21. Not A Bad Thing

Finalizada

Capítulo Único

Los Angeles, 20 de novembro. 19h30min
Nessa noite de novembro, Dylan O’Brien preferiria estar no seu sofá, jogando videogame, porque lá no fundo estava deprimido demais para sair. Mas seu trabalho de ator exigia que ele se reunisse com o elenco da série em que trabalhava, era o seu trabalho e precisava marcar presença nas comemorações. Tirando que essa não era exatamente uma comemoração, apenas uma desculpa para a produção e todo elenco poder encher a cara em um barzinho desconhecido. Tyler Posey, colega de trabalho e melhor amigo de Dylan, o convenceu a sair. E lá estava ele, com uma cerveja de Los Angeles na mão, sendo alvo de fotos surpresas de Holland Roden e piadinhas de Tyler.
Desde que terminara com a última namorada, Dylan não havia se envolvido seriamente com ninguém. Claro que uma noite ou outra ele se envolvia com alguma desconhecida que encontrava pelas boates de Los Angeles, mas sentia falta de um relacionamento estável. Engasgou com a cerveja ao perceber que talvez estivesse pensando como uma garota agora, o que lhe pareceu ridículo. Deveria mais uma vez paquerar alguma garota no bar para se distrair durante o resto da noite. Entretanto, duvidava que fosse se divertir ali com aquele karaokê horrível, onde todo mundo podia cantar. E cá entre nós, querido leitor, nada é mais aterrorizante do que bêbados cantando Céline Dion.
- Aê, Dylan. – gritou Posey de trás de uma mesa próxima, enquanto uma garota insistia em lhe agarrar pela camisa. – Poderia nos fornecer um showzinho particular! – o amigo gesticulou, apontando para o karaokê. Todo elenco aplaudiu, e Dylan riu percebendo que todos deviam estar muito fora de si para sugerir aquilo. Ele tinha seus dotes musicais, mas não estava tão envolvido pelo álcool a esse ponto.
- Eu sou nova nisso, então, por favor, não sejam cruéis comigo. – uma voz soou pelo bar e o chiado do microfone ficou alto demais, fazendo todos reclamarem. Dylan se virou para o pequeno palco improvisado e viu nele uma garota muito, muito nervosa. Sua voz infantil estava trêmula e do lado oposto do palco tinha um grupo pequeno de garotas que encorajavam a outra a continuar.
A garota no palco ajeitou o microfone para que ficasse de acordo com sua baixa estatura, não muito baixa, ele reparou. Ela deveria ter 1,65, e ele gostava dessa altura, não deixava o beijo desconfortável para ele com seus 1,80. Naquele momento em que viu o vestido florido da menina, as botas coturnos e aquela franja que cobria um pouco os olhos, ele soube que faria de tudo para passar à noite com ela.

Said all I want from you is to see you tomorrow
And every tomorrow
Maybe you'll let me borrow your heart
And is it too much to ask for every sunday
And while we're at it
Throw in every other day to start

A voz dela soou pelo bar, completamente doce e afinada. Havia uma emoção que ela colocava na melodia da voz, quase realmente conquistando todos os homens no bar. As amigas delas gritaram aplaudindo e começaram a cantar juntas, algumas bêbadas demais para formular frases, mas fizeram a garota no palco sorrir e continuar a cantar mais relaxada.

I know people make promises all the time
Then they turn right around and break them
When someone cuts your heart open with a knife
While you bleeding
But I could be that girl to heal it over time
And I won't stop until you believe it
'Cause, baby, you're worth it

“But I could be that girl to heal it over time”, Dylan sorriu nessa frase e percebeu que ela mudou uma palavra na letra e encaixou perfeitamente bem, além do mais, ela cantava o que ele realmente queria ouvir de uma garota. O bar inteiro passou a bater palmas, os casais começaram a dançar e cantavam junto com ela. Dylan pegou o celular e tirou uma foto dela cantando. Nunca acreditara muito em coisas românticas, mas, naquele momento, se pudesse definir o que estava sentindo, talvez descrevesse aquilo como o legendário amor à primeira vista.

So don't act like it's a bad thing
To fall in love with me
'Cause you might look around
And find your dreams come true with me
Spend all your time and your money
Just to find out that my love was free
So don't act like it's a bad thing
To fall in love with me, me
It's not a bad thing to fall in love with me, me

Tyler se aproximou do amigo, sorrindo também, envolvido pela música, tinha acabado de dançar com alguma garota e agora se aproximava de Dylan.
- Cara. – Dylan disse, completamente desnorteado, sem tirar os olhos da garota do palco, que agora recebia aplausos e inclinava as costas para frente, como agradecimento. – Realmente não seria nada ruim se apaixonar por ela.
- Ah, não. – lamentou Tyler em um sussurro. – Você está fazendo a cara!
- Que cara? – perguntou Dylan, observando enquanto as amigas da garota a abraçavam e faziam um brinde para ela do outro lado do bar.
- Aquela cara que todo homem faz quando se apaixona. – Tyler apertou as bochechas de Dylan. – Já vi você fazer essa cara antes, mas agora parece que está dez vezes pior. Vai lá e fala com a garota, você só está levemente excitado por essa figura feminina e não apaixonado. Por favor, lembre-se disso. - e depois do breve discurso sábio, Tyler soltou um arroto com forte cheiro de álcool.

***

- Então, . Por que resolveu estar aqui nessa noite? – Dylan perguntou para a garota sentada ao seu lado. Estavam incrivelmente próximos, logo quando se apresentaram. Ele estava com o braço por trás dela, repousando no assento, e a outra mão segurava o copo vazio apoiado na mesa.
- Minha amiga terminou com o namorado hoje, então eu e as meninas entramos na missão de fazer ela não ter uma noite ruim no aniversário dela. – ela cruzou as pernas, o que fez a saia do vestido escorregar um pouco, mostrando as coxas bronzeadas. Dylan engasgou, sem saber se foi de excitação ou pela informação.
- Caramba, ele terminou com sua amiga no dia do aniversário dela? Que babaca. – disse, sentindo que o seu rosto corou involuntariamente enquanto tentava não encarar o corpo da menina, mas olha-la nos olhos também o deixava incrivelmente bobo.
- Eu sei, foi difícil pra ela. Mas cada uma de nós prometeu fazer o que ela quisesse, e ela disse que queria muito que alguém cantasse uma música romântica do Justin Timberlake... – ela não conseguiu terminar de contar, porque os dois começaram a rir desenfreadamente.
- Você fez um ótimo trabalho. – sussurrou Dylan, aproximando-se mais do rosto dela, sua voz soou rouca involuntariamente e ele esticou as pernas que acabaram roçando nas dela.
deixou um meio sorriso escapar, a voz rouca do rapaz lhe causou um arrepio e ela realmente quis beijá-lo. Ele tinha um jeito doce e meigo, mas seus olhos amendoados tinham uma expressão de desejo e os cabelos despenteados pareciam dizer-lhe “enlouqueça-me, por favor”. Mas não o beijou, porque ambos assustaram com o barulho de coisas quebrando pelo bar e viram um rapaz cair bem em cima da mesa deles.
- Tyler! – repreendeu Dylan, olhando para o individuo completamente bêbado em cima da mesa, um fiapo de sangue escorria pelo canto da boca dele. Mas, ainda assim, ele deu um sorriso maroto.
- Foi mal interromper, mas esbarrei com um babaca que me socou. Desculpa, mesmo. – ele se virou para . – Não queria interromper, ainda mais quando Dylan está apaixonado por você. Por favor, desconsidere isso. Sabe, leva ele pra casa, vão curtir à noite, porque ele tá te olhando desde o momento em que você cantou. Ele ficou loucão por você, menina, não vai perder esse bofe...
- Já chega, Tyler! – Dylan usou um tom autoritário, mas visivelmente sem graça. –Vamos pra casa agora! – e pegou o amigo pelos ombros, o levantando. Se virou para , se desculpando.
- Tudo bem, eu deveria levar minha amiga para casa também. – olhou para uma menina que chorava ao microfone cantando All by myself da Céline Dion. – Mas acho que deveria pelo menos ter o seu número.
- É isso aí, cara, pega o número dela e vocês podem foder outro dia... – Tyler começou, mas Dylan tapou a boca dele. riu e tirou uma caneta da bolsa, pegou um dos braços de Dylan e anotou o número no pulso dele.
Por algum motivo bizarro causado pelo álcool, Tyler sentou-se no chão e engatinhou para baixo da mesa. Dylan olhou e riu sem entender. Naquele momento, olhando Dylan rir, perguntou:
- É verdade? – quando o outro a encarou sem entender, ela completou. – É verdade que gosta de mim?
- Sim, é verdade. – Dylan respondeu, sem hesitar.
E naquele momento ele esqueceu-se de Tyler debaixo da mesa, esqueceu-se da menina cantando All by myself, esqueceu de tudo. Só sentia a urgência que tinha em beijá-la antes de ir embora. Sem avisá-la, suas mãos passaram pela cintura dela, apertando-a contra o seu corpo. arquejou surpresa entreabrindo os lábios. Dylan a beijou profundamente e demoradamente. Os dedos dela passaram pelo seu cabelo, enquanto ambos aproveitavam o gosto do beijo. Mas, antes que o calor aumentasse, ele se afastou e tratou de tirar Tyler de debaixo da mesa.
- Eu te ligo depois. – olhou profundamente nos olhos de e puxou o amigo bêbado em direção à saída.
- Se ele não ligar, eu te ligo, gatinha! – foi o que Tyler gritou, antes de ser chutado para fora do bar.

***

Em alguma cafeteria de Los Angeles, 27 de novembro. 16h40min
Os lábios de tinham gosto de chocolate quente com chantilly, o que particularmente Dylan adorou. Seus tornozelos estavam cruzados com os dela e ele acariciava a bochecha da garota enquanto ela bebia o seu café, já que ele havia perdido a vontade de tomar e preferiria ficar provocando-a com alguns beijos leves no pescoço. Às vezes pareciam que estavam indo rápido demais em apenas uma semana, talvez acabassem se casando em meses, mas estava sendo tão agradável que nenhum dos dois parava para discutir sobre isso.
- Dylan, quero lhe contar uma coisa. – a voz de , apesar de meiga, parecia séria e ela se afastou um pouco dele para que pudesse se desvencilhar um pouco dos carinhos.
- Pode falar. – era tudo o que poderia dizer enquanto imaginava que por um segundo ela poderia ter 8 namorados, ser casada, ou ter um filho.
- Eu gosto muito de você, de verdade...
- Espera. – Dylan interrompeu, de repente atônito, mas com a voz calma. – Nem começamos a namorar e você está terminando comigo?
Ela riu com as bochechas coradas e isso aliviou um pouco a tensão para ele.
- Não, nada disso. Eu só não quero nada sério. Sabe, não é que vou sair por aí ficando com outros garotos, nada disso. Eu só não quero entrar em um relacionamento sério.
Dylan sorriu aliviado.
- Claro, tudo bem. Vamos devagar e ver onde isso vai dar até estarmos prontos para assumir uma relação estável. – finalmente tomou um gole do café e sentiu o líquido aquecer o seu corpo.
- Não, não é isso que eu quis dizer. Eu não quero um relacionamento sério nem agora e nem futuramente.
Dylan quase engasgou sentindo as palavras como uma punhalada pelas costas, sua expressão se tornou amargurada e sentiu-se mal.
- Não que você não seja encantador, acredite em mim, você é. Mas é algo particular meu, eu não acredito nesse conceito de amor. Essa ideia de casal apaixonado, almas gêmeas e acho que o quanto mais cedo eu deixar isso claro, não vou estar te iludindo enquanto estamos juntos.
Dylan, chocado, abriu a boca para responder e levou um tempo para formular as palavras.
- Você não acredita no amor?
- Não. – ela disse, simplesmente dando de ombros. – É um conceito abstrato usado para explicar reações sensoriais e hormonais durante troca de fluídos corporais qualquer. Atribuem um significado especial para que nós humanos não nos sintamos culpados por sermos tão egoístas por amarmos só por nos sentirmos desejados.
Mais uma vez, Dylan estava sem palavras.
- Caramba, qual o seu problema? – percebeu que podia estar sendo rude demais com a pergunta, mas não resistiu.
- Não fale assim comigo só porque não acredito em um conceito abstrato. Muita gente não acredita em Deus e eu não vejo você reclamando com elas. – disse em um tom sarcástico.
- Menina, você pensa como um homem. – ele riu, de repente percebendo que se comportava como a mulher apaixonada da relação.
Ela o beijou sorrindo, dizendo:
- Que bom que você entende. – disse, roçando os lábios na boca dele.

Nova Iorque, 24 de dezembro. 01h30min
Dylan realmente não entendia . Ele era um ator com uma carreira promissora, bonito, de boa família e atencioso. Quando conheceu a família dela na ceia de Natal, se esforçou para encantar a todos e realmente conseguiu. Recebeu elogios, conquistou as avós e tias e até brincou com as crianças. Mas parecia que nada disso era o bastante para ela, porque ao chegar na cozinha para se oferecer para lavar os pratos, ele se deparou com e sua irmã conversando de costas para ele.
- Fisgou um peixão, hein, . – Sophia ria, limpando a pia. – Que namorado lindo, elegante. Estou pensando em deixar meu noivo e ficar com o Dylan.
riu desconfortável e balançou a cabeça de forma negativa.
- Ele é só um amigo. – ela declarou, e Dylan sentiu-se atingido por uma bala na cabeça. Sem pensar, ele bateu os pratos com força na bancada e as duas se viraram em um susto.
- Bem, já que as duas já estão lavando os pratos, o amigo aqui vai embora. – então, com um olhar visivelmente magoado, sorriu para Sophie. – Agradeço por você e sua família me receberem bem. Feliz Natal.
- Ah, Dylan, não... – Sophie protestou, mas ele já havia pego seu sobretudo e se lançado porta afora. Sophie virou-se furiosa para a irmã mais nova e com um único olhar deduziu que ela devia ir atrás dele.
Dylan saiu para a rua, sem coragem de encarar os enfeites de Natal pela rua e ignorando o som de risadas vindo de cada casa. Era um péssimo momento para se sentir triste, já que o resto do mundo só compartilhava alegria. A neve caiu-lhe nos cílios e o ar frio era tão cortante quanto a dor que sentia no peito. Não podia acreditar no que viveu com nas últimas semanas. Ele nunca foi do estilo romântico meloso, nem era agora, ele só tinha certeza de que a amava. Ele sabia que naquela noite em que a viu cantando no bar, ambos estavam ali por causa do destino. Tantos lugares para estar pelo mundo, mas eles estavam lá. 7 bilhões de pessoas no mundo para encontrar, mas eles haviam se encontrado. Entretanto, para , tudo não passava de uma coincidência casual.
- Dylan! – o grito dela ecoou pela rua, ele não olhou para trás. corria para alcança-lo. – Dylan, espera! – ela se colocou na frente dele, impedindo-o de continuar, parecia visivelmente abalada. - Por que você age desse jeito? – ela perguntou com raiva, e a raiva dela fez ele ficar com raiva.
- Por quê? Porque você simplesmente age como se a gente não fosse nada! – ele esbravejou, a encarando, desafiando-a a se entregar pelo menos uma vez na discussão, ao invés de fugir, como sempre fazia.
Ela corou sem jeito, os olhos ficaram marejados.
- Dylan, nós somos...
- Não! – ele interrompeu com a voz alta. – Não diga mais “amigos”! As pessoas não beijam amigos, não dançam com eles descalças no tapete escutando The Police, não passam a noite em sua cama, não trocam carinhos assim e muito menos os apresentam pra família no Natal! Isso não se faz com amigos. Imagina se eu dançasse Across the universe agarradinho com o Tyler! Isso não existe, !
Ela não respondeu, só desviou o olhar, colocando as mãos nos bolsos como fazia quando estava sem argumentos para usar.
- E que saber mais? Eu digo que estamos namorando! Estamos namorando, estamos numa relação séria. Acredito até que já devíamos ter mudado aquela porcaria de status no Facebook. Mas você fica fugindo! Você foge, porque tem medo de se entregar, tem medo de amar e você sabe disso! – ele passou as mãos pelo cabelo bagunçado, sentia-se completamente desequilibrado.
- Você tem razão... – disse em um sussurro, enquanto uma lágrima escorreu do seu rosto.
- O quê? – Dylan perguntou sem entender. Se ouviu direito, estava surpreso.
- Você está certo. – e dessa vez ela o olhou nos olhos ao responder. – Eu te amo, Dylan. Estou te amando desde o começo e eu tento dizer a mim mesma que não é amor, mas eu sou louca por você... – ela não conseguiu continuar, porque a voz trêmula falhou e outra lágrima escorreu. Mas Dylan estava lá e enxugou as lágrimas de .
- Ei, está tudo bem. – ele sussurrou, encostando seus lábios na testa dela. – Está tudo bem, porque eu te amo também.
Mas ela não parou de chorar, não se acalmou. Ela se afastou.
- Eu sei, droga. E é por isso que tenho que terminar com você. – ela apertou os braços em volta do próprio corpo. – Eu sinto muito.
- Você sente muito? – a voz de Dylan ecoou descrente, ainda atordoado. – Por quê? Qual é o maldito problema em se apaixonar por mim, ?
- Relacionamentos são coisas ruins. Machucam os sentimentos de todos. – respondeu com o olhar distante, como se assistisse a lembranças dolorosas. – Só nos ilude. Essa ideia de ser pra sempre feliz com alguém é mentira. Eu vi com os meus pais, eles se odeiam hoje, não cumpriram nada do que juraram nos votos de casamento. Eu mesma já vivi isso, já ouvi tantos jurarem amor e depois acabam com tudo, como se tudo o que senti não passasse de algo gasto que precisaram jogar no lixo. E eu cansei de ter que ficar reciclando o meu coração.
Dylan tirou a franja dos olhos dela e a envolveu em seus braços, encostando seu rosto no dela.
- Não vou lhe machucar, não vamos cometer o mesmo erro que os seus pais.
- Não pode me prometer isso. – ela sussurrou com dor. – Não pode me prometer que um dia não vai acordar se sentindo diferente. Ninguém deveria prometer isso a alguém. – foi a última coisa que ela disse e afastou-se voltando pela rua até sua casa. E Dylan ficou.
Dylan ficou na rua solitária, ouvindo as canções de Natal enquanto a neve caía.

Los Angeles, 7 de janeiro. 10h45m
Primeiro dia de gravação logo após as férias de fim de ano. Dylan sentia-se péssimo o dia todo, sentia péssimo há duas semanas, desde a última vez que viu , então ficou muito contente quando fizeram uma pausa para o almoço. O rapaz andava revirando a comida no prato com um olhar perdido, e todo mundo no set havia percebido que não era um bom dia para Dylan O’Brien.
- Olha, cara. – disse Tyler, batendo a latinha de soda na mesa para chamar atenção do amigo. – Vai atrás da logo. Se você ficar se martirizando demais, eu vou ter que começar a dançar Beatles com você como bons amigos fazem. – Tyler estava sendo sarcástico, sabia que aquilo era uma coisa que o amigo adorava fazer com a namorada, bem, nesse caso, com a amiga.
- Você acha que eu devia vê-la? – perguntou com a voz rouca, pensativo.
- Tenho certeza. – Tyler abriu a latinha de soda e tomou um gole. – Leva algumas flores, sei lá.
Dylan olhou no relógio e percebeu que sabia onde exatamente ela almoçava durante a semana, poderia ir correndo até lá para encontrá-la. Deixou o seu almoço e saiu correndo pelo set, todos da produção viraram para encará-lo. Parou no seu trailer e se deparou com a foto de cantando no bar. Foto tirada por ele no dia em que a conheceu, estava emoldurada em cima da sua cama. Olhando para a foto, ele teve uma ideia. Pegou o violão e saiu correndo rumo ao Rock and Reilly's, o pub irlandês onde adorava almoçar.
É claro que um ator correndo por toda Hollywood, segurando o violão e saindo feito louco durante as gravações, não passou batido pelos paparazzi de plantão. E alguns, completamente malucos, seguiram Dylan correndo, às vezes se escondendo atrás de algum arbusto para não serem vistos pelo ator.
Demorou uma hora para chegar, mas ele conseguiu. A sensação de satisfação ao chegar na calçada do pub o invadiu, mas ele nem precisou entrar. estava saindo e o encontrou na calçada, surpresa.
- Eu estava procurando por você. – Dylan disse, tentou controlar a respiração. – Não posso deixar você ir assim.
Sem deixar que ela respondesse, ele arrumou o violão e começou a tocar a mesma música que semanas atrás havia escutado cantar.

Now, how about I'd be the last voice
You hear tonight?
And every other night for the rest of the nights
That there are
Every morning I just wanna see you staring back at me
'Cause I know that's a good place to start

I know people make promises all the time
Then they turn right around and break them
When someone cuts your heart open with a knife
While you bleeding
But I could be that guy to heal it over time
And I won't stop until you believe it
'Cause baby you're worth it

Os dedos percorriam habilmente os braços do violão enquanto faziam os acordes. E Dylan cantava bem, era doce e realmente deixava claro que queria dizer todas aquelas palavras a . A garota sorriu sem acreditar, estava sem reação. Não sabia o que ia dizer a ele, não sabia se poderia deixar de viver algo tão bom com ele por medo de se decepcionar. Mas Dylan era irresistível, e ela sabia que estava errada em deixá-lo.

No, I won't fill your mind with broken promises
And waste of time
And if you fall
You'll always land right in these arms
These arms of mine

Don't act like it's a bad thing to fall in love with me
'Cause you might look around
And find your dreams come true, with me
Spend all your time and your money
Just to find out that my love was free
So don't act like it's a bad thing
To fall in love with me, me

Dylan tirou o violão e o encostou na parede, puxou pelas mãos, sussurrando:
- Not such a bad thing to fall in love with me. – ele sorriu, e o beijou. No início com carinho, depois com mais paixão e urgência com vontade de matar a saudade que sentiu dele. Dylan sorriu entre o beijo e a apertou em seus braços.
- Desculpa, eu sou uma idiota. – disse, escondendo o rosto no pescoço dele, respirando fundo para sentir o cheiro de Dylan.
- Sim, é. Mas é minha e é isso que importa agora. – Dylan afastou-se um pouco para olhá-la nos olhos e tirou a franja que cobria-lhe o rosto. – Sabe, o amor não dura pra sempre. Eu acredito que o amor pode tanto morrer quanto renascer a cada dia. Por isso não te prometo um amor eterno, mas prometo que a cada dia nós dois podemos nos apaixonar de novo.
- Isso soa perfeito pra mim. – ela sorriu e os dois voltaram a se beijar, enquanto um paparazzi registrava o momento para colocar no TMZ à noite.





FIM



Nota da autora: Sem nota.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.

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