Fic finalizada

Capítulo único

Love of my life, you've hurt me
You've broken my heart
And now you leave me

Love of my life, can't you see?
Bring it back, bring it back
Don't take it away from me
Because you don't know
What it means to me


abriu os olhos quando a claridade do dia penetrou o quarto, depois de mais uma madrugada de sono ruim. Agarrou-se ao travesseiro que ficava ao lado do dele e suspirou, demonstrando um misto de cansaço e tristeza. Era a oitava manhã em que acordava sem ao seu lado, na cama de casal comprada cinco anos antes, quando os dois tinham começado a namorar e ela passara a dormir várias noites por semana em seu apartamento.
Buddy, o pastor branco suíço que haviam comprado depois de se mudar para uma casa, decididos a aumentar a família, entrou no quarto, abanando o rabo, e pousou a cabeça na cama, encarando o rapaz. Certamente o bichinho também sentia falta de , mas, naquele momento, como nas manhãs anteriores, entrara no quarto para lembrar ao dono que, apesar de tudo, ele ainda tinha suas responsabilidades, sendo a primeira delas o passeio matinal diário pelo quarteirão com o cachorro, recomendado pelo veterinário.
Após checar se havia algum recado importante no celular, deixado na mesa de cabeceira na noite anterior, levantou-se, vestiu uma roupa casual e colocou a coleira em Buddy. Um passeio pela vizinhança normalmente fazia bem a ambos, mas, também como nos últimos dias, o jovem detestou cruzar com conhecidos que provavelmente estavam sentindo pena dele, por ter notado a ausência dela, e odiou ter que passar mais meia hora sozinho com seus pensamentos. Queria ir logo para o trabalho, onde havia gente falando constantemente e não faltavam tarefas para ocupar sua cabeça.
Caminhando, ele relembrava o momento em que partira seu coração, com palavras duras, antes de ir embora, e lembrava também dos amigos, dizendo que ele deveria seguir em frente, e da família, declarando que ela fora injusta e não o merecia. A cada passo, contudo, ele a queria mais! Ele a queria de volta, pois era o amor da sua vida, e porque ele tinha ficado realmente magoado, mas entendia as razões dela, a pressão que ela estava vivendo, a pouca segurança que sentia nele.
A verdade era que nunca dissera à namorada que a amava tanto, que queria que ela fosse sua esposa, sua família, que desejava uma vida inteira ao lado dela, e de mais ninguém. Ele nunca fizera nenhum gesto romântico, e nem mesmo a pedira em casamento. Tinha apenas sugerido que ela se mudasse para o apartamento dele, ao perceber que ela já passava mais dias da semana lá do que na casa onde morava com os pais, e depois se limitara a concordar, quando ela dissera que queria ter filhos e que precisavam de uma casa ou de um apartamento maior.
Ele estava lendo um artigo de revista no tablet, quando ela saíra do banheiro, com o teste de gravidez na mão. Havia decidido não demonstrar muita expectativa, acreditando que, se parecesse não se preocupar tanto em ter um filho, ela não se sentiria tão pressionada a engravidar. Ele queria muito um bebê, mas queria ainda mais que ela fosse feliz, e os resultados negativos nos oito testes anteriores a haviam abalado demais.
A decisão de não se mostrar muito preocupado, no entanto, tinha sido a pior de todas! Ao entrar no quarto com mais um teste de resultado negativo e não ser recebida com toda a atenção que merecia, a garota acreditara que ele simplesmente não se importava. Depois de arremessar o objeto na direção dele, ela tinha começado a falar sem parar sobre como ele era frio, insensível, egoísta, a acusá-lo de ser indiferente em relação aos sonhos dela e a como seria a vida deles no futuro.
— Você deve ficar entediado, cada vez que eu entro nesse banheiro com um teste novo, né? Deve pensar: “Nem sei pra que fazer! Vai dar negativo de novo mesmo!” — dissera, irritada. — E deve ficar aliviado até, porque a realidade é que você nunca disse querer filhos. Você não disse que não também, é verdade, mas talvez depois tenha se tocado sobre as horas de sono que iria perder, a grana que não ia poder mais gastar com qualquer bobagem, a bagunça que uma criança faz pela casa, o choro alto bem na hora em que o jogo do seu time estiver passando na televisão...
... — ele tinha tentado interromper, mas ela entrara no closet, falando em tom de voz ainda mais elevado.
— Eu fiz todos os exames. Todos! A minha médica garante que não tem nada de errado comigo. Ela tem certeza! — chegara à porta do pequeno cômodo onde ficavam as roupas de ambos, a tempo de vê-la começar a chorar, enquanto jogava algumas roupas em uma bolsa de viagens. — E você nunca se ofereceu pra fazer um exame sequer, porque seu orgulho de macho não deve permitir que você nem mesmo cogite a possibilidade de que existe algo errado com você, e não comigo.
— Eu posso...
— Talvez não seja mesmo pra eu ter um filho com você! Dizem que Deus sabe o que faz — ela continuara, enquanto trocava a camisola por um short jeans e uma camiseta, mas tivera a impressão de que conversava mais consigo mesma do que com ele. — Eu não quero alguém pra tirar fotografia com meu filho no colo, em datas comemorativas. Quero um cara que vá ser pai de verdade... que queira passar por todas as coisas, boas e ruins, de ter um bebê, junto comigo. — tinha suspirado, pegando a bolsa que arrumara, passando direto por ele e voltando ao quarto, de onde enfim o havia encarado, pela última vez, com uma horrível conclusão. — Você não é esse cara.
— Você tá viajando! — ele respondera, impaciente.
As palavras dela tinham machucado muito, e, magoado, ele não tinha feito a coisa certa, que seria dizer o quanto a amava e que queria muito ter filhos com ela. Tinha se limitado a perguntar para onde ela iria, ao vê-la se aproximar da porta da casa, e, quando ela dissera que dormiria no apartamento da irmã, imaginara que seria melhor mesmo, depois daquela explosão, os dois passarem um tempo afastados, esfriando a cabeça. No dia seguinte, porém, percebera, ao chegar do trabalho, que ela havia levado embora não somente todas as roupas, como também seus outros pertences, como fotografias, livros, discos de vinil, e CDs e DVDs que colecionava.
Ele então ficara desesperado e começara a ligar para o celular dela, que, no entanto, estava desligado. Também enviara várias mensagens pelo whatsapp, mas elas não pareciam sequer estar alcançando seu destinatário. Ele precisava que ela lhe desse uma chance de se explicar, de dizer todas as coisas importantes que nunca havia falado. Precisava enfim que o amor da sua vida não o deixasse, e acreditava que ela não o faria, se soubesse o quanto a relação dos dois significava para ele. Porém permanecera frustrado por algumas horas, sem conseguir falar nem mesmo com a irmã dela.
Somente por volta das dez, a cunhada retornara suas ligações, e infelizmente não tinha muita coisa a dizer, a não ser que , pelo menos por ora, não queria conversar com ele. sentira medo de nunca mais ouvir a voz dela, de nunca mais olhar em seus olhos, de jamais ter a oportunidade de corrigir seus erros, e só ficara um pouco esperançoso na noite seguinte, ao receber finalmente uma resposta dela no whats, dizendo que precisava de um tempo, mas prometendo entrar em contato com ele, quando estivesse mais tranquila.
Desde aquele momento, vinha tentando viver normalmente, mesmo que no fundo estivesse se sentindo como em modo pausado, sempre aguardando que ela realmente o procurasse. Por esta razão, depois de colocar ração e água para Buddy, e de tomar um banho e engolir uma xícara de café, ele seguiu para a editora onde trabalhava como gerente comercial, e participou de todas as reuniões com clientes que estavam agendadas para aquela quinta-feira.
No final do dia, após sentar-se em frente ao computador para escrever alguns emails para clientes e parceiros comerciais, ficou momentaneamente paralisado ao ver que havia notificações de novas mensagens de . Ela declarava estar pronta para conversar e perguntava se ele poderia encontrá-la no apartamento de Roxy, por volta das oito da noite, ao que obviamente ele respondeu sim, não imaginando como iria sobreviver às três horas e vinte minutos seguintes.
— Oi — ela cumprimentou, timidamente, fazendo sinal para que ele entrasse no imóvel da irmã. Ainda faltavam cinco minutos para as oito, mas ele não aguentara esperar.
— Oi — respondeu, nervoso, enfiando as mãos nos bolsos da calça, sem saber se um abraço seria bem recebido. — Obrigado por aceitar conversar comigo.
— Não precisa agradecer. Eu também precisava falar com você — assegurou, sentando-se no sofá e esperando que ele fizesse o mesmo. — Eu e você não tivemos uma conversa. Eu só fiquei lá, gritando feito uma louca, te acusando... e uma relação de tantos anos, como a nossa, não pode acabar assim, sem antes a gente conversar como gente grande.
... — a voz dele saiu embargada. A palavra acabar ecoava dentro de sua mente, e ele lutava para empurrá-la para fora e se manter esperançoso.
— Eu não fui justa com você. Eu te chamei de egoísta, insensível, frio, e você nunca foi nada disso — afirmou. — Você sempre foi um cara carinhoso e generoso, não só comigo, mas com todo mundo que te conhece. O fato de você não estar tão louco pra ter um filho quanto eu não me significa...
, eu quero muito, mas muito mesmo ter um filho seu — ele interrompeu, segurando o rosto dela, para que ela pudesse enxergar seus olhos, sua verdade. — Eu só não disse isso, com todas as letras, porque achei que você se cobraria ainda mais. E, se tem uma coisa que eu quero mais do que ter um filho seu, é te ver bem, te ver tranquila... feliz. Eu quero formar uma família com você, mas a gente poderia, por exemplo, adotar uma criança. Ou mais de uma, quem sabe? Eu só não quero que você pense que tem que ter um filho, que se culpe por não ficar grávida. Foi por isso que eu tentei não demonstrar ansiedade, quando você fez os últimos testes. Foi por isso também que eu não te falei que eu já fiz vários exames, e tá tudo normal comigo.
— Você fez...? — ela indagou com os olhos marejados.
— Uhum — ele assentiu. — E agora eu sei que eu devia ter te contado, mas eu achei que isso ia te fazer ficar certa de que o problema era com você. E você não tem problema nenhum! Talvez só não tenha chegado a hora. — Duas lágrimas escorreram pelo rosto dela, e ele as secou com os polegares. — , eu já te disse eu te amo, algumas vezes, mas eu nunca disse que você é o amor da minha vida, a mulher com quem eu quero dividir tudo, ao lado de quem eu quero envelhecer. Eu errei em não falar. Eu errei em não demonstrar como deveria. E eu preciso muito de uma chance pra consertar isso, então... Volta pra casa. Volta pra mim.
... — Ela tirou as mãos dele de seu rosto, mas permaneceu segurando ambas, com firmeza, sobre seu colo. — Você também é o amor da minha vida. Só que eu sonho em ser mãe. É a coisa que eu mais quero... que eu sempre quis.
— Eu sei.
— Mas esse é um sonho meu, e eu não quero impor ele a ninguém, entende? Se você veio até aqui e tá falando tudo isso só pra não me perder...
— Não, . Eu te juro que não — garantiu. — Ter filhos com você também é o meu desejo. É o que eu quero! Tanto que eu fiz os exames, porque, se tivesse qualquer coisa errada comigo, eu faria o tratamento que fosse preciso. Assim como, se os seus exames tivessem dado alguma coisa, eu ficaria do seu lado, caso você decidisse fazer algum procedimento. O que eu não queria... o que eu continuo não querendo, aliás, é que esse desejo nosso se torne um problema, uma fonte de tristeza. Se os nossos médicos disseram que tá tudo normal, talvez a gente só precise dar tempo ao tempo, mas se você não quiser esperar, e estiver a fim de fazer alguma coisa, como entrar na fila pra adoção, eu to cem por cento com você.
— Cem por cento? — ela queria muito acreditar que teria todo o apoio de que precisava.
— Cem por cento!
— Então eu acho que... — ela respirou fundo, apertou ainda mais as mãos dele e se encheu de coragem. — Não, eu não acho. Eu tenho certeza. Eu quero entrar na fila da adoção. Tem tantas crianças precisando de cuidados, de carinho... E eu sinto que tenho tanto amor em mim, tanta coisa pra ensinar!
— Você vai ser uma mãe maravilhosa! — sorriu, mas ainda estava um pouco apreensivo, temendo tirar conclusões e se precipitar. — E essa sua decisão... Isso quer dizer que você vai me dar uma chance? Que vai voltar pra casa comigo?
o encarou por alguns segundos e um sorriso foi surgindo devagar em seu rosto. Então ela assentiu, fazendo voltar a respirar normalmente, aliviado. Ele a puxou para si, envolvendo-a em um abraço demorado. Sentir seu cheiro e seu calor fez com que ele pensasse que, na verdade, era ele quem estava voltando para casa, para o lugar ao qual pertencia.
— Eu tive tanto medo, — declarou, ainda abraçado a ela. — Eu não sei nem explicar o quanto eu me senti vazio e impotente, nos momentos em que eu perdia a esperança e achava que você tinha me deixado pra não voltar mais. — Ele se afastou o suficiente para ficar frente a frente com ela outra vez. — Mas eu te juro que eu não falei nada disso por medo. Eu realmente quero que a gente forme uma família, e prometo que eu vou dar o meu melhor como pai, e não ser um pai de fotografia.
— Não de fotografia — ela corrigiu. — Porque eu também não vou deixar o senhor fugir das fotos, não, viu? — brincou, dando um beijo nos lábios dele, que riu. Ele não era propriamente alguém que ficava feliz em fazer poses, e isso já tinha sido motivo de piada tanto em família quanto entre amigos.
Naquela mesma noite, o casal levou de volta para a casa dos dois tudo o que tinha empacotado e amontoado em um canto da sala do apartamento da irmã. a carregou no colo para dentro da casa, diretamente para o quarto, onde terminaram de selar a paz da melhor maneira possível.
No dia seguinte, ele a pediu em casamento, com direito a alianças de ouro branco, que sabia serem as preferidas dela. Brincou que as coisas com eles aconteciam em uma ordem meio maluca, mas que ele não deixaria mais de demonstrar, com gestos, palavras, tradições, documentos, sacramentos e o que mais pudesse usar, o quanto ela importava para ele.
A partir daquele momento, ela sempre seria lembrada do quanto ele a amava.

You will remember
When this is blown over
And everything's all by the way
When I grow older
I will be there at your side
To remind you how I still love you
I still love you


fez um barulho parecido com um grunhido, chamando a atenção de , que estava sentada em frente à penteadeira, experimentando diferentes opções de brincos. Pelo espelho, ela o viu tirar a gravata e tentar começar de novo todo o processo de fazer o nó no acessório que deveria acompanhar o terno que estava vestindo. A mulher se levantou e, sorrindo, se aproximou para ajudar, como sempre acabava fazendo, sem entender porque ele não pedira logo seu auxílio, e preferira tentar realizar uma tarefa que invariavelmente o irritava.
tinha trabalhado por anos como gerente comercial de uma editora, e depois se tornara um dos donos da empresa. Era uma atividade que quase nunca exigia terno e gravata, e ele se acostumara a suas roupas informais, quase sempre compostas de jeans e camisa polo. aprendera a dar nó em gravatas ainda criança, porque o pai era advogado e passava a maior parte do tempo com alguma pendurada no pescoço. Ela resolveu o problema em segundos e o marido sorriu, agradecido.
Ambos se viraram para a porta, ao ouvir o som de três batidinhas na madeira, e encontraram uma sorridente Daphne, olhando para eles da entrada do quarto.
— Os melhores pais do mundo estão prontos? — a garota indagou, se aproximando deles.
— Quase — a mãe respondeu, voltando à penteadeira e trocando os brincos. Pérolas eram elegantes, mas os que tinham pequenas pedras coloridas eram mais joviais.
— Você tá linda — o pai elogiou, beijando seu rosto. — E os seus irmãos? Onde estão?
— O Ronnie tá jogando vídeo game e, se a gente demorar muito a sair, eu diria que ele vai ficar todo suado e amarrotado. O Dean tá sentado na sala, consultando o relógio de meio em meio minuto. Tá tão nervoso que parece que é ele quem vai falar em público, em nome de uma turma inteira, daqui a pouco.
— Ele tá ansioso porque te ama muito e se orgulha de você — alegou a mãe.
— Eu sei. E eu não teria me candidatado a oradora, nem conseguido escrever um discurso tão bom, se ele não tivesse me incentivado tanto — Daphne concordou. — Enquanto vocês terminam aí, eu vou treinar mais uma vez, lá na sala. Talvez assim ele se acalme — riu, indo em direção ao corredor. — Mas ainda acho melhor vocês se apressarem.
mudou mais uma vez o par de brincos e percebeu que ria atrás dela.
— O que foi? — quis saber.
— Você acaba sempre voltando às pérolas — explicou ele.
— Não é verdade — ela discordou. — Eu usei o colorido outro dia mesmo, nas bodas dos seus pais.
— Isso porque foi minha mãe quem te deu e você queria que ela achasse que você gostou.
— Mas eu gostei! — protestou, se levantando. — Eu só... gosto mais das pérolas — riu, como se fosse uma menina flagrada fazendo alguma travessura.
— E eu gosto mais de você. — Ele se aproximou e acariciou o rosto dela, sorrindo.
— Mais de mim do que de quê?
— Do que de qualquer outra coisa — ele a beijou nos lábios e correspondeu, mas, mais do que romântica, ela era sempre contestadora.
— Isso é impossível, ! Você tem filhos.
pensou por um instante e concluiu que a mulher tinha razão. Ela era o amor da vida dele, mas todo o amor que sentia por ela havia se multiplicado com a chegada de cada um dos filhos, para então se dividir por toda a família maravilhosa que formavam.
O casal tinha entrado na fila para adotar uma criança pouco mais de uma semana depois de sua reconciliação, e tinha sido chamado para conhecer Dean, por volta de um ano e meio depois. Quando ele e o levaram para casa, o pequeno tinha sete meses, e os dois haviam acabado de ser surpreendidos com a notícia de que ela estava grávida de vinte e duas semanas. O nascimento de Daphne os deixara com dois bebês, o que fora bastante enlouquecedor no início, mas a felicidade compartilhada superara todas as dificuldades e o enorme cansaço.
Ronnie era filho biológico de uma prima de que falecera, junto com o marido, em um acidente de carro. Ele era oito anos mais novo que Daphne e tinha dois quando fora adotado pelos , completando o clã. não esperara ter novamente alguém tão completamente dependente de outros seres humanos em casa, mas foi uma experiência maravilhosa ver seus filhos mais velhos se envolvendo nos cuidados com o mais novo, e demonstrando ter uma quantidade infinita de amor para oferecer.
— Você tem razão — ele então respondeu à esposa. — Eu gosto de você e dos nossos filhos mais do que de qualquer coisa. Ainda bem que você voltou pra mim!
— Voltar? — ela franziu a testa, confusa. — Nossa, amor! Eu nem me lembrava que a gente tinha terminado uma vez. Se é que dá pra chamar aquilo de término.
— Você foi embora, . E eu achei que você talvez não fosse voltar — lembrou. — Só eu sei o que eu senti, e eu agradeço, todos os dias, por você ter mudado de ideia. — Ele segurou as mãos dela e fez um carinho suave na linha de seus pulsos. — Talvez eu tivesse me casado com outra pessoa, talvez tivesse filhos e um deles poderia até ser orador da turma, na formatura do ensino médio… E é claro que eu amaria meus filhos, mas eu tenho certeza de que eu não seria tão feliz quanto eu sou. Você é o amor da minha vida. Eu te amo demais!
— Ainda? — ela perguntou, mesmo sabendo a resposta.
— Ainda — confirmou ele, beijando os nós dos dedos dela. — Eu te amo ainda, sempre e para sempre.
Então ele a beijou com paixão, até ouvir o filho mais novo gritar da sala, provavelmente cansado não só de esperar, como de ouvir novamente o discurso da irmã. Ele a beijou porque fazia questão de demonstrar, assim como fazia questão de falar de seus sentimentos.
Exatamente como planejara, anos antes, estava envelhecendo ao lado dela e sempre, sempre mesmo, aproveitando para lembrar que era dela o seu amor.


Fim



Nota da autora: Sem nota.





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