Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Meu coração acelera junto com a música, enquanto o brinquedo no qual teimou em andar, e me levar junto, gira cada vez mais alto, fazendo com que eu dê cada vez mais risadas e grite ao meu lado. Sinto meu cabelo voar por todas as direções, atingindo meu rosto as vezes. As gargalhadas são incontroláveis, assim como os gritos que solto as vezes.
Quando o brinquedo para, demoro alguns segundos para me levantar, enquanto meu corpo se acostuma a ficar novamente parado. É uma sensação estranha, mas ao mesmo tempo deliciosa. Acho que é essa a graça de parques de diversão, voltar a sorrir e se sentir leve.
parece falar algo, animadamente, me puxando pela mão em direção a outros brinquedos, mas não escuto. Estamos tão agitadas que nossos passos são trôpegos e não conseguimos controlar as risadas. Em meio a um quase tropeço, eu o vejo. Meu coração volta a acelerar instantaneamente, meus pés se firmam no chão e meus pulmões parecem parar de funcionar.
Nossos olhares se cruzam e ele sorri. Sorrio de volta na mesma hora, colocando, idiotamente, uma mecha de cabelo atrás da orelha. Qual o problema de nós mulheres com essa bendita mecha, hein? O sorriso dele aumenta e sinto como se o mundo inteiro a nossa volta deixasse de existir, e fosse somente nós. Até ser puxada de volta à realidade, quando me puxa mais forte pela mão, em direção à roda gigante.
- Limpa a baba, escorreu bastante – brinca, assim que nos acomodamos na cabine, rindo.
Faço apenas uma careta em resposta, antes do brinquedo começar a se mover. A cada volta, me permito contemplar minha cidade do alto, banhada em luzes de diferentes cores em contraste com a noite e a luz do luar.
Quando o brinquedo para, a porta de nossa cabine é aberta e uma mão aparece para nos ajudar a descer. é a primeira a sair e toma certa distância antes de se virar para mim e começar a fazer um joinha enquanto morde o lábio inferior, como se se controlasse para não falar algo. Me pergunto se todas as voltas que demos em todos os brinquedos a afetaram de alguma forma, porém logo entendo:
- Senhorita. – a voz grossa do lado de fora da cabine diz, enquanto estende a mão para me ajudar a sair. Aceito a mão e quando me viro para agradecer, depois de ter saído do brinquedo, quase caio. Felizmente - ou não, as mãos dele me tomam pela cintura e me impedem de cair. Na mesma hora, um bolo se forma em minha garganta e sinto como se tivesse desaprendido a falar. Apenas o encaro e ele faz o mesmo, alternando seu olhar entre meus olhos e minha boca. Meu corpo parece gritar internamente para que ele me beije e, em minha mente, essa ideia não parece de todo ruim.
- ... – ouço meu nome ser chamado, mas o som parece vir de tão longe que demoro um pouco para olhar. Quando o faço, com ele fazendo o mesmo movimento, vejo fazer sinal para irmos embora. Quero falar para ir sem mim, pois nunca me senti tão em casa, mas apenas concordo, lançando um último olhar para o dono daqueles olhos verdes como o mar em dia de ressaca, uma imensidão verde que atrai e arrasta toda aquela que o encara. Quando a mãos dele soltam minha cintura, me sinto vazia. Como é possível um desconhecido ter tanto poder sobre mim em tão pouco tempo?
Lhe lanço um último olhar por cima do ombro, antes de continuar andando em direção a . Ele permanece onde estava, me observando me afastar.

🎡❤️🦋

- Não acredito que eu nem me toquei em perguntar o nome dele! – digo, antes me bater com uma almofada em meu rosto e me jogar na cama, me deitando de vez, contendo um grito de frustação com a almofada.
- Também, só sabia ficar lá com aquela cara de bocó, encarando o gato. Se fosse eu, teria agarrado ele ali mesmo... – comenta, segurando o riso, me fazendo encará-la, para logo em seguida ameaçar agredi-la com minha almofada. – Ei, ei, calma, senhorita apaixonada – ela comenta rindo, sem conseguir mais se controlar.
- Idiota! – é tudo o que respondo, me virando de costas para ela e começando a mexer em meu celular, na tentativa de ignorá-la.
começa a cantarolar e eu quero me virar para estrangulá-la, me odiando por não ter escolhido melhor minha melhor amiga.
Meu celular vibra em minha mão e a notificação do WhatsApp aparece, demonstrando que recebi uma mensagem. Abro o aplicativo, estranhando que recebi mensagem de um número que não é meu contato.

Acho que esqueci de agradecer a sua amiga pelo seu contato. Pode fazer isso por mim?
Me poupou de ter que olhar cada perfil de que existisse em cada rede social.
😥

Li e reli a mensagem antes de dar um leve grito de animação e me jogar em direção à minha amiga.
- JÁ DISSE QUE TE AMO HOJE??!! – quase gritei, agarrando de lado, com um sorriso besta no rosto.
- Vejo que o galã realmente entrou em contato. E pensar que duvidei dele... mas também, ele tinha aquela cara de bobão quando percebeu que eu estava entregando seu contato para ele, era de se esperar que... – desata a falar, mais para si mesma do que outra coisa, e eu a ignoro totalmente.
Abro a conversa com o rapaz do parque de novo e vou direto para a foto de perfil. Pela foto ele já era bonito, ainda que esta não o favorecesse muito, mas pessoalmente era muito mais. Abaixo da foto o nome “” era exibido.
- ... – pronuncio, percebendo o quanto nome combinava com ele.
- Eu sabia que toda minha encenação para “ir ao banheiro” ia valer a pena, esse sorriso besta no seu rosto está impagável. – brinca, recebendo um dedo do meio como resposta. Instintivamente, sou levada ao momento em que ela me deixou sozinha próximo à barraca de tiro ao alvo, alegando que precisava muito ir ao banheiro e que eu andava devagar demais para acompanhá-la. Pouco antes ela havia me perguntado o nome do “galã” e eu disse que não sabia. Devia ter percebido a mentira!
Ignorando todo o resto, volto à conversa com , me lembrando que não havia respondido.

Se ela sequer souber dessa mensagem, irá se tornar insuportável, confie em mim.
O que vai fazer amanhã? Quero tentar ver a chuva de meteoros ☄️


Mesmo com a previsão de chuva? 🤔

Uma vida sem riscos não merece ser vivida


Epílogo

E foi assim que eu descolei um belo namorado, um beijo sob uma quase tempestade – que depois se tornaram vários sob a varanda de um bar já fechado - e um enorme resfriado.
Cada momento com era como uma explosão de sentimentos e sensações, muito intensos e únicos. Amá-lo foi extremamente fácil, assim como perceber que eu poderia viver o resto de minha vida com seus braços ao meu redor.
Porém, na mesma intensidade - talvez até mais - de como fácil foi amá-lo, foi doloroso vê-lo partir quando sua carta convocação para as forças armadas chegou. A tão esperada carta convocatória para piloto da força aérea americana, agora já não fazia sentido para nenhum dos dois, estávamos em outro momento de nossas vidas.
Vê-lo sair pela porta e colocar a enorme bolsa no banco de trás do carro foi como se uma enorme parte de mim fosse arrancada de meu interior, sem anestesia, e cada carta que escrevo para ele parece levar uma parte do pouco que restou. Meses de felicidade haviam sido transformados no mesmo instante em uma dor lacerante, que aos poucos parece diminuir, não sem ter levado quase meu ânimo por completo antes.
Quase dois anos já haviam se passado entre nossas trocas de cartas, raríssimas ligações e o sofrimento de estarmos um longe do outro, mas a possibilidade de a qualquer momento ele aparecer diante da porta, me mantém de pé. Até lá, sigo olhando para o céu, para os inúmeros aviões que sobrevoam minha região e sinto como se pudesse vê-lo voando sobre mim.


Fim



Nota da autora: OLÁÁÁÁ!
Quero começar me desculpando pela história curta. Eu amo o clipe de Made in the USA e queria ter desenvolvido algo maior inspirado nele, com essa música como foco, mas não deu. Para quem, assim como eu, não gosta de final aberto, ele voltou, tá, gente? Eu só acabei assim para honrar a música.
No mais, obrigada por terem lido, vejo vocês nos meus próximos ficstapes 🥰


Outras Fanfics:
» 10. Zerar e Recomeçar [Ficstape]
» 5841 [Originais, Shortfic]
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» Um Príncipe em Minha Vida [Originais, Finalizada]
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