. O que não seria um problema se não estivesse num impasse consigo mesma. Ela não podia cobrar muito de , a mãe do mesmo fazia questão de passar na sua cara que o apoiava com sua antiga namorada, mas ele fazia de tudo para mostrar a que não concordava com a mãe e que seu coração estava em outro lugar que, às vezes fazia pensar que era perto dela, mas de uma hora para outra todos os sinais desapareciam e a menina se via perdida, ela estava num impasse e sabia como finalmente resolver. observou cada parte do rosto do rapaz, levantando a mão suavemente para arrumar uma mecha que caía na testa. Voltou a sua posição original e continuou sua tour pelo rosto de , quando sem aviso, o último sela seus lábios.
- Que susto! Pensei que estivesse dormindo.- arfa com o movimento súbito de .
- Eu estava, antes de sentir estar sendo observado.- sorri e puxa a garota para mais perto.
- Eu gosto de te observar. Tem algum problema nisso? - pergunta com um certo divertimento.
- Claro que não madame, mas devo lhe avisar dos riscos de se apaixonar.
- E se eu já estiver apaixonada?
- Devo lhe avisar novamente que possa ser um erro da sua parte.- termina a última parte da frase afastando o cabelo que caía nos olhos de a fazendo arrepiar com o toque e intensidade dos olhares. Ele dizia ser um erro se apaixonar por ela, mas não estava falando sério, torcia profundamente que o desacreditasse e mostrasse que estava disposta aos riscos.
- Talvez eu queira cometer esse erro.- diz sustentando o olhar de .
- Então vamos cometer esse erro juntos.- acaricia a bochecha de e sorri. Aquela era a oportunidade perfeita para pôr as cartas na mesa, mas ela não sabia como. Será que ele estava a correspondendo realmente? Tantas dúvidas e nenhuma resposta. Ela queria que tudo se estabelecesse, mas a situação de ambos como "irmãos" os deixava amedrontados com que poderia vir em seguida.
- E os nossos pais? - enfim expressa a sua maior preocupação.
- Nós contamos a eles na hora certa, que não é agora por motivos óbvios de: não teremos como escapar até a formatura.
- Você é um gênio, , a faculdade vai nos salvar.- diz animada com a ideia de ter um plano.
- Só temos que esperar mais alguns meses e tudo vai se acertar. - por mais que o medo de as coisas não acontecerem como estavam planejando o casal não deixava transparecer tanto.
- E a ? - pergunta com preocupação novamente na voz.
- Ela vai precisar aceitar isso, , somos irmãos, sabe? Ela tem que me apoiar.
- Ela me odeia.
- Não, . Ela odeia não ter atenção toda para ela.
Por mais que amasse toda atenção que recebia, óbvio que se sentia sozinha. Ela ia a festas, organizava mais um bocado de festas e todos na UL queriam fazer parte do seu grupo, que no fundo, nem ela mesma fazia parte. Sempre foi uma garota mimada e esperava que as pessoas fizessem sempre suas vontades, mas quebrar esse ciclo pode ser doloroso, principalmente quando você não está preparado para sair dele e ter que tentar uma vida mais normal fora da proteção do colégio, mas ela não podia negar que sentia falta de uma coisa nisso tudo, seu irmão. Por mais que todas essa atenção a fizesse ser o que ela não era lá no fundo, ela não conseguia suprir a falta que seu irmão fazia nos últimos meses, mesmo morando na mesma casa. Ela era a garota mais popular e desejada, mas seu irmão preferia , ela era a mais influente, mas seu irmão preferia . Ela sentia falta do seu irmãozinho, aquele que dividia as aventuras e curtia cada parte fútil do colegial. Pensar em todas essas coisas a deixava muito pior, mas a fazia chorar e chorar é um ótimo remédio, mesmo que para isso ela tenha que ir para um lugar mais isolado, como atrás das arquibancadas. Sua mãe não aprovaria tal ato, onde já se viu a sua filha choramingar por besteira. Era isso que ela dizia, por mais que ficasse triste. Então a mesma abaixou a cabeça e continuou chorando o quanto podia.
- Olá? Está tudo bem? - num sobressalto limpou a maior quantidade de lágrimas que conseguia e arrumou os cabelos.
- Sim, está tudo bem, eu só… ? - Ambas estavam estáticas, claro que por motivos diferentes, mas não tão diferentes assim.
- Você está bem, ? - continuou a perguntar tentando ao máximo disfarçar que não estava surpresa e mesmo sendo quem era, iria prestar sua "ajuda ".
- Estou bem sim, obrigada. - levanta.- O que você está fazendo aqui?
- Escutei um choro e vim ver o que estava acontecendo. A pessoa parecia estar em agonia.- foi sincera, tentando de certo modo mostrar para que ela sabia o que era ter que chorar quase que em silêncio.
- Bem, já passou. Eu só precisava colocar para fora.
- Aconteceu algo? - continuou.
- Nada que você deva saber, agora me deixe.- pega a sua bolsa no chão e marcha em direção a .
- Sabe , você não deveria guardar tudo para você.
- E com quem você acha que eu deveria compartilhar? Com você? - alfineta, deixando transparecer toda a irritação.
- Com o seu irmão. Ele se preocupa com você.
Por mais que odiasse, tinha que admitir, levava muito jeito para recepções, o baile de primavera estava lindo. Depois de alguns meses de planejamento estava tudo muito decorado, todas as pessoas arrumadas, a primeira banda estava tocando naquele momento uma melodia suave, deixando o ambiente mais receptivo, os petiscos estavam ótimos e a bebida também, mesmo que não fosse alcoólica, devido o lugar do baile em questão. Em meio a seus pensamentos, foi interrompida.
- Está gostando da festa? - uma garota desconhecida pergunta. Ela estava com um vestido longo e rosa, que combinava perfeitamente com seu tom de pele bronzeado e seus olhos verdes.
- Eu estou sim, a não decepciona.- responde meio desconfiada com a abordagem.
- Eu vim por causa da banda que vai se apresentar daqui a pouco, eles são muito bons.- a garota diz. O que deixou bem mais desconfiada ainda, aquela menina não estudava ali? Ela conhecia a banda de ? Eles eram conhecidos em outras escolas?
- Eu ainda não os ouvi tocar.- diz desconfortável.
- Sou a Kim.- a garota estende a mão. Claro que era ela, tinha se esquecido desse detalhe do passado de , uma ex-namorada, que todos gostavam.
- Sou a .
- Sim, que bom te conhecer, ouvi falar muito de você, a mais nova irmãzinha do . Aposto que também ouviu falar de mim. Todos me amam.- a então Kim, diz sorridente, mas não menos cínica.
- Eu não diria todos.- uma pessoa interrompe a conversa das duas escutando as preces de .
- Aah, oi . Que bom rever você, como está sua mãe? me disse que a casa nova é maravilhosa.
- Ela está bem. Vem, ! - puxa sem nem se despedir de Kimberly. Já afastadas da antiga cunhada de , a mesma quebra o silêncio.
- Se mantenha afastada daquela naja, não acredite em uma só palavra do que ela diz e aproveite o show, meu irmão quer te ver bem a frente do palco, então não se demore aqui quando as luzes se apagarem. Eu não estou sendo legal por sua causa.- despejou de uma vez todas as palavras em e saiu como se nada tivesse acontecido. Ela estava tão atordoada com os acontecimentos que nem notou quando as luzes se apagaram e a multidão já estava aglomerada na frente do palco que tinha sido montado ali. E então tudo aconteceu muito rápido. A banda de entrou no palco, apresentou algumas músicas cover e iriam para a última música deixando todos muito empolgados. procurava na platéia e isso não passou despercebido, a música foi se encerrando e foi abrindo espaço entre a multidão, tocou o último acorde da música e desceu do palco para ir de encontro a uma recém encontrada, mas foi surpreendido por Kimberly que o puxou e beijou, na frente de todos e de , que tinha acabado de chegar à frente do palco. As pessoas começaram a comemorar o espetáculo que estava sendo o beijo deles, então virou e foi embora antes de ver se desvincular e brigar com Kim e tentando seguir pra onde ela tenha ido. corria tanto que pensou que seus saltos iriam se fundir com seus pés. Ela parou quando já estava distante o suficiente do baile. Tirou os sapatos e foi andando para um lugar bem conhecido por aqueles que querem chorar ou fumar um baseado sem ser percebidos. Minutos depois se culpando e martirizado por não ter percebido que não a queria e que ela tinha sido uma trouxa, alguém sentou do seu lado, a fazendo se preparar para xingar muito caso levantasse a cabeça e fosse o rapaz.
- Relaxa, não é o .- a então pessoa que se sentou ao seu lado era e ela continuou.- Eu vi o que aconteceu.
- Veio passar na minha cara? Que seu irmão fez certo em escolher ela na frente se todos e me humilhar? - disse entre soluços.
- Por que eu faria isso? Como eu te disse, eu vi o que aconteceu. E não acredito que você esteja tão cega de insegurança que não vê também.
- Ele a beijou, .- limpou as lágrimas, mesmo que elas insistissem em cair.
- Não! Ela o beijou, ele preparou tudo isso para você, o show e o pedido depois dele.- dizia sem tirar os olhos de .
- Como você sabe disso? - não conseguia acreditar no que dizia, logo ela que não suportava dividir seu irmão com .
- Eu dei essa ideia para ele. Depois do dia que você me aconselhou aqui mesmo, eu fui conversar com meu irmão e ele se abriu comigo em relação a você e por mais que eu não goste de dividi-lo, eu o amo e quero o melhor para ele.- realmente estava tirando a máscara para e esperava que isso ajudasse seu irmão, ela sabia que uma hora teria que se acertar com menina chorosa a sua frente e sabia também que parte da sua recusa em aceitar a menina era birra por se sentir ameaçada. tinha conseguido tudo em tão pouco tempo, tudo que ela lutou para conseguir e para manter e não era culpa dela ter conseguido tudo desse jeito, mas a fez enxergar que aquilo estava o afastando dela, ela não poderia ficar tão obcecada, aquilo não valia mais que sua relação com seu irmão e então daquele dia em diante ela teria que se esforçar para fazer as pazes com .
“Esta noite, olhe para o que você encontrou Eu estava sozinha por um tempo…”
- Mas ela estava lá , ela o beijou e eu não soube como reagir e todos estavam aplaudindo.- resolveu tirar suas barreiras para a outra.
- Isso, querida, você já está voltando a consciência. Ela o beijou, ele foi pego de surpresa e todo mundo aplaudiu, porque todos nessa escola amam um espetáculo.
- Mas o que eu vou fazer? Saí de lá feito uma derrotada.- dizia agora se recompondo.
- Você vai voltar comigo e vai encarar isso como se nada tivesse acontecido, vai limpar esse rosto e retocar a maquiagem, se você não tiver, eu te empresto.- disse com um sorrisinho no rosto. Por mais que fosse recente tudo aquilo, lidar com não era tão difícil,a outra menina pensou.
- E se eles estiverem juntos? - continuava amuada.
- , respira! O que eu disse? Foi tudo um mal entendido. quer você.- disse finalmente, não aguentava mais tanto choramingo e tinha a impressão que foi rude.- Me desculpe. Só se ajeite, estou aqui com você.
- Me desculpe também, , eu não fui uma boa colega de quarto, deveria ter evitado te provocar, você já estava lidando com o afastamento do seu irmão por em partes minha causa.
- Eu te desculpo. Agora vamos! A coroação do rei e rainha do baile.- terminou a última frase e levantou, estendendo a mão para , a ajudando a levantar. O tão esperando momento desde o retorno das aulas tinha chegado e por uma reviravolta do destino, as duas estavam juntas, entendidas entre si e prontas para aplaudir qual das duas seja a escolhida como rainha do baile.
“Não vou sair sem o seu amor hoje à noite, hoje à noite
Estou dançando ao som
E as minhas palavras na multidão
Estou nas alturas para descer…”
Depois que e voltaram ao baile juntas todos entenderam que uma irmandade tinha sido formada, cheia de poder e cumplicidade. estava perto da saída desnorteado com que tinha acontecido depois da sua apresentação, que só notou quando a mesmo estava parabenizando uma com uma coroa de rainha do baile super sorridente, que quase instintivamente olhou na direção que ele estava, o notando e em seguida falando algo para que saiu logo em seguida, fazendo ir em sua direção, parando somente para falar com a irmã.
- Parabéns , a …- sem que terminasse sua frase foi interrompido.
- Ela foi para o pátio, .- A irmã riu da sua cara de confuso e fez sinal para que ele seguisse em frente. saiu do baile e seguiu para o pátio, onde encontrou de costas para a entrada.
- ? - ele a chamou.- Eu sinto muito por você ter passado por aquilo, eu tinha planejado te pedir em namoro no momento que desci, a disse que você iria gostar, mas a Kim veio e ela…- foi interrompido por , que o beijou sem pestanejar, ela podia sentir a inocência do menino em toda aquela história.
- Uau! Que ótimo jeito de mandar calar a boca.- disse.
- Ainda está de pé ?
- O quê? Você me beijar outra vez assim? - puxou a garota para mais perto.
- Não, seu bobo. O pedido. - sorriu e arrumou o cabelo da testa do rapaz, enquanto o mesmo a olhava admirado, se afastando um pouco e tirando uma caixinha do bolso.
- , você quer namorar comigo?
- Sim.