História por Luana N. | Revisão por Gabriella


001

jazia naquela cama de hospital há mais de duas semanas, apesar de os médicos dizerem que ela estava fora de perigo, sua recuperação tardava a acontecer. O acidente lhe proporcionou vários arranhões pela pele e um forte impacto na cabeça, o que quase lhe causou um traumatismo craniano. Tudo aparentava estar bem, segurava o controle da tv e mudava de canal tentando achar algum programa que prestasse naquele domingo, o que estava sendo difícil. A porta se abriu e rostos diferentes apareceram, eram suas primas e .

— Viemos assim que soubemos! Você é louca!? - dizia numa mistura de preocupação com indignação.
— Você tá bem!? O que aconteceu!? - dizia mais preocupada.
— Só um acidente de carro, calma. - dizia desinteressada, ainda mudando de canal.
— Larga de ser idiota! Como assim SÓ UM ACIDENTE? Você podia ter morrido! - dizia visivelmente nervosa com a calma da prima.
— Mas não morri, ok?
— Graças a Deus, né! E você parece nem ligar pra isso! - dizia cruzando os braços.
— E por que eu deveria estar feliz por ter sobrevivido?
— Você tá brincando, né!? - perguntava com medo de a prima estar falando sério.
— Não. Só acho que eu não tenha mais razão pra viver, nenhum objetivo a ser alcançado, ninguém que morreria por mim... essas coisas. - dizia entre pequenas crises de tosse.
— Você precisa parar com esse seu egoísmo, ! Nós viemos do Brasil pra te ver, preocupadas por todo o caminho! E agora a gente chega aqui e você diz que não tem mais razões pra viver!? Aquilo foi uma tentativa de suicídio, é isso!? - dizia alterada.
— Não! Claro que não. Vocês não têm noção do que está acontecendo comigo, ok!? E parece que quando finalmente as coisas estavam prestes a melhorar, esse acidente aconteceu. Parece que foi um sinal, ou sei lá. Então, por favor, não falem sobre o que você não entendem! - estava angustiada por estar ali, impotente.
— Do que você tá falando!? - perguntava confusa.
— Prefiro não falar sobre isso agora. Toma, é a chave do meu apartamento. Vocês têm um papel aí? Vou marcar o endereço pra vocês.
— O que você acha que tá fazendo?
— Arrumando um lugar pra vocês passarem a noite, . - respondia com rispidez.
— Nós ficaremos aqui com você, senhorita. - tentava ser o mais compreensível possível.
— Não preciso, estou bem. O pior já passou, meninas. Podem ir, eu ficarei bem. - mentia, queria apenas ficar sozinha com seus pensamentos.
— Você tem certeza?
— Sim. Ficarei melhor sozinha, você sabem como eu sou. Acho que lembram-se de como era anti-social, não? - tentara fazê-las rirem.
— Se é assim que prefere...
— É sim, . Obrigado pela precupação, meninas. - entregava-lhes seu endereço e suas chaves.
— Precisa de alguma coisa?
— Por enquanto não, . Obrigada.
— Ok. Estamos indo, qualquer coisa nos ligue. Está com seu celular aí?
— Sim, . Ligarei. - sorria fraco.
— Até depois, então.
— Até, meninas.

Após a saída de suas primas, resolvera se levantar e andar pelos corredores daquele enorme hospital. Em uma de suas espiadas pelas janelas de pacientes vizinhos, um deles lhe chamou a atenção. Era o último quarto do corredor, lá jazia um homem idoso, já com os cabelos totalmente brancos, sentado numa cadeira de rodas, apenas observando pela janela a fina chuva que caía. A jovem então adentrou o quarto.

— Olá. - disse simpática.
— Já disse que não preciso de nada, meu bem. Obrigado. - disse com uma voz singela, crendo que falava com uma enfermeira.
— Não, não sou uma enfermeira. - sorriu, logo depois aproximou-se do velho.
— Ah, e qual o seu nome, querida?
. E o seu?
— Jim. Muito prazer, minha jovem. Conte-me, o que te aflige? - disse agora direcionando o olhar para ela.
— Como o senhor...
— Digamos que você não é a primeira jovem que vem aqui para conversar com esse velho escritor. - sorriu simpaticamente.
— Escritor? Então acho que eu escolhi mesmo a porta certa. Quais tipos de livro o senhor mais escreveu? - disse curiosa.
— Romances. Quase todos usando minha Genevieve como maior inspiração. - disse entre leves suspiros, com um sorriso.
— Isso é lindo. - disse desviando seu olhar para o chão, pensando no romance que faltava em sua vida.
— O que se passa nesse jovem coração?
— Acho melhor não aborrecê-lo com minhas bobagens amorosas. - disse, agora sorrindo para ele.
— Eu quero escutá-la, não seja boba. - sorriu.
— Na situação que estou, não recusarei mesmo um ouvinte. - sorriu e recebeu um sorriso simpático em resposta. - Tudo desmoronou quando eu cometi o maior erro da minha vida...

I'm getting tired of asking
(Eu estou ficando cansado de perguntar)

This is the final time
(Essa é a última vez)

So, did I make you happy?
(Então, eu fiz você feliz?)

Because you cried an ocean
(Porque você chorou um oceano)

When there's a thousand lines
(Quando há mil linhas)

About the way you smiled
(Sobre o jeito que você sorriu)

Written in my mind
(Escritas em minha mente)

But every single word's a lie
(Mas cada palavra é uma mentira)

002

Flashback

- Eu posso te explicar, Harry! Só se acalma, tá!? - dizia puxando o namorado pelo braço, tentando impedir que ele saísse pela porta.
- Explicar o que, ? Eu vi, eu não preciso de explicações! - disse puxando o braço e saindo pela porta.
- Harry, me escuta. Por favor! - tentava alcançá-lo pelos corredores do prédio, até que ele parou e virou-se com fúria nos olhos.
- Eu tô cansado de sempre fazer o meu melhor por você, ! E em troca eu recebo isso? Me responda e seja sincera pelo menos uma vez! Em algum momento eu te fiz feliz!? - cuspiu as palavras, segurando uma lágrima que permanecia no canto dos olhos. Recebeu apenas um silêncio em troca, deixando que a lágrima rolasse por seu rosto, abaixando a cabeça logo em seguida, tentando disfarçar a dor que o consumia. - Não sei por que eu ainda estou aqui perdendo meu tempo com você. Adeus, .
- Harry! - as lágrimas escorriam em quantidade absurda por seu rosto, fazendo-a soluçar e corar.

End Flashback

- Já fazem 6 meses. Nunca mais soube nada sobre ele. - sua voz falhava.
- Tenho certeza que teve um bom motivo pra ter feito aquilo, não é? Caso contrário não estaria sofrendo tanto, agora. - dizia tentando entender e consolá-la, ao mesmo tempo.
- Sim, eu tinha um motivo: meu egoísmo. Quando estávamos juntos ele mal ficava comigo graças ao seu emprego, por isso brigávamos às vezes por eu reclamar de maneira excessiva sobre isso, mas nada tão grave.

Flashback

- Você precisa ir mesmo?
- Claro, bebê. Essa entrevista é importante pra banda, daremos a notícia do novo CD. - disse dando um beijo na testa da namorada.
- Você mal passa um tempinho comigo, há meses! Até quando isso vai continuar? - disse chateada.
- A banda está passando por um bom momento, estamos fazendo muitas entrevistas. Você sabe que é necessário divulgar o trabalho e manter-se na mídia, não é? Essa correria vai amenizar logo, logo. Eu prometo que vai mudar. - disse compreensivo.
- Não prometa o que não pode cumprir, Harry. E se a banda fizer mais sucesso do que o esperado? Aí mesmo que eu te perco de vez.
- Tá louca? Você nunca vai me perder, não enquanto não quiser que isso aconteça. - disse abraçando e beijando-a em despedida. - Volto logo, prometo.
- Tá. - disse com a cabeça baixa, fazendo-o partir com uma sensação de culpa.

I never wanted everything to end this way
(Eu nunca quis que tudo acabasse desse jeito)

But you can take the bluest sky and turn it grey
(Mas você consegue pegar o céu mais azul e transformar em cinza)

I swore to you that I would do my best to change
(Eu jurei a você que eu faria o meu melhor para mudar)

But you said it don't matter
(Mas você disse que não importa)


End Flashback

003

— Foi aí que você...
— Eu me sentia solitária e carente: um pensamento de alguém imaturo e extremamente egoísta, como pôde perceber.
— O que faz aqui, senhorita? - uma enfermeira perguntou, após entrar no quarto para deixar o jantar de Jim.
— Apenas conversando com meu colega de prisão. – disse, arrancando risos dos outros dois.
— Pode voltar amanhã, então. O Sr. Jim precisa descansar.
— Mais do que já descanso? Poupe-nos de comentários como este, Mercedes. – disse, brincalhão.
— Certo, foi o pior do dia. Mas o Sr. sabe que não devo deixá-la ficar aqui à essa hora. - sorriu.
— Fazer o quê...
— Está tudo bem. Volto amanhã, se não se importar. – disse ela, direcionando-se à porta.
— Será um prazer, .
— Venha mais cedo para passar mais tempo com o nosso velho. - a enfermeira disse, sorrindo.
— Velhos são seus modos, Mercedes. - não disse sério.
— Sabe que te adoro, Jim Velhote. - disse, em seguida deu-lhe um beijo na testa.

voltou para seu quarto, pensativa. Seu médico fora examiná-la, repreendendo-a por ter se levantado.
— Você está em recuperação, . Ainda não pode andar por aí.
— E ficar vegetando aqui realmente me fará melhor?
— Pode parecer que não, mas fará. Tenha paciência, daqui alguns dias poderá voltar para casa, é uma promessa. - ele sorriu.
— Espero que sim. - disse baixo, lembrando-se da promessa que Harry fizera um dia, alegando transformar-se-ia numa pessoa melhor. O passado a feria cada vez mais, agora qualquer frase e ação a lembrava de Harry. Aquilo a machucava e talvez fosse o motivo da recuperação extremamente lenta.
— Amanhã voltarei para um novo exame. Tente não se estressar muito, isso resultará numa recuperação ainda mais lenta. Boa noite. – disse, deixando o quarto.
— Boa noite. – respondeu, desanimada.
O silêncio tomou conta de todo o lugar; todos já deveriam estar dormindo. Não se ouvia mais os passos das enfermeiras andando apressadamente pelos corredores. O único som vinha das gotas de chuva que batiam no vidro da janela lisa. Os pensamentos se aprofundavam com aquele clima. A cena da última discussão veio à tona, atormentando por mais uma noite. No momento, o que a impedia de dormir foi a reflexão de como Harry se sentiu quando ela o traiu, o que ele pensara dela naquele momento, e o que pensava até hoje. As últimas palavras dele não saíam de sua mente.

Flashback

“— Não sei por que eu ainda estou aqui, perdendo meu tempo com você. Adeus, ."

I'm looking at you from another point of view
(Eu estou olhando para você com outro ponto de vista)

I don't know how the hell I fell in love with you
(Eu não sei como diabos eu me apaixonei por você)

I'd never wish for anyone to feel the way I do
(Eu nunca desejaria para alguém sentir-se do jeito que eu me sinto)


End Flashback

004

Amanheceu e um novo dia nasceu, mais um dia que ela passaria deitada naquela cama. Na televisão, nada a agradava, ela preferia olhar pela janela tudo o que acontecia fora dali, como os pássaros que cantavam numa árvore próxima ou as enfermeiras que passeavam com os deficientes pelo jardim. Até que uma enfermeira interrompeu seus pensamentos.

— Olá, criança. Trouxe seu café da manhã, espero que coma tudo. - disse simpática.
— Bom dia, Mercedes. Obrigada, farei o possível pra me alimentar melhor, qualquer coisa pra me recuperar mais rápido e ir embora. - andava em direção à cama para comer.
— Você odeia mesmo aqui, não?
— Só não suporto me sentir impotente, o lugar não me chateia tanto.
— Paciência, meu amor. Paciência.
— Após o café irei visitar o Sr. Jim, suas palavras me fizeram bem ontem.
— Claro, faça isso. Mas não deixe que ninguém te veja. - piscou marota, fazendo rir. Logo depois saindo.
— Pode deixar, Mercedes. Obrigada.

andava atenta pelos corredores em direção ao último quarto, com um sorriso no canto da boca.

— Bom dia, Sr Jim. - disse sorridente.
— Bom dia, minha jovem. Fico feliz em vê-la sorrindo.
— Acho que suas palavras me fizeram bem.
— Sendo assim, não há de quê. - sorriu. - Quer terminar a conversa?
— Não. Hoje faremos algo diferente. - sorriu, indo em direção à cadeira de rodas que permanecia ao lado da cama.
— Que sorriso peralta é esse em seu rosto? - perguntou curioso.
— Sente-se aqui, homem. Hoje daremos uma volta pelo jardim, sem histórias desagradáveis para interromper. - disse ajudando-o à levantar-se da cama e sentar-se na cadeira.
— E quanto à você não poder andar por aí, senhorita?
— Não se preocupe com isso, Jim. Isso só tardará mais minha recuperação, mas em compensação, te visitarei mais vezes e te aborrecerei todos os dias, não é o máximo? - disse brincalhona, esquecendo totalmente da sensação de impotência que o hospital lhe proporcionava.
— Já te disse que sua presença não me aborrece, pelo contrário, me deixa mais feliz do que já fui nesses cinco anos aqui. - sorriu.
— Cinco anos? - perguntou enquanto o empurrava pelos corredores, atenta à presença dos médicos.
— Sim, praticamente moro aqui. Ninguém aguenta esse velho por tanto tempo. - disse entre risos.
— Pare com isso, você é o tipo de pessoa que eu adoraria ter conhecido antes e passado mais tempo. Mas, o que o impede de sair daqui? - perguntou com medo da resposta.
— É muito gentil, obrigado. E o que me impede é minha teimosia e relutância em ir embora. - disse sério, apenas olhando fixamente para o caminho à frente. percebera que ele não gostava de falar no assunto. - E você, , qual o seu motivo de estar aqui?
— Sofri um acidente de carro há algumas semanas.
— Estava sozinha?
— Sim, graças à Deus.
— Vejo que está bem, apenas com alguns arranhões pelo rosto, por isso perguntei se havia alguém com você, talvez a outra pessoa não tivesse a mesma sorte. - sorriu com alívio.
— Você acha que eu recebi uma segunda chance de viver?
— Minha querida, só recebe-se a dádiva da segunda chance aquele que precisa abrir os olhos para a vida. Você acha que precisa disso? - disse na forma de uma indireta, olhando-a nos olhos.
— Mais que tudo. - disse pensativa, estacionando a cadeira do lado de um banco, sentando-se nele.
— Na última vez que vi esse jardim as flores eram todas brancas, agora eles acrescentaram mais cores, está tudo muito mais belo. - sorriu como se uma paz interior o tomasse.
— Há quanto tempo o senhor não vem aqui?
— Só vi esse jardim no meu primeiro dia aqui, depois nunca mais saí daquele quarto.
— Isso não é sério, não é? - disse assustada.
— É, infelizmente. Nem sempre fui essa pessoa compreensiva e paciente, querida. Afastei muitas pessoas com passar do tempo.
— Mas não é possível que sua família tenha te abandonado por isso. - ela estava indignada.
— Sou filho único e minha família era a minha Genevieve. Meu único filho se despediu de mim aos dezoito anos, fora embora com sua namorada para outro país.
— Isso é horrível, como ele pôde?
— Eu não era uma pessoa tão agradável, meu amor. Não me orgulho das coisas que fiz no passado. - permaneceu em silêncio por alguns segundos. apenas o observava.
— Você nunca mais o viu?
— Não, mas gostaria de vê-lo uma única vez antes de morrer.
— Você não morrerá tão cedo.
— Não é possível prever os planos de Deus para cada um de nós, . - disse olhando para as pessoas passeando pelo lugar.
— Então sabe que está falando besteiras. Como você poderia saber, hein? - disse brincalhona, mas logo permaneceu pensativa.
— Não creio que eu tenha mais missões aqui, minha querida. Mas seja o que Ele quiser, não é mesmo? - sorriu.
— Amém. - disse rindo e arrancando risos do amigo. - Mas não desista da vida, Jim. Tudo acontecerá em seu tempo certo. - disse pensando, olhando fixamente para uma única rosa vermelha, num arbusto ao seu lado.

O Sol se punha e voltara com Jim para o quarto. O dia havia sido compensador para ambos, principalmente para ele que não saía do quarto à tanto tempo. sentia-se feliz por tê-lo feito feliz. A noite mais uma vez chegou, mas dessa vez a sensação ruim e os pensamentos sobre o passado diminuiram, dando lugar para uma sensação de traquilidade, pela primeira vez naqueles seis meses.

005

Enquanto isso num camarim, Harry estava distraído com seus pensamentos enquanto seus amigos de banda conversavam entre si.
— Cara, você precisa voltar a si, assim o show não rola. - Danny dizia preocupado, Harry não escutara.
— Harry!? - Dougie o cutucou.
— Hã!?
— Estamos falando sobre o show, cara. Você tá aqui com a gente também? - Tom disse chacoalhando a palma das mãos frente ao rosto do amigo.
— Sim, eu tô. Sobre o que estavam falando?
— Que você é um bundão que não pega ninguém há meses. - Dougie disse testando-o.
— Agora eu tô escutando, Dougie. Valeu. - Harry disse não achando graça.
— Credo, cara. Você não dá uma risada há um bom tempo, ainda tá bolado por causa da ? - Tom disse compreensivo.
— Claro que tô, eu fui chifrado. - disse sério, Danny soltou uma gargalhada involuntária, logo depois tampou a boca.
— Desculpa. - Danny disse.
— Com amigos como vocês, não preciso de inimigos.
— Credo, Harry! A gente tá zoando, mas estamos preocupados com você. Quando vai esquecê-la? - Danny disse.
— É, Harry. Sai dessa, ela provavelmente já deve estar com outro. - Dougie disse sem pensar.
— Realmente, vocês são os melhores amigos do mundo. Tão compreensivos... Não dá pra esquecer alguém assim, do nada! Tá difícil. - disse sério.
— Desculpa, cara. Mas é que a gente não têm muito jeito pra essas coisas. - Tom disse.
— Sem problemas. Vamos esquecer isso e fazer logo esse show. - Harry disse desanimado.
— Você é louco!? Não pode entrar assim no palco, os fãs não têm nada a ver com as suas decepções amorosas. Trata de arrumar essa cara. - Danny disse.
— Tá. Vamos logo!? - disse irritando-se.
— Vamos! - os outros três disseram em uníssono.

Enquanto tocavam uma música, Harry lembrou-se de e dos últimos momentos que passara com ela, da briga.

Harry's POV on

Será que tudo o que aconteceu era pra ter acontecido, mesmo? Acho que foi melhor assim, estou bem melhor sem ela, sem suas mentiras. Afinal, ela não teve nem a decência de assumir os erros e se desculpar.

Harry's POV off

E conforme seus pensamentos se aprofundavam, a raiva e o rancor se apoderavam dele, fazendo-o se distrair algumas vezes, errando o ritmo da música.

Is this a sign from heaven?
(Esse é um sinal vindo do céu?)

Showing me the light
(Me mostrando a luz)

Was this supposed to happen?
(Isso deveria ter acontecido?)

I'm better off without you
(Eu estou melhor sem você)

So you can leave tonight
(Então você pode partir essa noite)

And don't you dare come back
(E não se atreva à voltar)

And try to make things right
(E tentar resolver as coisas)

'Cause I'll be ready for a fight
(Porque eu estarei pronto para uma briga)


permanecia deitada, com seus pensamentos. Novamente as cenas dos momentos passados juntos com Harry voltaram a atormentá-la, fazendo-a perceber que não importava o quanto o dia tivesse sido bom, o passado não a deixaria em paz tão cedo. Mas algo parecia diferente em sua mente, ela não sentia-se mais tão culpada como antes, agora passou a enxergar o problema de uma forma diferente, ela se colocou no lugar dele.

's POV on

Se ele tivesse sido mais presente nada disso teria acontecido. Sim, eu fui errada em fazer o que fiz, mas às vezes parecia que ele não me amava mais, aquilo me matava aos poucos. Ele sequer notava minha tristeza, minha angustia por vê-lo sair pela porta e voltar somente semanas depois. Se ele realmente se importasse comigo, não teria saído tantas vezes por aquela porta.

's POV off

I never wanted everything to end this way
(Eu nunca quis que tudo terminasse desse jeito)

But you can take the bluest sky and turn it grey
(Mas você consegue pegar o céu mais azul e transformá-lo em cinza)

I swore to you that I would do my best to change
(Eu jurei para você que faria o meu melhor para mudar)

But you said it don't matter.
(Mas você disse que isso não importava)

I'm looking at you from another point of view
(Eu estou olhando para você com outro ponto de vista)

I don't know how the hell I fell in love with you
(Eu não sei como diabos eu me apaixonei por você)

I'd never wish for anyone to feel the way I do
(Eu nunca desejaria para alguém sentir-se do jeito que eu me sinto)


006

Os dois tentavam amenizar a dor que sentiam culpando um ao outro pelos erros cometidos, mas tudo o que queriam era que tudo voltasse a ser como antes. Pelo menos, eles estariam juntos. Brigando, mas juntos. Após o término do show, Harry fora embora para seu apartamento com os outros guys, dormiria cedo, pois o dia seguinte seria cheio, com muitas entrevistas e autógrafos para dar. A única alegria dele naquele momento era o sucesso que a banda estava fazendo, seu sonho estava se realizando aos poucos, mas se não estava ao seu lado, aquela alegria não parecia completa, pois apesar de todas as discussões, eles eram um casal feliz...

Flashback

— Na Austrália? – dizia empolgada.
— Sim! Eu ainda não consigo acreditar, cara. A gente nunca tinha saído de Londres, agora vamos pra Austrália!
— A banda tá crescendo! Seu sonho tá se realizando, eu não disse? Tô tão feliz por você, bebê. – disse abraçando-o.
— Às vezes penso que sem o seu apoio, eu teria desistido há muito tempo atrás. – disse olhando-a nos olhos.
— Eu não tenho nada a ver com isso, você lutou por tudo com os guys, eu só te apoiei em casa. – sorriu, olhando-o fixamente nos olhos, com os braços entrelaçados em seu pescoço.
— Ah é? – disse ele sorrindo.
— Claro. – ela respondeu entre risos.
— Sem suas palavras nas horas difíceis, eu jamais teria continuado. Os guys não tem a sua delicadeza. – riu, segurando a cintura dela.
— Ok, levarei os créditos. – sorriu, beijando-o carinhosamente em seguida.

E eles permaneceram ali por mais alguns minutos, conversando e trocando carícias.

End Flashback

A noite fora difícil, mas conseguiu adormecer após um tempo, obtendo uma boa noite de sono. No dia seguinte, acordou com um grande sorriso, planejando coisas para fazer naquele dia que amanhecera ensolarado e bonito. Ela vestiu seus chinelos e caminhou até a recepção.

— Bom dia.
— Bom dia. Em que posso ajudá-la? – disse com simpatia.
— Você poderia me passar informações sobre o paciente do quarto 44? O Sr. Jim. - disse debruçando-se no balcão.
— Desculpe, você é da família?
— Não, sou uma amiga. Mas se você pudesse me responder só uma coisinha, eu ficaria muito agradecida! – ela disse fazendo biquinho.
— Depende do que quer saber, senhorita.
— Só preciso de informações sobre a família dele. Um filho, na verdade.
— Para quê, se me permite saber?
— Ele precisa ver o filho. Há mais de cinco anos, vive neste Hospital e sequer sabe onde o filho mora. Ele ficaria feliz se falasse com ele pelo menos uma vez e...
— O Sr. Jim Easton? Acho que posso ajudá-la, sendo assim. – disse surpresa, fuçando em uma das gavetas do gabinete ao lado. inclinou-se para espiar, curiosa. - Creio que esse seja o telefone de alguém da família. Recebemos um telefonema há alguns meses atrás de alguém perguntando sobre ele, achei importante anotar o número. – disse entregando-lhe um pedaço de papel velho.
— Obrigado! Posso fazer uma ligação? – disse empolgada.
— Claro, mas seja breve. – sorriu simpática. sorriu em resposta.
— Alô?
— Oi, gostaria de falar com... – pensou por alguns segundos e lembrou que não fazia ideia de quem realmente procurava. – Easton, por favor. - disse fazendo uma careta engraçada.
— Quem gostaria?
! – disse surpresa por ter conseguido contatá-lo com tamanha facilidade.
— Aguarde um minuto.
— Johnny Easton, pois não? – disse desinteressado.
— Erm, oi! Meu nome é e eu falo do Hospital... - não fazia ideia do nome do Hospital. – De Danford. – citou o nome da cidade.
— O que aconteceu com o meu pai? - disse assustado.
— Nada! Graças a Deus, nada. Eu só queria saber por que você é tão filho da puta e não vem visitar seu pai? – ela disse alterada, após perceber que falava com o filho de seu amigo.
— O quê? Quem está falando?
— Uma amiga do seu pai. Toma vergonha nessa cara e vem aqui, agora!
— Você não me conhece, e nem à minha família, maluca! Você não sabe o que se passou entre nós, então cale a sua boca! – gritou.
— Larga de drama, criatura. Não pode ter acontecido nada tão grave pra você deixar seu pai morrer assim, sozinho! Não seja egoísta! Estou esperando, ok? – disse, logo depois desligou o telefone. Do outro lado da linha, Johnny apenas segurava o telefone, estático.

007

— Fico feliz por isso, Jim. Você não sabe o quanto. - sorriu sincera, ele fez o mesmo.

— Ei! Você é o filho do Sr. Easton? - disse levantando-se.
— Sim. Você é a louca que ligou pra mim? - disse virando-se para , cruzando os braços.
— Eu mesma. Vamos lá fora no jardim, me dê cinco minutos de seu tempo. - disse séria, já andando em direção ao jardim que ficava nos fundos do Hospital. Johnny olhou para a recepcionista como quem pede permissão, ela assentiu e ele seguiu .
— O que você quer saber, hein!? - disse tentando não se exaltar.
— Quero saber o que aconteceu de tão grave pra você não querer ver seu pai. - disse calma.
— Por que você é tão intrometida!? - disse sério, a olhando nos olhos.
— Porque seu pai está morrendo aos poucos numa cama de Hospital, nesse momento! E a única coisa que ele queria, era poder te ver! - perdeu a paciência.
— Eu não posso. - disse com a voz falha, sentando-se num banco.
— O quê? Por quê? - disse ainda nervosa, tentando se acalmar.
— Eu errei, porra! E não me orgulho disso. Agora á tarde. - disse abaixando a cabeça.
— Me explica. - disse tentando ser compreensiva.
— Eu era muito jovem e tolo. Se pudesse faria tudo diferente, colocaria minha cabeçona pra pensar e teria voltado mais cedo, para pedir perdão! - disse segurando uma lágrima.
— Você está aqui, agora. Ele quer te ver e você quer vê-lo, do que mais precisa pra ir lá? - disse sentando-se ao lado dele.
— E se ele não me perdoar!?
— Ele vai, acredite em mim. - disse encorajando-o.
— Obrigado. - ele disse levantando a cabeça, enxugando a única lágrima que caíra no rosto, com um meio sorriso.
— Afinal, o que aconteceu? Só por curiosidade. - disse sorrindo compreensiva.
— Eu fugi de casa porque ele não queria me deixar pedir a mão de uma namorada. - disse envergonhado pela atitude.
— Você se casou com ela depois? - disse sorrindo.
— Não. Depois de alguns meses, ela me traiu. - riu de si mesmo, lembrando do passado.
— Depois disso você nunca mais...
— Vi meu pai. Nunca tive coragem de voltar pra casa e contar isso. Fui um covarde esse tempo todo e... - disse alterando-se novamente.
— Você está aqui. Vai lá agora, Johnny! Tenho certeza que ele te receberá com os braços abertos. - disse feliz pelos dois.
— Muito obrigado! - disse com os olhos cheios d'água. apenas assentiu com a cabeça.

Naquela tarde não visitara Jim, deixou-o aproveitar a presença de seu filho e reconciliar-se. O dia havia sido o mais compensador de todos que ela havia passado naquele hospital. A noite chegou e ela permanecia com um sorriso bobo no rosto, apenas pensando em como foi o reencontro dos dois, feliz por ter feito parte daquilo. Ela dormira em paz, não via a hora de acordar e visitar Jim no dia seguinte.

— Bom dia, flor. - Mercedes entrou no quarto carregando uma bandeja de café da manhã.
— Bom dia, Mercedes! - soltara um grande sorriso para a enfermeira, que puxava um suporte para a bandeja, frente à que agora sentava-se na cama.
— Vamos começar o dia com um café da manhã bem reforçado pra senhorita.
— Desse jeito eu acostumo, hein. - sorriu brincalhona, olhando para as gostosuras.
— É melhor não, viu!? Daqui à alguns dias você finalmente vai poder ir embora, Graças à Deus. - sorriu amigavelmente.
— Eu sei que vocês não me aguentam mais, mas não precisa me expulsar assim, na cara dura. - brincava enquanto abria um pote de yogurte.
— Você sabe que sua presença foi revigorante para nós, não sabe? Não seja boba. - Mercedes acariciou o topo da cabeça de , trantando-a como se fosse uma criança de cinco anos.
— Claro que eu sei. - sorriu convencida. - Será que depois de tomar o café, eu posso ir lá ver o Sr. Jim? - disse com a boca cheia.
— Primeiro: Não fale com a boca cheia, cadê sua educação? Segundo: Claro que pode, e aposto que ele a espera. - sorriu, indo em direção à porta.
— HAHAHA, desculpe. Irei, então. Obrigado, Mercedes! - deu um largo sorriso para a enfermeira que saía do quarto.
— Por nada, querida. - sorriu em despedida.

comia apressada, ansiosa para visitar seu amigo e escutar o que ele tinha à falar sobre a visita de seu filho. Até que recebera uma visita inesperada.

— Posso entrar? - Johnny dizia batendo na porta e abrindo-a, devagar.
— Claro que pode, Johnny. - sorriu simpática, limpando os cantos da boca com um guardanapo de papel.
— Estou te atrapalhando? Posso voltar depois, se quiser.
— Claro que não, entre de uma vez.
— Olha... eu queria te agradecer. - disse sem graça, com o olhar voltado ao chão.
— Eu tô escutando. - disse séria, tomando seu suco.
— Obrigado por ter me ligado e me convencido à vir aqui. Obrigado por tudo. - disse com lágrimas em seus olhos.
— A minha parte nessa história foi a mais fácil. Foi você quem tomou coragem de ir falar com seu pai depois de tanto tempo, os créditos são todos seus. - sorriu compreensiva.
— Nada disso. Você que me encorajou com aquela conversa lá no jardim, lembra-se? - sorriu em agradecimento, agora com o olhar voltado para ela.
— Ah, não foi nada. - sorriu vencida.
— Você é tipo um anjo, sabia? De onde você surgiu, cara? - ele ria enquanto falava, aproximando-se de uma poltrona no canto do quarto e sentando-se.
— Diretamente do Brasil. - sorriu, levantando-se da cama e ajeitando a roupa.
— Sério? Dizem que o Brasil é tipo o paraíso, mesmo. - sorriu divertido.
— Bom, lá é bem legal. Mas eu prefiro aqui, sabe, pra variar um pouco. - sorriu.
— Entendo. - sorriu.
— Vou lá ver seu pai, ok? Fique à vontade, como se estivesse em casa. É assim que eu faço. - sorriu divertida e saiu do quarto.
— Ok. - ele sorria sozinho, não acreditava no que aquela estranha tinha feito por ele, ela conseguira mudar sua vida em apenas um dia e ainda assim, agia como se não tivesse feito nada tão grandioso, era incrível. Ele finalmente se sentia feliz, depois de tanto tempo.
— Olá, Jimzito. - sorria divertida enquanto entrava no quarto do amigo.
— Oi, anja! - ele soltou um sorriso que iluminara a manhã de , um sorriso que com certeza fizera do dia dela, um dia bem melhor do que já estava.
— Gostou da surpresa? - disse sentando-se na cadeira de rodas, ao lado da cama onde permanecia Jim.
— Se eu gostei? Gostar é um sentimento muito fraco pra descrever o que eu realmente senti quando vi meu filho entrar por aquela porta. E tudo graças à você, uma anja enviada por Deus pra alegrar o que resta dessa minha vida. - sorriu com os olhos, chamando para um abraço.
— O que resta da sua vida uma pinóia! Pare de falar como se fosse morrer hoje à noite, homem! - o abraçava forte, fechando os olhos na tentativa de guardar aquele momento em sua memória.
— Preciso parar com isso, não é? - disse afastando-se do abraço e sorrindo.
— Claro que precisa! Não seja bobo. - sorriu feliz, olhando-o.
— Gostaria que você fosse minha filha.
— Me adote. - riu divertida. Pode ter certeza de que depois de ter te conhecido, te encherei tanto o saco na vida que você me considerará como uma filha chata e irritante, que não sai do seu pé. - disse pegando na mão dele, sorrindo.
— Adoraria que você fizesse isso! - sorriu.
— E farei, prepare-se para sua vida virar um inferno. - riu.
— Inferno quando eu estava aqui sozinho, você tornou minha vida um paraíso, minha querida.
apenas sentou-se nos bancos da recepção, atenta à qualquer indivíduo que perguntasse por Jim Easton. Cruzou os braços e permaneceu ali por algumas horas, até que um cara alto que aparentava estar na faixa dos quarenta anos chegou, parecia estar nervoso.

008

— Ei! Você é o filho do Sr. Easton? - disse levantando-se.
— Sim. Você é a louca que ligou pra mim? - disse virando-se para , cruzando os braços.
— Eu mesma. Vamos lá fora no jardim, me dê cinco minutos de seu tempo. - disse séria, já andando em direção ao jardim que ficava nos fundos do Hospital. Johnny olhou para a recepcionista como quem pede permissão, ela assentiu e ele seguiu .
— O que você quer saber, hein!? - disse tentando não se exaltar.
— Quero saber o que aconteceu de tão grave pra você não querer ver seu pai. - disse calma.
— Por que você é tão intrometida!? - disse sério, a olhando nos olhos.
— Porque seu pai está morrendo aos poucos numa cama de Hospital, nesse momento! E a única coisa que ele queria, era poder te ver! - perdeu a paciência.
— Eu não posso. - disse com a voz falha, sentando-se num banco.
— O quê? Por quê? - disse ainda nervosa, tentando se acalmar.
— Eu errei, porra! E não me orgulho disso. Agora é tarde. - disse abaixando a cabeça.
— Me explica. - disse tentando ser compreensiva.
— Eu era muito jovem e tolo. Se pudesse faria tudo diferente, colocaria minha cabeçona pra pensar e teria voltado mais cedo, para pedir perdão! - disse segurando uma lágrima.
— Você está aqui, agora. Ele quer te ver e você quer vê-lo, do que mais precisa pra ir lá? - disse sentando-se ao lado dele.
— E se ele não me perdoar!?
— Ele vai, acredite em mim. - disse encorajando-o.
— Obrigado. - ele disse levantando a cabeça, enxugando a única lágrima que caíra no rosto, com um meio sorriso.
— Afinal, o que aconteceu? Só por curiosidade. - disse sorrindo compreensiva.
— Eu fugi de casa porque ele não queria me deixar pedir a mão de uma namorada. - disse envergonhado pela atitude.
— Você se casou com ela depois? - disse sorrindo.
— Não. Depois de alguns meses, ela me traiu. - riu de si mesmo, lembrando do passado.
— Depois disso você nunca mais...
— Vi meu pai. Nunca tive coragem de voltar pra casa e contar isso. Fui um covarde esse tempo todo e... - disse alterando-se novamente.
— Você está aqui. Vai lá agora, Johnny! Tenho certeza que ele te receberá com os braços abertos. - disse feliz pelos dois.
— Muito obrigado! - disse com os olhos cheios d'água. apenas assentiu com a cabeça.

Naquela tarde não visitara Jim, deixou-o aproveitar a presença de seu filho e reconciliar-se. O dia havia sido o mais compensador de todos que ela havia passado naquele hospital. A noite chegou e ela permanecia com um sorriso bobo no rosto, apenas pensando em como foi o reencontro dos dois, feliz por ter feito parte daquilo. Ela dormira em paz, não via a hora de acordar e visitar Jim no dia seguinte.

— Bom dia, flor. - Mercedes entrou no quarto carregando uma bandeja de café da manhã.
— Bom dia, Mercedes! - soltara um grande sorriso para a enfermeira, que puxava um suporte para a bandeja, frente à que agora sentava-se na cama.
— Vamos começar o dia com um café da manhã bem reforçado pra senhorita.
— Desse jeito eu acostumo, hein. - sorriu brincalhona, olhando para as gostosuras.
— É melhor não, viu!? Daqui a alguns dias você finalmente vai poder ir embora, Graças à Deus. - sorriu amigavelmente.
— Eu sei que vocês não me aguentam mais, mas não precisa me expulsar assim, na cara dura. - brincava enquanto abria um pote de yogurte.
— Você sabe que sua presença foi revigorante para nós, não sabe? Não seja boba. - Mercedes acariciou o topo da cabeça de , trantando-a como se fosse uma criança de cinco anos.
— Claro que eu sei. - sorriu convencida. - Será que depois de tomar o café, eu posso ir lá ver o Sr. Jim? - disse com a boca cheia.
— Primeiro: Não fale com a boca cheia, cadê sua educação? Segundo: Claro que pode, e aposto que ele a espera. - sorriu, indo em direção à porta.
— HAHAHA, desculpe. Irei, então. Obrigado, Mercedes! - deu um largo sorriso para a enfermeira que saía do quarto.
— Por nada, querida. - sorriu em despedida.

comia apressada, ansiosa para visitar seu amigo e escutar o que ele tinha à falar sobre a visita de seu filho. Até que recebera uma visita inesperada.

— Posso entrar? - Johnny dizia batendo na porta e abrindo-a, devagar.
— Claro que pode, Johnny. - sorriu simpática, limpando os cantos da boca com um guardanapo de papel.
— Estou te atrapalhando? Posso voltar depois, se quiser.
— Claro que não, entre de uma vez.
— Olha... eu queria te agradecer. - disse sem graça, com o olhar voltado ao chão.
— Eu tô escutando. - disse séria, tomando seu suco.
— Obrigado por ter me ligado e me convencido a vir aqui. Obrigado por tudo. - disse com lágrimas em seus olhos.
— A minha parte nessa história foi a mais fácil. Foi você quem tomou coragem de ir falar com seu pai depois de tanto tempo, os créditos são todos seus. - sorriu compreensiva.
— Nada disso. Você que me encorajou com aquela conversa lá no jardim, lembra-se? - sorriu em agradecimento, agora com o olhar voltado para ela.
— Ah, não foi nada. - sorriu vencida.
— Você é tipo um anjo, sabia? De onde você surgiu, cara? - ele ria enquanto falava, aproximando-se de uma poltrona no canto do quarto e sentando-se.
— Diretamente do Brasil. - sorriu, levantando-se da cama e ajeitando a roupa.
— Sério? Dizem que o Brasil é tipo o paraíso, mesmo. - sorriu divertido.
— Bom, lá é bem legal. Mas eu prefiro aqui, sabe, pra variar um pouco. - sorriu.
— Entendo. - sorriu.
— Vou lá ver seu pai, ok? Fique à vontade, como se estivesse em casa. É assim que eu faço. - sorriu divertida e saiu do quarto.
— Ok. - ele sorria sozinho, não acreditava no que aquela estranha tinha feito por ele, ela conseguira mudar sua vida em apenas um dia e ainda assim, agia como se não tivesse feito nada tão grandioso, era incrível. Ele finalmente se sentia feliz, depois de tanto tempo.
— Olá, Jimzito. - sorria divertida enquanto entrava no quarto do amigo.
— Oi, anja! - ele soltou um sorriso que iluminara a manhã de , um sorriso que com certeza fizera do dia dela, um dia bem melhor do que já estava.
— Gostou da surpresa? - disse sentando-se na cadeira de rodas, ao lado da cama onde permanecia Jim.
— Se eu gostei? Gostar é um sentimento muito fraco pra descrever o que eu realmente senti quando vi meu filho entrar por aquela porta. E tudo graças à você, uma anja enviada por Deus pra alegrar o que resta dessa minha vida. - sorriu com os olhos, chamando para um abraço.
— O que resta da sua vida uma pinóia! Pare de falar como se fosse morrer hoje à noite, homem! - o abraçava forte, fechando os olhos na tentativa de guardar aquele momento em sua memória.
— Preciso parar com isso, não é? - disse afastando-se do abraço e sorrindo.
— Claro que precisa! Não seja bobo. - sorriu feliz, olhando-o.
— Gostaria que você fosse minha filha.
— Me adote. - riu divertida. - Pode ter certeza de que depois de ter te conhecido, te encherei tanto o saco na vida que você me considerará como uma filha chata e irritante, que não sai do seu pé. - disse pegando na mão dele, sorrindo.
— Adoraria que você fizesse isso! - sorriu.
— E farei, prepare-se para sua vida virar um inferno. - riu.
— Inferno quando eu estava aqui sozinho, você tornou minha vida um paraíso, minha querida.
— Fico feliz por isso, Jim. Você não sabe o quanto. - sorriu sincera, ele fez o mesmo.

009

Enquanto isso em Londres, McFly realizava mais um de seus inúmeros shows. Após o término desse, eles se encontravam no camarim, preparando-se para a sessão de autógrafos e entrevistas.

— Hey, Harry! Lembra daquela prima da , a ? - Dougie cutucava o amigo que estava distraído.
— Sim, por quê?
— Eu a vi esses dias lá perto de Dartford, saindo do Hospital.
— Saindo do Hospital? - Harry perguntou preocupado.
— Sim.
— Tem certeza que era ela?
— Sim, eu fui trocar uma idéia com ela. - disse sem se preocupar em parecer cara de pau.
— Você perguntou o que ela tava fazendo aqui? - Harry disse curioso.
— Não. Eu perguntei o número do celular dela, cara. - Dougie disse sorrindo de orelha à orelha.
— Dougie... Por que você não perguntou!? - Harry disse com o tom de voz alterado.
— Eu acabei de falar que eu perguntei, cara. Mas ela me deu um fora, pena. - disse lamentando-se.
— Dougie, seu cabeção! O Harry tá perguntando por que você não perguntou o que ela tava fazendo aqui. - Danny falou.
— Não é meio óbvio, gente? - Tom se intrometeu.
— O quê? - os outros três disseram em uníssono.
— Ela provavelmente veio visitar a . Ela não disse que morava no Brasil?
— É verdade, cara. - Dougie concordara.
— Pode ser. - Danny disse preocupado com a reação de Harry. - Vocês acham que ela foi no Hospital pra... Erm, mas não deve ser nada grave e... - Danny tentava não alarmar Harry.
— Será que aconteceu alguma coisa com a !? Eu não vou ficar aqui sem fazer nada, vou lá agora mesmo e...
— É, vamos todos juntos pra ver se tá tudo bem e... - Dougie dizia quando foi interrompido por Harry.
— Prefiro ir sozinho, gente.
— Ok, você quem sabe, dude. - Tom disse e Danny assentiu com a cabeça.
— Eu vou, preciso explicar o caminho e tal, né. - Dougie disse.
— Você quer ver a , isso sim. - Danny disse e logo depois riu.
— Cala a boca, dude! Eu posso estar preocupado com a !? - Dougie disse fingindo irritação.
— Não! - Danny, Tom e Harry disseram em uníssono.
— Você nem deve lembrar dela, cara! - Danny soltou uma gargalhada.
— Ah, tá bom, então. Deixa pra lá, ela já me deu um fora bem bonito mesmo. - disse lamentando-se.
— Não se preocupa com as entrevistas e a sessão pras fãs, a gente pode marcar pra amanhã ou sei lá. - Tom sugeriu.
— Valeu, cara, seria ótimo. - sorriu e saiu do camarim, em direção ao estacionamento dali, aonde se encontrava a van da banda.

Com pensamentos preocupados sobre o que poderia ter acontecido à , Harry dirigia ultrapassando a velocidade permitida, arriscando sua própria vida. Dartford não ficava distante dali, apenas alguns minutos. Ele tentava se acalmar, mas os pensamentos negativos teimavam em assombrá-lo. Ele estava visivelmente preocupado com , não se perdoaria se algo tivesse acontecido à ela, não queria que as coisas terminassem assim, com uma tragédia.

I never thought that everything would end this way
(Eu nunca pensei que tudo acabaria desse jeito)

But you can take the bluest sky and turn it grey
(Mas você pode pegar o céu mais azul e transformar em cinza)

I swore to you that I would do my best to change
(Eu jurei a você que eu faria o meu melhor para mudar)

But you said it don't matter
(Mas você disse que não importa)

I'm looking at you from another point of view
(Eu estou olhando para você a partir de outro ponto de vista)

I don't know how the hell I fell in love with you
(Eu não sei como diabos me apaixonei por você)

I'd never wish for anyone to feel the way I do
(Eu nunca desejaria para ninguém sentir do jeito que eu me sinto)


010

Fazia frio naquela tarde, uma chuva fina caía sobre a estrada, dificultando a visão de Harry, que falava sozinho no carro, xingando o clima gelado e a chuva.

— Merda! Só faltava essa! – dizia, fechando os vidros e ligando o ar condicionado para desembaçar os vidros.

Mais uma vez, os pensamentos involuntários tomavam conta de sua mente, deixando-o ainda mais nervoso.

Harry's POV on

Se tiver acontecido alguma coisa com a ... Eu não vou me perdoar nunca! Eu sei que nós tivemos nossos momentos difíceis, mas eu não deveria ter ido embora, eu deveria ter enfrentado nossos problemas, JUNTOS! Que porra, Harry! Seu idiota! Como eu posso fazer tanta merda ao mesmo tempo? O que será que aconteceu com ela?

Harry's POV off

A noite caíra rapidamente graças à chuva que se intensificou, transformando-se numa tempestade. Harry chegara à Dartford, finalmente, com uma angústia rasgando sua garganta, como se quisesse de uma vez se libertar e sair dali de dentro. Seu coração batia tão rápido que parecia que rasgaria seu peito a qualquer minuto. A cada segundo que se passava, ficava mais difícil respirar, tudo o que ele mais queria era saber de uma vez o que acontecera com . Estacionou o carro frente ao Hospital e logo saiu às pressas, correndo através da chuva pelo jardim frontal, entrando logo depois na recepção.

Nishimura! Quero saber o que aconteceu com ela! - disse à recepcionista, completamente encharcado.
— Acalme-se. Qual o seu nome? – disse, distraída com algo na tela de um computador.
— Harry. Harry Harry.
— Sr. Harry, você é um familiar? Saiba que o horário de visitas já acabou e...
— EU QUERO SABER SE ELA ESTÁ BEM, SÓ ISSO! – disse um pouco mais alterado.
— Não precisa se alterar, Sr. Harry. Deixe-me checar aqui no computador. Como disse que era o nome dela?
Nishimura. Quer que eu soletre? - disse sarcástico.
— Não será preciso, já achei.

E enquanto a recepcionista passava as informações com nenhum interesse sequer, algo inesperado acontecera. , que passeava entediada pelo Hospital antes de ir dormir, olhara assustada para o balcão da recepção, vendo Harry totalmente molhado, com uma feição preocupada.

— Harry? - ela disse num sussurro, com os olhos levemente arregalados.
— Dona , eu já disse que você não pode ficar passeando por aí! - Mercedes apareceu de repente e a repreendeu. Ao ouvir aquele nome, Harry imediatamente virou-se e direcionou seu olhar para aquela garota de pantufas, usando moletom e uma blusa enorme de frio, provavelmente emprestada do Sr. Jim.
! - ele disse, correndo em direção a ela. Aproximou-se de , que permanecia parada, não acreditando na presença dele ali. Abraçou-a como nunca havia feito antes, ela permaneceu parada, sem reação. - O que aconteceu? Você tá bem? - ele afastou-se do abraço e olhava-a da cabeça aos pés, verificando.
— Eu acho que sim. - disse com a voz falha, apenas o encarando fixamente.
— Você não me parece bem, ! Me fala, o que aconteceu? - ele dizia, segurando as mãos dela, olhando fixamente para seu rosto. Ela estava sem reação, até que Mercedes, que assistia tudo, intrometeu-se.
— Oi, querido. O horário de visitas já acabou, mas...
— Mas eu preciso conversar com ela. – disse, tremendo, com a respiração acelerada.
— Deixe-me terminar a frase. Mas... Você pode acompanhá-la até seu quarto. - sussurrou as últimas palavras e lançou-lhes uma piscadela, sorriu fracamente para ela, em agradecimento. - Só não deixe que os vejam.
— Obrigado. - ele disse com alívio.

andava ao lado de Harry até seu quarto, ambos permaneceram calados.

Harry andava apressadamente, ao contrário de , que lutava contra si mesma para não sair correndo dali, para não ter que encarar Harry após ter feito o que fez. Ele percebeu que ela estava estranha, mas não parou de andar, pois já fazia alguma ideia do que poderia estar passando pela sua cabeça. Chegando no quarto, ele a aguardou chegar por alguns segundos e fechou a porta em seguida, apenas encarando o chão ou as paredes, nunca a olhando nos olhos. caminhou até a janela e passou a olhar para o lado de fora, já com lágrimas invadindo seus olhos. Harry, por sua vez, permaneceu parado frente à porta, agora a olhando de costas, ambos quietos, até que, subitamente, o silêncio fora quebrado.

— Me perdoa. Você não precisa mais me ver, não precisa nem olhar mais pra minha cara, eu só quero o seu perdão! Juro que, depois que eu sair desse hospital, eu vou sumir da sua vida, vou voltar para o Brasil e você nunca mais me verá. Só esquece o passado, tá? Esquece todas as burradas que eu fiz, esquece de como eu te fiz sentir... - disparou a falar, até que foi interrompida.
— Cala a boca, . Você tá num hospital, primeiro eu quero saber o porquê, quero me certificar se tudo está bem com você, depois conversamos sobre isso. - Harry irritava-se. - Vai me falar, ou não, o que aconteceu?
— Eu estou bem, Harry! Não importa o que aconteceu!
— Claro que importa, !
— Por quê? - os dois se alteravam, quase gritando as palavras.
— Porque eu te amo, porra! - Harry soltou num súbito, nem mesmo ele esperava dizer isso. apenas encarou-o com a testa levemente franzida, lutando para não deixar as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

011

— Cala a boca, Harry! É claro que você não me ama! Eu te traí, eu te enganei, eu MENTI PRA VOCÊ!
— E você acha mesmo que eu gosto disso!? Acha que se eu pudesse eu já não teria te esquecido!? Não seja idiota, você sabe que não é assim que as coisas acontecem. - dizia aproximando-se, alterado.
— Isso porque você não é forte o suficiente! Você é um fraco, Harry Harry, UM FRACO! Não seja estúpido e vá embora, suma da minha vida! Eu só te fiz mal desde o dia em que te conheci, SEJA HOMEM E ME ESQUEÇA!
— Eu sou o fraco aqui!? Tem certeza!? Não foi você quem dormiu com outro na primeira oportunidade que teve!?
— Sim, eu fui fraca e burra, mas não mais. Sabe por que!? PORQUE EU JÁ NÃO TE AMO MAIS! Eu já te superei, Harry! Por que você não consegue fazer isso!? - tentava ferí-lo à qualquer custo com suas palavras, apenas para vê-lo odiando-a, para vê-lo sair pela porta com um sentimento contrário daquele na qual ele entrou. As lágrimas foram inevitáveis.
— Você não tá falando sério... - disse com medo da resposta, com o tom da voz abaixando à cada palavra.
— Claro que estou! Aceite isso e vá embora, AGORA! Eu nunca mais quero te ver Harry Harry, NUNCA MAIS! - gritava as palavras, convicta de que estava convencendo-o daquilo, mesmo sabendo que nada era verdade.
— Se é assim assim que quer que as coisas terminem...
— É. É exatamente assim.
— Adeus, . - disse virando as costas e andando até a porta, fechando-a calmamente ao sair, não acreditando no que acabara de acontecer, no que acabara de ouvir. pôs-se à chorar, as lágrimas mais uma vez escorriam em quantidades absurdas pelo seu rosto, fazendo-a corar como nunca e soluçar. Não agüentando mais o peso de seu corpo, ela ajoelhou-se aos pés da cama e apoiou os cotovelos sobre o colchão, encharcando-o.

Harry andava com pressa pelos corredores, tentando segurar as lágrimas, até que embarrara num homem alto.

— Desculpa. - disse com a voz rouca, com a cabeça baixa para não expor suas lágrimas. Continuou andando rapidamente.
— Espera! - o homem gritou e aproximou-se correndo dele. - Você não é o cara que veio procurar a ?
— Como sabe? - perguntou confuso, secando os olhos antes de virar e encará-lo.
— Porque meu pai me disse que você estaria por aqui. Você poderia entregar isso à ela, por favor? Já estou te saída, ia passar lá no quarto dela, mas já que está aqui, poderia fazer isso por mim? - disse entregando-lhe uma pulseira com vários pingentes, na qual em um deles estava gravada as iniciais HJ. Essa era a pulseira que Harry dara para em seu primeiro aniversário de namoro.
— Onde estava isso? - disse estendendo as mãos para pegá-lo.
esqueceu no quarto de meu pai, provavelmente deixou cair e nem viu, pois arrebentou, vê? - disse apontando para o fecho quebrado. - Muito obrigado por levar, estou atrasado para pegar minha mulher no aeroporto! Até. - disse andando rapidamente até a saída. Harry permaneceu ali parado, sem reação, apenas encarando a pulseira e suas iniciais gravadas, perguntando-se por que ainda possuía aquilo. Numa reação rápida e impensada, deu meia volta no corredor e voltou ao quarto de para esclarecer aquela dúvida. Entrou rapidamente após empurrar a porta com um tapa.
, por que você ainda... - gritava as palavras, até que avistou deitada no chão, desmaiada. Aproximou-se correndo, desesperado ao vê-la daquele jeito. - Ai meu Deus, o que você fez !? !? UM MÉDICO, UM MÉDICO! - gritava com lágrimas escorrendo pelo rosto, nervoso demais para tentar evitá-las.

1:32 AM
Três horas depois.


.. Harry permanecia sentado em uma cadeira ao lado da cama de , com a cabeça deitada sobre seus braços cruzados. Os médicos disseram que a causa do desmaio fora apenas a pressão que baixou, mas Harry continuava preocupado, apenas queria vê-la acordar. finalmente acordara, assustando-se com a imagem de Harry ao seu lado, estava confusa pois não sabia o que havia acontecido enquanto estava inconsciente. Após estabilizar-se e aceitar a presença de Harry, ajeitou sua cabeça no travesseiro silenciosamente e passou à encará-lo dormir, com a dor de sempre rasgando-a por dentro, consumindo-a devagar e fortemente. As inevitáveis lágrimas escorriam novamente pelo seu rosto pálido, à fazendo gemer e soluçar baixo.

— Eu te amo. - sussurrou baixo, tão baixo que sua voz mal saiu. - Sempre te amei. - disse fitando-o.
— Eu também te amo, . - Harry abriu os olhos lentamente, apenas olhando-a nos olhos.
— Eu pensei que você estava...
— Não consigo dormir. - disse levantando a cabeça, logo depois endireitando-se na cadeira, espreguiçando-se.
— Por que voltou? - disse ainda com a voz fraca.
— Porque eu não poderia te deixar aqui.
— Por quê? - disse insatisfeita com a resposta.
— Porque me entregaram isso. - disse entregando-lhe a pulseira.
— Quem...
— O filho do Sr. Jim.
— Aonde...
— Você deixou cair no quarto dele. Por que ainda guardaria isso se não me ama mais? - disse com a voz baixa, calmo, apenas segurando as mãos de , que permaneciam geladas.
— Acabei de falar o porquê. - disse séria, encarando-o. - Eu não queria, Harry...
— Eu também não, mas não podemos controlar o que sentimos.
— Mas eu não o mereço, eu estraguei tudo...
— O passado acabou, não faz diferença o que aconteceu.
— Pára, Harry! - começara à alterar-se. - Pára com isso, tá!? Eu não vou conseguir... eu não... - caçava palavras em sua mente, mas não conseguia expressar a dor que sentia ao ver o amor de sua vida perdoá-la por um erro que ela cometeu, um erro infantil e estúpido.
— Você queria o meu perdão, é o que eu estou fazendo, te perdoando! - disse lutando para não alterar-se e começar outra discussão.
— Mas nada vai conseguir tirar essa culpa de dentro de mim, você não entende!? Harry, eu faria qualquer coisa pra voltar no tempo e não ter feito aquilo, eu juro! Eu faria tudo para não sentir o que eu estou sentindo agora! - disse chorando descontroladamente, sentando-se e segurando nas mãos de Harry, apertando-as agoniada pela dor que parecia rasgar seu peito. Harry apenas a observava compreensivo, com uma feição triste, nunca vira daquele jeito, estava ao mesmo tempo, assustado.

012

Harry permanecera encarando-a com uma feição triste, sem reação. Já não sabia mais o que fazer, já perdoara-a, mas parecia que isso não era o suficiente. Ela continuava à chorar, aquela cena o assustava, pois odiava não saber o que fazer, odiava sentir-se impotente. Seus olhos também encheram-se de lágrimas e não aguentara mais segurá-las, permitiu-as cair e encharcar seu rosto.

— Você... - instantaneamente cessou suas lágrimas ao ver Harry chorando.
— O que quer que eu faça pra você... - Harry tentava não alterar-se e deixar-se levar pelo choro, soltava suas palavras num tom baixo e triste, até que fora interrompido por , que levantou-se da cama e se aproximou dele, ajoelhou-se no chão para alcançar a sua altura, segurou sua nuca e beijou-o.
— Me ajuda à me perdoar? - soltou fracamente, com os olhos fechados, ainda segurando sua nuca, com as testas coladas. Uma última lágrima escorreu pelo seu rosto.
— É fácil... quer uma dica? - Harry respondeu também num sussurro, ainda na mesma posição. assentiu com a cabeça. - Apenas pense que o perdão vai nos unir de novo. - disse abrindo os olhos, encarando-a. agora abrira os olhos e também o encarava, abrindo um sorriso que foi retribuído por Harry.
— Eu não sei o que eu faria sem você.
— Eu sei.
— O quê?
— Você morreria.
— Literalmente. O acidente... - fez uma pausa ao falar, permaneceu em silêncio por alguns segundos.
— O que aconteceu? - disse preocupado, distanciando suas cabeças, segurando pelas mãos. - disse de volta ao tom normal de voz.
— Eu não agüentava mais ficar sem você. Eu estava indo pra Londres pra te procurar. Tinha um caminhão e... - novamente foi interrompida pelo silêncio, não a agradava lembrar do acidente.
— Não precisa. O que importa é que você está aqui, bem e comigo. - disse beijando sua testa, depois abriu um sorriso que iluminaria o dia de qualquer um, mais obviamente o de , que antes temia nunca mais vê-lo para si.

Algumas horas se passaram e lá estavam os dois, como se nada tivesse acontecido, abraçados naquela minúscula cama de hospital, assistindo televisão, rindo novamente.

— Como ficou sabendo que eu estava aqui?
— Dougie viu sair daqui, conclui que ela veio te ver. - disse sorrindo, olhando para , que estava deitada com a cabeça sobre seu braço e suas mãos sobre seu peitoral.
— Esperto. - sorriu, estendendo seu braço para alcançar o outro braço de Harry, para acariciá-lo.
Eles permaneceram ali, abraçados e ainda meio extasiados pelo momento que tanto esperaram que acontecesse novamente, até que algo os assustara.

— Calma, meu! - Tom abria a porta rapidamente, permitindo Dougie passar correndo.
— Ahh, cadê ele!? - disse cambaleando apara dentro do quarto.
— Serve eu? - Harry disse levantando-se, calçando seus sapatos.
— Harry! Você é louco, cara!? Como você faz uma coisa dessas!? Tem que ligar, porra! - Dougie descontrolava-se ainda mais, aproximando-se do amigo.
— Larga de ser gay, Dougie. A bateria do celular acabou e...
— Ué, eu passei perto de um orelhão ou foi uma miragem!? - dizia sarcástico. Enquanto os dois conversavam, o resto das pessoas que estavam do lado de fora entravam, Tom, Danny, e , respectivamente.
— Foi mal. Não pensei que você me amasse tanto. - disse fazendo biquinho, simulando uma tentativa de beijá-lo.
— Você é MEU homem, pô. - disse já brincalhão, afastando-se.
— Sabia que era gay. - provocava Dougie.
— Vem cá que eu te mostro quem é gay. - disse brincalhão, aproximando-se dela. Levou um tapa de leve nas bochechas, que coraram na hora. - Ai!
— Não vem com graça. - disse séria, afastando-se dele e indo em direção á .
— Sou só eu que estou boiando aqui? - Danny disse observando o que acontecia ao redor.
— É. - todos disseram em uníssono.
— Ok. - disse e soltou uma gargalhada escandalosa.
— É impressão minha ou eu vi os dois abraçadinhos ali na cama? - Tom perguntou sem qualquer pudor.
— Não é impressão não, a tá querendo roubar meu homem. - Dougie disse fingindo ciúmes.
— Desculpa garotão, mas ela JÁ roubou. - Harry disse dando um tapa na bunda do amigo.
— Droga! Vou ter que conquistar a , então. - disse piscando para ela, que riu em resposta. - É bom te rever, . - Dougie disse aproximando-se dela e a abraçando.
— Como você está? - Tom perguntou prestativo.
— É, o que aconteceu!? - Danny perguntou curioso.
— Ficaria mais feliz em responder isso se não sentisse tanta empolgação nas suas palavras, Danny. - ria, aproximando-se do grupo.

Após contar sobre o acidente para todos, horas se passaram e lá estavam eles, distribuídos pelo minúsculo quarto, conversando sobre bobagens, rindo como se fossem adolescentes novamente.

— Pô , ele tá se humilhando por você. - Harry ria do amigo.
— Se quiser mesmo, não se importará de se humilhar mais um pouquinho. - disse piscando para Dougie que soltou uma risada gostosa.
— Já o outro casalzinho ali não aparenta ter nenhum problema, não é Danny? - Harry provocava o amigo que permanecia mais distante do grupo, junto com , conversando. — Cuida da , vai Harry! - Danny disse entre risos, logo depois soltou uma risada que chamou a atenção de uma enfermeira que adentrou o quarto.
— Eu não disse para fazerem silêncio!? Serei obrigada à expulsar vocês, hein! - Mercedes dizia balançando o dedo indicador, repreedendo-os.
— Desculpa, Dona Mercedes. - Dougie disse soando como uma criança de cinco anos.
— Culpado! Foi mal. - Danny disse levantando os braços, entregando-se.
— Mercedes! - disse empolgada, levantando-se da cama aonde permanecia sentada abraçada à Harry, correndo até a enfermeira. - Obrigado! - disse abraçando-a.
— Por chamar a atenção de vocês, crianças? Não há de quê, querida. - disse brincalhona. - Façam silêncio, sim? Já passam das 4 da manhã, se pegarem vocês aqui, minha cabeça sai rolando.
— É, Danny! - Tom disse brincalhão, provocando o amigo que soltara mais uma risada escandalosa.
— Desculpa. - disse e logo depois teve a boca tampada pelas mãos de , que segurava-se para não rir.
— Gente, acho que é melhor nós irmos mesmo. - Tom disse coçando os olhos, demonstrando seu cansaço e sono.
— Tá com saudade da Camila, né safadão? - Dougie disse provocativo.
— Vixi, esqueci de ligar pra ela. - Tom disse num tom engraçado, fazendo todos rirem.
— Amanhã nós voltamos, né? - Danny perguntou esperançoso.
— Claro. - Tom assentiu.
— Eu vou ficar, guys. - Harry disse convicto.
— Como se nós não soubéssemos. - Dougie disse com uma carinha maliciosa.
— Pára de ser besta, Doug! - disse batendo em seu braço de leve, rindo.
— Você não vão voltar pra Londres, né? - perguntou.
— Íamos... - Danny falava até que foi interrompido por .
— Não vão mais. A está oferecendo o apartamento dela pra vocês passarem a noite. - disse e soltou um grande sorriso.
— Estou? - disse rindo.
— Está. - disse com ênfase.
— Claro que estou. As chaves estão com as meninas. Fiquem à vontade. - soltou um sorriso sincero.
— Não acho que seja preciso. - Tom disse.
— Tá com saudades da Camila, awn. - Danny disse apertando as bochechas do amigo, logo depois riu.
— Claro que tô. - deu-se por vencido e fez bico.
— Então vai você pra lá, não tô a fim de viajar agora. - Dougie cruzou os braços.
— Eu também não. - Danny assentiu.
— Vou agora e volto amanhã com ela, certo? - Tom disse já andando em direção à porta. — Certo. - Dougie, Harry e Danny assentiram.
— Só toma cuidado, amorzão. - Harry fez bico e aproximou-se de Tom para beijá-lo.
— Sai fora, Harry. - Tom afastou-se rindo e logo depois saiu. - Tchau, gente.
— Tchau, dirige com cuidado seu idiota! - Dougie soltou, repreendendo-o.
— Pode deixar! - disse passando pela janela.
— Você é muito gay, Dougie. - Harry disse rindo do amigo.
— Não sou eu quem fica tentando beijar os outros, tá Sr. Harry? - Dougie disse sério, cruzando os braços, fazendo todos rirem.
— Vamos, então? - pegava sua bolsa e puxava pelos braços.
— Vamos! - , Dougie e Danny assentiram.
— Tá na hora de deixar os dois pombinhos sozinhos, huuum. - Danny brincava, apertando as bochechas de Harry, que ria e batia nos braços do amigo.
— Sai fora, Danny.
— Até amanhã! - disseram ao sair pela porta.
— Até. - Harry e assentiram, rindo.

013

O dia amanheceu e mais belo que o nascer do Sol, foi a notícia que recebeu dos médicos.

— Tá brincando!? - disse empolgada, levantando da cama e prendendo seus cabelos num coque malfeito.
— Graças à Deus, não. Você pode ir embora, . Até que enfim! - o médico brincava, sorrindo feliz com a reação de .
— Eu sei que vocês já estavam de saco cheio de mim, mas tentem não ser tão sinceros da próxima vez! - disse rindo, abraçando o médico.
— Quem disse que você voltará aqui!? Vire essa boca pra lá, jovem! - disse sorrindo.
— É, espero que eu não precise mesmo. O que é uma pena, porque eu já estava me acostumando com toda a mordomia. - disse e fez cara de peralta.
— Haha, é uma pena mesmo. Não veremos mais essa garota curiosa e risonha perambulando pelos corredores. - disse sorrindo e saiu, após receber um bipe, chamando-o para outro quarto. - Arrume suas coisas e suma daqui, ! - disse rindo e andando apressadamente para o outro local.
— Haha, obrigado, Dr. Charles! - disse com um grande sorriso no rosto, não acreditando que finalmente sairia dali. Harry, que permanecia deitado, acordara e agora coçava os olhos, ainda pesados.
— Qual o motivo desse sorriso lindo no seu rosto? - disse levando as mãos atrás da cabeça, apoiando-se como num travesseiro.
— Ah, eu te acordei, desculpa. - disse aproximando-se, sentando na cama novamente.
— Tudo bem. - sorriu ainda meio sonolento, tentando manter os olhos abertos meio à claridade do sol.
— Adivinha! - disse soando como uma criança.
— Você vai trazer o café da manhã aqui pra mim, ai, que linda. - disse sorrindo, brincalhão.
— Não era isso, mas se você quiser... - disse séria, fazendo bico, tentando agradá-lo.
— Eu tô brincando. - disse puxando-a pela cintura para si. então caiu sobre sua barriga e depois ajeitou-se à seu lado, rindo.
— O médico me deu alta! - disse radiante, deitada com as mãos segurando sua cabeça, apoiada pelo cotovelo.
— Que ótimo, ! - disse sorridente, pegando em sua outra mão. - Tá fazendo o que aqui, ainda deitada? - disse levantando-se num pulo, calçando seus tênis e passando as mãos pelos cabelos bagunçados.
— Você me puxou. - ela disse rindo, também levantando-se.
— Detalhes. - disse puxando-a pela cintura e dando-lhe um selinho demorado.
— O que vamos fazer primeiro? – perguntou, com os dedos entrelaçados atrás da nuca do rapaz.
— Nem te falo. - disse malicioso, recebendo um tapa de leve em seu braço. - Ai!
— Safado! - disse soltando uma risada engraçada.
— Estava com saudades dessa risada. - disse sério, aproximando suas cabeças, olhando-a fixamente nos olhos.
— Eu estava com saudades de sorrir. - disse séria, grudando suas testas, ficando nas pontas dos pés para alcançá-lo.
— Ahhh! - soltou um grito agudo, subitamente, assustando Harry.
— Que foi? - perguntou rindo.
— Eu preciso conversar com o Jim, avisá-lo que eu já estou indo e preciso pedir o endereço dele e... - disse empolgada, sem pausas nem para respirar.
— Quem é esse tal!? - disse sério, alterando a voz.
— Aquele meu amigo, lá do último quarto. - disse segurando-se para não rir.
— Ah... - disse envergonhado, fazendo rir e beijá-lo.
— Eu te amo, bebê. – disse, entrelaçando seu braços em seu pescoço e apoiando sua cabeça em seu peito, de novo nas pontas dos pés. Ele apenas sorriu, com uma feição boba no rosto. - Vou lá rapidinho, ok?
— Tá, vou arrumar suas coisas. - sorriu.
— Ok! - disse e saiu correndo pelos corredores, com um sorriso estampado em seu rosto, fazendo Harry rir.

Ao adentrar o último quarto do corredor, encontra o lugar vazio, com apenas uma caixa em cima da cama. Pensando ter errado de quarto, colocou a cabeça para fora da porta novamente e observou o corredor. Ela tinha certeza de que era ali.

— Oi, você sabe aonde está o homem que costumava ficar aqui? - perguntou para uma enfermeira desconhecida, que passava por ali.
— Deixe-me ver. - folheava fichas que carregava. - Hum, James Christopher Palmer. Ele se foi. - disse sem retirar os olhos dos papéis.
— O quê!? - disse alterada, já com os olhos cheios d'água.
— Aparentemente o filho dele veio buscá-lo. E... Ah, sim! Você deve ser a , certo? Ele mandou avisá-la que aquela caixa é sua. - sorriu prestativa.
— Você é louca!? Quer me matar do coração!? - disse num tom engraçado, levando a mão ao lado esquerdo do peito.
— Ahn? - disse a enfermeira confusa.
— Esquece, erm. Obrigado. - disse mais calma, andando em direção à cama.
— Por nada. - sorriu e retirou-se.

então sentara na cama e puxou a pesada caixa para perto de si, verificando seu conteúdo. Haviam vários objetos, mas o mais abundante eram os livros. Havia também uma corrente com um pingente do Divino Espírito Santo (representado por uma pomba de asas abertas) e um belo terço de madeira. Lágrimas novamente invadiram seus olhos. Uma carta permanecia no fundo da caixa, escrita com capricho e com poucas palavras. Ao vê-la, rapidamente a puxou, ignorando quaisquer outros objetos.

"Minha querida,
Estou partindo com meu filho para Bolton, mas espero vê-la novamente muito em breve. Não me despedi pessoalmente pois quando passei por seu quarto a vi dormindo como um anjo, não podia interrompê-la de algo tão tranqüilo, principalmente quando vi-a com seu amado ao seu lado.
Não sabe o quão feliz estou ao vê-la feliz, se não te conhecesse melhor, diria que estava sorrindo ao dormir! Escreverei meu endereço no verso desta carta, espero receber notícias! Visite-nos, sim?

De seu amigo, Jim."


014

Após ler a carta e sentir a felicidade em cada palavra de Jim, permitiu que as lágrimas rolassem pelo seu rosto rosado, sorrindo ao mesmo tempo. Dobrou a carta com cuidado e guardou em seu bolso, agora retirava alguns livros de dentro da caixa para verificar do que se tratavam. Abriu um grande sorriso ao ver que em cada capa, haviam gravadas as iniciais J.P. Uma felicidade inexplicável tomava conta de , fazendo-a rir sem ao menos saber o porquê. Enquanto ela permanecia com um sorriso bobo no rosto, Harry apareceu na porta silenciosamente e passou à observá-la, encostando os ombros na parede.

— Cadê ele? - perguntou calmamente, com um sorriso bobo no rosto ao ver daquele jeito.
— Ele foi embora. O filho veio buscá-lo. - disse sorrindo.
— Vai vê-lo de novo?
— Sim. Eu espero. - sorriu, guardou os livros na caixa novamente e levantou-se.
— Vamos? - Harry disse já segurando uma sacola com algumas peças de roupa de .
— Sim! - disse empolgada, dando uma última olhada pelo quarto, com um leve sorriso nos lábios.
Após alguns minutos de viagem, o casal finalmente chega ao apartamento de . Era possível escutar o barulho da música alta a partir de um corredor atrás. arregalou os olhos, assustada.

— É, vou ser expulsa. - disse andando em direção à sua porta, pegando as chaves reserva em cima de um extintor na parede ao lado.
— Relaxa. - Harry disse rindo.

Ao abrir a porta, o som invadiu seus ouvidos violentamente, fazendo com que os dois instintivamente levassem as mãos às orelhas.

— O que tá acontecendo aqui!? - gritou, mas só algum tempo depois foi obteve resposta.
— Oi, ! - Tom disse sorrindo, tropeçando no tapete. - Desculpa pelo barulho e pela bagunça, a gente vai arrumar depois!
— Hi ya! - Danny disse alegre, aparentemente bêbado. - Já chegaram?
— Já bêbado? - Harry ironizou.
— Não enche, Harry. - Danny disse levando a garrafa à boca, bebendo mais um gole da vodca.
— São 11 horas da manhã! - Harry disse indignado.
— E daí!? A gente acordou cedo e estávamos entediados! - Danny disse cambaleando.
— E você deixou isso aconteceu, Tom!?
— Quem é que segura eles quando botam alguma coisa na cabeça? E além do mais, são quatro contra dois.
— Quatro? - perguntou confusa.
— Sim. Danny, , Dougie e contra eu e Camila.
— As meninas não... - dizia pasma.
! Você chegou! - dizia enquanto cambaleava até eles, segurando uma garrafa de cerveja.
, eu não acredito que... - passava a mão pelo rosto, indignada.
— Eu tentei impedí-la, eu juro! - levantava as mãos, tentando chamar a atenção. Também carregava uma garrafa de cerveja e falava com uma voz engraçada, visivelmente bêbada.
— Até você, ? Meu Deus, o que vocês fizeram com as minhas primas chatas e certinhas!? - soltou num grito, que foi abafado pela altura da música.
— Ei! - disse com uma feição brava, mas logo depois gargalhou. Agora Danny a segurava pela cintura com uma mão, e segurava a garrafa com a outra, ela fazia o mesmo.
— Os vizinhos vão começar a reclamar. - Harry disse apreensivo, mas rindo da bagunça que faziam.
— Já começaram. Vieram dois aqui reclamar, mas a e a os espantaram aos gritos. - Tom disse calmo, arrancando risos de .
— Infelizmente temos que acabar com isso. - disse relutante.
— Ai! Eu acho que eu... - passava as mãos pela cabeça e cambaleava, claramente tonta, até que...
— Ahhhhh, que nojo! - soltara num grito. - Bee, você podia ter corrido pro banheiro! Agora a vai ter que limpar, haha. - disse apontando para a garota e rindo.
— Ahh, meu tapete novo! - lamentava-se. Correu então até o rádio e desligou-o, chamando a atenção de todos. - CHEGA! Vocês são doidos?
— Siiiiiiiim! - Dougie soltou agudamente, fazendo rir ridiculamente e Danny soltar uma gargalhada escandalosa.
— Meu, são piores que crianças. - ria.
— Você não viu nada. - Harry dizia sério.
— LIGA O RÁDIO! - soltou subitamente num grito, assustando à todos.
— Não. Agora vocês vão tomar vergonha na cara e... Um banho. - disse, já organizando o lugar.
— EU TOMO PRIMEIRO! - soltou num grito, fazendo todos assustarem novamente.
— EU VOU COM ELA! - Dougie soltou no mesmo tom, levando, em seguida, um tapa no rosto, de .
— Não fica muito alegrinho não, Mr. Dougie. - disse cambaleando para o banheiro.
— Ahhh, o que custa? A gente economiza tempo e energia. - disse e piscou para , que retribuiu com um dedo do meio.
— EU VOU DEPOIIIIIIS! - gritou e tropeçou, segurando-se nos braços de Danny, que caíra sentado no sofá, puxando-a junto.
— E EU DEPOIS DELA! - Danny disse em meio à gargalhadas desnecessárias.
— E por que não comigo!? - disse desapontada, fazendo bico.
! - soltou num grito, repreendendo-a. - Baixa a tua bola, hein, menina! — Ahhh, me deixa! - disse rebelde, dando mais um gole na cerveja. — Harry, me ajuda. - soltou num tom desesperado, fazendo Harry e Tom rirem.
— Relaxa, depois do banho eles sossegam. - disse beijando-lhe a testa e sentando-se no sofá, puxando-a junto pelas mãos.
— O que você tá fazendo? - disse séria.
— Erm... Eu estava pensando em assistir televisão. - disse como se fosse óbvio, com uma feição um pouco assustada.
— Ihh, você não fez isso. O baterista tá ferradinho. - disse ainda no colo de Danny, rindo alegremente do nada. levantou-se rapidamente do sofá e cruzou os braços, olhando para Harry.
— O que foi que eu fiz? - disse assustado.
— Você não vai me ajudar a limpar? – disse, como se fosse óbvio.
— Ah, , tá falando sério? - disse lamentando-se, esfregando olhos cansados. - Senta aqui comigo pra assistir tv, vai. - disse chamando-a, batendo as mãos no assento.
— Mas eu não consigo com...
— Consegue sim. - disse puxando-a novamente pelas mãos, fazendo-a se desequilibrar e cair em seu colo.
— Mas... TÁ MUITA BAGUNÇA! - dizia histérica.
— Depois a gente chama a camareira, relaxa. Depois que eles tomarem um banho, nós vamos almoçar em algum lugar, tá? Quando voltarmos, vai estar tudo bem limpinho e brilhante. - sorriu, vitorioso.
— Como você consegue? - disse encarando-o bem próxima ao seu rosto, ainda sentada em seu colo, com as pernas esticadas pelo assento do sofá, entrelaçando seus braços nos pescoço de Harry.
— O quê? - perguntou num sussurro.
— Me convencer tão rápido das coisas? - disse sorrindo, aproximando seus lábios.
— Na verdade, eu sou um feiticeiro. - disse rindo, cortando o clima romântico, fazendo gargalhar.
— Ah não, você vai começar com aquela história de novo... - disse rindo.
— Mas você sabe que é verdade! - disse segurando-a pela cintura, rindo.
— Você não é o verdadeiro Harry Potter, Harry! - ria.
— Claro que sou! Não tá vendo a minha cicatriz de raio!? E as minhas baquetas, são na verdade, varinhas mágicas. - sorriu vitorioso, levando um leve tapa nas bochechas, arrancando gargalhadas altas de .
— Cala a boca, Harry. - disse puxando-o pelo queixo e beijando-o, entre risos.

Tom e Camila permaneciam na varanda, conversando. e Danny já haviam tomado banho... Separadamente. se preparava para ir e Danny estava largado no sofá, bêbado demais para fazer qualquer coisa.

— Tem certeza que não quer ir comigo? - dizia piscando para Danny.
! - repreendeu-a.
— Ahhh, eu tô brincando, chata. - disse rindo enquanto dirigia-se para o banheiro.
— Mas se você quiser, eu vou. - Danny disse subitamente, levantando-se num pulo rápido.
— DANIEL JONES! - Harry repreendeu-o, assim como repreendera . - Fica na sua, garotão. - disse sério.
— Chato. - disse mostrando a língua, deitando-se novamente.

E após todos tomarem seus devidos banhos e comprimidos para dor de cabeça, saíram para jantar num famoso restaurante no centro de Londres. Já era noite e a cidade nunca fora tão bela como naquele dia. Todos conversavam entre risos, contentes por apenas estarem ali, reunidos.

— Um brinde! - Tom levantara a taça até o centro da mesa redonda.
— A quê? - Dougie perguntou confuso, também levantando sua taça.
— É nessa parte que se propõe a o que vamos brindar, cabeção. - Danny disse dando-lhe um pescotapa, rindo em seguida. Todos riram.
— Ah, tá! Então deixa eu pensar...
— Não, já era! Perdeu a vez. - Harry dizia levantando sua taça. - Um brinde à saúde, amizade e ao amor. - disse olhando para todos, dando ênfase à última palavra, quando direcionou seu olhar à .
— Saúde! - todos disseram em uníssono, bebendo logo depois.
— As meninas não vão beber mais que isso hoje! - Danny disse brincalhão.
— E quem vai me segurar? - lançou-lhe uma piscadela, rindo em seguida.
— Isso aí, Bee! Ninguém segura a gen... - dizia empolgada, até que fora interrompida.
— NINGUÉM VAI BEBER MAIS NADA! - soltou subitamente num tom alto, assustando as meninas e fazendo-os rirem.

Um ano se passou e muito mudou...

— Toma cuidado e não dê confiança pra qualquer uma, tá me entendendo!? - dizia entrelaçando seus dedos na nuca de Dougie, que segurava-a pela cintura, com um sorriso bobo no rosto.

— Sua falta de confiança me fere. - disse brincalhão, beijando-a em seguida.
— Só estou cuidando direitinho do meu bebê. - disse dando-lhe um selinho em despedida.
— Te amo, . - disse abraçando-a forte.
— Também te amo, Doug. - disse retribuindo o abraço.
— Me escuta bem, senhor Danny! Se eu ver alguma foto ou vídeo seu arrastando asa pra alguma fã, o bicho vai pegar quando você chegar aqui! - dizia, com uma das mãos na cintura e a outra apontando para Danny, que disparava à rir. - Tá rindo do quê? Eu tô falando sério!
— Eu não sou burro... - disse aproximando-se, até que foi interrompido por Dougie.
— ... É SIM! - gritou distante, levando uma almofadada certeira de Danny no rosto.
— Como eu ia dizendo... - disse rindo, agora entrelaçando seus dedos aos de , que parara de rir e prestava atenção. - Eu não sou tão burro à ponto de te deixar. - disse aproximando-se para beijá-la.
— Nunca se sabe... - fazia drama, já com os lábios bem próximos aos de Danny.
— Fica quieta. - disse rindo há milímetros de seus lábios, até que finalmente a beijou.
— Vá com Deus e arrasa, tá, amor!? Cante muito bem e não erre! - Camila dizia abraçada a Tom, que ria das palavras da namorada.
— Você tá me deixando nervoso. PRESSÃO! - brincou e beijou-a.
— Não fique. Você é o indivíduo mais talentoso que eu já conheci... Impossível fazer feio. - disse sorrindo, beijando-lhe as bochechas.
— Agora eu tô mais nervoso ainda. E se eu errar e conseguir estragar o show!? – disse, fazendo drama.
— Cala a boca. - disse beijando-lhe entre risos. - Amo você, Tom.
— Também te amo, amor. - disse sorrindo, abraçando-a.

— ... E um ursinho de pelúcia com aquele negócio de "I ? NY" escrito na barriga, tá? Não esquece. - dizia dando um selinho rápido em Harry, que ria.
— Nós não vamos pra Nova Yorque, . É pra Nevada, criatura. - disse divertido, levando suas mãos ao pescoço dela.
— Mas você disse... - disse confusa.
— ... Las Vegas! - disse rindo, puxando-a para um beijo.
— Enfim... - disse mudando de assunto, rindo. - Toma cuidado, tá!? - disse olhando-o fixamente nos olhos, acariciando seus cabelos pouco acima da nuca.
— Claro. - disse sorrindo, fitando-a com uma feição séria.
— Eu te amo... Demais. - disse num sussurro, abraçando-o.
— É possível eu te amar mais? - disse afastando-se do abraço e olhando-a novamente nos olhos.
— Não. - sorriu convicta e beijou-lhe.

Logo depois, a banda partiu para Nevada para uma nova turnê nos Estados Unidos.

... Novos romances se formaram, muitas risadas descontroladas resultaram em lágrimas e dores abdominais, muitas músicas lembraram momentos passados, muitas bebidas deram origem às cenas mais ridículas, novas brigas iniciaram-se e terminaram minutos depois, nada continuou o mesmo, nem mesmo o amor entre eles... Se for possível, ele triplicou-se.

E pra quem não acredita em finais felizes... Dê uma chance à eles e somente assim, torne-os possíveis.

Fim



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