19. Fat Bottomed Girls

Finalizada em: 15/07/2018

Capítulo Único


Batucava as unhas na mesa do meu computador, encarando a tela, enquanto o display, na mais alta luminosidade, mostrava as palavras escritas na maior formalidade do mundo.
A porta se abre, e logo , ou , aparece em meu campo de visão. Ela carregava uma caneca em sua mão, e eu logo deduzi que fosse chocolate quente.
- Ainda é aquele dilema? – indaga, sentando no pufe encostado na parede. – Você não vai responder?
Dei um suspiro longo, passando as mãos em meu rosto e tentando ver algo entre meus dedos.
Eu sou modelo e, nas horas vagas, comando um blog sobre moda plus size, que, na linguagem dos leigos, era a moda que pessoas mais “gordinhas” seguiam. Ser uma modelo plus size, mesmo num mundo tão “atual”, não deixava de ser um tabu, que aos poucos ia sumindo.
Há duas semanas e meia, eu recebi um e-mail, de um admirador não secreto, que dizia que acompanhava meu blog por meio da irmã mais nova, e que queria realmente me conhecer e conversar, além de beber uns bons drinques.
E, de repente, tudo parou. Eu continuei postando, mas eu não conseguia responder àquela simples mensagem. Era absurda a ideia de, sim, ter alguém ali e que realmente queira me conhecer melhor, pessoalmente, cara a cara, olho no olho.
Eu não tinha coragem de responder, tampouco concordar com aquilo. Para mim, numa parte de meu cérebro, aquilo era loucura.
- Que tal você aceitar esse convite? – indaga novamente, parando de pé ao meu lado. – Que mal pode te acontecer?
- Além de quererem me sequestrar? –indago, ouvindo uma gargalhada da minha amiga.
- O que eles vão ganhar além de boletos atrasados? A Roxy não vale grandes coisas. – diz, me fazendo bufar. – Não custa nada. Qualquer coisa, eu vou com você. Fico de longe observando.
- Você tem certeza disso? – indago, vendo minha amiga concordar. – Então, eu vou ter que aceitar?!
- Sim! Agora, vai logo! – diz, abrindo novamente o e-mail.
Meus dedos tocaram as teclas, mas eu não conseguia digitar. Levei mais ou menos cinco minutos até que eu começasse a digitar a mensagem, que ficou maior do que o esperado.
: Oi... , né? Gostei do seu nome! Acho que, sim, poderemos sim nos conhecer pessoalmente. Diga, como, quando e aonde iremos? Atenciosamente, !”
Cliquei em enviar, e logo a mensagem foi deixando meu coração disparado. E se ele desistisse? E se ele realmente esquecesse isto?
Porém, antes que eu pudesse realmente enlouquecer, chegou uma notificação de um novo e-mail. Ele havia me respondido!
: Pensei que nunca iria conseguir uma resposta sua ainda mais positiva! Pode ser amanhã. Você vive em Chicago ainda?”
Dei um sorriso contido, tentando não demonstrar meu contentamento com aquilo. Totalmente diferente de , que gargalhava ao meu lado.
: Ah, não! Eu me mudei para NY há alguns meses, mas na próxima semana estarei em Chicago para lançamento de uma campanha de roupas.”
- Eu compro a sua passagem para amanhã, se você quiser! – diz, me fazendo bufar. – Ok, não vou falar mais nada!
: Ok, você me diz qual dia você está disponível e a gente se encontra ok?”
Encarei aquela mensagem por mais tempo do que esperava.
: Claro! Espero que você não seja um maníaco querendo me sequestrar por fins lucrativos!”
E enviei, ouvindo uma risada escandalosa de minha melhor amiga. Meu rosto estava queimando de tanta vergonha, mas eu não poderia apagar a mensagem.
: Bom, senhorita, isso você só irá descobrir na próxima semana!”
: Estou brincando, relaxe. Eu não seria capaz de fazer isso. Mas acho que podemos ser bons amigos, não é?”
: Ah, acho que sim, mesmo que eu não o conheça adequadamente. Mas sei que você é piadista, o que já é meio caminho andado.”
: Gosto de deixar um mistério no ar sobre mim. E, de verdade, acho que você também. Não vejo fotos suas nas redes sociais. Você também gosta de deixar o pessoal na expectativa de conhecê-la pessoalmente?”

Aquela mensagem, por mais simplória que fosse, me fez gargalhar um pouco além do habitual. já estava fora de meu quarto, o que não fez com que ela me zoasse por aquilo.
: Então você fuçou minhas redes sociais atrás de fotos?”
: Foi o que eu mais fiz nas últimas duas semanas.”

Senti meu rosto esquentar e eu sorri, suspirando profundamente antes de retornar a digitar.
: Hum, então você quis saber como eu era antes do tempo? Que errado, !”
: Hey, eu preciso ir agora. Será que poderemos conversar mais tarde?”
: Ah, não sei. Vou pensar no seu caso.”
: Claro que podemos! Mas assim ficaremos sem assunto para a próxima semana.”
: Então, até a próxima semana para nós termos assuntos interessantes e podermos conversar por horas!”
: Horas? Eu planejei quinze minutos. Você está se saindo muito melhor do que eu imaginava, sabia?”
: E o que você imaginava, hein?”

Antes que ele pudesse responder, desliguei o computador, saindo do quarto e dando de cara com segurando minha gatinha Roxy em seu colo.
- Precisamos comprar passagens para Chicago! – exclama, sorrindo em seguida.
- Esqueceu da campanha de roupas? – indago, rolando os olhos logo depois.
- Aquele que você recusou, muito obrigada, já que ia viajar com seus pais? – indaga, rindo em seguida. Arregalei os olhos, sentindo o ar preso em meus pulmões. – É isso mesmo, !
- Eu me esqueci disso, ! Droga, o que eu faço? Eu não posso desmarcar com ele. – falo, vendo um sorriso no rosto de minha amiga. – Não é legal desmarcar depois de tanto tempo de espera, né?
- Hum, ok. Vou procurar as passagens para domingo à noite. – ela diz, e eu arqueei uma sobrancelha. – Você acha que vou te deixar sozinha, melhor amiga? Está muito enganada!
- Ainda bem! – falei, ouvindo sua risada bem longe do cômodo onde eu me encontrava, pensando em como seria aquele rapaz.
Será que ele é realmente tão legal assim? Será que ele é simpático como aparenta ser nos e-mails?
- Consegui as passagens! – grita após alguns minutos, me acordando de meus devaneios. – Poderemos ficar na casa de meus pais, já que eles estão viajando mesmo! Pode ser?
Assenti, e ela pegou seu telefone, sumindo do meu campo de visão.
Bom, eu não posso mais desistir. Eu irei encontrá-lo pessoalmente.
Aquela afirmação me fez sorrir com o coração descompensado.

(...)


Abri a porta do bar aonde iríamos nos encontrar. O mesmo estava lotado. Torcedores do Golden State e dos Kings dividiam os lugares bem próximos ao telão gigantesco que estava ali. Golden ganhava do Kings, o que fazia com que os ânimos ficassem exaltados, de ambas as torcidas.
havia saído com alguns amigos e, segundo ela, não iria aparecer nem tão cedo. Agradeci mentalmente, mesmo achando que não iríamos sair juntos do bar em direção a qualquer casa.
havia me dito, por e-mail, que estaria usando uma blusa do Black Sabbath junto de uma jaqueta de couro, que ele dizia pegar emprestado de seu melhor amigo para passar uma boa impressão.
Bom, como ele descobriu que eu gosto de jaquetas de couro? Provavelmente postei no blog.
Aproximei-me da área onde estavam as mesas, procurando por algo que remetesse a ele. Como o prometido, nós não trocamos fotos de nossos rostos, somente para deixarmos um mistério.
Foi quando eu vi. A blusa do Black Sabbath, junto da jaqueta de couro. Ele estava numa mesa afastada, segurando uma caneca de cerveja. Parecia apreensivo e, enquanto eu caminhava em sua direção, ele olhava freneticamente para o seu relógio de pulso.
Talvez eu esteja levemente atrasada, mas nada que não pudesse ser resolvido num pedido de desculpas.
Ele levantou seu rosto pela primeira vez. Seus olhos se arregalaram em questão de segundos, junto de um sorriso que surgiu rapidamente em seu rosto, mostrando que ele era muito mais bonito do que eu realmente imaginava.
Ele se levanta, caminhando em minha direção. Minhas pernas não obedeciam ao meu comando, e eu estagnei, esperando que ele viesse em minha direção.
- ? – ele indaga. Sorri em confirmação, vendo o rapaz sorrir mais uma vez. – Eu sou o .
- Eu sei quem você é. – falo, arrancando uma risada baixa do rapaz ao meu lado.
Ele segurou a minha mão, caminhando comigo até a nossa mesa, que estava pouco iluminada, nada além de algumas velas e uma pequena e escura lâmpada.
Ele tinha mais tatuagens do que eu poderia contar. Seu braço era fechado por elas, algumas que eram bastante bonitas, outras que não tive tempo de apreciar.
Seu cabelo estava longo, junto de sua barba por fazer. Não sabia se ele lembrava ou anotou algo que eu postei em meu blog que remetesse a homens de barba, mas com certeza ele queria me impressionar.
Um ponto para você, ! Foi o que meu subconsciente dizia, enquanto eu me sentava de frente para ele num pequeno sofá ao redor da mesa de madeira.
- Finalmente! – ele exclama, me fazendo rir. – Eu achava que você iria fugir de mim.
- Eu me atrasei, não foi? Desculpe-me. – falo, colocando minha bolsa ao meu lado na poltrona.
- O que importa é que finalmente estamos aqui. – ele diz, fazendo meu coração disparar um pouquinho. – Você está com fome? Posso pedir ao Denver para trazer algo para nós.
- Denver? – indago com uma sobrancelha arqueada.
- Denver é um dos garçons. Eu trabalho aqui. – diz, me fazendo arregalar os olhos. – Eu sou vocalista de uma banda que canta aqui todas as noites.
- E hoje você teve uma folga? – indago, sorrindo de lado.
- Digamos que meus companheiros imploraram por uma folga, já que eu nunca saía com uma garota para um encontro. – ele diz, fazendo novamente meu coração disparar.
Era absurda a maneira como meu coração acelerava quando dizia algo que lembrasse a mim ou nós, mesmo que esse último pronome não exista em nosso vocabulário.
Percebendo que eu fiquei afetada, ele pigarreia me entregando o cardápio.
Devo ter ficado por quase cinco minutos analisando minuciosamente aquele cardápio.
- Poderíamos pedir uma porção de fritas, né? –indago assim que fecho o cardápio.
- O que você quiser aí eu como. Menos o hot dog. – ele diz, fazendo uma careta. Aquilo me fez rir, e ele me acompanhou. – Eu lembro exatamente o que o último me causou. Três dias internado.
- Você tem certeza que é seguro comermos aqui? – indago, olhando ao redor.
O estabelecimento não parecia ser sujo. Muito pelo contrário. Mas as aparências enganam.
- Claro que tenho. Aquele dia o chef errou na mão do tempero. – ele diz, gargalhando de minha expressão de alívio. – Eu não iria te meter em uma furada logo no nosso primeiro encontro, né, ?
- Você pode me chamar de , se quiser. – falo, sorrindo em seguida. – Meus amigos me chamam assim.
Ele deu um sorriso largo, mostrando pela milésima vez na noite aquela carreira perfeita de dentes brilhantes e tão brancos quanto as nuvens.
Ele logo fez nossos pedidos a Denver, que falou algo em seu ouvido, fazendo o rapaz a minha frente soltar uma gargalhada alta e bater no garçom, que caminhou para a cozinha com um enorme sorriso no rosto.
- O que houve? – indago, colocando a mão sobre a mesa.
- Nada que vá fazer alguma diferença agora. – ele fala, e logo sua mão toca a minha. – Desculpe.
E logo ele retirou a mão. Bufei, segurando sua mão e acariciando a mesma, lançando um sorriso de lado para ele, que logo retribuiu.
O restante da noite foi memorável. me contava suas aventuras com sua pequena banda, enquanto bebíamos nossas canecas de cerveja. Não sabia exatamente quanto eu havia bebido, mas era o bastante para me fazer gargalhar um pouco além do normal, mas não bêbada o suficiente para ignorar os toques nada sutis de em minhas mãos e sua perna encostando-se às minhas de tempos em tempos.
- Acho que já vai fechar. – falo, pegando meu casaco, que estava largado sobre a poltrona.
- Você vai para qual lado? – ele indaga enquanto abre a sua carteira. Peguei a minha na bolsa, tirando algumas notas dali.
- Eu vou para Costa Dourada, e você? – indago, e ele acena para Denver, que estava atrás do balcão ajeitando algumas coisas para poder finalmente fechar o estabelecimento.
- Eu vou para Wrigleyville. – ele diz, segurando em minha mão e logo caminhando comigo para fora do estabelecimento, sem antes se despedir do pessoal com um aceno.
- ? – indago quando chegamos ao lado de fora. Ele procurava por algum táxi que pudesse me deixar em meu destino. – Você disse, por e-mail, que eu sou diferente do que você imaginava. O que você imaginava que eu fosse?
- Isso não importa agora, . – ele diz, sorrindo em seguida.
- Eu quero saber. – falo, me aproximando dele. Próximo o suficiente para ver como havia ficado afetado.
Então não era só eu que ficava assim?
- Eu ainda não sei o que eu imaginava de você, ok? – ele indaga, e logo sua mão toca meu rosto.
Por mais que estivéssemos no inverno, sua mão em meu rosto fez meu corpo incendiar, mesmo que fosse impossível.
- Quando eu tiver você irá saber. – ele fala, sorrindo amigável e se afastando de mim.
Suspirei, olhando para os carros que passavam naquela hora.
- Tem um táxi vindo. – ele fala, me acordando. – Você está bem?
- Sim. – falo, sorrindo simpática para ele.
Quando o automóvel estacionou rente ao meio fio, eu me levantei do banco de concreto. conversou com o motorista, abrindo a porta de trás para mim.
- Quando chegar me manda um e-mail? – ele indaga, sorrindo em seguida.
Segurei seu rosto com as duas mãos, puxando-o para perto de mim. Como um reflexo, suas mãos pararam ao redor de meu quadril.
Diminui toda a distância que havia entre nós dois. Um beijo rápido, que fez meu corpo comemorar.
- Desculpe. – sussurro assim que nos separamos mesmo com nossos rostos colados um no outro, praticamente.
- Você fez o que eu queria desde que eu te vi pela primeira vez. – ele sussurra, fazendo meu coração acelerar um pouquinho. Dei um sorriso, e logo ele retribui.
- Vem comigo. – falo assim que nos afastamos ainda mais, segurando a porta do táxi com uma das mãos, enquanto com a outra eu tento segurar a mão dele.
- Outro dia, quem sabe. – ele diz, e eu suspirei. beijou minha testa, e eu entrei no carro, que logo arrancou dali.
O que deu em mim? Era tudo o que eu pensava, enquanto dava o endereço da casa dos pais de .
: Obrigada pela noite prazerosa, . Espero que possamos repetir mais algumas vezes!”

(...)


Passaram dois dias desde que eu e nos encontramos pela primeira vez. Desde aquele dia, trocamos poucos e-mails, já que ele estava ocupado ensaiando com a banda, já que algum caça talentos iria ao show de uma dessas noites.
: Sabe o que seria melhor do que um contrato? Você aparecer no show.”
Dei um sorriso sem graça. mexia no controle da televisão, entediada e procurando por algo para assistirmos.
- Diz que sim! – ela diz após alguns segundos em puro silêncio. Rolei os olhos. – Sério ! Diz que você vai! E eu irei com você.
- Tem certeza disso? – indago, tentando esconder a felicidade de encontrar o rapaz mais uma vez.
- Claro ! – ela diz, me fazendo sorrir em seguida.
: Irei junto de uma amiga. É no mesmo bar do nosso encontro?”
: Sim, mas, se quiserem, posso ir buscar vocês antes do show.”
: Não mesmo, !”
: Poxa, se eu disser que sinto sua falta e quero te ver antes do show, você me acha louco?”

Aquilo fez com que todo o refrigerante que se encontrava em minha garganta voltasse imediatamente, me fazendo tossir freneticamente.
- O que houve? – indaga, sentando-se no sofá. – Sério o que aconteceu entre vocês?
- Depois eu te conto ok? –indago, ouvindo minha amiga bufar.
: Não, isso é normal, eu também estou sentindo...”
: Ufa, achei que era só eu. Espera você também sente minha falta?”

Mesmo que não fosse uma expert em suas expressões faciais, sentia que ele dava um sorriso sacana, o que me fez sorrir imediatamente.
: Eu preciso ensaiar. está quase me arremessando a bateria. Vejo você e sua amiga mais tarde? Às nove?”
: Pode apostar que sim!”

E logo ele parou de me responder, o que me fez olhar a hora no relógio. O mesmo marcava seis e quarenta da tarde, o que me deixava com pouco tempo para decidir um look.
- Com que roupa você acha que vai ficar legal? – indago, indo até a minha mala, que estava jogada no chão do quarto.
- A blogueira aqui é você, . Esqueceu? – indaga, dando uma gargalhada logo depois. – Você pode vestir qualquer coisa que ele vai achar lindo. Até mesmo essa camiseta asquerosa.
- Ah, para! – exclamo, rolando os olhos em seguida.
As horas que se antecederam até hora de irmos para o bar foram, de longe, as mais rápidas. Quase nos atrasamos por conta do trânsito, o que fez com que eu ficasse ainda mais ansiosa.
Quando chegamos, paguei ao motorista, logo entrando no estabelecimento.
O bar estava cheio. As pessoas utilizavam camisas de suas bandas favoritas, desde Queen até Bon Jovi.
Procuramos por uma mesa, que ficava bem perto do pequeno palco montado no canto do bar, que estava mal iluminado naquele momento.
De longe, vejo . Ele conversava com seus colegas de banda, e parecia animado. Ele segurava uma Heineken em uma das mãos, enquanto na outra estava seu celular. Como estava de costas, não conseguia me ver.
Alguém anunciou a banda no microfone, fazendo aplausos se espalharem por todo o local.
- Vou ao bar pegar cerveja, tá? – indaga e eu assenti, não tirando os olhos do palco.
Diferente da primeira vez em que nos conhecemos, ele usava uma regata com o logotipo do Ramones e uma calça surrada jeans, além de seu All Star.
Antes de começar a cantar, ele sorriu, acenando em minha direção. Retribui, dando um sorriso ainda mais largo.
Eles se apresentaram formalmente, e logo começaram o show. As pessoas ao redor cantavam todas as músicas, enquanto eu observava atentamente o vocalista.
era o homem perfeito pra qualquer um. E que voz era aquela?
O show acabou em meio a aplausos de pé e gritos incentivadores, implorando por um bis. Eles se abraçaram e agradeceram, descendo do palco logo em seguida.
- O que achou? – indaga após vir parar ao meu lado na mesa.
- Você é ótimo. – falo, o fazendo sorrir.
Os colegas dele – que se apresentaram como Joseph, Adam e – logo se sentaram conosco, fazendo a mesa ficar ainda menor.
- Eu estava sentindo sua falta. – diz em meu ouvido, baixo o suficiente para que os outros não escutassem, e deu um beijo em minha bochecha.
- Nós nos vimos há dois dias. – falo, gargalhando baixo em seguida.
- Eu sei, fui mal acostumado. – ele fala, acariciando minha mão que estava por cima da mesa.
Enquanto eu e conversávamos, e estavam num papo animado sobre cinema em geral, fazendo com que observasse os dois com um sorriso debochado no rosto.
- O que houve? – indago, puxando seu rosto para que ele pudesse me olhar.
- não faz ideia do que sua amiga está falando. – fala, gargalhando em seguida. – Assim que saímos do palco, ele veio falar comigo que gostou dela, e me perguntou se ela tinha algum namorado.
- Não! Devemos ajudá-los? – indago, sorrindo e batendo palmas animadamente.
- Não, eles já estão se resolvendo. – ele diz, entrelaçando nossos dedos. – E nós?
- O que tem? – indago, sentindo que meu coração poderia sair pela boca a qualquer instante.
- Você acha que eu esqueci aquele beijo, ? – ele indaga, e logo sua mão toca minha bochecha, deixando ali um carinho gostoso.
Mais uma vez eu fiquei encabulada. me olhava com seus lindos e brilhantes olhos e eu sabia que ele procurava por alguma resposta. A mesma que eu não conseguia dar, já que meu cérebro não conseguia mandar algo para que eu pudesse falar.
- Vamos ao banheiro, ? – indaga, me fazendo suspirar e assentir, levantando em seguida.
- Eu já volto, tá? – indago, o fazendo suspirar e assentir, pegando o celular em seu bolso.
Caminhei com minha amiga até o banheiro feminino, que estava praticamente vazio, tirando a única menina que retocava seu batom em frente ao enorme espelho.
- Eu e iremos sair daqui a pouco. – diz, sorrindo em seguida. – O que aconteceu?
- Ah, nada. – falo, sorrindo em seguida. – Para onde vocês vão?
- Pro apartamento dele. – ela diz, ajeitando seus cabelos e pegando um batom em minha bolsa. – O falou algo?
- Ele somente me perguntou sobre nós dois. – começo, vendo os olhos arregalados de . – E eu não consegui responder. O que eu faço?
- Só deixa acontecer. – ela falou, me abraçando em seguida. – Não se precipite senão pode não dar certo.
Saímos do banheiro após alguns minutos. conversava com seus amigos, e parecia esquecer-se de tudo o que havíamos falado algum tempo atrás.
- Você está bem? – ele indaga após algum tempo, olhando em minha direção.
- Estou. Eu só quero ficar com você. Não posso? – indago, agarrando seu braço.
Isso fez com que ele sorrisse, exibindo os dentes brancos e perfeitos.
Ficamos por ali durante um bom tempo. e haviam ido embora e, segundo , eles estariam no apartamento do baixista, deixando claro que ninguém poderia ir para lá.
- É uma regra nossa: garota no apartamento, todos os outros não aparecem. – fala, virando sua cerveja de uma vez.
- Você quer vir comigo? – indago no ouvido do rapaz, vendo que ele se afastou para olhar em meu rosto, procurando saber se aquilo era uma mentira ou não.
- Você está mesmo falando sério? – ele indaga, tocando meu rosto com uma de suas mãos, acariciando minha bochecha. Um carinho gostoso, agradável.
- Claro que estou. – falo, rolando os olhos em seguida.
- Gente, eu já vou! – exclama, pegando sua jaqueta na cadeira e me puxando para levantar. Deixei algumas notas de dinheiro na mesa para pagar a conta, saindo com o moreno do estabelecimento, indo em direção a um táxi que estava parado do lado de fora. – Tudo contribui para isso.
Gargalhei, beijando sua bochecha. Ficamos o caminho em silêncio, apenas aproveitando o vento frio que vinha da janela, acariciando nossas mãos e braços, numa maneira fútil de nos esquentarmos.
Quando entro no prédio, cumprimento o porteiro da madrugada, que assistia um filme na pequena televisão ao seu lado. Apertei o botão do elevador, que logo se abriu, me deixando entrar no cubículo.
Quando as portas se abrem novamente, eu saio de mãos dadas com . Abro a porta e, antes mesmo de dizer algo, ele me beija, esquentando todo o meu corpo.
Ele me deitou no sofá, ficando por cima de mim.
- ... – resmungo enquanto ele desce seus lábios para o meu pescoço. – Está frio demais.
Ele me fitou, rindo fraco em seguida. O rapaz se levantou, caminhando até a porta e fechando a mesma, além de fechar as janelas grandes que davam vista para toda a cidade iluminada.
- Eu vou acender a lareira. – falo e ele assente, sentando-se no sofá grande, mexendo no seu celular e digitando algo no aparelho.
Os minutos até que o fogo ficasse relativamente alto foram, de longe, os mais estressantes. Não que me estressasse, mas o silêncio entre nós dois me incomodava e muito.
Sentei ao lado dele, puxando a gola de sua camisa, beijando sua bochecha por longos segundos.
Logo ele me beijou, ficando por cima de mim, tentando não apoiar seu peso sob o meu corpo.
- ... – começo, sentindo seus lábios tocarem meu pescoço. – Eu não...
- O que houve, ? – ele indaga, olhando em meus olhos.
- Eu não sei se você percebeu, mas eu não sou... – comecei, sendo interrompida por ele.
- Magra? – ele indaga, arqueando uma sobrancelha. – E você acha que eu me importo? Eu estou louco por você desse jeito, nada que você faça irá mudar isso.
Sorri, beijando os lábios do rapaz, me deixando levar pelo sentimento, não pensando no que iria acontecer depois que eu fosse embora.

(...)


Chamaram mais uma vez o meu voo. Fitei , que segurava a minha mala.
Ele me abraçou, fortemente, me deixando sentir seu cheiro por uma última vez até nos encontrarmos novamente.
havia ido embora ontem, pois teria um compromisso familiar que não poderia faltar.
- Você vai responder os meus e-mails? – indaga enquanto segura meu rosto com as duas mãos, me obrigando a fitá-lo.
- Iremos fazer chamadas de vídeo também, . – falo, sorrindo em seguida.
- Eu vou sentir sua falta. – ele sussurra, beijando-me em seguida. O beijo que me fazia sentir sensações completamente desconhecidas, mas que eram prazerosas.
- Nos vemos em breve. – falo, caminhando para longe dele pouco tempo depois.
Eu sabia que iria vê-lo, de um jeito ou de outro. E, quem sabe, iremos viver um com o outro por um bom tempo? Era o que eu queria e, bom, esperava que ele também quisesse.

CONTINUA EM BREVE



FIM



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus