Finalizada em: 30/11/2019

Capítulo Único

lembrava-se exatamente do dia em que a conheceu. A movimentação no corredor do prédio onde morava era grande: o último apartamento do corredor finalmente havia sido alugado e acontecia uma grande e barulhenta mudança.
Enquanto trancava a porta do apartamento para sair para mais um passeio que teria com seu cachorro, ele a viu. Vai soar clichê, mas seu sorriso simplesmente o encantou, e ele, que nunca acreditava em amor à primeira vista, passou a acreditar a partir do momento que a viu. Berry Colleman era o sonho de qualquer homem. A mulher exibia um belíssimo corpo que parecia ter sido esculpido pelos deuses, um rosto com traços delicados que logo chamaram sua atenção e lábios vermelhos cor de sangue que levavam qualquer um ao delírio. Os longos cabelos escuros estavam jogados displicentemente, dando um ar de rebeldia e mistério na mulher vestida com um jeans escuro, camisa, jaqueta de couro e botas. Não podia negar que a sua vizinha era uma mulher muito fascinante e imediatamente sorriu, imaginando meia dúzia de devassidões.
Enquanto desejava sua nova vizinha, a porta ao lado do seu apartamento abriu e seu vizinho e amigo Jake saía para o trabalho.
- E aí, cara! – Jake falou com o amigo e olhava em direção ao final do corredor – Wow, quem é aquela? – perguntou ao homem que estava ao seu lado depois de ver a garota que carregava caixas para dentro do apartamento.
- Aquela, meu caro, é Berry Colleman. O diabo em pessoa. – respondeu-o de forma irônica. Descobriu seu nome quando um dos ajudantes da mudança a chamou para assinar os documentos.
- Colleman? – Ele perguntou curioso.
- Sim, nossa nova vizinha.
- Cara, a gente tem muita sorte de ser vizinho de uma mulher tão gostosa.
- Sugiro que você fique longe dela.
- O quê? Mal posso esperar para levar ela para um quarto. – soltou uma risada alta ao ver o quanto o homem ao seu lado estava se iludindo.
- Vai sonhando, Jake.
- Por quê?
- Você nunca teria chances com ela, afinal, olhe para ela e olhe para você.
- O que você está querendo me dizer exatamente?
- O que eu estou querendo te dizer é que eu estou de joelhos por ela e não vou sossegar até fazê-la abrir aqueles lábios vermelho-sangue para mim. – afirmou convencido. Algo em Berry o chamou a atenção e ele sabia que ela deveria ter um passado cheio de ossos no armário, mas ele não ia desistir.
- Boa sorte, . – Jake riu, mas sabia que o amigo tinha se enfiado em uma grande confusão.

(...)

1 mês depois, e Berry tinham criado uma conexão incrível. Eram um belíssimo casal, tanto fora e dentro de 4 paredes. Enquanto os homens babavam na beleza de Berry, a maioria das mulheres a invejavam. Era difícil ela se simpatizar ou confiar em alguém e percebeu isso. Na maior parte do tempo, ela ficava com ele ou no celular conversando com alguém que ele não sabia quem era e quando a perguntava, ela desconversava. Berry também era conhecida por ter um alto temperamento e atitude para tudo, então quando recebia investidas, ela agradecia de bom grado, o que incomodava .

(…)

- Chegamos! — Berry anunciou ao abrir a porta de seu apartamento.
- Uau! — exclamou, entrando. O local era um pouco maior do que o seu, mas a divisão era a mesma.
- Fique à vontade — ela deu um selinho em e o puxou para dentro.
A sala era decorada com paredes brancas, móveis pretos ou bastante escuros e alguns objetos em vermelho. Era uma sala totalmente feminina, mas não deixava de ser linda.
- E então? — a morena perguntou.
- Uau! Impressionante.
- Eu vou para o quarto tomar um banho, você quer vir junto? — ela perguntou maliciosa.
- Claro, igualmente.
Na terceira porta à esquerda, ela entrou no cômodo que provavelmente deveria ser seu quarto. Era um cômodo bonito e podia observar a personalidade de Berry em cada canto. No meio do quarto havia uma parede, e na frente dela, um móvel com uma TV, uma porção de dvd's, livros, cd's e fotos da vida dela.
- Vou tomar um banho, ok? — Berry perguntou retoricamente, mas confirmou com a cabeça.
foi direto ao móvel, mais especificamente nas fotos. A maioria era com os amigos, mas tinham algumas dela na infância. Berry não falava muito de sua vida, mesmo perguntando. pegou um porta-retrato com uma foto em que Berry tinha mais ou menos uns 9 anos, e a levou consigo até a cama, observando-a. perdeu a noção do tempo olhando para foto e só desviou quando Berry o acordou do transe perguntando-o o que tanto ele olhava para aquela foto.
- Não sei exatamente, só sei que me apaixonei por essa foto — ele respondeu com simplicidade.
- Você se apaixonou por essa foto mais do que por mim agora? — Berry perguntou maliciosamente, sentando-se perigosamente perto dele.
- Ah, com certeza sim. Se eu visse essa menininha agora eu daria um abraço bem forte e um beijo bem estalado na bochecha dela — brincou.
- Se você faria tudo isso com essa menininha, o que você faria com ela já crescida? — ela perguntou tão maliciosa quanto antes, ou até mais, e sentiu sua razão ficar temporariamente abalada com aquelas palavras sussurradas em seu ouvido.
- Não sei exatamente, talvez qualquer coisa que ela quisesse — sussurrou de olhos fechados e sorriso safado no rosto.
- Ah é? — ela perguntou o deitando aos poucos na cama.
- Aham — falou abraçando seu pescoço trazendo-a pra baixo junto com ele.
- Ah é? — ela repetiu beijando seu pescoço.
balançou a cabeça sem ter a capacidade de fazer mais do que isso. Os beijos de Berry subiram até sua boca apressadamente e logo a língua dela pediu passagem, facilmente concedida. O beijo ficava quente e cheio de luxúria por ambos os lados, as mãos de Berry passeavam pelas costas de , arranhando-a por cima da blusa que já estava no meio de suas costas. Enquanto isso, as mãos de já haviam passado pelo lado do corpo de Berry e pararam em sua coxa, apertando-a sensualmente e a fazendo expirar fortemente.
Berry já estava em cima dele e já tinha tirado a sua blusa e suas unhas arranhavam lentamente seu peitoral musculoso, fazendo-o com que os pelos do corpo de se arrepiassem.
- O que é que você quer que essa menininha crescida faça? — Berry sussurrou com a voz já rouca sentando-se no colo dele.
- Tudo — foi o que ele disse antes de tirar seu vestido, que já estava desabotoado o suficiente para passá-lo facilmente pela sua cabeça e a virando para ficar embaixo dela.
Menos de um segundo depois, seus lábios estavam em seu colo, beijando furiosamente enquanto suas mãos massageavam seus seios por cima do sutiã, fazendo boa parte da sanidade de Berry evaporar como uma poça d'água em um dia de verão forte. Berry levou suas mãos rapidamente para o cós da calça de e gemeu, o que fez sorrir. No segundo seguinte, ela abriu o botão e o zíper, sentindo sua ereção por baixo da boxer. Tirou as peças de pano que estavam em seu caminho e se deliciou com a visão que teve. voltou a beijar seu colo, mas suas mãos tatearam as costas da morena para achar o fecho do sutiã, que logo foi fazer companhia com as outras roupas no chão. Ele aproveitou a nudez dos seios de Berry e começou a chupá-los prazerosamente tirando gemidos da boca da mulher, que podia sentir as gotas de suor correndo em sua nuca e já estava extremamente molhada. Quando as mãos de estavam na barra de sua calcinha, ela percebeu que não estava no controle como sempre deveria estar; era o único que a desarmou por completo. Com as pernas em volta de seu tronco, Berry rodou na cama, trocando de posição com .
- Adoro essas ações repentinas — ele sorriu safado e ela retribui o sorriso do mesmo jeito.
Berry começou a beijar o pescoço de agressivamente e ele respondia com sua respiração pesada. Desceu para seu peitoral vermelho de arranhões e mordeu levemente seu mamilo, olhando para , que tinha os olhos fechados e a boca apertada de tanto prazer. Foi traçando uma trilha de beijos pela barriga de até o começo de seu membro, quando ele agarrou seus cabelos desesperadamente e a olhou com os olhos cheios de luxúria. Com uma mão, fazia carinho na coxa de e com a outra começou a masturbá-lo lentamente, fazendo com que ele reclamasse pedindo mais. Aos poucos, Berry foi acelerando os movimentos na proporção que os gemidos dele aumentavam, e quando chegou na velocidade máxima, beijou a glande do membro de , que quase gritou. não aguentou mais ficar deitado e se sentou, puxando os cabelos de Berry.
— Não vou aguentar, Rainberry — ele falou ofegante, a chamando pelo apelido que tinha dado à morena.
Berry imediatamente tirou a boca de seu sexo e a puxou pela cintura, os trocou de posição, e antes que pudesse decifrar seus olhos pesados e brilhantes, ele a penetrou com força suficiente para ela gritar. Seus movimentos não reduziram em nada, e ela não conseguia controlar seus sons. Eles estavam em sintonia: as respirações pesadas, os gemidos cada vez mais altos, os corpos tensos, os movimentos de vai-e-vem rápido que davam um prazer imenso. Poucos segundos depois, eles chegaram ao orgasmo juntos. sempre se sentia nas nuvens no final de suas transas, mas notou que há algumas semanas, Berry não. Ela sempre levantava e ia em direção ao banheiro.
Mas naquela noite, tudo mudou. Enquanto Berry estava no banheiro, escutou o celular da morena tocar, anunciando uma mensagem.

“Hey gata! Te encontro no hotel mais tarde? Tô com saudades desse corpo”


Naquele momento, o mundo de desabou. O que estava acontecendo ali? Em seguida, o celular de Berry anunciou uma nova mensagem e não conseguiu se segurar. Abriu-a e se assustou com o conteúdo: eram fotos de Berry nua e em cima de um homem que provavelmente era o mesmo que tinha mandado a mensagem.
Não era possível que a mulher por quem ele estava de joelhos tivesse feito isso com ele. Berry tinha muitos ossos dentro do seu armário e achou que os tinha escondido bem, mas um dia a verdade sempre aparece. Como será que ela conseguia dormir? ficou pensando em como tudo tinha acontecido tão rápido. Um dia, estavam se encontrando no elevador, no outro estavam em seu quarto aos beijos. Ele pensava que Berry o amava. O tempo só foi suficiente para que ela tivesse uma atração por ele e uma vontade de levá-lo para cama, e pelo visto, cansou.
Limpou a lágrima que desceu de seus olhos pela reflexão e a raiva começou a consumi-lo quando percebeu os primeiros sinais de que Berry estava saindo do banheiro.
- Hey, baby! O que você está fazendo com o meu celular? - Berry o questionou enquanto secava o cabelo.
não sabia o que falar, pois estava incrédulo com tudo o que acabava de descobrir. Seu coração doía como nunca havia doído antes e parecia que tudo naquele dia estava contribuindo para isso. A chuva caía pesadamente do lado de fora do apartamento dela e o dia que antes estava solar, agora estava escuro e frio, exatamente da mesma forma que ele estava se sentindo naquele momento.
- Que merda é essa, Berry? - disse lhe mostrando o celular.
- O quê? - ela pegou o aparelho e quando viu o conteúdo da mensagem, gelou.
- Diga-me o que está acontecendo antes que eu tome atitudes drásticas e vá longe demais. - não conseguia acreditar.
- Baby, eu-eu posso explicar… - Berry tentava se explicar, mas o choro já estava presente e não conseguia raciocinar.
Ela chorava sentada na cama do casal, enquanto via as fotos que tinha tido o prazer de praticamente esfregar na sua cara. Ela amava , mas sentia que precisava de outra pessoa.
- Vamos, assuma! - tentou controlar a raiva – A verdade não vai partir meu coração, não se preocupe, eu já sei.
- ... – ela murmurou entre lágrimas, o cortando.
- NÃO ME CHAMA ASSIM! – ele berrava, sem controle e sem se importar com os vizinhos – VOCÊ PERDEU ESSE DIREITO ASSIM QUE ME TRAIU! POR QUE VOCÊ ME TRAIU? EU NÃO SOU SUFICIENTE PARA VOCÊ?
Seu tom de voz apenas fazia com que Berry chorasse mais ainda. Traí-lo nunca foi sua intenção, mas ela não conseguiu se controlar, afinal, ela não podia mudar seu passado sombrio de relacionamentos.
não confiava mais nela e isso fazia com que doesse ainda mais. A dor apertava seu coração e ele se perguntava como alguém pode sofrer tamanha dor por meio da pessoa amada... Como?
- EU NUNCA TE DEI MOTIVO PARA VOCÊ ME TRAIR, BERRY! NUNCA! SEMPRE FUI UM CARA CARINHOSO E TE TRATEI COMO UMA PRINCESA, MAS PARECE... – ele parou, respirou fundo e sorriu sarcástico, fazendo duas lágrimas despencarem pelo seu rosto. – Parece que você gosta de ser tratada de outra forma.
continuou a encarar profundamente, como se estivesse analisando cada pedaço do seu corpo juntamente com suas ações. Berry ainda chorava copiosamente enquanto escutava as palavras duras de .
- Por que você está com os olhos pesados? - questionou sarcasticamente – Tem mais alguém que você sente falta?
Berry riu, sem um pingo de alegria. Sem vida.
- Até parece que você nunca errou, ! – ela disse, sua voz em um extremo tom frio. – Até parece que você nunca fez nenhuma besteira nessa vida! Então, não venha dar uma de bom moço para cima de mim, porque eu não irei aceitar! – em seu rosto um grande sorriso falso aparecia. Ela queria esmagar toda aquela dor que sentia e jogar para o fundo de seu ser, onde ela não pudesse nem se lembrar dela. riu, porém, seu coração doía. Ele desejava estraçalhar toda a dor que havia dentro dele e só conseguiria fazer isso colocando Berry para baixo.
- Seque seus olhos, porque não vai funcionar dessa vez - começou - Essas histórias não são besteira agora.
- Então, vamos fazer assim: vamos pular todo esse teatro, ok? - Berry começou dizendo de forma ríspida - Eu te traí, e é como se você nunca tivesse feito o mesmo - Berry riu enquanto pensava em como aquilo soava injusto, tudo bem ele errar, mas ela não, não era nada justo - Você me acusou sem dó nem piedade e nem está me dando chance de me explicar – ela continuou – Então, um jeito fácil de fazer isso sem ficar pior é terminarmos aqui e agora.
Na última frase, Berry tinha uma certeza imensa em sua voz, que nem parecia a mulher que até agora pouco estava chorando.
- Como? – perguntou incrédulo. Nunca pensara em terminar com Berry, pois a amava; estava apenas extravasando sua dor de descobrir que havia sido traído.
- Isso mesmo que você ouviu, . Nós vamos terminar aqui e agora.
- Ótimo! – ele disse com frieza. – Quer terminar? Então vamos terminar!
Ele começou a se aproximar perigosamente dela. Seus passos eram duros no chão, como se fosse para aliviar sua dor e seu ódio.
- Mas saiba que eu não quero e não aceito! – ele disse já perto o suficiente para causar as tão conhecidas sensações de tê-lo por perto que Berry sentia. – Cadê sua coragem, Berry Colleman? Termine comigo, enxugue seus olhos e vá lavar suas mãos, mas saiba que você não pode mudar seu passado. - E-eu... e-est-estou... – Berry não conseguia parar de gaguejar, pois aquela proximidade estava afetando seus sentidos. O delicioso perfume de mexia com ela completamente.
- Viu? Você não tem coragem de terminar nosso namoro – sussurrou bem perto da boca dela. Seus hálitos se misturavam, deixando uma fresca fragrância de menta com um toque de morango no ar.
Berry entreabriu os lábios, esperando o contato que ansiava naquele momento.
- Você não tem coragem e sabe por quê? Porque você me ama. – ele desviou os olhos de sua boca vermelha e encarou seus lindos olhos castanhos. Deu um sorriso de canto e em seguida, chegou próximo ao ouvido de Berry – Rainberry, abra seus lábios vermelhos de sangue e diga que me ama também...
Berry sentia todos os pêlos de seu corpo arrepiar. Apesar de tudo, ela só desejava estar com ele no final. Ela então encarou os lábios de .
- Rainberry, por favor – terminou em um murmúrio.
- Eu te amo, . - Berry grudou seus olhos nos dele, atentos e carinhosos.
- Então me diga, Rainberry, há mais alguém? Há mais alguém agora? - ele perguntou para então, ir embora daquele apartamento e também de sua vida.


Fim.


Nota da autora: Sem nota.


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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