Antes Que o Dia Termine

Por: Jubs × Beta-reader: Call


- Oi amor! - gritou se jogando nos meus braços assim que abriu a porta. - Recebeu minha mensagem, né?
- Não, tava só caminhando por aqui, aí eu lembrei que eu tenho uma namorada linda e que hoje mesmo completamos três anos de namoro e...
- Tá bom . - ela disse cerrando os olhos pra mim e me dando um selinho em seguida.
- Vai me deixar aqui na porta? - disse e ela sorriu, ainda agarrada no meu pescoço. Comecei a andar carregando-a porta adentro de um jeito muito desengonçado. Deitei-a no sofá caindo por cima logo em seguida. Ela gargalhava.
- Sabe que horas são, né? Eu fiz a reserva para as 12:30 e já são... - ela tentou ver meu relógio mas eu o tapei com minha mão e travamos uma guerrinha, ela tentando ver as horas e eu puxando o relógio de sua vista. - Para , deixa de ser chato!
Ela fez bico e eu não hesitei em beijá-la. Nós já estávamos muito próximos devido a nossa "guerra". Segurei em sua cintura enquanto ela puxava alguns fios do meu cabelo, mas eu não estava nem ligando. E ficamos alguns segundos assim, nossas línguas se enroscando e os arrepios contínuos. Só ela me fazia sentir assim. Separei nossos lábios, mas continuamos com as testas grudadas. Segurei cada lado do seu rosto.
- Bom, são 12:15! - ela começou a rir pelo fato de eu ter me desligado e conseguiu ver as horas. Sorri e a encarei. - O que foi mané?
- Nada... só acho que eu não poderia ser tão feliz com outra pessoa. - ela corou, dando uma de suas risadinhas tímidas.
- É, eu também acho que não... - sorriu sapeca e correu até a porta. - Vamos nos atrasar sabe?
- Nem ligo. - fiz uma cara convencida - Vem me tirar daqui!
Sentei no sofá me espreguiçando. fez cara de cansada e começou a andar lentamente na minha direção. Parou perto de de mim e pegou meu braço com uma falsa raiva e me puxou com força. Vamos ao meu momento de macheza, ela não me moveu nem um centímetro. Comecei a rir da cara dela enquanto ela fazia bico.
- Não vai se levantar? - e ao ver minha cabeça mexer levemente de um lado para o outro disse: - Ótimo! Vou comemorar meus três anos de namoro SO-ZI-NHA!
E ela saiu andando até a porta. Sério, ela ia me deixar mesmo ficar? Corri até ela e a abracei por trás. deu uma risada gostosa.
- Desistiu de ficar?
- Tenho outra escolha?
- Não!
- Então... Aliás, não vou te deixar comemorar NOSSO aniversário de namoro sozinha. - dei um beijo no seu pescoço vendo ela se arrepiar. Sorri.
Saímos da casa dela e fomos para o restaurante, seu favorito, que era a apenas há três ruas da sua casa. Fomos andando, abraçados por conta do frio, comentando coisas que aconteceram ontem, e coisas que íamos fazer amanhã, tudo o quanto deu tempo até chegarmos no restaurante. Ela entrelaçou nossos dedos, bastou um olhar, aquele que eu queria ver pelo resto da minha vida, e entramos no restaurante de mãos dadas. Ela entrou sorrindo, como de costume, pediu pra moça olhar a reserva e virou instantaneamente olhando para mim:
- Sabe o que eu tava pensando? A gente podia visitar sua mãe próximo fim de semana.
- Não... - fiz um gesto com a mão descartando a ideia.
- Mas ela é minha sogra preferida - ela soltou uma risadinha.
- E você tem outra por acaso? - uni as sobrancelhas brincando, dando um selinho nela em seguida, parando nossas brincadeirinhas quando a moça nos chamou.
O restaurante tinha uma parte interna, com calefação e todo o resto. Era um lugar bem chique, diga-se de passagem, quem não conhecia nem se atrevia a olhar. O que eu achava uma grande merda, contanto que comêssemos eu estaria feliz. Mas sabe como é, gostava desse restaurante. Ela sempre ia ali com seus pais. A mãe dela é uma escritora renomada, então quanto mais segurança tivessem os que a rodeavam, melhor. E aquele restaurante oferecia isso. Além da comida é claro. Mas a parte que a mais gostava era o Externo. Onde tinham algumas mesas, estilo aquelas que eu vi uma vez na França quando viajei com ela. Com aqueles guardas-sol grandes, brancos e as cadeiras rústicas. A fixação dela pela França me dava ciúmes às vezes. Idiota, eu sei. A mesa ficava no lado da área externa. Sentamos e logo uma garçonete veio nos atender.
- Erm... eu vou querer... - ficou olhando pro cardápio pensativa.
- Você sempre olha o cardápio, mas toda vez só pede a mesma coisa, ! - Sorri a olhando. Cara, como ela estava linda hoje. E sempre, vale ressaltar. Ah foda-se, ela é minha.
- É, acho que isso sempre acontece. - ela sorriu sem graça e me deu um chute por debaixo da mesa. Fiz cara de sofrimento só pra ela achar que me machucou. Deixa ela ser feliz!
- Então, nós vamos querer o de sempre. - A garçonete simpática anotou nosso pedido.
- E pra beber? - ela olhou de mim pra .
- Não sei acho que... - de repente senti uma dor aguda vindo em minha cabeça. Apertei os olhos e os punhos com força a fim de amenizar. - , tá tudo bem?
se aproximou de mim por cima da mesa e me olhava preocupada.
- Tá amor, não se preocupe é só... - outra pontada. A dor era a pior coisa que eu já senti na vida. Até a garçonete me olhava preocupada.
- Eu vou pegar um remédio pra você. - disse e nada da minha dor passar. Ela vasculhou a bolsa a procura de um remédio que me servisse. E nada.
- Deixa amor, eu to bem. - Sorri amarelo pra ela. Mas quem eu queria enganar, a dor estava lacinante.
- Eu vou comprar alguma coisa pra você. - ela se levantou e apontou pra farmácia logo em frente.
- Não precisa .
- Claro que precisa, não vou deixar você passar o dia assim, ! Espera que eu já volto. - ela me deu um selinho carinhoso e saiu.
Acompanhei sua caminhada, mesmo que com muito esforço. Ela saiu do restaurante, e continuou andando para atravessar a extensa avenida. Olhou pra trás e sorriu ao me ver encarando-a. Tentei sorrir, apesar dessa porra de dor não parar. O sinal fechou. Ela saiu da calçada. Não pude acompanhar mais nada. Tudo aconteceu muito rápido. Um carro em alta velocidade, um baque, um grito... Quando dei por mim já estava atravessando a rua, correndo. Correndo pra pegá-la nos meus braços. Para tê-la comigo...
- ? fala comigo! , amor não tem graça, fala comigo!! - meus olhos encheram de lágrimas, eu não queria ver, mas imaginava muito bem o que aconteceria. Um círculo se formou ao nosso redor. - por favor! Fala comigo pelo amor de Deus!
Eu já não continha minhas lágrimas. O que eu deixei acontecer? O que eu permiti? Tudo por causa de uma mísera dor de cabeça? A abracei forte, sentindo seu cheiro do qual eu tanto gostava. A encarei, desejando que por um misericordioso poder divino ela abrisse os olhos e dissesse que está tudo bem... Mas aquilo não aconteceria. Eu sabia que não. Agora ela estava em meus braços, inerte, sem vida, pálida. O que eu iria fazer de agora em diante? A única razão por estar vivo, já não estava mais comigo... o que eu vou fazer agora?
- ALGUÉM CHAME A AMBULÂNCIA!!! - me ouvi gritar, sem entender de onde havia surgido toda essa força. Ela estava ali, nos meus braços, morrendo...
- Já disquei, disseram que estão vindo o mais rápido possível. - ouvi algum desconhecido dizer do meio do tumulto.
- Acho que já não adianta... - outra pessoa falou, sussurrando, mas muito audível pra mim no meio de todo aquele silêncio. Tudo que eu queria era dar um soco bem dado na cara do infeliz que havia dito aquilo... Mas eu sabia que era verdade, ela já não estava mais comigo. Minha .

(...)

Uma semana havia se passado. A semana mais triste e sem perspectiva para mim. Nada que eu fizesse, nada que eu dissesse, muito menos nada que eu desejasse a traria de volta. A dor da perda. A pior dor que o ser humano pode sentir. Um amor perdido, não totalmente perdido porque eu continuarei a amando, mesmo que ela não esteja aqui. Será para sempre. Tudo o que vivemos agora era um borrão na minha mente, como um sonho bom, do qual eu não queria acordar e encarar a dura realidade. Mas eu fui obrigado a isso, fui obrigado por esses sete dias. A levantar e a tentar seguir em frente, mesmo que meu coração não quisesse fazê-lo. Minha vida estava resumida a isso... acordar esses dias e perceber que ela não estava ali... andar pela sala do meu apartamento, vazia, exceto pelas comidas que no fim das contas eu não comia, e sentir falta da luz do telefone estar acesa, anunciando mais uma mensagem de Bom-dia dela... Sentar no sofá e passar a tarde pensando em tudo que eu havia perdido, porque ela era meu tudo, e continua sendo...

- Para ! - gargalhava enquanto eu fazia cócegas nela. Estávamos deitados no sofá, juntos. Os pais dela haviam saído pra algum tipo de entrevista coletiva que a mãe dela teria de dar, e quando me pediram, não fiz a maior questão de ficar com ela por essa noite. - Nã-não tem graçaaa!!!!
- Então fala que me ama, diz que eu sou tudo o que você sempre quis! - ela se contorcia embaixo de mim, rindo descontroladamente. Eu não consegui me manter sério, rindo junto, sem deixar de fazer cócegas.
- Não vou dizer! - ela estirou a língua ainda sorrindo, com os olhos cheios de lágrimas.
- Certeza? - estávamos quase caindo do sofá.
- Tá bom, tá bom!!! Para já com isso! - ela segurou minhas mãos, e eu a encarei esperando que ela dissesse. Ela ficou calada. Eu arqueei as sobrancelhas. - Você é tudo que eu sempre quis e... - eu estava me aproximando para beijá-la, um sorriso débil no rosto. Ela colocou a mão nos meus lábios. Beijei seus dedos a fazendo rir. - Eu te amo. - ficou séria por um momento, tirando sua mão do caminho para que eu pudesse fazer o que pretendia. E antes que nossos lábios se encontrassem, a ouvi sussurrar: - Muito!
Tudo o que eu queria ouvir. Ela me amava, eu a amava. Nada poderia nos separar. Sorri idiota e ela se aproximou mais, apenas juntando nossas bocas, sentindo nossa conexão. Alisei seus cabelos carinhosamente e ela uniu forças para se virar e ficar por cima de mim. Sorrimos durante o beijo quando quase caímos do sofá, agora muito pequeno para nós dois. Explorei cada canto de sua boca, sentindo ela se arrepiar com cada toque que eu dava. E ficamos assim, nos beijando devagar, mas com intensidade ao mesmo tempo. me deu selinhos seguidos, e se deitou em meu peito, ficando aconchegada nos meus braços. A abracei e dei um beijo em seus cabelos.
- Eu também te amo... Muito. - ela deu um beijo carinhoso no meu peito e ali adormeceu. Sem mais nada a dizer, logo fechei os olhos. Tudo era muito perfeito com ela.


Me levantei, eram 2:00 da manhã. Não tinha mais sono. Tudo que eu queria era encher a cara, como estava fazendo esses dias. Saí do meu quarto passando pelo corredor onde havia uma foto nossa em cima de um móvel qualquer. Encarei com a mesma. Por que ela tinha que ir? Por quê? Eu lembrava bem desse dia. Na foto, estávamos eu e ela, em um Natal que passamos na casa da minha mãe. Sempre alternávamos entre a casa dos pais dela e a casa dos meus pais. Esse passamos lá. Ela sorria feliz, segurando a taça de vinho com uma mão, e com o outro braço enroscado no meu pescoço. Eu dava um beijo na sua bochecha. tinha adorado aquela foto, segundo ela, era "espontânea". Meus olhos encheram de lágrimas, que em poucos segundos não hesitaram em cair. Que falta ela fazia... Como eu queria ouvir sua voz, me consolando. O que com um simples olhar ela fazia... Ela me confortava, me protegia de certa forma. Me fazia sentir seguro...

- Eu não vou voltar lá nunca mais!
- Calma ! - ela se aproximou, me abraçando.
- Por que eles acham que tem esse direito todo sobre mim? Eles não têm!
- Eu sei meu amor, mas eles só querem seu bem. - sussurrou em meu ouvido, passando as mãos pelos meus cabelos. Seu cheiro de alguma forma já me confortava por si só.
- Como eles querem meu bem? Meu bem não é ficar longe de você!! - a apertei com força contra meu corpo. Estávamos em um parque qualquer da cidade do interior de Londres onde meus pais viviam, sentados em um banco de pedra que havia nele, depois da minha saída "triunfal" da casa dos meus pais. Nós havíamos viajado para fazer uma visita a eles, e tudo o que eles faziam era me dar uma punhalada pelas costas. Voltar a morar lá? E tudo que eu havia construído em Londres? Minha carreira? E ?
- Eu entendo ... Você não é obrigado a ficar, eles só acharam que era o certo. Olha - ela se afastou um pouco, eu ainda segurando em sua cintura, nossos rostos muito próximos. limpou uma lágrima teimosa dos meus olhos com o dedo, e sorriu confortadora. - Nós vamos voltar lá, e você vai dizer que não quer ficar, e vai explicar que precisa voltar pra Londres, ou qualquer coisa do tipo, mas vamos resolver isso ok? - sorriu compreensiva e eu não tive como sorrir junto. O sorriso mais lindo. Ela me abraçou novamente. - Vamos juntos!


Larguei a foto no lugar, e lembrei o que estava fazendo. Abri a porta e logo em seguida a tranquei. Não estava nem um pouco com saco de esperar o elevador, por isso saí pelas escadas. Se ao menos eu tivesse a certeza de que os 5 andares iriam me matar... mas não iriam. Passei pelo porteiro noturno que me cumprimentou como em todas as outras vezes. E como em todas as outras vezes, eu nem olhei para ele. Não queria que as pessoas sentissem pena de mim. Não queria mais olhares tristes. Não queria nada que me fizesse lembrar do que eu não conseguia esquecer. O que eu realmente queria eu não podia ter mais... Ela.

De repente a porta se abriu.
- Por que você tem que continuar sendo assim? - chorava, gritando comigo e eu não entendia nada. - Você tem que me machucar sempre? Você gosta disso não é?
- Não vem com essa de novo ! Tudo você coloca a culpa em mim, mesmo que eu não tenha culpa!! - me exaltei, dando um pulo do sofá, surpreso pela entrada inesperada dela. - O que foi dessa vez?
- O que foi dessa vez ? O que foi dessa vez? - ela continuava gritando, chorando... andando de um lado a outro com a mão na cabeça e segurando, na outra, o que eu não conseguia identificar o que era. - Isso , ISSO!
E jogou uma revista em cima de mim, onde na capa, aparecia uma grande foto minha agarrado com uma loira peituda saindo de um pub e logo abaixo a legenda: 'Onde está ?'. Olhei pra ela sem reação. Não lembrava daquela foto. Na verdade lembrava sim. Não consegui dizer nada. Apenas continuei olhando para a foto, com a testa franzida, tentando entender de onde aquilo havia saído.
- Está vendo , você tá vendo o por que de que não podemos mais continuar juntos? Por isso , você não toma vergonha... E nem tenta se explicar! Eu não quero mais que você me magoe. - ela fungou, parando perto da porta. - Eu não quero mais sofrer por você...
Dizendo isso ela saiu do meu apartamento batendo forte a porta. Quando eu pensei que estaria sozinho novamente ela voltou.
- E você esqueceu isso! - ela jogou um cartão no meu colo, saindo logo em seguida, ainda chorando, me deixando mal de tê-la deixado assim.
Abri o cartão e nele havia escrito: 'Que muito mais meses como esses venham pra nós! Te amo e feliz cinco meses de namoro xx ;D'. Eu havia esquecido. A data mais importante. Nosso aniversário de namoro. Que pelo jeito não vai existir mais... Não, eu não ia deixar! Eu iria contar toda a verdade para ela, daquele bendito dia em que eu resolvi ir num pub qualquer, e aquela mulher me disse que precisava de ajuda. Armação, essa era a verdade. Peguei a chaves do carro e dirigi velozmente até a casa dela. Pronto para fazer o que fosse para tê-la comigo de novo.


Reconheci as luzes piscando a frente do Pub que eu costumava frequentar. Hesitei antes de entrar, mas mudei de ideia, que mal poderia fazer? O ar estava quente lá dentro, o que me fez ver que eu não estava percebendo o quanto estava frio lá fora. Senti os olhares de algumas pessoas, mas não dei a mínima pra eles. O que eu queria era mesmo encher a cara, e tentar deixá-la fora dos meus pensamentos pelo menos um minuto. O que foi impossível. Sentei em um banco em frente a bancada dos barmans e uma mulher, veio me atender.
- Posso ajudar? - olhei intrigado para ela. Já a havia visto em algum lugar, só não conseguia lembrar onde.
- Eu quero duas doses de Whisky. Forte. - acrescentei vendo-a se afastar um pouco do balcão e pegar a garrafa, colocando as doses logo em seguida. Sorriu fraco para mim e colocou os copos a minha frente. Certamente ela também sabia da tragédia que aconteceu na minha vida.
Entornei um copo, sentindo o gosto do álcool passar pela minha garganta. Não senti nada, como se a bebida fosse inerte à dor que eu estava sentindo. Peguei o outro copo, e fiz o mesmo que o primeiro. Dessa vez o ardor me atingiu, e eu fechei meus olhos com força. Finalmente, sentir dor. Pedi mais para a barman, e passei um bom tempo repetindo esse pedido. ando todas, e sentindo uma vontade imensa de me atirar da primeira ponte que visse, ou simplesmente me jogar a frente de algum carro. A esse último pensamento minha cabeça deu uma volta, ao que eu percebi estar muito bêbado. Nem a bebida me fazia esquecer. Como eu iria viver dali para a frente? Se tudo o que eu pensava era na falta que ela me fazia. Na tristeza em que me encontrava submerso. Na falta da razão ao qual eu acordaria amanhã. Meus pensamentos voltaram ao dia do acidente. Ela estava tão feliz, tão radiante. Era tão injusto tirar a vida do único ser que eu enxergava como sendo o mais vivo de todos os outros.
Passei a mão pelo rosto, tentando não chorar ali, na frente de toda aquela gente. Minha visão estava turva, mas eu ainda não havia chegado ao estágio que eu queria.
- Mais, por favor. - repeti o gesto da noite inteira. A barman me olhou com tristeza. Nada que eu já não estivesse acostumado.
- Estamos fechando, já são 6:00 da manhã. Desculpe, mas é melhor o senhor ir para casa. - ela disse simpática. Mas que porra era aquela? Eles já iam fechar? 6:00 da manhã? E o que eu tenho a ver com essa hora de merda que insiste em passar rápido!
- Eu não vou sair daqui sem minha dose! - disse visivelmente bêbado, me levantando do banco e quase caindo por isso.
- Não posso mais lhe atender senhor, desculpe.
Levantei bruscamente, agora conseguindo manter meu equilíbrio. Peguei um maço de dinheiro do meu bolso, sem nem me importar o quanto tinha,e o joguei na bancada com raiva.
- Vão todos vocês pro inferno! Não sabem o que é sofrer de verdade! O que é perder alguém que se ama!! Ficam apenas aí, olhando com cara de pena e tristeza! Sabe eu já tenho tristeza demais, não preciso da de vocês, muito menos da pena!!
Os três barmans que estavam do outro lado da bancada ficaram me encarando, perplexos com minha atitude. Derrubei todos os copos que eu havia bebido da bancada com brutalidade, nem me importando com meu ato de vandalismo. Eles não sabiam de nada, de NADA. Saí daquele lugar, fechando a porta com mais força que o necessário. Estava puto da vida. Me privaram do meu amor e não podia nem chorar as mágoas com a bebida que queriam me tirar também?
Chutei uma lata de lixo, me sentindo pior do que o que continha dentro dela. A vida é uma bosta. Tudo é tirado de você e o que você pode fazer? Se sentar e conformar-se? Não! Dormir e esperar a dor passar? Ou simplesmente esperar a morte vir te buscar? Não! Continuei absorto em pensamentos, sem me preocupar por ser 6:00 e algumas poucas pessoas estarem saindo de casa para o trabalho ou qualquer merda dessas, quem liga?
Ainda estava escuro, e o vento frio fazia a sensação térmica ficar pelos mais baixos ºC. Senti uma mão em meu ombro. Respirei fundo. Só faltava essa agora, ser assaltado. O que mais queriam de mim? Virei já me preparando pra dar um soco na cara do engraçadinho que viesse, e dei de cara com a barman do pub.
- O que você quer? - disse grosso. Ela olhou pra mim e tentou acompanhar meus passos longos.
- Vim te trazer seu troco.
- Pode ficar pra você, não preciso de dinheiro. - cuspi as palavras. Ahh qual é? Ela ainda vem me devolver o troco? Me deixa em paz!
- Do que você precisa então?
Parei de andar e a encarei. Que diabos de pergunta era aquela? Ela me olhou pensativa.
- Quer saber mesmo do que eu preciso? - falei grosso, tudo o que eu queria era que ela fosse embora, SUMISSE!
- Quer conversar? - ela me ignorou completamente. Eu precisava mesmo conversar com alguém. Todo mundo me via com pena, ou nem perguntava do que eu precisava... Resolvi me abrir com ela, não faria mal, faria?
- Vá embora. - sussurrei, perfeitamente audível para ela, mas ela fingiu não ouvir.
Após uns minutos de silêncio, balancei a cabeça positivamente, e a abaixei em seguida. Ela colocou a mão em meu ombro amigavelmente e me guiou até um banco próximo.
- Aliás, meu nome é Arthemes, mas todo mundo me chama de Arty. - ela estendeu a mão.
- . - balancei sua mão rapidamente, tentando não ser tão grosso. Ela estava tentando me ajudar. Apesar de achar que eu não tenho solução. Eu perdi a porra!
- Pode me contar o que aconteceu? O que você quiser contar... eu só quero tentar te ajudar.
- Por quê? - ela deu de ombros, e se não fosse o estado em que eu estava, teria rido da situação. Então o que mais eu podia fazer? Contei tudo para ela, desde que eu conheci a , com aquele sorriso lindo dela. A nossa primeira briga. O tempo que passava rápido quando estávamos juntos. Os Natais que passamos, as histórias engraçadas, os micos que ela pagava e me fazia ir junto, as brincadeiras, o primeiro "eu te amo"... Essas coisas de cara apaixonado. E o que eu pensava que tinha esquecido, eu não havia esquecido, percebi que tudo ainda estava muito vivo dentro de mim, eu podia sentir seu cheiro só de imaginá-lo, seu sorriso aparecia facilmente em minha mente, e então, nada era mais um borrão. Era como se ela estivesse ali, comigo, sentada ao meu lado, segurando em minha mão e lembrando comigo nossas histórias, para contar para essa desconhecida. Até o trágico fim chegar, meu sorriso sumir e dar lugar as lágrimas que eu não conseguia conter, desde o fim de nossa história.
- Não sei mais o que fazer, parece que a qualquer hora ela ainda vai voltar, e ao mesmo tempo eu não consigo enxergá-la voltando, entende?
- Não acho que eu vá entender... Nunca perdi ninguém assim, tão amado. - Arty sorriu fraco. - Sabe , pelo que você me contou, dá para perceber que você realmente a amava, ainda ama! E esse sentimento vai ficar com você sempre. Do mesmo modo que eu tenho certeza que ela te amava demais, pelas coisas que você disse, pelo seu sorriso e seus olhos brilhando ao falar dela... Por que você não tenta seguir em frente?
- Não consigo... Simplesmente não dá. - mais lágrimas caíram e eu abaixei a cabeça a fim de escondê-las dela.
- Uma coisa muito preciosa... o tempo. Às vezes a gente nem percebe, mas ele passa logo. Ele tem um poder devastador nas nossas vidas. Pode curar uma dor, ou intensificá-la mais. Não se deve mexer com ele, sabe? Não se deve quebrar nada que ele tenha imposto. - ela sorriu e balançou a cabeça, como se estivesse ignorando alguma coisa, então começou a tirar algo do pescoço. - Não podemos mexer em sua rota. Alguém tem que sofrer as consequências... Tome. - Arty me entregou um cordão, no fim havia uma mensagem que eu não consegui descobrir o que era, não estava no meu estado mais sóbrio, e as lágrimas não ajudavam também. - Agora vá pra casa, tente descansar.
Me levantei vendo-a fazendo o mesmo. Ela me deu um abraço. Sorriu e virou para seguir o caminho oposto do meu. Virei e comecei a andar.
- Não tente mudar seu curso ... - e vendo que eu não entendi completou: - Do tempo. Cuide-se.
E dizendo isso ela saiu, e eu que não havia entendido nada daquela conversa continuei meu percurso até meu apartamento. Mesmo não me conhecendo, ela conseguiu me dar uma ponta de esperança, de que alguma coisa boa poderia acontecer, enfim. Eu deveria estar muito bêbado para ter contado coisas minhas para uma completa estranha, mesmo achando estranho o fato de achar que já a havia visto em algum lugar e... Que seja, tudo o que eu fiz depois dessa confusão toda, foi deitar na minha cama, e dormir, como eu não havia conseguido em toda essa semana, dormi como se amanhã o dia fosse melhorar. Mesmo sabendo que não estaria aqui... Mais um dia.

(...)

O som do despertador, que há tempos eu não escutava, me acordou. Estranhei o fato dele estar ligado já que nesses dias a-mulher-da-minha-vida-morreu-eu-não-sei-o-que-fazer ele estava totalmente desligado, porque eu não estava nem a fim de acordar cedo, eu não estava nem a fim de ACORDAR, na verdade. Abri os olhos de má vontade, constatando que eram 8:00 da manhã. Mas que porra é essa de acordar as 8:00, ? Não senti um vestígio de dor de cabeça, nada de ressaca. Isso me animou um pouco de certa forma. Eu sentia os efeitos da bebida e quando acordava não sentia mais nada? Bom pra mim. Levantei esfregando os olhos. Minha cortina estava fechada, mas mesmo assim alguns raios de sol impertinentes insistiam em atravessá-la. Fui até o banheiro, fazendo minha higiene pessoal porque, apesar de toda a dor, eu não era um porco. Saí a passos cansados até a sala e um fato intrigante me chamou atenção: A sala estava arrumada. Eu não deveria perceber isso, mas diferente dos outros dias, como eu disse, não estava com ressaca, então meu grau percepção estava alto. Sentei no sofá, hábito que eu havia criado durante essa semana, e meus olhos se depararam com uma luz piscando vermelha... o telefone. Meus olhos se arregalaram. Fazia uns três dias que havia desistido de me telefonar ou deixar algum recado. Estiquei meu braço e apanhei o pequeno aparelho. Duas mensagens. Apertei play na primeira delas, .
- Eii cara, amanhã tem a nossa entrevista coletiva, sabe como é, eu sei que você odeia coletivas mas... Não tive como conter o Fletch, pra ele quanto mais publicidade melhor então esteja pronto porque o negócio vai pegar fogo e... Sai ! O tá mandando dizer que se você encontrar com a hoje, lembre-se de não tirar o atraso logo hoje, por que você sempre chega depois da hora quando isso acontece. - risadas. Encontrar com a ? Que brincadeira era essa? O tá me tirando? Prendi a respiração ao pensar nela.
Aquilo tava muito estranho. Eu conhecia meus amigos, eu sei que eles não teriam capacidade de fazer uma brincadeira tão de mal gosto como essa. E aquela mensagem... eu lembro tê-la ouvido em algum lugar. Desde a semana passada não temos entrevistas... Estranho. Apertei o botão para a segunda mensagem e após ouvir aquela voz tão conhecida, aquela que me fez sentir saudades durante toda essa semana, aquela que eu necessitava tanto ouvir... Parei estático enquanto ela começava a falar:
- BOM DIA MEU AMOOOOOOOOOR! Olha como você já sabe... e para o seu bem eu espero que saiba mesmo. Hoje é o nosso aniversário de namoroooo! Siiiiiiim!! E eu já reservei nossa mesa no restaurante então, cuidado na hora ouviu? Bom, não vou falar mais nada, quero matar a saudades pessoalmente então, como eu sei que você deve estar acordando por volta das 8:00, corra pra cá já! - a risada dela me fez tremer. Sorri com lágrimas escorrendo por meus olhos. O que estava acontecendo? Que merda é essa? O restaurante? Nosso aniversário de namoro? Não, não podia ser.
Peguei minhas chaves e coloquei o sobretudo. Não me preocupei em me arrumar, só queria ter certeza de que não estava tendo alucinações. Passei pelo porteiro da manhã e ele deu um "Bom-dia" tão entusiasmado como sempre que me fez olhá-lo como se ele fosse um E.T.. Destravei o carro e logo estava em seu interior, percorrendo os poucos quilômetros até a casa dela o mais rápido que eu pude, recebendo alguns chingamentos dos outros motoristas enquanto passava. Minha cabeça girava enquanto eu dirigia e tentava pensar em possiveis explicações para aquilo tudo. Nada do que vinha em minha cabeça parecia ser uma explicação plausível, então desisti de pensar. Só queria ver se era verdade tudo o que eu havia ouvido, ou se tantas noites bebendo teriam afetado minha consciência de tal forma.
Avistei a grande casa de . Parei abruptamente o carro, e saí dele sem ao menos me preocupar em travá-lo. Minha respiração estava pesada, um êxtase tomou conta de mim quando atravessei os jardins da casa dela e me deparei com a porta. Hora da verdade. Bati algumas vezes, esperando que a mãe dela viesse e começasse a chorar na minha frente, dizendo que nada do que eu tinha ouvido era verdade e que estava morta. Mas ao ver ali na minha frente a porta se abrir, o ar dos meus pulmões presos de alguma forma, minhas mãos suando e tremendo de um jeito que eu nunca havia visto. Senti os joelhos moles e minha cara não deveria ser das melhores quando ela disse:
- , meu amor, tá tudo bem?
Depois de ouvir sua voz para ter certeza de que eu não estava dormindo, terminei com a distância entre nós e a abracei forte. Sentir seu cheiro de novo, seus braços que logo se prenderam a minha cintura, sua respiração batendo no meu pescoço, não consegui controlar as lágrimas. E eu chorei, que nem mulherzinha mesmo, chorei muito.
- Amor, o que aconteceu? - perguntou preocupada, se afastando um pouco de mim. A puxei de volta para o abraço. Eu precisava daquilo, depois de uma semana achando que havia a perdido. começou a rir depois de mais alguns minutos de abraço.
- , respirar às vezes é bom sabe?
- Desculpe amor. - Me afastei dela, limpando minhas lágrimas com a manga do sobretudo. me olhou serenamente - - tremi a voz, ainda deixando algumas lágrimas correrem. - Nunca esquece que eu te amo tá?
- Tá certo meu amor, não precisa chorar por causa disso. Você não sabe que eu te amo muito? - Ela passou a mão em meus cabelos. Vi que ela falou com a voz um pouco embargada, engoliu em seco. - Foi um sonho ruim que você teve?
- Foi. Mas eu não quero te perder nunca, você tem que ser pra sempre minha. - Eu parecia meio desesperado, mas nem sei o que deu em mim. Eu segurava a mão dela cada vez mais forte, era irreal, não conseguia acreditar que aquilo era verdade!
Segurei seu rosto entre minhas mãos e a beijei com todo o amor e a saudade que eu ainda sentia. Não parei para pensar mas a ideia daquilo ter sido só um sonho, sonho não, pesadelo, ainda não tinha passado pela minha cabeça, e logo que ela mencionou eu percebi que sim, como eu não pensei nisso antes? Aquilo tudo havia sido um pesadelo, para me fazer dar a ela o lugar que ela tinha reservado no meu coração já ha algum tempo. Sorri enquanto a beijava, era uma sensação maravilhosa o gosto dela, o cheiro dela, sua respiração se misturando com a minha, como nossas línguas tinham uma sincronia como nenhuma outra. Meus polegares faziam movimentos circulares em sua bochecha, e ela sorriu.
- Vamos, nós vamos nos atrasar para o almoço! - ela disse puxando meu braço. Travei no lugar. - O que foi ?
- Nada, só que... o sonho foi tão real... - abaixei a cabeça, ela chegou mais perto de mim passando a mão pelo meu braço, e com a outra puxou meu queixo para eu olhá-la.
- Não vai acontecer nada amor, foi só um sonho ruim. - depois disso ela deu um beijo no meu queixo e se virou, apertando em minha mão como se "destravasse".
Parecia que eu estava em um deja vú. Nós saindo da casa dela, andando de mãos dadas até o restaurante, rindo e conversando. Eu estava mais relaxado, aceitando o fato de que tinha sido um sonho e nada mais. Mas a dor foi tão real, tão intensa, não conseguia parar de pensar nisso. Entramos no restaurante e sorriu para mim, aquele sorriso lindo que eu sabia que era só meu.
- Sabe o que eu tava pensando? A gente podia visitar sua mãe próximo fim de semana.
- Não... - fiz um gesto com a mão descartando a idéia.
- Mas ela é minha sogra preferida - ela soltou uma risadinha.
- E você tem outra por acaso? - uni as sobrancelhas brincando, dando um selinho nela em seguida, parando nossas brincadeirinhas quando a moça nos chamou.
Seguimos para nossa mesa, a do canto. Estranho como tudo estava acontecendo da mesma forma, da mesma maneira. me olhou com uma cara de quem estava tentando entender o que se passava pela minha cabeça. Sorri para ela que logo relaxou. Não queria estragar esse dia que é tão especial para ela... e para mim também. A garçonete apareceu.
- Eu te conheço... Arthemis? - disse enrugando a testa. Era ela mesmo?
- Esse é o meu nome! Como sabe? - ela perguntou surpresa
- Vocês se conhecem? - .
- Eu já conversei com você lembra? - eu disse aturdido.
- Creio que não... - ela me olhou com pena, aquela mesma pena que eu havia visto em algum lugar. O silêncio tomou conta do lugar. - O que vão querer?
- Erm... eu vou querer... - ficou olhando pro cardápio pensativa.
- Você sempre olha o cardápio mas toda vez só pede a mesma coisa, ! - Sorri a olhando. Cara, como ela estava linda hoje. E sempre, vale ressaltar. Ah foda-se, ela é minha. Como se eu já tivesse dito isso antes.
- É, acho que isso sempre acontece. - ela sorriu sem graça e me deu um chute por debaixo da mesa. Fiz cara de sofrimento só pra ela achar que me machucou. Meus movimentos estavam sendo meio robóticos, não entendia o porquê.
- Então, nós vamos querer o de sempre. - A garçonete simpática anotou nosso pedido.
- E pra beber? - ela olhou de mim pra .
- Não sei acho que... - de repente senti uma dor aguda vindo em minha cabeça. Apertei os olhos e os punhos com força a fim de amenizar e ouvi uma voz: "Uma coisa muito preciosa... o tempo." - , tá tudo bem?
se aproximou de mim por cima da mesa e me olhava preocupada. "Às vezes a gente nem percebe, mas ele passa logo."
- Tá amor, não se preocupe é só... - outra pontada. "Ele tem um poder devastador nas nossas vidas." A dor era a pior coisa que eu já senti na vida. Até Arty me olhava preocupada. Arty... "Pode curar uma dor, ou intensificá-la mais."
- Eu vou pegar um remédio pra você. - disse e nada da minha dor passar. Ela vasculhou a bolsa a procura de um remédio que me servisse. E nada.
- Deixa amor, eu to bem. - Sorri amarelo pra ela. Mas quem eu queria enganar, a dor estava lacinante. "Não se deve mexer com ele, sabe?" a voz dela se intensificava.
- Eu vou comprar alguma coisa pra você. - se levantou e apontou pra farmácia logo em frente.
- Não precisa .
- Claro que precisa, não vou deixar você passar o dia assim, ! Espera que eu já volto. - ela me deu um selinho carinhoso e saiu. "Não se deve quebrar nada que ele tenha imposto."
Acompanhei sua caminhada, mesmo que com muito esforço. Espera, eu já tinha visto aquilo... Não era um sonho afinal? Ela saiu do restaurante, e continuou andando para atravessar a extensa avenida. Olhou pra trás e sorriu ao me ver encarando com ela. Tentei sorrir, apesar dessa porra de dor não parar e o pensamento de que alguma coisa estava errada. O sinal fechou. Ela saiu da calçada. Eu não iria a perder de novo, não, eu não podia. Não pude acompanhar mais nada. De repente saí correndo, o mais rápido que pude. Algumas pessoas me olhavam estranho mas eu não tava nem ai.
- ! PARE!
Tudo aconteceu muito rápido. Um carro em alta velocidade, um baque, um grito...
"Não podemos mexer em sua rota."
Fiz o que pude fazer. Então meus olhos pararam nos dela, com o horror estampado neles. Ali, vendo , caida na calçada devido ao empurrão que eu havia dado com os olhos cheios de lágrimas, eu deixei que a minha vista escurecesse. E a última coisa que meus olhos puderam ver foram os olhos dela. E a última coisa que meus ouvidos puderam ouvir foi a voz dela.
"!!"
Ela, que eu não poderia viver sem.
"Alguém tem que sofrer as consequências..."


Fim



N/A: Ahhhh consegui terminar essa short antes do começo das aulas! UHUL \o/ tá, =x' Eu espero ter conseguido passar pra vocês tudo o que eu realmente imaginei para essa fic. Escrever não é fácil e muito menos para mim que não escrevo pn - porranenhuma. O.o' Booom, eu nem sei o que falar aqui, é emocionante concluir um projeto desses... Ainda mais que se eu não tivesse terminado justamente hoje - 29/01- eu nem poderia mandar... aulas começam, e vestibular vem aii, pretendo fazer Arquitetura e Relações Internacionais, me desejem sorte (yn) xD
Vou para os agradecimentos então: Isa, amor da minha vida, que me ajudou MUITO nessa fic... Quando eu não tinha inspiração e não sabia o que escrever ela sempree me ajudava. Amo você doce *3* valeu mesmo pela ajuda! A Cah, linda e maravilhosa que beta minhas fics - essa é a segunda shiiuu =x - e que virou uma menina mais que especial, minha netinha! Obrigadaa, amo você ;D. A minha best de 1.000 anos Jess, que me mostrou o filme: antes que o dia termine. Sim, o nome da fic ;) na 7ª série ela colocou ele na sua casa e eu dormi KKKKKK sério, queria ter assistido, mas depois ela me contou o filme inteeeeeeiro, e daí hoje, 4 anos depois, eu decido fazer uma fic dele. Valeu amoor s2. Bom, acho que é só... Como eu nunca fiz uma short vou já agradecendo quem irá lê-la - sou vidente u.u - e sejam felizes pessoas! Espero fazer muitas de vocês chorarem... brinks hihi *--*
Nos vemos na próxima. (ou não) ;D



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