- Dude, o que você quer fazer? – null estava deitado em seu skate, encarando o céu azul. null estava logo ao seu lado, andando de um lado para o outro. O ar estava gelado e os dois estavam usando casacos.
- Eu não tenho a mínima idéia. – null pegou o skate que estava jogado na grama e deitou-se em cima dele. null se levantou, o encarando. - O verão acabou e a gente não fez absolutamente nada. Amanhã começam as aulas e passamos as férias inteiras aqui e, espera, aquilo ali é um caminhão de mudanças? – null se levantou, e os dois encaravam o caminhão juntos. Dois caras fortes e loiros saíram do caminhão e começaram a colocar as coisas dentro da casa amarela. - Quem será que comprou essa casa? Ela é gigante. É a mais cara do condomínio. – null e null olhavam as coisas que eles tiravam do caminhão.
- Nossa! Que sofá gigante. Aquilo ali é um manequim? Eu sou rico, eles são... – null foi interrompido.
- Mais ricos ainda. – null completou. Os dois rolaram os olhos e riram.
- Se eles tiverem crianças, elas devem ser as mais mimadas, e se forem meninas, as mais metidas. – null voltou a olhar para as coisas que eles tiravam do caminhão.
- Nossa! Aquilo é um quadro dos Beatles? É gigante. Olha quanto livro, filme, CDs. Wow, alguém com gosto mora aí. – Um carro blindado estacionou na garagem.
- Vamos ver quem são. – Os dois meninos encaravam o carro sem falar nada. Um rapaz alto saiu do carro, abrindo a porta para uma mulher alta e loira, e uma menina que devia ter a idade deles. Ela usava um salto alto rosa, uma meia calça rosa, com uma saia rosa, e um blazer.
- Penélope chegou. – null falou, e os dois riram.
- Sei lá, não larga aquele skate maldito. Deve estar chegando. – A mulher que falava ao telefone entrou na casa junto com a menina que a seguia.
- Então tem um menino na família. Finalmente alguém para se juntar ao nosso clube. Só eu e você já está ficando chato. – null falou sorrindo.
- Como que você sabe que é um menino? – null perguntou.
- Como que você explica os Beatles, os CDs, e o skate? Você não viu a menina? É impossível que ela tenha uma irmã completamente diferente. – null concordou e os dois voltaram a encarar o céu.
Meia hora depois os caras já tinham colocado tudo dentro da casa e tinham ido embora. null e null ainda estavam deitados no chão, conversando. O som de chiclete sendo estourado e de rodas de skates fez os meninos olharem para o fim da rua. Uma menina estava com os olhos cobertos por um óculos gigante preto - usava um Nike de cano longo, um micro shorts e uma blusa escrita Rolling Stones, a qual cobria metade de seu shorts -, descia a rua. Ela estourava seu chiclete na boca, mexia os lábios, cantando uma música que soava alto de seus fones, e segurava um Frappucino de morango em suas mãos.
- Dude. O que é aquilo? – null olhava para a menina de boca aberta.
- Não faço a mínima idéia. – A menina desfez o coque mal feito, e passou a mão pelo cabelo. Ela pisou no skate, o fazendo subir, e o pegou, colocando o mesmo de baixo do braço. A menina olhou para null e null e sorriu.
- null, está frio! Você vai pegar um resfriando! E onde que você estava? – A mesma mulher do carro estava em pé, na frente da porta. A menina entrou na casa, ignorando a mulher em sua frente.
- Aquilo era um anjo? – null falava rindo e voltando seu olhar para o céu. null ainda encarava a porta pela qual ela havia sumido.
- Acho que sim.
*
null olhou para o relógio. Ele o jogou em null, que dormia no chão e cobria a cabeça com o travesseiro.
- Já são sete horas? – null perguntou com a voz abafada.
- Não, eu só joguei o relógio na sua cabeça! E ele só despertou porque nós somos otários! Está na hora, null! Vamos. – null se levantou e passou as mãos nos olhos. Ele andou até o armário e pegou uma calça jeans, seu blazer, sua blusa do uniforme e uma gravata preta.
- Vou me trocar, te encontro lá em baixo, em dez minutos. - O barulho de carro fez null olhar para a janela. O carro blindado estava saindo da garagem e null provavelmente estava nele.
Dez minutos depois, null estava descendo as escadas com sua mochila.
- Bom dia, Senhor null, o Senhor null já está tomando café na mesa.
- Muito obrigada, Lucia. – null agradeceu à empregada e foi até à mesa, se sentando e pegando um pedaço de pão.
- Estamos atrasados? – null perguntou para null, dando uma mordida em seu pão. null olhou para o relógio e virou os olhos.
- Dez minutos para o sinal bater. Leva quinze minutos para a gente chegar lá. Então, sim. – Os dois levantaram e se direcionaram até a porta, desaparecendo pela mesma.
- null, esse é o seu primeiro dia na Constance e você está atrasada. O que eu vou fazer com você? Eu estou ouvindo a sua música, o que significa que você não está me ouvindo. – A mulher tirou os fones da menina em sua frente e a encarava. A mulher estava usando um vestido laranja e salta alto. Enquanto a menina em sua frente usava uma bota preta até o joelho, a saia rodada de uniforme até metade da coxa, a blusa branca de manga longa, também do uniforme, com os botões desfeitos, uma gravata bem frouxa e, no braço, uma bolsa grande e preta, escrita John Lennon em branco. – null! Por favor! Eu estou me esforçando, eu sou a sua mãe e eu te amo. – A mulher encarava a menina, sem piscar.
- Eu te odiava menos quando você me mandava um vaso de flor todo o mês e uma foto de seu novo namorado. – null encarava a mulher em sua frente.
- Por que você não pode ser como a sua irmã? – null a olhou e respirou fundo.
- Porque que não se compra amor. – A menina colocou os fones de volta nos ouvidos e antes de entrar no carro olhou para null, e sorriu como se pedisse desculpa. A mulher deu as costas para o carro, e andou de volta para a casa, entrando na mesma.
- Vem, a gente vai se atrasar mais ainda. – null deu um tapa nas costas de null, e os dois andaram em direção ao carro.
*
null girava a caneta em seu dedo. A aula ainda não havia começado e as pessoas pareciam as mesmas. Ele olhava ao seu redor e não via nada de novo. null abaixou a cabeça e a encostou na mesa, fechando os olhos. Ele sentiu alguém sentar ao seu lado e conseguiu ouvir uma música conhecida soando dos fones de alguém. Ele se virou e encarou null, que sorria gentilmente para ele.
- Você gosta de Janis Joplin? – null perguntou-lhe. null tirou os fones e sorriu.
- Desculpa, eu não ouvi. – Ela sorriu novamente.
- Oi! Meu nome é null, eu moro na casa em frente da sua. - null abriu um sorriso, mostrando os dentes. O sorriso mais lindo que null já vira.
- null. É eu sei, eu te vi ontem, e hoje. – Ela riu um pouco envergonhada e apertou a mão dele.
- Então, o que traz você aqui? – null perguntou. O sorriso que estava estampado no rosto delicado de null desapareceu e ela olhou para o chão. - Você não precisa me falar. Me desculpa, eu não queria... – null o olhou, sorrindo delicadamente.
- Não. Não precisa se desculpar. Eu me mudei para cá com a minha irmã, e com a Eleanor. – null fez uma cara de confuso.
- Eleanor? – Ele perguntou.
- Minha mãe. Viemos para cá porque ela finalmente decidiu que nós devíamos ser uma família depois que meu pai morreu. – Ela voltou a olhar para o chão, envergonhada.
- Hey! – null pegou na mão da menina.
- Você não conhece ninguém aqui, então aceita comer um lanche comigo? Eu tenho um amigo que você pode conhecer. Ele mora bem do nosso lado. Você vai gostar dele. – null parou de falar ao perceber que estava falando muito rápido.
- Aceito. – Ela sorriu, mostrando os dentes novamente. null olhou por cima do ombro de null e viu a professora entrar.
- Bom dia, alunos, para os novos, eu sou a professora de biologia. Escolha o seu par, porque é com ele que você irá trabalhar o ano inteiro. – null voltou o olhar para null, quem olhava em sua volta.
- Tenho outro pedido a te fazer. – A menina sorriu.
- Eu aceito ser seu par. – null mordeu a bochecha, a encarando, sério.
- Não era isso que eu ia te perguntar. – null o olhou, mordendo a língua.
- Ai! Desculpa! Eu não quis... – null começou a rir, jogando a cabeça para trás. null deu um tapa no ombro dele, rindo junto. - Você quase me pegou.
*
- Vem, o pátio é para cá. – null falou para a menina ao seu lado. null mordia a bochecha, olhando as pessoas ao seu redor. null seguiu null e os dois sentaram em um canto.
- Então... Me conta tudo sobre essa cidade. – null falou.
- Não tem muito o que contar. Tudo aqui é muito normal. Nunca tem nada de novo. E ninguém de novo. Mas agora tem você. – null a olhou sorrindo, e ela começou a ficar vermelha.
- E aí, dude! – null olhou para cima e viu null se sentando com eles. - Oi, sou null, também sou seu vizinho. – Ele sorriu. null apertou a mão do garoto, sorrindo de volta.
- Oi, sou null.
Os quatro ficaram conversando até o sinal tocar. Trocaram histórias de quando eram crianças, conversaram sobre música, skate, filmes, CDs e etc. Marcaram de andar de skate juntos quando voltassem para casa. O dia pareceu passar super rápido quando null estava conversando com ela.
*
Já fazia um mês que null estava naquela escola. Sua amizade com null e null havia crescido. Ela e null eram melhores amigos, mas ela e null eram como se fossem um só. Ela não sabia como se sentia em relação a ele. Mas sabia que com ele se sentia perfeitamente bem. Ela se sentia viva. Quando a aula acabou, null voltou para casa, pronta para olhar na cara da sua mãe mais uma vez. Ao sentir o carro parar, null saiu do mesmo e entrou em casa. Ela conseguia ouvir Eleanor falando no telefone com alguém e sua irmã assistindo algo na televisão. null ignorou as duas e subiu as escadas. Entrou em um quarto pintado de verde limão e cheio de pôsters na parede. null aumentou o volume de seu iPod e deitou na cama, ignorando a fome e as saudades que sentia de tudo. Do tempo em que seu namorado não a traía com sua melhor amiga...
null entrou na casa grande de July depois de ter tocado a campainha milhares vezes.
- July? Você está aí? – A casa estava escura, apenas uma luz vinda do fim do corredor. Ela andou silenciosamente até o quarto e entrou no mesmo, não vendo nada nem ninguém. null andou até a janela, e olhou para baixo. Deu um pulo para trás e um grito ao sentir July e Cris a pegarem e a jogarem na cama. Os três estavam deitados na cama, rindo.
- Vocês me pegaram, não vale. – null falou rindo e dando um selinho em Cris.
Da época em que seu pai ainda era vivo...
null abriu os olhos e os fechou novamente ao ver a luz do sol batendo na janela. Ela tirou o celular de baixo das cobertas, e olhou a hora. Eram dez horas da manhã e ela conseguia ouvir o cachorro da vizinha latindo. null tirou o cobertor da cara ao ouvir alguém bater e depois entrar em seu quarto.
- Bom dia, pequena. Trouxe café da manhã. – Seu pai entrou no quarto, segurando uma bandeja grande com pão, geléia, queijo, frutas, e Toddy. Ele abriu um sorriso grande e se sentou.
- Você sempre sabe como me fazer feliz, pai. – Ele sorriu, dando-lhe um beijo na testa.
Da época em que seu melhor amigo ainda não tinha cometido suicídio e eles ficavam até cinco horas da manhã conversando no telefone...
null jogou a mão em cima do celular ao senti-lo vibrar.
- Alô? – Ela falou, se sentando na cama.
- Oi, null, é o Jeff. – Ela sorriu ao ouvir a voz do melhor amigo.
- Oi, Jeff, o que se passa?
- Nada, eu só queria falar com você mesmo. – Ela riu para si mesma.
- E a verdadeira razão para você ter me ligado? – Jeff riu do outro lado da linha.
- É o Frank. Eu não sei se está dando certo. Eu amo ele, mas as vezes eu sinto que ele ainda gosta de mulher. Acho que ele está meio indeciso. Sei lá. – null pensou por um momento. Namoro gay não era o seu forte, mas Jeff havia escutado tanto ela falar do Cris, que era o máximo que ela podia fazer.
- Jeff, se isso é uma coisa que te incomoda, você tem que falar com ele. Se ele estiver mesmo indeciso, então esse namoro nunca vai dar certo. Senta com ele...
- Eu quero é sentar em cima dele! Isso sim! Hormônios a flor da pele forever aqui. – Os dois riram alto.
Ela sentia falta da época em que ela ainda não era abusada pelo marido de sua madrasta e da época em que ela não tinha marcas no corpo das surras que ele lhe dava.
- Eu quero assistir aquele filme com a Audrey! – Falei, já indo em direção a uma parede azul.
- Vamos poder ver o que você quiser, lindinha. – Will falou, dando um sorriso calmo para null. null sorriu de volta. Não tinha nenhum problema com ele. Will era namorado de sua madrasta e sempre a levava aos lugares. - Depois nos vamos ao McDonalds, que tal? – Ele perguntou. null sorriu.
Sentia saudades da época em que não sabia o gosto de cocaína, ou de maconha. E até da época em que sua irmã não era mimada e metida à besta. Ela se sentia como uma estranha em sua própria casa. Ficava mais a vontade com a família e a casa de null. Seu corpo já estava acabado de tanto que ela vomitava depois de comer alguma coisa. Ela raramente conseguia dormir e seus olhos sempre estavam molhados de tanto chorar. Seu braço estava marcado pelas várias giletes que haviam danificado o mesmo. Seu sorriso nunca mais foi o mesmo. Uma lágrima escapou de seus olhos, e ela sabia que o próximo passo era óbvio, suicídio. null andou até o banheiro, que era dentro de seu quarto, por ele ser suíte, e se olhou no espelho. Ela pegou uma gilete da gaveta e se encarou novamente no espelho. Com a gilete, ela fez um pequeno corte em seu pulso e sentiu a dor começar a se espalhar e uma gota de sangue caiu no tapete branco.
- null, você está aqui? - null jogou a gilete de volta na gaveta ao ouvir uma voz conhecida.
- Já estou indo. – Ela falou, descendo a manga da blusa. null se olhou no espelho, limpando as lágrimas e colocando um sorriso falso no rosto. Ela abriu a porta e viu null olhando para as fotos de quando ela era criança, e feliz.
- Nossa! Um mês de amizade, e eu nunca tinha vindo aqui antes. – null se virou para null e sorriu.
- Isso é porque eu vivo na sua casa, enchendo o seu saco. – Ela riu. null desceu o olhar para o pulso de null. O sangue havia manchado sua blusa branca do uniforme e a blusa estava pingando. null andou até ela, pegando na sua mão e levantando a manga.
- null... – null puxou a manga da blusa para baixo e encarava o chão.
- Não foi nada, eu me cortei sem querer. – Ela virou as costas para ele. null a puxou pela mão, fazendo ela ficar de frente para ele novamente.
- null, eu preciso te falar um coisa. – Ele ficou de frente para ela, e chegou seu corpo mais perto do dela.
- null, eu já disse que não foi nada! – null levantou suas mãos para empurrá-lo. Ele as pegou e as segurou na frente do peito.
- Eu te amo. – null largou as mãos de null e colocou o rosto delicado dela em suas mãos. - Sempre te amei. Não tem como não te amar, você é perfeita. Eu amo ouvir a sua voz, e quando eu estou com você, eu me sinto como se mais nada importasse. E eu quero estar aqui para te proteger de todo o mal. Eu quero cuidar de você, e eu quero que você saiba que eu sempre estarei aqui. Nada vai fazer eu me afastar, ou eu parar de te amar, null. Você é tudo para mim. – null tirou os olhou do chão e o olhou.
- Eu te amo também, null. – Ela amarrou seus braços em volta dele, e enterrou seu rosto em seu pescoço, sentindo as lágrimas começarem a descer.
*
- Ai, null, cala a boca! – null deu um tapa nas costas do melhor amigo.
- Eu só estou dizendo que dois meses são muita coisa. E vocês ainda não fizeram nada, como que isso é possível? Se fosse comigo, você teria se divertido mais. – null fingiu que riu e foi até a janela, onde viu o carro de null estacionado. Ela já estava de saco cheio do null dando em cima dela. Era sempre a mesma coisa, indiretas, mão boba, piscadas, e etc. Ela não agüentava mais. null se virou ao sentir null passar a mão na cintura dela.
- null, eu sou namorada do seu melhor amigo, como que você pode fazer isso?! – Ela o encarava, tentando o empurrar para trás.
- Eu te quero, null. – null chegou seu corpo perto do dela e a beijou. Nisso, null, que estava ouvindo atrás da porta, saiu e separou null de null.
- Ela é minha namorada. – null levantou seu pulso e deu um soco na cara do amigo. E logo em seguida null estava esticado no chão. null cobriu o rosto, chocada. Ela olhou para null que olhava para null esticado no chão.
- null... – null estendeu a mão para pegar na dele. null afastou sua mão e andou em direção à porta.
- Por favor, null, não vem atrás de mim. – Ele falou e desapareceu pela porta. null sentiu como se alguém estivesse arrancando uma parte dela. Esse sentimento era pior do que qualquer coisa. null havia a salvado mais de uma vez. Era sempre ele que melhorava o dia dela. Quando estava com ele, parecia que aquele buraco dentro dela estava quase curado. E agora, a chance dele querer terminar tudo era enorme. null olhou uma última vez para null e foi para casa.
As luzes da casa amarela estavam quase todas apagadas, menos a da sala. null entrou na casa já com lágrimas nos olhos. Deu uma olhada na sala e lá estava sua mãe, sentada no sofá, lendo um livro qualquer. Sua mãe tirou o olhar do livro e a encarava, esperando ela fazer algum comentário.
- null, o que foi? – null encarou o chão.
- Nada. - Ela limpou as lágrimas mais uma vez e subiu as escadas correndo. null entrou em seu quarto e caiu na cama. Ela não podia perder null. Não desse jeito. Ela andou até o banheiro, fechando a porta atrás dela. Pegou um canivete e fez vários cortes no pulso quase cicatrizado. Fazia dois meses que ela não sentia essa dor. Os cortes foram grandes e ela sentia o sangue cair com velocidade no tapete. null caiu no chão e fez mais alguns cortes no pulso. Era melhor sentir essa dor, do que a dor de perder null. Seu corpo estava caindo para o lado, e seus olhos estavam muito cansados para continuarem abertos. Finalmente, ela caiu inteiramente no chão.
- null, por favor, não vá. Eu te amo muito e não sei viver sem você, pequena. – null segurava o rosto de null em suas mãos e a olhava com lágrimas já escorrendo por suas bochechas. null abriu os olhos e null a abraçou. - Eu pensei que já era tarde. – Ele falou, lhe dando um beijo na testa. null pegou a sua garota no colo e a levou para a cama. null mal agüentava ficar com os olhos abertos, mas estava com medo de que se os fechasse, null iria embora. - Agüenta firme, eu vou ao banheiro pegar alguma coisa para limpar esse sangue. – null andou até o banheiro, e um minuto depois ele estava de volta. - Isso não vai doer! – Ele sorriu. Dava para ver tristeza nos olhos dele enquanto passava o pano quente pelo sangue seco no braço dela.
- null, me desculpa. – Ele rapidamente levou um dedo na frente da boca de null, fazendo ela parar de falar.
- Eu quero que você escute, null. Eu te amo. Sem desenhos, nem poemas. Do fundo do meu coração. Eu não estou aí para mais ninguém e para mais nada. Você é a coisa mais importante da minha vida. Eu sou nada sem você. Absolutamente nada. Eu não sei o que eu seria capaz de fazer se eu te perdesse. Nem a morte... – A voz de null falhou ao pensar em perdê-la. Ele respirou fundo e continuou. -... Nem a morte seria um sofrimento maior do que te perder. – null segurou o rosto dela em suas mãos. – O que aconteceu com o null não foi culpa sua. Eu só precisava de um tempo sozinho. Eu nunca mais quero ver você assim. A gente vai superar o seu passado juntos. Eu sempre vou estar aqui para te ajudar, null. – Ele lhe deu um beijo na testa. null voltou o seu olhar para o braço de null e terminou o curativo. - Pronto. Está linda. – Ele sorriu, brincando. - Fica aqui, eu já volto. Eu prometo. – null falou, sumindo pela porta de seu quarto. null olhou para o curativo que ele havia feito com carinho. Ela sorriu para si mesma, e lembrou-se das palavras de seu pai antes de morrer.
O hospital estava silencioso e escuro, como sempre. As cores das paredes faziam os olhos de null arderem. Ela sorriu ao entrar no quarto de seu pai. Ele estava sentado na cama lendo um livro e rapidamente o colocou de lado ao ver null entrar. Ela andou até a cama dele, se sentando na ponta da mesma.
- Oi, pai, como está hoje? – Ela perguntou, lhe dando um beijo na bochecha.
- Melhor. – Ele falou e sorriu. Seu olhar se voltou ao aparelho que estava ligado a ele, que agora apitava. Seu pai respirava fundo, tentando pegar uma quantidade de ar razoável.
- Pai, o que foi? – null perguntava, desesperada.
- Não... Consigo... Res... Pirar. – Ele conseguiu falar. Uma enfermeira de branco entrou no quarto, já colocando um aparelho na boca dele. A enfermeira sorriu docemente para null e saiu do quarto. Seu pai sabia que estava na hora. Ele olhou para null e sorriu. O olhar de desespero ainda não havia saído dos olhos de null.
- Você está morrendo, não está, pai? – Ela perguntou, já sabendo a resposta.
- Sim. – Lágrimas começaram a escorregar dos olhos de null. - Hey... – Seu pai levantou o queixo dela com o dedão, como sempre fazia quando ela estava triste. - Você vai ficar bem, pequena. A única coisa que você precisa é amor. – A voz dele estava falha e rouca. Ele sorriu para ela, e null sorriu de volta.
- Eu te amo, pai. – Ela falou ao vê-lo fechar os olhos.
null entrou de volta no quarto, segurando uma xícara vermelha. Ele trancou a porta atrás dele e se direcionou a ela.
- Você consegue se sentar? – null perguntou, se sentando ao lado de null novamente. Ela fez força para ficar sentada na cama, e pegou a xícara que ele estava lhe dando. - É chá. – null deu um gole, sentindo o líquido quente descer por sua garganta. Depois que null terminou de beber o chá, null se deitou ao lado dela. null estava com a cabeça em cima do peito dele e com os olhos fechados.
- null. – Ela chamou, abrindo os olhos.
- Oi, eu estou aqui. – Ele respondeu, passando a mão pelo cabelo dela.
- Eu também não saberia o que fazer se eu te perdesse. – Ele beijou a cabeça de null e sorriu para si mesmo. - Obrigada por ter me salvado. Você é o amor que eu precisava. – Ela voltou a fechar os olhos.
- E você é tudo que eu precisava. – null respondeu.
Fim
Nota da Autora: Oe gente :DDD. Goshtaram? Tomara que sim. Eu ia fazer com que ela moresse e ia colocar o nome da historia como This Time I’ve Said Goodbye mais ai eu fiquei com dó de você HEHE. Anyways, deixem um comentário pra me fazer very very very happy e eu agradecerei do fundo do meu heart. Na verdade eu já agradeço por você ter lido né? Então vou me calar rs. Again, um obrigado para a beta Thais que SEMPRE agüenta as minhas fics idiotas. Sei que ela tem muito trabalho pra fazer e eu só encho o saco hehe. E um outro obrigada a você por ter lido. VALEU HTA! Hehe beijoks ;)
Nota da Beta: Qualquer erro que você encontrou, mande um e-mail diretamente para mim. Lembrando que para a fiction ser restrita, ela não precisa conter cenas de sexo. Basta conter cenas de violência, morte ou qualquer tipo de cena mais forte. Obrigada, Thai.