Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

O salto alto de null fez um barulho único assim que ela começou a andar pelo corredor da empresa.

Era quase impossível alguém não reconhecer null null quando a negra chegava em algum lugar. Ainda mais na sua própria empresa, que herdou com muito orgulho de seus avós. Era onde ocupava o cargo de Chief Information Officer, ou seja, a responsável pelo gerenciamento da infraestrutura tecnológica da Agrimontana que sua família construiu, onde o principal produto eram avelãs.

null ajeitou seus óculos de grau e empurrou a porta da sala do Chief Executive Officer, que era ocupado por ninguém mais, ninguém menos que seu pai. A Agrimontana era uma empresa familiar que se expandiu mundialmente. E null era a menina de ouro de todos.

— Bambina mia! — Saverio cumprimentou alegremente a filha, null sorriu e carinhosamente abraçou o pai.

— O senhor queria falar comigo?

— Sim! Preciso que você vá a Salerno representar nossa filial da cidade.

null olhou fixamente para o pai por alguns segundos e um bico de contradição se formou em sua face. null sabia o que tinha em Salerno. Ela queria se manter longe dali.

— Giovanni precisa de você, bambina! Veja como uma viagem de férias.

— Não quero férias, papá. Tenho um casamento para organizar.

— Oh, null. Você estala os dedos e resolvem para você. O motorista de Giovanni irá lhe buscar as quatro. — null respirou fundo, mas não contestou.

— O que tenho que fazer?

E, com um sorriso, Saverio explicou a simples tarefa de null em Salerno. Uma simples reunião de negócios com a empresa de Giovanni. Dono do Grupo null.


*


null desceu do carro e, quase imediatamente, sua mala já estava ao seu lado. Antes que andasse para a porta de entrada da mansão null, rezou baixinho para que ele não estivesse ali.

Todos os deuses falharam.

null null estava ali. Com seu cabelo grande bagunçado, lindos olhos castanhos e todos os músculos bem divididos entre seus 1,85 metros de altura.

“Porra”, pensou a negra enquanto o herdeiro da família null tinha um sorriso em seu rosto.

— Bem vinda, dolce null. Já faz um tempo desde a última vez, não é?

null — estendeu a mão para o homem. Aparentemente, era para que ele pudesse a cumprimentar com um beijo na mão, mas ambos sabiam que era para ele ver a aliança em seu dedo.

null sorriu, cínico, e deu um beijo demorado na mão da negra, fazendo-a arrepiar em lugares que não queria.

— Papai chega na quinta para a reunião de vocês.

— Na quinta? Ele só chega daqui a quatro dias? — perguntou, sem acreditar em como aquilo estava acontecendo.

— Cuidei para que você tivesse uma folga extra, Dolce.

null e null se encararam e, novamente, a negra sentiu arrepios onde não queria sentir. Entrou na mansão e, antes que pudesse perguntar algo, sentiu a mão de Tori ao fim de suas costas, lhe guiando para onde ela iria ficar durante a semana.


*


null null era o herdeiro do Grupo null, empresa responsável pela null Rocher, Nutella, Raffaello e todos os melhores chocolates que conseguir imaginar. Empresa familiar italiana que, assim como a da família de null, expandiu para os quatro cantos do mundo.

Mas null não era só filho do homem mais rico da Itália. Ele era formado em Marketing, Publicidade e Propaganda, e ocupava o cargo de Chefe de Criação do Grupo null. Para além disso, null era perdidamente apaixonado por null. Filha do melhor amigo do seu pai, herdeira da única empresa fornecedora de avelãs e cacau para o Grupo null.

null e null eram o casal perfeito que nunca deu certo. Se queriam, se desejavam e se amavam, mas não estavam juntos. null, antes de assumir o cargo na empresa, resolveu estudar em Stanford, na Califórnia, e voltou noiva – para tristeza não só da família de null, mas para a de null.

Só que ele não era um homem que desistia do que queria.

null ajeitou os cabelos, desceu até a sala de café da manhã e sorriu assim que null se ajeitou na cadeira. Seus cabelos negros estavam presos em um rabo de cavalo, já não usava óculos e seus olhos verdes pareciam ainda mais brilhantes.

— Buongiorno, Dolce.

— Buongiorno, null — chamou-o pelo apelido pela primeira vez.

— O que você quer fazer hoje? Nem tente me evitar — null revirou os olhos, fazendo null rir. — Você vai ter muito tempo ao meu lado, null.

— Ainda tem os cavalos? — perguntou ao lembrar de como adorava cavalgar no Haras da família null quando era mais nova. Antes da Califórnia. Antes de tudo.

— Com toda certeza.

Os dois tomaram um delicioso café da manhã como se não estivessem sem se ver por anos. Como se null não tivesse avisado para null que iria se casar por uma mensagem de texto. Como se null não fosse apaixonado por ela. E nem ela por ele.


*


null e null chegaram no Haras da família null em poucos minutos – não ficava muito distante da mansão. Ela sorriu verdadeiramente quando sentiu o vento puro balançar sua saia e seu cabelo, mesmo preso. null queria registrar aquela cena. Ele adorava assisti-la sorrir.

— Você ainda sabe cavalgar? — perguntou, assim que um funcionário do Haras o entregou um belíssimo Mustang.

— Sem prática.

— Vou com você — null sorriu e null também. — Quer trocar de roupa? — null o encarou.

— Não precisa.

“Filha da puta”, null pensou ao montar no Mustang. null colocou o pé no pedal e ele a ajudou a montar, ficando bem à sua frente. null alcançou as rédeas e null passou seus braços por ela, alcançando-as também. Com a autorização de null, o cavalo começou a andar e a única coisa em que o homem conseguia pensar era na bunda daquela mulher roçando seu pau.

Ela sabia que aquilo iria acontecer. null sabia de tudo.

Os dois cavalgaram lentamente pela propriedade da família null que, agora, parecia vazia. null agradeceu por aquilo pois, a cada trotada, sua ereção aumentava e ela parecia saber e gostar daquilo. “Uma tremenda filha da puta”, praguejou em seus pensamentos. null tirou a mão direita da rédea, colocou o rabo de cavalo somente para um lado do pescoço e se ajeitou, encostando ainda mais no corpo de null. O homem fechou os olhos instantaneamente e, sem pensar, beijou o pescoço descoberto da negra. A única coisa que conseguiu escutar foi o som de sua risada.

null voltou com a mão para a rédea e ele retirou a dele, posicionando-a perfeitamente na sua cintura. Deixando sua mão escorregar até o meio das pernas, fazendo com que ela se arrepiasse imediatamente. Ele poderia ser capaz de comê-la ali mesmo. Com sua ereção a pino, começou a acariciá-la por cima da saia. null riu novamente e o guiou para baixo do pano, fazendo com que ele tocasse sua intimidade que estava coberta apenas pela calcinha. O Mustang começou a andar mais lentamente e ela continuava a conduzir os movimentos de null em sua intimidade, até que afastou a mão dele e enfiou o próprio dedo ali. null sorriu e a única certeza que null tinha era que aquela mulher ainda iria enlouquecê-lo. null começou a se masturbar e, com permissão, null começou a tocá-la também, fazendo a menor gemer alto. Deixou a cabeça cair em seus ombros, beijando o pescoço do homem numa tentativa falha de abafar seus gemidos.

null. Vamos voltar, por favor — pediu e o homem demorou alguns segundos até entender o que a mulher havia dito, mas o fez.

null conduziu o cavalo novamente até o estábulo e o silêncio reinou entre eles. Era apenas o barulho das trotadas do Mustang e da respiração pesada e confusa dos dois.

O silêncio só foi quebrado quando o telefone de null começou a tocar, e ambos olharam para a tela que brilhava o nome de Joshua. Noivo de null.

— Você vai atender?

— Não faça isso comigo.

— Isso o quê, null?

— Isso — null respirou fundo.

— Isso é você quem faz. Estarei no carro aguardando — deu as costas para a negra que ainda não havia atendido ao telefone.

Eles eram pura confusão. Uma deliciosa e dolorida confusão.


*


null não proferiu nenhuma palavra para null durante todo o caminho, nem quando chegaram à mansão. Foi imediatamente para seu escritório e assim ficou até o jantar.

— Você! — null o recebeu animada.

— Falou muito ao telefone? — foi direto e os ombros de null caíram.

— Você não tem direito algum de me cobrar algo, null.

— Você quem começou, Dolce. Você — null nem sentiu a mesa. Fez algum pedido para a governanta da mansão e subiu.

null respirou fundo e sentiu seu corpo inteiro avisar que ela estava errada. Não pelo que tinha acontecido no Haras. Estava errada por ignorar tudo o que sempre sentiu por null e ao mandar aquela maldita mensagem de despedida.

null subiu as escadas e foi até o quarto de null. “É uma bela imagem”, pensou ao ver o homem usar apenas uma calça moletom, sentado próximo à janela e bebendo vinho com alguns chocolates abertos.

— Chocolate e vinho?

— Tenho que aproveitar o que minha família tem de sobra — null riu baixo. — Você continua não gostando de chocolate?

— Aceito o vinho — null estendeu sua taça e a mulher tomou dois goles.

— Você realmente não quer nenhum chocolate do Grupo null? Dizem que são os melhores do mundo — null riu. Realmente diziam isso.

— Graças às nossas amêndoas.

— Uma excelente combinação, não acha?

— Acho — null respondeu e null a encarou.

Sem pensar no que poderia acontecer depois, null sentou no colo dele, deixando a taça de vinho que estava em sua mão cair pelo tapete do quarto e o beijou. Mesmo surpreso, null correspondeu o beijo na mesma intensidade. Por entre o beijo, ele riu e mordeu o lábio inferior da mulher.

null…

— O que você quer? — perguntou ao pé do ouvido.

— Quero você.

— Mas o que você quer que eu faça?

— O que você quiser.

— O que eu quiser? — perguntou novamente e null concordou com a cabeça.

— Qualquer porra que você quiser.

As palavras sujas de null só deixavam null com ainda mais vontade de tê-la para si.

“Puta merda, ela já estava molhada”, pensou quando a tocou por cima da calcinha fina. null ficou imóvel, mas seu coração batia forte e parecia aumentar cada vez que null apertava sua intimidade. null abriu mais as pernas e gemeu, fazendo null arrepiar com aquele som. Mexeu seus dedos dentro dela de novo, só que dessa vez mais rápido, e com o polegar fazia cada vez mais pressão em seu clitóris enquanto beijava seu pescoço.

— Porra, null.

— O que é, null? O que você quer?

— Quero que você me coma, porra — praticamente gritou, mas sua fala foi cortada por outro gemido.

null beijou seu pescoço e null emanava desejo. Tudo aquilo só o deixava ainda mais louco de tesão por ela, e seu pau estava tão duro que começava a doer.

null enroscou as pernas ao redor da cintura de null, esfregando ainda mais sua intimidade nas mãos do italiano. Ele riu e levantou-se da cadeira, jogando-a na cama sem nenhuma delicadeza. null tirou o vestido verde escuro que ela usava sem dificuldade, deixando-a somente com a pequena calcinha de renda que já estava encharcada. Enquanto distribuía beijos por todo o colo da mulher, subiu até o seu ouvido.

— Fica de quatro pra mim — mandou, e assim null fez.

null bateu em sua bunda, fazendo-a gemer e, sem nenhum aviso, já estava dentro dela. null reprimiu um grito e ele puxou seus cabelos.

— Eu sei que você quer... Grita, porra!

A mulher estremeceu de tesão e gritou. null gemeu baixo e começou a ir mais rápido. null queria que ele entrasse nela em qualquer posição – ela só queria ser dele. null gemeu com as investidas de null e começou a se masturbar ao mesmo tempo em que ele entrava e saia. Esfregava seu clitóris rapidamente e com força, assim poderia gozar junto dele. null gemeu rouco e eles chegaram ao ápice juntos.

null desabou na cama e ele caiu por cima dela, fazendo carinho em sua cintura. O silêncio preencheu o quarto, mas, mesmo com ele, os corpos dos dois estavam gritando um pelo outro. null a beijou calmamente, mas um sorriso maldoso instalou-se em seu rosto.

— Eu disse que você ainda ia ser minha, Dolce.

— Faça essa semana valer a pena, null — null sussurrou e colocou sua cabeça no peito de null, recebendo um beijo no topo da sua cabeça.

null null queria gritar que amava null null, mas não o fez.


DIAS DEPOIS

— Você vai mesmo embora, null?

— Eu preciso ir, null. Eu tenho uma empresa…

— Você sabe que eu jamais pediria para você deixar sua empresa, null. Você sabe o que eu quis dizer.

null encarou null e sentiu lágrimas molharem seu rosto. Ele estava falando sobre o noivado dela.

— Não significou nada para você, null? Nada?

— Não diga isso. Por favor, null. Não diga.

— Você vai embora de novo, null. Apenas diga dessa vez e não por uma mensagem ridícula dizendo que irá se mudar e outra que está noiva.

— Você sabe por que eu mandei mensagem, não sabe?

— Porque eu sou um nada para você, null null.

— Porque era só eu escutar a sua voz que eu mudaria de ideia, null! Largaria Joshua, noivado, tudo!

Pela primeira vez, null ficou sem palavras. Ele amava null, mas tinha imensas dúvidas se o sentimento era recíproco.

— Eu amo você, droga! Sempre amei, null. Ninguém nunca me tocou como você, e nem é sobre sexo que estou falando. É sobre o conjunto de coisas que você me faz sentir e eu não confio em mim amando você, null. Eu preciso ir porque preciso terminar tudo com Joshua e fazer as coisas do jeito certo. Eu quero voltar inteira para você, null.

— Você não precisa voltar inteira para mim, null — null o encarou sem entender. — Vamos juntos. Vamos juntos para Milão.

null sorriu e beijou null. Ela nunca tinha se sentido daquele jeito. Ninguém nunca a tinha feito se sentir como ele havia feito. Ninguém nunca a amaria como null null a amava. Assim como ninguém nunca o amaria como null null amava.


Fim



Nota da autora: Sem nota.



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