17. Na Na Na

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Durante.
- Eu aceito, . Aceito com uma condição.
- Que eu prove o tal molho especial? – não pode deixar de revirar os olhos ao constatar que os anos que se passaram nada contribuíram para que se tornasse menos babaca.
- Pra começar, sem mais piadinhas, principalmente se elas envolverem algo relacionado a hambúrguer, molho ou qualquer outra coisa relacionada ao... Você sabe, à vergonha pública a qual me submeti. – “que não vai chegar aos pés de ter que andar com você em público”, completou quase em voz alta, mas não era hora para provocações do tipo. Não antes de ter seu pagamento garantido.
- Bem, , eu não posso aceitar essa. Não estou afim de perder minha grana pra você por desrespeitar uma cláusula trinta e quatro vezes em apenas um dia. E convenhamos, adora quando te provoco, todas adoram. – ele sorriu, e ela poderia cair de quatro por ele e acabar com o que restava de sua dignidade. Entretanto, limitou-se a gargalhar, tanto pelo o que o mesmo disse, tanto por imaginar como seria hilário se agarrasse ali mesmo.
- Já cogitou que posso não pensar como todas? – mas pensa sim, como pensa. - De qualquer forma, esse não era o objetivo oficial, só quis jogar um verde, e infelizmente a carapuça não serviu. – o viu rolar os olhos, era óbvio que esse pedido era inviável. Azucrinar havia se tornado um de seus passatempos favoritos há tempos. – Enfim, há sim uma condição séria, e só assino isso se ficar claro pra você o que eu quero.
- , seria mais fácil se você fosse direto ao ponto.
- Ok, sem mais sutilezas. Em hipótese alguma, resultando em quebra de contrato caso aconteça... Bem, não se apaixone por mim.
- Não está falando sério, está? – disse com seu característico sorriso de canto, que não passou despercebido por ela. Incrível como ele ainda consegue ser tão previsível, pensou.
- Nunca falei tão sério. Dê qualquer sinal nesses três meses e te faço engolir o contrato. Com molho especial e tudo. – sorriu vitoriosa ao ver expressão confusa que ele assumiu. – Então, receberei um sim ou eu preciso me ajoelhar para te pedir em casamento?
- Negócio fechado.

3 dias atrás

“- Já provou nosso molho especial, senhor?”
Não.
Mil vezes não.
nunca foi de acreditar em carma, mas isso mudou totalmente após essa frase seguida de um jingle idiota, num comercial idiota, de um fast food idiota. Ok, a última parte não é tão idiota assim, o amor por batata frita é sempre maior do que seu orgulho próprio.
No fim, a real idiota da história foi ela mesma, ao acreditar que ser a garota propaganda do Jake’s Burgers seria a oportunidade da sua vida. Já deveria estar acostumada a passar vergonha em rede nacional diariamente, porém há uma televisão em todos os buracos possíveis para relembrá-la o quão babaca foi.
Enquanto tenta afundar em seu assento, percebe que um menino não para de olhar para a pequena tela no metrô e depois para ela com uma cara incrédula. “Que ele não perceba, que ele não perceba...”
- Mãe, olha, é a menina do comercial! – peste. Ela tirou a bolsa da frente de seu rosto e acenou para os dois que a olhavam como se fosse algum animal em exibição no zoológico.
-Ah, a menina do molho especial. – “como é bom ser reconhecida pelo seu trabalho incrível” – Vai lá filho, pede pra tirar uma foto com ela!
Involuntariamente, arrumou sua postura e passou a mão pelos cabelos. Se fosse sair numa foto com o pirralho cuja legenda provavelmente seria sua épica frase no melhor comercial do ano, que saísse decente. já colocava sua bolsa de lado e fazia menção de levantar, porém o moleque foi mais rápido.
- Eu? Não, mãe. Já sou zoado o suficiente pelos meus amigos da escola, obrigado.
HEIN? Quando pensou que não dá mais pra piorar, bum! A vida joga em sua cara uma criança pra lembrar o quão estúpida foi.
– E de qualquer forma, ela só teve uma fala e a outra atendente era mais bonita.
Esse moleque definitivamente não possuía amor à vida. Enquanto se preparava para seu monólogo de o quão difícil foi ter que dizer aquilo enquanto o feno do cenário fazia seu cabelo coçar e o short com uma estampa de vaca ridícula entrava em locais inapropriados, pensava nas mil formas de se matar um pirralho dentro de um metrô sem deixar vestígios.
- Hum, filho, fica quietinho, vai. – a mãe só faltava fundir a cara na parede de tanta vergonha que estava. se identificou, sabia exatamente como é a sensação. - Bem, desculpe, criança, sabe como é?
- É, sei sim. – disse, ainda mesmo que pensasse “sinceras, crianças são sinceras”. E apesar de querer beliscar o garoto até ele ficar roxo, ela sabia que ele tinha razão. – Não se preocupe, não é a primeira vez que acontece.
Finalmente havia chegado sua parada e por pura coincidência mais uma mensagem de Joe: , CADÊ VOCÊ? TRATE-SE DE TELETRANSPORTAR-SE AGORA OU TE BUSCO PELAS ORELHAS! Xx amor, Joe”. Rolou os olhos imaginando o quão histérico seu querido assessor deveria estar. Ao levantar-se para descer sentiu alguém a cutucando, e não pode deixar de sorrir ao ver que um cara extremamente gato o fazia.
- Não liga para o pirralho. Você estava muito mais bonita que a outra.
Seu sorriso se alargou e saiu do metrô sentindo que havia ganhado o dia. Pela primeira vez, ponto pro molho!

XXX


checava mais uma vez o endereço que Joe havia mandado e não restavam dúvidas: era ali mesmo. Qual a probabilidade da reunião, que segundo seu assessor “é o passaporte para o sucesso”, acontecer em uma rodoviária? Se o trocadilho foi proposital, Joseph cavou mais um palmo da cova em que ela iria enterrá-lo brevemente.
A história dos dois teve início no ensino médio, mais especificamente na primeira aula de teatro. Ela era novata no colégio, mas estava totalmente entusiasmada com a ideia de ter aulas de atuação. Seus pais, entretanto, visavam o ensino de excelência que a Norwest Christian College oferecia. Sabe aquele clichê de “só queremos o melhor pra você”? É uma das frases que mais ouviu na vida, como desculpa miserável dos dois por decidir praticamente todo o seu futuro. Acabaria a escola e iria cursar Direito assim como eles e passaria o resto da vida dentro de um escritório rodeada por papéis. Como se isso fosse sinônimo de felicidade.
Perdeu as contas de quantas vezes tentou expressar da forma mais delicada possível que não queria isso pra sua vida. Entretanto, escolher o que ela queria para seu futuro profissional era visto como uma ofensa pelos seus pais e um tópico que não estaria aberto a discussões. E de tanto encenar que aceitava seguir seus passos, sua paixão por belas artes surgiu. Pra eles não passava de um hobby passageiro, porém teve plena certeza de que era aquilo o que procurava pra sua vida.
E foi na primeira aula de teatro que conheceu Joseph, que se ofereceu prontamente para ser seu par na atividade inicial. Ela havia ficado animada com a ideia de um cara bonitinho ter se aproximado logo de cara. Entretanto, murchou feito um balão de festa velho quando percebeu que o real motivo da amizade repentina do garoto era o interesse do mesmo sobre qual produto ela usava no cabelo para deixá-lo com um brilho tão sensacional.
- Você não pode ser gay! Você exala testosterona! – disse a mesma quando Joe revelou sua opção sexual antes que ela lhe desse mais um sorrisinho sugestivo durante o exercício.
- A questão é que testosterona nunca é demais para mim, se é que me entende, querida. – piscou maroto e a partir dali uma amizade duradoura teve início. Esta, que se estendeu durante todo o ensino médio e continua até os dias atuais.
Foi ele quem a ajudou quando a mesma decidiu enfrentar os pais e não ir para a faculdade de Direito para tentar a vida como atriz. Joseph esteve lá quando ela precisou de um lugar pra morar até conseguir sustentar a si mesma com sua mesada e o cachê de figurações que fazia, quando chorava incansavelmente após mais um não em um teste e também na vez que chorou por três dias pela vergonha ao ver sua cara estampada nas revistas numa propaganda de remédios para verrugas. achava que as fotos seriam utilizadas por uma rede de cosméticos e que eles usariam photoshop para deixá-la mais bonita, não para colocar uma verruga grande e nojenta na ponta de seu nariz.
E agora, como seu assessor, diz ter a oportunidade da vida dela em mãos exatamente quando ela mais precisa. A seis meses de completar 24 anos, ela decidiu aceitar a oferta dos pais de voltar para casa e entrar na tão sonhada faculdade deles caso seu aniversário chegasse e ainda continuasse trabalhando como atendente de uma livraria de esquina. Agora restavam quatro e continuava na mesma situação.
- Espero que esteja certo, Joe. Eu realmente espero. – pensou alto enquanto discava o número do amigo.
- Sunshine, me diga que já está aqui ou te afogo num balde de molho na próxima vez que te encontrar! – a voz máscula, e nada apropriada, de Joe se fez presente em apenas dois toques.
- Estou sim, querido. Dispenso a ameaça.
- Ok, encontre-me no banheiro feminino do segundo piso, beijos de luz.
E desligou antes que pudesse questionar que raios ele estaria fazendo no banheiro feminino. Mais confusa do que quando chegou, subiu as escadas pulando dois degraus de cada vez e atraindo olhares que variavam de confusão a aversão das pessoas que ali passavam. Seria constrangedor se ela não estivesse acostumada.
Quase no local combinado, foi abordada por dois gigantes de terno, que a seguraram firmemente quando a mesma tentou se livrar de seus braços. Entretanto, antes que pudesse gritar por socorro, se viu na porta do banheiro, onde um Joe andando descontroladamente em círculos se encontrava.
- É melhor parar antes que abra um buraco no chão, querido. – disse e atraiu a atenção do amigo para si, que suspirou aliviado.
- Oh, pra qualquer um dos deuses que eu tenha rogado nesse meio tempo, muito obrigada! – Joseph terminou seu básico drama diário e abraçou , que ainda olhava feio para os seguranças ao seu lado. – Tem noção de que quase me fez perder a cabeça, garota?
- Quase? De qualquer forma... – abaixou o tom de voz para que os trogloditas que os encaravam não ouvissem o que queria dizer – Quem são esses dois? E porque raios nós estamos prestes a realizar uma reunião dentro de um banheiro de rodoviária?
- São seguranças do seu mais novo cliente, Sunshine! E o mesmo não poderia conversar conosco em um local que os papparazzi pudessem desconfiar, mas fique tranquila, ninguém entra aqui enquanto seus amiguinhos estiverem tomando conta da porta. – piscou para como se tudo estivesse fazendo sentido. Sentido era a palavra da qual ela tentava relembrar o significado naquele momento.
- Ok...- disse ainda tentando assimilar o que se passava ali. – Poderia me dizer quem é a pessoa que está me oferecendo o meu golden ticket para a fama e o que eu terei de fazer?
- Ele mesmo dará conta dessa parte. – disse com um sorriso, que por um momento, supôs que transmitia um nervosismo estranho. Entretanto, a ansiedade fez com que cada parte do corpo de formigasse de expectativa. Estaria lá dentro um diretor famoso a querendo para seu próximo filme? Ou quem sabe um ator famoso que irá dirigir o próximo favorito ao Oscar? “OH MEU DEUS, JOHNNY DEPP, É VOCÊ?” pensou a mesma, o que só a fez aumentar o ritmo de suas passadas e entrar de vez no bendito banheiro.
- , ... Sempre tão eufórica. – o semblante de se tornou tão transtornado que seu queixo poderia ter tocado a ponta de seus tênis se sua vida fosse um desenho animado. Ao menos, estava tão cômica como um. – Como vai, Sunshine?
Ouvir o apelido proferido por essa voz depois de anos fez com que seus nervos ficassem à flor da pele como há tempos não ocorria. Fechou os olhos para tentar ao menos se recompor e tentou imaginar Johnny Depp a esperando escorado de braços cruzados naquela pia como ele estava. Até o próprio capeta seria uma alternativa melhor.
- Melhor do que nunca, .

XXX


- Lamentável.
revirou os olhos apesar de já esperar tal reação de . Ele também sentiu pena de si mesmo quando seu agente lhe deu a cartada final para tirar sua imagem do buraco.
E ter de contratar alguém pra fingir ser sua noiva era definitivamente o fundo do poço.
Ele havia se tornado tudo o que sempre quis. Sua banda de garagem, não menos típica que todas, com direito à baixista desafinado e baterista rebelde, foi descoberta por um olheiro que os lapidou como um diamante. Não demorou muito para que brilhassem e tomassem popularidade por todo o país. E em três anos sua fama era incontestável.
Várias cidades em uma semana, prêmios que lotavam as prateleiras, festas surreais e garotas que dariam um rim por uma noite com ele. A vida era um mar de rosas. Até que se viu envolto de espinhos.
Sua rotina imprevisível acabava com seu estado físico e emocional, mas o sorriso tinha que permanecer em seu rosto, caso o contrário, as fãs poderiam o achar rude. Todos os seus passos e ações passaram a ser controladas por outras pessoas eu nem ao mesmo o conheciam de verdade. E em um determinado momento ele também se esqueceu de quem já havia sido um dia.
Saía escondido depois de alguns shows em busca do lugar mais escuro e sujo da cidade. Usava qualquer coisa que o tirava por alguns instantes dessa teia de mentiras, e era encontrado desacordado em alguma viela ou casa noturna quase todas as manhãs. Sempre ouvia o mesmo sermão de seus agentes. Sempre terminava brigando com seus companheiros de banda. Sempre evitava qualquer contato com seus familiares. Afinal, havia se tornado um monstro para todos, até para si próprio.
Todo o estardalhaço da mídia, entretanto, não somente o afetava, mas também a banda como um todo. No início da carreira ele era o chamado “frontman”: o mais popular dos quatro, que representava o grupo com seu rostinho bonito e pose de bom menino. E foi buscando matar dois coelhos em uma só cajadada que lhe deram o aviso “ou muda sua imagem, ou diga adeus ao estrelato”. Obviamente ele não levou a sério de primeira. Mas depois de sua própria gravadora ter lançado boatos na internet de que ele sairia do grupo em breve e este ter sido apoiado por uma boa parte dos fãs, percebeu o grau da situação.
Um mês sem qualquer tipo de polêmica, tweets carinhosos sendo postados diariamente, sorrisos para os papparazzi que encontrava. E mesmo assim, as desconfianças continuavam em alta, ao contrário de sua popularidade. Até que Sally, a representante da gravadora, surgiu com sua ideia genial. E assim a Caça às Noivas teve início.
Várias mulheres, sendo elas atrizes ou modelos que soubessem atuar, entre 20 e 25 anos foram selecionadas para um suposto “teste de elenco” para uma série fictícia de TV.
Primeiro, deixaram escolher. Resultado: peitos demais, bunda de sobra e QI de menos. Quinze descartadas.
Depois, seus agentes ficaram encarregados por escolher as candidatas para as entrevistas, que os mesmos realizaram, mas nenhuma agradava ao cantor. Vinte e sete descartadas em uma semana.
O prazo estava prestes a esgotar e pensava enquanto assistia TV em seu luxuoso apartamento se ainda se lembrava de como fazer drinks. Eles seriam necessários quando saísse pelos bares da cidade em busca de um emprego. Até que um comercial em especial lhe chamou atenção. Especificamente falando, uma voz pertencente a alguém que ele nunca havia superado.
- Sally, acho que encontrei aquela garota. – disse ao telefone enquanto uma sorridente atendente do Jake Burguer’s tinha sachês de molho especial em suas mãos.
XXX


- E o que eu ganharia com isso?
- Por favor, . Ser dita como noiva de já não é extraordinariamente suficiente?
- Extraordinariamente constrangedora seria uma melhor definição.
- Crianças, por favor, acalmem-se. – Sally tentava por alguma ordem naquele encontro, o que era quase impossível com os dois por perto. – , vimos seu portfólio e experiências no ramo artístico. É incontestavelmente boa no que faz, apenas não tem as oportunidades certas. E sendo noiva de , elas surgirão aos montes. Estará imersa no meio e nós mesmos cuidaremos para que seja inserida de ótima forma nele. Além do pagamento que, se cumpridos os três meses corretamente segundo o contrato, é uma garantia de independência financeira por um bom tempo.
Independência. Era o que buscava desde que terminara o ensino médio, e o mais próximo que havia chegado foi ter dinheiro próprio para ter pagado seus sapatos de marca. Contava com a mesada que seus pais lhe davam, e ter seu próprio apartamento e ser dona de sua vida era um sonho que parecia longe de acontecer. Agora, porém, ela já se imaginava jogada em seu próprio sofá assistindo mais um episódio de Once Upon a Time.
- E o que a noiva de faz além de sentir vergonha alheia pelo futuro marido em 85% do tempo?
- Sexo nos 15% restantes.
e Sally ignoraram o comentário de , que mantinha o sorriso cafajeste no rosto. Apenas Joe o encarava com um olhar que deixava clara sua vontade de poder ser a sua futura esposa de fachada.
- Basicamente, o que uma noiva de verdade faria. Irá acompanhá-lo nos eventos mais importantes, ocasionalmente serão vistos juntos e apaixonados em situações que nós mesmos criaremos e a maior quantidade possível de demonstração de afeto nas redes sociais.
- Acho que estou com ânsia. – disse e foi repreendida por Joe que sibilou “Johnny Depp” para a mesma e fez sinal de dinheiro com as mãos. – Mas não há nada que um bom efervescente estomacal não resolva, não é mesmo.
- Claro que não, minha cara. Além do mais, só precisam ser um casal publicamente. O apartamento de é grande o bastante para que não precisem lidar um com o outro quando estiverem sozinhos.
- O quê?! – e exclamaram num uníssono perfeito.
- Não achava que seriam noivos e continuaria morando no flat do melhor amigo, não é mesmo?
- Mas, Sally, isso é já é demais até pra mim. – ignorou o olhar cortante de . – Não podemos conseguir outro apartamento para ela? Eu dou um cachorro pra fazer companhia para ela, um peixe, qualquer coisa, menos minha privacidade.
- Eu quase perguntei se precisa de privacidade para levar suas vadias de cada dia pra casa, mas lembrei que a usa para assistir seus DVD’s da Disney.
- Na verdade as duas coisas, querida.
- Certo, agora posso dizer pro mundo que um casal na cama ao som de Hakuna Matata foi a coisa mais broxante que já imaginei.
- Sunshine, pode ser qualquer coisa, menos broxante. – Joe que vinha se segurando durante toda a reunião tapou a boca com as mãos quando Sally o encarou repreensiva.
- Infelizmente pra vocês, não há nada que possa ser feito nessa situação. A aparência é o elemento fundamental dessa relação.
- Desse negócio. – corrigiu . – Pensarei no caso juntamente com meu agente e entrarei em contato daqui uma semana com a resposta.
- Lamento informar que só tem três dias, senhorita .
- Pense com carinho, Sunshine, te vejo em setenta e duas horas. – disse colocando o casaco e os óculos que ajudariam na descrição e saiu quando seus seguranças disseram estar tudo ok. Não antes sem mandar um beijo carregado de sarcasmo para ela.
apoiou sua cabeça no mármore gelado da parede procurando clarear sua mente para tomar a decisão final. O dinheiro e o passaporte pra fama eram atrativos, mas não era só isso que chamava sua atenção.
“Por que esse filho da mãe tinha que estar tão gostoso?”

Antes.
- HARRY STYLES, TIRE AGORA ESSA TOALHA MOLHADA DE CIMA DA MINHA CAMA!
Cinco dias desde que se mudara para o apartamento de após ter firmado o acordo. Os principais sites de fofoca já especulavam sobre um possível relacionamento entre ele e a garota misteriosa que era vista entrando e saindo do lugar com frequência. As fãs mais stalkers já haviam feito seu trabalho e associado que era a última namorada de antes da fama, já que poucas e raras fotos dos dois circulavam online. No próximo final de semana, daria a grande notícia em uma entrevista da banda. Até então, tudo às mil maravilhas.
Exceto por estar a ponto de enlouquecer com as manias irritantes de , que a fazia questionar a cada cinco minutos se aguentaria três meses dessa tortura.
- , você consegue ser mais chata que minha mãe. – disse saindo do banheiro do quarto de hóspedes. Ele sempre gostou mais desse do que do seu próprio e mesmo com o ocupando agora, continuava o usando para seus banhos intermináveis.
- Faça o favor de transformar seu próprio quarto em um chiqueiro, por favor. – ela desviava o olhar de seu peitoral exposto, clássica tática tentadora de homens gostosos e outra coisa que não saberia se poderia resistir por muito tempo.
- É só uma toalha, faça-me o favor. É até bem cheirosa, pra falar a verdade. – ele pegou a toalha de cima da cama e levou-a até para provar a veracidade de suas palavras, perto demais para seu autocontrole.
“Se eu esticar a ponta dos meus dedos poderei tocá-lo...”
- Vou colocar na secadora pra você.
Dito isso, puxou-a abruptamente e saiu rápido do quarto. Com a toalha em mãos constatou que ela realmente tinha um cheiro muito bom. Assim como ele.
Droga.

XXX


- , nos últimos dias surgiu alguns boatos de que você estaria tendo um affair com uma garota, com quem inclusive já teve um relacionamento antes da fama. Isso procede?
- Em partes. – sorriu para o entrevistador e a plateia se mostrou animada.
- Seria ela uma das responsáveis pela mudança de sua postura, recentemente?
- Na verdade, ela é o motivo. – ele deu um sorriso tímido arrancando suspiros de todos ali.
- E poderia nos dizer mais sobre a sortuda?
- Claro. Ela se chama , tem 23 anos e é atriz. Tivemos um breve relacionamento na época de escola, mas nos afastamos com toda a correria que passei no início da carreira. Graças ao destino, nos encontramos novamente e foi sem dúvidas a melhor coisa que poderia ter acontecido. A me ajudou a me redescobrir como pessoa num momento muito difícil e a perceber o quão incrível a vida pode ser. – após suas próprias palavras ele foi invadido por um tempo em que não precisava de sorrisos forçados e atitudes premeditadas. A realidade já era boa o suficiente.
FLASHBACK

- Eu tô falando sério! Como podemos confiar num tipo de pessoa que não usa os fones do lado correto?
Quando iria contestar sobre sua brilhante tese, ele a viu. Lutava para abrir o lacre da lata de seu refrigerante que ganhava de dez a zero no momento.
Foi quando aconteceu.
- Porque sabe, o direito/esquerdo não está lá sem motivos, e...
- Caras, vocês acreditam em amor à primeira vista? – indicou a garota sentada na fileira da frente e, ignorando as risadas de seus amigos, continuou – Eu também não. Mas sempre podemos tentar uma segunda vez.
- , olha pra ela. – apontou para a menina que bufava enquanto punha de lado a lata com o lacre invencível. – Agora aproveita, porque é o máximo que você vai conseguir.
- É o que veremos, caros amigos. Me esperem aqui enquanto vou falar com ela.
- Deixa de ser idiota, você nunca vai pegar aquela garota!
Mas ele não se importou. Enquanto se aproximava, mesmo com a iluminação fraca da sala de cinema, percebeu quão linda era ela mais de perto. E constatou que ela chegava ao ápice do que era possível quando lhe dirigiu o olhar.
- Olá, meu nome é e eu estou realizando uma pesquisa. – sentou-se na poltrona ao lado da dela – Primeiramente, gostaria de saber seu nome e status de relacionamento. E também, por gentileza, se poderia me dizer qual o seu problema com latas de refrigerante ou se só ocorreu com esta mesmo. Se você se sentir à vontade, claro.
Recebeu uma gargalhada como resposta e se sentindo mais à vontade com a garota, pegou sua bebida para realizar a boa ação do dia.
- Não faça... – ela tentou alertá-lo, mas já era tarde e levou um jato de refrigerante na cara –... Isso.
Enquanto tentava secar o rosto com a parte seca que restou da blusa e escutava as hienas, usualmente chamadas de seus parceiros de banda, rindo no fundo da sala, encarou a garota acusatoriamente.
- Hey, não foi culpa minha! – levantou as mãos em sinal de rendição tentando não rir do cabelo ensopado do menino – Eu tentei avisar que havia a chacoalhado demais e resolvi esperar para não tomar um banho de Coca-Cola.
- Foi proposital. Coca-Cola faz super bem pra pele, não sabia...?
- . Solteira.
- Ok, Solteira, agora você sabe. – tentava esconder que sentiu certa felicidade quando descobriu que o caminho estava livre. Sem sucesso.
- Uma descoberta que certamente mudou minha vida. Bem, pesquisador , acho melhor retornar ao seu lugar. – apontou para uma garota que esperava impaciente que o menino saísse de seu assento – Mas respondendo a sua pergunta, não tenho problema nenhum com latas de refrigerante. Apenas com garotos que acabam com as minhas num tratamento facial bizarro.
o viu sorrir de canto enquanto retornava pro fundo da sala e involuntariamente sorriu também.
Poderia ser o início de alguma coisa boa.


XXX


- QUE. FILME. INCRÍVEL! – não conseguia conter a animação enquanto descia os degraus para a saída aplaudindo os créditos do filme.
- Na verdade, o primeiro foi bem mais impactante. – contestou recebendo um olhar de completa aversão.
- , você escutou isso? Porque eu sinceramente não acredito no que ouvi... ?
Ele havia escutado, obviamente. Aquele retardado não conseguia falar numa altura menor que a dos decibéis recomendados. Mas estava muito ocupado procurando certa pessoa que havia desaparecido da sessão.
- Meus palpites sempre são certeiros, não? – caçoava do amigo já desanimado por não restar ninguém no lugar, e principalmente, uma garota com uma latinha vazia em mãos.
- Parece que sim. – entregou os óculos 3D para a mulher que os recolhia e o observava como se o conhecesse de algum lugar.
- É você! Só pode ser! – antes que pudesse esclarecer que não a conhecia de lugar algum, ela lhe entregou um pedaço de papel. – Quem mais estaria com uma camiseta molhada numa sala de cinema?
- Sinto em informar, , mas você não acertou dessa vez. – sorria vitorioso enquanto relia pela terceira vez o número de telefone ao lado de um simples recado: “você me deve uma coca ;)”.
FIM DO FLASHBACK

- Uau, parece que temos alguém perdidamente apaixonado aqui. – o entrevistador disse à plateia que estava em êxtase pelas palavras de . – Sua namorada deve estar te amando um pouco mais nesse momento.
- Não somos namorados. – burburinhos e olhares confusos tomaram conta do estúdio. – O que eu e temos é mais do que um simples relacionamento. É a certeza de que vamos construir algo juntos e teremos toda a vida pela frente para isso.
-I sso quer dizer o que eu acho que é, ?
-Si m, Jimmy, e eu estamos noivos.
Aplausos tomaram conta do lugar e todos pareciam extremamente felizes com a notícia. ainda assimilava o que acabara de ver na TV da sala de , segurando sua colher de sorvete entre sua boca e o pote que segurava, tanto que nem percebeu quando o tópico mudou para o novo single da banda.
A atuação de havia sido tão boa, que por um momento, até ela acreditou em suas palavras.

XXX


“@HarryStyles: Estou gostando de uma tal de @. Será que ela aceitaria sair comigo hoje?”
“@: @HarryStyles nos encontramos no parque. ps.: talvez não seja o único a estar interessado em alguém por aqui. ;)”


- , abre essa droga de porta! – esmurrava a porta do quarto de hóspedes. , após responder o carinhoso tweet do noivo, rolou na cama e dormiu novamente. Tarefa difícil com seus berros a atrapalhando.
“Na terceira porta à esquerda há um banheiro. Divirta-se.”
revirou os olhos para a tela do celular. Para mandar mensagens irônicas ela acordava. Sally havia combinado para que os dois estivessem às 13h00min no parque, mas sempre cooperava para que as coisas não saíssem como o planejado.
- , vamos chegar atrasados! Por favor, abre a porta, vai. – quem sabe com um pouco de educação ele não amoleceria o coração da megera? O celular vibrou novamente.
“Essa sua mania de cumprir horários é realmente irritante”
- Ok, sendo assim, você não me deixa alternativas a não ser postar AQUELA foto. Prepare-se para que o mundo te veja...
- Entra. – rapidamente abriu a porta e sorriu vitorioso.
- Você acorda com uma cara ótima, Sunshine. – chantagem é certamente uma das mais eficazes invenções do ser humano.

- , carrega minha bolsa pra mim? – os dois andavam de mãos dadas e sorriam tanto que suas bochechas doíam. Quando se finge estar apaixonado, você percebe o quão estúpido fica quando realmente está.
- Você que inventou de trazer três livros para passar uma hora no parque. Aguenta.
- Amor...- rangeu entre dentes – Acho que gostaria que as pessoas vissem o quão cavalheiro você é, não?
Entendendo o recado, beijou a testa de e carinhosamente tomou a bolsa de seus ombros e pôs nos seus. Não sem lhe dar um olhar enfadado discretamente.
- Vamos até o lago e paramos por lá, certo? – ela assentiu e eles caminharam até o local combinado.
Chegando lá, sentou-se recostada ao tronco de uma árvore e deu dois tapinhas ao seu lado, convidando a fazer o mesmo. E ele o fez, porém jogando sua bolsa com tudo no chão antes de se acomodar. sentiu seu coração apertar ao lembrar-se de seu par de óculos da Gucci, que comprou quando recebeu a primeira parte do acordo no fim do primeiro mês.
- Desculpe, foi sem querer, Sunshine. – ele sorriu sarcasticamente para ela que fez o mesmo, ainda que quisesse torcer seu pescoço com as próprias mãos.
- Não foi nada, querido. Está tudo bem. Ficaria ainda melhor se tivesse um formigueiro bem onde está sentado.
Ambos se encararam cúmplices, sabendo que não seria a primeira vez que isso acontecia.

FLASHBACK

- , é melhor que tenha a continuação desse livro!
riu do ofegante à sua frente. Provavelmente havia corrido por toda a extensão do parque onde costumavam se encontrar como sempre fazia. O orgulho o impedia de saber, mas também se sentia como se não pudesse esperar para vê-lo novamente.
- Sim, , comprei o terceiro e último semana passada. É muito bacana, não?
- É algo meio psicopata achar bacana pessoas que, literalmente, matam por uma vaga na faculdade. Mas vou te dar uma chance dessa vez e não sair correndo pra nunca mais olhar na tua cara já que falamos de ficção.
- Prepara o fôlego então, porque eu realmente acharia bom se isso se aplicasse ao mundo real. Pelo menos assim meus pais não me obrigariam a cursar Direito...Não, com certeza eles me jogariam numa arena no melhor estilo Jogos Vorazes se isso significasse a possível realização do sonho deles.
- tente conversar com eles...
- Mais do que eu já tentei? Você não entende, . Tem pais que apoiam até mesmo o seu sonho de largar tudo e cair na estrada com sua banda. Você é dono da sua própria vida. Agora, eu? Não posso cogitar fazer o que eles querem se quiser continuar a ter uma casa para morar. E sabe, esses bancos do parque não me parecem muito confortáveis para dormir.
- Não pense pelo lado negativo. A grama é bem macia.
- Babaca. Mas e sua banda, já estão conseguindo fazer menos barulho e um pouco de música, talvez?
- Um dia, , você irá se arrepender de suas palavras. – sua falsa expressão emburrada era, com sempre, flagrada pelo sorriso que teimava em despontar em seus lábios. – Vamos ser tão famosos, que terá que pagar, e caro, quando quiser me ver de novo.
- Na verdade, você é quem vai matar por um autógrafo meu quando eu for uma das queridinhas de Hollywood e não passar de um medíocre vocalista de banda de garagem que faz uns bicos de barman pra se sustentar.
- Ai! – assumiu uma feição afetada, e podia jurar que seus olhos haviam se enchido de lágrimas.
- Ai, meu Deus! , desculpa, olha... Eu não quis dizer que você é um fracassado, eu só sugeri que poderá vir a ser um dia. – os olhos do menino arregalaram ainda mais – Não, não! Eu não queria dizer isso, e é só uma possibilidade de qualquer forma, não é mesmo?
- Eu não estou incomodado com o que disse . Agora um pouco, talvez. E caramba, você é realmente péssima pra pedir desculpas. – levantou-se e antes que se sentisse mais culpada, os pulinhos e batidinhas que dava em seu traseiro denunciaram o real motivo da exclamação de dor.
Ao ver o formigueiro onde o garoto estava sentado antes e constatar sua suposição, respirou aliviada e riu da situação deplorável na qual se encontrava.
- A grama parece um bom lugar pra dormir agora?
- HA-HA, parabéns, conseguiu me pegar, muito engraçada e tal. Mas uma ajudinha aqui cairia bem...
- Tire as calças.
- O quê? – o tom de voz de se elevou ao mesmo de uma garotinha afetada e revirou os olhos pensando se deveria realmente o ajudar ou apreciar a visão dele sendo massacrado por formigas em áreas nada convenientes.
- Tire as calças, . Ou está achando a sensação de picadas em suas nádegas sexualmente agradável?
- Não quero ser o tarado do parque, obrigado. Além do mais, hoje não seria um bom dia para... – o barulho de zíper sendo aberto e puxando seus jeans para baixo o interromperam. Drasticamente.
- Incrível Hulk? Sério mesmo?
- Ganhei de natal. Da minha mãe.
- Eu com certeza esperava mais de você, . – meneava a cabeça em negação enquanto a encarava ofendido tirando as formigas que restaram em sua roupa.
- Você me pegou desprevenido. Não esperava que arrancasse minhas calças. Não hoje. – lançou-lhe um sorriso sugestivo que a mesma tratou de copiar.
- Não pude resistir à tentação, desculpe.
- Na próxima usarei boxers pretas e você verá o que é ser sexy. – ele se aproximou e ficou a uma distância perigosamente curta de . Ela nunca admitiria, mas ele conseguia a instigar mesmo com aquela cueca ridícula.
- Que horror! – uma senhora com os olhos mais arregalados do que poderia se considerar humanamente possível interrompeu o clima entre os dois. , quase roxo de vergonha, colocava as suas calças novamente e aproveitando-se da situação, deu-lhe um tapa consideravelmente audível para desespero da idosa a sua frente, que bufou e seguiu seu caminho, apressada.
- Qual o seu problema, ? – ele ria meio nervoso, meio assustado pelo atrevimento dela. Não que tivesse o desagradado.
- Não pude resistir novamente. Verde é minha cor favorita.


FIM DO FLASHBACK

- Foi uma das maiores vergonhas da minha vida.
- Foi um dos momentos mais engraçados da minha. – ela disse em meio às risadas que davam ao lembrarem a expressão horrorizada da senhora que provavelmente pensou estar presenciando uma cena erótica em pleno ar livre.
Click
Eles escutaram o barulho da câmera e rapidamente encontraram o papparazzi que os perseguia naquele dia. Os dois se lembraram do aviso que Sally havia dado antes de saírem para o passeio arranjado: “Preciso que demonstrem mais afeto em público, por favor! Vocês tem que parecer que se gostam de verdade pelo menos uma vez, e não percam a oportunidade de fotos do casal trocando um beijo apaixonado”.
limpou a garganta, chamando a atenção de para si. Ela entendeu o recado e rápida e desajeitadamente eles se colocaram de pé, frente a frente. passou as mãos pela cintura da garota e aproveitou para sussurrar em seu ouvido enquanto fingia distribuir beijos por seu pescoço.
- Eu não sei o que fazer, .
- Esqueceu como se beija alguém, ? – ela tentava manter a voz confiante enquanto tirava sarro da cara dele, tarefa difícil considerando que agora ele realmente distribuía beijos pela extensão de seu pescoço.
- Você sabe o que eu quero dizer, implicante. Beijo técnico. Eu não sei fazer isso.
- Apenas me siga. – ela acariciou o rosto dele, e lembrando-se das aulas de teatro, o puxou para beijá-lo.
não sentiu nada. o mesmo.
Apesar da raiva que alimentavam um pelo outro, a atração mútua era inegável. Mas quando selou os lábios de , não sentiu as famosas borboletas no estômago como da primeira vez há alguns anos. Nem ele a sensação diferente e incrível que jurou experimentar.
Ao se separarem, seus olhares se cruzaram e nenhum dos dois entendia o que se passava ali.
- Minha vez. – tomou nos braços e a beijou como sabia. Sem nenhuma técnica ou treino. De verdade.
As borboletas no estômago voltaram a dar o ar da graça.

O sorriso que os dois trocaram depois foi o primeiro realmente sincero desde que se reencontraram.
- Acho que seria agora o momento em que tiro suas calças.
- Sonha, . – pegou a bolsa de no chão e os dois retomaram seu caminho de volta ao apartamento. Já haviam cumprido a tarefa do dia.
- Aposto que está com uma cueca ridícula de novo.
Ele apensas soltou um riso abafado. Jamais admitiria que usava uma dos Lakers naquele momento.

XXX


- Sua família é maravilhosa, . – disse ao se jogar na cama e ser acompanhada pelo mesmo. Claro que tinha passado por situações embaraçosas durante todo o dia, mas todos ali eram tão acolhedores e amáveis que esses momentos não passariam de divertidas lembranças para ela.
- Eu sei. – ele sorriu encarando o teto.
- Então por que os negligenciou por tanto tempo?
O sorriso que ele tinha desapareceu tão rápido quanto havia surgido e sua expressão se tornou fria, assim como seu coração ficava quando qualquer pessoa tocasse nesse assunto.
tinha noção de que não sabia e não tinha culpa de nada, assim como muitos outros que fizeram uma pergunta semelhante nos últimos vinte e quatro meses. Mas a raiva que sentia dos verdadeiros vilões dessa história parecia sem fim, e tanto ódio acumulado resultava em insultos nada pensados e menos ainda educados contra quem nada tinha a ver com aquilo. Porém, com ela, por algum motivo que ele não sabia ao certo, as coisas foram diferentes. fez algo que a última pessoa que o tinha visto fazer já havia falecido há dois anos.
Ele chorou.
- ? – sentiu um aperto estranho em seu peito quando olhou para o lado e viu lágrimas, que ele tentava limpar rapidamente para que não visse, em seu rosto. Não tinha noção do peso de suas palavras, nem que elas resultariam naquilo – Olha me desculpa, não queria te julgar. Eu só...
- Eu havia passado o natal em casa. Ele estava muito feliz, adorava comentar como seus amigos do xadrez morriam de inveja por eu ser um “rockstar”, mas não deixou de me tratar por um minuto como se eu fosse o mesmo menino franzino que mal sabia segurar um violão. – as palavras vieram facilmente para como nunca haviam vindo antes, e mesmo que ele não a olhasse nos olhos enquanto contava, entendeu que deveria estar se esforçando para isso e o deixou prosseguir sem interrupções – Foi tudo como sempre, as mesmas piadas sem graças dos meus tios, a mesma discussão que terminava em risadas pelo último pedaço do pudim e até mesmo as meias que eu sempre ganhava todo ano. Tirando a parte que eu não via minha família há dois meses e provavelmente não os veria novamente tão cedo por conta da nossa maior turnê até então prestes a começar.
se lembrava dessa turnê. Havia sido há uns dois anos, se ela não estivesse enganada. Por mais que o término entre os dois não tivesse sido um dos mais convencionais e agradáveis possíveis, ela acompanhava sua carreira, pois, querendo ou não, tinha certo carinho por aquela banda de meninos esquisitos. E se sua memória não estivesse falhando, foi nesse meio tempo que começou a se tornar uma pessoa que ela nunca imaginaria que ele seria.
- Mas no dia seguinte a aura mágica dos 25 de dezembro acabou. – respirou fundo antes de prosseguir – Eu tinha que voltar mais cedo, e ao ir me despedir de meu avô ele perguntou ao meu pai quem eu era. No início achamos ser uma brincadeira pelo tempo que eu passava e passaria novamente longe de casa, mas a expressão confusa no rosto dele calou nossas risadas.
- Alzheimer? – limitou-se confirmar silenciosamente e entrelaçou suas mãos nas dele, buscando confortá-lo e até mesmo se confortar diante da situação.
- Ele já se queixava de algumas dificuldades de memorização há um bom tempo. Esquecia onde colocava as coisas, o que tinha ido fazer na garagem, uma vez até se perdeu momentaneamente no bairro. Mas todo mundo achava que eram coisas normais da velhice, o que o médico diz acontecer na grande maioria dos casos, e simplesmente deixamos que o cérebro dele fosse morrendo aos poucos na nossa cara. Meu avô estava indo embora e eu fui tolo o suficiente pra não perceber.
- Não é uma história que tenham culpados, ...
- Se tivéssemos buscado ajuda antes ele teria conseguido sair dessa. Mas o estágio já era avançado quando nos demos conta, e a doença é incurável. O tempo de vida dele já estava cronometrado numa contagem decrescente. E sabe o quanto estive presente? – virou-se para a garota que não sabia distinguir o que os olhos dele refletiam. Dor, raiva ou culpa. Talvez um misto de tudo. – Duas visitas. Escapei depois de um show da turnê quando ele ainda estava há pouco tempo internado. A medicação o machucava, e as lembranças eram substituídas por dias de dor sem sentido. Eu sentia raiva. Raiva de mim por não poder ajudar, dos médicos que não podiam curá-lo e até mesmo dele que estava partindo bem na frente dos meus olhos. Foi o segundo pior dia da minha vida. Da última vez que o vi, estava desacordado. E assim termina a história.
- Ele faleceu muito tempo depois?
- Levou quase um ano. No fim foi o melhor para ele, não deve ser fácil ter desconhecidos dizendo ser sua família enquanto está atrelado a uma cama de hospital sem conseguir nem ao menos se mover decentemente. Ele ter morrido não foi o que me tornou esse monstro sem coração que acha que sou. Eu não poder ter me despedido sim. Tentei argumentar, implorar e até fugir. Mas eu tinha compromissos para cumprir e não podia “esquivar-me” deles. Esse sim foi o pior.
- Como assim? Não é o que eu estou pensando, não é possível que...
- É, eu não pude ir ao enterro porque tinha shows a fazer e entrevistas marcadas do outro lado do mundo. Surreal, não é mesmo? Nem minha família acreditou quando contei, acharam que era desculpa para eu não ter o trabalho de sair do meu mundinho de fama por alguns minutos e cair na realidade. Nem eu acreditei.
- Por que você aceitou isso? É desumano! E os seus amigos, como eles deixaram isso acontecer? Quem estava do seu lado, ? – ela tinha conseguido ser forte por ele até ali, mas só de processar tudo o que havia escutado, não conseguiu impedir as lágrimas escorriam pelo seu rosto.
- Eu não podia largar tudo de mão, eles me tinham numa coleira só usando papéis com minha assinatura neles. Eu estaria “livre” para visitar minha família dois dias depois, nada antes disso. Os caras tentaram a todo custo me ajudar, ameaçaram não subir no palco, jogar tudo isso na mídia. Mas é bem mais complicado do que parece, e eu não estragaria o sonho que eles viviam por minha causa. Só me restou a aceitação.
- Por isso fazia tudo aquilo.
- Eu não tenho Alzheimer, . Precisava de outras formas para esquecer.
- Me desculpa. – disse encarando novamente o teto, sem coragem suficiente para olhar nos olhos de naquele momento. Ele suspirou e a envolveu com um de seus braços.
- Não é uma história que tenham culpados.

XXX


-‘Well she said "English girls they just like sex"’!
- Muita trairagem da sua parte, ! Você deveria ser a maior fã da banda do seu noivo. dizia apontando para si mesmo, enquanto a garota a sua frente dava de ombros e continuava a cantar a plenos pulmões a música de sua banda favorita, que havia sido uma das apresentações da noite.
- Você sabe que só fui nessa premiação por John O’Callaghan e não por você, não é querido?
- Achei que seu favorito fosse o Kennedy. – disse com uma cara digna de emoji entediado ao se lembrar de pagando de fangirl quando o viu tomando um drink num bar próximo a eles.
- Eu divido o amor igualmente entre eles de acordo com as horas do dia.
- E para nós não sobra nada. – cruzou os braços impaciente encarando a porta do elevador que nunca chegava e o separava de uma merecida manhã de sono. Ação que nada a ver teve com a pontinha de ciúmes que teve de na after party. Ela estava desumanamente deslumbrante, e os homens do lugar não pareciam se importar que ela, supostamente, logo seria a Sra. pelos olhares nada discretos que lhe lançavam. – ficou com ciúmes.
- Só o ?
- Não. também. – sorriu e adentrou o elevador, que enfim havia chegado.
- Engraçado... – sorriu debochada para , que a observava pelo reflexo do espelho da mesma forma – O outro integrante que arrumava pretextos para me beijar a cada cinco minutos não tinha nenhum desses nomes.
- Conheço o pobre coitado. Um desafortunado que recebeu ordens e teve de fazer papel de noivo apaixonado para as câmeras.
- Que pena que pensa assim. A noiva pensava seriamente em recompensá-lo pelo bom comportamento esta noite. – com um falso tom de arrependimento na voz, saiu do elevador deixando um atônito que quase deixou as portas automáticas se fecharem a sua frente.
- Não brinca com fogo, . – ela sorria sutilmente tirando seus saltos apoiada na parede da sala e não fazia menção alguma de sair de lá enquanto ele se aproximava.
- Eu rio na cara do perigo, . – disse provocativa. Seus lábios a poucos centímetros de distância. E então ambos fizeram o que já era de se esperar. Gargalharam.
- Isso foi tão ridículo que me senti naquelas cenas de apelo sexual dos romances que minha mãe assistia. – ria com as mãos apoiadas nos ombros de , que ainda mantinha seus braços apertados em torno de sua cintura.
- Uma pena que não cheguei a lhe oferecer um tour pelo meu quarto vermelho da tortura. – ela rolou os olhos – Seria selvagem.
- Com toda a certeza. – ironizou e assentiu. –Acho melhor pararmos por aqui antes que eu assine outro contrato aceitando ser sua submissa.
- Ainda estou esperando minha recompensa, .
- Já pode me soltar, . Não há câmera alguma por aqui.
- Você já deveria saber que elas não são mais o motivo para eu te beijar faz um bom tempo. – seus lábios se curvaram um sorriso discreto, o favorito dela. Que não pensou duas vezes em uni-los com os seus.
E se houvesse alguém para registrar aquele momento, ele daria o tipo de fotos que os sites de fofoca mais adoram: “Casal pervertido não percebe que motel é logo na esquina”. Era a primeira vez nos dois meses e meio de ‘relacionamento’ que se beijavam sem espectadores. A preocupação de seguir um script foi esquecida juntamente com qualquer tipo de reserva da parte de ambos.
Em meio ao beijo, já havia perdido sua camisa em algum canto da sala e as alças do vestido de já não estavam mais em seus ombros. No segundo em que seus olhares se encontraram, um pode ver desejo estampado no do outro. E sem trocar palavra alguma, subiram para o quarto de hóspedes, esquecendo-se de qualquer contrato, discussão ou mágoas passadas. O que importava naquele momento era viver intensamente, mesmo que fosse apenas por uma noite.
Depois.
coçou os olhos. Pela claridade provinda de uma pequena fresta na cortina, ele percebeu que deveria estar acordando no meio tarde. Arqueou a parte superior do corpo, apoiando-se em seus cotovelos e tentando entender - na verdade, recordar - o que havia acontecido na noite anterior. Seu corpo estava agradavelmente dolorido e, embora estivesse sofrendo de uma dor de cabeça indesejada por conta dos drinks em excesso que bebeu durante a festa, um sorriso sinceramente feliz dominava seu rosto. Levantou-se da cama, pronto para procurar por que, em sua mais louca fantasia, estaria na cozinha preparando um delicioso café da manhã. Riu da própria ingenuidade. Era mais fácil ela se tornar traficante de órgãos antes de mimá-lo. Vagando preguiçosamente pelo apartamento, ele saiu em busca da garota. Sua intenção era assustá-la, pegá-la de surpresa com monte de beijos, mas então se deu conta de que o lugar estava quieto demais. E ele se deu conta de que estava sozinho.
No início ponderou que talvez ela houvesse saído para dar uma caminhada, comprar algo ou visitar um museu. Qualquer alternativa que terminasse com ela voltando para casa em uma hora ou duas era aceitável. Contudo, não bastasse visualizar o armário da garota vazio, ele encontrou um pedaço de papel colado à geladeira que não lhe deixou mais dúvidas. Ela havia partido. E então ele viu o silencioso inferno através daquela graciosa letra cursiva ao escrever simplesmente "Adeus".

- Eu recebi a última parte do dinheiro que havíamos adiantado à esta manhã. - Sally declara e seus olhos estão carregados de pena. continua em silêncio, apenas observando-a sem demonstrar nenhuma emoção. A verdade é que ele simplesmente parou de reagir a qualquer coisa.
- Apesar de não ter ocorrido exatamente como havíamos planejado, essa situação lhe caiu muito bem. As pessoas estão se afeiçoando a você, estão se sensibilizando com a sua dor. No fim das contas, acabou dando tudo certo. - e então ele é quem fala alguma coisa. Porque absolutamente nada havia dado certo.
- E o que deu certo, Sally? Minha imagem de bom moço foi refeita depois de eu viver uma mentira? Agora eu vou voltar a ser o queridinho da mídia para eles poderem me detonar novamente logo em seguida? A banda vai fazer mais turnês, pois agora as pessoas me admiram porque sabem que eu sou a porra de um ser humano que também sofre por amor? Qual dessas partes é a certa? Porque eu sinceramente não consigo distinguir.
- ... Você se envolveu emocionalmente com ela e esse foi o erro. Você só tem que superar e...
- Não. Não, não, não. Me envolver emocionalmente com ela foi a melhor coisa que eu já fiz.
- É, dá pra ver. - ela zomba.
sabe que atualmente seu estado é o de alguma coisa morta que respira, mas mesmo assim não resiste em enfiar o dedo na cara de Sally e dizer: - Vá se foder.

Agora.
não aguentava mais esperar por Joe naquele lugar. Tinha que ser justo naquele restaurante com todos os outros milhares espalhados pela cidade?
Enquanto folheava o cardápio do Jack’s Burguers, felizmente não mais com sua cara estampada neles, pensava em como jogaria na cara do melhor amigo a aula que ele a fez perder com seu pedido repentino e exasperado para se encontrarem.
era estudante de Direito há quatro meses. Por opção própria.
A história mal terminada com trouxe benefícios, apesar de não ter recebido dinheiro algum pela quebra do contrato. percebeu que não precisamos ser apenas uma coisa na vida, que existem vários caminhos para serem trilhados e devemos ser corajosos o suficiente para pegar uma trilha alternativa de vez em quando. E resolveu dar uma chance para o que seus pais queriam, só por tentar. E surpreendentemente, estava amando o curso, e uma vida rodeada de papéis não parecia mais ser tão infeliz. Era quase como no teatro, afinal, e ambos poderiam ter seu espaço no coração da garota.
- Joseph, eu desisto. – levantou-se da cadeira se sentindo achatada de tanto tempo que passou ali sentada. Porém ao ver quem entrava pela porta do estabelecimento, sentiu como se tivesse sido atingida por uma marreta na cara naquele exato momento. Seria coincidência demais ou...?
- Ele não vai vir. – disse sentando-se a sua frente. – Fui eu quem pediu para te chamar aqui.
- Ótima forma de querer marcar uma conversa, . Ótima escolha de lugar e pontualidade também. – deixou escapar um sorriso irônico que involuntariamente se alargou quando o característico de soslaio dele despontava no canto dos lábios.
- Acho que a piadinha do pesquisador não vai funcionar pela segunda vez.
- A maioria das coisas na vida precisam ser reinventadas, .
- É justamente por isso que estou aqui. – encarou a garota que fingia fazer pouco caso de sua presença enquanto fazia um pedido e assumiu uma feição séria respirando fundo antes de completar. – Eu quero te conhecer novamente.
- Como disse?
- Eu disse que quero...
- Eu entendi essa parte. Pelo menos, o que saiu da sua boca. Só não encontrei fundamento nenhum.
- Não pensei muito antes de ir falar com você na primeira vez que a vi naquela sessão de cinema. Se eu tivesse, pode ter certeza, que nunca teria sentado ao seu lado e jogado a cantada mais ridícula do século. E deu incrivelmente certo. – tentou reprimir o sorriso que a lembrança causava. Falhou miseravelmente – Quando estávamos juntos, por mais brega que isso possa soar, eu sentia como se houvessem faíscas por toda extensão do meu corpo. Elas apareciam quando sorria pra mim, quando sentávamos no parque e me contava como tinha sido o seu dia. E principalmente, quando o amor e o ódio colidiam e brigávamos por motivos idiotas. Aquilo me fazia sentir incrivelmente vivo. O tempo em que ficamos separados foi como passar uma inércia. Tentei encontrar esse sentimento de novo em várias pessoas e antes que solte aquele muxoxo de indignação como faz quando está com ciúmes eu admito que nenhuma delas conseguiu meio por cento do que você exercia sobre mim.
- Eu não estou com ciúmes. – revirou os olhos pela interrupção de sua declaração improvisada. Droga, ela não sabia o quão difícil aquilo estava sendo para ele.
- É por isso que estou aqui, . Eu sinto sua falta e sei que também sente a minha, mas somos orgulhosos demais para admitir. Talvez seja por causa daquela baboseira de signos que insistia em tentar me fazer entender ou nosso medo de nos entregarmos sem deixar que a razão interfira nisso. E estou disposto a quebrar a cara mais quarenta vezes se isso significa que vai estar ao meu lado me ajudando a remendar os estragos.
As mãos de já começavam a suar devido a tensão que o silêncio deixava pairar no ar. não proferira nenhuma palavra depois de seu longo discurso e ele era a sua cartada final. Sairia dali e teria que esquecer por bem ou por mal caso essa fosse a escolha dela. E ele torcia com todos os pensamentos positivos possíveis para que não fosse.
- Aceita nosso molho especial, senhora? – a atendente perguntou enquanto colocava a bandeja sobre a mesa que os dois estavam. E assustou-se com as gargalhadas espalhafatosas que o casal soltou repentinamente.
- Soava melhor com aquela garota bonita do comercial. – disse enquanto observava a garçonete se retirar da mesa sem entender nada.
- O nome dela é . – a garota disse risonha lhe estendendo uma lata de refrigerante – E ela está solteira.
sorriu de volta e, entendendo o recado, puxou o lacre da latinha que borrifou todo o conteúdo na sua cara. Arregalou os olhos incrédulo ao ver que sorria vitoriosa para ele.
- Eu te odeio, .
- Algumas coisas não precisam de mudanças, .


FIM



Nota da autora (30/10/2015): Em todas as minhas n/a me sinto uma famosa sendo entrevistada em um talk show americano. Perdoem-me se isso ficar enorme, mas são meus 15 minutos de (só em sonho) fama haha.
Essa fic foi feita pra ser postada em 2012, não deu certo. Postada em outro ficstape (uma bala de morango pra quem acertar qual era a música) já esse ano. Não deu certo. E finalmente, ela parou aqui, em um dos meus CD's fofurinhas da vida. E olha, seria mais um "não deu certo" se não fosse por certas pessoas. E à elas deixo meu agradecimento: a Andrade, minha amiga que sempre me salva em meus bloqueios criativos e quem me colocou nessa. À Gabi, organizadora desse ficstape, por ter sido um amorzinho com todas as autoras dele. E sem mais delongas, à você que está aqui lendo essa pequena, mas nem tanto, n/a. Espero que o rockstar rebelde e a menina do molho tenham agradado.
É isso, América, até a próxima amo vocês. *corta*"

Outras Fanfics:
08. New Love (Ficstape V - Marron 5)
15. You Are In Love (Ficstape 1989 - Taylor Swift)
17. Alive (Ficstape Midnight Memories - One Direction)
Mais do que Vingança

Nota da beta: Palavras não podem descrever o quanto eu amei essa fic! Boa demaisss, demais, demais! A autora tá muito mais do que de parabéns! <3

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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