Capítulo Único
Olhar para aquela foto, e ver o pequeno Kenny com aquele sorriso nos lábios doía mais do que qualquer coisa que já tinha sentido na vida.
Quando Kennedy nasceu, ele não sabia explicar a dimensão do amor que sentia por aquela frágil vida que carregava em seus braços, enquanto o mesmo dormia profundamente. Ele ainda se lembrava da canção que cantou ao pequeno, que sua mãe cantava para que ele dormisse.
"É tão tarde A manhã já vem, Todos dormem A noite também, Só eu velo Por você, meu bem Dorme anjo O boi pega Neném; Lá no céu Deixam de cantar, Os anjinhos Foram se deitar, Mamãezinha Precisa descansar Dorme, anjo Papai vai lhe ninar"
A música se repetia várias e várias vezes na mente de , ainda era difícil de aceitar, embora não visse mais aquele sorriso ao vivo há quase um ano inteiro. Teve de ser forte por si e por . Ela que era a mãe de seu menino, que lhe trouxe felicidade tempos antes, quando se esbarram no teatro em que uma amiga em comum atuava pela primeira vez, como atriz principal.
Aquela mulher que tinha o sorriso fácil, olhos brilhantes e fortes opiniões. Aquela que tomou conta de sua existência, que virou dona de sua felicidade e todo seu amor.
Quando tudo começou, eles estavam confiantes de uma vida melhor, fizeram de tudo para proteger sua família e aqueles que amavam. Mas sem nenhum amparo, as coisas foram se agravando e um colapso global aconteceu, fazendo com que inúmeras famílias, vidas, amores e sorrisos fossem extintos.
Uma praga desoladora, nenhuma estrutura governamental, nenhum amparo social, nenhuma esperança. A angústia de acordar e ter de sair para dar o que comer para seu filho e esposa, deixavam ele extremamente triste e o medo assolava sua mente todas as noites. Era difícil ver o mundo naquela situação, As grandes potências se equivaleram às menores e ninguém mais estava a salvo. O desespero os assolava dia e noite, e quando o filho, fruto daquele amor, se foi, pareceu que a vida os tinha engolido.
O pequeno se contaminou quando eles estavam transitando entre uma região e outra, já que o lugar em que estavam, não tinha mais nenhuma chance de sobrevivência, não tinha mais vegetação, opção de caça ou alimentos sendo distribuído. Aquela era a terceira vez que eles saiam de um lugar para o outro, mas as coisas estavam cada dia pior, o tempo que conseguiam passar em cada lugar era cada vez menor, e todos sabiam do risco que era transitar por aí.
— Eu me lembro de seus pés descalços, pelo corredor, me lembro de sua risadinha quando estava aprontando alguma coisa, dos carrinhos de corrida no chão da cozinha, dos dinossauros de plástico que você tanto amava. — dizia aquilo olhando para a foto do filho e segurando o pterodáctilo de plástico que passou a carregar consigo como lembrança do pequeno. — Eu te amo filho, daqui até a Lua, eu te amei antes de te conhecer e vou continuar te amando até que nos reencontraremos.
Doía todos os dias, o homem já havia sentido inúmeras dores físicas, inclusive quando teve uma fratura exposta quando estava em serviço no corpo de bombeiros, mas nenhuma dor chegava aos pés da que sentia todos os dias, desde que aquela pequena vida não existia mais na sua vida.
Tudo o que almejou, desde que conheceu era constituir uma família, ter pelo menos um filho com ela, uma casa confortável, já estava no emprego dos sonhos quando se conheceram, Kenny só foi a cereja do bolo, e amava aquele garoto mais do que amava a si próprio, era inexplicável o sentimento que sentia por ele, só tendo um filho mesmo para saber sentir todo aquele sentimento.
— Me lembro de seus olhinhos olhando nos meus, como se nós tivéssemos nosso próprio clube secreto. — Eles eram ligados aquele ponto, de se entenderem e serem cúmplices apenas com o olhar. — Eu lembro de você dançando antes de dormir, porque sempre queria passar mais tempo comigo ou com a mamãe e depois pulando em cima de nós para nos acordar. — As lágrimas rolavam livres pelos olhos dele.
sempre gostou muito de dormir em seu tempo vago do serviço, qualquer oportunidade que tinha, tava dormindo, mas depois que passou a ser acordado pelo filho, não se importava mais em perder alguns minutos de seu precioso sono, adorava a forma carinhosa que o menor os acordava com beijinhos todos os dias pela manhã.
— Eu ainda posso sentir você segurando minha mão, homenzinho. Até o último momento eu soube Você lutou, mesmo não entendendo muito o que estava acontecendo, sempre dizia palavras positivas e eu conseguia ver a esperança inocente no fundo dos seus olhinhos brilhantes. Você sempre foi forte, forte como um soldado. — Ele dizia todas aquelas palavras como se realmente tivesse conversando com seu filho, e estava mesmo, andava fazendo muito aquilo de um tempo para cá, talvez tivesse se sentindo mais sozinho do que antes, talvez tivesse tendo alguma premonição, ou sabe-se lá o que.
Os dias estavam sendo difíceis, a luta era constante e o resultado não existia, ele não sabia mais pelo que estava lutando, não tinham estimativa de melhora da situação e nem como viam em filmes daquele tipo, nenhuma zona que tinha algum lugar seguro para as pessoas, e de onde tudo começaria outra vez. Talvez até existisse, mas pessoas como eles não tinham a menor chance de qualquer milagre como aqueles na vida real. Então talvez fosse aquilo mesmo, talvez estivesse tão nostálgico e saudoso, porque no fundo sabia que no final de toda aquela luta, a única conquista que ele conseguiria era o descanso final.
Quando Kennedy nasceu, ele não sabia explicar a dimensão do amor que sentia por aquela frágil vida que carregava em seus braços, enquanto o mesmo dormia profundamente. Ele ainda se lembrava da canção que cantou ao pequeno, que sua mãe cantava para que ele dormisse.
"É tão tarde A manhã já vem, Todos dormem A noite também, Só eu velo Por você, meu bem Dorme anjo O boi pega Neném; Lá no céu Deixam de cantar, Os anjinhos Foram se deitar, Mamãezinha Precisa descansar Dorme, anjo Papai vai lhe ninar"
A música se repetia várias e várias vezes na mente de , ainda era difícil de aceitar, embora não visse mais aquele sorriso ao vivo há quase um ano inteiro. Teve de ser forte por si e por . Ela que era a mãe de seu menino, que lhe trouxe felicidade tempos antes, quando se esbarram no teatro em que uma amiga em comum atuava pela primeira vez, como atriz principal.
Aquela mulher que tinha o sorriso fácil, olhos brilhantes e fortes opiniões. Aquela que tomou conta de sua existência, que virou dona de sua felicidade e todo seu amor.
Quando tudo começou, eles estavam confiantes de uma vida melhor, fizeram de tudo para proteger sua família e aqueles que amavam. Mas sem nenhum amparo, as coisas foram se agravando e um colapso global aconteceu, fazendo com que inúmeras famílias, vidas, amores e sorrisos fossem extintos.
Uma praga desoladora, nenhuma estrutura governamental, nenhum amparo social, nenhuma esperança. A angústia de acordar e ter de sair para dar o que comer para seu filho e esposa, deixavam ele extremamente triste e o medo assolava sua mente todas as noites. Era difícil ver o mundo naquela situação, As grandes potências se equivaleram às menores e ninguém mais estava a salvo. O desespero os assolava dia e noite, e quando o filho, fruto daquele amor, se foi, pareceu que a vida os tinha engolido.
O pequeno se contaminou quando eles estavam transitando entre uma região e outra, já que o lugar em que estavam, não tinha mais nenhuma chance de sobrevivência, não tinha mais vegetação, opção de caça ou alimentos sendo distribuído. Aquela era a terceira vez que eles saiam de um lugar para o outro, mas as coisas estavam cada dia pior, o tempo que conseguiam passar em cada lugar era cada vez menor, e todos sabiam do risco que era transitar por aí.
— Eu me lembro de seus pés descalços, pelo corredor, me lembro de sua risadinha quando estava aprontando alguma coisa, dos carrinhos de corrida no chão da cozinha, dos dinossauros de plástico que você tanto amava. — dizia aquilo olhando para a foto do filho e segurando o pterodáctilo de plástico que passou a carregar consigo como lembrança do pequeno. — Eu te amo filho, daqui até a Lua, eu te amei antes de te conhecer e vou continuar te amando até que nos reencontraremos.
Doía todos os dias, o homem já havia sentido inúmeras dores físicas, inclusive quando teve uma fratura exposta quando estava em serviço no corpo de bombeiros, mas nenhuma dor chegava aos pés da que sentia todos os dias, desde que aquela pequena vida não existia mais na sua vida.
Tudo o que almejou, desde que conheceu era constituir uma família, ter pelo menos um filho com ela, uma casa confortável, já estava no emprego dos sonhos quando se conheceram, Kenny só foi a cereja do bolo, e amava aquele garoto mais do que amava a si próprio, era inexplicável o sentimento que sentia por ele, só tendo um filho mesmo para saber sentir todo aquele sentimento.
— Me lembro de seus olhinhos olhando nos meus, como se nós tivéssemos nosso próprio clube secreto. — Eles eram ligados aquele ponto, de se entenderem e serem cúmplices apenas com o olhar. — Eu lembro de você dançando antes de dormir, porque sempre queria passar mais tempo comigo ou com a mamãe e depois pulando em cima de nós para nos acordar. — As lágrimas rolavam livres pelos olhos dele.
sempre gostou muito de dormir em seu tempo vago do serviço, qualquer oportunidade que tinha, tava dormindo, mas depois que passou a ser acordado pelo filho, não se importava mais em perder alguns minutos de seu precioso sono, adorava a forma carinhosa que o menor os acordava com beijinhos todos os dias pela manhã.
— Eu ainda posso sentir você segurando minha mão, homenzinho. Até o último momento eu soube Você lutou, mesmo não entendendo muito o que estava acontecendo, sempre dizia palavras positivas e eu conseguia ver a esperança inocente no fundo dos seus olhinhos brilhantes. Você sempre foi forte, forte como um soldado. — Ele dizia todas aquelas palavras como se realmente tivesse conversando com seu filho, e estava mesmo, andava fazendo muito aquilo de um tempo para cá, talvez tivesse se sentindo mais sozinho do que antes, talvez tivesse tendo alguma premonição, ou sabe-se lá o que.
Os dias estavam sendo difíceis, a luta era constante e o resultado não existia, ele não sabia mais pelo que estava lutando, não tinham estimativa de melhora da situação e nem como viam em filmes daquele tipo, nenhuma zona que tinha algum lugar seguro para as pessoas, e de onde tudo começaria outra vez. Talvez até existisse, mas pessoas como eles não tinham a menor chance de qualquer milagre como aqueles na vida real. Então talvez fosse aquilo mesmo, talvez estivesse tão nostálgico e saudoso, porque no fundo sabia que no final de toda aquela luta, a única conquista que ele conseguiria era o descanso final.
FIM!
Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Ai ai que fic triste :( espero que tenham gostado.
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.
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