Capítulo 1
“No fim de tarde, um encontro de repente, você me olhou de um jeito diferente, no teu sorriso eu quase me perdi”.

É tão engraçado como a vida nos prega peças. Bem que sempre me falaram: o amor vem quando menos esperamos e da onde menos esperamos.

Meu nome é , faço 20 anos daqui algumas semanas. Tenho dois irmãos, Thiago e Lucas, e moramos em Londres num apartamento digamos que “apertado” para uma família de cinco pessoas. Somos um tanto unidos, talvez isso até seja estranho nos dias de hoje, mas temos uma amizade que vai além de qualquer carinho de família.
Tudo começou há quatro anos atrás. Eu estudava num colégio muito conhecido em Londres, que por um acaso seu nome era: Londres High School. Sempre fui popular, falava com milhares de pessoas, minha página de relacionamento na internet bombava e eu tinha todos os garotos aos meus pés. Beleza, 'ta me achando uma menina metida e que se acha a última poça no Deserto do Saara, não é? Ai, não é isso! Não ganhava os meninos pela minha beleza externa. Tudo bem, sou bonita, mas todos dizem que é uma beleza diferente; nada artificial, forçado. Meus cabelos castanhos que vão até a cintura e formam cachos nas pontas, meus olhos castanhos escuros que declaravam toda a minha fragilidade e sutileza, minhas bochechas rosadas pela vergonha que sentia por qualquer motivo e minha veia na testa que aparecia sempre que eu sorria ou até mesmo gargalhava. Sempre fui muito querida na escola, falava com todos os professores e sempre fui representante de turma pela minha personalidade forte e pelo gosto de mandar. No meio de tantas pessoas naquela escola, eu tinha o meu grupo preferido. No caso, O TRIO composto por mim, e ; minhas melhores amigas. Conhecíamo-nos desde pequenas e nossas mães eram amigas. namorou meu irmão mais velho, mas não deu muito certo. Já , namorava Felipe, um tremendo galinha, e todas nós sabíamos que ele traía ; mesmo assim, não adiantava muita coisa contar. Eu ficava com o Victor, amigo do Felipe. Ficávamos há nove meses quando conheci o verdadeiro amor. Como eu disse no início, tudo começou há quatro anos. Eu estudava de manhã e fazia curso de inglês à tarde. Sabe como é; brasileira em Londres tem que correr atrás do prejuízo.
Um dia, após a prova do curso, minha mãe resolveu buscar meu irmão no colégio e eu, já que ele estudava à tarde em outro colégio por causa do futebol. Achei um saco, pois tinha combinado com Victor de entrarmos no MSN pra conversar e passar o tempo, como sempre fazíamos. Eu não sei exatamente o que me deu. Ao chegar à porta do colégio do Lucas, ele ainda estava fazendo prova e um amigo dele, que eu jurava nunca ter visto, veio falar com a minha mãe.
- Oi tia, o Lucas ‘ta fazendo prova ainda, quer que o apresse? - disse Dougie.
- Oi Douglas, não precisa, não. Avise-o que eu passei aqui, mas que é pra ele voltar de táxi mesmo. ‘Ta bom?
- ‘Ta bom, tia. Pode deixar. – nisso, Dougie percebeu alguém diferente no banco de trás do carro e sorriu de um jeito tão doce e sincero.
- Obrigada, Dougie, beijos. – Minha mãe disse, já acelerando o carro.
Naquele momento em que meu olhar encontrou com o de Dougie, percebi que ele era diferente; mexeu comigo a partir dali, senti-me tão boba e meu coração bateu de uma forma desconhecida. Quando cheguei a minha casa, tomei um banho e fiquei na varanda, escrevendo em meu diário, até que me peguei pensando num sorriso que não conseguia parar de lembrar. Mas logo acordei do transe com meu telefone tocando.
- ? – aquela voz, aquela pessoa, não era quem eu queria ouvir naquele momento.
- Ah, oi Victor. Pode falar. - falei secamente e com um tom decepcionado.
- Oi minha linda, o que houve? Não gostou de me ouvir? Estava esperando alguém?
- Err... Não, corujinha, estou feliz em te ouvir. Mas fale, o que houve?
- Queria saber de você, moranguinha. Fiquei te esperando no MSN e nada, aconteceu alguma coisa? Você nunca fura comigo, achei estranho...
- Ahm... Não aconteceu nada, não. Minha internet ‘ta fora do ar. - menti – Aproveitei pra escrever; fiquei tão ocupada nos últimos dias que não consegui achar tempo pra escrever.
- Ah você tem essas manias, esqueci... rs. - não sei como ele conseguia me irritar. Ou melhor: por que ele ‘tava me irritando? Eu sempre gostei dele, sempre quis isso – Então, linda, vamos fazer alguma coisa agora? ‘Tava pensando em ir numa pizzaria, ‘ta afim?
- Ah Victor, sabe o que é...? ‘To cheia de dever de casa, tenho que estudar pra prova de Literatura... Minha mãe não me vai deixar sair agora... Desculpa. – menti mais uma vez. Eu não queria a companhia dele, não sei, ele ‘tava me deixando enjoada com aquela coisa toda.
- Ah então ta, moranguinha, até amanhã então. Boa noite aí. Beijão.
- Beijos, Victor.
Assim que desliguei me deu uma leveza. Eu não entendi o motivo pelo qual eu estava evitando-o, mas sabia que ele não era mais o que eu queria. Escrevi a noite toda, não consegui pregar o olho direito, parecia que alguma coisa dentro de mim se agitava... Não conseguia dormir.

Capítulo 2
“Tudo começou num dia casual. Quando te vi, passei mal. Você conquistou minha vida, já não tem mais saída”

Depois daquela noite super mal dormida, meus dias voltaram a ser normais... Escola, curso, Victor, ‘programa de gordinhas solteiras’ com as amigas... E estudo... Não ‘tava com tempo nem se quer de me lembrar do sorriso ou até mesmo do rosto. Num sábado à noite, meus pais iam sair com o Thiago e Lucas ia dormir na casa de sua nova namorada (não sei se comentei, mas acho que já tive tantas cunhadas que nem sequer posso me apegar. Porém, tenho minha torcida pela . *-*), então combinei com a minha mãe de que as meninas dormiriam lá em casa para me fazer companhia. Passamos a semana toda programando e arrumando as coisas. Alugamos filmes, compramos pizza, pipoca, leite condensado, pão de queijo, coca cola e, é claro, aquela cervejinha e aquele ice maroto que sempre fortalece nas horas ruins estilo final de “Um amor pra recordar” ou “Ps: Eu te amo”.
Acordei sábado já correndo, teríamos prova no colégio e depois iríamos direto pra minha casa, passar o dia na piscina. Tomei banho correndo e fiquei encarando o armário, a dúvida ‘tava cruel: baby look? Bata ? Vestidinho?
Optei pelo short jeans com uma bata branca e minha havaiana verde. Afinal: num dia de sol, em pleno sábado e com prova? Precisava de algo pra me refrescar... Até porque a piscina ficaria para depois.
Cheguei ao colégio dez minutos antes do combinado, resolvi então passar na padaria do Tio Bem para tomar café da manhã. Peguei meu Ipod e fui escutando. A rua ‘tava calma, poucos carros passavam e quase ninguém andando... Ao chegar à padaria, o movimento ‘tava fraco; pouquíssimas mesas sendo ocupadas e os garçons ainda estavam se arrumando.
Logo ocupei uma mesa e pedi meu pão na chapa com um suco de melancia turbinado que só o Tio Bem sabia fazer. Estava distraída, pensando nos últimos acontecimentos, as provas bimestrais começando... Quando reconheci uma voz, bem atrás de mim, eu tinha certeza, não ‘tava me enganando. Assim que virei, reconheci o sorriso e o olhar, só que dessa vez, o olhar não era de pureza e nem de alegria; transmitia raiva, tristeza... Dougie estava com sua namorada, discutindo e gesticulando tão claramente e num tom de voz tão alto que quem passava do outro lado da rua ouvia. De repente, a menina levantou-se para ir embora e quem era? Não podia ser, não era ela.
LOUISE, sim, ela mesma... Minha melhor amiga quando criança... Não podia ser. Assim que ela levantou, viu-me, abriu um sorriso triste e me abraçou. Não estava entendo nada, eu apenas a olhei e dei um sorriso fraco e torto, até porque eu nem sabia do que se tratava. Louise me deu seu telefone e seu endereço e pediu para que eu ligasse pra ela e saiu andando. Fiquei ali mais uns segundos, sem entender e sem cair a ficha de que minha melhor amiga, ou melhor, minha ex melhor amiga era a namorada daquele menino lindo, dos olhos penetrantes e do sorriso meigo.
Devo ter ficado sem ação durante uns dois minutos, até Dougie falar comigo.
- ? ‘Ta tudo bem? - sua voz preocupada me deixou feliz.
- Err.. ‘To sim Doug...? – enrolei-me, eu o chamaria como? Douglas ou Dougie? Minha mãe havia lhe chamado dos dois jeitos e eu mal o conhecia.
- Bom, deixa eu me apresentar devidamente, aí você não terá dúvida de como me chamar. - falou sendo simpático- Meu nome é Douglas Poynter, mas pode me chamar de Dougie - e me estendeu a mão - Muito prazer.
- Prazer Douglas, eu sou , irmã do Lucas, como você sabe. - eu ri, ‘tava sem graça e não sabia o motivo. - E o prazer é todo meu.
- Devo ter te assustado, né, ? É... posso te chamar assim, né ?
- Que nada, Dougie, ‘to acostumada. Sempre presencio brigas do Lucas com as diversas namoradas, e pode me chamar de sim. Sem problemas. – eu devia estar com uma cara de bocó enorme, ‘tava tão nervosa.
- Na moral, é verdade, seu irmão ‘ta cada hora com uma. - ele riu – Mas, você conhece a Louise da onde ?
- Ah... eu estudei com ela quando éramos crianças, ela era minha melhor amiga e vizinha. Vocês tão bem, Dougie? – mas que pergunta, né, ? É claro que não. Que idiota!
- Não, , Louise me traiu com um dos meus melhores amigos. E acabei de terminar, mas não queria falar disso. - assim que ele terminou, meu pão na chapa chegou. - Bom, você tem que tomar seu café, né? Posso me sentar com você? Acho que ‘to precisando de companhia.
- Claro, Douglas, só não posso demorar; minhas amigas estão me esperando.
- Ah é? Vão para a praia? – ele disse me fitando (leia-se: comendo minhas pernas com os olhos).
- Não, temos prova agora e depois vamos pra minha casa, passar o dia na piscina.
- Ah sim... , quantos anos...- ele foi interrompido pelo toque escandaloso de “Yesterday” do The Beatles.
Era . Era impressionante como ela sempre cortava meus assuntos com as melhores pessoas nos melhores momentos. Olhei pra tela. Fiquei encarando até que resolvi atender.
- Fala, chubê! – disse, usando nosso apelidinho carinhoso e secreto.
“Amiga, onde você ‘ta? ‘Ta atrasada há 15 minutos. O porteiro já quer fechar o portão e não vai deixar mais ninguém entrar, você não vem?“. – ela falou tão rápido que se eu não estivesse acostumada, não teria entendido nada.
- Ah amiga, ‘to indo, ‘to indo, espera por mim na porta. - disse me levantando e desligando o telefone. – É... Tchau Douglas, a gente se vê por aí.
- Tchau , vou falar com o Lucas pra gente fazer alguma coisa, ele nunca deixa te chamar por ciuminho... Já que o Tom é louco pra ficar com você. - Quando ele terminou a frase, meu sorriso saiu involuntariamente e apenas assenti e disse um simples e frio: – Vamos marcar sim. Tchau Dougie.
Saí da padaria correndo, nem me dei conta do tempo que fiquei naquela padaria... Afinal, ele me fez perder totalmente o sentido e até mesmo a vontade de fazer qualquer outra coisa a não ser observar seu lindo sorriso.
Acabamos a prova correndo, fomos pra minha casa e nosso dia não poderia ter sido outro: piscina, piscina e piscina... À noite, assistimos a “Crepúsculo”, pois ainda não tinha visto, e comemos tudo que tínhamos direito até subir para fofocarmos até dormir.

Capítulo 3
“Yesterday, love was such an easy game to play”

Acordamos com o sol batendo em nossos rostos. , como sempre, tentou resistir, disse que ‘tava cansada e que havia bebido demais na noite passado. Então, combinei com zinha de pegarmos um balde d’água e jogarmos nela. Resultado? Guerrinha de água, travesseiro e depois pique-pega, afinal, estava uma fera e completamente encharcada. O dia passou rápido. À noite resolvemos ir a um pub que havia perto da casa do Felipe e o Victor insistiu muito para que fossemos juntos, coisa e tal... Eles levariam Fernando, um menino com quem que a tinha ficado na última social que fizemos. Até porque éramos só nós seis, ela não tinha saída.
Às oito horas começamos a nos arrumar. zinha foi a primeira a acabar, estava linda com um vestido estampado e com scarping preto. também estava linda com uma saia jeans, blusa azul clara e uma sandália prata. Eu estava nervosa e sem criatividade nenhuma pra me arrumar. Não sabia o por que daquilo tudo, afinal, eu ‘tava saindo com o bocó do Victor. Resolvi pôr um vestido preto caído no ombro e um scarping preto com strass prata.
Acabamos de nos arrumar e os meninos já estavam nos esperando no portão da minha casa. No caminho do pub, rimos muito com as piadas de Fernando e com as tentativas frustradas do Felipe de cantar as músicas que tocavam no rádio.
Assim que chegamos, estava lotada a porta do pub; muita gente, fotógrafos e tudo. Ia ter show de uma banda famosinha e todos estavam realmente animados... Eu realmente estaria se não tivessem me fotografado com o Victor segurando a minha mão.
A noite foi animada. Dançamos muito, bebemos e rimos das pessoas passando completamente bêbadas e taradas com os olhos em cima do Nando. Acabamos todos dormindo na casa de zinha.

Capítulo 4
“Cena de romance na TV e eu aqui assim nessa fissura”.

Um mês se passou desde a ida no pub, foi aí que tudo começou a mudar. Estávamos nós três conversando no intervalo sobre o que faríamos depois da aula. Resolvemos ir ao shopping almoçar juntas e ir ao cinema ou então fazer umas comprinhas... Despedimo-nos dos nossos respectivos acompanhantes de saídas e fomos. Almoçamos no Mc Donald’s mesmo; é muito chata pra comer e além do mais, é viciada nas surpresinhas do McLanche feliz.
- Ah chubês, vamos comer no Mc Donald’s, só falta uma moranguinho para a minha coleção! Por favor, amigas do meu coração. – Pedia (leia-se: implorava) com a carinha mais “gatinho de botas” possível.
- ‘Ta bom amiga, menos, ‘ta quase ajoelhando no meio do shopping. Além do mais, ‘ta todo mundo olhando, pára com isso, né? – falava quase se enfiando em qualquer canto escondido. Afinal, MICÃO, né ?
Estávamos comendo felizes e contentes, conversando e falando mal das pessoas que passavam até que senti uma mão em meu ombro e vi a cara que a fez. Assustou-me de verdade.
Era Dougie, com mais dois amigos – incrivelmente LINDOS -. Eu fiquei completamente em transe ao olhar aquele rosto que eu não via há algum tempo e aquele sorriso; alguma coisa diferente nele, não sabia o quê. Fiquei pensando até pisar em meu pé e eu berrar.
- , ‘ta tudo bem? – Dougie perguntou sem entender nada com uma cara de confuso enorme.
- Err.. ‘Ta sim, Douglas. Quando tempo, hein? – sorri super sem graça. Minha vontade era de voar no pescoço daquela chubê desgraçada!
- Pois é, eu ando meio tenso com as coisas da banda, aliás, deixa eu te apresentar, : esse é o Tom e o Harry, dois dos meus três melhores amigos e amigos de banda.
- Prazer, Tom, Harry... Deixe-me apresentar minhas amigas a vocês: e , esse é Dougie, como vocês já sabem... – sorri tentando esconder a vergonha e a risada.
- Então, , podemos nos sentar com vocês? Também estamos com fome e íamos almoçar mesmo... Tem problema? - Perguntou Tom com um sorriso de criança feliz que mostrava sua covinha hiper sexy.
- Claro, Tom, senta aí... E então, vocês têm uma banda? – respondeu antes que eu pudesse se quer pensar. Apenas assenti.
- É, linda, temos sim... E ainda tem o Danny. – respondeu Harry, deixando Tom com uma cara de idiota.
- Ai que legal! O que cada um toca, Harry? Baixo? Bateria? – perguntou zinha, animada com os novos colegas.
- Bom, , eu toco baixo, Tom canta e toca guitarra, Danny também canta e toca guitarra e Harry, bateria. – respondeu Dougie, todo orgulhoso.
- Ai que legal, meninos! Quando tiverem show, avisem, a gente vai... – falou toda animada.
- Claro, linda, avisamos sim. Mas vocês topam ir ao ensaio? Temos ensaio hoje lá na garagem do Dougie. Vocês podem nos ajudar a escolher o repertório do show da semana que vem, o que acham?- Tom disse.
- Ai eu acho ótimo, Tom... Vamos sim, né, meninas? – perguntei com certa, digamos, indireta pra elas dizerem “sim!”.
- Mas é claro, , acha que eu perco? Vai que eles ficam famosos? Eu ajudei e ainda os conheci no início... – disse , fazendo todos rirem e darem um pedala.
- Opa, que intimidade, hein? – disse , tentando fingir que estava com raiva.
- Relaxa, zinha, quer um beijinho pra sarar? – disse Harry com uma cara maliciosa.
- Harry, ‘ta demais, hein? Eu hein, eu tenho namorado. – zinha disse num tom bravo de verdade, mas eu, como a conhecia desde pequena, sabia que ela tinha gostado.
- Relaxa, , eu ‘tava brincando. Até porque, você não faz meu tipo... - Harry falou com uma cara de cínico
Todos nós começamos a rir da cara de espanto que a zinha fez. Passamos um bom tempo assim; estávamos nos divertindo até o grande problema acontecer.
- ‘Pera aí, gente. , aquele ali não é o Felipe? – perguntou com medo da reação da amiga.
- EU NÃO ‘TO ACREDITANDO QUE AQUELE... AQUELE... AIII AMIGAS! – começou a chorar sem parar.
- Calma, amiga, relaxa. Olha, passa por ele e fala assim: “que é isso, hein, Felipe, arrasou! Essa é muito gata, parabéns”. E sai amiga, sem olhar pra trás. – eu disse pra tentar animá-la.
- Isso, zinha, não se deixe por baixo. Homem adora mulher que se rebaixa e aceita tudo. Ele nunca vai te valorizar se você não fizer nada. – disse Dougie com um rostinho lindo e uma carinha de pena maravilhosa.
- Vocês ‘tão certos, esperem-me aqui... – zinha se levantou e foi com tudo.

Enquanto isso no Bob’s...

zinha estava chegando perto do ‘casalzinho’ quando ouviu Felipe falar:
- Sabe, gata, aquela garota não representa nada pra mim... Não vê que ela é só o passatempo e eu já estou quase conseguindo o que quero? Já, já a chuto e pronto, estamos livres. – a menina gargalhou.
Então, zinha engoliu as lágrimas que teimavam em cair e foi com tudo.
- Realmente, Felipe, eu nunca duvidei das suas aptidões... Você é realmente bom nisso, até porque, todo mundo tem que ser bom em alguma coisa, não é? E já que você não é bom em NA-DA, Deus te deu essa colher de chá. Mas relaxa, isso pode lhe dar futuro, mas aí, você tem que achar uma velha, podre de rica, que ature seu bafo ao acordar e sua cara cheia de espinhas. Porque essa pelezinha lindinha é tudo maquiagem, sabia? Pois é, eu sei, eu namoro o Felipe há quatro anos... E cara, ele nem é tão bom em pegada, porque se fosse, já teríamos transado. Coisa que ele não conseguiu, né, neném? Mas olha, essa aí é boa, parabéns. Aposto que só ‘ta a fim de tirar onda por causa da sua popularidade, então faz o seguinte: ‘ta vendo essa aliança aqui? Enfia nessa tua boca fedida e vai pro inferno, Felipe, TU É UM MERDA. – então, zinha saiu sem nem olhar pra trás.

Ao chegar perto da gente, ela ‘tava tão vermelha, tão estranha... Na hora que abrimos a boca, ela desabou. Chorou muito, litros e mais litros... Até que do nada:
- Gente, por que eu ‘to chorando, hein? Eu hein, que maluquice... Quem é Felipe? Já namorei? Eu heein. Então amigas, vamos ao ensaio dos meninos?
Ficamos todos olhando sem entender até que Harry quis quebrar o silêncio constrangedor:
- Então, zinha, vamos todos, né? E gente, nós estamos atrasados, vamos?
- Claro, Claro... Err... Vamos, ? – perguntou Dougie, tímido.
- Siiiim, Dougie... VAMOS, CAMBADA.

Assim que chegamos à garagem de Dougie, havia um menino sentado com uma guitarra debaixo do braço... Era ele, o famoso DANNY. Ele era lindo, um cabelo de anjinho inconfundível, olhos azuis, uma cara de bobinho e um sorriso mágico.
A tarde passou voando e eu fiquei tão dividida, não sabia se olhava pro Dougie ou pro Danny.
No final do ensaio, pedimos pizza e ficamos contando nossas histórias e rindo das dos meninos. Eles além de tocarem MUITO bem, eram muito engraçados e divertidos.

Capítulo 5
“E a nossa amizade foi virando uma paixão...”

As semanas foram passando e a cada dia, estávamos mais próximos. zinha e Harry estavam começando a se entender, mas a briguinhas continuavam; certo modo de um ficar perto do outro e chamar atenção. A amizade e a companhia do Harry eram tão boas que havia superado o lance do Felipe numa boa. E com o término de , acabei parando de ficar com o Victor e com o Fernando. Se bem que a gente fez um favor a ela... e Tom estavam num projeto; escrever uma música de romance e garanto que é o que vai acontecer. Bom, eu estou na mesma, de certa forma num triângulo amoroso. Danny tinha uma namorada, a , uma conhecida nossa, mas eles terminaram, ou melhor, Danny terminou com ela, pois tentou me beijar numas das noites na casa de Dougie. E o Douglas? Bom... sei lá, ele ‘ta meio distante de todos, meio estranho. Eu venho tentando conversar, mas não me esqueço da última tentativa.


~ * Flashback:

Estávamos todos na sala de Dougie, rindo e bebendo. Danny estava em meu colo, fazendo carinho em minha cabeça e mordendo de leve minha bochecha. Dougie estava bem na nossa frente e não parava de me encarar, até que Danny conseguiu roubar um estalinho. Todos riram e cantaram a famosa musiquinha:
“A ‘ta diferente. ‘Ta, ‘ta diferente. Fooiiiiiiiiiii, foi ele sim. Foi o Danny que a deixou assim ...”.
Fiquei super vermelha e Dougie fechou a cara de vez. Tom puxou a brincadeira “verdade e conseqüência” e numa dessas, caí para o Douglas me perguntar. Eu pedi verdade. Então ele falou:
- Então, , é verdade que você gosta de iludir as pessoas e depois pisar como se nada tivesse acontecido?
Todos na sala pararam e me encararam, não entendendo nada.
- ‘Pera aí, Douglas, o que você está insinuando? – perguntei trêmula sem entender o motivo daquilo.
- Ah , não se faça de boba, cansei desse seu jeito mesquinho. Dá licença. – e então saiu da sala, sem mais nem menos, deixando todos com cara de tacho.
Meus olhos encheram de lágrimas e saí correndo atrás de Dougie.
- Ei! ‘Pera aí, Douglas, você ‘ta pensando o quê? Fala o que bem entende, humilha-me na frente de todos e sai como se eu tivesse te feito alguma coisa?! – parei, esperando uma resposta. Ele apenas suspirou e continuou a andar. - Douglas, o que ‘ta acontecendo com você? Cadê aquele menino simpático, lindo e amigo que eu conheci? Que me fazia rir e me fazia cocegazinhas sempre que eu gaguejava? O que eu te fiz, Dougie? Diz, por favor. – funguei chorosa e então ele virou.
- O que você fez, ? Nada, você simplesmente não fez nada e nunca faz. E isso me deixa irritado.
- Dougie, desculpa se saí correndo e o abracei com toda a minha força e meu carinho. Eu gosto tanto de você seu bocó, pára de besteira. Eu vou fazer tudo certinho agora ‘ta?
- Eu te adoro, , muito mesmo. – ele suspirou e segurou meu rosto. - Vai fazer tudo certo? Então me beija e diz que é comigo que você quer ficar.
-... – não esperava aquilo, não dele. – Err.. Douglas, eu ‘to confusa. - ele me interrompeu.
, presta atenção: eu não vou te forçar a me beijar, mas talvez você possa saber o que realmente quer com um beijo...
E quando íamos nos beijar, Danny grita da sala:
- Oh traveco, vem aqui, acho que quebrei sua cadeira...

Fim do Flashback ~*


Depois dessa conversa, ele tem me evitado de todas as formas e o Danny ‘ta cada vez mais perto de mim. Mas eu, no fundo, sabia que, pelo menos da minha parte, em relação a Danny era só amizade... Mas ele pensou diferente, compôs uma música pra mim e cantou no ensaio, declarando pra mim:


~* Flashback :

- Meninas, meninas! Esperem aí, o Jones quer falar com vocês! – Tom disse ofegante, já que veio correndo.
- ‘Ta bom, covinha, mas só porque é você, hein. – disse , toda cheia de amorzinho.
Voltamos pra garagem e só tinha Danny sentado no banco perto do microfone. Os meninos estavam sentados no puf, esperando o que o inteligentíssimo Daniel tinha nos preparado.
- Bom, meninas, sentem com o garotos, mas quero que você, , fique em pé. – todos olharam pra mim, inclusive Dougie; mas o olhar dele era triste e confuso. – Então: eu escrevi uma música. Não, na verdade eu ainda não acabei porque eu preciso de hoje pra terminá-la.
Então, ajeitou-se no banco, deu as primeiras dedilhadas no violão e começou:

“Foi numa roda de amigos
Que eu te conheci
E o seu rostinho lindo
Nunca mais eu esqueci
E a nossa amizade
Foi virando uma paixão
Te colocando no meu coração

Porque te amo
E quero você sempre aqui
A vida dá voltas
E o destino trouxe você para mim”.


Todos continuavam olhando pra mim, esperando por alguma atitude e eu simplesmente fiquei parada.
- E então, , como vou completar minha música? – Danny disse, levantando-se do banco, aproximando-se e encostando as mãos no meu rosto.
- Não posso completar a música, Danny. - todos me olharam, não acreditando que eu ‘tava fazendo isso. Mas eu realmente não podia iludir meu amigo. - Você se tornou uma pessoa importantíssima na minha vida, Daniel. Em tão pouco tempo, já é uma das pessoas que eu mais amo e que mais confio. Você me faz rir, me alegra, dá conforto, mas você é como se fosse meu irmão. Eu te amo pra valer, mas não posso lhe completar além do que te ofereço desde quando nos conhecemos.
Danny apenas me encarou com um olhar de decepção e saiu da garagem, sendo seguido por Harry e Tom.

Fim do FlashBack ~*

Capítulo 6
“Pode até falar que nada aconteceu, mas o seu olhar não me engana”.


Haviam se passado dois meses do acontecido e o laço de amizade só crescia. Depois de uma conversa com Danny, ele realmente viu que tinha confundido as coisas e voltou com , que agora, estava muito próxima de nós.
A semana do provão no colégio estava chegando, então resolvemos nos reunir pra estudar na casa da , como sempre fizemos. Estudamos física e matemática, já que eram as que mais tínhamos facilidade, até que o celular de toca:
- ? Sou eu, Harry. Tudo bem, linda?
- Oi lindinho. Tudo bem e você? – disse toda empolgada e com uma carinha de apaixonada.
- Tudo bem... Então, ‘ta fazendo o quê? Pensei em fazermos alguma coisa. Um cineminha ou jantar fora, o que acha?
- Ai Harry, acho ótimo. Chama os meninos e vamos, ‘to na casa da .
- Então que tal levarmos o violão e passar a noite aí, conversando e cantando?
- ‘Ta bom, então. Vocês vêm agora?
- Vamos sim, em vinte minutos estamos aí.
- ‘Ta bom então, amorzinho, até daqui a pouco... GATAS, OS MENINOS ‘TÃO VINDO PRA CÁ! – disse super rápido e gritando.
- Hãn? O que você ‘ta falando, chubê? – disse sem entender nada.
- Os meninos, eles ‘tão vindo pra cá. ‘Tão trazendo o violão. – disse, dando pulinhos.
- MENINOS? DOUGIE, TOM, HARRY E DANNY? – perguntei ansiosa. Mesmo sabendo que eram eles, queria ter certeza.
- Haaaan, ‘ta louquinha pra ver o Dougie... ‘Ta diferenteeeee... – puxou, mas logo parou por causa da cara que eu fiz.
- Ah amiga, agora é sério. TO-DO mundo sabe dessa paixão encubada de vocês. - disse com a maior naturalidade.
- Que paixão? Sei de nada disso. – disse, saindo do quarto. Queria me arrumar um pouquinho.

Em exatos vinte minutos os meninos chegaram.

Ding Dong.
- Chubê, atende a porta aí, ‘to no banheiro! – gritei pras meninas, que cantavam Madonna, amarradonas no quarto.
saiu correndo, nem disfarçando a ansiedade de ver O SEU dude.
- Queridos! – sorriu enquanto os meninos entravam - Ué, cadê o Danny?
- Ele foi pra casa da . Ela pediu ajuda em Biologia- respondeu Dougie com uma cara maliciosa.
- MEUS GATOS! – gritou , descendo as escadas - TOOOOOOOOM! – pulou em seu colo, fazendo com que todos ficassem olhando para o casal que se abraçava.
- Oi ... – Harry disse, bagunçando o cabelo da menina.
- Poxa, nem falou comigo, né, benzinho? – disse, fazendo carinha de magoada.
- Oh docinho, não faz essa carinha, não. ‘Tava esperando pra poder te dar o melhor beijo e o melhor abraço. - Harry disse, aproximando-se de .
- Ah é? Então ‘ta esperando o quê? – mordeu o lábio.
Quando Harry roçou o nariz no de , eu apareci (:s).
- GATIIIIIIIIIIINHOS DO MEU CORAÇÃO. – gritei, fazendo Harry e se afastarem e Dougie, e Tom rirem da cara de decepção de .
- Minha bonequinha. – Tom me abraçou e me deu um beijo na testa.
- Oi empata foda. - disse Harry, dando-me um pedala.
- Oi . – Douglas forçou um sorriso.
- Douglas, será que a gente pode conversar? – perguntei nervosa.
- Ah, é.. ‘ta, ‘ta bom, ... – Dougie estava tenso.
Subimos até o quarto da , deixando os outros na sala.
Caminhei até a varanda e vi que e Harry já se beijavam e e Tom estavam abraçados, o que me fez tomar mais coragem ainda.
- Então, , o que você queria falar? – Dougie disse, fazendo-me sair do transe.
- Sabe, Douglas, você mudou muito comigo sem me dizer ao certo o que está acontecendo. Eu gostaria de saber, se fosse possível. - disse fria.
- Olha, , isso já não tem mais importância.
- Claro que tem, Douglas. Olha como você me trata, ou melhor, nem trata, já que nem falar comigo você fala, a não ser que seja impossível fugir de mim. Poxa, Dougie, eu não te fiz nada!
- Eu ando me recriminado. Você é irmã do meu amigo, não posso pensar em nada além de amizade com você, . Você é novinha, não posso... E isso ‘ta me matando.
- Douglas, o que tem eu ser irmã do seu amigo? Cara, nada a ver. Eu sou novinha? Você é só dois anos mais velho do que eu... Diz, qual seu problema?
- O problema é não conseguir tirar você da minha cabeça. - ele disse com raiva.
- Então não tira. Coloque-me na sua vida agora. - saiu sem eu ao menos pensar antes de falar e quando percebi, resolvi aproveitar e me aproximar de Douglas - Dougie, não fica se martirizando por um sentimento que é correspondido. - com isso, tentei beijá-lo.
Fui chegando cada vez mais perto. Quando eu encostei o meu nariz no dele, ele me empurrou e saiu do quarto. Fiquei ali o resto da noite e pelo que vi, Dougie estava sozinho, isolado no jardim da casa da . Acabei dormindo.

Capítulo 7
“Todos caem, mas apenas os fracos continuam no chão”.


Acordei de manhã com a cabeça explodindo. As meninas não estavam no quarto e ele estava escuro e sombrio. Ouvi meu estômago roncar e ri do susto que tomei. Então resolvi descer pra comer alguma coisa e procurar as meninas.
Fui ao banheiro fazer minha higiene matinal. Lavei meu rosto e escovei os dentes. ‘Tava horrível. Fiz um coque frouxo e desci.
Ao chegar lá embaixo, vi todo mundo deitado no chão, um em cima do outro, com várias latinhas de cerveja espalhadas e a televisão ligada. Desliguei a televisão, passando por eles com cuidado, peguei todas as latinhas e as cumbucas de pipoca. Quando ‘tava entrando na cozinha, pegaram no meu pé. Gritei muito alto, acordando todos que estavam na sala!
- Porra, Tom, que brincadeira sem graça, cara. Que merda! – então saí, correndo de volta pro quarto, deixando todo mundo sem entender a minha reação.
Deitei na cama super irritada, até alguém bater na porta e me fazer pular.
- , posso entrar? – só vi a cabelinho loiro do Tom aparecendo atrás da porta.
- Pode sim, Tom, entra aí. – respondi com um sorriso fraco no rosto.
- Desculpa, , eu não sabia que você não gostava desse tipo de brincadeira. Eu não fiz por mal, você me perdoa? – Tom sorriu e mostrou aquela covinha que eu tanto gostava.
- Own Tom, eu que tenho que me desculpar. ‘To chateada com umas coisas e descontei em você!
- Relaxam miguxa. Mas ó, ‘plometi’ pra mim que vai sorrir? – Tom disse num tom ‘nem’ que me fez gargalhar.
- Hahahahaha. Ai Tom, haahhahahahaha... Tu hahahahaha... é hahahaha... muito ridículo.
- Que bom te ver rir, pequena, mas fala, o que houve? Ontem você sumiu, nem te contei a novidade. – Tom deu seu melhor sorriso e seus olhinhos brilhavam.
- Eu já sei das novas, vi pela janela.
- Que fofoqueira a senhora, hein Dona ! - fez cara de bravo - Queria te contar, melhor amiga. Você é muito chata! Que saco.
-Vocês fazem um casal lindo, melhor amigo. Eu desejo toda a sorte do mundo pra vocês. Você merece e a também. – sorri e o abracei.
- Obrigado, , e você? Por que ‘ta tristonha?
- Ah Tom, só posso te falar uma coisa: quem não sabe o que quer não merece o que tem.
- , você ‘ta falando do Dougie, né?
- ‘To sim, Tom. Ele é ridículo e dele eu só quero distância!
- , ele vai voltar com a Louise.
- Que seja muito feliz! – respondi, tentando segurar o máximo o choro que eu sei que cairia a qualquer momento.
- Ai , eu tinha que te contar. – disse Tom com uma cara de pena.
- Relaxa, Tom. Agora vamos descer, ‘to morta de fome! – disse, forçando um sorriso.
- Vamos. Quer ir de cavalinho, princesa? – Tom disse de um jeito bajulador.
- Eba! Vamos. – pulei nas costas de Tom e fui toda sorridente a caminho da cozinha.
Chegando à sala, estavam todos jogando vídeo game. Só prestaram atenção quando eu caí e Tom por cima de mim. olhou e começou a rir junto com e Harry. Dougie apenas olhava como se não tivesse achando graça e nem entendendo o por que de estarmos daquele jeito. Dei um chute na barriga de Tom e saí, correndo.
Preparei meu café. Comi demais. Pão com manteiga e presunto; meu vício! E voltei pra sala com um copo de suco de maracujá na mão. Quando cheguei à sala, não tinha ninguém. Apenas aquele loirinho dos olhos azuis mais lindos que eu já havia visto.
Sentei no sofá e fiquei encarando a piscina que estava calma e monótona. Até ele sentar ao meu lado.
- ? – Dougie perguntou como se estivesse querendo saber se tinha alguém ali.
- Fala, Douglas. – respondi seca e fria.
- Eu voltei com a Louise.
- Que bom, Douglas. Que você seja feliz, afinal, eu desejo isso para todos os meus amigos. - sorri falsamente.
- Que bom, zinha. Gosto muito de você. – ele sorriu e apertou minha bochecha.
- Também, Douglas. Eu também.
- Vamos jogar uno, bebezinho?
- Não ‘to afim, não. Quero dançar. – levantei e coloquei Don’t Cha - The Pussycat Dolls.
Comecei a dançar no meio da sala como se não tivesse ninguém ali. Meu short curtinho e minha blusinha de alça não me atrapalhavam. Pelo contrário, deixavam-me muito mais móvel. Douglas me olhava de um jeito malicioso, cheio de desejo e tesão. Além de dançar, comecei a cantar e cheguei mais perto dele, ficando cara a cara com ele. Olhei pra ele pela última vez e comecei a cantar e dançar o mais sexy que podia.

I know you like me (I know you like me)
I know you do (I know you do)
That's why whenever I come around
She's all over you
And I know you want it (I know you want it)
It's easy to see (it's easy to see)
And in the back of your mind
I know you should be on with me

Don't cha wish your girlfriend was hot like me?
Don't cha wish your girlfriend was a freak like me?
Don't cha?
Don't cha?
Don't cha wish your girlfriend was wrong like me?
Don't cha wish your girlfriend was fun like me?
Don't cha?
Don't cha?

Fight the feeling (fight the feeling)
Leave it alone (leave it alone)
'Cause if it ain't love
It just ain't enough to leave a happy home
Let's keep it friendly (let's keep it friendly)
You have to play fair (you have to play fair)
See I don't care
But I know she ain't gonna wanna share

Don't cha wish your girlfriend was hot like me?
Don't cha wish your girlfriend was a freak like me?
Don't cha?
Don't cha, baby? Don't cha?
Don't cha wish your girlfriend was wrong like me?
Don't cha wish your girlfriend was fun like me?
Don't cha?
Don't cha?

I know she loves you (I know she loves you)
So I understand (I understand)
I probably be just as crazy about you
If you were my own man
Maybe next lifetime (maybe next lifetime)
Possibly (possibly)
Until then, old friend, your secret is safe with me

Don't cha wish your girlfriend was hot like me?
Don't cha wish your girlfriend was a freak like me?
Don't cha?
Don't cha, baby? Don't cha?
Don't cha wish your girlfriend was wrong like me?
Don't cha wish your girlfriend was fun like me?
Don't cha?
Don't cha?


Mesmo com a música terminada, Douglas me fitava. Seu olhar transmitia tudo o que ele tentava esconder. Ele se levantou, parou na minha frente e continuou me encarando. Então achei que eu devia tomar atitude agora.
- Douglas, você é muito engraçado. Eu te adoro, ‘ta? Obrigada por me fazer rir e animar meu dia tedioso. – sorri, beijei sua bochecha e corri pra escada, deixando-o com a maior cara de tacho possível.


Capítulo 8
“Como a lua, a vida também tem suas fases”


Depois daquele dia, eu me distanciei um pouco do pessoal, afinal, eles estavam saindo direto, mas em casal. Diga-me qual seria a graça de sair com: Tom e , Harry e , Danny e e pra completar o casal 20 : Douglas e Louise.
Eu estava me dedicando ao máximo aos estudos, procurando me ocupar e manter meu foco em outras coisas sem ser naquele menino baixinho e lindo.
Estava recuperando o tempo ao lado de minha família; andava distante deles por causa dos diversos programas com os amigos. Mas agora, eu estava completamente só, apenas com a companhia dos meus maiores amores.
Acordei na manhã de segunda feira com uma saudade das meninas. Resolvi ligar pra zinha pra irmos juntas pro colégio e adivinha?
- Bom dia, flor do dia! – disse animada pra minha melhor amiga.
- Bom dia, flor do campo! – respondeu com a mesma animação na voz. - Amiga, vamos juntas pro colégio hoje? Saudade de você, sua besta. Abandonou-me por um par de baquetas. – ri da minha piadinha hiper sem graça.
- Ai amiga, não vai dar. Combinei com a Louise de irmos juntas e passarmos na padaria pra encontrar os meninos antes deles irem ensaiar.
- Ah, ‘ta bom, então. Beijos, amiga. – respondi, tentando ignorar o fato de estar sendo completamente deixada de lado.
- Até mais tarde, besta. Beijos
Fiquei com uma raiva enorme, mas eu tinha a que sempre me acalmava e me fazia rir nos momentos em que eu mais precisava; senão, eu me tacava num poço.
- Minha loirinha dos olhos verdes mais lindos do mundo, bom dia. – falei tentando parecer animada.
- Bom dia, minha anjinha perfeita.
- Então, amiga, vamos juntas pro colégio hoje? Saudades de você, sua idiota!
- Ai amiga, sabe o que é? Combinei com a de irmos juntas, pois ainda temos que passar na casa do Danny pra pegar a mochila dela; ela esqueceu lá.
- Ah, ‘ta bom então, até mais tarde gatinha.- falei sem animo algum.
- Até, .
Cara, o que estava acontecendo com as minhas melhores amigas? Elas não me chamavam pra mais nada, não íamos mais juntas pro colégio, nem se quer estudávamos juntas. Ah, mas é claro, há uma explicação: eu não namoro ninguém, sofro por um imbecil que tem namorada e ainda por cima, não sou divertida como a e estilista como Louise.
Fui pra escola sozinha. Cheguei à escola, todas aquelas pessoas insuportáveis estavam ao redor das meninas e eu? Sozinha como sempre. O sinal do recreio tocou, peguei meu iPod e fui pra salinha de retenção. Estava a fim de ficar sozinha (afinal, era o que me restava, né?). Do nada, começou a passar um filme dos meus últimos anos no Brasil, meu namoro com o Alex, minhas amigas e Vanessa, minha casa, meus avós, primas... Então, escorreu uma lágrima dos meus olhos. Bateu uma saudade enorme das cinco amigas: , , Vanessa, e . Éramos tão felizes no Brasil, uma amizade que não havia igual, não nos separávamos por nada, estávamos sempre fazendo coisas juntas e com nossos respectivos namorados. E agora, eu ‘tava do outro lado do oceano, com duas das minhas quatro melhores amigas e elas estavam distantes, deixando-me sozinha, rompendo todo o pacto de que nada nunca iria nos separar. Eu me encontrava sozinha e, ainda, sofrendo por um miserável. Minhas lágrimas teimavam em cair até que a música começou:

Better run for cover
You're a hurricane full of lies
And the way you're heading
No one's getting out alive
So do us all a favor
Would you find somebody else to blame?
’Cause your words are like bullets and I'm the way your weapons aim

I guess I can fill a book
With things that I don't know about you, baby
You're not misunderstood
But you got, you got to go!

Lies! Living in a fantasy
Lies! Don't even know reality
Lies! When you start talking, I start walking
Lies! Lies! Lies!
Don't even wanna know the truth
Lies! The devil has his eye on you, girl
When you start talking, I start walking.
Lies! Lies! Lies!

So don't forget your seatbelt
Don't you think of picking up the phone
Better say your prayers
Cause you're never gonna make it home
Did you miss the stop sign?
And our last decision was your last
'Cause you can't come back
Once you're lying in the broken glass
And I hope, you get to hear me say
Who gets the last laugh now?

Lies! Living in a fantasy
Lies! Don't even know reality
Lies! When you start talking, I start walking
Lies! Lies! Lies!
Don't even wanna know the truth
Lies! The devil has his eye on you, girl
When you start talking, I start walking
Lies! Lies! Lies!

No more excuses
No more running
Only God can save you now
God can save you now?
’Cause I know the truth
Your time is running out

And I'm just one drink away
And I'm back in Wonderland like it was yesterday
And I hope, you get to hear me say
Who gets the last?
Who gets the last?
Who gets the last laugh now?

Lies! Living in a fantasy
Lies! Don't even know reality
Lies! When you start talking, I start walking
Lies! Lies! Lies!
Don't even wanna know the truth
Lies! The devil has his eye on you, girl
When you start talking, I start walking
Lies! Lies! Lies!

Lies! Lies! Lies!

Lies! Lies! Lies!

Lies! Lies! Lies!

Lies! Lies! Lies!


Lies – McFly


Eu sorri só de lembrar o motivo daquela música estar ali.

~*Flashback

- Amiga, eu não sei por que, mas acho que essa música vai fazer parte da sua vida. É de uma bandinha de garagem lá de Londres; uma amiga minha que me mandou. – disse .
- Ih, ‘to com medo dessas suas maluquices... Bobinha, eu amo o Alex, não vamos terminar. – respondi, sorrindo. - Não ‘to falando do Alex, . Não sei, senti isso e coloquei essa música. Mas não se esquece nunca: as outras meninas podem te abandonar, deixar-te de lado e você pode sofrer por um babaca que não te merece, mas eu vou estar sempre presente na sua vida, no seu coração. E quando você escutar essa música, lembre-se disso tudo, MELHOR AMIGA.” – Aninha falou, enxugando uma lágrima. - Own, meu bebezinho. Eu te amo muito, amiga. Obrigada por tudo. Vou sentir tanto a sua falta quando eu for pra Londres. – respondi, abraçando-a. - Não vai, amiga. Mora aqui comigo. Juro que não me importo- ela sorriu fraco.

~* Fim do FlashBack

Fui despertada dos meus pensamentos com um barulho da porta se fechando. Enxuguei as lágrimas e olhei pra ver quem era.
“Ai Senhor, quem é esse menino lindo?” – pensei ao olhar um menino moreno dos olhos mel sentado no sofá.
- Err... Olá – disse o menino envergonhado.
- Oi... – respondi carinhosamente. - Prazer, . – disse, abrindo um sorriso branco e grande, mostrando suas ruguinhas na testa.
- Prazer, , mas pode me chamar de .
- Então, nesse colégio os professores nos mandam pra detenção à toa mesmo?
- Ai , é assim mesmo. Eles adoram um motivo pra reclamar da gente.
- Pois é, odeio aquela professora de História. Além de a aula ser monótona, a matéria é um saco.
- Ih ... ‘Ta em que série? – perguntei curiosa.
- 2º ano. 2000 B, no caso. E você?
- Segundo também, só que sou da 2000 A. Mas como eu nunca te vi?
- Talvez por ser tão popular e todos te sufocarem?
-Ai , que horror. Que besteira.
- Besteira? Nunca vi uma menina tão rodeada de amigos e pretendentes.
- Tenho tantos que me encontro sozinha literalmente. Sem amigas, sem amigos e sem namorado.
- Então não está mais sozinha. Agora você tem a mim. – ele sorriu verdadeiramente, o que me fez sorrir também.
- Espero que não me troque por qualquer menininha gostosa. - ri do que falei.
- Claro que não. Vou ter uma amiga maravilhosa.
Fiquei conversando com até o sinal bater. Despedi-me e marquei com ele na sorveteria, afinal, nós estávamos virando amigos.

Capítulo 9
“Fez-me sentir de novo o que já não me importava mais”


Assim que tocou o sinal anunciando a saída, corri até em casa pra trocar de roupa, tomar um banho e almoçar correndo, afinal, meu novo amigo estaria me esperando na sorveteria às duas horas.
No caminho da sorveteria, imaginei milhões de coisas e me peguei pensando como as coisas estavam tão mudadas. Há algumas semanas atrás, e estariam me enchendo o saco pra ficar com o ou até mesmo para ir comigo ao meu “encontro” agora.
Cheguei à sorveteria e o meu amiguinho já estava lá, sorrindo e acenando pra mim.
- Olá .
- Oi .
Ficamos conversando e tomando sorvete a tarde toda. Descobrimos várias coisas em comum. Meus dias com foram se tornando cada dia mais freqüentes e legais; não desgrudávamos um do outro. e Harry estavam namorando, assim como Tom e . Às vezes, elas me ligavam pra saber das novidades com o ou pra falar de coisas sem nexo, mas não era mais a mesma coisa e isso me deixava bem triste. Mas, conforme minha amizade com ia crescendo, minha felicidade ia renascendo e meu sorriso não saía mais do meu rosto.

Capítulo 10
“São lembranças que o tempo não pode mudar. Foram promessas que a gente fez sem pensar”.


Faltava uma semana pro tão esperado baile. Eu iria com o e por mais milagre que fosse naquele momento, eu me arrumaria com as minhas amigas, e . Elas foram pra minha casa cedo, conversamos e colocamos todas as fofocas em dia.
- , você vai ficar o hoje? – perguntou .
- Não sei, eu acho que estamos nos envolvendo, mas tenho medo de acabar estragando tudo. – eu estava realmente confusa.
- Ah , é claro que vocês vão ficar. Estamos distantes, mas não podemos deixar de ver você e pra cima e pra baixo juntos. – disse .
- Não vou contar com isso não; vai que ele é gay. Um menino tão perfeito e bonito assim à disposição é de se estranhar. Tenho que ficar com o pé atrás. – falei, rindo.
- Continua a mesma, . – falou, sorrindo.
- Quem mudou aqui foram vocês, não eu, . Eu continuo a mesma e infelizmente isso não agrada mais vocês. – falei, sincera, o que eu estava guardando a todo esse tempo.
- , não fala assim. Você sabe que não é verdade. – disse com uma cara de não concordar.
- Tem certeza, ? Então me explica o motivo das minhas melhores amigas se afastarem de mim quando eu mais precisava delas? O motivo das minhas amigas não me chamarem mais pra nada e nem se quer passar um dia comigo. Tem outra explicação? – falei, segurando o choro.
- Amiga, nós estamos namorando e você, não. Fica chato você ficar sozinha no meio de quatro casais. – respondeu , como se aquilo fosse natural.
- Cara, que vocês me chamassem só por educação. Eu sempre ligava pra vocês, tentando marcar alguma coisa e o que eu escutava? “Não posso, , vou sair com a ”, “Não, posso amiga, a Lou ‘ta vindo pra cá” ou até mesmo “Não posso, amiga, programa de casais hoje”. – falei revoltada. Minha vontade era deixá-las ali e sumir por um bom tempo.
- Amiga, perdoe-nos. A gente fez sem perceber. Não sabíamos que estávamos te magoando, – disse , encarando o chão.
- Não tem problema, não é? Quem liga para isso? Afinal, eu não tenho namorado, então não posso ficar perto das minhas amigas. E relaxa, ser magoada eu já estou acostumada. Isso é o que mais as pessoas sabem fazer. – respondi secamente, entrando no banheiro pra tomar meu banho.
Nós três nos arrumamos lindamente, estava com um vestido tomara que caia vinho, que ia até o joelho. , com um vestido verde de alcinha e uma flor na cintura. Eu estava com vestido azul marinho, um ombro só, com um laço na cintura e ia até acima do joelho. Todas três lindas! 15 minutos depois, chegou, e realmente, ele estava mais lindo do que o normal, terno preto, blusa preta e gravata rosa choque. Seu cabelo bagunçado, de um modo que seus olhos mel ficassem mais a vista e chamando mais atenção.
- Nossa, como a minha menina ‘ta linda. – disse com uma carinha de pidão.
- Eu que tenho que falar isso: você ‘ta lindo demais, meu anjinho! – falei, abraçando meu amigo.
- Ah é? Então formamos um par perfeito, mesmo que seja apenas pra uma dança. – falou malicioso.
- Run run. – pigarreou, como sempre me atrapalhando.
- Olá . ‘Ta linda também.
- Obrigada, . Você também ‘ta bonitão. Caprichou, hein. Tudo isso pra ? – falou com uma cara de quem estava armando.
- Ela merece muito mais, . – ele sorriu.
- Ui, apaixonado, hein ? – entrou na conversa, fazendo-me ficar mais sem graça ainda.
- Quem sabe, Isa... Você ‘ta gata, hein?!
Logo em seguida, saímos de casa. As meninas ficariam esperando seus digníssimos namorados. E o casal 20.
Ao chegar ao salão, nossa... ‘Tava tão lindo. Tudo enfeitado com corações vermelhos e bolas vermelhas e brancas... Toalhas vermelhas, pirulitos de corações... Tudo tão lindo e tinha um cupido (muito gato, meu Senhor (6)). Fomos logo sentando pra guardar a mesa pro resto do povo. Vinte minutos depois o pessoal chegou. Tom, Danny, Harry e Douglas estavam perfeitos. Todos de preto e gravatas de acordo com o vestido de suas namoradas: Tom tava de gravata verde; Danny, prata; Harry, vinho e Douglas, vermelha. Realmente, grande criatividade.
Estávamos todos bebendo e rindo muito com as gracinhas de Danny, até a chamada pra valsa. Todos os casais foram pra pista de dança e nos posicionamos. Todos os casais dançaram a valsa tradicional, até que houve a grande surpresa.
- Boa noite, jovens. Espero que estejam gostando do baile. Então, vamos fazer uma surpresa; vamos sortear aleatoriamente os pares pra dançar uma música que também será sorteada.
- Então, vamos começar...
Foram sorteados diversos casais. dançou com , com Gabriel, com Harry, Louise com Jorge, Tom dançou com Andressa... Até que a minha vez chegou:
- Agora o número sorteado foi: VINTE E DOIS. Número VINTE E DOIS. – fui andando até o meio da pista com muita vergonha. Posicionei-me pra esperar meu par.
- E então, para ser o par dessa jovem, número... Número SESSENTA E QUATRO. Número SESSENTA E QUATRO.
Então adivinhe quem era? Pois é, ele mesmo. Parece que quanto mais a gente foge, mais o destino persegue.
Douglas veio andando lentamente até a pista, deu um sorriso torto, pegou minha mão e posicionou a outra em minha cintura. Envolvi um braço em seu pescoço e o com outro, encontrei a mão dele.
Então, começou a música e é claro, não podia ser diferente; do meu filme preferido.

“Sentimentos são.
Fáceis de mudar,
Mesmo entre quem,
Não vê que alguém,
Pode ser seu par,
Basta um olhar
Que o outro não espera
Para assustar e até perturbar
Mesmo a Bela e a Fera.
Sentimento assim
Sempre é uma surpresa
Quando ele vem
Nada o detém
É uma chama acesa

Dougie olhava fixamente em meus olhos. Eu correspondia o olhar.

Sentimentos vêm
Para nos trazer
Novas sensações
Doces emoções
E um novo prazer

Eu estava nervosa. Aquilo tudo acontecendo; a música, a decoração, meu par, meus sentimentos... Tudo perfeito, mas eu não queria que aquilo estivesse acontecendo. O Douglas tinha namorada e a amava, era feliz com ela. Meus sentimentos não eram correspondidos.

E numa estação
Como a primavera
Sentimentos são
Como uma canção
Para a Bela e a Fera
Sentimentos são
Como uma canção
Para a Bela e a Fera

Assim que acabou a música, ficamos nos encarando e eu não queria que ficasse tão aparente que tinha mexido comigo. Sorri torto e virei as costas. Douglas segurou meu braço e me abraçou.
- , – ele disse num sussurro em meu ouvido – eu não queria que fosse assim. Eu te adoro, pequena.
- Douglas, não ‘ta sendo de jeito nenhum. Também adoro você, querido. – disse friamente – Desejo-lhe felicidades com a Louise ou com qualquer outra pessoa. – disse, respondendo seu abraço e saí.
Logo de cara, encontrei me esperando. Abri um sorriso sincero.
- Minha princesa, você estava linda!
- Ah meu príncipe, obrigada. Você dançou perfeitamente, mas não gostei muito não; tinha que ser comigo, o par perfeito, né?
- Eu concordo. Amaria dançar com uma bela dama. – ele falou, fazendo reverência.
- Ah seu bobo! Vamos dar uma volta?
-Opa. Vamos, é claro!
Saímos do salão e ficamos andando pelo parquinho do lado de fora. Eu estava com frio, então me deu seu terno.
- Sabe, princesa, eu queria poder evitar isso tudo.
- Como assim, príncipe?
- , eu sei que você gosta do Dougie. Dá pra ver nos seus olhos quando ele ‘ta perto, ou até mesmo no seu sorriso quando ele fala alguma coisa que você ache engraçado ou te deixe feliz. O modo como vocês se olhavam enquanto estavam dançando... E eu sei que no fundo ele corresponde, mas ainda não percebeu.
- , não quero falar sobre isso, não! Por favor.
- , desabafa comigo. É horrível ver a garota que eu gosto sofrer. – ele falou com uma voz embargada por estar segurando o choro.
- Você gosta de mim ? – perguntei assustada.
- Gosto, . Você é linda, uma menina super especial... Acabei sentindo algo mais...
- , eu não esperava, ou talvez esperava... Ai, não sei... – sorri, não sei, fiquei feliz.
- Eu queria ter uma chance, , de tentar provocar esse sorriso sempre, de te fazer feliz como você merece, de te fazer amar alguém que realmente possa te corresponder e esteja do seu lado, como seu amigo, seu companheiro, seu fiel, seu namorado. Eu te adoro. Amo você, minha princesinha.
- ... Você é perfeito. – falei antes de beijá-lo. Foi um beijo calmo, com carinho... Beijamos-nos durante tanto tempo e nem percebemos que a gritava feito louca da porta do salão.
- . – gritava feito louca, pulando, balançando as mãos.
- Ai, ela sempre estraga tudo. Impressionante. – falei, rindo – FALAAAA, .
Fomos andando de mãos dadas até o salão. Nenhum de nós dois falou nada; talvez se falasse, estragaria o momento perfeito que ‘tava acontecendo.
- Fala, zinha do meu coração, porque está me gritando que nem uma louca? – perguntei, tentando esconder a raiva que ‘tava sentindo dela ter atrapalhado.
- Amiga, vamos pra casa do Harry? Vai todo mundo. Vamos passar a noite conversando, os meninos vão tocar pra gente e tal... Vamos? – perguntou toda animada.
- Quer ir, príncipe? – perguntei ao meu novo...? O quê?
- Passar mais tempo com a MINHA princesinha? Claro que quero.
- Vocês já estão assim? – perguntou com uma cara de dúvida.
- Nós sempre fomos assim, você que nunca percebeu. – respondeu antes que eu pudesse pensar em qualquer resposta.
-Ai, que Love. Vamos, casalzinho, eles estão esperando.
Chegamos à casa de Harry. Todos foram pra varanda, mas antes, fui ao banheiro; precisava lavar meu rosto, retocar a maquiagem.
Estava passando lápis no olho quando a imagem de Dougie apareceu no espelho. Continuei me arrumando, como se nada tivesse acontecendo. Ele se encostou no portal da porta e ficou me fitando.
- Quer usar o banheiro, Douglas? – perguntei, sendo irônica.
- Não, , queria falar contigo.
- Mais? Você tem tanta coisa pra me falar, vou começar a cobrar pra ouvir; vou ficar rica. – fiz piadinha, mesmo não achando a MÍNIMA graça.
- Pois é... – ele deu um sorriso forçado. – Mas posso falar ou você vai ficar fazendo piadinha, ?
- Ih senhor estresse. Pode falar, Douglas Poynter.
- Verdade que você ficou com o ?
- Ah, é isso? Fiquei... Por quê?
- Vocês ‘tão namorando, ? – ele me perguntou assustado.
- Não sei, né, Douglas? Não tivemos tempo ainda pra conversar. E também ficamos hoje pela primeira vez...
- Você gosta dele, ?
- Gosto, Dougie... Ele é perfeito, uma pessoa maravilhosa, simplesmente apaixonante.
-Ah ‘ta. Entendi, ... Então, temos um novo casal?
- Já disse que não sei, tenho que conversar com ele ainda... Mas ‘to sem pressa, quero curtir esse momento maravilhoso. Não quero estragar nada.
- Uhm... Entendi. Boa sorte aí com o romance. – ele deu um sorriso forçado.
- Obrigada, Dougie. Desejo o mesmo pra você. Você tem muita sorte, a Louise é linda e uma boa pessoa... – respondi com sinceridade.
- Obrigada, menor. – ele falou, bagunçando meu cabelo.
- Mas que saco, Douglas. Você sabe que eu odeio isso.
- Continua linda do mesmo jeito.
- HA HA HA, engraçadão. ‘To indo, o deve estar preocupado. – falei, saindo.
- ... – falou Dougie, quando eu já tinha passado pela porta.
- Fala.
-Nada, não. Deixa... – ele disse, olhando pra baixo. Dei os ombros e fui ao encontro do .
Passamos a noite toda cantando, rindo e bebendo. Foi uma noite maravilhosa ao lado de , tirando que Dougie não tirava os olhos da gente.

Capítulo 11
“I wanna know what love is, I want you to show me. I wanna feel what love is, I know you can show me”.


Depois do baile, parece que minhas amigas voltaram a serem as minhas amigas mesmo. Estávamos sempre juntas; shopping, estudos, sorveteria, casa dos meninos, colégio... Eu continuei a ficar com o e a cada dia que passava, eu estava mais envolvida ainda com ele. Douglas ‘tava me evitando, ou então, tratava-me como a irmã do seu amigo de sala.
Nesse final de semana, iríamos pra casa de praia do tio do Tom; iríamos passar uma semana. Todos juntos, os cinco casais. Estava super animada. Fomos as cinco meninas pro shopping comprar biquínis novos, canga, vestidinhos, óculos escuros, tudo que tínhamos direito e claro, pra estarmos lindas pros nossos gatinhos (hahaha).
- Amiga, biquíni verde ou azul? – perguntou .
- Acho que você fica linda de azul. – respondeu Louise - E eu gente? Esse preto ou esse de oncinha?
- Oncinha, Lou. – falamos todas juntas.
- E eu amigas? Esse rosinha ou esse vermelho? – perguntou .
- Vermelho, amiga. Você é branquinha, fica linda. – respondeu . - Eu vou levar esse aqui, branco. Quero deixar meu namorado louco. - fez cara maliciosa.
- Você já deixa de roupa. Imagina quase nua e ainda de branco, ele vai explodir... – falei rindo e fazendo todas rirem.
- E você, ? Não vai levar nenhum? – perguntou Louise.
- Vou, sim, Lou. Vou levar esses dois aqui, ‘to muito em dúvida (um tomara que caia colorido com a parte de baixo preta e um de amarrar no pescoço preto e bolinhas brancas e a calcinha branca de bolinhas pretas).
- Ai amiga, o vai morrer. Muita sensualidade pra uma pessoa só, ainda mais com esse seu corpo.
- , menos, bem menos... Nem tenho nada sério com o .
- Espera só nessa viagem. – falou como se soubesse de alguma coisa.
Passamos o dia comprando e correndo pelo shopping.
Mais tarde fui pra casa do pra assistirmos um filminho.
- Amor, eu ‘to muito feliz, sabia? – ele falou, fazendo carinho no meu rosto.
- Eu também, príncipe. Você me faz feliz demais.
- Jura? Meu esforço então ‘ta tendo efeito. Fico feliz em saber!
- Sabe, eu nunca imaginaria encontrar alguém assim tão completo.
Ficamos conversando por muito tempo, até minha mãe ligar, avisando que ia me buscar.
-Não vai, não, . Fica comigo... Dorme aqui.
- ‘Ta maluco, né? Minha mãe não vai deixar. Não mesmo.
- Ah, vemo-nos amanhã?
- Claro, . Você tem que me ajudar a comprar o presente do meu irmão.
- ‘Ta bom então, linda. Até amanhã. Eu te adoro. – beijamo-nos, até escutar a buzina do carro da minha mãe.

Capítulo 12
“E se quiser saber pra onde eu vou, pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou”.


Final de semana chegou. Acordei cedo pra poder me arrumar e me despedir dos meus pais. Tomei banho, café com meus pais e fui pra casa da , pois os meninos passariam lá pra nos buscar.
Cheguei à casa da , todas as meninas já estavam lá. Não demorou muito, os meninos chegaram. Iríamos em dois carros: do Tom e do Harry. Arrumamos tudo no carro e começou a discussão de quem ia com quem. Sorteamos os lugares. Carro 1, iria: Tom, , Danny, e Louise. No carro 2: Harry, , Dougie, Matt e eu. Com essa separação, Louise ficou fazendo charminho o tempo todo em que esperávamos se despedir de seus pais.
-Bebezinho, queria ir com você... Não gosto de ficar longe assim. – cisse Louise com voz de bebê.
- Amor, fica tranqüila. Rapidinho estamos em Búzios, sem contar as paradas... ‘Ta? Relaxa. – disse Dougiem dando os ombros.
Eu estava abraçada com Matt. Ele fazia carinho em minha cabeça, que estava encostada em seu peito. Eu já estava acostumada a ver ceninhas do casal vinte e confesso que no início me incomodava muito, mas agora, já não fazia mais diferença.
Pegamos a estrada. ‘Tava tranqüila, movimento fraco. Fomos cantando praticamente o caminho todo. A voz do Tom e do Dougie me fizeram adormecer; também dormiu. Horas depois, senti um carinho em minha cabeça. Sorri, o carinho ‘tava bom. Quando abri os olhos, vi Matt dormindo, com a cabeça encostada no vidro, então, calma aí! QUEM ‘TAVA FAZENDO CARINHO EM MIM? NÃO ACREDITO. Eu havia dormido no ombro do Dougie e ele ainda ‘tava me fazendo carinho e cantando pra mim. Levantei a cabeça, sem graça. Ele me deu um sorriso, de um jeito que eu não via há muito tempo...
- Desculpa, Dougie, devo ter te atrapalhado a dormir... – sorri sem graça.
- Ih, que nada, . ‘Tava sem sono e você ‘tava dormindo tão bonitinho e sorrindo com a música... Fiquei com pena de te acordar.
- Err... Obrigada, eu realmente estava cansada!
- Não foi nada. – ele ficou me olhando, vendo que eu estava sem graça com a situação e que não tínhamos mais assunto. – Animada pra essa viagem?
- Muito! Viajar pra Búzios, sem meus pais, com meus melhores amigos não tem preço.
- E com o seu namorado... Realmente, você falou tudo.
- Essa parte do namorado fica pra você porque eu não tenho nenhum.
- Quem é esse mané do seu lado, então? – ele riu.
- Mané? Do meu lado? Não ‘to vendo nenhum. – ri da piadinha sem graça. Afinal, eu sempre sou sem graça. – Sério agora, já disse não estou namorando o Matt.
- Se eu te falar que isso me deixa feliz, você acredita?
- Dougie, vou voltar a dormir. – falei, tentando mudar de assunto. Aquilo não iria nos levar a nada.
- Não foge, . Não faça como eu fiz. - ele segurou minha mão.
- Eu não estou fugindo, não é do meu tipo fazer isso. Acho que você sabe bem disso, eu só não quero conversar sobre isso... Hoje, não estamos só nós dois envolvidos nessa história. Existem outras pessoas, outros sentimentos.
- Tudo bem, eu não vou mais falar nada... ‘Ta bom?
- Obrigada... – bocejei e sorri.
- Deita aqui, bebezinha.
- Chato demais esse velho rabugento.
Logo chegamos À grande casa; linda por dentro e por fora. Tinha cinco quartos, certinhos pros casais. Mas não me sentia nem um pouco confortável em dormir no mesmo quarto que Matt. Não tinha nada a ver, então combinamos que ele dormiria na sala.
Passamos o dia todo arrumando as coisas. Estava muito morta, então resolvi ficar em casa, já que o pessoal ‘tava se arrumando pra dar uma volta pela cidade. Matt se ofereceu pra ficar comigo, mas eu ‘tava querendo ficar sozinha. Todos se foram, eu fiquei deitada no sofá assistindo “O amor não tira férias”. Estava concentrada no filme quando escutei uma porta fechando com força e uns passos correndo pra cima da casa. Fui ver o que era. Vi o casaco de Dougie em cima da mesa, resolvi ir ver o que ‘tava acontecendo.
Bati na porta do quarto, ninguém respondeu, então abri. Douglas estava deitado na cama com a cabeça enfiada no travesseiro.
- Douglas?
Ele continuou com a cabeça enfiada no travesseiro; nem se quer me olhou. Aproximei-me, sentando na ponta da cama.
- Douglas Poynter, vai me deixar falando sozinha, é? – falei, passando as mãos naquele lindo e cheiroso cabelo.
- Oi . – ele respondeu baixinho e sem me olhar.
- O que houve? Cadê aquele sorriso de hoje de manhã?
- Ele foi embora, junto com o meu sentimento.
-Não entendi, Poynter. O que houve?
- Eu não agüento mais me enganar, . Eu não agüento mais mentir que amo a Louise. Eu não amo. Sinto um carinho enorme por ela, adoro-a, mas não amo.
- Entendo. Normal, meu bem. Vocês namoraram muito tempo, não foi? Tiveram uns probleminhas, é normal desgastar. Olha, conversa com ela hoje, assim que ela voltar... Você fala tudo que ‘ta sentindo e pensando. Você vai se sentir bem melhor, eu te garanto!
- Por que você tem que ser assim comigo, hein? Por que você é tão perfeita? Tão minha amiga? Está sempre do meu lado quando eu preciso... Eu te fiz tão mal, , não merecia nem o seu bom dia.
-Uhm... É verdade. Tchau Douglas. – fingi que ia levantar e ele pegou meu braço.
- Não vai, não. Não sai do meu lado. Eu não agüento mais segurar esse sentimento, não tem jeito, eu me apaixonei por uma criancinha linda, que tem o olhar mais sincero que eu já vi; o sorriso mais bonito. Eu amo você, .
NÃO ERA POSSÍVEL. QUANTO TEMPO EU ESPEREI OUVIR AQUILO E SIMPLESMENTE EU ESTAVA VIVENDO, OUVINDO TUDO QUE EU SEMPRE QUIS. EU ‘TAVA ERRADA, ELE ‘TAVA ERRADO. NÃO PODIA SER ASSIM.
- Douglas, pára tudo. Você ‘ta confundindo as coisas... Não é bem assim... Acho melhor pararmos por aqui.
- Parar o quê? Nem sequer começamos. Eu sempre fugi por medo, não sei, eu fui um idiota.
- FOI MESMO UM IDIOTA. – falei, segurando o choro - E agora acha que é assim, Douglas? Você simplesmente se declara depois de tanto tempo e eu te recebo de braços abertos? NÃO MESMO, DOUGLAS. Não sou igual a essas meninas que você pega por aí, não.
- Eu sei que não é, tanto que eu me apaixonei. – ele falou isso e me puxou para um beijo. Eu tentei resistir, mas não consegui. Foi um beijo calmo, mas cheio de desejo, de amor, de carinho, medo, tesão, insegurança... Dougie começou a morder o meu lábio de leve, arrancando-me gemidos baixos. Cada vez que ele fazia isso, puxava-me mais contra seu corpo, como se pudéssemos ocupar o mesmo lugar no espaço. Dougie ia beijando meu pescoço e sua mão percorria minha barriga e minhas costas. Aos poucos, foi me deitando. Eu não conseguia pensar em mais nada. Quando ele tentou levantar a minha blusa, caiu a ficha; aquilo era completamente errado. Eu não podia fazer isso com o Matt, com a Louise. Não mesmo.
- Pára, Douglas - disse ofegante.
- Por que, , você não quer?
- Isso ‘ta errado, Douglas. – não contive as lágrimas – ‘Ta totalmente errado. EU ODEIO VOCÊ. ODEIO O QUE VOCÊ ME FAZ SENTIR. ODEIO AMAR VOCÊ! Some da minha vida, some da minha história. Não fala mais comigo, finge que nem me conheceu e esquece que nos beijamos. ODEIO VOCÊ, DOUGLAS - saí correndo do quarto dele, trancando-me no meu.

Capítulo 13
“Conheço-te bem melhor que qualquer um...”.


Acordei super cedo. Levantei e todos ainda estavam dormindo. Aproveitei pra dar uma caminhada pela praia, precisava refrescar a mente. Devo ter caminhado por cerca de uma hora, até que parei numa pedra e fiquei olhando o mar... Por que eu ‘tava complicando tudo? Eu poderia resolver as coisas de uma maneira tão mais fácil... Eu estava confusa. ‘Tava tão feliz com o , foi só o imbecil do Dougie começar a me perseguir que eu fiquei em dúvida. Mas eu não podia ter dúvida, não nesse caso. Um me fazia bem, o outro, mal. Um era carinhoso, o outro, enche-me o saco. Um me ama, o outro, gosta... Sem dúvidas, o certo pra mim era o . Mas... Nem sempre queremos o certo, não é?
O tempo passou voando. Nem percebi, já eram cinco da tarde. Eles deviam estar loucos atrás de mim. Resolvi voltar pra casa. Fui andando devagar, pensando em como eu iria encarar o Dougie, a Louise e o próprio .
Cheguei a casa, todos vieram correndo pra cima de mim.
- , sua louca, onde você ‘tava ? – perguntou .
- ‘Tava andando por aí. – respondi sem animação.
- E por que não avisou, sua louca? Ficamos te procurando por todos os lugares. – disse Danny, que parecia mais aliviado.
- , quase morremos de preocupação. – disse .
- Não faz mais isso, não, . – disse Tom, com um olhar meigo, percebendo que eu não ‘tava bem.
- Amiga, quando for assim, deixa um bilhete, sei lá. – foi a vez de se pronunciar.
- ‘Ta bom, gente. Vou subir pro meu quarto. – falei, já com o pé na escada.
- Não vai sair com a gente, não, amiga? – perguntou Louise.
AMIGA? EU NÃO ERA AMIGA. AMIGA QUE BEIJA O NAMORADO DA OUTRA? ISSO NÃO É AMIZADE.
- Err... Não ‘to a fim, não, Lou... Quero dormir um pouco. Dormi nada essa noite. Mais tarde a gente sai, ‘ta?
- ‘Ta bom amorzinho. Vai lá descansar, você ‘ta com uma cara de morta. – disse Harry, mandando beijo no vento.
- Tchau gente, bom passeio. – despedi-me, subindo.
Deitei na minha cama, mas logo o entrou no quarto.
- Amor, o que houve? – ele perguntou todo preocupado, todo fofo.
- Depois a gente conversa, ‘ta? Quero me acalmar, respirar, pensar nas coisas... Aí a gente conversa definitivo, ‘ta?
- Você ‘ta pensando em terminar, ?
-Não vou terminar algo que não começou, amor. A gente só ‘ta ficando...
-Tudo bem, princesa. Oh, descansa, que à noite quero te levar num lugar lindo!
- Ok, príncipe. Obrigada por tudo, . Adoro você.
- Também, linda.
Ele saiu do quarto, deixando-me sozinha. Eu precisava realmente pensar. Peguei meu iPod e fiquei escutando música, mas logo bateram na porta.
- Pô, será que é difícil entender que eu quero ficar sozinha?
- Desculpa, mas a gente precisa e tem que conversar. A culpa é minha de você estar assim.
- Ai Douglas, dá um tempo. Você é insuportável, hein. – voltei a afundar a cabeça no travesseiro.
- , dá pra gente conversar como pessoas civilizadas?
- Agora você quer conversar? Agora você quer ser civilizado? Douglas, faça-me um favor, sai daqui, sai. Você me dá nojo! – disse completamente irritada.
- , não vou sair daqui enquanto a gente não conversar.
-Fala, Douglas. O que você quer?
- Quero me entender com você. Não quero te ver mal...
- Ah, você se preocupa? Essa é nova!
- Sempre me preocupei, . Você sabe disso.
- Não sei, não, Poynter. Você é um egoísta, só pensa em você!
- ‘Ta bom, , que seja... Eu quero saber como vamos ficar depois de ontem.
- Como vamos ficar? Não vamos ficar; nada mudou Douglas. NADA mesmo.
- Claro que mudou. Não mexeu com você o nosso beijo?
- Não, Douglas. Mentira, mexeu, sim...
-Eu sabia, . Eu quero muito que a gente dê...
-Douglas, pára com isso! Eu só percebi que não te amo e que não sinto nada além de amizade. – falei, tentando esconder a insegurança, a mentira.
- Você o quê? Não, , claro que é mentira. Eu senti como o nosso beijo foi repleto de paixão...
- Douglas, você está confundindo tudo. Eu ‘to quase namorando o e ele me faz feliz, faz-me bem... É com ele que eu quero ficar...
- Entendi, . Então estamos conversados. – ele falou, dirigindo-se à porta.
- Douglas Poynter.
-Oi. – ele virou, com uma cara de esperança.
- Amigos? – sorri.
- Amigos, . Amigos... – então saiu pela porta e eu não chorei, não fiquei feliz. Apenas fiquei ali, parada.
Resolvi tomar banho e me arrumar pra encontrar com o pessoal. Não podia perder mais tempo.
Tomei banho em 15 minutos e me arrumei, correndo, colocando um macacãozinho tomara que caia, com uma havaiana roxa. Liguei pro .
“Alô?” – a voz doce e meiga dele me fez sorrir.
-Oi amor, ‘ta onde?
“Oi princesa. Estamos no quiosque do Joca. Por que, amor? Quer vir pra cá?”.
- Quero, sim, mas não sei chegar aí...
“Sem problemas. O Tom disse que vai ai te buscar, amor. Espere-o na porta, ‘ta?”.
- ‘Ta bom, príncipe. Beijos.
Terminei de me arrumar, arrumei meu cabelo num rabo de cavalo, deixando só a franja de lado, passei um lápis de olho e um gloss (não gosto muito de maquiagem) e passei perfume. Pronto, estava tudo certo.
Em menos de cinco minutos, Tom chegou. Entrei no carro e fomos conversando.
- Finalmente saiu de dentro do quarto. Achei que ia passar a viagem toda lá. – Tom falou, fazendo uma careta.
- Sabe, melhor amigo, eu tomei umas decisões. Eu pensei bastante nos últimos ocorridos... – sorri.
- Ah é? E qual foi a decisão?
- Você verá, Thomas Fletcher. – fiz uma cara marota.
- , eu te odeio. – ele falou, fingindo estar magoado.
Chegamos ao quiosque do Joca. Estavam todos dançando animados. Fui correndo dançar com as meninas.
Estávamos na pista improvisada enquanto os meninos conversavam.
- Dudes, o que vocês acham da gente fazer uma surpresa pras nossas respectivas namoradas? – sugeriu Danny.
- Gente, o Danny ‘ta pensando! MEU DEUS, PALMAS PARA ELE. Esse momento não é muito freqüente. – disse Dougie, fazendo piada.
- Nossa, Douglas, você já foi mais engraçado, hein. – Danny falou.
- Relaxem, dudes. Então, mas que tipo de surpresa? – perguntou Tom.
- Uma noite especial, algo que vai ficar guardado pra sempre. – falou Danny, com uma cara de apaixonado.
-Gente, realmente é uma idéia genial, mas eu e não estamos namorando. – falou.
- Pô cara, você ‘ta demorando muito. Pede logo. Depois que a começou a ficar contigo, ela virou outra. O sorriso, o jeito... Ela voltou ao normal, ela ‘ta muito feliz – aconselhou Tom.
-Vou pedir hoje, gente, mas fiquem quietos, hein. – falou , sorrindo.
- Então, que tipo de surpresa? – Dougie cortou o assunto, com uma cara péssima.
- Isso tem que partir de cada um. A minha idéia já está pronta. – disse Danny, triunfante.

Na pista...

- Gente, o que será que eles tanto falam? – perguntou .
- Não sei, também ‘to curiosa... Estão todos sorrindo. – falei. Realmente, estava curiosa.
- É mesmo... Dougie fechou a cara agora. – falou .
- Ai gente, será que estão falando de mulher? – deixou seu ciúme transparecer.
- Ai, começou a insegurança da zinha... Estava demorando. – falou Louise, fazendo todas rirem.
- Agora, se vocês me permitem, vou voltar pro meu príncipe. Quase não fiquei com ele. – falei, sorrindo.
- Amiga, deixe-o dormir no seu quarto, não tem problema nenhum quanto a isso... Olha, todas nós dormimos com nossos namorados e nenhuma teve relação sexual ainda. Só a Louise, porque já namorava o Dougie há tempos... – falou zinha.
-Tudo bem. Vou pensar, meninas. – falei, caminhando até .
Assim que eu cheguei, os meninos pararam de falar.
-O que é isso? Pararam só porque eu cheguei? – perguntei. fingindo estar super magoada.
-Ah pequena , não fique assim. É normal acontecerem essas coisas com pessoas fofoqueiras. - falou Harry, dando tapa na minha testa.
- Ah é, Harry Judd, bom saber... Vou ter uma conversinha com minha amiga . – falei, rindo maleficamente. – Amor, vamos pra casa? – falei com , fazendo carinha de cachorrinho sem dono.
- O que você pede com essa carinha que eu não faço, hein?- falou, dando-me beijinho na pontinha do nariz. – ‘To indo, gente, levar essa bebezinha pra dormir. ‘Ta na hora. – falou, rindo.
Fomos no caminho pra casa calados, apenas de mão dadas. Paramos em frente a uma pracinha, com um balanço de coração.
- ...
- Oi amor.
- Você está feliz comigo?
- Muito! Você devolveu meu sorriso... Você é perfeito, . – sorri sinceramente.
- Melhor coisa de se ouvir agora. Eu te adoro, .
- Eu também, príncipe, Muito! – eu estava sendo sincera.
Então ele levantou do balanço, ajoelhou-se e pegou uma caixinha de dentro do bolso, com duas alianças de prata.
- Minha princesa, quer namorar comigo? – ele perguntou entre um sorriso lindo e mostrando a caixinha.
- Quero sim. – respondi. Então ele pegou minha mão, colocou a aliança e eu peguei a outra, colocando em seu dedo também. – Eu jamais recusaria alguém que me faz tão bem e é tão fofo como você, amor.
Ficamos nos beijando e abraçados, mas logo fomos pra casa. Todos já estavam em casa, na sala, comendo pizza.
- Chegamos, pessoal. – avisou aos gritos, sorrindo.
- Achamos que tinham se perdido. Saíram antes da gente e ainda chegamos primeiro. – falou Harry, com um olhar malicioso.
-Ai gente, pára de me olhar. Que coisa. – falei, escondendo-me no peito de .
- Querem comer? Acabamos de sentar. – perguntou Dougie.
- Queremos, sim. Estou morta de fome. Vamos comer, amor?
- Vamos, sim, amor. Mas eu posso arrumar minha cama, primeiro? Vai que você muda de idéia.
-Acha mesmo que eu vou expulsar meu namorado? Só se ele não se comportar direitinho. – falei, sorrindo e o abraçando.
- ‘PERA AÍ, GENTE. EU OUVI BEM? – perguntou Danny, fazendo um escândalo.
- Opa, ‘pera aí. Eu também ‘to em dúvida, amor. – falou .
- AAAH, NÃO ACREDIIITO. – gritou .
- NAMORADO? É isso mesmo? – perguntou Tom.
- É sim, melhor amigo. Nós estamos namorando. – falei, sorrindo e mostrei a aliança.
- Até aliança já tem? – perguntou Louise.
- Ah amor, você não me deu nenhuma aliança até hoje. – falou , fazendo biquinho.
- Desculpa, amor, não tive tamanha inspiração. – falou Tom.
- Aêêê, a empata foda agora vai estar ocupada. Não vai mais perturbar. – gritou Harry, fazendo uma dancinha ridícula.
- HHAHAHAHA. HARRY, VOCÊ É MUITO RIDÍCULO. – falei, rindo.
- Então, amor, me ajuda lá em cima? – perguntou .
Arrumamos tudo e acabamos pegando no sono.

Capítulo 14
“Um dia feliz às vezes é muito raro”.


Acordei e ainda estava dormindo. Um sorriso estampado em seu rosto angelical. Fiquei admirando meu namorado dormindo, pensando nas coisas boas que aconteceram depois que nos conhecemos.
Ele acordou sorrindo e ficamos nos encarando por uns segundos.
- Bom dia, príncipe. – dei um beijinho na pontinha do nariz.
- Bom dia, princesa!
- Vamos tomar café da manhã, dorminhoco?
- São que horas, amor? – perguntou, espreguiçando-se.
- São oito e quarenta, amor.
- CARACA, ‘TO ATRASADO. POR QUE VOCÊ NÃO ME ACORDOU ANTES, AMOR? – falou, levantando-se, correndo pro banheiro.
- Atrasado pra que, amor? Como eu ia saber que você tinha compromisso hoje?
- Um lance aí, . Depois te explico.
Arrumamo-nos e fomos tomar café. Durantes o café, os meninos estavam super estranhos; um conversando com o outro por olhar, até que zinha se estressou:
- Dá pra vocês pararem com essa palhaçada? Que saco!
- Calma ,amor, o que a gente ‘ta fazendo? – falou Harry com a maior cara de cínico.
- Ah Harry, você não sabe? – olhei séria.
- Iiih, as meninas ‘tão que ‘tão hoje. – falou Dougie, fazendo questão de me irritar.
- Fazer o que se convivemos com animais? – foi a vez de se irritar.
- Calma, bonequinha do Tom, somos amigos, lembra-se? – falou Danny, debochando
- Vai tomar banho, vai, Jones. Garoto chato. – falou Louise que sinceramente, nunca a vi estressada.
Eles se levantaram juntos, saindo pela porta sem dar uma satisfação. Ficamos chocadas, sem entender nada!
- Gente, o que foi isso? – perguntou Louise com uma cara de magoada.
- Não entendi nada, o Danny não é assim... – falou .
- O Harry é um escroto animal. Odeio-o. – falou revoltada, subindo pro quarto.
- Não, gente, o é pior. Ele me pediu em namoro ontem, acordou todo fofo. Quando eu falei a hora, ele surtou e agora esse episódio aqui... Não compreendi nada. – falei com a maior cara de taxo.
- Mas ele nem se manifestou, ; apenas saiu com os meninos, como o Tom também não se manifestou... Mas confesso que estou muito irritada. – disse, indo até a cozinha.
Passamos o dia todo sozinhas. Os meninos não deram as caras. Resolvemos ir até a sorveteria; não agüentávamos mais ficar em casa. Quando voltamos, os meninos ainda não estavam em casa.
-Olha só, muito estranho isso, gente. Qual é a do Douglas? Odeio esse tipo de coisa. – desabafou Louise.
- Eu também odeio, mas o Harry me paga! – falou com uma cara fechada e horrível.
- Gente, relaxa... Eles devem ter uma boa explicação pra esse sumiço! – falou , tentando aliviar o clima.
Quando eram quase oito horas da noite, eles apareceram com um sorriso estranho no rosto e todos carinhosos.
- Bonequinha, que saudade! – falou Tom, abraçando .
- Eu imagino, passou o dia todo fora, sem dar uma satisfação... – ela falou, fechando a cara.
- Minha estressadinha, senti falta de você, amor. – falou Harry, tentando beijar .
- Sai daqui, seu idiota. – saiu, correndo pro quarto.
- Amor? – falou Danny.
-Oi Danny, fala. – falou .
- ‘Ta chateada comigo, amorzinho?
- Ah amor, você ‘ta super estranho comigo o dia todo. Saiu sem dar uma satisfação, sei lá... ‘To chateada, sim. – disse , fazendo biquinho.
- Desculpa, amor? Eu juro que não fiz por mal.
Tom nem precisou de esforço... Assim que chegou, pulou em seu pescoço.
- Amor, que saudade. Não fica mais longe de mim, não... – falou, fazendo carinha de triste.
- Nunca, nunca mesmo. – falou tom, já beijando a menina.
- Douglas, aonde você se meteu? Que palhaçada é essa?
- Ah Louise, não força... Tu nem se preocupa. Eu, hein... – Dougie disse, subindo as escadas, deixando Louise falando sozinha, que logo em seguida, subiu, bufando.
- E o senhor, não tem nada pra me dizer? – perguntei, fingindo estar brava.
- Uhm... Além de que você é linda, que eu ‘to morrendo de saudade e que eu te amo, preciso dizer mais alguma coisa?
- Claro, faltou dizer que eu sou insubstituível. – falei, dando careta.
- Eu nem preciso falar. Minhas ações já lhe provam, digníssima namorada. – ele sorriu e beijou minha mão.
Estávamos conversando na sala eu, , , Tom, Danny e , quando começamos a escutar uma gritaria vinda do andar de cima.

“Eu não agüento mais olhar pra essa sua cara de infeliz!”.

“Talvez ela esteja assim por sua causa, não é?”.

“Eu não te suporto mais. Faço de tudo por nós e você não move uma palha”.

Ficamos um olhando pra cara do outro, quando escutamos e Harry descendo as escadas, correndo.
- Gente, o que é isso? Dougie e Louise estão quase se matando. – falou Harry com uma cara de assustado.
- Sinceramente, pensei que fossem vocês. – disse .
-Vai tomar banho, idiota. Claro que não; não brigo assim com o meu pituchinho. - falou .
- Realmente, amiga, percebemos. – falou , sendo interrompida por mais gritos.

“Porque você não some da minha vida?”.

“Talvez por você não parar de correr atrás de mim. Você é ridícula, garota. Só está interessada pelas coisas que posso te oferecer...”.

“Douglas, você é um estúpido! Faz isso mesmo; corre atrás da . Mas pena que ela já percebeu quem você é e não está nem aí pra você”.

Ao ouvir isso, todos olharam pra mim, inclusive . Eu apenas abaixei a cabeça e esperei que a gritaria cessasse; coisa que iria demorar.

“Louise, pára, cara. Você ‘ta se exaltando toda à toa... Chega! Olha, eu adoro você, não quero ficar brigado contigo, mas a gente junto não dá mais certo”.

“Tudo bem, Dougie. Desculpa qualquer coisa. Quero continuar sendo sua amiga. Eu amo você, garoto”.

Ficamos todos parados, apenas processando tudo que tínhamos ouvido ali. Até que escutamos um barulho da porta fechando.
Louise apareceu com as malas nos braços e uma cara de choro visível.
- Amiga, você vai embora? – perguntou , indo em direção à menina.
- Vou, sim gente. Acho que eu estou sobrando aqui. Não só eu, mas realmente me convenci disso e acho que vocês escutaram o resto. – eu abaixei a cabeça ao ouvir a voz embargada de Louise.
- Ai amiga, fica, não precisa ir embora... – falou zinha.
- , você ficaria se tivesse terminado com Harry? – abaixou a cabeça de imediato – Claro que não, né? Não se preocupem. Meu primo ‘ta vindo me buscar...
- Lou, podemos conversar? – perguntei.
-Claro, vamos? – falou, fazendo sinal para a porta.
Fomos andando até a piscina. Fiquei encarando o chão, até Louise parar e cortar o silêncio constrangedor.
- Pode falar, . – olhou-me e sorriu.
- Vocês terminaram por minha causa, Lou?
- Não exatamente por sua causa, amiga; a gente já não vinha dando certo. Eu errei com o Dougie, fiquei com o James. Ele começou a gostar de você e voltou comigo só pra tentar te esquecer, o que é impossível.
- Eu... É.. Não sei o que te falar. – falei sinceramente.
- Eu sei o que te falar, . Se você AMA o Douglas, luta por esse amor. Você só está se enganando e enganando o coitado do com esse namoro. Todo mundo sabe que você não corresponde.
-Eu correspondo, sim, adoro o . – falei com um tom de indignação.
- Nessa situação, , adorar não é suficiente.
Fiquei sem falar nada. Encarei meus pés, a água azul clara da piscina.
- , se dê permissão de ser feliz. Só te digo isso. Tenho que ir, meu primo deve estar estourando por aí. Só pensa nisso.
Abraçamo-nos e levei Louise até a porta. Quando voltei pra sala, todos estavam me olhando. encarava o chão, me olhava com cara de pena, assim como e . Danny, Harry e Tom me olhavam sem expressão.
- Gente, vou pro meu quarto. – quebrei o silêncio.
- Pro seu quarto ou pro do Dougie, ? – perguntou , sem me olhar.
- Pro meu quarto, . – subi as escadas, correndo e só escutei a porta de baixo fechando.
Quando estava andando até o corredor, ouvi um gemido vindo do quarto do ex casal, mas preferi não arriscar...

Capítulo 15
"A felicidade está em você. Não espere que ninguém te faça feliz".


Passei um bom tempo no quarto, pensando em tudo que Louise havia me falado, tudo que escutei, na expressão de , os olhos... Acabei dormindo. Acordei já eram nove horas da noite. Resolvi descer, pra conversar com e comer alguma coisa. A casa estava num silêncio total. Fui chegando perto da cozinha, escutei a voz deles conversando.
- Boa noite, amigos. – falei, forçando um sorriso.
- Boa noite, bela adormecida. - falou Tom.
- O que temos pra comer? – perguntei enquanto meus olhos corriam pela cozinha à procura de .
- Pizza, . Estávamos todos sem cabeça pra cozinhar... – falou Danny.
- Cadê o , gente? – perguntei preocupada.
- Até que enfim; achei que não daria falta do coitado. – falou .
- Pára de ser escrota, cadê o meu namorado?
- , ele foi embora... – falou Tom.
- Vocês ‘tão brincando, né? Por que ele fez isso? Por que não me acordaram? – perguntei desesperada.
- Não estamos brincando, não. Por que eu não sei, só a carta que ele deixou vai te explicar. Não te acordamos porque ele não deixou. – foi a vez de se pronunciar.
- Cadê a carta? – eu não estava entendendo nada.
- Vem, bonequinha, ‘ta comigo. – Tom disse, levantando-se.
Fomos até o quarto que era de Tom e então ele me entregou a tal carta.

, você não deve estar entendendo nada e deve estar morrendo de raiva de mim, ou até mesmo se culpando por eu ter ido embora, mas você não tem culpa de nada, minha linda. Pelo contrário; essas semanas que passamos juntos foram as melhores. Eu descobri o valor de uma verdadeira amizade e é por isso que eu não posso continuar nessa casa nem com você... A sua verdadeira felicidade não está comigo, meu amor, e sim com o Douglas. Vocês complicam muito o que poderia ser tão simples e eu ajudei a enrolar mais ainda... Eu acho que forcei um pouco de barra te pedindo em namoro, sabendo que você não me amava como tal, mas achei que o que eu sentia era capaz de suprir tudo o que faltava. Só que as coisas não são assim, não somos mais crianças de onze anos, que namoram quem dizem gostar e amanhã já estão com outro. Eu nunca vi ninguém igual a você, , com a força, determinação, carinho, sinceridade... Eu realmente me orgulho de ter sido seu namorado! Você é maravilhosa; Dougie tem muita sorte por ter você. Você deve estar se perguntando por que eu mudei de uma hora pra outra, não é? Eu já estava meio incomodado com os olhares do Dougie em cima de você e não era um olhar malicioso e sim de tristeza. Depois escutei aquelas coisas no quarto e Louise falou aquilo, que pra quem não percebeu, foi uma direta pra mim. E pra completar, enquanto você ‘tava dormindo, fui ao seu quarto pra tentar conversar. Quando acariciei seu rosto, você chamou pelo nome de Dougie. Eu definitivamente não deveria estar ali. Aquele não era, nunca foi e nunca será o meu lugar. Eu só quero ver a sua felicidade, minha princesa! E busque isso, corra atrás.

Eu te amo muito, .
E farei o que for possível pra lhe ver feliz!

Um grande beijo do grande admirador e, acima de tudo amigo, ”.



Quando acabei de ler, uma lágrima caiu e eu olhei para Tom que estava me abraçando.
- Foi melhor assim, . Continuar nessa enganação só seria pior para os quatro.
- Eu sei, mas me dá ódio de ter sido tão fraca.
- Você não foi fraca, amor. Pelo contrário, todo tempo pensou na Louise, no ... Relaxa, você fez o certo. – Tom falou, fazendo carinho em minha cabeça.
- Tom, eu te amo muito. Se você não tivesse conhecido a e tivesse continuado a fim de mim, eu te namorava. Você é perfeito, melhor amigo.
- Caraca, é mesmo. Eu era MUITO a fim de ti. Perturbava seu irmão e ele ficava muito puto. Eu sempre te achei linda e especial, mesmo sem te conhecer, só pelo que seu irmão falava.
- Eu te amo, Tom. Não sei o que seria de mim sem você.
- Eu te amo demais, irmãzinha. Você foi a melhor coisa que me aconteceu empatada com a .
- Ah é? Achei que eu ganhava disparada. – falei, fazendo bico.
- Oh, ganha sim, mas é segredo, ‘ta...? – ele falou, sussurrando e com o dedo na boca.
- Pode deixar, amigo... Responde-me uma coisa, Senhor Fletcher?
- Claro, Senhorita .
- Cadê o Dougie?
- Está no quarto dele. Não saiu de lá até agora...
- Acha que eu devo ir lá? – perguntei, mordendo a boca.
- Acho que você tem que parar de escutar as pessoas e ouvir seu coração.
- Obrigada, melhor. Vou nessa. – falei, levantando-me e seguindo até a porta.
- Boa sorte, minha linda, e coragem. Vocês merecem ser felizes. - Tom falou, mandando-me um beijo.

Capítulo 16
“Cure o passado, viva o presente, sonhe o futuro. É preciso reviver o sonho e a certeza de que tudo vai mudar”.


Fui em direção ao quarto do Poynter. Parei na porta e pensei na possibilidade de voltar atrás, mas eu tinha que acabar logo com isso. ‘Tava mais do que na hora e agora só dependia de mim. Bati na porta, fraquinho; ninguém respondeu. Bati novamente e nada.
Resolvi entrar. Dougie estava dormindo feito um bebê. Fiquei sorrindo feito uma boba com aquele rosto, cabelo, sorriso infantil e sincero. Sentei no canto da cama e passei a mão em seu rosto. Ele sorriu e chamou meu nome.
- Douglas, sou eu. Acorda, dorminhoco. – falei carinhosamente.
- É a mesmo? – ele falou ainda de olhos fechados.
- Você é um bobo, né? Sou eu, pateta, mas só se você for o meu Dougie, o Douglas que eu conheci.
- Eu sempre fui mesmo fazendo besteiras. – então ele abriu os olhos e sorriu.
- Então, vai passar a noite toda dormindo?
- Tenho alguma coisa melhor pra fazer? – perguntou ele com uma cara de não estar entendendo.
- Obrigada por me chamar de tédio. – falei, bufando.
- Claro que não, mas cadê seu namorado?
- Eu não tenho mais namorado, Douglas. Ele foi embora.
- Ele fez o quê? Como ele te deixou? O que ele tem na cabeça? Merda? Cara, ele é um otário. Como faz isso contigo? - ele falou com um ódio; achei que fosse explodir.
- Calma, Dougie. Ele terminou comigo, sim, porque percebeu que o lugar que ele estava ocupando não pertencia a ele... E sim a um mané aí. – falei, rindo.
- Você o traiu, ? ‘Ta gostando de outro? – ele me olhou surpreso.
- Não, Douglas, não traí. E gostar de outro? Nunca deixei de gostar do mesmo. – falei, sorrindo, mas tenho certeza que corei.
- Ué? Não ‘to entendendo, . Você gosta do ; ele terminou porque você gosta dele? – ele ‘tava confuso, ou melhor, era lerdinho demais.
- Não, meu amor, ele terminou comigo depois da sua briga com a Louise. Ela falou umas coisas pra ele que o fizeram refletir.
- O terminou contigo por causa de mim? Minha culpa? , nunca quis que meu sentimento influenciasse o seu relacionamento.
- Mas influenciou e muito, Douglas. – falei séria, tentando esconder o riso.
- Desculpa, , não era a minha intenção. – ele abaixou a cabeça.
- É, Douglas. Não influenciou só o meu relacionamento, como também a minha vida... E eu ‘to disposta a parar de influenciar e sim viver. – falei, sorrindo.
- Você ‘ta falando sério, ? – ele levantou a cabeça, sorrindo.
- Muito sério e se você não me beijar e me der um abraço agora... – então ele me beijou de um modo apaixonado, nervoso, calmo... – ...eu saio e não volto mais. – falei entre o beijo e sorri.
- Agora você não sai mais da minha vida nem que você queira, senhorita Poynter. – ele falou, olhando nos meus olhos. Eu não consegui não sorrir e o abraçar.
Ficamos nos beijando abraçados até o telefone de Dougie tocar.
“Caraca, cara, foi mal, esqueci... Não, beleza, claro. Aham... Lógico, né? Eu fiz pensando nela mesmo. – ele me olhou, sorrindo. - É claro que eu tinha pensado. Achou mesmo que seria para a Louise? ‘Ta até amanhã”.
Fiquei olhando pra ele sem entender nada e com um ciumezinho. Ele desligou e nem se quer me deu tempo de falar qualquer coisa. Aquele perfume, aquele beijo, aquele carinho me faziam perder qualquer sentido. O beijo começou a ficar mais intenso. A mão de Dougie apertava cada vez mais a minha cintura, eu puxava o cabelo dele, ele alternava da boca para o pescoço... E eu soltava gemidos baixos, como se eu precisasse dele com uma urgência enorme. Ele cessou o beijo e ficou me encarando. Nossas respirações estavam falhas e nossos corpos unidos. Então ele acabou com o silêncio.
- , queria te levar num lugar... – ele falou, segurando a minha mão.
- Aonde?
- Você verá... Topa? – ele deu seu melhor sorriso.
- Topo, mas se for furada, Doug... – ele me interrompeu.
- Não vai ser não, pode confiar.

Tomamos banho e nos arrumamos rápido. Eu ‘tava tão feliz, sorridente... Enquanto eu estava me arrumando, minhas amigas estavam vivendo a coisa mais inesquecível para todas.

~ e Harry

Harry havia passado a tarde toda no alto da montanha que era conhecida como “a um passo do céu” de tão alta e bonita que era. Harry havia enfeitado toda a montanha num estilo piquenique; lampiões, toalhas xadrez... Tudo lindo, a cara de . Quando chegaram à montanha, Harry amarrou um pano nos olhos de e subiu com ela. Quando finalmente estavam no local que Harry havia preparado, ele tirou a venda, com de costas pro lindo cenário.
- Amor, eu quero que essa seja uma das provas de que eu te amo muito e que eu quero viver com você pra sempre. – Harry disse, fazendo carinho no rosto da menina, fazendo com que ela fechasse os olhos e sorrisse – Pode virar, amor.
Quando viu tudo aquilo arrumado especialmente pra ela, tudo de acordo com o que ela mais gostava e com um visual maravilhoso...
- Eu quero poder te levar ao céu, ou a qualquer outro lugar que você queira ir, .
- Eu vou aonde for contanto que você esteja ao meu lado sempre. Eu te amo muito, Harry.
Eles se abraçaram e começaram a se beijar. fazia carinho no pescoço de Harry e o menino fazia em seu rosto. O beijo foi se tornando mais rápido e o carinho passou do rosto pra cintura. Harry mordia os lábios de , que soltava uns gemidos baixos e abafados. O menino começou a deitá-la na toalha e beijar seu pescoço. Em minutos, as roupas já não estavam mais em seus corpos. Harry rompeu o beijo e encarou .
- Amor, eu não quero fazer nada por pressão. Você tem certeza? – perguntou Harry com certa insegurança.
- Eu nunca estive tão certa de alguma coisa. Eu quero você, preciso de você e acima de tudo, eu amo você!
Ao falar isso, puxou Harry para um beijo mais calmo e repleto de amor. Harry começou com movimentos calmos e devagar; tinha medo de machucar , que o encarava, sorrindo e com os olhinhos brilhando. Depois que todo o medo da dor passou, os movimentos eram rápidos e as respirações falhas. Depois de longos minutos, os dois chegaram ao prazer máximo, juntos, e Harry se deitou ao lado de .
- Amor, foi a melhor noite da minha vida. Eu te amo demais. – disse Harry, fazendo carinho na barriga de .
- Todas as minhas noites ao seu lado são as melhores, mas essa será a mais inesquecível de todas. Eu te amo muito, Harry Judd. – sorriu.

~ Tom e

Tom havia preparado tudo num quarto de um hotel. Alugou um telão, pendurou coraçõezinhos no teto, comprou almofadas de coração pra colocar na cama, comprou champanhe... Enfim, estava tudo lindo e bem preparado para uma noite romântica.
No caminho para o hotel, Tom não fez muito mistério, até porque nunca imaginaria o que estava naquele quarto. Chegando ao hotel, Tom parou na recepção, pegou as chaves e pediu para que ninguém incomodasse. não estava entendendo direito o que estava acontecendo, mas estava amando mesmo assim. Quando chegaram à porta do quarto, Tom amarrou um pano nos olhos de , abriu a porta e a sentou num pufe de frente pro telão. Tom ligou as luzes fraquinhas, o telão, sentou ao lado da menina e tirou a fita.
- Amor, não abre os olhos ainda. Eu só quero que você escute uma coisa antes e depois poderá abrir. Combinado?
- ‘Ta bom, amor...
Tom deu play no vídeo e começou a musiquinha:
“A ‘ta diferente. ‘Ta, ‘ta diferente. Foiiiiiiiii, foi ele, sim. Foi o Tom que a deixou assim”.
As meninas tinham gravado um vídeo desse entre elas e deu para Tom como um presente. sorriu e abriu os olhos. Tom havia preparado um vídeo como retrospectiva de todos os momentos deles dois, desde o primeiro dia que se viram até o dia que Danny resolveu fazer a surpresa para cada uma. já não conseguia conter as lágrimas. Olhava fixamente para o telão, sorrindo, pensando em como Tom podia ser tão perfeito. O vídeo acabou com uma declaração dele.
“Amor, com certeza você já está chorando, né? Minha namorada é muito sensível. Então vou ser objetivo no que tenho pra lhe falar. , você foi a melhor coisa que me aconteceu... Eu nunca pensei que seria capaz de amar tanto alguém, de querer proteger, viver uma vida com alguém. Você me faz feliz, me completa, deixa os meus dias mais animados e engraçados. Cada beijo, cada abraço, cada ‘eu te amo’. Nunca esquecerei nada do que passamos. Eu só quero que saiba que você é a minha vida e que eu te amo com todas as forças que alguém pode ter”.
Assim que acabou o vídeo, pulou no colo de Tom, como sempre fazia quando ficava feliz com alguma coisa.
- Ai amor, que lindo, você é perfeito! – disse, distribuindo beijos por todo seu rosto.
- Obrigado, amor, mas você já viu a decoração? – perguntou Tom, sorrindo.
- Meu Deus, Thomas... Nunca vi nada mais lindo que isso. Nem em filme... Nossa, eu não tenho nem palavras... – disse , enquanto encarava o quarto.
- Abrace-me, amor, e não precisa dizer nada. Só de ter você comigo eu já fico feliz.
beijou Tom com amor, gratidão, desejo, felicidade, carinho... Todos os sentimentos possíveis para um casal apaixonado. rompeu o beijo e ficou fitando os olhos de Tom.
- Amor... – disse .
- Fala, amor.
- Eu ‘to pronta. Pronta pra amar você mais, pronta pra ter você... – falou segura do que estava sentindo e falando.
- Amor, você tem certeza disso? Não está falando isso só por causa da surpresa?
- Claro que tenho, amor. Você sabe muito bem que eu não ajo por impulso. Já tínhamos tentando outras vezes; nunca fizemos porque eu ainda não ‘tava segura, e agora eu estou.
Tom beijou entre carinhos e apertos, respirações e gemidos. A noite do casal se realizou. Tom teve todo o cuidado com , fazendo os movimentos devagar e repetidamente. Ficaram se encarando quando chegaram ao supra-sumo.
- Eu te amo, Thomas.
- Eu te amo, .

~ Danny e

Danny tinha passado a tarde toda atrás de alguma coisa diferente, mas não tinha conseguido pensar em nada. Quando viu todos já com suas idéias, sentiu-se um péssimo namorado e resolveu ligar pra sua mãe. Só que tinha um problema: ela era meio, digamos que, maluquinha.
“Alô, mãe?”.
“Daniel, meu filho, tudo bem?”.
“Tudo, mãe... Olha só, eu preciso da sua ajuda”.
“O que houve, filho?”.
“Eu queria fazer uma surpresa pra , mas ‘to sem idéia...”.
“Uma surpresa romântica?”
“É, mãe. Quero que seja uma noite inesquecível...”.
“Filho, quando eu e seu pai fomos para aí, ele me fez uma surpresa também. Levou-me a um motel chamado “Lapada”. Tem uma suíte, Daniel, maravilhosa... É toda faroeste, muito bonita...”.
“Mãe, eu não quero levar a a um motel, né? Parece que eu t’o forçando algo a mais...’’.
“Filho, vocês namoram há tanto tempo... Se não rolou ainda, já ‘ta pra rolar...”.
“’Ta bom, mãe. Não me ajudou em nada”.
“Desculpa, filho. Também ‘to sem imaginação”.
“’Ta bom, mãezinha. Beijos”.
Danny desligou o telefone e tentou pensar em mil coisas que agradariam a . Mas nada vinha à mente e isso já estava o matando! Até que teve a idéia de fazer um luau, só os dois... Alugou uma tenda, comprou diversas frutas, cangas, tochas, coco... Arrumou tudo perfeitamente.
Foi buscar . Durante o caminho, Danny fez de tudo pra não parecer óbvio. Deu a maior volta e então, tapou os olhos da namorada. Quando chegaram à praia, tirou as sandálias de e a pegou no colo. Foi andando lentamente até a canga e colocou sentada. Tirou a faixa dos olhos dela e ao olhar tudo aquilo, apenas sorriu e abraçou o namorado.
- Amor, que lindo. Sempre soube que essa cabecinha vai além de escrever músicas. – sorriu.
- Eu te amo e o meu amor vai além de qualquer coisa. – Danny disse, beijando a namorada.
- Obrigada por viver comigo, meu amor. Você é tudo pra mim... – e então voltaram ao beijo, dessa vez, mais rápido e mais apaixonado.
Danny beijava a orelha de enquanto a menina apertava suas costas e puxava seus cabelos. As respirações estavam falhas e seus rostos repletos de suor. Danny puxava a namorada cada vez mais pra si, como se fosse possível ocuparem o mesmo lugar. Danny começou a passar a mão de baixo da blusa da menina, levantando-a e fazendo com que se arrepiasse. As roupas começaram a incomodar e em segundos, já não estavam mais as vestindo. Danny fez de tudo para que fosse a melhor noite para , para que sua primeira vez fosse inesquecível como nos filmes. Aos poucos, Danny foi derramando seu peso em cima de , mostrando o cansaço, até que se jogou pro lado e ficou encarando a namorada.
- Nunca esquecerei dessa noite, do seu corpo, do seu toque, eu te amo e te desejo a cada minuto. – disse .
- Eu te amo, , e eu não quero sair do seu lado nunca.
- Não vai sair, Daniel.

Enquanto isso, e Dougie...

- Douglas, ‘to pronta! – desci a escada, gritando.
- Ei, só estava te esperando. – Douglas disse, levantando do sofá – E você está linda.
- Você também, Dougie. Vamos? – eu estava muito curiosa.
- Só duas coisas antes. Uma: cadê sua mala? Dois: só se você me der um beijo antes. – ele me olhou com um sorriso de pidão e eu sinceramente não faço a mínima força pra resistir.
- Uhm... Acho que a segunda é mais tentadora, por isso vou fazer primeiro. – beijei-o com todo o carinho e felicidade que eu estava sentindo.
Subi correndo, peguei tudo que estava espalhado no quarto, arrumei dentro da mala e desci correndo. No carro, ficamos apenas escutando as músicas que tocavam no rádio. Eu estava olhando a estrada, pensando em como tudo havia mudado tão rápido. Sorri sozinha e então a mão de Douglas encostou-se à minha.
- Pensando em quê, ?
- Pensando em como tudo mudou tão rápido.
- Que bom, sabia? Não agüentava mais o em cima de você, te beijando... Ai, só de pensar me dá nojo. – ele falou, fazendo careta.
- E você acha que eu agüentava a Louise? Ainda mais sendo minha amiga de infância. Estava me matando. – disse, rindo.
Depois de quase duas horas na estrada, chegamos a uma cidadezinha super aconchegante. Já era madrugada de domingo, não havia ninguém nas ruas. Depois de quinze minutos, chegamos a um chalezinho lindo, todo rosa, com janelas brancas. Dougie estacionou o carro e pegou as malas. Entramos no chalé; estava encantada. Parecia uma casa de bonecas. Subimos até o quarto para deixar as malas. Nossa, nunca tinha visto algo tão fofo e mágico.
O quarto era pequeno, mas tinha uma lareira. Suas paredes tinham quadrinhos e fotos; minha e do Dougie. Fotos que eu nem lembrava, afinal, todas eram da máquina dele. As cortinas brancas dando uma cara angelical ao quarto, um banheiro, nossa, perfeito, com banheira e tudo. Mas acho que o que mais me encantou foi o teto; era de vidro, dava pra ver todas as estrelas. Sorri ao ver que tudo aquilo havia sido preparado pra mim e deixei que a lágrima escorresse.
- Nossa, Douglas, que lindo! É um chalé dos sonhos. – falei, sorrindo.
- É o nosso chalé, . Era dos meus pais. Quando fiz dezoito anos, eles me deram, mas nunca usei. Porém, quando pensei em fazer uma surpresa pra você, resolvi mudar umas coisas. Eu fico feliz que tenha gostado.
- Gostei muito, Dougie. Muito mesmo. – falei, bocejando.
- Vamos dormir, ? ‘To exausto, amanhã eu te mostro a cidade. – ele disse, ligando a lareira.
- Vamos, sim. – disse, entrando no banheiro pra por o pijama.
Arrumamo-nos pra dormir, deitamos abraçados. Não falamos nada, apenas ficamos curtindo cada carinho e o momento juntos.
- ...
- Oi Dougie...
- Eu amo você. – ele disse, abraçando-me.
- Eu te amo muito, Douglas.
Assim dormimos; abraçados e vendo as estrelas.

Capítulo 17
“Espere pelo homem que te beije na boca com muito amor, mas que também te beije na testa com muito respeito”.


Acordei com o celular tocando. Douglas dormia feito um anjinho. Corri para que o barulho não o acordasse.
- Oi amiga. – atendi meio sonolenta ainda.
- Bom dia, chubê. – falou .
- Bom dia, gata. O que houve pra ‘ta me ligando a essa hora? – perguntei meio assustada.
-Amiga, quero que você seja a primeira a saber... Ontem o Harry fez uma surpresa linda pra mim. Levou-me a uma montanha, arrumou tudo lindo, do jeito que eu gosto. E assim... – parou.
- Aii, que lindo, amiga. Mas assim o quê? – perguntei, já sabendo a resposta.
- Nóstransamos,amiga, – falou rápido.
- O que, amiga? Não entendi nada. – falei, mentindo. É claro que eu tinha entendido.
- Nós transamos, amiga. Foi lindo, mágico, perfeito.
- Own, que meigo, amiga. Felicidades! Olha, depois a gente conversa melhor, ‘ta? Você me conta detalhes. Não dormi nada essa noite.
- A noite foi boa também, amiga? – perguntou maliciosa.
- Não é nada disso que você ‘ta pensando, sua tarada. Passamos a noite na estrada. Chegamos tarde.
- Você se acertou mesmo com o Dougie, amiga?
- Acho que finalmente sim, amiga. Agora me deixa dormir, por favor? – falei, rindo.
- Boa noite, gata! – ironizou.
- Boa noite, safadinha.
Voltei pra cama e Dougie continuava na mesma posição. Quando deitei, tomei um susto enorme; Dougie me agarrou.
- AAAAAAAAAH DOUGLAS, QUE SUSTO!
- Bom dia, meu amor... – ele disse, dando-me beijos no rosto.
- Bom dia, amor. – disse, sorrindo.
- ‘Ta com soninho?
- Muito, amorzinho... – disse, bocejando.
- Volta a dormir, amor. Vou tomar um banho... – Dougie disse, levantando-se.
- Fica um pouquinho comigo... – fiz bico.
- Ai que linda... Fico, sim, vou cantar pra você dormir, ‘ta?
Perdi completamente a noção de quanto tempo eu dormi. Só acordei graças ao sininho que Dougie entrou no quarto tocando, com uma bandeja de café da manhã.
- Nossa, café da manhã na cama, é? – perguntei, sorrindo.
-Você merece. E a partir de hoje, vai ser sempre assim. – ele disse, dando-me um beijo na testa.
- Obrigada, Douglas...

Passamos o resto da manhã deitados, conversando, conhecendo-nos mais... Até a pergunta que não saía da minha cabeça:
- Por que você fugiu tanto desse sentimento?
- , você tem quinze anos; é muito novinha.
- Douglas, eu tenho dezesseis... E você só é dois anos mais velho que eu. – falei com cara de indignação
- Dezesseis? Eu achava que tinha quinze... Por que você nunca me falou? Seria uma grande melhora.
- Douglas, eu já tinha te falado antes. Você que nunca prestou atenção... – falei, abaixando a cabeça.
- Eu tive medo, . Eu tinha acabado de passar aquilo com a Louise... Enfim, não quero mais falar disso; o que importa é que agora estamos juntos. – ele disse, abraçando-me.
- Sim, sim, o agora é que importa...

O dia passou voando. Conheci toda a cidade, tomei sorvete, comi pipoca, tiramos várias fotos, Dougie quase caiu... Foi um dia maravilhoso. Fazia um tempo que eu não me sentia tão feliz. Voltamos pra casa, já estava escuro.
- , quer um chocolate quente?
- Quero, sim. Vou aproveitar pra tomar um banho.
Peguei as roupas, enchi a banheira... E entrei. Nossa, completamente relaxante. Fechei os olhos e fiquei lá, pensando nos últimos meses, como as coisas mudaram tão de repente. Fui acordada do transe com um barulho dentro do banheiro.
- Douglas! Meu Deus, ‘ta maluco? – disse, levantando. Depois percebi que estava nua. Voltei pra banheira.
- Desculpa, , vim trazer seu chocolate quente... Eu, quando era pequeno, adorava ficar na banheira, tomando chocolate. – disse, sorrindo torto.
- Ah ‘ta, que susto. Senta aí, vai. Passe-me esse chocolate. – falei, sorrindo, mas tenho certeza que estava vermelha.
- Você está com vergonha, né? Se quiser, eu saio, . Não tem problema... – Dougie disse, levantando-se.
-Douglas, senta, pára de bobeira, as espumas tapam tudo. –falei, sorrindo
Acabei de tomar banho, troquei-me e fiquei esperando Dougie na sala, escolhendo o filme que veríamos. Assistimos: “Te amarei para sempre”, comemos pipoca e bebemos refrigerante. Acabei dormindo nos braços de Dougie.

Capítulo 18
"Eu aprendi que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular".


Acordei com um barulho enorme lá embaixo. Resolvi me levantar pra ver o que era. Passei no banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto. Fiz um coque e desci.
Quando cheguei à sala, todos os meus amigos estavam lá; Harry, , Danny, , Tom e .
- Que surpresa maravilhosa! Os amores da minha vida aqui. – falei, sorrindo.
- Uau, ela ‘ta tão meiguinha, né, gente? – falou Tom, sorrindo maliciosamente.
- HA, HA, HA. Engraçadíssimo, Thomas Fletcher. – falei, dando língua.
- Amiga, você ‘ta tão linda com esse shortinho e essa blusinha. Dougie deve estar ficando maluco dormindo ao seu lado desse jeito – falou .
- E você acha que eu ficava como, amor? – Falou Danny, deixando completamente vermelha.
- Eu tomo uns três banhos frios de madrugada. – Dougie entrou na sala, já fazendo palhaçada.
- Boa, Dougie. Quem diria, hein? Em outras épocas... – Disse Harry, tomando um beliscão de . – AI AMOR.
- Relaxa, amiga. Acha que eu não sei dessa época pervertida do Douglas? –falei rindo, mesmo que me remoendo de ciúmes.
- Eu sempre fui quieto, o pior era o Tom – falou Dougie, rindo.
- Eu? Eu nunca tive muito jeito com as meninas. – Tom falou, tentando aliviar a barra – Quem era o pior era o Danny. Ele atirava pra todos os lados.
- Opa. Daniel sempre foi santo! – falou Danny, fazendo cara de assustado. – Agora é sério, quem sempre foi o pior: Harry Judd! Atacava todas as novinhas!
- Olha só, gente, dá pra parar? Nenhuma de nós quer saber o passado abominável de vocês. – falou de cara feia, fazendo todos rirem.
- Oh amor, não fica com ciuminho, não. Passado é passado. Hoje, toda a minha safadeza é sua. – falou.
- Vai se foder, Harry. – esquivando-se do abraço que o menino tentava dar.
O dia passou voando. Caminhamos pela cidade, corremos do Danny que tentava nos pegar com cotonetes no nariz; passamos um dia maravilhoso... E quando a noite chegou, estávamos todos mortos e esparramados no sofazinho.
- Dougie! – gritei da sala, já que ele estava na cozinha.
- Oi . Fale. – ele disse, entrando na sala todo sujo e de avental branco, o que o deixava mais sexy.
- ‘To com soninho, Popo (um apelido carinhoso pra Poynter. Idiota, não é?). – disse com uma voz de criança e biquinho.
- Oh minha criancinha, já ‘to acabando, mas se quiser ir subindo e tomando banho... Eu já vou. – ele disse, beijando minha testa.
Despedi-me do pessoal que já estava quase dormindo e subi para tomar um banho e esperar meu... Afinal, o que ele era meu?
Tomei um banho demorado e bem quentinho. Coloquei meu short de dormir e uma baby look do Beatles. Estava penteando meu cabelo, quando Douglas entrou no quarto.
- ‘Ta pronta pra dormir já, Popozinha? – ele perguntou, sorrindo.
- ‘To, sim, mas vou te esperar, Popo. – falei sem olhá-lo, prestando atenção no meu cabelo.
- Sabe, ... – ele falou e resolvi prestar atenção nele - Estou muito feliz com tudo isso; eu me sinto muito realizado. A banda, meus amigos... – ele falou, dando uma pausa – E a menina que eu gosto... Tudo dando certo pra mim. – ele dizia, enquanto tirava a camisa. Eu fiquei apenas olhando e prestando atenção em cada definição de sua barriga. Não eram muitas, mas o suficiente para se tornar perfeita e me deixar completamente hipnotizada. Sua tatuagem em seu ombro pegando um pouco do braço ficava perfeita em seu braço nem forte nem magro. Perdi a noção do tempo quando fiquei o encarando. – ? Você me ouviu? – ele perguntou, me acordando do transe.
-Ouvi, sim. Eu me distraí, Dougie. Eu também ‘to feliz pelas coisas estarem se acertando. – dei meu melhor sorriso e encarei o chão. CLARO, ELE TINHA PERCEBIDO QUE EU ‘TAVA O SECANDO, MAS EU NÃO ERA ASSIM. NUNCA FUI. QUE MALUQUICE É ESSA? ELE SÓ É LINDO E TEM UM CORPO PERFEITO... ‘TA TUDO BEM, ELE É MUITO GOSTOSO.
- Espero lhe fazer muito mais feliz, . – falou, entrando no banheiro.
Fiquei encarando a porta durante um tempo, com um sorriso de orelha a orelha. Tudo aquilo estava mesmo acontecendo comigo? Eu era a pessoa mais feliz do mundo. Eu tinha os melhores amigos, o ‘companheiro’ mais lindo e carinhoso do mundo e uma família maravilhosa. Terminei de pentear meu cabelo e me deitei, olhando as estrelas... O céu estava lindo, minha vida perfeita. Pessoas maravilhosas... Não podia querer mais nada, aliás, eu não queria mais nada!
- ‘Ta acordada, criança feliz?
- ‘Toooooooooooooo, velhoteeeeeeeeeeeeeeee. – disse, tacando um travesseiro em Dougie.
- Ah é, senhorita Poynter? Você vai ver como é bom respeitar os mais velhos. Eu vou contar até três e você corre, se não, acabo com você. – ele falou sério – UM... DOIS...
Saí correndo na mesma hora e então escutei o barulho de passos atrás de mim.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! SOCORRO, GENTE, TEM UM MALUCO ATRÁS DE MIM! – saí gritando pela casa, enquanto Dougie estava correndo atrás de mim só de boxer.
- Hã? Quê? O que houve, ? – perguntou Tom, cambaleando e com uma voz de sono.
- Vou te pegar, sua pirralha, volta aqui ! – Dougie disse, gritando.
- Gente, o que é isso? Precisa desse escândalo todo? – perguntou com a cara toda amassada.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! SAI, DOUGIE! – disse caída na grama, enquanto Dougie estava em cima de mim.
- Não saio, não. Peça-me desculpas e diga que eu sou o homem da sua vida. – ele disse, rindo.
- Não mesmo, Douglas! Sai de cima de mim. – disse, rindo.
- Ah, beleza então. Não saio; ‘ta ótimo aqui em cima!
- AAAAAAAAAH, EU TE ODEIO, DOUGLAS. DESCULPE-ME, VOCÊ É O HOMEM DA MINHA VIDA! – disse emburrada.
- Ah, que declaração mais linda. Que menina doce. – disse Harry, vindo em nossa direção.
- Viu? Ela ‘ta caidinha pelo Dougie... – disse , rindo.
- Será que dá namoro, gente? Esse amor dos dois... Sei não. – foi a vez de abrir a boca.
- Calem a boca. E você, Danny, nem se atreva a zoar. Douglas, saia de cima de mim. Quero dormir – disse, me levantando com um bico enorme, fingindo estar emburrada.
- , relaxa, amar é normal. – Danny disse, dando língua.
- Cala a boca, Jones. – falei, subindo as escadas correndo. Entrei no quarto, bati a porta, deitei na cama e me cobri. Caso Dougie aparecesse, eu fingiria estar dormindo. Após uns dez minutos, ouvi a porta sendo batida. Dougie se deitou ao meu lado e fez carinho em meu cabelo. Começou a beijar minha orelha.
- .... Acorda, minha lindinha... – ele disse entre beijos alternados entre minha orelha e meu pescoço.
- Saia, Douglas. Quero dormir. – disse, fazendo voz de irritada.
- Ninguém vai dormir hoje. Quero te abraçar, te beijar... Quero ficar com você. – ele disse, passando a mão em minhas costas.
- Que pena. Eu quero dormir, Douglas. – disse sem olhá-lo.
Um silêncio tomou conta do quarto que era apenas iluminado pelas estrelas. Só se ouvia as nossas respirações. Eu estava ficando incomodada com a situação; ele havia desistido tão fácil assim?
- , era só uma brincadeira. Você me desculpa? – ele disse, cortando o silêncio com uma voz de cão pidão.
- Uhm... Sabe, Douglas, eu ‘to muito magoada. Você vai ter que me reconquistar. – disse, me fazendo de difícil.
- Ah é? Sabe que eu gosto disso? – disse ele, beijando meu pescoço – Eu... – ele me deu um selinho – Amo... – deu-me outro selinho – Quando... – outro – Você... – outro – Está... – e outro – Brava... – e então, me beijou num beijo calmo, delicado, com carinho.
- Eu adoro você, Douglas. – disse, cortando o beijo.
- Idem, . – ele respondeu, me deixando um pouco triste com a resposta.

Capítulo 19
“Idem. Idem é o sentimento que eu tenho por você. Idem, idem...”.


Dias se passaram e voltamos pra casa. Todos estavam mais unidos do que nunca. Eu estava ficando com Dougie há quase um mês e os outros, namorando. Saíamos juntos, íamos aos ensaios dos meninos, aos pubs que eles tocavam... Minha relação com Dougie estava indo bem; víamos-nos todos os dias. Ele me ajudava a estudar para as provas. Sempre saíamos pra comer pizza, cinema... Mas ele falhava na hora de falar um ‘eu te adoro’ ou ‘eu gosto muito de você’.

~ Flashback

Acordei de manhã, com o telefone tocando. Estava meio sonolenta, mas logo acordei ao ver no visor: ‘Dougie s2’.
- Alô?
- Bom dia, . Sou eu, Dougie. – ele falou com a voz animada.
- Bom dia, Dougie – falei, bocejando.
- Eu tenho uma proposta pra te fazer, mas tem que estar bem acordada. – ele disse, rindo.
- OPAAA, ‘TO ACORDADASSA. – falei, rindo – ‘To brincando. Qual o convite, Sr. Poynter?
-Vamos ao parque das águas? Acordei com vontade de passar o dia no clube, piscina, futebol... Essas coisas.
- Tudo bem, vamos, sim. Só tomo um banho e me arrumo rápido. Passa aqui daqui a trinta minutos?
-‘Ta bom, linda, até daqui a pouco.
- Beijos, Popo.

Levantei-me correndo pra tomar banho. Em dez minutos, lá estava eu, parada na frente do meu armário, só de biquíni, pensando em qual roupa colocaria. Optei pelo vestidinho branco e o chinelo preto de bolinhas brancas, para combinar com o biquíni. Arrumei a bolsa para poder passar o dia e então escutei a campainha.

Chegamos ao clube e fomos logo pra piscina. Descemos nos tobogãs, apostamos corrida, pulamos do trampolim, até que cansamos e ficamos abraçados no cantinho da piscina.
- Ai Douglas, que idéia maravilhosa. Há tempos que eu não vinha ao clube; ‘to até cansada. – falei, fazendo careta.
- Que bom que gostou. Eu também não vinha há um bom tempo, mas acho que essa foi a melhor vez de todas. – falou, passando a mão na maçã do meu rosto.
- Também foi a melhor pra mim, Dougie. – falei, sorrindo.
- Você é perfeita, .
- Eu te adoro, Douglas.
- Idem, – falou, me dando um selinho.

~ Fim do flashback

Essa situação já estava me dando nos nervos. Ele era tão perfeito sempre, carinhoso... Por que não conseguia dizer que gostava de mim do mesmo modo que eu gostava dele? Eu tentava não pensar, não ligar, mas me incomodava demais. Porém, preferi não comentar e guardar pra mim, afinal, a gente se dava bem e eu não queria estragar tudo. Nessas horas, o fazia falta. Ele tinha viajado para Califórnia com os pais e tudo mais. Sentia falta do meu melhor amigo.

Capítulo 20
“Close your eyes and I'll kiss you. I'll miss you. Remember I'll always be true. And then, while I'm away, I'll write home every day and I'll send all my loving to you”.


Era sexta-feira e todos estariam animados, programando o final de semana. Acordei um tanto cansada e com minha mãe aos berros.
- , levante! ‘Ta na hora, você vai se atrasar – falou, gritando na porta do meu quarto.
- Já ‘to indo, mãe. Calma... – falei, me espreguiçando.
Levantei, fui até o banheiro para fazer minha higiene diária e tomei um banho demorado. Deixei que a água quente tirasse todos os meus medos e fracassos, como se tivesse retirando as coisas frias que me congelavam. Arrumei-me, desci pra tomar café e lá estavam as minhas apetitosas e preferidas panquecas.
Cheguei ao colégio e e estavam me esperando na porta. Elas estavam estranhas, e eu as conhecia muito bem.
- Minhas melhores amigas estão emburradas. O que aconteceu? – perguntei, tentando quebrar o clima.
- Nada, não, . É impressão sua – falou , lançando um olhar suspeito para .
- Então ‘ta; não vou pressionar. Mas e aí? O que vamos fazer hoje?
- Vamos para a casa do Tom, amiga. ‘Ta a fim? – perguntou .
- Vamos, ué. Topo tudo; vocês sabem.
- Qual é a sua primeira aula hoje, amiga?
- História do Brasil. E a sua amiga ?
- Literatura, juntamente com a ... – falou sorrindo, mas sem me olhar.
- Então nos vemos no intervalo – falei, seguindo para a sala.

As horas pareciam não passar. Eu estava sozinha, não tive nenhuma das três aulas com as meninas, ‘tava cansada, com tédio e minha cabeça estava num estúdio, num baixista de certa banda. O sinal quebrou meus pensamentos. Peguei minhas coisas e corri para o refeitório para encontrar as meninas. Meus olhos percorreram por todo o pátio e não avistei nenhuma das duas. Resolvi buscar meu lanche e sentar em nossa mesa.
Fiquei sentada sozinha durante um bom tempo, até que vi as duas vindo em minha direção. parecia preocupada e com um olhar vazio.
- SUAS IDIOTAS. Vocês me deixaram sozinha – falei, fazendo biquinho.
- Ah, coitadinha, idiotinha do meu coração – falou , me dando um tapa na testa.
- Amiga, nós precisamos conversar com você – me olhou. Eu definitivamente não conseguia ler a mensagem que seus olhos me passavam.
- Podem falar, porque eu definitivamente não estou entendo nada – falei séria. - Amiga, o Dougie, ele... – começou, mas parou e me fitou.
- O que tem o Douglas, gente?
- Ele ficou com outra pessoa, . A gente soube ontem pelo Danny que, bêbado, deixou escapar. A gente ficou ensaiando como te falar, mas eu não acho que há um modo sutil de contar isso – falou e seus olhos estavam repletos de pena, carinho...
Fiquei parada, apenas encarando minhas amigas. Eu não sabia o que dizer, não sabia como dizer, não sabia o que fazer. Minha vontade era gritar, berrar, chorar, sair correndo, sei lá!
- , você não vai falar nada? – perguntou , colocando sua mão em cima da minha.
-Gente, o que eu posso fazer? Eu não tenho nada sério com o Douglas, ué – falei, tentando parecer indiferente.
- Ele ficou com a Louise, . Eles ficaram ontem à noite, quando os meninos foram a um pub comemorar uma música finalizada – falou que encarava o chão, como se aquilo estivesse acabando com ela.
- Ontem? QUINTA? – falei, alterando a minha voz. – Como ele pôde? – falei, sentindo as teimosas lágrimas incomodarem em meus olhos, teimando para saírem. – Não, eu não vou chorar. Eu não tenho nada com ele, absolutamente NADA – falei, me levantando da mesa e correndo para o banheiro do colégio. Só escutei a voz de ecoando no corredor.
- ! Espere, amiga...!
Entrei em uma das cabines e fiquei lá, chorando, me odiando por acreditar que Dougie gostava de mim. Mas é claro que não gostava; ele podia ter quem ele quisesse e tinha uma ex-namorada linda e muito hot. Fiquei durante horas, apenas sentada, deixando que as lágrimas caíssem. Minha garganta ardia, meus olhos estavam pesados e só percebi que estava ali há horas quando a faxineira veio falar comigo.
- Querida, são três horas. Os alunos já saíram há muito tempo, suas amigas estavam te procurando e outra: eu tenho que limpar o banheiro.
- Desculpe, Dona Lurdes. Eu não percebi o tempo que estava aqui. Já estou indo – levantei-me devagar e caminhei até o espelho. Eu estava horrível, super vermelha. Lavei o rosto e me maquiei, tentando disfarçar. Peguei meu celular e tinham 24 chamadas perdidas. Alternavam entre duas pessoas: e . Resolvi retornar.
- Alô, ?
- , meu amor, onde você se meteu? – perguntou , com uma voz de preocupada.
- Eu ‘tava no colégio, amiga, mas não quero mais falar disso. Onde você ‘ta, amiga?
- Estou indo à casa da para irmos ao ensaio dos meninos
- Bom, ‘to quase em casa. Vocês podem passar lá em casa para irmos juntas? – perguntei.
- Você tem certeza, ?
- , eu não vou deixar de sair com os meus AMIGOS por causa do Douglas. Não mesmo, até porque eu realmente não tinha nada sério com ele... Ele fez a escolha dele e eu só posso desejar felicidades e boa sorte – falei, tentando parecer convincente.
- Tudo bem. Tome banho rapidamente e se arrume. Vamos passar aí.
- Beijos, minha mongolóide.
- Você me ama, né ? Beijos, amiga - desligou, rindo.
Entrei em casa, fui direto pro meu quarto, joguei a mochila na cama e fui escolher minha roupa. Peguei um shortinho jeans claro, uma blusa pólo azul bebê e meu All Star branco. Fui tomar banho. Fiquei me encarando um bom tempo no espelho do banheiro. Merecia mais do que um par de olhos perfeito, uma boca macia e doce... Enfim, chega! EU MEREÇO MAIS – pensei, colocando a toca para não molhar meus cabelos.
Terminei o banho, escovei os dentes e passei o hidratante. Arrumei-me e passei um lápis bem fraco e um gloss. Fiz um rabo de cavalo frouxo e arrumei a franja de lado. Ajeitei as coisas dentro da bolsa, dei mais uma olhada no espelho e então a campainha tocou.
- Meu Deus, o que é isso? Desse jeito, meu namorado vai me trocar – disse , fingindo uma cara de indignada.
- Senhor, não vou deixar o Harry olhar para essas pernas.
- Vocês são muito bobas... Vamos, gente? Já estamos atrasadas – disse, rindo.
Durante todo o caminho, as meninas evitaram citar o nome de Dougie. Fomos rindo e falando besteiras.
já estava na casa de Tom, juntamente com seu namorado e os outros meninos. Chegamos à frente a casa e e me olharam.
- Amiga, você tem certeza que quer ficar aqui? – perguntou .
-Tenho; eu ‘to legal. Não vou morrer, não. – disse, sorrindo.
- Amiga, se você se sentir mal, avise que a gente arranja uma desculpa e vai embora - falou.
- ‘Ta bom. Agora vamos entrar?
Entramos; todos estavam na sala. e Danny, jogados no sofá, enquanto Tom e Harry estavam jogando vídeo game. Não vi Dougie. Pensei até que ele não tinha chegado ou até mesmo não ido.
- Gente, o que é isso, hein, amigas? A quer matar a gente de ciúmes? – perguntou , enquanto tapava os olhos do namorado.
- Eu falei isso pra ela. A quer que eu perca meu namorado; só pode – disse , rindo.
- Que é isso, hein, melhor amiga? ‘Ta que ‘ta. Se eu não namorasse... - Tom ia completar a frase, quando recebeu uma pancada com a bolsa da namorada – Ai amor! ‘Tava brincando – disse, acariciando o braço.
- Sei que brincadeira é essa, Thomas – disse , fingindo estar irritada.
- Oi amor. Não vai falar comigo, não? – perguntou Harry.
- ‘Tava esperando você parar de secar a minha amiga – disse , levantando a sobrancelha.
- Desculpe, amor... Eu não ‘tava olhando – disse Harry com a cara mais cínica possível.
Ficamos rindo, conversando e nada do Dougie. Eu não estava me sentindo mal, mesmo sabendo que todos sabiam da minha situação. Aliás, Douglas não estava lá e isso me deixava mais à vontade; mas não durou por muito tempo. Logo, a campainha tocou e me obrigaram a abrir.
Abri a porta e dei de cara com seu rosto lindo e olhos tentadores. Ele me olhou de cima a baixo e parou seu olhar em minhas pernas. Fiquei sem graça e o acordei do transe.
- Olá Douglas. Entre aí – sorri simpática.
- Er... Oi – ele disse sem graça, me dando dois beijos.
Entrou e ficou parado, esperando eu fechar a porta.
- Eu precisava conversar contigo – Dougie falou com um sorriso torto e sem graça.
- Claro, Dougie – sorri, fingindo não saber de nada.
Fomos andando até a sala. Todos nos olhavam atentos. Dougie cumprimentou todos e me chamou para a parte de trás da casa. Sentamos na piscina. Fiquei encarando meus pés dentro d’água e ele, os dedos da mão, até que resolveu se pronunciar.
- , você duvida de que eu gosto de você? – perguntou Dougie, sem me encarar.
- Não, Dougie. Não duvido – respondi sinceramente. Acho que depois que a raiva passa, você fica mais sensata.
- Que bom, . Fico feliz de saber disso, mas eu cometi um erro e foi feio – falou de cabeça baixa ainda e eu apenas murmurei um ‘hm’ para que ele prosseguisse – Eu fiquei com a Louise, ontem à noite, quando fui ao pub com os caras. Eu bebi, ... Sei que não justifica. Eu errei, mas queria lhe pedir desculpas... E dizer que eu... – ele parou e me olhou.
- Olha, Douglas, eu já estava sabendo.
- Já? Como? E você ‘ta normal? – ele disse, atropelando uma palavra na outra com uma cara de assustado.
- Já, Dougie. Não nego que eu fiquei bem decepcionada. Não esperava isso de você e, realmente, bebida não justifica.
- Eu sei... Não queria lhe machucar, . Não mesmo – ele disse, passando o polegar nas maçãs do meu rosto.
- Dougie, não quero desculpas e justificativas; já foi e você não pode mudar o que aconteceu – falei secamente.
-... Desculpe-me! Por favor!
- Já disse que não quero pedido de desculpas, Dougie. ‘Ta tudo bem; você fez o que quis e nós não temos nada sério – falei, tentando mostrar indiferença.
- Eu queria falar sobre isso também – disse, pegando a minha mão.
- Mas eu não quero mais conversar sobre isso, Douglas – falei, tirando a mão.
- Então... Você não quer mais ficar comigo, ? – Dougie perguntou com um olhar vazio, mas sua expressão era de espanto.
-Não sei, Douglas. Acho que não. Eu preciso pensar e ver o que eu realmente quero – falei, o fitando.
- Não faça isso, não. Eu não quero terminar tudo... Eu... Bem, eu... – Dougie ia completar a frase quando Danny nos chamou, avisando que a pizza estava na mesa.
Eu realmente não sabia se queria ouvir o resto da frase. Queria ouvir quando estávamos no parque, ou então num momento nosso, e não naquela situação em que eu não confiava mais nele e também estava confusa sobre o que eu queria. Eu sei; não tínhamos nada sério, apenas ficávamos. Ele era fofo e me tratava bem, me dava carinho, mas ninguém gosta de saber que o menino que a gente ama e fica ficou com a ex no mesmo dia em que ficou com você e foi fofo. Eu precisava pensar.

Capítulo 21
“I gotta take a little time; a little time to think things over”.


A semana passou voando. Eu me encontrei pouco com Dougie e os casais estavam mais juntos e comemorando aniversários de namoro. Combinamos só sair no sábado, o que não demorou muito pra chegar.
Acordei sábado com o sol batendo em meu rosto. Levantei animada e fui logo ligar pras meninas. Ao pegar meu celular, vi que tinha uma mensagem:

“Estou sentindo saudades. Dougie x.x”.

Ao ler a mensagem, não pude deixar de sorrir. Pensei em responder, mas o deixaria com esperança e eu ainda não sabia o que eu faria a respeito disso. Liguei pra e marcamos de ir pra praia. Os meninos passariam para nos buscar na casa de . Tomei meu banho, coloquei o biquíni e meu vestidinho branco de praia, peguei meu “Cenoura & Bronze”, minha canga, óculos e fui para casa de .
Chegando lá, , e estavam sentadas na varanda, apenas aguardando seus namorados.
- Oi gatinhas – falei, piscando.
-Ui, que sexy. Com essas pernas eu vou a Roma e volto – falou marota.
- , você cismou com a minha perna. Ataque homossexual, é isso? – perguntei, rindo.
- Claro, gata. ‘To super a fim de você.
- Sai pra lá, bicho feio. Você não faz meu tipo, não – falei, rindo.
- E aí, amiga? Dougie tem dado sinais de vida? – perguntou .
- Tem, sim. Hoje mesmo ele me mandou mensagem... Ele vai hoje?
- Vai, sim, , e vai ficar um clima enorme, né? Só casal – foi a vez de dar sua opinião.
- Ah gente, eu nem tenho isso e, sei lá, ainda não me decidi.
- Eu fiquei sabendo que o Gustavo ‘ta a fim de você e que aquele amiguinho dele, o Pedro, ‘ta a fim da – falou .
- Gustavo do colégio? Do terceiro ano? – perguntei, fingindo interesse.
- É, né, amiga. A gente ‘ta podendo! Os mais gatinhos e gostosinhos do terceiro... – falou com cara maliciosa.
- Menos, zinha. Danny não vai gostar de saber dessa sua animação – falou com uma cara tosca.
- Gente, menos pra todas vocês. O Gustavo é patético – falei, dando os ombros.
- Patético? Você ‘ta brincando, né, ? O colégio TODO quer ficar com ele. Ele vive te olhando e até veio me falar que vai te convidar pra festa de primavera – falou .
- Festa de primavera? Vai ter?
- Vai, né, ... Eu vou com o Tom, a com o Danny, com Harry... Achamos que você ia com o Dougie, mas, sei lá, você tem o evitado – falou .
- Eu não estou evitando o Douglas. E se ele me chamar, eu vou... Melhor dizendo: quem me chamar primeiro eu aceito – falei, rindo.
- O que é isso, hein? Quem pode, pode, né, gata? – falou de um jeito maroto, fazendo todas rirem. Fomos interrompidas com as buzinas do carro de Tom e de Harry. Pegamos nossas coisas e fomos ao encontro de nossos preferidos.
- Bom dia, gatinhas – falou Danny, piscando.
- Bom dia, “delicinhas” – falou .
- Preparadas pra tomar muito caixote? – falou Harry.
- Amor, se liga. Você está falando com ratas da praia. Somos brasileiras. nossa casa era a praia, esqueceu? – falou , rindo.
- Ah, pronto, ratas da praia? Dá pra ver pelas fotos da . Ela sempre estava azeda de tão branca – falou Dougie.
- Ah Douglas, cale a boca. Eu sou difícil de pegar cor, ‘ta? – disse, fazendo biquinho.
- Eu sei, mas, mesmo transparente, você é linda – Dougie disse, dando um sorriso torto.
- Obrigada, Dougie – falei, tentando parecer normal, mas tenho certeza de que meu rosto me denunciava.
, percebendo o quanto sem graça eu tinha ficado, resolveu cortar o clima.
– E então, gente... Vamos? Ou querem chegar à praia só amanhã?
- Vamos, cambada – falou Danny.
Separamo-nos em “casais”. Num carro: Tom, , eu e Douglas; no outro: Harry, , e Danny.

~ No carro do Tom:

Tom olhava pra pista, concentrado; estava dormindo com a cabeça encostada no vidro. Eu e Dougie estávamos no banco de trás; eu olhava para a estrada, observando as coisas como se aquilo tivesse algum sentido pra mim, e Dougie fazia o mesmo, mas às vezes me olhava disfarçadamente. Estávamos num silêncio constrangedor, até que Dougie tocou em minha mão que estava no banco.
Senti sua mão trêmula e suada. Sua eletricidade percorreu por meu corpo. Eu sentia como fosse um choque cada vez que ele arrastava seu dedo em minha mão. Fiquei em transe, olhando nossas mãos coladas. Faziam um belo encaixe; nosso calor sendo misturado, nossas cargas elétricas... Tudo perfeito. Perdi a noção do tempo que fiquei encarando nossas mãos. Quando levantei a cabeça, meus olhos encontraram os de Dougie, aquele olhar sempre me dizia tantas coisas, e eu não sabia se queria ler as coisas que Dougie não falava.
Aqueles olhos azuis que eu tanto amava, que tanto me chamavam; eu queria poder tê-los por perto sempre, me olhando sempre, onde quer que fosse e como fosse.
E então, passou pela minha cabeça: qual era o motivo de eu estar complicando as coisas? Por que eu não aceitava logo os pedidos de desculpas de Douglas? Eu seria dele e ele, meu, como eu realmente queria. “As coisas não são assim” eu me respondia. Ele me magoou. Ficamos apenas nos olhando. Ele me deu um sorriso torto e cortou o silêncio.
- Eu sinto sua falta – disse ele, sussurrando.
- Eu também, Dougie. Sinto sua falta – e sorri de um modo que eu só conseguia com ele.
- Gente, chegamos! – fomos despertados por Tom.
Saímos do carro e fomos todos caminhando à procura do lugar ideal. A praia estava vazia,o mar, calmo... Dia ótimo para passar com os amigos!
Ficamos sentados em casais, pois cada um estava com sua namorada na canga. Dougie se sentou comigo e isso só facilitou a nossa troca de olhares.
- E então, gente... Eu ‘to a fim de dar um mergulho. Quem topa? – disse Harry.
- Eu! – disseram todos juntos.
- Não ‘ta a fim, não, amiga? – perguntou .
- Não, quero comprar um milho verde. Vou ficar esperando na areia mesmo, já que esse cara da de palhaçada comigo. Só porque eu ‘to com desejo, ele ‘ta demorando – falei, sorrindo.
- Ah, então ‘ta. Se precisar de qualquer coisa, entre na água – disse , indo ao encontro de seus amigos que já estavam quase no mar.
Fiquei sozinha na areia, perdida em meus pensamentos. Estava tão distraída que nem percebi a presença de alguém ao meu lado.
- Eu só estava esperando uma oportunidade pra ficar sozinho com você – disse Dougie, me tirando dos meus pensamentos.
- Então aproveite. Qual o motivo para a sua adorável presença? – falei, rindo.
- Mongolóide – Dougie disse, me dando um tapa na testa.
- Poxa, todos batem em mim – disse, fazendo biquinho.
- Ah , sua testa pede um tapa! – Dougie disse, rindo.
- Até você, Douglas Poynter? – falei, fingindo estar brava.
- Ah ... Então; queria te fazer um convite – disse ele, arrumando o cabelo molhado.
- Faça-o, Sr. Poynter.
- Eu sei que o Baile de Primavera é da SUA escola, mas eu queria ir com você... Então, pensei que, sei lá, se você quiser... Não se sinta pressionada...
- Eu aceito ir com você, Douglas. Aliás, vamos mudar isso – disse, cortando-o e levantando. – Levante, Douglas.
- Não ‘to entendendo, – ele me olhou confuso.
- Douglas Lee Poynter, quer ir comigo ao baile de primavera? – falei, pegando nas mãos dele e sorrindo.
-Claro que eu aceito, príncipe encantado – disse ele, fazendo voz de mulher. – ‘To brincando, . É claro que eu aceito; é o que eu mais quero.
- Que bom, Douguito!
- , O CARA DO MILHO! – disse Dougie, apontando para o carrinho que passava à nossa direita.
- EEEEEI MOÇO! – levantei correndo, indo em direção ao milho.
Ficamos todos na praia até tarde, até que resolvemos voltar para nos arrumar e irmos para um pub qualquer.

Capítulo 22

“Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite. Sábado à noite, TUDO pode mudar“.


Assim que Tom me deixou em casa, fui correndo comer alguma coisa. Fiz um mega sanduíche, preparei um suco e fui correndo entrar no meu MSN para ver com as meninas o que elas iriam vestir.

~ Conversa no MSN:

diz:
Amigas!

( L ) HARRY diz:
Olá delícias.

s2 Danny diz:
Oi chubês.

do Tom diz:
Oi minhas lindas!

diz:
E aí, gente? Vamos vestir o quê?

s2 Danny diz:
Gente, eu ‘to sozinha em casa. Meus pais foram pra casa da minha tia em outra cidade e só voltam na segunda! O que acham de vir pra cá? A gente nem gasta dinheiro. Dá pra sair amanhã e ainda nos divertimos! O que acham?

( L ) HARRY diz:
OPA! ‘TO DENTRO!

do Tom diz:
OPA! ‘TO DENTRO! -2

diz:
OPA! ‘TO DENTRO! -3

do Tom diz:
Gente, vou colocar os meninos na conversa pra gente ver a opinião deles. Ok?
s2 Danny diz:
’Ta bem. Coloque TODOS!

do Tom diz:
Meninos!

HARRY (L) diz:
Falem, mulheres da minha vida. :D

Danny s2 diz:
Oi minhas deusas.

s2 Danny diz:
Meninos! Temos uma proposta!

Tom da diz: Opa! Já aceitamos, haha.

diz:
Maneiro, se é pra terminar, melhor amigo muito afobado que eu tenho!

do Tom diz:
Gente, o que vocês acham da nós irmos à casa da ? Ela ‘ta sozinha e, tipo, se a gente não gastar dinheiro dá, para sair amanhã.

Dougie Poynter diz:
Eu topo! Estava a fim mesmo de economizar! Quero comprar um baixo novo!

HARRY (L) diz:
Também topo!

Danny s2 diz:
Por mim, está ótimo!

Tom da diz:
Por mim, também!

(L) HARRY diz:
Beleza, então! Que horas na sua casa, ?

s2 Danny diz:
Bom, são sete e meia. Que tal às nove horas?

Dougie Poynter diz:
Para mim, está ótimo! É o tempo de tomar banho, me arrumar e ir.

diz:
Dougie tirou as palavras do meu MSN, rs. Para mim, também está ótimo!

do Tom diz:
‘To indo tomar banho, gatos. Até mais!

(L) HARRY diz:
Fuiiiii!

Saí do meu MSN, tomei um banho e fiquei fitando o armário. O que eu vestiria? Ah, era a casa da ; nem preciso estar muito arrumada. Peguei uma blusa básica branca, um short cintura alta e meu All Star branco de couro. Arrumei meu cabelo, passei um lápis e um corretivo. Dei a última olhada no espelho e sorri com que vi.
Peguei um táxi e fui pra casa de . Ao chegar à porta, vi que já eram nove e meia e tinha um falatório super alto. Toquei a campainha e aguardei. Esperava que uma das meninas me atendesse, mas quem me atendeu foi Dougie sorrindo. Ele estava lindo; cabelo bagunçado, uma blusa pólo, bermuda cargo e um tênis esportivo.
- Entre, . Vai ficar aí parada? – disse ele, sorrindo.
- Olá Dougie – disse, dando um beijo em sua bochecha.
- Você está linda e, com todo respeito, que pernas! – disse, mordendo os lábios.
- Obrigada, Poynter. Você também está muito bonito.
-Amiga, que bom que chegou. Como sempre, a última a chegar! – disse com uma latinha de cerveja na mão.
- Desculpe, amiga. Demorei um pouco para escolher a roupa.
- Vamos lá pra cima. Estão todos no meu quarto
- Já estou indo, . Vou pegar alguma coisa pra beber.
Entrei na cozinha, abri a geladeira e encontrei: cerveja, cerveja, ice, caipirinha, cerveja, ice, vodka, cachaça, cerveja, cachaça, vodka...
- Quanta coisa, né? – disse Dougie, parado no portal da cozinha.
- Muita variedade. Esse povo só sabe beber – disse, rindo.
- Pois é. Daqui a pouco, está todo mundo alegre. Escolha logo e vamos subir. Estão gritando já – disse Dougie, sorrindo.
- Uhm... Vamos de Ice. Vou começar no fraco.
Chegamos ao quarto e já estavam todos rindo de alguma das piadinhas de Danny. Ficamos conversando e comendo os petiscos que preparou.
- Gente, vou à cozinha buscar uma garrafa de vodka pra gente brincar – disse Harry.
- Brincar de quê? – perguntou , o encarando.
- Vocês vão ver – disse Harry, com uma cara maliciosa.
Ficamos todos em silêncio, esperando Harry voltar. Ele entrou no quarto com duas garrafas de vodka.
- Ei dude, para que é isso? – perguntou Tom.
- Vamos brincar de verdade, conseqüência, situação ou nota! – disse Harry, sorrindo.
- Ai Senhor, essa brincadeira não dá certo – disse .
Começamos a brincar e Harry rodou a garrafa.
- , pergunte para a !
- Quero situação, amiga – disse .
- Uhm... Vamos lá. Você está num avião e ele está pegando fogo. Você só tem dois pára-quedas. Só que nesse avião, se encontram Danny e sua mãe. Um pára-quedas é seu. Quem você salvaria?
- Ai , pegou pesado. Vou morrer - disse Danny, fazendo uma careta.
- Eu dou um pára-quedas pra minha mãe e o outro pro Danny. Não gostaria de matar os maiores amores da minha vida.
- Oh, que fofa! – dissemos em coro.
Mais uma girada.
- Tom, pergunte para o Danny.
- Quero conseqüência, Tom.
- Opa! Você vai ter que ficar com a mão no peito da até o final da brincadeira – disse Tom, rindo
- O QUÊ? POR QUE ISSO, TOM? AI, QUE VERGONHA! – disse , super vermelha.
- Relaxe, amiga. Já vimos você se amassando outras vezes – disse , rindo da cara da amiga.
Mais uma girada.
- Dougie, pergunte para a .
- Eu quero nota, Douglas.
- Que nota você daria para o pinto do Tom? De zero a dez? – Dougie falou, fazendo todos rirem da cara que a fez.
- Douglas, que horror. Mas vamos, né? Dou nota quinze – disse , morrendo de vergonha.
- Ô! Que é isso, hein? Bem dotado! – disse Danny, batendo no braço de Tom.
Mais uma girada.
- Harry, pergunte para a .
- Quero verdade, já que ninguém pediu ainda.
- É verdade que você ama muito o Dougie e só terminou porque ele é um babaca, mas estão para voltar? – perguntou Harry.
- Bom, é verdade, mas essa parte de estar pra voltar... Sei lá, não sei o dia de amanhã – respondi.
Mais várias rodadas. Eu já tinha dado um selinho em Tom; , lambido o nariz de Dougie; , no colo de Harry; , um selinho e um abraço com apertadinha na bunda de Danny.
- Agora, as garrafas vão ser usadas! – disse Harry.
- Essas suas brincadeiras, Harry... Não são agradáveis, amor – disse .
- Já sei! Vamos brincar de “eu nunca”! – disse Danny.
- Exatamente isso. Vamos brincar de ‘EU NUNCA’! – disse Harry.
- Quem já tiver feito bebe um copinho de vodka! – disse Danny.
- , comece você!
- Eu nunca fiquei com mais de dois numa noite - falou .
Dougie, Harry, Danny, Tom e beberam.
- Eu nunca me apaixonei por um professor – disse .
Harry, e eu bebemos.
- Eu nunca matei aula – disse .
Só os meninos beberam.
- Eu nunca fiquei com ninguém na escola – disse Danny.
Todos beberam.
- Eu nunca traí alguém – disse Tom.
Os meninos e beberam.
- Eu nunca deixei de sair por alguém – disse Dougie.
Só eu bebi.
- Eu nunca transei sem camisinha - disse Harry.
Só Danny bebeu.
- Eu nunca transei com alguém – falei, mesmo sabendo que todos iam beber. E não foi diferente.
- , VOCÊ NUNCA...? – perguntou Harry, assustado.
- Nunca, ué! Ai gente, não me olhe assim – disse, super sem graça.
Eu nem bebi mais. Não gostava muito de Vodka. Todos estavam normais. Não queriam ficar bêbedos.
Danny e estavam aos beijos dentro da piscina; Harry e haviam sumido; Tom e tinham dormido no sofá que tinha perto da churrasqueira; enquanto eu estava deitada na grama, olhando pro céu, pensando, com saudade de e Vanessa... Saudade do Brasil. Até que Dougie se sentou ao meu lado.
-Pensando na vida?
- Estou... Saudade do Brasil, da minha infância – disse, sem olhar para ele.
- Sabia que eu também sinto? Era tudo tão bom, tão mais fácil e, o melhor, eu tinha nojo de garotas! – Dougie disse, fazendo careta.
- Nossa, algum dia Douglas Poynter teve nojo de garotas? – falei, rindo.
- Todo menino quando criança tem. Posso te confessar uma coisa? Hoje eu voltei a ter. Depois de você, eu passei a ter nojo de qualquer outra mulher que não fosse você – disse Dougie, com um sorriso torto.
- Douglas, por que você tinha que estragar tudo? – perguntei, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
- , eu vou ser bem sincero com você. Eu não tinha certeza dos meus sentimentos, eu estava bêbado. Tanto que eu não conseguia dizer um ‘eu te amo’ ou um ‘ eu te adoro’. Não queria falar sem ter certeza, não com você – Dougie disse, me olhando nos olhos, como nunca tinha feito.
- Eu percebia e isso me deixava bem confusa. Mas você disse que não tinha certeza dos seus sentimentos... E agora você tem, Douglas? – perguntei com certo medo da resposta.
- , eu nunca tive tanta certeza em nada na minha vida como eu tenho a respeito do meu sentimento por você. Tenho até mais certeza de que te amo do que da minha masculinidade – disse ele, sorrindo.
- Ai Dougie, você é um idiota. Tinha que estragar a declaração... – fiz biquinho.
- Não estraguei. Tem noção do que é a masculinidade para um homem?
- Tudo bem. Foi lindo e gostei de ouvir – disse, encarando meus pés.
- Eu quero ter você, , só pra mim. Quero lhe amar e lhe proporcionar momentos maravilhosos. Quero viver ao seu lado e lhe fazer feliz. Perdoe-me, não agüento mais essa culpa de ter feito tudo errado – ele falava tudo olhando para mim. Seu olhar transmitia tristeza, culpa, alívio.
- Douglas... Eu... – tentei falar, sendo cortada por ele.
- Não fale nada, por favor. Só me deixe te beijar e te provar o quanto eu te quero e o quanto eu sou o certo para você – Dougie disse, chegando cada vez mais perto. Já estava sentindo sua respiração em meus lábios, quando Danny gritou.
- PORRA, TOM! QUE SUSTO, SEU IDIOTA! SAIA DAQUI!
- EEEEI VOCÊS! VAMOS ENTRAR! ESTÁ MUITO FRIO AQUI FORA! – disse Harry.
Olhei para Dougie e ele tinha uma expressão de dúvida. Sorri, oferecendo a mão para que ele se levantasse.
- , você não me respondeu. Você me perdoa?
- Eu perdôo, Dougie, mas a gente conversa melhor depois – falei, sorrindo.
Fomos caminhando até a sala abraçados. Não tínhamos nos beijado, nem conversado sobre voltar; estávamos como antes. Mas eu havia perdoado Dougie e realmente não queria ficar mal com ele.
Ficamos na casa de até o dia clarear. Não agüentando mais, cada um foi para sua casa.

Capítulo 23

“O tempo faz tudo valer a pena, e nem o erro é desperdício”.


Acordei com o despertador berrando e me fazendo ficar irritada. Eram meio dia e o almoço que minha mãe havia programado começava à uma e meia. Tinha que me arrumar correndo. Levantei-me e fui tomar banho. Lembrei-me da minha conversa com Dougie e sorri involuntariamente. Estava nervosa. Logo, logo, ele estaria ali, junto com todos os meninos e as meninas. Como eu agiria? Como falaria com ele? Será que ele ia ser o mesmo Poynter de ontem?
Acabei o banho e fui me arrumar. Coloquei um macacão jeans que ficava acima da minha pinta no meio da coxa, uma blusinha pólo e meu All Star rosa. Arrumei a franja de lado e passei uma maquiagem bem levinha.
- , SEUS AMIGOS JÁ CHEGARAM! – minha mãe gritou lá de baixo.
- Estou descendo, mãe! – dei a última olhada no espelho e desci.
Quando cheguei à sala, estavam todos espalhados. Lucas e Thiago estavam conversando com os meninos perto da porta que dava para piscina; as meninas, no sofá, conversando com a minha mãe.
- Filha, estava falando para as meninas para a gente ver o seu vídeo de quinze anos. Todas estão diferentes...
- Ah mãe, ótima idéia. Vou chamar os meninos! – disse animada.
- Está bem. Vou ver se a Fátima já está acabando o almoço.
- Meninos!
- Minha boneca – disse Tom, me dando um beijo.
- Oi melhor amigo.
- Olá – disse Harry, bagunçando meu cabelo.
- Oi .
- Oi Danny.
Cheguei perto de Dougie e ele me abraçou e sussurrou:
- Oi amor. Bom dia.
- Oi meu bem. Bom dia – disse, dando um beijo em sua bochecha.
- Fale, . O que houve? – falou Lucas.
- Gente, vamos ver o filme dos meus quinze anos? As meninas aparecem...
- Vamos, mas se prepare. Vamos te zoar – disse Harry.
Coloquei o vídeo e no sofá estavam: Tom e , Harry e , e Lucas. No chão: Danny e , eu e Dougie, e a namorada de Lucas entre as pernas dele.
Chegando na hora da valsa, eu dancei com Alex, meu namorado na época. Olhei pra Dougie. Ele olhava a televisão, como se estivesse hipnotizado. Cheguei mais perto e peguei sua mão.
- Ei, estão prestando tanta atenção... Estou me sentindo sozinha. Olhe à sua volta – estavam todos se beijando.
-Desculpe, – falou, sem me olhar.
- O que houve? Está estranho comigo...
- Olhe, vou ser sincero. Eu ‘to morrendo de ciúmes de ver você com o seu ex dançando sua valsa. Claro, é normal, foi uma época da sua vida. Eu sei que hoje não existe mais nada, mas você estava tão linda, e eu fico pensando o que ele devia estar pensando. O modo com que ele te olhou, o que falou pra você. Senti uma inveja enorme – Dougie falou, encarando as mãos. - Ei, olhe para mim – falei, segurando seu queixo – Não precisa ficar com ciúmes. Isso me deixa feliz, é claro, mas não precisa ter inveja, sabe por quê? Ele foi meu príncipe na minha festa e você é o meu príncipe, o príncipe da minha vida real.
- Eu amo você, – disse, acariciando as maçãs de meu rosto.
- Eu te amo, Douglas - ficamos nos olhando e sorrido, como se qualquer palavra o ação naquele momento fosse estragar tudo. Fomos acordados pelo meu pai gritando.
- Meninos, a comida está na mesa !
O almoço foi super agradável. Rimos e contamos piadas. Lucas contou suas histórias e Thiago imitou as pessoas. Danny se empolgou e contou suas intimidades. Dougie se sentou ao meu lado e, sempre que era possível, entrelaçávamos nossas mãos e trocávamos olhares.
- E aí, gente, o que vamos fazer agora? – perguntou Tom.
- Eu estava a fim de fazer alguma coisa diferente – disse Harry.
- Eu também, mas o quê? – perguntou .
- Gente, tive uma idéia! Já volto – disse , que saiu correndo da sala.
- Já disse que a é meio maluca? – brincou Danny.
- Gente, a gente só não pode chegar tarde. Amanhã temos aula – falei, fazendo todos me olharem com cara feia.
- Não me lembre, ! Segunda-feira é o pior dia da semana – falou .
- GENTE, ARRUMEI UMA COISA PRA NÓS FAZERMOS – disse, voltando, gritando e correndo.
- O que, zinha? – Dougie se manifestou pela primeira vez.
- Minha prima tem um sítio que fica a apenas uma hora e meia de Londres, e ele está vazio hoje. O que acham da gente passar o dia lá? É diferente e pode ser divertido. O que acham? – perguntou .
- Eu estou SUPER dentro! Adorei! Vamos, né, amor? – falou.
- Claro, . E vocês, o que acham? – falou Tom.
- Eu vou, sem dúvidas – disse Harry.
- Nós também – Danny falou por ele e .
- Eu vou. Você também, né, Dougie? – falei, sem mostrar que me importava.
- Vamos todos – Dougie disse, piscando.
Arrumamos tudo e fomos para o tal sítio. Novamente, o carro divido em casais. E na mesma divisão de sempre.
e Tom conversavam sobre a música que tocava no rádio e se beijavam quando parávamos em algum sinal vermelho. Assim que entramos no carro, Dougie me puxou junto a ele, fazendo com que eu encostasse a cabeça em seu peito. A todo o momento, ficou fazendo carinho em minha cabeça e, às vezes, dava leves beijinhos.
- Douglas... – falei, mudando de posição e fazendo com que ficássemos cara a cara.
- Oi meu bem.
- Posso fazer uma coisa que estou querendo fazer há muito tempo?
- Claro, não precisa nem pedir – ele disse, sorrindo.
Cheguei mais perto e o abracei, mas de um jeito amoroso, cheio de paixão e carinho. Após alguns segundos, o encarei novamente.
- Obrigada por estar sendo tão carinhoso comigo – falei, dando um beijo em sua bochecha.
- Não precisa agradecer. Duvido que eu faça o bem que você me faz. E esse carinho que eu te dou não é nem um terço do que sinto por você – Dougie disse, sorrindo.
- Eu amo você, Poynter.
- Eu te amo, .
Passamos o resto da viagem calados, só curtindo os abraços, os carinhos e, eu, aquele perfume viciante. Nem percebi o tempo passar e já estávamos no sítio.

Capítulo 24
“E quando eu estiver fogo, suavemente se encaixe...”.


Logo que chegamos ao sítio, fomos correndo para piscina. O sol estava forte e o calor não permitia mais um minuto de roupas. Fizemos briga de galo, revezamento, marco pólo e é claro que não podíamos nos esquecer do corredor polonês, onde ficamos enfileirados e um passava por de baixo de nossas pernas. O dia todo com isso.
Já estava escurecendo quando saímos da piscina e fomos tomar banho. Quase não conversei com Dougie durante à tarde. Só trocávamos informações do jogo, já que éramos uma dupla.
Enquanto Harry e tomavam banho em um banheiro e e Danny em outro, Tom e estavam preparando um lanche e eu e Dougie estávamos na sala.
- Nossa, estou cansado. Você é muito pesada – disse Dougie, fazendo careta.
- Ah, é? Quer ver o peso da minha mão? Eu te garanto que vai doer mais – falei, fingindo estar irritada.
- Fortona você, hein, senhorita ... – disse Dougie com cara de desdém.
- Está duvidando, é?
- Imagine, . Eu olho pra você e fico até com medo.
- Douglas, corra! – disse, me levantando r fazendo com que Dougie disparasse pelo jardim.
- Você não me pega, tartaruguinha! – disse Dougie, fazendo a “dança da bundinha”.
- Não pego mesmo. Aliás, você não me pega. Não tem capacidade – falei, o desafiando.
- Ah é? Então corra. Um... Dois... E... Três! CORRA, !
- Saia, Douglas!
Quanto mais eu corria, mais ele estava perto e ainda não disse: com pressão eu não funciono. Acabei tropeçando no meu próprio pé e caí. Dougie vinha numa velocidade tão grande que caiu por cima de mim. Com a situação tão constrangedora, começamos a rir, até que Dougie parou e ficou me encarando.
- Você é linda.
- Douglas, não me deixe sem graça – eu disse, tentando conter o sorriso, pois corada eu já estava.
- Não tem motivo pra isso. Acho que não, entre a gente.
- Eu sei, mas, de qualquer forma, eu fico sem graça.
- Então imagino que se eu lhe falasse “eu te amo”, você ficaria mais vermelha ainda, não é ? – perguntou malicioso.
- Não sei... – falei, entrando no jogo dele.
- Vou testar então. , eu amo você – disse Dougie, olhando fixamente em meus olhos. Não quis conter o sorriso e apenas deixei que meu coração falasse por mim.
- Eu te amo, Douglas – continuamos nos encarando. Sorríamos feito bobos. Dougie foi se aproximando, sem tirar os olhos dos meus. Sua respiração já tocava meus lábios e, aos poucos, fui fechando os olhos, como se quisesse eternizar aquele momento. Levemente, Dougie selou nossos lábios e assim ficou, com nossos lábios apenas fechados. Aguardei-o pedir passagem para um beijo, mas não aconteceu, até que ele se afastou e sorriu.
- Não vai me beijar? – perguntei, deixando toda a vergonha de lado. Eu queria aquilo. Precisava de seus beijos, toques...
- Vamos com calma. Quero que dessa vez seja tudo perfeito e do modo que tem que ser – disse Dougie, me dando um beijo na testa.
Voltamos para dentro da casa e fui direto tomar banho. Finalizamos o dia vendo “Tartarugas ninja”. Passei o filme todo entre as pernas de Dougie, abraçada a ele, como se fôssemos realmente um casal. Percebi vários olhares em cima de nós, mas eu realmente não me importava. Eu estava adorando aquela situação; estar nos braços dele era tudo que eu queria.

Capítulo 25
“Loving you, like I never have before, and needing you”.


Meses depois do dia no sítio, minha relação com Dougie estava maravilhosa. Estávamos sempre juntos nos ensaios, saíamos em casais... Realmente uma vida de namorados - tirando que não nos beijávamos.
Os meninos haviam arranjando um teste que seria num pub perto da casa de Danny - local que a gravadora havia escolhido para decidir se os meninos teriam ou não a chance.
- Dudes, uma semana para o teste... Vocês têm noção?! – disse Tom, enquanto arrumava sua guitarra para mais um ensaio.
- Cara, eu estou muito nervoso... Ainda mais que só temos direito a quatro músicas e o idiota do Dougie não quero nos falar que música que escolheu – disse Danny.
- Relaxe, Dannyzinho. Vai dar TUDO certo! Até porque vocês só vão tocar o básico... Eu estou com TUDO sob controle – disse Dougie.
- É bom estar mesmo, Douglas Poynter. Porque se a gente não conseguir só por sua causa, eu juro que o mato! – disse Harry.
- Meninos! – disse , entrando na garagem e sendo seguida por mim, e .
- Oi amor! Estamos super nervosos – disse Harry.
- Viemos acalmar vocês. Trouxemos até pizza! – disse com uma cara sapeca.
- Amor, você é perfeita. Vamos comer rápido; ainda temos que ensaiar – disse Tom.
Eu estava parada atrás das meninas. Era engraçado ver todas as minhas amigas namorando e eu, a única solteira. Mesmo estando com aquele lance com o Douglas, não tínhamos nada.
- Olá pequena pensadora – disse Dougie, me acordando dos pensamentos.
- Olá pequenino chatinho.
- Ah, é? Vou embora então... – disse, se virando e já esperando ser puxado.
- Ei, vai não... Venha cá. Cadê meu abraço, Douglas? – falei com voz manhosa.
- Assim eu derreto, . Quantos abraços?
- Infinitos, eternos... Uhm... Está bom assim?
- Vamos começar agora – disse, me puxando para um abraço.
Comemos a pizza e ficamos vendo os meninos ensaiar. Estavam indo bem. Algumas vezes Danny se empolgava demais e acabava errando a letra.
A semana passou correndo e já era sábado, dia do show dos meninos. Fomos ao shopping comprar roupa para a gente e para os nossos ‘pares’. Afinal, tínhamos que arrasar!
Faltando uma hora para o show, os meninos saíram de casa, para arrumar as coisas. Fomos nos arrumar. colocou uma bata rosa, uma calça jeans escura e um scarpin rosa. colocou um vestidinho amarelo com seu All Star branco. colocou uma blusa preta lisa, um lenço xadrez e uma calça jeans clara. Optei pelo macacãozinho preto, com minha sandália preta e meus acessórios de pérola. Estávamos todas lindas.
Pegamos um táxi e nos dirigimos ao pub. A entrada do estabelecimento estava lotada. Parecia que o McFly já fazia um grande sucesso. Confesso que senti um frio na barriga ao me soltar do carro. Queria que tudo desse certo para os meninos, para o Dougie... Queria ver meus amigos felizes e fazendo muito sucesso! E o céu não seria o limite - não para McFly!
Entramos e nossa mesa em frente ao palco estava reservada. Faltavam vinte minutos para os meninos entrarem. Resolvemos desejar boa sorte. Fomos até ao camarim.
- Os astros do rock estão aí? – perguntou .
- Opa! Claro que estamos – disse Danny.
- Viemos desejar boa sorte a vocês – falei sorrindo e meu olhar procurava por ELE.
- Vou roubar minha namorada por um minuto – disse Tom com um sorriso malicioso.
Todos foram para um canto do camarim, me deixando sozinha com Dougie no sofá.
- Err... Eu quero lhe desejar muita sorte hoje e que vocês consigam fechar algum contrato. Vocês merecem e são bons – disse, pegando em sua mão.
- Obrigado, . Eu agradeço, mas reze pela gente. Torça, grite, cante junto, vibre... O público é a nossa força – disse Dougie com um brilho no olhar.
- Eu faço tudo isso, mas só se você me prometer uma coisa.
- Pode falar.
- Dougie, me prometa que se você ficar famoso, não vai se esquecer de mim e nem vai deixar de me amar.
- , como eu posso md esquecer de uma das pessoas que mais me deu força? Aliás, como eu posso me esquecer da minha musa inspiradora? Eu não vou deixar de amar você, mesmo que não estejamos juntos.
- Musa inspiradora? Como assim?
- Você vai ver...
- Ah, não, Douguito... Fale-me, por favor – disse, chegando perigosamente perto. Dougie me olhou e sorriu, tornando a nossa distância cada vez menor. Com seu polegar, fez desenhos em meus lábios e acariciou minhas bochechas. A cada toque que recebia, meu corpo se eletrizava, me fazendo fechar os olhos. Quando tocamos nossos lábios...
- Dougie, cinco minutos praa entrar no palco – gritou Tom.
- Então... Vemo-nos depois do show? – perguntei.
- Claro. Espere-me aqui no camarim. Pode ser?
- Uhum... Err... Boa sorte, Dougie – disse, o abraçando.
- Obrigado, minha querida.
Não demorou muito para os meninos serem anunciados. A entrada foi triunfante. Muitos gritos, palmas... Tom, que era o vocalista, faria a apresentação.
- Boa noite, galera! – muitos gritos – Obrigado pela presença de todos. Esperamos que vocês gostem do show – mais gritos – Então vamos começar com as apresentações – disse, fazendo uma pausa – Eu sou Tom, o vocalista e guitarrista. O mais bonito da banda, é claro – MUITOS GRITOS do tipo: lindo, gostoso... E mais coisas que não são apropriadas – Esse branquinho, do cabelo cacheado e feio demais é o Danny. Também vocalista e guitarrista – gritos e mais gritos – Essa coisa pequena e loira que vocês estão vendo é o Dougie. Baixista da banda – muitos gritos também, e confesso que eles fizeram bem ao meu ego – E para finalizar as apresentações: ele, o nosso gostosão. Harry, nosso baterista lindo – MUITOS GRITOS, fechou a cara na hora.
O show estava ótimo e a platéia, super animada. P pessoal cantava junto. Tom havia escolhido a primeira música ‘Help’ dos Beatles, Harry optou por That Girl, Danny escolheu Do Ya... Queriam fazer um show com a cara do McFly.
- E aí, pessoal? Estão gostando do show? – perguntou Danny;
- SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!
-Agora vamos à última música. Mas antes, acho que o Dougie gostaria de falar alguma coisa, né, dude? – falou Tom.
- Bom, galera, eu escolhi essa música como forma de expressar o que penso em relação a uma garota que eu disse ser a minha musa inspiradora – na mesma hora, meus olhos encheram de lágrimas – Um dia, eu disse que não podia expressar meus sentimentos por ter dúvida sobre eles, mas hoje eu tenho a maior certeza e eu quero que você saiba: EU TE AMO – não consegui me conter. As teimosas lágrimas saíram de meus olhos que estavam presos nos de Dougie, que sorria para mim.

Loving you, Like I never have before, and needing you
(Amo você como eu nunca amei ninguém antes e preciso de você)
Just to open up that door
(Para abrir aquela porta)
Begging you
Might somehow turn the tides and tell me to. (Se implorar a você pudesse, de algum modo, mudar a maré)
I've got to get this off my mind.
(Então me diga. Eu tenho de tirar isto da minha cabeça...)

I never thought I'd be speaking these words
(Eu nunca pensei que estaria pronunciando estas palavras)
I never thought I'd need to say.
(Eu nunca pensei que precisaria dizer)
Another day alone is more than I can take…
<(Outro dia solitário é mais do que posso suportar...)

Won't you save me? Save is what I need.
I just wanna be by your side.
Won't you save me?
I don't wanna be
Just drifting through the sea of lies.
Won't you
Listen, please?
Baby, don't walk out that door.
I'm on my knees.
You're all I'm living for.

(Você não vai me salvar? Salvação é o que eu preciso.
Eu apenas quero estar ao seu lado.
Você não vai me salvar? Eu não quero ficar
Apenas vagando através desse mar da vida.
Você não vai ouvir, por favor? Não saia pela porta.
Estou de joelhos. Você é o motivo pelo qual eu estou vivendo).

I never thought I'd be speaking these words.
Never thought I'd find a way.
Another day alone is more than I can take.

(Eu nunca pensei que estaria pronunciando essas palavras.
Eu nunca pensei que encontraria um jeito.
Outro dia solitário é mais do que posso suportar).

Won't you save me? Save is what I need.
I just wanna be by your side.
Won't you save me?
I don't wanna be
Just drifting through the sea of life.

(Você não vai me salvar? Salvação é o que eu preciso.
Eu apenas quero estar ao seu lado.
Você não vai me salvar?
Eu não quero ficar
Apenas vagando através desse mar da vida).

Suddenly the sky is falling.
Could it be it's too late for me
If I never said I'm sorry?
Now I'm wrong.
Yes, I'm wrong.
Then I hear my spirit calling,
Wondering if she's longing for me,
And then I know that I can't live without her.

(Subitamente o céu está desabando.
Poderia ser tarde demais para mim,
Se eu nunca disse "desculpe"?
Agora, eu estou errado.
Sim, eu estou errado.
Então eu escuto meu espírito chamando,
Imaginando se ela está ansiando por mim,
E eu entendo que não consigo viver sem ela).

Suddenly the sky is falling.
Could it be it's too late for me
If I never said I'm sorry?
Now I'm wrong.
Yes, I'm wrong.
Then I hear my spirit calling,
Wondering if she's longing for me,
And then I know that I can't live without her.

(Subitamente o céu está desabando.
Poderia ser tarde demais para mim,
Se eu nunca disse "desculpe"?
Agora, eu estou errado.
Sim, eu estou errado.
Então eu escuto meu espírito chamando,
Imaginando se ela está ansiando por mim,
E eu entendo que não consigo viver sem ela).

Won't you save me?
Won't you save me?
Won't you save me?

(Você não vai me salvar?
Você não vai me salvar?
Você não vai me salvar?).

A música acabou, os meninos agradeceram ao público e foram muito bem aceitos pela platéia. Um dos melhores shows de pub a que eu já tinha ido. Fomos correndo para o camarim. Eu precisava agradecer pela música, falar tudo que eu estava sentindo naquele momento.
- AMOOOOOOOOOR, O SHOW FOI ÓTIMO – gritou , já no colo do namorado.
- Gente, foi o melhor show a que eu já fui – falei, sorrindo.
- Por que será, hein, senhorita ? – falou Harry.
- Ai gente, sou obrigada a concordar com ela. Independente de o Tom ser meu namorado, você arrasaram! – disse .
- Isso aí, MCFLY! – gritou .
Ficamos conversando no camarim por um tempinho. Eu e Dougie não parávamos de trocar olhares e sorrisos, até que fomos interrompidos pelos produtores.
- Aproveitando que estamos sozinhas: o que foi a declaração do Dougie, hein? – falou .
- É mesmo. Tom nunca fez nada assim para mim – disse .
- Ai gente... Realmente foi lindo e eu não esperava.
- Já falou com ele, ? - perguntou .
- Ainda não tive tempo, mas vou falar quando ele voltar.
- E você já resolveu o que vai fazer, amiga? – perguntou .
- Já, sim, mas vocês só vão saber depois – disse, mordendo os lábios.
- A GENTE CONSEGUIU! ASSINAMOS CONTRATO COM A GRAVADORA! – Danny entrou, gritando.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! CONSEGUIMOS! SOMOS OS CARAS – gritou Harry.
- Parabéns, meus amores! Vocês merecem! – disse .
- Vamos comemorar cada um com a sua namorada – disse Tom, fazendo Dougie sorrir.
-Acho que precisamos conversar, né? – disse Dougie.
- Tenho certeza disso – falei, sorrindo.

Capítulo 26
“O amor conquistado é bom, mas o que vem ao nosso encontro é muito melhor”.


Saímos do pub e fomos caminhando em silêncio. Eu tinha medo de dizer alguma coisa errada, ou até mesmo de estragar os pensamentos dele. Ele apenas me olhava e sorria e aquilo me satisfazia. Eu tinha Dougie como uma droga, como se qualquer migalha me fizesse bem. Paramos em enfrente a um parque.
- Chegamos!
- Um parque, Dougie? A essa hora?
- , quero que você conheça esse lugar. Sempre vinha aqui quando era pequeno.
Continuamos andando, até chegarmos a um laguinho. Sentamo-nos debaixo de uma árvore. Eu estava nervosa, não parava de fitar minhas mãos.
- Dougie, eu amei a música. Amei as coisas que você falou – disse sem olhá-lo.
- Eu fico feliz que tenha gostado. Fiz de coração e para mostrar o que você significa pra mim.
- Douglas, amo muito você. Sei que algumas pessoas podem me achar idiota mesmo depois de tudo estar falando isso, mas eu realmente não ligo. Quero muito ficar com você.
- – disse com as mãos em meu queixo, o levantando para que eu olhasse para ele – Você não sabe como eu esperei por esse momento. Eu amo você e quero muito ficar ao seu lado, crescer com você e a fazer feliz – disse Dougie.
- Eu senti muito a sua falta, Dougie.
Ele apenas sorriu e acariciou meu rosto. Senti sua aproximação, sua respiração pesada tocando em meus lábios. Meu coração estava a mil, como se eu nunca tivesse o beijado antes. Fechei os olhos e senti sua boca tocar a minha. Ficamos parados, sem pressa, como se quiséssemos memorizar cada momento daquela noite. Senti a língua de Dougie passar pelos meus lábios, pedindo passagem. Concedi-lhe e senti nossas línguas se tocarem. Uma carga elétrica passou pelo meu corpo, me deixando arrepiada. Sorri meio ao beijo. Eu nunca tinha sentido coisas tão boas ao beijar alguém... Encerramos o beijo com um selinho.
- Que bom que estamos aqui, . Ru queria acabar essa situação com um beijo – disse Dougie.
- Como assim? Você está acabando uma coisa que não começou? – perguntei, já sentindo minha garganta fechar.
- É, ...
- Por que isso, Douglas? O que eu fiz? – perguntei desesperada.
- Você sabe muito bem, – Dougie estava sério e me encarava.
Não agüentei. Meus olhos já estavam cheios d’água e eu não podia chorar. Não na frente dele. Não iria me mostrar tão frágil, tão vulnerável. Abaixei a cabeça, tapando o rosto. Senti Dougie afastar meus cabelos da orelha. Sua respiração estava em meu pescoço.
- Eu realmente quero acabar com essa relação. Quero você só pra mim. Aceita namorar comigo, ? – Dougie disse em meu ouvido.
- Douglas, seu pateta, eu acreditei! Você quase me fez chorar, seu mané! – falei, rindo de nervosismo – É CLARO QUE EU ACEITO! ACEITO, ACEITO, MEU AMOR! – Falei, gritando e pulando em cima dele.
- Você é linda. Eu a amo, minha NAMORADA – Dougie disse, me rodando no ar.
- EU TE AMO, DOUGLAS POYNTER, O NAMORADO MAIS LINDO DO MUNDO – disse, o abraçando.
Não sei quanto tempo ficamos no parque e quantos beijos trocamos. Só sei que foram muitos e os melhores beijos da minha vida. Era viciante, não tinha a mínima vontade de parar. Eu, naquela noite, tinha mais que do certeza que era Douglas que eu queria pro resto de minha vida.

Capítulo 27
“O destino sempre nos reserva surpresas. Com isso, vamos encontrar em meio às milhares de pessoas que cruzam nosso caminho algumas as quais nos farão exceção na vida delas”.


Um ano havia passado e McFly estava bombando em toda a Inglaterra. Estavam terminando de montar o segundo CD e já passávamos por várias situações constrangedoras por causa das fãs sem noção.
Faltavam dois meses para eu completar um ano de namoro com Dougie. Estava animada e um pouco ansiosa. Os meninos fariam uma turnê de um mês e meio e eu não poderia ir. Não podia deixar a escola, provas, curso... Minha mãe não deixaria. Não mesmo.
Estávamos todos na casa de Danny. Meninos, no estúdio e as meninas, na sala de TV, fofocando e assistindo a uns seriados.
- Eu estou meio estressada com essa turnê. Não queria que o Tom fosse, não – disse , fazendo bico.
- Ah , pare de bobeira. Pense só: é para o bem deles, da carreira, futuro... Eu quero que o Danny vá e arrebente – disse , dando os ombros.
- Eu só quero que o Dougie esteja aqui no nosso aniversário de namoro. Fora isso, estou tranqüila.
-Ah, eu estou tensa como das outras vezes. Sinto muita falta do Harry, sem contar com aquelas fãs que jogam calcinha, agarram-nos... – disse, bufando.
- MENINAS! – entrou Harry, gritando – Vamos pedir comida japonesa. Topam?
- Eu detesto. Vou pedir Mc Donald’s – falei, fazendo careta.
Pedimos nossas comidas e cada uma saiu com seu namorado, pois eles viajariam no dia seguinte. foi pra casa de Harry, ficou na casa do namorado, e Tom foram para a casa de e eu ia para a casa de Dougie. No caminho, apenas ríamos das piadas que Dougie estava contando, sem contar as encenações...
- Finalmente chegamos. Não agüento mais rir, Douglas. Estou até sem ar – disse, rindo.
- Ah , você é muito fresca, amor. Na nossa lua-de-mel, você não vai poder rir. Vou fazer um strip dos seus sonhos.
- Pare de falar besteira, amor. Imagine você de cuecão de couro, boné de policial... Uma deliciazinha, amor – pisquei para ele.
- Saia para lá, sua tarada. Vamos entrar logo – Dougie disse, abrindo a porta.
Fomos direto para o quarto dele. A casa estava escura e eu tinha uma sensação boa. Queria mesmo estar com ele ali, só nós dois, pois seria a nossa despedida. Um mês e meio sem vê-lo.
O quarto dele me passava paz. Tinha seu cheiro, fotos nossas e, por incrível que pareça, estava arrumado.
- Amor, vou tomar um banho rápido, está bem? – disse Dougie.
- Está bem, mas não demore, hein – disse, dando um selinho.
Assim que Dougie entrou no banheiro, caminhei até o mural de fotos. Ao olhar, meu sorriso apareceu de imediato. Fotos de quando ficávamos, de todos nós juntos, minha com seu baixo... Mas a que mais me chamou atenção foi a foto do dia em que começamos a namorar. O sorriso dele estava diferente e seus olhinhos brilhavam. Meu rosto, avermelhado, pois estava chorando. Percebi como o tempo passa rápido. Faria um ano aquela foto. Um ano de pura felicidade, um ano maravilhoso. Eu era muito feliz com Dougie e tinha certeza de que o nosso namoro ia para frente. Além de tudo, nós éramos amigos.
Perdi-me ao olhar aquelas fotos, com todo o flashback acontecendo em meus pensamentos.
- Eu adoro olhar esse mural também. Dá-me uma felicidade tamanha – disse Dougie, me abraçando por trás.
- O tempo passa muito rápido, amor. Ao seu lado, então, voou! – disse, virando e o encarando.
- Eu amo você. Muito mesmo – disse Dougie, me beijando.
Era incrível que mesmo com o tempo passando, eu sentia as mesmas sensações ao beijá-lo: borboletas no estômago, mão suando, arrepio... Era inevitável o efeito que Douglas tinha sobre mim. O beijo era sempre calmo, mas cheio de desejo, paixão.
Meus pensamentos voavam, mas despertei ao perceber que Dougie me empurrava para trás e só senti isso ao bater minhas pernas na cama. Acabei percebendo que Dougie estava apenas de toalha. Não sei o que estava acontecendo direito. Nunca havíamos passado de nada. Mesmo com algumas investidas de Dougie, nunca me permitia. Fui deitada calmamente e o beijo não cessava, pelo contrário, era cada vez mais intenso e mais perturbador.
Douglas estava completamente em cima de mim. Seus beijos alternavam de meus lábios ao meu pescoço. Eu estava completamente sem reação e apenas o apertava mais contra mim. Era uma sensação completamente nova. Sentia sua mão dentro de minha blusa, com seu polegar fazia carinhos de leve entre meu umbigo e meu culote. Eu mordia de leve sua orelha e pescoço. Aos poucos, Dougie foi levantando minha blusa e aí eu tive noção do que estava acontecendo. Nós íamos dar um passo muito sério na nossa relação e eu ainda não tinha certeza se eu estava pronta.
- Amor, pare... – disse ofegante.
- Por que, amor? A gente não está fazendo nada demais – disse Dougie, sem parar de beijar meu pescoço.
- Dougie, eu não estou pronta para avançar a esse ponto – disse, me levantando da cama.
- Desculpe, amor. Eu não queria pressionar. Estou no atraso, sabe? Mas espero o tempo que for preciso por você – Dougie disse, sorrindo torto e indo em direção ao banheiro.
Fiquei parada, pensando. Dougie estava chateado comigo, mas eu também não podia fazer somente por ele, pensando somente nele. Eu queria que minha primeira vez fosse perfeita e que eu tivesse certeza do que estava fazendo.
Dougie saiu do banheiro já vestido, me olhou, sorriu e saiu do quarto. Levantei e o segui. Parei na porta da cozinha e lá estava ele preparando um misto-quente.
- Amor, eu não queria que você ficasse triste comigo – falei, ainda parada no portal – Ainda mais que vamos ficar um mês e meio longe... Não queria que você fosse chateado comigo.
- Minha linda, não estou chateado com você – disse, vindo em minha direção – Eu sou homem e é complicado segurar por muito tempo... Mas eu espero o tempo que for por você.
- Eu sei, amor. Só quero que espere mais um pouquinho – disse, chegando mais perto.
- Espero o tempo que for preciso, minha linda.
- Eu te amo muito, amorzinho.
- Eu te amo demais, meu amorzinho lindo – disse Dougie, me abraçando.

Comemos os mistos e voltamos para o quarto. Passamos o resto da noite nos beijando, trocando carinhos, matando a saudade que já existia mesmo sem ele ter ido ainda. Eu não queria ficar longe dele por tanto tempo. Com meus pensamentos longe, acabei adormecendo.

Capítulo 28
"Há momentos que o silêncio de um olhar é melhor do que uma avalanche de palavras insignificantes".


Acordei e Dougie não estava ao meu lado na cama. Porém, logo escutei o barulho do chuveiro. Levantei-me e fui até a cozinha para preparar algo para comermos antes deles viajarem. Preparei panquecas, torradas, preparei uma vitamina de banana com aveia, um suco de uva e arrumei os pães. Terminei de arrumar a mesa e sorri com o resultado do meu trabalho. Logo, escutei o barulho de Dougie se dirigindo a cozinha. Fui ao seu encontro.
- Bom dia, dorminhoca – disse Dougie, me abraçando.
- Bom dia, amor. Espere-me pra tomar café – disse, indo em direção ao quarto.
Entrei no banheiro e fiquei me encarando no espelho. Eu estava tão feliz. Amava meu namorado e tínhamos uma relação super estável. Eu tinha uma família maravilhosa, meus amigos perfeitos... O que mais eu queria? Eu me sentia bonita, amada... Sorri ao pensar nisso. Escovei os dentes, lavei o rosto e prendi o cabelo num rabo de cavalo desajeitado.
- Demorei muito, meu anjo? – perguntei ao ver Dougie encarando as torradas.
- Você não tem noção do quanto. Sabe o que é ver essas deliciosas torradas me chamando e ter que responder: “minha linda, maravilhosa e gostosa namorada já esta vindo. Esperem-me”? Estou quase agonizando. Vamos comer logo, amor – falou Dougie, me fazendo rir.
Nosso café da manhã foi maravilhoso. Trocamos beijos, carinhos, abraços, risadas... Dougie estava tão carinhoso, o que dificultava na hora da despedida. Eu queria que ele fosse; ia ser melhor para ele, para a carreira dele e para os meus amigos, é claro. Eu tinha que deixar de ser egoísta.
- Vai ser difícil ficar longe de você um mês e meio – ele disse, apertando suas mãos nas minhas.
- Pense em como vai ser bom pra você, para os meninos, para a banda... O futuro da banda está nisso e o nosso depende de nós. Eu vou estar aqui sempre, Douglas, esperando você voltar – disse, dando força que nem eu mesma tinha.
- , obrigado por tudo – disse, me abraçando.
- Você merece, Dougie. Merece muito.
Ficamos um tempo apenas abraçados, como se fosse o nosso último abraço. Eu queria guardar seu calor para que aquele mês e meio passasse rápido.
- Amor, vá tomar seu banho. Vou acabar me atrasando ou simplesmente desistindo de viajar – disse Dougie, fazendo bico.
- Ok, ok... Vou tomar um banho correndo e vamos para o aeroporto – disse, dando um selinho e me levantando.

Tomei um banho rápido, coloquei uma roupa e desci. Dougie me esperava na sala, sentando no sofá, com duas malas enormes e seu baixo ao seu lado. Parei na ponta da escada e o encarei. Dougie deu um sorriso torto e veio até mim.
- Eu a amo muito, bebezinha do Dougiezinho – disse Dougie, dando um beijo em minha bochecha.
- Eu o amo demais, meu anjinho.

O caminho até o aeroporto parecia curto demais. Quanto mais eu reparava, mais perto estava. Eu tentava me manter tranqüila, como nas outras viagens, mas estava bem difícil e, sinceramente, não sabia o motivo. Não queria deixar transparecer a Dougie toda a minha insegurança e o meu egoísmo. O tempo todo ele me abraçava, soltava uma piadinha ou dizia que me amava e que o tempo ia passar voando. Eu realmente queria que passasse como a velocidade da luz.
- Chegamos, senhores – falou o taxista. Dougie pagou a corrida e descemos do carro para pegar as bagagens.
Fomos andando lentamente até o saguão e logo avistamos Danny andando de um lado para o outro e fazendo caretas.
- Calma, Danny. Desse jeito, não vai agüentar o assédio das fãs e nem fazer os shows – falei, rindo.
- Ah , o assédio eu agüento porque comigo é “vem que tem”. Agora, o show... Estou muito nervoso. Essa é a maior turnê que já tivemos – disse Danny.
- Ah, então o assédio das fãs você agüenta, né, senhor Jones? Com você é vem que tem? Bom saber. Comigo aqui sozinha, não vai nem precisar vir. Já vai ter – disse , fingindo estar bolada.
- Ai amorzinho, era brincadeira. É que é a primeira turnê de mais um mês que fazemos. Estou nervoso – disse Danny.
- Primeira de muitas, dude. Fique calmo. Vai dar tudo certo – disse Dougie, dando um soco no peito do amigo.
- Sua calma me estressa, Poynter – disse Danny.
- Fale, pessoal – falou Tom que acabara de chegar com sua namorada.
- Oi meu gostoso – falou Dougie com uma voz bem afeminada.
- Ah amiga, acho que não vou permitir que meu namorado viaje. Essa Barbie loira está pior do que as fãs – disse , fazendo bico.
- Ah , você tem que se acostumar. Eles já têm um caso há muito tempo – disse Harry, entrando no assunto.
- Mal chegou e já quer janela? – falou Tom, levantando a sobrancelha.
- Olhe, gente, o Tom aprendeu uma nova frase! – disse , dando língua.
Estávamos todos conversando e rindo, até escutarmos a voz tão chata e enjoada:

“Passageiros do vôo 451, com destino a Portugal, dirijam-se para a sala de embarque”.

Na mesma hora, uma olhou para a cara da outra e abraçou o seu namorado.

~ e Harry.

- Ah amor, vou morrer de saudades – disse , fazendo bico.
- Minha linda, eu também. Mas eu vou voltar logo, cheio de presentes e fazendo mais sucesso... Vou voltar a amando mais e louco de saudades – disse Harry.
- Eu o amo tanto, amor. Muita sorte nessa viagem – disse , abraçando Harry.
- Eu a amo demais, amor, e nunca vou deixar de amar – Harry disse e a beijou.

~ Danny e .

- Daniel Jones, o senhor se comporte, viu? Nada de ficar nesse “vem que tem” com as fãs. Vou sentir saudades, amor.
- Pode deixar, minha princesa. Eu só tenho olhos para você e eu vou morrer de saudades. Vou lhe mandar e-mails todos os dias e ligar também, está bem?
- Tudo bem. Boa sorte lá, amor. Que vocês consigam todo o sucesso que merecem!
- Obrigada, minha linda. Espere-me linda e muito gostosa, hein? Vou voltar daquele jeito.
- Danny, que horror... Mas eu o espero mesmo assim, ainda mais depois de um mês e meio – disse numa voz maliciosa.
- Amo-a, – disse, a beijando.
- Eu também, Daniel.

~ Tom e .

- Bonequinha, prometo que eu volto logo. Eu vou me comportar e vou fazer jus à minha oportunidade. Vou virar o maior rock star de todos os tempos.
- Meu amor, você lê meus pensamentos. Você é o meu rock star, o meu ídolo maior... Muita sorte nessa viagem. Que vocês consigam tudo de bom lá. Vocês merecem!
- Você me dá forças, . Eu a amo muito.
- Amo-o, Tom.

~ Dougie e .

- Promete que vai se comportar? Que vai me ligar se qualquer coisa acontecer? Que vai cuidar das meninas? – perguntou Dougie.
- Prometo tudo, meu anjo. Eu só quero que você me prometa uma coisa.
- O que, amor?
- Prometa que nunca vai me magoar – falei sem ter a mínima noção do que estava dizendo.
- Claro que prometo, amor, mas por que isso? – perguntou Dougie sem entender nada.
- Amor, se você não tivesse certeza, eu falaria para ir solteiro nessa viagem.
- , pare de bobeira. Não sabia que você é tão insegura a esse ponto. Eu a amo, amor. Nunca vou traí-la. Você sabe que uma coisa que eu odeio é traição – disse Dougie.
- Eu o amo, amor. Faça uma ótima viagem. Boa sorte – disse, abraçando-o.
- Obrigado, minha linda. Eu a amo muito. Logo, logo, vou estar aqui com você E comemorando o nosso aniversário de namoro.

“ÚLTIMA CHAMADA PARA O VÔO 451”.

- Eu tenho que ir, amor. Coloque uma coisa na sua cabeça: na minha vida e no meu coração, só tem espaço pra você. Eu a amo mais que tudo e não quero mais ninguém – disse Dougie, me beijando.
- Amo-o demais, Douglas – abracei-o.
- Vamos, dudes? – chamou Tom.
- Vamos... Tchau meninas. Comportem-se e se cuidem – disse Harry.
Ficamos paradas e olhando nossos namorados se afastarem até sumirem naquela multidão.
- E então... O que faremos agora? – cortou o silêncio.
- Que tal casa da ? Podemos assistir a uns filmes e comer bastante chocolate – disse .
- Por mim, minha casa é de vocês – disse .
- Então vamos, gatinhas. Hoje, a tarde é nossa! – disse, sorrindo.

Capítulo 29
“Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia nessa coisa misteriosa, desacreditada e quase impossível: a amizade”.


Chegamos à casa de , preparamos a pipoca e cachorro quente, fizemos o brigadeiro e colocamos os refrigerantes e o sorvete no congelador.
- Ai gente, só de pensar que a partir dessa viagem vou ter que me acostumar a essa vida de um mês sem meu namorado... Isso se não for mais – disse .
- Pois é... Mas temos que dar força a eles. Foi o que eles escolheram e nós temos que estar ao lado deles – disse .
- Eu tenho um pouco de medo em relação às fãs – confessou .
- Ah amiga, sinceramente acho que o Harry não lhe dá motivos para essa insegurança toda – disse, sabendo que eu estava quase na mesma situação.
- Eu sei, , mas acho muito complicada essa situação deles viajarem, fazerem shows, noite de autógrafos com fãs que dão calcinhas... Não consigo ficar cem por cento relaxada – disse .
- Eu acho normal a ficar assim, mas também não acho que o Harry dê motivos. Porém, , você tem que ficar esperta para não deixar essa insegurança toda prejudicar o seu namoro – disse .
- Ai gente, estou com saudade do Danny já... Imagine UM MÊS E MEIO SEM UM BEIJO, CARINHO E SEM SEXO! MUITO TEMPO, GENTE! – disse .
- Ai, nem me lembre. Estou acostumada a TODO DIA. Agora, um mês e meio sem vai ser tenso – disse .
- Imagine eu. Tom quase mora aqui e sexo já faz parte da rotina. Um dia sem é um milagre ou tem alguém com a gente – disse .
- Estou tranqüila em relação a isso. Eu e Dougie ainda não transamos – disse um pouco tímida.
- Sério, amiga? Não rolou nada ainda? – perguntou .
- Sério. Não rolou nadinha, gente.
- Mas ele nem tentou? Não deu aquelas investidas? – perguntou .
- Ah, claro que dá... Desde sempre ele tenta, mas eu nunca deixava passar. Ontem à noite que foi tenso – falei, sabendo que tinha corado.
- Conte-nos tudo. Não nos esconda nada, – disse .
- Bem, ontem eu fui para a casa dele, né? Assim que chegamos, fomos direto para o quarto dele. Ele foi tomar banho e eu fiquei olhando o nosso mural de fotos... Nisso, ele me abraçou por trás e começou a me beijar. Nossos beijos foram ficando mais quentes e mais rápidos e só percebi que ele estava me ‘empurrando’ para trás quando minha perna bateu na casa. Ele me deitou e, até então, eu estava me permitindo, sabe? Ele beijava meu pescoço e minha boca com uma ferocidade enorme e acariciava minha barriga. Eu o puxava para mais perto, como se fosse possível. Então, ele começou a levantar a minha blusa e aí me toquei de que estávamos indo longe demais e parei. Senti que ele ficou chateado e isso me deixou mal.
- , vocês quase começaram as preliminares. No auge do momento, você pára e diz não estar preparada. Ele esta há muito tempo sem e estava acostumado com outro tipo de namoro. É normal que ele fique chateado – disse .
- Eu sei. Fiquei pensando isso. Eu nunca tinha sentido tanta vontade... Porém, eu também sei nada, sabe? Tenho medo dw ele me achar ruim e não me querer mais.
- , claro que não. Para ele, vai ser maravilhoso tirar sua virgindade. A melhor coisa para um namorado é tirar a virgindade da namorada. Ele vai se sentir feliz, amado e irá saber que você confia nele. Isso faz bem ao ego de um homem – disse .
- Amiga, o que você precisar, dicas, conselhos, ajudas, pode contar com a gente – disse .
- Eu tinha pensando em fazer uma surpresa para ele no nosso aniversário de um ano. Quero que seja muito especial – falei, sorrindo.
- Nós vamos ajudá-la – disse .

Passamos o resto do dia conversando. As meninas me deram vários conselhos, opiniões, ajudas, idéias... Comemos tudo que tínhamos direito e, à noite, os meninos ligaram, avisando que estava tudo bem e que eles já haviam chegado. Resolvemos dormir por lá mesmo, já que assunto não faltava.

Capítulo 30
“A ausência torna o coração mais amante”.


Quinze dias já haviam passado. Os meninos ligavam todos os dias duas vezes - uma de manhã e uma a noite. Eu sentia Douglas estranho, distante, mas ao mesmo tempo pensava que podia ser coisa da minha cabeça, insegurança de primeira viagem longa... Eu só tinha certeza dos meus sentimentos e que se Dougie fizesse alguma besteira eu não agüentaria tal decepção.
Estava tomando banho para ir pra escola, quando ouvi o toque do meu celular vindo do quarto. Corri a tempo de atender.
- Alô? – disse afobada. Não tinha conseguido nem ler o nome no visor.
- Oi amor. Bom dia – disse Dougie no outro lado da linha.
- Amor, ótimo dia... Que saudades!a Mas por que está me ligando tão cedo? São seis da manhã! – disse, sorrindo.
-Também estou com saudades... Er... Bem... Eu não estava conseguindo dormir. Resolvi lhe ligar. Chegamos do show às cinco e meia. Ainda tivemos que arrumar umas coisas... – disse Dougie num tom meio estranho.
- Ah, sim, amor... Mas me fale: como foi o show? – falei, tentando superar a insegurança que tomava conta de mim.
- Foi ÓTIMO, amor. Todo mundo cantando, gritando, dando aquele apoio... Depois... – então Dougie parou de falar.
- Depois o que, amor? – perguntei.
- Er... Depois ficamos bem felizes. Estamos conseguindo nos tornar ídolos mundiais, amor... – disse Dougie um pouco nervoso.
- Que bom, amor... Ai Douguinho, volte logo. Estou morrendo de saudades. Mais um mês longe não agüento.. – disse com uma voz manhosa.
-Eu também estou, amor. Passa rápido – disse Dougie um pouco frio.
- Douglas, você está tão estranho. Está frio... – disse meio triste.
- Não estou, não, . Coisa da sua cabeça. Bom, deixe-me ir. Preciso dormir e você tem que ir pra aula. Bom dia, amor. Até mais tarde – disse Dougie ainda frio.
- Tudo bem, amor. Bom dia, meu anjo. Até mais tarde – eu falava e só ouvia a respiração pesada de Dougie – Amor... – falei meio triste.
- Fale – disse Dougie.
- Eu amo muito você – e então desliguei, sem dar tempo de Dougie responder.
Eu só queria saber o que estava acontecendo. Voltei ao banho, me arrumei e fui pra escola. No caminho, meus pensamentos estavam longe. Dougie era sempre tão carinhoso, tão fofo... Ele estava estranho, mas eu não podia fazer nada se ele mesmo não assumia. Logo, avistei minhas amigas rindo e conversando na porta do colégio. Sorri ao ver como era bom a nossa convivência, a nossa amizade.
- Bom dia, gente – disse, abraçando cada uma.
- Bom dia, – disse .
- E aí? Falaram com os meninos já? – perguntei.
- Não, né, ? Olhe a hora. Os meninos devem ter chegado tarde ontem – disse .
- O Harry me ligou às quatro e meia da manhã. Tinha ido direto do show para o hotel porque estava passando mal – disse .

PIIIIIIIIIIIIIIII! (É, isso é um sinal, hahaha)

Tocou o sinal, anunciando a primeira aula.
- Tchau gente. Boa biologia para vocês. Vou curtir uma geometria com a – falou .
- Idiota! Odeio geometria! – disse , sendo arrastada por .
Fomos andando até a sala e não me contive em desabafar com a minha melhor amiga. Eu tinha certeza de que ela jamais contaria para o Tom, mesmo ela sabendo que ele era meu melhor amigo.
- , estou meio “encucada” com uma coisa.
- O que houve, ?
- O Dougie me ligou hoje seis horas da manhã, dizendo que não estava conseguindo dormir. Ele está super seco, frio, estranho, distante...
- Amiga, você tem certeza de que não é coisa da sua cabeça?
- Tenho, amiga. Conheço o Douglas. Ele está estranho...Está acontecendo alguma coisa.
- Olhe, amiga, o Tom não vai querer ME contar se tiver acontecido alguma coisa, mas antes de falar com ele. Espere o Dougie voltar, converse com ele... Talvez seja só o estresse dos shows. Eles devem estar cansados. Sinceramente não acho que ele a trairia de novo, amiga.
- É, tem razão, amiga. Obrigada – disse, entrando na sala.

O dia passou voando. Assim que acabou a aula, fui correndo para casa. Tinha que estudar para as provas que teriam na outra semana e ainda tinha que ajudar a minha mãe a fazer os doces da festa de Steven, meu priminho.
Acabei de fazer tudo, tomei um banho e acabei dormindo, escrevendo em meu diário.

Capítulo 31
“There’s reason for all that I do and the reason is you”.


Narração por Dougie:

Desde que chegamos a Portugal, não tivemos quase tempo para nada. diz que estou estranho e distante e isso realmente me deixa triste. O pior é saber que ela tem razão.
Ontem fizemos um show residencial, numa festa de dezoito anos. O show foi ótimo. O pessoal animado, cantando junto... Muito bom mesmo. Assim que acabou o show, Harry foi para o hotel, pois havia bebido alguns drinques e não tinha comido nada. Estava passando mal. A festa estava animada. Fiquei com Tom e Danny. Estávamos conversando com um pessoal de uma banda de lá, iniciantes, mas muito bons, até que fui pegar uma bebida.
- Muito bom o show... Dougie, né? – disse uma menina morena e baixinha.
- Obrigado. Isso, Dougie. – respondi, sorrindo.
- Então vocês são de Londres, né? – disse a menina, se sentando ao meu lado no bar.
- Somos, sim. Qual seu nome?
- Paula, mas pode me chamar de Paulinha – disse a menina, mostrando ser super simpática.
Ficamos conversando durante muito tempo. Havíamos bebido muito já e eu já estava um pouco fora de mim.
- Então, Dougie, você tem namorada?
- Tenho, sim. Vamos fazer um ano já.
- Que desperdício, hein... E uma pena também – disse Paula, tocando em minha perna.
- Ah Paula, acho melhor eu ir embora. Não acho que seja legal levarmos essa conversa mais à frente.
- A sua namorada não está aqui, Dougie – disse, se aproximando – E você vai perder a oportunidade de ter uma coisa boa... – disse, passando a mão em minhas pernas –... Numa noite maravilhosa?
Cheguei ao Hotel carregado por Tom e Danny. Eram cinco e meia da manhã e acabei dormindo no sofá mesmo. Acordei às seis horas da manhã, com a cabeça doendo muito e uma recordação passou pela minha cabeça:

~ Flashback

- Então, Dougie, você tem namorada?
- Tenho, sim. Vamos fazer um ano já.
- Que desperdício, hein... E uma pena também – disse Paula, tocando em minha perna.
- Ah Paula, acho melhor eu ir embora. Não acho que seja legal levarmos essa conversa mais à frente.
- A sua namorada não está aqui, Dougie – disse, se aproximando – E você vai perder a oportunidade de ter uma coisa boa... – disse, passando a mão em minhas pernas –... Numa noite maravilhosa?

~ Fim do flashback.

Na mesma hora, me deu um aperto no coração. Não me lembrava nada além disso. Eu estava precisando de sexo. Desejava a , a amava... Mas eu sou homem e sexo tão fácil assim... Eu não tinha tanta certeza de ter resistido, ainda mais que eu havia bebido. Nunca traí a , nunca sequer tive vontade, mas eu realmente estava com medo. Resolvi ligar pra ela. Eu queria ouvir a voz dela, queria ouvi-la dizer que me amava e que nada ia nos separar.
Disquei o número que já sabia de cor e salteado. Três toques e nada dela atender. Estava ficando um pouco nervoso e minha consciência, pesada. Eu não tinha feito isso... Não tinha feito nada!
- Alô? – disse com a respiração acelerada.
- Oi amor. Bom dia – disse, tentando ser o mais carinhoso possível.
- Amor, ótimo dia... Que saudades! Mas por que está me ligando tão cedo? São seis da manhã!
- Também estou com saudades... Er... Bem... Eu não estava conseguindo dormir e resolvi lhe ligar. Chegamos do show às cinco e meia. Ainda tivemos que arrumar umas coisas... – por que ela tem que tornar tudo mais difícil? Eu queria que ela me conhecesse menos.
- Ah, sim, amor... Mas me fale: como foi o show?
- Foi ÓTIMO, amor. Todo mundo cantando, gritando, dando aquele apoio... Depois... – O QUE EU TINHA FALADO? O QUE EU ESTAVA FAZENDO?
- Depois o que, amor?
- Err... Depois ficamos bem felizes. Estamos conseguindo nos tornar ídolos mundiais, amor... – POR QUE EU ESTAVA MENTINDO? SOU UM IDIOTA!
- Que bom, amor. Ai Douguinho, volte logo. Estou morrendo de saudades, Mais um mês longe não agüento... – PARE, ! NÃO FAÇA ASSIM! EU A AMO... POR QUE VOCÊ TEM QUE SER TÃO PERFEITA?!
- Eu também estou, amor. Passa rápido – disse um pouco frio.
- Douglas, você está tão estranho. Está frio... – disse com uma voz que me matava
- Não estou, não, . Coisa da sua cabeça. Bom, deixe-me ir. Preciso dormir e você tem que ir para a aula. Bom dia, amor. Até mais tarde – disse, tentando cortá-la. Eu estava me sentindo mal.
- Tudo bem, amor. Bom dia, meu anjo. Até mais tarde... Amor... – falou com uma voz baixinha.
- Fale... – EU ESTAVA ERRADO E A TRATANDO ASSIM? QUAL É O MEU PROBLEMA?
- Eu amo muito você – e então desligou, sem me dar tempo responder.
Com o PI, PI, PI do telefone, respondi como se ela pudesse me ouvir:
- Eu a amo muito, . Você é tudo pra mim. Perdoe-me. Sou um inútil – e desliguei o telefone.
Aquele dia, em especial, demoraria a passar e eu, sinceramente, não via a hora de voltar pra Londres, para a minha namorada, a ser o Dougie que eu era ao lado dela. Os meninos ainda estavam dormindo. Eu não conseguia pregar os olhos. A culpa, a raiva... Vários sentimentos misturados estavam tomando conta de mim. Resolvi tentar compor.
As palavras, as frases, iam saindo como se fossem algo que eu já havia decorado. Em menos de uma hora, estava pronta a música. Peguei o violão para tentar fazer uma melodia que combinasse perfeitamente com a música. Comecei a dedilhar e logo saiu o que eu realmente queria.

I'm not a perfect person (não sou uma pessoa perfeita).
There're many things I wish I didn't do (existem muitas coisas que gostaria de não ter feito),
But I continue learning (mas continuo aprendendo).
I never meant to do those things to you (eu nunca pretendi fazer aquelas coisas com você)
And so I have to say before I go (e por isso tenho que dizer antes de ir)
That I just want you to know (que eu quero que você saiba).

I've found a reason for me (encontrei uma razão para que eu)
To change who I used to be (mude quem eu costumava ser).
A reason to start over new (uma razão para recomeçar tudo)
And the reason is you (e esta razão é você).

I'm sorry that I hurt you (desculpe-me por ter te machucado).
It's something I must live with everyday (é algo com que tenho que viver todos os dias).
And all the pain I put you through (e toda a dor que a fiz passar)…
I wish that I could take it all away (Eu gostaria de poder afastar tudo isso)
And be the one who catches all your tears (e ser o único a secar suas lágrimas).
That's why I need you to hear (é por isso que preciso que você ouça):
“There’s reason for all that I do and the reason is you (existe uma razão para tudo o que eu faço e esta razão é você)”.


(PS: gente, essa música não foi o Dougie que escreveu de verdade, mas vamos fingir, ok? Haha)

Li e reli a música umas trezentas vezes. Acabei pegando no sono.

Capítulo 32
“'To com saudades de você. Sinto-me só, e aí?”


A cada momento que se passava, era mais difícil ficar longe de Dougie. A saudade estava grande, o desejo contido aflorava em minha pele. O cheiro dele, o beijo, o abraço ou até mesmo o amasso estava me fazendo falta.
Duas semanas passaram voando. Eu e Dougie já havíamos feito as pazes e eu estava preparando uma super surpresa pra quando ele voltasse e de uma coisa eu tinha certeza: eu o faria o homem mais feliz do mundo e, ao ver sua felicidade, a minha estaria garantida.
Era segunda-feira. Entrega do boletim na escola. Acordei e fui direto tomar banho. Assim que acabei, liguei para a , para irmos juntas pegar o boletim, já que as meninas haviam dormido em sua casa.
- Fale, gatinha – atendeu .
- Bom dia, delícia Tudo bem? – falei, rindo.
- Tirando que vou pegar meu boletim? Tudo bem.
- Ah , vá se ferrar. Você vai passar. Nem venha... Mas falando em boletim, vamos. Quero saber logo.
- As meninas estão prontas. Só vou colocar um tênis e escolher uma blusa. Venha pra cá e vamos juntas, .
- Está bem, senhorita Jones. Vou terminar de me arrumar e vou. Beijos.
Desliguei o telefone e fui correndo para o meu armário. Peguei uma calça jeans skinny, uma blusa regata com o “M” em pedrinhas - que era a blusa do fã clube do McFly, composto pelas namoradas. Enfim, só nós tínhamos aquela blusa - e um All Star quadriculado. Arrumei meu cabelo num coque frouxo e fui andando até a casa de .
No caminho, senti a falta de Dougie segurando a minha mão, me fazendo rir de suas piadinhas bobas e sem graça. Eu já havia me acostumado com suas mãos quentes e suadas me passando calma e segurança. Logo encontrei as meninas e fomos para o colégio.
Durante a ida, fomos sem falar quase nada. Eu estava com medo de física, de literatura, de biologia e em tudo. Entramos no colégio, correndo direto para a secretaria. Lá se encontravam todos os professores, com uma pilha de boletim. Cada um estava com os boletins de determinada letra inicial e adivinha onde cada uma de nós caiu?

– professora de Literatura.
– professora de Biologia.
– professor de Geometria.
Eu – professora de Física.

- Olá Morgana. Tudo bem? – disse simpaticamente para a minha querida professora de física.
- Oi . Tudo ótimo... Vamos ver seu boletim – disse Morgana, procurando meu boletim na pilha – Aqui está, minha querida. Boas férias!
- Boas férias para a senhora também! – olhei meu boletim e vi que eu havia ficado bem na média em física. Estava de férias, finalmente! Fui caminhando até o pátio e logo avistei minhas amigas...
- E aí, passaram? – perguntei, sorrindo.
- Passamos amiga. Férias bombantes! – disse .
- Só passei porque o professor de química me ajudou bastante. Senão... Recuperação! – disse .
- E então... Vamos fazer o que para comemorar as nossas férias? Ou melhor, a nossa despedida do colégio. Afinal, só vamos aguardar a formatura – disse .
- Estava pensando em ir ao zoológico. O que acham? – disse .
- Caramba, há muito tempo que não vou ao zoológico! – falei.
- Eu também. Então, o que acham de zoológico e depois casa da ? – disse .
- Ah, acho ótimo! Minha nova cunhada e uma prima dela estarão lá para conhecer a família - falei.

Fomos direto para o zoológico. Passamos o resto da manhã tirando fotos e vendo os animais. Tinha cada zebrinha, elefante, girafa... LINDOS demais!
Liguei para minha mãe, avisando que iríamos almoçar lá, e fomos para a minha casa.
- Ô de casa! Estamos entrando – gritei da porta.
- Entrem, meninas. Preparei uma lasanha para vocês! – disse minha mãe, cumprimentando minhas amigas.
- Ai tia, sua lasanha é tudo! Vou engordar trinta quilos hoje – disse , apertando a “banha” da barriga.
- , vá lá para a piscina. Lucas, a namorada e a prima dela estão lá fora – disse minha mãe, sorrindo.
Fomos nós quatro curiosas para conhecer a nova .
- Fale, coisa feia! – disse, dando uma tapa na testa de Lucas.
- Fale, gordinha. Bom dia, meninas! – disse meu irmão, cumprimentando-as.
- Bom dia, Lucas. Não vai nos apresentar à sua nova namorada? – disse , sorrindo.
- Ah, sim! Meninas, essa é Bruna, minha namorada, e essa é Maria Carolina, sua prima – falou Lucas.
- Oi cunhada. Seja bem-vinda! Olá Maria Carolina. Muito prazer – disse, dando dois beijinhos nas duas.
- Prazer, cunhada – disse Bruna, simpática.
- MENINOS, O ALMOÇO ESTÁ NA MESA! – gritou minha mãe, da sala.

Almoçamos todos juntos. Bruna e Maria Carolina eram muito simpáticas e tínhamos muitas coisas parecidas. Depois do almoço, as meninas foram para suas casas e fiquei conversando na sala com minha cunhadinha e minha nova amiga.
- Então, você namora um dos meninos no McFly? – perguntou Bruna.
- Namoro o Dougie, o baixista – disse, sorrindo.
- Nossa, , ele é bom... E muito bonito também - disse Maria Carolina.
- Obrigada, Maria – disse, sorrindo.
Ficamos conversando por um bom tempo, até minha mãe entrar na sala, avisando que Dougie estava no telefone.
- Oi amor – atendi, já sorrindo.
- Oi mozinha. Tudo bem?
- Tudo, tirando a saudade... E aí?
- Tudo bem... Amor, tenho uma novidade - disse Dougie, com uma voz animada.
- Ai meu Deus... O que, amor?
- Vamos embora mais cedo, amor... Quarta-feira de manhã, estaremos em Londres.
- Amor, jura? Mas como...? Ai, que bom! Mas deu alguma coisa errada? – falei.
- Juro, minha linda. Não deu nada errado. É que os produtores deram um prazo maior, caso houvesse um problema nos shows e algum fosse adiado. Mas não deu problema algum. Hoje é o nosso último show e será em Lisboa.
- Ai, que bom, amor. Ai, Lisboa... Que sonho, hein? – eu estava feliz por Dougie voltar, mas estava mais ainda por ele esta normal.
- É um sonho, sim, minha linda. Só faltou você. Um dia, a trago para Portugal. Você vai amar.
- Vou cobrar e volte logo, está bem, amor?
- Pode deixar, princesa. Agora me deixe ir. Tenho que arrumar umas coisas para o show. EU A AMO MUITO, AMOR!
- Eu o amo incondicionalmente, Douglas.
Depois da ligação de Dougie, da notícia de que ele voltaria mais cedo, meu dia ficou tão melhor.
Aproveitei a noite para ver filme com meus pais e dormir o máximo possível.

Capítulo 33
“Vamos pegar o primeiro avião com destino à felicidade”.


Narração por Dougie:

Na segunda feira, recebi a notícia de que iria para Londres mais cedo e na quarta-feira estaria lá. Fiquei tão feliz e acabei me esquecendo de todo o problema que a Paula me gerou. Liguei pra e a tratei normalmente. Percebi o quanto a notícia a deixou feliz.
Estava arrumando meu baixo, quando o Tom veio falar comigo.
- E aí, dude? Está tudo bem? – falou Tom.
- Essa volta mais cedo me deixou bem feliz. Estou com saudades da minha namorada – disse, sorrindo.
- Também estou morrendo de saudades da . Mas, cara, você vai contar para a da Paula? – perguntou Tom.
- Não sei, Tom. Meu namoro está numa fase excelente. Não quero acabar com isso, entende?
- Entendo, mas o problema é que, se ela ficar sabendo de outro modo, a vai acabar tirando conclusões. Não vai ser legal para vocês - disse Tom.
- Vou pensar, Tom. Vou ver o que é melhor para ela.
- Vamos fazer o último ensaio então.

Ensaiamos durante uma hora e depois fomos para o hotel nos arrumar.
O show foi ótimo. Estádio lotado, as pessoas cantando junto, vibrando, nos chamando... Ali tive ainda mais noção do que eu realmente queria para a minha vida: música, baixo, shows, fãs, ... Eu queria que ela estivesse ao meu lado, me presenciando crescer, me ajudando e me dando forças... Por um momento, tive medo. Medo de perder, de ter colocado tudo a perder, de ter cometido a maior besteira e não ter direito de falar e nem me explicar. Mas afinal... Existia explicação?

A terça-feira passou voando. Nossas malas já estavam no saguão do hotel. Apenas estávamos acertando as contas e iríamos embarcar com destino a LONDRES.
Assim que saímos do hotel, fomos direto para o aeroporto. Chegamos e o saguão estava vazio. Embarcaríamos em uma hora. Resolvi ligar para , para que ela me esperasse em minha casa.
- Baixista mais lindo do mundo – atendeu minha namorada com uma voz de feliz.
- A mulher mais amada de todo mundo – respondi com a mesma felicidade.
- Tudo bem, meu amor?
- Tudo, sim, minha linda. E aí?
- Só de saber que já, já você vai estar aqui comigo, está tudo ótimo.
- Amor, tenho uma proposta a lhe fazer – falei com uma voz maliciosa.
- Faça, Douglas Poynter.
- Que tal você me esperar na minha casa? Deixei a chave com você mesmo...
- Proposta aceita. Que horas você chega a Londres?
- Umas oito e meia, amor. Está muito cedo pra você?
- A saudade está tão grande... Não me importo de acordar cedo nas férias. Às oito horas estarei lá, amor.
- Tudo bem, então. Até amanhã, minha linda. Boa noite e sonhe comigo. Eu te amo – disse, sendo o mais carinhoso possível.
- Boa noite e boa viagem, meu anjo. Amo-o demais.
Desliguei o telefone e aguardei meu vôo ser anunciado. Estava escutando meu iPod, até Tom vir correndo com a maior cara de desesperado.
- Dude, olhe! Olhe isso, cara! – disse Tom, com uma revista na mão.
- O que foi, Tom? Viu fantasmas, cara?
- Muito pior, Dougie Muito pior... Veja você mesmo – Tom esticou seu braço, deixando a revista à minha frente, e lá estava uma foto minha com Paula na festa. Ela estava bem próxima e com as mãos em meu pescoço – Dougie? Cara, você está bem? – perguntou Tom.
- CARA, COMO ISSO FOI PARAR AÍ?! – perguntei desesperado.
- Alguém fotografou e mandou para a revista. Liguei pra lá e foi isso que me informaram – disse Tom.
- Não é possível. Não pode ser... E não me lembro de nada, Tom. Não me lembro de ter ficado com ela... – disse, já com os olhos cheios d’água.
- E aí, dudes, vamos tomar um café? – disse Danny, chegando perto da gente.
- Preciso mais é de uma vodka – disse, passando as mãos nos olhos.
Peguei a revista da mão de Tom e guardei em minha mala. Isso não podia estar acontecendo comigo... Não comigo!

Capítulo 34
“Ê, saudade que bate no meu coração...”.


Dougie me ligou do aeroporto, me fazendo uma proposta. Eu sabia das conseqüências da saudade, do desejo, de estarmos sozinhos na casa dele, mas eu já havia me decidido. Eu não fugiria mais. Eu o desejava, queria ser somente dele e também queria que ele fosse só meu... Eu estava pronta e decidida. Era apenas uma oportunidade e o eternizaria em minha vida.
Assim que desliguei o telefone com Dougie, fui arrumar meu quarto, separar roupa, arrumar uma bolsa para levar para lá e resolvi ligar para .
- Alô– atendeu .
- Oi amiga. Tudo bem?
- Tudo bem, , e com você?
- Tudo ótimo. Liguei pra lhe contar uma coisa...
- Ai Senhor... O que houve, ?
- , sua nojenta, pare de bobeira. Então, amiga, acho que rola amanhã...
- Han? Do que você está falando, amiga?
- Acho que amanhã eu e Douglas transamos... Ele pediu para eu esperá-lo na casa dele. Vamos estar sozinhos, com desejo, saudade, paixão... Imagine o que vai dar.
- Mas você quer isso, amiga?
- Quero. Estou decidida e pronta. Confio no Dougie.
- Então, delícia, boa sorte, porque é MUITO BOM!
- Safada... Coitada da Tia Simone!
- Idiota... Amiga, depois nos falamos. Tenho que preparar as coisas para o meu namorado amanhã.
- Tudo bem, gata. Boa sorte amanhã também. Beijos.
- Beijos, .
Desliguei e fui tomar um banho para poder dormir. No dia seguinte, às seis horas, eu estaria de pé.
Não demorou muito e eu já estava dormindo.

Capítulo 35
“Penso em você ao sentir cada batida do meu coração...”.


Piiiiiiiiiiii...! Piiiiiiiiii...! Piiiiiiiiiiiii...!

Acordei com o irritante barulho do meu despertador. Eram seis da manhã. Em duas horas, eu estaria com o meu namorado, do qual eu estava morrendo de saudade.
Levantei-me, cambaleando por causa do sono, e acendi a luz do banheiro. SUSTO! Eu estava horrível. Entrei no box e deixei que a água fria fizesse meu corpo ficar morno. Terminei o banho e fui me arrumar. Coloquei um vestidinho florido, com um top por baixo, peguei minhas havaianas brancas, fiz uma maquiagem bem fraquinha, passei o perfume preferido de Dougie e PRONTO! Gostei do que vi no espelho. Arrumei minha mochila com duas roupas. Uma para quando eu acordasse e uma para caso saíssemos. Não queria usar nenhuma das roupas que tinha na casa dele. Peguei meu pijama novo, dois sapatos, perfumes, cremes e desodorante. Malinha pronta também. Desci até a sala, me despedi de meu pai e mandei-o avisar minha mãe dorminhoca. Antes de ir para a casa de Dougie, passei na padaria e comprei umas coisinhas para o café da manhã. Cheguei ao apartamento e fui correndo para a cozinha. Eram sete e meia. Tinha pouco tempo para arrumar tudo.

Estava terminando de arrumar os guardanapos na mesa quando ouvi meu celular tocar.
- Alô – disse, continuando o que estava fazendo.
- Oi . Aqui é a Maria Carolina. Tudo bem?
- Oi Mary. Tudo, e com você?
- Tudo ótimo. Você vai fazer alguma coisa sexta à noite?
- Não. Por que, Mary?
- Vai ter uma festa, lançamento de um seriado na casa de festas da minha mãe, e estou convidando você. Já falei com as meninas e a Bruna.
- Ai, ótimo! Vou falar com o Dougie, mas nós vamos, sim.
- Então vou mandar entregar os convites na sua casa e na casa dele. Está bem?
- Ok, Mary. Para mim está ótimo.
- Tudo bem então, . Estou indo agora. Beijos.
- Beijos Mary.
Dei os últimos toques, até que a campainha tocou. Senti meu estômago embrulhar. Meu coração parecia a bateria de uma escola de samba em plena Sapucaí.
Dei uma olhada no espelho, arrumei o cabelo e abri a porta.
- Pois não? – falei, encarando a menina que se encontrava parada com uma cara de idiota.
- Er... Aqui é a casa do Dougie? Ele se encontra?
- Ele não está, mas qual é seu nome? Aviso que você esteve aqui – falei, sendo simpática, tentando esconder meu ciúme.
- Ah, sim. Meu nome é Paula. Então vou deixar meu cartão, tudo bem? – disse Paula com um sorriso doce nos lábios.
- Tudo bem. Mais alguma coisa querida? – falei, pegando o cartão.
- Não, não. Você é a secretária dele? – OMG! QUEM ESSA TRAMBOLHA PENSA QUE É? SECRETÁRIA É A VOVOZINHA!
- Ah, não. Sou a namorada – na mesma hora, o semblante da “queridinha” Paula mudou.
- Er... Vou indo. De qualquer modo, obrigada – disse, se dirigindo ao elevador.
Fechei a porta e fiquei parada no meio da sala, digerindo o que tinha acabado de acontecer. Não consegui engolir aquela baixinha. Fiquei com a famosa pulga atrás da orelha.
Resolvi ver TV para esperar meu fofinho chegar. Acabei dormindo e só acordei quando escutei a campainha tocando. Fui correndo ao banheiro, escovei os dentes, dei uma ajeitada no cabelo, mais uma olhada no espelho e fui atender a porta.
Lá estava ele, mais lindo que nunca, com um sorriso doce e carinhoso no rosto. Seus olhos refletiam a saudade de um mês e meio longe. Ficamos uns segundos nos olhando, até que pulei em seu colo. Beijamo-nos ferozmente. Saudade... Oh, quanta saudade... Carinho, paixão, desejo... Milhões de sentimentos em um só beijo. Dougie foi entrando no apartamento, me beijando e chutando as malas. Fechou a porta em um só chute. Foi andando comigo em seu colo até o sofá. Não paramos de nos beijar nem sequer um minuto. Eu o abraçava cada vez mais forte, até que percebi que precisava respirar. Rompemos o beijo com um selinho e nos abraçamos.
- Que saudades de você, minha linda – disse Dougie, fazendo carinho em meu rosto.
- Eu não estava mais suportando. Estava pronta para pegar o primeiro avião até Portugal – disse, sorrindo.
- Eu amaria a surpresa, amor – disse Dougie, me dando um selinho.
- Que tal tomarmos um café da manhã? Preparei especialmente para você.
- É uma boa. Estou morrendo de fome.
Tomamos nosso café no maior amor, com direito a moranguinho na boca e tudo. Eu queria muito ter o Dougie e me sentia mais do que preparada.
- Amor, preciso conversar com você – disse, me sentando em seu colo.
- O que houve, amor? – disse Dougie, fitando minhas pernas que estavam à mostra graças ao vestido leve.
- Sabe, amor... – abri o primeiro botão – Andei pensando... – o segundo – E percebi o quanto... – terminei com o resto numa só puxada –... Eu o desejo e quero – disse, roçando o nariz em sua nuca.
- , você está brincando com o fogo – disse Dougie, se contorcendo.
- Não estou brincando – disse, mordendo sua orelha.
- Você tem certeza disso, amor? – e então o respondi com um beijo.
Logo, ele se levantou. Estava com as pernas envolvidas em sua cintura. Fomos nos beijando até seu quarto. As mãos de Dougie apertavam minha coxa e eu apertava suas costas, até que Dougie cortou o beijo.
- Amor, quero que sua primeira vez seja inesquecível e muito romântica – disse, enquanto me colocava na cama. Foi caminhando até a prateleira, onde tinha umas velas de coração, e as acendeu. Depois pegou um embrulho na mala e veio em minha direção - Amor, comprei isso em Portugal. É apenas o símbolo. Não chega nem as pés de representar o quanto amo você – disse com um sorriso meio malicioso. Seu olhar era uma mistura de amor, carinho, paixão e desejo.
Abri a caixa e lá se encontrava um lindo anel de ouro branco com um coração de diamante pequeno. Olhei-o e sorri com a cara mais boba possível. Levantei-me e me sentei em seu colo. Enquanto o beijava, senti medo e um pouco de insegurança. “, tenha coragem... Vocês se amam, se desejam e o namoro de vocês está incrível”, pensei, me encorajando novamente.
- Eu o amo e confio cegamente em você – falei, o beijando.
- Eu a amo, minha linda – Dougie sussurrou no meio do beijo.
Em um movimento rápido, me colocou na cama e ficou por cima de mim. Nosso beijo era sintonizado, como se tivéssemos nascido feitos um para o outro. Dougie apertava minha coxa e mordia o lóbulo de minha orelha. Eu o apertava mais contra meu corpo, como se fosse possível nos fundir. Dougie começou a descer o beijo. Passou por meu pescoço, meus seios ainda cobertos, minha coxa, até chegar aos meus pés. Deu leves beijinhos, subindo pela minha perna, coxa, umbigo, seios, pescoço e boca novamente. Dougie me sentou na cama e tirou meu vestido. Foi beijando todo meu colo ainda coberto por um top. Abriu o fecho do mesmo, fazendo com que eu ficasse só de calcinha. Senti-me envergonhada e acabei estremecendo. Dougie percebeu e me abraçou, sussurrando em meu ouvido: “eu amo você”. Desci minhas mãos por toda a barriga definida de Dougie, abrindo o botão de sua calça, e ele terminou o trabalho, ficando só de boxer. Senti seus dedos brincando com o elástico de minha calcinha, enquanto nos beijávamos. Em menos de dois minutos, já estávamos completamente nus, apenas nos beijando. Quando senti que não tava dando mais para agüentar, cortei o beijo.
- Amor, a camisinha? – falei com a respiração pesada.
- Veja se não tem nessa gaveta, amor – disse Dougie, sussurrando.
- Não, amor. Onde mais tem?
- Deixe que eu pego lá na bolsa – Dougie já ia se levantando, quando o puxei de volta.
- Não, senhor. Fique aqui que eu vou lá – disse, me levantando.
Fui pegar a camisinha na tal bolsa que Dougie havia levado para a viagem. Assim que abri a mesma, me deparei com uma revista dobrada. Resolvi abri-la, afinal, poderia ser uma foto dos meninos.
Entrei em transe ao olhar aquela foto. Um filme de toda a história com Douglas passou em minha cabeça. Toda a complicação do início, o nosso primeiro beijo, a viagem à casa do tio de Tom, a “traição” com Louise, a reconquista, o pedido de namoro, todo tempo que estávamos namorando e o que estávamos prestes a fazer. Tudo que vivemos jogado no lixo por “uma noite de prazer”, como na revista mesmo dizia. E lá estava ela, a tal Paula, pendurada no pescoço do MEU Dougie. Rasguei a foto e coloquei na mochila. Joguei a revista no chão da sala e voltei para o quarto.
- Nossa, amor, demorou! – disse Dougie deitado na cama, apenas envolvido por um lençol.
- Douglas, tenho que ir embora – disse, vestindo a calcinha.
- Ah amor... Fique mais um pouco – disse Dougie, se levantando.
- Douglas, estou indo embora da sua vida, estou indo embora para sempre – disse, já colocando o vestido.
- O que é isso, amor? O que houve? – disse Dougie sentando na beira da cama.
- Ah, já ia me esquecendo. A Paula esteve aqui hoje e deixou um cartão. Tchau Dougie – disse, saindo do quarto.
- , espere! Vamos conversar, amor!
- Um dia, quem sabe, Dougie...? – e então saí de seu apartamento e a primeira lágrima caiu.

Capítulo 36
“Sem você, não vivo nem um segundo. Sem seu amor, fico perdido no mundo...”.


Narração por Dougie:

Cheguei ao aeroporto de Londres e fui correndo pegar um táxi. Só de pensar na minha princesinha lá me esperando, depois de tanto tempo... Eu precisava dela mais que nunca.
Em menos de vinte minutos, cheguei à minha casa. Senti um frio na barriga ao tocar a campainha. A porta logo se abriu e lá estava ela, mais linda que nunca, com um sorriso doce e carinhoso no rosto, e, sinceramente o que eu mais gostava, seus olhos refletiam a saudade de um mês e meio longe.
Ficamos uns segundos nos olhando, até que ela pulou em meu colo. Beijamo-nos ferozmente. Saudade... Oh, quanta saudade, carinho, paixão, desejo... Milhões de sentimentos em um só beijo. Fui entrando no apartamento, beijando minha menininha, e chutando as malas. Fechei a porta em um só chute. Fui andando com ela em meu colo até o sofá. Não paramos de nos beijar nem se quer um minuto. Ela me abraçava cada vez mais forte. Rompemos o beijo com um selinho e nos abraçamos.
- Que saudades de você, minha linda – disse, fazendo carinho em seu rosto.
- Eu não estava mais suportando. Estava pronta pra pegar o primeiro avião até Portugal – disse minha , sorrindo.
- Eu amaria a surpresa, amor – disse, dando um selinho nela.
- Que tal tomarmos um café da manhã? Preparei especialmente para você.
- É uma boa. Estou morrendo de fome.
Tomamos nosso café no maior amor, com direito de moranguinho na boca e tudo. Eu queria muito tê-la, queria que ela fosse somente minha, mas tinha medo de tentar e ela ainda não estar preparada.
- Amor, preciso conversar com você – disse, se sentando em meu colo.
- O que houve, amor? – disse, olhando aquelas pernas que estavam à mostra graças ao vestido leve.
- Sabe, amor... – abriu o primeiro botão – Andei pensando... – o segundo... – E percebi o quanto... – terminou com o resto numa só puxada – Desejo-o e o quero – disse, roçando o nariz em minha nuca.
-, você está brincando com o fogo – disse, sentindo uma corrente elétrica vindo do “Dougiezinho” até minha nuca. Contorci-me todo.
- Não estou brincando – disse, mordendo minha orelha.
- Você tem certeza disso, amor? – eu não queria que ela fizesse as coisas por pura pressão. Queria realmente fazer tudo o mais perfeito possível.
Então recebi um beijo como resposta. Logo me levantei. estava com as pernas envolvidas em minha cintura. Fomos, nos beijando, até meu quarto. Minhas mãos apertavam sua coxa e a dela, as minhas costas.
- Amor, quero que sua primeira vez seja inesquecível e muito romântica – disse, enquanto a colocava na cama. Fui caminhando até a prateleira, onde tinha umas velas de coração, e as acendi. Depois, peguei um embrulho na mala e fui à sua direção.
- Amor, comprei isso em Portugal. É apenas o símbolo. Não chega nem aos pés de representar o quanto amo você – disse com um sorriso meigo e malicioso. O olhar de me passava tantas coisas: felicidade, emoção, amor, carinho, desejo... E eu me sentia tão completo.
Depois que abriu a caixa e coloquei o anel em seu dedo, sorriu e se sentou em meu colo novamente. Enquanto a beijava, senti uma culpa tomando conta de mim.
”Douglas, como você tem coragem? Que tipo de homem você é? Dorme com uma em Portugal, chega a Londres, encontra a sua namorada que é virgem e ainda transa com ela, sem contar nada... Eu me odeio. Nojo. Muito nojo”, pensei, enquanto sentia mordendo minha orelha.
- Eu o amo e confio cegamente em você – ao ouvir isso, me senti a pior pessoa do mundo. Ela me ama, ela CONFIA em mim, e o que eu fiz? Sou um monstro, um lixo.
- Eu a amo, minha linda – sussurrei meio ao beijo. Em um movimento rápido, a coloquei na cama e fiquei ali. Nosso beijo era sintonizado, como se tivéssemos nascido feitos um para o outro. Apertava coxa dela, mordia o lóbulo de sua orelha, enquanto ela me apertava mais contra seu corpo, como se fosse possível nos fundir. Comecei a descer o beijo, por seu pescoço, seus seios ainda cobertos, sua coxa, até chegar a seus pés. Dei leves beijinhos, subindo pela perna, coxa, umbigo, seios, pescoço e boca novamente. Coloquei sentada novamente e tirei seu vestido. Fui beijando todo seu colo ainda coberto por um top. Abri o fecho do mesmo, fazendo com que ela ficasse só de calcinha. Senti que a menina ficou envergonhada e estremecia. Abracei minha princesa e sussurrei um “eu amo você”. As mãos de desceram por toda minha barriga definida, abrindo o botão de minha calça. Terminei o trabalho, ficando só de boxer. Comecei a brincar com o elástico da calcinha, enquanto nos beijávamos. Em menos de dois minutos, já estávamos completamente nus, apenas nos beijando.
- Amor, a camisinha? – disse, cortando o beijo.
- Veja se não tem nessa gaveta, amor – disse, sussurrando.
-Não, amor. Onde mais tem?
- Deixe que eu pego lá na bolsa – já ia me levantando, quando me puxou de volta.
- Não, senhor. Fique aqui, que eu vou lá.– disse, se levantando.
Não discuti. Quando ela fala, apenas obedeço. Tenho certo prazer de mimar a minha princesinha.
Percebi que ela estava demorando, até que a vi fechando a porta.
- Nossa, amor, demorou!
- Douglas, tenho que ir embora – fiquei confuso, sem entender nada.
- Ah amor... Fique mais um pouco – disse, me levantando.
- Douglas, estou indo embora da sua vida, estou indo embora para sempre – disse, já colocando o vestido.
- O que é isso, amor? O que houve? – O QUE ACONTECEU?! O QUE FIZ?!
- Ah, já ia me esquecendo. A Paula esteve aqui hoje. Deixou um cartão. Tchau Dougie – NÃO ACREDITO QUE A PAULA CONTOU ALGUMA COISA! MAS POR QUE A SÓ FICOU ASSIM AGORA?!
- , espere! Vamos conversar, amor.
- Um dia, quem sabe, Dougie...?
Assim que ela fechou a porta, senti meu mundo perder o chã - o que estava acontecendo. Fui andando até o sofá, até que vi a revista no chão. Peguei e vi que a página que tinha a foto com a Paula tinha sido rasgada. Aí estava o motivo para tudo que havia acabado de acontecer. A descobriu pela revista e não por mim.

Capítulo 37
“Talvez, se esperássemos menos dos outros, nos decepcionaríamos menos também. Mas às vezes, quando gostamos muito de alguém, nos esquecemos de que são humanos e INSISTIMOS em pensar que são perfeitos”.


Decepção... Talvez fosse a definição do que eu estava sentindo desde o momento em que vi a foto. Assim que saí do apartamento de Dougie, fui direto para o parque. Eu não conseguia entender como ele foi capaz de fazer isso comigo. O que fiz para merecer? Tudo isso porque pedi para ele esperar um tempo? Eu queria poder entender como uma pessoa diz que ama e faz uma coisa dessas. E lá estava eu, no parque, sofrendo, chorando, pensando que se eu não tivesse ido até aquela mala, teria feito amor com ele. Agora, eu estaria arrependida e com nojo. Perdi a noção do tempo que fiquei tacando pedrinha no lago e me peguei me lembrando...

~ Flashback

- Chegamos!
- Um parque, Dougie? A essa hora?
- , quero que você conheça esse lugar. Sempre vinha aqui quando era pequeno.
Continuamos andando, até chegarmos a um laguinho. Sentamo-nos debaixo de uma árvore. Eu estava nervosa. Não parava de fitar minhas mãos.
- Dougie, amei a música, amei as coisas que você falou – disse, sem olhá-lo.
- Fico feliz que tenha gostado. Fiz de coração e para mostrar o que você significa para mim.
- Douglas, amo muito você. Sei que algumas pessoas podem me achar idiota por mesmo depois de tudo estar falando isso, mas realmente não ligo. Quero muito ficar com você.
- – disse com as mãos em meu queixo, o levantando para que eu olhasse para ele – Você não sabe como esperei por esse momento. Amo você e quero muito ficar ao seu lado, crescer com você e fazê-la feliz – disse Dougie.
- Senti muito a sua falta, Dougie
Ele apenas sorriu e acariciou meu rosto. Senti sua aproximação, sua respiração pesada tocando em meus lábios. Meu coração estava a mil, como se eu nunca tivesse o beijado antes. Fechei os olhos e senti sua boca tocar a minh. Ficamos parados, sem pressa, como se quiséssemos memorizar cada momento daquela noite. Senti a língua de Dougie passar pelos meus lábios, pedindo passagem. Concedi-lhe e senti nossas línguas se tocarem. Uma descarga elétrica passou pelo meu corpo, me deixando arrepiada. Sorri em meio ao beijo. Eu nunca tinha sentido coisas tão boas ao beijar alguém... Encerramos o beijo com um selinho.
- Que bom que estamos aqui. . Eu queria acabar essa situação com um beijo – disse Dougie.
- Como assim? Você está acabando uma coisa que não começou? – perguntei, já sentindo minha garganta fechar.
- É, ...
- Por que isso, Douglas? O que eu fiz? – perguntei desesperada.
- Você sabe muito bem, – Dougie estava sério. Ele me encarava.
Não agüentei. Meus olhos já estavam cheios de água e eu não podia chorar. Não na frente dele. Não iria me mostrar tão frágil, tão vulnerável.
Abaixei a cabeça, tampando o rosto. Senti Dougie afastar meus cabelos da orelha. Sua respiração estava em meu pescoço.
- Realmente quero acabar com essa relação. Quero você só pra mim. Aceita namorar comigo, ? – Dougie disse em meu ouvido.
- Douglas, seu pateta, eu acreditei! Você quase me fez chorar, seu mané! – falei, rindo de nervosismo – É CLARO QUE ACEITO! ACEITO, ACEITO, MEU AMOR! – falei, gritando e pulando em cima dele.
- Você é linda. Amo-a, minha NAMORADA! – Dougie disse, me rodando no ar.
- EU O AMO, DOUGLAS POYNTER, O NAMORADO MAIS LINDO DO MUNDO! – disse, o abraçando.

~ Fim do flashback

Eu já não enxergava o lago à minha frente. As lágrimas em meus olhos faziam com que eu visse nada. Eu me sentia usada, um verdadeiro lixo, e cada lembrança vinha como se quisesse me ferir mais.

~ Flashback

Douglas estava completamente em cima de mim. Seus beijos alternavam de meus lábios ao meu pescoço. Eu estava completamente sem reação, apenas o apertava mais contra mim. Era uma sensação completamente nova. Sentia sua mão dentro de minha blusa, com seu polegar fazia carinhos de leve entre meu umbigo e meu “culote”. Eu mordia de leve sua orelha e pescoço. Aos poucos, Dougie foi levantando minha blusa e aí tive noção do que estava acontecendo. Íamos dar um passo muito sério na nossa relação e eu ainda não tinha certeza se eu estava pronta.
- Amor, pare... – disse ofegante.
- Por que, amor? A gente está fazendo nada demais – disse Dougie, sem parar de beijar meu pescoço.
- Dougie, não estou pronta para avançar a esse ponto – disse, me levantando da cama.
- Desculpe, amor. Eu não queria pressionar. Estou no atraso, sabe? Mas espero o tempo que for preciso por você – Dougie disse, sorrindo torto e indo em direção ao banheiro.
Fiquei parada, pensando. Dougie estava chateado comigo, mas eu também não podia fazer somente por ele, pensando somente nele. Eu queria que minha primeira vez fosse perfeita e que eu tivesse certeza do que estava fazendo.
Dougie saiu do banheiro, já vestido. Olhou-me, sorriu e saiu do quarto. Levantei-me e o segui. Parei na porta da cozinha e lá estava ele, preparando um misto quente.
- Amor, eu não queria que você ficasse triste comigo – falei, ainda parada no portal – Ainda mais que vamos ficar um mês e meio longe. Não queria que você fosse chateado comigo.
- Minha linda, não estou chateado com você – disse, vindo em minha direção – Sou homem e é complicado segurar por muito tempo... Mas espero o tempo que for por você.
- Eu sei, amor. Só quero que espere mais um pouquinho – disse, chegando mais perto.
- Espero o tempo que for preciso, minha linda.
- Eu o amo muito, amorzinho.
- Eu a amo demais, meu amorzinho lindo – disse Dougie. me abraçando.

~ Fim do flashback
- Realmente, Dougie. Você esperou muito – disse, limpando o rosto.
Joguei a última pedra e fui para casa. Eu precisava de um banho, assistira um filme e comer besteiras até explodir.

Estava na rua da minha casa quando meu celular tocou. Número desconhecido. Fiz orações mentais para que não fosse Dougie.
- Alô? – atendi meio receosa.
- Amiga linda, que saudade.
- Não estou acreditando. ?
- Yes, baby – disse minha pentelha preferida.
- Amiga, que saudades!
- Muita... Opa, espere aí. Que voz é essa? Está tudo bem?
- Está tudo péssimo, amiga. Acabei de terminar com o Dougie... Mas não quero falar disso. Que milagre me ligar.
- Sinto quando você precisa de mim. Só pode! Estou indo para Londres sexta-feira, amiga. Vou morar com a minha tia.
- NÃO ACREDITO! JURA?! AI, QUE ÓTIMO, AMIGA!
- Oh, deixe-me desligar. Essa ligação vai me falir. Quando eu chegar aí, ligo, ok?
- Ligue mesmo, que a busco no aeroporto, minha gata.
- Beijos, minha linda. Tente ficar bem, que na sexta conversamos.
- Pode deixar. Beijos, amiga.
Chega a ser surreal a ligação que tenho com . Ela parece que adivinha quando mais preciso dela. Agora... Ela morar aqui em Londres... Nossa, salvou meu dia!
Cheguei a casa e nem falei com alguém. Fui direto para o meu quarto. Eu precisava ficar sozinha. Vi “Marley & Eu”. Chorei mais ainda.
Assim que acabou o filme, liguei meu computador e fiquei lendo fictions de romance. Por que as coisas não podiam ser do mesmo jeito comigo? Eu queria um final feliz com Dougie. Queria que tivéssemos sido diferentes.
Em meios aos meus pensamentos, acabei dormindo.


Capítulo 38
“Descobre que se levam anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la. E você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida”.


Quinta feira.

Acordei sem a mínima vontade de me levantar. Eu tinha a sensação de que a minha cama era um imã que puxava o meu corpo para si. Sentia-me cansada, esgotada e TRISTE. Talvez tristeza fosse um dos sentimentos que mais me dominava no momento. Eu queria ser forte o suficiente para simplesmente levar, sacudir a poeira e deixar a vida me levar, mas toda vez que simplesmente me distraía, me vinha novamente os pensamentos: “Por que ele fez isso?”, “eu não era boa o suficiente?”, “ele nunca me amou?”, “e tudo que vivemos? Foi tudo mentira?”. Errei no momento em que não o deixei se explicar, argumentar, mas tem explicação? E quais seriam os argumentos? “Ah amor, eu estava bêbado”, “Estou há um ano sem sexo. Foi mais forte”, “ela me seduziu”. Eu teria que ouvir todas as desculpas já formuladas e aquilo me magoaria mais.
Levantei-me fui direto para o banheiro. Ao me olhar no espelho, cheguei a me assustar. Descabelada e com olheira. Tomei um banho e fiz minha higiene. Desci para tomar café.
- Bom pai – disse, beijando a testa dele.
- Bom dia, filha.
- Cadê os meninos? – perguntei procurando por meus irmãos.
- Eles foram caminhar com a Bruna.
- Ah ‘ta.
Tomei meu café da manhã sem dar uma palavra, apenas fitando o armário da cozinha. Eu tinha acabado de acordar e já estava sendo difícil ficar sem Dougie.
Estava subindo para meu quarto quando o telefone tocou.
- Alô? – falei desanimada.
- Opa, é a minha princesa mais linda? – conheço essa voz...
- Não estou acreditando... ?
- Yes, baby... Tudo bem, minha linda?
- Mais ou menos... E com você? Que saudades, príncipe.
- Estou bem... Eu também. E é por isso que estou ligando. Encontro-me em Londres. Que tal um passeio?
- NÃO ACREDITO! Que notícia maravilhosa! É claro que topo. Estou precisando mesmo de você. Que horas você passa aqui?
- É o tempo de você se trocar. Já estou indo aí.
- Ok, meu amor. Beijos.
-Beijos, linda.
Era exatamente disso que eu precisava. Meu segundo melhor amigo. Porque com o Tom, eu não me sentiria tão bem. Até porque eu não precisaria falar. Ele viu com os próprios olhos.
Subi correndo, coloquei uma bermuda jeans, batinha azul e uma rasteirinha. Fiz um rabo frouxo e uma maquiagem fraca.
Ouvi baterem na minha porta.
- Pode entrar!
- Filha, a Maria Carolina lhe enviou três convites... E tem um bilhete aí – disse minha mãe.
- Tudo bem, mãe. Obrigada.
Abri o envelope. Três convites. Peguei o bilhete.

“Amiga linda,
estou enviando três convites: o seu, da e mais um, caso você queira levar alguém. O do Dougie mandei para a casa dele. Todos já confirmaram presença. Espero-a lá, hein gata. Um beijo, amiga.

Amo você.”


Guardei o envelope na gaveta e desci, já que tinha ouvido a campainha tocar.
- MEU AMOOOOOOOOR! – disse, pulando no colo de .
- Minha gata, como você está linda!
- Que saudade, seu besta. Você me esqueceu.
- Nunca! Mas vamos andando. Ainda temos muito o que conversar.
Saímos da minha casa e fomos direto para a lanchonete da tia Miloca. me olhava e sorria. Eu sabia que ele estava preocupado comigo. Seu semblante não me enganava.
- E então, princesa... O que aconteceu?
- Ah , o Dougie...
- O que ele fez, amor?
- Ele... Ele me traiu, – disse, deixando a primeira lágrima cair.
- O Dougie? – fez uma cara de surpresa – Você tem certeza, amor?
- Vi uma foto na revista. A menina pendurada em seu pescoço.
- , isso quer dizer absolutamente NADA. Você sabe muito bem como essas fãs são.
- Eu sei... Mas na revista mesmo estava escrito: “Uma noite de prazer para o baixista do McFly”.
- Não sei, não, amor. Não acredito que o Dougie tenha a traído. Ele é louco por você, e me admiro muito em saber que a senhorita confiança está tão insegura nessa situação.
- Terminei com ele, .
- , sinceramente não sei... – assim que acabou de falar, senti meu celular vibrar.

”Não consigo ficar longe de você. Vamos conversar, amor. Amo você. Dougie”. x.x

Senti meus olhos se enxerem de água. Segurei-me para que elas não escapassem. Eu não queria chorar. Não queria que aquilo estivesse acontecendo.
- Deixe-me ver... – disse , tirando o celular de minha mão – , deixe-o se explicar.
- Deixa que o tempo diga no que isso vai dar.

O resto da tarde passou voando. Voltei para casa e logo dormi. A sexta-feira prometia e, sim, eu estava disposta a encontrar Dougie na festa.

Capítulo 39
“Deixe de tentar se enganar”.


Sexta-feira, acordei com o celular tocando. Corri para atender.
- Alô? – falei com a voz de sono ainda.
- Bom dia, minha flor – falou animada.
- Oi amiga – falei, me espreguiçando.
- Olha só: vou embarcar agora. Devo está chegando por aí a umas três horas. Não se atrase, hein.
- Ok. Três horas em ponto estarei a esperando, delícia.
- Oh calor. Estou indo, amiga. Até mais.
- Até, - fiquei feliz em saber que em menos de três horas minha amiga estaria ali comigo de novo. Minha preferida, minha , como sempre ao meu lado quando mais preciso.
Levantei-me da cama, corri para o banheiro, escovei os dentes e enchi a banheira. Mereço um banho relaxante.
Fiquei uns quarenta minutos só relaxando. Sequei-me e fui em direção ao armário. Qual roupa usaria? Peguei uma calça jeans escura, bem apertada, uma regata verde limão e meu All Star branco. Fiz um rabo de cavalo, deixando a franja caída. Passei uma maquiagem bem fraca, arrumei a bolsa e desci.
- Bom dia, meus amores! – disse, sorrindo para a minha família que se encontrava na sala de TV.
- Que animação é essa, maninha? – perguntou Thiago com um sorriso no canto da boca.
- está vindo morar em Londres – disse animada.
- Mas que maravilha, filha. As amigas juntas novamente! – disse minha mãe, meiga como sempre. - Nem fale, mãe. Agora deixe-me ir, que vou passar na padaria do tio Bem antes de ir para o aeroporto. Beijos, família – disse, mandando beijinhos no ar.
- Vá com Deus, filha – falou meu pai.
Peguei meu iPod e fui escutando até chegar à padaria. Entrei e logo encontrei Mônica, esposa do Tio Bem.
- Oi minha filha. Há quanto tempo! – disse Mônica, me abraçando.
- Oi tia. Há quanto tempo mesmo... – disse, sorrindo.
- E aí, como vai o namoro? – perguntou meiga, fazendo com que meu coração acelerasse.
- Está ótimo. Obrigada! – disse, sorrindo falsamente.
- Que bom. Vai querer o de sempre? Suco de melancia com pão na chapa?
- Vou, sim, tia – sorri, vendo a mulher alta e bonita saindo de perto.
Perdi-me em pensamentos até sentir uma mão tocar em meu ombro. Virei assustada e lá estava ele, com um semblante triste, um olhar vazio e olheiras. Se meu coração havia acelerado com a pergunta de tia Mônica, agora ele estava a mil por hora. Fiquei o fitando e senti um frio na barriga quando o mesmo cortou o silêncio.
- Posso me sentar com você? – perguntou, quase suplicando.
- Err... Não sei se seria bom... A gente... – falei, sendo cortada.
- Preciso conversar. Deixe-me sentar, pelo amor de Deus, – vi os olhos de Dougie se encherem de água.
- Tudo bem. Sente-se – falei, apontando para a cadeira à minha frente.
- Aqui está o seu pedido, minha linda – disse tia Mônica – Olhe ele aí; o namorado mais sortudo de Londres – silêncio.
- Sou, sim, Mônica. O mais sortudo e o mais apaixonado – disse Dougie com um sorriso triste.
- Ai, que lindo. Vou deixar os pombinhos a sós. Bom apetite – disse Mônica, saindo de perto.
Abaixei a cabeça, sem coragem de encará-lo. Sentia um olhar pesado em cima de mim. Sabia que ele me olhava fixo e eu tinha medo de meu olhar encontrar o dele.
- , amor, olhe para mim – disse Dougie.
- Dougie... – disse, mas parecia mais um gemido; um gemido de dor.
- Amor, por favor – disse, tocando em meu queixo. Senti na mesma hora uma eletricidade enorme dominar meu corpo.
- Fale, Dougie. Pode falar – disse, olhando em seus olhos.
- Deixe-me explicar, por favor – disse Dougie, olhando para baixo.
- Explicar? E tem explicação, Dougie? – falei, o encarando.
Silêncio novamente. Eu sabia que o tinha deixando sem palavras, mas era a verdade. Tinha alguma explicação? Não. Não tinha. Eu nunca tinha dado motivos para ele me trair.
- Amor, não tem explicação. Para ser sincero, nem me lembro de algo. Só me lembro de que ela estava me provocando. Falei que era melhor pararmos, pois eu tinha namorada. E depois disso, memória apagada. Eu havia bebido bastante, feliz com o show residencial que fizemos... Mas eu nunca tinha traído você. Nunca nem se quer havia passado pela minha cabeça.
- Lindo, Dougie. Quer que eu bata palmas agora? – disse, ironizando –Comoveu-me de verdade. Então você está assumindo que realmente me traiu com a Paula? Porque até agora eu não tinha certeza, pois na foto ela só está com os braços no seu pescoço. Você realmente dormiu com ela? – perguntei, sentindo minha voz falhar.
- Não me lembro, amor. Não sei. Não posso falar que sim ou que não. Simplesmente não me lembro – disse Dougie com os olhos cheios de água – Você é tudo que quero, é tudo pra mim. Sou louco por você amor. Eu a amo demais. Pelo amor de Deus, não termine comigo.
- E se o que sou é tudo que você quer, porque procura em outro alguém qualquer o que EU posso lhe oferecer? Sabe por que, Dougie? Sexo, prazer, preliminares... Isso é tudo conseqüência e você trata com prioridade. O amor que EU sinto por você, Douglas, você não vai achar. Não mesmo. E eu não confio mais em você. Não sinto mais o calor que eu sentia. VOCÊ acabou com tudo, Dougie. A única coisa que sinto agora é desprezo, é decepção. Porque o resto você jogou no lixo, junto com o nosso namoro – disse, sentindo um aperto no coração. Eu estava mentindo. Eu sentia o mesmo calor, ainda o amava, e eu sabia que aquele amor não acabaria da noite para o dia.
- Não fale isso, amor. Não fale assim. Por Deus, é claro que nos amamos, é claro que você ainda sente o calor. Vejo nos seus olhos. Sei que a magoei, mas me perdoe. Juro que estava bêbedo!
- Engraçado como todos têm a mesma desculpa. Olhe, Dougie, não quero acabar essa relação magoada e nem brigada com você, então não torne as coisas mais difíceis – disse friamente.
- Amor... Por fav... – disse Dougie, mas logo o cortei.
- Por favor peço eu. Chega desse assunto. Realmente não damos certo juntos. Já não viu quantas vezes tivemos problemas? – disse, o fitando.
- Todo casal passa por problemas, mas são as barreiras que tornam o sentimento mais forte e a relação mais estável – disse Dougie, tentando mudar o que já estava decidido.
- Sim, concordo plenamente, mas nem todo casal suporta as barreiras. Ainda mais quando são construídas para separar e magoar – disse, sentindo uma lágrima sair pelo meus olhos.
Vi que sua expressão facial mudou na mesma hora. Eu não conseguia aceitar, não conseguia perdoar. Ele estava de cabeça baixa. Vi que não havia mais argumentos. Senti vontade de abraçá-lo, falar que tudo não passava de um pesadelo, mas eu estaria mentindo e passando por cima do meu orgulho.
- Tenho que ir, Dougie – disse, pegando em sua mão – Não quero que fique mágoa entre nós – disse, limpando as lágrimas que passavam pelas maçãs de seu rosto – E não se esqueça nunca: eu amo você – disse, me levantando.
- – falou Dougie, me fazendo virar – Tudo bem. Não vou impedir você de ir... Sei do meu erro e vou pagar por ele – disse Doug, fechando os olhos. – Só quero que você nunca duvide que eu a amo demais e que sinceramente me arrependo – falou, deixando por fim suas lágrimas caírem.
- Não duvido.

A ida ao aeroporto foi mais tranqüila do que imaginei. Eu me sentia aliviada por ter falado tudo que pensava para Dougie, mas, ao mesmo tempo, sentia como se uma parte de mim houvesse sido deixa para trás.
Cheguei ao aeroporto três horas em ponto. Em menos de quinze minutos, lá estávamos nós, abraçadas e chorando.
- Amiga, que saudade – disse, apertando mais a minha .
- Quase morri. Você me abandonou – disse , fazendo bico.
- Ah amiga, nem venha. E a Vanessa, como está?
- Ah, ela ainda está namorando, mas agora está trabalhando com o pai. Mandou mil beijos e disse que vem nos visitar assim que o namorado dela entrar de férias.
- Imagine nós todas aqui em Londres.
- Vai ficar até calor, amiga – disse , tentando fazer piadinha (hahaha, eu ri. Amiga, eu a amo, ‘ta?)
- E então, vamos para minha casa ou para a da sua tia?
- Vamos deixar isso na casa da minha tia e depois me leve para conhecer Londres – disse , dando pulinhos.
- Está bom, amiga. Menos, BEM menos!

Em todo o percurso até a casa da tia de , ela não parou um minuto. Contou todas as novidades do Brasil, todos os meninos que ela havia ficado e um tal de Philippe que quase namorou.
- Minha filha, que saudade – disse tia Margarida.
- Tia, há quanto tempo – disse , abraçando a tia.
- Entrem, queridas. Fiquem à vontade – disse tia Margarida, dando espaço para que entrássemos em sua casa.
trocou de roupa, comemos o bolo que sua tia havia preparado e saímos com destino a DEUS PERTENCE.

Paramos em um café para descansar e conversar. Afinal, muitas fofocas para pôr em dia.
- Amiga, e o Dougie? – perguntou com um olhar de pena.
- Encontrei com ele na padaria mais cedo. Conversamos e tudo mais. Acho que agora não tem como voltarmos. Ele me decepcionou muito e acho que esse é o pior sentimento – disse, abaixando a cabeça.
- Entendo perfeitamente. Nem quando terminou com o Alex você ficou assim... E olhe que achei que vocês fossem casar, hein.
- Idiota! Eu também... A gente se dava tão bem... Mas éramos muito diferentes. Enfim... Tenho uma ótima para a gente, amiga! – disse, sorrindo maliciosamente.
- Qual foi? – disse , tentando parecer rata da pista.
- Uma festa de lançamento de um seriado.
- AAAAAAAAAAAH! NÃO PERCO ESSA POR NADA, GATA! Arrumamo-nos na sua casa?
-Claro! Empresto-lhe um vestido e um sapato e está tudo certo, gata – disse animada.

Fomos para minha casa. Já tinha uma idéia na cabeça: quem eu chamaria para ocupar o terceiro convite. não perde por esperar.
Sorri com o meu pensamento e logo chegamos. Tomei banho e logo depois entrou. Resolvi por o “plano” em ação. Disquei um número que já tinha decorado em três toques.
- Oi minha princesa.
- Oi príncipe lindo e gostosão – disse, rindo.
- , dormiu com o palhaço? Eu, hein – disse entre os risos.
- Tudo bem. Vou falar sério agora. Tem alguma coisa para fazer hoje, delícia? – perguntei, rindo já.
- A senhorita não consegue, né? Você me ama muito. Não tenho, não, maravilhosa. Alguma idéia para hoje?
- Tenho uma festa; lançamento de um seriado. Quer me acompanhar? – disse, segurando o riso. Não vai ser o meu acompanhante.
- Por mim, tudo bem. Quem vai?
- , Harry, Tom, , Danny, , Dougie e uma amiga minha.
- , você vai mesmo? E o Dougie, cara?
- Encontrei-o hoje. Está tudo bem. Vou passar de táxi aí às nove horas, hein.
- Está bom, princesa. Estarei prontinho.
- Tudo bem, . Beijos.
- Beijos, .
Assim que desliguei o telefone, saiu do banho. Estávamos numa briga com o guarda roupa. Afinal, que roupa usaríamos? logo escolheu um vestido rosa, longo e tomara-que-caia.
- Amiga, é esse! Amei seu Armani. Lindo demais! – disse , enquanto tirava o vestido do armário.
- Ele é lindo mesmo. Usei no casamento da minha tia – disse, enquanto tirava o meu pretinho básico – Vou com esse aqui. Minha mãe me deu e ainda não usei.
- Lindo, amiga! Dougie vai pirar – disse , dando pulinhos.
- Não quero que ele pire – falei, mesmo sabendo que estava mentindo e muito feio!
- Sei. Como se eu não a conhecesse, né?
Arrumamo-nos. Prendi meu cabelo num coque arrumado, deixando uns fios meio soltos na nuca num ar sexy. fez um coque totalmente preso. Colocamos nossos acessórios e fizemos uma maquiagem forte, definindo nossos traços. Lindas. Sim, nós estávamos lindas.
Pegamos o táxi e fomos em direção à casa de . Eu, inteligentemente, me sentei na frente, deixando atrás “sozinha”. Sou má!
Assim que chegamos à frente da casa de , mandei o táxi buzinar e logo saiu o meu príncipe. Realmente fui tão tola em deixá-lo. Ele é lindo, maravilhoso, gostoso e carinhoso, mas enfim... Agora ele é da .
- , você está lindo – disse, olhando para ele e depois para que estava babando.
- Obrigado, minha linda, mas você só comento quando sairmos do carro. Não consigo vê-la – disse , sorrindo.
- Então, essa ao seu lado é a amiga de quem lhe falei: .
- Prazer, . Pode me chamar de – disse com o sorriso mais galanteador que conheço.
- Pra-prazer, – disse nervosa.

Em menos de dez minutos, estávamos em frente à casa de festas. e já estavam num papo, como se conhecessem há anos. Entreguei os convites ao segurança e entramos. Logo avistei as meninas com seus respectivos namorados. Virei a cabeça e vi Lucas e Bruna, junto com a Maria Carolina.
- Mary, minha linda – disse, a abraçando.
- , que bom que veio. Está linda!
- Você também – sorri – Mary, esse é o e essa, , aquela amiga minha do Brasil.
- Prazer, . Prazer, . Vocês são muito famosos. vive falando de vocês.
- Prazer, Maria Carolina. Ela fala bem, né? – falou a simpática .
- Claro, claro – deixei as duas conversando e fui falar com Bruna.
- Cunhada linda – disse, a abraçando.
- Oi amor. Você está linda! Amei o vestido – disse Bruna, sorrindo.
- Obrigada. Você também está linda. Cadê o Lucas? – perguntei, passando um olhar pelo lugar, sabendo que estava procurando OUTRO e não o Lucas.
- Foi pegar uma bebida para a gente. Cunhada, está tudo bem?
- Está, sim – disse, vendo que o Lucas estava chegando.
- Fale, coisa chata – disse Lucas, entregando o copo a Bruna.
- Fale, feio. Estou saindo. Sua presença me desanima – disse, piscando e deixando os pombinhos a sós.
Estava me sentindo um pouco perdida. e estavam na pista de dança, Harry e também, e Danny se comendo na mesa. Estava no bar quando senti alguém me abraçando pela cintura. CONGELEI.
- Oi bonequinha – disse o dono da covinha mais linda.
- Oi melhor – disse, sorrindo, tentando esconder a tristeza que se passava em mim.
- Dougie me ligou mais ced e, me contou o que aconteceu... – disse Tom, dando um sorriso torto – Não lhe contei nada porque achava que quem tinha que contar era ele.
- Você sabia que o Dougie me traiu? – perguntei, sentindo meu estômago protestar.
- , para ser sincero, não vi os dois se beijando. Só vi a Paula se jogando para ele, sabe?
- Entendo. Ele disse que não se lembra de ter dormido com ela.
- Dormir, ele não dormiu. Até porque eu e Danny que o levamos para casa. Ele estava sozinho no banheiro, colocando tudo para fora – disse Tom, me olhando nos olhos.
- Entendo, mas, mesmo assim, ele não lembra de ter a beijado – disse, abaixando a cabeça.
- ,o Dougie é louco por você e ele ia lhe contar. Ele me falou que ia. Converse com ele, amor.
- Conversei hoje e falei que não ia voltar – disse, sentindo a primeira lágrima cair.
- Não chore, bonequinha. Vai dar tudo certo. Vocês já passaram por tantas coisas... Olhe, vamos curtir a festa. A está na mesa, sozinha. Vamos para lá. Dançamos, bebemos e comemos... O risole de camarão está uma delícia – disse Tom, sorrindo.

Ficamos muito tempo conversando com a e rindo dos agarramentos de Danny e . Já tinha me esquecido da situação com Dougie e a esperança de ele vir já era quase mínima.
- Vamos dançar, amiga! – disse , vindo da pista de dança toda suada.
- Vamos, gata! – chegando à pista, vejo e se beijando. Nem precisaram de um empurrãozinho.
Fiquei dançando com por um bom tempo, até que começou a música lenta e Harry a puxou para dançar. Todos os casais foram para pista: Harry e , Tom e , e Danny, Lucas e Bruna, Maria Carolina e David... Resolvi sentar nos banquinhos do bar.
- Sozinha também? – perguntou uma menina morena.
- Pois é... Prazer. – disse, esticando a mão.
- Prazer. Karin – disse a menina, me dando dois beijinhos.
- E então, está sozinha por quê? – perguntei, vendo a menina olhando para os lados.
- Estou ficando com aquele menino ali – disse Karin ,apontando para o outro lado do salão – Nós brigamos, mas estou meio assim de ir atrás dele.
- Uhm... Também briguei com meu namorado, mas ele ainda não chegou –disse, dando um sorriso torto.
- Estou louca pra abraçá-lo, mas não quero dar o braço a torcer, sabe?
- Sei... Mas brigaram por quê?
- Ah , ele é muito bobo, sabe? Estava com ciúmes do meu melhor amigo. Dá para acreditar?
- Ih... Normal isso – falei, rindo. – Ai Karin, vá lá falar com ele. Deixe de orgulho bobo.
- Acha que devo? – perguntou Karin meio insegura.
- Acho não. Tenho certeza!
- Vou lá então. Um prazer conhecer você, . Esbarramo-nos pela festa – disse Karin, indo em direção ao menino.
Fiquei olhando para o salão tão cheio. Casais dançando, se beijando, rindo e abraçados. Senti uma pontada de inveja, mas eu sabia que tinha o Dougie. Porém, eu não sabia se queria tê-lo depois dessa história da Paula.
- Até que enfim a encontrei – ouvi uma voz familiar.
- Estava me procurando? – disse, sem me virar para encará-lo.
- Estava... Para ser sincero, só vim para vê-la.
- Já me viu mais cedo. Não foi suficiente? – falei friamente.
- Nunca é suficiente a ver um pouco e você sabe disso.
- Acho que você tem que se acostumar. Não estamos mais juntos... E não vai ser bom para nenhum dos dois que fiquemos nos vendo vinte e quatro horas por dia.
- Não vai ser bom você me deixar, isso sim – silêncio – Olhe para mim, .
- O que você quer, Dougie? Que eu finja que você não me traiu e volte de braços abertos para você? – virei, o encarando.
- Não. Não quero isso... – silêncio. Uma nova música estava começando (música tema dos personagens principais da série) – Dança comigo? Fiz essa música na viagem, mandei para o diretor da série, que é meu amigo, e consegui pôr como música tema. Terá a ver com a história, mas a música é para você – senti meus olhos se encherem de lágrimas.
- Danço, Dougie – disse, me levantando e pegando em sua mão. A cena do baile logo me veio à cabeça. Primeira vez que dançamos juntos. A música... Tudo a ver com a gente... E agora, dançaríamos uma música que ele escreveu pra mim.
Posicionamos-nos no meio do salão. Percebi os olhares das minhas amigas em cima de mim, mas, naquele momento, eu não queria pensar em nada. Apenas em nós dois. Senti a mão de Dougie passar por minha cintura e logo posicionei meus braços em seu pescoço.

I'm not a perfect person. (Não sou uma pessoa perfeita)
There're many things I wish I didn't do. (Existem muitas coisas que gostaria de não ter feito)
But I continue learning. (Mas continuo a aprender)
I never meant to do those things to you. (Nunca pretendi fazer aquelas coisas com você)
And so I have to say before I go, (E por isso tenho que dizer antes de ir)
That I just want you to know. (Que quero que você saiba)


A respiração de Dougie em meu pescoço, a letra da música perfeita, a nossa história... Eu tinha vontade de deixar todo o meu orgulho para o lado e aceitá-lo de volta. Eu o amava, eu o desejava, eu o queria.

I've found a reason for me (Encontrei uma razão para mim)
To change who I used to be. (Para mudar quem eu costumava ser)
A reason to start over new, (Uma razão para recomeçar tudo)
And the reason is you. (E a razão é você)


Deixei que a emoção falasse mais alto e me permiti chorar. Não tinha por que ter esse negócio de que “sou forte e não estou sofrendo”. Todos nós sabíamos que era mentira. Eu estava sofrendo, eu sentia falta dele.
- Você está linda. Não chore – disse Dougie em meu ouvido.
- Por que tem que ser assim com a gente, amor? – disse, sentindo minha garganta arder.
- Não sei. Você não faz idéia de como me culpo – disse Dougie com a voz embargada.

I'm sorry that I hurt you. (Desculpe-me por ter machucado você)
It's something I must live with everyday. (É algo com que tenho que viver todos os dias)
And all the pain I put you through, (E toda a dor que fiz você passar)
I wish that I could take it all away, (Eu gostaria de poder afastar tudo isso)
And be the one who catches all your tears. (E ser o único a secar suas lágrimas)
That's why I need you to hear... (É por isso que preciso que você ouça)
“There’s reason for all that I do and the reason is you”. (Existe uma razão para tudo o que eu faço e esta razão é você)


- Dougie, me beije – disse, fechando os olhos – Beije-me e me faça esquecer de tudo, pelo menos agora.
Senti os lábios de Dougie tocarem os meus e era impressionante que, mesmo com todo o sofrimento, mágoa, as sensações eram as mesmas. Nosso beijo era a coisa mais certa e perfeita. Era como se tivéssemos nascido unicamente para nos beijar.
Ele parou de me beijar e me olhou da maneira mais carinhosa possível. Era o mesmo olhar que ele tinha quando me pediu em namoro, o mesmo olhar que ele tinha todas as vezes que dizia que me amava. Aquele olhar carinhoso que era só dele, aquele olhar pelo qual eu era apaixonada.

Ficamos nos beijando bastante tempo. Parecia que eu não precisava de ar. Era como se fosse uma despedida, o nosso último beijo... Tínhamos medo de cortá-lo e falarmos mais coisas que magoam, que sangram... Dougie apertava minha cintura e eu puxava seu cabelo como se só nós estivéssemos ali. Sentia os flashes, os olhares... Ouvia as pessoas falando, a música de fundo, mas eu só me importava com o momento que eu estava vivendo. Sentia-me sem ar, cansada. Precisávamos cortar o beijo, nos encarar e, acima de tudo, encarar a realidade. Cortei o beijo e o abracei.
- Eu o amo muito, Douglas – falei com a cabeça em seu peito.
- Eu a amo demais, amor. Perdoa-me? – Dougie levantou minha cabeça com os dedos.
- Perdoar é nobre. Esquecer é quase impossível, Douglas.
- Então, isso significa...?
- Significa que eu ainda não consigo perdoá-lo completamente. Precisamos de um tempo para a poeira abaixar. Preciso pensar.
- Entendo... Tenho que lhe contar uma coisa.
- Pode falar, Douglas – disse, sentindo certo medo.
- O McFly entrou de férias por causa da turnê de um mês e meio. Vamos ficar de férias por três meses. Sei que a sua formatura já está chegando e dançarei com você, como faríamos um ano no mesmo dia... Enfim, viajo para o Brasil no dia seguinte. Vou fazer um curso por lá e vou deixar você pensar um pouco, colocar as coisas no lugar.
- Vo-vo-cê vai viajar? Vai ficar quanto tempo? – perguntei, segurando a vontade de chorar.
- Dois meses. Volto para saber a sua resposta – disse Dougie, passando a mão no meu rosto.
Não tive mais forças de falar algo. Logo, as meninas me puxaram para saber o que tinha acontecido e ficaram bobas com a minha atitude. Contei para ninguém que Dougie viajaria e assim passou o resto da noite. As meninas na pista e os meninos na mesa, conversando.
Descobri que Karin é a melhor amiga de Maria Carolina. Logo nos enturmamos e marcamos várias coisas depois da festa. O ficante, agora namorado de Karin, estudou com Tom no primário e logo fez amizade com os meninos.
Decidimos que as meninas dormiriam na casa da Bruna e os meninos, na minha casa. Amanhã de manhã iríamos nos encontrar na minha casa para fazer um churrasco.

Capítulo 40
Você realmente pode suportar, realmente é forte e pode ir muito mais longe, depois de pensar que não se pode mais”.


Acordei e as meninas ainda estavam dormindo. Resolvi tomar um banho. Senti minha pele arrepiar com o toque da água quente em meu corpo. Tomei um banho demorado, relaxante. Acho que se ele limpasse tudo, tinha lavado até minha alma. Coloquei um short jeans da Bruna e uma camisa do Blink. Acordei as meninas e disse que passaria na padaria para comprar uns pães e alguns frios para tomarmos café enquanto elas se arrumavam.
Quando passei por uma banca, vi na primeira revista uma foto minha beijando Dougie escrito: “O baixista do McFly não perde tempo...Será que a namorada perdoou a pulada de cerca?”. Senti-me mal, vazia, estranha... Minha vontade era sair correndo e sumir do mapa. Esse é o preço de namorar um rock star? Não sei se estava disposta a pagar.
Fui à padaria, comprei o que tinha que comprar, passei na banca, comprei a tal revista e voltei para a casa de Bruna. Todas estavam prontas apenas me esperando.
- Nossa, cunhada, viu um fantasma? Saiu de um jeito voltou de outro – disse Bruna.
- Não, mas vi essa palhaçada aqui – joguei a revista na mesa.
- Não acredito nisso, amiga. Caraca... Que droga, cara! – disse .
- Esses repórteres não aliviam! Impressionante! – disse
- É claro que não, né, ? Prato cheio essa traição do Dougie – disse, abaixando a cabeça.
- ELE A TRAIU? – disse boba com a revelação.
- Não sei direito. Acho que sim... Nem ele sabe direito – falei, sentindo uma pontada no estômago.
- Que barra, . Olhe, estamos aqui para o que você precisar, né, meninas? – disse Karin, me abraçando.
- Claro! Vamos fazer de tudo para você superar essa fase. Vamos tirar de letras todas juntas – disse Maria Carolina, sorrindo.
- Obrigada, gente – disse, dando um abraço coletivo em minhas amigas.
Tomamos o café da manhã correndo. Arrumamos as coisas que levaríamos para a minha casa e fomos.
Já da porta dava para ouvir a gritaria dos meninos. Sorri ao ouvi-los.
- Dougie veadinho! Está todo bobo, só porque beijou a minha irmã ontem! – gritou Lucas.
- Ah cunhado, fique tranqüilo... Beijo sua irmã já tem um ano e, olhe, ela é uma delícia – gritou Dougie, fazendo meu irmão ficar vermelho.
- Obrigada, docinho. Sei que sou uma delícia – disse, fechando a porta, já com as meninas dentro de casa.
- Er... Eu não sabia que você estava aí – disse Dougie todo vermelho.
- O Dougie está parecendo um pimentão – disse Harry, fazendo piada.
- Cale a boquinha, amor, por favor – disse , indo beijar o namorado.

O dia foi maravilhoso. Fizemos o churrasco, jogamos vôlei, brincamos de pique esconde, pique bandeirinha... Voltamos à infância.
Já à noite, tomamos banho e fizemos um mini-luau em volta da piscina. Já era tarde quando o pessoal resolveu ir embora. Despedi-me de todos e entrei no MSN. Fazia tempo que não falava com o pessoal do Brasil.

’... . acaba de entrar.

Estava entrando no site do McFly, quando vi uma janelinha subindo.

Alex . diz:
Estava pensando em você agora!

' ... . diz:
Ah, é? Pensando no quê?

Alex . diz:
Lembrando dos nossos momentos...

' ... . diz:
Ah, sim. (:
Recordações boas, né?

Alex . diz:
Muito! Se a gente pudesse voltar no tempo, seria tão bom...

' ... . diz:
Mas talvez não tivesse sido tão bom e eu não teria uma lembrança tão boa como tenho, Alex.

Alex .diz
Eu me arrependo das coisas. Sei lá. Sinto sua falta...

' ... . diz:
Já foi. Não se arrependa. :) Eu também. Nosso grupinho era muito bom... Se bem que , e estão aqui em Londres.

Alex . diz:
Estou sabendo. A quase namorou um amigo meu.

' ... . diz:
É, eu sei... Ela me contou!

Alex .diz:
Contou também que na semana que vem estou embarcando para aí?

' ... . diz:
VOCÊ ESTÁ VINDO PARA LONDRES?

Alex . diz:
Vou a trabalho, mas pensei que poderíamos nos encontrar. O que acha?

' ... . diz:
Ah, sim... Podemos. Chega quando?

Alex . diz:
Sábado que vem.

' ... . diz: Dia da minha formatura! Você chega que horas?

Alex . diz:
Chego à tarde. Que horas é a sua formatura?

' ... . diz:
A festa começa às onze e vai a madrugada toda.

Alex . diz:
Vou ver se apareço, então. Você me dá seu telefone? Aí ligo assim que chegar.

' ... . diz:
Ah, claro. 7832-7655.

Alex . diz:
Anotado, minha linda. Agora deixe-me ir. Tenho reunião amanhã cedo. Um beijo enorme. Saudades

' ... . diz:
Um beijo, Alex!

Era só o que me faltava: meu ex-namorado em Londres! Que fase!
Depois dessa, resolvi dormir. Tive uma noite tranqüila e sem sonhos.

Capítulo 41
“Você não sabe o quanto caminhei para chegar até aqui...”.


Sábado, o grande dia!

Acordei super animada, tomei um banho rápido, meu café da manhã e fui ao salão. Tive um dia de princesa. Fiz unhas, sobrancelha, buço, cabelo, maquiagem, com direito até massagem. Passei o dia todo no salão e cheguei a casa eram sete horas. Tinha uma hora para terminar de me arrumar e ir ao encontro das meninas. Tomei um banho na banheira, com cuidado para não molhar meu cabelo. Estava colocando o vestido quando ouvi meu celular tocar.
- Alô? – atendi, sem reconhecer o número.
- , sou eu, Alex. Tudo bem?
- Oi Alex. Tudo, e com você?
- Tudo bem. Olhe, já estou em Londres... Queria passar na sua formatura. Onde vai ser?
- Ah, sim... Na Casa de Festas Monte Líbano. Sabe onde é?
- Eu me acho, mas como faço pra entrar?
- Fale que está com a família . Vão deixar você entrar. Vou comunicar ao segurança a sua presença.
- Tudo bem, então. Até daqui a pouco, minha linda.
- Até, Alex.
Terminei de colocar o vestido, calcei a sandália e desci. Todos já estavam prontos, apenas me esperando.
- Filha, você está linda! – disse meu pai, me dando um beijo na testa.
- Maninha, vai arrasar hoje! Dougie vai ficar maluco – disse Thiago.
-Cale a boca, pirralho! – falei, dando um tapa de testa dele.
Fomos em direção à casa de festas, onde haveria a colação de grau e depois a festa. Fui direto para o lugar onde os formandos deveriam estar. Era tipo um salão de jantar. Avistei as meninas e fui ao encontro das mesmas.
- Nossa, vocês estão lindas! – falei, mandando beijinhos no ar.
- Você está linda. Amei seu vestido, amiga! – disse .
- Estou nervosa, amiga. Nunca fui oradora antes – disse , me apertando.
- Também estou nervosa... Só de pensar em todo mundo olhando para mim e para você... Tenso, amiga! – disse, rindo.
- Vamos, pessoal. Já está na hora de vocês entrarem – disse a diretora.
Fizemos duas filas, uma de meninas e outra de meninos. Por sermos as oradoras, eu e ficamos na frente das duas filas. Por um momento, estremeci, pois assim que pisamos no salão, meu olhar bateu com o de Dougie, que sorriu e me mandou um beijo. Sorri torto e continuei a andar. Posicionamo-nos e sentamos. A diretora deu algumas palavras e logo nos concedeu o microfone. Dei a mão para e fomos até o palco.
- Boa noite a todos. Peço um minuto da atenção de vocês... – disse , sorrindo – Vou ler um texto feito pelos professores, homenageando os formandos. “Que grande emoção...! Um sonho que exigiu vários anos de constante dedicação e estudo está sendo realizado com méritos por vocês, neste momento mágico de suas vidas. Vocês estão celebrando a colação de grau, a merecida cerimônia de formatura. A tímida semente de outrora, hoje é uma árvore robusta com os primeiros frutos de vitória. Uma longa etapa foi concluída com muita garra e o futuro abre as portas para uma nova caminhada. Renovam-se as esperanças em seus corações. Entre sorrisos e lágrimas, brilha uma grande e sublime felicidade. O sonho continua... Que Deus abençoe vocês na vocação que escolherem e os inspirem na emocionante jornada da vida. Parabéns! Sejam felizes! Sucesso!”.
Então o salão todo ficou de pé e as palmas foram dadas. Logo, era a minha vez. Escrevi um texto sobre a turma e homenageava os professores.
- Boa noite a todos os pais, familiares, funcionários e nossa diretora Dolores. “Cada um por si e Deus por todos”. Se você levar esse ditado ao pé da letra, vai acreditar que cada um de nós é o único responsável por suas vitórias e suas derrotas. Pensar assim pode nos deixar tensos. Se estamos sozinhos, temos que agüentar o peso sobre nossas costas – dei uma mirada em Dougie – Tudo que acontecer será por nossa causa. Só que isso não é verdade. Ninguém está completamente só – outra mirada em Dougie – Em cada momento de nossa vida, encontramos pessoas que nos protegem e ensinam, ou pessoas que contribuem para nos desviar do rumo e que foram coniventes com nossos erros. Por mais que vivamos numa cultura individualista, ninguém fez sucesso ou fracassou sozinho. Nesse ano letivo, construímos uma amizade enorme. O companheirismo prevaleceu a todo o momento. Em muitas horas, nos desentendemos, rimos, brincamos e até notas baixas tiramos juntos. Se bem que dessa parte podíamos nos esquecer, né? Ficamos tensos com o vestibular, brigamos por causa de futebol... E nada do que aconteceu poderia ter sido diferente. Foi tão bom, tão intenso e num dia como esse gostaríamos de compartilhar com cada um que contribuiu para o nosso sucesso. E, em nome de toda a turma, peço um muito obrigado para todos os pais e funcionários da escola. Muito obrigada pela atenção. Boa noite.
Então abracei e descemos do palco com as palmas de todos os presentes. Senti uma alegria enorme, uma vontade de chorar. Era meu último ano na escola e, a partir daquele dia, tudo seria diferente.
Recebemos o diploma e então começou a festa. Abracei meus pais e meus irmãos. Fotos para lá, fotos para cá. Minhas amigas todas presentes e mais fotos... Logo avistei Alex no meio da multidão e percebi a cara de nojo que minha mãe fez.
- , você está linda! – disse Alex, me dando um abraço.
- Obrigada. Você também está, Alex – disse, dando um sorriso forçado.
- Podemos dar uma voltinha? – disse Alex com um olhar malicioso.
- Tem que ser agora? Estou meio ocupada, dando atenção às pessoas... – disse, tentando fugir.
- Você não me vê há mais de dois anos, . Deixe de ser boba. Vou embora daqui a pouco. Tenho compromissos amanhã.
- Está bom. Vamos, então – disse, me sentindo estranha.
Fomos caminhando até um jardim do lado de fora do salão. Sentia o olhar pesado de Alex e, se algum dia me senti mal com a presença dele, hoje eu estava pior ainda.
- Sinto sua falta – disse Alex, cortando o silêncio.
- Sinto falta de todos do Brasil – disse, sorrindo torto.
- Falei que sinto A SUA falta, . Se não sente a minha, não precisa mudar o rumo da conversa – disse Alex com um olhar estranho.
- Sinto falta de você. Normal. Sempre fomos amigos – falei, sorrindo.
- Eu queria poder voltar ao tempo e concertar todos os erros que cometi. Você nunca mereceu – disse Alex, pegando em minha mão.
- Não vamos conversar sobre isso. Afinal, já foi. Não temos o que fazer para mudar... Mas fui feliz enquanto namorei você – disse, tirando a mão.
- Por que você está fugindo de mim? – falou Alex, se aproximando perigosamente.
- Não estou fugindo... – disse, me sentindo sem graça.
- Então posso beijá-la? – disse Alex, me beijando, sem nem dar tempo de eu responder.
Não correspondi. Quanto mais eu tentava fugir, mais ele me apertava contra ele. Depois de muitas tentativas, consegui me soltar e dei um tapa na cara dele. Logo avistei Dougie parado na porta do salão, nos olhando. Lá estava aquele olhar que eu conhecia tão bem, mas dessa vez brilhava por estar segurando as lágrimas. Aquele olhar que nunca desejei ver.

Capítulo 42
“É difícil saber que vou ter que te esquecer”.


Narração por Dougie:

Estava no salão, aguardando que a turma da entrasse para começar a colação de grau. Assim que vi e entrando, na frente de toda a turma, senti meu coração pular, rodar, cair... Senti-me impotente, sujo... Como eu podia ter feito tão mal a uma pessoa tão linda e maravilhosa?
Meu olhar se encontrou com o seu e mandei um beijo no ar. Ela apenas sorriu e se posicionou. Durante o texto que lia, percebi alguns olhares para mim... Aquilo estava me matando. Minha vontade era de ir até aquele palco, dizer que tudo não passava de uma pegadinha, que eu a amava e nada e nem ninguém iria nos separar.
Assim que acabou a colação, fui ao bar pegar um drinque. Quando voltei, vi conversando com os pais e irmãos. Resolvi esperar. Ainda tinha a noite toda.
- E aí, cara, está tudo bem? – falou Harry, me acordando do transe.
- Sei lá. Estou quase desistindo de ir para o Brasil – disse, sorrindo torto.
- Acha que agüenta dois meses longe de todos e principalmente DELA? – disse Harry, apontando para uma sorridente.
- Preciso... Ela precisa... Vai ser melhor para todos – disse, me sentindo inseguro.
- Então está bem... Vou lá falar com a . Senão, ela já vai começar a dar ataque, achando que eu estava me agarrando com alguma fã. Sabe como é, né? – disse Harry, rindo.
- Sei... Vá lá, apaixonadinho – falei, dando um tapa no ombro de Harry e me virando novamente para a família .
Então percebi que já não estava mais com eles. Era a hora. Era a minha hora. Falaria tudo que estava sentindo e como eu estava feliz por ela ter conseguido acabar o ano letivo bem agora, numa nova etapa, em que eu desejava estar com ela. Procurei-a por todo o salão. Ninguém tinha a visto. Até que avistei e resolvi tentar a sorte.
- zinha, viu a por aí? – perguntei.
- É... A ? Então... – disse com uma expressão de assustada.
- Ih... Pronto. Fale, . Onde ela está? – perguntei, sentindo o nervoso subir por minhas veias.
- Cara, vou falar, mas não quero problemas para mim. Ela está no jardim – disse , saindo disparada de perto de mim.
Fui em direção ao jardim. Ao chegar à porta, vi um cara beijando a MINHA namorada, a MINHA menina. Senti um gosto amargo na boca na mesma hora. Não sentia as minhas pernas e, a cada segundo, era como se alguém tivesse me socado o rosto. Senti as lágrimas se formarem em meus olhos e lá estava ela, aos beijos. Eu não tinha o direito de julgar. Estávamos solteiros e eu a traí. Mas eu não conseguia suportar, não conseguia me mexer... Eu estava vendo a mulher que mais amo beijando outro.
Minutos depois, saiu dos braços do cara e lhe dá um tapa na cara. Virando o rosto, me encontrou parado na porta. Vi em seu olhar um pedido de desculpas, uma tristeza, e talvez até uma explicação. Porém, eu não queria ouvir, não queria aceitar. Eu não podia... Eu não queria... Saí de lá correndo.

Capítulo 43
“Sinto-me só, mas quem é que nunca se sentiu assim...?”.


A tristeza percorreu por todo o meu corpo. Sentia-me pesada. Por mais que Dougie tivesse me magoado, eu não queria fazer aquilo com ele, não queria beijar Alex... Dougie retribuiu meu olhar e depois saiu correndo. Quando fui tentar ir atrás dele, senti alguém segurando meu braço.
- Você está maluca? Vai correr atrás de alguém que a traiu? – falou Alex com os olhos maliciosos.
- Sinceramente, Alex, não sei nem por que você veio. Nem o queria aqui! Suma da minha vida! – disse, cuspindo as palavras.
- CALE A BOCA, SUA IDIOTA! VOCÊ É SEMPRE ASSIM, NÉ? POR ISSO QUE EU SAÍA SEM LHE CONTAR! POR ISSO FIQUEI COM VÁRIAS SEM NEM VOCÊ SABER! OTÁRIA, VÁ LA, CORRER ATRÁS DESSE MANÉ, COMO VOCÊ FAZIA COMIGO! – disse Alex, apertando meu braço com força.
- Eu o odeio... Tenho nojo de você! – falei e saí correndo atrás de Douglas.
Procurei por todo o salão e nada. Perguntei aos meus pais, às meninas e para os meninos também. Ninguém sabia dele. Até que meu melhor amigo, lindo, maravilhoso e delícia me deu uma ótima idéia.
- , eu estava pensando em um lugar... Não que o Dougie tenha me falado, mas assim... Apenas pensei – disse Tom com um olhar significativo.
- Onde ele está, amor? – disse, fazendo bico.
- Você já pensou em ir até aquela árvore do outro lado do jardim? – disse Tom, sorrindo.
- Eu o amo, Thomas Fletcher. Seria nada sem você – disse, o abraçando.
- Eu também, . Sei que sou tudo para você... Mas vá logo, garota!
Fui andando (leia-se: correndo) até a tal árvore e lá estava Dougie, de cabeça baixa e com as mãos no cabelo. Fui me aproximando, sabendo que ele notava a minha presença.
- Você é tão previsível, – disse Dougie, sem me olhar.
- Sou obrigada a discordar de você. Às vezes, nem eu sei como vou agir.
- Talvez eu a conheça muito bem... Só não esperava o beijo na sua linda formatura, com o seu lindo ex-namorado, na minha frente – disse Dougie, se virando para me encarar.
- Não o beijei, Douglas. Ele me agarrou! Em momento nenhum correspondi ao beijo – falei, sentindo as lágrimas brotarem.
- Ah, claro. Entendo – disse Dougie com ironia – Assuma, . Assumi meu erro, corri atrás e tudo mais. Seja mulher suficiente, como foi para terminar tudo que tínhamos por uma coisa que eu nem se quer me lembro.
- Coloque-se no meu lugar, Douglas. Todas as revistas anunciam a sua traição, falam do nosso beijo na festa de lançamento da série... Você agiria como? IMAGINE A MINHA CABEÇA, DOUGLAS! – falei, elevando a voz.
- Por que você também não se coloca em meu lugar? Que merda, . – Dougie falou, se levantando.
- Quer saber? Estou cansada da sua pessoa, Douglas. Você só entrou na minha vida para me trazer problemas! Só choro, sofro e sou feita de otária! Estou cansada. Não agüento mais – falei, segurando as lágrimas.
- Quer saber também? Você é uma egoísta e só pensa em si mesma. Nunca sequer veio conversar para saber COMO eu estava, sobre o que EU pensava... Você gosta é de se fazer de coitada e, sinceramente, ESTOU ACABANDO TUDO por aqui... – disse Dougie me olhando com amargura.
- Ah, agora eu sou a egoísta? Enquanto estava aqui, o esperando e morrendo de saudade, recebendo vários cortes no telefone, você estava lá, se divertindo com os garotos na noitada, bebendo e ficando com a Paulinha. Você nem sequer pensou em como eu me sentiria sendo traída, né? Mas se bem que já estou me acostumando... Acho que nasci para isso... Mas não vou ficar falando dos meus problemas, até porque você mesmo falou que gosto de me fazer de coitada. E está acabando com o quê? Se tínhamos mais nada? É até bom. Curta o Brasil sozinho. Se quiser ficar lá pra sempre, que fique. Vai fazer falta nenhuma! – falei, sentindo as minhas próprias palavras me magoarem.
- Está certa, . Estou cansado de discutir com você... Não agüento mais. NUNCA vamos nos entender mesmo! Estou indo embora... – disse Dougie, se virando e indo em direção à porta do salão.
Fiquei parada, vendo-o indo embora. Senti-me tão fraca, impotente... Eu não queria terminar tudo com Dougie. Será que era necessário? Não, não era. Agora eu tomaria a atitude certa, sem pensar na razão.
- DOUGIE! – gritei, vendo Dougie parar de andar na mesma hora – DOUGLAS, ESPERE! – gritei, correndo em sua direção – Não vá embora, por favor.
- Não tenho mais motivos para ficar, – disse Dougie com um olhar magoado.
- Claro que tem. Hoje é o nosso dia... Um ano de namoro, Dougie – disse, sorrindo torto.
- Não, . Não é. Olhe a que ponto chegamos: um gritando com o outro, humilhando, falando coisas horríveis. Não dá mais para continuar assim. Um relacionamento cheio de mágoas, mentiras, traição... Acabou, . Não temos mais força e nem condição de estarmos juntos – disse Dougie, deixando as lágrimas caírem.
- Não... Não fale isso. Falei sem pensar... Eu o amo, Dougie. Não quero ficar longe de você. Por favor, não vamos agir de cabeça quente – falei, me desesperando.
- , preste atenção – disse Dougie, segurando meu queixo – Eu a amo mais que tudo. Não sei como vai ser daqui pra frente, mas vai ser importante para nós ficarmos distantes. Não está dando desse jeito. Vai ser melhor assim.
- Não vai ser melhor paa mim viver longe de você – disse, deixando as lágrimas caírem.
- , agora eu que estou pedindo... Não dificulte mais as coisas. Por Deus, estou me controlando para seguir a razão e não deixar o coração falar mais alto.
- Então deixe, Dougie, por favor – disse, chorando, e Dougie apenas balançou a cabeça como negação – Tudo bem... Posso lhe dar um presente? Eu tinha comprado para lhe dar quando fizéssemos um ano.
- Claro... Tudo bem – Dougie disse, sorrindo torto.
Fomos caminhando até o salão. Peguei minha bolsa e tirei um pequeno embrulho. Segurei a mão de Dougie e o arrastei para o jardim novamente.
- Espero que goste e use. O outro presente, lhe dou amanhã quando for me despedir de você no aeroporto. Era grande para eu trazer para a festa – disse, sorrindo e entregando o embrulho.
- Muito bonito. É claro que usarei. Prometo que independentemente de onde eu esteja, esse cordão não sairá do meu pescoço – disse Dougie, enquanto colocava o cordão com um pingente com as nossas inicias escritas num coração – E o seu presente também entrego amanhã- disse Dougie, sorrindo.
- Hoje só quero um presente – falei, olhando para baixo.
- Qual? – perguntou Dougie inseguro.
- Quero que você fique o resto da noite comigo, aproveitando a minha formatura. Quero que hoje você seja meu, Dougie – falei, olhando nos olhos dele.
- Mas sempre fui e ainda sou seu.
- Não como quero que seja hoje – disse, mordendo o lábio inferior.
- Tudo bem... Terá o seu presente – disse Dougie, chegando mais perto. Abracei-o na mesma hora. Eu não queria que a distância fosse maior do que um beijo e outro.
- Beije-me, Douglas. Diga que me ama, que me deseja e que podemos dar certo... Que tudo que está acontecendo agora não passa de uma fase ruim que vamos vencer juntos. Diga que você precisa de mim, da mesma forma que eu preciso de você... – sussurrei em seu ouvido.
Não precisei insistir. Senti os lábios de Dougie encostando-se aos meus. Nossas línguas faziam uma dança única e sensual e com que eu me esquecesse de que existia um mundo além de nós dois...
Ficamos um bom tempo nos beijando. Quando cortamos um beijo, abrimos um sorriso e fomos para o salão. Dançamos com o pessoal, brincamos, tiramos fotos... Tudo como um casal normal faria, se não tivessem brigados e nem tivessem terminado.

A noite passou voando. Quando fui ver, já eram seis horas da manhã e todos estavam se despedindo e marcando para levar Dougie ao aeroporto.
- E aí, quem vai levar o Dougie para o embarque com destino à perdição? – disse Harry, tentando fazer piada.
- Todos, né? E, amorzinho, não sei por que perdição. Éramos as mais gatas do Rio de Janeiro – disse , sorrindo.
- Vamos todos, sim. Harry, não fale merda. O Dougie é da gatinha – disse Danny, piscando para mim.
- Beleza, gente. Três horas no aeroporto, ok? – disse Dougie, ainda segurando a minha mão.
- Ok. Tchau gente! – disse , se afastando com Danny.
Todos foram, restando apenas eu e Dougie que me olhava de forma carinhosa.
- Posso ir para sua casa? Queria ficar mais um pouquinho com você – pedi fazendo beiço (SEMPRE funciona).
- O que você pede que não faço? Claro que pode, – disse Dougie, sorrindo.

Capítulo 44
“Eu quero ser um lindo sonho para o seu coração. Quero fazer da sua vida poesia e canção”.


Fomos o caminho todo conversando, rindo, nos abraçando e beijando, como não fazíamos há algum tempo.
Em menos de vinte minutos, estávamos na casa dele, aos beijos no sofá.
- Do-Dougie – disse, cortando o beijo, sem ar.
- Oi .
- Eu quero – disse, sorrindo e colocando meu cabelo para trás da orelha.
- O que, ? – disse Dougie confuso.
- Quero fazer amor com você, Dougie. Agora entenda, porque já estou sem graça – disse, colocando uma almofada na frente do rosto.
- Ai, que bonitinha, cara. Não fique com vergonha, não – disse Dougie, sorrindo, enquanto eu arriscava abaixar um pouco a almofada – Olhe para mim, .
Abaixei a almofada, sentindo meu rosto pegar fogo. Ele me olhava com carinho, amor e afeto. Senti-me tão completa. Apenas sorri, olhando para as minhas mãos que faziam uma dança frenética, mostrando meu nervosismo.
- Olhe, , estou sendo obrigado a mudar meu discurso. Você realmente me surpreende – disse Dougie, sorrindo e encostando sua mão à minha.
- Dougie, eu já havia me decidido, mas houve toda essa complicação e acabou adiando... Mas, sinceramente, não me importo com o que as revistas, as pessoas falam. O meu amor por você é maior e me sinto pronta e preparada – disse, sorrindo.
- , meu lado homem está gritando, mas meu lado apaixonado e respeitador está falando mais alto ainda. A gente demorou tanto para chegar a essa fase... Acho que poderíamos esperar mais um pouco. Vou viajar hoje, amor. Não quero deixá-la aqui sozinha durante tanto tempo, para depois resolvermos nossa situação – disse Dougie com um semblante sério.
- Eu sei disso tudo, mas vou esperar você voltar, vou esperar você se decidir... Eu quero você. E quero ter você comigo para sempre. Acredito no nosso amor, eu acredito na GENTE – falei, sentindo uma lágrima cair.
- Eu não sei... – disse Dougie.
- Mas eu sei... – falei, me sentando em seu colo de frente para ele, e o beijei como nunca havíamos nos beijado antes.
No início, senti Dougie um pouco travado, mas logo começamos uma dança sensual de línguas e mãos. Dougie me deitou no sofá, ficando em cima de mim. Seus beijos se alternavam entre meus lábios e pescoço. As mãos dele apertavam minhas coxas e subiam cada vez mais meu vestido. Sentia sua excitação entre minhas pernas, então as roupas começaram a incomodar. Já não agüentando mais, senti Dougie abrir o zíper de meu vestido, dando beijos molhados em minhas costas. Colocou-me em pé num movimento rápido e ágil, tirando meus braços das alças e fazendo com que meu vestido caísse num movimento único e sensual. Com calma e olhando nos olhos dele, desabotoei meu sutiã, o deixando cair ao lado do vestido. Com as mãos tremulas, abri os botões da camisa, a arremessando do outro lado da sala. Ajoelhei-me na frente de Dougie e tirei o cinto, desabotoando a calça junto. Ele estava só de boxer e eu já me encontrava apenas de calcinha por baixo dele no sofá. Continuávamos nos beijando. Agora, eu tinha mais certeza do que nunca de que queria aquilo.
Dougie me pegou no colo e me levou para seu quarto, me deitando na cama da forma mais carinhosa possível. Olhou-me nos olhos, mordendo o lábio inferior, começando a beijar meus pés e subindo até a borda da minha calcinha, a tirando com os próprios dentes. Senti minhas bochechas queimarem e mais uma vez soltei um risinho envergonhado. Ele me olhou tirando sua boxer e sussurrando um “eu te amo” tímido. Ainda me beijando, Dougie pegou o preservativo, o colocando com a maior facilidade. Assim que terminou, me olhou e sorriu.
- Eu te amo e farei de tudo para que seja perfeito – disse Dougie, abrindo minhas pernas e se encaixando, como se pudéssemos nos fundir e nossos corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço. Mordi os lábios ao sentir Dougie dentro de mim. Sentia dor, mas ao mesmo tempo uma onda de tranqüilidade e desejo tomou conta de mim.
Os movimentos sutis e uniformes de Dougie me faziam gemer e sussurrar coisas sem sentido. Agora, mais do que nunca, sentia Dougie completamente meu.
Entre beijos e investidas, arranhões e mordidas, chegamos juntos ao orgasmo. Senti o corpo de Dougie caindo sobre o meu e seus lábios encostados à minha testa. Ficamos por um bom tempo apenas abraçados, sentindo e ouvindo a respiração do outro, até que senti meus olhos pesarem.
- Obrigada por tudo, amor. Foi maravilhoso – disse, antes de cair em sono profundo.
- Eu te amo, amor. Foi a melhor de toda a minha vida – respondeu, logo dormindo também.

Capítulo 45
“Não, não me deixe mais. Nunca me deixe...”


Narração por Dougie.

Acordei com o despertador gritando. Duas horas da tarde. Ainda não havíamos comido nada e eu precisava me arrumar e tomar banho. Esfreguei os olhos e me espreguicei, sentindo um peso sobre meu peito. Era ela, na mesma posição de quando acabamos de fazer amor. Era tão bom senti-la total e unicamente minha, fazê-la sussurrar meu nome e que ela dissesse que me ama. Fazê-la dormir, delirar ou até mesmo sorrir... Sinto-me tão somado, tão completo.
Com cuidado, me levantei e fui até o banheiro, sem fazer barulho, tomar banho. Coloquei só uma boxer um fui preparar o nosso almoço rápido. Com tudo pronto, subi e fui acordar a .
- , meu amor, está na hora... – disse, dando beijinhos por todo seu rosto, e ela nem se mexia – Vamos, sua preguiçosa. Senão, vou me atrasar – disse, sorrindo.
- Opa, aí mesmo que eu durmo – disse , ainda de olhos fechados – Venha aqui, venha. Dê-me um beijo de bom dia.
- Está querendo me seduzir, sua pervertida? – disse, me sentando na cama e a abraçando – Vá tomar um banho, . O almoço já está pronto.
- Ai, pare de ser chato. Deixe-me dormir... Aliás, venha dormir comigo – disse , me puxando.
- Mesmo que eu queira, não posso. Vamos, . Venha tomar banho – disse, procurando forças para não ceder. Aquilo estava me matando. Eu não poderia desistir de ir para o Brasil.
- Está bom, chatinho – disse , levantando-se completamente nua. Quando ela percebeu, notei que a menina estava corando. Sorri malicioso.
- Vou pegar uma toalha. Vá entrando no banho – disse, saindo do quarto.
Fui ao quarto de hóspedes, peguei uma toalha grande e felpuda. Voltei para o meu quarto, dei uma arrumada na cama e fui até o banheiro. Abri a porta, sem bater. estava lavando os cabelos, com os olhos fechados e o rosto sendo banhado. Senti um arrepio subir por todo meu corpo, mas me controlei.
- , aqui está a tolha – disse, fazendo-a pular com susto.
- Ai Douglas, que susto! Ninguém o ensinou a bater na porta, não? – disse , fazendo bico e limpando os olhos.
- Não sabia que, para entrar no MEU banheiro, eu precisava bater – disse só para implicar.
- Tem que bater quando tiver uma dama, ou melhor, quando EU estiver nele – disse séria.
- Tudo bem...
- Dougie, meu olho – disse , coçando – Está ardendo... Chegue aqui, por favor. Está ardendo – disse , fazendo uma voz de dor.
- Desculpe-me, . Onde está ardendo? – disse, chegando perto.
- Venha tomar banho comigo, seu bobo – falou, me puxando para baixo do chuveiro.
- Sua pervertida, estou todo molhado agora. Só você mesmo... – disse, sorrindo.
- Assim que eu gosto, AMOR! – disse , dando ênfase ao amor.
Começamos a nos beijar e fizemos amor mais uma vez.
Terminei de dar banho na , nos vestimos e fomos almoçar.
- Quem fez esse macarrão, Dougie? – perguntou , enquanto enchia mais uma vez o prato.
- Pelo visto, está bom, né? Terceiro prato... Não sei como uma pessoa tão pequena e tão magra consegue comer tanto – disse, rindo da careta que fez – Mas fui eu que fiz. Pode falar... Melhor que cozinheiro francês.
- Não posso nem brincar falando que está ruim, porque está uma delícia! – disse de boca cheia.
O resto do almoço foi tranqüilo. Conversamos, trocamos carícias e beijos. Eu não reconhecia a que estava comigo. Era como se ela tivesse apagado toda a história da Paula, do Alex, da Louise... Como se todo o nosso amor não tivesse tido problema algum. Mais uma vez, meu coração protestava. Era como se minha cabeça me mandasse viajar e meu coração gritasse para que eu ficasse ao lado da mulher que amo e, que hoje, mais do que qualquer, dia era MINHA.
Subimos, escovamos os dentes com mais palhaçadas de e fomos para o aeroporto. Assim que chegamos ao estacionamento, todos já estavam lá: e Harry, e Tom, e Danny, e , Karin e Diogo, Maria Carolina e David. me olhou e deu um sorriso forçado. Seu olhar era triste. Sorri de volta, transmitindo força para ela. Não queria vê-la triste. Saltamos do carro e o pessoal veio em nossa direção.
- E aí, Dougie? Não desistiu mesmo de ir para o Brasil? – disse , olhando para mim e depois para .
- Não dá para deixar de ir, . É necessário, de verdade – respondi, olhando de rabo de olho para .
- Ai Dougie! Vou sentir sua falta, cara! – disse Danny, me abraçando.
- Eu também, Danny... Vou sentir saudades de todos!
- Vamos lá para dentro, gente. Ou querem ficar no estacionamento? – disse .
- Vamos, né, amor? Já dá para soltar o Dougie – disse , puxando Danny.
Seguimos para o saguão e ficamos conversando e rindo. O pessoal estava bem descontraído. Acho que queriam suavizar a situação com a . Mal sabiam eles que já tínhamos nos resolvido... Só daríamos um tempo para termos certeza.
Fui até o atendimento e meu vôo sairia em quinze minutos. Voltei para me despedir do pessoal.
- Gente, meu vôo já vai sair. Vou morrer de saudade de vocês! – disse com um sorriso torto.
- Dougie, o que vai ser desses dois meses sem você para me ligar de madrugada com as idéias para uma música nova? – disse Tom, me abraçando.
- Fletcher, ligo do Brasil. Amo você, cara!
- Ah Douglas, que saco! Já me acostumei com você me zoando para saber dos documentos do Tom... Vou morrer de saudades! – disse com os olhos cheios de lágrimas.
- Ah , já dei o tamanho há tanto tempo... Isso tudo é para deixá-la sem graça e vermelha. Você fica uma gracinha – falei, abraçando-a forte – Obrigada por tudo, amiga linda.
- Seu palhaço, idiota e sem noção! Vá com Deus. Vou ficar com saudades. Curta bastante as praias do Rio, mas sem olhar para as mulheres, hein – disse .
- Pode deixar, mas deixe o seu ciúme para o Harry. Sou comportadíssimo. Fique tranqüila.
- Já disse: não sei viver sem você, Douglas. Que merda! Fica inventando essas viagens do nada... – disse Danny, chorando.
- Ih, meu namorado está meio gay hoje... Venha, amor. Pare de bobeira. Vai ser bom para o Dougie – disse , piscando.
Despedi-me de todos e senti um frio na barriga quando fui falar com .
- Já lhe disse que odeio despedidas?
- Não... Nunca me falou – respondi, pegando em suas mãos.
- Por incrível que pareça, odeio tristezas... – disse , sorrindo torto – Mas não estou triste. No fundo, estou feliz. Tive a minha primeira vez com o melhor cara de toda Londres; o cara que eu amo... – disse , deixando escapar uma lágrima – Estou feliz por saber que não guardo mais mágoa alguma, por estarmos bem, independente do que aconteça quando você voltar de viagem.
Vendo que eu estava sem palavras, continuou.
- E não quero que você vá embora triste, que tenha a minha última imagem triste, chorando... Porque não quero chorar, ficar triste. Sei que você volta logo, que ainda temos muita coisa a viver juntos – sorrindo, ela me olhou – Sei que você volta para mim... Sei que o nosso amor é mais forte que isso tudo. E vou estar aqui esperando por você, amor – então me abraçou.
- Eu te amo, – foi a única coisa que consegui dizer. Minhas lágrimas já falavam por mim.
- Agora vá, Dougie – disse , sorrindo – Boa viagem. Aproveite bastante! O Brasil é lindo.
- Desculpe-me por tudo – disse, ainda chorando.
- Não há do que se desculpar – disse, selando nossos lábios.

“Passageiros do vôo 653, com destino ao Brasil, dirijam-se à sala de embarque.”

Pensei em desistir, em deixar todo o orgulho e pensamentos para trás. Olhei-a mais uma vez e lá estava aquele sorriso que sempre me apoiava, me dava forças.
- Vá, Dougie. Chegou a hora! – disse .
- Eu... Eu não sei – falei, tentando organizar meus pensamentos.
- Vou estar o esperando, Douglas – deu-me o último beijo e me abraçou.
Peguei minhas malas e as dei para o funcionário. Olhei-a pela última vez, indo em direção à tal sala. Senti a dor da saudade já tomando meu coração. Virei para trás e lá estava ela, do mesmo jeitinho, sorrindo.
- E-u a-m-o v-o-c-ê! – disse , fazendo os movimentos com a boca.
- P-e-r-d-o-e-m-e! – respondi, entrando na sala, sem conseguir conter as lágrimas. Já era tarde de mais.
Um novo destino: BRASIL.

Capítulo 46
“Procure aprender com cada experiência vivida e entender as lições por trás dos fatos do dia-a-dia”.


Narração por Thomas Fletcher.

Durante toda a “despedida” de Dougie, fiquei prestando atenção na atitude de cada um. Ver a minha se emocionando me deixou tocado. Nunca tinha a visto se emocionar com uma coisa tão “boba”, como ela mesma diz. Todos nós no fundo ficamos tristes por sabermos o verdadeiro motivo de Dougie estar “fugindo” - se é que podemos dizer que isso é uma fuga. Sinceramente, não sei interpretar de outra forma.
Todos estavam vendo uma forte, que estava dando apoio para a melhor decisão a ser tomada, mas eu, que acompanhei toda história, não acho que foi a melhor coisa a se fazer. Entendo que a vida dos dois deu uma volta de trezentos e sessenta graus, porém as coisas não se resolvem assim. Quando Dougie entrou por aquela porta e a minha melhor amiga me olhou, vi o quanto ela estava fraca e toda aquela capa de ser “forte e estou apoiando você” desmoronou no mesmo momento. Ela apenas me olhou com um olhar vazio e triste. Não chorou e nem se moveu, mas eu sabia que a menina precisava de mim. Mandei levar todos embora, que eu ficaria o resto do dia com a .
Depois de me despedir de todos, fui andando até minha amiga que estava na mesma posição, como se estivesse em estado de choque, num estado vegetativo.
- Bonequinha, meu amor, vamos – disse, tocando em seu braço.
- Vamos - sussurrou .
Fomos caminhando até o carro. estava me abraçando e não dizia uma palavra. Não chorava, mas também não sorria. Tinha uma expressão indecifrável. Entramos no carro e, durante o percurso, silêncio total. Quando parei no sinal, olhei-a e ela continuava a olhar para o nada. Porém dessa vez falou.
- Tento entender... Tínhamos TUDO para dar certo, mas fizemos TUDO para dar errado! – disse , sem me olhar.
- Bonequinha, preste atenção. Vocês deram certo no tempo que estiveram juntos... – disse, dando partida.
- Nós transamos, Tom.
- O QUÊ?! VOCÊS O QUÊ?! – gritei devido o susto.
- Nós transamos. Até parece que você não sabe o que é isso – disse , dando um sorriso torto.
- Bobona. Quando foi isso?
- Hoje mais cedo, quando fui para a casa dele...
- Aquele miserável fez isso com você? Transou e foi embora? – disse, sentindo uma revolta absurda.
- Calma, Tom. Ele não queria. Falou exatamente isso, mas eu quis. Foi maravilhoso, perfeito! Não me arrependo nem um pouco e, no fundo, sei que vamos ficar juntos quando ele voltar – disse , olhando-me – Isso, se ele voltar, né?
- Ah, ‘ta... Mas é claro que ele volta. Tem o McFly, a família dele, você... Não diga uma bobeira dessas.
- Eu estava confiante, Tom. Estava segura, passando força para ele... Mas parece que a minha foi sugada. Sabe? – disse com os olhos cheios de água.
- Bonequinha, sinceramente, não posso falar que sei como se sente, que é para você ficar calma e que tudo passa, porque sei que isso irrita mais – suspirei – Olhe, vamos passar uma semana só nós dois? Amigos gordinhos e tensos. O que acha? Comendo muitas besteiras, vendo aqueles filmes melosos, fazendo compras no shopping... Enfim, o que acha? Serei seu bonequinho durante uma semana! – disse, sorrindo.
- Tom, eu amo você! – disse , chorando mais e me abraçando, fazendo com que eu encostasse o carro – Não tenho palavras para lhe agradecer, amigo. Você sempre tão presente, tão lindo e tentando me deixar mais feliz!
- Ah boneca, faço isso tudo porque quero ver você bem. Tenho-a como uma irmã mais nova. Olhe, vamos fazer isso. Sei que vou parecer meio gay, mas tenho a e ela sabe muito bem que de gay tenho NADA! – disse, rindo.
- Ai, saia daqui, seu pervertido. Nem quero saber de detalhes! - disse , rindo – Tudo bem, delícia. Vamos ter uma semana só nós dois. Amigos gordos, tensos e fúteis – completou, sorrindo mais ainda.
Voltei a dirigir. Liguei o som e logo começou uma música da Madonna. Ficamos cantando feito loucos. Era bom ver a minha amiga sorrir e gargalhar de novo.
Depois de rodarmos a cidade toda, deixei em casa com um humor diferente. Nem parecia a menina em choque no aeroporto.
- Gatinho, você vem me buscar que horas amanhã? – perguntou num tom sexy.
- Oh delícia, umas sete horas está bom para você? – pisquei e mordi os lábios.
- Excelente. Sem atrasos. Ok? Estarei o esperando, linda e maravilhosa.
- Tudo bem. Beijos, boneca.
Então arranquei o carro em direção à casa da minha namorada.

Capítulo 47
”Pode me abraçar sem medo... Pode encostar sua mão à minha”.


Narração por .

Depois de passar a tarde toda com Tom, cheguei a casa me sentindo melhor. Meus pais tinham viajado. Iriam fazer uma segunda lua-de-mel em Bariloche. Lucas ia dormir na casa da Bruna e Thiago estava na festa de um amigo e dormiria lá também. Resumindo, a casa era só minha.
Tomei um banho relaxante, peguei a minha calça de moletom, um casaco e coloquei minha meia de dedinho. Estava pronta para uma noite de gordinha tensa, solteira e solitária. Fiz um brigadeiro, pipoca, coloquei coca-cola na minha caneca e fui ver Ghost. Chorei durante o filme todo e, é claro, comi toda a pipoca e todo o brigadeiro. Já era de madrugada quando resolvi dormir. Afinal, amanhã eu tinha que estar linda e maravilhosa para passear com o meu melhor amigo.



Acordei eram dez horas da manhã. Escovei os dentes, lavei o rosto e fui preparar o meu café da manhã. Fiz panquecas e me lembrei que era o café da manhã que Dougie mais gostava quando eu fazia. Peguei meu iPod, conectei no som e escolhi a pasta “Sandy & Junior”. É bom se lembrar da infância. Como eu, e ficávamos loucas pra conseguir ir ao show deles... Ri sozinha ao me lembrar.
Começou uma seqüência de músicas: “A Lenda”, “Não dá para não pensar”, “Maria Chiquinha”, entre outras. Não tinha uma que eu não soubesse a letra.
Estava lavando a louça quando de repente começa “Estranho Jeito De Amar”.

“Quanta bobagem
Tudo o que se falou.
Me olho no espelho
E já nem sei mais quem sou.

Quanto talento
Para discutir em vão.
Será tão frágil
Nossa ligação?

Não tem que ser assim.
Tanto desencontro, mágoa e dor.
Para que a gente tem que
Se arriscar?

Então volta para mim.
Deixa o tempo curar
Esse estranho jeito de amar.

Falsas promessas,
Erros tão banais.
Mas ninguém cede
E pensa em voltar atrás.

Não tem que ser assim.
Tanto desencontro, mágoa e dor.
Para que a gente tem que
Se arriscar?

Então volta para mim.
Deixa o tempo curar
Esse estranho jeito de amar.

Esquece esse jogo.
Não há vencedor.
Mesmo roteiro
De sempre cansou.

Vou te amando
E me frustrando.
E sobrevivendo
Por um fio.

Mas ‘to aqui,
Sem desistir.
Volta para mim.

Não tem que ser assim.
Tanto desencontro, mágoa e dor.
Para que a gente tem que
Se arriscar?

Então volta para mim.
Deixa o tempo curar
Esse estranho jeito de amar.

Não tem que ser assim.
Tanto desencontro, mágoa e dor.
Se é bem melhor
A gente se entregar.

Então volta para mim.
Deixa o tempo curar
Esse estranho jeito de amar.”

Senti-me um tanto incomodada com a letra. De fato, tinha um pouco a ver com a minha situação, mas eu não queria pensar nisso. Desliguei o som e fui para o meu quarto arrumar as minhas coisas. Tomei um banho demorado. Ao sair do banheiro, vi que já eram seis horas. Vesti uma blusa branca tomara-que-caia bem coladinha e uma saia preta com um cinto preto de fivela prata. Peguei uma blusinha preta curta, coloquei meu brinco e cordão de pérola, uma sandália preta salto fino e peguei minha bolsa carteira vermelha (clique aqui para visualizar). Fiz uma maquiagem fraca e um rabo-de-cavalo alto, deixando a franja lisa de lado. Quando terminei de me arrumar, ouvi a buzina do lado de fora.
- Nossa! Está linda, . Já vi que vou ter que aturar todos os marmanjos olhando para a minha melhor amiga – disse Tom, sorrindo.
- Você também está lindo, amor – disse, dando um beijo em sua testa. Tom estava com uma blusa social cinza, uma calça preta, All Star branco e uma gravata também cinza (clique aqui para visualizar).
- Vou levá-la a um lugar maravilhoso. Sinceramente, você vai amar.
- Opa! Tom, o que a achou dessa nossa semana inseparável? Ela é minha amiga e tudo mais, mas tem um ciúme louco por você – disse, sorrindo torto.
- Olhe, ... Ela entendeu, mas não ficou super satisfeita em dividir o namorado. Ainda mais que vou dormir na sua casa. Entendo... Para ela é estranho – disse Tom, dando os ombros.
- Entendi... Se quiser, pode dormir na casa da e voltar no dia seguinte. Entendo. Ela sabe?
- Ah, não, e a nossa festa do pijama? Nem pensar... Uma semana só nossa e nada de namorados, ficantes, amigos e paixões para atrapalhar – disse Tom descontraído.
- Ai Tom, não quero atrapalhar o seu namoro... Ainda mais com a minha amiga.
- , relaxe. A confia em você. O problema é outro, se é que você me entende – disse Tom com um olhar malicioso.
- Ah, sim... Entendo. Qualquer coisa, deixo você dar uma fugida para agradar a minha amiga – disse, rindo.
- Tudo bem, gatinha. Chegamos – disse Tom, saindo do carro e abrindo a porta para mim.
- Obrigada, cavalheiro – disse, sorrindo.
- De nada, bela dama.
O restaurante era a coisa mais linda que já vi: todo de vidro, no formato de um castelo, iluminado... Nossa, um verdadeiro sonho! Fomos andando até a mesa reservada. Todos nos olhavam. Deviam estar se perguntando se estávamos juntos ou então se ele havia trocado as amigas. Era engraçado ver a cara de espanto das pessoas.
- E então... Gostou? – perguntou Tom.
- Se gostei? Eu amei! – falei, sorrindo.
O jantar foi maravilhoso. Tom é como um anjo em minha vida, meu melhor amigo, irmão... Tudo de melhor que poderia ter me acontecido. Rimos o tempo todo e brincamos. Ele é maravilhoso. Não consigo nem me lembrar dos meus problemas quando estou perto dele.
Acabamos de jantar e logo Tom pediu a conta, recusando-se em deixar eu pagar a minha parte.
Fomos para minha casa e assistimos a “Os Sem-Floresta”. Nunca vi uma pessoa se divertir tanto com filmes infantis. Acabamos com um pote de sorvete de flocos e estávamos conversando. Eu estava deitada com a cabeça em seu colo, até que senti meus olhos protestarem.
- Definitivamente necessito dormir, Thomas – disse, bocejando.
- Estou morto. Vou ligar para a minha namorada e dormimos – disse Tom, dando-me um beijo na testa e se levantando.
Enquanto ele falava com , preparei a cama dele no chão. Coloquei um colchão, fronhas, travesseiros... Tudo direitinho. Voltei a deitar.
- Boa noite, bonequinha. Durma com Deus e sonhe com os anjos, ou seja, comigo – disse Tom, sorrindo e apagando a luz.
- Boa noite, melhor amigo do mundo – e então adormeci, sentindo-me feliz, mas no fundo com muita saudade do meu namorado.

Capítulo 48
”I wish that I could take it all away”.


Acordei, sentindo-me cansada. Eu havia sonhado com Douglas e gostei nem um pouco do sonho. “Ele estava cada vez mais distante. Tentávamos nos segurar pelas mãos, mas ele se distanciava mais e mais. Então tudo sumiu, até que Tom aparece, dizendo-me que tudo vai ficar bem”. Levantei-me e Tom ainda estava dormindo. Tomei um banho, coloquei uma roupa de malhar, peguei meu iPod, escrevi um bilhete para Tom e fui correr.
O vento batia contra o meu rosto. As lágrimas já não eram tão quentes como antes. Eu sabia que aquele sofrimento só iria cessar quando ele voltasse. Não apenas quando voltasse para Londres, mas PARA MIM.

Corri durante minutos, ou talvez horas. Só parei quando senti minhas pernas falharem. Senti meu celular vibrar e era uma mensagem; uma mensagem dele.

Acordar e não a sentir ao meu lado está me matando. Ainda morro de amor por você.

Seu Dougie x.x


Como eu poderia não morrer de saudade? Não morrer de amor, como ele mesmo disse.
Sorri, lendo e relendo a mensagem inúmeras vezes, até sentir forças para responder.

Viver um dia e saber que não o tenho ao meu lado me mata a cada segundo. Estou sendo sacrificada a cada minuto. Volte para mim!

Sua, somente sua, x.x


Fechei o flip do celular e fui andando de volta para casa. Senti o meu celular vibrar mais uma vez. Por um momento, senti medo de ler a mensagem. Eu o queria tanto ali de volta... Estava sendo egoísta demais só pensando em mim.
Estava virando a esquina de casa quando olho para a porta e sinto o meu coração chegar à boca e voltar. Comecei a correr o mais rápido que pude. Desacelerei quando estava na porta de casa e lá estava ele, sentando na escadinha e com o celular na mão. Sem dizer nada, olhamo-nos. Peguei o meu celular e abri a mensagem.

Não consigo ficar longe por muito tempo. Eu sempre volto.

Dougie x.x


Olhei a mensagem incrédula. Ele não estava ali de verdade... Ele não tinha desistido do curso, do tempo... Estou ficando louca e estou surtando. Isso tudo é fruto da minha imaginação.
- Toque-me para eu ter certeza de que é ao seu lado que é o meu lugar – disse Dougie, parecendo estar lendo minha mente.
Continuei encarando-o. Sentia medo dele simplesmente evaporar. Ele permanecia sorrindo e eu nada dizia.
- Vai falar nada, ?- disse Dougie com uma expressão confusa.
- Eu não esperava – foi a única coisa que consegui dizer.
Dougie me fitou com um olhar decepcionado. Senti-me estranha, fraca... Não sei o que definia o que eu estava sentido. Só tive forças para abraçá-lo.
- Não me deixa nunca mais – disse, sentindo Dougie evaporar bem nos meus braços. Eu sabia. Ele não estava lá.
Peguei o celular novamente e li a verdadeira mensagem.

Só espero que possa me perdoar. Eu amo você. Acredite!

Dougie x.x


Fiquei parada, olhando aquela escada maldita. O que está acontecendo comigo? Estou tendo alucinações agora? É isso? Não posso ficar assim durante esses meses.
Guardei o celular no bolso e entrei em casa, dando de cara com o Tom parado no primeiro degrau da escada e com uma cara de sono.
- Bom dia, flor – disse Tom, espreguiçando-se.
- Bom dia, Tom – disse, indo em direção à cozinha.
- O que houve? Você está estranha – falou Tom, vindo atrás de mim.
- Estou ficando louca, Thomas – falei, abraçando-o.
- Do que você está falando, ? Estou ficando preocupado.
- Vi o Dougie aqui na porta. Ele me mandou umas mensagens. Acho que isso mexeu comigo... Não sei o que me deu, Tom – disse, chorando.
- , fique calma. Vou lhe dar um copo de água – disse Tom, entregando-me um copo – Olhe, você está nervosa. É normal esse tipo de coisa acontecer... – disse Tom, tentando me acalmar.
- Tudo bem... Vou tomar um banho e preparar o nosso almoço – disse, levantando-me.
- Eu que vou preparar. Faço uma lasanha. O que acha? – disse Tom, piscando.
- Excelente, Fletcher, mas estou ficando mimada, hein! – disse, subindo as escadas.
Tomei um banho rápido, coloquei o meu moletom e uma calça velha. Penteei o cabelo ainda molhado, deixando a franja caída sob o olho. Arrumei o meu quarto e desci para almoçar.
O almoço passou rápido. Tom conseguiu me arrancar algumas risadas e decidimos jogar vídeo game. Nem preciso falar que fui completamente humilhada, né? Tudo bem. Na próxima, eu ganho!
Passamos a tarde toda assim e à noite fomos ao cinema assistir “Jogo De Amor Em Las Vegas”. Voltamos para casa e logo capotei na cama. O dia tinha sido cansativo, mesmo sem eu ter feito muita coisa. Afinal, fortes emoções cansam.

Capítulo 49
“A verdade é que todos irão fazê-lo sofrer, mas cabe a você decidir por quem realmente vale a pena chorar”.


Um mês se passou. Poucas foram as vezes que falei com Douglas. Sempre telefonemas rápidos, conversas repartidas no MSN... Tom estava sempre presente. Nossa uma semana juntos foi maravilhosa. Quando estou com ele, parece que todos os problemas somem. Achei que seria mais fácil enfrentar a distância, mas foi bastante difícil.
Na terceira semana, eu havia decidido seguir em frente, parar de ficar chorando pelos cantos e atormentando o namoro do meu melhor amigo. Porque com esse problema todo, Tom estava quase morando lá em casa. Minha mãe até falou que achava que iríamos acabar nos apaixonando. anda distante. Aliás, todas as meninas andam distantes. e Danny estão no México; e Harry, nos Estados Unidos; Maria Carolina e Karin estavam na Índia com os pais; e estão em Paris... Resumindo, estava em Londres com o namorado que estava comigo o tempo todo, deixando-a sozinha. E, agora quando nos encontramos, ela mal fala comigo, vive me cortando... Acho que é ciúme e eu a entendo, mesmo não tendo a mínima chance de rolar alguma coisa entre eu e Tom.
Como hoje faz exatamente um mês que Dougie foi embora, Tom resolveu me convidar pra sair e fez o convite bem na frente da .

~ Flash Black

Estávamos na festa da Eleonora, uma garota do primeiro ano do colégio. Todo mundo do colégio estava, inclusive o Léo, um menino da nossa sala que vivia me cantando. Estávamos dançando, e Tom, eu e Léo, quando Tom nos chamou para sentar.
- Estou cansado. Você dança muito, – disse Léo, sorrindo.
- Ah Léo, para ser o meu parceiro, tem que ter disposição – falei, sorrindo.
- Então, ... Eu estava pensando em levá-la para jantar domingo... Um mês daquele negócio. Não quero que fique triste e nem sozinha – disse Tom, causando olhar reprovador de e Léo.
- Er... Não sei, Tom. Acho que tenho coisa para fazer – disse, sentindo-me super sem graça.
- Thomas, por que não a deixa sair com o Léo? Acho que seria super legal e agradável para os dois – disse com um olhar mortal.
- Ah , o melhor amigo sou eu, e o Léo vai querer sair para ficar com ela. não acho que esteja a fim – disse Tom, dando de ombros.
- Tom, saio com o Léo. Acho que vai ser legal, né? – falei, forçando um sorriso.
- Claro que vai. Podemos sair para patinar no gelo e depois jantamos em algum lugar – disse Léo todo animado.
- Tudo bem. Saímos todos juntos para patinar e depois você janta com o Léo. Pode ser? – disse Tom com cara de poucos amigos.
- Isso! Está ótimo – disse, sorrindo forçado.

~ Fim Flash Black.

Havíamos marcado às sete na minha casa. Eram cinco horas. Tomei um banho rápido. Estava escolhendo a roupa quando tocou o meu celular. Era Tom. Sorri ao ver o seu nome na tela.
- Oi gato – atendi animada.
- Oi . Sou eu, – respondeu super fria.
- Oi amiga. Tudo bem?
- Tudo. Olhe só, estou ligando só para avisar que não vamos mais. ‘Ta?
- Por quê? Aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupada.
- Não. Decidimos sair para jantar só nós dois.
- Ah, sim. Tudo bem, então.
- Até mais, . Beijos.
- ?
- Fale.
- Só não quero que você mude por ciúmes bobo do seu namorado comigo. Somos apenas melhores amigos.
E então ela desligou. Taquei o telefone longe e voltei a me arrumar. Escolhi um vestido preto básico e sapato preto. Deixei o cabelo solto e natural. Fiz uma maquiagem fraca, dando apenas ênfase aos olhos.
Terminei de me arrumar eram sete e meia. Liguei para Léo. Ele já estava chegando.
Em menos de dez minutos, escutei a campainha. Peguei a minha bolsa, despedi-me de meus pais e saí.
- Boa noite, Léo – disse, sorrindo.
- Boa noite. Você está linda – disse Léo, dando-me um beijo na bochecha – Vamos? – abriu a porta para mim.
- Vamos.
Eu já tinha avisado da mudança de planos, então fomos logo para o restaurante. Estava me sentindo muito bem na companhia de Léo. Ele era engraçado e animado. Fez sentir bem, feliz.
- E então... Só eu vou falar ou vai me contar mais sobre você? Por que mesmo estudando no mesmo colégio, você nunca me deu abertura – disse Léo, sorrindo
- O que exatamente gostaria de saber, senhor Leonardo? – disse, rindo.
- Hum... Tudo? Estou brincando, mas fale um pouco de você.
- Ok, vamos lá... Bom, como você já deve saber, sou brasileira, tenho dois irmãos e moro com os meus pais ainda. Quero cursar Jornalismo. Só estou esperando a resposta de algumas faculdades. Tenho certa habilidade em lidar com as pessoas, porém sou péssima em relacionamentos amorosos...
- Wow! Não tem sorte em relacionamentos?
- Digamos que não. Tive três namorados. Não deu certo nenhum – disse, dando de ombros.
- Por quê? Desculpe-me... Se não quiser falar, tudo bem – disse Léo com um sorriso amigável.
- Não, tudo bem. O primeiro me traía e saía escondido. Descobri e terminei. O segundo não deu certo porque eu gostava do terceiro. E o terceiro, bom... Não deu certo nem eu sei por quê.
- O Dougie, né?
- É... Mas não queria falar nele. Incomoda-me um pouco. Importa-se? – disse, dando um sorriso torto.
- Claro que não.
Logo chegaram os nossos pedidos. Conversamos sobre tudo: escola, viagens, romances, futuro... Nunca pensei que Léo fosse uma pessoa tão maravilhosa.
Não me deixou pagar a conta. No caminho de volta para cas, cantamos juntos todas as músicas que tocavam no rádio.
- Está entregue, bela jovem – disse Léo, rindo.
- Obrigada pelo jantar. Foi maravilhoso.
- Eu que tenho que agradecer pela sua companhia – disse Léo, encarando-me.
- Er... Boa noite, Léo. Falamo-nos depois? – perguntei insegura.
- Mas é claro – respondeu – , gostei muito da noite. Podemos sair para almoçar amanhã? – disse Léo, sorrindo.
- Podemos, sim. Bem, vou indo – quando fui dar um beijo na bochecha de Léo, ele se virou, arrancando-me um selinho.
Saí do carro perplexa, sentindo-me um pouco culpada. Afinal, eu não estava querendo outro, ou melhor, um novo namorado.
Tomei um banho gelado e me joguei na cama.

Capítulo 50
“Guardei cada luar, cada verso encoberto nas notas da canção”.


Três semanas se passaram. A cada dia, eu e Léo estávamos mais juntos, mais unidos. Descobri que ele estava passando pelo mesmo problema que eu. Só que com uma diferença: ela voltou e eles já estavam bem. Senti um ciuminho.
Tom estava detestando a minha amizade com Léo, alegando que ele só queria ficar comigo e que não era uma amizade verdadeira. Aos poucos, todo o vazio que sentia foi preenchido pelos sorrisos, carinhos e momentos de Tom.
Ontem, tive uma conversa com . Ela disse que tinha ciúme, porém estava sendo infantil, e me pediu desculpas.
O pessoal já voltou de viagem. Semana que vem, McFly tem uma entrevista num programa da melhor emissora de Londres. Dougie chega na quinta. Pelo que conversamos no telefone, as coisas vão se acertar.




Quarta-feira.

Acordei, ouvindo uma gritaria no andar debaixo. Olhei para o relógio e eram 7:30 da manhã. Levantei-me pronta para dar um ataque com esses loucos que estava gritando, quando minha mãe e meu pai invadem o quarto, abraçando-me e me dando parabéns.
- O que é isso, gente? – perguntei, soltando-me do abraço.
- Filha, você conseguiu! Você conseguiu, meu amor! – disse a minha mãe, dando pulinhos.
- Ahn? Consegui o que, mãe?
- FILHA, você conseguiu bolsa para a melhor faculdade de toda a Inglaterra – disse meu pai com um sorriso de orelha a orelha.
- VOCÊS ESTÃO BRINCANDO, NÉ?! EU PASSEI PARA A ÚNICA UNIVERSIDADE DA CIDADE?! – perguntei pronta para pular.
- Conseguiu, meu amor. Você está dentro da University College London – disse minha mãe.
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – gritei, pulando em cima dos meus pais – Não acredito!
Começou a choradeira, a gritaria. Meus pais ligaram para toda a família, contando. Resolvemos sair para comemorar. Liguei para o Tom para contar e saber se a havia conseguido.
- Fale, boneca.
- Melhor amigo! Consegui bolsa na University College London – falei (leia-se: gritei).
- Mentira! Cara, você é muito cabeçuda.
- Obrigada pelo elogio, Tomzinho. Agora posso falar com a sua namorada?
- Sério, idiota. Parabéns. Pode, sim. Só um minuto.
- Fale, – falou .
- Amiga, consegui a bolsa! – disse, sorrindo.
- Caraca, sério? Não consegui para lá, não, mas entrei para a Institute Of Education, que era o que eu queria mesmo. Envolvida na educação, né?
- Ah, claro, minha professora. Amiga, à noite vou comemorar no Restaurante do Joe. Veja se aparece lá com o Tom e avise o pessoal, ‘ta?
- Ok, vou mandar uma mensagem para todos. Um beijo
- Beijos.
Desliguei o telefone e desci para tomar café. O dia seria agitado. Comi voando. Daria uma volta na cidade de bicicleta. Não fazia isso há um bom tempo.
Tomei um banho, coloquei uma bermuda, camiseta, um tênis e fui pedalar. Fiquei horas pedalando, assim como fazia quando era criança e ainda morava no Brasil. Lembrei-me da primeira vez que andei sem rodinhas. Não tirava os pés do chão de jeito nenhum. Chorei, fiz manha, e lá estava o meu pai, dando-me forças e dizendo que eu era capaz. Minha formatura no C.A. Minha mãe chorando e tirando fotos, dando-me forças para não sentir vergonha, nem gaguejar na frente de toda aquela platéia. Meu primeiro beijo. Senti-me tão envergonhada que eu não conseguia tirar a mão da boca. Logo veio a minha mãe perguntar o que estava acontecendo. Quando contei, chorou. Primeira vez que fiquei menstruada, o primeiro sutiã, minha formatura na oitava série, minha primeira desilusão, a mudança para Londres, minha formatura no terceiro ano, as primeiras festas sozinha, as primeiras saídas com as amigas... Em tudo tive meus pais ali, dando-me apoio, força, e vivendo ao meu lado. Às vezes eu estava tão distante, tão ausente.
Acordei dos meus pensamentos e já estava escuro. Voltei para casa correndo.
Subi e fui logo entrando no banho. Escolhi uma roupinha básica: um vestido rosa bebê com uma rasteirinha dourada. Terminei de me arrumar. Eram sete horas. Eu sabia que faltava contar para alguém a minha conquista. Peguei o telefone, comecei a discar. Três toques e aquela voz rouca e deliciosa ecoou em meu ouvido.
- Alô?
- Oi Dougie. Sou eu, .
- Oi . Pensei que não fosse me ligar hoje.
- Passei o dia pedalando. Fazia tanto tempo que eu não fazia isso.
- Nossa, desconheço essa atleta. Mas fale, amor. Está tudo bem?
- Tudo bem? Está tudo ótimo, Dougie. Consegui bolsa para uma universidade.
Silêncio.
- Dougie, está tudo bem? Você escutou o que falei?
- Escutei, sim, . Onde é essa universidade?
- Japão, Dougie – disse, segurando o riso.
- JAPÃO? Porra, para que tão longe?
- Ah, adoro um japonês e acho que por lá eu me arranjo.
- Ah, saia daí. Você se amarra é num loirinho, baixinho e de olhos azuis. A sua faculdade é em Londres, né? Diga que é, . Não me mate do coração.
- Relaxe, docinho. É em Londres. Mas esse loirinho, baixinho e de olhos azuis está muito metido, hein.
- Metido? Estou é cheio de saudades. Não agüento mais ficar longe de você. Dois meses é muito tempo.
- E você acha que já não pensei em pegar um avião e ir para o Brasil encontrá-lo?
- Amanhã estou aí. Quero ver a tal música que vocês escreveram.
- Ah, é. Espero que você goste... Mas é para guardar, porque foi num momento meu.
- Pode deixar. Ah, amor, parabéns pela bolsa. Eu sabia que você ia conseguir.
- Oh, Dougie, obrigada. Deixe-me desligar. Vou sair para comemorar com o pessoal no Restaurante do Joe.
- Ah, é? E eu?
- Amanhã a gente comemora. Aliás, temos muitas coisas para comemorar.
- Tudo bem. Amanhã à noite na minha casa. Só a vejo à noite.
- Opa, só se você fizer uma comida bem gostosa.
- Claro, já pensei nisso. Beijos, amor. Amo você.
- Beijos, Dougie. Amo você.
Desliguei o telefone e fui para o restaurante. Todas as meninas conseguiram bolsa em alguma faculdade. Eu, e conseguimos para a mesma. e conseguiram para a Institute of Education. Karin entrou para uma nos Estados Unidos e Maria Carolina iria para a Espanha, já que ela quer ser professora de espanhol.
Passamos uma noite super agradável. Danny estava estranho comigo. disse que em alguns momentos ele me culpava pela ausência de Dougie. Harry, a mesma coisa de sempre; zoando-me e falando que está tomando conta de mim enquanto Dougie está no Brasil. Tom, sem comentários; a mesma perfeição de sempre.
Estavam todos conversando quando Tom me chamou na varandinha do restaurante.
- , comprei um presente para você – disse Tom, sorrindo.
- Um presente? Mas... Por quê?
- Além de você ser a menina mais manhosa, passou para a melhor faculdade. Merece um presente.
- Tom, isso é uma gargantilha de ouro branco. Você é louco? – disse, abrindo o presente.
- Dei uma parecida para . Vocês merecem. Duas das três mulheres da minha vida – disse Tom, abraçando-me.
- Eu já disse que sou apaixonada por você?
- Sou louco por você, . Tenho-a como uma irmã. Você sabe disso, né?
- Amo você, Tom. Obrigada por tudo. Não tenho nem palavras para lhe agradecer.
- Agradeça não saindo da minha vida. Só lhe peço isso – disse Tom, abraçando-me e depois colocando a gargantilha no meu pescoço.
Voltamos para a mesa e todos ficaram nos olhando. me deu um sorriso, apontando para o seu pescoço. Danny me fuzilou com o olhar. Dei os ombros e me sentei.
O jantar foi maravilhoso, mas Dougie fazia falta ali. Era como se o grupo estivesse incompleto.
Quando cheguei a casa, tirei a gargantilha e fui guardar na caixa, mas percebi que tinha um bilhete. Sorri com a surpresa e abri para ver o que tinha dentro.

“Sou apaixonado por você, boneca. Se hoje sou feliz, devo isso a você!
Coloque uma coisa na sua cabeça: tudo que é realmente nosso NUNCA se vai para sempre!

Com amor, Thomas Fletcher, seu Tom.”


É inacreditável a forma como ele me conhece e sabe me decifrar. Somos apaixonados um pelo outro. Não na forma carnal, mas num sentimento afetivo imenso e sem palavras.

Guardei a caixa no armário e me deitei, tentando dormir, mas não obtive sucesso. Amanhã prometia e ansiedade era o que não faltava.

Capítulo 51
”Para estarmos juntos, não é preciso estar perto, e sim dentro”.


Quinta-feira.

Ansiedade era o sentimento que me dominava, seguido pela saudade. Tinha acordado cedo. Já havia andado de bicicleta, tomado café, almoçado... Eram quatro horas e eu estava sentada na frente do computador, escutando música e lendo fictions. Eu sabia que Dougie já tinha chegado. Ele me mandou uma mensagem, falando. Não agüentava mais ficar sentada na frente do computador. Fiquei andando de um lado para o outro. Já estava a ponto de acabar com as minhas unhas quando tocou o telefone.
- Alô?
- Oi amiga – ouvi a voz de do outro lado da linha.
- Oi amiga. Tudo bem?
- Tudo ótimo. Amiga, você me dá uma dica?
- Fale, .
- Vou conhecer a família do hoje. Não sei o que vestir.
- Ah, sim... Sabe aquele seu vestido azul bebê tomara-que-caia? Ele é lindo e perfeito. Coloque-o!
- Ah, beleza. Obrigada! Mas como você está? Dougie me ligou hoje para ajudá-lo a comprar os ingredientes da janta de vocês.
- Estou super tensa... Tenho tanta saudade dele.
- Você acha que vale a pena, amiga, todo esse sofrimento?
- Não sei se vai valer a pena, mas estou fazendo o que o meu coração manda.
- Então a apoio! Amiga, boa sorte! E que de uma vez por todas vocês se acertem.
- Obrigada, amiga. Boa sorte com a família do . Eles vão adorá-la. Tenho certeza.
- Sei que vão – disse , rindo.
- Vá se arrumar, gata. Boa sorte e arrebente!
- Você também, amiga. Não se esqueça da camisinha!
- Cale a boca, !
- Beijos, amiga
- Beijos. Desliguei o telefone e resolvi tomar banho para começar a me arrumar. Coloquei um vestido branco nos seios e bege em baixo. Arrumei o cabelo com uma tiara também bege, deixando a franja jogada e o cabelo, natural, formando ondas. Coloquei uma rasteirinha bege. Fiz uma maquiagem fraca, arrumei tudo numa bolsa carteira também bege e me olhei no espelho. Fiquei um pouco insegura. Eu precisava estar perfeita.
Estava pensando em trocar de roupa quando ouvi meu celular tocando. Fui correndo atender e era ele.
- Fale, Douguito.
- Desça. Estou na porta da sua casa, esperando você.
- Ok. Beijos.
Olhei mas uma vez e saí do quarto. Avisei à minha mãe que passaria a noite na casa de Dougie e saí. Ele estava encostado à porta do carona num carro esporte prata. Estava mais lindo que nunca, com bochechas rosadas, uma bermuda cargo larga, blusa pólo azul e tênis Puma. Fechei a porta e me virei novamente para ele que estava sorrindo. Parecia cena de filme - o meu filme, o nosso filme [n/a: amo essa música]. Fui andando em sua direção. Sentia-me como uma menininha de cinco anos quando ganha a sua primeira boneca; borboletas no estomago, coração gritando, mão suando. Parei à sua frente com um sorriso de orelha a orelha.
- Um novo começo, Douglas – disse sem me mexer.
- Um novo começo, – disse Dougie, abrindo a porta do carro.
Em todo o caminho até a casa de Dougie, não trocamos uma palavra. A sensação que eu tinha era de como se fosse a primeira vez.
Chegamos à frente da casa. Dougie desceu do carro, abrindo a porta para mim. Sorri em agradecimento e entramos na casa. Ele acendeu a luz, dando-me licença para passar. Assim que entrei, veio-me a última vez que eu tinha entrado naquela casa, o último dia ao lado de Dougie... A minha primeira vez. A mesa posta, a arrumação impecável, o cheirinho de lavanda de sempre... Tudo igual e perfeito.
- Senti saudades – disse Dougie atrás de mim.
- Quase não agüentei ficar longe de você – respondi sem me virar.
- Soube que o Tom esteve bem presente.
- Sim, ele esteve. Deu-me bastante força, mostrou-me o amigo que eu sempre soube que ele é.
- Entendo. Confesso que estou me mordendo de ciúmes.
- Sabe que não tem motivos para isso. Não sabe? – disse, ficando de frente para ele.
- Tenho ciúmes de qualquer pessoa que tire a sua atenção de mim – disse Dougie, fazendo bico.
- Sempre tem a minha atenção, mas você não estava aqui, Douglas. Eu precisava de alguém ao meu lado – disse, sorrindo.
- Conheci uma pessoa, – disse Dougie, olhando-me sério.
Fiquei parada, sem ação. Como ele podia me dizer que conheceu uma pessoa na maior naturalidade?
Vendo que eu não ia falar nada, Dougie prosseguiu.
- Maravilhosa... E fez muita coisa por mim. Apaixonei-me – disse Dougie, dando um sorriso torto.
- Vo-você o que, Douglas? – perguntei, engolindo em seco.
- Apaixonei-me por essa pessoa. Ela fez muito por mim, tratou-me como ninguém jamais me tratou.
- Estou indo embora, Douglas – disse, pegando a bolsa do sofá e me dirigindo até a porta.
- Por que, ? O que foi dessa vez? – disse Dougie confuso.
- Por que, Douglas? Pelo simples fato que lhe dei os sonhos que sonhei, vivi a vida que você escolheu, moldei-me ao seu jeito. Se alguém fez alguma coisa por você, esse alguém fui eu. E vem com a maior naturalidade me dizer que conheceu outra pessoa e que está apaixonado? Tenha dó, Douglas. Você é um egoísta e sem sentimentos – disse, saindo da casa.
- ! – gritou Dougie – Amor, você entendeu tudo errado! – falou, virando-me – Amor, conheci a sua madrinha no Brasil. Procurei por ela, já que você sempre falou muito dela. A moça é um amor. Não quis dizer que conheci outra mulher. Até porque nem procurei – disse Dougie, sorrindo torto e me fazendo abaixar a cabeça de vergonha.
- Er... Desculpe-me, Dougie. Sinto muito, mas o modo com que você falou... Deixou-me estressada.
- Ponha uma coisa na sua cabecinha: só existiu você, só existe você e só existirá você. Não quero outro alguém – disse Dougie, acariciando a maçã do meu rosto.
- Vamos entrar? Acho que estou com fome – disse, sorrindo.
- Claro. Preparei uma delícia para você – disse Dougie, puxando-me.
Sentei-me à mesa, esperando o prato. Estava perdida em pensamentos, vendo o quão patética eu havia sido. Acordei ao sentir Dougie tocando o meu braço.
- Que tal? – disse Douglas, apontando para a travessa de lasanha.
- Wow! Está com um cheiro ótimo e com uma cara maravilhosa – disse, lambendo os lábios.
- Então deixe-me servi-la.
O jantar foi maravilhoso. Dougie contou como foi o curso, estar no Brasil apenas de férias. Disse que sempre se lembrava de mim quando estava na praia e me contou das saídas com a minha madrinha. Ele mostrou estar com ciúmes de Tom toda vez que eu comentava sobre os nossos programas.
Estávamos sentados no sofá, conversando, quando Dougie se calou e ficou me fitando.
- O que houve? – perguntei, sentindo as minhas bochechas arderem.
- Você é linda.
- Você quer me matar de vergonha? – disse, sorrindo.
Dougie nada mais disse. Apenas se aproximou, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Fiquei fitando os seus olhos azuis tão cheios de paixão, carinho, desejo. Ele começou a dar leves beijos em minha bochecha, olhos, nariz, testa, queixo, orelha... Quando chegou à boca, apenas encostou os nossos lábios, esperando que eu desse passagem. Concedi, sentindo uma carga elétrica surreal passar por todo o meu corpo quando nossas línguas se tocaram. Nosso beijo era de uma sincronia perfeita. Suas mãos pousadas uma em minha cintura e a outra em meu pescoço.
Ficamos longos minutos num só beijo como se estivéssemos dando o último de nossas vidas. Necessitávamos de ar, mas cortar o beijo era o que menos queríamos. Sentir Dougie novamente meu e somente meu era a melhor sensação que podia existir. Já não agüentando mais a falta de ar, cortamos o beijo e ficamos nos encarando.
- Tenho um presente para você – disse Dougie de olhos fechados – Aliás, vários presentes.
- Nem gostei disso, não... Nem gosto de receber presentes – disse, rindo.
Dougie sorriu, levantando-se e indo em direção ao seu quarto. Passaram alguns minutinhos e ele voltou com um embrulho na mão.
- Aqui está! – disse Dougie, entregando-me o pacote e se sentando ao meu lado.
- Hum, vamos ver... – abri o presente. Era um vidrinho cheio de areia com as nossas iniciais em areia colorida – Amei, Dougie! Vou colocar na minha estante.
- Que bom que gostou... Os outros eu vou dando aos poucos – disse Dougie, piscando e voltando a me beijar. Dessa vez, nosso beijo foi mais rápido, com o desejo assumindo o seu lugar e nos deixando completamente insanos. Dougie apertava a minha coxa e mordia o meu pescoço. Eu o apertava cada vez mais contra mim e puxava o seu cabelo.
Ele cortou o beijo e ficou me olhando.
- Não podemos fazer nada. Não ainda – disse Dougie com a respiração ofegante.
- Por quê? – perguntei mais num gemido do que um sussurro.
- Quero você totalmente minha em todos os sentidos, .
- Eu sou sua, Dougie. Sempre fui.
- Quero que você volte para mim, quero que você seja a minha namorada novamente – disse Dougie, fitando-me.
- Eu nunca deixei de ser a sua namorada. Apenas estávamos numa fase ruim... Mas, no meu coração, sempre fui e sempre vou ser – disse, sorrindo.
- Eu te amo, amor – disse Dougie, voltando a me beijar.
- Eu te amo demais – respondi em meio ao beijo.
Dougie me pegou no colo e me levou até o quarto de hóspedes. Colocou-me de pé, em frente à cama, e se sentou. Ainda me beijando, começou a abrir o zíper do meu vestido. Tirei a sua blusa num movimento rápido, causando também a queda do meu vestido. Ele foi me deitando com todo cuidado do mundo, voltando a me beijar. Tirou a calça, ainda no beijo, deixando a sua boxer amarela à mostra. Com todo carinho, tirou o meu sutiã, distribuindo beijos em meu colo e seios. Aos poucos, foi descendo. Retirou a minha calcinha devagar, abrindo as minhas pernas com cuidado e delicadeza. Olhou-me mais uma vez, mordendo o lábio, e “me beijou”. Sentia a sua língua me penetrando. Dougie sabia exatamente como me amar e me fazer sentir sua.
Fui sentindo uma sensação estranha, mas muito boa. Sabia que chegaria ao orgasmo e não deu em outra. Dougie foi subindo o beijo, chegando à minha boca. Ficamos nos beijando e trocando carícias até sentirmos que íamos explodir. Ele pegou a camisinha e, com todo o cuidado do mundo, começou uma dança ritmada e gostosa, alternando do rápido ao devagar. Entre promessas de amor e gemidos, chegamos ao orgasmo juntos. Dougie jogou seu peso sob o meu corpo e logo depois se deitou ao meu lado, abraçando-me.
- Sou apaixonada por você, amor – disse cortando o silêncio.
- Amo você, desejo você, quero muito você – disse Dougie, beijando a minha testa.
- A janta estava ótima. Já pode casar – disse, sorrindo.
Dougie nada disse. Apenas se levantou, indo até a sua mala. Voltou para a cama com os braços para trás, ajoelhou-se na minha frente e sorriu.
- Sei que não é a melhor forma, mas acho o melhor momento. Quer se casar comigo? – disse Dougie, abrindo uma caixinha em forma de coração com um anel de ouro branco com um diamante.
Não consegui responder. Fiquei olhando incrédula para Douglas. Senti os meus olhos se encherem de lágrimas. Minha vontade era de gritar, abraçá-lo, beijá-lo. Enfim, sorri e respondi.
- Não tenha dúvidas de que aceito! – e então nos beijamos e novamente fizemos amor. Só que, dessa vez, como noivos e com um lindo anel em meu dedo. http://www.fanficobsession.com.br/fictions/a/amorperpetuo.html

Capítulo 52
“Opte por aquilo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as conseqüências”.


Acordei com uma preguiça enorme, sem força até para abrir os olhos. Espreguicei-me e tentei abraçar Dougie, mas só senti o seu cheiro em seu travesseiro. Ele já havia se levantado.
Com muita força, levantei-me, fui ao banheiro, lavei o rosto e escovei o dente. Olhei-me no espelho. Não estava tão ruim. Fiz um rabo-de-cavalo e desci. Dougie estava sentando à mesa com um sorriso contagiante. Esta estava repleta de frutas, pães, frios... E uma jarra do meu suco preferido: de melancia.
- Bom dia, bela adormecida – disse Dougie, dando-me um selinho.
- Bom dia, amor.
- Vamos à sua casa daqui a pouco e oficializar o nosso noivado. À noite, vamos sair com o pessoal a uma boate nova – disse Dougie.
- Já ligou para a minha mãe, avisando? Ela queria mesmo marcar um almoço com o genro preferido – disse sorrindo – Mas e a entrevista?
- Já fizemos. Foi mais cedo.
- Tudo bem. Ah, amor, que ver a música?
- Claro. Cadê?
Levantei-me, fui até a minha bolsa que estava jogada no sofá e peguei uma folha de caderno. Sentei-me novamente à mesa e entreguei a folha.
O silêncio de Dougie me assustava. A sua expressão mudava, ora sorrindo, ora sério. Ao acabar de ler, ficou me olhando com a expressão vazia até que sorriu e disse:
- Vamos tocá-la no violão. Quem sabe sai alguma coisa legal? – disse Dougie, sorrindo.
- Vamos, mas você gostou? – perguntei insegura.
- Linda, amor. Agora tenho uma concorrente em compor músicas. Preocupante isso – disse Dougie, sorrindo.
- Não vou compor para outro alguém. Todas serão apenas para você – disse, abraçando-o.
Terminamos de tomar o nosso café e fomos tomar banho. Ainda tínhamos que almoçar na minha casa, tentar tocar a música no violão e conhecer a nova boate.

Chegamos à minha casa, estava bem movimentada. Dougie estacionou o carro e ouvimos gritaria. Entramos e estavam todos lá: meus pais, meus irmãos, Bruna, Maria Carolina, David, Karin, Diogo, , Danny, Tom, , , , e Harry. Todos na sala, conversando e rindo. Olhei para Dougie com um olhar cúmplice e ele sorriu.
- Olhem aí. Acho que temos novidades – disse , rindo.
- Idiota! Sempre idiota – falei, sorrindo.
- Você me ama, – disse a minha amiga, vindo me abraçar.
- Antes de todos nós conversarmos, quero falar com você Tom. Pode ser? – disse, sorrindo.
- Claro, boneca – Tom se levantou, vindo em minha direção.
- Já voltamos. Esperem-nos para as fofocas – disse, sorrindo, percebendo o olhar matador de Dougie.
Fomos andando até o meu quarto. Entramos e fechei a porta. Eu queria que o meu melhor amigo fosse o primeiro a saber.
- Tom, eu estou noiva.
Silêncio.
- Tom, você me escutou? – perguntei, balançando a mão na frente de seu rosto.
Tom nada respondeu. Apenas me abraçou e girou no ar, fazendo-me dar gargalhadas.
- Você é sempre tão absurdo, Thomas.
- Estou morrendo de ciúmes da minha melhor amiga casar – disse Tom, fazendo bico.
- Sem charminho, Tom. Também não vamos casar agora. Ainda tenho que terminar a faculdade. Daqui a uns cinco anos, quem sabe marcamos a data? – disse, rindo.
- Ah, duvido. Mas parabéns, . Você merece muito ser feliz e eu disse: o que é realmente nosso nunca se vai para sempre – disse Tom, piscando.
- Obrigada por tudo, meu amigo. Sem você, eu não teria suportado.
- Não há de que, boneca. Agora vamos descer. Você tem que comunicar isso aos seus pais.
Descemos e encontrei o meu namorado emburrado na ponta da escada. Sorri por dentro, mas me mantive serena.
- Pare de bobeira ou desisto de me casar com você – falei em seu ouvido.
- Você me paga – disse Dougie, rindo.
Fomos até a sala e todos nos esperavam apreensivos.
- Temos um comunicado a fazer – disse Dougie, abraçando-me.
- Pode falar qual é, cunhadinho. Tenho que visitar a minha futura namorada – disse Thiago, arrancando gargalhadas da galera.
- Ah, pirralho, cale a boca! – disse , dando um tapinha na testa do meu irmão.
- Então... A gente pode contar ou vocês vão querer esperar até outra ocasião? – falei, sorrindo.
- Conte logo, tchutchuca! – gritou .
- Nós estamos noivos! – disse Dougie, dando-me um beijo na testa – Mas é claro, se os meus sogros concederem a mão de minha linda namorada.
- Mas é claro. Finalmente vocês se acertaram – disse a minha mãe, sorrindo.
- Vou pegar um suco para brindarmos, já que só tem isso nessa casa! – disse Lucas, indo em direção à cozinha.
A farra foi total. Todos brincando com a gente, falando que Dougie tinha pegado todas a brasileiras gostosas e popozudas.
A tarde voou. Resolvemos que cada um iria para a sua casa e que nos encontraríamos na casa de Danny, já que era a mais perto da boate.
Dougie tinha ido para a sua casa. Ele se arrumaria e viria me pegar. Tomei um banho demorado, sequei o meu cabelo e fui escolher que roupa colocaria. Optei por uma calça jeans escura, com um tomara-que-caia colado preto, uma sandália preta e os acessórios pratas. Fiz uma maquiagem mais pesada, deixando OS meus olhos realçados. Terminei de me arrumar e liguei para o Douglas, avisando que ele já podia sair de casa.
Em menos de quinze minutos, escutei uma buzina do lado de fora. Despedi-me de meus pais e saí. Dougie estava lindo. Uma calça jeans clara, uma blusa social rosa e um tênis All Star branco. Beijamo-nos e seguimos a casa de Danny. Quando chegamos, todos já estavam lá. Fomos direto para a boate que estava lotada. Por serem os meninos do McFly, entramos em menos de dez minutos e ainda por cima com direito a ala VIP.
Danny continuava estranho comigo e isso me deixava sem graça. Todos estavam na pista quando resolvi conversar com ele.
- Danny, a gente pode conversar? – perguntei, sentindo as minhas mãos suando.
- Claro. Pode falar – disse Danny, sorrindo forçado.
- O que está acontecendo com você? De uns tempos para cá, vem me evitando, tratando-me estranho. Sei que me culpa pela viagem de Dougie...
- , sinceramente, no início, eu dava o maior apoio. Mas você só faz o meu amigo sofrer. Ou melhor, meu melhor amigo. Tenho Dougie como meu irmão. Ele nunca fez nada para magoá-la e você está sempre pisando. Errou com você na situação com a Louise e fui o primeiro a recriminá-lo.
- Olhe, Daniel, você está completamente errado. Não fiz nada. Ele me traiu em Portugal. Apenas terminei porque precisava de um tempo. Depois, ele resolveu viajar para deixar a poeira baixar...
- Ele a traiu com quem? Com a Paula? Mentira! Porque, quando ela foi beijá-lo, ele a empurrou e foi correndo para o banheiro vomitar, além de ficar falando o quanto a amava o tempo todo.
PRONTO! Era a verdade que sempre quis ouvir. Não é? E lá estava ela: EU ESTAVA ERRADA! Dougie não tinha me traído. Minha vontade era de sair correndo no meio da boate e beijá-lo, pedir perdão...
- Eu... Eu não sabia, porque ele disse que não se lembrava de nada e saiu em todas as revistas. Por que você não me contou antes?
- Por que eu não sabia que você achava que ele tinha a traído. O Dougie não me contou nada – disse Danny, dando os ombros.
- Daniel, você pare de palhaçada, então. Amo você. Ainda mais agora que me deu a melhor notícia! – disse, abraçando-o.
- Tudo bem. Perdôo você só por causa dessa história. Mas se fizer o Dougie sofrer, acabo com você – disse Danny, respondendo o meu abraço.
Fui andando até Douglas que estava dançando com as meninas. Puxei-o pela gola da camisa e começamos a dançar. Eu não falaria agora. Não naquele momento. Continuamos dançando - uma dança provocativa e sensual.
Dançamos uma, duas, três... Dez músicas, até que decidimos nos sentar e beber alguma coisa. Todos estavam no bar.
- Gente, estou cansada. Vamos para casa, Diogo? – disse Karin com um olhar malicioso.
- Mas é claro. Tchau, gente! – disse Diogo, saindo do local com a namorada.
- Acho que também já vamos. A noite vai ser longa hoje – disse Harry, rindo e deixando super sem graça.
- Então vamos todos. Já estou cansado e, se continuar aqui, vou acabar saindo carregado – disse Danny.
Saímos todos da boate e cada um foi para a sua casa.
Em todo o caminho para a casa de Dougie, fomos trocando carinhos e olhares. Eu queria contar, gritar e agarrá-lo. Já havia me esquecido, mas saber que era tudo mentira me deixou com uma leveza sobrenatural.
Assim que chegamos a casa, tomamos banho e Dougie preparou misto-quente para comermos. Estava me sentindo “cansada” e pedi para “dormir”. Ele me levou no colo até o quarto. Quando me colocou na cama e ameaçou sair, puxei-o, fiz com que ele caísse na cama e subi em seu colo.
- Acha mesmo que vou deixar você ficar vendo TV até clarear por completo? Não, senhor! Hoje você é meu, somente meu, como sempre foi – disse, tirando a sua camisa.
- O que aconteceu? Deram-lhe alguma bebida? – disse Dougie, rindo.
- Ué, não posso querer o meu futuro marido perto de mim? Se não quiser, tudo bem. Posso ligar para o Tom para ele me fazer companhia – disse, sabendo que tinha tocado na ferida.
- Você é minha e de mais ninguém – disse Dougie, tacando-me na cama, trocando as nossas posições e fazendo com que ele ficasse por cima.
Amamo-nos loucamente até o dia clarear. Quando senti pela quinta vez o peso de Dougie cair sobre mim, empurrei-o para o lado e me sentei na cama de frente para ele.
- Perdoe-me, amor – disse, limpando o restinho de suor que tinha em sua testa.
- Perdoar pelo quê? Você não fez nada – disse Dougie, olhando-me confuso.
- Por não desculpar a sua traição quando ela não existiu – disse, sorrindo.
- Do que você está falando? Amor, voltar a esse assunto não nos leva a nada. Só vai magoar mais. Eu não me lemb... – disse Dougie e tratei de interromper.
- Danny me contou toda a verdade. Você e a Paula não tiveram nada. Não faz idéia de como estou feliz. Você sempre foi e sempre será somente meu – disse, sorrindo, vendo o semblante de felicidade de Dougie.
- Não sei nem o que dizer! – disse Dougie, abraçando-me – EU A AMO MUITO! EU SABIA QUE NÃO SERIA CAPAZ DE FAZER ISSO COM VOCÊ, MINHA LINDA!
Voltamos a nos beijar e fizemos amor novamente. Dougie beijava o meu pescoço e, a cada movimento, sussurrava o quanto me ama e me desejava.
Quando finalmente chegamos ao orgasmo, Dougie se deitou ao meu lado, abraçando-me e me dando um beijo na cabeça.
- Eu te amo, docinho – disse Dougie, logo após caindo no sono.
- Eu te amarei para sempre, querido – disse, ouvindo a sua respiração pesada.

Capítulo 53
“Tudo começou estranho e sem querer. Não sabia que iria tão longe com você. Impossível imaginar nossa história assim. Aconteceu e hoje sou feliz, sim”.


Três anos depois...

[Flashblack do início da fic]

Meu nome é . Faço vinte anos daqui algumas semanas. Tenho dois irmãos, Thiago e Lucas. Moramos em Londres, num apartamento digamos que apertado para uma família de cinco pessoas. Somos um tanto unidos. Talvez isso até seja estranho nos dias de hoje, mas temos uma amizade que vai além de qualquer carinho de família.

[Fim do Flashblack]

Acordei, sentindo o peso de Dougie sobre mim. Empurrei-o e caminhei até o banheiro. Ainda passaria na faculdade para pegar o certificado, já que consegui acabá-la em três anos. Inúmeros cursos e horas a mais. Não queria passar cinco anos naquele lugar. Três já estava de bom tamanho.
Tomei um banho, escovei os dentes e fui me arrumar. Coloquei uma calça jeans clara, uma blusa roxa básica e um All Star lilás. Fui preparar o nosso café. Minha mãe já havia deixado tudo arrumado. Coloquei umas torradas, frutas e geléia, dois copos de suco na bandeja e voltei para o quarto. Dougie ainda dormia. Dava até pena acordá-lo.
- Amor, acorde... Está na hora! – disse, distribuindo beijinhos em seu rosto.
- Ai, amor. Deixe-me dormir só mais cinco minutinhos.
- Não, Douglas. Você tem ensaio fotográfico com os meninos daqui a uma hora – disse, tirando o cobertor de cima dele.
- Tudo bem, chatinha. Bom dia, amor – disse Dougie, sentando-se na cama e pegando uma torrada.
- Bom dia, amor. Estou indo à faculdade. Tenho que pegar uns documentos – disse, terminando de tomar o suco.
- Tudo bem. Quando tiver saindo de lá, passe para me buscar. É o tempo das fotos – disse Dougie, sorrindo.
- Tudo bem. Estou indo, amor – disse, dando um beijo nele.
Peguei o carro e fui para a faculdade. No caminho, passei pela minha antiga escola. Sorri ao me lembrar dos momentos lá, dos grupinhos... Tudo tão bom!
Estava namorando Dougie há quatro anos e nos casaríamos no dia do meu aniversário. e Harry já estavam casados tinha um ano. e Danny continuavam no vai e volta. e Tom tinham terminado, mas logo voltaram. Karin está nos Estados Unidos e Diogo foi atrás. Maria Carolina e David terminaram, já que ele continuou aqui e ela foi para a Espanha. Bruna e Lucas estavam marcando a data, mas ela está grávida e se casam mês que vem para aproveitar que a barriga ainda não está aparecendo muito.
Peguei os documentos e conversei com a coordenadora de redação. Ela havia arranjado um estágio para mim, no qual eu estava indo super bem e ganhando legal.
Terminei de acertar as coisas e liguei para Dougie. Os meninos estavam na gravadora, assinando uns contratos. Resolvi passar lá e buscá-lo. Cheguei à gravadora, estacionei e cumprimentei todas as meninas da recepção. Entrei na sala de reunião e todos os meninos estavam lá com dois empresários do Brasil.
- Carlos? – perguntei boquiaberta.
- ! Não acredito, menina! – disse Carlos, vindo em minha direção.
- Que saudade! Como está Alessandra?
- Está bem. Casou com o André, aquele namoradinho dela. Lembra-se? Se eu contar que a encontrei, ela vai surtar – disse Carlos, rindo. Alessandra era a sua irmã, minha vizinha.
- Eu sabia que eles iam se casar... – respondi, rindo.
- E você? Esrá solteira? Namorando? Casou? Está uma mulher, pirralha – disse Carlos, sorrindo malicioso. Ele sempre me chamou assim.
- Estou noiva, Carlinhos. Caso daqui a duas semanas e você não vai acreditar com quem – disse, sorrindo sem graça. Já havia percebido o olhar de Dougie.
- Não faço a mínima. Quem é o sortudo?
- Eu sou o sortudo – respondeu Dougie, abraçando-me por trás e me dando um beijo no pescoço.
- Ah, sim... Parabéns, cara! Arrumou uma menina de ouro! Cuide dela, hein, mané. Conheci-a bebê... – disse Carlos todo sem graça.
- Pode deixar, Carlão. Acho que já acabamos a nossa reunião. Vocês já podem ir – disse Dougie, sendo indelicado.
- Er... Claro! Vamos, Julio? – chamou Carlos – Foi um prazer enorme rever você, . Está linda! Parabéns pelo casório – disse Carlos antes de sair da sala.
Dougie me fuzilou e depois saiu. Olhei para os meninos que estavam segurando o riso.
- Ah, gente. Pode rir! – disse rindo.
- E aí, gata? Está solteira? Vamos dar um rolé? – disse Harry com uma voz sexy.
- Ah, cale a boca! Deixe-me ir atrás desse seu amigo ciumento – falei, saindo da sala.
Fui até o estacionamento e Dougie estava parado na porta do carro com uma cara de quem comeu e não gostou.
- Amor, que bobeira. Pare de ciuminho bobo – disse, abraçando-o.
- Ciuminho bobo? O cara dá o maior mole para você na minha cara e acha que é ciuminho bobo? Ah, , poupe-me.
- Amor, conheci o Carlinhos ainda bebê... Ele era o meu vizinho. Nunca quis nada com ele e nem quero. Vamos nos casar daqui a duas semanas. Para que isso, hein? – disse, largando-o.
- Que merda! – sussurrou Dougie – Acho que quando casarmos, vou trancá-la em casa. Não agüento esse mando de homem lhe dando mole. Você é minha. Só minha! – disse Dougie, beijando-me.
Entramos no carro e fomos atrás da nossa casa. Já tínhamos escolhido. Só nos encontraríamos com o corretor hoje para assinar a papelada e pagar.
Estacionamos o carro em frente à casa branca e o encontramos. Assinamos tudo, demos a quantia e fomos olhar o nosso futuro lar.
Só de imaginar construir uma nova vida, uma família ao lado de Douglas, senti os meus olhos enxerem de lágrimas. Uma nova vida estava por vir. Agora eu estaria no comando.
Fiquei parada no portão da casa, admirando e fazendo planos.
- Amor, imagine os nossos oito pimpolhos correndo pela casa – disse Dougie, abraçando-me.
- Você ainda quer ter oito filhos, amor? Não acha muito?
- Oito para começar, mas já pensei em ter uns doze. O que acha?
- DOZE? Nossa, amor. P décimo já vai sair engatinhando, né? – disse, rindo.
- Que seja. Quero muitos filhos, amor! Quero a nossa casa cheia, ter uma grande família com você.
Ficamos um bom tempo só admirando a casa e fazendo planos. Dougie faria uns shows essa semana, então eu teria tempo de ajustar o vestido, ver os últimos detalhes da festa...
Depois de resolver como decoraríamos a casa, deixei Dougie na dele e fui para a minha. Ainda tinha que marcar com a Laura, a nossa decoradora, e falar com o Max, o meu estilista pessoal.

Capítulo 54
“Eu sei que vou te amar. Por toda a minha vida, eu vou te amar”.


Dia cinco de maio. Falta uma semana para o meu casamento e aniversário. Os anos que se passaram desde que Douglas me pediu em casamento foram perfeitos. Brigamos muito, muito ciúme, saídas... Carinho e muito amor.
Mesmo trabalhando e fazendo faculdade, consegui administrar a minha relação e torná-la saudável e forte. Douglas trabalha muito e está sempre viajando, o que me dava tempo de estudar e me dedicar ao máximo. Assim que voltar da lua-de-mel, começo a trabalhar como editora chefe da revista Paz, a mais conhecida e comprada de toda a Inglaterra. Sem contar a coluna que consegui pegar para escrever que fala sobre romance - um assunto que entendo e vivo bastante.
No último mês, a minha vida foi uma correria só, terminando faculdade, preparativos para o casamento... , que já estava craque no assunto, ajudou-me bastante. havia terminado com Tom. Então fez uma viagem para o Brasil. Já tem providenciado os comes e bebes. Minha mãe e minha sogra trataram da decoração e é claro que está linda e de ótimo gosto. Eu e Dougie ficamos loucos com essa divisão de padrinhos, o que ficou resolvido com: Tom, , e são os meus. Harry, , e Danny são os dele. A única coisa que Douglas resolveu sobre o casamento foi a lua-de-mel. E o lugar em que iremos passar? Não tenho a mínima idéia. Dougie não quis revelar. Disse que é surpresa e que irei adorar. A única dica que me deu foi que um dia prometeu me levar lá.
Danny e Harry disseram que, como presente de casamento, trariam como atração Jason Mraz, o que me fez ficar muito feliz. Tom me ajudou a escolher o meu vestido e tem ficado muito ao meu lado nos meus momentos ansiosos. escolheu os vestidos das madrinhas e , com a ajuda de Dougie, escolheu os ternos dos padrinhos. A festa será em minha casa mesmo. Queremos uma coisa mais íntima, mesmo os meus sogros querendo fazer a festa num cruzeiro. Tudo pronto. Agora era aguardar.




O grande dia!

Acordei com a mulherada toda no meu quarto aos berros separando roupa, sapatos... Minha sogra e minha mãe estavam pegando o vestido, sapato, lingerie... Tudo que eu usaria no casamento.
- Mas que invasão é essa? – perguntei. vendo a zona que estavam fazendo no meu quarto.
- Oh, sua irresponsável! Você tem que estar no Spa daqui a vinte e cinco minutos. Seu casamento é hoje. Lembra-se? – disse enquanto arrumava tudo dentro de uma bolsa.
- É claro que me lembro... Mas não me lembrava de ter marcado Spa e nem dia da noiva – falei, encarando .
- Pois é. Vi que você não tinha marcado e tratei de agendar. Está pensando o quê? Só porque namora há trinta anos com o seu noivo que tem que estar largada? Não, senhora. Você vai estar linda, gostosa, cheirosa e poderosa. Vai deixar Dougie doidinho e as fãs, ao vê-la nas revistas, morrendo de inveja – disse , dando pulinhos.
- Tudo bem... Agora será que posso tomar um banho?
- Se pode? Você tem que voar, – disse a minha mãe.
Levantei-me correndo, pegando uma roupa que as meninas já haviam separado para eu vestir. Tomei um banho super rápido, fiz minha higiene e voltei para o quarto.
- Estou pronta. Podem me levar para o massacre! – disse, rindo.
- Vamos povo! É hora de ficarmos lindas – gritou toda animadinha.
Chegamos ao tal Spa e já havia uma moça me esperando. Lá, viraram-me de pernas para o ar. Cuidaram da pele, depilação, cabelos, unhas... Tudo.
Assim que terminaram a massagem corporal, as meninas entraram com o meu vestido. Terminei de colocar e já fui fazer a maquiagem e terminar com o cabelo.
Estava pronta. Assim que saí da salinha, as meninas começaram a chorar e lógico que com a minha mãe junto.
- Filha, que você seja muito feliz! E que viva o melhor sentimento do mundo, como vivi com o seu pai – disse minha mãe aos prantos.
- Oh, mãe. Não chore. Amo tanto você... Se continuar assim, não vou nem lhe contar a novidade – disse, sorrindo, segurando o choro para não borrar a maquiagem.
- Novidade? Mais alguma? – perguntou a minha mãe, secando as lágrimas.
- Sim. E essa só você vai saber. Só contarei ao Dougie na lua-de-mel. Quero que você guarde segredo até nós voltarmos – disse, sorrindo.
- Tudo bem, minha filha. O que houve?
- Estou grávida, mãe! De um mês, mas estou – falei, sorrindo e deixando uma lágrima cair.
- Oh! Não acredito. Um bebê... Eu... Eu vou ser avó! – gritou a minha mãe, abraçando-me.
-Xi! Não grite, mãe! As meninas vão escutar e me perturbar. Sim, um bebê... E você será a vovó mais linda do mundo! – falei, dando um abraço apertado em minha mãe.
- Obrigada, meu amor. Tenho muito orgulho de você!
- Ei. O momento “mãe e filha” está lindo, mas temos que ir, ou seu noiva vai ter um troço no altar – disse , sorrindo.
- Vamos! Amo muito você, mãe.
- Amo você, minha filha.
Saímos do SPA na limusine que Dougie havia alugado. Minhas mãos suavam e meu estômago protestava. Estava nervosa, ansiosa, feliz... E grávida! Era tanta notícia boa ao mesmo tempo, tanta felicidade...
Em meia hora, chegamos à igreja. As meninas entraram para ocuparem os seus lugares. Meu pai me aguardava e, quando saí do carro, vi seu olho marejado.
- Oh, pai. Não chore! Já não basta a mamãe? – disse, sorrindo.
- Minha bebezinha cresceu. Ainda a tenho como aquela carequinha na maternidade, que berrava querendo comida e fez xixi no meu blazer italiano – disse meu pai, sorrindo.
- Continuo sendo a sua bebezinha, sua filha predileta. Em breve, eu lhe darei netinhos para fazerem xixi no seu velho blazer italiano – falei, abraçando o meu pai.
- Amo-a, filha. Que você seja feliz! – disse o meu pai, chorando.
- Amo você, pai. Obrigada por tudo.
E então escutei a música anunciando a minha entrada. Abriram a porta da igreja. Dei o primeiro passo para o meu sonho, para uma nova vida, um sonho compartilhado com o homem que amo, que será pai dos meus filhos, meu marido, amante e fiel.
Dougie estava lindo com um terno preto básico, mas a sua beleza o deixava lindo e exuberante.
Lentamente caminhei pelo tapete vermelho da igreja. Os flashes eram muitos, porém a única coisa que realmente chamava atenção era o noivo, o meu noivo. Quando cheguei ao encontro de Douglas, o meu pai me beijou na testa, concedendo a minha mão ao meu amor. Disse: “Cuide bem da minha menina. Faça-a feliz, Douglas”. Dougie pegou a minha mão, beijou e respondeu: “Tenha certeza, . Ela será a mulher mais feliz”. Apenas nos olhamos e sorrimos.
O padre deu início à cerimônia. Foi tudo perfeito, um verdadeiro sonho, a realização de um casal que superou todas as barreiras para um dia estar onde estamos. Douglas sorria e me olhava. Minha vontade era de abraçá-lo, beijá-lo e dizer que o meu amor por ele já não tinha mais definição.
A cerimônia foi linda e emocionante. Trocamos as alianças e fizemos juras de amor eterno e fidelidade. Finalmente havíamos selado o nosso amor. Beijamo-nos e a única coisa que ouvi foram aplausos e assovios.
- Amo você. Finalmente minha... Somente minha – disse Dougie, sorrindo.
- Amo você... E sempre fui sua – disse, abraçando-o. Fomos em direção à limusine que nos levaria até a festa.
O motorista deu umas voltinhas para que desse tempo de todos os convidados chegarem. Quando finalmente recebi uma mensagem de , fomos para a nossa casa, para a nossa festa. Assim que chegamos, nossos familiares e amigos nos aguardavam na entrada. Recebemos felicitações de todos e fomos dançar a valsa - tradicional, já que sempre fora o meu sonho. Após dançar com Dougie, dancei com o meu pai, meu sogro e meus irmãos.
A festa estava maravilhosa e era a hora de cortar o bolo e receber o presente de minhas amigas. Cortamo-lo e tiramos as fotos como o figurino manda. Quando voltamos para a pista improvisada, minhas amigas foram para o palquinho onde Jason Mraz cantaria em poucos minutos.
- Boa noite, gente. Confesso que estou nervosa... – disse , sorrindo – Bom, preparamos uma surpresa pra você, amiga, e o nosso baixinho também. O seu presente os aguarda no carro – disse .
- Então, como queríamos fazer uma coisa rápida e sem muita formalidade, resolvemos fazer um vídeo. Com a ajuda de Tom, que já tinha feito isso para , preparamos algo especial – disse .
- E, amiga, não chore, hein. Não pode borrar a maquiagem! – falou , sorrindo.
- Então chega de blá, blá, blá, e vamos começar – disse , dando início a um vídeo com todas as fotos minhas com Dougie quando ainda éramos amigos, a galera toda no ensaio, no Mc Donald’s, na casa do Danny, nas festas, boates, as fotos da viagem para a casa do tio do Tom, meus aniversários, nossos dias entediantes... Tudo registrado e num vídeo lindo que obviamente me fez chorar.
- Amiga, eu já sabia que você ia chorar, mas nós todos não podíamos deixar de presenteá-los com todas essas fotos. Algumas que vocês nem sabem que existem! E hoje, mais do que nunca, desejamos a vocês felicidade, amor e muitos, mas muitos anos juntos e cheios de coisas maravilhosas. Nós e mais os meninos desejamos a vocês toda a felicidade do mundo – falou aos prantos.
- E, Dougie, bem-vindo ao mundo da coleira – disse Harry, tomando o microfone.
Assim que terminaram a homenagem, demos um abraço coletivo e prometemos que, independentemente do que acontecesse, a nossa amizade seria forte e eterna.
Curtimos mais um pouco a festa e fomos nos trocar. Afinal, a lua-de-mel nos esperava.
Quando descemos de volta, todos nos abraçaram e desejaram boa viagem. Meu melhor amigo chorava e veio me abraçar.
- Boa viagem, boneca. Toda a felicidade do mundo para vocês – disse Tom aos prantos.
- Você vai ter um afilhado, mas fique de boca chegada. Nem o pai ainda sabe – disse, sussurrando em seu ouvido.
- Amo você, boneca. Felicidades – disse Tom, dando-me um beijo.
- Amo você, amigo! Obrigada por tudo.
Quando estava indo em direção ao carro, vi uma mulher baixinha e de cabelo preto vindo em minha direção. Seu vestido preto e a sua maquiagem pesada não me deixavam dúvidas. Era ela, a minha prima, a minha amiga, Cris. Fui correndo em sua direção.
- Prima! Que saudade – disse, abraçando-a.
- Ah, prima. Vim o mais rápido que pude, mas vejo que não consegui chegar a tempo. Perdi-me no aeroporto. Acredita? – disse Cris, sorrindo.
- Vindo de você, acredito em tudo prima. Será que você me espera voltar de lua-de-mel? – disse, fazendo carinha de cão sem dono.
- É claro. Vou morar na sua casa, prima. Ou melhor, no seu quarto, já que agora você tem uma nova casa e uma nova vida. Vim estudar música aqui. Quero tentar a sorte com a minha guitarra – disse Cris.
- Ah, sim. Bom, você conhece o Danny, né?
- Acha mesmo que não? Meu sonho de consumo, prima. Enfim, sei que ele é da banda do seu marido.
- Então vou apresentá-la a ele e ao Tom. Quem sabe eles lhe dão uma dica.
- Claro. Vamos rápido que você tem hora.
Fomos correndo até Danny que se encontrava sentado numa mesinha do lado da piscina.
- Danny! – gritei, fazendo com que ele levasse um susto.
- Fale, sua maluca!
- Danny, quero lhe apresentar a minha prima, Cris. Ela toca guitarra e veio tentar a sorte em Londres. Será que pode ajudá-la? – falei super rápido devido à pressa.
-Cla-claro... – disse Danny com os olhos brilhando. – Será um grande prazer.
- Então fiquem conversando que tenho uma lua-de-mel me esperando. Beijos, prima. Boa sorte! E me espere – disse, correndo em direção ao meu marido.
E então entramos no carro. Agora, ou melhor, finalmente éramos marido e mulher e com um novo destino. E eu ainda me pergunto: QUAL?

Capítulo 55
“Eu ‘to em lua-de-mel. Eu ‘to morando num pedaço do céu...”.


Narração por Daniel Jones:

A cerimônia de casamento estava linda. Fizemos uma bela homenagem aos noivos e juras de amizade eterna. estava linda e radiante. Estava estampado em seu sorriso a felicidade e o amor que sentia por Dougie. O mesmo estava nervoso, feliz e todo bobo. Finalmente haviam conseguido ser acertar ao ponto de terem uma vida juntos e construírem uma família.
Todo aquele lance de casamento estava me deixando para baixo. Minha relação com já não era mais a mesma. Ela estava distante e estranha. Estávamos sempre terminando e voltando. Já não tenho mais tanta certeza de meus sentimentos. Quando fazemos amor, nossa conexão já não é tão forte. Ela não meu olha nos olhos, não me faz juras de amor... Simplesmente solta gemidos e me pede prazer. Nossa relação chegou a um nível que não suporto mais suas as frescuras. Já não atura o meu jeito... Brigamos o tempo todo e por tudo.
Estava sentado perto da piscina e todos estavam se despedindo dos noivos. Estava perdido em pensamentos quando vem correndo em minha direção, gritando.
- Danny! – gritou , fazendo com que eu levasse um susto.
- Fale, sua maluca! – respondi, percebendo uma menina baixinha, dos cabelos e olhos negros, linda, com um rosto meigo e sutil. Sua maquiagem a deixava expressiva. Fiquei hipnotizado com sua beleza forte e provocativa.
- Danny, quero lhe apresentar a minha prima, Cris. Ela toca guitarra e veio tentar a sorte em Londres. Será que pode ajudá-la?
- Cla-claro – disse, olhando para Cris, a bela menina – Será um grande prazer.
- Então fiquem conversando que tenho uma lua-de-mel me esperando. Beijos, prima. Boa sorte! E me espere – saiu correndo, deixando-nos a sós.
Fiquei a olhando. Como eu poderia não ajudar uma figura tão linda? Senti o meu coração acelerar, as famosas e gays borboletas no estômago, minhas mãos suavam e eu estava sem palavras.
- E então, Danny... Vai ficar só me olhando ou vai me ajudar? – disse Cris descontraída.
- Eu? Ah... É... Mas é claro! – o que está acontecendo comigo? Que tipo de homem eu sou? Que idiota!
- E então... Toco guitarra. Tinha uma banda no Brasil, mas ninguém levava muito à sério. Resolvi vir para cá tentar a sorte – disse Cris, sorrindo – Acho que a encontrei – completou Cris com as bochechas avermelhadas e um sorriso torto.
- Vou ajudá-la. Se quiser, podemos sair amanhã. O que acha? – disse sem pensar – Não... Não se assuste! Não é um encontro – PORRA, DANIEL! PARE DE SER IDIOTA! – Não, se você não quiser... É, bem... Que seja. podemos sair para discutir e ver no que posso ser útil.
- Tudo bem, Danny. Temos um encontro amanhã. Pode passar para me buscar? – perguntou Cris.
- Claro. Onde você está hospedada?
- Na casa da . Então o espero. Que horas?
- Às sete está bom para você? – perguntei inseguro, mas mentalmente fazia a dancinha da vitória.
- Está ótimo. Então... Até amanhã, Danny! Adorei conhecê-lo – disse Cris, dando-me um beijo na bochecha e indo em direção à família de . me olhava do outro lado da piscina. Seu olhar era de tristeza. Ela sabia que já não estávamos mais “juntos de alma”. Apenas de corpo. Fui andando lentamente até ela e a abracei.
- A que ponto chegamos, Danny? Como deixamos a nossa relação chegar a esse nível? – disse com lágrimas nos olhos.
- Fizemos o que foi possível. Amamo-nos e vivemos o nosso amor – disse, tentando reconfortá-la.
- Nossa relação chegou ao ponto que nunca desejávamos. Sexual é a nossa relação. Não nos amamos mais, Danny. Não sobrou nada além de desejo e carinho – disse , chorando.
- Claro que sobrou. Amo você, sim. Não como minha mulher, mas como minha companheira e amiga. Se hoje não somos o que éramos, talvez não tivesse que ser.
- Eu não queria que fosse assim, Danny...
- Eu também não, , mas não temos culpa. Foi acontecendo sem que percebêssemos.
- Acho melhor eu ir. Ainda tenho que ajudar as meninas com os convidados – disse , limpando as lágrimas – Seja feliz, Danny. Desejo isso a você.
- Obrigado por tudo, . Tudo que vivemos foi maravilhoso e único – ela apenas sorriu e se distanciou – ... – chamei-a, fazendo com que ela se virasse – Eu amo você! – ela voltou até a mim, dando-me um último beijo, um beijo de despedida. Ali estávamos encerrando o ciclo, a nossa história. Abriríamos um novo livro, separados e com outros personagens, mas eu desejava que ela tivesse um final feliz.

Narração por Poynter:

Casados. Nossa nova realidade já havia começado.
Assim que chegamos ao aeroporto, Dougie continuou com o mistério, fazendo o favor de nos trancar numa sala. Mandou um serviçal do aeroporto vir nos avisar quando fosse nossa hora.
- Amor, para que tudo isso? Era mais fácil e prático você me contar logo – disse, fazendo bico.
- Quero lhe fazer uma surpresa. Dá licença? – disse Dougie, rindo.
- Tudo bem... – disse contrariada.
Uma hora depois, veio o tal homem nos avisar que estava hora. Entrei no avião e nada. Até a aeromoça havia sido avisada para não citar o nosso destino (O QUE UMA PESSOA COM FAMA E DINHEIRO NÃO CONSEGUE?).
Dougie me abraçou e disse que eu iria adorar que e seria a melhor coisa a tal surpresa. Logo dormi. Estava cansada, exausta. Muita tensão e animação para uma pessoa só.
Perdi a noção de quanto tempo dormi e só acordei quando Dougie avisou que pousaríamos. Assim que descemos do avião, entramos num carro vermelho e fomos com destino ao hotel.
- Douglas, eu... Eu não acredito, amor! – disse, sorrindo e deixando as lágrimas caírem.
- Prometi que a traria aqui. Numa data tão especial como essa, eu não podia deixar de cumprir – respondeu Dougie, abraçando-me.
Chegamos ao hotel. Lindo! Sim, nós estávamos em Portugal. Fomos para o quarto. Uma suíte presidencial perfeita, enorme. Parecia até o meu primeiro apartamento em Londres. Ela tinha uma vista privilegiada, além de ser linda. O quarto estava todo cheio de pétalas de rosas, champanhe, frutas... Não me esquecendo de mencionar que Dougie me levou no colo, colocando-me na cama.
- Enfim a sós, amor – disse Dougie para não quebrar o ritual. Foi até o balde de gelo, pegou o champanhe, duas taças e veio em minha direção – Vamos brindar ao nosso amor, à nossa vida juntos e tudo que ainda temos pela frente – disse Dougie, colocando a bebida nas taças.
- Um brinde ao papai mais lindo e gostoso de toda a Inglaterra – disse, sorrindo.
- Um brinde – falou Dougie sem se tocar – O... O quê? Vo-você está grá-grávida? – disse Dougie com uma cara de susto.
- Estou, amor. O nosso bebê tem um mês – disse, sorrindo e colocando a sua mão em minha barriga.
- EU TE AMO, ! O NOSSO AMOR É ETERNO! Obrigado por me completar e ser perfeita – disse Dougie, pegando-me no colo.
- Eu te amo, Douglas. E obrigada por ser a causa de minha existência - tomamos o champanhe e Dougie me beijou com todo amor, luxúria, desejo e carinho. Quando percebemos que precisávamos de ar, ele começou a beijar o meu pescoço,colo... Aos poucos, foi abrindo o zíper do meu vestido. Quando finalmente lembrei do presente que as meninas haviam me dado: uma lingerie linda!
- Amor, espere! – disse, pegando a caixa e indo em direção ao banheiro. As meninas sabiam que Dougie adorava quando eu usava roxo e ele não gostava de lingerie muito sensual. Então encontraram uma na medida certa e na cor perfeita.
Tomei um banho rápido e coloquei, dando um retoque na maquiagem e no perfume.
Voltei ao quarto. Dougie estava na janela, apenas de boxer branca. Não percebeu a minha presença. Abracei-o por trás, fazendo com que ele virasse e me tacasse na parede. Novamente voltamos a nos beijar, dessa vez com urgência e muito desejo.
- Você está linda. Fico louco com você! – disse Dougie em meio ao beijo.
Dougie foi tirando as minhas roupas íntimas assim como as dele. Foi me empurrando para trás até me deitar na cama. Seus beijos foram descendo, até chegarem à minha entrada. Logo, começaram beijos, carícias...
Vendo que eu estava prestes a chegar ao orgasmo, Dougie subiu, voltando a me beijar na boca.
- Vou fazê-lo pedir água – disse Dougie em meu ouvido.
- Quero você, amor, agora! – disse num sussurro, sem forças para falar alto.
Já cansados de provocações, cometemos o melhor e mais prazeroso pecado. Hoje, pela primeira vez, estava fazendo amor com o meu MARIDO. Estava com uma felicidade surreal. Desejava-o e o amava a cada toque, beijo, sussurro e gemido. Ele era único, o melhor de todos os homens, e era meu! Meu primeiro amor verdadeiro, meu primeiro homem e o único. Sei que estaríamos juntos para sempre.
Quando finalmente estávamos em condições, fomos tomar um banho na banheira e novamente nos amamos loucamente. Assim se passou a madrugada toda, amando-nos, desejando-nos e trocando juras de amor.
Quando finalmente senti o meu olho pesar, acomodei-me em seus braços.
- Amor, hoje tenho certeza de que o amor vence todas as barreiras.
- Precisamos passar por tanta coisa para sermos o que somos hoje. Somos um só! Somos um casal – disse, sorrindo.
- Quero que sejamos tudo, contanto que sejamos nós três – disse Dougie, beijando a minha barriga.
- Ou nós quatro – respondi, sorrindo e ouvindo a sua respiração calma e pesada. Ele estava dormindo. Mal sabia que eu tinha risco de estar esperando GÊMEOS!
Acomodei-me em seu braço e me preparei para ter sonhos de um futuro conosco juntos e felizes.

Capítulo 56
“O tempo passa para todos...”


Quinze anos depois...

Quinze anos de casamento, juntos, amando-nos, respeitando-nos e sendo fiel um ao outro. Nossos filhos estão com quatorze anos e, como previsto, eu estava grávida de gêmeos. Maria Eduarda e Rafael. Douglas é um pai super presente, ciumento e rígido. Ama os nossos filhos com todas as forças e é um marido que todas gostariam de ter.
Hoje, com trinta e cinco anos, sou uma mulher realizada. Tenho uma família linda e muito unida. Douglas está com trinta e sete e o McFly continua com o mesmo sucesso. Os “meninos” continuam sendo assediados como sempre e continua com os seus ciúmes. e Harry tiveram quatro filhos e continuam apaixonados um pelo outro. Maria Carolina virou uma grande tradutora e professora. Karin ainda viaja pelo mundo, à procura de algo que a complete, junto com Diogo. Danny e Cris se casaram um ano depois de meu casamento. acabou ficando com Léo e foram morar no Alaska. Tom e resolveram morar juntos e ela está grávida de cinco meses. Tom está todo feliz e babão. O Danny? Não é que se acertou com Cris? Ajudou-a tanto que hoje ela toca em uma banda super famosa em todo o mundo: Leah. O porquê desse nome? Ninguém sabe! Foi paixão à primeira vista. Tiveram um filho apenas, já que ambos trabalham muito e viajam bastante. continua de namorico com , mas eles resolveram ter um relacionamento aberto, pois ela vive indo ao Brasil para administrar a sua empresa. E a nossa amizade? Continua a mesma. Vivemos juntos, saindo, fazendo festas. Tom e são padrinhos de Maria Eduarda. e Danny são os de Rafael. Dougie queria ter vários filhos para todos serem compadres, mas não dá, né?
Hoje à noite, terá um jantar comemorando o aniversário de casamento de e Harry. Maria Eduarda veio com um papinho de levar Diego, o seu “amigo”. Douglas não pode nem sonhar que permiti isso. Rafael não quer saber de namoradas. É o famoso “pego todas e não estou com ninguém”. Maria Eduarda é a cópia de Douglas. Já Rafael é a minha cara (até o cabelo tem a mesma cor).
- Amor, chega de digitar esse documentário sobre a nossa vida e venha se arrumar! Está na hora – disse Douglas na porta do banheiro.
- Tudo bem, docinho. Estou indo – disse, fechando o laptop.
Tomamos banho juntos e nos arrumamos. Maria Eduarda estava linda com um vestido preto balonê e Rafael com uma calça jeans e blusa pólo. Estávamos na casa de quando vi um menino baixinho, loirinho e dos olhos azuis entrando ao lado de Maria Eduarda. Podia jurar que era o Dougie mais novo.
- Mamãe, papai, esse é o Diego, o meu namorado! – disse Maria Eduarda com um brilho nos olhos e um sorriso mágico.
- Seu o que, Maria Eduarda? – disse Dougie com uma cara séria. Eu sabia que ele não ia gostar nem um pouco dessa história.
- Namorado dela, amor. Prazer, meu bem. Seja bem-vindo! – disse, sorrindo. Douglas me fuzilou com o olhar e estava bem claro que eu pagaria mais tarde.
O jantar foi excelente. Minha filha estava toda animada e o tempo todo de mãos dada com seu namorado. Voltamos para casa e Dougie já foi logo reclamando.
- Que história é essa de namorado, Maria Eduarda? Você é muito nova para isso! – disse Douglas, sentando-se no sofá.
- Ah, pai, deixe de ser careta! O Diego é o máximo! Ele tem uma banda que é super maneira. Ele toca baixo igual a você! E ele é amigo do Rafa – disse Maria Eduarda toda sorridente.
- O seu irmão sabia disso? – perguntou Douglas sério. Maria Eduarda apenas concordou com a cabeça – Vá para o seu quarto, filha. Amanhã a gente conversa, antes que eu perca a cabeça! – disse Dougie com uma cara de poucos amigos.
Fui andando até ele e me sentei em seu colo. Ele apenas me olhou de cara feia.
- Você é a pessoa mais ciumenta que já conheci – disse, sorrindo.
- Gosto de proteger quem amo! E se esse moleque acha que... – disse Dougie e logo o interrompi
- Amor, deixe-os! Lembra-se da gente? Você era meio lerdinho, hein... Ainda fingia que não me amava – disse, mordendo os lábios.
- Você vai ver o que é ser lerdo – disse Dougie, pegando-me no colo e me carregando para o quarto. Continuávamos na mesma forma. Podia passar o tempo que fosse. Continuaríamos nos amando e nos desejando.
Com tempo, Dougie passou a aceitar o namoro de Maria Eduarda e Diego. Em muitos momentos, via um flashback de minha juventude.

Trinta anos mais tarde...

Sessenta e cinco anos. As coisas mudaram definitivamente. Maria Eduarda se casou com Diego e me deu um netinho. Rafael está casado e morando na Finlândia. Teve três filhos. Hoje moro sozinha, na mesma casa, no lugar onde fiz os meus primeiros planos, o lugar onde foi o meu casamento, criei meus filhos, vi minha família crescer... O lugar onde vivi a minha história de amor e vi o meu marido morrer.
Cinco anos sem Douglas hoje. Exatamente hoje faz cinco anos. Vi o meu marido morrendo aos poucos com uma doença ingrata e sem piedade: câncer. Vi aquele sorriso sendo molhado por lágrimas secas de uma dor sem fim. A minha grande felicidade foi embora e fiquei. Fiquei para retratar tudo que vivemos e um dia contar aos meus netos e quem quisesse ouvir: O AMOR EXISTE E PODE ESTAR AO SEU LADO!
Vivi quarenta anos ao lado de meu marido, amante, amigo, pai... Douglas era tudo o que eu queria e precisava. Não tinha excesso e nem faltava. Era na medida, na minha medida. Fui a mulher mais feliz, amada e desejada. Realizei os meus maiores sonhos. A casa que um dia foi cheia, repleta de sorrisos, hoje abriga uma senhora que faz uma biografia da vida amorosa de um grande ídolo mundial. Sinto-me sozinha em vários momentos e é por isso que venho até aqui, onde Douglas está, para conversarmos e matarmos a saudade. Não o vejo, mas o sinto, pois sei que dentro de mim ele ainda vive.
- Oi, docinho. Trouxe flores! – disse, deixando as flores em cima de sua sepultura – Amor, concluí o nosso livro. Fiquei anos sem escrever, como você sabe. Não me sentia preparada para contar ao mundo como fomos felizes – limpei a primeira lágrima teimosa – Sabe, hoje vejo tantos jovens casando e se separando, namorando e rompendo. Lembro-me de nós... Tive relacionamentos iguais aos desses jovens, mas com você foi diferente. Foi de primeira. Quando o vi até me faltou o ar. As oportunidades dessa vida me fazem crer que, quando estávamos frente a frente, só eu e você, o tempo passava, tudo ficava mais fácil. Difícil é me esquecer do que passo desde que você se foi. Fico aqui, bolando planos mirabolantes, achando que você pode voltar. Fico inconstante, pareço iniciante. Vou fazer de tudo para você ter orgulho de mim e de nossa obra. Pode acreditar que sim! Docinho, lembra-se de quando você falou para mim que não importava como fosse, mas que fôssemos sempre nós três e acabou virando quatro? – disse, sorrindo – E volto a dizer: seja como for e onde for... Mas seja sempre o meu amor perpétuo!
Fim





N/A: Hello! Sei que com a reta final da fanfic era pra estar radiante... Afinal, eu consegui. Certo? Mas, cara... Estou me sentindo estranha... PORQUE VOU MORRER DE SAUDADES!
Essa história, além de ser a primeira, é especial por ter sido inspirada um pouco no que passei. No início, não pensei em escrever uma história. Era mais um desabafo porque eu tinha terminado um namoro de um ano e oito meses há pouco tempo e estava bem mal. Só que a história de “Clarinha e Dougie” foi me viciando. Eu ficava horas na frente do computador, escrevendo o MESMO capítulo várias vezes. De certa forma, eu não acreditava que eu chegaria a postar em DOIS SITES e alguém pudesse ler e falar: “que história linda. Estou apaixonada por eles”. Amor Perpétuo me trouxe muuuita coisa boa. Deu-me amizades verdadeiras, vontade de escrever mais e mais... Ajudou-me a superar, a entender... E a cada comentário eu ia ganhando mais força, tanto com críticas ou elogios. Gosto de todos os tipos de comentários. Eu, sinceramente, fortaleço-me e vejo no que estou errando com a crítica.
Enfim, estou muito dramática hoje! Hahaha. Vou começar a agradecer logo antes que eu desista de mandar o último capítulo, haha. :)

Agradecimentos:
A mim, que sou linda e maravilhosa! Hahahaha. Brinks. :)
À Carolzita, minha beta, que tem me dado toda a força, sempre me ajudando e disposta. Um verdadeiro amor! Vou morrer de saudades. :/
A todas as leitoras que comentam e não comentam. Vocês são muito importantes e fazem o “trabalho” de qualquer pessoa ir para frente (falei sério agora, rs). Adoro vocês! O MEU “MUITO OBRIGADA”! :D
À Cris, minha amiga, que me acompanhou SEMPRE desde o primeiro capítulo.
Às minhas amigas Anna Luiza, Karin, Maria Carolina, Caroline, Bruna, Vanessa, Isabela e Lia... Minhas musas inspiradoras. :)
Meus pais queridos que tão sempre fazendo de tudo por mim. EU AMO MUITO VOCÊS!
Meus irmãos que não me deixavam em paz e me expulsavam do computador. Amo vocês também, idiotas!
Enfim, agradeço a todos que me ajudaram e deram a maior força!

Então Amor Perpétuo chegou ao fim... E tenham certeza de que estou MUITO feliz por ter conseguido!

O meu último e eterno
SUPER BEIJO! :')


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