Última atualização: 12/05/2018

Capítulo Único


- Vamos , vira mais uma! – Berrou alguém para minha amiga maluca.
Bastou ela abrir um meio sorriso presunçoso para eu saber que acabaria aceitando o desafio. A mulher realmente não tinha jeito, chegáramos não fazia nem meia hora e já estava cambaleante, conversando sobre astrologia e os mistérios do universo com estranhos.
Amanhã eu seria obrigada a ouvir novamente o discurso de “nunca mais eu vou beber... (Complete com o nome da bebida da vez)”. Mas esse era meu fardo como a representação viva de sua amizade mais próxima e mais antiga.
- Pode mandar! – Disse ela, fazendo um sinal de vem cá com o indicador para o gostoso do barman.
Revirei os olhos tomando mais um gole de minha coca-cola, sentada em uma banqueta de onde podia presenciar de camarote a cena que seria cômica, se não trágica, de perdendo a linha.
Engasguei, tomando um susto ao sentir um cutucar em meu ombro. Levantei os olhos suspirando e preparando-me para dar um fora em mais alguma cantada indesejada, mas relaxei ao perceber que se tratava somente de minha prima .
- Tudo bem? – Perguntou, observando-me passar por uma crise de tosse com a coceira que ficou em minha garganta.
O barman, que eu descobrira se chamar Joe ao ler seu crachá bem a minha frente, trouxe um guardanapo e um copo d’água. Não consegui agradecer já que não tinha ar, mas ele provavelmente entendera meu olhar transbordando gratidão e logo partira para atender aos recém-chegados no bar.
Estávamos em uma das boates mais borbulhantes de Manhattan. Ou ao menos fora esse o argumento que minha amiga e , sua cúmplice haviam usado para me obrigar a comparecer.
Normalmente não funcionaria. Porém, se tratava da noite do aniversário de e essa era somente mais uma de minhas atribuições como sua amiga. Eu brincava direto sobre como era um fardo, ou cansativo ser sua bff. Claro que sempre internamente, só mesmo em minha mente.
Mas a realidade era outra. Eu devia muito a ela e a minha prima por terem me ajudado em um período tão sombrio em minha vida.
A vovó Grey, a única pessoa de minha família com quem eu ainda mantinha contato além de , falecera, me deixando devastada, sem-teto e sem planos para o futuro. Eu estava passando por uma fase, daquelas em que se tenta descobrir o que vai fazer da vida, sabe?
Havia acabado de terminar a faculdade de Engenharia, o curso que meus pais haviam me persuadido a escolher. E eu realmente amara. Números faziam sentido para mim, sendo a calculista que era. Mas eu nunca pensara no que faria quando pegasse meu diploma. Não queria acabar trabalhando na Grey Engeneerings, não gostava da sensação de ter o futuro traçado por mim. Como se eu estivesse fadada a certo fim pré-determinado.
E por isso partira de casa. Meus pais não aceitaram a decisão que eu tomara, então para evitar ser expulsa ou viver sob seus olhares de reprovação, mudei-me para o apartamento de minha avó em Manhattan. A senhora até deixara espólios para mim, como sua herdeira, mas as custas de seu enterro acabaram com o pouco de suas economias que haviam restado. Não me sobrou muito dinheiro, mas com a quantia que recebi, consegui me sustentar pelos primeiros meses, em uma busca desesperada por trabalho. Foi aí que minha prima , que se mudara recentemente para a cidade, por ter passado na NYU (Universidade de Nova York), me acolheu e conseguiu me descolar um emprego na empresa em que trabalhava. O resto era história.
- Estou bem. – Respondi limpando os respingos de coca de meu rosto. – Você demorou a voltar.
- Sim, bem... A fila tava grande. – Deu de ombros.
Eu já ia lhe responder, porém meu celular tocou e com uma careta, eu indiquei que estava indo atender. Fui andando pelo estabelecimento escuro, tentando abrir caminho entre os dançarinos animados. Percebendo que não teria forma nenhuma de eu conseguir passar pela multidão sem demorar meio século, e alguns empurrões e pisadas no pé, aproximei-me do que imaginei ser um banheiro, relativamente próximo de onde eu estava. Abri a porta com certa dificuldade e entrei apertando o aparelho em meu ouvido, tentando entender o que é que minha chefa queria dessa vez.
- Desculpa chefa, pode repetir? – Perguntei, estranhando os arredores.
Não só aquilo não era o banheiro do clube, como também não se tratava de cômodo algum. Era somente uma pequena área de acesso à escada, que se elevava em um só sentido. Dei de ombros, e fui subindo enquanto ouvia as reclamações habituais de Geraldine sobre meu trabalho. Ser sua secretária era tão estressante, que eu temia desenvolver uma úlcera. Eu não tinha nem grana para comprar um drink mais caro, imagina pagar despesas médicas. Que piada!
- ... E minha agenda ficou muito lotada para essa semana, você acha que eu sou o que? – Perguntou retoricamente e deu continuidade a seu monólogo.
Acho que você é algo tão baixo que uma dama como eu nem ousaria pronunciar.
- Claro, chefe, eu posso tentar reorganiz... – Comecei, subindo a escada de um andar que dava para uma porta escura.
Girei a maçaneta com o telefone entre o ombro e minha orelha, já puxando com outra mão o bloquinho que eu mantinha em minha bolsa carteiro.
Porém, não esperava que a porta fosse ceder tão facilmente, já que a do andar de baixo fora bem mais difícil de abrir. Desequilibrei-me e caí lateralmente no chão, logo girando para ficar com as costas contra ele. Fiquei encarando o céu, exausta, sentindo a brisa fria do terraço. Não precisei nem virar a cabeça para perceber os estilhaços e as partes desmembradas de meu celular, espalhadas pelo chão, provavelmente sem conserto.
Suspirei, levando o segundo susto da noite ao ver a face de um homem subitamente entrando em meu campo de visão.
- Hey moça, você está bem? – Perguntou, abaixando-se a meu lado.
- Estou viva. – Resmunguei, recebendo um olhar divertido da criatura masculina que então me estendeu a mão, ajudando que eu me sentasse.
Remexi-me desconfortavelmente, cruzando as pernas em chinês e respirando fundo.
- Obrigada. – Completei, mordendo o lábio ao distinguir em definitivo o estrago completo do aparelho telefônico.
Não teria mais salvação. Se eu ainda não estava demitida, eu provavelmente seria agora, tendo perdido todos os dados da agenda que montara para Geraldine. E a idiota aqui, nunca fizera uma cópia ou back-up. Sim, eu estava completamente frita.
E sim, eu definitivamente não nascera para aquele trabalho.
- Por nada. – Respondeu, trazendo minha atenção de volta para sua face.
Lançou-me um olhar enigmático e corou, distraindo-me momentaneamente. Normalmente eu estaria flertando com ele ou algo do tipo. Mas nem para isso eu estava com cabeça, ocupada demais em surtar sobre meu futuro deprimente.
Ai deus, eu não teria mais salário. Como eu ia me sustentar agora?! Estou ferrada... Senti o choro vindo e meu lábio tremer, olhando para o chão para tentar esconder minhas lágrimas do desconhecido.
Não funcionou.
- Ei... – Chamou, levantando meu queixo com seu indicador. – Vai ficar tudo bem, seja lá o que for que esteja cozinhando aí em sua mente fértil.
- Mas vo... vo...cê nem me conhece. – Encolhi, soluçando sob seu olhar de pena e preocupação.
- Não... Não conheço mesmo. – Disse com uma careta pensativa e desgostosa.
Olhei para o chão novamente tentando normalizar minha respiração. Controle-se . Repreendi a mim mesma. Não vamos adicionar ficar catarrenta, olho inchado e nariz vermelho na frente de um cara gostoso à lista de merdas que aconteceram hoje. Chorar na frente dele já foi o suficiente.
O barulho do bater de uma palma me fez pular sobressaltada pela segunda vez só naquela noite. Levantei o olhar para o homem estranho que já havia se erguido e me estendia sua mão com um olhar esperto.
- Não te conheço, mas vamos mudar isso, oras! Estamos em uma boate, quer lugar melhor para desabafar bebendo com um estranho bonito e misterioso?
- Bonito e misterioso?! – Repeti, levantando uma sobrancelha duvidosa.
- É esse o meio sorriso que eu queria ver! – Comemorou, lançando o punho no ar, fazendo meus lábios se repuxarem ainda mais em um sorriso completo. – Vamos ver se eu te faço gargalhar até o fim da noite, bonita!
- Mas quem disse que eu vou aceitar beber contigo?
- Querida, sinceramente... Já olhou para mim? – Perguntou com uma careta de obviedade, dando uma voltinha para eu captar sua aparência por inteiro.
- Oh, você é muito modesto, hein mocinho?!
Ri, aceitando sua mão e catando minha bolsa. Revirei os olhos para seu olhar convencido.
- Isso aí foi uma risada?!
- Cala a boca.
- Ahh, mas eu acho que foi sim. – Disse, com a voz afetada.
- Vamos? – Cortei caminhando de volta para a porta.
- Espera! Qual o seu nome? Sou ...
- SHH! – Coloquei meu indicador sobre seus lábios. – Sabe o que seria legal? Se a gente usasse codinomes ou algo do tipo.
- Você só não quer dar seu nome a um estranho, não é? – Perguntou fazendo um biquinho emburrado. – Não confia em mim.
- Eu nem te conheço! – Bufei exasperada, o contornando e começando a descer a escada maldita com ele a reboque.
- Tudo bem. Eu aceito. – Replicou com um olhar entediado, levantando as mãos em rendição.
- Mas não era uma opç...
- Ei, não estraga o momento, Jolene.
- Por que Jolene? – Perguntei, curiosa.
- É um nome bonito. – Disse, com um tom ofendido.
- Que seja, Mortimer. – Repliquei.
- Mortimer? Qual é, Jo?! Não tinha nada pior pra me chamar não?
- Aceite o que lhe é oferecido. – Dei de ombros.
- Você me deve uma cerveja. – Replicou com a expressão séria.
Lancei um último sorriso ao homem divertido, além de realmente bonito e enigmático- um traço que percebi ser sua constante expressão, encantadora e sedutora. Abri a porta e fomos envolvidos pelo breu, permeado por luzes piscantes e o barulho da música pulsante da pista de dança.
Lentamente, abrimos caminho pela multidão até o bar. Estava muito consciente da mão de “Mortimer”, pousada em minha cintura, e agradeci aos céus que nem nem estavam mais presentes. Encheriam meu saco por um bom tempo sobre ter topado beber com um desconhecido, principalmente após ter sido tão manifestamente contra irmos até o bar em primeiro lugar.
- E aí, bonita, qual é a sua?
Quase engasguei em minha bebida o ouvir sua pergunta descarada.
- Que péssimo, Mortimer, até parece cantada de bar. – Falei, rindo de seu piscar de olhos em flerte.
- Bem, estamos em um bar, não estamos? – Replicou, gesticulando a nossa volta, mas sem desviar seus olhos de mim. Nem por um segundo.
- Eu suponho que sim.
- Mas vai, deixa de me enrolar, linda.
- Acho que minha vida não é tão interessante assim. Tenho certeza de que você tem muito mais a contar...
- Ah, eu não queria me gabar, mas... Ei! Você não quer me contar porque não confia em mim, não é?
Revirei os olhos. Aquele assunto de novo?!
- Você vai ver, quando eu te conquistar, vai se arrepender de não ter me contado tudo de uma vez. – E continuou, com a voz afetada. - Vai dizer: “Oh, gatinho, me perdoe, por favor! Eu estava tão errada! Me dá uma chanceee!”
- Nossa. – Comentei, escandalizada. – Como você se aguenta? Na real. – Gargalhei, balaçando a cabeça para sua metidez irritante.
Irritantemente revoltante.
O homem mordeu seu lábio inferior, aproximando seu rosto lentamente do meu. Minha respiração acelerou e entrei em pânico. Como poderia ficar tranquila com aqueles lábios pecaminosos e aquela língua. Oh, aquela língua passeou por seu lábio superior, fazendo-me perder o ar por uns segundos.
Enlouquecedoramente sexy.
Continuou aproximando-se, alisando meu braço para cima e para baixo, me deixando arrepiada. Meu corpo respondia ao seu, dez vezes mais intensamente do que seus gestos deveriam suscitar. Remexi-me em minha banqueta, cruzando as pernas e vendo seus olhos dispararem para a pele exposta. Quando voltaram a se juntar aos meus, pareciam conter puro fogo.
Mas ao contrário do que eu imaginava, sua boca não colou-se na minha, invadindo-a. Profanando-a com sua língua, fazendo-me sentir cada movimento em minhas partes íntimas. Oh, será que estava babando?
Onde eu parei? Ah sim. Sua boca veio até meu ouvido e sussurrou as palavras que eu esperava ouvir. Não consegui responder com nada além de um gemido. Levantamo-nos colando nossos corpos.
- Uh-hum. – Respondi, balançando a cabeça em afirmativa para sua pergunta.
Dois minutos depois estávamos no terraço. Nossas bocas se movendo em sincronia quase perfeita após todo o treino que realizamos nas escadas. O fato de estarmos prestes a fazer sexo ao ar livre, ali onde qualquer um dos prédios ao redor poderia ver, era extremamente excitante.
Nunca havia me considerado uma exibicionista, muito pelo contrário, mas aquele homem misterioso me fazia perder a cabeça. Retirei sua camisa, quase a arrancando de seu corpo e empurrando-lhe contra a parede da estufa que mantinham ali em cima.
Deslizei minha mão por dentro de sua calça buscando a fonte de sua excitação. E bem, da minha também. Se estivesse mais molhada, o produto de meu prazer não se conteria em minha calcinha, mas deslizaria por minhas pernas. Ele gemeu em minha boca, batendo a cabeça na parede quando retirei seu cinto e abaixei sua calça para apreciar seu pênis mais de perto.
Seus olhos pareciam me implorar para que o engolisse por completo, mas eu somente lambi a pontinha de seu pau, fazendo-lhe arquejar e rir em agonia. Assim que ele abriu a boca para falar algo, o trouxe profundamente em minha boca de uma só vez.
- Cacete... Jo.
Retirei-lhe de minha boca, após alguns minutos de suga-lo até o talo e circular sua glande com a língua, repetidamente, de forma cada vez mais intensa.
- Pode me chamar de . – Pisquei, erguendo-me, apreciando seu olhar admirado, como se eu fosse sua musa.
Surpreendeu-me, pegando minha mão, depositando nela um beijo casto e puxando-me para dentro da estufa. Olhei incerta para o chão de terra, mas acompanhei-lhe de qualquer forma, supondo que seria muito mais macio do que o concreto. Deitei- me, puxando-lhe para cima de meu corpo, por entre minhas pernas.
- Eu vou fazer você esquecer seu próprio nome . – Murmurou, abaixando até entre minhas pernas e deslizando minha calcinha para baixo. – Mas suponho... – Beijou o interior de minha coxa direita. – Que você também deva saber o meu. – Sussurrou, beijando o outro lado.
- E qual o seu nome? – Gemi, com suas provocações, tão perto, mas tão longe de minha vagina.
- Sou . – Replicou, com um meio sorriso, não me deixando tempo para responder, antes de beijar exatamente onde eu precisava.
O homem virou meu jogo contra mim mesma, mas naquele momento, olhando para o céu, eu não ligava nem um pouco. Segurei firmemente um monte de terra, arqueando as costas ao máximo, para lhe dar acesso a cada vez mais fundo em meu íntimo. Sua boca habilidosa, parecia ensinar a meu clitóris todas as intensidades de vibração. Eu me apertava em volta de sua língua, buscando meu alívio, mas nunca parecia estar sendo preenchida o suficiente.
- . – Gemi.
Sua cabeça apareceu de por entre minhas pernas, em uma visão tão excitante que quase gozei. Saber onde aqueles lábios, curvados em um meio sorriso e úmidos- provavelmente de minha excitação- estavam há alguns segundos me fez gemer novamente. Eu não sabia mais se era capaz de falar.
- O que deseja ?
- Você. – Levantei meu queixo, acariciando meus seios e parando com aquela palhaçada de vez. – Quero seu pau dentro de mim, a-go-ra.
Fitei seu queixo caído, com um sorriso malicioso, feliz por constatar que sim, eu ainda tinha a habilidade da fala. E aquilo estava deixando-lhe tão louco, que fez o caminho inverso, partindo para minha boca.
Alcancei seu pênis duro, posicionando-o em minha entrada e aproveitando a gostosa sensação de suas mãos, massageando meus seios em substituição a minhas próprias.
Mordi seu lábio, ao senti-lo penetrando-me sem nenhuma delicadeza, bombeando minha buceta rápido e vorazmente, devorando-me por completo. Bem do jeitinho que eu gostava. Ao notar a evolução de suas estocadas, pressionei fundo minhas unhas arranhando suas costas com violência. Em resposta ele aumentou ainda mais sua velocidade, me fazendo ver estrelas.
Meu quadril balançou em seu encontro até que as sensações se tornaram demais para que continuasse a movê-lo. Apertei os olhos, gemendo seu nome e sentindo-me apertar e relaxar em torno de seu pênis ereto. Ele beijou minha testa, observando cada arquejar enquanto gozei, mas agora com os olhos bem abertos, fitando-lhe quando em fim atingiu seu próprio orgasmo avassalador.
- . – Suspirou, deslizando para meu lado e puxando-me contra seu peito. Quando virei-me em sua direção e analisei sua face, fiz algo que ele provavelmente não esperava. Gargalhei, preenchendo a estufa com o eco de minha risada, quando antes só se ouviam gemidos.
- Posso saber o motivo da graça, linda? – Perguntou admirado, mas confuso.
- Desculpa. Aposto que essa não é uma reação que você costuma ter depois do sexo.
- Nisso você está certa. – Disse, rindo. – Mas também, não é como se já tivesse feito muito sexo em lugar público, quem dirá em uma estufa. Essa com certeza vai ficar na memória, baby.
- Olha só... Quem diria! Sua primeira vez em uma estufa? – Perguntei com a voz afetada. – Que fofinho. – Suspirei, beijando a ponta de seu nariz.
Gargalhei com sua carranca, encolhendo-me quando ele começou a me provocar com cócegas.
-PARA COM ISSOOO! – Berrei, descontrolada.
- Agora está muito risonha, não é? – Indagou, se juntando a mim nas risadas. – Quem diria que bastaria um sexo na estufa do terraço do clube.
- OK! Retiro o que disse!
- Bom mesmo, linda. Eu odiaria ter que te punir. Sei de várias formas interessantes de fazê-lo.
- Querido, se alguém vai tomar as rédeas de algo aqui, sou eu. – Repliquei, com a sobrancelha levantada.
E ali naquele mesmo local, ele provou que eu estava errada. Não só quanto a meu futuro, que por mais desesperador que pudesse parecer, ainda contava com o elemento da imprevisibilidade. Quem sabe que surpresas, tanto más quanto boas, ainda viriam a minha frente? O próprio era uma forte e gostosa evidência.
Mas ele também provou o quanto estava certo sobre dominar o jogo. Eu engoli cada palavra que tinha dito. Mas tudo bem, porque em nossa terceira rodada, foi minha vez de subjuga-lo. E me assegurei de que soubesse como é bom também estar submisso às vontades de uma mulher.
Ao contrário de um conto de fadas, não fizemos juras de amor ali mesmo, naquela estufa. Porém, não seria a única vez que meu caminho se cruzaria com o de . Somente nos veríamos novamente dois anos depois daquela noite na boate.


Epílogo


- Que merda, , por que estamos aqui de novo?
- , dá para explicar para sua amiga, qual é o ponto disso tudo?
- Claro, ! – Respondeu, parando somente para chamar o barman. – Tudo começou em uma noite chuvosa em 1996, quando uma viúva e suas amigas estavam sem nada para fazer. – Disse, dramaticamente.
Suspirei, apoiando meu queixo em minha mão, amaldiçoando minha prima mentalmente por dar corda à minha amiga maluca. Divaguei por uns segundos, observando a diversidade de vinhos, licores, e outras variedades de bebidas alcoólicas que preenchiam a parede do bar da boate. Após discursar por quase meia hora em uma estória claramente fictícia - era péssima em história - a mulher finalmente se cansou, resumindo tudo o que dissera a uma frase final.
- E foi assim que nasceu a noite da tequila! Yay!
Comecei a rir de sua expressão animada. Por certo ela era contagiante.
- Só isso que acontec... – Fui cortada ao sentir um cutucar em meu ombro.
Ouvi sua voz grave antes mesmo de virar-me. Isso me deu uma visão completa das expressões bestas de minhas amigas, que nos deram espaço tão logo murmurou em meu ouvido.
- Qual é a sua, linda?
Reduzi a amplitude de meu sorriso e virei-me para ele com um olhar desinteressado.
- Credo, parece até cantada de bar!
O homem gargalhou, e respondeu, passando a mão por seus cabelos, que notei haverem crescido uns centímetros.
- Ah, mas estamos em um bar, não estamos? – Falou, tentando replicar nossa conversa de dois anos atrás.
- Eu suponho... Mas isso costuma funcionar? – Levantei a sobrancelha, tentando segurar o riso.
Ele fitou-me, enigmático, por uns segundos, até que finalmente respondeu, mordendo seu lábio inferior e dando de ombros.
- Ah, essa aí eu só uso para uma mulher em especial. Você se parece muito com ela. Era a mais linda que eu já vi.
- Dois anos e já sente minha falta, ? – Perguntei, parando com aquele joguinho.
O homem abriu seu meio sorriso cativante e disse exatamente as palavras certas para me iluminar como uma manhã de natal.
- Ah , você nunca nem saiu da minha cabeça em primeiro lugar. Como poderia sentir falta do que ainda está cravado em minha mente como se fosse ontem?


Fim



Nota da autora: Olá pessoal! Espero que tenham gostado da fic! Depois me digam o que acharam nos comentários, vou ficar muitíssimo feliz <3! Obrigada por terem lido. Segue o link de nossa família no face!





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