Fanfic Finalizada

Capítulo 1

A casa estava muito escura, mas escutei os passinhos de antes mesmo de ligar as luzes da sala. Ele latiu como de costume e levantei a mão indicando que tinha um petisco; inteligente, o cachorro sentou e dei-lhe o biscoitinho que havia comprado no caminho.
Eu e adotamos o de um jeito bem esquisito. Era para que a bolinha de pelo ficasse apenas duas semanas até conhecer a verdadeira dona, minha amiga de longa data. Infelizmente, ela descobriu tarde demais que o prédio em que morava não aceitava animais. Lembro de dar-lhe uma bronca terrível, mas, por fim, foi melhor assim. era nosso.
– Onde está o papai, hein, coisa linda? – Indaguei enquanto retirava os mocassins dos pés e o casaco.
Foi um dia absurdamente cansativo. Precisava de um banho, de uma boa comida e de alguns episódios de Seinfeld. Tudo nessa ordem.
Então, percebi que a casa não estava tão escura assim.
Havia um caminho de velas vermelhas aromáticas em direção à cozinha. Escutei um pequeno barulho de talheres batendo um no outro.
– Amor?
E lá estava ele, de moletom e jeans. Ordinário e comum o suficiente para se tornar o homem mais especial do meu mundo. Com um buquê de flores nos braços, sorria. Não tinha jeito… Ele era o homem mais romântico da face da Terra.
Não consegui disfarçar o sorriso e nem tentei. Era alguma comemoração específica? Nosso aniversário de namoro não foi em maio? Bem, que se danasse. era assim mesmo. Ele gostava de grandes declarações de amor, ser absurdamente clichê e meloso e fazer textos de mais de 6 linhas nas redes sociais.
Era assim que amava. E eu o amava por ser assim. Segurei as flores, ficando muito vermelha de felicidade.
Mas então todo aquele clima romântico e clichê fez meu coração errar a batida. Errou de um jeito muito ruim, fazendo meu sangue borbulhar.
estava ajoelhando-se. E tinha uma caixinha com duas alianças na mão.
– Você só deve tá de sacanagem comigo – resmunguei deixando as flores de lado.
, você nem me escutou…
A dor da sua voz deixou meu coração pequenininho. Eu não deveria ter agido de forma tão brusca – deveria ter esperado ouvi-lo falar um discurso pronto e, então, dito não.
Mas, assim, ele deixaria de se machucar? Eu deixaria de me sentir traída e não ter meus desejos atendidos por um capricho dele?
, meu amor, eu disse a você no nosso primeiro encontro que eu não me casaria. Repeti isso diversas vezes nos nossos 7 anos de namoro. – Apontei para as paredes. – Esse apartamento é nosso, esse bebezinho ali – apontei para . – é nosso! Por que você quer estragar o que temos aqui? Qual é o seu problema?
– O meu problema? Ah, que grande problema é eu querer casar com a mulher que eu amo! Deve ser um crime. – O tom sarcástico não esconde a faísca de ira. – Vou ser preso por amar demais!
Eu não deveria, mas ri. Porque eu sempre ria das piadas completamente fora de hora e inconvenientes dele. Porém, ele não riu junto comigo.
O som do riso foi esmorecendo e se tornado um eco seco até chegar ao mais denso silêncio.
– Desculpe, eu fui muito mal educada. Eu não deveria ser tão grossa. É só… – Apertei os lábios, escolhendo as palavras com muito cuidado. – Esse é um tópico muito sensível pra mim.
– Eu sei, amor, é só… – Ele coçou a cabeça, cansado. – Você sempre me disse que estava aberta a mudar de ideia e semana passada eu pensei… – Ele balançou a mão pro ar com desdém. – Esqueça. É sempre assim.
– Assim como?
– Eu cedo – ele disse, inconformado. – Sou sempre eu que cedo.
Revirei os olhos, irritada.
– Você também só faz tempestade em copo d’água. Que frescura.
Aquelas duas palavrinhas “que frescura” funcionaram como um fósforo aceso perto de pólvora. E eu só percebi quando escutei o tom de voz magoado de ao replicar:
– Nossa, muito obrigado por achar que é frescura um sonho meu.
, pelo amor de Deus. Nós temos uma casa, moramos juntos há cinco anos. Dividimos as contas, temos um cachorro juntos. Isso não é casamento? O que você quer? Gastar dinheiro para encher a barriga de parente insuportável? Assinar papéis pra se divorciar 3 meses depois?
Um vinco apareceu em sua testa.
– Você acha que a gente vai se separar por conta de um papel assinado? Por causa de uma festa para celebrar o nosso amor?
Cruzei os braços, incapaz de abrir mão.
– Não quero casar. Nem com você, nem com ninguém. Quero continuar assim. Por que não podemos ficar assim?
– Ok – disse ele.
– Ok – respondi.
Porém, não estava nada ok. Muito menos quando abri a porta do quarto e vi que tinha mesmo preparado uma noite romântica – tinha até separado o vinil que gostávamos de escutar juntos e comprado a vela aromática que eu gostava. No banheiro, havia um banho preparado para mim.
Apertei os lábios e senti meu coração muito pequeno. fazia tudo e mais um pouco por mim – era o homem que boa parte das minhas amigas comentavam que queriam ter ao seu lado. Era como se ele tivesse saído de um livro de romance de tão atencioso que era.
O nosso relacionamento não era para ser sério. Era para durar algumas semanas, não 7 anos. Decidimos namorar, porque estávamos passando tempo demais juntos para ignorar o que crescia dentro de nós. Moramos juntos porque, bem, ele iria mudar-se para meu bairro, não era mais fácil dividirmos as contas? Adotamos , porque o cachorro nos escolheu primeiro.
Eu o amava, era verdade. Mas, de vez em quando, ficava constrangida com o tamanho do amor que sentia por mim. Era muito mais intenso, muito mais avassalador. Desde o começo ele mostrava ser um marido ideal.
Um marido ideal que eu não queria.
Escutei o barulho dos pés de . Ele estava perto. Meu coração batia forte e pedia para que eu não falasse nada… Deixe para lá, tudo irá se resolver.

Eu apenas olhei para ele. entendeu.
, esquece isso – disse. – Eu me precipitei. Achei que você tinha mudado de ideia.
Ele não tinha se precipitado – eu sabia. Semana passada eu havia comentado que talvez uma festinha pequena seria interessante para o próximo aniversário de namoro.
Um namoro com o marido ideal que eu me negava a casar.
Eu estava roubando o homem de outra mulher.
Meus olhos encheram-se de lágrimas. Eu estava sendo egoísta, mas não queria abrir mão daquilo.
Eu não vou me casar. Não vou.
– Eu preciso de um tempo… de espaço… pra pensar em tudo isso.
Uma parte de mim queria que ele tentasse me convencer a mudar de ideia. Queria que ele me beijasse e dissesse “deixa pra lá, amor’”. Porém, os ombros de cederam. Ele disse:
– Eu sei.


Capítulo 2

Eu fui dormir na casa de Dayane, minha amiga de longa data. Ela não fez muitas perguntas quando cheguei com uma mochila e cervejas. Sobretudo porque a frase “Vou dormir aqui por uns dias, briguei com o ” foi suficiente.
Realmente planejei não dizer nada a ela. Queria apenas encher a cara e maratonar Velozes e Furiosos como fazíamos em fins de semana chatos. Mas, então, eu estava soltando pragas contra e desabafei com Dayane.
Eu confesso que esperava que ela ficasse ao lado do meu namorado. Era a mais romântica do nosso grupo de amigos, sonhava em casar e ter filhos. Infelizmente, era também a que tinha mais dificuldade de encontrar alguém que se encaixasse em seus pré-requisitos inalcançáveis.
Pensei que Dayane ia me encarar com seus olhos claros e dizer que eu estava errada. Por que não casar? É só um papel. Está com medo dele querer levar seu carro ou os móveis que compraram juntos? Separação de bens existe por isso.
Sendo advogada, minha amiga teria muitos argumentos para me convencer o contrário; eu, porém, não mudaria de pensamento, e então iríamos discutir.
Porém, eu não tinha levado em conta um detalhe. Dayane poderia ser uma romântica incurável, mas também era a mulher mais sábia que eu conhecia. Quando terminei meu monólogo, minha amiga apenas colocou a mão no meu ombro e disse as palavras mais inteligentes do mundo:
– Vamos beber.



Que bom que eu tinha uma sessão de terapia para aquela semana... Foi o que pensei na sexta. Mas, quando a terça-feira chegou, percebi que foi um pensamento ingênuo.
não ligou para mim. Ele também não apareceu no domingo pedindo para que eu passeasse com , e então usei isso como desculpa para conversar. Não recebi nenhuma mensagem perguntando onde eu estava dormindo. Nem mesmo perguntou se eu ia me mudar para um apartamento novo.
Um grande silêncio por três dias. Silêncio que eu pedi, mas não calculei as consequências. Mesmo na segunda-feira, o dia mais corrido no trabalho, pensava constantemente nele – vi o doce que ele queria na padaria enquanto corria entre prédios para ir em uma reunião. Vi também um moço no metrô usando uma camisa do Han Solo, personagem favorito de Star Wars de .
Na terça, dia de terapia, recebi um pacote no trabalho com o box de Duna que eu comprei há uma semana para surpreendê-lo. Meu coração apertou no peito quando percebi que não podia entregá-lo ao chegar em casa e vê-lo sorrindo como sempre.
Minha terapeuta tinha uma aparência sempre impecável, assim como a sala. Também me impressionava o quanto a temperatura do ar condicionado estava sempre certa para deixar o ambiente agradável. Ainda assim, eu suava. Toda a situação me deixou ansiosa e eu precisava falar com alguém que pudesse me fazer as perguntas certas para eu encontrar a resposta que tanto me perturbava.
– Então, por que você acha que odeia tanto a ideia de se casar?
A pergunta de um milhão. Por quê?
Eu vivia como uma mulher casada, por que odiava a ideia de ter uma festa e assinar uns contratos?
Olhei para os olhos escuros da minha terapeuta. Eles eram grandes e muito atentos.
Eu não queria admitir para ela, mas as diversas justificativas que vinham à mente, até mesmo as que disse ao meu namorado, não eram suficientes.
Então, toquei na ferida. Aquela que tapei com uma peneira, cobri de areia e fingi que uma hora iria sumir com a força da minha mente.
– Meu pai teve muitos casamentos. – Ela balançou a cabeça indicando que escutava. – Eu lembro de cada um deles. Eram festas incríveis… – Encolhi os ombros. As palavras pesaram na boca, mas, ainda assim, continuei: – Nenhum desses casamentos demoravam muito. Engraçado: até mesmo o relacionamento dele com minha mãe foi assim. Eles namoraram por 5 anos, ficaram casados por apenas 2… E eu fico pensando… Que o casamento estraga as coisas. Que quando eu assinar aquele papel será a mesma coisa que assinar a contagem regressiva para o fim das coisas entre eu e .
E eu estava chorando. Não importava o quanto eu estivesse bem ou em total controle das minhas emoções: sempre que eu sentava naquele sofá, eu chorava.
– Eu não quero perdê-lo para o casamento – eu ri, sem humor. – Que irônico, né? O casamento era para ser o maior símbolo do amor.
– Na sua perspectiva, qual símbolo você acha que melhor representa o amor?
Soltei um suspiro. Era uma pergunta difícil.
– É quando eu acordo de manhã e vejo ao meu lado. E sei que quando chegar em casa ele vai estar lá, independente de que situação eu esteja – confessei. Meu peito apertou-se um pouco. – Às vezes sinto que não sou suficiente para oferecer o tanto de amor que ele me dá.
alguma vez chegou a se incomodar com isso? – Ela perguntou e eu balancei a cabeça negando. – Seu jeito de amar é diferente, . E tudo bem com isso…
Peguei lenços de papel que estavam na mesinha que nos separava e enxuguei os olhos.
– Eu queria fazer isso. Você sabe, casar. Por ele. Por tudo que ele fez por mim e…
… Você não precisa casar se não quiser.
Quando ela falava sério daquele jeito, os olhos ficavam mais vidrados. Quase podia ver as palavras cruzando e atingindo minha cabeça.
– Você precisa comunicar o que realmente te incomoda. Se é esse homem que você fala tão bem nas nossas sessões, ele vai entender. – Aconselhou. – Se não é… Talvez você devesse olhar para ele com olhos mais racionais e reconhecer que ele tem defeitos.
Soltei mais um suspiro. Ela tinha razão. Só não sabia se eu tinha coragem de falar para o sobre meu pai. Não de novo. Não depois das coisas que ele disse para meu namorado.
Meu pai odiava e o magoou muito anos atrás, logo quando começamos a ficar juntos. Desde então, como eu não era mesmo muito próxima dele, nunca trouxe à tona esses pensamentos.
Tantos anos de relacionamento e não me conhecia de verdade, enquanto eu sabia quase todos os segredos dele.
Se o amor diz respeito ao merecimento, eu não merecia . Porém, depois daquele encontro com a minha terapeuta, percebi que eu queria fazer por merecer.


Capítulo 3

Mesmo diante de tanta determinação que senti ao sair do consultório, quando o vento do fim de tarde bateu em meu rosto e fui pegar o metrô, o discurso que eu queria fazer para ainda não estava pronto. Eram palavras desconexas, nervosas e que me deixavam com vontade de vomitar meu almoço. Passei um tempo enrolando pelas ruas, comprei um pastel com caldo de cana e brinquei com o cachorro de um desconhecido. Tudo isso para, no final, não ter coragem de ir para casa.
Minha amiga não se surpreendeu quando cheguei em seu apartamento, mas perguntou:
– Você chegou a conversar com ele?
Neguei com a cabeça.
– Ele também não tentou falar comigo – me defendi.
Dayane levantou as sobrancelhas como de quem tinha algum comentário, mas decidiu ficar quieta.
– Você compra a janta hoje. Tô a fim de sushi.
– Sim, senhora. – Sorri.
Porém, mais tarde, eu não conseguia dormir na cama com Dayane, ou no sofá, ou mesmo na poltrona que custou uma parte do fígado da minha amiga.
Eu sentia falta de , do cheiro dele e da sua necessidade de sempre estar perto. Sentia falta dele pedir para que eu o abraçasse enquanto dormimos e ficar observando-o dormir quando amanhecia.
E sentia falta de , meu Deus. Que saudades eu sentia do nosso cachorro.
Então, às duas da manhã, peguei meu celular para ter certeza que ele estava online e liguei para seu número. atendeu no segundo toque.
– Oi – eu disse. Cocei a garganta e falei baixinho. – Você pode falar?
– Claro – ele disse e eu escutei o barulho do cachorro latindo.
ainda está acordado?
– Ele sente sua falta.
Meus olhos marejaram. Não fazia nem mesmo uma semana que eu tinha pedido um tempo, mas pareciam dias e horas longas demais para suportar. Eu queria minha casa, meu cachorro e meu amor.
, eu…
– Me perdoa, – ele disse antes que eu completasse a frase. – Eu fui egoísta. Só estava pensando no que eu queria. Esses dias sem você aqui, sem falar com você... foram insuportáveis. Para mim e para o . Sim, ter um casamento é um sonho que eu tenho, mas não quero ter isso e em troca perder você.
Pus a mão na boca para conter o gemido de choro que eu ia soltar.
– Eu que deveria pedir desculpas, meu amor. Eu não levei em consideração que isso era importante para você e nem contei o porquê, de verdade, eu não queria me casar. Minha cabeça é toda errada, .
– Eu entendo, meu amor e amo você por inteiro. Não só as coisas boas que você tem. – Ele disse, a voz no tom morno que eu conhecia. – Não preciso de um casamento se você não quiser também.
Ficamos em silêncio. Eu deveria dizer que o amava de volta, porque era algo que eu sentia, mas às vezes era difícil confessar. Então perguntei:
– Quando eu posso voltar para casa?
Meu coração batia muito rápido. ficou em silêncio por mais tempo do que o normal. Como se pressentisse que o silêncio era muito estranho, também latiu.
– Está muito tarde para você ficar andando por aí. Pode ser de manhã? Queria te ver antes de você ir para o trabalho. Posso fazer panquecas, sei que você gosta dessa bomba calórica.
Eu sorri aliviada e muito feliz.
– Te amo, .
– Também te amo, amor. – Ele bocejou. – Vou dormir agora, está bem? E manda um beijo para Dayane.
– Como é que você sabe que eu estou na Dayane?
Ele soltou um barulhinho como de quem achava aquela pergunta besta.
– Bem, alguém tinha que me avisar caso você tivesse morrido.
Eu desliguei quando ele soltou uma risada, mas mandei uma mensagem de boa noite antes de voltar a me deitar.


Capítulo 4

– Bom dia! Você…
Abracei com força. Ele usava o pijama que eu havia dado de presente no natal passado, que passou a ser o uniforme oficial desde que ele começou a trabalhar apenas em home office. Cheirava a banho recém tomado. Era quente como um café no inverno.
– Nunca mais eu vou fazer isso. – Eu disse. – Você está preso a mim para sempre.
– Pois fico muito feliz em receber esse tipo de ameaça – disse ele antes de me dar um rápido beijo.
Os lábios de eram singulares. Beijo nenhum era como o dele.
– Quando você estava longe, você pensou em mim? – Ele perguntou quando me afastei. Fiz um breve carinho no cabelo bagunçado dele.
– O tempo inteiro. – Ele sorriu. Era o sorriso mais lindo do mundo.
era meu lar e minha família.
latiu e levantou-se, agarrando em minhas pernas. Não podia esquecer: ele era minha família também.



Havia se passado um ano desde o dia em que eu saí de casa. Tive muitas conversas difíceis com , mas ele foi tão compreensivo como era todas as vezes que eu contava algo do meu passado, das marcas que meus pais deixaram quando era criança. Qualquer comentário sobre casamento sumiu como se nunca fosse uma questão entre nós.
Mas, então, abri uma pasta no Pinterest com inspirações de casamento. As conversas com minha terapeuta começaram a fazer mais sentido.
O casamento poderia ser um compromisso, uma celebração de um amor existente ou uma prisão. Podia acabar ruim ou terminar até que a morte separasse os noivos. Poderia ser grande coisa ou algo corriqueiro. As pessoas se casam o tempo todo, não é? Eu poderia querer ou não querer.
Quase um ano depois dessa separação, depois de ir num casamento de amigos próximos, eu resolvi que queria sim casar com .
O pedido não foi nem um pouco romântico como ele fizera daquela vez.
Eu tive que comprar novas alianças, porque as que ele comprou tiveram que ser vendidas para pagarmos o conserto de um encanamento (esse dia foi louco!). Estávamos em um restaurante comum que íamos a cada três meses. Nervosa, me atrapalhei a me ajoelhar no chão e disse sem muita cerimônia:
– Você quer casar comigo?
De início, meu namorado ficou com a testa franzida sem entender o que eu estava falando. Então o sorriso que ele deu era belíssimo e a resposta positiva foi tão alta que chamou mais atenção do que a posição em que eu estava no meio do restaurante.
Ele, que era muito tímido para fazer coisas assim em público, beijou-me de um jeito que quase arrancou todo o meu fôlego. O rosto ficou vermelho de euforia e parecia que nunca tinha usado um anel na vida quando coloquei no seu anelar direito.
Um pouco constrangida por ter tantos olhares em nós, abracei-o forte.
– Quero que seja com separação de bens, hein? Não quero que você leve meu carro embora caso dê errado.
Ele soltou uma risada.
– Se terminar com você significa ficar com aquele carro feioso, iremos ficar juntos até o fim das nossas vidas se depender de mim. Não quero nem de graça. – E me beijou mais uma vez.
Quando fiz isso, estava pensando que viveria só uma vez, que era bom arriscar um pouco às vezes. Porém, quando ele me olhou com os olhos brilhando e disse que me amava, eu soube que seria meu primeiro e único marido.




FIM



Nota da autora: That's When é uma das minhas músicas favoritas do álbum. Top3 mesmo. Eu gosto de músicas que retratam um amor que é realmente bom, mas que há brigas, problemas e discussões. Afinal, é assim na vida real, não é?
Que você tenha gostado de lê-la da mesma forma que eu gosto de escutar essa música. Deixe um comentário, por favor ❤ ficarei muito feliz!

Até a próxima.

Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.



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