Prólogo
"Você não pode dizer que me ama e sair sem me dar uma explicação, ." e assim começava mais uma discussão sobre como eu deveria expor o que eu sinto. A televisão estava ligada no mudo fazendo claridade para aquele ambiente bagunçado e tão familiar que nos abrigava em plena madrugada. O que era para ser uma tarde discutindo sobre o nosso artigo científico, virou uma noite de papos aleatórios para relaxar e uma madrugada de sexo e eu jogando uma bomba sentimental sem perceber. Manter uma amizade colorida pode ser difícil, mas manter uma amizade colorida quando tudo era só amizade, pode ser bem mais difícil.
"Eu só agi impulsionada pelo momento" respondi querendo encerrar um assunto que eu sabia que seria a última coisa que ele faria aquele momento. Ele só trocaria de assunto quando se desse conta que esgotou todas as possibilidades.
"Você disse que me amava." Ele repetiu incrédulo com que saiu da minha boca anteriormente, me fazendo quebrar por dentro, porque eu sabia que tinha cometido um grande erro.
"Por favor, , já conversamos sobre isso." Ele disse se aproximando de mim como se estivesse explicando a uma criança que ela não poderia ter um unicórnio.
"Não podemos nutrir sentimentos um pelo outro, é só sexo" realmente já tinha tido aquela conversa com ele no início de tudo aquilo, mas como sempre, não contamos com o desenrolar das coisas e foi exatamente isso que aconteceu.
Eu entrei na Universidade e tivemos nosso primeiro contato como professor e aluna, logo depois, eu entrei para o time de iniciação científica no qual coincidentemente ele era o professor responsável pela área que eu me interessei, então ficamos mais próximos e descobri que ele era meu vizinho, sendo separados somente por uma rua , tinha um cachorro chamado Freddy que não aguentava ver a minha filhote chamada Daphne.
Em meio a passeios com os pets ele começou a me dar carona para casa e se tornou meu amigo.
Eu nunca tinha pensando em tê-lo de outro modo, até que ele me chamou para jantar na casa dele, alegando odiar comer sozinho.
Começamos a nos encontrar em praticamente todas as refeições que os nossos horários permitiam e em uma tarde como essa que deu início a todo esse monólogo, a nossa história caótica começou.
Estávamos conversando super relaxados depois de horas elaborando um embate para apresentar no dia seguinte, quando ele me perguntou tranquila e diretamente, sem tirar o sorriso do canto da boca.
"Você está saindo com alguém ?" Depois de pensar nessa pergunta e se ele estava realmente me perguntando isso, decidi responder.
"Você sabe que não estou, " me remexi desconfortável na cadeira esperando que continuasse.
", e se fizéssemos um trato?"
"Que tipo de trato?" Perguntei de volta, meio receosa com o rumo que aquela conversa tomaria.
"Sexo sem compromisso" ele disse simplesmente "Sem nada além de sexo. Como uma amizade colorida."
Foi então que eu me dei conta da dimensão do que ele estava me pedindo
"O quê?"
Tentei controlar a entonação das minhas palavras, mas ainda estava sem acreditar na veracidade da proposta do meu então professor e orientador.
"Amizade com benefícios. Somos amigos, mas com outras coisinhas no meio, entendeu? A gente fode, mas só casualmente, nada de compromisso."
Claro que eu sabia do que ele estava falando e eu como uma boa aluna não poderia perder essa oportunidade de pegar o professor gato e mais velho.
"Certo. Eu topo!" Eu estendi a mão no intuito de selar nosso acordo, mas ele aproveitou e me puxou, fazendo com que sentasse no seu colo e então iniciaram várias sessões de beijos e amassos.
Eu só não esperava que tudo fosse se tornar um emaranhado.
"Eu só agi impulsionada pelo momento" respondi querendo encerrar um assunto que eu sabia que seria a última coisa que ele faria aquele momento. Ele só trocaria de assunto quando se desse conta que esgotou todas as possibilidades.
"Você disse que me amava." Ele repetiu incrédulo com que saiu da minha boca anteriormente, me fazendo quebrar por dentro, porque eu sabia que tinha cometido um grande erro.
"Por favor, , já conversamos sobre isso." Ele disse se aproximando de mim como se estivesse explicando a uma criança que ela não poderia ter um unicórnio.
"Não podemos nutrir sentimentos um pelo outro, é só sexo" realmente já tinha tido aquela conversa com ele no início de tudo aquilo, mas como sempre, não contamos com o desenrolar das coisas e foi exatamente isso que aconteceu.
Eu entrei na Universidade e tivemos nosso primeiro contato como professor e aluna, logo depois, eu entrei para o time de iniciação científica no qual coincidentemente ele era o professor responsável pela área que eu me interessei, então ficamos mais próximos e descobri que ele era meu vizinho, sendo separados somente por uma rua , tinha um cachorro chamado Freddy que não aguentava ver a minha filhote chamada Daphne.
Em meio a passeios com os pets ele começou a me dar carona para casa e se tornou meu amigo.
Eu nunca tinha pensando em tê-lo de outro modo, até que ele me chamou para jantar na casa dele, alegando odiar comer sozinho.
Começamos a nos encontrar em praticamente todas as refeições que os nossos horários permitiam e em uma tarde como essa que deu início a todo esse monólogo, a nossa história caótica começou.
Estávamos conversando super relaxados depois de horas elaborando um embate para apresentar no dia seguinte, quando ele me perguntou tranquila e diretamente, sem tirar o sorriso do canto da boca.
"Você está saindo com alguém ?" Depois de pensar nessa pergunta e se ele estava realmente me perguntando isso, decidi responder.
"Você sabe que não estou, " me remexi desconfortável na cadeira esperando que continuasse.
", e se fizéssemos um trato?"
"Que tipo de trato?" Perguntei de volta, meio receosa com o rumo que aquela conversa tomaria.
"Sexo sem compromisso" ele disse simplesmente "Sem nada além de sexo. Como uma amizade colorida."
Foi então que eu me dei conta da dimensão do que ele estava me pedindo
"O quê?"
Tentei controlar a entonação das minhas palavras, mas ainda estava sem acreditar na veracidade da proposta do meu então professor e orientador.
"Amizade com benefícios. Somos amigos, mas com outras coisinhas no meio, entendeu? A gente fode, mas só casualmente, nada de compromisso."
Claro que eu sabia do que ele estava falando e eu como uma boa aluna não poderia perder essa oportunidade de pegar o professor gato e mais velho.
"Certo. Eu topo!" Eu estendi a mão no intuito de selar nosso acordo, mas ele aproveitou e me puxou, fazendo com que sentasse no seu colo e então iniciaram várias sessões de beijos e amassos.
Eu só não esperava que tudo fosse se tornar um emaranhado.
Capítulo 01
Eu não conseguia acreditar que estava de volta, tinha sentido tanta falta do tempo frio, do céu nublado, que por um momento esqueci o motivo que tinha me feito ir embora depois da formatura, abraçando uma oportunidade científica num condado distante, coisa que nunca faria sem pensar duas vezes.
Como em todas as histórias clichês, eu voltei pra mesma cidade, mesma vizinhança e mesma casa.
Por ter passado quase quatro anos fora, eu acreditava que a razão dos meus problemas houvesse desaparecido, mas com esse pensamento é meio difícil de acreditar que eu realmente queria isso. A verdade era que eu queria muito saber como ele estava.
Eu não tinha conseguido superar todas as coisas que tivemos e mesmo depois da fatídica madrugada que eu me declarei, veio a formatura e eu soube que não poderia ignorar os meus sentimos como andava fazendo a algum tempo, muito menos ignorar o jeito que ele os tratava.
Foi então que parada na porta da minha casa antiga, eu me lembrei da nossa última conversa.
"Parabéns! Agora você é minha colega." Eu o abracei agradecendo rapidamente. "Bem vinda a vida adulta, querida" ele disse sustentando o seu inseparável sorriso no canto da boca.
"Acho que já estou bem familiarizada com essa vida." Passei meu braço sobre seus ombros e o acompanhei até uma varanda que tinha no andar que estávamos comemorando a formatura da minha turma. "Agora você pode me assumir, não existe mais questões éticas" falei parando de andar e esperei sua reação, que como eu esperava foi de recuo como todas as vezes. "O que te prende, ? Você também gosta de mim, não é?" o confrontei pela primeira vez acerca desse assunto.
"Claro que eu gosto de você, " ele se aproximou novamente e falou a frase que eu já estava cansada de escutar "E já conversamos sobre isso." a frase era a mesma, óbvio.
Ele estava seguindo o roteiro, mas eu não faria mais parte do seu elenco a partir daquele dia.
"Não, !" eu o afastei e continuei "Hoje isso acaba."
Eu sabia o que tinha que ser feito e estava disposta a isso, mas não poderia deixar de pensar no seu toque, nas conversas e no seu sorriso. "Você sempre se livra de dar explicações, mas eu não, então aqui vai uma pra você e toda essa merda de fita arranhada que você chama de argumento:" o encarei com toda a raiva e amor reprimido e falei mais uma vez "Hoje vai ser conhecido como o dia que você me perdeu. Eu só queria que você se permitisse e se aventurasse numa relação, mas o seu orgulho é tão grande que não pode assumir o que sente por uma simples aluna, uma simples garota de sua turma, que foi capaz de descongelar esse seu coração" aquela altura eu já não estava com papas na língua e saber que o deixei sem palavras me colocou num limbo sem fim, como agora, por lembrar que ele não teve coragem suficiente para lutar por mim aquele dia e em todos os outros que eu esperei.
Estava terminando de lavar a louça quando escutei a campainha tocar me fazendo atravessar a casa e atender a porta sem nem checar o olho mágico.
"Daphne mandou uma mensagem para Freddy avisando que tinha chegado, então estou aqui para ver como você está" ele estava diferente da última vez, tinha deixado a barba crescer, mas o cabelo continuava baixo.
A camiseta estava na medida certa o que indicava que ele tinha continuado a malhar.
"O que você está fazendo aqui?" eu sabia o que ele estava fazendo e esperei que viesse, mas não conseguia formular nada melhor do que aquela pergunta óbvia e então ele me respondeu com algo mais óbvio ainda.
"Eu estou aqui para ver você, saber como está" ele passou a mão pelo cabelo em expresso sinal de nervosismo como sempre e prosseguiu "E-eu , bem , acho que te devo um pedido de desculpas " ele olhou para o lado , nervoso evidente "É isso, , quero que me desculpe por ter sido um covarde e ter deixado você ir embora" ele visivelmente não tinha certeza do que estava falando e eu não tinha certeza se deveria acreditar que ele esteve refletindo todo esse tempo até chegar a aquela falha tentativa.
", eu não vou ser gentil ao ponto de dizer que não tem o que se desculpar, porque tem, mas não precisa se torturar com isso, eu já estou seguindo minha vida" em partes aquilo realmente era verdade, porque eu realmente estava seguindo com a minha vida, mas não do jeito que eu queria. Eu não tinha conseguido superar ele.
"Você aceitaria tomar um café comigo um dia desses?" eu não tinha certeza do rumo que aquilo poderia tomar e o que ele queria com aquilo, mas parecia que ele estava seguindo um roteiro outra vez. Por que ele não me deixava em paz? Eu o deixaria?
"Bem , eu …" então fui interrompida por ele, claro que a fim de livrar o mais rápido possível uma negação minha.
"Toma o meu número." ele me deu um cartão de visitas, que não era dele por sinal, mas eu entendi tudo quando virei o verso e vi seu número de forma corrida. "Você pode me mandar uma mensagem quando estiver livre." ele continuou argumentando sobre o tal café em um dia desses, mas eu só conseguia pensar em como ele tinha previsto toda aquela situação, como ele tinha dado um passo para frente e dois para trás com a gente, com a nossa relação, num mesmo dia.
Ele estava seguindo um roteiro outra vez. Ele me viu chegando, anotou seu número na intenção de bater na minha porta, pedir desculpas e me chamar pra sair, onde agiria como se nada tivesse acontecido.
Se ele pensava que seria fácil assim me ter de volta, ele estava enganado. Calma, fácil não, ele não me teria, eu não tô atrasando um evento ou seguindo o roteiro. Certo! Depois desse monólogo todo acho que é difícil provar para mim e para qualquer outra pessoa que eu não quero ser reconquistada.
Dias haviam se passado desde o nosso encontro, eu evitava todos os dias passar pela calçada da casa dele e sempre checava se as luzes estavam apagadas ou as janelas fechadas antes de sair e comecei a evitar ficar mais de cinco minutos em padarias ou lanchonetes próximas, afim de não ter nenhum encontro inusitado na maioria das vezes saia com a Daphne de carro e a levava para brincar no Hyde Park , não queria que ele a usasse como desculpa como da última vez, focando nisso eu fui esquecendo do porquê estar evitando as lanchonetes próximas e parei em uma numa manhã depois do parque com Daphne.
Entrei sem verificação alguma e com a bola de pelos no colo fui fazer meu pedido, não notando a pessoa que estava fugindo esses dias me observando sentada ao fundo, ainda sem perceber fui me sentar numa mesa vaga perto da janela e então segundos depois ele apareceu.
"Que coincidência te encontrar aqui, você não me ligou" ele sustentava seu sorriso de lado como de costume, afastou a cadeira e se sentou na minha frente "Está me evitando, ?" Que sujeitinho mais convencido.
"Claro que não, , que ideia, hein…" eu não o deixaria sabendo que me afetava a aquela altura dos fatos.
"Pensei que tinha se mudado outra vez, janelas sempre fechadas" ele bebeu um gole do seu café que por sinal eu nem tinha notado estar em sua posse.
"Está me vigiando?" ele gargalhou de um jeito que só tinha visto poucas vezes naqueles anos e quase me esqueci do foco daquela conversa.
", eu te chamei pra sair e você sumiu, só estou querendo saber o que está acontecendo" agora ele acha que tem direito de exigir as coisas.
"Quando eu quis que você soubesse, você me ignorava."
", por favor, me escute…" eu não posso deixar ele achando que ainda me manipula. "Não me peça por favor, eu já escutei demais" me levantei num pulo, super furiosa.
Peguei a Daphne no colo e fui em direção ao meu carro, olhei para trás e ele ainda estava parado no mesmo lugar, como da última vez.
Dias tinham se passado desde que o encontrei por acaso na lanchonete. Daquele dia em diante continuei a minha rotina com normalidade, levando Daphne para passear nos arredores de casa, fazendo minha caminhada noturna e indo a lanchonete da esquina.,
Eu não o tinha encontrado mais, mesmo depois de ficar observando sua casa uma tarde inteirinha.
Queria que ele fosse me procurar outra vez, mas me sentia magoada por ele não ter me correspondido antes.
Então um dia, quando eu estava voltando para casa no horário de almoço da universidade, correndo para chegar logo em casa e descongelar minha comida, ele me chamou do outro lado da rua, me impedindo de girar a maçaneta.
"! Podemos conversar?" e então eu tranquei a minha porta novamente e dei meia volta, atravessando a rua e indo para a sua calçada sem falar nada, ele estava com um semblante diferente, como se houvesse meditado todos esses dias que eu não o tinha visto, parecia que tinha tomado alguma poção de rejuvenescimento.
"Pode falar" percebi que ele ficou surpreso e notei que nem eu mesma estava esperando por isso vindo de mim.
"Eu sinto muito por tudo, sei que fui um babaca antes e fui um babaca agora, quando você voltou e eu tentei agir como se nada tivesse acontecido." Ele passou pela cerca e se aproximou de mim fazendo com que eu não conseguisse mais manter contato. "Estava com medo de dizer tudo o que queria e perder você, sendo que isso estava preste a acontecer outra vez" ele estava dizendo o que queria sem dificuldade nenhuma e eu não conseguia esconder a minha satisfação por essa reviravolta e ele continuou. "Quebrei o seu coração e vou consertá-lo" era evidente que isso tinha me impactado muito e eu não poderia negar. ", você quer tomar um café comigo algum dia desses?" então quando terminei de dizer essa frase, ele fez o que eu não estava esperando.
Sorriu. Aquele sorriso de lado, mas nada presunçoso dessa vez, que eu amava ver nos seus lábios e assim nos aproximamos novamente, levando os cachorros para passear juntos e caminhando a noite ou aos finais de semana e tomando café na lanchonete da esquina e assistindo séries todas as quintas a noite.
Tudo tinha voltado ao normal, até que chegou dezembro, ele estava estranho tinha dois dias e eu não sabia como abordá-lo quanto a isso, tínhamos nos aproximado tanto esses meses que era difícil notar o quão rápido o tempo estava passando e como já estávamos pertinho do natal, mas nada que é bom dura muito.
Já tinha ligado umas três vezes para aquele dia, mas ele não me atendia, queria saber se ele viria para a noite das séries, mas nenhum sinal dele, então decidir ir a sua casa, talvez ele estivesse trabalhando em algum projeto e esqueceu de dar uma olhadinha no celular.
Atravessei a rua e passei pela cerca, quando eu estava preste a bater na sua porta escutei a sua voz atrás de mim.
"? Que bom te ver" ele estava acompanhado de uma mulher, muito bonita por sinal, a mesma segurava o seu braço quase que abraçando não sei se por causa do frio que fazia aquele momento ou para marcar território, mas que bobagem.
Por que só consigo focar na mulher ao seu lado? Espero que ela esteja com frio, não me importo se o está saindo ou não com alguém, voltamos a ser amigos, eu o desculpei, já superei a fase das nossas vidas em que éramos algo a mais.
Bem eu posso não ter muita certeza dessa última afirmação, então voltando... Depois de olhar os dois dos pés à cabeça eu o respondi.
"Sim, sou eu. Pensei que os homens de preto tinham apagado a sua memória, bom saber que ainda lembra de mim."
Eu sabia que não podia cobrar nada dele, mas éramos amigos, não éramos? Você não pode abandonar seus amigos do nada e depois agir como se tivessem se visto mais cedo no mesmo dia.
" , o que…" eu não esperei ele formular a sua frase e sai em disparada para a minha casa, entrei e tranquei a porta, subindo para o meu quarto em seguida, seria uma longa noite.
Dois dias para o natal e eu não tinha colocado nenhuma decoração em casa, não iria visitar a minha família esse ano porque meus pais estavam fazendo um cruzeiro e minha irmã, , estava com o marido e as crianças na casa da sogra, ela me chamou ,claro, mas eu não quis ir.
", você tem certeza que não quer vir? O pode ir te buscar" o ser que ela acabou de oferecer para vir me buscar é o irmão do meu cunhado, que, por sinal, é um super gato, mas não presta para relacionamento sério, ou seja, minha vibe, apesar de eu ter dado uns pegas nele no casamento da minha irmã, há uns sete anos, e meu cunhado super apoiar, não serve para mim.
"Tenho certeza sim, senhora, não precisa incomodar o ."
Se ela soubesse desse rolo não estaria oferecendo tanto esse safado de uma tigela inteira para a sua irmãzinha.
"Não é incômodo nenhum, , ele está vindo de Londres."
"Então, como está a gravidez? Os gêmeos estão bem?" A percebeu minha troca súbita de assunto, mas eu não contava com isso vindo dela também.
"Eles estão ótimos, . A médica disse que talvez eu possa tê-los no final de janeiro, mas eu não quero falar disso agora, porque já contei isso a você anteontem, quando eu estava preste a entrar no assunto proibido."
Não é possível que ela vai começar esse assunto outra vez, só para constar, eu estava com raiva e ela foi a primeira pessoa que apareceu para conversar e desde então tenta saber a evolução desse caso.
"Já descobriu quem era a mulher que estava com o na semana passada?" ela tinha que perguntar isso sim, posso apostar que até a mamãe deve saber dessa história.
"Não descobri não, e, por falar nele, não respondi suas mensagens desde aquele dia."
"Mas, , você não pode simplesmente se trancar no seu apartamento e evitar a existência dele."
"Posso sim."
Eu podia mesmo? Estávamos indo tão bem.
", você deveria tê-lo respondido pelo menos"
"Ele só queria dar alguma desculpa e fora que eu…"
Não consegui completar minha fala, porque fui interrompida por algumas batidas na porta, meio desesperadas por sinal.
"Vai atender essa porta e depois me liga, o Chris e o Evan querem falar com a titia." Desliguei a chamada de vídeo e fui atender a pessoa que não parava de bater na minha porta. A abri e tomei uma super rajada de vento, devido estar chovendo muito e então pude notar se abraçando e tremendo.
"Você está louco?" ele tinha tanto tempo para vir e escolhe vir quando está tendo um temporal?
"Eu não sei o que eu fiz, mas eu quero que você me desculpe. Esperei sete dias para você se acalmar com o que quer que seja, e estou aqui para dizer que posso esperar quanto tempo você quiser."
Só conseguia pensar em como fui boba em o ignorar e ficar todas esses dias longe, mas lembrei de um detalhe.
"Quem era aquela mulher?"
O semblante dele ficou confuso.
"Que mulher?" Como ele pode ser tão cínico? Depois de todas essas coisas bonitas que ele disse.
"A mulher que estava com você quando eu fui a sua casa, não se faça de desentendido, se você quer alguma coisa séria comigo, saiba que eu não vou aceitar esse tipo de coisa…"
E então ele começou a gargalhar, sabe quando a pessoa rir tanto que se inclina, porque não consegue se conter? Pois bem, ele estava nesse estado.
O que era tão engraçado?
"Ela é minha irmã, ." Então eu tive minha resposta e, como se deve imaginar, eu não sabia onde enfiar minha cara.
"Ela veio de Bradford para me convencer de passar o natal lá esse ano." eu estava passada de vergonha e ele não parava de me encarar. "Sério que você estava zangada por isso?" Ele ainda tentava conter o riso.
", você esqueceu a nossa noite de séries e quando eu fui te procurar, você estava com uma mulher super linda. O que você queria que eu fizesse?"
Ele estava com seu sorriso típico no canto da boca.
"Esperasse eu falar alguma coisa, você saiu correndo."
"Podemos entrar, por favor? Está fazendo muito frio." Apontei a entrada da casa e ele me olhou com ar super irônico devido a última frase que eu disse.
"Claro que podemos, já apreciei demais essa tempestade" ele não poderia deixar passar uma oportunidade de fazer uma piadinha.
Entrei em casa com ele em meu encalço e fui para a cozinha preparar um chocolate quente para nós dois, então puxou assunto.
"Vai passar o natal aqui?" Então voltei para o assunto natal. Será que ele iria passar aqui também?
"Sim. E você vai também?" Perguntei sem cerimônia mesmo, por mais que saiba que todos os natais ele passe em sua casa sozinho, lendo um livro até pegar no sono, o que ele respondeu me deixou abismada.
"Vou para Bradford." ele iria passar com a família esse ano, o que tinha mudado? Ele mesmo me disse preferir ficar sozinho "E eu queria convidar você para ir comigo" Okay! Essa eu não esperava nem ferrando.
"Queria?" Alguém me ajuda a destravar por favor.
"Convidar você para ir comigo para Bradford e passar o natal lá comigo." Ele completou a minha fala como se eu estivesse aprendendo a falar e eu não conseguia acreditar na veracidade desse pedido, ele tinha mudado de ideia quanto a gente?
Eu não tinha que me preocupar com um possível recuo depois que eu me declarasse? Porque eu sei que isso iria acontecer. Eu o amo e nem com o passar do tempo eu deixei de amar, mas ele mudou tanto desde que eu voltei e eu sinto que devo confiar nessa nova pessoa que está saindo do roteiro a cada dia, mas tenho tanto medo de dar uma nova chance e se acontecer como na primeira noite? Ou na última? Eu não quero ter que ir embora, ou pior ficar aqui com ele tão perto e tão longe.
"? Pode parar de pensar no pior. Minha mãe quer muito te conhecer." Realmente as coisas tinham mudado.
"Como assim sua mãe quer muito me conhecer? Você nunca misturou trabalho e família." ele ficou confuso com que eu disse, mas percebeu que eu estava falando de antes.
"Você não é meu trabalho." ele disse simplesmente e se sentou no banquinho da minha bancada dando um longo gole no seu chocolate quente. "Na verdade, você nunca foi. Eu só não sabia como mostrar isso para você." eu não tirava os olhos dele e ele não tirava de mim, o medo do passo seguinte era palpável, mas quem não teria? "Minha mãe quer te conhecer, porque não paro de falar sobre você desde que nos reaproximamos e criamos uma rotina juntos. Ela quer te conhecer, porque eu disse que a amo e que você trouxe a alegria que faltava a meus dias." Por todos esses anos eu pensei que nunca daríamos certo e que ele nunca se aventuraria, nunca pensei que se coração de gelo derreteria.
"Não precisa ter medo de confiar nisso, eu aceitei que meu coração é seu e espero de dessa vez todos os sentimentos sejam correspondidos." Ele continuou dizendo cada palavra enquanto me encarava e eu tentava a todo custo não demonstrar a minha surpresa. "Eu admito que nunca deixei de amar você." ele sorriu com a minha confissão "E, pela primeira vez, realmente confio nisso." Sentia como se um peso estivesse saído das minhas costas, finalmente tínhamos nos acertado e eu sentia como que era verdadeiro.
Perdida em meus pensamentos, com as declarações que tinham acabado de ser feitas e tentando conter meu sorriso bobo, só percebi que ele estava do meu lado quando o mesmo segurou a minha mão.
O olhei e virei em sua direção, tentando não desviar o olhar com a nossa proximidade, foi então que depois de todo esse tempo ele me beijou, eu estava com tanta saudade de sentir seus lábios nos meus que deixei uma lágrima escapar, ele apertou a minha cintura.
O beijo era lento e intenso fazendo que ambos afundassem numa paixão ardente e avassaladora.
Como em todas as histórias clichês, eu voltei pra mesma cidade, mesma vizinhança e mesma casa.
Por ter passado quase quatro anos fora, eu acreditava que a razão dos meus problemas houvesse desaparecido, mas com esse pensamento é meio difícil de acreditar que eu realmente queria isso. A verdade era que eu queria muito saber como ele estava.
Eu não tinha conseguido superar todas as coisas que tivemos e mesmo depois da fatídica madrugada que eu me declarei, veio a formatura e eu soube que não poderia ignorar os meus sentimos como andava fazendo a algum tempo, muito menos ignorar o jeito que ele os tratava.
Foi então que parada na porta da minha casa antiga, eu me lembrei da nossa última conversa.
"Parabéns! Agora você é minha colega." Eu o abracei agradecendo rapidamente. "Bem vinda a vida adulta, querida" ele disse sustentando o seu inseparável sorriso no canto da boca.
"Acho que já estou bem familiarizada com essa vida." Passei meu braço sobre seus ombros e o acompanhei até uma varanda que tinha no andar que estávamos comemorando a formatura da minha turma. "Agora você pode me assumir, não existe mais questões éticas" falei parando de andar e esperei sua reação, que como eu esperava foi de recuo como todas as vezes. "O que te prende, ? Você também gosta de mim, não é?" o confrontei pela primeira vez acerca desse assunto.
"Claro que eu gosto de você, " ele se aproximou novamente e falou a frase que eu já estava cansada de escutar "E já conversamos sobre isso." a frase era a mesma, óbvio.
Ele estava seguindo o roteiro, mas eu não faria mais parte do seu elenco a partir daquele dia.
"Não, !" eu o afastei e continuei "Hoje isso acaba."
Eu sabia o que tinha que ser feito e estava disposta a isso, mas não poderia deixar de pensar no seu toque, nas conversas e no seu sorriso. "Você sempre se livra de dar explicações, mas eu não, então aqui vai uma pra você e toda essa merda de fita arranhada que você chama de argumento:" o encarei com toda a raiva e amor reprimido e falei mais uma vez "Hoje vai ser conhecido como o dia que você me perdeu. Eu só queria que você se permitisse e se aventurasse numa relação, mas o seu orgulho é tão grande que não pode assumir o que sente por uma simples aluna, uma simples garota de sua turma, que foi capaz de descongelar esse seu coração" aquela altura eu já não estava com papas na língua e saber que o deixei sem palavras me colocou num limbo sem fim, como agora, por lembrar que ele não teve coragem suficiente para lutar por mim aquele dia e em todos os outros que eu esperei.
Estava terminando de lavar a louça quando escutei a campainha tocar me fazendo atravessar a casa e atender a porta sem nem checar o olho mágico.
"Daphne mandou uma mensagem para Freddy avisando que tinha chegado, então estou aqui para ver como você está" ele estava diferente da última vez, tinha deixado a barba crescer, mas o cabelo continuava baixo.
A camiseta estava na medida certa o que indicava que ele tinha continuado a malhar.
"O que você está fazendo aqui?" eu sabia o que ele estava fazendo e esperei que viesse, mas não conseguia formular nada melhor do que aquela pergunta óbvia e então ele me respondeu com algo mais óbvio ainda.
"Eu estou aqui para ver você, saber como está" ele passou a mão pelo cabelo em expresso sinal de nervosismo como sempre e prosseguiu "E-eu , bem , acho que te devo um pedido de desculpas " ele olhou para o lado , nervoso evidente "É isso, , quero que me desculpe por ter sido um covarde e ter deixado você ir embora" ele visivelmente não tinha certeza do que estava falando e eu não tinha certeza se deveria acreditar que ele esteve refletindo todo esse tempo até chegar a aquela falha tentativa.
", eu não vou ser gentil ao ponto de dizer que não tem o que se desculpar, porque tem, mas não precisa se torturar com isso, eu já estou seguindo minha vida" em partes aquilo realmente era verdade, porque eu realmente estava seguindo com a minha vida, mas não do jeito que eu queria. Eu não tinha conseguido superar ele.
"Você aceitaria tomar um café comigo um dia desses?" eu não tinha certeza do rumo que aquilo poderia tomar e o que ele queria com aquilo, mas parecia que ele estava seguindo um roteiro outra vez. Por que ele não me deixava em paz? Eu o deixaria?
"Bem , eu …" então fui interrompida por ele, claro que a fim de livrar o mais rápido possível uma negação minha.
"Toma o meu número." ele me deu um cartão de visitas, que não era dele por sinal, mas eu entendi tudo quando virei o verso e vi seu número de forma corrida. "Você pode me mandar uma mensagem quando estiver livre." ele continuou argumentando sobre o tal café em um dia desses, mas eu só conseguia pensar em como ele tinha previsto toda aquela situação, como ele tinha dado um passo para frente e dois para trás com a gente, com a nossa relação, num mesmo dia.
Ele estava seguindo um roteiro outra vez. Ele me viu chegando, anotou seu número na intenção de bater na minha porta, pedir desculpas e me chamar pra sair, onde agiria como se nada tivesse acontecido.
Se ele pensava que seria fácil assim me ter de volta, ele estava enganado. Calma, fácil não, ele não me teria, eu não tô atrasando um evento ou seguindo o roteiro. Certo! Depois desse monólogo todo acho que é difícil provar para mim e para qualquer outra pessoa que eu não quero ser reconquistada.
Dias haviam se passado desde o nosso encontro, eu evitava todos os dias passar pela calçada da casa dele e sempre checava se as luzes estavam apagadas ou as janelas fechadas antes de sair e comecei a evitar ficar mais de cinco minutos em padarias ou lanchonetes próximas, afim de não ter nenhum encontro inusitado na maioria das vezes saia com a Daphne de carro e a levava para brincar no Hyde Park , não queria que ele a usasse como desculpa como da última vez, focando nisso eu fui esquecendo do porquê estar evitando as lanchonetes próximas e parei em uma numa manhã depois do parque com Daphne.
Entrei sem verificação alguma e com a bola de pelos no colo fui fazer meu pedido, não notando a pessoa que estava fugindo esses dias me observando sentada ao fundo, ainda sem perceber fui me sentar numa mesa vaga perto da janela e então segundos depois ele apareceu.
"Que coincidência te encontrar aqui, você não me ligou" ele sustentava seu sorriso de lado como de costume, afastou a cadeira e se sentou na minha frente "Está me evitando, ?" Que sujeitinho mais convencido.
"Claro que não, , que ideia, hein…" eu não o deixaria sabendo que me afetava a aquela altura dos fatos.
"Pensei que tinha se mudado outra vez, janelas sempre fechadas" ele bebeu um gole do seu café que por sinal eu nem tinha notado estar em sua posse.
"Está me vigiando?" ele gargalhou de um jeito que só tinha visto poucas vezes naqueles anos e quase me esqueci do foco daquela conversa.
", eu te chamei pra sair e você sumiu, só estou querendo saber o que está acontecendo" agora ele acha que tem direito de exigir as coisas.
"Quando eu quis que você soubesse, você me ignorava."
", por favor, me escute…" eu não posso deixar ele achando que ainda me manipula. "Não me peça por favor, eu já escutei demais" me levantei num pulo, super furiosa.
Peguei a Daphne no colo e fui em direção ao meu carro, olhei para trás e ele ainda estava parado no mesmo lugar, como da última vez.
Dias tinham se passado desde que o encontrei por acaso na lanchonete. Daquele dia em diante continuei a minha rotina com normalidade, levando Daphne para passear nos arredores de casa, fazendo minha caminhada noturna e indo a lanchonete da esquina.,
Eu não o tinha encontrado mais, mesmo depois de ficar observando sua casa uma tarde inteirinha.
Queria que ele fosse me procurar outra vez, mas me sentia magoada por ele não ter me correspondido antes.
Então um dia, quando eu estava voltando para casa no horário de almoço da universidade, correndo para chegar logo em casa e descongelar minha comida, ele me chamou do outro lado da rua, me impedindo de girar a maçaneta.
"! Podemos conversar?" e então eu tranquei a minha porta novamente e dei meia volta, atravessando a rua e indo para a sua calçada sem falar nada, ele estava com um semblante diferente, como se houvesse meditado todos esses dias que eu não o tinha visto, parecia que tinha tomado alguma poção de rejuvenescimento.
"Pode falar" percebi que ele ficou surpreso e notei que nem eu mesma estava esperando por isso vindo de mim.
"Eu sinto muito por tudo, sei que fui um babaca antes e fui um babaca agora, quando você voltou e eu tentei agir como se nada tivesse acontecido." Ele passou pela cerca e se aproximou de mim fazendo com que eu não conseguisse mais manter contato. "Estava com medo de dizer tudo o que queria e perder você, sendo que isso estava preste a acontecer outra vez" ele estava dizendo o que queria sem dificuldade nenhuma e eu não conseguia esconder a minha satisfação por essa reviravolta e ele continuou. "Quebrei o seu coração e vou consertá-lo" era evidente que isso tinha me impactado muito e eu não poderia negar. ", você quer tomar um café comigo algum dia desses?" então quando terminei de dizer essa frase, ele fez o que eu não estava esperando.
Sorriu. Aquele sorriso de lado, mas nada presunçoso dessa vez, que eu amava ver nos seus lábios e assim nos aproximamos novamente, levando os cachorros para passear juntos e caminhando a noite ou aos finais de semana e tomando café na lanchonete da esquina e assistindo séries todas as quintas a noite.
Tudo tinha voltado ao normal, até que chegou dezembro, ele estava estranho tinha dois dias e eu não sabia como abordá-lo quanto a isso, tínhamos nos aproximado tanto esses meses que era difícil notar o quão rápido o tempo estava passando e como já estávamos pertinho do natal, mas nada que é bom dura muito.
Já tinha ligado umas três vezes para aquele dia, mas ele não me atendia, queria saber se ele viria para a noite das séries, mas nenhum sinal dele, então decidir ir a sua casa, talvez ele estivesse trabalhando em algum projeto e esqueceu de dar uma olhadinha no celular.
Atravessei a rua e passei pela cerca, quando eu estava preste a bater na sua porta escutei a sua voz atrás de mim.
"? Que bom te ver" ele estava acompanhado de uma mulher, muito bonita por sinal, a mesma segurava o seu braço quase que abraçando não sei se por causa do frio que fazia aquele momento ou para marcar território, mas que bobagem.
Por que só consigo focar na mulher ao seu lado? Espero que ela esteja com frio, não me importo se o está saindo ou não com alguém, voltamos a ser amigos, eu o desculpei, já superei a fase das nossas vidas em que éramos algo a mais.
Bem eu posso não ter muita certeza dessa última afirmação, então voltando... Depois de olhar os dois dos pés à cabeça eu o respondi.
"Sim, sou eu. Pensei que os homens de preto tinham apagado a sua memória, bom saber que ainda lembra de mim."
Eu sabia que não podia cobrar nada dele, mas éramos amigos, não éramos? Você não pode abandonar seus amigos do nada e depois agir como se tivessem se visto mais cedo no mesmo dia.
" , o que…" eu não esperei ele formular a sua frase e sai em disparada para a minha casa, entrei e tranquei a porta, subindo para o meu quarto em seguida, seria uma longa noite.
Dois dias para o natal e eu não tinha colocado nenhuma decoração em casa, não iria visitar a minha família esse ano porque meus pais estavam fazendo um cruzeiro e minha irmã, , estava com o marido e as crianças na casa da sogra, ela me chamou ,claro, mas eu não quis ir.
", você tem certeza que não quer vir? O pode ir te buscar" o ser que ela acabou de oferecer para vir me buscar é o irmão do meu cunhado, que, por sinal, é um super gato, mas não presta para relacionamento sério, ou seja, minha vibe, apesar de eu ter dado uns pegas nele no casamento da minha irmã, há uns sete anos, e meu cunhado super apoiar, não serve para mim.
"Tenho certeza sim, senhora, não precisa incomodar o ."
Se ela soubesse desse rolo não estaria oferecendo tanto esse safado de uma tigela inteira para a sua irmãzinha.
"Não é incômodo nenhum, , ele está vindo de Londres."
"Então, como está a gravidez? Os gêmeos estão bem?" A percebeu minha troca súbita de assunto, mas eu não contava com isso vindo dela também.
"Eles estão ótimos, . A médica disse que talvez eu possa tê-los no final de janeiro, mas eu não quero falar disso agora, porque já contei isso a você anteontem, quando eu estava preste a entrar no assunto proibido."
Não é possível que ela vai começar esse assunto outra vez, só para constar, eu estava com raiva e ela foi a primeira pessoa que apareceu para conversar e desde então tenta saber a evolução desse caso.
"Já descobriu quem era a mulher que estava com o na semana passada?" ela tinha que perguntar isso sim, posso apostar que até a mamãe deve saber dessa história.
"Não descobri não, e, por falar nele, não respondi suas mensagens desde aquele dia."
"Mas, , você não pode simplesmente se trancar no seu apartamento e evitar a existência dele."
"Posso sim."
Eu podia mesmo? Estávamos indo tão bem.
", você deveria tê-lo respondido pelo menos"
"Ele só queria dar alguma desculpa e fora que eu…"
Não consegui completar minha fala, porque fui interrompida por algumas batidas na porta, meio desesperadas por sinal.
"Vai atender essa porta e depois me liga, o Chris e o Evan querem falar com a titia." Desliguei a chamada de vídeo e fui atender a pessoa que não parava de bater na minha porta. A abri e tomei uma super rajada de vento, devido estar chovendo muito e então pude notar se abraçando e tremendo.
"Você está louco?" ele tinha tanto tempo para vir e escolhe vir quando está tendo um temporal?
"Eu não sei o que eu fiz, mas eu quero que você me desculpe. Esperei sete dias para você se acalmar com o que quer que seja, e estou aqui para dizer que posso esperar quanto tempo você quiser."
Só conseguia pensar em como fui boba em o ignorar e ficar todas esses dias longe, mas lembrei de um detalhe.
"Quem era aquela mulher?"
O semblante dele ficou confuso.
"Que mulher?" Como ele pode ser tão cínico? Depois de todas essas coisas bonitas que ele disse.
"A mulher que estava com você quando eu fui a sua casa, não se faça de desentendido, se você quer alguma coisa séria comigo, saiba que eu não vou aceitar esse tipo de coisa…"
E então ele começou a gargalhar, sabe quando a pessoa rir tanto que se inclina, porque não consegue se conter? Pois bem, ele estava nesse estado.
O que era tão engraçado?
"Ela é minha irmã, ." Então eu tive minha resposta e, como se deve imaginar, eu não sabia onde enfiar minha cara.
"Ela veio de Bradford para me convencer de passar o natal lá esse ano." eu estava passada de vergonha e ele não parava de me encarar. "Sério que você estava zangada por isso?" Ele ainda tentava conter o riso.
", você esqueceu a nossa noite de séries e quando eu fui te procurar, você estava com uma mulher super linda. O que você queria que eu fizesse?"
Ele estava com seu sorriso típico no canto da boca.
"Esperasse eu falar alguma coisa, você saiu correndo."
"Podemos entrar, por favor? Está fazendo muito frio." Apontei a entrada da casa e ele me olhou com ar super irônico devido a última frase que eu disse.
"Claro que podemos, já apreciei demais essa tempestade" ele não poderia deixar passar uma oportunidade de fazer uma piadinha.
Entrei em casa com ele em meu encalço e fui para a cozinha preparar um chocolate quente para nós dois, então puxou assunto.
"Vai passar o natal aqui?" Então voltei para o assunto natal. Será que ele iria passar aqui também?
"Sim. E você vai também?" Perguntei sem cerimônia mesmo, por mais que saiba que todos os natais ele passe em sua casa sozinho, lendo um livro até pegar no sono, o que ele respondeu me deixou abismada.
"Vou para Bradford." ele iria passar com a família esse ano, o que tinha mudado? Ele mesmo me disse preferir ficar sozinho "E eu queria convidar você para ir comigo" Okay! Essa eu não esperava nem ferrando.
"Queria?" Alguém me ajuda a destravar por favor.
"Convidar você para ir comigo para Bradford e passar o natal lá comigo." Ele completou a minha fala como se eu estivesse aprendendo a falar e eu não conseguia acreditar na veracidade desse pedido, ele tinha mudado de ideia quanto a gente?
Eu não tinha que me preocupar com um possível recuo depois que eu me declarasse? Porque eu sei que isso iria acontecer. Eu o amo e nem com o passar do tempo eu deixei de amar, mas ele mudou tanto desde que eu voltei e eu sinto que devo confiar nessa nova pessoa que está saindo do roteiro a cada dia, mas tenho tanto medo de dar uma nova chance e se acontecer como na primeira noite? Ou na última? Eu não quero ter que ir embora, ou pior ficar aqui com ele tão perto e tão longe.
"? Pode parar de pensar no pior. Minha mãe quer muito te conhecer." Realmente as coisas tinham mudado.
"Como assim sua mãe quer muito me conhecer? Você nunca misturou trabalho e família." ele ficou confuso com que eu disse, mas percebeu que eu estava falando de antes.
"Você não é meu trabalho." ele disse simplesmente e se sentou no banquinho da minha bancada dando um longo gole no seu chocolate quente. "Na verdade, você nunca foi. Eu só não sabia como mostrar isso para você." eu não tirava os olhos dele e ele não tirava de mim, o medo do passo seguinte era palpável, mas quem não teria? "Minha mãe quer te conhecer, porque não paro de falar sobre você desde que nos reaproximamos e criamos uma rotina juntos. Ela quer te conhecer, porque eu disse que a amo e que você trouxe a alegria que faltava a meus dias." Por todos esses anos eu pensei que nunca daríamos certo e que ele nunca se aventuraria, nunca pensei que se coração de gelo derreteria.
"Não precisa ter medo de confiar nisso, eu aceitei que meu coração é seu e espero de dessa vez todos os sentimentos sejam correspondidos." Ele continuou dizendo cada palavra enquanto me encarava e eu tentava a todo custo não demonstrar a minha surpresa. "Eu admito que nunca deixei de amar você." ele sorriu com a minha confissão "E, pela primeira vez, realmente confio nisso." Sentia como se um peso estivesse saído das minhas costas, finalmente tínhamos nos acertado e eu sentia como que era verdadeiro.
Perdida em meus pensamentos, com as declarações que tinham acabado de ser feitas e tentando conter meu sorriso bobo, só percebi que ele estava do meu lado quando o mesmo segurou a minha mão.
O olhei e virei em sua direção, tentando não desviar o olhar com a nossa proximidade, foi então que depois de todo esse tempo ele me beijou, eu estava com tanta saudade de sentir seus lábios nos meus que deixei uma lágrima escapar, ele apertou a minha cintura.
O beijo era lento e intenso fazendo que ambos afundassem numa paixão ardente e avassaladora.