Capítulo Único
Dei um nó na gravata preta sem dificuldades. Coloquei por cima da camisa o clássico terno, também preto, feito sob medida para que eu pudesse usá-lo na última première do último filme. O quão triste pode ser isso? A cor combinava exatamente com a situação.
Apesar de tudo, valeu cada segundo desses cinco anos filmando Os Comandados. Eu consegui mais reconhecimento e os fãs estão pelo mundo todo! De volta ao tempo, acho que não pensaria que minha vida mudaria tanto depois de uma simples ligação onde contaram as boas novas: o papel principal era meu.
Stephanie, a nossa assessora, adentrou pelo quarto número 8214 do hotel por onde eu já havia passado outras quatro vezes.
- Londres te espera pela última vez, – Olhei meu reflexo no espelho e desejei que mais alguém estivesse ali. Me virei para Stephanie, que parava prontamente ao lado do frigobar – Eu também queria que ela estivesse aqui. Mas não adianta ficar lamentando. Liam está te esperando no carro lá embaixo. Devemos ir logo.
Estava comemorando meu contrato com uns amigos e uma garota cujo o nome eu já esqueci. A campainha tocou e me peguei vendo se estava faltando alguém. Com certeza, deveriam ter chamado mais gente.
Abri a porta e me deparei com uma garota alta. Ela deveria ser modelo por ter um corpo daqueles. Ela usava um pijama de bolinhas e parecia irritada.
- Pois não? Eu não te conheço, mas sei que está com o figurino errado. Isso aqui não é festa do pijama, a não ser que você queira – ergui as sobrancelhas de forma que parecesse malicioso combinando com meu sorriso. Acho que não a agradou muito.
- Eu não quero festa nenhuma! Eu quero que você abaixe a porcaria desse som, porque, em plena quarta-feira, todos os seus vizinhos querem dormir.
- Engraçado que nenhum veio reclamar, só você.
- Deve ser porque eles já tomaram altas doses de remédio, só pode.
- Os incomodados que se retirem.
Ela começou a ficar vermelha de raiva. Percebi que ela fechava a mão e estava prestes a me socar. Ao invés disso, tirou o celular do bolso e digitou qualquer coisa. Ela estava ligando para alguém, pois colocou no modo viva voz.
- Central de Atendimento da Polícia, posso ajudar? – Arregalei os olhos e percebi a encrenca em que havia me metido.
- Sim, gostaria de reclamar que tem um vizinho meu que está fazendo um barulho danado à uma da manhã. Eu tentei conversar com o cara, mas, aparentemente, ele não é adepto da boa educação – reclamou – Acho que até dá para ouvir pelo telefone.
Tomei o telefone de sua mão, quase deixando-o cair. Fiquei tomado pelo medo de perder o contrato por causa dessa garota, não podia deixar assim.
- Muito obrigada, moça, mas já resolvemos, ele vai desligar. Desculpe tomar seu tempo. – Apertei o botão de desligar.
Ela arqueou as sobrancelhas do mesmo jeito que eu fiz anteriormente. Encarou meus olhos castanhos, que eu considero raridade nesse país. Me virei para o apartamento e fui até o equipamento de som. Ouvi meus amigos murmurando palavras negativas.
- O playboyzinho está devendo alguma coisa para a polícia para se borrar todo desse jeito? – Perguntou, com um sorriso de vencedora.
- A princesinha não sabe se virar e tem que recorrer às autoridades, é? – Ela respirou fundo e disse:
- Se a vossa senhoria tivesse utilizado da educação que sua mamãe te deu, eu não precisaria tomar certas atitudes. Boa noite.
Agora eu fiquei irritado e bati a porta assim que ela saiu correndo. Mas eu seria um iludido pensando que ela sairia da minha cabeça. Essa provocação toda...
- Hey, . Acorda – disse Liam. Eu estava preso em uma outra realidade, nos meus pensamentos – Você tá pensando nela?
- Se eu não estivesse, você acreditaria? – Perguntei. Ele deu um risinho, claramente zombando da minha cara.
- Você é louco por ela. Por que não deu certo? – Perguntou. Eu não estava afim de falar qualquer coisa. Apenas mexi as mãos como sinal de indiferença e Liam inspirou fundo – Se você não quiser falar, tudo bem. Só acho que, independentemente do que aconteceu, não deixa isso no ar. Não vale a pena, cara. Quando o assunto é amor você fala diretamente, não dá pra esperar.
Para ele parecia fácil. Mas o que eu fiz com ela, não parecia ter volta.
Aquela garota não saia da minha cabeça. Eu não a odiava por reclamar do barulho. Eu a odiava por ser tão segura e cheia de si a ponto de conseguir me matar com palavras. Eu queria beijá-la.
Não, , você a odeia. Lembre-se de que ela não faz seu tipo, mesmo com aquele corpo digno de uma deusa.
À noite, quando todos foram embora e Rebeccah complementou a comemoração por eu ter conseguido um papel em uma nova franquia do cinema, eu só conseguia imaginar como seria se a minha tão odiada vizinha estivesse no lugar dela.
Passei a mão pelo colchão e percebi que não havia mais ninguém ali, apenas um pedaço de papel onde ela implorava para eu ligar quando acordasse. AHAM, beleza, que vou ligar, sim.
Rasguei o papel assim como eu estaria rasgando seu coração. Ah, eu nem ligava. Essas garotas têm que aprender que só sexo não é amor, é apenas uma diversãozinha.
Olhei para o relógio e vi que estava atrasado. Eu teria que pegar um trem para Warrnambool logo e se eu não chegasse lá até amanhã cedo, eu estaria encrencado. E são quinze fucking horas de viagem. Nem para pegarem um avião até Avelon ou Melbourne.
Não reclame, , pensei. Eles me deram um emprego quando eu mais precisava. Um emprego digno de , que deixaria meus pais orgulhosos quando vissem o resultado em uma tela gigante.
Quando eu ia ligar para pedir um táxi, o produtor do filme, Francis Harris, me mandou uma mensagem.
“, a nossa diretora está saindo de Sydney também. Ela vai passar na sua casa e vai trazê-lo para Warrnambool de carro. Fique pronto em dez minutos”.
Como pronto eu já estava, decidi descer para esperar a tal mulher no hall. Me deparei com a pessoa que eu estava tentando evitar: a tal vizinha princesinha.
- Não, não pode ser. Você é o tal atorzinho do meu filme? – ela deu risada – Não acredito.
- Seu filme? Você é a diret...
- Sim, eu sou. Agora vamos logo, temos que chegar lá em 20 horas e é um caminho longo até Warrnambool – ela me cortou e se levantou até a porta que nos levava à garagem.
Ela me guiou até sua minivan. Sim, uma minivan. Eu pirava naquele carro desde que eu o vi pela primeira vez na garagem. Se eu soubesse que era dela, teria procurado saber mais muito antes, se é que me entende.
- Eu acho sua minivan muito foda. Tipo, muito mesmo.
- Não venha tentar se redimir comigo, garoto. Você está na minha lista e, acredite, eu tenho poder dentro desse longa. Qualquer coisinha que você fizer, diga adeus a Warrnambool e a sua carreira de ator.
- Você não é daqui, né? Você tem um sotaque – Fingi que ignorei o que ela havia dito. Ela bufou e disse:
- Sim, vim para cá faz um mês para dirigir o filme.
- Hmm, a garota toda americana... – Ela fez uma cara como quem não entendeu, mas relevou e bufou.
Ela ligou o carro e começou a dirigir. Seria uma longa viagem e eu não sabia o que falar para melhorar o clima e a minha situação.
- , – chamavam os repórteres. Era tanta atenção que eu não sabia para quem olhar – Onde está ?
Não foi só uma vez, foram várias. Todos os jornalistas perguntavam a mesma coisa.
- É verdade que vocês tiveram um caso? – Outro perguntava – Você terminou com Claudia por conta dela?
Queria bater em cada um deles, acredite. Eu queria mesmo. Como se fosse da conta deles. Contras da fama. Respondia qualquer coisa, dizia que não sabia e que não tivemos nada.
Acabou que eu só dizia verdades. Não tivemos nada, tivemos uma química forte que eu nem sei de onde surgiu. Eu a amava e ela também. Mas nunca passou de amassos proibidos. Só que Liam estava certo. Eu não podia deixar o amor escapar desse jeito.
Estávamos no meio da gravação do primeiro filme. Era uma cena de romance com a minha co-star Ava Smith. Já estava me entendendo melhor com a minha diretora princesinha.
- Então, o casal vai se encontrar no meio do cenário e vão dizer suas respectivas falas. Depois, vocês vão caprichar no beijo e fim de cena. Beleza? – afirmamos com a cabeça – Em suas posições!
Depois de passar as informações, corri até e cochichei em seu ouvido.
- Fica tranquila, não precisa sentir ciúmes. Meus sentimentos são somente seus – ela arregalava os olhos toda vez que eu falava alguma coisa do tipo e eu não pude deixar de cair na risada, assim como todas as outras vezes – É, princesinha, um dia “você e eu” passará a ser “nós”.
O pessoal em volta ria junto comigo, mas eu sei e também sabe que toda zoeira tem um fundo de verdade.
Depois da première e de toda aquela rotina de estreia, haveria uma after party somente para os convidados, mas eu tinha outros planos. Reconquistar é o único e para esta situação, não existe um plano B.
Peguei um carro e pedi para o motorista me levar de volta ao hotel. A surpresa deveria ser única e foi somente nisso que eu pensei enquanto assistia ao longa pela décima quinta vez.
- Antes, passe em um restaurante chinês – Yakisoba não poderia ficar de fora disso!
- Não temos mais vagas, senhora. Apenas um quarto para casal. Se a senhora cedesse em ficar com seu acompanhante, garanto que será a melhor estadia de vocês aqui em Yulara.
pensou, pensou e pensou de novo.
- A princesinha poderia ceder, não é? Não custa nada – ela bufou e murmurou algum palavrão.
- Quando você vai cansar de me chamar de princesinha? – Ela olhou para a simpática recepcionista e continuou – Acho que vou ter que ficar com esse quarto mesmo, não tem outro jeito. O que tem para comer?
- Sempre pensando em comida – disse e ela deu risada.
- Hoje o cardápio é chinês – a recepcionista nos entregou a chave e disse que mandaria um banquete, sim, um banquete para o nosso quarto logo.
- Caramba, , você está com fome, né? Um banquete.
- Ah, cala boca, moleque! Você come mais que eu, sabe bem disso – retrucou ao abrir a porta do quarto e encontrar nossas malas lá.
- Você vai dormir no sofá. Não quero nem saber, sou eu quem manda aqui, playboyzinho.
- Não, linda, aqui não é o set de filmagens.
- Tudo bem, vamos entrar num acordo? Você dorme na cama se deixar eu assistir meu programa favorito.
- E que programa é esse?
- Ahn, é... – ela suspirou e disse – Say Yes to the Dress.
- O quê? A renomada diretriz de cinema, , vencedora do Oscar assiste um documentário sobre vestidos de casamento? – Sim, eu fui um filho da puta e ri da cara dela como se não houvesse amanhã. Ela me olhava com uma cara vazia e eu acabei ficando com dó dela – Tudo bem, eu assisto com você esse lixo.
O serviço de quarto havia chegado e deitamos na cama enquanto comíamos quase cinco porções de Yakisoba e seus adicionais. Com certeza, teria que acordar mais cedo amanhã para perder umas várias calorias na academia!
- Mas que bosta, ! Essa mulher deveria ter escolhido o outro vestido, esse aí é uma desgraça! Esse programa está me irritando.
- Cala essa sua boca, , você não sabe nada de vestidos de casamento.
Estava ansioso. Não sabia se iria conseguir, mas eu farei qualquer coisa para tê-la de volta. É isso que eu quero e assim deve ser as coisas. Você deseja, você consegue.
O carro parou no hotel e eu corri até o elevador. Não poderia perder tempo, do jeito que é, já estaria pegando um avião e ir para casa.
Bati no 9021. Demorou um tempo, mas ela atendeu, estava falando com alguém no telefone e desligou rápido.
- Olha, , fala o que você quer e vá embora. Eu estou cansada dessa história toda – estava usando um robe preto e fino. Parecia estar com frio.
- Eu trouxe yakisoba– ela suspirou – Posso entrar?
- Só porque eu gosto muito disso.
A cama estava desarrumada e a TV estava ligada. Aparentemente, ela não saiu desde ontem quando tivemos que dar uma entrevista para a rádio inglesa.
- Eu queria dizer que – ela me cortou.
- , eu não quero ouvir. Você só está aqui por causa da comida. Eu não quero saber o que você fez ou deixou de fazer por mim. Acabou. Acabou o que nem tinha começado.
- Era um contrato. Eu não podia quebrar aquele contrato – Ela me olhou firme nos olhos esperando eu continuar – Se eu quebrasse, eu estaria comprometendo minha carreira no cinema. Eu queria largar tudo e correr atrás de você, mas eu não tinha certeza se o que você sentia era realmente verdadeiro e você iria fazer o que você fez por mim. Você saiu correndo e eu não pude nem explicar.
Ela pegou uma garfada do macarrão e olhou para a TV. Continuava olhando para ela e até esqueci o que eu estava fazendo. A curiosidade se espalhava no meu corpo e eu queria correr até o outro lado do quarto onde ela estava sentada para abraça-la e cuidar dela.
- Eu quebrei o contrato, . Eu escolhi você, a única coisa que vale para mim.
- Por que você não me disse, seu otário! Eu teria entendido, porque, até onde eu sei, eu sou muito compreensiva – Abaixei a cabeça.
- Eu sei disso, . Mas você saiu correndo, como que eu ia te explicar? A Claudia não significa nada para mim! – largou a caixinha do yakisoba em cima da mesa e veio até a borda da cama, onde eu estava sentado.
- Eu te amo, . Eu faria qualquer coisa por você! – Eu não esperei que ela continuasse, eu a beijei, no início era bem tímido, mas quando ela me deitou na cama, as coisas ficaram mais intensas e tudo mais.
- Eu não acredito que você esqueceu a chave de novo! , você está ligada que o set está a QUINZE horas daqui? – Retiramos as malas do elevador e ela continuou:
- Sei, por isso eu liguei para o Liam trazer para mim, ele ainda está lá filmando uma promo – Ela disse, enquanto eu abria a porta.
- Eu não vou arranjar outro chaveiro para você – Lembrando do ano passado, quando ela foi em um encontro catastrófico com um cara e depois foi para um bar e ficou bêbada. Fui buscá-la, mas eu não vi chave nenhuma. Como eu iria saber?
- Tudo bem, a sua cama está ótima para mim hoje – Ela disse e eu olhei maliciosamente para ela – Nada disso, seu tonto! Você, como um cavalheiro que é, dormirá no conforto do sofá.
- Com uma condição – Ela olhou e fez sinal com as sobrancelhas para que eu continuasse – A princesinha vai ter que me dar um beijo!
Ela me beijou na bochecha e entrou no apartamento.
- Pronto! Vou já trazer seus objetos para cá pois eu estou mooooorta! – enfatizou no morta.
deve ter problemas com interpretação, porque eu falei beijo na boca! Essa garota me deixava louco!
Fazia pouco tempo que estávamos “bem”. Ela parou de ser chata comigo quando ficamos no mesmo quarto de hotel e assistimos àquele programa sobre vestidos de casamento.
Desde então, somos bons amigos e, bom, isso é fantástico. Mais um passo e estamos em outro nível. Ok, não é sempre assim que deve acontecer, mas o que eu sinto quando estou com ela, a química que surge quando nós nos olhamos, causa quase uma explosão! Pra quê terroristas quando se tem e ?
- Mas e agora, como você fica? Estou preocupada – ela perguntou e eu sorri. Era legal ter alguém se importando de verdade de vez em quando...
- Depois que eu completar todos os compromissos relacionados a franquia, eu vou ter que sair da Universal. Quando eu liguei para eles outro dia, foi isso o que me disseram – Ela abaixou a cabeça – Não fica assim, Jenny! Eu fiz por amor, e quando as coisas são feitas com amor, elas valem a pena.
Ela me surpreendeu com outro beijo e a luz da lua adentrava pela janela do quarto. Conseguia ver o London Eye de longe. Ei! Isso me deu uma ideia!
- Já sei onde vamos assumir nosso namoro publicamente! – Disse e ela se sentou na cama.
- Mas já, ? – Sorri e mexi os ombros.
Era sexta de manhã. Gravávamos o quarto e penúltimo filme em Sydney – e não mais em Warrnambool, mais conhecido entre nós como “o fim do mundo” - e estava tudo bem. A cena com Elizabeth já fora gravada e, bom, só restavam mais quinze para o dia!
- , ligação para você. É urgente! – Stephanie, nossa assessora veio correndo com um aparelho na mão. Eita! Deve ser meu agente que viu o que eu fiz ontem à noite e ficou um pouco irado.
- Alô?
- , amanhã você tem uma reunião bem cedo. Nada de festinhas essa noite, meu caro, porque o negócio é sério! – Fiquei com um receio, mas tudo bem. Estava precisando descansar mesmo depois desse dia longo, a noitada fica para o próximo sábado.
Na manhã seguinte, meu agente não me disse onde iria me levar. Ele estava misterioso e fiquei com uma pitadinha de medo. Chegamos em um hotel cinco estrelas e continuava confuso.
Um cara de preto estava nos esperando e ele nos levou até um quarto no décimo andar.
- Jack! Quanto tempo, meu caro! – Meu agente e um outro cara com camisa social se abraçaram e se voltaram para mim – , um prazer te conhecer. Adorei o terceiro filme, mal posso esperar para o quarto! Vamos falar de negócios?
- Claro! – Disse Jack.
- Bom, talvez você conheça, mas eu administro a vida de Claudia Traisac – Claudia o quê? Não, eu não conheço – Bom, Claudia está precisando de uma certa atenção e eu falei isso ao pessoal da Universal e eles querem fazer um contrato para que você e ela tenham uma relação amorosa por dois anos.
DOIS ANOS? EU VOU FICAR TRANCADO EM CASA POR DOIS FUCKING ANOS COM UMA GAROTA QUE EU NÃO CONHEÇO? NÃO, NÃO ACEITO! O QUE SERÁ QUE ELES ACHAM DE UM CANTOR POP ATUAL, EU NÃO, PORRA!
- A Universal também disse que, Claudia é uma ótima atriz e merece fazer uns filmes, mas ela perde as chances para gente do tipo Shailene Woodley ou Clhoe Grace Moretz.
O PROBLEMA É TODO DELA! A CULPA NÃO É MINHA QUE ELA DESCONHECE O QUE É ESFORÇO. E-S-F-O-R-Ç-O.
- Então, eles disseram que se o senhor não assinar este contrato, você será demitido da Universal. Se você assinar e quebrá-lo também, mas só depois que acabar o que estiver fazendo em relação a franquia Os Comandados.
OK, ESSE CARA FILHO DA PUTA ACABOU COM A MINHA VIDA! Eu não conheço essa atriz aí, que não consegue papel nenhum, mas A RAIVA QUE EU SINTO DELA ESTÁ SUBINDO.
De acordo com essa merda de contrato, eu não vou poder sair com outras garotas em público e na minha vida privada por dois anos. Ou seja, eu vou ter que fingir isso tudo até para os meus amigos. Quer acabar com a dignidade de alguém? Arranje um contrato desses!
A minha vontade era de estrangular esse cara e também o Jack. EU QUERIA ESTAR MORTO.
- Bom, olá pessoal! Meu nome é e eu estou aqui para fazer um pronunciamento. Não é algo do tipo chato, quer dizer não para mim. Eu só queria dizer que eu acredito em destino e o destino me trouxe alguém lá de Nova York e caiu bem no meu prédio. Ela dirige uma minivan e isso me deixa louco. Que garota dirige uma minivan, não é? – o pessoal olhava para mim, mas eu só tinha olhos para ela – Então, eu senti que estava certo. Eu e ela. Se está certo, não pode estar errado, certo?
“Ela me odiava no começo, mas eu não ia desistir de ganhar sua atenção. Surgiu, do nada, uma química forte desde o início e eu nem tinha planejado. Viajamos várias vezes juntos para lugares inusitados e sua força emocional, sua segurança, sua capacidade e seu talento me conquistavam a cada segundo. Por um momento eu achei que ela fosse tímida, mas um dia, ela se mostrou destemida. Fala sério, essa garota é sensacional, não? Queria fazê-la derreter, mas ô bichinho difícil de se conquistar!
Trocamos segredos e verdades, que eu não contaria para ninguém. Mas o que eu vou contar agora, é a verdade do meu coração. , você é tudo para mim. Sei que houve uns devaneios no nosso caminho, mas eu sempre te amei. Eu sabia que isso ia acontecer desde o dia que você apareceu lá em casa para reclamar do barulho. Eu quero que você seja minha para sempre, ok, princesinha? Obrigado, pessoal. Era só isso.
As palmas começaram enquanto eu descia do palco. Provavelmente, à essa altura da noite, várias pessoas estavam bêbadas, mas espero que alguém se lembre. Alguém, .
Aquela foto me deu um tapa na cara. Eu não acredito que está namorando o mesmo cara que a humilhou há alguns meses. E por causa dessa porcaria de contrato, eu não posso tentar impedi-la de fazer esse estrago! Esse tal de Nicholas está em segundo na minha lista de filhos da puta!
Agora vou ter que encará-lo com um sorriso no rosto só para ficar feliz nesse jantar de casais que ela está organizando. Será que se eu introduzisse a Claudia para o tal de Nicholas ele, sei lá, por algo do destino, se apaixonaria por ela?
Depois daquele jantar, o clima ficou bem tenso entre eu e o Nicholas. Não me arrependo de ter sido rude, mas poxa, ele provocou! Dizendo um monte de besteira sobre o nosso filme que não pude deixar de rebater. Como consegue namorar um cara desses?
Ele foi embora antes de todo mundo e acabei ficando lá com a Claudia para ajudar a arrumar as coisas.
- Você está bem? – Perguntei a . Ela estava com uma cara de cansada. Com certeza seria por causa daquele imbecil.
- Sim, sim. Esses copos são guardados ali – Ela apontou para um armário embaixo da pia – Obrigada, gente. Vocês são ótimos!
Claudia sorriu e a abraçou. Ahn?
- Foi um prazer vir aqui, ! Conhecê-la foi algo que eu nunca esquecerei. Não se esqueça também que você é uma pessoa incrível do jeito que você é – sorriu e Claudia pegou sua bolsa – Vou indo, muito obrigada por tudo!
- Vou ficar aqui para ajudá-la com o resto, tudo bem? – Perguntei a ela.
- Claro, amor! – Eca, ela não era meu amor.
Terminei tudo enquanto pegava um vinho para nós.
- Você não está bem, . Somos amigos, você pode me contar o que está acontecendo, sabe disso – Pelo menos eu tentei!
- Não, , está tudo bem. Sério! – Disse e tomou a taça de vinho inteira num gole só.
- Bom, acho que vou indo, então. Está ficando tarde e você deve estar cansada.
Ela me acompanhou até a porta e fui em direção às escadas. Antes dela fechar a porta completamente, voltei e a abri. Em um ímpeto, eu a prensei na parede e a beijei. Achei que ela não fosse gostar, mas eu precisava fazer isso porque aquela do jantar não era . Era uma boneca daquele panaca.
Pelo contrário, ela retribuiu bem o beijo. A coisa ficou tão intensa que ela começou até a puxar meus cabelos.
- – ela disse entre um beijo e outro – Eu acho melhor parar.
Soltei-a, já sentindo falta daquilo.
- Nada disso aconteceu, ok? – Ela disse. Roubei um selinho dela e fui embora.
Foi nessa hora que eu percebi: se você ama alguém, não espere muito tempo para contar isso a essa pessoa. Depois pode se tornar um “tarde demais”.
A fila do London Eye estava gigante. Nós preferimos enfrentar a fila, afinal, éramos mortais como as outras, não sei, duzentas pessoas que ali estavam. Essa coisa de “só porque é famoso tem privilégio” não existe no meu dicionário.
Encontramos alguns fãs que queriam tirar mais foto com a , que era a diretora, do que comigo.
Longa história: a é uma blogueira famosíssima no mundo todo! Gente até do Brasil lê suas postagens na internet e, digamos que ela é bem influente.
- Hey, vocês estão namorando? – Perguntou uma garota de uns treze anos. Ela viu que eu segurava pela cintura e logo presumiu. Olhei para e sorrimos juntos – Vocês estão, não é? Aquele boato do discurso foi real?
Afirmamos com a cabeça. A garota simplesmente SAIU GRITANDO “MEU SONHO FOI REALIZADO, PORRA, MEU OTP VIVE”.
Digamos que a crise de riso durou até chegarmos na entrada da roda gigante. Não conseguíamos parar de rir e a moça que cobrava as entradas estranhou.
Quando a roda girava no topo, peguei meu celular para tirar uma foto. Não da paisagem, mas dela. Ela estava sentada e olhava para o horizonte como uma verdadeira princesa.
“Princesinha da minha vida! #mrsallamerican”
Quando mostrei para ela o resultado, murmurei:
- Quem você ama?
- Você.
- Diga meu nome – Eu estava tão feliz, não estava acreditando que tudo isso aconteceu, sem ninguém para atrapalhar.
- . , eu te amo.
Estávamos filmando Os Comandados, dessa vez em uma floresta na África do Sul. Esse último filme é para ficar bem tenso e estávamos até dormindo em barracas. Cada uma cabia duas pessoas e tive que ficar com a de novo. Não que fosse como uma obrigação, até porque, bem, era a e estou profundamente apaixonado por ela. E exatamente por me encontrar nessa situação é que eu não queria.
Depois de um dia longo e cansativo, fomos até uma lojinha de conveniência de beira de estrada. Compramos umas cervejas e gelo para colocar na caixa térmica.
Estávamos conversando e rindo por um bom tempo, certeza que o resto do pessoal já estava dormindo, por isso cochichávamos.
- É, meu caro, último dia aqui – De risadas abafadas por travesseiros, a expressão facial de mudou completamente para o oposto.
- Que foi? Eu estou bem ansioso para voltar para casa. Você não?
- Não, não quero olhar para a cara do Nicholas de novo – ela cutucava a unha sem pintar. Abaixei a cabeça, não sabia o que dizer.
- É, eu também não quero olhar para a cara dele – Ela soltou uma risadinha sem graça e continuou:
– Eu não gosto dele, não sei porque estou com ele. Ele só me rebaixa, como se eu não fosse boa o suficiente, sabe?
- Por que, raios, você tá com ele, ? – Agora eu ia matar a minha curiosidade.
- Eu não sei, para ter alguém. Eu o uso de um jeito arrogante e é por isso que eu não ligo para as coisas horríveis que ele diz para mim. Porque eu consigo ser pior.
- , você não é assim. Larga desse cara na hora que chegarmos em Sydney. Se você quiser eu vou junto. Me prometa isso, ok? – Ela acenou com a cabeça.
Eu cheguei mais perto dela e a abracei. Ela deitou em meus ombros e assim dormimos.
- Não conta isso para...
...
Não demorei a tocar a campainha. Queria saber se estava tudo bem e se ela finalmente tinha terminado com aquele desgraçado.
Não. Quem abriu a porta foi ele mesmo.
- Olá, , posso ajudar? – Ele perguntou, bem ríspido.
- Eu só queria saber se tem novidades da edição. Estou ansioso para ver esse trabalho – menti.
- Ah, ela saiu. Vou deixar recado.
Passou-se algumas horas e nada de . Será que aquele filho da puta deu mesmo meu recado?
Deu sim.
A campainha tocou e eu fui correndo atender. Ela não esperou nem um segundo para me beijar insanamente.
- Eu te amo.
Aquilo foi tudo para mim. Eu olhei para a cara dela e sorri igual um bobo.
- Eu também te amo, princesinha!
...
terminou com o Nicholas por minha causa. Ele quase deu um soco na cara dela quando ela contou a verdade para ele. Pena que eu não consegui dizer a minha. Meu namoro com a Claudia era só um contrato inquebrável.
- E você e a Claudia? – Ela perguntou. Eu não queria responder.
- Vou terminar com ela – Menti. Eu não sei porque eu fiz isso. O sorriso de era a única coisa que não saia da minha cabeça.
- Amanhã? A gente podia contar logo para todo mundo, né? Já que não precisa mais de segredo, né?
- Claro... Claro..
...
- Ei, , como anda o processo com o quinto filme? – Perguntou a repórter.
- Muito bem! Estamos terminando de editar as cenas finais e eu estou super ansiosa para novembro!
- Incrível. E você, ? O que sua namorada pensa de você nesses filmes? – BANG, ouvi tiros no meu coração e o coração de se quebrando em metades.
- Ah, ela acha que não podia ser diferente. Quer dizer, ela também acha que parte disso tudo, dos filmes serem como são, vem da , mas acho que posso dizer que ela gosta bastante.
Não consegui olhar para o lado de novo. Mas senti os olhos dela em mim.
- , você aceita se casar com ? – Perguntou o padre.
- Sim – Estava louco para dizer essa palavra na frente de todo mundo.
- E você, , aceita como seu excelentíssimo esposo?
- Sim – Nunca fiquei tão feliz em toda a minha vida.
Trocamos as alianças e o padre finalmente encerrou, finalizando com o nosso beijo.
Vi fotógrafos do lado de fora tentando captar todos os momentos da celebração. Eu estava tão feliz que nem ligava, só por tê-la, finalmente ao meu lado.
Pode demorar um ano, ou um dia, mas o que for para ser, sempre achará o melhor caminho para se tornar real.
Apesar de tudo, valeu cada segundo desses cinco anos filmando Os Comandados. Eu consegui mais reconhecimento e os fãs estão pelo mundo todo! De volta ao tempo, acho que não pensaria que minha vida mudaria tanto depois de uma simples ligação onde contaram as boas novas: o papel principal era meu.
Stephanie, a nossa assessora, adentrou pelo quarto número 8214 do hotel por onde eu já havia passado outras quatro vezes.
- Londres te espera pela última vez, – Olhei meu reflexo no espelho e desejei que mais alguém estivesse ali. Me virei para Stephanie, que parava prontamente ao lado do frigobar – Eu também queria que ela estivesse aqui. Mas não adianta ficar lamentando. Liam está te esperando no carro lá embaixo. Devemos ir logo.
Estava comemorando meu contrato com uns amigos e uma garota cujo o nome eu já esqueci. A campainha tocou e me peguei vendo se estava faltando alguém. Com certeza, deveriam ter chamado mais gente.
Abri a porta e me deparei com uma garota alta. Ela deveria ser modelo por ter um corpo daqueles. Ela usava um pijama de bolinhas e parecia irritada.
- Pois não? Eu não te conheço, mas sei que está com o figurino errado. Isso aqui não é festa do pijama, a não ser que você queira – ergui as sobrancelhas de forma que parecesse malicioso combinando com meu sorriso. Acho que não a agradou muito.
- Eu não quero festa nenhuma! Eu quero que você abaixe a porcaria desse som, porque, em plena quarta-feira, todos os seus vizinhos querem dormir.
- Engraçado que nenhum veio reclamar, só você.
- Deve ser porque eles já tomaram altas doses de remédio, só pode.
- Os incomodados que se retirem.
Ela começou a ficar vermelha de raiva. Percebi que ela fechava a mão e estava prestes a me socar. Ao invés disso, tirou o celular do bolso e digitou qualquer coisa. Ela estava ligando para alguém, pois colocou no modo viva voz.
- Central de Atendimento da Polícia, posso ajudar? – Arregalei os olhos e percebi a encrenca em que havia me metido.
- Sim, gostaria de reclamar que tem um vizinho meu que está fazendo um barulho danado à uma da manhã. Eu tentei conversar com o cara, mas, aparentemente, ele não é adepto da boa educação – reclamou – Acho que até dá para ouvir pelo telefone.
Tomei o telefone de sua mão, quase deixando-o cair. Fiquei tomado pelo medo de perder o contrato por causa dessa garota, não podia deixar assim.
- Muito obrigada, moça, mas já resolvemos, ele vai desligar. Desculpe tomar seu tempo. – Apertei o botão de desligar.
Ela arqueou as sobrancelhas do mesmo jeito que eu fiz anteriormente. Encarou meus olhos castanhos, que eu considero raridade nesse país. Me virei para o apartamento e fui até o equipamento de som. Ouvi meus amigos murmurando palavras negativas.
- O playboyzinho está devendo alguma coisa para a polícia para se borrar todo desse jeito? – Perguntou, com um sorriso de vencedora.
- A princesinha não sabe se virar e tem que recorrer às autoridades, é? – Ela respirou fundo e disse:
- Se a vossa senhoria tivesse utilizado da educação que sua mamãe te deu, eu não precisaria tomar certas atitudes. Boa noite.
Agora eu fiquei irritado e bati a porta assim que ela saiu correndo. Mas eu seria um iludido pensando que ela sairia da minha cabeça. Essa provocação toda...
- Hey, . Acorda – disse Liam. Eu estava preso em uma outra realidade, nos meus pensamentos – Você tá pensando nela?
- Se eu não estivesse, você acreditaria? – Perguntei. Ele deu um risinho, claramente zombando da minha cara.
- Você é louco por ela. Por que não deu certo? – Perguntou. Eu não estava afim de falar qualquer coisa. Apenas mexi as mãos como sinal de indiferença e Liam inspirou fundo – Se você não quiser falar, tudo bem. Só acho que, independentemente do que aconteceu, não deixa isso no ar. Não vale a pena, cara. Quando o assunto é amor você fala diretamente, não dá pra esperar.
Para ele parecia fácil. Mas o que eu fiz com ela, não parecia ter volta.
Aquela garota não saia da minha cabeça. Eu não a odiava por reclamar do barulho. Eu a odiava por ser tão segura e cheia de si a ponto de conseguir me matar com palavras. Eu queria beijá-la.
Não, , você a odeia. Lembre-se de que ela não faz seu tipo, mesmo com aquele corpo digno de uma deusa.
À noite, quando todos foram embora e Rebeccah complementou a comemoração por eu ter conseguido um papel em uma nova franquia do cinema, eu só conseguia imaginar como seria se a minha tão odiada vizinha estivesse no lugar dela.
Passei a mão pelo colchão e percebi que não havia mais ninguém ali, apenas um pedaço de papel onde ela implorava para eu ligar quando acordasse. AHAM, beleza, que vou ligar, sim.
Rasguei o papel assim como eu estaria rasgando seu coração. Ah, eu nem ligava. Essas garotas têm que aprender que só sexo não é amor, é apenas uma diversãozinha.
Olhei para o relógio e vi que estava atrasado. Eu teria que pegar um trem para Warrnambool logo e se eu não chegasse lá até amanhã cedo, eu estaria encrencado. E são quinze fucking horas de viagem. Nem para pegarem um avião até Avelon ou Melbourne.
Não reclame, , pensei. Eles me deram um emprego quando eu mais precisava. Um emprego digno de , que deixaria meus pais orgulhosos quando vissem o resultado em uma tela gigante.
Quando eu ia ligar para pedir um táxi, o produtor do filme, Francis Harris, me mandou uma mensagem.
“, a nossa diretora está saindo de Sydney também. Ela vai passar na sua casa e vai trazê-lo para Warrnambool de carro. Fique pronto em dez minutos”.
Como pronto eu já estava, decidi descer para esperar a tal mulher no hall. Me deparei com a pessoa que eu estava tentando evitar: a tal vizinha princesinha.
- Não, não pode ser. Você é o tal atorzinho do meu filme? – ela deu risada – Não acredito.
- Seu filme? Você é a diret...
- Sim, eu sou. Agora vamos logo, temos que chegar lá em 20 horas e é um caminho longo até Warrnambool – ela me cortou e se levantou até a porta que nos levava à garagem.
Ela me guiou até sua minivan. Sim, uma minivan. Eu pirava naquele carro desde que eu o vi pela primeira vez na garagem. Se eu soubesse que era dela, teria procurado saber mais muito antes, se é que me entende.
- Eu acho sua minivan muito foda. Tipo, muito mesmo.
- Não venha tentar se redimir comigo, garoto. Você está na minha lista e, acredite, eu tenho poder dentro desse longa. Qualquer coisinha que você fizer, diga adeus a Warrnambool e a sua carreira de ator.
- Você não é daqui, né? Você tem um sotaque – Fingi que ignorei o que ela havia dito. Ela bufou e disse:
- Sim, vim para cá faz um mês para dirigir o filme.
- Hmm, a garota toda americana... – Ela fez uma cara como quem não entendeu, mas relevou e bufou.
Ela ligou o carro e começou a dirigir. Seria uma longa viagem e eu não sabia o que falar para melhorar o clima e a minha situação.
- , – chamavam os repórteres. Era tanta atenção que eu não sabia para quem olhar – Onde está ?
Não foi só uma vez, foram várias. Todos os jornalistas perguntavam a mesma coisa.
- É verdade que vocês tiveram um caso? – Outro perguntava – Você terminou com Claudia por conta dela?
Queria bater em cada um deles, acredite. Eu queria mesmo. Como se fosse da conta deles. Contras da fama. Respondia qualquer coisa, dizia que não sabia e que não tivemos nada.
Acabou que eu só dizia verdades. Não tivemos nada, tivemos uma química forte que eu nem sei de onde surgiu. Eu a amava e ela também. Mas nunca passou de amassos proibidos. Só que Liam estava certo. Eu não podia deixar o amor escapar desse jeito.
Estávamos no meio da gravação do primeiro filme. Era uma cena de romance com a minha co-star Ava Smith. Já estava me entendendo melhor com a minha diretora princesinha.
- Então, o casal vai se encontrar no meio do cenário e vão dizer suas respectivas falas. Depois, vocês vão caprichar no beijo e fim de cena. Beleza? – afirmamos com a cabeça – Em suas posições!
Depois de passar as informações, corri até e cochichei em seu ouvido.
- Fica tranquila, não precisa sentir ciúmes. Meus sentimentos são somente seus – ela arregalava os olhos toda vez que eu falava alguma coisa do tipo e eu não pude deixar de cair na risada, assim como todas as outras vezes – É, princesinha, um dia “você e eu” passará a ser “nós”.
O pessoal em volta ria junto comigo, mas eu sei e também sabe que toda zoeira tem um fundo de verdade.
Depois da première e de toda aquela rotina de estreia, haveria uma after party somente para os convidados, mas eu tinha outros planos. Reconquistar é o único e para esta situação, não existe um plano B.
Peguei um carro e pedi para o motorista me levar de volta ao hotel. A surpresa deveria ser única e foi somente nisso que eu pensei enquanto assistia ao longa pela décima quinta vez.
- Antes, passe em um restaurante chinês – Yakisoba não poderia ficar de fora disso!
- Não temos mais vagas, senhora. Apenas um quarto para casal. Se a senhora cedesse em ficar com seu acompanhante, garanto que será a melhor estadia de vocês aqui em Yulara.
pensou, pensou e pensou de novo.
- A princesinha poderia ceder, não é? Não custa nada – ela bufou e murmurou algum palavrão.
- Quando você vai cansar de me chamar de princesinha? – Ela olhou para a simpática recepcionista e continuou – Acho que vou ter que ficar com esse quarto mesmo, não tem outro jeito. O que tem para comer?
- Sempre pensando em comida – disse e ela deu risada.
- Hoje o cardápio é chinês – a recepcionista nos entregou a chave e disse que mandaria um banquete, sim, um banquete para o nosso quarto logo.
- Caramba, , você está com fome, né? Um banquete.
- Ah, cala boca, moleque! Você come mais que eu, sabe bem disso – retrucou ao abrir a porta do quarto e encontrar nossas malas lá.
- Você vai dormir no sofá. Não quero nem saber, sou eu quem manda aqui, playboyzinho.
- Não, linda, aqui não é o set de filmagens.
- Tudo bem, vamos entrar num acordo? Você dorme na cama se deixar eu assistir meu programa favorito.
- E que programa é esse?
- Ahn, é... – ela suspirou e disse – Say Yes to the Dress.
- O quê? A renomada diretriz de cinema, , vencedora do Oscar assiste um documentário sobre vestidos de casamento? – Sim, eu fui um filho da puta e ri da cara dela como se não houvesse amanhã. Ela me olhava com uma cara vazia e eu acabei ficando com dó dela – Tudo bem, eu assisto com você esse lixo.
O serviço de quarto havia chegado e deitamos na cama enquanto comíamos quase cinco porções de Yakisoba e seus adicionais. Com certeza, teria que acordar mais cedo amanhã para perder umas várias calorias na academia!
- Mas que bosta, ! Essa mulher deveria ter escolhido o outro vestido, esse aí é uma desgraça! Esse programa está me irritando.
- Cala essa sua boca, , você não sabe nada de vestidos de casamento.
Estava ansioso. Não sabia se iria conseguir, mas eu farei qualquer coisa para tê-la de volta. É isso que eu quero e assim deve ser as coisas. Você deseja, você consegue.
O carro parou no hotel e eu corri até o elevador. Não poderia perder tempo, do jeito que é, já estaria pegando um avião e ir para casa.
Bati no 9021. Demorou um tempo, mas ela atendeu, estava falando com alguém no telefone e desligou rápido.
- Olha, , fala o que você quer e vá embora. Eu estou cansada dessa história toda – estava usando um robe preto e fino. Parecia estar com frio.
- Eu trouxe yakisoba– ela suspirou – Posso entrar?
- Só porque eu gosto muito disso.
A cama estava desarrumada e a TV estava ligada. Aparentemente, ela não saiu desde ontem quando tivemos que dar uma entrevista para a rádio inglesa.
- Eu queria dizer que – ela me cortou.
- , eu não quero ouvir. Você só está aqui por causa da comida. Eu não quero saber o que você fez ou deixou de fazer por mim. Acabou. Acabou o que nem tinha começado.
- Era um contrato. Eu não podia quebrar aquele contrato – Ela me olhou firme nos olhos esperando eu continuar – Se eu quebrasse, eu estaria comprometendo minha carreira no cinema. Eu queria largar tudo e correr atrás de você, mas eu não tinha certeza se o que você sentia era realmente verdadeiro e você iria fazer o que você fez por mim. Você saiu correndo e eu não pude nem explicar.
Ela pegou uma garfada do macarrão e olhou para a TV. Continuava olhando para ela e até esqueci o que eu estava fazendo. A curiosidade se espalhava no meu corpo e eu queria correr até o outro lado do quarto onde ela estava sentada para abraça-la e cuidar dela.
- Eu quebrei o contrato, . Eu escolhi você, a única coisa que vale para mim.
- Por que você não me disse, seu otário! Eu teria entendido, porque, até onde eu sei, eu sou muito compreensiva – Abaixei a cabeça.
- Eu sei disso, . Mas você saiu correndo, como que eu ia te explicar? A Claudia não significa nada para mim! – largou a caixinha do yakisoba em cima da mesa e veio até a borda da cama, onde eu estava sentado.
- Eu te amo, . Eu faria qualquer coisa por você! – Eu não esperei que ela continuasse, eu a beijei, no início era bem tímido, mas quando ela me deitou na cama, as coisas ficaram mais intensas e tudo mais.
- Eu não acredito que você esqueceu a chave de novo! , você está ligada que o set está a QUINZE horas daqui? – Retiramos as malas do elevador e ela continuou:
- Sei, por isso eu liguei para o Liam trazer para mim, ele ainda está lá filmando uma promo – Ela disse, enquanto eu abria a porta.
- Eu não vou arranjar outro chaveiro para você – Lembrando do ano passado, quando ela foi em um encontro catastrófico com um cara e depois foi para um bar e ficou bêbada. Fui buscá-la, mas eu não vi chave nenhuma. Como eu iria saber?
- Tudo bem, a sua cama está ótima para mim hoje – Ela disse e eu olhei maliciosamente para ela – Nada disso, seu tonto! Você, como um cavalheiro que é, dormirá no conforto do sofá.
- Com uma condição – Ela olhou e fez sinal com as sobrancelhas para que eu continuasse – A princesinha vai ter que me dar um beijo!
Ela me beijou na bochecha e entrou no apartamento.
- Pronto! Vou já trazer seus objetos para cá pois eu estou mooooorta! – enfatizou no morta.
deve ter problemas com interpretação, porque eu falei beijo na boca! Essa garota me deixava louco!
Fazia pouco tempo que estávamos “bem”. Ela parou de ser chata comigo quando ficamos no mesmo quarto de hotel e assistimos àquele programa sobre vestidos de casamento.
Desde então, somos bons amigos e, bom, isso é fantástico. Mais um passo e estamos em outro nível. Ok, não é sempre assim que deve acontecer, mas o que eu sinto quando estou com ela, a química que surge quando nós nos olhamos, causa quase uma explosão! Pra quê terroristas quando se tem e ?
- Mas e agora, como você fica? Estou preocupada – ela perguntou e eu sorri. Era legal ter alguém se importando de verdade de vez em quando...
- Depois que eu completar todos os compromissos relacionados a franquia, eu vou ter que sair da Universal. Quando eu liguei para eles outro dia, foi isso o que me disseram – Ela abaixou a cabeça – Não fica assim, Jenny! Eu fiz por amor, e quando as coisas são feitas com amor, elas valem a pena.
Ela me surpreendeu com outro beijo e a luz da lua adentrava pela janela do quarto. Conseguia ver o London Eye de longe. Ei! Isso me deu uma ideia!
- Já sei onde vamos assumir nosso namoro publicamente! – Disse e ela se sentou na cama.
- Mas já, ? – Sorri e mexi os ombros.
Era sexta de manhã. Gravávamos o quarto e penúltimo filme em Sydney – e não mais em Warrnambool, mais conhecido entre nós como “o fim do mundo” - e estava tudo bem. A cena com Elizabeth já fora gravada e, bom, só restavam mais quinze para o dia!
- , ligação para você. É urgente! – Stephanie, nossa assessora veio correndo com um aparelho na mão. Eita! Deve ser meu agente que viu o que eu fiz ontem à noite e ficou um pouco irado.
- Alô?
- , amanhã você tem uma reunião bem cedo. Nada de festinhas essa noite, meu caro, porque o negócio é sério! – Fiquei com um receio, mas tudo bem. Estava precisando descansar mesmo depois desse dia longo, a noitada fica para o próximo sábado.
Na manhã seguinte, meu agente não me disse onde iria me levar. Ele estava misterioso e fiquei com uma pitadinha de medo. Chegamos em um hotel cinco estrelas e continuava confuso.
Um cara de preto estava nos esperando e ele nos levou até um quarto no décimo andar.
- Jack! Quanto tempo, meu caro! – Meu agente e um outro cara com camisa social se abraçaram e se voltaram para mim – , um prazer te conhecer. Adorei o terceiro filme, mal posso esperar para o quarto! Vamos falar de negócios?
- Claro! – Disse Jack.
- Bom, talvez você conheça, mas eu administro a vida de Claudia Traisac – Claudia o quê? Não, eu não conheço – Bom, Claudia está precisando de uma certa atenção e eu falei isso ao pessoal da Universal e eles querem fazer um contrato para que você e ela tenham uma relação amorosa por dois anos.
DOIS ANOS? EU VOU FICAR TRANCADO EM CASA POR DOIS FUCKING ANOS COM UMA GAROTA QUE EU NÃO CONHEÇO? NÃO, NÃO ACEITO! O QUE SERÁ QUE ELES ACHAM DE UM CANTOR POP ATUAL, EU NÃO, PORRA!
- A Universal também disse que, Claudia é uma ótima atriz e merece fazer uns filmes, mas ela perde as chances para gente do tipo Shailene Woodley ou Clhoe Grace Moretz.
O PROBLEMA É TODO DELA! A CULPA NÃO É MINHA QUE ELA DESCONHECE O QUE É ESFORÇO. E-S-F-O-R-Ç-O.
- Então, eles disseram que se o senhor não assinar este contrato, você será demitido da Universal. Se você assinar e quebrá-lo também, mas só depois que acabar o que estiver fazendo em relação a franquia Os Comandados.
OK, ESSE CARA FILHO DA PUTA ACABOU COM A MINHA VIDA! Eu não conheço essa atriz aí, que não consegue papel nenhum, mas A RAIVA QUE EU SINTO DELA ESTÁ SUBINDO.
De acordo com essa merda de contrato, eu não vou poder sair com outras garotas em público e na minha vida privada por dois anos. Ou seja, eu vou ter que fingir isso tudo até para os meus amigos. Quer acabar com a dignidade de alguém? Arranje um contrato desses!
A minha vontade era de estrangular esse cara e também o Jack. EU QUERIA ESTAR MORTO.
- Bom, olá pessoal! Meu nome é e eu estou aqui para fazer um pronunciamento. Não é algo do tipo chato, quer dizer não para mim. Eu só queria dizer que eu acredito em destino e o destino me trouxe alguém lá de Nova York e caiu bem no meu prédio. Ela dirige uma minivan e isso me deixa louco. Que garota dirige uma minivan, não é? – o pessoal olhava para mim, mas eu só tinha olhos para ela – Então, eu senti que estava certo. Eu e ela. Se está certo, não pode estar errado, certo?
“Ela me odiava no começo, mas eu não ia desistir de ganhar sua atenção. Surgiu, do nada, uma química forte desde o início e eu nem tinha planejado. Viajamos várias vezes juntos para lugares inusitados e sua força emocional, sua segurança, sua capacidade e seu talento me conquistavam a cada segundo. Por um momento eu achei que ela fosse tímida, mas um dia, ela se mostrou destemida. Fala sério, essa garota é sensacional, não? Queria fazê-la derreter, mas ô bichinho difícil de se conquistar!
Trocamos segredos e verdades, que eu não contaria para ninguém. Mas o que eu vou contar agora, é a verdade do meu coração. , você é tudo para mim. Sei que houve uns devaneios no nosso caminho, mas eu sempre te amei. Eu sabia que isso ia acontecer desde o dia que você apareceu lá em casa para reclamar do barulho. Eu quero que você seja minha para sempre, ok, princesinha? Obrigado, pessoal. Era só isso.
As palmas começaram enquanto eu descia do palco. Provavelmente, à essa altura da noite, várias pessoas estavam bêbadas, mas espero que alguém se lembre. Alguém, .
Aquela foto me deu um tapa na cara. Eu não acredito que está namorando o mesmo cara que a humilhou há alguns meses. E por causa dessa porcaria de contrato, eu não posso tentar impedi-la de fazer esse estrago! Esse tal de Nicholas está em segundo na minha lista de filhos da puta!
Agora vou ter que encará-lo com um sorriso no rosto só para ficar feliz nesse jantar de casais que ela está organizando. Será que se eu introduzisse a Claudia para o tal de Nicholas ele, sei lá, por algo do destino, se apaixonaria por ela?
Depois daquele jantar, o clima ficou bem tenso entre eu e o Nicholas. Não me arrependo de ter sido rude, mas poxa, ele provocou! Dizendo um monte de besteira sobre o nosso filme que não pude deixar de rebater. Como consegue namorar um cara desses?
Ele foi embora antes de todo mundo e acabei ficando lá com a Claudia para ajudar a arrumar as coisas.
- Você está bem? – Perguntei a . Ela estava com uma cara de cansada. Com certeza seria por causa daquele imbecil.
- Sim, sim. Esses copos são guardados ali – Ela apontou para um armário embaixo da pia – Obrigada, gente. Vocês são ótimos!
Claudia sorriu e a abraçou. Ahn?
- Foi um prazer vir aqui, ! Conhecê-la foi algo que eu nunca esquecerei. Não se esqueça também que você é uma pessoa incrível do jeito que você é – sorriu e Claudia pegou sua bolsa – Vou indo, muito obrigada por tudo!
- Vou ficar aqui para ajudá-la com o resto, tudo bem? – Perguntei a ela.
- Claro, amor! – Eca, ela não era meu amor.
Terminei tudo enquanto pegava um vinho para nós.
- Você não está bem, . Somos amigos, você pode me contar o que está acontecendo, sabe disso – Pelo menos eu tentei!
- Não, , está tudo bem. Sério! – Disse e tomou a taça de vinho inteira num gole só.
- Bom, acho que vou indo, então. Está ficando tarde e você deve estar cansada.
Ela me acompanhou até a porta e fui em direção às escadas. Antes dela fechar a porta completamente, voltei e a abri. Em um ímpeto, eu a prensei na parede e a beijei. Achei que ela não fosse gostar, mas eu precisava fazer isso porque aquela do jantar não era . Era uma boneca daquele panaca.
Pelo contrário, ela retribuiu bem o beijo. A coisa ficou tão intensa que ela começou até a puxar meus cabelos.
- – ela disse entre um beijo e outro – Eu acho melhor parar.
Soltei-a, já sentindo falta daquilo.
- Nada disso aconteceu, ok? – Ela disse. Roubei um selinho dela e fui embora.
Foi nessa hora que eu percebi: se você ama alguém, não espere muito tempo para contar isso a essa pessoa. Depois pode se tornar um “tarde demais”.
A fila do London Eye estava gigante. Nós preferimos enfrentar a fila, afinal, éramos mortais como as outras, não sei, duzentas pessoas que ali estavam. Essa coisa de “só porque é famoso tem privilégio” não existe no meu dicionário.
Encontramos alguns fãs que queriam tirar mais foto com a , que era a diretora, do que comigo.
Longa história: a é uma blogueira famosíssima no mundo todo! Gente até do Brasil lê suas postagens na internet e, digamos que ela é bem influente.
- Hey, vocês estão namorando? – Perguntou uma garota de uns treze anos. Ela viu que eu segurava pela cintura e logo presumiu. Olhei para e sorrimos juntos – Vocês estão, não é? Aquele boato do discurso foi real?
Afirmamos com a cabeça. A garota simplesmente SAIU GRITANDO “MEU SONHO FOI REALIZADO, PORRA, MEU OTP VIVE”.
Digamos que a crise de riso durou até chegarmos na entrada da roda gigante. Não conseguíamos parar de rir e a moça que cobrava as entradas estranhou.
Quando a roda girava no topo, peguei meu celular para tirar uma foto. Não da paisagem, mas dela. Ela estava sentada e olhava para o horizonte como uma verdadeira princesa.
“Princesinha da minha vida! #mrsallamerican”
Quando mostrei para ela o resultado, murmurei:
- Quem você ama?
- Você.
- Diga meu nome – Eu estava tão feliz, não estava acreditando que tudo isso aconteceu, sem ninguém para atrapalhar.
- . , eu te amo.
Estávamos filmando Os Comandados, dessa vez em uma floresta na África do Sul. Esse último filme é para ficar bem tenso e estávamos até dormindo em barracas. Cada uma cabia duas pessoas e tive que ficar com a de novo. Não que fosse como uma obrigação, até porque, bem, era a e estou profundamente apaixonado por ela. E exatamente por me encontrar nessa situação é que eu não queria.
Depois de um dia longo e cansativo, fomos até uma lojinha de conveniência de beira de estrada. Compramos umas cervejas e gelo para colocar na caixa térmica.
Estávamos conversando e rindo por um bom tempo, certeza que o resto do pessoal já estava dormindo, por isso cochichávamos.
- É, meu caro, último dia aqui – De risadas abafadas por travesseiros, a expressão facial de mudou completamente para o oposto.
- Que foi? Eu estou bem ansioso para voltar para casa. Você não?
- Não, não quero olhar para a cara do Nicholas de novo – ela cutucava a unha sem pintar. Abaixei a cabeça, não sabia o que dizer.
- É, eu também não quero olhar para a cara dele – Ela soltou uma risadinha sem graça e continuou:
– Eu não gosto dele, não sei porque estou com ele. Ele só me rebaixa, como se eu não fosse boa o suficiente, sabe?
- Por que, raios, você tá com ele, ? – Agora eu ia matar a minha curiosidade.
- Eu não sei, para ter alguém. Eu o uso de um jeito arrogante e é por isso que eu não ligo para as coisas horríveis que ele diz para mim. Porque eu consigo ser pior.
- , você não é assim. Larga desse cara na hora que chegarmos em Sydney. Se você quiser eu vou junto. Me prometa isso, ok? – Ela acenou com a cabeça.
Eu cheguei mais perto dela e a abracei. Ela deitou em meus ombros e assim dormimos.
- Não conta isso para...
...
Não demorei a tocar a campainha. Queria saber se estava tudo bem e se ela finalmente tinha terminado com aquele desgraçado.
Não. Quem abriu a porta foi ele mesmo.
- Olá, , posso ajudar? – Ele perguntou, bem ríspido.
- Eu só queria saber se tem novidades da edição. Estou ansioso para ver esse trabalho – menti.
- Ah, ela saiu. Vou deixar recado.
Passou-se algumas horas e nada de . Será que aquele filho da puta deu mesmo meu recado?
Deu sim.
A campainha tocou e eu fui correndo atender. Ela não esperou nem um segundo para me beijar insanamente.
- Eu te amo.
Aquilo foi tudo para mim. Eu olhei para a cara dela e sorri igual um bobo.
- Eu também te amo, princesinha!
...
terminou com o Nicholas por minha causa. Ele quase deu um soco na cara dela quando ela contou a verdade para ele. Pena que eu não consegui dizer a minha. Meu namoro com a Claudia era só um contrato inquebrável.
- E você e a Claudia? – Ela perguntou. Eu não queria responder.
- Vou terminar com ela – Menti. Eu não sei porque eu fiz isso. O sorriso de era a única coisa que não saia da minha cabeça.
- Amanhã? A gente podia contar logo para todo mundo, né? Já que não precisa mais de segredo, né?
- Claro... Claro..
...
- Ei, , como anda o processo com o quinto filme? – Perguntou a repórter.
- Muito bem! Estamos terminando de editar as cenas finais e eu estou super ansiosa para novembro!
- Incrível. E você, ? O que sua namorada pensa de você nesses filmes? – BANG, ouvi tiros no meu coração e o coração de se quebrando em metades.
- Ah, ela acha que não podia ser diferente. Quer dizer, ela também acha que parte disso tudo, dos filmes serem como são, vem da , mas acho que posso dizer que ela gosta bastante.
Não consegui olhar para o lado de novo. Mas senti os olhos dela em mim.
5 anos depois...
- , você aceita se casar com ? – Perguntou o padre.
- Sim – Estava louco para dizer essa palavra na frente de todo mundo.
- E você, , aceita como seu excelentíssimo esposo?
- Sim – Nunca fiquei tão feliz em toda a minha vida.
Trocamos as alianças e o padre finalmente encerrou, finalizando com o nosso beijo.
Vi fotógrafos do lado de fora tentando captar todos os momentos da celebração. Eu estava tão feliz que nem ligava, só por tê-la, finalmente ao meu lado.
Pode demorar um ano, ou um dia, mas o que for para ser, sempre achará o melhor caminho para se tornar real.
Fim.
Nota da autora: Meu segundo Ficstape!! Essa fanfic é, tipo, MEGA especial para mim, porque, adivinha, é do 5 Seconds Of Summer. E aí, eu tive essa ideia genial de juntar duas coisas que eu amo: 5Sos e Joshifer (Jennifer Lawrence e Josh Hutcherson – procurem fotos deles para vocês verem COMO ELES DEVERIAM FICAR JUNTOS e aproveitem e confirmem presença no meu evento do Facebook Casamento Joshifer).
Muito obrigada por terem lido e espero de verdade que tenham gostado. Apesar dessa música não ser tão conhecida, ela é muito especial para mim.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Muito obrigada por terem lido e espero de verdade que tenham gostado. Apesar dessa música não ser tão conhecida, ela é muito especial para mim.
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