“Hey, eu sou , e esse é o meu diário...”.
- Diário, ? Tá doida? Diário é coisa de criança... – a garota
falou para si mesma.
- Mas pode ser um diário parecido com o daquele menino do seriado
brasileiro “Mundo Da Lua”, como era o nome dele?... Acho que era
Lucas... E eu assistia quando era criança – continuava a falar
sozinha enquanto escrevia em “seu” computador.
- É ISSO! Eu posso começar com “Esse é mais um episódio do diário de
bordo de & , falando diretamente de
Londres”... haha, agora eu me superei na babaquice... – ela ria com os
próprios pensamentos. – Mas pra que eu vou escrever um “diário” sendo
que eu nem sei se alguém vai ler isso aqui?... Ah, mas eu queria ter um
registro sobre minha vida em UK... - a garota sempre teve a mania de
falar sozinha.
O motivo de querer registrar seu primeiro ano em Londres? Pois
nesses (míseros) quatro meses morando na cidade em que ela tanto sonhou
em viver, aconteceram coisas maravilhosas, estranhas e divertidas com a
garota.
tinha se mudado para Londres para fazer intercâmbio, estava na
high school. E como seus pais eram superprotetores, resolveram que
só poderia ir se ficasse com uma “hoste family”. A família
Richardson, que recebeu a garota, tinha uma bonita casa ao sul de
Londres, o casal tinha uma filha da idade de , Catherine, e esse é
o nome da nova amiga da “garota do Brasil”. Catherine e estudavam
na mesma sala, mas no segundo dia de aula Sra. Hodge (profª de
literatura inglesa) determinou quem seriam suas duplas até o fim do ano
letivo: Catherine formou dupla com Marie, que era a “cdf” da turma. A
intenção da professora era que a dupla fosse composta por um excelente
aluno e um não tão bom, para que todos conseguissem boas notas, e como
havia feito uma redação para ser aceita na escola e a Sra. Hodge
simplesmente adorou a redação, a professora deduziu que era ótima
em literatura. Por isso...
- Srta. , você formará dupla com a Srta. – a senhora
disse lançando um olhar de desgosto para uma garota no fundo da sala.
ficou paralisada. Sentiu o coração parar de bater. Não podia
acreditar no que ouviu. Seria sorte demais. Ela NÃO poderia estar na
mesma escola, estudar na mesma classe e ser a dupla de . “Não, nã nã nã NÃO! Eu tô escutando
coisas, será que ficar tantas horas mexendo nos MySpace’s alheios tá me
fazendo mal? Ah cara, será que meu 'vício' pelo McFly ta me levando à
loucura? Só pode ser, porque eu DEFINITIVAMENTE não posso estar na
mesma turma que a irmã do amor da minha vida! deve ser um
sobrenome comum por aqui, é isso, essa é a explicação” – pensava
sem ouvir a professora dizendo para as duplas se sentarem juntas para
já irem se enturmando. A garota foi tirada de seus devaneios quando
alguém senta ao seu lado e diz:
- Oi, eu sou a , tudo bem?
- Ahn? Ah, oi sou , tudo bem sim e você?
- Tô bem, você não é daqui, né? Seu nome é diferente, eu gostei. Ah
cara, eu odeio literatura e essa professora ME odeia! – dizia
sendo simpática, mal sabia ela a confusão que se instalava na cabeça da
amiga.
“OMFG! Eu dormi na aula e isso é um sonho? Cara, ela é irmã do
! O MEU ! O motivo pra eu dormir nas aulas de filosofia no
Brasil, porque por culpa dele eu ficava até de madrugada na Internet
lendo fanfic. Mas e se a for do tipo de garota que NUNCA leva
amigas em casa? E eu nunca conhecê-lo? Então é melhor eu parar de me
empolgar antes da hora...”
- É, eu não sou daqui mesmo, Brasil, sabe? Ah obrigada, gostei do seu
nome também, é muito bonito. Então somos duas: eu também odeio
literatura.
- Obrigada... Mas como assim você não gosta de literatura? Eu sou sua
dupla porque eu sou ruim e isso significa que você é boa, né?
- É sério, eu odeio, mas a professora gostou de uma redação que eu fiz.
Mas não, eu não sou tão boa assim, eu apenas consigo me virar.
- Já tá óóótimo! Parceira! – as duas riram.
era uma garota muito bonita, parecia com seu irmão: tinha os
mesmos olhos, mas o cabelo era diferente: ela tinha o cabelo
descolorido na parte de cima da cabeça.
Todos pensam que amigos e parentes de pessoas famosas são esnobes,
metidos e antipáticos, mas era diferente. Ela falava pouco sobre
o irmão, ela sempre dizia: ‘é chato ter sempre uma das minhas amigas
falando que meu irmão é gostoso’, e por esse motivo não mencionou
que era seu ídolo. Catherine já era amiga de , por isso,
ganhou mais uma melhor amiga.
Mas como nem tudo na vida são flores, quatro semanas depois da chegada
de , os pais de Catherine entraram na justiça por sua guarda. É,
eles estavam se separando. A direção da escola, junto com a agência de
intercâmbio e os pais de , decidiram que a garota deveria morar
com outra família, para não se envolver em assuntos familiares dos
Richardson. E a “outra família” que se dispôs em receber , foram
os Carter, pais da garota mais insuportável da escola (segundo a
e a Cath). As três garotas entraram em desespero, não poderia ser
obrigada a ter que conviver com aquela puta em pele de santa.
- ! Hey garota do Brasil! – Catherine gritava enquanto corria
(pelo menos tentava, já que estava de salto alto) pelos jardins do
colégio.
- Pára de fazer escândalo, Richardson! E pára de me chamar de “garota
do Brasil”, que saco! – falou num misto de repreensão e riso.
- Ah! Vai ficar me dando bronca, é? Então não te conto a novidade! – a
garota disse mostrando a língua para a amiga.
- Novidade? Ah Cath, me conta vai? Eu não sou do tipo fofoqueira, mas
você tá tão animada que eu fiquei curiosa. Me conta logo!
- Não! - riu. - Ah ! Não faz essa carinha... Só vamos esperar a
chegar pra ela mesma te contar, pode ser?
- NÃO! Por que você começa a falar sendo que é a quem vai me
contar?
- Ah , é que... – Cath foi interrompida por uma sorridente
que acabára de pular encima delas.
- ! MINHA NOVA IRMÃ DE MENTIRA!
- , eu já disse pra você não beber antes de vir pra escola, deixa
pra beber à noite como todo mundo, okay?
- Já te disseram que você tem talento para fazer piadas? Boba! Vai me
deixar contar ou tá difícil?
- Ah é! Conta...
- Então, me mãe te adorou sabia? É sério, não faz essa cara de
“duvido”, ela disse que você é muito alegre e tagarela, e que por isso
você combina com a gente. Daí, ela vendo o nosso sofrimento/desespero
por você estar feito um desabrigada de enchente, haha, brincadeira
linda, ela decidiu uma coisa...
- Depois eu que tenho talento pra piada né? Mas CONTINUA FALANDO! Merda!
- Olha a boca, !
- Como se você não falasse coisas piores, Richardson.
- Vocês vão me deixar terminar?
- FALA LOGO! – as duas gritaram para .
- Continuando, então a minha adorável mãezinha conversou com a direção,
e os pais da já concordaram.
- Concordaram com o quê? – fez cara de interrogação.
- Nossa você é lerda, heim garota? – Cath disse dando um “pedala” na
amiga.
- Concordaram com a proposta da minha mãe de você morar com a gente!
- ... – ficou chocada.
- ? ? ? Você ouviu? Você não gostou da surpresa? –
passava a mão na frente dos olhos da amiga.
- GAROTA DO BRASIL! – Catherine “super discreta” gritou no ouvido de
.
- Que bosta, Cath! Quer me deixar surda é? E sim , eu te ouvi.
E... VOCÊ É MALUCA? É CLARO QUE EU AMEI A SURPRESA! – disse
pulando no colo de . As três amigas ficaram o resto da tarde
planejando a mudança de . Catherine já estava conformada com a
separação dos pais, e a própria decidiu que iria morar com o pai e que
iria para a Itália visitar a mãe, que havia se mudado para Milão,
sempre que pudesse.
Capítulo Dois: “Eu Nunca Amei Tanto Atender
Telefonemas”
- AH QUE SACO! Eu nem sei como começar uma porcaria de livro de
memórias. EPA! O que eu disse? Livro de Memórias? ACHEI O NOME! É bem
melhor que diário, tudo bem que parece coisa de velho, mas é melhor
parecer coisa de velho do que coisa de criança. Então tá decidido. -
falava sozinha (como sempre) enquanto digitava no topo da página
“LIVRO DE MEMÓRIAS DE UK, por ”, sorriu olhando para a tela
do “seu” computador.
A garota morava na casa dos há quase um mês. estava
adorando morar ali, dois dias antes de se mudar, perguntou a ela
com qual ela gostaria que a porta de seu quarto fosse pintada, já que a
porta do quarto de era roxa, a do antigo quarto de azul e
da Sra. amarelo claro, então logo disse que sua cor
preferida era verde, mas para a porta do quarto ela queria vermelha.
A garota havia contado para e para a Sra (a quem
apelidou de “Tia”) que é fã do McFly, elas gostaram de saber e
prometeram a que iriam a um show da banda assim que fosse
possível. ainda não conhecia nenhum dos integrantes do McFly, mas
no terceiro dia na nova casa...
- ! Telefone! – falava em um tom alto para que a amiga que
estava no andar de cima pudesse ouvi-la.
- QUEM É? – grita com a voz um pouco abafada.
- Sei lá ué! Eu não atendi!
- ENTÃO ATENDE NÉ ?!?
- FOLGADA! – grita rindo - Alô?
- Alooou – uma voz risonha surge do outro lado da
linha
- Quem fala? – pergunta, já que não sabe de quem é o número que
apareceu no detector de chamadas.
- Quem fala? – “a voz” pergunta ainda com o tom de
riso
- É sério, quem tá falando? – a garota odeia esse tipo de diálogo
- Quem é você? – ele continua brincando com a
garota
- Você é quem tá ligando, então é você quem deve se identificar –
começava a ficar nervosa
- Você está na minha casa, então você deve se
identificar – a garota gelou, “bem que eu tava reconhecendo
essa voz”, pensou.
- Oh, é o ? – “Não , sua anta, o Darth Vader é quem tem essa
voz linda”, a garota ficará nervosa com si mesma.
- Sim sou eu. E você deve ser a garota brasileira, né? A que
roubou meu computador! – “Ih, a mania da Cath pega, é?”, ela
pensou e soltou uma risada bem baixinha.
- É isso mesmo. Desculpe-me, , é que eu não sabia o número do teu
celular, daí eu tive que exigir saber quem era, e não se preocupe eu
vou comprar um notebook o mais rápido possível.
- Relaxa, você fez bem. Seu nome é , né? Minha mãe fala
muito bem de você, viu? E sobre o computador, não precisa comprar um,
eu só uso esse quando vou aí, o que eu não tenho feito com freqüência
ultimamente, por isso a partir de hoje ele é nosso, okay? Não aceito
não como resposta. – ela quase morreu de alegria ao ouvi-lo
dizer seu nome.
- , exatamente. Sério? Fico feliz em saber disso. Ah, então, se
você não aceita um não, eu agradeço, e não se preocupe: eu não mexi em
nada, nem tinha como também né? Aposto que você bloqueou seus arquivos.
É... Você quer falar com a ? Tua mãe não tá em casa. – por mais
que estivesse adorando falar com seu McGuy favorito, temia dizer
alguma besteira, por isso queria acabar com o melhor telefonema que já
atendeu.
- Hahaha, é eu bloqueei mesmo, meus primos fuçavam meu quarto
de vez enquanto. Ah é, quero sim. Obrigado, , um beijo,
tchau! – ele disse pausadamente.
- Hahaha, primos sei bem. Por nada , beijos e tchau - finalizou a
ligação e mandou atender no telefone do andar de cima. não
podia parar de sorrir “ele falou meu nome! Ele me mandou um beijo! Ele
FALOU comigo! Ou melhor, EU FALEI COM !”. A “garota do
Brasil” (ela deixou de odiar tanto esse apelido após tê-la
chamado assim) dormiu super feliz.
- E aí, ? Já tá escrevendo seu diário? – a Sra. perguntou
sentando-se para tomar café da manhã.
- Ah Tia, eu até comecei, mas desanimei. E eu mudei o nome, agora é um
livro de memórias, porque livros têm imagens, assim eu posso colocar
fotos sabe?
- Boa idéia. Mas anime-se! Só está no país há dois meses e já está
desanimada?
- Qualquer dia eu escrevo. Prometo!
As duas esperaram tomar seu café, então a Sra. as levou
para o colégio.
- , minha mãe ligou e disse que nós iremos a um restaurante à noite,
tá? É que meu irmão tá voltando da turnê hoje à tarde, daí vamos
“comemorar” a volta deles – conversava com a amiga em um dos
intervalos das aulas.
- Ah, tá bem. Todos os garotos vão estar lá?
- Acho que sim. Pelo menos minha mãe disse que o acha que a
e a estarão lá.
- Ah okay – ficou até um pouco boba, em poucas horas ela
conheceria a sua banda preferida, e melhor ainda: não estaria no papel
de fã, ela seria uma convidada para o jantar com seus ídolos.
- MENINAS VAMOS LOGO! – a Sra. gritava em frente à porta,
e estavam se arrumando.
- JÁ ESTAMOS INDO MÃE! – gritou enquanto colocava um scarpin
rosa.
- anda logo, eu tô pronta há dez minutos. Você tá linda, então
pára de trocar de sapato toda hora! – ria da confusão que amiga
fazia para escolher um sapato que combinasse com uma roupa tão simples:
calça jeans, baby look branca com detalhes em preto e rosa-choque e uma
bolsa rosa bebê.
- Ah só porque você é super rápida pra escolher uma roupa e ficar
perfeita, não significa que eu também seja ninja né?
- Rápida e ninja sim, mas perfeita? Exagerada!
- Perfeita sim! Quando eu imaginaria que calça jeans com essa blusa ou
vestido, ah sei lá o que é isso! Essa blusa comprida aí, verde clarinho
com detalhes rosa ficariam tão bonitas com uma sapatilha bege? E pra
“piorar” essa bolsa liiiiiinda da mesma cor da sapatilha! Você me
irrita garota! Me ensina a me arrumar tão rápido assim e conseguir
ficar linda desse jeito? – se empolgou falando da roupa da
amiga, ao mesmo tempo “namorava” uma sandália rosa pink com os olhos.
riu.
- Garota você tem problemas. A dica é: se você se sente confortável e
bonita com uma roupa, todos te acharão deslumbrante. E NÃO TROCA DE
SAPATO DE NOVO ! Sua mãe vai nos matar, se apressa!
- Okay . Tô pronta! Decidi pelo scarpin rosa mesmo.
- Cinco horas depois ela termina, vem! – disse saindo do quarto e
“arrastando” que estava olhando para uma bota de couro branca.
Capítulo Três: “Apenas Uma Frase Pode Mudar
Tudo”.
- ! – gritou pulando em “alguém” quando chegaram na porta
do restaurante.
- ! – o “alguém” gritou imitando a garota abraçando-a e logo
depois a girando no ar.
- Você é um mala, mas eu senti sua falta! – dava soquinhos no
braço do irmão enquanto falava.
- Também te amo maninha. Cadê a mamã... - parou de falar quando
olhou para uma garota que assistia a “cena” dos irmãos com um sorriso
nos lábios. – Então você é a garota do telefone? – ele disse se
aproximando da garota.
- Acho que sim – ela dizia sentindo suas bochechas arderem. - Me
desculpe, sério. Eu não sabia que era você ao telefone.
- Eu tô brincando. Não precisa ficar vermelha. Mas eu posso me
apresentar direito?
- Eu não tô vermelha - ela riu. - Acho que só um pouquinho... É mesmo,
apresente-se! – a garota disse tentando disfarçar o nervosismo e a
euforia por estar ali com o “cara do wallpaper” de seu computador no
Brasil.
- Hey, sou e é um prazer conhecê-la, bela dama – o
garoto disse fazendo uma reverência e assim arrancando gargalhadas das
duas garotas.
- Sou e o prazer é todo meu, gentil cavalheiro –
disse rindo e estendendo a mão para o garoto beijá-la.
- Nossa, esse cavalheiro super educado é o meu filho? Ou estou tendo
visões? – a Sra. chegou fazendo graça (ela estava falando ao
celular dentro do carro) ao ver o filho beijando a mão de .
- MAMÃE!
- , isso foi meio gay – disse provocando o irmão.
- Fica quieta, pirralha. Mãe, que saudade! Dá um abraço – ele dizia com
um enorme sorriso indo abraçar a mãe.
- Ah meu bebê! Também senti muita saudade de você!
- Cadê o resto do pessoal? – pergunta vendo a mãe se soltar do
irmão.
- Já estão lá dentro. Vocês demoraram.
- Por que será que a gente demorou, né Dona ? – faz cara de
pensativa fazendo a Sra. rir.
- Culpe os TEUS sapatos, amiga, eles são lindos demais, eu demoro pra
escolher apenas um. Se pudesse eu sairia com um pé de cada -
gargalhou.
- Pode sair, ué! O que te impede? – ri da amiga enquanto os
quatro entravam no restaurante.
- É mesmo, eu deveria ter vindo com um pé de scarpin rosa e o outro de
bota branca.
- Você não faria isso, faria? – pergunta olhando assustado para
a irmã.
- OLÁ GAROTAS LINDAS! – gritou ao avistar as quatro pessoas se
aproximando da mesa, não dando a a chance de responder o que o
irmão lhe perguntara.
- Ah, obrigado por me chamar de garota, – fala sorrindo e
se sentando ao lado de .
- E , pára de gritar, meu amor! –, garota que sabia
ser namorada dele, pois os tinha visto em uma revista, chamou-lhe a
tenção fazendo os presentes rirem.
- Oi ! – a Sra. e disseram juntas. – E galera, essa
é a , nossa hóspede.
- Ah, o já tinha falado dela. Oi ! – disse acenando
para a garota que apenas sorria não acreditando estar ali.
- Oi todo mundo! – ela disse sorrindo e olhando para cada um na mesa,
recebendo acenos e sorrisos de todos. Todos se apresentaram (como se
fosse preciso, ela conhecia todos): os outros três McGuys, ,
namorada de ,, namorada de e , a namorada do
. Os familiares dos outros garotos não puderam comparecer.
se divertiu muito no jantar, os garotos eram tão engraçados (ou
até mais) quanto ela assistia nos vídeos, as namoradas eram super
simpáticas, todos trataram super bem, como se ela fizesse parte
do grupo.
- Tudo bem, filho, eu faço o sacrifício de te deixar dormir em casa
essa noite – a Sra. fazia graça ao pedido do filho de passar a
noite na casa da família. Segundo ele estava cansado para dirigir até
seu apartamento – Seu bobo, eu já disse que não é porque você tem seu
apartamento a NOSSA casa deixou de ser sua.
- Obrigado, mãe. Vamos indo, mulheres da minha vida? – disse
abraçando a mãe e , uma de cada lado, mas rapidamente olha para
e diz: - agora você também é uma delas, vem. – e “espremeu”
de modo que ficasse abraçada à irmã, então a garota pôde
sentir a mão de em suas costas.
- Gostei!
- AAAH! Que susto, ! – a garota se vira rapidamente para a porta
de seu quarto. riu.
- Desculpe-me, , não fiz por mal – disse encostado na parede do
próprio quarto, que ficava em frente ao da garota.
- Sem problemas. Pode entrar se quiser.
- Obrigado – ele disse e se sentou na cama da garota.
- Você disse alguma coisa antes de me dar um susto, o que foi? – ela
pergunta ficando de costas para o computador, tentando tampar a tela,
tinha uma janela do MSN aberta.
- Eu disse que gostei.
- Gostou do quê?
- Da cor da porta do teu quarto.
- Ah, obrigada.
- E de você.
- Quê?!
- Eu gostei de você. Você é diferente das outras amigas da minha irmã,
elas são escandalosas e infantis. Tudo bem vocês são novinhas e talz,
mas você não fala como uma garota da tua idade.
- Ahn, é... Obrigada, eu acho.
- Por que “eu acho”?
- Porque pelo jeito você tem algum problema com a nossa idade.
- Só acho vocês novinhas, já disse.
- Ah ok, e eu também gostei de você – ela disse quando ouviu
chamando por seu nome. – Eu já volto, fique à vontade, finja que a casa
é sua – disse rindo, fazendo-o rir também.
- Ok. – ele viu sair correndo para ver o que queria. Então
ele viu alguém “chamando a atenção” de no MSN, a curiosidade
falou mais alto então ele se aproximou do computador. Definitivamente
ela estava conversando com alguém do Brasil, porque ele não entendeu
NADA do que estava escrito, exceto uma frase...
- Voltei! ? – voltou correndo – Tudo bem?
- Tudo sim, eu tava olhando esse arranhão aqui na impressora – ele
disfarçou. – O que a queria?
- Ah sua irmã é doida, ela quase botou fogo na cozinha tentando fazer
pipoca de microondas, acredita? – ela disse rindo, sentando–se na
cadeira.
- É ela não é totalmente normal mesmo – disse um pouco estranho
enquanto caminhava até a porta.
- Hey! Você tá legal?
- Tô sim, porque não estaria? Boa noite, criança – ele sai do quarto.
- Ok, boa noite – ela respondeu tentando disfarçar a tristeza que
sentiu ao ouvi-lo dizer “criança”, ela não soube o porquê, mas sentiu
algo diferente naquela palavra: decepção.
- Ah, eu vou parar de pensar bobagens e vou matar a saudade do povo nem
que seja por MSN – a garota falou sozinha voltando a atenção para o
computador, que havia sido esquecido desde a “aparição” de em
seu quarto.
- Ah que saco! A Jé saiu. Eu devo ter demorado muito pra respondê-la...
Só ela pra me fazer escrever isso sobre o cara mais lindo e simpático
que já vi na vida. Mas foi interessante descobrir que eu até
dificuldade para escrever algo do tipo sobre ele. Porque eu acho e
sinto totalmente o oposto – ria enquanto desligava o computador e
deitava em sua cama.
não conseguia dormir pensando naquela frase, “será que é
verdade? Que seja, se ela quer assim...” o garoto pensava. E
também não conseguia dormir, pois ainda sorria lembrando do desafio que
a amiga brasileira fez. Os dois demoraram um bom tempo a pegar no sono,
pensando de jeitos diferentes sobre a mesma frase: “OMG I REALLY HATE
!!!”
Capítulo Quatro: “Qual é o teu
problema?”.
- FINALMENTE SÁBADO! – chegou à cozinha gritando de felicidade.
A Sra. e conversavam enquanto tomavam café.
- Ô escandalosa, seu irmão ainda tá dormindo, então fala baixo –
fala rindo da cara da amiga.
- Ih, ele chegou ontem à noite e vocês já estão com essa frescura toda
por ele? – fazia careta.
- Eu não disse nada! – Sra. fala colocando as mãos para cima em
sinal de inocência.
- Obrigada Tia, por me deixar sozinha na história! -
fazia bico.
- Desculpe , mas eu PRECISO mimar igualmente esses dois, senão tem
briga – Sra. falava e acariciava os cabelos da filha.
- Isso mesmo mãe! Eu sou ciumenta! – fazia bico.
- Eu também sou ciumento, então pode fazer carinho em mim também mãe –
disse descendo as escadas. Após um “Bom Dia” geral, ele deu um
beijo na bochecha da mãe, outro em e quando se aproximou de
:
- Oi pirralha – disse acenando.
- É... Oi – gaguejou não entendendo o motivo de tê-la
tratado assim tão friamente, ele parecia ser tão carinhoso.
- O que nós vamos fazer hoje? – pergunta olhando para .
- Nós? Você prometeu à Cath que iria acompanhá-la no encontro dela com
o Edward, lembra? – a garota responde rindo da cara de incrédula da
garota.
- EU TINHA ESQUECIDO! Ninguém merece isso. Por que eu fui concordar em
ser vela nesse encontro heim? – faz drama e apóia a cabeça nas
mãos em sinal de desespero.
- Vela? Pelo o que eu ouvi a Catherine dizendo, um tal da Billy vai ser
seu acompanhante – Sra. entra na conversa, e apenas
olhava as três falando sem parar.
- É mesmo. E eu acho melhor você ir logo, porque nós todos sabemos
sobre o teu problema em escolher sapatos, e você precisa ir ajudar a
Cath a escolher uma roupa. Qual o problema de vocês? Você e os sapatos
e a Catherine com calças - ria das caretas da amiga.
- Minha mãe está de prova que eu não tinha problemas com sapatos até
você chegar. Que culpa tenho eu se seus sapatos são apaixonantes? É
melhor eu ir escolher um deles logo – diz esquecendo da
“tristeza” por ter prometido à amiga que iria ao encontro duplo, e sai
correndo para escolher sua roupa, e o sapato, claro.
- Essa minha filha - a Sra. riu. - Eu também tenho que ir
andando... Fiquei de passar o dia com a Natalie, nós vamos a um SPA.
Mas e vocês dois? O que vão fazer? – a Sra. ia dizendo enquanto
tirava as xícaras de e , vendo ajudá-la.
- Ah Tia, eu tenho que terminar o trabalho de álgebra II. Tenho sérios
problemas com essa matéria – fazia caretas ao falar da matéria
que tanto odiava.
- E eu quero matar as saudades da casa, do meu antigo quarto, de ficar
sem fazer nada e principalmente de não ter fãs tirando minhas calças –
diz fazendo cara de aterrorizado por lembrar das fãs taradas.
- Compreendo, filho. Eu já estou indo. minha linda, cuide desses
dois por mim ta? Avise para a não chegar muito tarde e pra me
ligar se precisar. E , não faça nada que possa assustar ou
traumatizar a okay? – a Sra. faz cara de brava para o
filho.
- Eu mãezinha? Relaxa, eu cuido da nanica – ele falava lançando olhares
estranhos para .
- Okay então. Estou indo. Juízo. Não voltarei muito tarde. Amo vocês –
a senhora ia dizendo enquanto pegava sua bolsa, e dando um beijo na
testa de que ainda estava sentado, e beijando a bochecha de
– TCHAU FILHA – ela gritou e logo depois ouviu
devolver-lhe o tchau.
Como sempre saiu atrasada para a casa de Cath, e mais uma vez
precisou da ajuda de para escolher o sapato ideal. A amiga, por
sua vez, OBRIGOU a usar uma sandália alaranjada que combinava
perfeitamente com a minissaia branca com detalhes ferrugem e a blusa
bege de .
ficou a manhã inteira assistindo tv, que estava em seu
quarto tentando fazer seu livro de memórias, apenas escutava as
gargalhadas do garoto vindas da sala.
- ! – ela ouviu gritando.
- Oi? – ela fala depois de uns segundos chegando à sala.
- Eu tô com fome, você prefere comida italiana ou McDonald’s? Ah já
sei, pra você só pode ser papinha! – ele dizia sem olhar para a garota,
sua voz tinha um tom de deboche.
- , eu não tô te entendendo! O que eu fiz pra você me tratar
assim? – sua vontade era gritar com ele, chorar de raiva. Mas essa não
era a personalidade da garota, e ele nem fazia idéia de como doía ver
seu ídolo falando do jeito que ele estava com ela.
- Eu tô te tratando como eu trataria uma estranha, ou melhor, como eu
trato meus primos de três aninhos de idade – ele ainda não olhava
diretamente para ela.
- Que eu sou uma estranha pra você, tudo bem. Mas me tratar como
criança? Por que você tá fazendo isso heim? Eu não perguntei nada
antes, porque eu pensei que fosse o seu jeito, mas eu percebi que é só
comigo que você é assim. Você me acha uma intrusa, é isso? Acha que eu
sou mais uma fã tarada que tá esperando o momento ideal pra te agarrar?
Ou então que eu sou de uma quadrilha e vou assaltar e depois matar
vocês? É isso? – ela tentava se manter calma, mas estava sendo quase
impossível vendo que ele ouvia tudo atentamente, mas não a olhava nos
olhos.
- Eu não penso nada disso – ele disse calmamente.
- Então, por favor, me fala o que eu fiz de errado! – ela estava
prestes a chorar
- Você não fez nada de errado, – ele falou virando para a tv.
- QUAL É O TEU PROBLEMA? Hein ? Cara, primeiro você me trata
super bem, me faz sentir que a única pessoa que faltava me “aceitar”
nessa família tinha gostado de mim e depois começa a falar desse jeito
frio comigo! Eu realmente não entendo o que eu te fiz – ela falava
rapidamente, pode perceber que as mãos da garota estavam
tremendo.
- AGORA VOCÊ É A VÍTIMA? – ele levantou em um pulo e encarou os olhos
da garota – Você é quem se fez de boazinha quando me conhece, super
simpática, daí quando eu começo a gostar de você... Ah deixa pra lá! –
disse um pouco mais calmo por ver a tristeza nos olhos da linda garota
parada em sua frente.
- DO QUE VOCÊ TÁ FALANDO, PELO AMOR DE DEUS? TERMINA O QUE VOCÊ COMEÇOU
A FALAR. DROGA! – nesse momento ela sentiu uma lágrima escorrer por seu
rosto.
- Não finge que você não fez, ou melhor, que não
escreveu nada que possa ter me feito mudar.
- Escrever? Como assim? Você é doido? Eu não escr... – ela levou as
mãos á boca, assustada. – Oh meu Deus, você leu aquilo? Era
brincadeira, , eu juro – ela falava rapidamente olhando no fundo
dos olhos azuis do garoto.
- Hahaha, faça-me rir, . Brincadeira? Odiar alguém não é
brincadeira.
- Eu juro eu não queria escrever aquilo...
- MAS ESCREVEU!
- Mas eu escrevi brincando, merda! Se você não percebeu estava tudo em
português e só aquela frase em inglês, por que você acha que eu fiz
assim?
- Sei lá, você é maluca. Quer saber? Pra mim já chega, isso não faz
diferença.
- Okay então. ESPERA! Que falta de educação ler AS MINHAS MENSAGENS! –
ela desistiu de se desculpar, por algum motivo ela estava com vontade
de brigar com ele.
- MAS O COMPUTADOR É MEU PIRRALHA!
- OLHA COMO FALA COMIGO !
- EU FALO DO JEITO QUE EU QUISER! EU ESTOU NA MINHA CASA! – ele berrava
se aproximando de , ele não sabia explicar o porquê de ler que ela
o odiava tinha mexido tanto assim com ele.
- É, você tem toda a razão. Desculpe-me por gritar e peço que me perdoe
ou pelo menos esqueça o que você leu, porque sinceramente não era o que
eu queria escrever ou o que eu sentia – a garota disse quase num
sussurro, estava prestes a chorar. não era de chorar, mas aquela
frase “... estou na minha casa...” machucou a garota, naquele momento
ela só queria voltar para o Brasil e nunca mais ver ou ouvir falar
sobre .
Ele ficou sem reação por alguns segundos, vendo pequenas lágrimas
escorrendo pelo rosto da garota e conseguiu ver que ela falava a
verdade, e num momento de loucura a abraçou. ficou estática ao
sentir a abraçar, se na noite anterior ao sentir somente a mão
dele em suas costas ela já tinha se sentido nas nuvens, imagine a
sensação dela nesse momento? A garota não se moveu, não correspondeu ao
abraço, ela simplesmente o sentia acariciar-lhe os cabelos e por fim
sussurrar:
- Desculpa, eu não devia ter gritado, não faz nem 24 horas que a gente
se conhece, não podemos começar uma ‘relação’ assim. E eu acredito em
você, se você diz que era só uma brincadeira, tudo bem.
- Sério? – ela finalmente reage, perguntando em um sussurro tão
baixinho que quase não escutou.
- Claro! Se você me odiasse não estaria aqui se derretendo toda por um
simples abraço meu – ele diz em um misto de brincadeira e provocação.
- O QUÊ? – o empurrou para longe – VOCÊ É UM IDIOTA ! –
ela diz e se afasta indo em direção à escada.
- Também te adoro, linda! – ele diz cínico. – E à propósito, vou pedir
comida italiana! – informa a decisão à garota que já estava no andar de
cima.
- Como eu pude ser fã, ou melhor, adorar um babaca desse tipo? Ai que
ódio! – falava sozinha (em português para não entender) em
seu quarto. – Retardado. Quem ele pensa que é? Só porque é lindo,
famoso, toca na melhor banda do mundo e tem um sorriso maravilhoso ele
acha que já pode me tratar assim? Me derretendo pelo abraço dele! Ele
só pode ser doido! Ele nem me conhece e já é cínico assim comigo? E por
culpa dele eu não quero mais escrever meu livro de memórias! Eu tô com
ódio desse computador! OMG! Eu chorei na frente dele! EU QUERO MORRER!
Eu NUNCA choro na frente de ninguém, mas não, eu tinha que ser uma anta
e chorar justo na frente dele. Ele deve achar que eu sou uma fraca,
bobona que chora por tudo.
estava deitado no sofá esperando a comida chegar. Tinha um
sorriso bobo no rosto, ela realmente não o odiava, e amou vê-la baixar
a guarda, ela até chorou! Mas uma coisa ele não podia negar: ela
conseguia tirá-lo do sério. Ele podia ouvir algumas palavras que ela
gritava no andar de cima, e tinha certeza de que ela falava sozinha em
português. A comida chegou e ele gritou avisando .
- Que merda! Por que eu tenho que estar com tanta fome? Agora eu
preciso ir lá embaixo. Dai-me paciência. Eu não vou brigar com ele. Eu
vou fingir que ele não existe. Eu vou me controlar para não responder
nada do que ele diga – ela ia falando baixinho em português até chegar
na cozinha e se deparar com olhando para ela e sorrindo.
- Mania de falar sozinha? Eu faço isso às vezes – ele falava com ela
como se nada tivesse acontecido. nem olhou pra ele, foi até o
armário e pegou um prato, mas tinha um problema: a comida estava bem em
frente a .
- Com licença – ela disse simplesmente puxando o refratário para perto
de si.
- Não!
- Como assim ‘não’?
- Não, eu não dou licença para você, .
- , você é maluco? A gente nem se conhece direito, mas isso não
impediu que nós tivéssemos um super briga, daí agora você vem e finge
que nada aconteceu e que somos amiguinhos? – ela não podia acreditar na
cara de inocente que ele fazia.
- Ah nanica, você fica tão lindinha quando tá brava, sabia? – ele disse
se aproximando dela.
- Mudou a tática, foi? Agora vai tentar me seduzir? Lembre que sua mãe
pediu para não me assustar ou traumatizar – ela falou ironicamente.
- Tática? Que tática? Não tem tática nenhuma, nanica – ele havia
conseguido ‘prender’ de costas para a pia e de frente para si
próprio.
- PÁRA DE ME CHAMAR DE NANICA! – ela gritou no rosto dele, tentando
sair daquela ‘posição’.
- Tá nervosinha, é? – ele falava sério enquanto colocava as mãos, uma
de cada lado do corpo de apoiadas na pia. Ele não sabia explicar,
mas a vontade de provocar a garota era maior que a razão.
- , me deixa sair! – ela suplicou, não conseguia entender
por que ele estava fazendo isso com ela.
- Pedágio!
- Quê?!
- Eu disse que você vai ter que pagar o pedágio pra sair daqui.
- Vai se ferrar, garoto!
- Eu posso ficar aqui o dia todo.
- vai se fu... – ela não pode terminar de falar, havia
lhe dado um selinho, mas ele se afasta rapidamente.
- Foi mal, esqueci que pedofilia é crime – ele diz com um sorriso nos
lábios.
- IDIOTA! – ficou possessa de raiva e num impulso deu uma
joelhada entre as pernas de .
- AHHHHHHHHH! ! QUAL O TEU PROBLEMA, GAROTA? – ele gemeu de dor,
vendo a garota sair sorridente da cozinha levando seu prato de comida.
- Agora estamos quites!
Capítulo Cinco: “As Aparências
Enganam”
- Boa noite, filho – a Sra. diz dando um beijo no topo da
cabeça do filho que ainda estava na sala. – Como foi o seu dia?
- Tudo bem, a não ser que eu constatei que a é maluca.
- ! Não fala assim dela, ela é um amor de pessoa.
- Um amor de pessoa maluca né?!
- Filho, pára de falar assim dela, vocês têm tudo para se darem super
bem.
- Que seja! Mas que ela é maluca, ah isso ela é!
- Falando na , onde ela está?
- No quarto dela, não saiu da frente do computador o dia todo.
- Mas ela não disse que ia fazer o trabalho de álgebra?
- Ela fez depois do almoço, logo depois de...
- TIA! – chega a tempo de não deixar terminar a frase.
- Oi minha linda, tudo bem?
- Tudo. E aí, como foi no SPA?
- Maravilhoso, o lugar é perfeito. Da próxima vez eu levo você e a
junto.
- Eba! Eu vou adorar.
- O disse que você ficou o dia todo no computador, não ta
esquecendo de usar os óculos para ler, né?
- Relaxa Tia, eu tô usando.
- Além de maluca ainda é quatro olhos – disse sem tirar os olhos
da tv.
- Como se você fosse muito normal, né ?
- Crianças! Parem com isso! O que aconteceu com vocês dois enquanto eu
estava fora? Que jeito é esse de um falar com o outro? – a Sra
disse sem entender o motivo dos olhares de segredo/raiva/provocação dos
dois.
- Não aconteceu NADA Tia, né ?
- É mãe, tá tudo bem entre a e eu – ele disse dando um sorriso
falso – e não se preocupe não aconteceu nada... A não ser o fato de que
talvez você não tenha netos – o garoto disse a última frase em um
sussurro.
- O que você disse, filho?
- Nada mãe, nada.
- Me conta tudo! – falava animada quando chegou em casa.
- Como eu pude pensar em não ir nesse encontro? Me fala – disse
sorrindo bobamente enquanto tirava a sandália e se sentava na cama de
. – , o Billy é um fofo, eu tô encantada por ele. Ah e a Cath
tá NAMORANDO o Edward, acredita?
- Wow! Eles são rápidos, heim?
- Pra você ver...
- E pela tua cara de boba apaixonada, me parece que logo logo você
também terá um namorado né?
- Obrigada pelo “boba apaixonada”, sua coração de pedra!
- Eu não tenho coração de pedra, eu só não entendo o que leva pessoas a
se casarem, por exemplo.
- Pessoas se casam porque se amam!
- Mas como elas podem saber que realmente amam uma pessoa a ponto
estarem dispostas a passar o resto da vida com essa mesma pessoa?
- Quando se ama alguém você sabe que ama e ponto! Não precisa de
certeza sobre nada! O amor não é assim!
- Ah, então quer dizer que se eu sentir uma mínima cosquinha no meu
coração quando vejo um cara eu devo me casar com ele porque eu o amo?
- OMG! Garota, eu desisto! Como foi que viemos parar nesse assunto hein?
- Sei lá! – finalizou o “diálogo” e as duas caíram no riso.
- Mas que um dia você vai amar alguém e vai admitir que estava errada,
ah isso você vai... – disse quando a amiga saiu do quarto.
Mais tarde naquela mesma noite...
- Vamos ver qual filme? – perguntou olhando para e ,
que estavam em sofás diferentes e evitavam se olhar.
- Star Wars! – respondeu animadamente.
- A nanica, maluca e quatro olhos gosta de Star Wars? – falou
fingindo estar impressionado. – Pelo menos tem bom gosto.
- Eu me recuso a revidar os ‘elogios’ feitos pelo teu irmão, ,
mas quanto ao MEU bom gosto: eu realmente o tenho! – dizia sem
olhar para .
- Aposto que você só diz que gosta do filme porque acha o Luke
Skywalker bonito – ele disse enquanto se virava para encarar .
- Se tivesse apostado teria perdido. O Luke era bonito na época dele...
Os três últimos episódios são antigos, esse Luke deve estar “caindo aos
pedaços” hoje em dia. Eu admito que babo pelo Obi-Wan – disse
ainda deitada no sofá, porém olhando para .
- Olha, eu não sei o motivo da briguinha de vocês sobre Star Wars, mas
eu preciso concordar com a que o Obi-Wan é lindo – disse em
uma tentativa de conter os ânimos do irmão e da amiga.
- Viu só? Eu sabia! Vocês não gostam do filme pelo filme, vocês gostam
por causa do atorzinho que só é bonitinho e nem atua tão bem assim! –
disse em tom de deboche.
- BONITINHO? Você tá falando do Ewan McGregor! – sentou-se no
exato momento em que ouviu o garoto falar mal de um excelente ator. –
Pode falar o que e de quem você quiser, mas falar que o Ewan não é bom
ator? Faça-me o favor! Aposto que você gostava do Obi-Wan, só porque eu
disse que gosto dele você resolveu implicar! – ela disse com raiva.
- Ewan, Ewan. Alguém lá sabe quem é Ewan? – sempre disse que o
melhor personagem de Star Wars era Obi-Wan Kenobi, mas não iria se dar
por vencido diante de .
- Todo mundo sabe quem é Ewan McGregor! Quer ver só? – disse sem
acreditar na cara de pau de em dizer essas coisas. – me
fala três filmes do Ewan!
- Moulin Rouge, Alex Rider Contra o Tempo e Sra. Potter –
respondeu sem pensar muito.
- Aha! Viu só, ? O Ewan é famosão e só você não admite isso! –
dizia com um sorriso de triunfo nos lábios.
- Eu não disse que não admitia, eu só disse que vocês gostam do filme
pelo ator – ele tentou disfarçar que ficara sem resposta.
- E eu disse que eu gosto do filme PELO filme, entende?
- Entendo.
- Chega de discussão?
- Sim.
- Podemos assistir em paz?
- Podemos.
- Bom garoto, assim que eu gosto.
- Você gosta de mim de qualquer jeito que eu sei.
- , olha aqui... – começou a dizer quando a
interrompeu:
- CHEGA VOCÊS DOIS! SE VOCÊS NÃO QUEREM ASSISTIR EU QUERO! QUE SACO!
- Não precisa gritar, maninha.
- Amiga sabia que estresse envelhece?
- Vocês dois me cansam, sabiam disso? E nós vamos assistir outro filme,
pra evitar discussões – disse enquanto se levantava para
escolher outro filme na prateleira.
- Mas qual outro? – perguntou para a irmã.
- Tempo de Recomeçar ou A Espera de Um Milagre? – perguntou
mostrando os dvd’s.
- Ah , só filme triste? – disse fazendo careta.
- Eu não queria, mas preciso concordar com a criança aqui presente –
disse apontando para .
- Cala a boca garoto. E eu escolho Tempo de Recomeçar – disse com
um enorme sorriso nos lábios.
- Qual o motivo do sorriso, ? – perguntou sem entender o
porque da felicidade repentina da amiga.
- Porque nesse filme tem o meu ator preferido.
- Quem? – e perguntaram ao tempo.
- Hayden Christensen! (n/a: e a autora baba. Quem acha o Den um tudo
levanta a mão \o/) - disse e pode ver os olhos da garota
brilharem.
- Mas esse não é o Anakin Skywalker? – perguntou para a amiga.
- É sim!
- Você é maluca? – perguntou para . – Nós brigamos por
causa o Ewan McGregor e agora você diz que prefere o ator que faz o
Anakin?
- É. Em nenhum momento eu disse que o Obi-Wan era meu preferido, eu
disse que babava por ele – a garota disse com cara de inocente.
- Então quer dizer que de qualquer jeito eu te aturaria falando que um
ator é bonito? – disse fazendo cara de incrédulo.
- , até pareceu que você ta com ciúmes – disse rindo do
irmão.
- Ciúmes? De quem? Da anã? SONHA!
- Vai se ferrar, ! – a garota disse mostrando língua para ele. –
E sim, de todos os jeitos você teria que me aturar falando “ah eu
aaaaaamo o Hayden!” sabe? – fez uma voz afetada para irritar o
garoto.
- Ninguém merece!
- Ninguém merece vocês dois! – finalmente se
pronunciou – Até parecem um casal!
- Deus que me livre! – disse e fez o sinal da cruz.
- Quem desdenha quer comprar, sabia ? – disse de um jeito
malicioso.
- Eu desdenho meeeeesmo porque tenho certeza de que se for pra ter você
eu não ia querer nem de graça!
- Por favor, vocês podem parar de brigar? – fez cara de cansada.
- Por você eu paro amiga.
- Ok eu também paro – disse enquanto deitava-se no sofá. – Mas
que você tem cara de que só assiste um filme pelo ator, ah isso você
tem!
- As aparências enganam “lindinho” – disse mostrando língua.
- Boa noite, !
- Você quer dizer boa madrugada, né? São 3:15 a.m. A gente nem viu as
horas passarem tão rápido. Ainda bem que amanhã, ou hoje sei lá, é
domingo.
- Viu só? Quando você e o param de brigar as horas voam.
- Eu me recuso a comentar.
- Mas agora é sério: por que vocês brigam tanto? Mamãe e eu tínhamos
certeza de que vocês iam se adorar, vocês tem tanto em comum.
- Ah sei lá. Eu não sei o que aconteceu pra gente brigar o tempo
todo.
- Não sei se fui só eu quem reparou isso, mas vocês não brigam de
verdade, tem um tom de gracinha em vocês.
- Sério?
- É! Vocês brigam meio que achando graça em brigar.
- Realmente. Eu acho que nunca vou conseguir brigar de verdade com o
teu irmão.
- Jura? Por quê?
- Se eu te contar uma coisa você promete que não vai gritar, não vai
contar pra ninguém e principalmente: vai esquecer que eu te disse isso?
- Prometo!
- Eusoufãdoteuirmão.
- Quê? Não entendi nada!
- Eu sou fã do teu irmão, entendeu?
- OMG! Tá brincando né?
- Não tô não, é verdade. Eu sou fã do McFly, e o meu preferido é o teu
irmão.
- Cara, eu não posso acreditar nisso! Como uma fã pode ficar na mesma
casa que o ídolo e não fazer nada?! Isso é inacreditável! Você não
demonstra NADA quando está perto dele. Quem os vê brigando pode pensar
que vocês são irmãos, namorados ou qualquer coisa, menos ídolo e fã!
- Eu posso ser atriz né? - riu.
- Concordo! Você disse na cara dele que não o queria nem de graça, e
pareceu tão real. Mas por que você não disse nada antes?
- Porque eu não quero ser tratada como uma fã maluca que quer arrancar
as calças dele, sabe?
- Ah sei, mas imagina só: se você tivesse falado antes a situação de
vocês poderia ser diferente né?
- É, ele poderia chegar no café da manhã e dizer “bom dia , quer
um autógrafo? O último que eu te dei foi ontem à noite”, seria lindo
né? – a garota disse imitando a voz de .
- Ah , ele não faria isso. Ele te trataria como...
- Uma fã! E eu não quero ser uma fã do McFly ou dele, eu quero ser a
sua amiga, a sobrinha postiça da tua mãe e a garota que NÃO briga o
tempo todo com o , sabe?
- Ah ... Eu nem sei o que dizer. Eu só te afirmo uma coisa: vocês
não se dão bem porque gostam de brigar!
- Você é maluca! Eu não gosto de brigar com ele!
- Então por que você cisma em chamá-lo de e não de ? Eu
respondo: pra tentar parecer fria e começar uma briga!
- Não tem NADA a ver! Eu o chamo assim porque ELE me chama de ,
ok?
- Vou fingir que acredito.
- Eu desisto!
- Ó que lindinha! Ficou com biquinho!
- Pára sua chata!
- Linda!
- Feia!
- Boneca!
- Macaca!
- Princesa!
- Sapa!
- Sapa? Essa é nova hein ?
- Haha, é de minha autoria!
- Percebi. Boa noite morango!
- Boa noite ameixa!
- Eu só posso ser maluco mesmo! – sussurrava para si mesmo
enquanto abaixava ao lado da cama de . Fazia quase uma hora desde
que eles tinham ido dormir, mas ele estava sem sono – “Mas eu precisava
ver se ela baba enquanto dorme, seria uma ‘arma’ contra ela na próxima
discussão” – ele pensou. – “Droga! Ela não baba! Mas preciso admitir
que parece um anjinho dormindo, carinha de indefesa, só dormindo mesmo
porque acordada tá mais pra endiabrada! Que garota nervosa!” – ele
pensava ao observar todos os traços delicados do rosto da garota –
“Cara ela é muito bonita. Pena que é novinha demais. Apesar de que a
idade não diz nada. Mas ela deve ser como todas as amigas da minha
irmã: crianças! Tudo bem que a é madura e talz, mas as amigas
dela são muito bestinhas”. – o garoto não pôde evitar tocar o rosto de
com as pontas dos dedos – “O que eu tô fazendo? E se ela acorda e
me pega no quarto dela? Epa! Isso soou meio pervertido! ‘me pega no
quarto dela...’ Hahaha... já imaginou... Eu PRECISO parar de ter esse
tipo de pensamento sobre ela” – estava tão absorto em
pensamentos e nas carícias nos belos cabelos da garota que não reparou
que ela havia se mexido e agora estava virada de lado na cama, e,
conseqüentemente, de frente pra ele.
- ? – ela perguntou em um sussurro sonolento e ele pôde perceber
que ela estava mais dormindo do que acordada.
- Shiii, dorme de novo ok? – ele não deixou de sorrir ao ouvi-la dizer
‘’ ao invés de ‘’ como estava acostumado escutá-la dizer,
e tirou alguns fios de cabelo que caíram sobre a face de .
- O que você tá fazendo aqui? – ela disse bem baixinho sem abrir os
olhos.
- Vim te ver – ele disse no mesmo tom, “cara! como eu sou cara de pau!”
pensou.
- Mas eu pensei que você me odiasse.
- Como você mesma disse: as aparências enganam.
- Que bom.
- Dorme bem tá? – ele disse de um jeito carinhoso.
- Huhum – ela fez uma cara que julgou como “fofa” e se
aconchegou mais na cama.
- Tchau – ele disse bem perto do rosto da garota.
- Tchau – continuava de olhos fechados, e mesmo que estivesse
praticamente dormindo, ela podia sentir a respiração de bater em
seu rosto, e pôde também sentir quando ele lhe deu um rápido selinho.
Então, ouviu uma leve batida de porta e em seguida adormeceu
completamente.
Capítulo Seis: ”Como o Tempo Passa
Rápido!”.
Semanas se passaram. Nem , e muito menos , tocou no assunto
sobre uma certa visita que o garoto fez ao quarto dela.
“Hey, eu sou , e esse é o meu diário...”.
- Diário, ? Tá doida? Diário é coisa de criança... – a garota
falou para si mesma.
- Mas pode ser um diário parecido com o daquele menino do seriado
brasileiro “Mundo Da Lua”, como era o nome dele?... Acho que era
Lucas... E eu assistia quando era criança – continuava a falar
sozinha enquanto escrevia em “seu” computador.
- É ISSO! Eu posso começar com “Esse é mais um episódio do diário de
bordo de & , falando diretamente de
Londres...” Haha, agora eu me superei na babaquice... – ela ria com os
próprios pensamentos. – Mas pra que eu vou escrever um “diário” sendo
que eu nem sei se alguém vai ler isso aqui?... Ah, mas eu queria ter um
registro sobre minha vida em UK... - a garota sempre teve a mania de
falar sozinha. (n/a: não! Eu não sou doida! Os 5 primeiros capítulos
eram uma espécie de flash back, sabe? Continuando a fic...)
- Vim me despedir, amor – disse entrando no quarto.
- Vai tarde, amor – ela respondeu calmamente sem tirar os olhos do
computador.
- Também vou sentir saudade lindinha.
- Morra lindinho.
- Também te amo.
- Idiota.
- É sério , tô indo pra turnê, então tchau tá?
- Tchau .
- E não precisa morrer de saudade de mim ok? Eu volto em 3 meses.
- OMG! Eu vou morrer sentindo falta de você!
- Hahaha, não precisa fingir, eu sei que vai.
- Some .
- Até .
Nessas semanas que antecederam a ida de para a turnê, e o
garoto se adaptaram a uma rotina: brigar por esporte. Que nada mais é:
eles achavam “divertido” discutir, ver quem desistia primeiro.
dava uns tapas em e ele somente a segurava pelos pulsos, então a
garota fazia ceninhas de “você ta me machucando! Me solta” sendo que
ela não estava sentindo nada! A garota adorava quando Sra. dava
uma bronca em por provocar o tempo todo! Mas a mãe do
garoto bem sabia que o real motivo de ir tanto na casa da
família era por causa de . Tanto , quanto os outros três
McGuys e todo mundo próximo ao “casal” se acostumaram com as
briguinhas, eles até apostavam quem desistiria primeiro ou quem daria
risada primeiro. já era da ‘turma’, conversava muito com
sobre Star Wars, assistia desenhos com ,
adorava conversar com , já era um ‘grude’ com e ,
mas, principalmente: fizera uma linda amizade com .
- E aí , tá sentindo falta do meu irmão? Afinal de contas já são
quase duas semanas sem ele – disse provocando a amiga.
- Você nem sabe o quanto!
- ?
- É sério! É estranho não ter com quem brigar e rir ao mesmo tempo.
- Obrigada pela parte que me toca.
- Ah linda não é isso, é que você é minha melhor amiga, e ele é meu
melhor inimigo, sabe? - disse e riu.
- Você é estranha. Inimigo? Sei bem onde você queria que ele fosse seu
inimigo.
- ! Credo! Isso é jeito de falar sobre o teu irmão pra MIM? Justo
pra mim?
- Ah , há mais ou menos 2 meses você admitiu que gosta dele.
- Que ERA FÃ dele, era, não sou mais. Depois que você passa a conhecer
teu ídolo ele se torna uma pessoa comum pra você.
- Entendo. E ? Eu percebi uma coisa...
- O quê?
- Ahn... Nada! Deixa pra lá!
- Ah ! Agora fala!
- Você vai ficar brava comigo.
- Você já está me deixando...
- Deixa pra lá sério.
- Tudo bem, se não quer falar: não fala!
- Ah , não fica com raiva, por favor, eu não agüento ficar brigada
com você.
- Eu não tô com raiva, amiga, é só que você sabe que eu não gosto
quando começam a falar algo e não terminam. Mas deixa pra lá, vamos
mudar de assunto, como anda o teu namoro com o Billy?
- Ah amiga eu tô totalmente apaixonada...
Uma semana depois...
- Meninas, vamos! Temos quase três horas de viajem pela frente – a Sra.
dizia em frente a porta da casa.
- Já tô aqui, Tia! – parando ao lado da mulher.
- Nossa! Que garota mais linda! Tudo isso é saudade do ?
- Tia! Eu, hein? – ruborizou instantaneamente. – Obrigada pelo
elogio, mas não é para o teu filho ok?
- Se você diz – a Sra. disse com um sorriso de descrença no que
a ‘sobrinha’ disse.
- É verdade que só começou a ter problemas com sapatos depois
que eu cheguei? – tentava mudar o rumo da conversa.
- Ela sempre amou sapatos, mas depois que ela viu os teus... - e riu.
- Sério? Vou escondê-los dela.
- , sua malvada! – chega na porta da casa ‘brigando’
com a amiga.
- Por que eu sou má ?
- Porque mais uma vez você se arrumou super rápido e me largou lá
sozinha, e agora eu tô todo horrorosa porque ficaram me apressando.
- Horrorosa? Eu não tô vendo ninguém horrorosa aqui. A senhora tá, Tia?
- Eu não . Eu estou vendo duas princesas – a Sra. disse
observando as garotas: estava de saia jeans, blusinha de alças
azul claro e all star azul marinho com estrelinhas azuis claro,
enquanto estava de calça jeans clara, baby look bem apertadinha
branca com as mangas rosa choque, all star rosa-choque e finalizando
com a bolsa lilás. – Vocês ficam perfeitas assim todas simplesinhas.
- Obrigada, mamys – disse toda feliz por saber que estava linda.
- Cara! , nem os meus all stars escapam de você né?
- Ah amiga ninguém mandou ter sapatos, botas, sandálias e all star tão
lindos.
- Haha, pelo menos você não quis colocar um scarpim pra ir ao show do
McFly, né filha? – a Sra brincou com a filha.
- Quem disse que eu não experimentei?
- Você é estranha amiga – disse e as três riram. E foram para o
carro: o McFly iria se apresentar no Estádio de Wembley.
- OMG! Nós vamos ficar no mesmo camarote que o príncipe Willian ficou
no ‘Concert For Diana’? – perguntou super animada com a
possibilidade.
- Pelo que o disse: sim! – a Sra. respondeu com um
sorriso ao observar dar pulinhos de alegria.
- Ai que tudo! – disse enquanto pulava com a amiga.
- Vamos logo que o show deve estar começando – finalizou a Sra. .
O show foi maravilhoso! teve que conter o choro, afinal de contas
era a primeira vez que ela via um show da sua banda preferida. Por
algum motivo, olhou o tempo todo para o camarote enquanto eles
tocavam ‘She Left Me’, que é a música preferida da garota, mas ela
preferiu fingir que foi uma mera coincidência.
- Cara o show foi irado! – dizia animado saindo do palco.
- Muito! – concordou com um sorriso gigante estampado no rosto.
- Olha só quem tá todo felizinho só porque uma certa ‘nanica’ veio ao
show – zombou do amigo.
- É mesmo, saca só o sorriso – entrou na brincadeira, fazendo
ficar inquieto.
- Ah calem a boca! – disse nervoso – Eu nem sabia que a
tava aí.
- Alguém disse o nome da aqui? – perguntou e ouviu ‘não’ da
parte dos outros 2 amigos. – É você quem está dizendo cara.
- Ah, vão se fuder!
- Ónn ele ficou nervoso, que lindinho – fez uma voz meio gay.
- O nosso menino está apaixonado – disse com a mesma voz de .
- Ele está crescendo tão rápido, parece que foi ontem que ele chorou
porque perdeu uma partida de vídeo-game – disse em meio a
gargalhadas.
- MAS FOI ONTEM! – e disseram juntos.
- Eu odeio vocês! – ainda estava nervoso. – Vou tomar banho.
- Pode deixar que a gente avisa pra tua amada que você já volta!
- Amor o show foi liiiiiindo – dizia para , ela estava
sentada no colo do namorado e enchendo-o de beijinhos.
- Perfeito, baby – dizia para e em seguida o beijou.
e estavam se pegando no outro camarim.
estava por ai se ‘amassando’ com Billy.
A Sra. tinha ido embora após cumprimentar os garotos e encher o
filho de beijos. Como era sexta feira, ela precisou ir, pois tinha
compromissos no fim de semana. As garotas ficariam no hotel com os
garotos e iriam embora no domingo, à noite.
estava sentava no chão do lado de fora do camarim lendo uma Teen
Vogue.
estava conversando com Neil sobre alguma coisa do show.
- E aí , gostou do show? – perguntou enquanto se sentava
ao lado de no chão, pois sabia que o camarim estaria cheio de
casais.
- Amei! Foi perfeito! – ela respondeu, mas sem parar de ler a revista.
- Nossa que empolgação, hein? Tava tão ruim assim?
- É verdade, eu amei. Foi o melhor show que eu já fui na minha vida –
disse olhando nos olhos de , e ao fazer isso sentiu
borboletas no estômago.
- Wow! Por essa eu não esperava, você me dizendo o que sente e ainda me
olhando nos olhos? Foi inédito!
- Obrigada por me deixar sem graça. Foi bom porque eu já sei que não
posso fazer nunca mais.
- O que você tem? Tá falando sobre seus sentimentos e não tá brigando
comigo?
- Nada de importante.
- Se tá te deixando estranhamente desanimada é importante sim.
- Eu não to desanimada.
- É claro que está! Você não fez nem um escândalo por ter ficado no
camarote que foi usado pelo Príncipe William.
- Hey! Então quer dizer que foi você?
- Eu o que?
- Quem escolheu camarote em que nós ficaríamos.
- ...
- Obrigada. Eu amei. E sim! Eu fiz um escândalo.
- Por nada. É que me perguntaram onde vocês gostariam de ficar, e pra
e pra minha mãe tanto faz, mas como você deixa bem clara a tua
paixão pelo príncipe, eu resolvi escolher aquele.
- Por mim? o.O
- Erm... Mais ou menos.
- Obrigada...
- Cara! O que você tem? É sério! Você não tá no teu normal.
- Como você sabe? Ninguém reparou.
- Será que é porque eu não te vejo todos os dias, e por isso eu consigo
notar a diferença?
- É, deve ser...
- Vai me contar o que aconteceu?
- Não é pra soar mal educado, mas você não se importa, então pra quê
falar?
- Quem disse que eu não me importo?
- Nós precisamos parar de responder com outra pergunta.
- Não muda de assunto, hein? Quem te disse que eu não me importo?
- E por que se importaria?
- Porque querendo ou não agora você faz parte da minha vida – essa
frase foi o suficiente para que tudo o que estava guardado dentro de
há semanas viesse à tona, os olhos dela encheram-se de lágrimas.
– Hey, não chora...
- Eu tô bem, eu não vou chorar – ela disse com a voz trêmula, tentando
controlar as lágrimas.
- Vem cá – disse se aproximando da garota, mesmo estando
sentados lado a lado, o garoto pôde abraçá-la. – Pode chorar, não
precisa ter vergonha de mim – ele sussurrou enquanto abraçava com
força, ouvindo-a chorar contra seu peito.
- Por que você tá fazendo isso? – a garota perguntou em um sussurro
depois de alguns minutos.
- Isso o quê? Te abraçando? – perguntou sem soltá-la, ela estava
com o rosto no pescoço do garoto, e este estava com os braços ao redor
do corpo dela.
- Não. Sendo... hum... fofo – ela disse tão baixo que quase não
escutou, e depois de ouvi-la não consegui segurar uma pequena
gargalhada. – Do que você tá rindo? De mim?
- Jamais – ele disse e acariciou os cabelos da garota com tanto carinho
que pressionou o rosto contra o pescoço dele e respirou bem
fundo, sentindo o perfume de , que conseqüentemente apertou mais
o copo da garota contra o seu. Mesmo na posição ruim, os dois estavam
tão perto um do outro que estava quase no colo de – Eu
apenas ri de você me achar fofo. É diferente ouvir você dizendo esse
tipo de coisa sobre mim.
- Hoje você mereceu um elogio – ela disse ainda de olhos fechados,
porém com o rosto apoiado no ombro de .
- Haha, obrigado. Mas... não quer me contar por que você tá tão triste
assim? – ele virou o rosto olhando para baixo para olhar no
rosto, mas ela somente fez uma careta e negou com a cabeça; – Tudo bem
então, mas quando quiser conversar...
- Obrigada...
- De nada. Ah , não fica assim pra sempre não tá? Eu gosto de te
ver irritadinha – ele disse de um jeito fofo fazendo rir, mas ela
sorriu mais pelo fato dele tê-la chamado de e não de .
- ?
- Oi?
- Obrigada – ela finalmente abriu os olhos, e estes estavam vermelhos
por causa do choro, mas dava a garota uma beleza diferente, tal beleza
que definiu como uma ‘beleza melancólica’. – Por ter ficado
comigo – ele a olhou nos olhos.
- Eu fico o tempo que você quiser... – com essa frase ele aproximou
mais os rostos, estavam a milímetros de distância, de tal modo que
podiam sentir leves toquezinhos dos lábios. deu um leve selinho
na garota, meio que pedindo permissão, e como resposta, levantou
a cabeça do ombro dele e deu-lhe um selinho mais demorado. Afastaram os
lábios e se olharam por alguns instantes, então passou a mão
pelo rosto de com carinho, fazendo a garota fechar os olhos ao
sentir o toque. Ambos estavam com medo de um beijo mais profundo, medo
do que poderiam sentir, medo da reação deles próprios e medo de não
serem correspondidos.
E parando de pensar por um momento, trouxe para perto de
si novamente e a beijou. Um beijo calmo e terno. O ‘casal’ estava se
sentindo maravilhosamente bem com a situação, com o toque, com o jeito
de segurar o rosto de carinhosamente, com o fato de que a
garota estava com as pernas por cima das do garoto e que estranhamente
o corredor permaneceu vazio durante todo esse tempo.
Quando começou a aprofundar o beijo, eles ouviram um barulho
vindo de dentro do camarim e separaram-se rapidamente, as bocas
vermelhas, respirações falhas e corações a mil. sentou-se direito
a pegou a revista no chão e segundos depois e saíram do
camarim gargalhando:
- você é o pior!
- Ah! Oi gente – disse para os dois sentados no chão. – Cara, o
levou o maior tombo... Tadinho do meu amor.
- É! Tadinho de mim – fez cara de coitadinho.
- O que vocês estavam fazendo aqui sentados no chão e que cara de choro
é essa hein ? – perguntou.
- É... - estava sem resposta.
- Nós estávamos brigando como sempre! Por causa de uma coisa da
revista. E eu tive uma crise de espirros, por isso a cara de choro –
disse rapidamente tentando parecer o mais confiante possível.
- É, foi isso – disse sem graça, e levantou do chão, em seguida
ofereceu a mão para levantar, ela segurou na mão do garoto e
levantou.
- Vamos embora galera? – apareceu no corredor.
- Vamos! – responderam.
Mas uma coisa que nenhum dos amigos reparou: um casal que não era bem
um casal ir até o ônibus de mãos dadas...
Capítulo Sete: “Não é Por
Caridade!”.
- Então vai ficar assim: e, e eu, e Billy,
tudo bem? – fazia as divisões dos quartos no hotel, os McGuys já
tinham reservas (eles dividem os quartos, com e com
), mas o resto do grupo não, e o hotel só pôde oferecer três quartos.
- Não! Minha irmã não vai dormir com esse moleque – disse
fazendo cara feia para Billy.
- ele é meu namorado! – ficou indignada com a reação do
irmão.
- E daí? Você não vai e pronto – dizia decididamente.
- ... me ajuda – fazia cara de piedade para a amiga.
- Vamos fazer assim: como eu sei que vocês estão doidos para ficarem
com seus namorados e namoradas, e só o e eu estamos sobrando na
história – dizia calmamente e recebia acenos de cabeça em
concordância –, a vai para o quarto do , o se muda
para o quarto da, a e o Billy ficam onde a tinha
falado, o vai pro quarto da e o fica no quarto dele
mesmo. Todos de acordo? ?
- Perfeito! – disse animada.
- Cara, a é um gênio – disse abraçando .
- Eu concordo... Mas e você? Vai dormir onde? – disse olhando
para .
- Nem que eu precise bater na recepcionista eu vou conseguir um quarto.
- Mas ela já disse que esses eram os únicos disponíveis. O hotel tá
lotado – disse com cara de preocupada.
- Eu dou um jeito – disse simplesmente.
- Por que você não fica com o ? – sugeriu.
- Quê? – disse alto demais, pois se assustou com a pergunta, mas
logo percebeu que se referia ao quarto. – Ah não, não precisa, eu
me viro.
- Deixa de ser teimosa, vai logo – Billy disse em um tom
autoritário.
- Hey! Olha como fala com ela moleque – disse um pouco alterado,
e recebeu olhares confusos dos amigos, então ‘consertou’ – só quem pode
brigar com ela sou eu, sacou?
- Ah parem vocês dois – disse irritada. – Nós estamos cansados
e aposto que os meninos estão mais ainda. Então , se o teu medo é
que o te mate enquanto você dorme, ele promete que não vai
fazer nada, né ?
- Prometo. Mas anda logo que eu tô com sono – disse esfregando
os olhos.
- Okay então – concordou, estava realmente cansada.
- Boa noite – todos disseram e foram para seus quartos.
- Só faltava ser uma cama de casal né? – disse sorrindo – Seria
engraçado te ver dormir no sofá.
- Hahaha, engraçadinha. Você dormiria no sofá – disse antes de
entrar no banheiro.
- Ah cara que tudo! Tá passando episódio antigo de Gilmore Girls – a
garota disse para si mesma quando ligou a tv.
Richard: ‘Ligação de longa distância’
Lorelai: ‘Com Deus?’
Richard: ‘Não, Londres’
Lorelai: ‘Deus mora em Londres?’
Richard: ‘Minha mãe mora em Londres.’
Lorelai: ‘Sua mãe é Deus?’
Richard: ‘Lorelai’
Lorelai: ‘Então Deus é mulher!’
Richard: ‘Lorelai’
Lorelai: ‘E da família. Mas que legal! Eu vou pedir um monte de
favores.’
Richard: ‘Faça-a parar’
Rory: ‘Ah se eu pudesse...’
Lorelai: ‘Eu ainda não acredito que Deus é meu parente. Vou conseguir
todas as entradas para os shows da Madonna...’
- Respira garota! – disse ao sair do banheiro e ver
chorando de rir. – Vai morrer engasgada.
- Cara a Lorelai é a melhor – dizia em meio a gargalhadas –, é
impossível não rir ao assistir esse episódio.
- Só você pra rir desse jeito vendo Gilmore Girls.
- Ah então quer dizer que você sabe que é Gilmore Girls?
- Claro né? Eu assisto de vez em quando.
- Por essa eu não esperava.
- É verdade, eu gosto de Lost também...
- Eu adoro Lost. Amooooo Dawson’s Creek.
- Ah me irritava um pouco. O Dawson era muito gayzinho, a Katie Homes
(n/a: se for o Tom dá certinho) toda linda lá e ele nem aí.
- Nisso eu concordo. Mas o meu preferido é o Pacey.
- Nem falo nada.
- Haha, bom mesmo – disse e levantou-se indo para o banheiro. –
Pode mudar de canal se quiser, eu tô indo tomar banho.
- Ah ok, mas eu vou assistir Gilmore Girls mesmo.
Quando saiu do banheiro, não conseguiu disfarçar o olhar
‘pervertido’ para ela: a garota estava com um shortinho listrado de
rosa e branco, uma baby look rosa pink que tinha escrito ‘All You Have
To Do Is Hold Me’ e meias também rosas.
- Pára de me olhar assim, ! – disse totalmente corada.
- Erm... Desculpa – ele também ficara sem graça com a situação.
- OMG! EU AMO ESSE FILME! – gritou e depois se jogou em sua cama.
- Que filme é esse?
- Diário de Uma Paixão. É totalmente lindo, olha que eu não gosto de
romances super melosos, mas esse filme perfeito.
- E eu vou ter que assistir isso?
- Ah , por favor...
- O que eu ganho com isso?
- Vai me fazer ficar muito feliz!
- E se eu não concordar...?
- Eu vou te ignorar pra sempre.
- Do mesmo jeito que você fez depois que a gente se beijou?
- ... – por essa não esperava.
- Foi mal. Pode ver o filme. Eu vou dormir – ele disse magoado e virou
de costas para a cama da garota.
Allie: ‘Diz que eu sou um pássaro’.
Noah: ‘Não’.
Allie: ‘Diz...’
Noah: ‘Você é um pássaro.’
Allie: ‘Agora diz que você é um pássaro’.
Noah: ‘Se você é um pássaro, eu também sou’.
babava pelo filme, mas olhava para (ou pelo menos para as
costas dele) de dois em dois minutos.
- ? – ela chamou baixinho – – ela aumentou o tom de voz.
A garota foi nas pontinhas dos pés até a cama do garoto. Parou bem
perto e o chamou novamente, mas ele não respondeu.
- ? – ela disse bem perto do ouvido dele, e então ele virou-se
rapidamente e disse:
- Eu já te ouvi.
- Aaaah! – levou o maior susto. – Você adora me dar sustos hein
?
- E você se entrega...
- Quê?
- Você se entrega, acabou de confirmar que quando está distraída me
chama de , ou seja, você se obriga a me chamar de o tempo
todo.
- Não é isso... É que...
- Deixa pra lá. O que de tão importante você quer pra ter me acordado?
– ele disse secamente, ainda deitado. estava de pé ao lado da
cama dele.
- Não era nada de importante – ela disse com a cabeça baixa. – Foi mal
ter te acordado, boa noite – e foi se afastando dele.
- Espera – ele sentou-se rapidamente e puxou pela mão, fazendo-a
sentar na cama. – É o habito de ser mal educado com você, é difícil
mudar...
- Entendo – ela disse sem olhá-lo nos olhos.
- Eu sei que você tá mal por alguma coisa, eu não deveria te dar mais
motivos.
- Você não tem que lamentar por nada. A errada aqui sou eu – ela olhou
com carinha de triste pra ele.
- Não. Eu estou te obrigando a falar de algo que você não quer.
- Não, você está me ajudando. Eu só acho que eu não tô preparada pra
contar pra alguém sabe?
- Agora a gente vai brigar pra ver de quem é a culpa?
- É o que parece – ela disse com um fraco sorriso –, mas a errada sou
eu mesmo.
- Mas...
- Me deixa falar?
- Tudo bem.
- Eu sou errada, porque você foi a primeira pessoa a perceber algo de
errado, e na primeira vez que nos entendemos eu estraguei tudo! – ela
dizia tristemente olhando no fundo dos olhos de seu ex-ídolo. –
Estraguei! Eu não deveria ter te beijado. Foi um erro!
- Se foi um erro, eu também sou culpado. Porque eu me aproveitei de um
momento de fraqueza teu.
- Você só tá falando isso pra eu não me sentir ainda pior.
- Não é verdade, eu te beijei primeiro.
- PORQUE VOCÊ ACHOU QUE ISSO IA ME FAZER SENTIR MELHOR! – ela começou a
falar alto – POR ISSO! POR PENA!
- Não foi por isso!
- CLARO QUE FOI! – ela estava com lágrimas nos olhos. – Você já disse
isso uma vez, que eu me derretia por um simples abraço teu, lembra?
Então você fez uma boa ação me beijando.
- Você é maluca...
- NÃO EU NÃO SOU! PARABÉNS ! CONSEGUIU O QUE QUERIA! FEZ UMA
CRIANÇA FELIZ POR ALGUNS MINUTOS! – ela gritou sem se importar com as
pessoas do outros quartos, ainda era cedo para estarem dormindo. E se
tratando de casais, dormir era a última coisa que pensariam em fazer. –
Eu não estou te culpando de nada. Você foi muito legal por tentar me
‘alegrar’, eu agradeço por isso.
- pára com isso. Eu não sou o monstro que você acha que eu sou.
Se você se arrependeu do beijo era só me dizer e pronto, não precisa me
ignorar. A galera notou que nós não brigamos hoje, sabia?
- Eu não te ignorei por isso! Eu só queria te livrar do ‘fardo’.
- Que fardo garota?
- De ter que ficar comigo por obrigação. Porque só você me viu mal –
ela disse enquanto lutava contra as lágrimas. – Ai que ódio! Sabia que
eu nunca chorei na frente de ninguém a não ser dos meus pais e da minha
irmã? E agora virou moda chorar na tua frente! Que raivaaaa! – lágrimas
começaram a saltar dos olhos da garota.
- Eu não te beijei por piedade! E se algum dia nós ficarmos juntos,
será pela vontade dos DOIS! Entendeu? – Ele disse segurando a mão da
garota. – Talvez você só chore na minha frente, porque você só é
verdadeira quando tá comigo.
- O que você que dizer com isso? – ela disse parando de chorar com
tanta intensidade.
- Com o quê? Sobre ficarmos juntos ou de você ser verdadeira?
- Os dois. Você acha que algum dia vamos ficar juntos? E por que eu
seria ‘falsa’ com os outros?
- Eu não disse que ficaríamos, eu disse que SE ficarmos... E eu não
disse que você é falsa com os outros, eu só acho que comigo você é mais
verdadeira.
- E por que eu seria ‘mais verdadeira’ com você? – ela perguntou
irônica, as lágrimas tinham acabado, mas seu rosto ainda estava todo
molhado.
- Talvez seja por causa da sua paixão adolescente por mim? – o garoto
se irritou com a ironia de .
- Tava demorando pra você se mostrar de verdade né?
- Você realmente deve estar com algum problema sério!
- EU TENHO PROBLEMAS! Mas nem por isso eu falo esse tipo de coisa que
você acabou de me dizer! – mesmo com a briga, não levantou da
cama, ela estava sentava bem perto de .
- Você acha que o que você disse não é ‘grave’?
- O que eu disse que possa tê-lo feito querer revidar com uma coisa tão
ridícula como essa?
- Não se faz de besta, .
- Você adora isso né? Se fazer de vítima, quando pergunto o
que foi você fala que eu estou me fazendo de boba!
- Eu me faço de vítima? GAROTA ACORDA! Eu fiquei com você quando você
precisou e agora do nada você começa falar essas maluquices, será que
não dava pra ficar como estava? A gente poderia aproveitar o resto do
fim de semana juntos! Sem ter que sobrar no meio desse monte de casais!
Mas não, você tinha que surtar e estragar tudo! Mesmo que nós não
ficássemos literalmente, nós poderíamos ter feito companhia um ao
outro! – desabafou, surpreendendo .
- Ah nós ficaríamos e depois voltaríamos nos odiar? Como se NADA
tivesse acontecido? Era isso que você queria?
- E você ainda leva à sério essa história de ódio? Nós NÃO nos odiamos.
Isso é tudo palhaçada!
- Só se for pra você!
- Você me odeia?
- Odeio!
- Fala olhando nos meus olhos – disse calmamente.
- Depois eu que sou a criança né? Que coisa mais infantil! –
disse nervosamente, sem olhá-lo nos olhos.
- , se você realmente me odeia, fala olhando nos meus
olhos, eu PRECISO saber – ele segurou pelos ombros.
- eu odeio você – ela disse olhando para o rosto dele,
mas não nos olhos.
- Deixa de ser medrosa! Se você me odeia como você acha que odeia fala
logo! - garoto a trouxe pra mais perto, vendo-a fechar os olhos por
causa da proximidade.
- Por que você tá fazendo isso? Qual o interesse em saber se eu o odeio
ou não?
- Porque se eu acreditar que existe esse ódio, eu prometo não me
aproximar de você nunca mais. Eu te deixo em paz, pra sempre. Eu
prometo – ele disse sério procurando os olhos de , que estava
olhando para baixo.
- Chega de palhaçada! Me solta – ela disse tentando se desvencilhar do
garoto, estava desesperada pela situação e sentia que poderia voltar a
chorar a qualquer momento. – Você tá me machucando.
- É só falar ‘ eu te odeio’ e eu te solto, eu te abandono, pra
sempre – ele disse de um jeito fofo, afrouxando os pulsos dela, vendo
as lágrimas nos olhos da garota que não tem saído de seus pensamentos
nos últimos cinco meses.
- ... Eu te... Eu od... - ela gaguejava e uma lágrima teimosa
caiu em sua face. – Pára! Me deixa ir pra minha cama... Por favor... –
agora ela chorava.
- Você não quer falar, é isso? – ele disse de um jeito terno, seu rosto
estava bem perto do de .
- Não... - ela disse com os olhos fechados. – Eu não quero falar porque
eu não te odeio. Mas eu preciso odiar você!
- Por que você precisa me odiar?
- PRA NÃO TER QUE PENSAR NA PORCARIA DAQUELE BEIJO! – ela gritou e
começou a chorar mais desesperadamente, então a abraçou bem
forte. – Eu preciso esquecer. Me faz esquecer aquele beijo? Por
favor... – ela sussurrava no ouvido dele.
simplesmente fez com que ela o olhasse nos olhos e aproximou os
rostos, e antes que se esquivasse, ele encostou seus lábios nos
dela. Ela tentou sair dos braços dele, mas a forçou a aceitar o
abraço, e aos poucos ela parou de fazer força para sair de perto do
garoto. Então ele fez o contorno dos lábios dela com a língua, ela
tentava resistir a ele, mas por fim abriu a boca e deixou que a língua
de procurasse a sua. Ficaram nesse beijo ‘inocente’ por alguns
minutos, então o garoto fez com que sentasse em seu colo, o clima
foi ficando intenso, beijavam-se como um casal apaixonado,
passava a mão pelas costas dela por dentro da blusa, enquanto a garota
bagunçava os cabelos dele. Quando ele começou a levantar a baby look de
ela parou de beijá-lo:
- , – ela dava selinhos nele. – É melhor não passarmos
dessa fase.
- Desculpa – ele disse tomando fôlego. – Rápido demais né?
- Eu acho. É que...
- Fica quieta – ele disse, mas logo acrescentou ao ver a cara de
indignada de . – Não estraga tudo. Vamos ficar assim, tá tão bom.
Vai me dizer que não gostou?
- É né? – ela disse sem graça.
- Ah ficou vermelha! – ele riu e deitou na cama, e conseqüentemente
levando consigo. – Vem cá – aconchegou a garota em seus braços e
depois colocou o edredom sobre os dois.
- Que belo jeito de me fazer esquecer o beijo no corredor hein? – ela
disse sorrindo.
- Você disse que era pra eu te fazer esquecer aquele beijo, pronto!
Esqueceu aquele com esse! – respondeu todo sorridente, fazendo
quase babar.
- Você é fofo assim o tempo todo? Como eu nunca percebi? – ela disse em
um tom brincalhão.
- Porque você nunca deu uma chance de sermos amigos. Ou algo mais.
- Tarado! Hahaha, mas foi você quem me ‘afastou’ falando que eu me
derretia por você.
- Ah não vamos falar nisso! Passado deve ficar no passado!
- Nossa! É quase um filósofo!
- Chata! Linda, porém chata – ele fez com que ficassem num abraço bem
apertado, mas podiam olhar um nos olhos do outro.
- Uau! Eu sou linda?
- Se começar a se achar, fica feia.
- Tô quietinha.
- Haha, e viu só? Pra você eu só sou fofo, e pra mim você é linda. Eu
tô perdendo nessa história – ele fez bico.
- Pois pra mim você tá ganhando, uma pessoa linda pode ter só a beleza
e não ter conteúdo, já uma pessoa fofa pode ser os dois.
- Então você é a minha fofa de hoje em diante.
- Ah não me chama de fofa, que eu lembro de uma fic que eu li. E eu
chorei muito (n/a: certeza de que TODO MUNDO já leu SaN né? ‘fofa’ me
lembra muito³ aquela fic *chora* eu quero att) – ela disse fazendo bico.
- O que seria uma ‘fic’?
- Ah depois eu explico. Tô com preguiça – mentiu, até parece que ela
iria explicar o que é uma fic, até que chegaria ao assunto ‘qual o teu
McGuy’, e não iria admitir que nas fics que lia sempre formava
‘casal’ com .
- Tá com preguiça de me beijar também?
- Quem sabe... – ela disse fazendo charme.
- Ah é assim? – ele se fez de ofendido, e ‘ameaçou’ sair da cama.
- Tô brincando! – ela riu e o abraçou, impedindo-o (leia: tentou
impedi-lo) de se afastar.
- Aha! Ficou com medo de me perder né?
- Você disse que ficaria o tempo que eu quisesse, lembra? – ela
ruborizou ao dizer isso.
- É, continua sendo verdade. Por quanto tempo você quer que eu fique?
- Esse fim de semana tá bom... - ela disse e logo depois deu um selinho
no garoto - ...por enquanto.
- Aproveitadora! – ele riu e em seguida a beijou.
Ficaram falando besteiras e se beijando. Mais beijando do que falando
pra ser sincera, por quase duas horas, então adormeceram abraçados...
Capítulo Oito: “Vinganças!”
No dia seguinte, acordou sozinha no quarto. A garota se arrumou e
desceu para tomar café. Quando chegou no restaurante do hotel,
encontrou somente as garotas, deve-se ressaltar que todas estavam com
enormes sorrisos, e uma falava mais alto que a outra.
- Bom dia flor do dia! – disse ao ver .
- Bom dia linda, bom dia pra todas – ela respondeu com um sorriso, e
ouviu um coro de ‘bom dia ’.
- Alguma de vocês sabem onde foram parar os homens desse hotel? –
perguntou às amigas.
- Não faço a mínima! – disse dando de ombros.
- Ah o disse algo sobre treinamento de futebol, ou algo assim, eu
não lembro tava com muito sono – disse .
- Cansadinha, Senhora? – disse maliciosamente.
- Aprontou muito? – entrou na brincadeira, fazendo
ruborizar. – Mas realmente, eu lembrei que os garotos foram ver o
treino do Arsenal.
- Olha só? Como você sabe e nós não? – perguntou com cara de
indignada.
- A também sabia, ué? – fez cara de inocente.
- Mas ela disse que ‘achava’ que eles foram ver o treino e você tem
certeza! – adorou ver a cara de sem graça da amiga.
- Pelo jeito alguém tá se dando bem com o né? – também
resolveu deixar tímida.
- Não é questão de estar me dando bem com ele ou não – tentava
achar uma desculpa. – É só que ele tava saindo e me pediu pra avisar
vocês, só isso!
- Aham sei... – zoava a amiga.
- Ah gente pára! – defendeu. – Tadinha, ela tá ficando até
vermelha!
- Ok. Vamos mudar de assunto. Alguma sugestão? – disse.
- Quê? – disse com cara de quem saiu de um ‘mini-transe’.
- Nossa! Tava longe, hein amiga? Tava pensando no quê? – disse
rindo.
- Você ainda pergunta, ? – fez uma cara de sapeca.
- ! – todas disseram em coro, fazendo ruborizar.
- Sem graças! – ela disse e mostrou a língua para as outras garotas.
- Mas agora falando sério: eles vão demorar pra voltar? –
perguntou. – Hein ?
- Por que ‘hein ’? – fez cara de desinteressada. – Os
namorados são seus e eu que tenho que saber quando eles voltam? Eu já
fiz muito comunicando aonde eles foram.
- Eita estresse! – falou. – Como você mesma diz: estresse
envelhece!
- Ah desculpa! Não é estresse... É sono – tentou se desculpar.
- Hum, sono. Noite agitada? – perguntou com cara maliciosa.
- É mesmo ! Sobre o resto de nós tá bem claro que a noite foi
realmente agitada, mas não sabemos da sua. E aí foi boa? – entrou
no jogo ‘provocar ’ mais uma vez.
- Co... Como assim agitada? Eu dormi ué!
- Então por que tá com sono?
- Porque... Porque eu estranhei a cama.
- Ou estranhou ter que DIVIDIR a cama?
- Do que você tá falando? Eu não dividi cama com ninguém.
- Mas então por que estranhou? Os colchões desse hotel são tão bons.
- Eu estranhei porque... Porque não é o MEU colchão!
- Nossa, que notícia triste – interrompeu o ‘diálogo’ entre
e .
- O que é triste? Saber que não é o meu colchão?
- Não. Saber que meu irmão não é um bom colchão – ela disse todas
gargalharam. – Mas ele serve como travesseiro?
- ! – se irritou – Poxa! Que saco!
- Nossa! Ela tá tão a fim do que não pára de falar ‘’ –
também resolveu brincar com a cara de .
- Eu tô indo pro meu quarto – falou nervosamente e foi em direção
aos elevadores.
- Ih ela ficou com raiva mesmo – disse preocupada.
- É né? Mas se ela ficou com tanta raiva assim é porque tá realmente
rolando alguma coisa entre eles dois – disse .
- Se tá eu não sei, mas se tiver mesmo, por que ela não contou pra
gente? – falou.
- Isso eu não posso responder, mas uma coisa eu digo: o que diz
respeito a e é tudo muito confuso! –
falou enquanto elas iam em direção ao jardim do hotel.
- Oi meu amor – disse, deu um selinho em e sentou ao seu
lado em um banco do jardim.
- Oi lindo, tudo bem? Já tava com saudade – ela fez bico.
- Ah eu também senti – o garoto abraçou a namorada –, mas o treino do
Arsenal foi muito bom.
- Que bom que vocês se divertiram.
- É... Mas cadê o resto das garotas?
- Como não é todo dia que faz calor nessa cidade maluca, elas
resolveram ir pra piscina.
- Mas não tá tão calor a ponto de ir pra piscina.
- Piscina aquecida, lindo.
- Ah sim. E por que você não foi?
- Porque eu fui falar com a , mas ela ainda tá chateada.
- Chateada com o quê?
- É que a gente ficou tirando uma com a cara dela por causa do ,
daí ela ficou nervosa.
- O também deu chilique hoje, porque ficamos falando que ele tá
apaixonado pela ‘pirralha’.
- Vocês também acham que tá rolando alguma coisa?
- Tá na cara! Ele sempre disse que não iria se prender a ninguém, que
amor é jogada de marketing, mas parece que a brasileirinha tá
conquistando o aos poucos através das brigas.
- É... E cadê os garotos?
- Foram trocar de roupa e procurar as namoradas.
- Ah então eles já devem estar na piscina.
- Provavelmente. Vamos pra lá?
- Sim, mas tenho que pegar meu biquíni primeiro.
- Ok.
Enquanto isso...
- Hey – disse entrando no quarto e se deparando com uma
emburrada assistindo Dawson’s Creek.
- Oi.
- O que foi?
- Nada.
- ! – disse sério enquanto se aproximava da cama da garota.
– Qual o motivo desse bico?
- Eu já disse que não é nada. Ou melhor, eu tô brava porque esse
seriado não deveria se chamar Dawson’s Creek e sim Pacey’s Creek, o
Pacey é perfeito, ele deveria ser o principal, o Joshua Jackson é mil
vezes mais fofo do que esse James Van alguma coisa aí – ela falava sem
parar com cara de chateada.
- Você realmente não sabe mentir.
- Eu não tô mentindo! É verdade!
- Pode até ser verdade, mas você não tá com essa cara por causa de um
seriado – ele disse e sentou ao lado de , ele olhava pra ela, que
por sua vez olhava pra tv.
- Nada de interessante ou importante.
- Ok, se você não quer falar – ele fez menção de sair da cama.
- ? – ela disse timidamente e fez com que ele sentasse novamente.
- Oi?
- As garotas me zoaram por sua causa – disse fazendo biquinho.
- Ô meu Deus, tadinha de você – ele brincou e a abraçou –, eu vou
brigar com elas, tá bem?
- Isso! Me zoa também – ela disse fingindo raiva.
- Ih nervosinha! Não precisa me matar com esse olhar ‘maligno’.
- Você merece!
- O que mais eu mereço? – fez cara de safado.
- Idiota! – a garota o empurrou, saiu da cama e desligou a tv.
- Não vai ficar com raiva de verdade né? – ele perguntou e deitou na
cama se espreguiçando, e com isso fazendo sua camiseta levantar, e
olhando disfarçadamente o abdômen do ex-ídolo.
- Já tô! Parece que todo mundo tirou o dia pra me provocar! – a garota
disse de costas para , ela estava apoiada no parapeito da janela.
- Pirralhinha estressada – o garoto sussurrou no ouvido de ,
fazendo a garota se assustar, ele a abraçou por trás e pode senti-la
arrepiar com o toque.
- Ah ! Virou mania me assustar né? Que saco – ela disse brava,
mas não fez esforço algum pra sair de perto de .
- Você fala demais – ele ainda sussurrava.
- Cala a boca e sai de perto de mim.
- Tenta sair, se conseguir eu te dou um prêmio.
- E que prêmio seria?
- Um beijo.
- Puts! Como eu tenho azar: se me soltar eu tenho que te beijar, se não
me soltar eu tenho que ficar abraçada com você. Ninguém merece.
- Sabia que você não parece nem um pouco com a de ontem? Toda
sorridente, carinhosa e que concordou em ‘ficar’ comigo...
- Talvez seja porque todo mundo sacou que estamos diferentes e estejam
me zoando.
- Me zoaram também, mas eu não entendo porque ninguém pode saber que
estamos ficando...
- Nós NÃO estamos ficando... E não é pra contar porque depois que
voltarmos a sanidade mental regulada nós vamos nos arrepender pela
burrada que fizemos.
- O que custa ser menos rabugenta, hein garota do Brasil? – ele
perguntou de um jeito fofo com o queixo apoiado no ombro de .
- Nossa! Você me fez lembrar da Cath! Que saudade dela...
- Ah ninguém merece, ! – disse irritado e se afastou de
. – Eu tô aqui aturando a sua falta de educação, tentando ser
legal, sendo que você nem merece e você vem e fala que eu te faço
lembrar a Catherine? Isso é ridículo!
- Depois sou eu que me estresso por qualquer coisa...
- Eu tô indo pra piscina!
- E...?
- Ah , vê se me erra!
- Some daqui, !
Na piscina...
- E aí ! – grita toda animada de dentro da piscina
aquecida. – Não vai entrar?
- Não! – ele responde seco.
- Que foi? – pergunta para o amigo. – Aproveita que só tem a
gente na piscina. O hotel tá totalmente vazio!
- Não quero.
- Ah! , cadê a ? – perguntou sentada na beira da
piscina.
- No meu bolso ela não tá!
- Precisa ser estúpido com a minha namorada? – disse calmamente.
- Foi mal . Desculpa .
- Brigou com ela, né? – perguntou.
- Briguei com quem? Tá doido, ?
- Ah ! Pára com isso! – entrou na conversa – Tá escrito na
sua testa ‘briguei com a pela milionésima vez’, não adianta se
fazer de bobo.
- Ah aquela garota tem problemas! Ela é louca!
- Não vou dizer nada – disse sorrindo.
- Nem eu – concordou com a namorada e a puxou de volta pra
piscina.
- Que tal colocar música nesse lugar? – disse animado, mudando de
assunto.
- Vamos lá na cabine de som amor? – sugeriu.
- Vem! – e os dois foram correndo.
- Daqui a 2 horas ele voltam – disse e os outros (inclusive
) riram.
- Ah eles não voltaram, mas pelo menos colocaram a música –
disse ao ouvir o início de ‘The Places You Have Come To Fear The Most’
do Dashboard Confessinal.
- A tinha que estar aqui – disse. – Ela ama essa...
- Música! – a própria terminou a frase. – É, eu realmente amo.
- Nossa! Que susto! – disse sorrindo ao ver a amiga entrar no
salão em que a piscina ficava e vê-la sentando em uma cadeira (bem
longe de , por sinal).
- Ah! Tava falando mal de mim né? – disse com um sorriso, que
reparou que não era seu sorriso normal, era triste.
- Imagina ! – disse brincando.
- Ah sei... – ela respondeu e então colocou os fones de seu iPod no
ouvido, deitou na cadeira e fechou os olhos.
- Ela é doida? Diz que ama a música e coloca os fones? – disse
divertido.
- Agora que você reparou? – disse antes de beijar o namorado.
- ? ? !
- Não grita, . Eu já te ouvi.
- Você tava dormindo e me ouvindo? Essa é nova!
- Ah não me enche! Pra quê me acordou?
- Primeiro: só tem a gente aqui. Segundo: a ligou e disse que o
Billy passou mal, por isso eles voltaram pra casa antes da gente. E
terceiro: como eu sou muito boazinha, eu te acordei porque você tava
todo torto na cadeira, e ficaria com uma puta dor nas costas amanhã.
Por isso eu te acordei!
- Ah claro! Como sempre você é a santinha! Mas mesmo assim: obrigada
pelos avisos, quando eu precisar de uma secretária eu te aviso.
- RETARDADO! – ela gritou na cara dele e se levantou da cadeira, que
até então estava sentada ao lado de .
- AI! – os dois falaram justos, motivo: a pulseira de ficou presa
na camiseta de .
- Você é maluca? Você quase me cortou com esse treco assassino que você
tem no braço!
- Ah, como é exagerado! Parece uma moça! Agora me ajuda a tirar minha
pulseira daí!
- Ô esperta! Fica mais fácil se eu tirar a camiseta, não acha?
- Então tira logo sua anta!
- Fica quieta garota! Eu sei que você tá louca pra me ver sem roupa,
mas olha como fala comigo!
- Cala a boca e me dá essa camiseta logo!
- a!
- Obrigada palhaço! – pegou a camiseta e começou a desprender sua
pulseira, quando conseguiu, foi até a beira da piscina e jogou a peça
de roupa de lá dentro.
- ! Tá maluca? Tem cloro aí! Já era a minha camiseta!
- Compra outra, ué?!
- Ah é assim? – disse com um olhar vingativo, andou até
puxou a pulseira da mão dela e jogou-a dentro da piscina.
- , SEU IDIOTA! MINHA PULSEIRAAAAAA!
- Direitos iguais, nanica!
- Vai pegar agora!
- Sonha!
- , por favor! Ela é muito importante pra mim – ela disse com
cara de profunda tristeza.
- Ah não vai dizer que ganhou de um namoradinho?
- Não seu panaca! Foi da minha melhor amiga! Tem um significado que vai
além do seu cérebro de ervilha!
- Só porque você fica me xingando eu não vou pegar nada!
- Dane-se! Eu não preciso de você – dizendo isso, a garota tirou a
blusinha, o short e mergulhou na piscina – DROGA! Eu não to achando! –
ela disse minutos depois, e pôde ver que os olhos dela estavam
vermelhos: resultado da água + o desespero.
- ? Hey olha pra mim! – ele disse agachado bem perto da beirada
da piscina.
- O que foi hein? – ela disse impaciente.
- É isso o que você tá procurando? – ele levantou a mão e mostrou a
pulseira.
- Me diz que você não fez isso! – ela disse com os olhos fechados
enquanto se apoiava na borda de piscina.
- Tava brincando.
- Que brincadeira sem graça – ela permanecia de olhos fechados.
- Eu precisava me vingar pela camiseta.
- Você não sabe a dor que você me fez sentir.
- Ah foi mal, é que... – ele não conseguiu terminar a frase: o
puxou pra piscina. - Ah você é muito engraçada né? – ele disse depois
de voltar à superfície.
- ‘Eu precisava me vingar pela pulseira’ – ela disse imitando a voz
dele.
- Nossa! Pra quem tava sofrendo você se recupera bem rápido né?
- É né? Eu sou assim! – disse sorrindo.
- Ah você vai ver – ele a pegou no colo e mergulhou. Em baixo d’água
eles riam feito duas crianças, até que se aproximou e deu um
selinho em , que voltou a superfície rapidamente.
- Tá maluco? Quer me matar engasgada?
- Seria uma possibilidade.
- Sua mula e... – e mais uma vez a surpreende com um selinho.
- Cala a boca por um segundo? – ele disse com a testa encostada na dela.
- Não – ela disse de olhos fechados ao sentir-se sendo envolvida pelos
braços dele.
- Ah vai calar sim, quer ver como?
- Não!
- Mas eu mostro mesmo assim! – e beijou-a, e nesse momento os dois
sentiram estranhas borboletas no estômago.
Capítulo Nove: “Fingindo ser o que não
é!”
- pára com isso!
- pára de reclamar!
- Se alguém aparecer...
- Ninguém tem nada a ver com nossas vidas!
- Mas não seria NADA legal que nos vissem assim – disse apontando
para o ‘estado’ dos dois: totalmente molhados, dentro de um elevador, e
a pressionando contra a parede.
- Ah vai dizer que você nunca sonhou em ser famosa?
- Famosa por ser mais uma na lista de um ‘astro do rock’ metido a
garanhão? Não, famosa desse jeito não!
- Eu sei que você me ama...
- Eu te amo do jeito que os Capuletos amavam os Montéquios.
- Viu só? Já está nos comparando a Romeu e Julieta. Isso é que é amor
hein?
- Idiotinha da minha vida, eu nos comparei aos PAIS de Romeu e Julieta.
Mas nossa! Você sabe que Montéquio e Capuleto eram os sobrenomes de
Romeu e Julieta? Tô impressionada.
- Hahaha, como você é engraçada – ele ironizou, e aproximou mais ainda
(se é que é possível) seu corpo do de .
- , é sério! Eu vou morrer de vergonha se alguém entrar nesse
elevador e nos ver assim.
- Ow! Ela me chamou de ! Milagres acontecem – ele disse de um
jeito rouco/sexy bem perto do pescoço dela.
- Quer ver um milagre maior ainda?
- Hum, gostei disso – ele deu um sorriso tarado que ela não pôde ver.
- Pervertido!
- Eu? Imagina! Mas então, que milagre?
- Esse! – ela disse rapidamente, e mais rápido ainda puxou o garoto
pela nuca e selou os lábios. se assustou com a atitude da
garota, ela NUNCA tomava iniciativa para um beijo. Após o susto
momentâneo, ele fez com que abrisse a boca e desse passagem para
sua língua, era um beijo intenso, não selvagem, somente intenso.
- Ops! – disse quando a porta do elevador se abriu, assustando o
‘casal’, que se separou instantaneamente. – Desculpa! Sério, se eu
soubesse que vocês estavam... Erm... - a garota se enrolava nas
palavras enquanto corava furiosamente.
- Relaxa ! – disse calmamente.
- seu idiota! Se você fizer isso mais uma vez eu juro que te
mato! – disse brava e saiu do elevador, deixando um
confuso atrás de si.
- É... Acho que vou falar com a , tá ?
- Okay .
- ?
- Pode entrar .
- Você tá bem?
- Tô sim, por que a pergunta?
- Será que é por causa do que eu vi agora há pouco?
- Ah ! Jura que não conta pra ninguém? Ele me agarrou, mas mesmo
assim eu tenho vergonha de admitir que beijei esse ogro.
- Te agarrou? Por quê? Vocês vivem dizendo que preferem morrer a ter
que encostar um no outro.
- Euqueobeijei!
- O quê garota? Fala devagar!
- Eu-que-o-beijei!
- Oo Tá brincando né?
- Bem que eu queria estar...
- Mas... Mas como assim? Vocês estão ficando?
- Não... Ou melhor, acho que não.
- Por que vocês não ficam na frente de todo mundo? Por que você não me
contou?
- Porque quando tudo voltar ao normal, ele vai arranjar mais uma
namoradinha e todos vão ficar preocupados com os meus sentimentos por
ele!
- Mas nós teríamos razões pra nos preocupar, não acha? Você ficaria com
o coração partido ao vê-lo com outra garota.
- Coração partido só se for de dó da pobre garota que tiver a
infelicidade de namorar esse traste. Não quero mais falar sobre isso
okay?
- Tudo bem... Mas posso perguntar uma coisa?
- O que?
- Vocês ficaram ontem à noite, não ficaram?
- Ficamos – disse corando, e vendo gargalhar.
- EU SABIA!
Os casais (de verdade) passaram o resto da tarde em seus respectivos
quartos, estava assistindo Supernatural (n/a: ninguém reparou que
eu sou viciada por séries né? xD) e havia sumido. Todos tinham
combinado de jantarem juntos, e depois irem a uma boate perto do hotel.
- ! Vai se arrumar! – falou colocando a cabeça pra dentro
do quarto da amiga.
- Já tô indo, assim que acabar o episódio eu vou.
- Ô vicio! Não cansa de assistir essas séries não? Qual é essa?
- Não canso! Amo! Tô vendo Supernatural. O episódio que eu mais tenho
medo: do palhaço!
- Se tem medo por que assiste?
- Porque é legal! E porque eu amo o sarcasmo do
Dean e a carinha fofa do Sam. Agora vai embora que voltou do comercial!
- Okay, mas vê se não se atrasa viu?
- Tá, tá. Agora saiiiii!
estava totalmente compenetrada no que assistia, no momento em que
o palhaço ia matar o casal que estava dormindo... A porta de seu quarto
abre.
- AHHHHHHHHHHHHHHHHH!
- Que foi garota tá doida? Mais do que o normal?
- QUE MERDA, ! Cara eu vou morrer do coração!
- Muito maluca. Por que esse susto todo? Tava fazendo algo de errado?
- Como você é engraçado. Não que eu deva explicação, mas eu tava
assistindo Supernatural e você chegou na parte mais assustadora.
- Que episódio é esse?
- Do palhaço.
- Ah é, você tem medo.
- Morro de medo.
- Cagona pra caramba.
- Ah não enche!
- Vou tomar banho, a disse que se você se atrasar, ela vai contar
pra todo mundo o que viu no elevador.
- Obrigada pelo recado, secretário – ela disse em tom sarcástico,
fingiu que não escutou.
Durante o jantar...
- Ah não ! A piada da galinha de novo não! – reclamava do
amigo.
- É mesmo, amor. Tenho que concordar com a – fazia
careta.
- Ah deixa ele contar! – sorria.
- Mas ele já contou milhões de vezes – também não agüentava mais.
- Pode contar , EU quero ouvir – provocou, olhando .
O jantar foi repleto de risadas, gargalhadas e engasgos (rir muito
enquanto come dá nisso). E também teve um telefonema de ,
avisando que Billy estava melhor, e que era pra todos evitarem que
e se matassem, pois a Sra. os queria vivos e
saudáveis.
Na boate...
- Eu sinceramente não entendo como os seguranças deixaram a
entrar – fingia pensar, provocando .
- Se eles barrassem a minha entrada, teriam de barrar a tua também –
ela respondeu calmamente.
- Ah é? Mas eu não sou uma criança, e nem tenho 1,50m de altura – o
garoto respondeu ironicamente.
- Eu não tenho 1,50m de altura okay? Como se você fosse tãããão mais
alto né? E além do mais eles te barrariam por ter cara de maluco/tarado
– responde fazendo gestos.
- Maluco e tarado é? Que sorte que você não dorme no mesmo quarto que
eu né? – ele diz sorridente com cara de malicioso.
- ... – nem sonha com o que responder.
Os amigos dão risada (como sempre) das cenas hilárias de e
, e pra amenizar a situação (já que estava morrendo de tanto
rir) decidiram deixar o ‘casal confusão’ separado durante essa noite.
estava se divertindo, dançando com e enquanto
estava no bar conversando com . E nem sinal de , até que as
garotas vão ao bar, deixando sozinha, então...
- DROGA! – grita após alguém esbarrar em si e derramar algo
líquido em seu braço.
- Desculpa! Foi sem querer – um rapaz (muito bonito por sinal) tentava
limpar o braço da garota.
- Tudo bem, pode deixar que eu me limpo – ela disse mais calma (já
comentei que ele é muito muito bonito?).
- Me empurraram, não foi minha intenção – o rapaz muito muito muito
bonito dizia todo preocupado.
- Relaxa! Só molhou meu braço,e olha: já secou – falava com um
sorriso.
- Ah, à propósito: sou Peter – o muito muito muito muito bonito mesmo
estende a mão sorrindo pra garota.
- – ela responde ainda sorrindo: ela babou pelo sorriso dele.
- Minha namorada: – um ser diz e abraça por trás.
- ? – ela diz sem entender nada.
- Oi, sou , namorado dela, e você é? – ele diz com cara de poucos
amigos para Peter (o muito muito muito muito...ah! vocês já sabem né?).
- O que... – tenta se soltar do abraço, mas a apertou mais
ainda.
- Sou Peter – o superbonito disse meio sem graça por estar azarando a
‘namorada’ de alguém.
- Hey mas ele... – quando ia desmentir tudo, surpreende a
todos virando a garota e a beijando. Um beijo de verdade, nada de
selinhos.
Ela (como de rotina) tenta afastá-lo, mas desiste quando sente a
intensidade com que a beijava. Sentia um misto de raiva e ciúme
nos toques do garoto, que tinha uma mão em seu rosto e a outra a
segurando firmemente pela cintura. Um beijo cheio de vontade, desejo e
um certo carinho, porque mesmo sentindo as mãos de lhe segurando
cada vez mais forte, sentia que ele era cuidadoso e gentil (n/a:
estranho né? Eu sei xD).
, que viu a cena de longe, se matou pra não deixar os amigos
olharem, já que preferiu que ninguém soubesse do ‘caso’ que tem
com .
Minutos depois...
- – acorda do transe que é o beijo de , o empurra e
dá um belo tapão no peito. – VOCÊ BEBEU? SUA ANTA!
- Agora eu sou a anta alcoólatra né? – ele diz debochado. – Segundos
atrás eu era seu namorado.
- NAMORADO? VOCÊ É RETARDADO? – ela grita enquanto bate em . –
IDIOTA! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA ME BEIJAR ASSIM?
- Assim como? Tão bem, você quer dizer? – ele continua com o ar de
deboche, e nem ligava para os tapas de , ele apenas se esquivava.
- QUE MERDA ! VOCÊ ACHA QUE PODE CHEGAR ASSIM DO NADA E ME
BEIJAR? E AINDA POR CIMA FALAR QUE É MEU NAMORADO PRA UM CARA LINDO
COMO AQUELE?
- Dá pra parar de gritar? Por mais barulhento que esse lugar possa ser,
você tá começando a chamar atenção pra gente – segura
pelos pulsos, a trazendo pra bem perto de si, falando em um tom baixo,
que só ela escutava devido à música alta.
- Eu paro de gritar se EU quiser. O quê? Agora resolveu ser discreto? –
ela disse mais baixo, se acalmando, porém incomodada por ainda ter os
pulsos seguros pelas mãos de . – Dá pra me soltar ou tá difícil?
- Com você por perto é praticamente impossível ser discreto. E tá, tá
muito difícil te soltar, namorada.
- Olha, eu acho que o meu joelho já se apresentou ao Mini , então
se você não quer outro encontro dos dois: me solta AGORA!
- Ah depois dessa gentil proposta, eu te solto. Mas já aviso: não vai
achando que pode ficar se engraçando com qualquer um por aí não, viu?
Senão seu namorado aparece e estraga tudo de novo.
- Cuida da sua vida que assim você ganha mais garoto! Meu namorado?
Você tem o que na cabeça? Bosta né? Só pode ser...
- Ah cara! É tão lindo te ver nervosa, mas é melhor ainda te ver
perdendo um ficante por minha causa... Eu sei que você nem sequer
consegue pensar em ficar com outro cara quando eu estou por perto...
- Antes eu tinha dúvidas, mas agora é certeza: quem inventou a palavra
‘egocêntrico’ se inspirou em você! EU JÁ DISSE PRA ME SOLTAR, !
- E eu já disse pra você parar de gritar – segurou os
pulsos de junto ao seu peito, fazendo com que seu nariz tocasse o
da garota.
- Acha que consegue me fazer parar de gritar só de chegar tão próximo
de mim? – ela toma uma atitude inesperada. – Isso era pra me seduzir? –
a garota fala roçando os lábios no queixo de . – Pra me fazer
desistir da nossa santa briga de todo dia? – ela percebe que
havia fechado os olhos ao senti-la falar tão perto de sua boca,
aproveitando esse deslize dele, ela solta seus pulsos – Depois sou eu
que me derreto por um simples abraço né? – ela ri e se afasta dele. –
Uma garota não pode nem falar muito perto de você, que você quase... –
riso - ...você sabe.
- Pode rir – ele tenta manter a voz calma –, mas que eu estraguei sua
noite com o fracassado ali, ah eu estraguei.
- Fingindo ser algo que você NUNCA será: meu namorado!
- Nunca diga nunca...
- Você não é bom o suficiente pra ser meu namorado.
- Quando você perceber o quão errada estava sobre isso, eu vou rir da
sua cara...
- Dane-se!
Uma hora depois...
- ... Não fica brava... Mas...
- Mas o quê, ?
- Olha o com aquela garota...
- Eu nem vou me preocupar em olhar. E por que eu ficaria brava? Ele não
é nem meu amigo.
- Mas vocês...
- Do que estão falando, hein desnaturadas? – chega brincando
com as amigas.
- É! Suas desnaturadas, não ficaram com as amigas nem um pouquinho –
fazia biquinho.
- Ô meu Deus, tadinhas das nossas nenéns né ? – disse apertando
as bochechas de.
- É mesmo, vem cá bebê da mamãe – diz rindo e fazendo
sentar em seu colo.
- Eba colo! – pula no colo da amiga.
- Porra ! Eu não sou o , que agüenta esse peso todo! –
diz fingindo dor.
- Ah sua malvada! – faz bico e sai do colo da amiga, enquanto
as outras duas só riam da cena.
- Hey gente! Olha só aquela piranha dando em cima do –
aponta pro outro lado da pista de dança.
- Isso soou tão namorada ciumenta – brinca pra disfarçar a luta
que travava consigo mesma pra não olhar para a cena que as meninas
comentavam.
- Ah credo! Deus que me livre! To muito bem com o meu -
diz rindo. – Mas que o está visivelmente bêbado, e a
vagabundinha ali está se aproveitando disso, isso é fato.
Ao ouvir isso vira rapidamente e então vê: encostado em
uma parede, segurando um copo (que dava pra saber que era de Martini),
e tinha razão, tava na cara que ele estava bêbado. E
‘acompanhando’ na cena ‘bonita’ que as garotas olhavam, estava
uma garota de longos cabelos castanhos claro, mini saia jeans, blusinha
bem decotada laranja e botas de couro preto. A posição exata dos dois?
Como já foi dito, estava encostado na parede e a tal garota
estava meio que entre as pernas dele, falando algo bem perto da boca de
, e as mãos da garota? ESTAVAM NAS COXAS DELE!
- Gente ela tá se aproveitando do menino – comentou com cara
de indignada.
- Menino? Que menino? Ele não é nenhum bebê pra gente ter dó se a
garota se aproveitar dele – diz com desdém, que percebe ser
na verdade raiva.
- Mas ele ta bêbado ! – diz .
- Bebeu porque quis! E quando ele bebe nunca lembra de nada depois!
Então quem se importa se ele pegar essa vadia? – é imparcial.
- Que merda ! Chega né? Nem quando ele não tem tanta culpa você
quer crucificar o garoto – fica nervosa por fingir que não
se importa.
- Eu tô pouco me lixando pelo tamanho da culpa dele! Eu quero mais que
ele se dane! – ela responde e levanta do banco onde estava sentada.
- Onde a senhorita pensa que vai? – pergunta segurando
pelo braço.
- Ao banheiro, posso? – : ironia em pessoa.
- Claro que não – diz como se fosse óbvio.
- Ô, inferno! Por que não?
- Porque alguém tem que ir lá salvar o . E esse alguém é você,
– diz com um sorriso falso.
- Nem fodendo que eu vou lá! Que vá alguma de vocês! Por que eu iria?
- Olha a boca ! Tá falando muito palavrão, mocinha – tenta
ficar séria ao dizer isso, mas acaba rindo, fazendo com que as meninas
também rissem, menos .
- Eu falo do jeito que quiser! E eu NÃO vou lá não! Nem em sonho.
- , você não tá entendendo – falava pausadamente (tão
pausadamente que chegava a ser idiota) para a amiga acompanhar o
raciocínio – só uma suposta namorada conseguiria tirar o das
mãos da baranga. E tá na cara, quer dizer, no dedo, que, e
eu temos namorados – ela termina mostrando a aliança de compromisso na
mão direita.
- E daí? É só tirar a aliança! – começa a se exaltar.
- Pensa assim, se você o salvar, vai ter um favor pra cobrá-lo depois –
diz com um sorriso malicioso nos lábios.
- CARAMBA! ISSO É PERFEITO – se anima do nada.
- O quê? O que a disse? – diz .
- Não querida, o já está me devendo uma coisa... Já volto.
- Que louca! Já foi – as três com ‘ué faces’ (n/a: minha ex-
teacher costumava falar isso quando não entendíamos nada do
que ela tinha dito).
- Então gatinho, quer ir lá pra casa? Meus pais viajaram – a ‘bendita’
garota falava enquanto se esfregava em , que por sua vez só a
olhava com cara de tarado misturado com tapado, dava uns goles em sua
bebida e com a outra mão fazia a garota ficar mais perto. – Ou você
prefere ir pra sua casa?
- É apartamento – chega ao lado dos dois e fala sorridente.
- O que você disse? – a ‘santa’ pergunta com cara de ‘some daqui sua
vaca’ pra .
- Que ele tem apartamento e não casa – ainda sorri.
- E como você sabe queridinha?
- Porque ele é meu namorado honey – ela responde com um enorme sorriso
cínico, com as mãos na cintura.
- Quê? – garota oferecida diz.
- Além de esquecida ainda é surda?
- Esquecida?
- É, porque eu tenho certeza que sua mãe te ensinou que você só coloca
cinto se estiver usando alguma roupa, e não só o cinto. Então você é
sim esquecida – fala com a sua melhor cara e voz irônica olhando
pra ‘saia’ da garota.
- Mas...
- Garota? Dá pra ser ou tá difícil? Some.
- E quem disse que ELE quer que eu suma? Ele não tem cara de quem
namora alguém como você – a ‘abençoada’ já tinha largado e agora
estava frente a frente com .
- Pergunta pra ele.
- Hey gato, ela não é sua namorada é? Se fosse não teria te deixado
sozinho pela boate.
- Ela... – antes que terminasse a frase, empurrou a garota
e puxou o puxou pela mão.
- Vem MEU amor, eu adoro essa música. Vem dançar COMIGO – falava
alto e rápido, tentando tirar o ser bêbado de perto do ser puta o mais
rápido possível, indo para o meio da pista de dança – Larga esse
copo,você já bebeu demais – ela toma o copo da mão dele e põe na
bandeja de um garçom que estava passando por perto.
- Você é maluca – diz com uma cara aparentemente melhor.
- Maluca? Eu sou um mix de heroína com vingadora, isso sim!
- (?) – aos poucos ele perdia a cara de bêbado de esquina.
- Heroína porque eu te salvei do desgosto de acordar ao lado daquele
monte de material não reciclável e vingadora porque tecnicamente você
se daria ‘bem’ com a garota e eu dei o troco por você ter estragado
minha conversa com o muito muito bonito – ela dizia isso sorrindo pra
ele, sorriso de vitória. E dançava. Dançava somente mexendo os quadris
no ritmo da musica. Às vezes, parava de falar e fazia caras e bocas de
acordo com a musica que tocava, fazendo ficar hipnotizado por
ela. A música que tocava? (There’s gotta be) More To Life versão mixada
da Stacie Orrico.
- Você não estragou nada. Eu não queria nada com ela. Eu SABIA que você
ficaria com ciúmes – magicamente ele não estava mais bêbado, pelo menos
não aparentava mais. Chegava perto de , a olhando dançar, mordendo
o lábio ao vê-la fechar os olhos e levantar um braço quando a musica
estava no refrão.
- Não tava a fim dela? Se você não estivesse tão bêbado, vocês teriam
feito algo nada agradável de se ver, bem no meio da boate – ela ainda
sorri, por incrível que pareça. – E sim. Eu estraguei. Porque pra um
derrotado como você, qualquer transinha é alguma coisa. Porque se você
fosse bom o suficiente, teria uma namorada – no intuito de provocar o
garoto, ela se aproxima mais e começa a dançar com ele, o obrigando a
se movimentar no ritmo da música e do corpo de dela.
- Você? – a única coisa que ele consegue dizer: tinha ficado extasiado
com a proximidade e dança de , e coloca as mãos na cintura da
garota.
- Eu o quê? Sua namorada? – ela ri e então posiciona os dois braços em
torno do pescoço dele e diz em seu ouvido. – Já esqueceu, é? Só essa
noite fingimos ser um casal por duas vezes, então tá bom demais. Não
quero passar por isso nunca mais.
- Eu sou tão ruim assim? – ele segura o rosto dela com uma mão,
olhando-a nos olhos – Pra você me expelir tanto?
- Você não é ruim – ela diz desviando o olhar: vergonha! Porque de
bêbado que seria atacado ele não tinha mais nada. – Só não é o certo
pra mim.
- Por quê? – epa! Isso foi uma pontinha de tristeza que viu nos
olhos dele? – Como você pode saber isso?
- Erm... A porta do seu quarto! É azul! – ela diz a primeira coisa que
lhe veio na cabeça.
- Isso é errado? Eu gostar de azul? E minha porta ser dessa cor? – ela
diz passando o nariz na bochecha de .
- Claro que é! O cara certo pra mim teria a porta verde – ela diz de
olhos fechados, apenas sentindo o toque de , eles ainda
‘dançavam’.
- Mas... – ela o interrompe.
- “Well it's life, but I'm sure... there's gotta be more... more to,
more to, more to life...” (bem é a vida, mas eu estou certa de que há
mais, há mais, há mais na vida) – canta sussurrando o fim da
música no ouvido de .
Ele somente faz com que o olhe nos olhos, e então dá um selhinho
bem demorado na garota, ao se afastar diz em seu ouvido:
- Um dia o cara da porta verde vai te achar, garota da porta vermelha...
Capítulo Dez: “Sorrisos, lembranças, atitudes e
‘Magic’”
(n/a: quando estiver em itálico e sublinhado significa que são
‘flash-backs’ ok?).
- Não, ! Eu não vou cantar! – dizia rindo.
- Mas , todo mundo já cantou só falta você – falava como se
fosse uma criança rebelde. – Já que o ainda tá dormindo,
então ele não conta.
- Eu não sei cantar! – ainda ria. – Ah cara, além de terem me
acordado cedo, ainda querem me fazer cantar?
- Cedo, dona ? Onze da manhã é cedo? – dava risada das caretas
de .
- Pra mim é!
- Ah pra mim também – se manifesta, então boceja, e deita no sofá
da sala de tv do hotel.
- Ah você não vale ! Tá com sono porque encheu a cara ontem –
zoa. – Mas a ? Não sei por que tá com sono, nós nem
voltamos tarde da boate.
- Eu tomei café antes de deitar, daí vocês sabem o que acontece né? –
mente sem vergonha alguma. – Bye bye, soninho!
- Pára de enrolar! – diz entregando o ‘microfone’, que nada mais
era que uma escova de cabelo de . – Vai cantar sim!
- Ah gente – faz bico –, por favor! Não façam isso!
- Anda logo – diz rindo da carinha de piedade dela. – Qual
música você vai cantar?
- Já que não tenho escolha... – faz cara de derrotada. – Algum de
vocês sabe tocar “Magic” da Colbie Caillat?
- Começa a cantar que a gente dá um jeito – diz .
- Ok – suspira, pega a escova e começa...
(n/a: já leram pelo menos uma song-fic na vida né? Pois então, estou
inventando (eu acho, nunca vi isso em outra fic) um song-cap... espero
que não odeiem).
You've got magic inside your finger tips
(Você tem mágica na ponta dos dedos) It’s leaking out all over my skin
(Isso está transpirando por toda a minha pele) Everytime that I get close to you
(Toda vez que eu me aproximo de você) Your makin me weak with the way you
(Você me torna frágil com a maneira em que) Look through those eyes
(Olha dentro desses olhos)
- colabora! A gente vai cair desse jeito –
ria tentando fazer com que subisse as escadas do hotel. –
Seu bêbado! E eu achando que você não estava tão ruim, e só de imaginar
que temos que subir cinco andares pela escada.
- Não é minha culpa se o elevador quebrou justo hoje – ele diz de um
jeito fofamente bêbado.
- Mas se você não tivesse bebido, te garanto que ia ser mais fácil
subir – ela diz ofegante, subir escadas praticamente carregando um
homem e ainda por cima rindo? Cansa!
- É só não subirmos. Vamos ficar aqui na escada mesmo – diz e
logo senta no degrau.
- Bebeu, é? Haha, claro que bebeu – ria de si mesma. – Levanta
daí! Vem, vamos subir – e estende a mão pra ele levantar.
- Não, senta aqui – puxa a mão que ela havia estendido, e
acidentalmente faz com que a garota caia quase totalmente em seu colo.
– Ops!
- Ops né? Me deixa levantar e vem, – ela ainda ria e tentava
levantar, mas a abraçou, impedindo que levantasse. Ele
acariciou-lhe o braço com as pontas dos dedos, causando em vários
arrepios.
- Por que você sempre foge? – ele faz cara de confuso, super fofo. Já
estava com cara de bêbado, junto com a de confuso, foi uma combinação
fofa. – Toda vez que eu me aproximo, você se afasta – agora ele tinha
ajeitado em seu colo, fazendo com que ela ficasse sentada de
lado, ele a abraçava pela cintura apenas deixando suas peles se tocarem.
- meu amorzinho – ela diz sorrindo –, se você não estivesse
bêbado e se conseguisse lembrar de algo amanhã, eu com certeza te
responderia, tá? – ela finaliza colocando as mãos nos ombros dele.
- Não faz isso! Eu to tentando ser o cara – ele fala olhando
profundamente nos olhos da garota, fazendo baixar a guarda ao ver
o carinho estampado no olhar de .
- Que... que cara ? – ela gagueja, proximidade + o jeito que ele
a abraçava + as carícias no braço + aqueles olhos perfeitos = gagueira
na certa!
- O cara da porta verde – ele diz como se fosse óbvio.
- Você é uma comédia – ela ri e levanta, ouvi-lo falar do ‘cara da
porta’ a fez voltar a realidade. – Vamos subir.
And all I see is your face
(Tudo o que eu vejo é o seu rosto) All I need is your touch
(Tudo o que eu preciso é o seu toque) Wake me up with your lips
(Acorde-me com os seus lábios) Come at me from up above
(Chegue até mim de um nível superior) Yeaaaa, oh I need you
(Eu preciso de você)
- Não consigo dormir – ela escuta resmungar.
- Você nem deitou direito. Tenta mais um pouco – ela diz rindo da voz
dele.
- O banho GELADO que você me obrigou a tomar, tirou meu sono – ele fala
e acende o abajur.
- Mas você não tá mais bêbado! Esse é o lado bom – ela sorri pra ele –
A dor de cabeça passou?
- Passou – sorri pra ela –, valeu pelo remédio.
- Imagina – sorriso gigante pra ele (quem não sorri ao ver aquele
sorriso dele?). – Agora tenta dormir, já são três da amanhã.
- Nossa a gente voltou cedo. E eu NÃO consigo dormir – faz
careta, arrancando mais risos de – Essa cama tá tão ruim. Tá
vazia – sorriso malicioso.
- Pervertido – ela diz rindo alto –, pode tratar de dormir já!
S-O-Z-I-N-H-O!
- Credo, você é má – faz bico e apaga o abajur.
- Desculpa te acordar.
- Que horas são?
- Quatro e meia.
- Da manhã?
- Não , da tarde... Sua boba, é claro que é da manhã.
- E pra que você me acorda a essa hora?
- Pra te perguntar uma coisa.
- O que?
- Quando você fecha os olhos pra dormir, o que você vê ou pensa?
- Sei lá.
- Me responde, pelo menos hoje, quando você me mandou dormir, e fechou
os olhos... que imagem veio à sua cabeça?
- Seu rosto.
- Que ótimo, porque na minha cabeça veio o seu. E posso perguntar outra
coisa?
- Pode.
- Posso dormir com você? Sei lá, to meio carente, acho que a bebida fez
isso.
- ...
- Por favor.
- Ok.
- Brigado – ele só deita ao lado dela sentindo seus braços se tocarem
por baixo do cobertor. Quando está pegando no sono, sente
se aproximar e o abraçar, ela já está dormindo. Não resiste, ao vê-la
tão próxima, linda, fazendo um biquinho fofo e alguns fios de cabelos
caídos no rosto, então ele encosta seus lábios nos dela.
- ?
- Desculpa, te acordei de novo.
- De um jeito diferente.
- Se minha porta fosse verde, você deixaria que eu te acordasse assim
todos os dias?
- Não. A porta não influencia em nada.
- Ah...
- Mas hoje eu preciso de você. Por hoje a gente finge que a porta do
seu quarto é verde, pode ser?
- Precisa de mim? Não sou gigolô – ele diz rindo. – Sua maníaca.
- Seu besta. Dorme, – ela ri e volta a encostar a cabeça no
peito de .
- E se você me atacar enquanto eu durmo?
- Amorzinho, dorme, por favor?
I remember the way that you move
(Eu lembro do jeito que você se mexia) your dancin easily through my dreams
(Você está dançando facilmente nos meu sonhos) its hittin me harder and harder with all your smiles
(Esta me atingindo mais forte e mais forte com todos os seus sorrisos) you are crazy gentle in the way you kiss
(Você é loucamente dócil no jeito de beijar)
- Hey! Pode dormir mais, você demorou a pegar no
sono né?
- Aham, mas aonde você vai?
- A veio me chamar pra tomar café da manhã.
- Ah ta, mas você ta com uma cara de sono.
- Você se mexe muito na cama.
- Jura?
- Seu tarado. Você entendeu o que eu disse.
- Com que você sonhou?
- Quê?
- Você sonhou com alguma coisa boa, você sorriu dormindo.
- Sério? Não costumo lembrar dos meus sonhos – mentira! Ela se lembrava
muito bem, tinha sonhado com ele. Que novidade...
- Você não sabe mentir – ele diz sorrindo.
- Ah vai catar coquinho – mostra a língua pra ele.
- Vai tomar seu café, mais tarde eu desço, ta?
- Tudo bem, bons sonhos – ela sorri e dá um beijinho na testa de .
- Vou sonhar com você – sorrindo de um jeito tão sincero que fica
até sem graça.
- Nossa! Então será pesadelo.
- Engraçadinha – ele se ergue em um cotovelo e beija carinhosamente a
bochecha da garota.
- Tchau.
- Tchau.
- Hey!
- Que é, ? – ela vira pra ele rindo antes de sair pela porta. E
recebe o melhor sorriso que já teve dele. não percebeu que o
havia chamado pelo primeiro nome, ele ficou radiante por isso.
- Obrigado.
- Pelo que?
- Por tudo – um último sorriso, e então volta a deitar.
- Ah, tudo bem.
Oh baby I need you
(Oh baby, eu preciso de você) to see me, the way I see you
(Para me olhar, do jeito que eu te olho) lovely, wide awake in
(Adorável, extraordinariamente acordado no) e middle of my dreams
(Meio dos meus sonhos)
Um grupo de amigos impressionados. Não que ela tivesse uma voz
perfeita, mas sim pela emoção que ela transmitia ao cantar aquela
música.
e se balançavam no ritmo que cantava.
Os três garotos tocavam, sorriam para as namoradas, mostrando que
estavam tão maravilhados quanto elas.
Já , olhava pra amiga com outros olhos. Olhos de quem entendia o
que a música poderia significar para .
And all I see is your face
(Tudo o que eu vejo é o seu rosto) All I need is your touch
(Tudo o que eu preciso é o seu toque) Wake me up with your lips
(Acorde-me com os seus lábios) Come at me from up above
(Chegue até mim de um nível superior) Yeaaaa, oh I need you
(Eu preciso de você)
não conseguia parar de pensar em enquanto cantava. Por
quê? Ela não estava apaixonada... Então por que ele não saía de seus
pensamentos?
Ela cantava de olhos fechados, sentindo cada nota da música. Sem saber
que na entrada da sala estava alguém que se sentia quase igual, a única
diferença é que esse alguém sentia e se encantava pela voz dela. Por
ela.
- Garota, você canta bem – abraçava .
- Nosso bebê tem uma voz legal – apertava suas bochechas.
- Ah que amor! Ela ta ficando vermelhinha de vergonha – zoava.
- Não é de vergonha não! – ‘escapa’ das amigas. – É de tanto a
apertar minhas bochechas mesmo.
- E a pessoa baba – diz abraçando .
- Quem tá babando, amor? – pergunta seguida pelas caras de
confusas das garotas.
- Quem será né? – fala rindo.
- Do que vocês tão falando? – fica mais curiosa ainda.
- Daquela pessoa ali – aponta para a porta. – Ué? Cadê ele?
- Ele quem, caramba? – já se roía de curiosidade.
- Ninguém, , ninguém... – diz dando um sorriso cúmplice aos
outros rapazes.
- Até que você não canta mal.
- Se isso é foi um elogio: obrigada.
- Por nada.
- E então... Você tá se sentindo bem? Dor de cabeça?
- Eu to bem. Mas não lembro de nada! A última coisa que vem a mente é
você me batendo por ter estragado seu lance com o mané na boate.
- Ah, não aconteceu nada demais depois disso, você só bebeu demais...
Já tomou café? Apesar de que já tá na hora do almoço...
- Virou minha mãe, é?
- Que?
- Eu perguntei de você virou minha mãe? Ta surda, é ?
- Como eu fui ingênua! Achando que você ainda seria o de
ontem à noite.
- Que de ontem à noite?
- Nada. Dane-se você, o bêbado de ontem, sua falta de educação
e sua ironia.
- Vamos, garotas! Eu tenho aula amanhã! – apressava as amigas:
estavam indo embora, e as meninas estavam se ‘despedindo’ dos
namorados. – Cara! Vocês enrolam demais! Vaaaaamos!
- Ô sua mal amada, pra não dizer outra coisa, dá pra esperar? –
disse rindo, logo voltando a beijar .
- Ah quem merece? – disse cansada e sentou no chão ao lado do
carro. – Vocês estão se ‘despedindo’ há uma hora!
- , meu amor, quando você tiver um namorado você vai entender –
disse pacientemente.
- Tá me chamando de encalhada, é?
- Eu? Jamais – ele diz em um tom divertido fazendo todos rirem.
- NOSSA! – grita assustando todos. – do céu!
- Virei santa e nem sabia? – ela diz fazendo graça.
- Pára de palhaçada! É sério – diz.
- Que foi?
- Sabe quando estávamos fazendo as malas... – faz cara de
culpada - e você pediu pra que eu colocasse o João Alfredo na minha
bolsa porque a sua já estava aqui no carro?
- Quem é João Alfredo? – faz a pergunta que não quer calar.
- O jacaré de pelúcia da – diz simplesmente.
- A dorme com bichinho de pelúcia? – zoa. – E que nome mais
“criativo”.
- Não, seu mané! É só um o jacaré que ela leva em viagens, só isso –
defende a amiga. – E não zoa o nome! Ele tem cara de João
Alfredo.
- Continua, – disse de olhos fechados, esperando o pior.
- Eai que eu esqueci o João Alfredo lá no quarto – 100% cara de culpada
pra .
- Se você me disser que foi no seu quarto: eu te mato. Se você disser
que foi no meu: eu só te espanco.
- No seu quarto.
- Sorte sua – diz séria –, como VOCÊ esqueceu, então você vai
buscar.
- Ah , eu to me despedindo do meu amor, o elevador ainda ta
quebrado, então... busca lá?
- Se eu for buscar, além de te espancar você ainda terá de ser minha
empregada pro duas semanas, fechado?
- O que eu não faço por você – disse pra , e depois para
– Fechado.
- Respira garota! Vai morrer desse jeito – diz pra uma
totalmente ofegante e meio descabelada. – O que aconteceu? Vocês não
estavam indo embora?
- Não que você mereça uma resposta, já que você não é minha mãe, mas eu
te respondo porque eu sou educada: eu tô assim porque subi correndo e
sim, nós estamos indo embora, só vim buscar uma coisa enquanto os
casais se agarram no estacionamento.
- Ah, acho que sei o que você veio buscar.
- Sabe? Cadê o João Alfredo?
- Dei pra camareira.
- O QUÊ?
- Isso que você ouviu, a camareira gostou do bichinho, disse que tinha
uma filha de três anos e daí eu dei o jacaré pra ela.
- Como era essa camareira? Eu vou atrás dela!
- ! Já era! Deixa de ser egoísta, foi pra uma criança!
- Mas era meu!
- Como você é infantil, garota!
- Pelo menos eu sei me controlar quando bebo.
- O que você quer dizer com isso?
- Você sabe MUITO bem o que eu quero dizer: que você é um ridículo, que
enche a cara, fala e faz coisas que não deve. E no dia seguinte não
lembra de nada.
- E do que eu deveria lembrar? – ele se aproxima da garota. – Eu fiz
algo realmente importante ontem? – ao vê-la encostada na porta, ele não
perdeu a chance e logo a prendeu entre seus braços. – Eu te beijei?
Disse que te amava? Te pedi em casamento?
- E você acha que isso seria importante pra mim? Ainda mais vindo de
você? – fica firme, não seria ingênua de cair na lábia dele
novamente. – Você definitivamente não sabe quem eu sou.
- E quem é você? – pergunta enquanto abaixa a cabeça, ficando
com a testa encostada na de .
- Eu sou... – ela meio que desiste de falar quando sente colocar
uma mão e sua cintura e a outra em seu pescoço. – Eu sou... a...
- Você é? – o som da voz dele sai meio abafado devido ao fato de que a
boca dele estava indo da orelha para o pescoço de .
- Eu sou a garota que não sai dos seus pensamentos – ela diz calmamente
fazendo parar de beijar seu pescoço e olhá-la nos olhos –, eu
sou a garota que você quer estar o tempo todo – um sorriso triunfante
surge nos lábios da garota ao ver a cara que ele fazia. – Eu sou a
garota que você pensa quando fica com qualquer uma por aí – nesse ponto
ela já sorria e tinha colocado as duas mãos no rosto de , fazendo
com que ele não desviasse o olhar –, eu sou a garota que você mais
deseja porque sabe que não pode ter – misteriosamente ele ainda
prestava atenção e tinha suas duas mãos posicionadas na cintura de
, pressionando seu corpo contra o da garota –, eu sou a garota que
cuida de você quando tá bêbado porque mesmo você sendo um idiota ela
tem dó – ela dá um beijinho no canto da boca dele. – Eu sou a garota
que consegue te deixar arrepiado facilmente – ela dá uma pequena
mordida na orelha dele –, eu sou garota que precisa ter por perto
quando ta triste, nem que seja pra brigar comigo – ela dá beijinhos de
esquimó nele (n/a: ah vocês sabem né? Ficar fazendo carinho com seu
próprio nariz no nariz de outra pessoa Oo). – Eu sou a garota que você
adora chamar de pirralha, criança, nanica, mas sou a ÚNICA que você põe
apelidos ‘carinhosos’ – ela dá um míni selinho na boca dele. – Eu sou a
garota que faz com que quando você ta bêbado peça pra dormir com ela –
ele dá um sorrisinho incrédulo e ela balança a cabeça em sinal de
afirmação –, eu sou a garota que você quer que pare de falar pra você
poder beijá-la – ele abre um sorriso sincero e então diminui a
pouquíssima distância que ainda existia entre eles.
De inicio somente encostaram os lábios, sentindo a presença um do
outro. Então a pressionou mais contra a porta, fazendo a garota
gemer baixinho, a oportunidade perfeita pra ele aprofundar o beijo.
Após pedir ‘permissão’, sua língua encontrou a harmonia perfeita com a
de , a única coisa que ele pôde pensar nesse momento foi: “você é
a garota que tem a boca que se ‘molda’ perfeitamente à minha”.
Os pensamentos de não eram muito diferentes, quando
colocou a mão dentro de seu casaco, ela sentiu um arrepio percorrer sua
espinha: “eu sou a garota que se pudesse passava o resto da vida do
jeito que está agora, com você”.
- – ela tenta se afastar, dando vários selinhos até findar o
beijo – eu preciso ir, as garotas vão me matar.
- Ah, ok – ela pôde ver a decepção nos olhos claros dele. – Ern, eu vou
dar um jeito de comprar outro jacaré pra você...
- Ah ta – ela sorriu pelo jeito desconcertado dele –, tenho que descer.
- Ta bem – ficou confuso: e agora? Beija a bochecha ou a boca
dela? – Acho que voltamos pra casa daqui a três semanas – ele queria
adiar a decisão entre bochecha ou boca.
- Natal, né? – ela diz meio sem graça, pois tinha a mesma dúvida que
ele. – Então tch...
- Você esqueceu de uma coisa!
- O que?
- Na sua ‘belíssima’ descrição de si mesma.
- O que eu esqueci?
- De falar que você é a garota que se derretia por um abraço meu.
- Idiota – ela não acredita como ele consegue estragar tudo tão rápido,
então ela vira pra ir embora, mas antes: – ah eu esqueci de
outra coisa!
- O quê? Que tudo na sua lista se baseia em mim? – convencido mode on.
- Não. Esqueci de falar que eu sou a garota da porta vermelha, aquela
que nunca vai aceitar um cara que propõe mudar de azul pra verde – ela
diz decidida, abre a porta e desce as escadas correndo, deixando no
quarto um totalmente confuso sobre o que ela disse. “Do que essa
doida tá falando? Ah, eu nunca mais vou beber!”.
Capítulo Onze: “So Much Has
Changed”.
Três semanas depois...
- GAROTA DO BRASIL!
- Catherine, se você gritar mais uma vez, eu juro que te deixo banguela.
- Ah que violenta você tá! O faz falta, porque quando ele tá
aqui, você desconta tudo nele.
- Acho que seu momento de comprar uma dentadura tá mais perto do que
você imagina.
- socorro! Sua cunhada é uma psicopata!
- Cunhada o caral...
- ! Olha a boca – chega tampando a boca da amiga.
- Vai cagar você também – diz após babar na mão de , para
que ela a soltasse.
- Ih, a tá precisando...
- Ah, mas é agora que eu te deixo desdentada – diz pulando em
Cath, assim, as duas caem de costas no sofá da casa dos .
- AAAAHH SOCORRO! – Catherine não sabe se ri ou se tenta se defender
das cócegas e mordidas de .
- AGORA VOCÊ ME PAGA POR TODAS AS PIADINHAS, POR TODOS OS GRITOS DE
‘GAROTA DO BRASIL’ E POR TER TERMINADO COM O COITADO DO EDWARD –
gritava rindo, enquanto ainda mordia os braços da amiga, quando essa
tentava impedi-la de fazer cócegas.
- , chega! Vai matar a Cath, ela já ta até roxa de tanto rir –
sorri e ‘tira’ de cima de Catherine.
- Ai, então quer dizer que você queria me matar por eu ter terminado
com o Edward? – Cath pergunta logo após normalizar a respiração [e
voltar à cor normal].
- Bom, primeiro porque ele é um gato! - ri da cara
afetada de Catherine. – Segundo porque ele é ou era doido por você –
Cath mostra a língua –, e terceiro, se ele tivesse o sobrenome Cullen
eu casava com ele.
- Tava demorando – dá um pedala em . – meu xuxu, já te
disseram que o Edward Cullen é um personagem? Um vampiro? Que ele NÃO
EXISTE?
- Já – a menina diz simplesmente –, mas eu posso sonhar... – as três
riem.
- Meninas – Sra. chega na sala e se depara com a seguinte
imagem: três garotas jogadas pelo chão, pacotes de salgadinhos e latas
de refrigerante pra todos os lados e “Ps I Love You” passando na tv. –
Vocês estão chorando?
- Aham, é o filme – diz como se fosse óbvio.
- Vocês são demais – ela ri das garotas. – Bom, tenho dois favores a
pedir e três avisos pra dar.
- Pode falar tia – Catherine diz sorrindo logo após dar
pause no dvd.
- Bom, eu tenho algumas coisas pra resolver em Windsor e Plymouth,
então vou ficar fora por quase uma semana – a senhora pôde ver os
sorrisos se formando nos rostos das meninas –, eu queria poder dizer
pra vocês não se animarem que alguém tomaria conta de vocês, mas
infelizmente estamos sem nossa amada empregada pra ficar de olho nas
mocinhas.
- Ué? Cadê a Margarite? – perguntou sobre a empregada dos
, assim que as lágrimas causadas pelo filme extremamente
perfeito cessaram.
- Ela teve que ir à cidade dela devido a alguns problemas envolvendo a
filha mais nova, Liza - a Sra. respondeu enquanto catava alguns
farelos de salgadinho caídos no sofá.
- Ah é a garota perfeita? – disse fazendo careta. – Como assim a
senhorita perfeição arrumou um problema?
- ! Não fale assim da menina! – Sra. dá bronca.
- Ela é realmente um exemplo de garota, tudo bem que não
podemos levar a sério tudo o que uma mãe fala dos filhos, nós sempre os
achamos perfeitos, mas todo mundo fala que a Liza é realmente um modelo
de adolescente, desde pequenininha ela se comportava super bem enquanto
vocês duas quase destruíam a casa.
- Aquela garota é estranha! – Catherine diz fingindo um arrepio. – Ela
tem cara daquelas garotas de filmes de terror sabe? Que ninguém imagina
que seja ela a assassina!
- Ah gente eu to ficando até com medo dessa Liza – faz cara de
assustada, e as outras três dão risada.
- , essas duas sempre implicaram com a menina quando ela vinha
passar as férias de verão quando eram pequenas, então não dê atenção a
elas ok? – a Sra diz rindo da cara da .
- Mas vocês têm alguma idéia do que pode ter acontecido? –
pergunta ainda com cara de assustada.
- Provavelmente ela tirou uma nota ruim na escola – Cath diz séria,
fazendo e gargalharem.
- Catherine! Eu já falei pra você pararem com isso – Sra. diz
com cara de malvada. – Além do mais, existe a possibilidade de a Liza
vir pra cá quando a Mag voltar.
- AH NÃO – coral de e Cath.
- Meninas, parem com isso – Sra diz enquanto pega a bola e as
chaves – Se ela realmente vier, eu não quero sequer um olhar torto pra
Liza ouviram bem?
- Ta mãe.
- Ok senhora .
- Ah eu sou um anjo tia, aposto que a Liza vai me amar – faz cara
de metida e todas riem.
- Ô , você viu que bonitinho esse mural aqui na cozinha? –
grita da cozinha.
- Que mural? – Catherine pergunta ao ir ver a amiga.
- Eu vi, mas não reparei direito – diz e pula nas costas de
fazendo as duas caírem no chão da cozinha.
- MONTINHO – Catherine grita, mas antes que pule encima das amigas,
diz:
- Se você pular em mim, eu juro que vou dar uma de e te deixar
banguela!
- Ah chega! – levanta rindo. – O que tem esse mural afinal de
contas?
- Ah é, olha que bonitinho, é tipo pra colocar pensamentos do dia sabe?
Mas a minha mãe colocou um trecho de música e ficou legal, então a
gente pode seguir a idéia né?
- Olha só, a pensa – Cath faz graça e leva um pedala.
- Eu gostei, mas assim, vai virar bagunça se qualquer um que passar for
e escrever – diz observando o mural azul e preto com notas
musicais em volta. – Acho que a gente pode combinar assim, quem acordar
primeiro tem o direito de escrever, e só podem apagar na manhã seguinte.
- Boa idéia! Então como ninguém escreveu nada hoje, eu serei a primeira
– fala e pega a caneta. – Hum, que música tem a minha cara hoje?
- Life is a bitch and so are you – canta,
Cath ri e revira os olhos.
- Também te amo – manda beijos pra amiga. – Já sei, vai ser:
“É você, você é o definitivo
É automático, tenho certeza disso
Sem mentira, então nem tente me dizer que
Você não é o cara
Porque eu estive esperando minha vida toda
Por alguém assim como você
Mas é você, você é o definitivo.”
- Puts! A primeira música que você pensou tinha que ser da abençoada
que nós mais amamos? – diz e mostra a língua pra .
- De quem é essa música? – Catherine Lerda Mór pergunta.
- De quem seria? Da nossa best Lindsay Lohan – responde fazendo
voz afetada e finge ânsia de vômito.
- Ah gente, pára. Essa música tem a ver com o meu dia ok? – faz
bico.
- Ok eu paro, mas já aviso que amanhã vou acordar mais cedo pra tirar
logo essa música daí – finaliza o assunto.
- Gente, eu tô morta! – diz entrando em casa e se jogando no
sofá – Eu odeio a escola.
- Só você meu bem? – Cath [que agora era uma agregada na casa dos
] mostrou língua e deitou no outro sofá.
- Pois eu adoro a escola! Bem melhor que a minha do Brasil – diz
indo para a cozinha fazer o almoço, já que a Sra. já tinha
viajado á três dias, e por isso as meninas dividiram as tarefas da
casa: cada uma tinha que arrumar a própria cama, catava as
bagunças pela casa e guardava a louça, Catherine lavava a louça e
cozinhava.
- Ô , eu tava pensando... – Catherine diz se aproximando do fogão
com cara de nojo.
- Meu Deus! Catherine agora deu pra pensar! – faz graça e
continua fazendo a comida.
- Eu pensei que esse cheiro fosse da gororoba da e não da Cath
pensando – diz rindo, enquanto cortava as batatas [ a
ameaçou com o ralador de queijo caso ela não cortasse].
- Gororoba, é? Quando ficar pronto você vai se arrepender, sua malvada
– diz com carinha de choro.
- Ain gente, me deixa falar o que pensei antes que eu esqueça –
Catherine fala com voz de criança.
- Então fala Cath!
- Assim, eu tava pensando que já tem um ano que a tá aqui!
- Caraaaca é mesmo! Um ano aturando essa mal humorada, sarcástica,
tarada, agressiva... – ia enumerando nos dedos.
- Ahh brigada, continue com os elogios, meu ego está adorando –
mostra língua pras amigas que estão rindo.
- Meu amor, você é tudo isso – Cath diz e abraça por trás –, mas
você também é engraçada, meiga, tagarela, linda, super estilosa,
autêntica... e o melhor de tudo: nossa melhor amiga!
- Aaah que amor! A ficou até sem fala – vem e abraça as
amigas.
- Eu fiquei é sem fala porque a Cath ta me encoxando – diz rindo.
– Taraaaada!
- Eca Catherine! Na minha cozinha não – finge que está com nojo.
- O que eu posso fazer se além de tudo a ainda é gostosa? –
Catherine olha com cara de pervertida para .
- SOCORROOOO – sai correndo e se esconde atrás da cadeira – Era
por isso que você tava me elogiando? Sua pedófila!
- você é mais velha que eu – Catherine diz rindo. – Eu gosto de
mulheres mais velhas.
- Ah gente assim eu fico com ciúme! – diz fazendo bico.
- Cath meu bem, desculpe, mas é por isso que eu não posso te dar bola –
diz rindo e saí de trás da cadeira –, eu amo a .
- Ah agora tá explicado, você tem uma queda por pessoas de sobrenome
– Catherine finge ter feito uma grande descoberta.
- ! VOCÊ ME TRAIU COM MEU PRÓPRIO IRMÃO? – dá uma de
namorada traída, fazendo as amigas gargalharem.
- Amor, me perdoa? – vai rindo e abraça . – Mas ele é tão
gatinho, beija tão bem e eu não pude resistir.
- ENTÃO VOCÊ O BEIJOU, SUA CACHORRONA? – Catherine dá ataque histérico.
- SUA VACA! – entra no embalo. – COMO ASSIM VOCÊ BEIJA MEU IRMÃO
E NÃO CONTA PRA GENTE?
- Ain gente ele tava bêbado, nem conta – cora imediatamente. –
Ele nem lembra, então não faz diferença.
- Faz diferença sim sua safadona! – dá um tapa no bumbum [n/a:
ah eu sou bonitinha em escrever ‘bumbum’ e não ‘bunda’ fala sério?
*cala a boca autora intrometida*] de . – Mas jura que ele não
lembra? É típico dele beber demais e ficar com ‘amnésia
pós-bebedeira’...
- Ah parem com isso! Não quero mais falar sobre esse assunto. Ele tava
bêbado, acabou! – faz gestos exagerados ao falar. – Eu sabia que
não devia ter contado.
- CATHERINE LERDA MÓR RICHARDSON VAI ABRIR A BOSTA DA PORTA! –
berra de seu quarto, mas nem sinal de Cath para atender a campainha –
Ah ninguém merece – ela levanta vestindo uma blusa de alcinha, um mini
shorts, o cabelo preso em um coque frouxo, usando óculos e suas
pantufas de garras de dragão. – JÁ VAI CARAMBA! Quem será? Não podia
esperar até a chegar do mercado? Ou até a Cath chegar... é
mesmo, cadê a Catherine? – ia resmungando até a porta. – Casa da
mãe Joana, boa noi...
- E aí ? Isso é jeito de atender a porta? – estava
encostado no batente da porta, olhando-a com um cara de tarado.
Camiseta azul com desenhos sem sentido em branco, bermuda no mínimo
dois números maiores que ele e tênis de skatista [n/a: ah gente sorry
se eu descrevi nosso Sexy Little Boy, não resisti]. O cabelo estava um
pouco maior e mais bagunçado, o deixando mais lindo ainda, se é que
isso era possível – Vai ficar babando por mim por quanto tempo? Eu tô
com fome, sabe? – ele disse fazendo gestos com as mãos como se a menina
tivesse seis anos de idade.
- Você não tem comida na sua casa não? – diz
acordando do choque que foi a abrir a porta e dar de cara com o alvo de
ódio/amor.
- Aqui também é minha casa, sabia pirralha? – ele dá um sorriso cínico.
– Você vai me deixar entrar ou tá difícil?
- E quem sou eu pra impedir o astro do rock de entrar na própria casa,
uh? – faz uma exagerada reverência e dá passagem ao garoto.
- Cadê todo mundo? – se joga no sofá e tira os tênis.
- Virei central de informações e não sabia? – estava subindo as escadas
e vira pra responder.
- Seria uma boa idéia, daí você ganharia algum dinheiro e sumiria no
mundo – ele dá um sorriso fofo. – Quem sabe você não vai pra Finlândia?
O piloto de Fórmula 1 que você gosta é de lá né?! Então, eu adoraria te
dar seu primeiro pagamento pela informação de onde tá o povo dessa casa.
- Primeiro: Vá a merda! Porque se você morasse aqui, eu já teria ido
embora a muito tempo. Segundo: EU adoraria me mudar pra Finlândia, por
dois motivos: um é que eu teria chances de achar um Kimi Räikkönen da
vida e dois é que eu ficaria longe de você. Terceiro: você poderia
deixar de ser tão inútil e ir até o seu quarto e ver o bilhete que sua
mãe deixou lá – ia numerando as falas nos dedos e fazia cara de
tédio.
- Por que não disse antes? – Ele levanta correndo, tira da frente
da escada e dá um pedala na menina e sobe para seu quarto.
- VAI SE FODER – faz manha pelo tapa.
- QUERIDA CHEGUEI – grita rindo.
- CHEGAMOS – ouve Cath gritar também.
- Que demora foi essa? – desce as escadas correndo. – E onde você
se meteu Catherine?
- Eu tinha esquecido de pedir pra comprar sua Nutella, daí eu
fui atrás dela – Cath diz com cara de Madre Tereza de Calcutá.
- Ai que amor, brigada amiga – lambe a bochecha de Cath,
arrancando um ‘urgh’ da menina.
- Finalmente alguém pra eu conversar – desce as escadas com as
mãos pra cima em sinal de agradecimento a Deus.
- ? – Catherine e dizem ao mesmo tempo.
- Olá amores da minha vida – ele empurra para o lado para abraçar
Cath e a irmã ao mesmo tempo.
- Você bebeu? – Catherine pergunta rindo da recepção calorosa do menino.
- Cath, esqueceu que esse é o jeito que o nos trata quando a
tá perto? – entra na brincadeira e leva um pedala do
irmão. – Mas é sério, ele só trata agente bem quando a senhorita
tá perto.
- Ah vocês querem que eu trate vocês que nem eu trato a pirralha ali? –
diz cinicamente e aponta para que estava ligando para
alguém no telefone [n/a: não, ligando pra alguém na geladeira ¬¬’] e
nem dava atenção à conversa dos três.
- Eca ! Eu não quero ficar me agarrando com você – finge
que vai vomitar e ri.
- Nem eu. Credo – Cath simula calafrios. – Isso eu deixo pra mesmo.
- Fica bobeando Cath, a ainda quer te dar uma dentadura lembra? –
cochicha para a amiga rindo.
- Ih é mesmo – Cath faz cara de assustada.
- Do que vocês tão falando? – entra na brincadeira e também
sussurra.
- Nada, seu curioso... – a conversa deles é interrompida por uma
gargalhada de , então os três prestam atenção à conversa da menina
ao telefone.
- Não Sra Hoult, nós não namoramos, somos só parceiros de laboratório.
É sério. Sim, eu prometo que se namorarmos a senhora será a primeira a
saber. Hahaha, ok, quando ele chegar peça a ele pra me ligar tá bem?
Obrigada. Ok, prometo que apareço por aí ainda essa semana. Também
gosto muito da senhora. Até, beijo – desliga o telefone rindo, e
logo percebe a atenção das amigas de em si. – Que foi? Que vocês
duas são fofoqueiras eu sei, mas até você, ?
- Como você é engraçada , tô morrendo de rir – consegue
disfarçar a vergonha por estar ouvindo a conversa da menina.
- Era sua sogra número dois, ? – Cath pergunta sugestivamente.
- Número dois? – pergunta. – Quem é a primeira?
- Ah meu Deus, depois eu que sou a Lerda Mór – Catherine dá um tapa na
testa da amiga.
- Eu não tenho nenhuma sogra ok? Eu tava falando com a Sra Hoult, que é
mãe do meu amigo, entenderam? – diz sem sorrir, e percebe que
ainda olhava pra ela.
- Aham amigo sei, eu que queria um amigo que nem o Nick – diz
rindo fazendo rolar os olhos. – Mudando de assunto, , o que
você tá fazendo aqui?
- Ah brigado por me mandar embora maninha – o menino faz ‘joinha’ para
a irmã. – Estou de férias.
- E veio nos punir por isso? – diz sarcástica, fazendo e
Catherine rirem e bufar.
- Onde você mora mesmo ? - ele finge pensar. – Brasil
né? E mora de favor aqui, se não me engano.
- Meu bem, foi-se o tempo em que eu me importava por você dizer essas
coisas, e ainda mais que a sua opinião não conta nessa casa, as
mulheres comandam por aqui – finaliza mandando um beijo pro
garoto.
- , telefone – Cath diz colocando a cabeça pra dentro do quarto de
, que durante esses dias tem sido das duas. - É o seu
amigo Nicholas.
- Ah brigada, cadê o telefone?
- Ih, deixei na sala, espera que eu busco.
- Não pode deixar Cath, brigada, eu pego – diz sorrindo e desce
as escadas rapidamente. – Ué? Cadê o telefone? Cath onde você deixou o
telefone?
- Eu to usando – sai da cozinha com o
bendito telefone na mão.
- Mas tinha uma pessoa na linha querendo falar comigo !
- Já desliguei, se for importante a pessoa liga de
novo.
- seu idiota sem educação!
- Ah não vai me dizer que era o namoradinho uh?
- E se fosse?
- Bem, se fosse, eu mesmo ligaria de volta.
- Posso saber por quê?
- Para aconselhá-lo, porque essa pobre criança deve estar precisando de
ajuda. Cara, só tendo problemas mentais pra namorar você.
- Você já pensou em entrar pro circo ?
- Eu seria o mágico, sabe? Posso começar a treinar agora, e fazer você
sumir.
- E eu posso fazer uma coisa que já é bem pequena sumir pra sempre com
um chute, quer ver? Me dá a porra do telefone agora!
- Não.
- Me dá.
- Não.
- Então enfia esse telefone no...
- ! O Nick quer falar com você! – aparece na escada esticando
seu celular para .
- Ainda bem que ele é inteligente! – pega o aparelho da mão de
. – Olá senhor Stonem... – então ela sobe para seu quarto.
- ?
- Que ?
- O nome dele não era Hoult?
- O nome dele é Nicholas Hoult.
- Então porque diabos a chamou o moleque de Stonem?
- , você não vê televisão não?
- Por quê?
- Ele é ator! Tony Stonem da série da E4, Skins!
- A é namorada de um cara famoso?
- Bem, eles ainda não namoram, mas ele parece
gostar dela.
- E ela? Gosta dele?
- Por que o interesse?
- Porque... Porque... Ah! Porque enquanto a mamãe estiver fora eu tenho
que tomar conta de vocês. Então eu preciso saber se alguma de você tem
algum pirralho à vista.
- Me engana que eu gosto, maninho.
- É sério. Você ainda tá com o Bobby?
- O nome é Billy! E sim, ainda estamos juntos.
- E a Cath, tá com o Cullen?
- Meu Deus! A te contaminou a chamar o Edward que não é mais Edward
da Cath, de Cullen!
- Então só você namora aqui em casa?
- No momento sim senhor!
- Hum... Ela, digo, elas têm algum ficante?
- Ela, hum digo, elas não têm ficantes no momento.
- Ah tá... Bom eu vou... no ! Não me esperem tá?
- Ok!
- E, ? Avisa pra que tem uma coisa pra ela no meu quarto.
- Hum... no seu quarto?
- Você é muito nova pra ser pervertida assim menina! Bom, fui!
- Tchauzinho.
Capítulo Doze: “Você tem a chance de escolher entre o amor e a
decepção, e aí?”.
- ? –
coloca a cabeça para dentro do quarto da amiga, e encontra uma completa
escuridão. – ? Amiga?
- Hum – faz um barulho com a boca em
sinal de resposta, saindo abafado devido ao travesseiro que estava encima da
cabeça da menina.
- Florzinha, você não quer dar uma volta com a gente? Ainda ta cedo, e acho que
já, já começa a nevar – dizia ao se
sentar na beira da cama de .
- Eu to com sono – a garota responde com manha. – E amanhã tem aula.
- E quem liga? Desde quando a gente se importa com a escola? –
diz rindo, e fazendo esconder um sorriso
– Ah , vem! É quase Natal, as ruas estão
todas iluminadas, tão lindo! Vamos?
- Hum... Ok. Só porque é o meu primeiro Natal aqui e eu to doida pra tirar
algumas fotos – responde com os olhinhos
brilhando de expectativa.
- Então levanta, se agasalha enquanto a Catherine come alguma coisa, e a gente
te espera lá embaixo, ok? – disse saindo
do quarto, mas em seguida volta – ah! , meu
irmão pediu pra te avisar que tem uma coisa pra você lá no quarto dele, ta?
- Que? Ahn, pra mim? Certeza?
- Ele disse ué?!
- Ah ta, brigada branquela.
- Por nada bruxinha – brinca e desce as
escadas.
se arrumou rápido, pois estava morrendo
de curiosidade. Ela optou por uma calça jeans escura, blusa preta de mangas
compridas, as botas rasteiras da mesma cor, um casaco verde escuro, e as luvas
de um tom verde claro; prendeu o cabelo num rabo-de-cavalo alto e firme, e
colocou o protetor de orelhas também preto. Estava simples e encantadora.
- O que será que o ta aprontando? – a
garota falava sozinha, em português, indo em direção ao quarto de .
– Aposto que é alguma piadinha, aposto!
Ao chegar ao quarto de ,
se permitiu parar e analisar o lugar: tudo tinha a cara dele! Os pôsteres, os
objetos de ‘decoração’, as cores, os milhares de CD’s, e principalmente a
bagunça! Ele chegara a poucas horas e já tinha conseguido desarrumar tudo! E
então os olhos da menina se prenderam a uma caixa preta com um laço roxo, perto
das malas quase desfeitas de .
Quando a menina chegou mais perto, ela percebeu que a caixa era maior do que ela
pensava. – Não pode ser um jacaré de pelúcia... ou pode? – ela pensava alto, e
ao olhar bem para o pacote, viu que tinha furinhos na caixa – Epa! Furinhos? Ai
meu Deus, eu to até com medo de ver o que tem ai dentro –
fazia ceninha pra si mesma, então
resolveu pegar a caixa de uma vez, quando abriu, seu queixo foi abaixo. – UMA
TARTARUGA! Eu não acredito! Cara, que linda! Eu... coisa mais fofa – a garota
ficou chocada e encantada com o pequeno animalzinho que estava na caixa; e
tartaruguinha era de tons de marrom e verde escuro, e estava em uma gaiola
branca e vermelha. – Combina com o meu quarto! Cara, eu tenho que admitir que o
acertou no presente. Eu tô encantada
com esse bebezinho lindo. Minha tartaruguinha fofa. Ela precisa de um nome –
acaricia a cabecinha do animal, toda
sorridente [, não a tartaruga], só então
reparando em um envelope preso ao outro lado da gaiola. Ela pegou e ao abrir viu
a letra estranha de , escrita como se ele
estivesse em uma posição ruim para escrever.
‘, como eu odeio ficar em dívida com
alguém [ainda mais se esse alguém for tão implicante como uma certa pessoa que
eu conheço], comprei essa tartaruga pra você. Sabe, vocês têm muito em comum.
Quer saber algumas dessas coisas? Ok, eu conto: as duas são lentas, não vão
crescer mais, têm o casco duro [no seu caso, a cabeça] e são feias. Não, tô
brincando. Coitada da tartaruga, é até bonitinha. Bom é isso, espero que não a
mate de tanto falar na cabeça dela. E lembre-se que o bichinho precisa de
cuidados [eu não confio na quando
assunto é cuidar de outro ser, eu realmente espero que você seja diferente]. Ah!
O nome dela é Michelangela. Eu que escolhi, então não reclama... xx
’
- Michelangela? – terminara de ler e
achou graça no nome. – Que nome é esse? Até parece que a minha bonitinha vai ter
esse nome estranho – ela dizia rindo, foi nesse momento que a garota percebeu
algo escrito no fim da folha:
“A caixa verde também é sua. Eu sei que você iria reclamar que tinha um jacaré e
não uma tartaruga. Procurei o mais parecido possível. Eu...”
E era isso. Ele não terminou a frase. não
entendeu nada pra variar. Caixa verde? Ela não tinha visto nada... opa! Estava
envolta por uma camiseta toda amassada de
, jogada na cama de qualquer jeito.
Dentro da caixa, havia um jacaré de pelúcia, que para ser sincera, era mais
bonito que João Alfredo. Tinha cara de ser um brinquedo de uma menina de 5 anos
[rica, diga-se de passagem]. Verdinho, olhos vermelhos, era peludinho e macio,
muito macio; porém o mais fofo era o laço laranja amarrado no rabinho dele.
, agora sim, estava chocada. Ele se
redimiu por ter dado ser bicho de pelúcia favorito a uma camareira. E o pior,
ela adorou o novo jacarezinho. Era tão fofo quanto seu finado João Alfredo.
- Bom, meu novo filhote – a menina conversava com a pelúcia. – Seu novo será...
João Alfredo II? Hum, acho que não... Que tal, Luiz Otávio? Luiz Otávio
. Isso! Perfeito. Agora preciso pensar em
um nome pra tartaruga, porque Michelangela
definitivamente não rola né?
- E aí? Vamos? – chega correndo na
cozinha, onde Catherine está guardando copos no armário e
comendo uma barra de cereais. – Eu tô
doida pra tirar fotos.
- Por que você demorou tanto, hein mocinha? –
diz e mostra a boca cheia de cereais
recém mastigados para .
- Eca sua porca! Eu demorei porque estava guardando meus filhos –
termina de falar e logo joga uma laranja em
, mas acaba acertando em Catherine.
- Ai ! Agressiva! – Cath massageia o braço
atingido. – Mas, que filhos?
- Minha tartaruga e meu jacarezinho novo! –
fala e seus olhinhos até brilham.
- Hm? – as amigas não entendem.
- Assim, sabe? Lembram o que o fez com
o João Alfredo né? – as meninas concordam. – Então, ele me deu outro jacaré. E
de brinde, uma tartaruguinha... de verdade!
- Ah que lindo!
- Lindo e romântico – Cath cutuca . – Hum,
dando presentinhos pra dona ? Acho que
nunca vi o fazer isso. O que acha,
?
- Que eu tenho pena da pobre tartaruga. O que ela fez pra merecer a
como mãe?
- Nossa, morri de rir – ironiza. – Vamos
logo que tá ficando tarde, e mesmo que só tenhamos aula depois do almoço, eu
conheço você e sei que vão enrolar.
- Ainda bem que é só amanhã. Porque depois, teremos quase 3 semanas em casa! -
Cath diz toda empolgada – Eu adoro festas de fim de ano!
- Cara essa foto foi a melhor de todas! –
ria da cara de
. – Eu faço questão de colocá-la no
MySpace.
- Vai sonhando sua vaca – diz emburrada.
- Ah , foi engraçado – Cath a abraça e tenta
fazê-la rir.
- Porque não foi você! – ainda fazia
bico.
As garotas estavam em um parquinho perto de casa, tirando as fotos. Então
tem a excelente idéia de ficar de pé em
um dos balanços; o que ela não espera era que suas botas escorregassem, e ela
caísse de bunda no chão, e pra ajudar, que
tirasse uma foto do exato momento em que
atingiu o chão.
- Hey !
- Niiiick! – a garota sai correndo assim que avista o amigo do outro lado do
parquinho, pulando nele, que a esperava de braços abertos.
- Tudo bem linda? – Nick era só sorrisos para ela. Enquanto
e Cath babavam por ele: calça jeans,
tênis vermelho, camisa branca e um casaco preto, que realçava ainda mais os
lindos olhos azuis de Nick.
- Tudo e você? – sorria feito uma criança
para o garoto.
- Melhor agora, vendo essas bochechas coradas – ele diz e toca de leve o rosto
afogueado da menina.
- Ok, obrigada por me deixar sem jeito, seu mané –
diz rindo e dá um tapa no braço de Nick,
fazendo-o rir e abraçá-la. – Você tá quentinho.
- Você é que taácongelando – e a abraça mais apertado. – Ah, e o que três moças
lindas fazem à rua há essa hora sozinhas?
- Eu pergunto o mesmo ao senhor! –
levanta o rosto para olhá-lo melhor.
- Eu não sou uma garota, muito menos linda como vocês! – Nick ri alto.
- Mas se fosse, eu viraria um tarado e te agarraria –
ri da própria piada sem graça. – Então,
eu queria tirar fotos nas ruas iluminadas de Londres...
- Mas daí ela caiu de bunda e ficou com raiva porque a gente tirou uma foto –
Cath termina a historia, fazendo Nick rir e
esconder o rosto no peito dele.
- Eu realmente queria ter visto isso – Nick ria gostosamente e apertava
entre seus braços.
- Nicholas Hoult, isso não é engraçado –
tentava se fazer de brava.
- Te ver assim toda envergonhada, é engraçado sim,
–
Nick diz segurando o rosto da garota em suas mãos.
- Cara, alguém já disse que vocês parecem um casal? – Cath fala enquanto finge
um olhar apaixonado.
- Parecemos? – a idéia pareceu agradar Nick.
- Sim, parecem – diz sorrindo por ver a
alegria nos olhos de Nick.
- Ok chega! – diz tímida. – Já tá
realmente tarde. Acho melhor irmos né?
- É verdade. Querem que eu acompanhe vocês? – Nick solta
e olha para a três garotas.
- Uh, que cavalheiro. Vamos então.
Durante a curta caminhada até a casa dos
, as meninas tiraram fotos engraçadas e
bem malucas pelas ruas londrinas. Porém as fotos mais bonitas, sem dúvidas,
ficaram as de com Nick; o jeito que ele a
olhava era encantador.
- Estão entregues – Nick diz sorrindo ao chegarem na porta da casa. – Vejo vocês
amanhã no colégio.
- Obrigada pela companhia – sorri, dá um
beijo no rosto dele e espera que Cath faça o mesmo.
- Nick? – se pronuncia assim que as
amigas saem de vista. – Sou só eu que acho inexplicável essa nossa amizade tão
repentina? Porque cara, tá tudo indo tão rápido.
- Você acha isso ruim? – os olhos do garoto eram confusos. – Eu fiz alguma coisa
que você não tenha gostado?
- Não! Não é nada disso! Eu só fico assustada com essa nossa proximidade tão
natural. Você não acha no mínimo esquisito, nós nos sentirmos tão ‘íntimos’ em
tão pouco tempo?
- Olha , é a primeira vez que isso acontece
comigo. Eu gostei de você desde o momento em que o Profº Stuart disse “Hoult, a
sua parceira de laboratório será a Srta.
” – Nick imitou a voz rouca do professor
de biologia, fazendo rir – É sério!
Quando se é ‘famoso’, sempre rola essa paranóia, nunca se sabe se a pessoa quer
ser seu amigo ou da sua fama e dinheiro, sabe? Mas com você foi diferente, esse
jeito maluquinho e despreocupado de ser é cativante entende? E não adianta fazer
essa cara de descrença. Eu não tenho vergonha nenhuma em dizer que gosto de
verdade de uma certa brasileirinha que conheço a mais ou menos um mês sabe?
- Nick, quer casar comigo? – diz rindo ao
abraçar o garoto.
- Opa, agora mesmo!
- Seu lindo! Eu gosto demais de você... muito muito muito mesmo! – a garota dá
beijinhos no rosto de Nick entre cada palavra.
- Eu gosto mais, certeza – ele diz olhando nos olhos de
, fazendo-a corar. – Você é linda demais
cara!
- Pára Nick! Tá me deixando sem jeito!
- Liiiiinda!
- Boa noite Hoult.
- Boa noite princesinha, até amanhã.
- Até, eu adoro você.
- E eu te amo – ele sorri de um jeito sedutor e beija
bem perto da boca, e vai embora.
entra em casa com um sorriso enorme
estampado no rosto. De repente, ela esbarra e uma bonita garota em frente ao seu
quarto.
- Ah, oi! Você deve ser a – a garota era
bem branquinha, cabelos lisos na cor castanho claro, e olhos extremamente
verdes. – Eu sou a Sallie, a...
- Minha namorada – surge do nada e
termina a frase abraçando Sallie por trás.
- Erm, oi Sallie – que ficou pálida,
tenta responder normalmente. – Tudo bem?
- Tudo ótimo. Ah que bom finalmente conhecer você! – a tal da Sallie era
simpática – A famosa garota do Brasil. Você é realmente linda.
- Hum, obrigada – diz sem graça. – Você é
muito bonita.
- Obrigada! , você errou na descrição que
fez sobre ela – Sallie se vira nos braços de
, que até então estava calado e
observando as duas. – Ela não é tão baixinha, somos quase do mesmo tamanho.
- Hum, é. A minha perspectiva sobre a é
diferente dos outros – diz olhando
diretamente nos olhos de Sallie, como se
nem existisse.
- Erm, eu preciso ir dormir – fala
rápido. – Sallie foi um prazer, boa noite.
- O prazer é todo meu , tenha um bom sono
– a menina responde sorrindo.
- Tchau .
- Tchau .
Capítulo Treze: “All I want for Christmas is…”
[N/A: Olá queridas. O capítulo de hoje é especial. Ele será feito através do seu
(personagem principal) ponto de vista. Especial de Natal, que nem as séries que
eu tanto amo fazem. Espero que gostem].
- Deck the halls with boughs of holly Fa-la-la-la-la, la-la-la-la – a
tava se achando a Mariah Carey britânica, só pode. - 'Tis the season
to be jolly Fa-la-la-la-la, la-la-la-la.
- Don we now our gay apparel Fa-la-la, la-la-la, la-la-la – ah não! A
Catherine entrou na onda da . - Troll the ancient Yule-tide carol
Fa-la-la-la-la, la-la-la-la.
- Eu não mereço isso, eu não mereço – eu falava sozinha e sacodia a cabeça,
porque cara, quem merece essas duas cantando? E essa felicidade toda? É só
natal, nada muito empolgante.
Hoje é dia 24 de dezembro. Tipo, ainda tá cedo, nem almoçamos ainda. Mas essas
duas estão numa alegria que, meu Deus. Como sempre, eu tive que dividir as
tarefas, porque a Tia só vai chegar à noite, então a ficou
responsável por arrumar a árvore [já que, ontem à noite, eu estava andando pela
casa no escuro, caí bem encima da coitada da árvore e destruí vários enfeites];
Catherine estava arrumando a sala, catando as bagunças, já que o resto da casa
estava razoavelmente tudo no lugar; e eu... adivinha o que to fazendo?
Cozinhando. É claro que essa tarefa tinha que ficar pra escrava. Brincadeira, eu
gosto de cozinhar, e eu já comprei quase tudo semi-pronto, só to preparando uns
doces e coisas do tipo.
- Bom dia meninas! – a Sallie aparece na sala, toda sorridente como sempre. As
meninas respondem alegres o cumprimento, eu não disse nada, já que estou na
cozinha e ela não me viu ainda. – Eu quero ajudar vocês! O que eu posso fazer?
- Hum... A acabou de pedir ajuda pra cortar umas coisas lá na cozinha –
linguaruda disse à Sallie.
- Oi – a senhorita perfeição chega na cozinha e me dá um beijo no rosto –
Posso te chamar de né?
- Claro que pode Sallie – porque eu não conseguia não gostar dela? Ah como eu
queria odiá-la, mas cara, ela é um amor – Você veio me ajudar, certo?
- Certíssimo chef – ela diz rindo e lavando as mãos pra me ajudar – O que
você quer que eu corte?
Adivinhem o que eu pensei pra responder? O que você quer que eu corte? Meus
pulsos. Daí eu morro logo ou volto pro Brasil e fico longe de você e do seu adorável
namorado.
- Batatas! Você pode cortar as batatas – eu engoli a resposta que queria dar,
afinal de contas, a culpa não é dela. Ela em seguida começou a descascar as
batatas – Hum, Sallie? Cadê o ? – isso , sua burra, pergunta mesmo,
idiota, vai ouvir o que não quer.
- Ah, acho que ele tá ficando gripado – gente, por que o sorriso dela tem que
ser tão doce? Não dá pra sentir raiva da garota, eu fico é com raiva de mim por
não conseguir arrumar um motivo para o largá-la e ficar comigo [n/a:
Marii-Marii, roubei tua frase xuxu. Adorei]. Ow! Credo. Olha o que eu to
pensando. O quer ficar com ela, que seja.
- Hum, deve ser a neve – ok, de onde eu tirei essa teoria? Retardada.
- ? Sua chaaata? – minha adorável amiga Cath chega à cozinha e dá um tapa na
minha bunda, e ainda ri da minha cara – A e eu estamos numa briga pra
escolher um CD pra colocar agora, daí você desempata. Eu quero Paramore ou Goo
Goo Dolls, e a quer Lillix ou New Found Glory.
- Hoje a Sallie vai desempatar a briga de vocês. Pode escolher Sallie – eu sorri
simpática pra menina que ainda descascava as inúmeras batatas.
- Hum, me deixa pensar... Só meninas na casa, o é minoria, e pra eu não
ter que tomar partido na briga, será Lillix e Paramore.
- Bem pensado, agora eu já sei pra quem eu vou jogar a responsabilidade de
agüentar essas duas malucas – eu disse rindo e bati a colher de pau na cabeça da
Cath, fazendo Sallie rir também.
Poucos segundos depois, a casa já estava preenchida pela voz da Hayley Williams
em ‘Decode’. E logo em seguida Sallie e eu podemos ouvir os gritos de Catherine
acusando por colocar essa música só pra lembrá-la de Edward [n/a: a
música é da trilha sonora de Crepúsculo *suspira*].
- Sabe, eu adoro esse muralzinho que vocês têm aqui na cozinha – Sallie puxou
assunto comigo quando ‘Decode’ parou de tocar, já que eu cantava e dançava
enquanto mexia um molho na panela.
- Nossa, é uma briga pra ver quem vai acordar primeiro pra escrever uma música
aí – eu suspirei ao lembrar e Cath se estapeando hoje de manhã pelo
direito de escrever; depois de jogarem cinco rodadas de ‘Dois ou Um’, Cath
ganhou então o mural estava assim:
“He sees you when you're sleeping
He knows if you're awake
He knows if you've been bad or good
So be good for goodness sake!
Oh! You better watch out
You better not cry
You better not pout
I'm telling you why
Santa Claus is coming to town!
Santa Claus is coming to town!
Santa Claus is coming to town!”__ Cath,
a melhor em “Dois ou Um” xx
- Vocês são bem unidas, isso é tão legal. Nunca tive amigas assim – Sallie falou
com uma vozinha tão fofa, que eu até dei as costas pro fogão pra olhá-la – O
me contou a ‘história’ de vocês, mas sem detalhes.
- O que ele te disse? – oi? Eu fiquei curiosa, o nunca NOS falou dela, e
ela parece saber bastante sobre a gente, principalmente sobre mim.
- Ah, ele disse que você veio do Brasil há um ano pra ficar na casa da
Catherine, daí os pais dela se separaram, então a te convidou pra ficar
aqui – agora ela já cortava as batatas. Gente, eu to escravizando a menina,
quantas batatas eu separei?
- Bom, eu sou intercambista, e os Richardson me aceitaram de última hora, mas o
casamento dos pais da Cath já não ia muito bem, eles resolveram me aceitar numa
tentativa de ter alguém pra distrair a Cath das brigas deles. E bem, a e
a Catherine são amigas desde sempre, daí comigo aqui, elas me agregaram ao
grupo. Quando os pais da Cath perceberam que não dava mais pra ficarem casados,
eles se separam e então a Sra. conversou com os meus pais, e eu vim
morar aqui. Fazia tanto tempo que eu não pensava em como tudo tinha começado
aqui em Londres, tanta coisa mudou, mas tem coisas que não mudam nunca – ops!
Percebi que já ia falar besteira pra namorada do . – Bom, daí como
você percebeu, a Cath mora mais aqui do que na casa dela; e como o não
mora mais aqui, e a Tia viaja de vez enquando, nós três somos uma
família, sabe?
- Nossa , que história hein? De verdade, vocês cinco têm que fazer de tudo
pra manterem essa família.
- Cinco?
- , Cath, você, Sra. e o – ela sorri como se fosse óbvio.
- Ah, eu já disse pro que eu roubei o lugar dele na casa, da família ele
ainda é – eu disse rindo; por que era tão fácil falar dele com a Sallie?
Estranho.
****
- Cara, quem consegue dormir com essas duas maritacas berrando logo cedo? – o
entra na cozinha com a cara toda amassada, e fazendo um bico super fofo,
ah! E vale ressaltar que ele tava só de boxer – Essas meninas tão precisando
levar umas porradas.
- Ô meu Deus, ele acordou de mau humor – Sallie já estava de pé, apertou das
bochechas do garoto – Tá melhor? Acha que é gripe mesmo?
Oi? Meu estômago tá revirando de ver essa ceninha apaixonada na minha cozinha.
Ok, a cozinha não é minha, mas já que eu to cozinhando... Ah, vocês entenderam.
- Não, acho é gripe mesmo. Deve ser a neve – ele responde fazendo manha e dá um
selinho demorado em Sallie, que se afasta dele rindo. – Que foi? Meu beijo é
engraçado?
- Não seu bobo. É que a disse a mesma coisa sobre a sua gripe, que é culpa
da neve – Sallie olha pra mim sorrindo, e eu retribuo um mini sorriso, e me viro
pra lavar uns tomates pra salada – Vocês dois têm cada teoria estranha.
- É nós somos estranhos – o disse a contra gosto, e mesmo estando de
costas eu vi que ele sentou bem na cadeira mais perto do fogão, garoto idiota.
- Tão estranhos, que nem se cumprimentaram. seu mal educado, nem deu oi
pra – Sallie já tinha voltado à escravidão, digo, a cortar as batatas que
pedi.
- Bom di... – eu nem terminei a frase. Sabem por quê? Quando eu virei pra falar
com ele, a praga já estava do meu lado e CARALHO! Ele me deu um beijo na
bochecha. Tipo, eu comecei a falar, e quando o vi tão perto, eu emudeci na hora.
Ele colocou a mão na minha cintura e me beijou [demoradamente] na bochecha.
Fiquei com as pernas bambas, fato.
- Bom dia – ele disse sério, e foi até a geladeira. OMG! Ele me chamou de
? Essa gripe tá afetando o cérebro dele, só pode ser.
- Chef, terminei uhuul – Sallie me trouxe as batatas, enfim cortadas,
comemorando.
- Muito obrigada assistente de chef – eu sorri sinceramente pra ela.
****
Bom, depois de alimentar o batalhão, eu fiz a Cath e a cuidarem da louça
enquanto Sallie arruma as roupas dela, já que passaria a noite de Natal com os
pais. Eu estava ao telefone falando com minha mãe, depois com meu pai, depois
com a minha irmã, depois com minhas tias e tios que estavam lá em casa no
Brasil, depois com priminhos que nem sabiam falar direito... Eu acho que até
desacostumei com o tanto que brasileiros falam. Meu Deus! Hum, o ? Me
pediu um antigripal, e foi dormir de novo. Me sinto a mãe da casa, fato.
****
- Ô POVO? – eu berrava lá da sala pra ver se alguma alma viva daquela casa iria
comigo à casa do Nick.
- Oi – Sallie apareceu na escada, segurando umas blusas nas mãos.
- Erm, oi Sallie. Eu queria saber se alguém topa ir lá no Nick comigo, porque ta
nevando muito, e eu não quero ir sozinha.
- O acabou de reclamar que não agüenta mais ficar em casa. Vou falar pra
ele te levar de carro – aaah que garota meiga cara! Meiga e besta fica jogando o
namorado dela pra mim – Espera aí que ele já vem.
Ok, a parte estranha foi que eu não ouvi o reclamar, nem me xingar,
nada. Uns 5 minutos depois, ele estava descendo as escadas vestindo jeans, tênis
branco e blusa de frio vermelha, de capuz. E o pior de tudo: ele não parecia
bravo e nem forçado a me levar na casa do Nick. CARA! NA CASA DO NICK. Ah meu
Deus, Nick e ? Eu to ficando maluca.
- ? Vamos? – ele olhava pra mim como se eu fosse sei lá, normal. Ok, não
que eu seja anormal, mas vocês entenderam. E que mania é essa de me chamar pelo
meu nome e não de ?
- Ah vamos sim – eu disse, peguei o presente do Nick e vesti meu sobretudo
laranja acinturado.
****
No carro, ele ligou o rádio e adivinhem o que tava tocando? Musiquinhas de
Natal. Eu to tendo um ataque de nervos, oi? Ele tá tão, sei lá, diferente. Nós
não brigamos desde quando ele trouxe a Sallie pra casa, ou seja, cinco dias. E
não, ele tá cantando junto com a música da rádio. Eu tive que rir, o jeito que
ele tava cantando e batucando os dedos no volante, era no mínimo engraçado
It's the little Saint Nick (Little Saint Nick...)
It's the little Saint Nick (Little Saint Nick...)
Merry Christmas, Santa!
Christmas comes this time each year...
- Vai me dizer que você tem algo contra músicas natalinas? – ele perguntou sem
me olhar, e com um sorrisinho nos lábios.
- Eu não sou muito fã de natal, e acho essas musiquinhas um tanto tristes –
falei sincera e sem sarcasmo algum na voz, o que era bem raro se tratando de uma
conversa ‘ e ’.
- Tristes? Elas são divertidas – ele disse rindo da minha cara e logo começou a
cantar outra música que começou a tocar... Quando percebi qual música era e quem
tava cantando, eu tive que rir e cantar junto...
Rockin' around the Christmas tree
Let the Christmas spirit ring - (bop shoo wah-dee-wah)
Later we'll have some pumpkin pie
and we'll do some caroling! (do some caroling!)
You will get a sentimental feeling when you hear (ooh...)
Voices singing, "Let's be jolly
Deck the halls with boughs of holly!"
[Se agitando em volta da árvore de natal
Deixe o espírito natalino ressoar - (bop shoo wah-dee-wah)
Mais tarde teremos algumas tortas de abóboras
E faremos algumas canções de natal! (fazer algumas canções de natal!)
Você terá uma boa sensação quando ouvir (ooh...)
Vozes cantando, “Vamos ser alegres
Cubram as salas com ramos de azevinho.”] – Jesse McCartney
- Ué? Mas você não achava triste? E ta aí rindo e cantando junto – o
disse rindo e me olhando de lado.
- Ah garoto não amola – eu ri também. Tentando ignorar a estranheza da situação.
****
- Olá Senhora Hoult – eu disse sorrindo para a adorável senhora que abriu a
porta da [enorme] casa pra mim – Feliz Natal adiantado.
- querida, feliz Natal – cara, a mãe do Nick é um amor. – É muito gentil da
sua parte vir visitar o Nicholas na véspera de Natal.
- Imagina, ele me disse que vocês vão para os Estados Unidos amanhã de manhã,
então eu vim desejar boa viagem e trazer o presente dele.
- E receber o seu presente – ela disse sorrindo de uma forma estranha. – Pode
subir meu amor, ele está no quarto.
- Ah obrigada, mas eu não posso demorar, porque o esta me esperando no
carro – eu apontei pro carro parado em frente á casa, dando pra ver o garoto
balançando a cabeça no ritmo de alguma música.
- Nick?
- Oi minha linda – Cara me diz, por que ele tem que ser tão lindo? E tão fofo?
Comigo? E vem assim, todo sorridente me abraçando tão apertado que até me tira
do chão – Que saudade de você.
- Hoult seu exagerado! Você me viu ontem de manhã – eu dou risada do drama dele.
- É o amor , me deixa contando os segundos pra te ver de novo – ô garoto que
consegue me deixar sem jeito – Own ela ficou vermelhinha.
- Pode parar Nick, eu preciso ir embora rápido – eu disse rindo e entregando a
caixa de presente pra ele. – Pode abrir agora.
Eu fiquei observando o quarto enquanto ele abria o embrulho. O quarto do Nick
era de um tom estranho de azul, nem claro nem escuro, nem xoxo nem escandaloso;
um azul diferente e bonito. Tinha vários pôsteres nas paredes, alguns ursinhos
dados por fãs, e fotos, muitas e muitas fotos. Mas uma em especial chamou a
minha atenção; um porta-retratos no criado-mudo; cheguei mais perto e caraca! É
uma foto minha. Lembrei exatamente do dia e do momento em que ele tirou a tal
foto. Estávamos na aula da biologia, e Melody Carter [uma puta da nossa sala]
estava se maquiando e olhando no espelho, e eu brinquei que parecia que ela tava
tentando seduzir o próprio reflexo; então peguei o celular de Nick pra fingir
que era o espelho, e comecei a imitá-la; daí o Nick pegou o celular e tirou uma
foto enquanto eu fazia bico imitando a Melody. E era exatamente essa foto que
ficava ao lado da cama dele; com muito mais destaque do que as tantas outras
fotos espalhadas pelo quarto. Isso me deixou desconsertada.
- Viu que menina linda? – Nick me assustou; ele estava bem atrás de mim, e falou
num sussurro. – É a dona do meu coração, mas não conta pra ela, porque tenho
medo que ela fuja de mim – oi? Meu coração já estava na garganta; eu quase morri
quando ele me abraçou por trás e colocou o queixo no meu ombro.
- Mas ela merece o seu coração? – eu tentei não gaguejar – Só se ela fosse doida
pra fugir de você.
- Ela gosta de outro cara, tipo, eu sei que ela gosta de mim, mas não do jeito
que ela gosta desse outro cara – ele ainda sussurrava no meu ouvido, e dava
leves beijinhos no meu pescoço; mas quando ele falou sobre o ‘outro cara’, eu
sai do êxtase, e lembrei que o ‘outro cara’ tava lá fora me esperando.
- Eu tenho certeza que tudo vai dar certo entre você e a dona do teu coração –
eu disse baixinho me virando de frente pra ele – Feliz Natal Hoult.
E então ele me beijou. Não foi ‘o beijo’, só encostamos os lábios e sentimos a
presença do outro. Foi bom, foi fofo, foi romântico. Mas ainda tinha alguma
coisa faltando. Ah, não acredito que eu senti falta de uma briga antecedendo o
beijo. Eu tenho merda na cabeça só pode ser.
- Preciso ir – eu disse ao encostar minha testa na dele.
- Fica mais um pouquinho? – own, ele fez um biquinho e acariciou minha bochecha.
- Não posso, e você tem que terminar de arrumar suas coisas pra viagem – eu
sorri fraco, e me afastei.
- Eu adorei meu presente – ele disse sorrindo lindamente pra mim e apontou o
suéter encima da cama. Eu dei a ele um suéter azul marinho, mas o ‘charme’
estava na manga: eu coloquei um pingente minúsculo em formato de um jacaré. Ele
entendeu o significado disso. Porque eu contei a ele que a Blair de Gossip Girl
colocou um coração no suéter do Nate, e disse que achei fofo. Então ele brincou
que eu não tinha coração, e se tivesse, eu só amaria lagartos e jacarés. Eis,
aí, a história do pingente de jacaré. – E o seu está aqui, mas só abra depois da
meia noite ok?
- Tudo bem senhor mistério – eu sorri e peguei a caixinha lilás que ele me
estendia.
- Feliz Natal – ele disse chegando mais perto, me abraçou de um jeito bem
carinhoso acariciando meus cabelos. – Não esquece de me falar o que achou do
presente tá?
- Ok, eu te falo – dei um beijo na bochecha dele e saí do quarto. Dei um beijo
na Sra. Hoult e cumprimentei o Sr. Hoult, e saí correndo pela neve até o carro
do .
- Demorei? – o tava com a cabeça encostada no banco, de olhos fechados
prestando atenção na música que tocava. Quando abri a porta do carro, ele olhou
pra mim e sacudiu a cabeça.
- Não. Uns 15 minutos. Até achei que você foi rápido, já que vocês trocaram
presentes – ele disse ao ligar o carro.
- Hum, eles vão viajar amanhã, estão com pressa... E sua gripe? Tá melhor? – eu
não queria falar sobre o Nick justo com o .
- A febre passou. Acho que to melhorando... – ele disse prestando atenção ao
trânsito, que já estava ficando complicado devido ao horário e a data.
- Que bom – eu não estava muito a vontade de conversar com ele depois de ter
beijado o Nick.
- Eu gosto de músicas de Natal, mas as rádios estão exagerando – ele disse rindo
sozinho ao mudar de estação. – Ah dessa até você, senhorita Grinch [n/a: gente,
quem não conhece o Grinch? O monstrinho verde que odeia o Natal? Eu o amo, fato]
vai gostar – eu dei risada da comparação e prestei atenção na música que ele
aumentou o volume. Então o começa a cantar também...
It’s going to be a cold winter
But I won’t need the heat to keep me warm
As long as you wrap yourself around me
On Christmas morning’
Whether it’s now or later
Got to tell you before you go, that
Love is always in your favor
And now you know that
All I want for Christmas...
All I want for Christmas...
All I want for Christmas is us...
All I want for Christmas is us...
[Será um inverno frio
Mas eu não vou precisar do calor pra me aquecer
Contanto que você me enrole em torno de si mesma
Na manhã de Natal
Se é agora ou mais tarde
Tenho que lhe dizer antes de ir, que
O amor está sempre a seu favor
E agora você sabe que
Tudo o que eu quero para o Natal...
Tudo o que eu quero para o Natal...
Tudo o que eu quero no Natal é nós...
Tudo o que eu quero no Natal é nós... - Jason Mraz & Tristan Prettyman]
Ah meu Deus. Ah meu Deus. Aaaah meu Deus. Ele tá cantando isso, tipo, pra mim?
Ok respira e finge que tá tudo bem. É só uma música que tá passando na
rádio, só isso.
- Gostou da música? – esse ser lindo, digo, idiota me pergunta com um sorriso
malicioso nos lábios.
- É linda. A voz do Jason Mraz é perfeita – alfinetei e sorri.
****
- ? Eu posso falar com você um instante? – Sallie aparece no meu quarto toda
arrumada, indicando que já estava de saída para a casa dela.
- Claro que pode. Entra – Eu sentei na cama e fiz um gesto pra que ela sentasse
também – Fale o que te aflige – eu disse brincando, mas ela me deu um sorriso
sem graça enquanto encostava a porta.
- Olha eu vou ser bem sincera com você, e de verdade, to pedindo pra que você
seja comigo também tá? – ela disse doce, mas sem sorrir, indicando que tinha
algo de errado.
- Eu prometo que serei sincera, seja lá o que você queira conversar – ok, ela tá
me deixando nervosa.
- É sobre você e o – ela disse me olhando bem nos olhos, e antes que eu
tivesse a oportunidade de abrir a boca ela já falou. – Deixa eu falar tudo e
depois você fala tá? Porque eu to com medo de perder a coragem.
- Tudo bem – eu disse assentindo com a cabeça.
- Bom, acho que você não sabe de onde eu sou ou que eu faço e nem como o
e eu nos conhecemos. Vou fazer um resumo ok? Eu sou de Oxford, vim pra capital
morar com a minha irmã quando comecei a faculdade. E há uns dois anos atrás, eu
conheci o lá em Oxford. E o reencontrei há uns dois meses. Nós começamos
a sair com nossos amigos em comum, olha , eu vou ser honesta, eu sempre
gostei dele, mas ele nunca me deu muita bola sabe? Daí, mais ou menos um mês
atrás, ele mostrou interesse em mim; pode ser coincidência, mas foi bem na época
que ele comentou que você não parava mais em casa, e que as meninas brincavam
que você tinha um namorado secreto do colégio. E o jeito que ele sempre falou de
você, não é igual ao jeito que ele fala da Cath, por exemplo. O que eu to
querendo dizer, é que se eu to atrapalhando alguma coisa, por mínima que seja,
entre vocês, eu quero saber. Eu não quero ser a vilã de filme adolescente que
estraga tudo entre o casal principal, entende? Eu juro que se você disser que
gosta dele, ou sei lá, que sente alguma coisa, eu vou embora e não apareço mais.
Eu to te falando tudo isso, porque eu sei que posso confiar em você; eu não
quero me tornar paranóica quando estiver longe dele, achando que ele vai dar em
cima de você e coisas do tipo... Agora fala alguma coisa se não eu vou pirar –
ela terminou o monólogo com um sorriso ansioso e nervoso.
- Wow – foi a única coisa que saiu da minha boca tamanho o espanto pela
sinceridade dela. – Você me pegou de surpresa. Bom, agora é a minha vez de ser
honesta. Você não está atrapalhando nada entre o e eu. Você pode ficar
tranqüila quando estiver longe dele, porque não estaremos fazendo nada pelas
tuas costas, eu juro.
- Ah , obrigada mesmo – ela sorriu alegre e me abraçou. – E olha, isso tudo
não é um plano maligno pra você gostar de mim e depois eu te dar ‘o golpe fatal’
tá? – ela disse rindo e eu tive que rir junto – Eu realmente quero ser sua
amiga.
- Acho que sem perceber, já somos amigas – eu sorri pra Sallie, que se iluminou
ao ouvir o que eu disse, me abraçando de novo.
****
Agora era a hora da bagunça: escolher dentre as milhares de roupas novas, as que
usaríamos na ceia de Natal. Catherine andava do meu quarto para o de sem
parar. estava trancada no banheiro há séculos. Sallie e estavam na
sala esperando o pai da garota vir buscá-la. E eu? Bom, como eu nunca gostei
muito desse tipo de comemoração, escolhi facilmente minha roupa, e agora estava
deitava em cima de vários vestidos das meninas que estavam espalhados pelo chão
encarpetado do quarto da . Eu fiquei ali deitada, ouvindo meu iPod, e
dando opiniões sobre as opções de roupas de Cath, e às vezes eu gritava pra
sair logo do banheiro.
Finalmente Catherine escolheu um vestido, saiu do banheiro e coloquei uma
música no aparelho de som de . Oh não. Mais músicas natalinas. Mas essa
era legal, e era o Jesse McCartney cantando... Não resisti e comecei a cantar
também, fazendo Catherine me olhar como se eu fosse um bicho estranho e
rir da minha cara.
No meio da música, Sallie apareceu na porta do quarto e começou a rir da cena:
eu estava encima da cama [pisando nos vestidos que não foram escolhidos] com uma
escova de cabelos nas mãos, cantando e rebolando ao ritmo da música.
- Chega mais Sallie. Canta comigo, essas velhas não querem – eu estava estranha,
minha voz estava alegre. Sallie riu, tirou os sapatos e subiu na cama.
Oh don’t you know that one way or another
I'll be coming home for Christmas day
Doesn’t matter any kind of weather
You know that I'll always find a way
And we'll be celebrating all the good things we share
Everybody knows who will be there
I going to be there to
Yeah I promise one way or another
I going to get back home to you
Nós dividíamos o ‘microfone’, e ríamos muito. e Cath subiram na cama
também, e agora faziam danças estranhas. Estávamos alegres. Estávamos entre
amigas. Estávamos nos divertindo juntas. E isso parece ter chocado o
quando ele chegou ao quarto e nos viu daquele jeito.
- Erm, S.? Seu pai chegou – ele disse sem graça quando nós paramos de cantar e
descemos da cama.
- Feliz Natal meninas – Sallie abraçou as meninas, e quando chegou minha vez,
ela sorriu largamente me abraçando apertado – Obrigada por ser esse amor de
pessoa. Não é pra menos que o tenha gostado de você – ela sussurrou e eu
fiquei sem voz, apenas sorri enquanto ela saía com o .
****
- Crianças, cheguei! – nós ouvimos a voz da Sra. vindo da sala, assim
que terminamos de nos arrumar. estava com um vestido curto e justo num
tom vermelho sangue; Cath usava um vestido dourado discreto tomara-que-caia; e
eu escolhi um vestido verde rodado um pouco acima dos joelhos, com uma fita roxa
na cintura. Quando descemos para a sala eram 21h30min.
- Mãe! Que saudade – foi a primeira a abraçar a senhora, sendo seguida
por Catherine e depois por mim.
- Cadê meu filho super responsável, que ficou aqui em casa pra cuidar de vocês?
– a Sra. procurava com os olhos.
- To aqui mãe – ele apareceu na escada, e eu quase babei. Hum, calça jeans [que
por milagre, era do tamanho certo], tênis cinza, camisa preta e um suéter cinza
por cima. O cabelo estava mais arrumado, porém mais despenteado, confuso, eu
sei. Ele chegou sorrindo e abraçou a mãe – Senti sua falta.
- Não mais que eu, meu amor. Eu vou te amarrar ao pé da mesa, chega de turnês,
chega de shows. Eu quero meu filhinho aqui na nossa casa – uma cena
bonita de se ver, o até ficou vermelho.
- Bom, chega de mimar o que já, já nossos convidados vão chegar –
mal terminou a frase e a campainha tocou. Era o pai de Cath. E depois uns
vizinhos. E depois uns parentes dos . E assim a casa foi enchendo e
enchendo.
Quase todos os convidados trouxeram algo pra comer, mas mesmo assim todos
elogiaram minha comida, e alguns ficaram espantados quando a Sra. dizia
que eu tinha feito grande parte das guloseimas da sobremesa. A ceia foi
maravilhosa. Todos estavam felizes, até eu me animei depois de receber uma
ligação dos meus pais. Após a sobremesa, nós fizemos o ‘amigo oculto’; eu tirei
a e lhe dei um sapato, o que mais seria? Catherine me tirou, e me deu
bolsa Victor Hugo linda! Depois que todos revelaram seus amigos ocultos [ah, o
tirou um dos priminhos e deu um mini bug elétrico, o garotinho quase
explodiu de felicidade; o ganhou passagens de avião e ingressos pro
parque ‘Six Flags’ em Nova Jersey, EUA, ele adorou o presente que a tia lhe
dera], trocamos presentes aleatórios. As crianças dormiam, os adultos
conversavam na sala, os pré-adolescentes estavam no jardim coberto e nós
[, eu, Cath, , duas primas, três vizinhos bonitinhos e bobos e um
primo] estávamos no quarto de , que era o maior da casa.
- Alguém já disse que vocês estão formam uma perfeita árvore de Natal? – Cassey,
uma das primas, disse rindo ao apontar para os nossos vestidos: Cath de dourado,
eu de verde e de vermelho. Todos riram, afinal já estavam alegres.
Eu não tinha bebido quase nada, já estava sem paciência pra esse tipo de
conversa, então fui pro meu quarto abrir o presente do Nick.
****
A primeira coisa que fiz ao entrar no meu templo sagrado [leia: meu quarto] foi
tirar os sapatos roxos que estavam me matando. Sentei na cama, e peguei a
caixinha lilás e abri... OMG! Nick me deu o medalhão [n/a: colar que você abre e
coloca foto dentro sabe?] que eu queria. Com uma foto nossa dentro dele. Era
dourado, com uns desenhinhos por fora; dentro tinha a foto e ao lado estava
gravado ‘Eu amo você’; e eu esqueci como se respira.
- ? – caralho! O quase me matou do coração. Eu coloquei o medalhão
dentro da gaveta do criado-mudo e levantei da cama olhando pra ele. Ah meu Deus,
por que ele fechou a porta? – Eu... Eu preciso erm, falar com você.
- Pode falar – eu me controlei pra não gaguejar, parei de frente pra ele que me
olhava de um jeito esquisito, fofo, porém esquisito.
- Eu vim... Eu vim te dar feliz Natal – ele deu um sorrisinho tímido e um passo
na minha direção. Alô? Pernas, eu comando, parem de tremer.
- Feliz Natal... – já que ele tava me chamando de , eu resolvi mudar
também.
Ele chegou mais perto, e mesmo meu quarto estar sendo iluminado só pela luz do
abajur, eu consegui ver os olhos dele brilharem. Eu fiquei totalmente trêmula
quando ele colocou as duas mãos na minha cintura e me puxou pra perto do seu
corpo; eu coloquei meus braços ao redor do pescoço dele, e senti seu perfume me
embriagando.
me apertou contra si mesmo, as mãos me segurando firmemente; eu fechei os
olhos tentando guardar esse momento na memória. De repente, ele afrouxa o
abraço, mas não me solta; fica alguns segundos analisando meu rosto, sorri e
fala com a voz meio rouca:
- Hoje, no carro... A música tinha um significado real – ele sorri de lado, e
arruma uma mecha do meu cabelo – É o que eu quero... All I want for Christmas
is... Us! [Tudo o que eu quero no Natal é... Nós!] – ele sussurrou a frase
perto dos meus lábios. Eu deveria me afastar, eu prometi à Sallie. Mas alguma
força da natureza não me deixou mover um músculo sequer. Ele segurou meu rosto
com uma mão e manteve a outra em minha cintura. E então nossos lábios se
encostaram de leve, e minha respiração falhou; então pressionou sua boca
na minha, colocando a mão na minha nuca e me deixando mais trêmula e sem ar que
antes. Ele passou a língua bem de leve nos meus lábios, sem querer eu soltei um
gemido ao abrir a boca, e então o beijo infantil que havia iniciado o nosso
contato se transformou completamente em uma dança exótica de lábios. Eu agora
com as duas mãos espalmadas do peito de , enquanto ele ainda tinha uma das
mãos perdidas nos meus cabelos e a outra mão não se decidia entre minha cintura
ou minhas costas. Nos beijamos por vários minutos, até que ele se afastou
devagar e sussurrou no meu ouvido:
- Feliz Natal Grinch – eu pude sentir seus lábios se curvando num sorriso; ele
beijou meu pescoço, me fazendo arrepiar.
- Feliz Natal Cindy Lou – eu disse rindo [n/a: Cindy é menininha loirinha que
gosta do Grinch e ama o Natal] e o puxei para outro beijo.
Capítulo Catorze: “Passatempos”.
[N/A: Amores da minha vida, a autora mais estranha do mundo [leiam: eu!] gostou de escrever em 1º pessoa. Então esse capítulo é assim também ok?].
sua maluca, se afasta desse corpo maravilhoso agora! Meu Deus, por que ele tem que beijar tão bem? E essas sensações não podem ser ‘divinas’. Droga, por que você tem que ser irritantemente desejável?
Bom, deixe-me explicar minha atual situação: estou praticamente sem meu adorável vestido verde, toda descabelada... e o ? Hum, deitado sobre mim, com a camisa toda aberta [não me pergunte onde o suéter dele foi parar] e bom, o cabelo dele não ta muito diferente do meu.
Ele se mexeu um pouco, ficando entre as minhas pernas, enquanto beijava meu pescoço. Os únicos ruídos no quarto eram as nossas respirações ofegantes, e estalos dos beijos. Só meu abajur está aceso, mas é iluminação suficiente pra que eu possa ver o olhar brilhante de desejo do . “...olha , eu vou ser honesta, eu sempre gostei dele... Eu realmente quero ser sua amiga...” A voz da Sallie surgiu na minha cabeça e eu congelei. percebeu minha reação, então entrelaçou a mão no meu cabelo, mordeu meu lábio e deu um sorrisinho.
- ? – ele deu uma mordidinha na minha orelha e fez ‘hum?’ – Pára.
- Por quê? – a voz dele saiu meio abafada, já que ele beijava meu pescoço de um jeito muito provocante.
- Porque nós não podemos fazer isso – eu tentei afastá-lo, mas ele subiu a mão que não estava no meu cabelo pelas minhas pernas descobertas, e oi? Me arrepiei toda; e ele percebeu isso, já que deu uma risadinha maliciosa.
- Mas nós não estamos fazendo nada... ainda – a voz dele estava meio falha e saindo quase que num sussurro. Ele beijou meu queixo, desceu um pouco e então me olhou nos olhos – A menos que você não queria, é claro – meu estômago revirou ao ouvir isso.
- Não é disso que eu to falando – eu achei o resto de lucidez que me restava e o empurrei, sentando na cama. – Eu quero dizer que estarmos nessa situação é errado. Não é justo com a Sallie, ela não merece isso.
- A Sallie... – ele tinha esquecido dela? – Ela é assunto meu. Você não tem que se preocupar com ela – ele sentou e passou a mão pelos cabelos que já estavam desalinhados.
- Tenho sim. Sabe por quê? Porque a partir do momento que você a trouxe a garota pra casa da sua mãe, que por sinal é onde eu ainda vou morar por um tempo, ela passou a fazer parte da vida de todas nós. Então, sim! Ela é meu ‘assunto’ também – oi? Fiquei nervosa. Levantei da cama e fiquei frente a frente com ele, sendo que eu nem o vi levantando. Como pode uma pessoa ser irritantemente desejável há cinco minutos atrás e agora ser irritantemente irritante? – E passei a ter que me preocupar com ela, desde quando ela me perguntou se existia alguma coisa entre nós e eu disse que não.
- E por que você disse isso? Por que você não disse que nós...
- Primeiro que se alguém fosse contar alguma coisa, esse alguém seria você: namorado dela! E você queria que eu dissesse o quê? Que nós o quê, ahn? Que quando você vem pra casa da tua mãe a gente se agarra escondido? Ou que sempre entre uma briga a gente acaba se beijando e depois voltamos a brigar? Era isso que você queria que eu dissesse pra sua namorada? Porra ! A menina gosta mesmo de você e você não dá a mínima!
- E você dá né? – ele riu sarcástico. – Eu percebi como você pensou nos sentimentos da sua nova amiguinha enquanto me beijava – ele começou a ficar vermelho enquanto falava. Eu peguei a primeira coisa que vi pela frente [que no fim das contas era um pé do tênis dele] e joguei pra extravasar minha raiva, e acabei acertando bem a testa do retardado – Sua maluca! É isso que você é: DOIDA!
- Sai daqui! Sai daqui agora ! Eu não acredito que eu beijei você, que eu quase... SOME DAQUI – meus olhos estavam ardendo de raiva, mas eu não choro nunca mais na frente desse ogro, nunca mais. Ele pegou o outro pé do tênis, abriu a porta e falou baixinho:
- Não conta nada pra S.
DESGRAÇADO! FILHO DE UMA PUTA... Não, a mãe dele não merece isso, ela não merece esse filho que tem.
Ok, eu dormi chorando... Me sentindo suja e sozinha. Eu traí a confiança de uma garota tão legal como a Sallie, e tudo isso pra quê? Pra voltar à estaca zero... pela milionésima vez.
****
- ? Docinho? Ta na hora de sair desse quarto. Já fazem 3 dias.
- Hum?
- Acorda, precisamos sair. Lembra? Hoje é dia 28.
- Ah Cath, eu to com sono.
- Vamos , no hotel você dorme.
- Não quero ir...
- Mas a disse que só iria se você fosse, ela ta com saudade de você.
- A vai? Quem mais vai?
- , , , , você, eu, , Billy e .
- E a... E a Sallie?
- Ela só volta pro ano novo. E a mãe da foi buscar a Margarite e depois elas vão pra lá.
- A Mag, já tava com saudade dela.
- Sua ‘saudade’ é a de não precisar cozinhar que eu sei!
- Não divulga Cath.
- Levanta logo e se arruma. Leva a Michelangela Creuza Maria da Silva Sauro na casa da vizinha – ela riu com o nome recém inventado pra tartaruga - Nós pretendemos almoçar lá no hotel.
****
Eu fiquei praticamente três dias dentro do meu quarto, só saía pra comer ou quando as meninas falavam que o tava na casa dele.
E aqui estamos. Um hotel fazenda que fica a mais ou menos 2 horas de distância da casa dos . e não puderam vir, foram visitar os pais dela. Cath e estão cheias de segredinhos, e isso me assusta; essas duas são malucas, fato! A e o Billy estão num grude que chega a dar náuseas. Edward ligou pra Cath, e ela ta se derretendo toda por ele [de novo]. e eu não calamos a boca desde que nos encontramos na sala de jogos do hotel, que saudade eu tava de jogar conversa fora com a namorada do . E bom, o e eu nem nos olhamos.
- Mas eu nem quero jogar vôlei!
- Anda logo, escolham os times.
- Eu quero ficar no mesmo time que a minha .
- Eu não quero ficar no mesmo time que a Cath, ela é péssima.
- Vá à merda .
- Tirem dois ou um.
- Mas nós somos nove, vai dar errado.
- Mas eu nem quero jogar vôlei, aloo-oou?
- Mas você vai jogar , fica quieta.
- CALEM A BOCA! – aê , botou ordem na bagunça. – Pra ficar divertido, vamos separar os casais, e o largado pela namorada – aponta pro irmão dela – pode tirar par ou impar com uma encalhada – aponta pra mim e pra Cath – e andem logo.
É claro que a Cath que tirou par ou impar com o . Times: Cath, eu, , e Billy; contra , , e .
Estávamos ganhando de 8 a 5. já tinha tentado afogar o próprio namorado; eu bati no ; travou uma briga com Billy por causa de um suposto ponto que ele roubou; me expulsou do lado deles da piscina, quando quis dar uma ‘voltinha’ por lá; tivemos que separar e Billy de sua sessão de agarramento, lembrando-os que eram de times adversários.
- Tem lugar pra mais uma jogadora? – uma voz enjoada chamou nossa atenção pra fora da piscina. Antes de virar pra ver quem era, pude ver a cara de tarado dos meninos, principalmente o .
- Liza? – disse com cara de espanto. Daí eu virei pra ver quem era: pele branca, corpo bem definido, cabelos lisos com cachos nas pontas e extremamente vermelho, os olhos bem verdes e um sorriso tímido nos lábios. E hum, o biquíni dela parecia mais de uma criança de 10 anos: minúsculo, e branco [pra ‘ajudar’].
- Que bom que ainda lembram de mim; mas então, posso jogar? – ela disse sorrindo e olhando diretamente pro .
- Pode entrar no meu time – o idiota se manifestou todo sorridente.
- Então essa é a famosa filha da Mag? – eu perguntei sussurrando pra Cath.
- É ela. Entendeu por que nós nunca gostamos dela né? – ela sussurrou e fez careta, eu só assenti com a cabeça.
****
- Filme no nosso quarto daqui a meia hora ok? – Cath falava com o resto da galera que ainda estava dentro da piscina. Eu não queria mais ficar ali vendo a tal da Liza se esfregando no o tempo todo, e a Cath se ofereceu pra ir comigo.
- Combinado – respondeu rindo quando caiu: brincando de ‘briga de galo’.
- , você não quer me contar nada? – Cath pergunta de um jeito doce enquanto secava meu cabelo com o secador.
- Hum, tipo o quê? – ela ta assim desde que acordamos, com esse jeito meigo, como se tivesse medo de me magoar.
- , olha, a e eu nunca falamos nada pra não te forçar. Mas, amiga, você ta desmoronando diante dos nossos olhos e não conversa com a gente. E conhecendo seu gênio, a gente tem medo de que se perguntarmos acabe por piorar as coisas – ela ainda ta usando a entonação baixa e calma.
- Não to te entendendo Cath, eu to normal, eu to bem – eu sorri sem vontade.
- Não você não ta! Você acha que a gente realmente não percebe o que existe entre você e o ? O jeito que vocês se olham? A cara que você faz quando a Sallie te chama de amiga? Deu pra ver o seu ciúme em vê-lo com a Liza lá na piscina. , você é minha melhor amiga e eu te amo muito, e tudo que eu menos quero no mundo é te ver sofrendo, e o pior: sofrendo sozinha – ela ainda mantinha o jeito meigo, como se falasse com uma criança. Eu sentei de frente pra ela na cama, e ela percebeu que eu não sabia o que dizer então ela mesma continuou falando – Sabe? A sempre fala que o melhor a fazer é deixar que você se sinta a vontade pra conversar com a gente. E no começo eu concordava com isso. Mas , depois da briga que você e o tiveram ontem, eu não agüentei ouvir você chorando e não fazer nada. Amiga, eu só quero o seu bem, entende isso ta? – ela sorriu de um jeito triste, e me deu um beijo na testa.
- Brigada Cath, eu te amo muito sabia? Você e a doida da são as melhores amigas que alguém pode sonhar em ter [que minhas amigas do Brasil não saibam disso]. Eu meio que sentia vergonha em falar com vocês sobre o . Chega a ser ridículo o jeito que eu me sinto perto dele, eu me sinto uma verdadeira retardada. Mas enfim, quer saber toda a história?
- Claro que quero, né sua boba? – ela sorriu – É tão bom saber que você confia em mim.
E então eu contei tudo. Desde o primeiro selinho na cozinha há mais de um ano; do beijo no corredor do show no McFly; das incontáveis brigas onde nós acabávamos se beijando; contei tudo o que Sallie havia dito; e finalizei, contando a Cath sobre os melhores momentos da noite de Natal, contei sobre o presente de Nick, sobre os amassos com , e até a fatídica briga por causa da Sallie.
Cath ouviu tudo em silêncio, me deixando desabafar. Ela é uma ótima amiga, sabia quando acenar a cabeça, quando fazer caras e bocas, eu até consegui rir lembrando de ‘cenas’ com o .
Conversamos um pouco mais, ela disse que se eu gostasse mesmo do , que eu deveria fazer algo a respeito. Mas se eu ainda tivesse dúvidas, eu poderia pensar em dar uma chance pra quem realmente merecia: Nicholas Hoult.
****
- Cara, eu pensei que fôssemos ver um filme, e não esse Gossip Girls aí - disse fazendo careta quando Chuck apareceu na tela da tv.
- Fala mal do Chuck e eu te deixo sem dentes! – eu disse fingindo estar brava – e é Gossip Girl, só UMA, sacou?
- Tanto faz – ele deu de ombros.
- Garotos – , , , Cath e eu dissemos em coro, e logo caímos na risada.
- Não vai me dizer que você também assiste isso? – perguntou baixinho pra Liza, mas eu consegui escutar, já que eles estavam sentados no chão ao lado da cama, onde eu estava deitada no colo da .
- Eu? Não. TV não é muito comigo, eu gosto de coisas reais, sabe? – ela disse de um jeito bem... provocante. Vagabunda. Urgh acho melhor eu continuar babando pelos Gossip Boys e parar de me preocupar com esses dois.
****
- ? Me faz um favor? – sussurrou pra mim assim que desligou o celular, já que estávamos vendo ‘O Procurado’ e todos estavam concentrados.
- No meio do filme ? Cara é o James McAvoy, e você sabe que eu tenho uma queda por ele desde quando eu li e assisti ‘Penelope’.
- Por favor, ? – ela fez bico.
- Ok, que foi?
- Vai lá na recepção pegar uma coisa que eu encomendei?
- Encomenda? O que é?
- Vai lá e pega que depois eu te mostro.
- Ok ok, mas depois eu vou ver o filme de novo, e sozinha viu? – eu disse rindo.
- Ta bem. Vai logo.
Assim que sai do quarto, e encostei a porta, senti alguém cobrindo meus olhos.
- Ok, quem é? - a pessoa não disse nada. – Dá pra parar de gracinha que eu quero terminar de ver o James, digo, o filme – o bendito ser continua calado e sem me soltar. – Já ta me irritando, dá pra me soltar ou ta difícil?
- Ta difícil, você é linda demais pra eu conseguir ficar longe de você – wow, ele sussurrou no meu ouvido e eu me arrepiei todinha.
- Seu... Seu Mané, dá pra tirar a mão dos meus olhos? – cara, eu to gaguejando. Até você ficaria se uma cara estivesse te abraçando por trás, com a mão nos teus olhos e sussurrando que você é linda.
- Surpresa – ele disse sorrindo quando tirou a mão dos meus olhos e me virou de frente pra ele.
- Nick – eu sorri de verdade, e o abracei com força – Seu idiota, eu achei que era algum tarado.
- Eu posso ser se você quiser – e sorriu de um jeito malicioso.
- Ah que medo – eu ri e ele me abraçou de novo.
- É horrível sentir tanta saudade assim de você – ele disse de um jeito como se tivesse sentindo dor.
- Nicholas, você ficou fora por quatro dias! Nem foi tanto tempo assim– fiz as contas na cabeça, e não tinha como ele ter ido aos EUA e voltado tão rápido.
- Erm, não mesmo. Meus pais ficaram por lá, eu resolvi voltar depois que liguei pra você, e as meninas disseram que você tava meio tristinha, daí elas quiseram te fazer uma surpresa – own, ele ta tímido, fofo³ - gostou da surpresa?
- Hum, não – eu disse séria e ele ficou assustado.
- Não. Não mesmo? Olha , desculpa vir sem avisar, mas é que as meninas acharam...
- Eu to brincando Nick! Ter você aqui é a melhor coisa que eu poderia querer – eu nem terminei de falar e ele sorriu de um jeito tão lindo, o rosto dele se iluminou – Vamos lá na recepção comigo? Tenho que buscar uma coisa pra .
- ? Você é meio lerdinha mesmo né?
- Sou? Por quê?
- O que a te mandou ir buscar sou eu!
- Ah é? – ele tocou minha bochecha com as pontas dos dedos.
- É sim, sua lerda – sorriu todo fofo e me deu um beijo beeem perto da boca. E eu fiquei mole, o poder que esse garoto tinha sobre mim era assustador, fato – Não quer terminar de ver seu James, digo, o filme?
- MEU JAMES! Tinha esquecido dele.
- Nossa, me senti agora, consegui te fazer esquecer o James McAvoy – ele riu e entrelaçou nossas mãos. Não nego que fiquei surpresa por ele saber que o James que eu tava falando, era o McAvoy [garotos não decoram essas coisas].
- Viu como você é chique? – eu ri e o puxei pra dentro do quarto.
Quando entramos no quarto, o nos olhou meio assustado, e fixou o olhar na minha mão direita, que ainda estava entrelaçada à do Nick. Todos disseram ‘Oi Nick’ sem olhar muito pra ele, já que eram os minutos cruciais do filme. Liza deu uma bela olhada pro Nick, e sorriu; eu sussurrei ‘é a filha da empregada dos , Liza, chegue perto dela e eu te mato’, ele riu e sentou no chão e me fez sentar entre as pernas dele. Cath e me olharam sorrindo feito duas crianças, eu sorri e movi os lábios dizendo ‘Obrigada’. Minhas amigas são fodas, né?
****
- Então você é a famosa , que a Sra. e minha mãe tanto falam – Liza veio falar comigo quando terminou de se agasalhar pra irmos ‘brincar’ na neve – Não tivemos a oportunidade de nos falarmos – claro, você tava ocupada demais tentando dar pro lá no quarto, vaca. Eu sorri.
- Pois é eu sou a famosa sim. Eu adoro a sua mãe – ela revirou os olhos de um jeito que me fez ter vontade de dar um soco na cara dela. – Mas então, você veio só passar uns dias?
- Não, eu vou morar com a minha mãe agora, querida – ela sorriu e tocou meu ombro – Ou seja, vamos morar na mesma casa.
- Ah que maravilha – meu estômago até revirou.
- Aquele garoto é seu namorado? – ela apontou pro Nick, que descia as escadas rindo com Billy e Cath – Ele é lindo, se posso dizer.
- É, eu sei que ele é lindo mesmo. E não, ele não é meu namorado – ela sorriu abertamente – ainda, não é meu namorado ainda.
- Como vamos morar na mesma casa, acho que seremos amigas; então eu posso perguntar uma coisa: é verdade que o ta namorando uma garota super sonsa? – quem ela pensa que é pra falar assim de alguém que ela nem conhece? Se o Nick não tivesse chego e me abraçado de lado, eu acho que teria dado um murro na cara dela.
- Bom, a Sallie é um amor de pessoa. Todos a adoram. O achou uma garota de ouro – eu sorri cínica. E pude perceber que o escutou o que eu disse sobre a namorada dele.
- Ela é meio oferecida né? – Nick me disse rindo quando sentamos num balanço duplo um pouco afastado do rinque de patinação onde a galera estava - a tal da Liza.
- Meio? Ela é total oferecida. Mas porque você ta dizendo isso? – eu perguntei sem olhar pra ele, já que estava olhando , e Cath rindo que nem malucas ao fazerem pose pra tirar uma foto.
- Bom, porque ela veio me cumprimentar, e quase me deu um beijo na boca – eu olhei incrédula pra ele. – Mas eu desviei bem a tempo. E cara, ela nem disfarça que quer o – eu revirei os olhos – , você não se importa que eu fale esse tipo de coisa sobre ele né?
- Por que eu me importaria, Nick?
- Hum, eu sei o que você sente por ele – ele deu um sorriso triste – e por mais que eu me consuma de ciúme e inveja dele, eu não quero ser um chato sabe?
- Ciúme? Inveja? Do ? – eu sorri pra ele – Nick, eu não nego que senti alguma coisa por ele, mas cara, ta bem óbvio que nós nunca vamos ficar juntos. Isso, ele é passado. E outra coisa, ele tem namorada e eu gosto muito dela, e não é por causa do que eu vou quebrar a cara da Liza.
- Não é? Vai quebrar a cara da Liza por quem? – ele sorriu e entrelaçou os dedos no meu cabelo, a outra mão estava na minha cintura, mesmo sentados, estávamos bem perto um do outro.
- Hum – eu mordi o lábio e ele respirou fundo – Da próxima vez que ela se aproximar de você, eu juro que arrebento essa ruiva de farmácia [n/a: piada interna, né Amora? xD] – ele fez bico e deu uma risadinha.
- Se você ficar comigo o tempo todo, que é o que eu mais quero, ela não vai ter como se aproximar – ele sussurrou e eu senti os lábios dele roçando nos meus.
- Promete? – eu também sussurrei fechando os olhos.
- Prometo.
Ele me deu um selinho. Eu respirei fundo, Nick enxergou isso como um ‘vá em frente’, então mordeu de leve meu lábio inferior, e eu sorri. Ou selinho, mais um mordidinha, outro selinho... Ele fez isso várias vezes, até eu não agüentar mais e grudar nossas bocas pra valer. Ele riu contra meus lábios e passou a língua para que eu desse ‘passagem’ a ele.
Do nada, o frio cortante de Londres sumiu; eu fiquei quente e confortável. Algo me dizia que era ali que eu devia estar. Nos braços do Nick, sentindo a língua dele encontrar a harmonia perfeita com a minha, sentindo a mão dele entre meus cabelos, sentindo a outra mão bem firme em minha cintura me puxando contra si, as minhas mãos em seu rosto e peito. Eu me senti bem. Sem aquela sensação de que alguém poderia chegar e estragar tudo, como sempre acontecia com .
Nick era fofo, carinhoso, atencioso, engraçado e o melhor de tudo: ele não escondia que gostava de mim.
Findamos o beijo com vários selinhos. Ele encostou a testa na minha, enquanto normalizávamos as respirações.
- Você não tem idéia de como eu queria e esperei por isso – ele disse baixinho, os perfeitos olhos azuis brilhando pra mim e um sorriso feliz estampado no rosto.
- Você é de verdade mesmo Hoult? - eu ri e ele me deu um selinho demorado.
- Ainda não provei que sou de verdade é? Posso tentar provar pelo resto da vida – quando ele se aproximou pra me beijar de novo, uma bola de neve nos atingiu bem no rosto.
- MAS QUE MERDA – eu gritei levantando do balanço – QUEM FOI O PANACA?
- Não fomos nós! – , , Cath e disseram, enquanto Liza me olhava rindo.
- Eu tenho cara de palhaça por acaso Liza? – ah que se foda, eu fiquei nervosa mesmo.
- Na verdade, tem sim – ela riu de um jeito maligno e Nick me segurou pela mão.
- Relaxa , ela é só uma mal amada, não estressa – ele disse baixo ao segurar meu rosto com as mãos.
- Uma mal comida, isso sim – eu disse emburrada, e ele riu.
- Aquele ali é bonitinho.
- Não, ele tem cara de nerd. Aquele mais loirinho é melhor.
- Pra Cath tem que ser um bem branquinho, cabelo castanho, olhos verdes e cara de coitadinho – eu disse e Cath revirou os olhos. - Gente se eu cair, vai ser o maior mico do ano – eu disse rindo ao entrar no rinque de patinação.
- Coloque os patins né , cabeçuda? – patinava como se fizesse isso o tempo todo, metida.
- Se de tênis eu já to caindo que é uma beleza, imagine de patins? – eu andava sem tirar os pés do chão, os arrastando, uma cena bem engraçada – Vem aqui , me dá a mão.
- Mas voltando à caça pra Cath – veio e segurou minha outra mão – Como ele tem que ser ? Você tava descrevendo.
- Basicamente? – todas as meninas me olharam – o Edward.
- O Edward dela, ou o Cullen? – disse rindo.
- O dela é claro, se o Cullen existisse você acha que ele ia querer a Cath? – disse como se fosse óbvio, nós rimos e Cath deu-lhe um pedala.
- Se ele existisse, ele logicamente ia querer alguém como eu – eu disse com cara de exibida. As meninas riram – Mas agora é sério, qual dos meninos dali você achou mais bonitinho Cathzinha? – e apontei pra um grupinho de garotos que estavam perto de uma bonita fogueira que os funcionários do hotel haviam feito.
- Hum, aquele de cabelo castanho... – ela analisou e nós olhamos.
- Viu só? Ele parece o Edward! – eu fiz cara de inteligente.
- Meninas, escutem a música que ta tocando – fez sinal pra calarmos a boca.
- Não to ouvindo nada.
- Se você ficar quieta, você escuta .
Daí as caixas de som do rinque começaram a funcionar, e nós cinco nos olhamos e rimos, cantando junto [leia: gritando] fazendo todo mundo, sendo a grande maioria garotos, olharam pra gente.
[N/A: coloquem a música pra tocar. Eu coloquei só uns trechos da letra ok?]
Close your eyes and make believe
[Feche seus olhos e faça acreditar] This is where you want to be
[Que é aqui que você gostaria de estar] Forgetting all the memories
[Esquecendo todas as lembranças] Try to forget love cause love's forgotten me
[Tento esquecer o amor, porque o amor me esqueceu]
Elas patinavam ao meu redor, e eu fazia dancinhas meio estáticas com medo de cair. De longe eu vi Nick descendo as escadarias que levavam até a área de lazer que estávamos, ele parou junto dos McGuys pra olhar para as cinco malucas cantando.
Well hey, hey baby, it's never too late
[Bom, ei, ei baby, Nunca é tarde demais] Pretty soon you won't remember a thing
[Logo você não vai lembrar de nada] And I'll be distant as stars reminiscing
[E eu estarei distante, assim como as estrelas relembrando] Your heart's been wasted on me
[Que seu coração estava sendo desperdiçado em mim]
Nós mais ríamos do que cantávamos. Eu me sentindo a própria Hayley Williams, e as meninas se exibindo ao patinar. Dava pra ver que o ria de alguma coisa, e os outros meninos olhavam meio desconfiados.
You've never been so used
[Você nunca foi tão usado] As I'm using you, abusing you
[Como estou estou te usando, abusando você] My little decoy
[Meu pequeno passatempo] Don't look so blue,
[Não fique tão triste] You should've seen right through
[Você deveria ter visto de cara] I'm using you, my little decoy
[Estou te usando, meu pequeno passatempo] My little decoy
[Meu pequeno passatempo]
Eu cantei essa parte com tamanha empolgação, que até as meninas riram.
Olhei pra onde os meninos estavam, e vi que tinha alguma coisa de errado. Nick e muito perto um do outro; Nick estava meio vermelho e o ainda ria e falava alguma coisa com um jeito debochado.
I'm not sorry at all
[Eu não me arrependo nem um pouco] No, no (Not sorry, oh, not sorry)
[Não, não (não me arrependo nem um pouco, não me arrependo, não)] I won't be sorry at all
[Eu não vou me arrepender nem um pouco] No, no (Not sorry, oh, not sorry)
[ Não não (não me arrependo nem um pouco, não me arrependo, não)] I'd do it over again
[Eu faria tudo de novo]
Eu nem cantava mais, fiquei preocupada com os meninos. Consegui ver o puxar o pra trás, daí eu fiquei nervosa.
- Cath, vem cá! Me ajuda a sair – eu tentava andar sem escorregar no gelo – ANDA LOGO CARAMBA.
- Que foi ? – e Cath chegam juntas e me ajudam a sair do rinque.
- Não sei, mas tem alguma coisa rolando com os meninos - e apontei pra onde eles estavam. E elas se assustaram também: Nick estava saindo quando o o puxou com força.
- Chamem as meninas e venham logo – eu disse rápido assim que pisei em terra firme. E subi correndo um pequeno morro coberto de neve.
- VAI FUGIR É? FICOU NERVOSINHO, MAS NÃO SABE BRIGAR, É ISSO? – gritava enquanto tentava falar com ele.
- EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU BRIGAR COM VOCÊ – ah meu Deus, pro Nick estar assim, o negócio tava feio. – NÃO VALE A PENA.
- NÃO VALE A PENA? SÓ PORQUE EU DISSE A VERDADE? – o falava alto de um jeito sarcástico.
- Vai se fuder cara – Nick disse virando as costas. – Isso pra mim é ciúme.
Daí tudo aconteceu muito rápido. Quando percebeu o que o Nick tinha dito, ele ficou muito vermelho, se soltou do , puxou o Nick e deu um soco no rosto dele. Eu estava bem perto quando isso aconteceu. Nick se recuperou rápido, e revidou outro soco no .
- PAREM JÁ COM ISSO – eu tentei chegar mais perto, mas os dois estavam brigando muito feio, fiquei com medo – FAÇAM ALGUMA COISA VOCÊS DOIS – e conseguiram separá-los, eles se debatiam tentando ir pra cima do outro. Eu me coloquei entre eles e gritei bem brava – SE VOCÊS QUESIREM ME MACHUCAR, VÃO EM FRENTE, CONTINUEM COM ESSA CENA RIDÍCULA – os dois pararam no exato momento – Nick vem comigo.
o soltou, e ele me deu a mão e subimos.
Dava pra ouvir os gritos de com o irmão, o resto das meninas brigando com os meninos por não terem impedido, e Liza dizendo que tinha que fazer um curativo.
- O que deu um você? Pirou de vez é Hoult? – eu disse muito nervosa enquanto o fazia sentar na enfermaria. O nariz dele sangrava, e tinha um pequeno corte na bochecha.
- , aquele cara é pirado. Você sabe que eu não sou de brigar, mas ele provocou – ele falava devagar, tentando ver em meus olhos se eu estava com raiva dele.
- O que ele fez de tão grave pra você agir desse jeito? Você não é assim Nicholas – me sentei ao seu lado, continuei séria. Ele abaixou a cabeça, e suspirou.
- É ridículo. Eu sei que é. Mas ele conseguiu me irritar – eu segurei seu rosto e comecei a limpar o sangue que saía do nariz enquanto a enfermeira não chegava – Vocês estavam cantando, e ele mandou os caras prestarem atenção na letra da música. Ele tava rindo todo sarcástico. Daí ele virou pra mim e disse ‘percebeu que ela ta cantando isso pra você né? Você é e sempre será só um pequeno passatempo na vida da adorável ’. , ele disse isso rindo, na minha cara. Eu saí andando, e ele não gostou disso, e tentaram evitar, mas esse ele é pirado, e o pior de tudo, ele é doido por você – Nick disse a última frase com tamanho ódio, que os olhos dele ganharam uma tonalidade de azul bem escuro. – Daí o resto você viu.
- Nick – eu respirei fundo. Que história é essa cara? Olhei bem pra ele, ainda segurando seu rosto – Ok, eu entendi que ele provocou, mas era isso que ele queria, que você caísse nas brincadeirinhas dele. Ele é assim.
- Eu não sou obrigado a ouvi-lo falando daquele jeito debochado, dando a entender que eu não sou nada na sua vida, e que ele é – ele ainda falava baixo e com raiva. Eu mordi meu lábio sem saber o que dizer, e pra minha sorte a enfermeira chegou.
****
- E aí , como ele ta? – me perguntou assim que cheguei ao rinque, horas mais tarde, depois de convencer Nick a dormir um pouco.
- O corte na bochecha não foi fundo, mas ta bastante roxo. O nariz dolorido, nada demais – eu sentei ao lado da Cath num enorme banco ao lado do gelo onde elas ainda estavam. – Agora ele dormiu, ainda bem. Daí ele se acalma um pouco.
- Gente eu fiquei passada com aquela cena de ‘Macho Man’ dos dois – fazia caras e bocas ao falar. – Que ódio todo era aquele meu Jesus?
- Eu entrei em choque quando vi – comentou – Meu irmão não é um santo, mas eu nunca o vi brigar assim com ninguém antes.
- Gente, acho que ta bem óbvio o motivo da briga né? – falou me olhando de um jeito maternal.
- Que foi? Por que você ta me olhando?
- , ta na cara que era ciúme do por você. Ele não agüentou ver que te perdeu de vez. Amiga, não precisa disfarçar, a Liza – todas fazem caretas quando fala o tal nome - não ta aqui, não precisamos fingir que toda essa briga não foi por você.
- Olha a , poderosa. Dois gatos brigando por ela – Cath disse e todas riram.
- Brigando por mim nada! O provocou, o Nick foi besta de cair no jogo dele, só isso. E gente, alô? Tão esquecendo da Sallie é? – eu ri nervosa.
- querida, você realmente acha que se você dissesse pro meu irmão que quer ficar com ele de verdade, ainda teria Sallie na jogada? – disse séria.
- Gente, que isso? Quem disse que eu quero ficar com o ? – já tava morrendo de vergonha a esse ponto.
- Ok , deixa pra lá, não vamos discutir o eterno rolo entre e agora – se deu por vencida. Ainda bem.
****
- Eu realmente não sei o que eles vêem em você – Liza aparece no corredor quando eu ia ver se tava tudo ok com o Nick.
- Quê? Do que você ta falando?
- O tem atração por garotas sonsas, só pode ser – ela disse debochada.
- Garota, qual é o teu problema?
- Você. Você e a tal de Sallie são meu problema – ela se aproximou de mim com as mãos na cintura. – Até o jeito que vocês saem em fotos me irrita.
- Fotos? Que fotos? Onde você nos viu?
- Já ouviu falar em ‘estudar o inimigo’? – ela sorriu felina. – MySpace meu bem.
- E porque você acha que eu sou sua inimiga? Ok, você quer o , então ao seu ponto de vista a Sallie é um empecilho, mas se você não percebeu ainda, eu não sou nada do seu amado – eu sorri sarcástica. Que garota maluca.
- Além de tudo é cínica. A briga de hoje não te diz nada? Você realmente acha que eu acredito que vocês não têm nada, depois de ver a ceninha de dois gatos como eles por você? Olha aqui garota, eu sempre consigo o que quero. Eu te digo: eu quero e terei o , e não vai você nem a idiota da namoradinha aguada dele que vão me impedir – ela falou séria e apontou o dedo pra mim.
- Vá em frente, tente a sorte, queridinha – eu sorri e dei as costas a ela.
****
- Feliz com o que o viado do seu namorado fez no meu rosto? – o aparece na porta do quarto dele [que por sinal era ao lado do meu e da Cath] e aponta pro curativo na testa.
- Ah não, só pode ser carma – eu suspirei e continuei andando.
- Você deve ter adorado né? Ver dois caras brigando por sua causa – ele parou na minha frente me impedindo de chegar a porta do meu quarto.
- Por minha causa é? O Nick tudo bem, ele é meu... – o que ele é meu? – Bom, o Nick gosta de mim. Mas e você? O que ganhou brigando com ele além de um machucado na testa e um corte na boca?
- Ahn, você repara bastante na minha bica né? Já até viu o corte – ele sorriu malicioso.
- Sai de perto de mim. Vai lá no quarto da Liza, vai – tentei passar por ele, mas ele ficou na frente de novo.
- Ciúme da Liza é? Ela é bem gostosa né? – cara, ele não é assim, ele fica desse jeito só pra ver com raiva.
- É, muuuuito gostosa. Vai lá comer a gostosona vai. Mas só não se esqueça que a coitada da Sallie te ama viu? – ahá! Ele ficou sem graça quando ouviu o nome da Sallie. Desisti de ir pro meu quarto, e virei na direção oposta ao .
- Aonde você vai?
- Ver o Nick, por quê? – falei sem virar pra olhá-lo.
- Não vai não – ele disse rápido, e me prensou contra a parede. – Por que você faz isso? – ele disse baixo, segurando meus pulsos contra a parede. – Me provoca, me faz sair na porrada com um cara, me lembra de uma garota, me manda comer outra garota... Tudo isso poderia ser evitado e você sabe.
- Poderia é? Ah claro que poderia, se você fosse homem o suficiente e ficar com uma garota só. Tipo, pra que fazer isso com a Sallie? Quer ficar com todas que passam pela frente? Que fique. Mas então termine com ela primeiro – assim bem de perto, deu pra ver que o corte na boca dele tava bem feio, devia estar doendo.
- Porra , pára de falar na Sallie, e na Liza, e em todas as outras garotas do mundo – a voz dele saía em sussurros involuntários. - Eu to falando de você, de nós dois.
- Não existe mais ‘nós dois’, . Tivemos inúmeras chances pra que isso acontecesse, mas o que você fazia? Arranjava um jeito de estragar tudo. E agora é tarde demais, tem muita gente envolvida. Se você não se importa com os outros, eu me importo – eu disse bem baixinho, demonstrando toda a frustração que eu tinha guardada. – Me dá licença, preciso ver se o Nick precisa de alguma coisa.
- Você que tá estragando tudo, não percebe? – ele me soltou, e passou a mão pelos cabelos. – A gente ainda pode dar certo.
- Você só ta falando isso agora, porque eu tenho o Nick. Porque sabe que perdeu ‘o jogo’. Só por isso – eu sorri de um jeito triste e ele olhou pra baixo. – Mas ? De verdade, não machuca a Sallie, ela é muito legal, sabe?
- É, eu sei – ele disse tristonho. – E ? Quando você perceber que ta dando as costas pra algo que poderia dar certo, pode ser tarde demais – então entrou no quarto dele.
Capítulo Quinze: “Ano novo, novo ano”
[N/A: Florzinhas! Decidi escrever em primeira pessoa mais uma vez. Mas logo logo eu volto pra terceira, tudo bem? E ah, coloquem pra carregar: Adele – Hometown Glory]
- Por que branco?
- Porque é ano novo.
- Tudo bem, mas por que branco?
- Cath, pára de me fazer essa pergunta. Vai perguntar pra .
- Mas , se eu perguntar qualquer coisa pra agora, ela vai me responder com a primeira frase que ela ler no Flickr, quer ver?
- Vai lá.
- ? – Cath sentou na cadeira ao meu lado, e eu continuei olhando pra tela do meu notebook. É, agora eu tenho um, não uso mais o do . – Por que a gente usa branco no ano novo?
- Porque o anjo usa Prada – eu respondi ainda olhando pra foto que estava na tela, confesso que segurei a risada.
- Viu, ? Não te disse? – Cath comemorou a confirmação da teoria.
- Cath deixa de ser idiota, ela fez de propósito – veio rindo e me deu um tapa da testa. – , como você é má, fica enrolando a menina.
- Cara, a Cath é muito boba – eu comecei a rir do bico que Catherine fez. – Mas fala sério, a frase que eu li até se encaixou na história: O anjo veste Prada. Anjo, branco, ano novo... Sacaram?
- Mas não é ‘O Diabo Veste Prada’? – Cath fez cara de confusa.
- Catherine eu acho que to começando a concordar com a na teoria de que você só funciona a base de pancada – eu ri e dei um tapa na cabeça dela.
- Cath, antinha do meu coração – fez uma voz terna e calma –, olha pra foto que a tava vendo. Viu? Taí a piada, a menina da foto tá toda de branco, e com uma bolsa Prada.
- Aaaah, agora eu entendi – Cath sorriu como se tivesse feito uma descoberta científica. – Mas eu volto na pergunta: por que usar branco?
- Ah Cath, é meio que simbolizando os desejos pro ano que vai chegar, sabe? O branco representa a paz, e se tivermos paz, tudo se ajeita depois: amor, esperança, dinheiro... Entendeu? – eu respondi sem emoção.
- Quem é você e o que você fez com a nossa ? – disse rindo – Você não era inteligente assim.
- Vá à merda, babaca – eu ri e mostrei língua. – Mas então, Cath, no Brasil as pessoas adoram passar a virada de ano na praia, então nem todo mundo fica todo de branco, o povo mistura o tradicional com cores mais praianas sabe? Eu mesma raramente uso branco.
- Ah, aqui na Inglaterra é meio impossível ficar de branco na hora da virada: casacos enormes pra agüentar o frio de dezembro. Mas depois, quando vamos pras festas, a galera meio que respeita a tradição do branco – disse e sentou no meu colo pra mexer no computador.
- Vocês já escolheram o que vão usar? – eu perguntei quando lembrei que a festa aqui no hotel vai ser com o tema ‘Hawaii’, e o salão tem o teto todo de vidro, daí nós vamos conseguir ver todos os fogos e sem sair pros -2ºC que tá lá fora.
- Eu vou usar uma batinha branca e shortinho rosa claro – Cath aprontou pra mala, onde as roupas já estavam separadas.
- Eu decidi por aquela saia branca bem curtinha que eu comprei semana passada e a blusinha vermelha que a Cath ganhou de Natal da tia dela – disse rindo ao ver a cara de indignada de Catherine. – E você ?
- Hum, como eu disse, eu não sou fã se seguir ‘o fluxo’ [n/a: isso me lembra de ‘Fluxo de idiotas’ – piada interna com a Amora] então eu vou de vestidinho floral verde e laranja, e All Star branco – o vestido é bem curto e rodado: a cara do Brasil, minha mãe mandou de Natal – e um top branco, porque o vestido é soltinho, e as alças ficam caindo.
- Uuh, é hoje que o Nick morre do coração – disse rindo.
- Ou de frustração sexual se não conseguir nada – Cath gargalhou ao terminar a frase.
- CATHERINE! – eu senti que corei. – Então ele vai morrer mesmo, porque não vai acontecer nada desse tipo.
- E por que não, ? – eu mato a e essa mania de fazer perguntas idiotas.
- Porque nós estamos ficando de verdade há 3 dias e eu não acho que seja tempo suficiente pra já ‘avançar’ assim – eu respondi tentando fingir indiferença.
- Ou será por que não é com ele que você quer que seja a sua primeira vez? – Cath sorriu de um jeito malicioso, e aquilo me irritou um pouco.
- Cara, eu to começando a me arrepender de ter contado pra vocês sobre o e eu – ah é, eu contei tudo pra na noite da briga dos garotos. – Vocês sabem que não temos mais nada, mas mesmo assim ficam fazendo esse tipo de piadinha.
- Ah amiga, desculpa, sério. Mas é que é tão óbvio que você gosta dele, não que você não goste do Nick, mas a gente consegue ver que pelo meu irmão você sente algo mais forte – sorriu de um jeito melancólico. – E eu o conheço também, e sei que ele gosta de você.
- Gente, eu não vou falar sobre isso. E outra, ele namora a Sallie, aceita as investidas da Liza e gosta de mim? – eu disse de um jeito irônico. – Esquisito né?
- Ok, não vamos discutir por isso – Cath acabou com o clima estranho que tava pairando no quarto. – Vamos falar mal da Liza, o que acham?
- Boa idéia! – sorriu e deu um pulinho, e foi ai que eu percebi que ela ainda tava no meu colo; aproveitei e dei um beliscão na bunda dela. – Ai , como você é má!
- Sai daqui, sua gorda – eu ri tentando esquecer o assunto anterior. – Mas então, falando sobre a Liza, eu tenho que admitir uma coisa: ela é direta e firme no que quer. Enquanto a gente faz o tipo ‘venha e me conquiste’, ela é do tipo ‘oi gato, te quero, o que me diz?’ – eu falei de um jeito de mulher fatal e fiz as meninas rirem.
- Sabe o que eu percebi também? – saiu do meu colo e sentou na cama – Ela não é tão odiosa quando tá perto da minha mãe ou da mãe dela.
- Pois eu digo mais, ela é até legal quando o seu irmão não tá por perto – assim que eu acabei de falar, as duas me olharam assustadas. – Que foi? É sério. Esse tempo que os meninos estão passando no salão de esportes, ela foi até simpática comigo.
- Tá brincando né? – Cath ainda me olhava incrédula. – Ela é legal, ok. Mas simpática com você? Sendo que ela sabe que o que impede que o fique com ela é você? Porque, gente, vamos lá, a coitada da Sallie não faz diferença nenhuma pro .
- Tadinha da Sallie, não merece o que meu irmão faz com ela – fez uma careta ao falar. – Mas assim, eu não o culpo totalmente, sabia?
- Ah é? Por que não?
- Porque, , ele viu na Sallie um jeito de te fazer ciúme. E de te mostrar que se você tinha um Nick, ele podia ter uma Sallie.
- , eu não consigo levar a sério essa história dele gostar de mim – eu mal terminei de falar e alguém bateu na porta.
- Meninas? Acho melhor vocês começarem a se arrumar – Sra. disse sorrindo. – e Cath, já ligaram pros seus pais? Porque pode acontecer de vocês não conseguirem ligar na hora da virada.
- Eu falei com eles pela web – eu mostrei o computador.
- E eu já liguei pro meu pai, e vou tentar ligar pra minha mãe de novo. Acho que ela tá em Roma, não sei – Cath agora adorava o fato de a mãe morar na Itália, segundo ela era tão ‘glamour’.
****
- Wow, arrasaram meninas! – disse sorrindo quando nos encontramos no corredor. – Estão lindas.
- Brigada amor, mas cara, vocês duas também estão demais, hein? – Cath fez e darem uma voltinha, para vermos as roupas delas: escolheu um vestido branco, soltinho bem leve e sandália roxa alta; já estava de saia florida rodada em vários tons de azul, e uma blusa bem decotada branca.
- E como sempre, a do contra – riu e mordeu minha bochecha. – , é ano novo, você tinha que usar branco!
- Mas eu tô de branco, não viu meu Allstar? – eu disse indignada e levantei a perna mostrando o tênis.
- Belas pernas – Nick disse e eu abaixei a perna no mesmo momento, fazendo as meninas rirem.
- Bom meninas, a já achou o homem dela, vamos procurar os nossos – disse e nós rimos. Quando Cath passou por mim, sussurrou:
- Se fosse o falando das suas pernas, você teria corado na hora, mas com o Nick você nem liga – sorriu e seguiu as meninas, sem me dar chance de responder.
- Então minha linda, preciso confessar que essa sua mania de ser diferente é o máximo – Nick sorriu de um jeito meio tarado e me olhou dos pés á cabeça.
- Ok, você é idiota – eu ri e dei um tapa no braço dele, que segurou minha mão rindo e me encostou na parede.
- E você é perfeita – ele sussurrou bem perto da minha boca. Eu já estava pronta pra fechar os olhos, quando uma porta foi fechada com força me fazendo olhar de onde vinha o barulho.
- Desculpe atrapalhar – disse sério ao passar na nossa frente.
- Ele gosta de você – Nick disse segurando meu rosto com as duas mãos.
- Não, ele não gosta – eu respondi sem sorrir.
- Ele gosta de você – Nick dava um sorriso sem humor algum e me olhava nos olhos.
- Pra ele isso, ou melhor, eu sou só um jogo – ok, me senti a própria Rory Gilmore, mas isso a gente releva.
- Ele gosta de você, e por mais que eu te ame, eu sei que você ainda sente alguma coisa por ele – eu parei de respirar, sério. Eu fiquei hipnotizada pelos olhos azuis do Nick, e minha respiração parou, e acho que ela levou meus batimentos cardíacos junto com ela.
- Você... Você disse que... Que você me... – e parece que a minha habilidade de formar frases se foi também.
- Eu te assustei, desculpa , eu sei que é cedo pra te falar isso – ah meu Deus, eu desesperei o menino. – Mas cara, é o que eu sinto. E eu não quero que você se sinta obrigada a dizer o mesmo, tá bem?
- Aham – foi tudo o que saiu da minha boca. Ah cara, não me culpem, eu entrei em choque.
- , amor não fica assim – Nick riu e beijou minha testa. – Eu não pretendia te dizer assim, eu sei que você se assustou. Eu nunca vou te forçar a fazer nem dizer nada – daí ele me abraçou bem forte, me fazendo relaxar um pouco e aproveitar o conforto e segurança que os braços dele me traziam.
****
- Cara, é esquisito tomar um porre perto da minha mãe – disse e nós rimos. – É sério. Ela ficar sabendo que eu saí bêbado de uma festa através das revistas, é uma coisa, mas ela estar aqui me vendo beber... é estranho.
- Mas você já foi a festas com ela antes – uma Cath já bem alegrinha disse.
- Eu sei, mas vocês não estão entendendo! É ano novo, eu queria encher a cara mesmo – ele fez cara de desespero e nós rimos de novo.
Já eram 23:00h, a festa estava lotada, a musica era agradável. e estavam dançando, e Billy estavam se agarrando em algum corredor, Sra. e Margarite estavam sentadas à mesa com mais algumas senhoras, e o resto de nós [, , eu, Nick, Cath, Liza e ] estávamos perto do bar conversando. Até que estávamos nos saindo bem, digo Nick, e eu.
- Se eu bem conheço a sua mãe, assim que passar a virada do ano, ela já vai dormir – eu disse pro , ele pareceu surpreso com isso, e eu sorri.
- Tomara que você esteja certa – ele sorriu pra mim. – Eu tô me sentindo um alcoólatra.
- Você tá parecendo um – comentou rindo, nos fazendo rir também.
- Hey, que foi? – eu disse só pro Nick ouvir, me aproximando dele. – Tá tão quietinho.
- Não é nada – ele sorriu de lado. – Linda, é sério.
- Nicholas Hoult, me fala agora o seu problema – me fingi de brava e consegui um sorrisinho dele.
- Seu sorriso.
- Meu sorriso é seu problema?
- O seu sorriso pro é meu problema.
- Quê?
- O jeito que você sorri pra ele é encantador, você consegue ficar mais bonita ainda.
- Você é um paranóico, sabia disso?
- Eu sou realista, só isso.
- Eu não entendo por que você ainda quer ficar comigo sendo que você mesmo coloca esse tipo de idéia na minha cabeça.
- Eu tenho esperanças, só isso.
- Esperanças?
- De que um dia você goste mais de mim do que dele.
- Nick...
- , relaxa – ele me deu um selinho e tomou um longo gole da bebida esquisita que tinha em seu copo. Resolvi deixar pra lá, afinal, ele já estava ‘alto’. Assim que virei pra conversar com a galera, percebi que o estava olhando pra mim, ele não desviou o olhar, somente sorriu sem mostrar os dentes e virou o rosto pra prestar atenção ao que a Liza falava.
Cinqüenta minutos depois...
- ? – nossa, meu coração até disparou quando ouvir o me chamar pelo primeiro nome; olhei pra ele em sinal de que estava ouvindo. - Posso falar com você?
- Faltam uns 5 minutos pra contagem regressiva – não era desculpa, era verdade.
- Eu juro que é rápido – ele olhou pra onde o Nick estava com Billy. – Vem comigo.
- Pronto, pode falar – eu disse assim que paramos num corredor afastado do salão, estava até silencioso. Preciso comentar que parece que tá rolando um desfile de escola de samba dentro da minha barriga?
- Eu só queria que começássemos esse novo ano de um jeito diferente – ok , não seja mente poluída, lembra do Nick e da Sallie. – Eu demorei pra sacar, mas finalmente eu entendi que nós não fomos feitos um pro outro – fez aspas com os dedos ao falar isso –; eu também sei que eu estraguei tudo inúmeras vezes por coisas bobas e fúteis; e, de verdade, eu queria que você me desculpasse por isso, porque você é uma garota incrível, inteligente, engraçada – ele parou um pouco, e sorriu sem vontade, por ver que eu estava sem fala. - Ok, isso tá parecendo uma declaração de amor. O que eu quero dizer é que eu percebi, ou melhor, aceitei o fato de que você é boa demais pra mim – eu arregalei os olhos, e acenou com a cabeça. – É sim, você é boa demais pra qualquer cara. Mas principalmente pra mim, eu não te mereço. E parece que o Hoult tá fazendo por onde ser o cara certo pra você. Eu não quero atrapalhar, eu juro.
- Olha, ... – de onde eu tirei forças pra falar eu não sei, mas ele me interrompeu.
- Não, hoje eu falo e você escuta. Porque se você disser qualquer coisa, eu tenho medo de desistir de falar e estragar tudo de novo – ele respirou fundo. – O que eu tô tentando dizer é que... eu quero ser seu amigo. Chega de brigas e sofrimentos depois de uma sessão de agarramento – ele deu um meio sorriso e eu não pude evitar sorrir também, mesmo sendo um sorriso melancólico. – E queria te informar que eu decidi ser um bom namorado pra Sallie, sem mais puladas de cerca.
- Eu... Eu fico feliz em ouvir isso – engole o choro , engole. – E, bom, esses dias eu tava pensando, e percebi que nós nem nos conhecemos direito, sabe? Essa coisa de sermos amigos pode dar certo... Eu acho.
- Podemos pelo menos tentar, certo?
- Certo – minha voz saiu meio tremida, e minha respiração falhou quando ele deu um passo á frente e me deu um abraço bem rápido, sussurrando ‘amigos então’.
****
[N/A: coloquem a música pra tocar, mas não liguem pra letra, o que interessa é a melodia ok?]
Cara minha cabeça tá doendo. Ah, não tem um centímetro do meu corpo que não esteja doendo. Não quero nem abrir os olhos. Por sinal, onde é que eu tô? Vamos lá, , abra os olhos. Ah merda. Merda. Merda. Merda.
- ? – eu disse baixinho quando olhei pro lado e o vi saindo da cama, usando só boxer e camiseta.
- Te acordei? Desculpa – ele me olhou de um jeito preocupado passando a mão nos cabelos bagunçados.
Jesus do céu, por favor, me diz que eu to vestida. Olhei pros lençóis e vi que estava com meu vestido verde e laranja. Ufa. Fala alguma coisa garota, ele tá olhando – Erm, o que eu tô fazendo no seu quarto?
- Tá se sentindo bem? – ele disse me olhando nos olhos. – Você bebeu um pouco ontem e a Catherine não sabia onde tava a chave do quarto de vocês, então eu te trouxe pra cá. Não fiz nada com você inconsciente – a voz dele falhou ao dizer isso, eu não entendi por quê. - E somente a título de curiosidade, eu dormi no sofá, ok? – então ele apontou pro sofá, que estava desarrumado indicando que ele realmente dormira lá.
- Ah tá, tudo bem – ah não me culpem por ainda estar abobalhada. Por que ele tá tão cauteloso assim comigo? – Hum, eu vou pro meu quarto. Preciso arrumar minhas coisas.
- Yeah! Calor, praia e sol nos aguardam! – levantou os braços em comemoração – É, se quiser conversar, pode me procurar, ok? – não entendi o motivo disso, mas concordei com a cabeça.
- Ok.
- Bom diiiiia. Feliz primeiro dia do ano!
- , fala baixo – Cath resmungou escondendo a cabeça debaixo do travesseiro quando entrei no quarto. – AH MEU DEUS! !
- Que foi? – do nada a menina pula da cama e começa a gritar, que maluca.
- Você tá bem? O que aconteceu? Tô me sentindo tão culpada por não saber onde a chave estava.
- Catherine, do que você tá falando?
- Você não lembra? O não falou nada?
- Lembrar do que? ? Falando nisso, por que eu dormi no quarto dele?
- Não sou que tenho que te responder isso, florzinha – ela me beijou na testa demonstrando compaixão - Qual a última coisa que você se lembra de ontem?
- Hum... – forcei a memória, mas tá difícil recordar alguma coisa. – Bom eu lembro da virada do ano, a gente se abraçando, eu batendo no , o dormiu sentado, nós bebemos uns drinques esquisitos e a última coisa que me vem à cabeça foi quando o Nick me tirou da pista de dança.
- Só isso? Tem certeza?
- Tenho Cath. O que foi?
- , acho melhor você ir falar com o Nick.
- Mas...
- Eu arrumo nossas coisas, vai lá falar com ele.
- Nick?
- ? – ele me olhou de um jeito estranho quando abriu a porta do quarto. – O que você tá fazendo aqui?
- A Cath me disse que eu precisava vir te ver, e agora eu vejo que a coisa é mais séria do que eu imaginei.
- Você me odeia, né?
- Por que eu deveria?
- Ah meu Deus, você não lembra – ele passou a mão nos cabelos, os deixando arrepiados –, vai ser pior ainda, eu vou ter que te contar.
- Que droga, eu to começando a ficar nervosa. O que aconteceu, Nick? – eu sentei ao lado dele na cama. – Você ficou com outra garota? Ou algo do tipo, foi?
- Não... Eu...
- Você...?
- Olha , antes de qualquer coisa eu quero esclarecer que eu tava bêbado, tá bem? Eu nunca faria nada daquilo se eu estivesse normal. Você sabe que eu te amo e não faria nada pra te machucar intencionalmente.
- Você tá me assustando – ele tava mesmo, ainda mais quando tampou o rosto com as mãos e respirou fundo.
- Você tava dançando com a e a , daí o resto da galera resolveu ir dançar, só o ficou na mesa dormindo, eu estava no bar te olhando – ele respirou fundo e me olhou nos olhos, e pude ver que estavam vermelhos, cara! Ele ia chorar? Eu estava realmente com medo de saber o que aconteceu. – Eu já tinha bebido o suficiente, mas quando eu vi o se aproximando e bagunçando seu cabelo, eu esperava que você brigasse com ele, mas você deu um tapa no braço dele e riu. Você riu, ! Foi aí que eu comecei a beber mais ainda. Vocês estavam bebendo e dançando, se divertindo juntos, sem nem sentir minha falta. Daí a pegou a câmera, e vocês estavam lá tirando fotos, o abraçou você e a Cath pela cintura, e você... Você... – os olhos do Nick começaram a encher de água.
- Eu fiz o quê, Nick? – minha voz agora não passava de um sussurro.
- Você abraçou o com tanta vontade, e o beijou...
- Eu beijei o ? – agora sim minha voz saiu mais alta, tamanho o susto.
- Na bochecha, você o beijou na bochecha – suspirei aliviada e o Nick continuou. – Eu sei que é idiotice minha, mas isso foi demais; então eu levantei e te tirei da pista. Você já tava ‘alegrinha’, então não percebeu que eu te segurei com força demais; mas o percebeu. Eu te levei até um corredor e... – foi aí que as lágrimas caíram dos olhos dele; Nick abaixou a cabeça apertando os olhos com força, fazendo as lágrimas saltarem dos olhos extremamente azuis. – E... eu quase, eu quase te forcei a... – a voz dele sumiu, ele estava com os cotovelos apoiados nos joelhos, e escondeu o rosto nas mãos. – Eu te prensei contra uma parede e você ficou meio mole, e eu não parei.
- Você... – agora os meus olhos estavam marejados, minha respiração ficou falha – Eu não acredito... Nicholas!
- Eu tava com tanto ódio de você e do , mas principalmente de mim mesmo por gostar de uma garota que deixa claro que não gosta de mim – Nick se levantou e passou a mão com força nos olhos limpando as lágrimas. – Eu sei que isso não é justificativa pelo o que eu...
- Por favor... – meu choro já tinha ganhado o quarto, e estava tão descontrolado que eu até estava balançando a cada soluço. – Me diz que você não fez isso...
- Não fiz... Foi por muito pouco... – Nick se ajoelhou na minha frente e tentou segurar minhas mãos, mas eu as afastei. – , por favor, acredita em mim, eu amo você... Eu...
- ME AMA? COMO VOCÊ PODE ME AMAR E FAZER UMA COISA DESSAS? – eu gritei na cara dele e levantei da cama. – MAS AGORA EU QUERO SABER O QUE TE FEZ PARAR? UM FIO DE CONSCIÊNCIA? OU FOI TODO ESSE AMOR QUE VOCÊ DIZ TER QUE TE DEVOLVEU A SANIDADE? AHN? ME DIZ!
- Eu não ia parar, eu tava fora de mim – ele disse baixo ficando de pé e de frente pra mim. – O chegou... Ele chegou e te tirou de lá.
- Quê? – eu ouvi errado, só pode ser.
- Ele apareceu do nada, e te arrancou dos meus braços – ele mal terminou a frase e o som do tapa que dei no rosto dele ecoou no quarto.
- Eu não quero mais te ver... – minha voz saiu fraca por causa do choro e da descrença no que tinha acabado de ouvir.
- Eu não mereço, mas me perdoa, . Eu amo você. Não era eu – Nick me abraçou com força e chorou com o rosto escondido no meu pescoço, sussurrando. – Me perdoa. Eu te amo.
- Eu não posso mais ficar perto de você – eu disse firme quando minhas lágrimas cessaram o afastando de mim. – Não por agora.
- Eu... Eu entendo – ele passou a mão no rosto e respirou fundo. – Quando sua raiva e desprezo passarem me dá mais uma chance de pelo menos conversar com você?
- Eu não prometo nada Nicholas – e com isso eu saí do quarto.
****
- ?
- Eu... Você disse que eu poderia vir se... – disse assim que ele abriu a porta, enquanto terminava de vestir um moletom vermelho.
- Você tá chorando?
- O Nick... Ele...
- Você lembrou ou alguém te contou?
- Ele me contou – recomecei a chorar e ele me puxou pra um abraço. – Ah ...
- Vem cá – eu passei meus braços por sua cintura e fiquei com o rosto em seu peito, enquanto ele colocou uma mão entre meus cabelos e a outra nas minhas costas. – Shiu, vai ficar tudo bem. Se acalma, , shiiu.
Ele foi me conduzindo de costas até sentarmos no sofá que tinha no quarto, mas em nenhum momento ele me soltou. Ainda chorando, eu deitei a cabeça no colo do , enquanto ele mexia no meu cabelo e cantarolava alguma coisa.
O cheiro dele, a voz dele, o toque, sua presença no geral, nada pode descrever a sensação, o conforto, paz e bem estar que me traziam.
Ficamos assim durante muito tempo, não sei dizer quanto. Só sei que não queria sair dali e encarar a realidade de que meu namorado quase me... Nem sei que palavra usar.
Parei de chorar, mas não me mexi. Comecei a fazer desenhos abstratos com a unha na calça jeans do ; e então eu percebi o que ele estava cantarolando.
- Leona Lewis? – eu virei o rosto pra olhá-lo, e ele riu. – Nunca imaginei você cantarolando Leona Lewis.
- Eu escutei essa música não sei onde, e fiquei com a melodia na cabeça – continuou enrolando meu cabelo entre os dedos. – Ela é até legalzinha.
- É eu sei, porque provavelmente você me ouviu cantando ontem. Eu tava escutando o CD dela enquanto me arrumava – lembrei da altura que o volume do som estava no quarto, nem sei como a gerencia do hotel não reclamou.
- Ah. então foi você que me deixou viciado nessa música! – ele apertou meu nariz de leve e eu sorri. – Canta aí o refrão pra eu aprender.
- Ah não, não quero cantar não – escondi meu rosto com as mãos –, minha voz tá rouca por causa do choro.
- Ah canta, eu odeio ficar com a melodia sem letra na cabeça – começou a me fazer cócegas.
- PÁRA, PÁRA QUE EU CANTO – eu gritei rindo, ele parou e eu sentei no sofá – é assim, escuta...
So take a bow 'cause you've taken everything else Então agradeça, pois você tomou tudo You played the part, like a star you played it so well Você fez o papel, como uma estrela você interpretou muito bem Take a bow 'cause the scene is coming to an end Agradeça, pois a cena está chegando ao fim I gave you love, all you gave me was pretense, so now take a bow Eu te dei amor, tudo o que você me deu foi fingimento, então, agora agradeça.
- Ok, essa letra não me trouxe boas lembranças – eu disse e, por incrível que pareça, consegui rir.
- Não vamos falar sobre isso, não agora que você parou de chorar – sorriu e bagunçou meu cabelo. – Já ta na hora de irmos embora, Lewis.
- Lewis?
- É, você cantou diretinho, até aprendi a letra.
- Ok, você é muito besta.
- Essa coisa de ser amigo tá dando certo, né?
- Até agora tá. ? Brigada.
- Pelo quê?
- Por ontem... E por agora.
- Amigos servem pra isso, – ele forçou o apelido e nós rimos.
****
- Bom, eu preciso ir ao meu apartamento pegar roupas de calor – disse assim que saímos dos carros em frente à casa dos .
- Meu Deus, ele ainda lembra que tem um apartamento – Cath brincou, e eu rimos e lhe deu um ‘pedala’. – Pensei que você tinha voltado pra casa da sua mãe.
- E a sua casa Cath? Há quanto tempo você não vai lá? – ele disse irônico e Cath só riu.
- Cara! É verdade, falando em minha casa eu lembrei de uma coisa pra contar – ela disse animada. – Meu pai ta namorando! Acreditam? Por isso que eu não vou mais tanto assim em casa, pra dar privacidade.
- Aham sei. Sua aproveitadora de casas alheias – brincou e nós rimos. – É sério, tenho que ir lá buscar roupas.
- , carro, carro, , e aquela ali é a rua, segue em frente que você acha um prédio e lá é onde você mora, quer que eu desenhe? – fez gestos com as mãos indicando o carro dele e a rua.
- Senhoras e senhores, minha irmã , a comediante – disse de um jeito teatral, e até a mãe deles que tinha voltado pra pegar mais coisas no carro acabou rindo também. – Ô palhaça, eu quero saber se nenhuma de vocês tá a fim de ir lá comigo.
- Posso fazer uma pergunta? – Cath levantou a mão, do jeito que nós deveríamos fazer no colégio, nós assentimos com a cabeça. – Por que você fala ‘alguma de vocês’, sendo que você tá convidando a , no fim das contas?
- Eu... Erm... Eu não... – começou a gaguejar e nós rimos.
- Vamos logo antes que eu desista, gago – eu o puxei pelo casaco e mandei beijo pras meninas.
****
- Me lembra de fazer alguma coisa que contenha chocolate quando voltarmos pra casa? – eu disse assim que entramos no carro.
- Tá, mas por quê? – me olhava de canto de olho, enquanto dirigia com cuidado pelas ruas congeladas de Londres.
- Porque as meninas merecem um ‘agrado’, por terem sido tão fofas durante a viajem de volta – Mag e Liza foram com a Sra. ; , e no carro do ; Cath, Billy, e eu no carro do . Durante a curta viagem, as meninas falaram o tempo todo, não me dando ‘tempo’ pra pensar no que aconteceu com Nick. – Então decidi que elas merecem alguma coisa com chocolate.
- Ok, mas eu também quero – concordou sorrindo.
- Tudo bem, você também merece – eu sorri e apertei a bochecha dele. – Sabe ...
- Hum?
- Tudo isso é tão estranho.
- Isso o quê?
- A gente, de ódio e agarramento passando a ser amigos...
- É estranho e repentino... Mas eu prefiro assim do que você não falando comigo – ah que fofo, ele ficou vermelho, esse sorrisinho de lado ainda me mata.
- Mudando de assunto – é melhor mudar antes que eu perca a cabeça. – O que aconteceu com a Liza? Ela tá quieta e sumida.
- Ela tá brava comigo – me olhou de um jeito sapeca.
- O que você fez?
- Primeiro eu dei um fora nela, e quando eu tava te levando pro quarto – ele parou de falar vendo que minha respiração falhou –, quando aquilo aconteceu, ela me viu com você, e disse que eu era idiota por defender quem não me merecia, e eu fui estúpido com ela.
- Como eu queria ter visto isso – eu dei uma risada maldosa e parou o carro num farol. – O que você disse á ela?
- Eu disse, não é pra rir, viu ? – ele sorriu envergonhado. – Que preferia defender alguém que eu não mereço, desacordada e ainda assim linda, do que aturar uma garota fútil e vulgar como ela.
- , tá maluco? – eu dei um tapa na testa dele.
- Peguei pesado com ela?
- Não idiota, porque eu nunca daria risada, foi tão fofo – não vou comentar a parte em que meu coração bateu descompassado.
- Foi? – ele disse baixinho, se aproximando de mim e colocando uma mão no meu rosto.
- Aham – volta respiração, eu que mando, volta!
- Sabe ? – ele sussurrou bem perto – Você não acha que eu faria isso depois de tudo que eu te disse, acha? – ele riu e mordeu minha bochecha, voltando a dirigir.
- , você é mesmo muito besta – eu ri também pela situação cômica que ele criou, descontei a mordida no braço dele. – Você não deveria brincar assim comigo, estou emocionalmente fragilizada, sabe? – fiz um bico bem de criança mimada.
- Ah to vendo, já tá até fazendo graça sobre isso.
- Melhor rir do que chorar, certo?
- Certo – ele riu já estacionando o carro. – Sua tarada, você queria me beijar.
- Eca, nem brinca com isso, eu morreria intoxicada – fingi ânsia de vomito e ele gargalhou.
Sabe, o Nick é perfeito, mas às vezes não é perfeição que a gente procura, é uma vida com momentos tristes e momentos lindos, para que estes últimos sempre fiquem na nossa memória. Já pensou se só tivéssemos momentos bons? Não daríamos o devido valor a eles. E aqui nesse carro com o , eu vejo que posso ter tudo isso, com as minhas amigas e, bom, com meu novo amigo, .
Capítulo Dezesseis: ‘A garota da porta vermelha finalmente se revela’.
Quatro meses depois...
Eram cinco da manhã quando acordou na casa da mãe com sede. Ao chegar à sala, viu a TV ligada, e ao se aproximar do sofá, pode ver cochilando numa posição nada confortável. Sorriu ao lembrar da ansiedade da garota na noite anterior devido à viagem para o Hawaii. Ele se abaixou ao lado dela e tirou uns fios de cabelo que estavam no rosto de .
- Hey – ela disse baixinho.
- Hey bonitinha, dormindo no sofá? – ele sussurrou e sorriu. – Vem, eu te levo pro seu quarto – fez menção em pegá-la no colo, mas a garota se encolheu mais no sofá.
- Não, ta gostoso aqui – ela fazia caretas fofas (na opinião de ) ao falar. – Eu fiquei horas tentando achar uma posição confortável na minha cama, daí resolvi vir pra cá.
- Mas você ta toda torta nesse sofá – ele riu – não acredito que esteja bem.
- Pois eu to – deu um tapa bem fraco na testa de , visto que ele ainda estava agachado ao lado dela. – Vai dormir, nosso vôo sai cedo.
- Eu to preocupado com você dormindo desse jeito, você vai estar quebrada pela manhã – ele disse enquanto arrumava o edredom em .
- Eu já disse pra você deixar esse negócio de ser bonzinho pros filmes, ! [n/a: frase tirada de um momento ‘revolta’ da Bih. Te amo sua gorda] – disse sonolenta e fez rir – Vai dormir, vai, amigo.
- Ok, amiga. Boa noite – ele não se conteve e beijou a testa da garota. – , você ta muito quente.
- Eu to? – ela pergunta de olhos fechados sentindo a mão de percorrer seu rosto pra checar a temperatura.
- Você ta com febre – ele parecia preocupado.
- Não to nada, deve ser ansiedade pra viagem. Eu to bem, pode dormir.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Ta bem então. Boa noite pode me chamar se precisar.
- Se precisar eu chamo, porque se sua mãe sonhar que eu to ficando doente, é capaz dela me proibir de viajar.
- Eu não duvido que ela faça isso – ele riu fraco, levantou e viu que estava pegando no sono. – Tchau .
- Tchau .
****
Quatro meses se passaram.
Quatro meses de muitos risos, gritos e brigas entre , Cath, e ; e algumas vezes até Sallie.
Quatro meses, e dezenas de shows lotados do McFly.
Quatro meses desde a decisão de serem somente amigos, feita por e . Quatro meses de ligações feitas por Nick, e algumas sendo atendidas por .
Quatro meses sem traições.
Quatro meses de sentimentos escondidos, e sorrisos cheios de saudade.
Quatro meses dolorosos pra alguns, feliz pra outros e suportáveis para a maioria.
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Férias de primavera, uma semana no Hawaii. Um sonho pra qualquer um. E para , Cath e se tornaria realidade em algumas horas. Essa era a viagem em família dos , porém por causa de inúmeros imprevistos, somente as meninas e viajariam.
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“Nenhum dano você pode fazer agora,
Eu estou imune a você agora
Você não pode partir o que já se rompeu
Não há nada que você possa fazer a mim ainda”
Um trecho de alguma música da Kate Voegele, foi o que e Cath encontraram no mural da cozinha logo pela manhã.
- Cara, que horas você acordou? – uma ainda sonolenta pergunta pra após lha dar um beijo na testa – Você tá quente.
- Cala a boca, se sua mãe ouvir, eu to ferrada – diz baixo, e as amigas percebem que a voz da garota está analasada. – Acho que eu tô com gripe, e eu sei que sua mãe vai pirar se eu viajar assim.
- Mas você ta bem o suficiente pra ficar horas dentro de um avião? – Cath também parecia preocupada.
- Gente, relaxa! Ficar gripada é tão normal – sorriu de um jeito meio fraco, adoentado. – Eu to bem, é sério.
- Bom dia meus amores – a Sra. chega sorridente á cozinha – Animadas com a viagem?
- Muito. Não vejo a hora de tomar sol.
- Concordo Cath, eu to doida pra cair no mar. A última vez que vimos o sol pra valer foi no começo do ano.
- E eu to doida pra ver a cair de boca no mar.
- Deixa de ser ruim ! – Cath riu e deu um tapa na amiga, que fechou os olhos com força pra não reclamar de dor no corpo. Cath se desculpou com os olhos. – Agora só falta o...
- Falta quem? – entra na cozinha e todas as mulheres param para olhá-lo – Que foi?
- Coitada da Sallie, se você andar por aí lindo assim, ela não vai achar nem seus restos pra contar história – diz rindo.
Ao olhá-lo chegou a pensar que a frase ‘perfeição em pessoa’ foi criada pra . A calça larga, o tênis ‘estiloso’ branco, o pedacinho da camisa pólo verde que aparecia por baixo do grosso moletom azul marinho, e pra completar, os cabelos úmidos bem bagunçados. E o sorriso? Ah, o sorriso...
- Vocês tão me deixam sem graça, suas pervertidas – se escondeu atrás da bancada, e as garotas riram. – E acho que a Sallie não ligaria se eu saísse por ai assim.
- Bom eu já ia começar a fazer minhas recomendações, mas agora com o Senhor Beleza desfilando por aí – Sra. beija a bochecha do filho –, o primeiro pedido é: cuidem dele! Não quero que nenhuma havaiana roube meu bebê.
- Pode deixar mãe, se alguém tentar roubar seu bebê, a brasileira ali o salva – ria ao falar, e logo recebe um beliscão de .
- Idiota – a menina diz baixo, e sente o rosto corar.
- Que bonitinhos, os dois coraram – Cath aperta a bochecha de , fazendo e a Sra. rirem.
- Erm, então, vamos? – diz pra mudar o rumo da conversa.
- Vamos. Honolulu vai ser pequena pra gente!
****
- , acorda.
- Ô garota do Brasil, acorda minha filha!
- Parem de cutucar a menina. Que belas amigas vocês são.
- Cala a boca , esse seu papel de ‘amiguinho número um’ já ta enjoando; sinto falta dos tempos vocês se pegavam às escondidas.
- As caras que vocês faziam pra disfarçar eram hilárias.
- Fiquem quietinhas, sim? E sentem direito, já vamos pousar.
- Acorda a , mané! Ela tomou o antigripal, e apagou.
- Ela só ta cansada, não dormiu bem noite passada.
- Uh, ele sabe até se ela dormiu bem ou não.
- , fica quieta, ok? Se for pra começar com essas gracinhas desde já, nós teremos uma semana muuuito longa, então pára com isso ta?
- Ok, irmãzinho. Agora a acorda a , por favor?
- ? – disse baixinho ao passar a mão pelos cabelos da garota – Hey acorda.
- Mas eu acabei de cochilar – ela resmungou de olhos fechados.
- Linda você dormiu por quase sete horas – disse rindo. – Já estamos chegando, não quer comer alguma coisa?
- Não, eu to enjoada e meu corpo ta dolorido.
- Você acha que foi uma boa idéia vir doente?
- Você não queria que eu viesse?
- Eu não disse isso.
- Mas pareceu.
- , dá um tempo ta? Você ta doente, mas eu não sou obrigado a aturar seu mau humor.
- Relaxa, eu posso te irritar à vontade, já que de todo jeito o seu humor vai melhorar daqui seis dias.
- Ahn?
- A Sallie. Seis dias e ela ta aqui.
- Ah é.
- Poxa , se você ficar com essas respostas monossilábicas não tem como a gente brigar!
- Engraçadinha, minha época de brigar com você já era!
- Droga! Era tão divertido.
- Palhacinha – ele riu de lado, tirou o cobertor de e checou a temperatura – Sua febre diminui.
- Oláááá enfermeira – imitou os Animaniacs, e até as meninas [que estavam em poltronas na frente] riram.
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- Eu ainda acho que deveríamos ter ido pra um hotel.
- Deixa de ser preguiçosa Cath! Essa casa é na praia, tipo, na areia.
- Eu vi , mas cara, nós quatro numa casa por uma semana, não vai dar certo.
- Ah se eles ainda brigassem o tempo todo, se agarrassem depois e por fim ficassem emburrados, daí não daria mesmo certo. Mas eles estão tentando, eu ainda vejo os olhares apaixonados, mas se eles estão bem com essa história de amizade...
- Mas amiga você acha que isso dura? – as duas estavam arrumando suas coisas no guarda-roupa da casa de veraneio que alugaram Waikiki. – Eles ficam disfarçando que são melhores pessoas ficando separados, mas todo mundo sabe que eles têm é medo de ficarem juntos e do que pode acontecer.
- Como assim? Você acha que eles não dariam certo namorando? – Cath mal terminou a frase e entrou no quarto.
- Namorando? Quem ta namorando? – a garota deitou em uma das três camas, e se cobriu até o pescoço.
- Ninguém ta namorando – disse rápido. – Você vai cozinhar aí, menina! Larga esse cobertor.
- Cara, de onde você tirou esse cobertor, afinal? – Cath tentava tirá-lo de . – Alô? Estamos no Hawaii!
- Eu trouxe ok? – puxava de Cath – Pára Catherine! Eu to com frio.
- , pára você. Cara, você vai piorar se ficar toda tampada nesse calor.
- , me ajuda – fez biquinho assim que viu o garoto no corredor. – Elas estão me maltratando.
- Deixa ela, Cath – sorriu e tirou o cobertor das mãos de Catherine. – Pronto pequena.
- Brigada tio – disse rindo ao se cobrir.
- Ah não sei como vocês conseguem ser mais irritantes: nesse mel todo ou brigando – disse impaciente.
- Eu preferia brigando, além de ser mais engraçado, eu sempre ganhava as apostas – Cath riu ao ver a cara de . – Vai me dizer que vocês nunca desconfiaram que apostávamos?
- Agora eu entendi porque o ficava incentivando que eu beijasse a – disse de um jeito engraçado e as meninas riram.
- Bom meus amores, nós vamos dar uma volta, conhecer a região e aproveitar o restinho da tarde – terminou de arrumar as coisas e se preparou pra sair com Cath. – Vamos?
- Eu quero dormir – se aconchegou mais na cama.
- E eu... Vou arrumar minhas coisas – disse meio incerto. – Juízo e não voltem tarde.
- Arrumar as coisas, sei. E nós sempre temos juízo – Cath disse rindo, e saíram de casa, deixando e sozinhos.
- Eu vou ver televisão – ele disse levantando o que escolhera.
- Isso, joga na cara que no seu quarto tem TV, DVD, cama de casal... – disse rindo.
- O que eu posso fazer se vocês são três meninas, e na casa tem um quarto com exatas três camas? Sobrando o quarto de casal pra mim? Que culpa eu tenho? – riu ao ver a cara de indignada da garota, e logo recebeu um travesseiro bem no rosto. – Outch! Tudo bem , eu te convido pra ir assistir comigo, mas só porque você ta doente. Não acostuma.
- Ah como você é bonzinho – deu língua e ele riu. – E como você disse, eu to doente, então eu posso escolher o que vamos assistir.
- Pode é? Quem disse? – sorriu de lado quando a garota passou por ele levando o travesseiro, celular e com o cobertor enrolado no corpo, tampando a cabeça. – você vai acabar tropeçando nis... – antes mesmo de concluir a frase ele viu garota desequilibrar no corredor. Ele conseguiu segurá-la pelos ombros, e pegou as coisas das mãos dela – Tudo bem?
- Eu levantei rápido, fiquei tonta. Valeu pelo socorro – ela sorriu e deitou na cama. – Vai lá enfermeiro, ajeita meu travesseiro, me cobre direito e me dá o controle.
- Tem certeza que enfermeiro é a palavra certa? Isso ta mais pra escravo – ria ao fazer tudo o que disse.
- Se prefere assim, ta bom servo – ela riu ligando a TV, enquanto o garoto deitava ao seu lado. – Hum, vejamos o que se passa no Caribe.
- Cara, é sério. Ta me dando agonia te olhar com esse cobertor – fez uma careta e riu.
- Então não me olha, simples.
- É meio impossível – ele sussurrou fazendo até esquecer da dor no corpo que estava sentindo.
- Garoto, eu vou te espancar se você ficar falando esse tipo de coisa, assim do nada – ela disse séria dando um tapa na barriga de .
- Ah então se eu avisar que vou falar daí pode? – ele riu, quando viu que ia dar mais um tapa, ele segurou a mão da garota no ar, num movimento rápido tirou o cobertor e jogou no chão. – Tenta ficar sem, vai te fazer mal ficar com isso nesse forno que é esse país.
- Mas , eu to com frio – ela fez manha e ele sorriu.
- , já é esquisito você estar de calça de moletom na praia! Cobertor é demais, vamos ver televisão que você esquece do frio – olhou pra garota de baby look, calça de moletom e meias; enquanto ele estava de bermuda, e já queria tirar a camiseta de tão quente que era aquele lugar. Então pegou o controle da mão dela e começou a mudar de canal.
- Meu frio não é psicológico. Não! Tira daí, não quero ver Prison Break, chega a ser pecado alguém ser tão bonito que nem esse Wentworth Miller.
- Lá vamos nós de novo. Que tal... Greek?
- Não, eu não assisti alguns episódios e to meio perdida.
- Smallville?
- Não, o Clark me irrita – fez careta e suspirou. E assim mais de 15 minutos se foram, com mudando de canal e arranjando algum defeito.
- Linda, por favor... – ele fez bico – Vamos assistir pra valer alguma coisa? Sim?
- Ok, muda de canal, e o que estiver passando a gente assiste – bufou e sorriu mudando de canal. – Ah não. Não, não e não.
- Por que não? você já ta me irritando – sentou na cama passando a mão no cabelo. – Você nem sabe o que ta passando e já critica?
- Eu sei o que é – ela disse baixo. – É Skins.
- Que... Ah! – ficou sem graça e colocou num canal de filmes, onde passava Vanity Fair [n/a: eu adoro filmes assim. E no bônus tem cenas cortadas em que o Robert Pattinson aparece *dica*]. – Desculpa.
- Relaxa... É só esquisito – deu um sorriso sem vida. – Eu tenho evitado ver coisas sobre o Nick.
- Você não consegue esquecer, né? – o garoto abaixou o volume da televisão quando percebeu que não fugiu do assunto. – Mas você ta bem, certo?
- Eu to... Tipo, já faz algum tempo. E ah, ele não chegou a fazer nada... Pode parecer loucura da minha parte falar isso, mas eu fiquei chocada nos primeiros dias. Agora eu não sinto nada – ela também se sentou na cama e encolheu as pernas abraçando os joelhos.
- Como assim nada? Tudo bem, sua cabeça e corpo não sentem nada devido ao tempo, mas seu coração ainda deve estar aos pedaços – a luz da recém nascida lua de Waikiki entrava pela janela do quarto, e aos olhos de , mesmo estando super gripada, ela não poderia estar mais encantadora.
- É como a música diz ‘You Can’t Break a Broken Heart’ [você não pode quebrar um coração quebrado], certo? – ela sorriu triste – Tudo com o Nick aconteceu muito rápido, eu nem tive tempo de sentir nada muito forte por ele...
- Quem quebrou seu coração? – perguntou de repente.
- Sobre isso, eu não quero falar – cortou o assunto assim que sentiu as bochechas esquentarem. – Eu cansei de ficar aqui, vamos dar uma volta?
- Eu to com preguiça – fez uma careta e deitou de novo.
- Ah ! Vamos, eu prometo que não conto pra Sallie que você tava olhando as surfistas bonitonas – riu cutucando a barriga do garoto.
- Não acho que ela se importaria – ele disse baixo se esquivando das mãos de .
- Como não? Ela é sua namorada!
- Eu não teria tanta certeza disso – disse sério ao levantar da cama.
- Como assim? – parecia chocada.
- Sobre isso, eu não quero falar – a imitou, recendo um tapa de . – Vamos logo garota agressiva, antes que eu mude de idéia.
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- Esse povo não dorme?
- , são oito da noite.
- Ah é mesmo, o fuso horário me confunde – riu ao chegarem a um quiosque na beira da praia. O lugar estava cheio grande parte das pessoas obviamente eram turistas, a música era animada, o clima estava ótimo [até para , que estava de mini saia jeans e blusinha de alças. a impediu de levar um casaco], e tinha algo na atmosfera que proporcionava a sensação de estarem num filme. – Vamos pro bar, eu quero tomar algum drink com nome engraçado.
- Eu não vou carregar ninguém de volta, viu mocinha? – disse alto ao ser puxado por pro meio das pessoas.
- Não vou beber nada alcoólico, bobinho. Eu to tomando remédio pra gripe, lembra? – não pode deixar de reparar como as garotas olham pra ao passarem. – Garoto, que saco! Precisa chamar tanta atenção assim?
- Eu? To chamando atenção? Como? – ele ria da cara de brava da garota.
- Você chama sim! Seu branquelo! – deu um tapa nele, que riu e a abraçou pelos ombros voltando a andar em direção ao bar.
Algum tempo depois, disse que precisava ir ao banheiro, deixando sentada num dos bancos perto do bar, tomando um drink super colorido e se balançando no ritmo da música. Quando o garoto estava voltando, viu um cara musculoso, sem camisa e bronzeado, sentado no único banco vazio no bar: o mais próximo de . Ele falava muito perto da garota, que se afastava a cada palavra proferida pelo brutamonte. apenas sorriu, acostumado com a situação; então andou rapidamente em direção a eles, como estava sentada no banco, ficou da mesma altura de , não oferecendo nenhum obstáculo quando ele chegou colocando as mãos em sua cintura, e depositando um beijinho no ombro nu da garota.
- Oi amor, desculpa a demora – ele diz sorrindo na maior cara de pau, fazendo prender o riso.
- Oi lindo, ah tudo bem, o... Como é seu nome mesmo? – ela faz questão de mostrar a falta de atenção ao grandalhão.
- Erm, é Noah – ele estende a mão e cumprimenta . – Eu estava contando pra sua garota, os significados dos nomes de cada praia aqui de Honolulu.
- Ah legal, nós vamos visitar todas, pode deixar. Apesar de que eu acho que a minha garota nem vai se preocupar com o nome do lugar, enquanto estivermos fazendo coisas muito mais interessantes – ele sorriu malicioso para , que riu alto. O surfista brutamonte, finalmente se tocou, e com um aceno de cabeça saiu de perto dos dois.
- Como você é mau, ! Toda vez você faz isso! – ria da situação e da cara de convencido que fazia. – Ele só tava me falando uns nomes esquisitos, não precisava fazer isso com o coitado!
- Agora ele é coitado né? – ele sorriu de lado ao pegar uma cerveja no balcão. – Queria ver se eu não tivesse feito isso, ele teria te agarrado, que nem aquele cara na after party mês passado.
- Ah nem me lembre. Sem falar, que ele quase vomitou em mim – fala de um jeito engraçado, e vira pra ver as pessoas dançando, ficando assim, sentada de costas pro bar.
- Você não acha que a sua saia é muito curta, pra você ficar sentada nesse banco? – diz sem conseguir disfarçar seu olhar de cobiça, pras pernas da garota.
- ! Você tem namorada, seu pervertido – ela tenta falar sério, mas acaba rindo de lado. sorri se desencostando do balcão e fica na frente de , que o olha confusa; ele simplesmente vira de costa, e se apóia no banco dela, isso significa: fica entre as pernas da garota. – Garoto, que abuso é esse?
- Não é abuso lindinha, é apenas um amigo preocupado com a integridade da amiga – vira um pouco o rosto para olhá-la, ficando com o rosto a centímetros de distância do da garota. – Além do mais, o pé grande ali [leia: surfista grandalhão] acha que você é minha garota.
- Aham, sei – diz simplesmente ao apoiar o queixo no ombro de , que agora olhava pra ‘pista de dança’.
Algum tempo depois, o garoto colocou uma mão no joelho de , a outra mão segurava a cerveja; os dois se movimentavam ao som de alguma música parecida com Rihanna. mexia a mão num singelo carinho pela perna de ; essa por sua vez passou os dois braços pelo corpo de , mantendo a cabeça apoiada no ombro dele.
Naquele momento, quem olhasse os dois, certamente diria que era o casal mais apaixonado do lugar. O jeito que se tocavam sem vulgaridade, o visível carinho em cada toque, a cara de bobo que fazia a cada trecho da música que cantarolava, ou até mesmo o jeito que olhava torto pras garotas que olhavam descaradamente pro garoto. Mas uma coisa que não era visível eram as constantes borboletas no estômago de , e a luta interna que se instalara em si: o cheiro de , o jeito que ele se movimentava no ritmo da música, a risada quando via alguma cena bizarra, a maneira de levar a garrafa de cerveja até a boca, o sorriso doce quando olhava de canto de olho pra ela... Tudo isso só fazia com que quisesse agarrá-lo ali mesmo. Mas Sallie sempre lhe vinha à mente. ‘, você já superou essa fase. Você não gosta mais dele... Ah mas cara, precisa ser tão lindo assim?!’
- Eu to cansado – a despertou dos pensamentos, virando pra a olhá-la com um sorriso meigo nos lábios. – Vamos?
- Ah vamos sim – sorriu, e se afastou um pouco do corpo do garoto, quando ia descer do banco, a surpreende segurando suas pernas em torno de si, e sai andando com a garota em suas costas. – ! ME COLOCA NO CHÃO! VOCÊ SABE QUE EU NÃO GOSTO DISSO!
- Pára de gritar no meu ouvido menina! – ri, e sente se agarrando a ele pra não cair.
- Garoto, eu to de saia! Minha calcinha deve estar toda a mostra – ela briga quando chegam à rua mal iluminada, tentando abaixar a saia e se segurar em mesmo tempo.
- Relaxa! Estamos na praia, ninguém vai ligar de ver sua calcinha – ainda ri do desespero dela; não consegue evitar, porém, o sorriso malicioso ao senti-la colada em si, e involuntariamente aperta as mãos em torno das pernas da garota.
- Mas a questão é que eu não gosto de ficar mostrando minha bunda pra quem quiser ver – nem sabia o que estava falando, aquela situação a estava deixando desconfortavelmente confortável (?).
O quiosque em que estavam era relativamente perto da casa, então em alguns minutos de gritos de , e risos de , eles chegaram à varanda da casa.
- Acho que meus ouvidos vão zunir até amanhã – ele diz de um jeito engraçado, e senta no pequeno sofá que ficava do lado de fora da casa, sentando ao seu lado. – Como você grita, meu Deus!
- Você que pediu por isso, seu bobo – a garota mostra língua, e sorri.
- Sabe... Enquanto estávamos lá no bar, eu fiquei pesando... Quem olhasse pra nós dois, nunca falaria que nós temos toda essa história de ódio e pegação, e agora nos damos bem assim – ele pegou uma almofada e deitou no colo de , demonstrando o que queria dizer.
- Pois é... Nós nunca tivemos oportunidade de nos conhecermos pra valer. Logo de cara a gente já começou a brigar, depois a se agarrar escondido, e com isso a parte de um conhecer o outro, foi ficando pra depois e depois – a garota falava calmamente enquanto passava os dedos pelos cabelos de . – Apesar de estarmos nos saindo bem durante esse tempo, não nego que ainda acho estranho os momentos como esse: você com a cabeça no meu colo...
- ...e você me fazendo carinho – terminou a frase rindo, e riu balançando a cabeça – Às vezes eu até fico preparado pra receber um tapa.
- Não seja por isso – ela bateu na testa do garoto, o fazendo rir mais. – Eu to gostando dessa nova fase.
- Mas ainda tem tanta coisa pra gente aprender sobre o outro. Tipo, nós sabemos o básico. Mas às vezes eu tenho vontade de te perguntar algumas coisas, mas acabo desistindo – ele sorriu sem jeito coçando a nuca. - Vamos fazer um jogo?
- Que tipo de jogo?
- Eu posso te fazer quantas perguntas eu quiser, e você é obrigada a responder, depois você me pergunta.
- Quantas você quiser? Não, muito vago. Que tal... cinco?
- Tudo bem, então temos que escolher com cuidado.
- E somos obrigados a responder a verdade sobre qualquer que seja a pergunta, certo?
- Isso. Quer começar?
- Quero, já sei o que perguntar.
- Vai lá, pergunte.
- Eu percebi que você tem evitado falar sobre a Sallie, e a minha primeira pergunta é: por quê?
- Sabia que você ia perguntar isso! Você não deixa nada passar né? – ele sorriu e sentou direito no sofá. – Bom, ontem quando cheguei ao meu apartamento, eu liguei pra ela pra combinar sobre a viagem, e ela tava estranha... No fim das contas, ela, bem... terminou comigo.
- AHN? – não conseguiu segurar a cara e o grito de espanto. – Como assim? Você nem parece abalado!
- Essa é sua segunda pergunta? – sorriu arqueando as sobrancelhas.
- Não, não é. Ok, você não precisa explicar – se apressou em dizer.
- Até porque não tem o que explicar, ela foi bem vaga quando terminou – ele falou simplesmente. – Ta, agora é minha vez de perguntar.
- Vá em frente... Ah que medo – brincou, cruzando as pernas encima do sofá, com uma almofada no colo.
- Qual é todo esse lance daquela pulseira que quase me assassinou ano passado, e tipo, eu sei que tem a ver com a sua opção de cor pra porta do seu quarto e o motivo de você ficar tão triste assim, do nada – falou tudo de uma vez, e só pôde arregalar os olhos.
- Como você sabe disso? – ela disse ainda chocada.
- Por mais que eu tente disfarçar, eu presto muita atenção em tudo relacionado é você, – ele fala de um jeito envergonhado, fazendo ter vontade de mordê-lo!
- Erm... Essa resposta é muito longa, podemos deixar pro final?
- Ta, eu pergunto outra coisa agora, mas no fim você responde sem rodeios, combinado? – estende a mão para selar a promessa, e ri, mas aperta a mão dele. – Bom, vejamos... Já sei! São duas perguntas, mas valem por uma só, pode ser?
- Hoje eu to boazinha, então pode.
- Você tem mais ciúme da Sallie ou da Liza? E por quê?
- Ah... Hei! Isso não vale! – sentiu seu rosto esquentar.
- Você concordou – riu vitorioso. – Responde.
- Você é um idiota, sabia? – ela diz séria e bate no garoto sorridente ao seu lado. – Ok... Preciso ser sincera né? Da Sallie. Por motivos óbvios.
- O que seriam motivos óbvios? Isso não é uma resposta satisfatória – ele mantinha o sorriso de pretensioso no rosto.
- Ela é tão simpática, e bonita, e... Legal! – falava como se sentisse dor física – Ela é perfeita.
- Que nem o Hoult – disse baixo, mas a garota escutou.
- O que me leva à minha segunda pergunta: por que você provocou o Nick no rinque de patinação, lembra? – agora era a vez de sorrir vitoriosa.
- Lembro... Aquela música, ah como eu adoro lembrar daquela música e da cara de bosta do Hoult quando eu disse que ele não era nada pra você – sorri maldoso com as lembranças. – E respondendo à pergunta: ciúme, e quem sabe também, inveja.
- Inveja? – ao ver a cara do garoto: – Não, não! Não é minha próxima pergunta! É sua vez. Mas antes, eu posso fazer uma pergunta fora do jogo? – faz bico, e ele concorda sorrindo. – Você já ficou com a Liza, certo? Pra ter perguntado do ciume.
- Erm, já. Só um beijo, mas ela tava bêbada e me agarrou; a Sallie até riu quando eu contei – ao ver a cara de espanto de , ele logo fez a próxima pergunta. - Qual de nós do McFly, é seu favorito? – ao vê-la abrir a boca ele completou – E não adianta dizer que não tem favorito, porque eu sei que você é ou era fã da banda, e toda garota tem um preferido.
- Primeiro: agora eu sou um tipo diferente de fã, mas ainda sou – respirou fundo. – Eu vou me arrepender disso, eu sei que vou... Você! Você era meu favorito. Feliz?
- Nem imagina quanto – o garoto sorria divertido. – Vai, me pergunta mais uma.
- Cadê o João Alfredo? – quando fez cara de ‘você é doida?’, ela completou – Meu jacaré de pelúcia. Lembra? Por que você o deu pra camareira?
- Ah não. Não gosto mais dessa brincadeira – ele fez bico e suspirou. – Ele ta comigo.
- O QUÊ? Pode explicar! – deu um belo tapa na perna do garoto, o fazendo sorrir tímido.
- Se quiser mesmo saber, tem que contar como mais uma pergunta – ao vê-la dar de ombros ele prosseguiu. – Quando eu viajo, eu levo coisas que me fazem sentir em casa... E eu não tinha nada seu. E o seu jacaré tem o seu perfume. Eis a sua resposta.
- Own que fofo! – brincou, pra disfarçar o seu próprio embaraço. – Se quisesse alguma coisa, era só pedir. Eu te dava uma meia furada [n/a: essa história da meia furada aconteceu comigo. Minha amiga se mudando pra Itália e ofereci uma meia furada como lembrança xD].
- Ah que amor você é – apertou as bochechas da menina e sentiu que já estava ficando com febre outra vez. – Não ta na hora de tomar remédio? Quer entrar?
- Relaxa aí! – riu e segurou a mão de em seu rosto – Nem to tão quente assim, quase a mesma temperatura que você. Sentiu?
- Senti, mas não deixa passar o horário do remédio ta? – ela assentiu com a cabeça e ele continuou. – Minha quarta pergunta... Hum... Você voltaria com o Hoult? Agora que vocês tem se falado pelo telefone... Mudou alguma coisa?
- Ah, eu sinceramente não sei. A raiva e o ciúme misturados com álcool podem levar uma pessoa ao extremo. Ele estava fora de si, eu não o culpo totalmente. Tudo bem, chegar aquele ponto foi culpa dele, mas ele só deixou a paixão falar mais alto quando nos viu juntos.
- Tudo aquilo foi por ciúme de mim? – tinha os olhos arregalados.
- Foi. Ele sempre teve muito ciúme de você, desde quando nos conhecemos e as meninas brincavam que os opostos se atraem; ele sempre ficava sério quando elas falavam coisas do tipo – disse olhando pra escuridão à sua frente, ouvindo as ondas quebrarem bem perto deles. – Agora a minha última pergunta.
- Escolhe bem, hein?
- Já sei. Por que você implicou comigo logo que cheguei? Sem nem me conhecer! – a garota deixou transparecer na voz, o ressentimento que tinha nas lembranças.
- Eu li uma coisa no seu computador. Você dizendo que me odiava – também não gostava de pensar sobre o assunto. – E eu fiquei tão irritado, por ter me sentido atraído por você, e ler que você me odiava sem ao menos me conhecer!
- Eu... Eu não... – ficara assustada com a reação do garoto.
- Você não tem que se explicar – ele tentou sorrir pra amenizar as palavras de segundos atrás.
- Mas eu quero! – ela se ajeitou no sofá, ficando praticamente de frente pra – Eu lembro exatamente do que você ta falando! E naquele dia, eu tava falando com uma amiga do Brasil, e ela me zoou que eu não parava de falar de você, daí ela me ‘desafiou’ a dizer que te odiava... Alegando que pelo jeito que eu já tava no primeiro dia em que te vi, eu nunca conseguiria não gostar de você de verdade – sentiu as tonturas por causa da gripe, voltarem aos poucos enquanto falava – Eu nunca te odiei de verdade.
- Eu sei disso, agora eu sei – foi só o que disse, mas ela pôde ver nos olhos dele que agora estava tudo bem, de verdade... Finalmente. – Agora me responde a primeira pergunta que fiz.
- Ah é uma longa história. Tem certeza?
- Tenho – viu suspirar, prender o cabelo e dar uma leve mordida no lábio.
- Deve fazer uns dois meses, quando nós fomos assistir filme no seu apartamento, e a Cath ligou a televisão e tava One Tree Hill, lembra disso? – concordou com a cabeça e ela prosseguiu. – E eu saí rapidinho da sala, mentindo que ia fazer a pipoca; mas você me viu chorando na cozinha, que eu sei – sorriu grata a ele.
- Se você não queria contar, eu não ia te forçar; mas eu vi mesmo e por isso fiquei te enchendo o saco durante o resto do dia – olhava intensamente pra garota, e os dois lembraram das cosquinhas que ele fizera nela, querendo ver um mísero sorriso no rosto dela. – Continua.
- Então... One Tree Hill. Todas as respostas estão em One Tree Hill. Você não assiste, então vou ter que contar todos os detalhes – a garota suspirou mais uma vez, e pegou sua mão e atrelaçou seus dedos nos dela. – Desde pequena, eu tinha uma amiga no Brasil que era tipo, minha alma gêmea; nós vivíamos juntas e nós adorávamos seriados, mas o preferido era One Tree Hill; meninas costumam ter essa mania de se imaginar sendo o personagem, namorando o galã, enfim, nós dividíamos tudo, mas como boas crianças que éramos, costumávamos brigar pelas coisas mais bobas, e nesse caso era a porta da Brooke, a famosa porta vermelha – levantou as sobrancelhas em sinal de compreensão. – E o ‘combinado’ era que a primeira que casasse com um ator lindo, e fosse morar na Inglaterra, poderia pintar a porta da casa de vermelho. Ah, e nosso maior sonho era morar na Inglaterra; tanto que nós tínhamos tudo planejado pra fazer o colegial juntas em Londres – os olhos de foram acumulando lágrimas, fazendo apertar sua mão em sinal de carinho e segurança. – Ela sempre dizia que tinha mais direitos em relação à porta vermelha, já que o nome da atriz que interpreta a Brooke, é Sophia Bush, e o nome dela era – nesse momento não conseguiu conter o soluço e as lágrimas que o seguiram – Sophie, o nome dela era Sophie.
- Era? – perguntou baixinho, vendo que estava se entregando ao choro.
- Ela... Ela... Um dia, nós fomos numa festinha da escola, e , nós éramos duas crianças! Crianças! – as lágrimas corriam livremente pelo rosto de , que tinha raiva e dor nos olhos. – Ela quis pegar carona com garotos mais velhos, ela tinha bebido, o primeiro porre da vida dela; ela não queria ir, mas pra não deixá-la sozinha acabei entrando no maldito carro. O garoto que dirigia o carro, também tinha bebido, e eu... Eu não lembro direito o que aconteceu, minha mãe me contou depois, que ele passou num farol vermelho e outro carro atingiu o lado o direito do nosso caro; o lado que a Sophie estava... – as lembranças vinham à mente de como facas que dilaceravam seu coração; a abraçou até que ela se acalmasse um pouco.
- Chega linda, não precisa continuar – ele disse contra os cabelos dela, ouvindo seus soluços e as lágrimas molharem seu camiseta. Até ela se afastar, passando a mão pelo rosto.
- Eu nunca contei isso pra ninguém, eu quero... Eu quero contar pra você – ela olhou nos olhos de ao dizer isso, e o garoto sentiu um calor pro dentro; e beijou docemente a bochecha de . - Eu só cortei a testa, e as outras pessoas se machucarem pouco também... Mas o garoto que estava no banco do passageiro morreu na hora. E a Sophie, ela foi pro hospital porque bateu a cabeça muito forte e tinha diversos machucados internos. Dois dias depois, eles me deixaram vê-la, e ah , foi a coisa mais triste da minha vida. Ela tava meio dopada, mas me reconheceu; ela chorou me pedindo desculpa por ter pegado carona com os meninos. Ela me fez prometer que iria pra Inglaterra no ano seguinte como havíamos combinado; que pintaria a minha porta de vermelho; que iria ao show da banda preferida dela – sorriu melancolicamente indicando com a cabeça – que nunca iria chorar por quem não me merecia; que ia lembrar dela todas as vezes que olhasse pra nossa pulseira da amizade... – acenou a cabeça entendendo a história. – Ela tava morrendo , morrendo! De hemorragia cerebral. Ela quase não conseguia falar direito; os pais dela estavam no quarto, e a última coisa que conseguiu dizer foi que nos amava e pra que não sofrêssemos, já que ela estaria bem – ao ver recomeçar a chorar compulsivamente, a puxou para seu colo, fazendo com que a menina ficasse com o rosto em seu pescoço.
- Pode chorar , você guardou isso por muito tempo, chora tudo que tiver pra chorar – ele acariciava a cabeça dela, e abraçava forte transmitindo toda a segurança, conforto e carinho que ela precisava naquele momento. Minutos ou horas poderiam ter passado, mas nenhum dos dois se mexeu. Até que a respiração de voltou ao normal, e com os olhos vermelhos olhou durante alguns segundos, quando ele se inclinou passando seu nariz pelo da menina, num carinho infantil e doce.
- Sabe, ela morreu há quase três anos. Mas pareceu que foi ontem, falam que o tempo cura tudo... Então por que toda a raiva que eu tenho de mim mesma ainda tá aqui dentro? E essa dor? Nunca vai embora! Durante um ano, eu só saía de casa pra ir à escola e visitar os pais da Sophie; e a mãe dela me dizendo que eu era a melhor amiga que qualquer garota poderia ter. Mas se eu fosse tão boa assim, eu não teria deixado que ela entrasse naquele carro... Ela estaria viva!
- , não foi sua culpa...
- Todo mundo me dizia isso! Tudo o que eu quis durante um ano foi morrer, de um jeito muito ruim pra pagar minha dívida com o mundo. Mas então, um dia a mãe da Sophie foi até a minha casa me entregar um papel que ela tinha achado nas coisas dela; eu levei dias até ter coragem de abrir...
- O que tinha escrito lá? – falou baixinho segurando levemente o rosto de com as mãos.
- Coisas bobas que a Sophie e eu escrevíamos... E tinha uma parte do papel que era só com a letra dela, falando que se a vida dela viesse a ser uma merda e tudo desse errado, mas ela soubesse que eu tinha conseguido tudo com o que sonhamos, ela estaria feliz onde quer que estivesse, porque eu estaria feliz – fechou os olhos respirando fundo, e passou o nariz por sua bochecha sussurrando ‘e aí?’ – E aí, naquele mesmo dia eu resolvi que iria pra Londres; no dia do meu embarque, os pais da Sophie foram até o aeroporto e me pediram pra fazer uma espécie de diário da minha vida na Inglaterra, já que era isso que a filha deles sempre disse que faria. E a partir daí, você conhece a história – a garota disse baixinho ao abraçar , sentindo seu coração bater forte e aliviado contra o peito. – Brigada.
- Pelo quê? – a voz de saiu abafada, devido ao seu rosto estar contra o pescoço de .
- Por me fazer sentir segura em contar pra alguém – ela disse baixinho, sentindo o perfume do garoto.
- Eu que agradeço por você confiar em mim linda; saiba que pode confiar e contar comigo sempre – ele beija o pescoço de , e sente que a garota se arrepiou com tal ato.
- Digo o mesmo – ela se afasta passando as mãos no rosto, e respirando fundo. – Acho que você ainda pode me fazer mais uma pergunta né?
- Eu tinha até esqueci do jogo – diz sorrindo fraco, ao perceber que a garota ainda estava em seu colo. – Deixe-me ver... Minha última pergunta...
- Caraca, eu to no seu colo – disse de repente, a voz ainda rouca pelo choro, tomando impulso pra sentar direito no sofá; porém a impede, segurando sua cintura com uma mão, e o rosto com a outra. – o que...
- Quem quebrou seu coração? – ele diz rápido e arregala os olhos [inchados e ainda vermelhos] ao ouvir a pergunta.
- Quê? Ah... – seu coração ainda batia rápido devido as emoções anteriores, e o rosto de tão perto do seu não estava ajudando.
- Responde – ele sussurrou fazendo a garota fechar os olhos.
- Você. Você quebrou meu coração – fala da mesma maneira, abrindo os olhos para encarar .
- Eu nunca quis fazer isso, nunca. Eu meio que já imaginava essa resposta... – o garoto disse baixinho, passando o rosto pelo pescoço de – me perdoa? Se existe uma pessoa no mundo que não merece ter o coração partido, esse alguém é você. Diz que me perdoa...
- Não tem o que perdoar. Depois dessa brincadeira, eu até posso sentir meu coração bater normalmente depois de três anos, graças a você – levantou a cabeça e a olhou nos olhos. – Mesmo que a brincadeira tenha acabado eu posso perguntar mais uma coisa?
- Pode.
- Alguém já quebrou o seu coração?
- Não – trouxe a garota pra mais perto, posicionando uma mão entre seus cabelos e a outra firmemente na cintura. – Você cuida muito bem dele – sussurrou contra os lábios de , e sorriu ao vê-la fechar os olhos, e finalmente selou seus lábios aos dela. A garota suspirou ao sentir tão perto, tão doce; manteve as mãos espalmadas no peito do garoto, inclinou a cabeça quando sentiu a língua dele desenhar o contorno de seus lábios, abrindo a boca lentamente, gravando cada detalhe do momento; tinha total controle, seus dedos entrelaçados aos cabelos da garota, a trazendo sempre pra mais perto, sentindo cada centímetro de seu corpo contra o dela.
Nem todo o calor do Hawaii, poderia superar o calor que os dois sentiam no momento. Após vários minutos se beijando, finda o contato com vários selinhos, e encosta sua testa na de .
- Oi – ela diz sorrindo, quando segura seu rosto com as duas mãos.
- Olá – ele sorri convencido – Finalmente.
- Finalmente o quê, seu metido? – faz carinho no garoto com o nariz, tendo um selinho roubado por ele.
- Finalmente eu posso falar que você, dona , é a minha garota da porta vermelha.
Capítulo Dezessete: ‘Odiar é mais seguro que amar’.
Existirão vários momentos na sua vida em que você sentirá medo. Tudo bem em ter medo, mas se não fizer nada para superá-lo, você pode acabar perdendo coisas muito boas. – Nathan Scott.
- Vem, !
- Não! A água deve estar gelada demais! Podem ir sem mim! – gritou pras duas amigas doidas que corriam pro mar.
Era incrível como às nove da manhã o sol já estava brilhando forte no céu havaiano. As meninas acordaram cedo, devido ao barulho feito pelas crianças que faziam aulas de surf pela manhã. dormia profundamente quando foi olhá-lo antes de sair de casa; até o jeito em que o garoto estava esparramado pela cama era lindo diante dos olhos de .
Ela olhava e Cath jogando água uma na outra rindo, e não pôde deixar de sorrir; se sentia feliz, completa como não se sentia há muito tempo. A garota ajeitou os óculos escuros no rosto, colocou os fones do iPod no ouvido e olhou pra areia, indecisa entre sentar-se ali ou ir à casa buscar uma canga. Por fim decidiu ficar de pé, sentindo o vento bagunçando seus cabelos, a leve ardência que o sol proporcionava à sua pele e ouvindo a música calma que tocava. A voz de Kate Voegele era suave aos ouvidos de , que fechou os olhos curtindo o momento.
- Bom dia – falou baixo ao abraçar a garota por trás, assustando-a.
- ! Que susto! – tira os fones virando o rosto sem sair dos braços do garoto. – Você nunca vai perder essa mania de me assustar?
- Assustar? Eu prefiro a palavra surpreender – disse baixo, logo depositando um beijo no pescoço da garota – E obrigado por me dar bom dia.
- Ah meu Deus, ele já acordou manhoso – ri ficando de frente para – Bom dia, .
- Bom dia, – ele sorri de lado ao aproximar o rosto de com uma mão, passa seu nariz no dela, fazendo-a rir baixinho; ele segue roçando o nariz pelo rosto da garota, passando pela bochecha, pescoço e chegando aos ombros nus - devido ao biquíni verde que usa - depositou um beijo no local, e apoiou a testa, suspirando em seguida.
- Que foi? – a garota perguntou baixinho ao tocar os cabelos dele.
- É tão revoltante – a voz do garoto saiu abafada, fazendo sorrir.
- O que é revoltante?
- Nós sermos tão idiotas a ponto de levarmos dois anos pra ficarmos juntos.
- Dois anos? Já? – ela se sobressaiu fazendo levantar a cabeça para olhá-la nos olhos.
- Dois anos! Acredita? – o garoto sorriu colocando uma mecha de cabelo que o vento bagunçou em atrás da orelha. – Há dois anos eu sinto prazer em implicar com certa garotinha birrenta e orgulhosa.
- Jura? E como você agüentava essa garota? – ela entra na brincadeira, se segurando para não rir.
- Ah, eu ainda agüento, sabe? Mesmo ela sendo chatinha, cabeça dura e um pouco metida – tentava ficar sério, enquanto tocava as costas da garota com as pontas dos dedos, sentindo seus corpos colados, o fato de estar sem camisa e ela de biquíni proporcionava o total contato entre as peles, e a sensação era indescritível. – Mas assim, ela até que é bonitinha sabe? Daí compensa o esforço de aturá-la.
- Seu cachorro – não agüenta e acaba rindo ao estapear o garoto que ria abertamente. – Eu sou insuportável assim, é?
- Você não faz idéia! – gargalhava se esquivando dos tapas da menina – Alguém já te disse que você é muito agressiva?
- Só sou agressiva com os bobos que me deixam bater neles – diz rindo da cara de chocado que o garoto fez.
- Você não deveria ter dito isso – sorriu de um jeito maroto fazendo a garota encolher os braços e sorrir desconfiada – Corre!
- Quê? – pergunta em meio a um ataque de risos.
- Começa a correr, eu to avisando – dá dois passos pra trás, como se preparando pro ataque.
- Aaaaah! – a garota sai correndo pela praia vazia, rindo e tentando não tropeçar na areia – Não! Pára, !
- Corre, meu amor, pode correr, porque se eu te pegar... – gritava rindo, sem dar o máximo na corrida, dando certa vantagem a .
- Por favor, chega! – ela ainda gritava e ria ao mesmo tempo – Eu não agüento mais correr!
- Ta bem, vamos parar – gargalhava do desespero da garota. – Por que você ainda ta correndo?
- Porque você também ta! – olha pra trás rindo, e ao fazer isso tropeça, dando tempo de alcançá-la. Ele a puxou contra si ainda rindo, apertando-a em seus braços. – Ah, eu to ficando sem ar!
- Mas é mole mesmo! Não corremos quase nada – afrouxou o abraço, mantendo uma das mãos na base das costas de , e com a outra tocou a face corada da menina sorridente e de olhos brilhantes que olhava pra ele.
- Ei, eu corro bem, ta legal? Mas uma gripe mal curada, mais uma bela corrida às nove da manhã na areia e um doido me esmagando... não dão um resultado muito satisfatório no quesito respiração – sorriu de lado, ainda ofegante, ao abraçar o garoto pela cintura.
- E se o doido que está te esmagando resolver dar um mergulho?
- Ele iria sozinho, é claro.
- Ah, ele não iria, não.
- E quem ele quer levar junto?
- Hum... Provavelmente a garota dele – finge estar pensar ao passar seu nariz pelo de .
- Ah, ele tem uma garota? – a garota diz baixinho de olhos fechados.
- Tem, uma garota linda, inteligente, meiga, sorridente, meio maluca... – ele usava o mesmo tom de voz que ela; aproximando seus rostos com a mão, sentindo seus lábios roçarem aos dela levemente.
- Meio maluca, é? – disse uma totalmente entregue ao momento.
- Não. Na verdade, ela é completamente doida – ele ouve um suspiro baixinho escapar dos lábios dela quando dá um leve beijo no queijo da garota.
- Bom, ela deve ser mesmo... Pra gostar dele, sabe? – diz com a voz fraca, apertando as unhas nas costas de .
- Você gosta de mim? – esquecendo a brincadeira, o garoto olhou cheio de esperança e malícia sorrindo para .
- Eu sou sua garota? – ela respondeu do mesmo jeito, fazendo-o rir.
- Hum... Eu respondo depois do nosso mergulho.
- Nosso... QUÊ?! NÃO! ! – antes que pudesse fugir já tinha a jogado nos ombros e corria de encontro ao mar – ESSA ÁGUA TÁ GELADA! ME COLOCA NO CHÃO!
- Eu juro que daqui a uns 10 anos eu estarei surdo! – disse rindo e tentando segurar (que se debatia loucamente) em seus braços; ele a ajeitou em seu colo, posicionando-a de frente pra ele, colocando uma mão na coxa da garota e a outra bem na base das costas.
- Por favor, não me coloca na água – fez um biquinho adorável, ao passar os braços pelo pescoço do garoto, sentindo a água quase tocar seu bumbum.
- Linda, não ta fria, eu juro! Ta morninha – falou de um jeito carinhoso, fazendo carinho nas costas de , e a cada movimento, sua mão tocava mais e mais a calcinha do biquíni dela. – Coloca o pé pelo menos!
- Eu não gosto do mar! As pessoas fazem suas necessidades aí dentro, tem resto de gente morta... Eca! – fazia drama ao esconder o rosto no pescoço do garoto, aproximando mais ainda seus corpos.
- Meu Deus, ! Como você é fresca! Fresca, enjoada, cheia de ‘não me toque’ – disse rindo, começando a dar leves beijos no ombro da menina.
- Eu sei que sou – ela disse manhosa, ainda grudada ao pescoço do garoto – Mas você gosta de mim assim.
- Além de tudo, ainda se acha – fingiu estar chocado, mas sorriu quando levantou o rosto para olhá-lo – Mas, sinceramente, são essas coisas que te fazem ser mais especial ainda. Você é diferente, é autêntica.
- Eu só digo coisas bonitinhas pra você, quando eu estiver sentadinha longe da água – disse sorrindo de lado, as bochechas coradas.
- Ok, você venceu! – riu ao voltar para a areia. Colocou no chão, e ficou esperando que ela sentasse. – Vai ficar de pé?
- Imagina o que já não tocou essa areia? – ela fez cara de nojo olhando pro chão.
- ! Nós estamos no Hawaii, o paraíso na Terra, mar azul e areia branquinha... – ele dizia incrédulo e risonho, olhando a garota que fazia um biquinho lindo na sua frente. – E cara, você é brasileira! Como pode não gostar de praia?
- Ah... Sei lá! Acho que eu acostumei com Londres, até demais – ainda olhava pra areia fazendo caretas quando deitou no chão – , eu deixei minhas coisas lá na frente da casa, será que tem algum perigo?
- , isso aqui pode ser considerada uma ilha deserta! Olha em volta, só nós dois na areia, e as duas doidas na água – ele apontou para Cath e que ainda estavam brincando no mar. olhou para as amigas sorrindo, não percebendo o sorriso malicioso de em sua direção. – , o que você...? AH! – o garoto a puxou pelas pernas, fazendo-a cair sobre ele – Seu tapado! Eu bati meu queixo na sua cabeça! Por favor, não quero ficar toda suja de areia – gritava rindo, ao evitar tocar o chão, ficando assim, com o corpo todo sobre o de , que também ria alto.
- Nós parecemos dois bêbados. Quem olha, deve pensar que somos daqueles filhinhos de papai que vêem ao Hawaii torrar dinheiro, encher a cara e transar loucamente – ele ainda ria quando se aquietou em seus braços; o garoto aproveitou pra deitar na areia, deixando a menina totalmente sobre si. – Bom, não somos filhinhos de papai, mas temos todas as outras características. Concorda?
- Temos? Falando por mim: eu não tenho dinheiro pra torrar no Hawaii, me recuso a beber depois que vi o que a bebida pode tirar de mim – logo entendeu ao que ela se referia, ou melhor, a quem.
- Eu não quero que você fique assim toda vez que pensar na Sophie – ele disse baixinho quando a garota suspirou deitando a cabeça em seu peito – Tenho certeza que ela quer que você seja muito feliz.
- Hoje eu posso dizer que sou completamente feliz, apesar da saudade que sinto da minha família e amigos no Brasil – sorriu de lado, sentindo a pele quentinha de contra a sua – Eu interrompi seu raciocínio sobre filhinhos de papai, continue.
- Esqueci onde parei... Ah! As características. Primeiro: o dinheiro, a banda me rende bastante, e eu nunca me importei em gastar com a doida da minha irmã e com a Cath, mas você não me deixa pagar nada! – o garoto dobrou o braço atrás da cabeça, deslizou a mão pelas costas de , parando em sua cintura – Lembra do dia que vocês estavam no meu apartamento e todo mundo votou pra coca e pipoca, mas você sempre do contra...
- ... pedi guaraná e chocolate – riu ao lembrar do dia em que os garotos do McFly, as namoradas, as irmãs deles, ela e Cath foram assistir filmes num dia chuvoso. – Porque eram as únicas coisas que você não tinha em casa!
- Eu me ofereci pra ir comprar, você recusou. Mesmo assim levei você e a Cath de carro ao mercado; você pegou duas barras, eu peguei logo dez para que, se você quisesse mais, tivesse lá na hora; esperei na fila e quando fui pagar tudo... – sorriu de lado, indicando que ela terminasse a história.
- Eu disse ‘eu pago o meu, ’ - conseguiu dizer em meio a gargalhadas.
- Você fez de propósito, não fez? – ele perguntou rindo.
- Juro que não! Já foi bem estranho você deixar todo mundo no seu apartamento pra me levar ao supermercado, e ainda pagar pelas minhas compras?
- Foram em momentos assim que eu lutava pra disfarçar minhas intenções...
- Intenções?
- É, de querer te agradar, nem que fosse pagando guaraná e chocolate – nesse momento levantou a cabeça a tempo de ver as bochechas de ganharem um vermelho mais intenso.
- Ah que fofo! Eu deixo você me comprar um chocolate – a garota disse rindo ao aproximar o seu rosto de – Ta bom?
- Se dependesse só de mim, eu pagaria tudo pra você... Pro resto da vida – ele disse baixinho passando seu nariz no de – Você deveria saber...
- Saber que você quer ser daqueles maridos que trancam as esposas em casa? – a garota respondeu da mesma forma, finalizando com uma leve mordida no lábio inferior dele.
- E quem falou sobre casamento? – sussurrou tocando os lábios de com os seus.
- Ah, quer dizer que eu seria a outra? – ela cerrou os olhos.
- Nunca ouviu dizer que as amantes ficam com o que os homens têm de melhor? – disse num misto de provocação e divertimento.
- Quanto machismo! – ela riu – Qual a vantagem em ser amante? Nunca sairíamos de mãos dadas ou ter demonstrações de carinho em público!
- Qual parte da amante fica com o que o homem tem de melhor você não entendeu? – o garoto disse com a voz rouca ao descer a mão pela lateral do quadril de . – O que nos leva à ultima característica de filhinhos de papai no Hawaii...
- Ei! Seu pervertido! – a garota ria mordendo o queixo de – Primeiro propõe que eu seja sua amante e agora isso?
- Desculpe, não consigo controlar – ele apertou a garota contra o próprio corpo, demonstrando o que queria dizer – Foram dois anos difíceis, entende?
- Exatamente, você se controlou por dois anos, então agüenta por mais um tempo... Porque eu não... Eu nunca... Hum... Você sabe... – ela foi ganhando um tom mais rubro a cada palavra que saía de sua boca.
- Você nunca...? – levou alguns segundos pra processar a informação – Cara, sério?
- Por que tanta surpresa? Eu saí do Brasil com 15 anos, muito nova pra ter sentido coragem e segurança suficiente em alguém pra ter feito... – o mundo dá voltas, quem diria que a garota estaria falando sobre esse assunto justo com ! – Daí, desde que cheguei a Inglaterra, certo membro branquelo do McFly vem me deixando alheia a todos os outros caras, sabe?
- Hum... Então em outras palavras... – se apoiou no cotovelo esquerdo, com totalmente sobre si, deixando os rostos tão próximos a ponto de se roçarem ao sussurrar – ... você é literalmente minha garota?
- Bem... – sentiu a mão direita de descer de suas costas, apertar de leve sua cintura, fazer o contorno de seu quadril e voltar o mesmo percurso com as pontas dos dedos, causando-lhe arrepios em pleno sol havaiano. Ela apoiou uma mão no peito do garoto e a outra na areia (que se danasse o nojo) de modo que pudesse alcançar o pescoço de com seus lábios; dando leves beijos no local, subindo até a orelha dele, sussurrando. – Eu não disse que o membro do McFly se chamava . Na verdade, eu tinha o em mente, mas a atrapalhou meus planos... Então serve você mesmo – ela tentou manter-se séria, mas ao fim da frase, olhou nos olhos de e não conseguiu evitar a gargalhada.
- Haha, muito engraçado – ele disse irônico para a garota que ainda ria sem parar; aproveitando o momento de distração, mais uma vez ele desceu a mão pelo corpo da menina, vendo-a parar de rir no exato momento em que sua mão atingiu a parte inferior de seu biquíni. – Vamos ver então se eu sirvo mesmo.
Ao terminar de falar, mordeu levemente o lábio inferior de , fazendo-a sorrir de lado; também sorrindo fraco, o garoto passou a ponta da língua pela boca de , essa fechou os olhos e cedeu todo seu peso sobre ao abrir a boca, permitindo o beijo que os dois ansiavam desde o primeiro momento daquela manhã. também acabou por ceder o braço em que estava apoiado, invertendo em seguida as posições, ficando por cima de .
As respirações pesadas se misturando, a fina camada de suor, a aspereza da areia, o calor do vindo do sol, mãos ansiosas correndo pelos corpos e o beijo. Ah, o beijo... que se tornava cada vez mais intenso devido à vontade e ao desejo guardados por tanto tempo; estava um estado de tamanha excitação, que nem passou por sua cabeça que talvez pudesse estar machucando com a força que colocava seu corpo contra o dela. A garota por sua vez nem lembrava mais onde estava; quanto mais se tinha um suposto nojo da areia à qual seu corpo estava colado.
colocou uma de suas mãos na coxa da garota, tentando obter maior contato entre os corpos; tinha se apoiado em um cotovelo para não deixar todo seu peso sobre , entrelaçando os dedos nos cabelos da menina. Ela não conseguia se decidir entre manter as mãos na base das costas do garoto, ou puxá-lo contra si.
- ...
- Hum?
- – ela repetiu, sentindo os beijos do garoto chegando cada vez mais perto de seus seios. – Garoto, me escuta!
- Oi? – ele que ainda estava em cima da garota, olhou-a nos olhos, vendo o quão corada ela estava; os lábios quase atingindo a cor roxa de tão vermelhos que estavam; pequenas marcas se destacam em seu pescoço, devido as mordidas que ele dera no local.
- Acho melhor você se controlar – disse com a voz falhando – Acho que você esqueceu onde estamos... – mesmo antes de ela terminar de falar, o garoto entendeu sobre o que era. Ou melhor, sentiu o quão animado tinha ficado sem ao menos se dar conta.
- Erm... , desculpa. Eu... Eu não... – era a primeira vez que ele se desculpava com uma garota por ficar excitado durante uma sessão de amassos.
- Ta tudo bem, é meio que interessante saber que te deixo assim – ela sorriu de lado quando pressionou sua cintura contra a dela.
- Você vai ter que ficar quietinha, até eu me acalmar, sabe? – o garoto riu da situação, sendo seguido por , e o movimento do corpo da garota ao rir, só fez com que ele ficasse mais animado – ! Eu disse quietinha! Se você fizer qualquer movimento, nós ficaremos aqui pra sempre, porque isso não vai passar.
- Ok, desculpa – ela tentou não rir dessa vez.
****
- Cath, eu juro que se você vier com esse suco de laranja azedo pro meu lado de novo...
- , você tem que curar essa gripe. Bebe o suco.
- Coloca açúcar, então!
- Tem que ser natural.
- Quem disse?
- Eu to dizendo.
- , me ajuda, por favor?
- Cath, ela já tomou remédio, pára de perturbar.
- Perturbar? Ah tudo bem, eu aqui me preocupando com a senhorita Brasil, e viro motivo de perturbação.
- Oh meu amor, você sabe que te amamos, mas se ela não quer o suco...
- Me deixa morrer de gripe.
- Credo, , vira essa boca pra lá – Cath bateu na mesa de madeira onde as três garotas tinham acabado de sentar para o almoço; o sol brilhava forte, num convite mudo para aproveitarem o paraíso que era o Hawaii. – Mudando de assunto, querida, você perdeu nosso passeio ontem.
- Acho que ela não teria gostado tanto quanto nós – sorriu sapeca.
- O que vocês aprontaram? – arregalou os olhos – Eu realmente tenho pena do Edward e do Billy.
- Ei, não fizemos nada desse tipo. Nós conhecemos várias pessoas daqui mesmo, e o melhor de tudo...
- ... Nós nadamos à noite – Cath completou rindo bobamente.
- Vocês têm bosta na cabeça? Malucas! Vocês poderiam ter sido devoradas por algum bicho – disse exasperada.
- É, tipo o monstro do lago Ness – riu ironicamente – Relaxa, , você é medrosa demais.
- Achamos que você tivesse dormido no banho – Cath cortou ao ver (sem camisa, vale ressaltar) vindo em direção à cozinha.
- Obrigado por não me esperarem pra comer, suas tagarelas – ele disse sorrindo, apertando o nariz de Cath, depois beliscando a bochecha da irmã, e por fim se inclinando diante da cadeira de , tocando-lhe a face – Olha, a tagarela doentinha me esperou – falou rouco passando o nariz levemente pela bochecha da menina, ao vê-la fechar os olhos, sorriu antes de encostar seus lábios nos dela.
- EW, QUE NOJO. ESSA MELAÇÃO LOGO NA HORA DO ALMOÇO – fingiu ânsia de vômito, rindo; afastou o rosto e olhou nos olhos, rindo ao ver o sorriso sapeca nos lábios dela.
- Ah gente, pára! O dia ta tão lindo e vocês vão estragar? – Cath fez drama, enquanto sentava ao lado de , que a olhava em dúvida. – Tipo, vocês dois finalmente se acertaram, vai chover. Sacaram?
- Deixa de ser besta – riu dando língua pra menina.
- Então, , agora que você é minha cunhadinha adorada... – sorriu de um jeito pidão ao olhar a amiga.
- O que você quer? – cortou sorrindo em conformação.
- Olha! Você nem negou. Então vou aproveitar: quero seu vestidinho vermelho.
- Pode pegar.
- Ah ta fácil assim? – Cath riu. – Então, , posso pegar seu biquíni azul marinho?
- Pega, vai – ainda sorria, roubando pedaços de tomate do prato de .
- Ei Cath, ela é minha cunhada, ou seja? Favores só pra mim – gargalhou ao ver a cara de piedade de . – Mas aproveitando o embalo, posso usar os óculos novos? Ah, não faz essa cara, cunhadas servem pra isso!
- Você ta me explorando! – disse alto, fazendo as meninas rirem e lhe dar um beijo no ombro – Usa, pode usar. Levem tudo! Me deixem pelada logo de uma vez!
- Não seria uma má idéia – disse baixinho, mas ouviu, dando-lhe um tapa no braço, o fazendo rir.
- Cuzete, você é a melhor! – sorriu abraçando .
- Cuzete? – arqueou a sobrancelha, fazendo Cath dar risada.
- É uma variação de cunhada – a irmã do garoto respondeu como se fosse óbvio.
- Tenho até medo de saber onde isso vai parar – balançou a cabeça sorrindo – Tipo, eu posso saber para quê vocês querem todas essas coisas?
- Ah nós vamos sair – Cath disse levantando. – Vamos pra piscina de uma garota que conhecemos ontem.
- Conheceram ontem e já vão pra casa dela? – perguntou com a boca cheia de comida.
- Garoto, deixa de ser porco! – jogou uma batata frita no irmão rindo – É, qual o problema? Não dê ataque de irmão mais velho agora, por favor!
- Vamos logo – Cath puxava – Temos que nos arrumar. Vocês vão, né?
- Quer ir? – olhou para de um jeito doce, fazendo negar sorrindo e ouvindo ‘aww’ vindos de Cath e .
- Bom, nós vamos, qualquer coisa é só ligar. Não façam nada que eu não faria – disse saindo da cozinha com Cath.
- Acho que, então, podemos fazer tudo - disse rindo para .
- EU OUVI ISSO, .
****
- Já chega de dormir, não acha? – disse baixinho com o rosto contra os cabelos da garota que dormia profundamente em seus braços – ? Ei você, acorda.
- Não – ela murmurou sem abrir os olhos; sentindo os braços de envolvendo-a por trás, a respiração dele em seu pescoço.
- Vamos fazer umas contas – o garoto disse após depositar um beijo no pescoço de – Você dormiu logo depois do almoço, eu dormi bem depois e já acordei, mas você continua aí... Ta na hora de levantar, concorda?
- Não – ela murmurou mais uma vez, sorrindo de lado, sem que pudesse ver.
- Quer parar de falar não pra mim? – o garoto disse com os lábios contra o pescoço de , dando uma mordidinha ao senti-la contrair o corpo.
- Não – dessa vez ela riu de verdade quando suspirou indignado contra sua pele.
- Ah é assim? – segurando em sua cintura, virou a garota de frente para si mesmo, ficando com as cabeças alinhadas no travesseiro – Eu sou feio?
- Não – ela sorriu.
- Hum, você não gosta de mim?
- Não – o garoto colocou um braço debaixo da cabeça de , e o outro em volta da cintura da mesma, fazendo com que ficassem com os corpos colados.
- Você se arrepende de alguma coisa que viveu comigo?
- Não.
- Nem das brigas?
- Não.
- É, eu também não. Se não fosse por elas, acho que estaríamos juntos hoje – ele sorriu ao vê-la concordar levemente com a cabeça – Você ainda não quer ir ver onde aquelas doidas da Cath e da minha irmã se meteram?
- Não.
- Você ainda acha que se a não tivesse atrapalhado seus planos, o seria melhor que eu?
- Não.
- Você quer ficar mais um dia sequer longe de mim?
- Não. Não. E não.
****
- Esse restaurante me lembra de ‘Como se fosse a primeira vez’.
- Credo, Cath, eu estava exatamente tentando lembrar o nome do filme – riu pra amiga.
- Eu gosto dele, porque o Adam Sandler é feio, mas o que ele faz pela Lucy é tão mágico, que todo mundo quer um Henry na vida – completou.
- Eu... – mal disse a primeira palavra e foi interrompido pela irmã.
- Se você disser ‘eu posso ser um Henry na sua vida’ eu juro que te bato – a garota cerrou os olhos e mostrou a mão em punho para o irmão, fazendo as amigas rirem.
- Como estava dizendo antes de uma maluca cortar: eu vou ao banheiro – era incrível como o humor de tinha mudado até diante das implicâncias de – Já volto.
- Ah, finalmente alguns minutos sozinhas – Cath disse assim que o garoto saiu da mesa. – Não que eu não goste do , mas é que você, dona , ainda não nos contou como vocês ficaram.
- É mesmo, cunhadinha. Conta tudo! – empurrou a amiga de leve com o ombro, fazendo-a corar.
- Ah meninas, eu posso contar um resumo, porque são muitos detalhes e o homens não demoram no banheiro – disse rápido ao olhar na direção que havia saído.
- Faz um resumo, rápido!
- Bom depois que vocês saíram nós fomos a um barzinho; lá nós fizemos aquela típica encenação de ‘somos um casal’ pra um cara que veio falar comigo; quando voltamos pra casa, fizemos um jogo de perguntas e respostas... E bom, agora não existem mais segredos entre nós. – sorriu ao lembrar da noite anterior – Daí ele me beijou. Pronto. Fim da história.
- Começo, você quer dizer né? – sorriu pela visível felicidade da amiga – Porque agora que a história de vocês vai começar pra valer.
- O que já tava passando da hora – Cath finalizou rápido sorrindo quando viu se aproximar da mesa.
- Estavam falando de mim, certeza – o garoto disse ao sentar-se.
- Modéstia é seu sobrenome, certeza – Cath riu dando um tapa na cabeça dele.
- Olha, , seu nome será Modéstia quando a gente casar – disse de um jeito engraçado olhando para .
- Casar? Mas eu não seria a amante? – disse rindo.
- Que história é essa? – quis saber.
- Coisa nossa, irmãzinha, assunto meu e da minha garota.
****
Cinco dias depois...
- Como você consegue ficar com os pés gelados num calor desses?
- Cala a boca e me esquenta.
- Hey, olha como fala comigo, mocinha. Te expulso da minha cama.
- Nossa cama, . E se você falar demais, vai virar só minha.
- Como eu posso gostar de um ser tão mandão?
- Como eu posso gostar de um ser tão reclamão?
- Mas esse ser reclamão é irresistível, é normal que você tenha se apaixonado por ele.
- Acho que o ser mandão é mais irresistível, vendo pelo lado de que o ser reclamão teve que tomar dois banhos frios em uma única noite.
- Maldade, – sussurrou roçando seu nariz no da garota.
- Mas não é verdade? – ela tinha os olhos fechados, sentindo a respiração dele atingir seus lábios.
- É. Mas mesmo assim é maldade você lembrar disso – o garoto puxou o corpo da menina contra o seu, adentrando a blusa dela com uma das mãos. – Maldade mesmo é esse seu pijama.
- Se quiser, eu posso trocar pela calça de moletom e baby look – colocou sua perna entre as de , sentindo-o se contrair quando ela colocou o pé frio em sua perna – Mas foi você mesmo que disse que colocaria fogo no meu moletom, se eu o usasse aqui na praia.
- Nada de moletons. Gosto do seu pijama – ele olhou o corpo da garota coberto por apenas um shortinho azul e uma regata branca, na qual sua mão ainda estava por baixo. – Mesmo que eu tenha que tomar vários banhos frios por culpa dele, eu gosto do pijama.
- Então antes que você tenha que tomar mais um, vamos dormir. São quatro da manhã! – deu um beijo no queixo de ao olhar pro relógio.
- Não é à toa que eu to com sono, sofrer tanto cansa – ele disse contra o pescoço da menina, distribuindo beijos e fracas mordidas pela região.
- Sofrer? – ela suspirou de olhos fechados.
- Sim, sofrer. Sofrer com os seus vestidos, com seus shorts, seus tomara-que-caia, seus biquínis e, principalmente, sofrer com os pijamas que você usa – foi deixando um rasto de saliva pelo colo e pescoço de ao falar. – Ser comportado com você toda vestida em Londres já era difícil, agora ser comportado vendo tudo isso – ele apertou o corpo de contra o seu, indicando o que queria dizer. – Cansa. Cansa demais.
- Acho que eu posso evitar tanto esforço... – a garota fez com que deitasse corretamente na cama, ficando por cima dele – ... Tanto sofrimento... – beijou-lhe o pescoço, passando as unhas pela barriga dele, que a contraiu respirando fundo -... E tanto cansaço... – finalmente tocou os lábios de com a ponta da língua, até que ele os abrisse.
Mal aprofundou o beijo, e já sentiu o corpo de sobre o seu, prensando-a contra o colchão. Todo o comportamento de foi por água abaixo em poucos segundos; ele percorria o corpo da garota com as mãos, apertando, sentindo; puxou uma das pernas de até sua cintura, deixando para ela mais evidente o desejo que sentia.
A menina segurava os cabelos de com força, sabendo que naquele momento ele não sentiria dor alguma; arranhava as costas do garoto sem dó, deixá-lo marcado seria apenas mais uma prova de que ele era seu.
Passou a outra perna em torno da cintura de , fazendo com que ele suspirasse alto ao senti-la tão próxima. Quando a mão do garoto, que estava debaixo da blusa de , atingiu o contorno dos seios...
- Merda! – o celular da garota tocava alto o refrão de ‘Rehab’ da Amy Winehouse, assustando o casal. – Quem é a mula que ta ligando a essa hora? – resmungava baixo ao sair debaixo de , procurando o maldito celular no escuro. – Chamada perdida, número confidencial. Que maravilha.
- Ahn, ... Eu vou... Vou tomar outro banho – disse rápido, ao sair da cama e entrar no banheiro.
- Mas , a gente... – a garota ouviu a porta do banheiro bater e se calou, sentindo a respiração ainda ofegante.
****
- Hey, vocês duas vão sair de novo? Sinto que quase não vi vocês durante a viagem!
- É claro que não, você anda ocupada demais tentando silenciar celulares no meio da noite – disse maliciosa para .
- O que...? Do que você ta falando? – a garota corou rapidamente.
- Ah ! Durante a semana toda nós tivemos que dormir com o rádio ligado, pra abafar os ruídos vindos do quarto ao lado, se é que me entende – Cath disse rindo da cara que a amiga fazia.
- Eu... Hum... Nós...
- ! Relaxa sua boba! A gente só ta brincando com você – a abraçou de lado – Nós ficamos felizes que você e meu irmão estejam se dando tão bem.
- Eu não diria tão bem – Cath fingiu uma expressão pensativa – Se estivessem bem mesmo, a já teria parado de torturar o pobre garoto, e daria logo o que ele quer.
- Catherine! Isso é jeito de falar? – disse dando-lhe um tapa.
- Eu não to mentindo! To? – Cath massageia o braço atingido.
- Não, mas não é tão simples assim...
- Então nos explique o que complica – disse .
- É que... Ah meninas, o fator virgindade não é a única razão. Ok, tenho meus medos e dúvidas, mesmo assim... Gente, eu sei que parece bobagem, mas eu tenho medo que ele perca o interesse depois que conseguir o que quer – suspirou ao terminar de falar; ajeitando o chapéu seu chapéu de diva (palavras de Cath) quando uma rajada de vento passou pela parte da praia em que estavam no final da tarde.
- Perder o interesse? ! Eu nunca vi o meu irmão assim antes, apaixonado. Você não vai acreditar em mim, porque sou irmã dele... Pergunta pra Cath então – disse exasperada, balançando pelos ombros.
- Amiga, sério. Eu conheço os a minha vida toda, e eu juro que essa é a primeira vez que é impossível falar ‘ah, o com essa garota vai durar no máximo dois meses’. , você acha que nós deixaríamos que ele brincasse com você? Vocês esperaram, na verdade perderam dois anos... Vocês merecem ficar juntos de todas as formas possíveis – Cath disse abraçando a amiga que sorria ao seu lado, sendo seguida por , esmagando num abraço esquisito.
- Aaaaah, meninas! Não tenho nem o que dizer... Eu amo vocês.
- E nós amamos vocês, garota do Brasil.
****
- Isso sim é casa.
- E detalhe que é a casa de verão da Malanie, ela mora na França.
- Quem é Melanie?
- A garota que conhecemos na praia, !
- Ah é – o garoto riu ao entrar na mansão, entrelaçando seus dedos aos de – Vem cá, , a tal menina dona da casa disse tem um jardim lindo lá atrás.
- É Melanie, ! – ela riu, sendo puxada para a lateral da maravilhosa casa – Olha, a porta é vinho...
- Sorte que não é vermelha, se não teria que roubá-la... Porque só existe uma garota da porta vermelha – o garoto disse simplesmente; parou, sorrindo feito boba, e de repente jogou os braços em volta do pescoço dele.
- , de onde você tira essas coisas? – disse depois de dar um selinho nos lábios do garoto, que a abraçava pela cintura – Se eu souber que você diz isso pra todas as garotas, eu cumpro uma promessa muito antiga que te fiz.
- Qual promessa? – murmurou mordendo o lábio inferior da menina.
- De promover um reencontro entre meu joelho e o júnior – ela riu ao ver o garoto arregalar os olhos.
- Imaginar amor, eu só digo essas coisas pra você – disse fazendo graça – E pode deixar que o júnior não ta com saudade do seu joelho, ok?
- Bobo – riu antes de ser prensada por contra uma árvore – , você não disse que tava cansado de sofrer?
- Eu sou masoquista, admito – ele sorriu de lado. – Preciso te falar uma coisa.
- Ah meu Deus, você é gay! – a garota gargalhava.
- Depois eu que sou o bobo – balançou a cabeça rindo; posicionando o rosto na curva do pescoço de ; a menina mexia em seus cabelos, ele a abraçava forte pela cintura. – Continuando, eu tenho que te falar uma coisa, na verdade, te pedir desculpas.
- O que você aprontou mocinho? – ela ainda fazia graça, a olhou sério – Desculpa, pode falar.
- Eu sinto que tenho te pressionado... Bem, a transar comigo – o garoto levantou as sobrancelhas, visivelmente tímido – Eu posso me segurar, o tempo que você quiser...
- , você não ta me pressionando... Não é como se nós tivéssemos nos conhecido semana passada, eu acho que é meio normal... sentirmos vontade – ela sorriu de lado, encostando sua testa na de .
- Eu sei, , é exatamente por isso. Eu esperei por quase dois anos... Você me disse que é virgem... Eu posso esperar... Ontem, se seu celular não tivesse tocado... Me desculpe – ele sussurrou olhando sua garota tão de perto.
- Seu bobo, fica se preocupando com isso... Você acha que se eu sentisse algum tipo de pressão, eu não teria falado?
- Mas, ...
- Shh – ela o calou com um beijo. Os dois queriam aproveitar o momento de cumplicidade; um beijo lento, chegando a ser assustadoramente calmo. – Eu confio em você... E ah, a única diferença entre nós dois é que eu não preciso tomar um banho frio... Porque a empolgação é a mesma.
- Sério? – sorriu fraco, o nariz roçando o da menina, que ainda mantinha os olhos fechados – ? Olha pra mim.
- Oi?
- Eu... Eu am...
- ! ! e a Cath estão procurando vocês – Melanie interrompendo o que ele ia dizer; fazendo os dois suspirarem, fingindo que nada aconteceu, e irem pra piscina.
- Gente, olha pro céu.
- Caraca, olha as nuvens que estão vindo pra cá.
- É melhor irmos embora antes que comece a chover, então – Cath saiu da piscina da casa de Malanie (a garota que conheceram na praia) esperando que os outros três fizessem o mesmo.
- Precisamos passar em algum lugar pra comprar comida – secou o corpo, colocou seu vestido e os óculos na cabeça, segurando os fios que secavam rapidamente e caíam em seus olhos – Certo monstrinho comeu tudo ontem, e ainda temos mais três dias aqui.
- Eu só ganho apelidos carinhosos, alguém já reparou? – , ainda molhado, abraçou por trás e mordeu sua bochecha.
****
- Bem folgadas, aquelas duas né? – o garoto resmungava ao entrar no mini-mercado, que ficava a duas quadras da casa em que estavam. – Eu não entendo como os namorados delas agüentam o peso dos chifres.
- ! – o repreendeu com um cutucão nas costelas, devido a estarem andando abraçados – Elas não traem os namorados. A Melanie nos convidou pra dormir lá também, nós que não quisemos... As meninas não são obrigadas a fazer tudo que a gente quer.
- Elas só ficaram pra não terem que carregar sacolas. Não vou deixá-las comerem nada das porcarias que eu comprar – riu vingativo.
- Mas eu vou deixar, sim – desafiou com um sorriso parecido com o do garoto.
- Você me assusta, garota – ele disse baixo antes de levantar o rosto da menina, dando um longo selinho.
- Vamos logo, que eu não to a fim de ter que carregar sacolas na chuva – finalizou puxando para as prateleiras.
- Querido, se você não me soltar, não tem como movimentar meus braços e terminar de pegar as coisas... – disse rindo, a abraçava por trás, fazendo graça. – , tem alguma coisa vibrando...
- Epa! Eu ainda não vibro – ele disse rindo ao tirar o celular da garota do bolso de sua bermuda. – Quem é que tanto te liga?
- Não sei. Nunca consigo atender, e o número é confidencial... E quando ligo de volta, ninguém atende – respondeu tentando adivinhar quem estava ligando – Ta chamando de novo... Ah droga, aqui não tem sinal direito.
- Vai lá fora, eu termino de pegar as coisas – disse dando-lhe um beijo na testa.
- Alô? Alô-ôu? Merda de sinal.
- ?
- Oi! Quem é?
- Erm, é o Nick.
- Ni-Nick, oi – a garota sentiu o coração disparar; fazia tempo que ele não ligava, pra falar a verdade, nem lembrava mais de Nicholas Hoult.
- Tudo bem? – a voz dele era tímida, típico.
- Uhum, e você? – sentou num murinho na calçada da praia, de costas pro mercadinho.
- To bem... Eu tenho tentado te ligar... – ele suspirou, e a garota sabia que ele estava passando as mãos nos fios negros de cabelo que caiam em seus olhos extremamente azuis – Eu... Às vezes a ligação caía, outras eu desistia...
- É, eu to no Hawaii.
- A Sra. me disse quando liguei te procurando.
- O que você queria? – algumas gotas começaram a cair do céu.
- Ainda quero... , eu sinto sua falta.
- Nick, você não pode me ligar e falar esse tipo de coisa.
- Eu não tinha planejado, só queria ouvir sua voz... Mas é impossível me controlar – ele disse rápido, meio nervoso.
- Nick...
- , você já me perdoou?
- Nick...
- Só me responde.
- Você não chegou a fazer nada... Eu já esqueci.
- Você acha que algum dia vai poder confiar em mim outra vez?
- Eu não sei – disse olhando pro céu. – Eu preciso desligar, ta vindo uma tempestade.
- Ok... Mas antes me responde uma coisa.
- O quê? – as gotas de chuva foram ficando maiores e mais fortes.
- Nós podemos ser pelo menos amigos? Você pode gostar de mim o suficiente pra isso? – ele disse decidido. se levantou, a chuva estava começando a molhar de verdade.
- Nick, é claro que eu gosto. Acha mesmo que eu te atenderia em pleno Hawaii se não gostas... – quando a garota se virou, viu parado de olhos arregalados, com algumas sacolas nas mãos – .
- ? Ta me ouvindo? – a voz de Nick saía do celular, mas a garota não ouvia. Ela estava paralisada: a expressão de era de raiva e descrença; ele agora tinha dado-lhe as costas, andando em direção de casa.
- ! Espera! – tentou falar, mas o barulho da chuva já estava alto o suficiente para que ele não a ouvisse. Ela desligou o celular na cara da Nick, e começou a andar rápido – ? ! !
- QUE FOI? – ele virou bruscamente, assustando a menina pelo ódio que tinha em seus olhos – O que foi, ? Ficou muda? Só tinha coisas a dizer pro outro?
- , você não ta entendendo... – a garota se aproximou, estendendo a mão para tocar seu braço.
- Sai. Não quero você perto de mim – ele disse recomeçando a andar – Você me dá nojo.
- Me escuta! Não é nada do que você ta pensando – tentava andar rápido pela calçada, mas a chuva embaçava sua visão.
- E o que eu to pensando? – parou a uma boa distância da menina, passando a mão no rosto molhado – Que você e o Hoult têm se falado com freqüência? Que você gosta dele? Que você mentiu pra mim?
- , escuta o que você ta falando! – ela gritou, abrindo os braços para a chuva; seu vestido já estava pesado em seu corpo; seus olhos ardiam – Que tipo de garota você acha que eu sou?
- O tipo de garota que quase me deixou dizer ‘eu te amo’ sem sentir o mesmo – ele também gritava se afastando mais e mais da menina.
- O QUÊ?! Eu não acredito que você disse isso! Eu ia deixar você dizer que me ama porque eu queria ouvir... – nem terminou a frase e e interrompeu.
- Queria ouvir? Queria? Tudo bem, eu já fiz papel de palhaço mesmo – o garoto riu ironicamente, abrindo os braços na chuva e dessa vez berrando – EU AMO VOCÊ! EU ME ODEIO POR SENTIR ISSO, MAS EU TE AMO, !
- EU TAMBÉM TE AMO, , SEU IDIOTA – ela disse do mesmo jeito, parando mais perto garoto - VOCÊ É UM IMBECIL, COM ESSA MANIA DE TIRAR CONCLUSÕES PRECIPITADAS! EU LUTEI CONTRA ISSO, MAS EU AMO VOCÊ HÁ TANTO TEMPO QUE... – nem mesmo terminou a frase, jogou as sacolas no chão e a puxou sem delicadeza alguma contra si; agressivamente tocou os lábios da garota com os seus, apertando-a contra si, sentindo o vestido molhado dela em seu peito; tentou afastá-lo, empurrando-o pelos ombros, mas quando tocou seus lábios com a ponta da língua, a menina o envolveu pelo pescoço, permitindo o beijo.
O céu parecia estar desabando. A chuva se tornava cada vez mais forte e barulhenta. O vento agitava lindo mar e os coqueiros da praia. Tudo estava deserto... Exceto por um garoto que abraçava uma garota fortemente durante um beijo; um beijo repleto de sentimentos contraditórios.
Afinal, eles eram e , o casal que odiava se amar e amavam se odiar.
- Eu amo você... – ele sussurrou contra os lábios da garota, segurando seu rosto, delicadamente dessa vez. – Eu te amo... Eu te amo...
- Que tipo de amor é esse? Que é declarado aos berros... – abriu os olhos lentamente e empurrou para longe de si – Você acabou de dizer que não confia em mim. Me acusou de gostar do Nick e mentir pra você... Me diz que amor é esse? Porque se ele for sempre assim, eu não quero esse amor.
- , volta aqui! – , visivelmente chocado pelas palavras ditas instantes antes, apenas viu a menina sair correndo pela rua... Desaparecendo rapidamente pela tempestade de verão.
entrou em casa chorando compulsivamente, seu corpo chegava a balançar devido aos soluços, e o fato de estar tremendo de frio também contribuía. Pegou a calça de moletom que fora jogada no fundo da mala, uma blusa de mangas compridas e meias, e entrou no banheiro. Depois de chorar durante um bom banho quente (e morrendo de medo de explodir alguma coisa, por estar chovendo tanto), a menina se vestiu, parando de chorar; por hábito, acabou indo para quarto de casal... Quando olhou a cama, vendo várias de suas coisas misturadas com as de , recomeçou a chorar, fechou a porta do quarto e foi para o quarto das meninas.
Deitou em uma das camas, no escuro, ligou seu iPod na parte de músicas do John Mayer em sua playlist; ainda conseguia ouvir o temporal que caia lá fora; eram apenas três da tarde, mas tudo estava escuro, e a casa era iluminada por relâmpagos freqüentemente, fazendo se esconder debaixo do cobertor, chorando baixinho, tentando se concentrar apenas na voz de John cantando ‘Why Georgia’...
Já estava na quinta música da lista quando sentiu alguma coisa tocar suas costas, fazendo-a sair rapidamente debaixo do cobertor, tirando os fones. Encontrou um encharcado, os cabelos caindo em seu rosto, os olhos vermelhos.
- ... – ele sussurrou com a voz falha – Eu... Me perdoa... Eu sou um idiota.
- Sim, você é um idiota, – a garota disse trêmula, sentindo os olhos recomeçarem a lacrimejar – E por que eu deveria te perdoar?
- Porque... Eu sou um idiota, mas você já sabe disso e mesmo assim você me ama – ainda tinha a voz baixa, porém, falava mais rápido.
- Belo argumento – ela disse irônica, fechando os olhos pra controlar o choro que ameaçava voltar com toda a força.
- Eu não sei o que dizer... – o garoto suspirou tirando os cabelos úmidos da testa – Eu perco a cabeça quando se trata de você... Principalmente se o Hoult estiver envolvido. Eu tenho medo de te perder... De novo... Pra ele.
- Você não é só um idiota, você deve ser cego também – engoliu o choro, sentando-se direito na cama – Na verdade, surdez deve entrar na lista. Você não merece saber, mas o Nick perguntou se nós poderíamos ser amigos, e eu disse que sim... E você tem idéia do motivo de eu ter dito isso pro cara que quase me violentou?
- Não...
- É claro que não, já que você não teve a capacidade de me perguntar, de esperar e conversar comigo... Eu consegui perdoar o Nick, porque eu sei tudo o que ele sentiu quando me viu com você... Eu já senti isso, te vendo com a Sallie, Liza ou qualquer outra garota pra quem você tenha dado um sorriso mais empolgado – mesmo estando de pé ao lado da cama, a garota falava alto, com raiva – Mas eu o perdoei principalmente porque eu nunca gostei dele de verdade, ele é só um amigo que cometeu um erro quando estava bêbado...
- , eu não sabia... Eu sinto muito. Me perdoa. – ele se estendeu a mão para tocá-la, mas a menina levantou rapidamente da cama, indo em direção à porta, tentando se livrar dos fios do iPod.
- Como eu sempre perdôo, não é? A bobinha apaixonada pelo maravilhoso do McFly, que sempre perdoa as burradas que ele faz... As monstruosidades que ele diz... Que esquece de tudo de errado que ele faz, quando ele resolve que quer brincar com os sentimentos dela mais uma vez, porque acha que talvez ele goste um pouquinho dela – não conseguiu evitar que uma lágrima caísse em sua bochecha quando foi para o corredor, sentindo vindo atrás dela – Eu vou te perdoar, não se preocupe... Mas não espere que eu te queira. Porque eu vou aprender a deixar de ser burra.
- , pára um minuto. Me escuta – o garoto disse firme, puxando-a pelo braço e virando a menina de frente pra si. – Você ta certa sobre a maioria das coisas que disse. Mas está completamente errada sobre algumas. Tudo o que você falou sobre o Hoult, agora eu entendi. E você sabe por que sempre me perdoa? – tentou tocar seu rosto, mas a garota o afastou; se contentou em segurá-la pelos ombros, contra a parede do corredor – Você sabe? Porque você me ama. E sabe também que eu sempre amei você, por mais que nós dois tenhamos fugido disso. Mas se como você disse não me quiser mais, eu vou aceitar sua decisão. Se for o necessário pra não te fazer sofrer de novo.
- Sofrer mais do que eu to agora? – respirou fundo, tentando não chorar pra valer.
- Eu não quero te fazer sofrer, nem te magoar – disse baixo, aproximando seu corpo do da garota; colocou uma mão na cintura e a outra tocou a bochecha dela – O que eu mais quero é te fazer feliz. Eu não vou mais fugir do que sinto... E dessa vez sem gritar: Eu amo você, . É você quem eu quero. Só você – ele finalizou com um murmúrio, olhando nos olhos da sua garota.
- Eu também te amo, , seu idiota – ela fungou antes de dizer bem baixinho o que tanto queria ouvir; ele riu fraco ao ouvi-la – Não é porque não estamos gritando, que você deixa de ser um idiota.
- Eu sei que sou... Mas vou me esforçar pra não ser daqui pra frente – o garoto encostou seu corpo no de , sentindo-a tremer, afinal, ele ainda estava todo molhado e gelado! – Minha garota não merece chamar um idiota de namorado, certo?
- Cer-certo – ela gaguejou ao ouvir a palavra namorado.
deu um sorriso largo, por vê-la aceitar o pedido que estava subentendido nas entrelinhas; então beijou delicadamente as bochechas de , apagando as trilhas que as lágrimas haviam deixado no rosto da menina; passou o nariz com carinho pelo dela, encostando as testas, os narizes ainda se tocando. Esperou que abrisse os olhos, e sorriu... Ela sorriu em retorno, sentindo um calor gostoso vindo de dentro de si.
[N/A: Dêem play no vídeo]
Dessa vez foi quem puxou o namorado pela nuca, fazendo os lábios se encontrarem... sorriu contra a boca dela, enquanto tentava desvencilhá-la dos fones do iPod que estavam enrolados pelo corpo da garota. O começo de outra música do John Mayer era ouvida saindo do aparelho...
We got the afternoon temos a tarde toda You got this room for two você tem esse quarto pra dois One thing I've left to do só tenho uma coisa a fazer Discover me me descobrir Discovering you descobrindo você
Entraram no quarto de casal, sem partir o beijo, e a tentativa de libertação dos fones. encostou na parede ao lado da cama, beijando-lhe o pescoço, arrancando-lhe suspiros... A camiseta extremamente molhada do garoto começou a incomodar, então o fez levantar os braços para tirá-la rapidamente.
One mile to every inch of uma milha para cada polegada Your skin like porcelain da sua pele, que parece porcelana One pair of candy lips and seus lábios doces como uma bala Your bubblegum tongue e sua língua de chiclete
voltou a beijá-la nos lábios, pressionando seu corpo contra o dela cada vez mais; chegando a fazê-la gemer baixinho, por estar espremida entre o corpo frio e molhado dele e a parede. Pela parte superior de seu corpo ainda estar enrolada no iPod, sorriu quando abaixou um pouco sua calça de moletom; sentindo a permissão da garota, ele fez com que a calça escorregasse por suas pernas e caísse no chão.
And if you want love e se você quiser amor We'll make it nós faremos Swim in a deep sea nadar num mar profundo Of blankets de cobertores Take all your big plans Pegue todos os seus grandes planos And break 'em E desfaça-os This is bound to be awhile Isso vai demorar um tempo
O garoto se concentrou no pescoço de , dando leves beijos, que aos poucos se transformaram em mordidas e chupões, marcando a pele de porcelana da menina. Essa por sua vez, desceu as mãos até o fecho da bermuda de , abrindo o botão, parando para olhar o garoto nos olhos ao cantarolar junto com a melodia que saía do bendito iPod: and if you want love... we’ll make it.
Your body is a wonderland Seu corpo é um paraíso Your body is a wonder (I'll use my hands) Seu corpo é um paraíso (eu usarei minhas mãos) Your body is a wonderland Seu corpo é um paraíso
, num momento de agitação, puxou com força o aparelho que estava em volta do tronco de , acabando por desconectá-lo dos fones, e assim ativando os alto-falantes.
Jogou o iPod encima dos travesseiros, sorrindo ao finalmente livrar sua garota dos fios.
Ela empurrou a bermuda do garoto pra baixo, deixando o rapidamente apenas com sua boxer úmida. a guiou até a cama, ficando sobre ela. A música ainda tocava perto de seus ouvidos... A tempestade havia sido esquecida naquele momento.
Something 'bout the way the hair falls in your face Tem algo no jeito que o cabelo que cai sobre o seu rosto I love the shape you take when crawling towards the pillowcase adoro vê-la engatinhar em direção ao travesseiro You tell me where to go and diga-me aonde devo ir e, Though I might leave to find it mesmo que eu saia para ir lá I'll never let your head hit the bed nunca vou deixar sua cabeça encostar na cama Without my hand behind it sem minha mão para apará-la
Ele passou a mão pela coxa de , vendo-a se arrepiar, sorriu com isso. Era visível a falta do sutiã da garota, por isso, quando já tinha levantado a blusa dela até a barriga, olhou-a nos olhos, em expectativa... Ela somente sorriu de lado, as bochechas coradas e os olhos brilhantes se destacando quando um relâmpago iluminou o quarto. terminou de tirar a blusa da menina, parando para admirá-la.
You want love? Você quer amor? We'll make it nós faremos Swim in a deep sea nadar num mar profundo Of blankets de cobertores Take all your big plans Pegue todos os seus grandes planos And break 'em E desfaça-os This is bound to be awhile Isso vai demorar um tempo
Poucos minutos depois, as duas únicas peças que ainda restavam foram para o chão. O contato do corpo quente de e a pele gelada de causavam arrepios em ambos.
envolveu a cintura do garoto com as pernas, sentindo o quão desejada era.
mordeu o lóbulo dela, e sussurrou – Confia em mim?
- Sempre... E pra sempre – murmurou, logo sentindo mais próximo de si do que ele jamais esteve.
Your body is a wonderland Seu corpo é um paraíso Your body is a wonder (I'll use my hands) Seu corpo é um paraíso (eu usarei minhas mãos) Your body is a wonderland Seu corpo é um paraíso
Apesar do desejo que tomava o casal, sentia medo de machucar , por isso, fazia movimentos lentos, deixando-a se acostumar com as novas sensações. Momentos depois, os gemidos da menina deixaram de ser de dor, dando ao garoto a oportunidade de aumentar a força e velocidade de seus movimentos.
Damn baby caramba, baby You frustrate me você me frustra I know you're mine all mine all mine sei que você é toda minha, toda minha But you look so good it hurts sometimes mas você é tão bonita que chega a doer às vezes
Palavras desconexas eram sussurradas entre os suspiros e gemidos que preenchiam o quarto.
A chuva ainda caía violentamente do lado de fora.
John Mayer ainda podia ser ouvido...
Após vários minutos, deitou a cabeça sobre o colo da garota, tão ofegante quanto ela; que o abraçava mexendo em seus cabelos que agora estavam úmidos de suor.
- Se eu disser que te amo e que essa foi a melhor noite da minha vida, vai ser muito clichê? – ele sussurrou com a voz falhando, o rosto contra o pescoço da namorada.
- Vai... – ela disse baixinho, dando um beijo na testa do garoto.
- Então eu não vou dizer que eu amo você, e essa é sem dúvida a melhor noite que já tive na vida.
- Nesse caso, eu também não vou dizer que concordo com você – ela sussurrou quando levantou a cabeça para olhar em seus olhos, sorrindo.
Your body is a wonderland Seu corpo é um paraíso Your body is a wonder (I'll use my hands) Seu corpo é um paraíso (eu usarei minhas mãos) Your body is a wonderland Seu corpo é um paraíso Your body is a wonderland Seu corpo é um paraíso
Capítulo Dezoito: ‘Por favor, por favor, por favor, me deixe ter o que eu quero’.
Eu poderia te amar pra sempre. Por que o pra sempre não pode começar hoje?
- Nathan Scott.
- Eu já estava praticamente curada da gripe, daí veio a bendita tempestade e me deixou pior. Já faz quase duas semanas e eu não melhoro! E aqui em Londres, com esse tempo maravilhoso, não vou melhorar nunca. Ah eu não quero ir pra escola – resmungava ao prender o cabelo num rabo-de-cavalo alto.
- Então não vai. Fica aqui comigo – puxou a garota de volta pro sofá pela terceira vez. – Pede pra minha mãe ligar pro colégio e dizer que você ta muito doente pra ir à aula hoje.
- Querido, essa é a quarta vez que você diz isso só essa semana – disse ironicamente ao apertar a bochecha do namorado, logo levantando do sofá. – Se eu te escutasse, já teria sido expulsa e mandada de volta ao Brasil. , tem noção de que se a agência de intercâmbio descobrir o tempo que eu passo no apartamento de um cara, ao invés da casa de família que eu deveria estar, o escândalo que vai ser? Ainda mais esse cara sendo famoso, imagine o escândalo!
- Meu Deus, são apenas sete da manhã e você consegue ser tão dramática – o garoto suspirou ao deitar no sofá, observando conferir seu material escolar. – Minha mãe nunca nos entregaria, ela adorou saber do nosso namoro.
- Porque sua mãe é um amor. Mas o povo da agência de intercâmbio não veria as coisas de um jeito tão romântico – a garota amarrando seu All Star vermelho mostrou língua para . – Minha mãe já ta pirando só de saber que eu tenho um namorado britânico, imagine se ela descobrir que eu venho dormindo no apartamento dele em média cinco dias por semana? A velhinha teria um enfarte.
- É porque ela ainda não me conhece...
- É exatamente esse o problema, ela não conhece o namorado da filha dela – o interrompeu, falando pausadamente, como se explicasse pra uma criança.
- Como eu ia dizendo, ela ainda não me conhece, por isso está tão preocupada. Quando ela me conhecer, vai ver que não poderia ter alguém melhor como genro – estava de pé, abraçou a namorada por trás, falando mais baixo. – , relaxa.
- É fácil dizer quando se tem uma vida tão boa... Fazer um show hoje... Dar uma entrevista amanhã... Quem sabe aparecer num programa de TV no fim de semana – a garota fazia pouco caso, enquanto continuava a arrumar suas coisas, com ainda a abraçando. – Eu tenho que estudar pra escola, estudar pra tirar carteira de habilitação, ficar com as doidas das minhas amigas, fazer um ‘diário’ pros pais da minha melhor amiga, passar um tempo com a sua mãe e pra completar, preciso me encaixar nos seus horários vagos.
- Nossa, que vida difícil o meu amor tem – disse fazendo bico e uma voz engraçada, ao virar a garota de frente para si. – Todo esse estresse é por causa do seu teste para a carteira de motorista, não é?
- É – suspirou derrotada. – Cara, aquele professor me dá nos nervos. Velho idiota fica tentando me deixar mais nervosa ainda: estou dirigindo pelo lado errado do carro!
- Pra gente é certo – o garoto riu da expressão da namorada, dando-lhe um selinho. – Não entendo como no Brasil vocês acham normal dirigir do lado esquerdo e ficar na pista direita.
- Pára de falar disso! Ta me deixando mais confusa – resmungou ao esconder o rosto no pescoço de . – Eu preciso ir.
- Odeio seu colégio – ele disse baixinho contra os cabelos da menina.
- Só mais alguns meses e eu me livro dele – ela respirava fundo, inalando o máximo possível do perfume de . – Daí vem a pior parte: faculdade e emprego, porque tecnicamente, quando a escola terminar, eu tenho que ir de volta pro Brasil.
- Nem fale nisso – o garoto sussurrou. – Eu fico desesperado só de pensar nessa possibilidade.
- Então, pra que eu não tenha que voltar para o Brasil, preciso ficar inteligente, e pra isso eu preciso ir pro colégio – levantou a cabeça dando um selinho em , antes de se afastar para pegar seu material. – Você vai ficar o dia inteiro sem fazer nada?
- Vou assistir televisão, tomar cerveja e contar os minutos pra te buscar no colégio, serve? – ele riu vendo a namorada rolar os olhos.
- Não, não serve. Vou ligar pro Fletch e dizer que ele anda muito bonzinho com vocês. Só fazendo shows perto de casa, poucas entrevistas... Tudo com a desculpa de que estão compondo pro novo CD – a menina se dirigia até a saída do apartamento, com em seu alcance.
- Como se você não gostasse dessa nossa folga – ele sorriu ao chegar ao lado da porta.
- Não precisa divulgar, – riu ao passar os braços pelo pescoço do garoto, ficando nas pontas dos pés. – Me encontra no lugar de sempre?
- Ah ! Por que eu não posso de buscar no portão do colégio? – o garoto fez manha, encostando as testas.
- Vou explicar mais uma vez: eu não quero o meu rosto estampando em todas as revistas de fofoca da Inglaterra, muito menos que ‘zilhões’ de garotas achem defeitos em mim, que as pessoas digam que eu não sou boa o suficiente pra namorar !
- Você está sendo boba, sabia? – o garoto passou seu nariz pelo de , fazendo-a sorrir de lado. – O que importa é o que eu acho e o que eu sinto. Eu amo você e é isso o que importa. Dane-se o resto.
- Esse final foi fofo – ela disse rindo. – Não vou discutir.
- Então te encontro no portão do colégio? – abriu um sorriso largo.
- Não – riu se esticando para morder a ponta do nariz do garoto. – Você me encontra na saída do metrô da Avenida Warwick, como sempre.
- Sua chata – mordeu o lábio inferior dela. – Só não desobedeço porque sei que não vou gostar das conseqüências.
- Esse é o meu garoto – sorriu, antes de dar um rápido beijo de despedida. Pelo menos era isso o que ela planejava.
a colocou entre a porta e si mesmo, dando mais intensidade ao beijo; abraçaou a garota pela cintura, praticamente a tirando do chão. Quando o ar foi necessário, foi em direção ao pescoço de , que aproveitou a deixa para afastá-lo de si.
- Ei, tenho que ir pra escola, lembra? – disse com a voz falha; deu um rápido selinho nos lábios de e abriu a porta. – Tchau, namorado.
- Tchau, namorada malvada.
****
Meses Depois...
- , vamos!
- Calma, só vou passar o batom e já podemos ir.
- Não sei como o tem paciência pra esperar você se arrumar.
- , ele é meu namorado, com paciência ou não, ele tem de esperar – riu ao terminar de se maquiar.
- Faz sentido – também riu, levantando da cama da amiga. – Agora vamos, estamos atrasadas.
- Se eu ouvir o seu celular mais uma vez, eu vou mandar o ir... – antes de terminar a frase, ‘Girls Do What They Want’ começou a tocar, fazendo rir. – Eu adorava The Maine até você colocar como toque no celular, e o seu namorado ser a pessoa mais desocupada do mundo e te ligar de três em três minutos...
- Oi, amor mais desocupado do mundo – atendeu ao telefone rindo.
- Desocupado? Eu? Por quê? – a garota podia sentir o sorriso nas palavras dele.
- A que disse. Ela não entende que você não pode viver sem mim – ela riu quando a amiga resmungou algo como ‘um desocupado e uma metida’. – Ela ta me chamando de metida!
- Manda a ficar quieta e andar logo, se ela quiser achar o namorado dela sóbrio o suficiente para reconhecê-la – riu alto, os meninos falando besteiras perto dele.
- Já estamos saindo daqui, mas ainda falta passar na casa da .
- O já foi buscá-la, podem vir direto pra casa do.
- Tudo bem, então. Que horas o vai buscar a ?
- Daqui uma hora, então andem logo, se não vocês chegam depois da aniversariante – ouviu a já alterada voz de dizer algo como ‘vamos gritar SURPRESA pra minha ’, riu e a menina ouviu dizer ‘não, seu mané, é pra gritar SURPRESA pra minha namorada, não pra sua!’.
– Conseguiu ouvir, né? - o menino mal segurava o riso.
- Ouvi, sim – riu ao seguir para escada abaixo. - Te vejo daqui alguns minutos.
- To te esperando – suspirou antes de dizer baixinho. – Eu amo você.
- É sempre tão bom ouvir isso... – se fosse possível, o sorriso da garota chegaria às orelhas. – Eu também te amo, meu desocupado preferido.
- Fica quieto, !
- , faz seu namorado calar a boca!
- Ai, minha mão, porra!
- Fica quieto você também, .
- Mas o James pisou na minha mão.
- Pára de rir, !
- , tira o de perto do James. vem pra cá e fica quieto, eles estão saindo do carro... – tampava a boca do namorado com uma mão, e a outra estava no interruptor da sala de estar da casa de, esperando o momento em que , a aniversariante, passasse pela porta. Os amigos mais íntimos e alguns parentes da namorada de estavam escondidos no escuro, esperando o momento certo para revelarem a festa surpresa.
De repente, um barulho estridente preencheu o ambiente; algo grande, pesado e de vidro havia caído no chão. Antes que alguém pudesse reagir, a voz de foi ouvida, berrando:
- Caralho, ! O vaso caiu bem no meu... ! SURPRESA! – a porta abriu enquanto o garoto falava, a aniversariante tentava enxergar na penumbra da sala. acendeu a luz, e todos gritaram, em meio às gargalhadas, o tão ansiado ‘SURPRESA’.
****
- , se ele aprender a mostrar língua, a culpa vai ser sua.
- É só a gente pôr a culpa no , ele não vai lembrar de nada mesmo.
- Ei, não vão culpar meu namorado de nada – deu um tapa na cabeça de , fazendo o menininho que estava no colo de rir. – Olha que bonitinho. O Josh gostou de ver o apanhar.
- Ah, isso você não se importa de ensinar pra criança – resmungou, e mostrou língua para o lindo menininho de olhos verdes mais uma vez.
- Que namorado mais atentado que eu fui arrumar, meu Deus – riu, encostando a cabeça de Josh em seu ombro, visto que a criança estava caindo de sono, e só não tinha dormido ainda devido as palhaçadas de . O garoto abraçou a namorada por trás, envolvendo-a em seus braços juntamente com o garotinho que ela tinha no colo. Estavam de pé ao lado da bancada da cozinha, o lugar mais vazio da casa.
- Nossa, gente! Olhando vocês três assim, parecem uma família – sorria bobamente ao falar. – Vou até tirar uma foto!
- Deixa a tia da saber que você ta falando que o filho dela parece ser de outra mãe. – sorriu para a foto ao terminar de falar, fez uma careta típica e Josh estava com os olhinhos fechados, cochilando.
- , eu quero ter um filho – disse de repente, baixinho no ouvido da namorada.
- Jura? Eu também – a garota virou um pouco o rosto, quando foi atrás do namorado. – Liga pra cegonha e encomenda.
- Eu to falando sério, sua boba – ele sorriu ao tocar a bochecha do bebê adormecido e de respiração tranqüila no colo de .
- Eu também! Se a cegonha estiver ocupada, você pode pedir um filho de presente pro Papai Noel, sabia? Dizem que ele é bom nisso – disse rindo, e deu um selinho no namorado que suspirava ao rolar os olhos.
- Não fazem mais namoradas como antigamente. Eu digo que quero ter um filho com ela, e ela ri de mim – fez bico ao terminar de falar.
- Ô meu amor, você não pode estar falando sério. O McFly começou a ser conhecido fora da Inglaterra há pouco tempo, eu ainda estou na escola... Não temos idade nem preparação pra isso – disse baixinho, passando o nariz pelo queixo do namorado, visto que ele ainda a abraçava por trás.
- Mas você promete que um dia nós teremos um filho? Ou uma filha, tanto faz... Contanto que seja com você, eu vou adorar tanto um menino quanto uma menina – sorriu com a idéia, dando um selinho na namorada.
- Prometo; mas eu quero um menino – também sorria ao olhar Josh dormindo em seus braços.
- Pra chamar de Junior?
- Credo, que brega! Nem pensar – a garota riu da cara de decepção do namorado. – É só que eu prefiro meninos; meninas são muito difíceis de lidar.
- Minha mãe uma vez disse que quando mais você quer que seja uma coisa, Deus te dá o oposto... Quando ela ficou grávida, ela queria uma menina... Daí eu nasci – ele deu de ombros.
- Ta explicado por que você é meio gay – gargalhou, tentando não balançar muito o bebê em seu colo.
- Você vai ver quem é gay quando chegarmos em casa – sussurrou malicioso no ouvido de , fazendo-a se arrepiar.
- Eu... Não vou dormir no seu apartamento hoje, lembra? – era incrível o poder que o garoto exercia sobre ela, a voz falha da menina denunciava isso.
- Não tem problema – ele disse baixo ao dar-lhe um beijo no ombro. – Eu durmo na casa da minha mãe, ela mesma disse que eu não tenho ido lá.
****
- Quando as meninas voltam?
- Domingo à noite.
- Quem? Volta quando? – se juntou à namorada, e , sentando na beira da piscina da casa de.
- e Cath, estavam com notas ruins na escola e tiverem de ir pro acampamento – disse balançando os pés imersos na água aquecida; lembrando do escândalo que as amigas fizeram naquela sexta-feira de manhã, xingando o diretor do colégio de todos os nomes feios imagináveis; depois se conformaram que eram apenas três dias, não doeria tanto assim.
- E você, nerd como sempre, não precisou, né? – riu ao espirrar água em .
- Não sou nerd, mas não precisei ir – mostrou língua e devolveu o espirro d’água.
- Bom pra mim, que pude ficar com a minha garota sem ter de disputá-la com as duas encalhadas – disse distraidamente enquanto tentava jogar na piscina.
- Encalhadas? Elas saem com caras diferentes a cada noite! – disse lembrando das histórias que as amigas contavam sobre seus encontros. Desde que terminara com Billy, ela e Cath não paravam mais em casa, fazendo com que ficasse mais tempo com , que entendia perfeitamente o que era namorar um McGuy.
- Bom saber, assim você não sai nunca mais com elas – o garoto disse olhando a namorada.
- Ui, que ciumento – disse numa voz afetada. – Você não era assim quando namorávamos.
- É que você não é tão gostoso quanto a , daí eu não precisava me preocupar tanto – disse do mesmo jeito, fazendo as meninas rirem. Nesse momento, veio correndo e empurrou na água, que por estar abraçada ao namorado, levou junto para dentro da piscina.
- Quanta maldade – comentou chegando ao local, e antes que pudesse sequer olhar para o lado, a empurrou para água também.
- , você esqueceu uma coisa – disse ao jogar o bêbado, , na piscina. – O casal só ri, querem dar um mergulho também?
- Não, muito obrigada – disse em meio aos risos. – , você vai acabar matando o !
pegou a namorada no colo e pulou na água... O restante dos convidados já estava indo embora, portanto, a piscina era só dos oito. Ou melhor, seis, já que e ainda estavam sentados na beirada.
- Eu sou um namorado exemplar, então eu vou te pedir pra entrar na água comigo – ele sorriu de um jeito fofo, abraçando a menina de lado. – Quer entrar?
- Você é medroso, isso sim – riu olhando tirar um fio de cabelo dos olhos de . – Morre de medo que eu fique brava com você.
- Medroso não! Só não gosto do jeito que você me olha quando ta brava – fez bico, ganhando um selinho de . – E então? Vamos entrar?
- Primeiro eu quero um beijo.
- Um ou um milhão. Quantos você quiser – ele sorriu antes de entrelaçar os dedos nos cabelos da garota, trazendo-a para mais perto; mordeu o lábio inferior da namorada, que sorriu de lado. tocou o abdômen de por baixo da camiseta, e o sentiu contrair. Quando a língua do garoto tocou os lábios de ... O casal foi interrompido pelos esguichos d’água que os amigos jogaram neles, gargalhando.
- ! ! Escuta a música que ta começando a tocar! – gritou vários minutos depois, no meio da baderna que era a piscina. – ! Aumenta o volume!
Quando o som chegou aos ouvidos de , a garota tampou os ouvidos. - NÃÃÃÃO! NÃO AGUENTO MAIS ESSA MÚSICA! – ela gritou rindo.
- ), canta comigo – chamou, gargalhando.
She's 18 and a beauty queen (A beauty queen)
She makes the boys feel so weak (So weak)
It's all for her and not at all
She'll pick you up just to watch you fall
It's her hands on my hips, I can't escape 'em
It's that mouth and those lips, try not to taste them
That's just the way things are
And the way they'll always be
Girls do what they want (Whoa... Whoa...)
Boys do what they can [Girls Do What They Want]
e ) riam e berravam a letra da música junto com John, vocalista da banda The Maine, enquanto tentava não rir.
- Amor, que música mais feminista – disse quando Paparazzi da Lady Gaga começou a tocar.
- É uma letra realista: nós fazemos o que queremos, vocês fazem o que podem... Ou melhor, o que nós mandamos – sorriu maliciosa e mordeu levemente o lábio de , fazendo-o sorrir.
****
, querida. Minha reunião atrasou. Vou ter de passar a noite aqui em Bristol. Peça ao dormir em casa, para você não ficar sozinha. Juízo. Se cuide e me ligue se precisar.
Com amor, sua futura sogra.
- Olha essa mensagem e me diz se sua mãe não é doida? – mostrou o celular a quando estavam chegando em casa.
- Doida? Ela é boazinha, isso sim – o garoto sorriu cheio de segundas intenções.
- Pervertido é apelido, né ? – deu um tapinha no braço dele ao entrarem na sala de estar. – Escolhe alguma coisa pra gente ver enquanto eu busco um edredom.
Quando a garota estava voltando, ficou estática no último degrau da escada.
– ...
- , amor... Vem cá, senta aqui comigo – ele levantou, tomando a garota em seus braços e sentando no sofá. – Ta tudo bem, é só um programa de tv.
- Eu sei que é só um programa – suspirou. – Mas eu não consigo ver One Tree Hill. Não sem a Sophie... Não dá.
- Dá, sim. Eu achei essa loirinha bonita e você precisa me contar o que aconteceu antes desse episódio, quero entender – brincou, tentando relaxar a namorada.
- Você tinha que achar justo a Peyton bonita? – a garota rolou os olhos, se rendendo.
- Calma, calma – o décimo sétimo episódio da segunda temporada tinha acabado há alguns minutos e ainda fazia lhe explicar as histórias da série. – A Brooke ia embora, daí o Lucas pintou a porta do quarto dele de vermelho, pra ela morar lá e se sentir em casa. Certo?
- Certo! – sorriu fraco; o garoto conseguiu fazer com que ela assiste à série que significava tanto em sua vida, e sem chorar. Foi bom. – Daí, depois de uma mega briga, ele a pinta de preto, pra mostrar o quão magoado ele estava com a Brooke, entendeu?
- Entendi. Agora faz sentido toda essa adoração que você tem pela tal porta vermelha... – deu um selinho demorado na garota que estava sentada ao seu lado. – Obrigado por confiar em mim.
- Obrigada por me ajudar a vencer meus medos – sussurrou, passando as pernas ao redor da cintura de . – Eu amo você, , seu idiota.
- Você nunca vai esquecer essa frase, né? – ele perguntou rindo ao abraçar a namorada.
- Não. Não mesmo – ela também riu – Foi a frase mais legal que eu já disse.
- Só não reclamo por ser chamado de idiota, porque tem o ‘eu te amo’ – disse baixinho, deitando a garota no sofá e ficando entre suas pernas. – Só pra constar, eu também amo você, , minha garota do Brasil.
- Então prova... Prova o quanto você me ama – ela sussurrou quando o sentiu levantar sua blusa...
****
Manhã seguinte.
- , seu celular ta tocando!
- Atende pra mim? To secando meu cabelo!
- Er, não dá.
- Por que não dá pra você atender um mísero telefonema, ?
- Porque é o Hoult ligando – pelo jeito que o garoto disse, sabia que ele estava revirando os olhos naquele exato momento.
- Ah, deixa tocar então, eu ligo pra ele depois – ela continuou em seu quarto secando os cabelos como se nada tivesse acontecido; na sala voltou os olhos para a TV depois de abaixar o toque do celular da namorada.
e tinham feito um trato: nunca mais deixar Nicholas Hoult atrapalhar seu relacionamento. Assim que voltaram do Hawaii, procurou Nick e explicou a nova situação: ela era namorada de , e ele tinha de respeitar isso. E convenhamos, Nick nunca foi má pessoa, disse que entendia, e que na verdade não estava mais apaixonado por ela, só queria seu perdão e sua amizade.
Dizer que aceitou essa amizade numa boa seria uma tremenda mentira. Depois de inúmeras brigas, desligar o telefone na cara dele inúmeras vezes, sendo visto sentado inúmeras vezes no chão do lado de fora do quarto dela pedindo desculpas pelo ciúme bobo e por fazê-la chorar... Bem, tudo se acalmou. se acalmou, pra dizer a verdade. Quando viu a nova namorada de Nick, a linda e loira Ashleigh, até passou a ser menos rude com Nick.
- Ligou pra ele?
- Liguei.
- Hum... O que ele queria? Isso é, se eu posso saber.
- Claro que pode, meu bem. O Nick nos convidou pra uma festa na casa dele sábado à noite – sentou ao lado de no banco acolchoado no jardim do fundo da casa dos , colocando as pernas no colo do namorado, que tinha uma carinha emburrada. Linda. – Que foi meu lindo?
- Nada – ele suspirou passando os braços ao redor da garota, depositando um beijo em sua testa. – Você deu comida pra Michelangela hoje?
- Er... Esqueci. E já falei que o nome dela é Alejandra Joaquina – usou um espanhol bem fajuto ao pronunciar o nome e sorriu ao ouvir riso baixo do garoto.
- Coitada da tartaruga, vítima dessa sua coisa por nomes de novelas mexicanas – ele riu fraco olhando pras árvores do quintal, mas sabia que o olhava. – Pára de me olhar assim, mocinha.
- Assim como? – ela perguntou divertida, sem nem ao menos piscar.
- Assim. Do jeito que você sabe que me deixa com frio na barriga – disse de um jeito engraçado a olhando pelo canto dos olhos, como uma confissão, fazendo rir e abraçá-lo. – A única garota no mundo que me deixa com frio na barriga, e ainda ri de mim por isso. Que decadência.
- Eu to rindo porque meu namorado é coisa mais mordível da face da Terra... – começou a falar, mas foi interrompida por uma gargalhada de . – Que foi, seu estranho? Eu aqui me declarando e você me interrompe.
- Muito tempo atrás você disse que eu nunca seria bom o suficiente pra ser seu namorado, e eu disse que quando você percebesse o quão errada estava...
- ...Você ia rir da minha cara – completou a frase, fechando os olhos e sentindo as bochechas esquentarem. – Você tinha que ter esquecido disso, maldoso.
- Ah meu amor, não precisa ficar com vergonha – disse risonho, passando a ponta do nariz pelo rosto da menina, que mantinha os olhos fechados, as bochechas coradas. – Pode admitir que eu sou um namorado atencioso, carinhoso, só um pouquinho ciumento...
- E super modesto – murmurou contrariada, fazendo rir e abraçá-la bem forte.
- Ah garota, você é fresca e orgulhosa e ao mesmo tempo é tão cativante... – ele apertava contra si, o queixo apoiado no ombro de , que agora já ria das coisas que o namorado falava.
- Você me elogia, depois fala meus defeitos, depois elogia de novo... – ela respirava fundo, o perfume que só ele tinha... Um cheiro único. Inebriante. O entardecer; as árvores dançando de acordo com o vento frio que soprava... Tudo era tão perfeito que causava medo em ; que logo se forçou a parar de pensar nisso. – Me diz, querido... Quando você lembrou que tinha de rir da minha cara?
- Quando eu estava sozinho num quarto de hotel em Portsmouth, quase um mês atrás, e você estava passando o fim de semana com as meninas em Milão, na casa da mãe da Cath – também sentiu o vento mais frio, e abriu seu casaco de moletom, fazendo se aconchegar em seu peito, dentro do casaco [n/a: sei lá se consegui explicar isso direito; os dois dentro do mesmo casaco; faz mais sentido?], visto que a garota estava praticamente em seu colo. – Eu tava sem sono, e do nada, a sua porta vermelha me veio à mente... Lembrei da minha profecia e então da promessa de rir da sua cara.
- Profecia? – a garota levantou o rosto, no exato momento que abaixou o dele, fazendo os olhares se encontrarem; qualquer pensamento que estivesse na cabeça de , desapareceu no exato momento em que ela olhou dentro dos olhos mais brilhantes e sinceros que ela já vira na vida.
deu um sorrisinho de lado, passando seu nariz de leve no da garota, dando-lhe um selinho em seguida; tinha os braços em torno do corpo dela, mantendo-a dentro de seu casaco e bem junto ao seu peito, sentindo as mãos frias dela ao redor de sua cintura. Deu leves beijos na bochecha, então no queixo, chegando ao pescoço de , beijou inúmeras vezes até transformar em mordidas, ouvindo a garota suspirar baixinho e puxá-lo para mais perto. Voltou a olhá-la nos olhos, abriu um sorriso largo e convencido, e por fim mordeu de leve o lábio inferior de , iniciando um beijo muito mais calmo do que a garota esperava. manteve o mesmo ritmo lento, carinhoso, doce do beijo até findá-lo com alguns selinhos. Inclinou-se levemente e sussurrou:
- A profecia de que o cara da porta verde iria te achar, garota da porta vermelha. E ele achou.
- A porta do seu quarto é azul, – disse com a voz fraquinha. – Mas isso foi uma coisa idiota que eu disse só pra te tirar de perto de mim, você sempre me deixou meio trêmula...
- . Me escuta por um minuto – ele a interrompeu sorrindo. – Acredite, o cara da porta verde te achou.
****
Alguém disse uma vez: São as boas garotas que escrevem em diários.
As más garotas nunca têm tempo.
Eu? Eu apenas quero viver uma vida que irei lembrar.
Mesmo que eu não escreva tudo.
- , isso é uma música? – olhava para o quadrinho da cozinha com a testa levemente enrugada, enquanto prendia um bilhete para Cath e na geladeira.
- Não, é uma citação que eu lembrei enquanto tentava escrever alguma coisa útil no ‘Diário de viagem de ’ – a garota disse numa voz solene, revirando os olhos. – É esquisito, eu sinto que eu moro aqui e não que seja uma viagem – encostou-se a pia suspirando. levantou da cadeira onde estava sentado, parou em frente a , segurando as laterais de seu quadril com as duas mãos e olhou fundo nos olhos da garota, vendo a preocupação que os rondava.
- Vida, você mora aqui. Você só vai embora se quiser – ele levantou as sobrancelhas, tentando ver se suas palavras causaram alguma mudança na namorada. – Escutou? Ah , não fica assim, você tava animada há cinco minutos!
- Eu escutei, , mas... Falta menos de quatro meses pra formatura – a garota evitava os olhos do namorado, olhando pras mãos enquanto brincava com o primeiro botão da camisa dele. – Eu não quero ir embora.
- , amor... – começou, e ouviu um sussurro vindo da garota.
- Eu não quero te perder.
- Hey! , olha pra mim. Agora – ele disse firme, colocando um das mãos no rosto da garota, fazendo-a olhá-lo nos olhos. – Me perder? Ta maluca? Nem que você quisesse, eu não iria a lugar algum. Você é minha, pra sempre. Minha vida, lembra?
- Lembro... – ela suspirou dando um curto sorriso. – Lembro também de ter pedido pra parar com essa mania de me chamar de vida.
- Mas você é minha vida, nada mais certo que eu te chamar assim – abriu um largo sorriso antes de beijar a testa de . – Eu te dei opções, você sabe.
- Ah claro. Escolher entre vida, oxigênio ou sangue – ela fechou os olhos sacudindo a cabeça ao rir lembrando das coisas fofas e sem noção que falara na noite, ambos rindo com a possibilidade de alguém descobrir que fizeram amor na sala de estar. – É meio óbvio que eu escolheria vida.
- Então não reclama, amor da minha vida – o garoto cerrou os olhos, perecendo pensar em algo importante. – Acho que o certo seria vida do meu amor. Ih, fiquei confuso.
- Ai , o que eu fiz pra merecer você? – encostou a testa no peito do namorado rindo.
- Algo muito bom, eu sou um presente de Deus – ele riu, abraçando-a forte e dando um breve beijo no topo da cabeça da menina.
- Se eu concordar, você vai ficar muito metido, então eu permaneço calada.
- Seu coração concorda, eu posso ouvir... E sentir – levantou a cabeça sorrindo de lado. – Fica quieta, já sei que você vai falar alguma gracinha. Vamos logo que eu to com fome.
- Ok, meu presente divino.
- Vem amor da minha vida. Ou vida do meu amor, como preferir – a puxou pela mão, ambos rindo ao saírem de casa.
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Não se pode controlar o amor. Pessoas que foram feitas umas para as outras, sempre acham seu caminho no final.
- Brooke Davis.
Capítulo Dezenove: ‘O Segredo é continuar respirando’
‘'Alguém uma vez me disse: Toda canção tem um final, mas não há qualquer razão para não aproveitar a música'.
- Peyton Sawyer.
- O quê, ? Fala mais alto! Tente ligar de novo, eu não tô ouvindo nada – praguejou baixo ao fechar o celular enquanto andava até a entrada do metrô. A manhã de sábado estava fria e chuvosa, deixando a garota mais frustrada por ter de ir à escola no fim de semana para terminar um trabalho de biologia.
O McFly estava em turnê pela Ásia há exatas quatro semanas; faltavam apenas dois meses para as garotas terminarem o ensino médio; dentro de três meses Cath se mudaria para a casa da mãe, que tinha se casado recentemente, na Itália; estava mais feliz que nunca: tinha sido aceita em Cambridge; voltaria em cinco dias; e tinha um grande dilema, ou melhor, uma bomba relógio nas mãos: recebera três cartas de aceitação em universidades... Uma no Brasil, que era da vontade de seus pais. Uma em Londres, que era a opção mais óbvia. E uma nos Estados Unidos, universidade na qual sempre desejou estudar, porém nunca tinha visto como uma real possibilidade. tinha pouco mais de dois meses pra decidir seu futuro...
- Finalmente, mocinha! Já ia começar o trabalho e tirar seu nome dele! – Nick estava sentado na sala de aula vazia, arrumando os materiais que usariam no projeto. – Que bela parceira de laboratório o Profº Stuart foi me arrumar, ainda bem que logo me livro de você.
- Cala a boca, Hoult – mostrou língua ao tirar o casaco e colocar a bolsa sobre a bancada. – Nem todo mundo mora colado no colégio.
- Se for mal educada comigo, não te dou o que a Ashleigh mandou – ele sorriu maroto, indicando um pacote perto de sua mochila.
- Isso não vale, Nicholas! Ela mandou pra mim, você tem que me dar! – tentou afastar as mãos do garoto e alcançar o embrulho. – É alguma coisa doce, minhas lombrigas dizem que é. Me dá!
- É uma coisa que vocês comentaram enquanto assistiam ‘O casamento do meu melhor amigo’. – Nick ficou de pé, segurando o pacote no alto, deixando-o totalmente fora do alcance das mãos de .
- É Crème Brûlée ! Ah! Cuidado, você vai destruí-lo! – a voz da garota produzia ecos pela sala de aula – Por favor, me dá meu docinho?
- Eu entendo por que o nunca nega nada, essa sua carinha é adorável – o garoto riu e entregou o refinado doce à , que o saboreou como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo, enquanto Nick começava o trabalho de biologia.
- Nick, você não pode deixar a Ashleigh escapar de você – ela disse quando terminou de comer e arrumava as coisas do projeto. – Se no primeiro ano da faculdade de gastronomia ela já é assim, imagine quando se formar?
- É como dizem, ela me ganhou pelo estômago – ele riu alto, sendo seguido por . – E pelo visto te ganhou por alimentar suas lombrigas, né?
- Totalmente!
Horas depois...
- Nicholas, eu vou deixar o Senhor Matthews te trancar ai dentro. Anda logo! – gritava, rindo ao ver Nick tentando carregar diversas coisas pelo gramado do colégio.
- É fácil falar né, bonequinha, já que você não carrega nada e sobra tudo pra mim – ele resmungou, rolando os lindos olhos azuis. – E pode parar de rir, senão eu nunca mais trago nada que minha namorada fizer pra você comer.
- Não me ameace, Hoult – cerrou os olhos diante do sorriso vingativo de Nick, em seguida os dois riram. – E sabe, a Ashleigh é muito boazinha pra negar alguma coisa...
- Você é quem pensa – o garoto disse distraído, fazendo gargalhar e lhe dar um tapa no braço. – Ai, que foi, sua doida?
- Eu entendi o que você quis dizer, seu pervertido! – ela ria e batia nele ao chegaram ao carro do garoto. – Me dá a chave, que hoje eu tô boazinha e vou te ajudar a guardar esse monte de tranqueiras.
- Nossa, que amor de pessoa que ela é! – Nick ironizava quando terminou de colocar as coisas no banco traseiro e fechava a porta. – Quase uma irmã de caridade.
- Cala a boca – ela riu ao dar um soco no braço do garoto, que também ria.
- – ela ouviu seu nome, pronunciado por aquela voz tão conhecida; ao olhar para o outro lado da rua, viu encostado em seu carro, os braços cruzados, usando óculos escuros, mas que não conseguiam esconder a feição séria dele.
- Oi, amor! – a garota abriu um largo sorriso e atravessou a rua correndo, se jogando nos braços de . – Você não disse que só voltaria daqui a cinco dias?
- Era pra ser uma surpresa – ele disse baixo, os olhos fixos em Nick, que fingia arrumar sua mochila, mas não pôde ver isso devido aos óculos de sol que o namorado usava.
- Senti sua falta – ela disse baixinho ao abraçar pela cintura, que a abraçou de volta mecanicamente.
- Também senti a sua – ele disse ainda sério, sem olhá-la. – Vá se despedir do seu amigo, ele está esperando.
- Só vou pegar minhas coisas e já volto – a garota percebera a frieza do namorado, com isso saiu sem dizer mais nada; Nick pegou sua bolsa e a entregou. – Obrigada, Hoult. Agradeça à Ashleigh pelo Crème Brûlée, diga que estava maravilhoso.
- Ela vai adorar saber que acertou a receita – ele disse meio sem graça, coçando a nuca. – , vai logo antes que você arrume briga com o por minha causa.
- Eu vou demorar o quanto eu quiser, ele não é meu dono – a garota disse magoada, respirando fundo. – Não estamos fazendo nada de errado, ele que se acalme.
- É, mas é melhor você ir, nos falamos na segunda – Nick apenas sorriu fraco e entrou no carro. – Espero tirar pelo menos um B nesse trabalho.
- Eu dou um soco no Profº Stuart se não tirarmos um A – sorriu desanimada, e acenou quando Nick arrancou com o carro. A garota respirou fundo antes de atravessar a rua mais uma vez; naquela manhã quando acordou, tudo o que queria era de volta, e agora queria que ele voltasse só daqui a cinco dias como o planejado.
- Quer ir pra casa ou pro meu apartamento? – ele disse quando ela se aproximou, não havia mudança no jeito frio de falar. suspirou antes de responder.
- Preciso ir pra casa, hoje à noite tem uma festa de uma colega e eu prometi ajudar as meninas com os preparativos. – Sem olhá-lo, ela entrou no carro e esperou que ele fizesse o mesmo.
O caminho até a casa dos só não foi completamente silencioso devido ao CD do Dashboard Confessional que tocava.
- , espera – a garota ouviu a voz do namorado quando bateu a porta do carro, quando chegaram e casa; ele deu a volta no carro e parou diante dela, tirando os óculos escuros e olhando meio sem jeito para a garota. – Eu... Desculpa pelo modo que agi. É mais forte que eu.
- O que é mais forte que você, ? – a voz dela ainda soava magoada.
- Esse... Ah, , essa merda de ciúme! Eu não... Quando eu te vi com ele... – o garoto respirava fundo, tentando fazer a namorada entender tudo o que sentia sem ter de colocar isso em palavras. – Eu sabia que você estava com ele, mas não consegui controlar... , esse cara quase te violentou!
- Não jogue a culpa no Nick, não hoje – ela disse séria, os braços cruzados, olhando fixamente para . – Ele errou, mas se redimiu por isso. Eu o perdoei, e isso já é passado. Agora, não venha com essa historia só pra encobrir a sua infantilidade, essa insegurança boba.
- Amor, não quero brigar, sério – ele disse num tom de derrota, tocando a face de com as pontas dos dedos. – Me perdoa, ok?
- Se você prometer nunca mais me tratar assim, me magoa... Ofende – ela disse baixo, se rendendo ao olhar arrependido que o namorado lhe lançava; acenou de leve, antes de abraçá-la pelos ombros, afundando o rosto nos cabelos de .
- Eu senti tanto a sua falta – ele sussurrou ao senti-la passar os braços ao redor de sua cintura, e deixar o rosto contra seu pescoço. – O idiota do seu namorado te ama demais, sabia?
- Diz pro meu idiota do meu namorado que eu também senti saudade – ela disse baixinho, sentindo o cheiro maravilhoso que só ele tinha – E que da próxima vez que ele me fizer sofrer sem eu ter feito nada de errado, eu vou...
- Você não vai fazer nada – a interrompeu, segurando o rosto de entre as mãos, olhando em seus olhos. – Porque não vai acontecer nada do tipo outra vez...
- Eu amo... – ele nem esperou que ela terminasse a frase, logo pressionou seus lábios contra os dela, tentando mostrar através disso, que a saudade que sentia era muito maior que qualquer outro sentimento momentâneo.
***
- , querida, mussarela ou calabresa?
- Hum, as duas? – riu ao descer as escadas, respondendo a pergunta da Sra. .
- Não ajudou muito, não é mocinha? – a senhora sorriu de lado, logo fazendo o pedido da pizza pelo telefone. mostrou a língua e foi até a cozinha, voltando no momento em que a mais velha finalizou a ligação. – Você devia ter ido à festa com as meninas.
- Não estava muito animada pra todo aquele barulho e pessoas bêbadas – a garota deu de ombros ao sentar-se no sofá da sala dos . – Eu não tinha planos de ir, ainda mais com essa volta antecipada do .
- Ele ainda está dormindo? – a Sra. sorriu para a menina, vendo seus olhos brilharem ao falar do namorado.
- Sim, ele praticamente desmaiou. – As duas riram. – É claro que eu prefiro ficar em casa com o seu filho quase zumbi, do que ir a outra festa da escola.
- O teve muita sorte em te achar, – a senhora disse de repente, fazendo as bochechas da menina corarem instantaneamente. – Digo isso do fundo do meu coração. Hoje em dia as pessoas não acreditam no casamento, e compromissos duradouros... Mas eu realmente te vejo sendo alguém muito importante no futuro do meu menino.
- Er... Obrigada – sorriu sem jeito, passando a mão pelos cabelos – As coisas sempre mudam e eu não sei o que o futuro reserva pra mim... Mas se eu pudesse decidir agora, eu escolheria seu filho para ser o meu ‘para sempre’.
- ! – a garota ouviu lhe chamando do andar superior da casa, quando terminava de comer o primeiro pedaço de pizza. – Você pode subir aqui?
- Já vou! – olhou para a Sra. e sinalizou com a mão que estaria lá em cima, vendo a senhora que falava ao telefone assentir. Subiu as escadas rapidamente e não encontrou no quarto da porta azul – ?
- No seu quarto – a voz saiu baixa, vindo de dentro do quarto de porta vermelha; a garota chegou sorrindo de lado, pronta para brincar com o fato de ele estar em seus aposentos; porém nem o ar saiu corretamente dos pulmões de quando a mesma entrou em seu quarto.
- Acho que eu não preciso perguntar o que é isso, não é? – estava parado, a postura rígida, o olhar furioso e magoado; ele segurava um medalhão dourado nas mãos. O medalhão. Que Nick dera a no natal retrasado, aquele que tinha uma foto dos dois e a inscrição ‘eu amo você’ dentro. – E a sua reação só piorou as coisas...
- Não, ! – a garota saiu do estado de choque em que se encontrava, avançando na direção do namorado e tirando o medalhão de suas mãos. – O Nicholas me deu isso há muito tempo. Isso não tem nenhum significado pra mim...
- Então por que você guardou? – alterou a voz, tentando controlar a raiva que sentia no momento.
- Fala baixo, não se esqueça que sua mãe está lá embaixo – sibilou ao fechar a porta, não antes de se certificar que a Sra. não tinha percebido a agitação vinda dali. – Pra começar, você é quem não devia estar mexendo nas minhas coisas.
- É você tem razão... Me desculpe se você tem tantos segredos que eu acabo tropeçando neles por acaso – a voz do garoto estava mais baixa, porém mais acusatória; o casal estava frente a frente, ambos respirando fundo. – Que merda, garota! Parece que você faz de tudo para arruinar essa porra de namoro!
- Eu? Você é paranóico, ! Acabou de dizer que eu mantenho coisas em segredo... Não acha que se eu não te mostrei essa porcaria de medalhão foi justamente pra evitar uma situação como essa? – ela apertou o medalhão entre os dedos, sentindo os olhos marejarem devido à raiva que sentia. – Quem sempre tenta sabotar esse relacionamento é você! Sempre arranjando motivos pra brigar! Esse ciúme idiota vai acabar te matando, ! E eu não vou ficar por perto pra presenciar isso, eu não vou! – a voz de saiu estrangulada ao fim da frase; ela jogou o medalhão contra a parede, com toda a força que tinha, vendo o objeto se desmontar em vários pedaços antes de atingir o chão; a garota virou as costas, decida a encerrar a discussão e sair do quarto antes que as coisas piorassem entre eles.
- Que esse ciúme desgraçado me mate então – disse rápido ao segurar firme o braço de e virá-la de frente para si. – Se for um jeito de mostrar o quão importante você é, que eu morra então – ele disse tudo tão rapidamente, que mal teve tempo de entender, e já sentiu seu corpo sendo prensado pelo de contra a tal porta vermelha; o garoto segurava o rosto da namorada firmemente, a fazendo dar livre passagem a sua língua e puxá-lo para mais perto pela cintura. Rapidamente o beijo se transformou em algo lascivo, beirando a agressividade; puxava os lábios de com os dentes, sem delicadeza alguma; essa por sua vez, passava as unhas com força pelas costas do namorado, ouvindo-o por vezes gemer de dor; quando o ar foi necessário, passou a dar fortes mordidas e chupões pelo pescoço e colo da garota, enquanto a empurrava até a escrivaninha, fazendo-a sentar e acomodá-lo entre suas pernas; jogou a cabeça para trás, puxando os cabelos da nuca de , sentindo-o descer os agressivos beijos até entre seus seios, por cima da vestido que usava; o garoto deslizou as mãos pelas coxas da namorada, chegando á calcinha, que sem cerimônia alguma puxou entre os dedos e a deixou cair no chão...
Ambos só visualizaram flashes do acontecimento.
As mãos trêmulas da menina abrindo a calça de ... Ele mesmo abaixando a boxer que já o incomodava... reprimindo o primeiro suspiro ao senti-lo dentro de si... abafando os próprios gemidos contra o pescoço da garota... Ela apertando as pernas em torno do namorado, delirando com a sensação... O garoto com uma mão apoiada na escrivaninha e a outra no quadril de ... Ele puxando o rosto da menina contra o seu, ouvindo e sentido os gemidos dela contra sua boca... O prazer máximo, atingido quase no mesmo momento...
- Você sabe que nem tudo pode ser resolvido desse jeito, não sabe? – disse ao terminar de arrumar a bagunça no quarto, quando saiu do banheiro.
- Vai negar que foi ótimo? – ele sorriu malicioso ao abraçá-la por trás, passando o nariz pelo pescoço da menina. – , não fique brava... Mas acho melhor você passar um pouco de maquiagem pra cobrir uma arte que eu fiz no seu pescoço.
- Por que será que eu não me surpreendo com isso? – ela suspirou sentindo a respiração quente do namorado contra os prováveis hematomas que se formavam em seu pescoço.
Ao chegarem à sala, encontraram a mãe de dormindo no sofá, ambos sorriram com a sorte que tinham, ela provavelmente não suspeitara nada.
***
Uma semana depois...
- Eu vou sentir tanta falta de momentos assim – comentou ao olhar para Cath, que tentava escolher entre milhares de roupas que estavam jogadas pelo quarto, e , que estava no computador mandando fotos recentes para o Brasil. – Por mim, ficaria mais uns três anos no colégio.
- Você prometeu não começar com as lamúrias antes da hora – Cath resmungou ao segurar dois vestidos e esperando a opinião de , que veio em forma de uma careta para o vestido preto e um assovio para o vermelho.
- É, , dessa vez eu tenho de concordar com a Cath... A situação já é bem complicada, então não sofra por antecipação – virou a cadeira, ficando de frente para a bagunça que o quarto de havia se transformado. – Você acha que pra mim ta sendo fácil? Saber que a Cath estará na Itália, você aqui e eu provavelmente no Brasil?
- Você disse que não tinha decidido – a voz de Cath saiu aguda, sinal de acusação. – ! Você prometeu ficar aqui, eu não mais vou te ver se você voltar pro Brasil!
- Tá feliz, ? A culpa é sua, você sabe que a Catherine se desespera facilmente – suspirou ao tirar os óculos e abraçar Cath pelos ombros. – Relaxa, cretina, eu ainda não resolvi nada.
- Eu ainda acho que a Cath deveria aceitar a proposta do pai dela, e deixá-lo pagar Cambridge... E você, dona , ainda não entendo o porquê da demora em decidir entre o amor da sua vida, as amigas e uma ótima universidade ou quatro anos no meio de caipiras – fingia indiferença enquanto olhava algumas sapatilhas.
- Você esqueceu que eu também tenho a opção: ótima faculdade no Brasil, família e um emprego legal na empresa do meu tio – apontou para uma sapatilha verde musgo, indicando que aquela era a escolha perfeita para usar à noite. – E que eu saiba, as pessoas no Texas não têm nada de caipira.
- Eles escutam country e usam xadrez! – disse levantando as mãos pro alto, logo Cath jogou um cinto na amiga.
- Hei! Algo contra xadrez? – ela disse rindo, e deu um tapa em , já que ela própria estava de meias com estampa xadrez.
- Certo, certo. Erro meu... Acho melhor mudarmos de assunto...
- Concordo – Cath agora escolhia um All Star que combinasse com o vestido. – Já mudando o assunto... , cadê ? Quase não vi vocês juntos desde que ele voltou do Japão.
- Ele e os meninos estão com algumas idéias pro novo CD... Estão trabalhando nisso – a garota respondeu tentando sorrir, porém as amigas notaram a expressão dela.
- Você tá triste! O que foi, meu bem? – sentou ao lado de na cama, e a abraçou de lado. – O que o idiota do meu irmão fez dessa vez?
- Não, é só que... Ah, meninas, eu fico tão magoada com algumas coisas que ele diz e faz – Cath sentou na cadeira do computador, ficando de frente para as outras duas, e fez sinal para que continuasse. – O ciúme que ele tem de mim com o Nick tá passando dos limites. E ultimamente ele tem falado umas coisas...
- O sempre foi possessivo – Cath comentou. – Mas o que ele tem te falado? Pra conseguir te abalar assim?
- Como eu contei pra vocês, sábado passado, ele deu seu típico ataque de ciúme quando foi me buscar no colégio... Quando chegamos em casa, ele achou o medalhão que o Nick me deu e bom, vocês sabem o que fizemos depois disso.
- Sem detalhes, por favor, sou muito jovem pra ouvir sobre os atos sexuais do meu irmão – tampou os ouvidos, fazendo e Cath rirem. – Desculpe a interrupção. Continue.
- Então ele foi embora no domingo, e não atendeu o celular durante o dia todo... Me encontrou na saída do metrô da Avenida Warwick na terça-feira! Como se nada tivesse acontecido, apenas disse que estava com os meninos e o celular estava sem bateria... Sendo que a me ligou na segunda, e disse que , e estavam na casa dela, e o tinha levado a para uma viagem romântica na Irlanda! - falava rápido, desabafando. – Eu deixei pra lá, afinal, ficamos dois meses juntos e o que menos precisávamos eram mais motivos para brigar.
- Mas, ! Você deveria ter feito alguma coisa! Falado pra ele que a desmentiu a história dele! – Cath disse, exasperada.
- Eu senti que não ia gostar da verdade... Ele ficou dois dias sem ao menos me ligar, e se ele mentiu... Ah, eu não sei explicar, só sei que não quis descobrir a verdade – suspirou. – Daí na quinta feira tínhamos marcado uma saída de casais... Ele me ligou dizendo pra eu ir e que ele me encontraria lá... Meninas, ele chegou duas horas depois, e não disse nada! Quando eu perguntei o que tinha acontecido, ele disse que tinha pegado trânsito... Ele parecia nervoso, então eu continuei conversando com a e a , e o deixei pra lá com os meninos.
E bom... Vocês presenciaram a maior parte da briga de ontem... Eu agi por impulso, sei que errei, mas não consegui evitar... – as meninas assentiram ao lembrar do acontecido na noite anterior em um restaurante tailandês, onde elas e foram jantar.
Flashback On
- As comidas são bem temperadas – comentou ao tomar um pouco de água, seu rosto começava a ficar avermelhado.
- Eles gostam de tempero, os tailandeses – disse Cath, que não estava muito diferente da amiga.
- Vocês pareciam duas esfomeadas, agora ficam ai morrendo – e riam das meninas quando uma garota por volta dos seus dezenove anos, longos cabelos negros, usando um vestido curto que valorizava os seios bem avantajados que tinha, chegou à mesa, parando ao lado de .
- Ai, que vergonha... Mas eu não pude evitar vir... , eu sou sua maior fã – ela nem ao menos se desculpou por interromper o jantar. logo levantou para cumprimentá-la. – Você pode ir ali à minha mesa tirar uma foto com as minhas amigas?
- É claro – ele sorriu e a garota piscou para ele. olhou para e moveu os lábios em um ‘É rápido, volto já’, e ela apenas assentiu. sempre agia da forma mais natural e calma possível perto das fãs de , vendo que a maioria delas suspeitava do relacionamento dos dois. Porém quinze minutos se passaram; Cath, e terminaram de comer, e ainda estava na mesa das fãs; não eram meninas como a que havia vindo até a mesa, eram mulheres, por volta de vinte e cinco anos; ria abertamente de algo que uma delas falava, fazendo todas rirem junto. A calma e discrição de sumiram no momento em que a ruiva tocou a coxa de e deu um leve apertão; ela cansou de fingir que não estava prestando atenção a eles, levantou da mesa e anunciou às amigas que estava indo embora.
- Nós vamos com você – disse séria, pronta para levantar, assim como Cath, mas foram impedidas por .
- Não. Vocês vão esperar a sobremesa que pediram e vão sair pra dançar, como estava combinado. Não admito que estraguem a noite de vocês por minha causa – a garota tinha a feição séria, um pouco irritada. – Eu pego um táxi.
- Mas, ... O que a gente diz pro ? – Cath perguntou baixinho, evitando olhar para a mesa em que ele estava com as tais mulheres.
- Vocês não dizem nada – respondeu simplesmente, antes de jogar um beijo no ar para as amigas. Saiu andando decidida, olhando para frente, os passos rápidos e firmes; chegou à rua e viu que não tinha nenhum táxi por ali no momento. De repente seu braço foi puxado, ela se virou para encarar .
- Posso saber o que foi isso? Esse showzinho que você acabou de dar? – ele disse baixo e sério, sem soltar o braço da namorada.
- Primeiro você vai me soltar, tá me machucando – ela sibilou e ele obedeceu – E segundo, quem tá dando showzinho é você. Eu simplesmente quis ir embora.
- Ir embora sozinha? Assim, do nada? – se aproximou de , fazendo-a dar um passo para trás, ficando encostada no bonito muro que cercava o estacionamento do restaurante.
- Algo de errado nisso? Eu não tenho direito de querer ir embora sozinha? – a garota afastou o namorado com uma mão, quando ele fez menção de se aproximar mais.
- Você veio comigo e você vai voltar comigo – a voz dele era autoritária, cerrando os olhos para a menina séria que estava em sua frente.
- Vai me obrigar? – disse sarcasticamente. – Quer saber, ? Eu não quero discutir com você no meio da rua.
- Nem eu. Quem esta causando cena é você – ele colocou as duas mãos na parede atrás de , deixando a encurralada. – Quer deixar de ser nervosinha e voltar lá pra dentro?
- Eu não vou – ela disse pausadamente. – Volte para as suas fãs e me deixe ir embora em paz.
- Ah, é isso? – riu de um jeito convencido. – É ciúme? Ah, por favor, , você não era infantil assim.
- Então, por gentileza, dê licença para que eu e minha infantilidade possamos ir embora – ela disse sem olhá-lo, tirando de perto com as duas mãos.
- ... – ele segurou seu braço mais uma vez, quando ela saía. – Eu não quis dizer isso... Vem cá – o garoto tentou beijá-la, mas ela deu um passo para trás, a soltou como se tivesse sido queimado, ficara irritado por ter negado o beijo. – Quer saber? Vá pra casa, e pense nas suas atitudes.
- Como sempre, você sai como a vítima – ela sussurrou antes de olhá-lo nos olhos. – Boa noite, .
- Pode ter certeza que será uma noite incrível – sorriu de um jeito vingativo e voltou para o restaurante.
Flashback Off
- , se o passar aqui ou ligar, o que eu digo? – Mag, a empregada dos , perguntou quando as garotas desceram as escadas prontas para sair.
- Mag, meu amor, que saudade – Cath, que ainda não a tinha visto desde que fora levar Liza para a casa do pai na Escócia, abraçou a mulher. – Essa casa não é a mesma sem você.
- Ah, Catherine, carinhosa como sempre – a mulher retribui ao abraço, beijando a testa de Cath antes de voltar-se para . – E então? O que eu falo pro ?
- Ele sabe que vamos pra festa na casa do Nick – a garota disse sem emoção. – Mas não se preocupe, ele não vai me procurar.
- Ainda brigados? – a Sra. perguntou ao se unir ao grupo aos pés da escada.
- É... Mas logo a gente se acerta – sorriu fraco.
***
- ! Você veio! – Nick encontrou as garotas assim que essas entraram em sua casa – Cath e ! Que bom que vieram!
- Você acha que eu não estaria aqui comemorando com você? – o abraçou, sorrindo. – Nicholas! Você é oficialmente um astro Hollywoodiano!
- Não é bem assim, é só um filme – o garoto sorriu sem graça antes de Cath abraçá-lo.
- Ah, fica quieto, Hoult. É um super filme, você vai morar em Los Angeles! – Cath disse alegremente. apenas deu um rápido abraço em Nick, murmurando um ‘parabéns’.
- , ele percebeu a sua cara emburrada – Catherine ralhou com a amiga assim que Nick foi receber mais convidados.
- Foi mal, mas eu não consigo evitar... É coisa de irmãos... Querendo ou não, eu tomo as ‘dores’ do – deu de ombros, em forma de desculpas.
- Tá tudo bem amiga, sério – a abraçou pelos ombros. – Agora eu quero ver um sorriso lindo.
- Lindo é meio complicado né, ? – Cath brincou, lhe deu um tapa, logo as três riram.
- ?
- Aqui, querida.
- Oi, florzinha – sentou ao lado da amiga num belo sofá vermelho, que ficava num dos únicos lugares vazios da enorme casa dos Hoult. – Você sumiu da pista de dança. O que foi?
- Eu sou uma idiota – suspirou – Eu não consigo me divertir sem me sentir culpada...
- , eu defendo meu irmão, mas ele não é nenhum santo! E você não tá fazendo nada de errado, apenas dançando com as suas amigas lindas e maravilhosas!
- E muito modestas – sorriu de lado. – Eu sei, , mas enquanto eu não acertar as coisas com o , nada vai ter a mesma graça pra mim.
- Então por que ainda não acertaram? – a garota não suportava ver como a amiga e o irmão se gostavam e conseguiam criar situações ridículas entre eles.
- Porque eu já dei o primeiro passo em ligar pra ele e avisar sobre a festa, em nenhum momento eu disse que ele não poderia vir... Mas ele não respondeu nada, e não me ligou mais – indicou o celular em seu colo.
- Eu vim aqui exatamente por isso – sorriu pegando o próprio celular e entregando-o à amiga. – Ele mandou uma mensagem de texto. Leia.
‘Oi, maninha. Minha namorada está por perto? Tentei ligar no celular dela, mas parece estar fora de área. Me liguem! xx ’.
- Agora desamarra essa tromba e vá achar um lugar com boa recepção de sinal do seu celular – puxou pelas mãos, fazendo-a se levantar.
- Cunhadinha, você é a melhor! – deu-lhe um beijo na testa, antes de sair em direção à sacada no quarto de Nick.
- Hei quem tá no meu quar... Ah, oi, ! – Nick pareceu surpreso ao vê-la debruçada no parapeito da sacada – O que tá fazendo sozinha aqui em cima?
- Tentando achar área pro meu adorável celular – ela fez uma careta balançando o objeto nas mãos. – Desculpe entrar sem permissão.
- Imagina, você pode – ele sorriu fraco ao encostar a porta e sentar na cama.
- Hei, o que foi? – sentou ao seu lado, constatando o olhar triste do garoto. – Que carinha desanimada é essa? Você tem de estar feliz! Vai fazer um filme importante em Hollywood!
- Parece meio difícil ficar feliz pro isso quando se é chutado – ele respondeu baixinho sem olhar para a garota ao seu lado.
- O que? Nicholas como assim? A Ashleigh...
- Terminou comigo – Nick olhou de lado para , dando de ombros. – Ela disse que era melhor assim, do que tentarmos uma relação à distância que não teria futuro.
- Mas... Mas, Nick! Ela não tem como ter certeza disso – a garota levantou da cama e começou a andar pelo quarto. – Os cursos de gastronomia são ótimos em L.A. Ela é talentosa, conseguiria um ótimo emprego em algum restaurante famoso...
- Eu disse tudo isso a ela – o garoto respirou fundo ao se jogar de costas na cama – Mas ela preferiu me ligar dez minutos atrás e dizer que achava melhor terminarmos tudo.
- E você vai deixar por isso mesmo? – perguntou um pouco mais alto. – Você não vai lutar?
- Pra que lutar quando ela já desistiu? – Nick disse de olhos fechados. Alguns minutos se passaram até ele levantar e andar até onde estava parada. – Obrigada por ter vindo... Eu vou descer e curtir a minha festa.
- É o melhor que você faz – sorriu fraco – Você merece celebrar.
- Obrigado princesinha – o garoto deu um beijo na testa de . – Quando sair tranque a porta, não quero ninguém... Fazendo coisas na minha cama.
- Pode deixar – ela acenou enquanto Nick saía do quarto. Voltou para a sacada, vendo que ali a recepção de sinal do celular era ótima; discou os números e esperou, até que no sexto toque, uma voz atendeu em meio a ruídos.
- Alô? – a tal voz era feminina. E tinha uma leve impressão de conhecê-la.
- Esse é o celular do ? – disse um pouco mais alto, devido à musica e conversas misturadas que ouvia do outro lado da linha.
- ...? Toma! É a sua namorada... A ligação ta horrível – ouviu tudo quieta, apenas sentindo as pernas ficarem cada vez mais bambas. Ela reconhecera a voz. Era de Sallie. A ex-namorada de . Até que ela ouviu a voz do próprio dizendo: – Pode desligar.
A respiração de se tornou mais pesada e profunda. A visão ficou embaçada, devido às lágrimas que rapidamente se acumularam em seus olhos. A garota quase não conseguia se manter de pé, tamanha a fraqueza que sentia nas pernas.
Porém, antes de se deixar levar por suspeitas, tentou ligar para mais uma vez... Porém a ligação foi direto para a caixa de mensagens.
Ela ficou sentada no chão da sacada do quarto de Nick por mais de uma hora. Não se permitiu chorar... Mas a cada momento flashes das discussões e brigas com vinham-lhe a mente. Por vezes sussurrou para si mesma: ‘Deixe de ser doida. , é só coincidência. Ele... Ele não faria isso... Não... ’.
- Olá! – chegou sorrindo de um jeito estranho ao pegar o copo de e bebê-lo num único gole – Por que estão aqui sentadas? Vamos dançar!
- ? Você tá legal? – Cath estranhou a atitude da amiga desde o momento em que a viu descendo as escadas da sala da casa dos Hoult.
- E por que não estaria? – sorriu antes de pegar uma dose de tequila numa bandeja.
- Além do fato de que você não bebe? – indicou o copo que já estava vazio nas mãos da garota. – , o que deu em você?
- Nada! Eu só estou sendo normal, e curtindo uma festa como todo mundo faz! – ela falou alto e puxou as duas amigas para a pista de dança.
Enquanto dançavam, continuou bebendo como todos, mas aquilo já era muito pra ela. sabia que o irmão tinha alguma coisa haver com a brusca mudança de comportamento de ; por estarem no meio da pista de dança, a garota optou por mandar uma mensagem de texto para : O que você fez? A ta agindo de uma forma muito estranha. Dê sinal de vida!
Após algumas musicas e algumas doses de marguerita, e Cath pararam de se preocupar com , esquecendo o acontecido, e começaram a se divertir.
- ? Hei, linda – a garota ouvia uma voz distante, mas não tinha vontade de responder, a preguiça falava mais alto. – !
- Que é? – ela resmungou ao abrir os olhos. Deparou-se com a festa que ainda estava animada e cheia. Então viu Nick sentado na ponta do sofá no qual estava deitada.
- Acho que você bebeu demais – ele disse ao tirar alguns fios de cabelo do rosto da menina. – Vem, pode dormir no meu quarto – ao dizer isso, puxou a garota fazendo-a ficar de pé, para logo cambalear. – Você não deveria ter bebido tanto.
- Aposto que você bebeu muito mais que eu – a voz de saia falha e um pouco embolada, enquanto Nick a pegava no colo e desviava das pessoas, levando-a para o andar superior.
- Eu bebi mesmo, mas eu não sou fraco para bebidas como a senhorita é – ele respondeu ao colocá-la em sua cama, sentando na beira; tirou os scarpins vermelho dos pés de , depois arrumou sua franja, tirando-a dos olhos da menina – Agora fica quietinha aí, ok?
- Escuro. Não gosto de escuro - a garota resmungou, fazendo Nick rir de sua carinha de medo.
- Você é tão incrível – ele sussurrou ao afastar a franja da garota para o lado.
- O não acha... O não... Ele e a Sallie... A perfeita – de olhos fechados, falava coisas sem sentido. – Ashleigh é uma idiota por não te querer...
Nick já estava bem próximo da garota, respirou fundo e tocou seus lábios nos dela. O contato não durou mais que segundos. Quando ele fez menção de se afastar, lentamente separou os próprios lábios, deixando Nick sem condições de conter o impulso de aprofundar o beijo...
‘Trata-se de mim? Sou eu a razão que faz as pessoas irem embora? Eu sou o motivo todas essas coisas acontecem para mim? Talvez eu esteja apenas destinada a ficar sozinha’.
- Peyton Sawyer.
Capítulo Vinte: ‘Com olhos, corpos e mentes cansadas: nós dormimos’.
"Às vezes as pessoas fazem jogo duro, porque precisam saber se o sentimento da outra pessoa é real."
- Brooke Davis.
- ?! - a voz de saía esganiçada ao tocar a maçaneta da porta com as pontas dos dedos. – Por favor, me responde... ! – a porta foi então aberta bruscamente, assustando a garota.
- Eu pensei que tivesse deixado bem claro – disse sem olhá-la, a voz baixa e fria. – Mandei você ficar longe de mim.
- A gente precisa conversar... – disse falhamente ao esticar a mão em direção ao garoto. – Você precisa...
- EU NÃO PRECISO FAZER NADA – os olhos de focalizaram os da menina, e ela então viu... O ódio e rancor que ali dentro agora existia. – Você é quem precisa entender que eu não quero mais te ver, não quero falar com você, não quero nem ouvir seu nome.
- Não faz isso comigo – ela suplicou aos sussurros, apenas balançou a cabeça em negação e saiu do apartamento, batendo a porta com força.
[N/A: Coloquem para carregar: Wait. Escutem a música quando for pedido, faz toda a diferença, acreditem.]
Flashback
Podia culpar a bebida. Podia culpar o ressentimento. Poda culpar a raiva.
Mas quando abriu os olhos e focalizou os de , arregalados de pura surpresa, horror e ódio, ela soube que nada justificava o fato de estar nua. Nua na cama de Nick. Nua na cama de Nick e com o próprio adormecido, também nu, ao seu lado.
Sua primeira reação foi puxar o lençol contra seu corpo; sentindo os olhos lacrimejarem ao olhar balançar a cabeça em negação e virar as costas para a porta aberta do enorme quarto de Nick.
- ... – ela ouviu a própria voz sussurrar em desespero.
- Cala a boca – o garoto virou rapidamente falando baixo, o olhar congelado. – Não se atreva a falar comigo...
- Eu... Eu não lembro o que aconteceu... Eu estava bêbada – disse desconexamente ao levantar da cama, enrolada ao lençol azul petróleo.
- Bela desculpa... Mas eu não quero saber... Eu não quero ouvir – disse, olhando Nick dormindo na enorme cama. – Fica aí com o seu... Com ele.
- Ele não é nada meu... Eu só vou me vestir e... – a garota gaguejava ao se aproximar do namorado.
- Nem mais um passo – ele disse esticando a mão, na intenção de impedi-la de chegar mais perto. – Fica longe de mim... Pra sempre. – finalmente olhou nos olhos, fazendo as lágrimas, que a garota lutava bravamente para não derramar, caírem instantaneamente. viu uma mistura de sentimentos passarem pelos olhos do garoto quando ele viu suas lágrimas: pena e rancor. Ele simplesmente virou as costas, descendo as escadas; deixando naquela casa silenciosa, enrolada em um lençol, naquela manhã chuvosa, chorando compulsivamente sozinha num corredor.
***
- ? – Nick disse sonolento quando acordou e se deparou com a garota sentada no chão, devidamente vestida, e segurando um único pé do scarpim vermelho que usava na noite anterior. – Você... Você tá chorando? ?
- Eu só quero... Quero o meu sapato! – a garota disse entre soluços, quando Nick levantou e andou em sua direção, usando somente uma cueca preta; fechou os olhos e balançou a cabeça. – Nicholas, não... Eu só preciso do meu sapato...
- , escuta... Nós precisamos conversar sobre noite passada – o garoto ajoelhou na frente de , limpando algumas lágrimas que caíam dos olhos da menina.
- Noite passada foi... Foi um erro – ela afastou a mão dele de seu rosto. – Eu bebi... Eu senti raiva da Ashleigh por te fazer sofrer... Eu só queria esquecer que o estava com a Sallie... Eu só queria me distrair da dor... Eu sinto muito... Me desculpe...
- Eu não tenho o que desculpar – Nick a ajudou a levantar, sua voz não transmitia emoção alguma. – Não precisa se preocupar comigo, não é a primeira vez que você me usa pra afetar o .
- Nicholas...
- Aqui o seu sapato – Nick a interrompeu ao achar o scarpim vermelho debaixo da cama. – E é sério, não se preocupe comigo, afinal estou indo pra L.A. daqui dois dias...
- Eu realmente... Sinto muito – sussurrou quando mais lágrimas desceram por seu rosto; calçou o sapato e foi em direção à porta. – Eu sei que estraguei tudo... Mas eu quero que saiba que você é uma ótima pessoa... E quem sabe algum dia, possamos ser amigos de verdade.
- Algum dia... Quem sabe.
saiu da casa sem olhar para os lados, sem procurar por Cath e Jazzie. Pegou somente sua bolsa e parou o primeiro táxi que viu. Ligou para o apartamento de – aparentemente, ele não estava lá, pois o telefone tocou incontáveis vezes.
Você ligou para o ... Dãr, você deve saber que ligou pra mim... É isso aí, deixe um recado e... Ah você sabe o que fazer, certo?
O taxista perguntou pela terceira vez se precisava de alguma coisa, claramente preocupado com a jovem que chorava copiosamente no banco de trás de seu táxi: – A senhorita quer que eu pare e compre água? Quer que eu ligue para alguém?
- Não, obrigada – ela respondeu entre soluços. – A única pessoa que eu preciso, não quer falar comigo... Obrigada pela gentileza.
Chegando ao prédio onde morava, o porteiro sorriu ao ver a garota, mas quando percebeu o estado em que ela se encontrava, perguntou se estava tudo bem.
- Tá tudo... Hum, o senhor sabe se o está? – havia parado de chorar quando saiu do táxi agradecendo o motorista.
- Ele está sim, chegou há meia hora – informou o simpático senhor. – Quer que eu o avise que está aqui?
- Não! Er... O senhor pode me deixar subir sem avisá-lo? – implorou com os olhos.
- Eu não tenho permissão para deixar visitantes entrarem sem serem anunciados – o porteiro disse, visivelmente sensibilizado pelo estado da garota.
- Por favor... Eu preciso subir e... – os olhos de começaram a marejar novamente.
- Senhorita – o senhor a interrompeu falando mais baixo. – Eu vi o senhor quando chegou, e agora olhando para a senhorita, posso dizer que aconteceu alguma coisa... Por isso, vou deixá-la subir.
- Oh, muito obrigada... – a garota tentou sorrir, mas isso só fez com que uma lágrima caísse por sua bochecha.
- Não precisa agradecer, contanto que isso não me traga problemas – o porteiro sorriu fraco quando murmurou “obrigada”.
Quando as portas do elevador privativo foram abertas, a garota se deparou com a sala do apartamento de completamente fora de ordem. Os controles de videogame tinham sido atirados contra a parede, as almofadas estavam jogadas em diferentes locais, os porta-retratos estavam totalmente estilhaçados pelo chão e várias fotos do casal haviam sido rasgadas ao meio.
então ouviu algo de vidro caindo no chão, quando levantou os olhos, encontrou a olhando; seus cabelos estavam desalinhados, como se tivessem sido puxados com muita força; a garota viu algumas gotas de sangue pingando da mão dele, devido ao ferimento causado pelo porta-retrato que ele acabara de quebrar; ela tentou não focalizar os olhos de , mas quando o fez, sentiu suas pernas ficarem moles por ver o quão vermelhos e marejados os lindos olhos dele estavam.
- Me desculpe por ter entrado sem... – timidamente deu um passo à frente e então se assustou com a voz transtornada de .
- VOCÊ TEM MILHÕES DE COISAS PELO QUE SE DESCULPAR, ENTRAR NA PORRA DO MEU APARTAMENTO SEM SER CHAMADA É O QUE MENOS IMPORTA – ele respirou fundo, vendo que a garota não esperava sua reação explosiva. desistiu de se controlar, gritando mais uma vez: – VOCÊ PODERIA SE DESCULPAR POR ENTRAR NA MINHA VIDA... VOCÊ DEVERIA SE DESCULPAR POR EXISTIR!
- Fala baixo, por favor – pediu sussurrando. – Gritar não vai resolver nossos problemas.
- NOSSOS PROBLEMAS? SEUS PROBLEMAS! VOCÊ FOI QUEM FERROU COM TUDO! – a voz de chegava a falhar, de tão alto que ele gritava ao se aproximar da garota.
- Nossos problemas, sim! E não fui eu quem começou a ferrar com tudo! – Todo o arrependimento e vergonha que sentia estava se transformando em raiva. – Não jogue toda a culpa nos outros! Como você sempre faz!
- NÃO VIRE A SITUAÇÃO CONTRA MIM, SUA CÍNICA! – estava a apenas três passos de distancia de , mesmo assim, não parara de gritar a plenos pulmões. – COMO VOCÊ SE ATREVE A ME CULPAR DE ALGUMA COISA, SENDO QUE EU ACABEI DE TE VER NA CAMA COM OUTRO? VOCÊ É UMA VADIA!
- CALA A BOCA! – acabou por perder o controle, gritando tão alto quanto . – CALA ESSA BOCA AGORA! PARA DE GRITAR COMIGO, SEU INFELIZ! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA ME CHAMAR DE VADIA?
- EU ERA A PORRA DO SEU NAMORADO! QUEM VOCÊ ACHA QUE É PRA SEQUER OLHAR PRA MIM DEPOIS DO QUE VOCÊ FEZ? – os dois perceberam como se referiu a relação deles, no passado.
- EU SEI QUE ERREI, CARAMBA! – já chorava, passando as mãos nervosamente pelos cabelos. – EU NÃO TO DIZENDO O CONTRÁRIO, MAS VOCÊ PRECISA ADMITIR QUE TEM CULPA NISSO TAMBÉM!
- EU? QUE CULPA POSSO TER EM VOCÊ TER DORMIDO COM OUTRO CARA? – ele se aproximou mais, ficando a um passo de distância.
- VOCÊ ESTAVA COM A SALLIE! – berrou ao bater com os dois punhos contra o peito de . – VOCÊ MUDOU! VOCÊ ESTAVA SEMPRE SUMINDO, NÃO ATENDIA O CELULAR... E ENTÃO ONTEM A SALLIE ATENDEU!
- VOCÊ ACHA QUE ISSO JUSTIFICA ALGUMA COISA? – o garoto respirou fundo ao segurar firmemente os pulsos de , e pela primeira vez, disse baixo. – Só porque a Sallie atendeu meu celular... Você me traiu por isso?
- Eu não te traí... – a garota murmurou, deixando algumas lágrimas caírem por seu rosto.
- Não? Você estava nua na cama dele... Justo do Hoult, ! – apertou mais as mãos em torno dos pulsos da garota. – Você transou com ele só porque outra mulher atendeu meu celular! Como você pode ser tão infantil?
- Eu não sou infantil! Você tem me evitado por semanas! Sempre arrumando motivos para brigas... Quando a sua ex-namorada atendeu o celular, eu pensei coisas ruins, mas não foi isso que me fez perder a cabeça! – tentou se livrar das mãos de , que já a machucavam. – Eu pedi pra você ir à festa comigo, eu te liguei, eu mandei mensagens... E quando finalmente alguém atende ao telefone, esse alguém é a perfeita da Sallie... E VOCÊ A MANDOU DESLIGAR NA MINHA CARA!
- E você me traiu por isso? – soltou os braços da garota com força, fazendo-a bater as costas na parede da sala. – VOCÊ ME TRAIU POR ISSO?
- VOCÊ ACHA POUCO? ESSA FOI A PEÇA QUE FALTAVA NO QUEBRA-CABEÇA! – ela respirava profundamente, tentando não chorar e parar de gritar. – Tudo indicava o que você queria fazer, mas não tinha coragem... E quando eu te ouvi dizendo “pode desligar”, tudo fez sentido... Doeu tanto, ...
- Do que você ta falando? – o garoto franziu a testa, confuso ao se afastar de . – Você entendeu o que eu estava fazendo e me traiu? Que tipo de monstro você é, garota?
- Agora eu sou o monstro? – disse exasperada. – Você não foi homem o suficiente pra terminar comigo, me fazendo sofrer a ponto de perder o controle e dormir com outro, e eu sou o monstro?
- O quê? ... – respirou fundo algumas vezes antes de virar as costas para a menina e dizer: – Vai embora daqui... Agora.
- Não, eu não vou embora! Nós não terminamos de conversar – ela o seguiu pelo apartamento. – ! Volta aqui, isso não pode ficar assim!
- Mas vai ficar assim – virou bruscamente no corredor, encarando bem de perto. – Eu não consigo digerir... Suportar o que você fez...
- Para de colocar toda a culpa em um erro meu! Pela primeira vez o erro veio da minha parte e você quer me crucificar!
- Mas eu nunca te traí, nunca!
- Você realmente acha que eu acredito nisso?
[N/A: Coloquem a música para tocar!]
- Só sendo muito burra pra não acreditar... Só sendo mais burra ainda pra achar que eu queria terminar com você... Só sendo completamente estúpida pra achar que eu estava com a Sallie... , você não faz mesmo ideia de por que eu estava te evitando? – disse baixo, olhando fixamente nos olhos da garota.
You and I made mistakes (Você e eu erramos) We've been in and out of arguments (Nós temos estado dentro e fora de argumentos) And said some things we didn’t mean to say (E dizemos algumas coisas que nós não queríamos dizer) This time you're not the one to blame (Desta vez você não é o único para se culpar) Sometimes I get a little too afraid (Às vezes eu fico um pouco com medo) I didn’t mean to cause you any pain (Eu não quis te causar nenhuma dor)
- Para de falar assim comigo, ! – disse séria e então completou: - Eu... Eu não sei de mais nada… Está tudo tão confuso.
- Ah, é claro que você não sabe... – ele sorriu ironicamente. – Eu achei que estivesse fazendo a coisa certa... Sendo um bom namorado...
- Do que você tá falando?! – disse um pouco mais alto. – Bom namorado? Nem de longe você tem sido um bom namorado, !
- Não fala o que você não sabe, ! – ele falou baixo mais uma vez, o olhar cortante. – Eu estava te dando opções! Eu não quis que você decidisse seu futuro baseada num namoro... Eu me afastei para te deixar livre para pensar direito e escolher... Escolher por si mesma, e não por nós dois.
So wait (wait) (Então espere (espere)) Ahh wait darlin (Ahh, espere, querido) Before you go and throw our love away (Antes que você se vá e jogue nosso amor fora)
Can I get a minute to explain? (Eu posso ter um minuto para explicar?) Now wait (wait) (Agora espere (espere)) Ah think about it (Ah, pense nisso) Before you turn around and walk away (Antes que você vire e se afaste) Baby how can I get you to stay now? Wait (Amor, como eu posso conseguir que você fique agora? Espere)
- Você... – os olhos de se encheram de novas lágrimas – Não! Você não fez isso... Você não...
- O quê? Surpresa por achar alguém que pensa nos outros e não só em si próprio? – ele riu sem emoção. – Sim, eu te dei espaço, , espaço pra você escolher uma universidade, um futuro... Mesmo que fosse um futuro sem mim!
- ... Eu não fazia ideia... Eu pensei... – a garota gaguejava entre lágrimas, sentindo o peito doer tamanha culpa que sentia.
- Eu sei o que você pensou! Como sempre você pensou o pior de mim. Porra, ! Eu te amo – ele quase gritou a ultima parte, respirou fundo e disse mais calmo. – Não faz essa cara de espanto, tenha dó! Você sabe que eu te amo... Ou amava.
Now I've been caught with my heart on (Agora eu tenho sido pega com meu coração) Time and time again (Em tempo em tempo novamente) Holdin on, why (Esperando; por quê?) Boy you know I'm so alone I (Garoto, você sabe que eu estou tão sozinha) I just need a friend (Eu apenas preciso de um amigo) And you've been so good to me (E você tem sido tão bom pra mim) I don't wanna miss a real good thing (Eu não quero perder uma coisa realmente boa)
- Não fala isso – ela deu um passo vacilante em direção a ele, que se afastou automaticamente. – Não fala no passado... Isso não pode ter mudado tão rápido.
- Tem razão, não mudou – ele se afastou mais e disse friamente. – Mas eu vou fazer mudar, a partir de agora.
- Não! Para com isso... ... – andou até ele, limpando as lágrimas com as costas das mãos. – Eu errei... Mas... Mas...
- Mas nada, – ele disse virando de costas. – Feche a porta quando sair.
- Por favor... – ela começou a dizer, mas a interrompeu.
- Acabou, . Vai embora. – Com isso, ele entrou no quarto, trancando a porta.
A garota ficou alguns minutos paralisada no meio da sala de estar, havia parado de tentar cessar a lágrimas e os soluços... Acordou de seu transe quando ouviu um doloroso “ai, porra” vindo do quarto de . Ela olhou para o chão, sua visão estava embaçada pelas lágrimas, mas ela pode ver claramente o rastro de sangue que ia até a porta do quarto do garoto. Com passos vacilantes, andou pelo curto caminho e bateu de leve na porta, não havendo nenhuma reação do lado de dentro.
Wait (Espere) So wait (wait) (Então espere (espere)) Ahh wait darlin (Ahh, espere, querido) Before you go and throw our love away (Antes que você se vá e jogue nosso amor fora) Can I get a minute to explain? (Eu posso ter um minuto para explicar?) Now wait (wait) (Agora espere (espere)) Ah think about it (Ah, pense nisso) Before you turn around and walk away (Antes que você vire e se afaste) Baby how can I get you to stay now? Wait (Amor, como eu posso conseguir que você fique agora? Espere)
– Só abre a porta pra eu ver como sua mão está – ela disse baixinho, e então esperou, segurando o choro, por alguns minutos, porém nada aconteceu. Ela suspirou falhamente, sentando no chão com o ombro apoiado na porta; encostou a bochecha na madeira fria e ouviu murmurando um sofrido “caralho”. – Você está sentindo dor... – ela sussurrou, tendo certeza de que ele ouvia - , me deixa ver esse corte, pode ser grave – tocando de leve a porta com a palma da mão, completou: – Por favor...
- A merda da minha mão é o que menos dói – ouviu a voz dele vindo de bem perto, com a vista um pouco turva conseguiu ver a sombra de pelo vão da porta. – Eu queria... Que ela me distraísse da pior dor que eu já senti... Mas não distrai... E a culpa é toda sua... – ela viu quando a sombra de se afastou da porta, não antes de completar: – Me deixa em paz... Sozinho com os machucados que você causou.
- ... – foi a única coisa que conseguiu pronunciar quando seu choro ganhou o apartamento.
You dont know what you do to me (Você não sabe o que faz comigo) Baby won't you sit and talk to me (Amor, você não vai se sentar e conversar comigo?) No it doesn't have to be this way (Não, não precisa ser desse jeito) Darlin I'm just wantin you to stay (Querido, eu apenas estou querendo que você fique) You don't know what you do to me (Você não sabe o que faz comigo) Baby won't you sit and talk to me (Amor, você não vai se sentar e conversar comigo?) No it doesn't have to be this way (Não, não precisa ser desse jeito) Darlin I'm just wantin you to stay (stay) (Querido, eu apenas estou querendo que você fique (fique))
Inúmeros minutos se passaram, e os únicos sons ouvidos no apartamento eram as fracas batidas que dava contra a porta, murmurando entre soluços pedidos de desculpas. Em certo ponto a garota não tinha mais fôlego, nem lágrimas, seus olhos estavam pesados e o corpo dolorido, por estar sentada no frio corredor por tanto tempo... Dentro do quarto, nem a respiração de era ouvida, deixando todo o apartamento mergulhado num profundo silencio. Fazendo o sussurro exausto de parecer ter sido gritado a plenos pulmões: Eu te amo tanto...
Então algo atingiu a porta fortemente, fazendo um alto barulho de algo se despedaçando. levantou imediatamente, ainda assustada quando a ouviu a chave sendo virada na fechadura.
So wait (Então espere) Think about it everyday (Pense sobre isso todos os dias) Before you turn around and walk away (Antes de se virar e caminhar pra longe) Baby how can I get you to stay now, wait (Amor, como eu posso conseguir que você fique agora, espere) Now wait (Agora espere)
- ?! - a voz de saáa esganiçada ao tocar a maçaneta da porta com as pontas dos dedos. – Por favor, me responde... ! – a porta foi então aberta bruscamente, assustando (ainda mais) a garota.
- Eu pensei que tivesse deixado bem claro – disse sem olhá-la, a voz baixa e fria – Mandei você ficar longe de mim.
- A gente precisa conversar... – disse falhamente ao esticar a mão em direção ao garoto – Você precisa...
- EU NÃO PRECISO FAZER NADA – os olhos de focalizaram os da menina, e ela então viu... O ódio e rancor que ali dentro agora existia. – Você é quem precisa entender que eu não quero mais te ver, não quero falar com você, não quero nem ouvir seu nome.
- Não faz isso comigo – ela suplicou aos sussurros, apenas balançou a cabeça em negação e saiu do apartamento, batendo a porta com força.
Hmmmmm, ohh (wait) (Hmmmm, ohh (espere)) Gotta wait (Você precisa esperar) Gotta wait (Você precisa esperar) Yeeeaahh, oooh (Yeeeaahh, oooh) I'm just askin you to wait on me (Eu apenas estou te pedindo para esperar em mim) Please wait (Por favor espere) Oooh, please wait baby (Oooh, por favor, espere baby)
Fim do Flashback
***
- ? – a voz de Cath estava vacilante quando tendeu o celular.
- Oi – respondeu baixinho.
- Você tá bem? Onde você tá? O que aconteceu? – a garota soltou de uma vez, e então ouviu Jazzie gritando ‘deixa de ser pirado!’
- Estou indo pra casa – disse sem emoção, olhando fixamente a cabeça da miniatura de Elvis Presley balançando no painel do táxi.
- Ok... – ela ouviu Cath sussurrando, provavelmente para Jazzie: “Ela está vindo... Não sei... Ah, merda, !” Então falou com a voz trêmula: – Docinho, estamos te esperando. Vai ficar tudo bem, eu prometo.
- Tchau, Cathie.
***
- Eu não sei o que fazer, Catherine! Não dá pra arrumar isso antes de ela chegar!
- Jazzie, se ela chegar e vir isso... – Cath interrompeu a frase quando o ouviu a porta da sala sendo fechada. As duas se olharam espantadas e desceram correndo as escadas, se deparando com encostada na parede e respirando fundo.
- Acabou, meninas... Ele terminou comigo – ela sussurrou antes das amigas a abraçarem fortemente.
- Calma, , vai ficar tudo bem – Cath disse baixinho ao acariciar os cabelos da amiga.
- Shh, depois vocês conversam direito... Agora você precisa descansar – Jazzie tentou evitar que suas próprias lágrimas caíssem ao ver as de prestes a transbordar.
- Obrigada, meninas – tentou sorrir ao sair do abraço. – Vou tomar um banho e ficar quietinha na minha cama... Tentar dormir um pouco.
- Você não prefere dormir no quarto da minha mãe? – Jazzie disse rapidamente. – A cama é maior e sei lá, vai te deixar mais tranquila...
- Hum, não... Acho que meu quarto vai me fazer bem – estranhou a maneira que a amiga estava se portando, mas ignorou.
- Olha, ... A gente precisa te contar uma coisa – Cath disse calmamente, como se sua voz pudesse assustar . – Pouco antes de você chegar...
- Meu irmão esteve aqui – Jazzie completou, falando no mesmo tom – E , eu não vou mentir, eu nunca o vi daquele jeito.
- Nós não queremos te deixar pior, afinal nós nem sabemos direito o que aconteceu, mas é sério, o estado do nos assustou – Cath também tinha lágrimas nos olhos e parecia abalada ao se lembrar do jeito de minutos atrás. – E nós não queremos que você veja o que ele fez...
- Como... Como assim, “o que ele fez”? – deu alguns passos em direção à escada, mas logo foi impedida pela mão de Jazzie.
- Amiga, você não vai gostar...
- Eu quero ver, Jazzie! – ela disse decidida e subiu as escadas. No andar superior, viu algumas gotas pretas no chão, formando uma trilha até seu quarto...
- Nós tentamos impedir… - Cath parou ao lado de , falando baixinho.
- Mas ele parecia outra pessoa, estava fora de si – Jazzie completou.
- E eu achando que ele não prestava atenção nas bobagens que eu falava... – disse mais para si mesma, olhando a sua nova porta. Preta.
- Amiga, você pode explicar... Contar o que tá acontecendo? Saímos da festa e você já não estava lá e...
- Agora não, Jazzie, a precisa descansar – Cath interrompeu enquanto conduzia até sua cama. – Deita aí, florzinha, tenta dormir, ok?
- Ok – ela respondeu depois de tirar os sapatos e se acomodar debaixo do cobertor. As duas saíram do quarto, deixando sozinha, fitando a porta recém pintada. Imaginando o quão ferido estava, a ponto de ter feito algo tão infantil e tão cruel.
Flashback
- Calma, calma – o décimo sétimo episódio da segunda temporada tinha acabado há alguns minuto,s e ainda fazia lhe explicar as histórias da série. – A Brooke ia embora, daí o Lucas pintou a porta do quarto dele de vermelho, pra ela morar lá e se sentir em casa. Certo?
- Certo! – sorriu fraco; o garoto conseguiu fazer com que ela assiste à série que significava tanto em sua vida, e sem chorar. Foi bom. – Daí, depois de uma mega briga, ele a pinta de preto, pra mostrar o quão magoado ele estava com a Brooke, entendeu?
- Entendi. Agora faz sentido toda essa adoração que você tem pela tal porta vermelha... – deu um selinho demorado na garota que estava sentada ao seu lado. – Obrigado por confiar em mim.
- Obrigada por me ajudar a vencer meus medos – sussurrou, passando as pernas ao redor da cintura de . – Eu amo você, , seu idiota.
Fim do Flashback
atingiu o ponto fraco de . E ele sabia disso.
***
"Há um certo momento que toda sua vida sai de seu curso. Nesse momento de desespero, quem você será? Você baixará a guarda? E achará conforto em alguém em que não esperava? Você esticará os braços? Você enfrentará seus maiores medos corajosamente? E seguir em frente com fé? Ou você vai sucumbir à escuridão da sua alma?"
- OTH Cast.
Capítulo Vinte e Um: “Uma árvore na colina”.
“Não olhe pra trás e lamente o passado, por não existir mais. E não se aflita porque o futuro ainda está por vir. Viva no presente, e o torne tão bonito que valerá a pena ser relembrado".
- Lucas Scott.
Dois meses depois...
- Posso falar com você? – se assustou ao ouvir a voz de logo nas primeiras horas da manhã em seu quarto; levantou rapidamente da cama, e sentiu uma leve tontura, que passou não despercebida pelo garoto. – Tudo bem?
- Sim, tudo ótimo – ela forçou um sorriso e ignorou o desconforto que a tontura lhe trouxe. – Pode sentar, se quiser.
- Obrigado – coçou a cabeça, sem jeito, e adentrou o quarto após fechar sua mais recente obra de arte, a porta preta. Sentou-se na poltrona de cor vinho que ficava de frente para a cama, onde a garota agora estava sentada. – Desculpe vir tão cedo.
- Sem problemas, acordei há duas horas com a sua irmã surtando por ter se esquecido de comprar alguma coisa pra viagem – tentava não olhar diretamente nos olhos de ao falar, decidiu então fixar os olhos nas dezenas de folhas de papel que estavam nas mãos do garoto. – Ainda não acredito que ela vai para Cambridge amanhã.
- Nem eu – olhava desconfortavelmente a porta preta do quarto. - Nunca imaginei que ela tivesse um cérebro de verdade.
- ! – exclamou sem perceber, arregalando os olhos quando o fez. – Desculpe... Eu, er... Ela é bem inteligente quando quer, sabe?
- É, parece que sim – tentou conter o sorriso ao ouvi-la falar daquele jeito, fazendo-o lembrar dos velhos tempos; apertou os papéis em suas mãos, lembrando do motivo de ter ido até lá. – Hum... Tem alguém em casa? Está tudo tão quieto.
- Não. Foram pela milionésima vez comprar algo desnecessário, sinto pena da sua mãe por ter de aguentar a maluquices da . – deu de ombros ao arrumar a blusa roxa que usava.
- Er... Eu acho que você sabe por que vim aqui... – disse sem jeito. – Eu li.
- Você leu... – ela respirou fundo, finalmente olhando o garoto nos olhos – tudo?
- Tudo – olhando a menina atentamente, ele pôde perceber como aquelas semanas separados a afetarem, como por exemplo, as sombras arroxeadas debaixo dos olhos e a evidente perda de peso que ela sofrera; sentiu um aperto no coração, só de pensar que aquilo tudo era culpa dele. – A gente pode conversar?
- ... – ele sentiu os pelos da nuca se arrepiarem só de ouvir a voz da garota dizendo seu nome, hesitante. – Você não tem obrigação nenhuma de falar ou até olhar pra mim... Você tem na verdade, todo o direito de me odiar... Eu só mandei isso porque...
- – interrompeu, desdobrando as folhas e dando um uma breve olhada no que estava escrito na primeira. – Eu tive cinquenta e seis dias pra sentir raiva, decepção e ódio de você – ele parou ao vê-la respirar fundo. – E depois de um turbilhão de sentimentos ruins... Eu li seu diário.
- Não é diário...
- É livro de memórias, eu sei – ele corrigiu prontamente. – Memórias basicamente sobre nós dois... Sobre mim – viu a garota morder o lábio e assentir minimamente com a cabeça. – Minha irmã te contou sobre quando ela foi me entregar essas folhas?
- Não... Hum... Elas meio que evitam falar sobre você perto de mim – completou baixinho, olhando para o chão.
- Eu sei como é... – ele comentou distraidamente. – Acho que ela não te contaria de todo jeito, afinal ela nem conhecia a maioria dos palavrões que eu usei quando entrou no meu apartamento – não pôde deixar de abrir um pequeno sorriso ao ver um tímido no rosto de . – Ela não disse nada, só me deu uma tapa na cabeça e deixou os papéis na mesa da cozinha. E daí... Eu joguei seu diário no lixo. O o colocou no sofá da sala. Eu espalhei todas as folhas pela casa. O as organizou e colocou no minibar. Eu deixei cair vodca encima delas... O as secou, e as colocou no lugar onde eu não poderia ignorá-las...
- Onde? – se ouviu perguntando, a voz ainda baixa e olhar vacilante.
- No meu quarto... – coçou a cabeça desconfortavelmente. – O único lugar que eu não conseguia dormir.
- Por quê? – a garota começou a sentir o nó na garganta, tão presente nos últimos tempos, se formando.
- Meu quarto tem fotos suas, nossas. Meu quarto tem o seu cheiro... – ele suspirou pesadamente e concluiu: – sabia que colocando as folhas ali, no seu travesseiro, eu não conseguiria fingir que elas não existiam. Então eu li. Sem parar...
fechou os olhos diante das palavras de , sentindo o choro cada vez mais próximo. Não podia fazer isso com ele, não podia.
– Não fala mais nada... Eu... Você não sabe... , por favor – ela caminhou até a janela, ficando de costas na intenção de não deixá-lo ver a culpa em seu olhar. – Desculpe ter enviado isso, sério. Foi um erro, as coisas estão bem do jeito que estão...
- Não fala isso – continuou sentado, passou a mão pelos cabelos, sentindo-se perdido entre todos os sentimentos que a presença de lhe causava. – As coisas não estão nada bem... Está tudo uma merda. As vidas da Cath e da viraram verdadeiras merdas, tentando amenizar as coisas. As vidas dos caras viravam merdas toda vez que me viam bebendo e afundando nossa banda junto com as minhas mágoas. Eu nunca tinha visto minha mãe chorar desde quando meu pai foi embora... E ela chorou, . Chorou por me ver chorando – o garoto se afundou na poltrona, encostando a cabeça na parede; fechou os olhos com força ao ouvir soltar o ar pesadamente. – Estamos fazendo todo mundo sofrer. Todos que a gente ama... Sofrendo por nossa culpa. Se eu tivesse lido antes, te escutado desde o começo...
- O quê?! – a garota virou rapidamente, encarando completamente esparramado na poltrona e de olhos fechados. – Para com isso, chega! Eu cansei de todos me tratando como coitadinha, quando na verdade eu sou o monstro! E agora você? , eu sou a vagabunda que dormiu com o cara que você detesta, lembra? Para de ser bonzinho comigo, eu não mereço! Eu mandei essa porcaria de diário antes de saber que... – parou abruptamente e arregalou os olhos, como se estivesse prestes a falar o que não devia. – Por favor, vai embora. Esquece o que você leu, é tudo passado... Eu vou embora em breve, e então tudo vai ser do jeito que tinha que ser.
- Do jeito que tinha que ser – sentou corretamente e jogou as folhas sobre a cama da menina. – Me diz, que jeito seria esse?
- Você feliz, sua banda fazendo o sucesso que merece e eu no Brasil, com a minha família – a garota disse tentando soar firme e coerente, quando na verdade, ela tremia sentindo uma tempestade de lágrimas se aproximar.
- Você realmente acha que isso é o certo? – levantou, ficando diante da garota, que instintivamente deu um passo para trás. – Caralho, . Eu vim aqui achando que tudo ia se resolver... Que nós iríamos conversar e tudo ia ficar bem. Por que você tá dificultando?
- Porque você só veio aqui pelo que leu, sem perceber que eu não sou mais assim... Eu... – viu de relance, seu corpo de perfil refletido no espelho, e rapidamente mudou o rumo do que dizia. – Você se baseou em fatos antigos quando decidiu vir aqui, você não consegue perdoar o que eu fiz.
- Você não sabe do que eu sou capaz de fazer ou não – estendeu a mão, numa tentativa falha de se aproximar da garota. – O que eu sinto por você é mais forte do que uma possível traição...
- Possível traição? – o olhou indignada. Como ele podia ser tão fofo quando ela era uma vadia traidora? – , acorda! Eu transei com o Nicholas.
- Você estava bêbada, com raiva de mim e ciúme da Sallie. E o Hoult se aproveitou da situação – ele falou baixo, soando cansado. – Meu Deus, ! Já estamos brigando!
- É claro que estamos brigando! O fato de você estar arrumando desculpas por mim é ridículo! Sou eu quem deveria estar falando isso! Eu deveria implorar pelo seu perdão... Eu...
- E por que não o faz?
- Porque eu não mereço! – a garota quase gritou a última frase, sentindo os olhos finalmente serem inundados de lágrimas. – Eu não mereço você! Eu sou suja... Você merece alguém melhor!
- Mas eu quero você, porra! – também elevou o tom de voz. – Eu sempre quis, e agora eu sei que foi recíproco desde o começo! Aqueles papéis ali, que você tanto se arrepende de ter mandado, são a prova!
Londres, Janeiro de 2003
Alguém, por favor, me belisca? Eu só posso estar sonhando... Não me belisca nada, eu não quero acordar. MEU DEUS! É tão difícil de acreditar que algo tão incrível tenha acontecido depois de tantos dias turbulentos no Brasil, e a minha entrada no meio do ano letivo num colégio em outro país...
Por mais que eu tenha adorado a Cath e os Richardson, não tem comparação! São os ! Acho que deixei minha mãe surda ontem no telefone, coitadinha. Eu tô tão feliz, mas ainda não sei dizer bem se é por tudo o que tem acontecido, ou pelo simples fato de que se trata da família do , tipo, o meu . Abençoada seja a mãe dele por não perceber que o filho dela já tem uma fama considerável, e não é aconselhável participar do programa de intercâmbio do governo!
Hoje conheci meu novo quarto... É lindo, assim como o resto da casa. O melhor? É em frente ao do , que por sinal tem a porta azul! Azul! Dá pra acreditar? Queria tanto que a Sophie estivesse aqui pra ver isso... Ela provavelmente ficaria com vontade de me bater, afinal, eu ganhei a aposta!
- Logo nas primeiras páginas, você mencionou uma aposta – falou mais baixo, vendo que a garota sentar no parapeito da janela e esconder o rosto entre as mãos, prestes a chorar. – Que aposta era essa?
- Sophie e eu sempre disputamos a tal porta vermelha – a voz de saía abafada, por ainda estar tampando o rosto. – E ela falava que a porta do seu quarto era verde, a minha cor favorita, afinal, nós éramos “almas gêmeas”. E eu sempre fui contra essa teoria, brincando que a Lei de Murphy me persegue e por isso a sua porta seria de qualquer cor, menos verde.
- Você já olhou fotos antigas da minha família, certo? – sentou na beira da cama e pegou as folhas, e viu assentir minimamente com a cabeça, enquanto lutava contra as lágrimas. – Já viu alguma da casa antes da reforma? – a garota negou. – Era pequena, então quando minha mãe engravidou da , meu pai resolveu reformar, já que de maneira alguma minha mãe aceitaria se mudar daqui. Se você olhar fotos antes da reforma, você vai ver que a porta do meu quarto... era verde.
- Quê? – levantou a cabeça rapidamente, duvidando de seus próprios ouvidos.
- Meu pai mudou a cor, ele escolheu azul e só por isso, por ele, que eu não voltei para o verde – ele sorriu de lado, sem ânimo. – Acho que a Sophie estava certa, nós somos almas gêmeas.
- Nós... Não somos, não podemos ser – a primeira lágrima escorreu pela bochecha da menina.
- Como não, ? Eu sei que você se sentiu da mesma forma que eu – ele colocou algumas folhas de papel sobre a cama, achando a que se referia. – Nosso primeiro beijo.
Londres, Maio de 2003.
É, acho que além das minhas pernas estarem tremendo, minhas mãos também foram afetadas. Eu deveria ter imaginado... Só com um simples abraço, eu já me derretia (como ele faz questão de lembrar)... Um selinho, eu quase derrubei o prato de comida na escada... E agora? Estou sentada no ônibus de turnê do McFly (tentando não pirar com esse fato) e usando o laptop do (ainda não me acostumei com isso, ser uma deles) e tentando escrever sobre o momento mais surreal da minha vida. Eu beijei o . Eu, , beijei . Ou melhor, ele me beijou! Eu chorei na frente dele, e ao invés de rir da minha cara, ele me abraçou e disse coisas fofas... E eu fiquei meio desnorteada por tê-lo tão perto, com o cheiro dele, e como sempre eu fiquei completamente mole.
Eu queria entender como eu consigo brigar tanto com ele sem agarrá-lo? Como eu consegui durante tanto tempo chegar tão perto para gritar ou bater nele, e não beijá-lo?
Meu Deus, já tem quase uma hora desde o beijo e eu ainda sinto uns calafrios... É muita doideira fechar os olhos e conseguir sentir as mãos dele na minha cintura? E no rosto? Tô ficando doida, porque eu sinto!
Oh Deus, seu infeliz mais lindo da face da Terra, por que você resolveu mexer justo comigo? Com a minha cabeça, que já não era muito normal? E meu coração...? Que anda tão machucado desde a ida da Sophie pro céu (né amiga? Tá arrasando nas estrelas, colocando mais cor nessas nuvens). Parece que a cada olhar que ele direciona a mim nesse ônibus, um corte deixado pela Sophie se fecha, cura. Se continuar assim, em breve terei meu coração saudável de volta, com um novo morador.
- Eu te olhei escrevendo esse trecho, naquela noite no ônibus – descartou mais uma página do diário. – Os seus olhos brilhavam tanto, e às vezes você sorria sozinha enquanto escrevia. Linda. A garota mais linda que eu já conheci. Que eu queria ter nos meus braços o tempo todo... Que eu sabotava todas as tentativas de outros caras de aproximação.
- , para... – choramingou, encostando as costas no vidro da janela. – Para de remoer o passado... Isso já era, não volta mais... Não...
- Não acabou – ele disse, decidido, ao levantar e parar diante da garota. – É o nosso passado, . Nosso. Faz parte da nossa historia, é a base de um futuro juntos.
- NÃO É! VOCÊ NÃO SABE O QUE TÁ DIZENDO! – a garota perdeu o resto do autocontrole que tinha; levantou chorando e empurrou o peito de com certa força. – NÓS NÃO TEMOS UM FUTURO!
- Depois de tudo pelo que passamos, a Sallie, a Liza, as brigas... Você acha mesmo que eu vou deixar o Hoult nós separar? – a segurou pelos pulsos, falando alto. – Eu não vou desistir de você, , eu não vou!
- Mas você precisa! Que merda, ! – a garota chorava enquanto tentava soltar seus pulsos, firmemente presos pelas mãos dele. – Vai embora!
- Eu não vou embora! Agora vê se cala a boca e me escuta – ele disse mais baixo, trazendo-a para perto de si. – Eu não vou desistir da única garota que realmente confia em mim.
- Se eu confiasse em você, eu não teria agido feito uma louca e tirado conclusões precipitadas sobre a Sallie – choramingou mais, sentindo as pernas bambas pela proximidade com o corpo de .
- Você confia sim! Você me contou sobre a Sophie – ele afrouxou o aperto nos pulsos da garota, tentando fazê-la olhar em seus olhos. – Isso com a Sallie foi o ciúme, eu sei como é, já agi assim varias vezes quando te vi com o Hoult.
- Por favor, por favor, para! – ela encostou a testa no peito de , chorando alto. – Não fala o nome dele...
- Por quê? – ele perguntou ao passar seus braços ao redor dos ombros da garota; seu corpo aos poucos registrava como era ter tão perto novamente.
- Ele me faz lembrar de tudo o que eu perdi – ela sussurrou pressionando o rosto conta o peito do garoto.
- Você não perdeu nada.
- Eu perdi você – ela segurou fortemente a camiseta de , respirando fundo.
- Eu? Olha pra mim – o garoto envolveu o rosto de com as duas mãos, a forçando a olhá-lo nos olhos. – Esse tipo de coisa acontece em todas as relações... Você nunca vai me perder, linda...
- Eu já mandei você parar de tentar consertar as coisas – ela sibilou, se desvencilhando do garoto – As coisas nunca mais serão iguais... Se você soubesse... Eu não... Eu já perdi você.
- E eu já mandei você parar de tentar foder tudo! Você tá parecendo outra pessoa! O que ta acontecendo, ? Me diz... Eu tô perdido no meio das suas lágrimas e recusas... – passou as mãos nervosamente pelos cabelos, respirando fundo.
- Eu sou outra pessoa... Uma pessoa que não pode ficar com você – ela disse sem olhá-lo.
- Não pode ficar comigo? Você me mandou essa merda de diário há quase dois meses com a intenção de ter meu perdão – o garoto ficou diante de , desafiando a garota a dizer alguma coisa. – E agora não me quer mais? Então toda aquela baboseira que eu li sobre como a sua primeira vez foi mágica e como você me ama foi mentira? É isso?
Londres, Fevereiro de 2005.
É possível você amar tanto alguém a ponto de doer? Porque se não for, eu sou um caso a ser estudado.
Juro que cheguei a pensar que o que eu sentia pelo fosse uma paixonite adolescente... Mas depois da conversa de ontem, eu percebi que é amor. Eu imaginava como seria contar a alguém sobre a Sophie... A reação, as palavras e o carinho que ele me transmitiu foram inacreditáveis. Se ele ao menos soubesse o quanto aquilo significou pra mim...
Ele disse que me ama. Inúmeras vezes. Eu ainda acho que estou sonhando, e se estiver não me acordem. ELE ME AMA. Meu amor por ele não é nenhuma novidade, mas ele pareceu tão feliz em escutar “eu te amo, , seu idiota” (declaração de amor igual a minha? Não existe!).
Eu já li, assisti e ouvi muito sobre sexo. Mas nenhum relato se compara a primeira vez que eu fiz amor (isso, amor e não sexo) com o . Foi especial, eu sei que foi, inclusive pra ele.
Eu não sei mais o que escrever... Tudo parece tão bobo colocando no papel... Pela primeira vez na minha vida, a realidade supera a ficção.
A melhor realidade, sem duvidas é a minha: o amor da minha vida... Me ama! me ama! Posso morrer feliz.
- Você não vai falar nada? – ele disse exasperado. – Que porra, ! Eu sou muito burro! Eu engoli meu orgulho, por tudo pelo o que eu sinto por você! Mais uma vez eu te coloquei em primeiro lugar! E você fica ai, calada! Chorando feito uma idiota e não me diz o que tem de errado!
- Você tem razão... Então eu te pergunto: o que ainda faz aqui? – disse, sem olhá-lo. arregalou os olhos quando processou o que a garota havia dito; balançou a cabeça em negação e deu alguns passos em direção á porta.
- Eu só queria entender... Por quê? – ele disse baixo, de costas para a menina. – Por que você parece tão culpada? Você estava bêbada e com raiva... Não tinha controle dos seus atos... E mesmo assim, eu vejo culpa nos seus olhos... Por que, ?
Londres, Abril de 2005.
Quem foi o infeliz que disse que “tudo que é bom dura pouco”? Eu queria saber quem é... Acho que só ele entenderia o que eu sinto.
Eu tentei sentir raiva do Nick. Mas não dá, não é culpa dele!
Eu tentei sentir raiva do , por não me ouvir. Mas ele tem razão.
Só posso sentir raiva de mim mesma. Como pude ser tão burra? Egoísta? Uma completa vadia?
Eu posso ter tomado diversos banhos, mas eu ainda me sinto imunda... Toda a roupa que usei naquela noite foi para o lixo... O perfume do Nicholas impregnado nelas me dava ânsia...
Eu me odeio por fazê-lo sofrer. Não só ele, como todo mundo. Cath e não me deixam sozinha por mais que dez minutos. Sra. ligou para os meus pais, de tão preocupada que ela ficou quando me viu vomitando enquanto chorava feito uma doida. e ... bom, elas fazem o melhor que podem se dividindo entre serem os amores de sempre comigo e ajudarem os namorados a conter o (ouvi e Cathie conversando, disseram que ele assumiu a postura “ foda-se o mundo”).
A única pessoa que realmente conversa comigo, sem frescuras e sem mentiras, é a . Ela tem sido meu refúgio...
Por que tudo parece desabar? Nós somos apenas um casal que se separou... Pra que todo esse alarde? Eu fiz merda, então é normal que eu sofra por ter perdido meu namorado... Mas todo mundo ser afetado por isso? Não parece certo. E não é.
É tão estranho... Meu coração está destroçado, mas não é isso que me deixa confusa... O que eu não entendo é, bem, o . O meu desespero, a minha dor, a minha culpa e o meu sofrimento são entendíveis, já que os meus sentimentos por ele sempre estiveram a flor da pele, sempre estiveram à mostra, pra quem quisesse ver... Mas o ? O orgulho dele foi ferido. A imagem manchada... Mas isso é superável. Não é? Ele não me ama tanto assim... Não faz sentido, nada no nosso relacionamento fez sentido... Desde o começo.
, o inglês lindo, astro do McFly, cobiçado por milhares de garotas... Namorando uma brasileira, sem graça, desconhecida e que nunca namorou? É contrastante demais.
Nicholas me ligou ontem. Não atendi. Ele deixou uma mensagem... Dizendo que se eu quisesse, ele falava pro que eu estava inconsciente e que ele me forçou a... Não seria a primeira vez que ele tentaria algo do tipo. Eu estava parcialmente dopada, afinal, não sei beber... Mas eu estava lá. Por mais que não consiga lembrar de nada, nada mesmo, daquela maldita noite, eu estava lá.
Só Deus e a Sophie sabem como eu queria não estar... Voltar no tempo... Com um único propósito: evitar ferir o .
Até quando? Volto pro Brasil em algumas semanas... Será que lá, isso passa? Na verdade, dane-se o que eu sinto ou deixo de sentir... Só queria saber: até quando ele vai sofrer pro minha culpa? Saber que faço o amor da minha vida sofrer... Me mata aos poucos.
- Eu tenho culpa em muita coisa – ela respondeu secamente. – Coisas que vão além da sua imaginação...
- Foda-se a sua culpa... Foda-se tudo o que aconteceu – quando a garota abriu a boca para interrompê-lo, disse mais alto. – Foda-se você, ! Que não entende como tá sendo difícil vir aqui depois de ter visto a garota que eu amo na cama de outro cara! Mas eu vim, porra! – ele viu a garota passar as mãos nervosamente pelos cabelos, respirando fundo, parecendo travar uma luta interna. - E-eu quis matar o Hoult. Imaginá-lo tocando você... É torturante só pensar em outra pessoa te beijando... Você é minha... Eu não me imagino sem você...
- Mas terá que começar... – ela disse olhando para o chão.
- Por quê, ? Por quê? Eu superei... Nada nos impede de ficar juntos – se aproximou novamente, e a garota deu um passo para trás. - Eu te...
- Eu tô grávida – o cortou antes de ouvir as três palavras que ela tanto queria, mas não podia ouvir.
congelou no lugar onde estava, os olhos arregalados, abriu e fechou a boca algumas vezes; então deu dois passos para trás enquanto balança a cabeça, tentando processar o que havia dito.
- V-você ta falando sério? – a voz dele saiu falha; vendo que a respirava profundamente, tentando controlar as lágrimas, ele continuou. – Não disse isso só pra... Pra me assustar, não é?
- Eu não faria uma coisa dessas, você sabe – fechou os olhos com força e suspirou antes de encarar o garoto atônito à sua frente. – Eu estou grávida.
- Você tá grávida – ele repetiu, sentando na beirada da cama da garota, se sentindo tonto. – Você tá grávida... ! Você está grávida! – o garoto pareceu despertar do transe em que estava, falando mais alto – Eu vou ser pai!
- Q-quê? Não, ! – ela exclamou assustada.
- Como não? De quem...? Hoult! – então todas as peças do quebra-cabeça se encaixaram. Tudo, desde o momento em que entrou no quarto de ; a culpa que ele via nos olhos da menina; as recusas; o visível desespero para impedi-lo de dizer “eu te amo”. – AQUELE FILHO DA PUTA TE ENGRAVIOU!
- N-NÃO! – ficou realmente assustada ao ver a expressão transtornada do garoto.
- COMO NÃO? SE NÃO É MEU, NEM DELE... CARALHO! VOCÊ TEM OUTRO? – ele gritava, mesmo sabendo que aquilo não fazia sentido e que magoaria a menina.
- CLARO QUE NÃO! NÃO SEJA RIDÍCULO! – ela sentiu uma breve tontura, causada pelo choro e gritos... E pela gravidez.
- Eu não estou sendo ridículo, você é quem não fala nada coerente! – nesse momento ele já estava de pé, mais uma vez, diante de . – Você ta grávida, cara! E disse que o filho não é meu e nem do desgraçado do Hoult... O que você quer que eu pense? Divino Espírito Santo agindo novamente?
- E-eu... Que merda, ! Eu não sei! – a garota disse virando de costas, mas foi impedida por ele, que a virou para si novamente.
- Não sabe o quê? – ele disse, segurando-a pelos ombros.
- Pelas contas... Eu não consigo dizer de quem... de quem é – olhou timidamente para , os olhos dele estavam avermelhados e isso fez com que ela sentisse vontade de chorar mais.
- Mas você tem que saber!
- Nós transamos sem camisinha, lembra? – ela disse sem se mover.
- Mas o Hoult... Ele não usou... – trincou o maxilar sem terminar a frase, sentindo o ódio borbulhar dentro de si.
- Eu não sei... Eu não lembro – a garota fez uma careta de dor quando ele apertou seus ombros com as mãos. – E isso não importa.
- Não importa? Mas que inferno você quer dizer com isso, garota? – ele deu uma leve sacudida no corpo dela.
- Não importa, simples assim. É meu bebê, e isso é tudo o que eu preciso saber – finalmente tomou as rédeas de suas emoções, disse firme e levemente irônica. – Agora você entende, né? Por que eu tentei te mandar embora? Por que nós não podemos ficar juntos? Eu estou grávida. E você não tem nada a ver com isso.
- Se é assim que você quer... – sentindo que não aguentaria mais ficar naquele quarto por mais um segundo sem perder o controle, se afastou em passos largos e antes de bater a porta com força, acrescentou: – Seja feliz, sendo mãe solteira.
***
- Não aguento mais esses enjoos – suspirou ao escovar os dentes e sair do banheiro. Seu quarto estava muitíssimo bem iluminado pelo lindo sol que entrava pela janela, o dia estava quente, convidativo. A garota deu um leve sorriso ao tocar de leve a quase inexistente saliência em sua barriga, – Para de reclamar, sua maluca!
- Garota do Brasil, trate de descer agora! – ela sorriu mais uma vez com os berros de , pegou sua bolsa depois de colocar seus óculos escuros e saiu do quarto, fechando a porta.
- já ligou duas vezes – disse assim que apareceu na sala.
- E mais duas – Cath completou.
- Vocês parecem gêmeas siamesas, terminando uma a frase da outra – riu das caras das amigas enquanto saíam de casa. – E e são duas desesperadas, parece que são elas que estão se mudando!
- Como você é sem coração! Elas só são carinhosas – se fez de ofendida.
- Nossa, , obrigada pelo amor... Eu só to indo pra Itália, sabe? Não precisa mostrar que me ama e vai sentir falta – Cathie entrou na brincadeira, fazendo rir e abraçá-la.
- Ah, sua chorona! Eu te amo e vou morrer de saudade – ela apertou a amiga contra si, e logo fez sinal para se aproximar. – Abraço de urso!
- Ah parem! Vão amassar nosso bebê! – Cathie disse alto, tentando proteger a barriga de .
- Cala a boca, Catherine! – logo a repreendeu. – Se minha mãe te escuta...
- Se sua mãe escuta o quê? – a Senhora pareceu de repente ao lado do carro.
- Ih, fodeu – Cathie sussurrou, fazendo rir.
- Nada, mãe, a doida da Catherine estava falando coisas impróprias, que chocariam a senhora – se apressou a dizer, e para o alivio das garotas, a senhora apenas sorriu e pediu para que elas entrassem logo no carro.
- Promete que vai me ligar sempre pra contar tudo sobre nosso bebê?
- Prometo, Cathie.
- Promete que não vai escolher uma brasileira bronzeada e com a bunda grande pra ser madrinha dele ou dela?
- Eu já prometi que você será a madrinha, Cath.
- Promete que...
- Chega, Catherine! – interrompeu, rindo, ao ver os olhos das amigas tão cheios de lágrimas quanto os seus. – A não vai fugir com o nosso bebê. Ela sabe que se fizer algo do tipo, nós pegaremos a guarda dele.
- Quem precisa de um pai tendo três mães? – Cathie disse sem pensar, levando uma cotovelada de . – Nossa! Desculpa, , eu não quis dizer...
- Relaxa, Cathie – sorriu para as amigas, ainda abraçada a elas, no aeroporto movimentado enquanto esperavam a chamada para embarque do voo de Cath. – Eu amo você por ser assim, sentimental e tagarela... E sem noção... – ela riu quando a amiga fez uma careta, deixando a primeira lágrima cair por seu rosto – E você, dona , sempre tão ranzinza e briguenta... Sempre tão protetora.
- Eu seria melhor madrinha que a Richardson – fez bico, tentando brincar para não deixar o choro preso na garganta vir á tona.
- Você é tia do bebê e ainda quer ser madrinha? – Cathie ralhou com a amiga. – Egoísta.
- Ela pode não ser tia... – disse sem graça, olhando a senhora conversar com o pai de Cath a alguns metros de distância.
- Algum dia nós vamos ter certeza disso? – perguntou baixinho.
- Não sei... Pode ser que assim que ele ou ela nasça eu saiba... Só de olhar... – as imaginações das três garotas ganharam vida conforme falava. – Ele pode nascer bem branquinho, com os cabelos pretos e olhos azuis elétricos...
- Ou pode ser parecidíssimo comigo – completou, deixando claro com quem a criança se pareceria, em sua opinião.
- Que nada! Vai ser uma menininha, idêntica à ! – Cathie finalizou, fazendo todas rirem. Nesse momento, a irritante voz foi ouvida por todo o saguão: Atenção passageiros do vôo 874 com destino a Milão, embarque pelo portão G. – Acho que tenho que ir.
- Eu não quero que você vá – choramingou, abraçando a amiga, surpreendendo tanto Catherine quanto . – Quero ter sempre essa desmiolada por perto!
- Ah, , não faz isso – a garota respondeu da mesma forma. – Nós prometemos não dar vexame no aeroporto. Eu ia entrar no avião, você ia entrar no seu carro e a ia pra casa... Todas divas, sem lágrimas.
- Eu sou diva, nem tô chorando – brincou, rindo em meio às lágrimas.
- Cala a boca, garota do Brasil – e Cathie disseram em uníssono, rindo da cara de logo em seguida.
E assim, as três se abraçaram mais uma vez, em completo silêncio... Catherine começou a se distanciar com seu pai, e quando estava prestes a entrar no corredor que levava ao avião, olhou pra trás e gritou “EU AMO VOCÊS, SUAS VACAS!”.
- Vocês duas no mesmo dia... Tá difícil me manter firme e forte – brincou ao sair de casa no fim da tarde, acompanhando até o carro cheio de coisas.
- Eu falei pra Catherine ficar mais um tempo com você aqui, já que eu tenho que ir pra Cambridge fazer o curso preparatório – a garota jogou os cabelos para trás, fazendo pose.
- Ah me desculpe, senhorita-estudante-super-inteligente-de-Cambridge – riu e deu um leve tapa na cabeça da amiga. – Cathie também teve que ir, eu entendo... Mas justo no mesmo dia?
- Era para a senhorita estar pronta pra entrar nesse carro e ir pra Cambridge comigo – a abraçou de lado e com a outra mão, fez um carinho discreto na barriga de . – Mas agora sua decisão agora envolve outra pessoinha.
- A minha vida agora é baseada nessa pessoinha – sorriu, segurando a mão da amiga, que ainda estava na leve saliência em seu abdômen.
- É um alívio te ver sorrindo – disse baixinho. – Sabe? Você chorou tanto pelo meu irmão, depois quando descobriu sobre a gravidez... Eu fico realmente feliz em te ver curtindo esse momento...
- Eu só percebi que meu bebê não tem culpa de nada, nem de como ou com quem ele foi concebido – a garota suspirou com um leve sorriso nos lábios.
- Eu te entendo. Amiga, você realmente não faz ideia se meu irmão é o pai? – perguntou um pouco sem graça.
– Você sabe, que de todo o meu coração, eu queria que ele fosse... Mas eu não tenho ideia... Eu poderia fazer um exame e simplesmente saber – suspirou, e dessa vez sorriu tristemente. – Mas de que adiantaria? O Nicholas está feliz com o sucesso dele nos Estados Unidos, não me atreveria a atrapalhá-lo. E seu irmão... Ah, , ele tem uma vida incrível pela frente, nunca me perdoaria se algo ou alguém o atrapalhasse.
- Você não é qualquer pessoa, e um filho não o atrapalharia – a amiga respondeu séria.
- Eu já ouvi esse discurso, já decorei – suspirou e então completou sorrindo. – Não serei a primeira nem a ultima mãe solteira da historia. Nick está melhor sem mim, e o , eu o amo demais pra estragar a vida dele por uma burrada minha.
- O que você acabou de dizer? – disse um pouco mais animada.
- Que eu não estragaria a vida dele? – não entendeu a expressão levemente sorridente no rosto da amiga, que negou com a cabeça. – O quê? Que eu amo seu irmão?
- É! Você não deve se lembrar de certa vez, quando uma garota brasileira me disse que não entendia o amor e o motivo das pessoas se casarem...
Flashback
- Me conta tudo! – falava animada, quando chegou em casa.
- Como eu pude pensar em não ir nesse encontro? Me fala – ela disse, sorrindo bobamente enquanto tirava a sandália e se sentava na cama de . – o Billy é um fofo, eu tô encantada por ele. Ah e a Cath tá namorando o Edward, acredita?
- Nossa! Eles são rápidos, hein?
- Pra você ver...
- E pela sua cara de boba apaixonada, me parece que logo você também terá um namorado, né?
- Obrigada pelo “boba apaixonada”, sua coração de pedra!
- Eu não tenho coração de pedra, eu só não entendo o que leva pessoas a se casarem, por exemplo.
- Pessoas se casam porque se amam!
- Mas como elas podem saber que realmente amam uma pessoa, a ponto estarem dispostas a passar o resto da vida com essa mesma pessoa?
- Quando se ama alguém você sabe que ama e ponto! Não precisa de certeza sobre nada! O amor não é assim!
- Ah, então quer dizer que se eu sentir uma mínima cosquinha no meu coração quando vejo um cara eu devo me casar com ele porque eu o amo?
- Meu Deus! Garota, eu desisto! Como foi que viemos parar nesse assunto hein?
- Sei lá! – finalizou o diálogo e as duas caíram no riso.
- Mas que um dia você vai amar alguém e vai admitir que estava errada, ah isso você vai... – disse, quando a amiga saiu do quarto.
Flashback off
- Lembrou? – sorriu abertamente.
- Lembrei! – riu, sentindo o rosto corar. – Ah, meu Deus, eu lembro!
- Então, vá em frente e admita! – desafiou.
- Ta bem... Eu estava errada. Eu não entendo, mas sei o que o amor é, pois eu o sinto... Em diversas maneiras... Por você e pela Cath... Pela minha família... – ela sorriu ao abraçar pelos ombros. – E sim, senhorita , eu confesso meu erro, eu amo seu irmão... Mas nenhum amor pode ser mais forte ou maior do que eu já sinto por esse bebezinho aqui dentro.
As garotas conversaram por alguns minutos, até que senhora saiu da casa e disse que era melhor a filha ir, pois não queria que ela dirigisse no escuro. Após mais lágrimas, abraços e recomendações, entrou em seu carro e partiu, deixando para trás sua mãe abraçada à sua melhor amiga.
***
- ! Vem comer! – a voz da senhora foi ouvida pela garota que estava sentada na varanda, aproveitando o sol da manhã enquanto escrevia em seu notebook.
- Não tô com fome! – gritou, sem desgrudar os olhos da tela.
- , agora – a senhora apareceu na porta indicando a cozinha com o dedo. – Já pra dentro.
- Mas eu não tô com fome – ela repetiu fazendo bico.
- Você foi a única filha que me restou, deixe-me ser uma mãe, por gentileza? – a mais velha disse sorrindo.
- Posso comer o que eu quiser? – sorriu infantilmente.
- Não. Vai comer o que eu colocar no seu prato. E comer tudo – ela disse enquanto já servia a menina, que ainda ostentava um beicinho. – Querida, você pode não estar com fome, mas eu sei de alguém que provavelmente está.
- , se alimenta direito – uma voz masculina foi ouvida na cozinha, assustando somente , que deu um pulo na cadeira, levando a mão ao peito. – Pelo bem do bebê.
- Filho, você quase matou a pobrezinha do coração – a senhora disse sorrindo ao caminhar até , e depositar um beijo em sua bochecha, antes de sussurrar: – Barba feita, finalmente.
- Desculpe – ele sorriu sem jeito, olhando , que ainda estava estática em sua cadeira.
- Veio almoçar com as duas mulheres da sua vida? – senhora disse naturalmente, fazendo os dois jovens desviarem os olhares que sustentavam até aquele momento.
- Na verdade... Eu vim buscar a – se aproximou de onde a menina estava sentada, reparando em como a gravidez a tinha deixado mais bonita. – Festa na casa do , lembra? – ele completou ao notar a confusão estampada no rosto dela.
- Ela não vai sair antes de almoçar – a senhora disse antes mesmo de ter alguma reação.
- Eu prometo pra senhora que ela vai comer coisas saudáveis – disse de um jeito fofo para a mãe, logo olhou para , ainda sorrindo.
- Ela está sentada bem aqui – a garota disse com a voz fraca, porém sorrindo levemente.
- Desculpe, querida. Coma alguma coisa e pode ir com o .
- Mas se preferir, eu compro alguma coisa pra você no caminho – o garoto contrapôs docemente.
- Desculpe, não estou a fim – mentiu, e planejava continuar com a mentira, mas ao olhar o garoto parado em sua frente mover os lábios dizendo “por favor” sem emitir som algum, ela mudou de ideia. – Mas pensando melhor, tomar ar fresco na piscina do pode ser bom.
- Vai ser ótimo, querida – senhora sorriu para a garota. – Prometa que não vai comer porcaria e nem beber...
- Eu já prometi isso, mãe – abraçou a mulher pelos ombros dando-lhe um beijo estalado na bochecha. – Velhinha linda.
- Ah, seu moleque atrevido! – ela riu, dando um tapa na bunda do filho, fazendo rir. – Andem logo, pra curtirem esse sol maravilhoso.
- Vamos? – perguntou para a garota, que fez sinal de que queria falar com a mãe dele, á sós. – Bom, pega suas coisas, que eu te espero no carro.
- Desde quando... – começou a falar, assim que o garoto saiu da cozinha. – Desde quando a senhora sabia?
- Sabia de quê? Que você está grávida? – a mulher disse naturalmente, ao colocar de pé em sua frente, começando a fazer uma trança frouxa no cabelo da menina. - Meu bem, eu soube no momento em que te vi sair correndo dessa mesma cozinha quando sentiu o cheiro de creme de milho, que nunca te incomodou antes.
- E só por isso? Só por eu sentir enjoo a senhora soube? – a garota mantinha os olhos fechados, sentindo as mãos leves correndo pelos fios de seus cabelos.
- , eu prometi a sua mãe e à mãe da Cath que cuidaria de vocês. Vocês são filhas pra mim... Só de olhar para você, eu soube que estava diferente – a senhora terminou a trança e virou a garota de frente para si. – Mas só tive a confirmação quando meu filho apareceu às três da manhã, bêbado e barbudo, e me contou que a garota que ele amava estava grávida e não o queria como pai do bebê.
***
A ida até a cada de foi silenciosa, exceto pela voz de Adam Levine que saia dos alto falantes do carro. olhava a paisagem passando rapidamente e o vento soltar seus cabelos da trança, enquanto lançava olhares regulares em sua direção, ato que era encoberto pelos óculos escuros que usava.
- Cara, relaxa! – disse baixo ao se aproximar de e no bar que ficava perto da piscina na casa de . – Ela não sumir numa nuvem de fumaça, pode piscar!
- , ele tem razão, parece que você vai ter um ataque do coração a qualquer minuto – observou a força com que o amigo segurava a lata de refrigerante, enquanto olhava conversar com as outras garotas na beira da piscina. – Vá logo falar com a , e acaba com essa agonia.
Horas mais tarde...
- , para! – disse rindo ao afastar a mão da menina de sua barriga. – Faz cócegas.
- Mas você está tão fofa – a amiga fazia caras e bocas ao falar, causando risadas nas outras três garotas. – A grávida mais linda que conheço.
- Deixa de ser puxa saco – abraçou possessivamente. – A é minha, o bebê é meu... É tudo meu.
- Amei! – exclamou de repente. – Consegui tirar uma foto bem na hora que a passou o braço pelos ombros da e a ainda estava com a mão na barriga. Ficou lindo.
- Somos lindas, beijos – fez pose e todas riram.
- Meninas, acho melhor eu procurar o .
- Hum, procurar o ? – disse maliciosamente, fazendo corar rapidamente.
- Ele quer falar comigo, mas eu nem dei atenção a ele desde que chegamos – a garota levantou e respirou fundo. – Me desejem sorte.
- Toda sorte do mundo, amiga!
- Oi – disse tímida, ao encontrar num dos bancos espalhados pelo gramado da casa de .
- Ah, oi – ele respondeu rapidamente, assustado com a chegada silenciosa da menina. – Estava observando... Bem, o nada – disse, fazendo rir. – Senta aqui.
- Obrigada por ter me trazido. Eu gostei... Estava com saudade do pessoal – ela sentou olhando para frente, se esforçando ao máximo para se concentrar na beleza do jardim e do dia ensolarado, e não no lindo rapaz sentado ao seu lado, que a observava.
- Todos sentiram sua falta – comentou, prestando atenção em cada detalhe do perfil da garota, desde os cabelos bagunçados pelo vento aos óculos escuros de armação vinho, o vestido branco... Ela parecia a versão moderna de um anjo. – Como você está? Er... Como o... Como o bebê está? Você já foi ao médico?
- Estamos bem – inconscientemente, levou a mão à própria barriga. – Fui ao médico assim que descobri. Está tudo certo.
- Que bom... – o garoto estava visivelmente sem graça, desconfortável com o assunto. – Eu queria...
- , antes de você falar qualquer coisa – a garota o interrompeu, olhando-o de verdade pela primeira vez desde que sentara naquele banco. Por um breve momento, ela temeu perder a linha de raciocínio... Sua memória havia pregado uma peça. Ele era mais bonito do que conseguia lembrar; seus olhos foram da bermuda cinza folgada que ele usava, passando pela camiseta branca de pano fino, até chegar ao rosto perfeitamente barbeado, as bochechas levemente coradas pelo sol, os cabelos arrumadamente bagunçados e os olhos encobertos pelo óculos escuro. Lindo, absurdamente perfeito. – Eu vou fazer o exame. Não precisa se sentir obrigado a...
- Meu Deus! Cala a boca um minuto, garota – não soube dizer se ele estava brincando ou realmente nervoso quando tampou sua boca com a mão direita, enquanto o braço esquerdo foi apoiado no encosto do banco, praticamente ao redor dos ombros dela. – Vai ficar quieta enquanto eu falo? – a garota concordou levemente com a cabeça. – , em algum momento você me ouviu pedindo exame de DNA? Me ouviu dizer que não queria ter um filho? Eu disse alguma coisa que te fizesse pensar que não assumiria esse bebê? – a garota empurrou a mão dele que ainda estava em sua boca, ato que passara despercebido por .
- Me chamou aqui pra brigar? – a voz da garota soou triste, deixando claro que tinha expectativas diferentes para aquela conversa.
- Não. Eu não te chamei pra brigar – respirou fundo, se esforçando para não quebrar o clima de paz que estava instalado entre eles desde o momento em que se encontraram naquele dia. – Eu só queria deixar claro que eu sei o papel de idiota que estou fazendo. Eu sei que não deveria ser tão bonzinho em relação a tudo isso... Não preciso que mais ninguém me lembre o que aconteceu. Eu sou retardado, que novidade tem nisso? Pro inferno com toda essa história! – o garoto disse tudo de uma vez, e quando terminou não pôde evitar uma gargalhada ao ver a cara de espanto de . – Que é? Você sempre soube que eu não sou normal... Espera, estou perdendo o foco do assunto...
- Para de se chamar de idiota, retardado e qualquer coisa do tipo – a garota disse baixo, fechando os olhos quando um vento fresco passou por eles. – Você é incrível. Só de estar aqui conversando comigo, diante da possibilidade de ser pai de um filho indesejado ou...
- Não existe “ou” – a interrompeu, tirando os próprios óculos e sentando mais próximo à garota. – Tira esses óculos – disse sério, vendo a garota sem reação em sua frente, ele tocou de leve seu rosto e tirou o objeto com cuidado. – Quero você olhando nos meus olhos quando eu disser tudo o que eu tenho pra dizer. Toda essa merda que eu tô sentindo desde o momento que eu disse aquela frase horrível pra você... Você não vai ser mãe solteira. Eu estava com raiva, não quis dizer aquilo.
- Você disse o que eu merecia ouvir, até menos do que eu realmente mereço – virou minimamente o rosto na direção oposta a , porém ele tocou seu queixo com as pontas dos dedos, forçando-a a olhá-lo nos olhos pela primeira vez em muito tempo.
- Para com essa historia de se culpar. Chega! Nós erramos, mas esse bebê não vai sofrer as consequências desses erros, ouviu? – ele se aproximou mais da garota. – Esse drama todo tá me irritando! As coisas são tão simples, nós precisamos parar de complicá-las!
- Não tem nada simples nisso tudo – disse, completamente entorpecida pela proximidade de .
- Tudo é bem simples... O que nos leva ao motivo de ter te chamado aqui. Tudo o que nós somos ou seremos, vai ser definido agora... Me responde com sinceridade – disse baixo, passando sua mão levemente pelo rosto da garota até entrelaçar seus dedos nos cabelos que agora estavam completamente soltos; fechou os olhos ao sentir a respiração dele bater em seus lábios, ambos respirando fundo. – Abre os olhos – ele sussurrou e passou levemente seu nariz pelo da garota, ela abriu os olhos lentamente e o encarou bem de perto. – Vamos parar com toda essa palhaçada e ficar bem? Juntos? Com o nosso bebê?
- – também disse aos sussurros. – Não é justo com você... O exame pode...
- O exame não pode nada – o garoto encostou sua testa na de , enquanto a puxava para mais perto pela cintura, sem tirar a outra mão de seus cabelos; ela por sua vez tinha as duas mãos segurando a camiseta de . – Você disse que você sabe o que precisa saber: o bebê é seu e ponto. Eu também sei... Sei que só por ser seu, ele se torna meu.
- Você... Tem certeza? – ela finalmente se rendeu, sentiu seu coração acelerar com a possibilidade de ter tudo o precisava: .
- Mais do que você pode imaginar – ele sussurrou a frase que aquietou o coração da garota, e afastou seus medos e inseguranças; apesar da posição ruim, por ainda estarem sentados no banco do jardim, conseguiu juntar mais seus corpos quando colocou as duas mãos na cintura de , o puxando contra si e sem pensar duas vezes iniciou o tão desejado beijo, não só pelo ato em si, mas por tudo o que o acompanhava, por tudo que aquele simples selar de lábios traria consigo. Respiraram profundamente ao mesmo tempo quando finalmente fecharam os olhos e se entregaram ao momento.
Toda a alegria do reencontro, a dor da saudade e o alívio de finalmente estarem juntos era refletido na intensidade do beijo a partir do momento em que tomou as rédeas da situação e fez com que sua língua encontrasse a de . Não contente com as posições em que estavam, ele passou os dois braços por baixo do corpo da garota, trazendo-a para seu colo, sentada de frente para si; por estar entre as pernas da garota, suas mãos estavam livres para irem desde os cabelos e rosto de à sua cintura e quadris. Ela, por sua vez, segurava os cabelos da nuca de com uma mão, enquanto a outra corria levemente pelo rosto do garoto, gravando cada detalhe. O beijo se tornava cada vez mais intenso, os deixando ofegantes em poucos minutos, fazendo morder o lábio de e se afastar lentamente, buscando o ar que lhe faltava nos pulmões enquanto trilhava um caminho de beijos até o pescoço do garoto, sentindo-o colocar as duas mãos em seus quadris e pressioná-la mais ainda contra si, deixando a garota sem condições de conter um suspiro mais alto; movia as mãos lentamente pelas coxas e costas da garota por dentro do vestido que ela usava, contrariando os pedidos que seu corpo fazia de que ele a sentisse melhor.
subiu os beijos e as fracas mordidas até a orelha de , mordeu levemente o lóbulo e sussurrou: “Me perdoa” – as duas palavras que o garoto fingia não serem as que ele tanto queria ouvir surtiram efeito imediato: uma de suas mãos segurou o rosto de firmemente, enquanto com o outro braço trouxe a garota para mais perto, extinguindo o espaço que existia entre seu tórax e os seios dela. a olhou atentamente ao ouvi-la se pronunciar mais uma vez – Eu senti tanto sua falta – ele sorriu minimamente e mordeu o lábio inferior da menina, moveu sua mão até os cabelos dela, onde entrelaçou seus dedos mais uma vez, e a forçou a oferecer-lhe o pescoço, para que pudesse beijar e mordiscar inúmeras vezes a região.
- AÊ, SEXO AO VIVO! – gritou de algum lugar próximo, assustando o casal, que se separou rapidamente.
- Ah gente, no banco do meu jardim não! – fez cara de nojo e com isso todos riram: , , , , e até mesmo e , enquanto tentavam voltar ao normal.
- Não acredito que vocês atrapalharam a reconciliação mais esperada da história! – lamentou, deixando completamente sem graça ao sentar corretamente no banco.
- Vocês não têm nada melhor pra fazer? – parecia indeciso entre ficar bravo ou rir mais ainda da situação.
- Além de te ver explodindo de felicidade por ter a pequena de volta? – fingiu pensar, abraçado a . – Acho que não.
- Te odeio, cara – o fuzilou com os olhos, fazendo todos rirem. Os garotos fizeram mais algumas piadinhas sobre o amigo, e então voltaram para a piscina com as namoradas, deixando-o sozinho com . – Amigos inconvenientes... Nos interromperam na melhor parte!
- Melhor parte... Que vergonha, isso sim – a garota estava completamente ruborizada, já de pé arrumando o vestido e cabelos. – Nos empolgamos demais.
- Eu nem ligo – deu de ombros ao se levantar e abraçá-la por trás. – Quem quiser nos ver, que veja. Não temos nada a esconder. Temos?
- Não – envolveu os braços de , que estavam em sua cintura, acariciando-o levemente. – Nada a esconder. Não temos nenhum segredo...
- Um recomeço... – ele beijou o topo da cabeça de sua menina e espalmou a mão na barriga dela, mexendo o polegar levemente.
***
- Bom dia – disse baixinho no ouvido de , que tinha uma expressão feliz enquanto dormia. – Anda, amor, acorda.
- Eu tô cansada – a garota resmungou escondendo o rosto no travesseiro, sentindo deitar do outro lado da cama e abraçar-lhe por trás. – Você mal saiu daqui e já tá de volta.
- Você está me mandando embora, mocinha? – ele sorriu contra o pescoço da garota, que se arrepiou instantaneamente. Depois de saírem da casa de , no dia anterior, jantou com a mãe e a namorada e então foi embora. Ambos concordaram que o dia tinha sido longo, e por isso deveriam dormir separados... Para assimilar os últimos acontecimentos.
- Só se você me levar junto – riu ao virar de frente para o garoto, porém quando ele fez menção de lhe beijar, ela se afastou tampando a boca com a mão.
- Que foi? Enjôo? – perguntou preocupado. A garota negou com a cabeça e disse com a voz abafada:
- Não escovei os dentes! – ele riu ao ouvir a frase, vendo ir até o banheiro.
– Aproveita que já está de pé, e se arruma. Quero te mostrar uma coisa.
- O quê? – a garota saiu do banheiro minutos depois, de rosto lavado com o cabelo preso num coque mal feito e foi até o guarda-roupas, ficando de costas para o namorado.
- Surpresa – estava folgadamente esparramado pela cama de , os dois braços atrás da cabeça enquanto observava sua garota o olhar de soslaio. – Antes que você pergunte, não é nada chique... Então pode ir do jeito que quiser.
- Do jeito que eu quiser... Tipo jeans e sapatilha? – analisou uma blusinha listrada de branco e azul claro enquanto falava.
- Tipo calcinha e sutiã – o garoto respondeu normalmente, mas logo soltou uma gargalhada quando foi atingido por um porquinho de pelúcia.
- Tem certeza? – permaneceu de costas enquanto tirava a camisola, deixando à mostra suas costas nuas e a calcinha que usava, andou rapidamente até o banheiro e fechou a porta.
- Que... Ah... ! Muita maldade, cara! – um indignado jogou o bicho de pelúcia contra a porta, ouvindo a garota gargalhar lá dentro. – Vai ter troco!
- Você não seria cruel com uma mulher grávida, seria? – abriu uma fresta da porta, suficiente para olhar o garoto e fazer um biquinho para ele.
- Se for a minha mulher... – respondeu com um sorriso malicioso e levantou da cama, andando em direção ao banheiro. – E tudo depende do tipo de crueldade...
- Pode dar o fora, se quiser que termine de me arrumar – fechou a porta na cara do garoto, que somente riu.
- Posso fazer uma pergunta?
- Já fez – sorriu de lado para a garota sentada no banco do passageiro de seu carro. – Brincadeira. Pode fazer.
- Promete não ficar bravo por eu voltar nesse assunto? – observava cada movimento que ele fazia ao dirigir pelas ruas movimentadas, cheias de pessoas em roupas curtas e coloridas, o garoto levantou as sobrancelhas e concordou com a cabeça. – O que a Sallie queria com você? Naquele dia... Ela atendeu seu celular...
- Ah, isso – sorriu sem jeito. – Sabia que você não ia esquecer... A resposta é bem simples: eu estava no pub do Paul, lembra dele? – a garota concordou, lembrando-se de um velho amigo de . – E ele é primo da Sallie... Acho que isso você não sabia – apenas fez uma careta. – Então... Eu estava lá, tinha bebido um pouco... E a Sallie apareceu e quando você ligou, eu estava longe do celular... Eu sabia que se falasse com você, sairia correndo para te encontrar naquela festa, mas se fizesse isso, todo o meu plano de te dar espaço iria por água abaixo.
- Já comentei que não mereço você? – disse simplesmente, decidida a ignorar o passado, fazendo rir. – É sério! Já estava preparada pra ficar na fossa, achando que você tinha tido uma recaída ou sei lá... Mas não você tem que ser todo fofo sempre!
- Esse sou eu... Todo lindo, charmoso, simpático e romântico – o garoto fez pose e piscou para a namorada, sem olhá-la realmente por estar dirigindo. – Fofo é muito gay.
- Fofo, fofo, fofo, fofo – cantarolou, desanuviando o clima estranho que a pergunta que ela fez tinha criado.
- Provoca bastante, ... Primeiro fica seminua na minha frente e indiretamente me chama de gay... Sua hora vai chegar – sorriu malicioso fazendo rir ainda mais.
[N/A: Coloquem pra carregar e coloquem pra tocar quando aparecer a letra: no 4sharedou no youtube e se a música acabar antes, coloquem pra tocar de novo, ok? Prometo que vão gostar]
- A surpresa está no seu apartamento? – ela franziu a testa ao sair no estacionamento do prédio onde morava.
- Um terço dela – o garoto disse enigmático entrar no elevador de mãos dadas com a namorada. – E deixa de ser curiosa, já vai saber o que é.
- Posso tentar adivinhar?
- Não.
- Não posso nem te convencer a me contar?
- Não, estamos a alguns passos de lá – ele disse ao entrar em sua sala de estar perfeitamente arrumada, com todos os porta-retratos de volta a seus lugares. – Pronto, curiosa, chegamos.
- Hum acho que não tô mais tão curiosa assim – disse baixo ao ficar frente a frente com o garoto, passou os braços em torno da cintura dele e apoiou a cabeça em seu peito.
- O que aconteceu, linda? – a apertou contra si, sentindo o agradável cheiro e calor que só ela tinha.
- Nada... Só senti saudade de ficar aqui... Na sua casa, com as suas coisas espalhadas... – ela escondeu o rosto no pescoço do garoto e respirou fundo, o fazendo se arrepiar. – Senti saudade de você.
- Bom saber – falou bem baixinho ao puxar o rosto dela em direção ao seu. – Me sentiria idiota se você não tivesse sentido minha falta tanto quanto eu senti a sua – deu um leve selinho nos lábios da garota e assim que ela os entreabriu fez com que suas línguas se encontrassem. O beijo era lento e romântico, o abraço era apertado e possessivo, o momento era perfeito e inesquecível.
- Eu amo você – disse, sorrindo, ao abraçá-lo pelo pescoço, achando encantador o modo em que o rosto de pareceu se iluminar ao ouvi-la dizer isso, como se fosse uma novidade. Aquelas nove letras foram a chave para liberar o desejo que o garoto tentava controlar; ele segurou com firmeza a cintura da menina e a prensou contra a parede da sala, iniciando um beijo completamente diferente do anterior, esse era rápido e sensual, cheio de segundas intenções.
desceu as mãos pelas laterais do corpo de , até chegar a seus quadris, pressionando mais ainda seu corpo contra o dela, provocando gemidos de ambos; ele passou a beijar o pescoço da garota com certa força, enquanto ela segurava seus cabelos e ofegava alto quando sentia leves mordidas entre os beijos; dando um leve impulso, conseguiu entrelaçar suas pernas na cintura de , que entendeu o recado e começou a caminhar em direção ao quarto. A blusa dela ficou em algum lugar pelo caminho, assim como a camisa dele; num movimento habilidoso, conseguiu desabotoar a calça de , fazendo-a ir de encontro ao chão instantaneamente, causando risos entre o beijo desesperado do casal.
Ao entrarem no quarto, a garota puxou os cabelos do namorado para que ele parasse de beijar seu pescoço.
– S-sua porta! – ela disse com a voz falha e ofegante – Está verde! – olhava encantadamente espantada o bonito tom em que a porta fora pintada.
- Primeira parte da surpresa – murmurou sorrindo e deitou a menina em sua cama, a ajudou a tirar a calça jeans antes de se deitar sobre ela.
Entre beijos cada vez mais intensos, o restante das roupas que usavam saíram de cena. Após alguns minutos de carinhos nada inocentes, o garoto disse algo incoerente, mas que entendeu ser um aviso de que não conseguiria se segurar por mais tempo e assim que o acomodou entre suas pernas ouviu a voz preocupada dele em seu ouvido. – Você acha... Acha que isso pode machucar o bebê? – a garota sorriu, fez com que ele se afastasse minimamente de si, olhou em seus olhos muito brilhantes e deixou que seus lábios de encontrassem em um beijo estalado.
- Não vai machucar... – ela sussurrou, sentindo sua pele colar na de devido à temperatura elevada de seus corpos.
- Promete que se doer... Ou... Ou se sentir qualquer coisa, você vai me mandar parar – o garoto franziu a testa, fazendo uma expressão preocupada, enquanto a parte inferior de seu corpo pressionava a menina, denunciando que não queria mais esperar. sorriu mais ainda ao ouvir isso e o puxou para um beijo, que logo foi interrompido por , que a olhou um pouco sério. – Promete, agora – a garota concordou levemente e murmurou “Prometo” contra os lábios dele...
E finalmente, eles se tornaram um só.
- Minha princesinha – acordou algumas horas depois, ouvindo a voz de falar baixinho, ela não soube dizer com quem até sentir a mão dele acariciar sua barriga descoberta pelo lençol. – Sua mãe uma vez disse que queria um menino... Mas ela vai adorar ensinar todas essas coisas de mulherzinha pra você... Mas você terá que prometer pro papai que terá um gosto musical melhor que o da mamãe, ok? – a garota não conseguiu esconder o sorriso ao ouvi-lo dizer isso, segundos depois estava deitado ao seu lado a abraçando apertado. – Você estava ouvindo conversas alheias, ?
You need a friend Você precisa de um amigo I'll be around Estarei por perto Don't let this end Não deixe isso acabar Before I see you again Antes que eu a veja de novo What can I say to convince you to change your mind of me? O que posso dizer pra te convencer a mudar de idéia sobre mim?
- Eu? Até parece, ! – ela riu alto quando o garoto começou a fazer cócegas. – PARA!
- Só se você prometer parar de ouvir conversas particulares – ele também ria ao segurar os dois pulsos de com apenas uma mão enquanto a outra ainda a torturava.
- Eu prometo! EU PROMETO! – ela ria escandalosamente, então finalmente parou e voltou a deitar. – Só um aviso, durante os próximos sete meses, certifique-se que eu esteja mesmo dormindo antes de contar segredos pra ela...
- Obrigado pela dica – ele beijou a bochecha da menina. – Então quer dizer que você também concorda que é uma menina!
- Eu não tenho preferência... Mas você parece estar certo de que seja uma garotinha, se for um menino e ele virar gay: não reclame – ela riu da careta que fez; os dois imaginaram como seria o bebê que se formava dentro de – ... Como você...
- Como eu...? – ele a encorajou a continuar.
- Como você aceitou tudo isso? Tão rápido... Nós reatamos tão... Facilmente – a garota sentiu as bochechas esquentarem por observá-la atentamente enquanto falava.
- Facilmente? ! Nós estamos tentando ficar juntos há dois anos! – ele riu, passando as pontas dos dedos pelas costas nuas de sua menina. – E eu aceitei tão rápido... Porque sabia que eu aceitava, ou te perderia... E a segunda opção, eu percebi que está fora de questão – sentou-se na cama ao ver fazer o mesmo e vestir sua camiseta.
I'm going to love you more than anyone Eu vou te amar mais do que ninguém I'm going to hold you closer than before Eu vou te abraçar mais forte do que antes And when I kiss your soul, your body'll be free E quando beijar sua alma, seu corpo se libertará I'll be free for you anytime Estarei disponível pra você a qualquer momento I'm going to love you more than anyone Eu vou te amar mais do que ninguém
- Você é tão novo pra se prender assim... – ela disse calmamente, já havia ensaiado como falaria isso a ele. – Sabe que não precisa ficar comigo só pelo bebê, certo?
- Vou ignorar o que você disse – o garoto levantou da cama e vestiu sua boxer. – Na minha cabeça... No meu coração, , eu já sou pai.
- ... – ela suspirou ao ficar de pé e abraçá-lo pela cintura.
- Fica quieta e aceite que nosso bebê tem os pais mais gostosos e estilosos de Londres.
- De toda a Londres? – riu.
- É... Londres é pouco... Do Reino Unido... Não! Do mundo todo! – o próprio ria das idiotices que falava. – Nossa! Você e toda a sua gostosura e estilo, quase me fizeram esquecer o motivo de ter te trazido até aqui.
- As outras duas partes da minha surpresa! – olhou sorridente a linda porta verde do quarto do namorado.
Look in my eyes, what do you see? Olhe no meus olhos, o que você vê? Not just the color Não só a cor Look inside of me Olhe dentro de mim Tell me all you need and I will try Diga-me tudo o que precisar e eu tentarei I will try Eu tentarei
- Aqui está o segundo terço do presente – ele tirou uma caixa preta com um enorme laço azul d dentro do armário e entregou á garota. Ela abriu rapidamente, sorrindo feito criança, mas logo seu sorriso murchou ao achar um porta-retratos...
- Vazio? – ela indagou confusa. Olhando a larga moldura branca do objeto, porém sem foto alguma nele.
- A foto está junto com a terceira e última parte do presente – sorriu enigmático pela segunda vez no dia. – Anda, se veste.
- Onde está a última parte? – recolhia suas roupas pelo chão do quarto, vendo o garoto fazer o mesmo.
- Na casa da minha mãe.
I'm going to love you more than anyone Eu vou te amar mais do que ninguém I'm going to hold you closer than before Eu vou te abraçar mais forte do que antes And when I kiss your soul, your body'll be free E quando beijar sua alma, seu corpo se libertará I'll be free for you anytime Estarei disponível pra você a qualquer momento I'm going to love you more than anyone Eu vou te amar mais do que ninguém
- Cadê? – a garota perguntou mais uma vez, assim que entraram na casa dos .
- Procura – respondeu simplesmente.
- Não seja malvado, – fez bico e o garoto riu.
- Ok... Uma dica: minha última tentativa de superar o Picasso e o Da Vinci foi lá – ele arqueou as sobrancelhas e sorriu, subindo as escadas rapidamente, ele a seguiu. No topo dos degraus ela encontrou um envelope e olhou o namorado. – Que é? Abre logo, mulher!
Free for you whenever you need Estarei disponível pra você, quando você precisar We'll be free together baby, free together baby Nós seremos livres juntos querida, livres juntos querida
- Não sei se fico feliz por descobrir o que é ou com medo do que você aprontou – o sorriso de aumentou e lágrimas vieram aos seus olhos ao ver o estava dentro do envelope lilás: uma foto dos dois trocando um selinho diante da antiga porta vermelha da menina. – É tão linda... Mas eu não lembro disso...
- Minha irmã tirou há algum tempo – então esperou que ela lesse o papel que estava junto com a foto.
“Dê uma olhada em si mesma no espelho
Quem você vê olhando de volta?
É a pessoa que você queria ser?
Ou existe outro alguém que você deveria ser?
A pessoa que você deveria ser, mas acabou não sendo?
Existe alguém dizendo que você não pode ou não vai conseguir? Você pode!
Acredite que o amor está logo ali.
Acredite que sonhos se tornam realidade todos os dias. Porque eles se realizam.
Às vezes, a felicidade não vem do dinheiro, da fama ou do poder.
Às vezes, a felicidade vem de bons amigos e da família.
E da habilidade de se levar uma boa vida.
Acredite que sonhos se tornam realidade todos os dias. Porque eles se realizam.
Acredite que sonhos se tornam realidade todos os dias. Porque eles se realizam.
Então se olhe naquele espelho e lembre a si mesma de ser feliz, porque você merece ser.
Acredite que sonhos se tornam realidade todos os dias. Porque eles se realizam.”
- One Tree Hill? – perguntou sorrindo para .
- Eu descobri o que vocês garotas chamam de fossa... Assisti tudo enquanto comia besteiras – respondeu, fazendo a garota rir. Ele pegou a mão dela e a guiou pelo corredor parando diante do quarto dela.
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- Eu... Isso... ! – sorriu completamente encantada, olhando seu presente e então seu namorado.
- Eu amo você... Amo também tudo o que vem de você – ele sorriu de um jeito fofo e abraçou a garota por trás, fazendo carinho na levemente saliente barriga da garota. Ambos observando a última parte da surpresa de . – E você não seria você sem a sua porta – beijou o topo da cabeça de , enquanto ela lia as inscrições feitas em sua linda porta vermelha:
“Nesse momento há 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil, 671 pessoas no mundo. Algumas estão fugindo assustadas. Algumas estão voltando pra casa. Algumas dizem mentiras para suportar o dia. Outras estão somente agora enfrentando a verdade. Alguns são maus indo contra o bem e alguns são bons lutando contra o mal. Seis bilhões de pessoas no mundo, seis bilhões de almas…
E, às vezes, tudo que nós precisamos é de apenas uma!”
Fim
N/A: Não vou chorar. Não vou chorar. Tentando ver se esse mantra funciona. E então, o que acharam? Estou tão apreensiva... Depois de mais de três anos escrevendo e dois anos e sete meses de fic no site, é surreal terminá-la. Posso pedir uma coisinha? Do fundo do meu coração? Não sejam más. O final não vai agradar a todas, eu sei... Mas antes de me esculacharem, lembrem que mesmo que esse não seja o final que vocês imaginavam, ele é o que eu, Bruna Dugrey, sonhei. Espero realmente que gostem... Pois foi criado com muito carinho, pensando nas reações que vocês teriam...
Outra coisa, eu sei que não preciso me explicar, mas quero que todas tenham em mente que uma fanfiction é uma versão de como queríamos que nossas vidas fossem, ou seja, elas não acabam junto com os capítulos... A história de vocês com o McGuy favorito e seu bebê, é outra fase da vida. A Garota da Porta Vermelha foi criada pra mostrar a adolescência do casal, e não sua vida adulta (A Mulher da Porta Vermelha não soa bem).
Não posso fazer minha última N/A sem citar e agradecer algumas pessoas, que foram essenciais para mim, para todo o desenvolvimento da história... Como por exemplo minha querida Sally J (sim, a Sallie da fic é em homenagem á ela) que aceitou betar a fic de uma de suas leitoras mais fanáticas (ela é autora da antiga Uh Uh Darling Who Needs Love?), muito obrigada S. de verdade. E o que dizer sobre a Estela Hirakuri? A minha Leela, que adotou AGPV e eu quando ficamos órfãs; nossa relação evoluiu rapidamente, de beta e autora para melhores amigas, te amo Drama Queen. Bom, e depois da criação do FFOBS eis que surge Marii-Marii - que já era uma das minhas leitoras mais queridas - e nos acolhe; um doce de menina, inteligente e muuuuito paciente com a Tia Bru (que é burrinha) você é muito especial pra mim, obrigada por estar comigo agora nesse momento tão dramático (haha) Adoro você. Quando eu digo que AGPV só me trouxe coisas boas, eu falo sério... Pra começar, essa fic nem existiria se não fosse pela Biih Jiinx, foi ela quem me incentivou a escrever e que ficava cobrando mais e mais... Te amo. Você é pra sempre mulherzinha, pra sempre eu serei a besta do casal. Rebeca Amaral, que apareceu na minha vida como uma das primeiras leitoras da fic, e hoje em dia é uma amiga muitíssimo essencial, que faz muita falta... Que eu amo mesmo a distância. E nos últimos tempos, minha madrinha/chefe/amiga Li Rocha tem sido a maior incentivadora [leiam: me obrigado a escrever] e grande ajuda nos últimos capítulos. Obrigada por simplesmente existir na minha vida: Make it last foverer, friendship never ends, I love you G’Mother. Minhas cretinas coloridas, que me fazem passar vergonha, falando da fic nos meetings: Beatriz Avanso, Scarlete Palma, Julia Sellare, Paty Sodré, Tutti Montesso e Naty Sodré, muitos e muitos anos de amigo secreto e filmes virão, vocês já fazem parte da minha vida, vidas do meu amor. Rafaela Julich, por escrever Dear Diary, minha fic preferida, a que me dá inspiração e ânimo para escrever, obrigada, Rafa, por criar a história perfeita.
Hum, Dougie, Harry, Tom e Danny. Só por estarem na Terra e respirarem... ♥
Por último deixei para agradecer à minha loira diva, a que me faz achar graça das coisas que escrevo, a que faz comentários hilários sobre os capítulos, a que comenta trecho por trecho do que eu envio, a que deixou o 1000º comentário mais lindo de todos: Cah Sodré. Obrigada por estar sempre disposta á ajudar, escutar, falar certas verdades, opinar e principalmente por gostar tanto de AGPV. Love you, blondie.
O principal agradecimento vai pra quem... Adivinhe? Vocês! Leitoras lindas, que ficaram meses esperando uma att. Que me deixaram comentários lindos e com criticas super construtivas. Obrigada, de todo o meu coração. Obrigada.
Amei escrever essa fic. Espero poder gostar tanto de criar outra historia... Em breve.
Beijinhos, Bru Dugrey.
Nota da beta-reader: Caramba. Eu mal sei o que falar. Primeiro, essa fic linda, que eu acompanho desde que eu me entendo por leitora de fanfics... Uma das primeiras que realmente me conquistou, daquele tipo que você indica para as amigas desesperadamente, e fica fofocando sobre a atualização na aula de Tecnologia das Construções... ok, eu sei que só eu tinha essa matéria inútil, vou me calar.
Ah, vou me calar não. Porque AGPV é uma das fics mais perfeitas do mundo, e eu me sinto HONRADA de fazer parte da história dessa fic. Lembro que eu costumava deixar comentários enooormes na caixinha, e uma vez uma parte de um comentário meu virou um pensamento da personagem na fic, com créditos e tudo, e eu surtei tanto! Além do mais, foi por causa de AGPV que eu conheci a Bruna, e principalmente por causa de AGPV e da Bruna que eu conheci a Camila Sodré, e nós somos tão amigas hoje em dia e eu tenho TAAAAANTO a agradecer... Ah, eu tô chorando.
E depois eu virei beta da fic... E nunca me senti tão importante para nossa pequena que existe há três anos, haha! Eu sou a madinha dela, ok? Sou tão chata e brigona quanto a Cathie da fic!
Amo tudo aqui. Mas não posso esquecer do meu trabalho de beta-reader. Qualquer erro (e deve ter alguns erros por aí, porque eu estava tão boba com a história que devo ter esquecido de betar D:), mandem um email para marii.hurtado@gmail.com, ok?
Vou me despedir de na n/b de AGPV pela última vez. Vou sentir muita falta, então...
Muitos beijos, Marii-Marii