A Choice
Por: Monique



Eu pensava que nada poderia estragar a felicidade desses últimos meses, mas eu me enganei. Agora eu tenho duas razões e uma única escolha, eu não sei o que fazer, estou confusa.

- , posso falar com você por um instante? - Arnald, professor de Inglês da garota, a chamou, quando estava prestes a cruzar a porta da sala.
- Ah, claro, pode falar... - Ela franziu a testa, desconfiada, mas se aproximou do mais velho.
- Sairam os resultados da Harvard, e... - Ele sorriu meia boca, deixando a garota completamente nervosa e já de boca aberta.
- Não me diga que... - Arnald, com um sorriso imenso no rosto de orgulho, afirmou com a cabeça. - Mas, como? - tampou a boca para não gritar. - Não acredito que eu fui escolhida! Não acredito, meu Deus! - Cambaleou até a carteira da frente e se sentou ali, ainda com a mão na boca e, agora, os olhos cheios d'água.
- Você vai para Harvard! - Falou, com excitação na voz, se levantando e indo em direção à garota. - Você conseguiu, ! - Parabenizou a garota, que chorava nesse momento.
- Quando? - Respirou fundo, limpando suas lágrimas.
- Daqui a duas semanas. - Ele falou, com os olhos brilhando. - Já contei a todos, isso é a coisa mais sensacional do mundo, uma aluna minha foi escolhida para Harvard! - Comemorou pela sala.
- Mas... duas semanas? - Sua voz saiu embargada. - As aulas ainda nem acabaram, não posso ir, eu... - se calou, ficando com os olhos marejados e seu cérebro começou a pensar em outra coisa. Na sua cabeça veio a imagem de , seu melhor amigo, seu namorado.
- Como assim? , você precisa ir, isso não tem escolha ou você vai ou vai. - Encarou a garota, que ainda estava perdida nos pensamentos. - Não me decepcione, você sempre quis isso, cadê a garota que sonhava com essa universidade? Aquela garota que eu conheci que trocaria tudo por uma vaga nessa universidade? Você conseguiu, você está dentro e agora quer jogar tudo pro alto? Por quê? - Arnald tagarelou várias perguntas, mas ela não estava nem ouvindo o que tanto o homem gritava em seus ouvidos.


Minha cabeça está girando, eu vejo tudo rodar rapidamente como os dias. O que eu faço? Eu preciso de uma saída para tudo isso, eu não posso simplesmente deixá-lo e ir. Harvard era, com certeza, o primeiro na minha vida, meu sonho impossível, mas antes de eu descobrir o que é ser amada. Essa universidade espetacular passou ao segundo lugar na minha vida. Eu sei que isso vai mudar a minha vida, conseguir estudar numa escola dessas é a coisa mais espetacular e quase impossível. Eles aceitaram uma estudante que mora em outro país, eu nem ao menos sei o que foi que aconteceu. E, agora, eu estou aqui, querendo jogar tudo pro alto por ele, apenas por ele.

- Fiquei sabendo que você vai para Harvard; agora, não sei se eu fico feliz por você conseguir o seu sonho, ou se eu me mato só de pensar que nunca mais vou te ver. - sorriu fraco sem olhar para a namorada.
- Eu não sei o que fazer ainda, mas eu desisto de tudo por você. Apenas quero que você olhe nos meus olhos e diga para eu ficar. - segurou o rosto do namorado entre suas mãos, fazendo que seus olhos se encarassem.
- , por favor, não posso fazer isso. - Ele abaixou os olhos, suspirando. - Você não vê que se eu fizer isso, eu vou estar acabando com o seu sonho desde sempre? Que tipo de namorado eu seria, pedindo para você desistir? - , com lágrimas nos olhos, abraçou apertado o garoto, que retribuiu na mesma hora.


Eu ainda me pergunto o porquê de ele não me pedir para ficar, eu só preciso escutar da boca dele para desistir de tudo, mas ele prefere me ver ir embora. Ele está sendo lindo, fofo e me apoiando, como sempre, mas, agora, eu não preciso de apoio, porque se eu tiver apoio eu vou e lá me arrependerei toda a vida por ter deixado-o aqui. Mesmo assim, eu estou sendo pressionada de todos os lados, pelos meus pais, que estão tão orgulhosos que já até contaram para todos os vizinhos, pelos professores, meus amigos, cordenadores do colégio e até faxineiros. Meu Deus, será que ninguém entende? Eu não quero mais isso, mas eu não consigo dizer 'não' ainda.

- Não adianta, eu não vou dizer. - repetiu pela quinta vez, já ficando um pouco irritado.
- Por favor, eu estou te pedindo. - implorou, mais uma vez.
- Para com isso, você tá me deixando pior do que eu já estou. - Gritou, encarando o menina, que logo começou a chorar. - Se você não quer ir, faça isso sozinha, eu não vou querer ser o empecilho entre você e seu sonho. - Continuou gritando as palavras. - Já chega... - Parou de gritar e sussurrou, abaixando a cabeça. - Eu preciso ir... - Beijou o rosto dela, se levantando do banco, sem esperar um tchau.


Esses últimos cinco dias antes da minha grande ida, eu passei com , estranho, ele a cada dia que passa está mais triste e desolado. Ele tentava fugir, quando me via sair pela porta do colégio, mas eu sempre vou atrás dele. Eu sei que era errado, eu fazê-lo sofrer mais e mais, mas eu sou egoísta demais nessas horas e, acima de tudo, quero que ele me diga o que eu estou esperando ouvir há uma semana. Mas ele não disse, ele não ia dizer, ele repetiu isso todos os dias.

*

Agora, estava com as malas arrumadas em suas mãos, um coração pingando sangue e lágrimas nos olhos, enquanto caminhava até o portão de embarque depois de esperar horas por ele. Então, era isso, ele não viria, porque ele era covarde o suficiente ou simplesmente por medo de vê-la ir. O avião já havia sido chamado, ela olhou para o rosto de sua mãe completamente cheio de lágrimas, logo depois de seu pai, que estava escorrendo uma única lágrima de seu rosto duro e, então, sentiu seu mundo se perder, tudo parar de ter sentido, seu estômago embrulhou e ela abanou a cabeça negativamente para os dois, logo sussurrou um desculpa de longe, largando suas malas e saindo dali correndo.
Correndo o mais rápido possível, passou pelas pessoas, empurrando-as sem se preocupar com nada, escutando algumas a xingar e outras saírem de seu caminho, antes que as atropelassem. Seu rosto estava desmanchando em lágrimas, seu coração batia a mil por hora, suas mãos suavam e seu corpo a mandava ir mais rápido atrás do seu verdadeiro sonho. Quando chegou perto daquele banco onde se beijaram pela primeira vez na ponte mais bonita, ela viu a silhueta de curvada, ele parecia estar chorando, seus dedos, entrelaçados em seus cabelos, e sem perceber que as pessoas passavam olhando para ele. Observou o garoto antes de se aproximar, sentindo seu coração dar pulos de alegria, agora, junto com o seu estômago. Sorriu, limpando as lágrimas que estavam ali e caminhou lentamente até ele, parando em sua frente e esperando que ele a olhasse. , na mesma hora, a olhou, seus olhos totalmente vermelhos encararam os da garota que brilhavam e escorriam algumas lágrimas ainda, ele ficou sem ação por alguns segundos e sorriu, ao tocar na pele de seu rosto, e seus olhos se fecharam. Limpou com um carinho as lágrimas dele e sentou-se em seu colo, encostando sua testa na dele, apenas observando os seus olhos que ela tanto ama.

- Você não foi? - perguntou, entre suspiros. - Você...
- Eu estou aqui, meu amor, eu não acredito que fui tão idiota de chegar naquele portão, sabendo que eu não conseguiria nunca te deixar aqui. - Acariciou o rosto do namorado com a costas de sua mão e eles sorriram.
- Eu estava com tanto medo de ir me despedir, eu sou um covarde, eu sei, mas eu não suportaria te deixar ir e eu não podia te impedir. - Fechou os olhos, respirando fundo, logo voltando a olhar para ela. - Eu te amo mais que tudo nesse mundo, me desculpa por todos esses últimos dias, mas eu estava ficando louco ao pensar que nunca mais tocaria em você, que nunca mais sentiria o seu cheiro tão próximo, assim como agora. Você é a minha droga preferida, não posso viver sem você, é como se não existisse mais cor no mundo. - Beijou-lhe os lábios e voltou a escostar suas testas, com os olhos fechados.
- Eu desistiria do céu por você, de tudo, porque você é o meu verdadeiro sonho e eu quero ficar com você, para sempre. Meu melhor amigo, meu amor, eu nunca vou te deixar, nunca. - Sussurrou aquelas belas palavras com cuidado e, assim que terminou, colou seus lábios nos dela e se beijaram apaixonadamente como se fosse a primeira vez.

E, então, passaram toda a tarde naquela ponte, trocando carícias e sorrisos apaixonados. Quando o sol se pôs, eles estavam com os olhos um no outro e lá fizeram o juramento mais bonito de todos, o do amor eterno e que, assim, talvez o 'para sempre' passasse a existir.
Fim




Nota da Autora: Olá, pessoal, que saudades de vocês :) Eu realmente pensei que nunca mais ia mandar nenhuma fic para cá, porque eu escrevendo é tenso. Bem que eu começo sabe? Mas eu nunca chego ao fim, mas esse aqui é o "mini" texto que eu mandei para o Palavras Mil, um projeto de blogs que eu participo e eu gostei tanto da história que tive que mandar para cá. Espero que gostem e até a próxima, é claro! xx

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