Última atualização: 28/02/2018

Mine

Era para ser somente uma aposta qualquer sobre quem conseguiria o telefone daquela linda garota, porém eu acabei sendo conquistado por seu sorriso gentil e acabei me esquecendo de pegar seu número. No final pedir a aposta pois meu rival havia conseguido em minha frente, mas não queria dizer que eu tinha perdido a chance com a garota.

— Olha o cara da aposta. — brincou ela ao se aproximar de mim assim que entrei na cafeteria onde trabalhava — Qual a de hoje? — seu tom de voz era um tanto debochado.
— Ainda não acredito que aquele cretino teve coragem de conseguir seu número contando a verdade. — comentei desviando meu olhar para o cardápio.
— Pelo menos ele foi corajoso. — ela deu uma risada maldosa.
— Meus sentimentos estão sendo feridos neste momento. — dei um suspiro fraco — Aquele lá é um idiota… Idiota que conseguiu seu número.
— Isso é verdade, ele é um idiota... — ela riu mais um pouco com sarcasmo — Mas só entreguei um número, quem te garante que é o meu?! Quando quiser algo, me chame.

Ela saiu rindo ainda mais da minha cara…
Além de linda era divertida, o que me deixava ainda mais desejoso em conhecê-la melhor e me aproximar mais. Eu fiz meu pedido ainda envergonhado, mas sua espontaneidade era tão grande que me fazia sentir a vontade sem perceber, como estrategicamente havia me sentado na mesa do canto, a vista era panorâmica e podia segui-la com eu olhar discreto, ou não tão discreto assim.

— Se continuar assim, vou começar a cobrar. — comentou ela ao passar por minha mesa.
— Cobrar o que?! — perguntei curioso.
— Gorjeta para ficar me olhando. — ela pegou minha xícara de café expresso, colocou em sua bandeja e fez uma pose formal, me olhando séria — Deseja mais alguma coisa senhor?!
— Essa é a minha vigésima vez vindo aqui, porque só hoje fez questão de me atender? — aquela era uma boa pergunta.
— Você está contando? — ela segurou o riso — Interessante.
— Qual torta me sugere? — perguntei de forma aleatória.
— Temos uma torta de limão maravilhosa, cai muito bem com cappuccino nutella. — respondeu ela de forma profissional — É a minha combinação favorita.
— Então vou querer. — respondi.

Assim que ela se afastou da mesa, minha ficha caiu. “É a minha combinação favorita.” Ela poderia ter omitido essa parte, mas não o fez. Isso poderia significar algo? Senti meu coração acelerar com aquele pensamento, daquele momento até o final do seu expediente permaneci na cafeteria, sempre inventando mais e mais pedidos para ter uma chance de falar com ela.

— Finalmente. — ela riu assim que eu saí da cafeteria — Achei que pediria um emprego ao dono.
— Não seria uma má ideia. — sorri de leve — Mas já tenho um emprego.
— E pretende gastar todo o seu salário aqui? — aquela tinha um tom irônico — Não seria mais fácil pedir meu número?
— E correr o risco de você me dar um falso?! — a olhei tranquilamente — Além do mais, gosto do caminho mais difícil e tenho a chance de te ver pessoalmente.

Ela começou a rir mais de mim, como se eu fosse um bobo, talvez estava sendo, mas se ela quisesse eu seria o seu bobo com o maior prazer.

— Boa noite. — disse ela se afastando.
— Posso te acompanhar? — perguntei no impulso, já que ela havia dado um pouco de espaço, eu queria aproveitar a oportunidade.
— Não estou indo para casa. — ela pensou por um tempo — A propósito, como descobriu que eu trabalhava na cafeteria.
— Tenho meus informantes. — brinquei dando um sorriso malicioso.
— E seus informantes são próximos de mim?! — ela olhou para a vidraçaria da cafeteria como se estivesse procurando pistas.
— Talvez. — me fiz de misterioso já que até agora ela quem estava no controle.
— Boa noite. — ela se afastou mais uma vez.
— Espera. — segurei de leve em sua mão — Não posso mesmo te acompanhar.
— Cara da aposta, não sou como as garotas que está acostumado a lidar. — ela me olhou séria, mesmo assim seu olhar tinha um brilho incomum — Então acho melhor você desistir enquanto ainda tem seu salário.
— Eu sei disso. — insisti soltando sua mão — Mas não vou desistir.
— Então deveria arrumar outro emprego que te pague melhor. — ela se virou e seguiu.
— Aish, garota difícil. — coloquei minha mão na altura do meu coração, que estava pulsando forte.

Os dias foram se passando...

Realmente ela não se deixava impressionar fácil, principalmente com minhas aparições repentinas na cafeteria, lugar que eu já havia transformado em escritório particular, a parte boa de tudo isso era seu riso discreto e descontraído que sempre dava ao meu ver chegando. Certamente não era coincidência, mas ajuda de Deus, seu primo ser o namorado da minha meia-irmã, porém não contaria isso a ela tão cedo, já que meu informante havia me contado inocentemente, sem saber do meu interesse por ela.

— De cara da aposta, vou passar a te chamar de cara do cappuccino. — brincou ela assim que saí da cafeteria, curiosamente ela sempre me esperava sair após seu expediente.
— Pode me chamar de se quiser. — disse meu nome.
— Hum. — ela se virou para ir embora.
— Espera. — disse pegando em sua mão novamente a fazendo se virar para mim.

Logo soltei sua mão e me ajoelhei de leve, para amarrar o cadarço do seu tênis que estava desamarrado, certamente minha atitude a havia deixado impressionada.

— Você precisa tomar cuidado. — sussurrei de forma natural, mostrando minha preocupação — Isso pode te fazer cair.
— Tenho certeza que você me seguraria antes de chegar ao chão. — retrucou ela com confiança.

Sim, ela tinha todo o direito de ser confiante, eu desejava segurá-la com maior prazer em qualquer que fosse a situação, se assim ela quisesse.

. — disse ela ao se aproximar da mesa onde estava sentado.
— O que? — eu me levantei a olhando confuso.
— Meu nome é . — ela sorriu de uma forma diferente, mais gentil que de costume — Acho que após quatro meses me seguindo, merece saber meu nome.
— Eu não estava te seguindo, eu gosto do café deste lugar. — disse me referindo a cafeteria.
— A propósito, sei quem é seu informante. — ela riu — Mundo pequeno não é?!
— Eu juro que ele não sabe de nada, seu primo somente comentou da cafeteria e mostrou uma foto que você estava. — expliquei.
— Imaginei, meu primo não é de contar sobre minha vida para outras pessoas. — ela se espreguiçou — Boa noite.
— Posso te acompanhar hoje?
— Acha que saber meu nome lhe dá esse direito? — ela cruzou os braços.
— Não, sei que não tenho direito de nada. — eu toquei em seus braços e peguei sua mão de leve — Mas posso ter a oportunidade de ser teu amigo?
— Somente amigo?! — ela perguntou num tom de aparente decepção.
— Dizem que antes do amor, vem a amizade. — eu pisquei de leve para ela, a fazendo rir.
— Hum, interessante sua teoria. — ela suspirou fraco — Eu moro há duas ruas daqui, não dá apenas dez minutos de caminhada.
— Tenho certeza que são dez minutos de qualidade! — sorri de uma forma tímida.

Sim… Finalmente ela havia aceitado minha companhia, mesmo sendo somente dez minutos, foi um tempo precioso em que eu poderia conhecê-la ainda mais e mostrar meus sentimentos a ela.

— Se eu sou o cara da aposta, como você chamava o John? — aquela era uma das minhas maiores curiosidades.
— John? Então esse era o nome do babaca? — ela riu — O idiota da aposta.
— Faz sentido. — eu ri junto.
— Você são amigos? — perguntou ela.
— Éramos, até ele mexer com minha meia-irmã e mostrar que realmente era um babaca. — respondi — Mas, não gosto de falar sobre isso.
— Jenny é uma pessoa muito divertida. — disse ela se referindo a minha meia-irmã — Meu primo teve muita sorte, ele sempre teve um dedo podre para namoradas.
— Por que?
— Eram todas sempre chatas e de algumas forma, todas arrumavam de sentir ciúmes de mim. — explicou ela — Bem ridículo por sinal.
— Talvez por que você provavelmente é bem mais linda que elas. — disse em forma de elogio.
— Agradeço sua sinceridade. — ela riu sem a menor modéstia — Mas, o fato é que fomos criados juntos, o considero mais meu irmão do que primo.
— Imagino.
— Bem, chegamos. — ela parou em frente ao prédio — Obrigada pela companhia.
— Tenha uma boa noite. — eu me aproximei um pouco mais dela e lhe dei um beijo suave na testa demonstrando respeito.
— Hum… — ela sorriu assim que me afastei — Parece que eu não sou a única diferente.
— Para ser sincero, queria que esse beijo… — analisei minhas próximas palavras — Bem, te conhecendo um pouco mais como conheço hoje, não quero apressar as coisas e acabar levando um tapa.
— Você é o homem mais fofo que já conheci. — ela sorriu de leve e se aproximando um pouco de mim, beijou minha bochecha — Boa noite, volte em segurança.

Assim que ela entrou e eu me afastei do seu prédio, senti uma mão me puxar pela camisa e logo um punho fechado veio em direção ao meu rosto, o impacto do soco foi tão forte que me fez cair no chão.

— O que isso?! — sussurrei.
— Achou mesmo que iria se dar bem às minhas custas?! — disse um voz num tom alto, era John — Vocês dois brincaram comigo é?!
— Você é louco?! O que acha que está fazendo?! — gritei me levantando.
— Só vou te avisar uma vez, vai ter volta. — me intimidou ele — Vocês dois vão se arrepender.


Ele saiu furioso, eu já não estava entendendo nada, mas só sabia de uma coisa, se John encostasse um dedo em , ele seria um homem morto.

- x -


— Olha só quem apareceu. — disse ela ao se aproximar da mesa onde estava — Pensei que tivesse desistido, logo agora que sabe meu nome.
— Desistir?! — eu a olhei tranquilamente — Jamais.
— Bem, após uma semana sem aparecer. — disse ela desviando o olhar para a mesa ao lado.
— Olha só quem está contando agora. — ri baixo mantendo meu olhar nela — Tive que viajar a trabalho.
— Então trocou mesmo de emprego?! — ela me olhou admirada.
— Não, somente fui promovido por ser o funcionário do ano. — brinquei falando a verdade.
— Estabilidade financeira. — observou ela — Feliz a mulher que se casar com você.
— Você gostaria de ser essa mulher?! — intensifiquei mais meu olhar.
— Que ousado. — ela sorriu — Já escolheu o que vai pedir hoje?
— O mesmo de sempre. — respondi sorrindo de volta.

Assim que ela se afastou da minha mesa, a pessoa mais desagradável do universo entrou pela porta, John estava com mais dois amigos e se sentou na mesa bem ao centro. Como estava sozinha atendendo e o dono do lugar estava presente, ela teve que respirar fundo e se aproximar da mesa dele. Automaticamente respirei fundo também controlando minha raiva pelo soco surpresa que ele havia me dado há dias atrás, porém não foi impedimento para que eu mantivesse meu punho fechado por um tempo.

O tempo foi passando até que ele terminou o café que havia pedido, percebi que ele jogou algumas cantadas em , além de várias indiretas para mim, o que me deixou ainda mais nervoso com a situação. Neste dia fiz diferente, paguei a conta e saí da cafeteria antes do expediente de terminar, assim que ela saiu segurei em sua mão sem medo do que pensaria.

— Não precisa fazer isso. — disse ela tentando soltar — Seu “amigo” não está mais aqui.
— Me deixe fazer?! — a olhei com segurança — Apenas essa vez se quiser.

Ela pensou por um tempo e assentiu dando um sorriso. Seguimos os dez minutos do caminho em silêncio, até que obtivemos outra surpresa ao encontrar John e seus dois amigos parados em frente ao prédio dela.

— Olha só, se não é a garota do telefone e meu amigo . — ele deu um riso sarcástico.
— Não somos amigos, não mais. — disse com uma voz mais firme — E acho que deveria ir embora.
— Você quem deveria ir embora. — ele desviou seu olhar para ao meu lado — Meu assunto é com ela.
— Eu não tenho nenhum assunto com você. — disse naquele seu tom autoritário que fazia meu corpo arrepiar — Acho que sua presença aqui  está nos incomodando.

Direta e precisa como sempre.

— Claro que temos, você me deve um número verdadeiro, já que dividimos a grana, ou melhor, quero bem mais que só o telefone. — ele riu voltando seu olhar para mim.
— Deixe de ser desagradável e vá embora enquanto pode.
— Ou o que? Acha que pode me intimidar?
— Acha que está seguro com seus amigos aqui? — soltei de leve a mão de e fechei meu punho — Acho que estou te devendo algo.

Tomei impulso e sem que todos pudessem reagir contra, me lancei contra John socando sua cara e o derrubando no chão. Os amigos dele tomaram impulso para minha direção, mas assim que olhei para eles, de alguma forma a raiva que estava em meus olhos o fizeram recuar.

— Isso é entre eu e você, John. — eu o peguei pelo colarinho e o soquei novamente, sem medo do que ela pudesse pensar de mim depois — Isso é pra você aprender a nunca mais tratar uma mulher como objeto, seu babaca.

Não resisti em dar mais alguns socos nele.

— Vamos John, não devíamos ter vindo. — disse um de seus amigos o pegando do chão.
— Isso leve seu amigo. — concordei dando alguns passos para trás — E nunca mais ouse tocar nesta garota, sem que ela permita.

Assim que eles se afastaram, senti tocar em meu ombro.

?! — sua voz estava mais doce.
— Me desculpe. — olhei para o chão envergonhado — Não queria ser violento perto de você.
— Confesso que estou surpresa e ao mesmo tempo, acho legal alguém que me proteja. — brincou ela num tom sincero — Mas, estou mais curiosa em saber porque os amigos dele não o ajudou.
— Bem, nós fizemos aulas de taekwondo juntos quando éramos mais jovens. — expliquei meio tímido — Eu era uma pessoa muito agitada que precisava controlar isso.
— Nossa. — aquela tom era me surpresa.
— Me ajudou muito, ao final de tudo, consegui ficar duas faixas acima dele. — continuei — Mas não pratiquei para ser violento, ao contrário do John, eu só queria ser mais disciplinado e descarregar minha hiperatividade.
— Interessante. — ela sorriu, mais ainda parecia preocupada — E quanto a ele? Pode te denunciar a polícia.
— Não vai. — tossi de leve — Sou advogado, posso alegar legítima defesa, já que ele me socou primeiro há uma semana atrás, porém posso omitir a data.
— Advogado e legítima defesa. — ela riu baixo — O que mais deveria saber sobre você?!
— Se me permitir, te apresentarei toda a minha vida, inclusive o Klaus.
— Quem é Klaus?!
— Meu gato persa. — sorriu naturalmente.
— Hum. — ela tentou ficar séria, mas acabou sorrindo de volta — Domingo às sete, então.
— O que seria isso? — a olhei confuso.
— Um convite para o jantar. — disse ela — Talvez eu não queira ser somente a garota do telefone.
— Domingo às sete. — confirmei sentindo meu coração acelerar com suas palavras.
— A propósito, meus amigos mais íntimos me chamam de . — ela piscou de leve e seguiu até a porta de entrada do prédio.

Eu estava esperançoso, sabia que para ser minha garota eu deveria conquistar não somente sua amizade e confiança, mas também o seu coração e estava disposto a dar o meu melhor isso.

Eu queria ser parte da sua vida, do seu dia e da sua felicidade! Meu desejo é que ela seja minha garota para sempre!

"Mas nós dois não podemos ter ela,
Então, é um ou o outro,
E um dia você irá descobrir,
Que ela é minha garota para sempre e sempre,
Não construa suas esperanças para ser desprezado."

- The Girl Is Mine (feat. Paul McCartney) / Michael Jackson


Perseverar: Seja no amor ou em qualquer outra área da vida, a paciência é uma virtude e nos ensina a continuar perseverando até alcançar nossos sonhos. Não desista tão facilmente, persevere.” - by: Pâms


The End...



Nota da autora:
Aqui estou eu escrevendo mais uma fofura para vocês, espero que tenham gostado e convido a lerem minhas outras fics, como Princess of GOD e Finally Th. Vejos vocês na próxima história!!! Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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*as outras fics vocês encontram na minha página da autora!!


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