Capítulo 1
Sábado, eram onze horas da noite, estava chovendo e se ouvia o barulho de um festival próximo à prisão de última segurança de Liverpool. Nessa prisão concentravam-se os maiores assasinos, traficantes, mafiosos, e golpeadores da Inglaterra. E era quase impossível escapar de lá.
- Rogério, vá checar as alas 6 e 7 enquanto eu vou ao banheiro. - disse um dos guardas.
- Tá, tá, depois vai você, hein folgado. - disse o outro guarda, dando um último gole no café.
O guarda andou devagar, observando as alas que continham oito celas de dupla. Na última cela da ala 7, eles mantinham duas mulheres, null e null, foram presas por golpes, golpes muito bem planejados, golpes a bancos, e a milionários, haviam sido presas na única vez que precisaram matar alguém; estavam presas há seis meses, porém, demoraram oito anos para pegarem-nas.
null era a mais nova das duas. Tinha cabelo null, olhos null e tinha uma capacidade de lutar que mais ninguém tinha. Tinha um modo meigo, gamante, mas seu jeito criança de ser deixava enganar a sua respectiva personalidade. null tinha um dom, o dom da química, sabia o que cada mistura resultaria e o que representava; era extremamente forte, apesar de sua aparência dizer o contrário, via em null uma figura materna, e também o seu único motivo de ainda estar viva.
null era mais velha, tinha cabelo null e seus olhos eram null. Era fria, mal humorada e suas características principais eram estratégias e inteligência; sempre usara armas ao invés da força física e evitava o máximo demonstrar suas emoções, porém, era extremamente autoritária e seu passado a fazia ser uma pessoa rígida de emoções e extremamente maléfica. null era mais preocupada e era sempre ela quem planejava as ações. null era seu xodó, a única por quem null lutaria, e sem null ela não era nada.
O guarda passou pela penúltima cela e, ao chegar na última, constatou que estava vazia. Imediatamente acionou os alarmes de segurança, que alertavam a todos, mas a essa altura, já seria tarde demais.
- null, dá pra acelerar, eles acabaram de acionar os alarmes! - disse null, andando no meio da mata.
- Calma, acho que tem um bicho em mim. - disse null toda manhosa. - AAH, ERA UMA BARATAA!
- Cala a boca, sua anta! - disse null brava.
- Olha, tá escutando a música, null? - disse null divertida - Som maneeeeeiro. - disse ela, fazendo uma dancinha.
- Vamos logo, a gente tem que achar um lugar pra se esconder! - disse null, olhando para o tamanho do Grupo que se concentrava no festival.
- Ah, que tal esse ônibus enorme escrito Mee... Meec... Me... Me. - null tentava ler o que estava escrito no ônibus grande e preto.
- Ai, sua cega, McFly!! - disse null mal humorada - Finalmente uma idéia, null, ainda bem que você pensa, senão eu tava fudida!
As duas se dirigiram ao ôbinus e entraram, se deparando com o motorista gordinho comendo uma rosquinha.
- Oi, tudo bom? - disse null - null, serviço! - e foi se dirigindo ao final do ônibus.
- Desculpa, tá? - disse null antes de dar um murro no gordinho, que em seguida desmaiou.
null puxou-o para fora e o deixou deitado na mata onde ninguem conseguiria ver. Antes de entrar, escutou barulho de pessoas, então entrou no ônibus e fechou a cabine do motorista, logo depois de null dizer:
- Você sabe pra onde ir! - e null se escondeu no banheiro do ônibus.
Depois de quatro garotos entrarem todos suados e risonhos, null deu partida e seguiu o caminho que null havia lhe lembrado.
- Cara, esse show foi demais, e o null achando que fazer show no meio da mata era coisa de retardado. - disse null com uma toalha em volta do pescoço.
- É, null, realmente, eu fui um besta, porque esse show foi o mais louco! - respondeu null.
- Dude, fala pro George ir mais rápido que eu quero chegar em Londres ainda hoje pra descansar. - disse null.
- Tá beleza! - disse null, indo em direção à cabine.
null, ao escutar tudo, retirou a primeira coisa afiada que encontrara; saiu do banheiro e pegou null, apontando o objeto para o pescoço dele.
- DUDE, QUE PORRA É ESSA? - perguntou null.
- Primeiro, educação, sou uma mulher e você tem que ser mais educado na minha presença; segundo, eu não sou uma porra, e terceiro, cala a boca senão o baixinho morre. - disse null em um tom frio.
null chutou a porta da cabine e gritou lá de dentro.
- null, esquerda ou direita agora? - perguntou null.
- Cacete, null, esquerda, já esqueceu? - perguntou null.
- Tá, quem são vocês e o que vocês querem? - perguntou null, assustado.
- Prazer, null, mas a null me chama de null. - null disse da cabine, dando uma risadinha.
- Cacete, null!! Por que que você falou os nossos nomes? - perguntou null brava, com null que estava aflito.
- Vocês são fãs loucas? - perguntou null, amedrontado.
- Que mané fãs ow! - disse null emburrada. - Obrigada, null, agora a gente vai ter que levar eles com a gente.
- O QUÊ? - disseram os meninos em coro, menos null.
- Calem a boca, antes que eu me estresse e tenha que acabar com esse rostinho lindo! - disse null.
Os meninos ficaram em silêncio se encarando, null ficava com null nos braços e com o objeto afiado apontado para seu pescoço.
- Chegamos, xuxus! - disse null, descendo do ônibus.
- Vai, sigam ela! - disse null.
Os meninos desceram do ônibus e observaram null tirar uma capa de cima de uma vanzinha.
- Ela vivee! - disse null, abrindo a van e pegando duas armas; uma ela apontou para os meninos.
- Agora fiquem quietinhos, tá? - ela disse, entregando uma arma para null, que apontou para os meninos logo em seguida.
- Fica de olho neles que eu vou trocar de roupa. - disse null pegando um coturno e uma roupa toda de couro na van.
- Tá, null! - os meninos ficaram olhando para null com seu uniforme de detenta laranja - Eu sei, eu fico feia de laranja.
Os meninos ficaram em silêncio, observando null.
- Qual o nome de vocês? - disse null sorrindo - Meu nome é null. Ah é, eu já me apresentei! - ela disse, dando um risinho.
- Meu nome é null, e esses são null, null e null.
- Vocês têm uma banda? - null começava a conversar com null, já que os outros meninos estavam retraídos demais.
- Temos, e soomos...
- null, por que é que eu escuto vozes? - disse null surgindo atrás de null com uma calça de couro preto apertada, uma blusa curta de couro preto também e a arma na cintura. - Vai se trocar, a gente tem que ir logo. - null disse, tirando a arma da cintura e apontando para os meninos.
null obedeceu suas ordens e foi para trás da van se trocar. Eles estavam no meio do nada, estava extremamente escuro e o céu nublado.
- Eu quero que três de vocês me entreguem o celular, e apenas um fique com ele, entenderam? - disse null sem emoção. - Você, qual é o seu nome? - disse null apontando a arma para null.
- D...null! - disse ele com medo.
- Você vai ficar com seu celular, e quando te ligarem você me passa, e se não passar, imagine as consqüências, né?
null balançou a cabeça concordando, enquanto os meninos entregavam seus celulares para null.
- Nomes! - disse null.
- null, null e null. - disse null.
- São famosos?
- Sim. - disse null com medo.
- Ótimo! - null sorriu vitoriosa - null, vai demorar ae? A gente tem que ir! - disse null encarando os meninos.
- Não, já terminei. - disse null, aparecendo com um shorts de couro curto e uma blusa com um decote em v que se prendia com um fio preto na blusa, seu cabelo estava amarrado em maria chiquinha e ela tinha uma aparência meiga, e ao mesmo tempo sexy.
- Vamos? - perguntou null.
- Entrem no carro, vocês dois na frente. - disse null apontando para null e null. - E vocês dois, atrás com a null.
- Anda! – gritou null impaciente.
Durante o caminho, todos ficaram em silêncio. null ficava encarando os meninos enquanto null dirigia com um pé em cima do volante. Os meninos ficavam observando as duas, e null estranhava null, com seu sorriso ingênuo e doce.
null parou o carro em um posto e, antes de sair, disse:
- Eu vou comprar cigarro, comportem-se, senão a null vai ter que machucar alguém, e ninguém quer isso, certo? – ela falou em tom de indiferença.
Todos concordaram com a cabeça, arrancando um sorriso satisfeito de null. null permaneceu no carro observando os meninos e, assim que perdera null de vista, começou a fazer perguntas.
- Então, a banda de vocês toca o quê? – ela perguntou encostando.
- Pop rock – respondeu null sério.
- Uhh, eu gosto de pop rock, o som de vocês é maneiro. – ela disse, dando uma piscada.
null e null começaram a conversar aos olhares de null, que parecia furioso e null, que prestava atenção à conversa. null estava quieto, aproveitou que null estava distraída para poder pegar a caneta que ele usava para assinar autógrafos do bolso.
- Ah, eu sempre quis ter uma banda, mas não ia dar muito certo. – ela disse com uma cara estranha, olhando para o nada.
null pegou a caneta com firmeza e atacou null com um berro. Ela segurou a mão dele no ato, pegando com força em seu pulso e apertando.
- Ai, ai ai, okey, pode soltar agora, aai... – manhava null com a mão presa por null, que torcia o pulso dele.
- Próxima vez eu quebro, senhor espertinho. – disse null com um sorrisinho no rosto.
null entrou na loja de conveniência do posto em que havia parado, abriu a geladeira e pegou várias garrafas de água, foi na seção de salgadinhos e pegou vários, depois chegou ao atendente e perguntou:
- Hey, você, onde tem uma farmacinha aqui?
- Logo ali, senhorita. – disse o atendente apontando, mas sem olhar para cima.
- Obrigada. – ela respondeu.
null se dirigiu à farmacinha, pegou uma cestinha e olhou.
- Hun, o que levar? – ela colocou a mão no queixo e ficou olhando.
Ela começou a pegar faixas, antiinflamatórios, remédios para dor, nutrientes em cápsula, absorventes claro, remédios para dor de cabeça, remédios para febre, remédios para gripe, xampus, sabonetes, etc. Pegou o que provavelmente precisaria.
Ela pagou o atendente que apenas passou os produtos sem diferença na expressão, ou na voz, saiu da lojinha e se dirigiu ao carro.
- Comportaram-se? – perguntou, entrando no banco da frente e colocando as coisas no banco do lado.
- Uhum, comportaram-se sim. – disse null toda meiga.
- Ótimo. – ela disse ligando o carro. – null, tampa os olhos dos meninos, a gente vai pra fábrica agora.
- Okey, null – null disse, vendando os meninos. null prostestou, mas depois cedeu quando null o beliscou.
null ligou o carro e começou o caminho do que seria uma longa viagem até a tal fábrica que ela havia comentado; ela dirigira na noite escura e por matas longas enquanto null cantava musiquinhas alegres e divertidas no banco de trás do carro, fazendo os meninos vendados cantarem e colaborarem com a música.
Capítulo 2
- A null roubou pão na casa do João!! – cantarolava null.
Eram 3 horas da manhã e null dirigia a van em direção ao antigo posto central do serviço secreto da Irlanda, que null sempre chamou de fábrica.
- Vai, null! Você tem que cantar também! – disse null querendo que null entrasse na brincadeira.
- null, não quero brincar dessas brincadeiras estúpidas, me deixa dirigir. - null disse dirigindo cansada.
- null, você tá super cansada, deixa eu dirigir um pouco enquanto você dorme – disse null, passando para o banco da frente, praticamente se sentando no colo de null, enquanto null olhava com uma cara estranha.
- Não, null! Você esqueceu o que aconteceu na última vez que você dirigiu? – perguntou null encarando a menina.
- Ah, null! Não foi culpa minha! O muro que entrou na minha frente! – disse null com uma carinha de inocente.
- Não e pronto! Não discuta. – disse null se concentrando na estrada.
- Deixa de ser chata! - disse null, tomando posse do volante.
- Não! null! Pára! – disse null, puxando o volante para ela e acordando os meninos que estavam dormindo atrás.
- Não! Me dá! – discutia null puxando o volante para si.
Nesse momento, a van ia desgovernadamente de um lado para o outro da estrada, null olhou assustado para a escuridão à frente.
- Dudes! A... a.. a... a gente vai morrer! – berrava null.
null e null rolavam de um lado para o outro na parte de trás da van.
- O QUE?!?!?! – berrou null.
- EU SOU BONITO DEMAIS PRA MORRER! – berrava null.
null puxou novamente o volante para si, fazendo os meninos rolarem e a venda deles sair.
null e null olharam para a estrada, olharam para as duas garotas que brigavam pelo volante, se entreolharam e gritaram:
- AAAAHHHHHHHHHHH!!
Os quatro garotos começaram a se lamentar em voz alta. null fechava seus olhos com força e agarrava null, que rezava alto. Lá atrás, null chorava desesperadamente, enquanto null se despedia de seus cachinhos.
null e null pararam de brigar pelo volante, encararam os meninos e berraram ao mesmo tempo.
- CALEM A BOCA, MIJÕES!
Os meninos pararam de se lamentar na mesma hora, olhavam para null e null extremamente assustados, não se escutava nada, até que null engoliu em seco.
- Preciso fumar um cigarro. – disse null quebrando o gelo e passando para o banco de trás.
null, com um sorriso vitorioso, tomou posse do volante.
- Eu sempre ganho. – null comentou sorridente enquanto null e null a olhavam como se estivessem vendo a morte em pessoa.
null sentou de frente para os meninos, tendo cada movimento observado por null e null, agarrou o maço em seu bolso e acendeu um cigarro.
- O que estão olhando, mongóis? – perguntou null dando um trago.
null e null responderam ao mesmo tempo, assustados:
- Nada, nada!
null deu mais um trago no cigarro, a van andava em alta velocidade, fazendo curvas o tempo todo. Passaram-se algumas horas, o suficiente para os meninos caírem no sono e, como sempre, null estava acordada; ela passava dias sem dormir, e null havia finalmente parado de cantarolar.
- null! Vai demorar muito? - perguntou null de um modo frio.
- Não, null, já tamo chegando - disse null bocejando.
null olhou em seu relógio, eram exatamente cinco horas da manhã.
A van virou bruscamente para a direita, fazendo null e null, que dormiam tranqüilamente, rolarem para o lado da van em que null estava.
- WHAT THE HELL??!! - gritou null.
Os dois acordaram violentamente, null se encontrava com o rosto achatado em cima dos salgadinhos, enquanto null por sua vez estava em cima de null. Ele se ergueu em seus braços, deixando null encarando-o.
- Dá pra sair logo ou é pedir muito? - pergunto null friamente.
null, perdido em pensamentos, saiu de cima da garota em um pulo só, indo para o outro lado da van.
null parou a van e olhou para o lado; null e null dormiam tranqüilamente, mas de forma estranha, null estava literalmente abraçando null. Ela se virou para trás, vendo os três passageiros esparramados pela van.
- Ops... desculpa - disse null com um jeito meigo.
null apenas a olhou com um olhar de ódio, se virando para abrir a porta da van.
- Ah não!! - exclamou null - O null amassou todo o salgadinho! Como vamos sobreviver, null? - disse null dando seus pêsames ao salgadinho amassado.
- Vamos fazer uma coisa chamada comida - disse null saindo da van.
- Ah! Mas é claro! Você é um gênio, null! - disse null sorrindo e saindo da van.
null apontava a arma para null e null.
- Vamos, saiam da van - disse ela autoritária e cansada.
Enquanto isso, null descia da Van também e, sendo ela baixinha, dava um pulo para fora do carro. A menina pulou em cima de uma poça de água, ou melhor, barro.
- Iuki! Que nojo! - disse null, tentando tirar o barro de suas pernas com a arma.
null contornou a van e abriu a porta do passageiro, onde null e null estavam. null, que estava apoiado na porta, fez uma viagem só de ida para o chão.
- Aii! - berrou null atordoado por causa da pancada.
- Nossa! Me desculpa! - disse null, se agachando ao lado de null - Você tá bem? - null perguntou examinando-o, ela segurava em seu rosto com as duas mãos e procurava alguma ferida aberta ou algum hematoma que ela poderia ter causado.
null a encarou como se estivesse vendo um anjo. - Ahm... ahm... eu... eu tô bem! - disse null a olhando.
null, que se encontrava em pé ao lado da amiga, fez barulho com a garganta.
- null! Pra que tanta preocupação com um tombinho desses? Tenho certeza que o baixinho vai sobreviver. - disse null andando em direção à porta de uma grande fábrica desativada.
null encarou null com uma cara de culpada e sussurrou:
- Você tá bem mesmo?
null fez um sinal aflito de sim com a cabeça, olhando null com seus grandes olhos.
null deu uma risadinha meiga e levantou null com cuidado.
null estava dopado na cadeira do passageiro, tentando enxergar alguma coisa.
- Acorda, dorminhoco! - disse null, sacudindo-o.
- Ahm? Quê? - perguntava null meio descoordenado.
- Acorda logo! Ou você quer que a null venha te acordar? - sussurou null.
- Pra que essa demora, null?! - gritou null de dentro da tal fábrica.
null abriu os olhos no mesmo segundo em que ouviu a voz de null, e pulou para fora da van.
- Eu tô acordado! Tô acordado! - disse null caindo na real.
null e null andaram até a porta da fábrica com null atrás, apontando a arma para suas costas.
No momento em que passaram pelas portas, uma onda de ar frio passou pelos meninos, que se arrepiaram.
O local era enorme, e não era propriamente uma fábrica, tinha muitos computadores e equipamentos que nenhum dos meninos reconheceu.
null amarrava null e null à cadeira, usando mais força do que devia.
- null, pra que amarrar os garotos? - disse null com cara de interrogação.
- null, não faça perguntas estúpidas - disse ela apertando ainda mais as cordas, quando null fazia cara de dor.
- Tô falando sério, null, veja bem, a gente tá no meio do nada, no antigo centro de operações irlandês que por acaso tem segurança máxima, eles não vão para lugar nenhum. - disse null pensativa.
- Olha, ela pensa! - null cochichou para null.
- Ainda bem que ela pensa - disse null sendo esmagado pelas cordas.
- Segurança máxima que nem na prisão de Liverpool? - insinuou null.
- Fala sério, null! Vai querer comparar eles com a gente? - disse null com uma cara séria.
- Tá bom! - disse null, desistindo de amarrar os meninos - Mas é só hoje! - null se virava em direção aos computadores - Afinal, eu tenho um assalto pra planejar - disse null bocejando.
- Isso mesmo! - disse null, dando pulinhos - Use seu talento, sister! - disse ela fazendo um ok.
null a ignorou e começou a teclar com rapidez.
null fechou a porta e ativou as trancas e os alarmes, andou em direção a null e null e tirou a corda deles, sorrindo.
- Não faz mal ser um pouco hospitaleira - disse null respondendo à cara de dúvida que null e null faziam.
- Venham! - disse null indo em direção a um longo corredor.
Os meninos a seguiram quietos, passando por várias portas.
- Dudes! A gente tá no corredor da morte! Olha isso! - disse null.
- Cala a boca! - disseram os outros três em coro.
null abriu uma porta cinza como as outras, apalpou procurando o interruptor, acendendo a luz. Ela se virou e deu passagem para os meninos entrarem; eles entraram no aposento, deram de cara com cinco camas de exército, pequenas, e aparentemente desconfortáveis.
- É o seguinte - falou null um pouco mais séria que o costume - Vocês não vão ser amarrados, não vão ser machucados, e sim, vão ser alimentados - respondeu olhando para null, cuja barriga roncava. - Mas vocês precisam cooperar, ok? - perguntou null olhando os quatro garotos.
Eles fizeram um aceno de sim com a cabeça.
- Mais tarde eu venho trazer uns cobertores, eu sei muito bem que esses não aquecem, e a null faz questão do ar condicionado em pleno inverno - disse null olhando para o corredor.
Os meninos se dirigiram para as camas, sentando nelas e fazendo caretas ao perceber que eram muito mais desconfortáveis do que aparentavam ser.
null deu uma risada irônica e comentou com um olhar de decepção e tristeza.
- Apenas não façam besteiras...
Os meninos olharam a repentina mudança de humor na pequena garota. null apagou a luz do quarto.
- Eu sei que estão cansados... Boa noite! - disse null fechando a porta.
Os meninos, que estavam mais confusos do que antes, deitaram nas camas e dormiram.
Capítulo 3
null não havia dormido a noite inteira, ficara planejando o assalto a um banco internacional no centro da cidade, - que ficava a quilômetros de onde estavam - então ela estava basicamente cansada, estressada, e completamente sem paciência.
- Bom dia, flor do dia! - disse null surgindo por trás de null com um sorriso de orelha a orelha.
- Ótimo. - disse null mal humorada e séria.
- Eu vou acordar os meninos, tá? Eles devem estar com fome. - disse null sorrindo e saltitando até o lugar onde os meninos se encontravam.
Dentro do quarto, os quatro meninos estavam dormindo. null suava loucamente, assim como os outros meninos. null havia entrado no quarto de madrugada e colocado quilos de cobertor em cima deles.
- Bom dia, meninoooos! - disse null entrando no quarto sorridente. - Dormiram bem?
- É... sim, claro - disse null esfregando os olhos.
- Que booooom! - disse null sorridente. - Estão com fome?
Os meninos se entreolharam, pensando na pior das hipóteses que elas poderiam dar para eles comerem.
- Não, nãão, não estamos. - disse null, seguido de um ronco de seu estômago.
null fez cara de poucos amigos e sorriu logo em seguida.
- Sigam-me, crianças! - ela disse marchando.
Os meninos a seguiram, observando o lugar onde estavam. Era grande, muito grande, poderiam se perder lá facilmente, mas viam que em cada canto havia uma câmera, e o medo de ser massacrado era bem, mas bem maior!
- null, temos visita para o café. - disse null sentando em uma cadeira que dava para a mesa logo atrás dos sete monitores de computador que null utilizava.
- Uhum. - ela disse prestando atenção ao que estava fazendo.
- Ela não dorme não? - perguntou null, sentando e apontando para null de costas.
- Sabe o que é? Ela se dedica muito às coisas, isso é bom na null, porque a gente sempre se sai bem, hehe. - disse null olhando para os meninos e olhando para null.
null ficou observando null de costas e o quanto ela se concentrava naquilo, e o pior, ele não entendia absolutamente nada!
- null, vem comer. - disse null um pouco séria.
- Não. - respondeu null digitando rápido e analisando algumas imagens.
- null! - disse null em tom de brava e séria. - Você tem que comer.
null olhou para trás séria, via-se claramente suas olheiras e como seu rosto estava pálido.
- Tá. - ela respondeu simplesmente, levantando de sua cadeira e sentando-se à mesa junto a eles. Ela sentou e acendeu um cigarro olhando fixo para o nada.
- Ótimo, eu vou pegar as coisas. - null levantou sorrindo e saindo de vista dos meninos. O medo deles havia aumentado, afinal, null era um monstro comparado a null, e dela ninguém sabia o que esperar.
- Então, dormiram bem? - null tentou ser amigável, mas ainda não encarava ninguém e falava friamente.
- Uhum. - respondeu null - Só que ela veio cobrir a gente de noite e a gente acordou alagado.- null disse coçando a nuca e com receio.
null riu, é, ela riu, coisa que não fazia diariamente.
- É a null, ela é assim, se preocupa demais com as pessoas, às vezes até com quem não merece. - disse null, ficando séria logo em seguida.
Os meninos engoliram em seco. Será que ela estava falando deles?
- A gente não merece? - disse null com um rosto triste.
null olhou para ele e percebeu o quanto ele se importaria com a resposta, mas a verdade é que null não estava nem aí praqueles meninos, eles eram incógnitas para ela, e não mudariam nada na vida dela.
- Na realidade, eu que não mereço. - ela disse levantando e saindo da sala, encontrando com null na porta com sacos na mão.
- Aonde você vai? - null perguntou séria.
- Não estou com fome. - null disse passando reto por null e dando passos firmes.
null ficou parada na porta, fechou os olhos e respirou fundo, abriu-os novamente e sorriu.
- Bom, vamos comer? - ela disse, sentando e colocando as coisas em cima da mesa.
null comeu em silêncio e os meninos perceberam que algo estava errado.
null andou a fábrica inteira até chegar ao último andar, onde se dirigiu ao topo do prédio onde pousavam helicópteros. Sentou-se lá e ficou pensando, pensando no seu passado, no que tinha se transformado hoje, e o que seria manhã, mas isso ninguém poderia dizer, apenas ela.
- Então, vocês querem tomar banho, algo assim? - null perguntou ainda um pouco chateada.
- Ah eu... - null ia falar quando foi interrompido por null.
- Não, obrigado. - disse null sério.
- Sabe, ela não tá fazendo isso por mal, é que a gente precisa do dinheiro. - null disse olhando para baixo, os meninos estranharam vê-la daquela forma.
- O motivo pra quê precisamos do dinheiro não é importante, null. - disse null surgindo de repente. Ela sentou-se à mesa e pegou uma maçã.
- Agora você come, não é? - disse null sorrindo.
- Eu fiquei com fome. - null disse séria.
Os meninos observaram as duas, as expressões e o quanto elas eram diferentes uma da outra, surgiam dúvidas na cabeça deles; por que elas foram presas, por que presídio de segurança máxima, por que elas eram daquele modo? Mas essas perguntas só seriam respondidas depois.
O telefone de null tocou e um clima tenso se instalou no local.
- Me dá o telefone. - null pediu o telefone seriamente.
null não hesitou, entregou o telefone a null.
- Alô. - disse null calmamente olhando as unhas.
- Alô, null?! null, é você?! - dizia alguém desesperada do outro lado da linha.
- Não, querida, quem tá falando? - perguntou null.
- Quem tá falando? Como assim? Eu que pergunto! - a pessoa do outro lado da linha começava a se estressar. - Deixa eu falar com meu namorado! - disse a menina histérica.
- Resposta errada. - disse null se levantando.
- null, pega leve. - disse null assistindo a cena.
- Com certeza. - null colocou o telefone na boca de null e puxou seu cebelo com força, arrancando um grito de dor dele.
- ! AMOR! O QUE TÃO FAZENDO COM VOCÊ? - perguntou a menina desesperada do outro lado da linha.
- Amor, calma, tá tudo bem, elas seqüestraram a gente... - null deu mais uma puxada no cabelo de null, arrancando um grito mais alto dele.
- AMOR! - gritou a menina do outro lado da linha.
null encostou sua boca na orelha de null, fazendo-o se arrepiar todo.
- Fala que você ama ela, e que você quer que entreguem dois milhões em dinheiro em um lugar que eu irei definir logo mais. - ela dizia tudo bem baixinho no ouvido de null, que fechou os olhos e começou a falar calmamente.
- Amor, escuta, elas querem que vocês entreguem dois milhões em dinheiro, ela vai entrar em contato pra falar o local. - null disse mordendo a boca de dor pelo puxão que null havia dado.
- DOIS MILHÕES?! - gritou a menina.
- É, dois milhões. - null dizia calmamente.
null estava furioso por ver null machucar seu amigo, mas null fez questão de acalmá-lo.
- Tudo bem, eu vou chamar a polícia, eu vou! - dizia a menina do outro lado da linha.
- A gente vai ter que desligar agora! - disse null sentindo a respiração de null em seu ouvido.
- O QUE? NÃO! - a menina berrava igual a uma louca (n/a: claro elas tem que ser todas locas e idiotas e bestas e noias e etc etc ¬¬)
- Tchau, amor... - null disse e null puxou seu cabelo novamente. - ...ée, eu te amo! - ele disse por fim arrancando um sorriso de null.
Ela desligou o telefone e, sorrindo, se dirigiu ao computador. null olhava com cara de má para null, assim como null, null e null.
- Poxa, null, não dava pra pegar leve? - peguntou null.
- É, não dava pra pegar leve? - perguntou null furioso.
- Se eu pegasse leve, não teria sido um bom sequestro. - null disse ainda sorrindo, olhando para o computador. - E afinal, que diferença faz? - disse a garota, pegando um cigarro e acendendo. Virou sua cadeira para os cinco. - Ele não ama ela mesmo. - disse, sem deixar de sorrir.
Capítulo 4
Eram quase três horas da tarde, e a barriga de null já estava roncando de fome; null e null estavam olhando os monitores, null explicava para null o que ela deveria fazer na operação.
null estava sério e encarava as garotas como se pudesse fuzilá-las com os olhos, null estava concentrado tentando fazer seu estômago parar de roncar, null mexia em seu ouvido com o dedinho e null encarava null, que estava de costas para os garotos, inclinada em null que estava sentada na cadeira apontando para o monitor.
- Depois de passar por esses guardas você vai ter exatamente 3 minutos para chegar no cofre, entendeu? - disse null séria.
- É coxa - disse null sorrindo.
- Hey, dude, eu tava aqui pensando, por que elas foram presas? E por que numa prisão de segurança máxima? Elas são duas menininhas - cochichava null para null, que não prestava atenção.
- Hey! Tô falando com você - disse null dando uma cotovelada em null - Deixa pra lá - disse ele voltando a encarar as meninas.
- Tá ótimo, null, mas antes você vai ter que treinar um pouco - A voz de null se ressaltou na sala.
null a encarou com cara de poucos amigos.
- Sim senhora, você vai treinar, você não treina pesado faz meses - disse null andando em direção a um armário.
null estava de braços cruzados e fazia bico, que estranhamente, fez surgir um sorriso torto no rosto de null.
null colocou dois protetores vermelhos em seus braços.
- null, AGORA - disse null autoritária.
- Não quero machucar você null - disse null soltando os braços.
- Sem discussão, null, ataque! - null falava com seus olhos fixados na garota.
- Tá, mas foi você que pediu, null - disse null dando um pulo na direção de null.
A pequena garota era ágil, ela socava os protetores com muita rapidez.
- Vamos, null, é só isso que você consegue? - disse null, fazendo os meninos arregalarem os olhos.
null começou a socar mais rápido, e agora ela também chutava null, que se defendia rapidamente com os protetores, fazia um incrível barulho, parecia que a qualquer momento o braço de null iria quebrar.
- Eu sou o soldado, null, lembra do soldado? - dizia null intimidando a garota que começava a suar. - Ele matou a sua mãe, você se lembra dele? Do sorriso vitorioso dele? - dizia ela aumentando sua voz.
null começava a usar mais força.
- Você se lembra da área de experimentos? Você vai voltar pra lá, você vai voltar para aquela cela de número X (10) vai ficar presa lá até morrer - dizia null.
null começou a agredir null com tal esforço que estava suada, gemidos de raiva saíam da pequena garota, e usava tal força, que conforme ia dando socos, null ia sendo empurrada para trás, deslizando pelo piso frio.
Os meninos encaravam a cena indignados.
- Ahm... null? Eu acho melhor você parar... - disse null praticamente traumatizado com a violência entre as garotas.
null deu um sorriso de lado, e com seu olhar sério encarou null.
- Você se lembra? Dos abusos? Das doses de adrenalina injetadas na sua veia? Se lembra das experiências?
- CALA BOCA! - berrou null com ferocidade, a garota tirou uma faca do bolso de seu shorts e bruscamente a enfiou no ombro de null.
A garota se afastou, apoiou suas mãos nos joelhos, e ofegante olhou a amiga.
- Ops... desculpa - disse null olhando a faca enfiada no ombro da garota que sangrava rapidamente.
Os meninos horrorizados se entreolhavam.
- Acho que eu descobri o porquê da prisão de segurança máxima - null falou para si mesmo, olhando as garotas.
null estava com uma cara de mal humorada.
- De novo?! - disse null arrancando a faca de seu ombro sem hesitar.
Ela andou até a mesa de computadores, pegou um pano velho e colocou em seu ombro para estancar o sangue que já manchara toda sua roupa.
- Tá louca? - disse null, andando em direção à null e tirando o pano de suas mãos - Vai infeccionar. - disse null toda meiga novamente.
- null, deixa de ser boba, não é um cortezinho desses que vai me abater.
null engoliu em seco, chamando a atenção das garotas.
- Nossa! Tinha esquecido de vocês - disse null um pouco envergonhada por sua falta de tato - Deixa eu cuidar da null e eu já te dou comida, null - disse a garota sorridente.
null bufou e sentou na cadeira, null andou até um armário e pegou um kit de primeiros socorros.
null estava encarando a parede, imaginando no que iria comer, null tentava processar todas as informações, - experiências? Doses de adrenalina? Abusos? - Ele não entendia nada, null olhava para null curioso - como a garota não demonstrou nenhum sinal de dor? - e null ainda as encarava sério.
- Fica quieta, null! Não dá pra costurar direito com você se mexendo, vou acabar te deixando uma cicatriz - disse null com as mãos cheias de sangue.
- Ai, null! Uma cicatriz a mais? Quem se importa - disse null, tentando alcançar o maço de cigarro.
- Eu me importo! Como vou poder olhar para você sabendo que eu te fiz essa cicatriz? - disse null puxando a linha com força.
null, que encarava as garotas, desmaiou, caindo no chão e fazendo o maior barulho.
null olhou para trás e revirou os olhos - Fracote. - disse ela, achando um pouco de graça.
- Pronto! - disse null sorrindo, chamando a atenção dos três garotos que encaravam seu amigo com a cara achatada no chão. - Agora, null, eu vo fazer uma comida pro null enquanto você leva o null lá pra fora.
- Puf* - null bufou - Tenho mais o que fazer, null, não vou ficar cuidando de crianças.
- null, vá lá fora levar o null pra tomar um ar, e aproveita e vai fumar lá, não quero meus pulmões poluídos - disse null manhosa, mas um pouco autoritária.
- Eu vou só porque gostei da sua idéia de fumar - disse null andando em direção a null, colocando-o deitado em seu ombro.
- Se você soltar um pum, tá morto, ouviu bem? - null falava com o garoto desacordado.
null e null saíram de vista, sendo seguidos pelos olhos dos três garotos, aparentemente, ainda conscientes.
- Vamos comer? - disse null sorrindo, olhando para null e null.
null sorriu instantaneamente, se dirigiu ao mesmo lugar que sentara no café da manhã, sendo seguido pelos dois garotos pensativos.
null estava lá fora, seus cabelos esvoaçavam com o vento, ela fumava e estava perdida em pensamentos. null, por outro lado, estava jogado no chão, em uma postura que com certeza iria trazer dores.
- Ai minha cabeça - disse null acordando - Por que eu tô todo dolorido? - perguntou o menino ainda com os olhos fechados, sem perceber quem estava ao seu lado.
- Foi mal, não deveria ter te soltado no chão desse jeito - disse null dando um trago no cigarro.
Ao perceber que era ela ao seu lado, null abriu logo os olhos e a encarou, levantando-se com certa dificuldade.
- Você sempre é fracote assim? - perguntou a garota olhando o horizonte.
- E você sempre é tão durona assim? - perguntou null, encarando-a com cara de vencedor.
- Touché - disse dando um outro trago no cigarro.
null encarava o cigarro de null, lembrava-se da sensação da nicotina entrando em seu organismo, engoliu a saliva.
- Toma - disse ela tirando um cigarro do bolso.
- Valeu - murmurou o garoto pegando o cigarro e tentando acendê-lo com o isqueiro de dragão que null segurava na outra mão.
null deu um trago, ele não sabia o que falar, mil e uma coisas vinham em sua cabeça. Mas ele não tinha a coragem de dizer, apenas encarava a bela garota.
- Fala logo - disse null impaciente.
null, perdido em pensamentos, se surpreendeu com a súbita voz que se distinguia das vozes de seus pensamentos.
- Ahm... Por quê? - disse o garoto.
- Olha, eu já tô te dando a chance de perguntar algo, o mínimo que você poderia fazer são perguntas coerentes - disse null mal humorada.
- Por que você tá sempre de mal humor? Por que a null tá sempre tão animada e é sempre tão doce? Por que vocês, que são completamente diferentes, são amigas? Por que vocês foram presas? Por que na prisão de segurança máxima? Por que a null ficou tão alterada naquela hora? Por que você não demonstra emoções? Por que... - null parou de falar na hora que percebera a cara de null.
- É muito complicado - disse a garota, que até agora não olhara para os olhos do rapaz.
null se encostou na grade ao lado de null.
- É muito confuso, primeiro vocês seqüestram a gente, mas a gente não consegue nem ficar com raiva de vocês, a null é tão... sensível, e preocupada... e criança, não consigo ter raiva dela, mas de você... é super fácil te odiar.
null deu uma risada. - A vida é complicada, e a vida nem sempre é fácil.
Os dois encaravam a noite, estava um silêncio reconfortante.
- A null... ela é filha da ex-líder da máfia irlandesa, a mãe dela foi capturada em missão por um soldado americano que abusou dela, ela morreu no parto.
null olhava para null perplexo.
- Depois que ela nasceu... Ele não achou que a criança teria utilidade, então ela foi mandada para a área de experiências do exército, ela cresceu lá, durante 15 anos ela foi conhecida como a cobaia número 10. A única que sobreviveu.
null ficava cada vez mais sem palavras, ele estava confuso. Como uma garota com aquele passado poderia ser tão... alegre? E boazinha? E... e por que null estava falando? Não era uma coisa que ela costumava fazer.
- Eu acho que eu e ela nos tornamos grandes amigas por termos passados um tanto quanto... conturbados - disse null, soltando um riso irônico.
null não sabia o que falar, apenas encarava null, e ela por sua vez, encarava as árvores que balançavam com o vento; tinha algo em seu olhar, um brilho, algo diferente, que null nunca havia visto nela... era como... um sentimento.
- Acho que eu dei sorte achando ela - disse null, finalmente olhando nos olhos de null e passando por ele, indo em direção à porta. O rapaz ficou parado olhando pra ela, e logo em seguida foi atrás, em silêncio.
- Nossa, null! Você deve tá com fome! Porque nenhuma comida enlatada é tão boa pra você atacar desse jeito! - disse null, olhando para o garoto que praticamente se jogava em cima do prato.
null e null já estavam com os pratos vazios, e null comia lentamente.
- É que ele é gordo - disse null, apertando a barriga de null.
- Stop it! - gemeu null.
null, null e null riram da cara do garoto.
null se debruçou na mesa que nem null - Stop it! - imitou zoando a cara do menino, que fez bico imediatamente.
Os três riam distraídos que nem notaram a presença de null encostada na parede.
- null, leva eles pro quarto, você precisa dormir para amanhã - disse null séria.
- null, não me diz que você vai passar a noite acordada de novo - disse null recolhendo os pratos.
- Então não digo - disse null se dirigindo aos computadores.
- Você precisa descansar, null, por favor, dorme hoje - suplicou a menina, fazendo cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança.
- Está bem, prometo que não vou passar a noite INTEIRA acordada... - disse null, se concentrando nos monitores.
- Ok! - disse null sorridente, puxando null pela mão, o que fez null sentir uma pontada um tanto quanto diferente; os três foram em direção ao quarto que haviam dormido na noite anterior, seguindo null e null.
Todos deveriam estar muito bem descansados, afinal, precisa-se de energia extra para assaltar o banco mais vigiado do país.
null apagou a luz do quarto após os meninos deitarem nas camas.
- Boa noite, boys - disse ela sorrindo e finalmente fechando a porta.
Capítulo 5
null mexia rapidamente nos computadores, digitava e sorria ao mesmo tempo em pensar em quão brilhante era seu plano de roubar o banco internacional. null dormia calmamente sonhando com algo que apenas ela entenderia. null não conseguia dormir, ficou encarando o teto pensando se o que estava acontecendo era bom ou ruim; ser seqüestrado era algo assustador, mas ao mesmo tempo ele sentia algo que o fazia gostar de ter sido sequestrado. Bufou sozinho pensando em como sua namorada era diferente das duas garotas que ele havia conhecido, fechou os olhos e imaginou sua vida, era realmente boa? E essas meninas? Elas teriam a chance de ter a vida que ele tem hoje?
- Não. - ele falou alto e para si mesmo.
- Dude, tá acordado? - perguntou null sentando na cama nem um pouco confortável que estava.
- Não sei. - respondeu null sem mais nem menos.
- Dude... - disse null baixinho. - Eu preciso ir no banheiro!
- Vai. - disse null, ainda olhando para cima.
- Mas... eu tenho medo... de... sabe... ir sozinho. - disse null sorrindo amarelo e olhando para o amigo.
null virou o rosto e encarou null, bufou e levantou logo em seguida.
- Não demora - disse ele encostando no batente da porta do banheiro onde null estava.
Ele andou calmamente até a sala onde passou o dia com as mãos no bolso de seu samba canção sujo, avistou null digitando e bebendo algo que ele julgara como café. Andou devagar para não fazer barulho e ficou observando. Ela não dormia não? null se aproximou mais um pouco e foi supreendido por null apontando uma arma para ele e olhando seriamente em seus olhos. null se espantou e deu um passo para trás, trazendo suas mãos na altura de seu peito.
- Calma, só vim trazer o null no banheiro. - ele disse com um pouco de medo.
null olhou para ele e abaixou a arma, não tirou seu olhos daquela figura, que para ela era como um palito de dente fácil fácil de quebrar no meio.
- Tudo bem, volte para o quarto. - ela disse virando novamente para o computador e tomando um gole do que tinha em sua xícara.
- null, você não dorme? - null disse, olhando inconformado.
- E o que você tem a ver com a minha vida? - ela perguntou virando-se para ele.
- Bom, eu tenho, afinal, vocês têm bastante com a nossa, não é, ela tá na mão de vocês! - disse null desafiador.
null encarou aquele desafio como um insulto e apesar de controlar-se, levantou e encarou o menino.
- Escuta aqui, eu não queria ter que sair roubando bancos e seqüestrar as pessoas, eu não sou igual a você, eu não tenho tudo que eu quero em mãos e em apenas uma estalada de dedos posso comer caviar com a puta que o pariu. - ela dizia furiosa cerrando os olhos e colocando o dedo no peito de null - Agora, se quer saber, eu prefiro mil vezes ser quem eu sou dessa forma, e com a minha personalidade, do que ser que nem você, que vive nesse mundo onde todos sorriem pra você por pura conveniência. - null, a esse ponto, olhava no fundo dos olhos de null e sentia uma angústia dentro de si, um nó na garaganta. - Agora volta pra cama, antes que eu tenha que te colocar lá à força.
null virou-se e sentou na cadeira novamente. null, por mais medo que tinha, sabia que null não faria nada a ele, e decidiu desafiá-la mais... sentia prazer em ver aquela garota má brava, mas sem encostar o dedo nele, ou fazer algum mal, era pelo menos o que ele achava.
- Isso não é problema meu, null, você é assim porque você quer, eu sei. - ele disse virando as costas. null trincou os dentes e levantou rapidamente, empurrando null na parede e o segurando pelo pescoço. Ela o olhava com tristeza, rancor e ódio, não dele, mas de quem ela se tornou.
- Você... - ela dizia tudo em sussuros apertando o pesçoco do menino, que abria a boca para poder respirar. - Não sabe... de nada, entendeu? - ela sentiu seus olhos lacrimejarem e soltou null, que caiu no chão tossindo.
null apareceu de repente assustado e ajudou null a se levantar. Ele segurou em null e olhou para null, sabia que tinha algo errado, e sabia que logo descobriria. null sentada olhou os dois de canto de olho e continuou digitanto.
No dia seguinte, null levantou para acordar os meninos. Sorridente, caminhou até o quarto, abriu a porta e viu que todos estavam dormindo.
- Bom dia, meninooos, tá na hora de levantar. - ela disse abrindo uma cortina que mostrava nada a não ser grades grossas e impossiveis de quebrar e um vidro que não transparecia nada. Os meninos coçaram os olhos e levantaram, null abriu os olhos na tentativa de se imaginar em casa, mas nada, se decepcionou ao ver a aparência militar do local.
- null, o que é isso no seu pescoço? - perguntou null preocupada, vendo o pescoço do garoto, roxo.
- Nada. - ele disse, afastando-se de null e saindo do quarto. Ela observou os meninos, que não estavam entendendo nada.
- null! - gritou, andando em passos duros até a sala onde a amiga se encontraria.
- Ah, null, o que é? - disse null com a cabeça encostada na mesa do computador.
- O que significa aquilo no pescoço do null? - null disse brava e apontando para a porta do banheiro.
null sorriu irônica e desafiadora.
- Por que é que você não pergunta pra ele, null, e me deixe em paz? - ela disse levantando e encostando na janela igual a do quarto dos meninos.
null não estava entendendo nada, olhou para null e para null, que se aproximava da sala. Os meninos encaravam os três curiosos, sentaram-se à mesa e olharam para null, que estava um tanto quanto irritado.
- null, o que você fez? - perguntou null, olhando dele pra null.
null encarou a garota e sorriu de lado.
- Eu não fiz nada, ela que se arrepende das merdas que ela fez na vida. - null encarou null e saiu andando rapidamente da sala, quebrando a cadeira que tinha em seu caminho.
- Eu vou treinar. - ela disse baixo, saindo rapidamente.
null encarou null com reprovação, sabia que dessa vez null não tinha feito nada errado. null olhou para null e deu de ombros.
- Escuta, null, você não sabe das coisas que aconteceram na vida dela, você não pode julgá-la assim. - null dizia séria, de uma forma que os meninos nunca haviam visto. - Ela passou por coisas que você graças à sua vida, nunca teve que passar ou passará. - null observava esse lado de null como algo que complementava tudo que ela mostrava. - Então abaixa o seu nariz empinado e pense antes de falar qualquer coisa.
- Mas, null, ela é assim porque quer. - disse null tentando se defender.
- Porque quer? - perguntou null ficando enjuriada. - null, o pai dela matou a mãe porque ela queria levá-la embora prum lugar melhor, longe da vida que o pai levava; quando ela tinha cinco anos, já conhecia mais da metade das gangues de Chicago; quando ela fez doze anos, null, o pai dela bebia pra caralho, chegava em casa e queria abusar dela, batia nela, ele chegou a algemá-la à beirada da cama, e ela é assim porque quer? - null dizia tudo calmamente, olhando nos olhos de null, que de desafiador foi para arrependimento. - As coisas só começaram a mudar quando ela decidiu não tolerar essa babaquice de homens, aprendeu as coisas que sabe hoje andando nas ruas de Chicago, e decidiu ir pra Londres, e sabe o que ela conseguiu lá? - ela dizia olhando agora para os outros meninos. - Mais um babaca que batia nela, mas o trauma não a deixava agir, ela trabalhou como dançarina noturna, é, não parece muito o tipo dela, mesmo porque vocês só a viram com aquelas roupas. - null deu um sorrisinho para null, que prestava atenção à história. - E um dia, se deparou com maaais um idiota, vê se pode, ela se apaixona por gente errada. - null disse sentando e olhando para baixo. - Mas enfim, depois ela decidiu que não ia mais ser fraca e no primeiro idiota que tentou alguma coisa, ele foi embora com o nariz e uma costela quebrada. - null disse dando uma risadinha, o que fez null sorrir ao ver a menina tão meiguinha aparecer novamente. - Foi aí que a gente se conheceu, nas ruas, nas ruas de Londres, e descobrimos que tínhamos muito em comum, então assaltamos o nosso primeiro banco, foi divertido, e ao mesmo tempo a adrenalina subia ao corpo e, cara... - null se empolgava, mas fora interrompida por null, que aparecera com fones de ouvido grandes.
- E é a melhor sensação do mundo poder roubar bancos pro propósito que temos. - ela disse encarando null.
- null, eu... - null ia dizer algo, mas a garota foi mais rápida.
- Poupa suas palavras, null. - ela disse olhando pra ele séria. - null, me ajuda a treinar?
- Claro, xuxu. - levantou saltitante e chamou os meninos.
null sentiu-se muito mal, observou null e sentiu raiva de si mesmo. "Será que sou mais um babaca?", pensou null.
- Tá, eu vou contar até três. - disse null sorridente.
- Manda. - disse null sorrindo vitoriosa e inicando seu treino.
null apertou um botão e saiu correndo para perto dos meninos. Surigam várias maçãs que eram arremeçadas por um aparelho, null girava e acertava todas. Uma grade cheia de espinhos veio em direção a null, que desviou acertando um tiro em mais maçãs que vinham em sua direção; desviava de algumas, mas acertava logo em seguida, sorria e ria fazendo aquilo, como se divertia. A luz apagou e null cerrou os olhos, os meninos e null enxergavam-na, null viu como ela se divertia e se encantou em ver a menina rindo pela primeira vez, como era linda, e por mais durona que fosse, sabia que por dentro era frágil. null se aproximou de uma parede cheia de obstáculos, desviou de todos, continuava atirando nas maçãs que não paravam de ser arremeçadas, trocava de munição e quando a luz acendeu novamente, atirou em uma última maçã e despedaçou, deixando um pedaço cair em sua mão. Sorriu e colocou na boca satisfeita.
- Essa foi fácil. - disse saindo andando e vendo a cara de impressionados nos meninos.
Capítulo 6
null dormia tranqüilamente, sonhava que estava correndo em um campo de margaridas e girassóis com Mark, o baixista da extinta banda Blink 182. Os dois corriam para um abraço em câmera lenta quando um barulho muito alto como uma bomba o acorda.
- Acordem!! - gritou null, ela estava com shorts jeans velho e uma camiseta branca que pára em cima do umbigo, revelando uma enorme cicatriz e um piercing no umbigo.
- Que merda é essa? - perguntou null coçando os olhos.
- Mark? - perguntou null dopado de sono.
- Não, null, o Blink 182 não tá aqui, aliás, não tá em lugar nenhum agora que o Tom tá na Angels and Airwaves e o Mark tá na Plus 44. - disse null abrindo a cortina.
- Eu tô aonde? - perguntou Tom confuso.
- Vamos! Vamos! Não tenho o dia todo, levantando, manada! - berrou null abrindo a porta.
Os três meninos sonolentos a seguiram pelo corredor de prisão em que estavam vivendo há algumas semanas.
null parou de andar e se virou para os meninos.
- Shiiiiu - fez null com o dedo na boca indicando silêncio - A null não pode nos ouvir.
null estava se virando cautelosamente, dando de cara com null, com aquele cabelo sedoso e delicado, e aquela postura brutal, cruzando os braços e encarando null.
- Aonde você pensa que vai, menina? - disse null, séria como sempre.
- Ahm... Oi, null! - a garota disse sorridente - Sabe... eu tava levando os meninos pra um passeio pela fábrica.
- A verdade - null falou encarando null.
- Tá bom... Tá bom... eu ia levar os meninos pra tomar banho - disse null balançando os braços.
- Nem pensar, leva eles pro quarto - disse null apontando o corredor por onde eles haviam acabado de passar.
- Poxa, null! Pensa bem... eles tão fedendo, e a gente vai ficar aqui com eles por mais algumas semanas no mínimo... eu me recuso a comer com esse fedor! - disse null apontando os meninos que se sentiam ultrajados.
- Mas que calúnia! - disse null - Nós somos garotos limpinhos.
- Ahm... dude - disse null se inclinando na direção de null - A gente não toma banho há uma semana mais ou menos.
- Sério? - disse null - Tudo isso?
- Tá, tá! Pode levá-los pra tomar banho, mas eles ficam sob sua responsabilidade. Eu vou sair pra pegar alguns materiais pra operação de hoje à noite. - disse null pegando uma bolsa de couro muito velha.
- Yeaay! - gritou null, dando pequenos pulinhos.
Ela se virou para os meninos:
- Qual de vocês vai primeiro?
Os meninos ficaram calados, apenas encarando null.
- Já que vocês não se decidem, eu escolho - disse null - Vem, null! - chamou a menina, virando-se em direção a uma porta.
- Por que eu? - perguntou null se sentindo injustiçado.
- Porque você tá sujo de lama desde quando a gente chegou - disse null abrindo a porta.
- Sujo de lama porque você me derrubou do carro quando abriu a porta - disse null andando em direção à porta.
null e null entraram pela porta e saíram da fábrica.
- O que é isso?? - perguntou null, assustado.
- O único chuveiro que tem água quente é o de fora, eu não queria que vocês tomassem banho frio, por isso esperei pra quando a null saísse.
- Ah... brigado, eu acho - disse null, incomodado pelo frio.
Eles entraram numa casinha separada, uma casinha bem aconchegante para falar a verdade. Era onde null e null dormiam, o lugar era quente, bem caseiro, parecia aquelas casas de praia, nunca imaginariam que ficava do lado de uma fábrica tão horrenda.
- Aqui é o chuveiro, eu comprei pra você o shampoo - murmurou null pegando uma mecha do cabelo do garoto.
- Ahm... brigado.
- Pera um poco aqui, eu vou ligar o chuveiro, é que ele é meio teimoso - disse null entrando no banheiro.
null aproveitou para olhar a casa.
Nas paredes tinham fotos de das duas amigas, uma foto delas dançando em boate, uma foto delas no parque, foto de null fazendo montinho em null, mas a foto que null mais gostou foi uma foto um pouco mais antiga, uma foto de quando elas tinham... uns 16, 17 anos, null estava com o cabelo comprido, segurava um violão e sorria em direção à null. null estava com um violão também, mas ele estava virado, ela estava batucando nele, as duas sorriam, parecia até outra null. null andou seguindo a parede, tinha um uniforme de torcida pendurado na parede, provavelmente de null, era difícil imaginar null sendo líder de torcida; no canto da parede uma estante enorme, lotada de cds.
null se aproximou para ver de que música as garotas gostavam, e acabou se surpreendendo. Havia Blink, Beatles, Son of Dork, Busted, Angels, Plus 44, Panic at the Disco, All Time Low, Three Days Grace, Green Day, Boys Like Girls, e lá embaixo, um dos ultimos CDs, McFly.
- Pronto, eu acho que já tá morna, ou então fervendo, aí se estiver muito quen...
null apareceu com a sua blusa branca molhada, quase transparente, fazendo null tremer na base, mas logo voltar a pensar.
- Vocês... ouvem essas músicas? - perguntou null se virando pra null e apontando para a prateleira.
- É claro que a gente ouve, senão por que estariam aqui?
- Vocês têm um ótimo gosto, principalmente por essa banda aqui - disse null pegando o CD do Motion in the Ocean.
- Ah! Isso... bom, eu ouvi vocês tocarem um pouco no dia que a gente seqüestrou vocês... aí eu achei legal e fui atrás de seus CDs.
- Muito legal da sua parte... - disse null devolvendo o CD.
- E ai, o que achou da nossa pequena casa? - perguntou null se virando para o móvel com os porta-retratos.
- Muito legal, bem aconchegante - disse null andando em direção à null, que segurava um porta-retrato nas mãos.
- Esse aqui, foi o melhor dia das nossas vidas, como eu e a null tínhamos fugido dos nossos pais, a gente teve que se virar... nosso primeiro emprego foi como garotas propaganda... a gente fez uma propaganda de carros... - null deu uma risada - A null não gostou porque a gente teve que usar biquínis, e as maquiadoras lotaram ela de maquiagem - null olhava a foto com os olhos cheios d'agua - Foi quando a gente recebeu nosso primeiro salário, a gente achou que ele ia durar pra sempre... Comemos, compramos roupas novas, e até esses violões - null falou virando a foto para null, que viu que era a foto das duas sorrindo, a foto que ele tinha gostado.
- Sabe... a gente achou que ia dar tudo certo, que a gente poderia ter vidas normais, como garotas normais... pena que a gente se enganou - disse null, largando a foto em seu lugar.
null encarava null, ele não sabia o que falar, ele só queria poder abraçá-la e dizer que ia dar tudo certo, ele só queria poder protegê-la de se magoar... era estranho, ele não sabia porquê sentia aquilo, estava confuso, então ficou ali... quieto.
Depois que null tomou seu banho, ele foi de toalha para a sala da pequena casa.
- Você pegou minhas roupas? - perguntou o menino passando a mão no cabelo.
- Peguei, eu vou lavar elas - disse null mexendo em uns papéis.
- E eu vou ficar pelado? - perguntou null apontando para ele mesmo.
- HAHA, quem me dera, - disse null sorrindo - Não, eu comprei umas roupas pra você, tão em cima do sofá - disse null apontando com a cabeça.
null andou até o sofá e pegou uma sacola da Hurley, dentro tinha uma bermuda bege xadrez, uma camisa amarelo-gema, e uma boxer.
null se virou em direção a null para agradecer, mas viu que ela estava entretida com os papéis, então apenas se trocou.
- Tô pronto - disse ele.
null tirou os olhos do papel e mediu o garoto de cima a baixo.
- Ficou mais bonito do que eu imaginava - disse null sorrindo, fazendo o garoto sorrir abobalhado.
- Pode voltar pra fábrica e chamar... sei lá, o null ou o null.
- Tá bom - disse null saindo pela porta.
Dentro da fábrica os meninos estavam sentados encostados na parede, observando as moscas.
- Querida, cheguei - disse null entrando pela porta.
- Que louco, dude!! Você tá de Hurley! - berrou null.
- Essa blusa é da nova coleção? - perguntou null analisando a camisa.
- É - disse null orgulhoso.
- Onde você conseguiu? - perguntou null abobalhado.
- A null comprou roupa pra gente - disse null sorrindo tímido.
- Tô virando fã dessa mina! - berrou null mexendo na blusa de null.
- Dude! Seu cabelo! Tá tão sedoso! - disse null pegando uma mecha do cabelo do pequeno garoto.
- É, ela comprou uns shampoos especiais também - disse null coçando a nuca.
- Legal! Eu sou o próximo a tomar banho! - disse null.
- Pode ir, dude, é uma casinha de tijolos aqui do lado - disse null.
null abriu a porta e saiu apressado da fábrica.
Ele chegou na porta da casa e achou mais educado bater nela.
- O que você tá fazendo aí, null?! Tá frio! Entra logo! - berrou null que estava sentada no chão com uns papéis na mão.
- Obr-bri-obrigado - disse null tremendo.
O garoto deu uma boa olhada na casa, viu a prateleira de CDs, a roupa de líder de torcida, o violão velho no canto na porta de um quarto e etc...
- Vem cá - disse null fazendo sinal com a mão.
null se aproximou e sentou no chão do lado da garota.
- Eu tava mostrando aquela foto minha e da null com os violões - disse null apontando a foto no móvel - e me lembrei das nossas músicas, olha só.
null deu uma olhada em algumas músicas.
- Isso aqui tá muito bom - disse o menino sem jeito, e com receio - Tem cifra de baixo, guitarra, até de batera! - disse ele surpreendido.
- É, era nosso hobbie - disse null lendo uma música.
- O que aconteceu? - perguntou null olhando para null - Quer dizer... por que vocês não gravaram?
- Sabe, nosso sonho era ter uma banda, mas era meio impossível porque se algum dia a gente ficasse famosa... nossos pais poderiam nos encontrar... - disse null desanimada.
- Ahm... - null não queria continuar o assunto pois percebeu que era algo delicado, então ficou parado ao lado da null.
Ela estava perdida nas lembranças, tirou os olhos dos papéis e olhou para null.
- O que ainda tá fazendo aqui? Vai logo tomar banho antes que a null chegue! Senão vocês vão ter que tomar banho de água gelada! Ela não pode saber que eu trouxe vocês pra cá.
null se levantou rápido e foi em direção ao banheiro, null se levantou, pegou uma sacola e deu para ele.
- Aqui tem shampoo e condicionador para cabelos como o seu - disse null apontando o produto dentro da sacola - Aqui tem umas roupas que eu comprei pra você, e aqui tem uma boxer- disse null tirando a mão da sacola.
- Obrigado - disse null.
- De nada, xuxu, agora entre aí e tira sua roupa que eu vou lavar - disse null andando em direção ao chão para recolher os papéis.
Depois de tomar banho, null saiu do banheiro com uma calça jeans azul escura, e uma camisa social preta.
- Olha que elegante! Sabia que esse estilo ficava bem em você! - disse null levantando do sofá, indo em direção a null para ajeitar a gola da camisa.
null observou a menina, sempre sorrindo, com um brilho nos olhos, era uma mistura de carinho, bondade e tristeza no olhar, também parecia experiência de vida, embora a garota fosse tão pequena.
- Pronto - disse null dando tapinhas no ombro de null - Vai chamar o null!
null saiu da casinha, correu em direção à fabrica e entrou pela porta. Estavam os 2 meninos que ainda não haviam tomado banho esperando por ele.
- Que legal, dude! Tá todo elegante! - disse null observando null.
- Ao menos a garota tem bom gosto, quero saber a roupa que ela comprou pra mim, espero que seja das melhores! - disse null olhando null.
- Ahm... null, a null disse pra você ir lá - disse null apontando para trás.
- Falô, dudes! Fui! - disse null passando pela porta correndo.
null chegou à pequena casa bufando, se apoiou na janela da pequena varanda tentando recuperar o fôlego.
Quando enfim conseguia respirar, se desencostou da janela e observou lá dentro, deveria ser a janela de um dos quartos, estava meio escuro, mas lá dentro tinham várias guitarras e violões escondidos no escuro. null ia se aproximar para ver melhor quando a null berrou de dentro da casa.
- Qualé! Não demora tanto chegar aqui!! São 6 metros da fábrica!
null entrou rapidamente na casa.
- Desculpa, tava recuperando o fôlego - disse null vermelho que nem pimentão.
- Você fica cansado de uma corridinha de 6 metros? - perguntou null rindo.
- Eu não faço nenhum exercício há semanas, tá? - respondeu null magoado.
null riu, estava sentada com o velho violão nas mãos.
- Você toca? - perguntou null se aproximando para sentar no sofá.
- A null toca bem mais, e canta também - disse null - Mas eu toco sim... eu arrisco alguma coisa.
- Duvido, quero ouvir você tocar algo - disse null sorrindo.
- Por que vocês estão tão felizes? - perguntou null estranhando - e tão... sei lá... soltos?
- Ah... é que o lance de poder tomar banho, e roupas novas, empolgou a gente sabe - disse null dando de ombros - E também porque a null não tá aqui, ela dá medo.
null riu alto - Ah... daqui a poco vocês vão conhecer a verdadeira null, pode ter certeza - disse null olhando para o violão.
Eles ficaram algum tempinho quietos.
- Você ainda não tá tocando, toca algo pra mim? - pediu null com cara de cachorro molhado.
- Ah! Só porque você fez essa carinha fofa e eu não posso recusar - disse null tentando lembrar alguma música.
- Já sei! Tenta ver se conhece essa música de algum lugar - disse null sorrindo.
Kicking off is the hardest part
Nothing's certain at the start
Letting go, so something can begin
Figure out how to get a life
Leave tomorrow, live tonight
Gotta throw, throw your heart right in
'Cause we all fall down
Um sorriso imenso se abriu no rosto de null, fazendo-o cantar o último verso junto com a garota, que sentiu um calafrio na hora que ouviu a voz do menino junto com a dela.
- Você conhece a nossa banda?? - perguntou null com um brilho no olhar.
- Eu ouvi vocês tocando no dia que a gente seqüestrou vocês... e eu gostei da música, aí eu fui atrás do CD de vocês.
null estava abobalhado, sem palavras.
- Vocês são ótimos - disse null sorrindo.
null ia falar algo quando null olhou o relógio e berrou:
- Pro banho!! Já! Senão a null chega e vê você aqui e me mata! E aí o null coitado toma banho gelado lá na fábrica.
null se levantou rápido e foi em direção do banheiro.
- Na sacola que tem no chão na frente da porta tem shampoo pro seu cabelo, igual ao do null - disse null sorrindo - e tem roupa aí e uma boxer.
Depois que null saiu do banheiro, null ja havia guardado o violão e estava encarando a sua roupa de animadora de torcida.
- Acho que eu devia voltar a torcer - disse null com a mão no queixo para si mesma.
Ela virou e encarou null.
- Você tá lindo!! - disse a menina dando pulinhos.
null estava com um jeans claro, uma camisa preta com uma estrela branca que era igual a sua tatuagem, e ele também tinha um agasalho cinza.
- Eu comprei um agasalho pra você porque percebi que você é o que passa mais frio, vive tremendo durante a noite.
- Valeu, null - disse null sorrindo e dando-lhe um abraço.
A menina estranhou o abraço, mas logo o correspondeu, era bom ter alguém para abraçar, sendo que ela não abraçava ninguém há anos, porque null era muito fechada quanto a carinho.
null percebeu que null logo estaria chegando, se separou de null e berrou:
- A null! Ela já vai chegar! E o null não pode tomar banho frio! Corre lá e chama ele, null!
null foi em direção a casa, não deixou nem os meninos elogiarem suas roupas, logo berrou:
- null! Vai logo senão você vai tomar banho frio!
null levantou rápido e correu para a pequena casa, null estava parada do lado do banheiro com uma sacola na mão.
- Toma, null! Aqui tem shampoo e tem umas roupas... desculpa pelas roupas! Mas só tinha essas! - disse null praticamente jogando o garoto para dentro do banheiro.
null saiu do banheiro com uma calça de couro ridícula e uma blusa de babado e florzinhas rosa, e uma cara muito mal humorada.
null o encarou, e segurou o sorriso - babado e estampa definitivamente não combinam.
- Isso é sacanagem! Por que eles têm roupas da hora e eu tenho.... isso? - perguntou null apontando para o pano que se denominava blusa.
- Eu tinha comprado uma blusa xadrez vermelha e um jeans, mas eu perdi - disse null com cara de culpa. - Devo ter deixado cair e os coiotes pegaram.
- Que legal, agora deve ter uns coiotes muito bem vestidos por aí - disse null se jogando no sofá.
null riu e sentou do lado dele. - Não é pra tanto, suas roupas vão ficar secas amanhã, aí você tira essas e eu deixo você queimar - disse null rindo.
null tentou não olhar a garota rindo, para não ficar com mais raiva, em vez disso olhou as fotos na parede e no móvel.
Na parede tinha um quadro de montagem de fotos da null e outro da null. O garoto se levantou e andou até parar na frente da montagem de null.
Na maioria das fotos a menina sorria, null sorriu vendo uma foto dela pequena fingindo estar dirigindo um trator.
- Por que ela é tão séria? - perguntou null sem tirar os olhos dos olhos de null.
- Porque muitas coisas ruins já aconteceram... - disse null - Porque ela teve muitos sonhos destruídos.
O garoto, distraído, esbarrou no porta-retrato em cima do móvel, fazendo ele cair e quebrar.
- Me desculpa! - disse ele, abaixando-se para recolher os cacos.
null ouviu o barulho da van de null se aproximar, e logo se mexeu.
- Deixa aí! Ela chegou! Você tem que sair daqui!
null chutou os restos do porta-retrato para baixo do móvel, sem perceber que a foto sumira, pegou null e os dois correram para a fábrica.
null, que estava com a foto das duas meninas sorridentes na mão, escondeu em sua apertada calça de couro.
Os dois se tacaram no chão junto a null, null e null, que começaram a rir histericamente com a roupa do garoto, quando ouviram a porta de ferro se abrir e todos ficaram quietos.
null entrou séria, encarou os cinco jogados no chão.
- null? - null falou encarando a menina seriamente.
- Sim? - respondeu null se levantando rapidamente.
- O que é isso?
- Eu tava olhando... o pescoço do null! Você machucou ele pra valer! - disse null apontando o menino de roupa feminina.
null o encarou - Ah, claro - ela disse deixando a bolsa em cima da cadeira e ligando os computadores, depois ela se virou e encarou o menino novamente.
- Bela roupa.
null ficou vermelho, null andou mais para perto dos meninos e avaliou a roupa de cada um.
- Muito elegantes, quem diria que vocês são bonitos. - disse null com um QUASE sorriso.
Capítulo 7
null estava sentada lendo alguma coisa no jornal que havia pego. Os meninos estavam em silêncio observando null, já que null estava fora comprando algumas coisas para o armazém. null encarava o modo que null se movia e, de certa forma, ele enxergava uma mulher nela.
- null - ele chamou sendo respondido com um "sim" frio - Você deveria deixar seu cabelo atrás da orelha.
Os meninos pararam o que estavam fazendo e olharam para null. null levantou a cabeça e encarou-o.
- O quê? - ela levantou uma sobrancelha.
- É, olha... - null se esticou pela mesa e colocou o cabelo de null atrás da orelha - Você fica linda assim - ele disse em um sorriso.
Os meninos ficaram encarando null esperando um grito ou uma ação um pouco maldosa. null corou e sorriu de leve, arrancando espantos dos meninos, menos de null, que parecia esperar por aquilo.
- Obrigada, null - ela disse levantando com seu copo de café.
- Magina - ele disse sorrindo.
null encarava os dois impressionado, null sorrindo e null falando com ela era algo extraordinário. null estava de boca aberta, encarava a porta pela qual null havia saído e null.
- Dude, como você fez isso? - perguntou null encabulado.
- O quê? - disse null olhando para sua blusa nova.
- O quê?! ELA SORRIU, COROU E ALÉM DE TUDO, TE AGRADECEU! - null estava alterado.
- Só tratei ela como uma mulher deve ser tratada, mais nada. - null disse com simplicidade, como se não houvesse feito nada demais.
null queria reagir, mas não saíam palavras de sua boca, ele apenas ficou lembrando do sorriso que ela tinha e de como era lindo. Ele pegou a foto que guardara no seu bolso e observou, sorriu sozinho imaginando aquela menina obscura sorrindo e rindo, ela poderia ser algo completamente fora do que parecia.
- null! - disse null aparecendo novamente na sala. null guardou a foto imediatamente e olhou para null. - Vem comigo.
O rapaz sentiu que era algo ruim, mas não sabia, os meninos observavam os dois enquanto eles saíam da sala. null estava vestida com uma regata branca sem sutiã, estava de short de coro e seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo, deixando algumas mechas na frente, estava linda, assim como null havia dito.
- Eu fiz alguma coisa? - null perguntou enquanto null o dirigia a um local desconhecido do armazém.
- Não, só me acompanha. - ela dizia friamente, null a seguia e observava seu corpo, ela era algo extraordinário para ele, ela dava medo, raiva mas, ao mesmo tempo, o deixava com desejo e vontade de apertar.
- Quando eu tava voltando ontem, eu achei isso na metade do caminho e achei que provavemente era seu, já que você é o único com roupas, er... estranhas. - null disse virando para encarar null e sua roupa, estranha. Ela estendeu um saco com uma calça e uma camisa xadrez.
- Toma. - ela disse entregando.
null ficou olhando para ela como se tivesse a censurando, era uma atitude inesperada, ele pegou o saco, e olhou nos olhos de null.
- Obrigado. - ele disse olhando as roupas. - Eu achei que eu fosse ter que vestir isso pra sempre. - ele disse rindo.
null continuou séria, e virou sentando em um bloco de metal com um lustre ligado em cima. null se vestiu rapidamente e ficou olhando aquela figura misteriosa em sua frente. Ele se aproximou, null, por mais que tenha sentido, ficou parada. null levantou a mão, ele queria toca-lá, passou a mão na silhueta do corpo de null, que sentiu sua respiração falhar. Ela levantou e virou encarando aquele menino tão perto dela.
- null, eu... - null ia falar algo, mas null interrompeu.
- Por que que você não ama ela? - ela perguntou com a testa franzida.
- Eu não... - null procurava palavras para responder àquela pergunta, mas sua mente estava vazia, completamente vazia de pensamentos ou respostas. - null, não faça perguntas difíceis, por favor.
- Mas, eu sei que você não ama ela, e depois você vem e faz essas coisas comigo, e null, o que você quer? - null estava confusa, pela primeira vez ela se sentiu perdida sem saber a resposta ou como resolver algo. null se espantou com tal reação de null, ela parecia desesperada, mas null não queria transparescer suas vontades.
- Você não acha que eu deveria perguntar o que você quer? - ele fingiu desprezo - null, você não é nada mais nada menos que alguém que quer dinheiro. - null riu com desgosto. - E o que é que eu tô fazendo com você, null? Em? - ele sabia a resposta, mas estava jogando baixo.
- Quer saber, eu não deveria ser legal mesmo. - ela disse passando por null - O dinheiro é pra montar uma casa de proteção às mulheres, já que vocês homens não sabem fazer nada além de nos machucar. - ela já estava na porta. - E outra coisa, a roupa tá legal. - ela disse olhando pra null e saiu andando.
null ficou encrando a porta, mais uma vez ele sentiu a merda que fez. Bateu a mão na testa e saiu correndo atrás de null.
- null, espera! - ele disse segurando-a pelo braço e fazendo-a parar no corredor fino que estavam. - Eu não sei por que eu não a amo, eu só sei que eu não faço essas coisas com você porque eu quero, meu corpo reage de outra forma quando eu tô perto de você, e eu sou obrigado a agir igual a um idiota pra poder ficar longe de pensamentos que eu tenho. - null o encarava com a mesma feição de sempre.
- Esquece, null, você ainda é o seqüestrado e eu, a seqüestradora. - null saiu andando, voltando para o lugar onde havia o resto do pessoal.
null havia chegado e estava conversando algo com os meninos, null entrou na sala e null logo em seguida.
- Oi, null, então, daqui a umas horas a gente tem que ir pra Brighton, certo? - perguntou null meiga. - null, achou suas roupas, que bom!
null soltou seu cabelo, deixando-o na cara novamente, null olhou para ela estranhando tal ação, depois encarou null, que parecia arrependido de algo.
- Sim, mas antes eu quero que você veja essa notícia aqui. - disse null abrindo o jornal que estava lendo anteriormente, mostrando uma reportagem sobre o seqüestro dos meninos, ainda não sabiam quem eram os sequestradores, mas que a polícia de Liverpool estava com suas dúvidas já que duas presidiárias haviam fugido da segurança máxima no mesmo dia do seqüestro.
- Nossa, eles são rápidos, em! - disse null olhando as fotos da manchete.
- Sim, então é melhor a gente ser mais, a gente tem essa operação hoje, eu tô marcando a segunda naquela empresa de seguro e essas coisas, sabe? Dizem que tem um Lord antigo aê que tem uns direitos guardados e que valem uma nota, se a gente puder roubar e trocar imediatamente, eles não vão ter nem tempo pra poder rastrear o trocador. - null dizia tudo com ar de culta. - Sem contar que a gente tem no cofre central do banco oito milhões, somando com os dois milhões dos meninos, - ela disse apontando para eles. - e ainda tem o do lord que você não vai nem acreditar quando eu te falar o valor. - null disse em um meio sorriso para null.
- Quanto?! - null perguntou entusiasmada.
- O valor exato em extenso é de quarenta e seis milhões, oitocentos e cinqüenta e seis mil, setecentos e trinta e nove reais e cinqüenta e sete centavos. - null disse com a cara mais mafiosa que tinha. - null arregalou os olhos e os meninos acompanharam ficando de cara com a quantidade de dinheiro dito.
- Ma... mas é muuito dinheiro, null! - disse null rindo abobalhada.
- Eu sei, e a gente vai conseguir, entendeu? - null dizia tudo séria. - Agora leva os meninos pro quarto deles, a gente tem que conversar em particular, só eu e você, e dá alguma coisa pra eles fazerem lá. - null dizia sem encarar os meninos.
null fez o que null havia pedido. E fechou a porta voltando para conversar com null. Enquanto isso, no quarto dos meninos.
- Dude, é muito dinheiro, nem a gente conseguiria tanto assim. - disse null de cara.
- Eu sei, e sabe qual é o pior, eu sei que elas são capazes de conseguir esse dinehiro. - respondeu null, sentando em sua cama dura.
- Ela tirou o cabelo atrás da orelha. - disse null olhando para o nada e sendo olhado pelos meninos, menos null, que estava sentado olhando a parede.
- Ah null, vai ver que ela esqueceu ou coisa do tipo. - disse null para consolar o amigo.
- Gente... - pronunciou null - Vocês já sentiram atraídos de alguma forma por elas? - ele ainda encarava a parede.
- Ah, até que às vezes a null me dá uns calafrios. - disse null - Mas ela é do null aqui. - ele disse zombando de null, que sorriu pensando nas possibilidades de isso acontecer.
- A null é muito mais do que ela parece que eu sei, mas ela precisa se mostrar mais, eu sei que por dentro ela é uma pessoa linda. - null narrava sua opinião sobre a mal humorada de cada dia.
- Eu sei o que ela realmente é, null - disse null, encarando-o - Eu sei. - ele olhava para frente novamente com o olhar perdido.
- Cara, você não acha que tá apaixonado por ela não, né? - perguntou null.
- Não, cara, nem pense nisso, pra mim ela é só uma louca, eu sou o sequestrado... e ela... - ele olhou para os meninos. - Apenas uma seqüestradora.
- Mas o null sequestrado tá chique agora, né? - disse null observando as roupas do amigo. Os meininos riram e começaram a conversar sobre um assunto dispensável, quando null chegou na porta.
- Tão a fim de ver uma coisa legal? - null disse encostada com um pé na parede e com os braços cruzados.
Os meninos encararam ela por um segundo.
- Quem é você e o que você fez com a null? - perguntou null.
null riu, supreendendo os meninos e null, que a olhava admirado.
- Vocês querem ou não? - ela disse.
- Você vai colocar seu cabelo atrás da orelha? - perguntou null.
null revirou os olhos e prendeu o cabelo novamente, deixando null com um profundo ciúmes das atitudes que ela tinha com null.
- Tá, a gente vai, qual é a proposta? - perguntou null, levantando e ficando próximo a null.
- Vocês verão. - ela disse sorrindo maldosa.
Os meninos seguiram null até uma van, era uma van diferente da que eles vieram, tinha uma propaganda de detetizador por fora, surgindo perguntas.
- Não pergunte. - disse null aparecendo com uma roupa muito justa e que realçava as curvas de seu corpo. Seu cabelo estava preso em maria chiquinha e ela usava uma luva de couro até o cotovelo, nos pés uma bota salto agulha que ia até o joelho.
- Hey dude, tá ligado aqueles calafrios? - sussurou null de boca aberta olhando null.
- Dude, eu tô ligado até demais. - disse null olhando null da cabeça aos pés.
- É, eu também. - acompanhou null.
- Tirem uma foto, dura mais, tarado. - disse null segurando uma arma e encarando os meninos que viraram a cara imediatamente.
null abriu a porta de trás da van mostrando os computadores na parede e uma cadeira que ficava de frente.
- Entrem e sentem naqueles bancos de trás pra minha cadeira.
Os meninos entraram e null fechou a porta entrando no banco da frente junto a null.
- Seguinte, antes da gente chegar, eu vou parar o carro e vou lá pra trás, você vai dirigir até o banco, a opreação vai rolar calmamente e assim que você estiver saindo, me avisa no microfone que eu vou deixar a porta de trás aberta e vou lá pra frente; você entra por trás e fecha e a gente arranca daqui, entendeu?
null acenou com a cabeça e null deu a partida no carro. Prontas para uma operação de prometer.
Capítulo 8.
null parou o carro e desceu. null automaticamente pulou para o banco do motorista e null abriu a van do lado de trás.
- Olá meninos. - ela disse entrando sem encarar nenhum deles.
Os meninos estavam quietos e observando null ao entrar, enquanto null dava a partida no carro, em menos de dez minutos eles estavam no banco. null ligou os sete monitores que mostravam as câmeras de segurança do banco.
- Como você pega essas imagens? - perguntou null observando os sete monitores enquanto null colocava um fone em um ouvido e um microfone em sua boca.
- Via satélite, toda câmera de segurança tem um código que é monitorado via satélite, principalmente bancos, então eu capto essas imagens. -
null disse abrindo um pequeno frigobar que tinha dentro da van.
-
null, eu to dentro. Cambio.- dizia null no outro lado do microfone.
- Ótimo, vira a esquerda quero uma visão completa de onde você está. - null disse abrindo a garrafa de água e tomando um gole.
Os meninos observaram atentamente as sete telas quando viram a figura de null aparecer.
- Visão comprida null, agora fique atenta, não queremos nenhum distúrbio. - null disse teclando algumas coisas.
- Mas, essas câmeras não gravam tudo, eles vão saber que são vocês. - Disse null.
- Pois é null, você poderia estar certo, mas eu vou explicar... - null disse sorrindo de lado. - O que a gente vê, não é a mesma coisa... - ela disse teclando algumas coisas, e mostrando as imagens plenas, sem nenhum rastro de null. - Que eles vêem. - ela virou para ele. - entendeu?
Os meninos sorriam ao perceber que as meninas eram mesmo muito mais do que apenas garotas que querem dinheiro, elas eram inteligentes, eram magníficas, eram acima de tudo, muito, muito atraentes.
-
null, me dê as coordenadas, eu acho que talvez tenhamos companhia. - null escutou null no microfone.
- Vamos lá, - null disse abrindo um pequeno lap top em cima de seu colo. - Esquerda, esquerda, reto, direita, reto, porta com chamada de voz, senha "Senhorita Crawell", porta e cofre. - Ela disse tudo rapidamente e os meninos ficaram de boca aberta.
- Ela entendeu tudo? - perguntou null.
- Uhum. - null disse sem encarar nenhum deles.
- Perfil? - null perguntou sendo vista pelas câmeras.
- 25 anos, loira mediana, tem um caso com o chefe e tem três cachorros puddles. - null disse tomando um gole de água e lendo o perfil da tal "Senhorita Crawell"
- Ótimo, - null fez o caminho todo devagar segurando duas malas vazias e mexendo em uma de suas chiquinhas, parou em frente a porta e escutou uma voz eletrônica chamar por senha, se ajeitou e fez uma voz sexy e extremamente convincente. - senhorita... Crawell.
Os meninos que observavam sorriram abobalhados, e null estava extasiado, null poderia ser aquela menina sexy a hora que ela quisesse com ele.
- Excelente! - null disse sorrindo ao ver a porta a frente de null abrir e uma voz dizer confirmação.
-
To dentro null. - disse null toda meiga novamente.
- null, agora é com você, cuidado e qualquer problema, me chama entendeu? - null disse falando pronto ao microfone.
-
Tudo bem null, você sabe que não vai ter problemas. - Disse null ajeitando algo.
- Com ela? Por quê? - Perguntou null preocupado.
null virou pra trás e encarou ele.
- Ela vai entrar.
null encostou na cadeira e ficou observando o movimento do local para ver se nada estava errado. Em um dos monitores via-se null subindo pelo ar e sumindo de repente.
null engatinhou devagar pela saída de ar e seguiu as coordenadas que lembrava, chegou a outro escapamento e olhou para baixo.
- Bingo. - ela disse sorrindo abriu o escapamento sem fazer barulho algum e desceu junto com as duas sacolas, aparecendo na câmera da van.
- Ali ela. - Disse null sorrindo.
null foi colocando o dinheiro e contando, os meninos ficaram impressionados com a quantidade de dinheiro que as meninas conseguiriam adquirir em menos de uma hora. null escutou barulho e logo ficou em prontidão.
- null, cambio, você está me escutando? - null disse apreensiva.
-
Cambio, tô. - Disse null colocando o dinheiro nas malas.
- Temos companhia! - null disse olhando dois policiais se aproximarem do cofre.
-
Play time. - null disse sorrindo maliciosa.
Os policiais abriram o cofre e viram a figura de uma menina encostada a mesa ao centro com uma pose bem sexy.
- EI VOCÊ, O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI ?! - perguntaram os policiais.
- Pergunta errada meus amores. - null disse se aproximando devagar.
- Ela vai ser pega? - perguntou null preocupado.
- Preste atenção, em cinco... - null olhava null se aproximar dos policias. - Quatro... - null ficou entre eles com uma carinha de anjo. - Três... Dois... - Os policias apontaram a arma para null que permaneceu com sua cara de anjo e cabeça baixa. - Um.
null sorriu maldosa ainda de cabeça baixa, levantou uma perna e girou acertando os dois policiais que caíram no chão mancando de dor. Ela corria e colocava mais dinheiro nas malas, os policias levantavam para acertá-la, e null os golpeava sorrindo ao perceber que nada era melhor que ela. Colocava mais e mais dinheiro nas malas, os dois policias levantaram e tentaram agarrá-la. null pegou as algemas de um deles o girando e prendendo seu braço, segurou o outro pela gola o batendo com tudo na parede de dinheiro e pegando sua algema também. Prendeu as duas mãos juntas e prendeu as outras a trave de metal de dentro do cofre. Colocou os últimos saques de dinheiro e saiu mandando beijo pros policiais.
- null, to saindo. - null disse ofegante segurando as duas malas.
- É senhorita “eu bato em todo mundo”, eu percebi. - null disse rindo e pulando pro banco da frente.
null apareceu de repente abrindo a porta da van e rindo.
- Vai, corre! - gritou null ligando o carro.
null jogou as duas malas pra dentro da van e se jogou pra dentro fechando a porta rapidamente enquanto null arrancava com máxima velocidade do local.
null ria absurdamente enquanto os meninos observavam boquiabertos a operação sucedida. null abriu o olho e encarou os meninos ainda rindo.
- null? - null chamou rindo. - Agora fala, eu mandeei? - null disse colocando uma mão na orelha e olhando pra null na frente.
- Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito! - null disse rindo.
- Qual é meu nome? - null perguntou alto já sentada na cadeira de null.
- null null. - null gritou da frente.
- QUAL É MEU NOME? - null gritou rindo espantando os meninos que já estavam pra lá de assustados.
- ! - null respondeu da mesma forma. - A gente tem que comemorar, cara. - A menina dizia animada.
- Uh uh, já sei, a gente compra umas cervejas e come comida que não seja enlatada. - null dizia animada.
- Ta, pode ser. - null dirigia em velocidade alta. - Meninos, vocês estão vivos?
- Estamos! - eles disseram em coro.
- Ih, acho que deram tiut null. - null disse observando os meninos.- E aí, o que acharam da minha performance?
- Eu achei espetacular null! - Disse null babando praticamente. - Juro, você é maravilhosa, er... Quer dizer... Foi... Foi maravilhosa.
- Obrigada cherri. - null disse sorrindo.
null encostou em uma loja de conveniência, o relógio marcava exatamente quatro e meia da manhã e as ruas estavam desertas. Ela desceu escutando os risos de dentro da van e entrou na loja. Pegou dois engradados de cerveja e um pacote de cigarros. Foi pegando comida, a maioria besteira, e olhou o jornal, viu na manchete a foto dela e de null.
Olhou ao seu redor e pegou um óculos escuro, foi até a parte de farmácia e comprou duas tintas de cabelo. Pagou as coisas escondendo o rosto e o atendente estranhou. Correu para dentro da van com o jornal em mãos e deu partida o mais rápido possível.
- Wow, alguém tá ansiosa pra comemorar, hein. - Disse null rindo de alguma besteira que null havia dito.
- Olhem isso. - null disse jogando o jornal pra trás da van. null pegou o mesmo e sua feição manchou. Ela olhou para null e para os meninos.
A manchete dizia. "
Fugitivas de Liverpool High Security seqüestram músicos da Banda McFly" Os meninos olharam a manchete e ficaram preocupados.
- null... Aqui tá dizendo que eles já começarem as buscas e com os nossos... Pais... - null dizia preocupada. - E agora?
null freou o carro bruscamente fazendo null cair em cima de null... Eles permaneceram nessa posição apenas se encarando null levantou corada e sentou novamente na cadeira de null.
- Agora a gente espera, null. - null dizia em um tom triste. E continuou o caminho de volta a fábrica.
Capítulo 9
Os meninos nunca haviam visto um clima tão pesado, pela primeira vez null dirigia muito devagar, ela estava olhando para a estrada, mas não parecia que estava realmente prestando atenção, sua mente vagava, sua consciência pesava, assim como a de null.
O rosto de null estava sério, pela primeira vez os meninos viam a menina sem falar, sorrir ou fazer alguma palhaçada.
Depois de muito silêncio mórbido, null finalmente tomou uma atitude e fez um barulho de limpar garganta realmente irritante. Após todos o ignorarem ele se levantou.
- Vocês vão continuar me ignorando? - null olhou para o rosto de todos, passando de um por um, para o lindo rosto de null com alguns fios de cabelo, grudados em seu gloss, o que fez null morder seus lábios, olhou para null, que estava de costas, com seus cabelos balançando no vento. Olhou para null, null e null que estavam todos com a mesma cara de tristeza.
- O que... Os seus pais podem fazer? - Perguntou null com receio olhando de null para null.
null apenas olhou para o chão, onde haviam 3 gotinhas, lágrimas que escorriam por seu rosto.
- Eles podem fazer tudo. - Falou null se lembrando de seu pai, fazendo testes com ela, quando ela automaticamente colocou a mão em seu braço esquerdo, onde até agora, os meninos não haviam notado, mas sim, uma tatuagem de X muito mal feita.
- O q... O que... É isso null? - Perguntou null se ajoelhando e tirando com cuidado a mão de cima da tatuagem.
null não respondeu, apenas encarou o rosto do menino a uns 5 centímetros do dela, enquanto null olhava sua tatuagem e virou seus olhos de encontro com os da garota, os dois ficaram se olhando, null perdeu totalmente o rumo.
- Experiência número 10. - Falou null fechando seus dedos com força no volante.
- Ahm? - null saiu do transe e olhou os cabelos da menina, levemente bagunçados, mas sempre sedosos.
- Experiência número 10. - Repetiu null, cerrando seus dentes e olhando para baixo,
um choque passou pelos quatro garotos, eles não conseguiam assimilar.
- E... Exp-experiência? - Gaguejou null pálido, boquiaberto, encarando a menina.
- É CACETE! - Berrou null socando o volante.
null parou a van no acostamento e continuou olhando para frente, para os carros que agora os ultrapassavam.
null não conseguia acreditar, aquela doce menina, de aparência tão delicada, meiga, como alguém poderia fazer algo do tipo a ela? Como um... PAI poderia fazer isso? Seus olhos se encontraram com os olhos de null, null nunca havia reparado na cor deles, ele podia jurar que eles eram claros... Mas agora estavam negros, eram olhos que viram muita coisa, que passaram por muita coisa. Neste momento, null desejou imensamente saber o que aqueles olhos escondiam.
null viu que null estava perdido em pensamentos, olhou em volta e viu todos perdidos também.
- Ta... Eles podem fazer tudo... Mas... O que eles sabem? - Perguntou null, fazendo null levantar a cabeça e olhar diretamente para ele.
- Isso, isso! - Falou null - O que eles sabem null?
- Eles sabem da fábrica... Foi lá que... - null hesitou - Que o pai da null capturou e fez a mãe dela ir para o campo de concentração.
null apertou seus dedos, null tirou seu rosto de perto do dela com receio dela poder socá-lo.
- Ta. - Falou null se manifestando – Mas... Vocês acham que eles vão levar a polícia para lá? Para pegar vocês? - Perguntou.
null levantou a cabeça olhando pra frente, surgiu um brilho em seu olhar.
- Não. - Respondeu null fazendo null a encarar - Eles iriam despistar a polícia e ir sozinhos, para... Eles ficarem com a recompensa. - Disse null dando um sorriso torto e exaltando um pouco.
- Isso é bom? - Perguntou null.
- Sim, é ótimo. - disse null se aproximando do garoto e colocando suas mãos em volta de seu rosto, fazendo null sentir uma pontada de ciúmes incomum. - Você não vê? Eu vou me vingar do capitão Fullbody, e de tudo que aquele desgraçado fez com a null. - Falou null com um ar de prazer.
- Fullbody? - Perguntou null se sentando ao lado de null.
null agora retraía todos os músculos de seu corpo.
- Fullbody. - Repetiu null em explicação - Ele vai pagar por tudo o que ele fez com ela, da ultima vez que nos encontramos, eu não fui capaz de fazer ele pagar. - Disse null fechando os pulsos e deixando seus olhos encherem de lágrimas ao lembrar da última vez, fechou os olhos sem deixar ninguém notar as lágrimas.
FlashBack
- Hey! null! - Disse null que colocava algumas cadeiras em cima das mesas.
- Que é? - Perguntou null que estava atrapalhada segurando algumas vassouras e rodos.
- Vamos naquela balada hoje? Sabrina disse que vai ser demais! - Disse null sacudindo os quadris fazendo null rir.
- É claro né amiga! A gente tem que festejar! - Respondeu null desajeitada deixando as vassouras caírem no chão.
- Ops... Desculpa Charlie. - Disse null com uma cara de criança.
- Deixe ai! Deixe ai! - Berrou Charlie quando null se abaixava para pegar. - Com você aqui, minha casa de dançarinas pode ser destruída! Só não te mando embora porque você e a null são as favoritas dos homens! - Falou Charlie recolhendo as vassouras.
- Você não manda ela embora, porque se você fizesse isso, eu teria que te matar. - Falou null brincando e dando um beijo na bochecha do homem.
- Sim! Sim null. - Disse Charlie abraçando-a e olhando em seus olhos - O que eu faria se você me matasse?
- Nada! - Falaram as duas em coro, soltando breves risadas.
- Vão! Vão! Divirtam-se, eu mando a Sabrina limpar isso aqui! - Falou Charlie fazendo a garota que guardava os copos ficar verde de raiva.
- Valeu Charlie! - Gritaram null e null.
- Tentem não se meter muito em encrencas meninas! - berrou o homem.
- Não iremos! - responderam as duas colocando os casacos. – A gente promete. - Disse null.
- Então null, o que você acha? Vamos morar juntas! - Falou null girando no poste e sorrindo.
- É, a gente vai! Nós iremos ser as garotas mais feli... - null parou de repente, quando fora interrompida por uma voz conhecida.
- Ora, ora, se não é minha estúpida e patética filha. - Falou um homem saindo da sombra do beco.
null congelou, deu um passo para trás, respirando o ar gelado que cercavam elas.
- Quem você pensa que é Fullbody, para aparecer aqui? - Falou null com ódio no olhar, indo para frente de null.
- Quem VOCÊ pensa que é, de fugir de casa daquele jeito, null? - Perguntou um segundo homem saindo da sombra, os olhos de null arregalaram e foi a vez dela de dar passos pra trás.
- Zoro. - Sussurrou null, fazendo null se arrepiar toda.
O homem deu uma risada forte, fazendo eco no pequeno beco.
- Você vai pra casa. - Falou o homem andando em direção a null e a segurando fortemente pelo braço, enquanto ela hesitava e segurava fortemente a mão de null.
- E você também garota! - Falou o pai de null a segurando da mesma forma.
- Você não manda mais em mim pai. - Falou null para o homem que a segurava pelo braço.
- Você se esqueceu quem EU sou pirralha? Eu sou o Zoro, o lendário sanguinário do meio automobilístico - Falou o homem apertando cada vez mais o braço da menina.
- Quando você fala meio automobilístico você quer dizer um assassino ladrão de carros? - perguntou null com desprezo fazendo uma cara nada amigável.
- Como você ousa?! - Falou o homem cuspindo na cara da pequena menina que virou a cara rapidamente.
Zoro soltou null, praticamente a jogando no chão, fazendo null se aproximar dela.
- Quem deixou você se mover? - Perguntou Fullbody batendo com as costas da mão no rosto de null, fazendo-a cair no chão.
- null! - berrou null levantando e dando um soco no rosto de Fullbody.
- Menina insolente. - Falou o homem cuspindo sangue. - Você precisa aprender uma lição.
O homem deu um soco tão forte em null que a fez cair no asfalto molhado pela umidade do ar, a menina cuspiu sangue e soltou um murmuro de raiva enquanto tentava se levantar.
- Quem deixou você se levantar? - Perguntou Zoro pisando em null com tamanha força que quebrou o Pulso da menina que soltou um berro sofrido de dor.
- Para!! - Berrou null vendo o sofrimento da amiga e correndo em direção a Zoro.
null empurrou fortemente o homem e em seguida deu um soco muito forte em seu rosto, quebrando seu nariz, soltando um murmuro com a tamanha força que impunha do soco.
End Flashback
- null! null! Você ta bem? - Perguntou null que sacudia a menina pelos braços.
- Ahm? - A menina estava perdida em lembranças e afastava as lágrimas que queriam tanto vir.
- Você parou de responder, ficou olhando para o vazio, o que aconteceu? - Perguntou null.
- N... Nada. - Respondeu a menina virando-se para frente e ligando o carro novamente, enquanto saía do acostamento, ela fechou a cara com raiva, e prometeu a si mesma que iria se vingar.
Depois de um tempo, null já roncava encostado na parede da van, null babava no agasalho de null, que estava meio desacordado, enquanto null se corroia de pensamentos, olhando os cabelos de null balançarem com o vento, trazendo até ele o perfume que o intoxicava, null não parava de pensar, sua cabeça estava a mil, mas algo que nunca saía de sua cabeça, sim, era null, a menina rude, que o seqüestrou, e acidentalmente, roubou seu coração.
null dormia tranquilamente na cadeira, que parecia grande comparada a garota, ela estava tranqüila, parecia um anjo, as vezes sussurrava alguma coisa, obviamente estava sonhando, tudo que null pôde pensar é no que alguém com um passado tão terrível podia sonhar? Que a faria sorrir mesmo dormindo?
A única coisa que null não sabia, é que null estava sonhando com ele, com todos eles. Em seu sonho, os quatro meninos, ela e null estavam acampando, num lugar muito colorido, em volta de uma grande fogueira, com null a abraçando para esquentá-la, e nesse exato momento, enquanto null dormia, ela se arrepiou toda, abraçando a si mesma para se esquentar.
A van finalmente entrou nas matas que os levariam à fábrica, null tomou mais cuidado ao sair da estrada, diminuindo a velocidade para não acordar os que dormiam na parte de trás.
Desligou o carro, apoiou sua cabeça para trás e respirou fundo fechando os olhos.
FlashBack
Zoro estava apoiado na parede, sua mão estava em seu nariz e por entre seus dedos escorria muito sangue.
- Vadiazinha. - Cuspiu o homem. - Como você tem a audácia?
- Você não vai mais machucar a null seu desgraçado! - Falou null estufando o peito e indo em direção a amiga.
- Patética, vou ter que lhe ensinar uma lição. - Falou o homem tirando a mão do nariz e esboçando um nariz fora do lugar.
O homem foi em direção a null a acertou com tudo no rosto, fazendo sua cabeça voar para trás, batendo com extrema força no chão, a menina manhou de dor e se virou ficando de quatro, sua cabeça rodava, ela tentava reunir forças para se levantar, Zoro deu um empurrão com o pé fortíssimo em sua bunda, fazendo-a dar uma cambalhota e se contorcer de dor.
- Pirralha. - Falou o homem chutando-a nas costelas. - Você vai aprender a não desrespeitar grandes homens como eu e seu pai.
- O que há de grande em vocês? São um bando de desonestos que mereciam pena de morte. - Falou null com muito esforço e extrema raiva enquanto sangue escorria de sua boca.
- O QUEE?? - Berrou Zoro. - Vou te ensinar a me respeitar garota!
Zoro pegou a garota pelo pescoço, e a encostou na parede daquele beco, começou a dar uma série de socos em sua cara, sem dó e sem pena.
- null! - Gritou null tentando levantar para ajudá-la, quando Fullbody deu um pontapé em seu rosto, deixando a menina desacordada no chão frio e úmido.
A claridade machucava os olhos de null, ela mal conseguia se mover, seu corpo inteiro estava dolorido.
Ela olhou em volta, com a esperança de null ter fugido, mas não, null estava lá.
null rastejou até chegar ao corpo da menina contorcido no chão.
null tinha hematomas pelo corpo todo, seu rosto estava deplorável, null não reconhecia nenhuma feição da menina, havia muito sangue pelo chão, cortes no corpo todo, null estava gelada e mal se sentia sua respiração, seu pulso também estava fraco, seria difícil a menina acordar.
null colocou uma mão no rosto da amiga sentindo seus olhos lacrimejarem.
- null, acorda... - Mal podia escutar sua voz, pegou o celular que estava na sua bolsa jogada. - Alô! E-eu preciso de uma ambulância! - null chorava desesperada, e enquanto lágrimas escorriam por seu machucado rosto, ela prometia, pra si mesma, que iria se vingar de Fullbody, por sempre maltratar null, e null sabia que null não iria desistir tão fácil, ela dava seu corpo e alma pela garota, e agora sua raiva ao ver aquela menina caída em seus braços, só fazia aumentar sua vontade de pega-los.
End FlashBack
Capítulo 10.
null desceu do carro sem nem ao menos falar com ninguém,
null por outro lado, se perdia em pensamentos que ela mesma
começava a não compreender, os meninos nunca tinham as visto assim antes, tão frágeis como se a
qualquer momento pudessem quebrar. null andou o trajeto para a
fábrica, sentindo-se cada vez menos imune aos sentimentos que ela impedia de mostrar sempre.
null por outro lado, queria ser o mais forte possível, pois sabia o que
viria.
- null, fala com a gente, é extremamente estranho ver você assim.
- Comentou null.
null não respondeu, apenas foi para o quarto de computadores
onde sempre ficava, e jogou as chaves da van em cima da mesa, sentando na cadeira e jogando a cabeça para
trás, respirando fundo.
null observou a sala e apenas uma parte de
null que se pudesse enxergar e suspirou chateada, sabia o que a
amiga passava.
null balançou a cabeça e sumiu pelo corredor, andando a passos
largos e pesados. null observou enquanto a menina se afastava, e
pensou se iria atrás ou não, não queria atrapalhar o espaço dela, muito menos levar um murro na cara, mas
ele foi ousado, andou atrás de null sendo observado pelos outros
três, null por sua vez, ficou parado em frente a porta pensando se
entrava ou não, afinal, ele já havia cometido erros demais com seu orgulho, não poderia cometer mais um.
null, passou por null quase
que esbarrando em seu ombro e entrou na sala ajoelhando a frente de null para que ela prestasse atenção. null viu eles mexerem
os lábios algumas vezes e null mostrava claramente em seus gestos
e olhares para null que estava apavorada, preocupada, e
extremamente sem saber o que fazer. null observou mais um tempo e
viu um sentimento ruim, uma raiva subiu ao ver null abraçando
null forte em um consolo, e ela contribuindo. Afastou-se da porta
rapidamente, observou a sala a sua volta e viu seu celular em cima da mesinha que havia ali, olhou para
null, que ao ver o que ele iria fazer balançou a cabeça
negativamente.
- null, você não pode fazer isso. - Ele alertou triste.
- Posso... E vou. - null disse se dirigindo ao quarto. - E você não vai
falar nada.
null andou até o quarto e fechou a porta, ele iria cometer mais um
erro, e dessa vez um dos graves.
null estava encostada na pia do banheiro que ficava suspensa na
parede, as paredes do banheiro eram extremamente branca luzente, cor de cacau que trazia uma luminosidade
extrema para o local, mantinha sua cabeça baixa enquanto colocava a roupa de treino de sempre, sua blusa
curta de couro apertado, que amarrava atrás. Seu nervosismo não permitia que ela amarasse aquilo, estava
trêmula. Levantou a cabeça pra encarar aquele pequeno pedaço de espelho que estava na parede acima da
pia, viu o reflexo de null ali parado a observando, parou um
instante e respirou fundo. null a observou, aquela figura linda
que trouxe um sentimento novo a ele.
- Quer ajuda? - ele perguntou sendo educado, e extremamente carinhoso ao mesmo tempo.
null não respondeu, apenas balançou a cabeça silenciosamente,
colocou as mãos na pia e null afastou seus cabelos das costas
fazendo-a se arrepiar toda, null sorriu de lado, amarrou a blusa
devagar, trazendo uma agonia estranha a menina, null se mexeu
inquieta e a alça de sua blusa pendeu para o lado. null observou
seu ombro nu, e aproximou-se mais da menina, encostando os corpos dos dois. Ele estava ciente do que estava fazendo apesar do medo, mas não se segurou, precisava
afastar a distância entre os dois, subiu a alça, encostando os lábios no ombro dela,
null automaticamente fechou os olhos e se arrepiou inteira por
dentro, a cor branca refletindo nos olhos do menino ao se virar, fez null sentir como se seu coração fosse saltar, null ficou
encarando-a, e lá ele soube que aquela menina era a menina que ele sempre quis, a menina que ele precisava, aproximaram as bocas...
- null! null! -
null entrou no banheiro quase que correndo, sorrindo.
null imediatamente afastou um metro da garota, pigarreando.
null observou os dois, e sorriu marota. - Pombinhos, eu tenho
um plano. - ela disse alegre, null estava logo atrás com uma cara
nada boa enquanto null sorria alegremente como
null.
- Eu vou chamar o null, a gente têm que comemorar de verdade
agora. - null disse alegremente.
- null, não entra aí. - null
disse parando em frente a porta do quarto com uma cara de culpado.
- O quê? Como... Ass... Por quê? - Ela disse olhando ainda sorrindo, mas dessa vez com uma cara de dúvida,
null não disse nada, mas seu olhar falava por mais de mil palavras.
null automaticamente abriu a porta escancaradamente, e o que viu
quebrou seu coração em pedaços.
null estava ao telefone. O olhar de null mudou, suas feições mudaram, e uma dor surgiu em si.
null observou null ainda
com o telefone no ouvido, null entrou na sala desesperado, junto com
null, null e
null que ao entenderem o que havia acontecido olharam para
null imediatamente.
Uma raiva subiu pela garota, algo incomum pra ela, ela se aproximou de null e pegou o telefone de sua mão observando o nome que estava na tela, era a namorada dele, ele estava falando com a namorada dele. null jogou o aparelho no chão e pisou no celular com força, quebrando-o rapidamente.
Segurou no cabelo de null e o jogou no chão,
null se aproximou, mas null
a censurou com um olhar que ninguém ousaria desafiar.
- Vai pra minha sala agora. - ela falou no tom mais frio que tinha, olhando com nojo para
null. null levantou arrumando sua blusa enquanto observava os olhares que recebia de todos, caminhou lentamente até a sala não sabendo o que lhe esperava. Entrou na sala juntamente com os outros três, null não esperou para dar o primeiro murro na cara de null que na hora caiu no chão fazendo cara de dor.
- null, se acalme por favor! - tentou null, inutilmente. null deu um chute na barriga de
null que se contorceu de dor no chão.
null colocou a mão na boca.
- null! - ela gritou.
- Saiam da minha sala. - null falou fria pegando uma cadeira de
madeira colocando bem no centro da sala, de frente para a parede.
Os quatro ficaram parados. null retirou a arma de sua cintura e
apontou para os três inclusive para null.
- Saiam da minha sala. - ela falou entre dentes, dessa vez com um tom de raiva.
Os meninos saíram deixando uma null completamente assustada e
inconformada parada na porta.
- AGORA, PORRA! - null gritou com voracidade armando a
arma. null não hesitou, saiu da sala fechando a porta.
null estava deitado no chão com a mão na barriga e sua boca estava
sangrando. null olhou para ele, e logo em seguida o segurou pelos
cabelos o colocando sentado na cadeira. null sentou torto, e
levantou a cabeça pra encarar null, viu no olhar dela o quanto ela
estava machucada, ela poderia esperar qualquer coisa dele, mais uma briga idiota, mais um comentário
desnecessário, mas nunca que ele iria enfiar uma faca em suas costas, null ficou olhando-o.
- Não olha pra mim seu mau caráter! - ela disse dando um tapa forte com as costas da mão no rosto
de null que jogou a cabeça para o lado quase caindo da cadeira.
null colocou a arma em cima da mesa e pegou uma corda, pegou os
braços de null sem cuidado algum e começou a amarrar a cadeira.
- Agora você começa a fazer papel de seqüestradora né? - null desafiou.
null apertou com toda força a corda, fazendo
null sibilar de dor.
- Cala a boca seu idiota. - ela falou entre dentes, null mantinha os
olhos fechados. - Você quer que eu seja a seqüestradora?! Hein?! Então vamos brincar, seu bosta! - ela
gritou parando em frente a null.
null estava sentada do lado de fora, apenas escutando os murmúrios
de dor de null, estava preocupada, sabia da capacidade da amiga,
ela poderia perder o controle, mas também sabia que null o amava
e que nunca passaria dos limites.
null observou null de onde
estava, ele queria tanto tocá-la, e ele sentia que dela, surgia a mesma vontade, sorriu sozinho pensando
nas possibilidades, mas seu sorriso logo desmanchou quando ele escutou mais um murmúrio de
null.
- Ele não deveria ter feito isso. - disse null com o olhar triste.
- É, eu só queria entender ele... - null disse também saindo, e indo
para o quarto onde eles ficavam.
null olhou para null, que o
chamou para ir dormir, afinal, já estava quase amanhecendo e eles não haviam dormido nada.
null por sua vez, ficou lá parada na porta, esperando, já que sabia
que mais cedo ou mais tarde null sairia de lá.
Os meninos deitaram e apesar do sono, dormir não era uma coisa que aconteceria facilmente.
null mantinha seu olhar grudado na parede, apesar de saber que o
amigo havia errado, ele ainda era seu amigo e se preocupava eternamente com ele.
null estava com o pensamento longe, em um lugar onde apenas
ele e null poderiam ficar, juntos, sem a realidade, sem medos ou
preocupações, sem... Erros. null por sua vez, estava decepcionado
com o amigo, muito, apesar dele querer voltar e ver sua namorada, ele estava vivendo de uma forma
diferente, e sabia que sentiria falta.
null saiu de dentro de sua sala com passos duros, um olhar escuro e as mãos fechadas, null estava desacordado, com a cabeça largada pra frente, a garota correu para o banheiro e pegou papel toalha, muito papel toalha e molhou, null seguiu null sem fazer nenhuma pergunta, e os meninos a essa altura já estavam na porta do quarto observando as duas.
null colocou o papel toalha molhado na nuca de null, e depois passou em seus pulsos, null entrou na sala e observou a cena sentindo pena da amiga.
- null, não vai ser assim que ele vai aprender a lição. -
null disse calmamente.
null foi abrindo os olhos devagar encarando a menina a poucos
centímetros de seu rosto. null evitou encará-lo.
null saiu da sala sabendo que não iria obter resposta alguma da amiga
e pediu para que os meninos voltassem a dormir.
Ela passou o papel toalha calmamente pela boca de null, sentia-se
arrependida, mas ao mesmo tempo com a mesma raiva de antes.
null olhou nos olhos dela, e não tirou o olhar de lá, null continuou o que estava fazendo, e quando terminou, jogou o
papel fora.
- Você tem que viver. - null disse fria novamente levantando e
desamarrando-o para que suas mãos parassem de sangrar, voltou se sentando em sua mesinha de
computador. Começou a digitar e null levantou seu olhar para os seus cabelos caídos em suas costas.
- Eu não quero viver. - ele disse sem mais nem menos. null parou
de digitar pra ouvir a chuva fina que começava a cair do lado de fora. - Não se for pra viver sem você. -
null sentiu seu coração pular, não estava escutando aquilo de
verdade. Como ele podia brincar tanto com os sentimentos dela? Como ele podia ser tão filho-da-mãe?
A chuva que antes era fina, se intensificou fazendo o dia que começava claro, ficar escuro como se fosse
noite, null levantou e encarou null.
- Eu te odeio. - ela falou entre dentes.
- Você não me odeia. - ele disse olhando pra baixo. - Se você me odiasse, teria me matado.
null sentiu-se desafiada, pegou a arma que estava em cima da
mesa e apontou para null que ficou olhando sem medo, sem
preocupações.
- Você é a pessoa mais cruel que eu já conheci em toda a minha vida null, eu te odeio, e eu posso te matar. - Ela disse, dessa vez sentindo seus olhos arderem
levemente.
- Então vai null, o que está esperando?! -
null disse encarando-a diretamente. - Me mata
null, vai, atira!! - ele falava alto, a ponto de aumentar a
frustração de null, que a essa altura sentia seus olhos
lacrimejarem.
- Você não atira porque você me ama!! - Ele olhava pra baixo, levantou o olhar pra ela diminuindo o tom
de voz. - Atira null, eu não presto! Atira! ATIRA! - ele gritou, e o
som da arma sendo disparada ecoou pela fábrica toda. As lágrimas rolaram pelos olhos de
null trazendo um choro baixo. Ela continuou com a arma levantada.
null correu o mais rápido que pôde ao ouvir o disparo.
- Eu não consigo... - ela disse olhando nos olhos assustados de null
, que estava intacto. Ela nunca conseguiria atirar nele. null deixava as lágrimas rolarem soltas encarando o buraco que havia feito na parede. null mantinha sua respiração pesada encarando a menina. Levantou dando um tapa na arma a
empurrando de lado e encostou null na parede selando seus lábios
com os quente dele, null soltou a arma no chão agarrando a nuca
dele, que por sua vez segurava fortemente a cintura dela enquanto passava uma mão em seu rosto. Os dois
pareciam um só, como se eles tivessem nascido pra estarem juntos, eles se amavam e estava claramente dito no olhar dos dois. null encerrou o beijo devagar, encostando a testa dos dois com os olhos fechados.
null correu para a porta e sem ser notada presenciou a cena, que
estava demorando demais para acontecer. Deixou um sorriso satisfeito escapar e se afastou para não ser
notada.
null começou a rir baixinho fazendo null abrir os olhos e começar a rir também. O rapaz deu vários selinhos nos lábios dela, o que ele sempre quis fazer, null riu puxando de leve o lábio machucado do menino que soltou um resmungo de dor.
- Ai desculpa, desculpa... - ela disse se lamentando.
- Não tem problema, eu estou com você do jeito que eu queria... - ele disse baixinho fazendo
null derreter. - Eu te amo... - ele disse dessa vez como se estivesse
pedindo desculpas, o coração de null saltou e ela o beijou fortemente.
- Eu também te amo null. - ela disse passando o nariz de leve no
dele.
- Sabe... Eu terminei com ela... Por telefone... - ele disse e null
estreitou os olhos sorrindo boba logo em seguida.
Ele segurou sua coxa levantando-a em seu colo, a beijou com vontade, como se eles nunca mais fossem se
ver. Colocou ela sentada em cima da mesa que por sua vez rasgou a blusa de null fazendo os botões saltarem para todos os lados, passou a mão no peitoral dele, que se
enrigeceu, null colou sua boa aos lábios de
null em um beijo calmo, e levantou sua blusa deixando a mostra
algumas cicatrizes pequenas e seu corpo definido. O resto fluiu da mesma forma, e logo eles estariam entre
mordidas e gemidas baixas, e uma nova fase começaria.
Capítulo 11
As luzes entravam pela janela e machucavam os olhos de null, que encontrava-se na casinha ao lado da fábrica, ela dormira no sofá, muito de mal jeito, as luzes entravam pela cortina laranja, deixando uma luz alaranjada em todo o cômodo. Ela se espreguiçou e demorou um pouco para recobrar a memória, mas em um pulo só, saltou do sofá, pulou a mesinha e correu para dentro da fábrica. null percorreu o extenso corredor, até se deparar com a porta do escritório de null.
null deu um sorriso de lado e girou a maçaneta com muito cuidado para não fazer barulho, um fecho de luz fininho entrou no quarto, e conforme a garota abria a porta, ele ficava maior, ali, no escuro quarto, iluminado pela fraca luz que vinha dos computadores, null via o rosto de null, sereno dormindo profundamente, com um discreto sorriso nos lábios, que só null poderia perceber, era a primeira vez que ela via null dormir assim em anos, e a amiga estava ali, calma, sonhando, envolta dos braços de null null.
null, com um satisfatório sorriso e uma lágrima, voltou a encostar a porta devagar.
- Que susto garoto! Você não pode chegar assim por trás das pessoas! - Gritou null que já estava em posição de luta olhando o sonâmbulo menino que vinha pelo corredor, bagunçando mais ainda seu cabelo e coçando os olhos.
- O que eu fiz? - Perguntou ele assustado, vendo que por pouco não apanhou.
- Nada... Como você dormiu? - Perguntou a menina com um mega sorriso na cara.
- Bem... Afinal, não ouvi os roncos do null... E por falar nele... Onde ele está? - Perguntou null apertando as sobrancelhas.
null desfez seu sorriso na mesma hora, o que fez claramente null desconfiar.
- Cadê ele? - Perguntou o menino cruzando os braços e tentando fazer uma cara séria.
- Como eu vou saber? - Perguntou a garota dando as costas a null e saiu andando.
- Ahm... Talvez porque você seja a seqüestradora, e tenha câmeras em todo canto? - Perguntou o menino ironicamente sendo ignorado. – Hey, pera aí! - Disse ele pegando no ombro de null e levando uma rasteira de doer na mesma hora. null parou com o punho a três centímetros de seu rosto, e seu olhar era sério, parecia outra garota.
- Quantas vezes preciso falar pra não vir por trás? - perguntou a menina séria, virando o rosto de lado.
null estava branco, e suava muito com o susto que levou, e com a aproximação da garota.
- Ahm... Mais algumas vezes talvez? - Disse ele levantando os ombros e vendo a garota revirar os olhos. - Isso doeu muito, sabia?
- Desculpa. - Disse a menina sem tirar os olhos dele.
- Vai me recompensar pelo trauma? - Perguntou o garoto tentando parecer sedutor.
- Depende... - Disse a garota com um sorriso de jogador de poker.
null se aproximou de null, seu coração estava disparado, ele não sabia o que fazer, mas não conseguia se controlar. Tirou os cabelos da menina com uma mão e deu um beijo em seu pescoço, null se contraiu toda, fechando os olhos, deu um sorriso de lado.
- Não me provoque. - Falou ela ainda de olhos fechados.
- Por quê? - Perguntou null analisando o pescoço da garota, e cogitando a idéia de dar um chupão nela.
- Porque você não sabe do que eu sou capaz. - Falou a garota deixando o menino sem reação.
null virou para null e deu um de seus mega sorrisos super descontraídos, quebrando totalmente o clima.
- E pode tirar o cavalinho da chuva se você ainda pensa em me dar um chupão.
A menina se levantou e em pulinhos alegres foi até a cozinha, deixando o menino no chão sem nenhuma reação.
- Mas como... Ela... O que? Como ela pod... - null falava sozinho, até ver null parada na porta ao seu lado, encarando-o.
- Bom dia. - A menina sorriu sincera, e seguiu pelo caminho que null havia acabado de percorrer.
- O que deu nelas? - perguntou null para ele mesmo em voz alta.
- Nelas quem? - Perguntou null que vinha pelo corredor.
- Como se tivessem outras meninas aqui sem ser a menina feliz igual um Teletubies, e a baixinha mal-humorada que lembra o zangado de “A Branca de Neve”. - Disse null dando um pedala em null.
- Teletubies? Não tinha pensado nessa, eu tinha pensado que ela era mais como... Como... Como uma garota bipolar sabe? E até que a null se parece com o zangado mesmo... - Disse null meio que se interessando pela conversa.
- Será que eu não posso falar comigo mesmo sem ser perturbado?! - Falou null estressado.
- IIIIH garotinha, ta de TPM é? - Perguntou null vendo o menino no chão, virado de costas para ele.
- A null também se parece com aquela vaqueira ruiva do toy story, sabe? - Falou null ignorando null que bufou.
- Pode crer! - Disse null rindo.
null se levantou, e foi andando lentamente até a cozinha, seus olhos eram sérios, e seguiam os movimentos de null, que estava arrumando a mesa para o café da manhã. Ela sorria, e conversava animadamente com null.
Essa logo percebeu null parado ali, mas achou melhor não comentar, afinal, ela sabia o que ele queria, o que sentia.
Ela olhou pra o garoto com um olhar muito expressivo, alguns diriam meio sombrio, se não fosse pelo belo sorriso de lado que ela deu para o rapaz.
- null-null? Ta me ouvindo? - Disse null se apoiando na mesa com uma mão, e levando a outra a sua cintura.
null sabia o que null pensava antes de dormir nas duras camas, sabia o que ele pensava quando observava null, e ele por si, sabia que null tinha esse conhecimento. Mas ele não iria se arriscar e perder null.
- null, posso falar com você? - Perguntou null após uma longa troca de olhares com null.
- Pode falar null. - A menina murmurou se fazendo de desentendida, rezando para que a amiga não saísse dali.
- Eu vou checar os computadores, acho que ouvi um barulho. - Disse null séria, saindo da cozinha com um sorriso discreto que nenhum dos dois pôde perceber.
null fuzilou-a com os olhos, por um minuto teve vontade de dar uma voadora na garota.
- Você quer presunto? - Perguntou ela que continuava se fazendo de desentendida, e sempre com o sorriso simpático na cara.
null se aproximou da garota, de uma forma muito perigosa.
- null, eu sei que você é mais que seu exterior, eu sei que você se sente incompleta às vezes, que você é fechada, e não gosta de falar de seus sentimentos, por isso vive sorrindo de seu modo simpático, e eu sei que você tem péssimas coisas no seu passado, e que elas te afetaram de uma forma irreversível. Eu sei que você se importa com os outros, é meiga, e não tem ganhado tudo o que merece. -
null olhava nos intensos olhos de null, ela não sabia o que responder, ela era tão fácil assim de se ler?
O garoto chegou mais perto, e segurou sua mão, ela era quentinha e null gostou de sentir esse calor, já que ela e null eram muito frias, não usavam agasalhos e null odiava cobertores. Ela teve uma imensa vontade de abraçar null, e ser envolvida por seus braços que estavam cobertos por um grosso agasalho, mas ela se conteve, não podia arriscar.
- null... - continuou ele. - Eu sei que você tem suas manias, eu adoro comer batata frita com sorvete de creme, odeio cachecóis de todas as maneiras possíveis, eles fazem eu me sentir enforcado, e eu gosto de passar minhas cuecas. Eu também sou estranho, tudo bem que suas manias são... Lutar contra aqueles caras enormes que fazem eu me borrar de medo, mas eu sei que a gente pode dar certo.
null colocou a mão de null em seu peito, fazendo-a sentir seu coração acelerado.
- Eu fico horas pensando em você antes de dormir, meu coração acelera quando eu vejo você, quando você chega muito perto eu começo a suar, e eu não consigo tirar você da minha cabeça, não consigo parar de pensar em como seus cabelos balançam no vento, em como seus olhos ficam azuis com a luz do sol, não paro de pensar no jeito que você me deixa bobo apenas com seus movimentos simples e graciosos... - A essa altura, null já estava com seu nariz encostado no de null. - E o principal, eu não consigo parar de pensar em como seu perfume me vicia cada vez mais, e cada vez que eu o respiro, meu sangue borbulha dentro das veias. - Ele virou o rosto e beijou o pescoço da garota, dando uma longa respirada em seu delicioso perfume.
null fechou os olhos, sentia apenas os choques elétricos que passavam por sua pele onde o rapaz a beijava, era uma sensação tão boa, tão excitante, tão... Tão... Tão errada.
A menina se afastou de null, virou de costas, e estava conflitando em uma batalha interna sobre o certo e o bom.
- null... - null falou com a voz fraca. – A gente não pode... Não... Insista, ok? - Uma lágrima delicada escorria por seu rosto.
- Mas null...
- Não null! - Ela levantou a voz cortando-o. - Você não entende que você é famoso? E tem milhares de garotas perfeitas pra você por aí? Eu sou uma ladra de bancos, procurada pela Inglaterra inteira! A gente nunca daria certo!
- Não null, você ta errada. Nenhuma fã é como você, só você me fez sentir assim, só você me faz sentir um principiante, um nerd espinhento tentando chamar a rainha do baile para sair. - null se reaproximou da garota. - Você é perfeita pra mim, porque... Eu também me sinto incompleto, ao menos sentia... Até conhecer você. - Ele pôs as mãos nos ombros de null, que sentiu seu calor novamente, e fechou os olhos tentando controlar sua vontade de abraçá-lo.
- null, eu sou sua sequestradora! Você gosta da pessoa errada, eu nunca...
null foi interrompida por um caloroso beijo, ela finalmente o abraçou, sentindo seu corpo quente perto dela, era uma sensação de conforto e carinho, uma sensação que ela sempre sentiu falta.
null finalizou o beijo com um demorado selinho e encarou os olhos de null, agora brilhando intensamente, o que fez o rapaz dar um sorriso torto. Ela estava fazendo milhões de perguntas, todas sem respostas, e null sabia disso. Ele segurou o delicado rosto de boneca de porcelana de null, e o acariciou com o dedão.
- Eu quero poder te dar todo o carinho que você merece, por que você apenas não deixa? - Perguntou o menino com um ar de galã.
- Porque... Eu e a null... Nós somos um problema, nós... Eu... Não posso null, eu nunca me perdoaria por colocar sua vida em risco. - Disse a menina com os olhos marejados.
- Eu fico em perigo longe de você, nem mil guarda costas conseguem me proteger como você, minha pequena samurai. - Disse o menino pegando no queixo de null e fazendo uma carinha fofa, recebendo um apaixonante beijo da mesma.
- Então... O leão se apaixonou pelo cordeiro. - Disse ela com uma careta fofa. (n/a: crepúsculo djow *---*)
- Que cordeiro demais hã? - Disse null fazendo null rir, e fazendo uma pequena lágrima de alegria escorrer pela gelada pele de null, que assistia a cena muito comovida.
Capítulo 12
null estava digitando rapidamente e como sempre que tinha uma idéia genial, seus olhos brilhavam e a luz que vinham dos monitores do computador ajudavam muito.
null que fingia estar dormindo, ficava olhando-a e admirando sua beleza.
- null, eu sei que você está acordado, então, pode parar de fingir agora. - Ela disse parando de digitar e virando seu corpo para o lugar onde o menino estava.
O garoto abriu os olhos e encarou null, que o olhava sem jeito. Ele nunca tinha visto ela daquela maneira, aquela menina tão forte, tão dura, frágil e agora dócil, o que para ele a deixava mais linda.
- Eu tava te olhando. - Ele disse levantando e indo em direção a null que não se moveu, apenas continuou sentada observando o menino se aproximar. Ele pegou na mão da menina fazendo-a levantar, olhando profundamente em seus olhos. Ele encostou sua boca suavemente na da menina, causando uma série de arrepios em ambos e começando um beijo calmo cheio de perdão, ternura e paixão.
null por sua vez, colocou as mãos no rosto do rapaz e franziu o cenho como se sentisse dor, medo de algo, medo de perdê-lo.
Do lado de fora daquele quarto, null e null tentavam entender a ausência de seus dois amigos.
- Sério cara, isso ta estranho. Primeiro o null parecendo todo bobo hoje de manhã, a gente achando que ela ia matar ele, e ela dá uma dose quádrupla de doçura e fofura. - Dizia null a null que mexia em uma faca extremamente afiada que estava em cima da mesinha ao lado dele.
- null, acho que você ta exagerando um pouco, vai ver eles continuam na mesma, o null sempre foi bobo assim. - Ele disse agora vendo seu reflexo no objeto.
null saiu de dentro da sala de null sorrindo bestamente e cantarolando alguma musiquinha melosa.
- Hei cara, cuidado com essa faca, você pode se cortar. - Ele disse antes de ir andando até a cozinha.
Os dois ficaram parados observando o caminho que null acabara de fazer boquiabertos.
- Dude, sinistro! - Comentou null cerrando os olhos.
- É isso não é nada, a null hoje de manhã tava cantando "All My Lovin" dos Beatles! - Ele dissa abaixando o null de voz.
- ALL MY LOVIN ?!?! - null perguntou em um sussurro. - Dude, agora que você falou, eu lembrei que hoje de manhã ela tava sorrindo largamente na cara dura, e até agora não foi ignorante com ninguém.
Logo depois de null, null saiu do quarto sorrindo igualmente a ele e indo em direção a parte exterior da fábrica.
Os meninos ficaram encarando ela andando de costas, e null levantou.
- A gente tem que descobrir o que está acontecendo. - Ele levantou uma sobrancelha. - Acho que eles tão tirando uma com a nossa cara.
null apenas concordava e pensava sobre a possibilidade de comer alguma coisa, já que seu estômago roncava bem alto.
- Dude, eu sei que a gente ia dar uma de Sherlock Homes e seu caro Whatson, mas a gente podia comer antes, certo? - Ele comentou fazendo null quase lhe dar um tapa.
Os dois foram caminhando até a cozinha e antes que pudessem chegar a porta, viram um null sair todo vermelho e sorridente e acenar para eles.
- Sério, isso está passando dos limites, se fosse a null a gente até entenderia, mas não, é o null, o null e pior, a null. - Ele dizia aquilo como se fosse o fim do mundo ou algo do tipo.
Os dois entraram na cozinha e viram null de costas, cortando pão.
- null, você por algum acaso do destino sabe por que estão todos estranhos hoje? - Perguntou null sentando na mesa que havia lá dentro.
null ficou quieta sorrindo e cantarolando alguma besteira baixinho.
- null? - null tentou.
null olhava com medo para ela e logo depois para null, que não entendia nada.
- null, tem uma criança seqüestrada faminta aqui, ele está passando fome e está fazendo cara de cão sem dono. - Disse null tentando testar null que sempre que via uma pobre alma faminta enchia ela de comida. Ela não respondeu continuou quieta cortando os outros pães.
- Dude, até ela! Estamos mortos. - Disse null aos prantos vendo null observar os três outros entrarem na cozinha sentando a mesa.
null sentou e colocou os pães cortados no meio, e sorria olhando para seu prato, por baixo da mesa null e null davam as mãos se olhavam discretamente. null por sua vez, olhava diretamente pra null, sorrindo largamente.
null e null ficaram olhando os quatro e o silêncio desconfortável para eles começava a martelar suas cabeças.
- Ok, agora chega, me contem o que está acontecendo aqui agora! - Disse null levantando e batendo na mesa.
null levantou logo em seguida e só balançou a cabeça positivamente.
Os quatro ficaram olhando para eles com cara de dúvida, mas cada um sabia exatamente o que trazia tal confusão aos meninos.
- Não está acontecendo nada, null, meu amor. - Disse null comendo um pedaço de pão.
null abriu a boca e apontou para ela desesperadamente.
- Viu, você chamou ele de 'meu amor' você NUNCA chama ninguém de 'meu amor'!
null sorriu soltando uma risada estridente, e todos olharam pra ele.
- Tudo bem, eu falo. - Disse null chamando a atenção de todos a mesa e fazendo null o encarar.
Ele levantou e ficou de frente pra null que não sabia muito bem o que fazer, mas achou que ele fosse pedir ela em namoro ou até em casamento. Porém, o que ele fez foi uma prova de amor bem maior pra ela.
- null, eu sei que talvez quando isso acabar eu nunca mais veja você, e isso me mata por dentro, a minha única vontade é de fazer isso durar pra sempre, não com a mesma conotação, mas eu sendo seu e você sendo minha. Eu quero poder dizer a todos que você é a garota que eu sempre quis e sempre vou querer, a garota que consegue ser marrenta mas ao mesmo tempo tão perfeitamente linda. - null e null olhavam boquiabertos enquanto null e null se olhavam como se aquelas palavras fossem dirigidas a eles com algumas mudanças. - Eu quero poder acordar todo dia como eu acordei hoje, com você em meus braços, respirando lentamente e maravilhosa no meu peito, sentindo o meu coração, o coração que bate por você. - null o olhava admirada e encantada, seus olhos brilhavam e uma emoção anormal começava a surgir por suas veias. - Eu quero poder dizer te amo todo dia, e escutar de volta com o grau de sinceridade que eu escutei ontem, mas pra sempre null, pra sempre. - Ele dizia com a voz mansa e cheia de sinceridade e amor. A garota levantou e beijou null fortemente fazendo null e null levantarem e fazer o mesmo.
null e null olhavam assustados, mas ao mesmo tempo aliviados, sabiam que eles seriam mais felizes e que aquilo tudo estava certo, só não sabiam como tudo aquilo poderia continuar depois que eles fossem soltos.
Todos sabiam que aquilo já não era um sequestro e que eles estavam ali por vontade própria, a única coisa que permanecia na cabeça de todos era o mesmo. O que fazer agora?
Capitulo 13
null estava terminando de colocar as coisas dentro da van para a próxima missão que teria, enquanto null e null conversavam animadamente com null e null sobre a semana diferente que tiveram. null estava ajudando null enquanto escutava o jogo de futebol na rádio.
- null, dá pra desligar isso por favor? - Ela disse com seu jeito mal-humorada de sempre.
null sorriu para a garota e segurou seu queixo.
- Deixa de ser mal-humorada e relaxe um pouco. - Ele disse dando um selinho na menina.
- Isso é golpe baixo, eles não ensinam isso pra gente nos treinos. - Ela dizia rindo. - Me lembre de anotar isso depois.
Os dois riram e null foi se trocar para a próxima operação. null se juntou a null e os meninos, e conversava alegremente com eles.
Depois de alguns minutos, null estava entrando na van, e os meninos atrás, esperando só null aparecer para irem logo.
- null, vamos logo! - null gritou.
Esperou mais alguns minutos e nada, quando ia gritar novamente, a garota saiu com uma saia preta justa até a metade da coxa, uma blusa social com alguns botões abertos, um salto alto da cor da saia, e seu cabelo preso em um coque, deixando alguns fios soltos caírem em seu rosto.
Os meninos a olhavam boquiabertos, e null sorria vendo que essa missão seria divertida.
- Dude, que gostosa. - Comentou null levando logo um tapa de null, que fez cara de emburrado, mas logo voltou a encarar a garota maravilhado.
- O que foi? - Ela perguntou andando até o banco do passageiro. - Nunca viram uma executiva antes? - Ela sorriu sapeca e null deu a partida no carro, indo o mais rápido possível.
- Certo, eu vou entrar e vou fazer o processo todo, você ativa as câmeras e me diz caso alguém estiver vindo. - null ditava tudo a null e os meninos prestavam atenção pra poder ajudar. - E outra coisa null... - Ela disse virando o rosto pra amiga. - ...me deseje sorte. - null sorriu, e saiu da van entrando em um carro de cor cinza extremamente chique, null franziu a testa enquanto null diminuiu a velocidade do carro.
- Ela não vai com a gente? - Ele perguntou vendo null estacionar o carro mais a frente esperando null passar.
- null, você por um acaso já viu uma executiva sair de um carro de mata insetos? - Os outros três bateram na cabeça do menino, e null viu o carro cinza sair em alta velocidade.
- Show time! - Ela disse seguindo o carro e pegando um fone com microfone.
- null? Tá me escutando? - null perguntou no microfone.
- Loud and clear babe. - null respondeu fazendo sua voz ecoar pela fundo da van.
- Certo você tem até quarenta minutos pra cumprir essa missão, e os vídeos de disfarce vão ser eliminados, e então tudo vai para os ares. - null dizia com simplicidade comendo uma rosquinha que acabara de achar.
- Entendido, agora me diz aí galera, fiquei bem com essa peruca?- A imagem de null apareceu na tela que ficava na parte de trás, e null sorriu ao ver como ela poderia ficar bonita até de peruca.
- Tá gata, falei. - Disse null recebendo olhares maldosas de null.
- Obrigada, null. - null soltou uma gargalhada e colocou um óculos. – null, te vejo em meia hora! - Ela disse estacionando o carro em frente à bolsa de valores.
null saiu do carro andando extremamente sensual, e null foi para a parte de trás da van ligando todos os monitores. null se sentia tensa, mas mantinha a linha, já que o lugar estava cheio de gente, e os seguranças estavam muito mais do que de olho.
- E ali está ela. - null dizia na van e os meninos observavam a operação de perto, dessa vez mais perigosa e mais tensa.
null andou mais um pouco e antes que pudesse passar no detector de metais, colocou uma peça de metal pequena dentro da maleta de uma das pessoas que entravam fazendo o aparelho apitar e chamar a atenção dos seguranças, null colocou o pé em frente a um segurança fingindo que foi sem querer e cortou o seu cartão da cintura disfarçadamente para que ninguém percebesse.
- Ela é fera. - disse null sentindo-se inútil perto da garota, enquanto assistia a ação dela.
- Informações babe. - Disse null apertando o fone no ouvido para que null escutasse.
null pulou da cadeira ao escutar a voz da amiga se dirigindo a ela, e pegou um papel ao lado do teclado, começando a ler as informações.
- Er... Direita, esquerda... Direita, direita, segurança, esquerda e tarã. - Ela disse toda fofa, sorrindo.
- O que seria tarã, null? - null disse sarcástica seguindo o caminho todo que a amiga dissera, e ao chegar perto do segurança fingiu pegar o perfume enquanto ele olhava de uma forma tarada pro jeito que ela mexia nos botões da blusa social razoavelmente aberta.
- Licença senhor, você poderia me dizer o que acha dessa fragrância? - Ela colocou perto do nariz dele e espirrou o liquido fazendo o homem cair desmaiado no chão. As câmeras da van mostravam tudo, e os meninos estavam mais apreensivos do que qualquer outra coisa.
- null, time for action. - null disse tirando as roupas ali mesmo, ficando apenas de short curto e a blusa social apertada com alguns botões, arrancou o salto da sandália que logo virou uma bota, e retirou sua arma de dentro da mini-bolsa que carregava. Correu o mais rápido que pôde e deu um chute na porta de madeira que dava para uma grande sala, ela estava vazia. Fechou a porta trás de si, olhou ao redor e viu duas bolsas pretas como o planejado. null tinha feito sua lição de casa, sabia que exatamente às três horas da tarde o gerente da bolsa de valores viria pra levar todo o dinheiro para transformar em ações, e que como ele era impecável, deixaria as bolsas lá por puro capricho.
null pegou as duas bolsas e procurou pelo quadro mais falso que conseguiria distinguir.
- Bingo. - Ela disse olhando para o quadro e tirando ele com bastante delicadeza, apoiando ele um pouco mais abaixo. Aquele cofre estava muito mais do que visível. Ela tirou um grampo do cabelo e colocou dentro do pequeno buraco ao lado da tranca do cofre, bateu um pouco mais ao lado e quando sentiu onde estava oco, virou o grampo dando um soco forte na parte oca deixando o cofre aberto.
Um sorriso largo apareceu no rosto dos cinco da van e o de null era o mais visível. Ela foi colocando o dinheiro o mais rápido que podia dentro das bolsas pretas, e foi quando null avistou o gerente acompanhado de mais dois caras que pareciam muito ricos.
- null, null, você tem companhia! - null disse desesperada.
null arregalou os olhos e fechou a última bolsa colocando o quadro de volta. Abriu um pouco a janela escutando eles entrarem, se saísse seria vista, então esperou.
- Ela não pode ser pega. NÃO PODE! - null dizia exasperado, preocupado, mas não deixando de confiar na sua garota.
- Então senhor Owen, o seu dinheiro e a segurança dele é o que é mais importante para nós. - o gerente disse sentando na cadeira da mesa que havia ali e indicando um lugar para os outros dois sentarem.
- Eu entendo, mas eu prefiro transformar em ações, porque eu soube que aquelas ladras roubaram um banco, e vai saber se elas podem roubar o meu dinheiro também. - O homem parecia sentir indiferença em relação ao gerente.
- Imagine senhor Owen, aqui a segurança é de último porte e é quase impossível roubarem algo daqui. - Ele disse seguro de si, fazendo os meninos dentro do carro rirem irônicos.
- Venha, vou colocar o dinheiro nas bolsas para o senhor ver, e se certificar de que tudo está aqui. - O gerente levantou junto com os dois homens e aquela era a brecha de null, num ato rápido e silencioso, jogou as duas bolsas primeiro e saiu pela janela sem ser percebida.
O gerente tirou o quadro e abriu o cofre com sua senha, arregalou os olhos quando viu o cofre vazio, e procurou pelas bolsas. Olhou um pouco mais ao lado e viu a janela que só podia ser aberta por dentro entreaberta, mas o suficiente para passar um corpo muito ágil.
- SEGURANÇAS!
Esse tempo foi o suficiente para null correr até a van e jogar as coisas dentro indo para a parte da frente dando a partida.
A garota ria descontroladamente e null também.
- Agora esperem, esperem. - null dizia olhando o retrovisor encarando o carro cinza.
null viu o gerente sair correndo para fora da bolsa de valores acompanhado de dois seguranças, e de repente seu carro explodiu, fazendo as pessoas que estavam ao redor e perto pular ao chão.
null e null se contorciam de tanto rir e null foi pra frente curiosa pra saber a quantia dessa missão.
- null, só tenho uma coisa pra te dizer. - Ela disse encostando a cabeça no banco e sorrindo pra amiga. - Com essa última missão, a gente conseguiu o que queríamos. – A outra abriu a boca e arregalou os olhos.
- SÉRIO ? SÉRIO MESMO?! - null gritava e pulava no pescoço da amiga que dirigia fazendo o carro andar um pouco errado na pista.
Os meninos que observavam só podiam ficar contagiados com a animação das meninas.
- Sério, agora, sabe o que eu quero comer? - Ela disse olhando pra trás e para null. Todos olharam para ela apreensivos para saber.
- McDonal's! - A boca de todos se encheu de água e null pegou a ultima saída para a estrada de volta ao armazém. Passariam em um drive trhue, e iria voltar para fazer as últimas contagens e começar a encerrar tudo. Quando null pensou que iria ter que encerrar as coisas, pensou em null. Sabia que ele não poderia ficar com ela, sabia que era perigoso demais, e que ele não iria largar seus amigos, quase irmãos, pra trás. Balançou a cabeça tentando fugir desses pensamentos, e continuou o caminho escutando todos alegres e dando risada na parte traseira do carro.
Capítulo 14
- Seríssimo null, eu vou ter que pintar o cabelo agora que tudo acabou. - null entrou rindo na parte onde ficavam no armazém junto com todos.
- Mas de que cor? Porque você fica linda assim, sabe? - Ele disse para null, que parou de falar e olhou estática para frente.
Os outros entraram e null olhou para onde a amiga olhava. Arregalou os olhos e apertou forte a mão da amiga.
- Ora, ora, ora, se não é a pirralha mal cuidada número um, e a pirralha mal cuidada número dois. - Um dos dois homens sentados à frente disse com uma voz rouca e com um pouco de sotaque. null cerrou os olhos e os meninos ficaram sem entender, null estava sem reação encarando aquela sobra que ela sabia muito bem quem era.
- O que fazem aqui? - null disse secamente com uma raiva visível na voz.
- Ora, viemos ver se nossas filhas estavam se comportando, já que soubemos do triunfo que vocês conseguiram esses dias. - O outro se manifestou levantando e deixando as frestas de luz que entravam pelos buracos das janelas do armazém iluminarem seu rosto, mostrando um corte na parte do nariz. O outro do sotaque levantou, e null apertou mais a mão de null que a empurrou mais para trás, segurando forte na arma de sua cintura.
- Agora vamos conversar meninas, nosso último encontro não foi muito bom, já que vocês nos desobedeceram. - Os dois pararam mais a frente e sorriram sarcásticos.
- Não temos NADA aqui pra vocês, vão embora e nos deixe em paz, já causaram danos demais a nós. - null disse arranhando os dentes.
- Ah, mas ela acha que vamos embora. - Disse Zoro irônico. - Menina idiota, queremos o dinheiro, viemos aqui pra isso, ou você acha que iríamos deixar a polícia achar vocês e ficarem com tudo? - null sentiu que seria a última vez que eles iriam usurpar delas e ela não deixaria.
Virou o rosto pro lado e sussurrou para os meninos.
- Quando eu disser corre, vocês correm o mais rápido que puderem, se escondem e se a gente não voltar, vocês vão embora, liguem pra polícia e conte tudo, ok? - null dizia com urgência na voz olhando profundamente nos olhos de null.
Ele por sua vez, não estava entendendo nada como os outros três, mas sabia que tinha algo errado e que se deixasse null ali, poderia nunca mais vê-la. Ele balançou a cabeça negativamente fazendo a menina fechar os olhos.
- null, por favor... - E antes que ela pudesse terminar, um dos dois homens a agarrou pelo cabelo e a puxo com tudo para o chão, null correu para ajudar a amiga que começou a gritar.
- Corre, agora! - null sentia muito medo, mas ao mesmo tempo sabia que não poderia deixar sua null ali, com aqueles dois homens brutos e que pareciam causar um efeito moral muito grande nelas. Nenhum deles se mexeu, ficaram lá estáticos encarando os meninos.
null levantou olhando para null que ficara parado, Zoro olhou para ele e avançou em sua direção, null em um passo brusco correu para a frente de null, e olhou com os olhos queimando de raiva.
- Você não vai encostar neles! – O rapaz segurou a mão da menina e null foi para o lado dela, segurando forte na de null.
- Ah não? E quem vai nos impedir? - Disse Fullbody.
- Você tem que matar a gente antes! - null disse no mesmo tom de null, deixando a menina meiga desaparecer, dando lugar a uma sombria e cheia de ódio.
- Isso não será um problema. - Ele disse novamente avançando nas garotas que empurraram os meninos pra trás.
null encarou Fullbody enquanto null parava a frente de Zoro.
- Que lindinha você, acertando as contas com os papais? - Disse Zoro irônico.
null apertou o punho e sorriu de lado.
- Não, simplesmente estamos ensinando vocês que, ninguém mexe com a gente. - null sorriu desafiadora, e Zoro irritado partiu pra cima dela. A garota desviou fazendo com que ele batesse na parede e voltasse mais furioso ainda.
- Olé! - Ela riu.
null mantinha sua pose anterior encarando Fullbody, seus movimentos eram calculados e ela não mostrava emoção alguma.
- Vem monstrinho, vamos brincar com o papai. - Disse o homem assumindo uma posição de luta. - Eu vou te mostrar o quanto você virou uma vergonha pra mim, seu verme. - Ele disse avançando devagar em null, que agora olhava pra baixo escutando o que o pai lhe dizia.
Os olhos de null ficaram negros e ela levantou a cabeça encarando o homem a sua frente, que a olhou assustado.
- Ora papai, foi você quem me transformou nesse monstrinho. - null disse acertando um chute no queixo de Fullbody, que caiu pra trás resmungando e cuspindo sangue.
null assumiu uma posição igual a do pai como se repetisse todos os movimentos dele.
- O que foi, está me imitando? - Ele disse limpando o sangue da boca.
- Não, só seguindo o seu exemplo como pai. - Ela avançou novamente acertando um soco em cheio na barriga dele.
null já desviara do pai algumas vezes e já ria da cara dele que ficava vermelha de tanta raiva. Zoro avançou e segurou-a pelo pulso, que por si, deu uma pirueta no ar derrubando ele.
- Você não deveria ter feito isso. - Ela disse olhando pro pai no chão, deu um chute na barriga dele, e foi andando devagar. - Sabe qual é o seu problema Zoro? Você nasceu cruel, você não matou a mamãe porque teve ciúmes, foi porque você quis experimentar a sensação, agora, por que não me matou? Hein? HEIN!? - null gritou raivosa, assustando os meninos que assistiam, dando um chute no rosto do homem.
- Você é patético. – A garota disse virando as costas e sendo surpreendida por Zoro segurando seu pé e torcendo para que ela caísse.
null caiu no chão batendo as costas e gemendo de dor. null queria ajudar, mas sabia que só iria atrapalhar se tentasse.
null parou e olhou para Fullbody que ria sarcástico.
- É só isso verme? - Ele disse limpando o sangue de sua boca novamente.
null avançou, e foi segurada pelo cabelo sendo jogada com tudo na parede.
null a olhou com urgência e sentiu uma raiva subir no peito.
- A gente tem que fazer alguma coisa. - Ele disse olhando para os outros que não sabiam se choravam ou se lamentavam.
null procurou algo, e viu a arma de null em cima da mesa, ele poderia correr até lá e pegar a arma, mas se ele fosse percebido, poderia acontecer alguma coisa. Ele contou sua idéia para os meninos enquanto as meninas armavam uma guerra dita contra os pais, hora batiam hora levavam. null já sentia sangue nos lábios e suas mãos já doíam.
null estava impaciente, e sua raiva aumentava a cada vez que via null levar um soco daquele homem. Ele avançou contrapondo a idéia de null vendo a menina arregalar os olhos enquanto null corria atrás dele.
- null, não! - null gritou.
Fullbody viu o menino e correu até ele, null tentou correr mas o pai fora mais rápido. Ele pegou a arma e atirou na direção de null, que caiu no chão atirado.
null correu na direção do menino enquanto null agachava para olhar o amigo.
null olhou em direção aos meninos pensando em null, e distraída levou um soco forte a fazendo caiu no chão.
null olhava para null segurando seu rosto e tampando o tiro que ele levara na barriga.
- null, por favor, olha pra mim, fala comigo! - Ela dizia desesperada. null não reagia e a menina começava a ficar desesperada, deixando as lágrimas escorrerem por suas bochechas sem dó. – null, por favor, fala comigo! - Ela gritou e ele abriu um pouco os olhos olhando pra null que se sentiu aliviada em ver que o rapaz ainda estava vivo. A raiva da garota só aumentou e ela olhou de canto de olho para Fullbody. A raiva de null era visível, e ela levantou limpando o sangue das mãos na blusa, chutando a arma da mão do pai, que sorria ou ver a raiva da menina. null chutou seu peito fazendo-o cair no chão, e lançou golpes seguidos em seu rosto o deixando inconsciente. Por fim, ela levantou e pegou a arma.
- Você que é o verme! - Ela apontou para a cabeça dele e atirou sem sentimento.
null olhava assustado para a menina, mas sua preocupação maior viera depois, quando Zoro pegou ele pela gola da camiseta e fazia null quase inconsciente no chão assistir enquanto começava a bater no menino. null abriu mais os olhos e tentou levantar enquanto via null apanhar de Zoro, ela levantou com dificuldade e empurrou o pai que a olhou com desprezo.
- Você não desiste não? - Ele perguntou soltando o menino que caía quase desacordado no chão.
null se ajeitou e mordeu o próprio lábio cortado, sentindo a dor.
- Não! - Ela foi se defendendo dos socos de Zoro pelo corredor no armazém.
null tentava fazer com que null acordasse, mas não estava obtendo resposta. null sentia dores fortes na cabeça e nos músculos, mas conseguira levantar pra olhar o amigo.
null pegou uma barra de metal no armazém, e tentou bater em Zoro. Ela sabia pra onde estava arrastando ele, e saberia que apenas ela conhecia aquele armazém. A garota foi distraindo-o do caminho, e entrou na sala que seria a sala de treino de arma dela. Entrou mais rápido, e ele entrou logo em seguida vendo que o local estava escuro.
- null, vamos, saia e me enfrente como uma mulher digna! - Ele disse parando e olhando o breu negro.
null acionou o botão, e as frutas começaram a voar em cima de Zoro que tentava desviar inutilmente. Depois de desistir de desviar e tentar procurar pela menina, viu uma sombra atrás de si, e ela estava lá, com uma arma apontada para ele.
A máquina parou de atirar frutas, e a voz de mulher que vinha da máquina proclamou:
- Alvo Final.
null estendeu a arma para Zoro e com uma voz de descarrego disse.
- Você. - null atirou nele mais de uma vez, quase acabando com a munição de sua arma. Zoro caiu no chão sem fazer barulho algum, apenas sem vida e sujo. A garota andou devagar em sua direção e parou perto de sua cabeça.
- Eu te avisei. - Estendeu a arma pra cabeça dele e atirou.
Ela escutou o barulho de vozes, e lembrou dos meninos e null, correu o mais rápido que pôde e encontrou todos em volta de null.
- null, ele não acorda e eu não consigo... - null dizia desesperada.
null analisou o menino e percebeu que teria que levá-lo ao hospital.
- A gente tem que ligar pra polícia, só eles podem levar ele ao hospital a tempo. - null disse, e logo depois olhou para null que mantinha o olhar fixo sobre ela. – null, pega pra mim aquele aparelho que tem em cima da minha mesa de computador, por favor? - Ela dizia com tristeza na voz.
O menino pegou o aparelho e esperou pelas ordens de null.
- Agora disca o número da polícia e diz o seguinte, que as seqüestradoras deixaram vocês irem embora e que tem um gravemente ferido... - Ela dizia enquanto olhava profundamente nos olhos do rapaz. - Diz o endereço... - null já não escutava nada, sabia que dali pra frente ele não veria mais null, e que não podia fazer nada já que a vida do amigo dependia disso.
null ligou para a polícia e null cutucou null, que chorava olhando para null.
- null, temos que ir, vamos. - null já não segurava as lágrimas.
null abaixou beijando os lábios inconscientes do amado.
- Eu te amo null... Tá? Vai ficar tudo bem. - Ela disse levantando e seguindo a amiga.
null olhava para null, que num ato rápido pegou-a pelo braço e a beijou fortemente.
- Eu te amo, não esquece. - Disse ele deixando as lágrimas indiscretas caírem em seu rosto. null e null olharam pras meninas que se despediram rapidamente e correram pegando o dinheiro. O barulho do helicóptero já se aproximava e null e null pegaram as duas malas e as mochilas que mantinham guardadas na casinha que ficavam. Andaram um pouco adentro da floresta e empurraram uma pedra grande, deixando a mostra um buraco grande, elas entraram dando uma última olhada, vendo os meninos entrando rapidamente no helicóptero. null apertou os olhos e abraçou null chorando baixo.
- Vamos, vai ficar tudo bem. - null disse confortando a amiga e entrando no túnel.
null olhava triste pela janela do helicóptero enquanto ele sobrevoava aquele armazém que fora marca de uma parte importante de sua vida. null tentou consolar o amigo, mas seria inútil.
- Senhores, a sorte é que além delas terem soltado vocês, elas não pegaram o dinheiro. - Disse um dos policiais fardados cheio de proteção e uma arma bem grande em mãos. null desprezou o cara pensando que as meninas não precisariam daquilo tudo.
null franziu o cenho e respondeu ao policial.
- A gente leva esse dinheiro pra casa, é nosso mesmo. - Ele disse em um tom quase que inaudível e voltou o olhar pra janela quase adormecendo.
Capítulo 15
null estava sentado na cozinha, apoiado no balcão com uma caixa de pizza do dia anterior em cima do balcão.
Ele mastigava a pizza sem pressa e batia o pé no chão incessantemente.
- Dude, é bom você ter deixado um pedaço pra mim! - Disse null entrando na cozinha com um pesado moletom.
null apenas o fuzilou com os olhos e continuou mastigando sua pizza de calabresa.
- null, qual é, já faz um mês! Você tem que superar isso.
- null, eu sei, eu sei! - Disse null jogando seu pedaço de pizza mordido de volta a caixa.
- Mas cara, você já parou pra olhar em qual situação estamos ?! O null não sai do quarto há dias, o null sempre ta com um olhar perdido pensando nela! Eles nem sequer tiraram todo aquele dinheiro da bendita mochila! - Disse null, com a voz alterada apontando para uma grande mochila preta no pé da escada.
null observou a mesma, sua mente vagava pelas lembranças quando o noticiário lhe chamou a atenção.
"Testemunhas afirmam ter visto elas na passagem para Manchester, mas nada é certo. Toda a polícia está mobilizada para encontrar essas duas garotas, que foram vistas pela ultima vez no dia 4 de junho, numa fábrica desativada perto da divisa de Surrey.
Segundo informações, Daniel Jones, Thomas Fletcher, Harry Judd e Dougie Poynter, todos membros de uma pop banda chamada McFLY foram mantidos em cativeiro por 27 dias."
- Banda de Pop Rock. - Disse null mal humorado, entrando na cozinha e pegando uma latinha de cerveja.
- Outra cerveja, cara? Você que vai comprar, já to avisando! - Disse null olhando o amigo que tinha uma cara de cansado e escuras olheiras embaixo dos olhos.
"Aparentemente as coisas ficaram fora de controle, quando os meninos foram encontrados, dois deles estavam extremamente feridos. Peritos desconfiam que Zoro null e o ex capitão Fullbody document.write(Gonzalez) foram até a fábrica resgatar os 4 meninos em um ato corajoso pelo país, quando as meninas se exaltaram e mataram os dois, deixando null null e null null extremamente feridos."
Os três assistiam a TV da cozinha horrorizados, como eles puderam pensar que null e null os machucaram?
" Temos uma testemunha que mora perto do local e nos dirá o que viu sobre a estadia dos meninos na antiga fábrica."
- "Era horrível. Ouvi tiros todos os dias, muita briga, aqueles meninos estavam sofrendo muito."
- "Você viu algo no dia em que foram resgatados ? - Perguntou a entrevistadora."
- "Vi sim senhora. Aqueles dois grandões que foram mortos, estavam tentando salvar os meninos, quando aquela de cabelo null atirou naquele menino pequenininho, sabe? O loirinho meio estranho? E a de cabelo null começou a espancar aquele que tem cara de retardado até ele apagar." - Disse a testemunha, um homem, numa faixa etária de 35 anos, aparentemente não muito intelectual.
null e null começaram a rir do modo como o homem descreveu seus amigos, null pelo contrário, se contraía de raiva e amassou sua latinha, cortando toda sua mão, sem se importar.
Os meninos se assustaram quando ouviram um barulho muito forte no andar de cima, correram até o quarto de null, onde encontraram o menino sem fôlego ao lado de uma lata velha, que antes se denominava TV.
- Dude, essas coisas são caras! - Berrou null entrando no quarto e tirando o taco de golfe da mão do menino.
- Você usou o MEU taco? - Perguntou null pegando seu taco e conferindo se não havia danos.
null não falava nada, olhava pra TV totalmente quebrada, estava sério, uma lágrima já seca encontrava-se em sua bochecha.
- Você... Viu? - perguntou null sério.
- Eu vi, mas isso não é motivo pra você usar o me... - null foi interrompido por null.
- VOCÊ VIU?! - berrou o garoto.
Todos estavam sérios e encaravam o menino que ajoelhara no chão e começara a chorar.
- Calma null... - Disse null se abaixando e abraçando o amigo em sinal de apoio moral.
- Eles.. Acham... Que... Elas... - null estava vermelho e apertava a camisa de null com força.
- Eles acham que a null atirou em mim. - Falou null fazendo todos o encararem.
null parara de chorar e encarava o amigo abatido, estava sem camisa e com a barriga enfaixada, e suas faixas levemente avermelhadas.
- Como... Eles... Podem pensar que alguém tão doce como a null tem a menor capacidade de atirar em alguém? - Perguntou null olhando para o chão, que parecia muito interessante.
- Chega! É sério, chega vocês dois! Eu sei que vocês gostam delas, mas elas são fugitivas e nós nunca mais a veremos de novo! Vocês são meus melhores amigos, eu preciso ver vocês bem! Dudes, qual é, eu quero os antigos null e null de volta. - Disse null sério, indeciso se olhava para null ou null.
ENQUANTO ISSO...
- Vamos null! Você tem que treinar! - Berrava null tentando arrastar a preguiçosa menina do sofá.
- Eu não quero null! Poxa! A gente já... Matou nossos pais, e temos grana suficiente pra décadas! Não quero mais lutar, não gosto de violência - Disse a menina assistindo desenho animado e colocando uma imensa colher de brigadeiro na boca.
null riu e se sentou no chão, apoiando suas costas no sofá onde null estava.
- Você tem razão. - A menina deu um imenso sorriso, como se só agora estivesse se sentindo realizada.
- Relaxa null, come um brigadeiro. - Disse null dando uma colher pra amiga.
- Ta. - Disse null colocando a colher direto na boca. - Mas coloca nas notícias? Quero ver se há alguma novidade.
"Testemunhas afirmam ter visto elas na passagem para Manchester, mas nada é certo. Toda a polícia está mobilizada para encontrar essas duas garotas, que foram vistas pela ultima vez no dia 4 de junho, numa fábrica desativada perto da divisa de Surrey.
Segundo informações, Daniel Jones, Thomas Fletcher, Harold Judd e Douglas Poynter, todos membros de uma banda pop chamada McFLY, foram mantidos em cativeiro por 27 dias."
null e null se concentraram na TV assim que ouviram os nomes dos mcguys.
- Meu, tipo... Essa história é tão... Last week... - Disse null se fazendo de patricinha.
null começou a rir.
- É, nem jornal se atualiza mais, AMIGAAA - Disse ela rindo.
"Vi sim senhora. aqueles dois grandões que foram mortos, estavam tentando salvar os meninos, quando aquela de cabelo null atirou naquele menino pequenininho, sabe? O loirinho meio estranho? E a de cabelo null começou a espancar aquele que tem cara de retardado até ele apagar."
null ficou tensa e olhou pra TV séria, assim como null.
- O quê? Como...
- Esquece null, nossos pais sempre vão ser os heróis do país. - Disse null séria, puxando a manga de sua blusa, cobrindo suas cicatrizes.
- Mas... Como assim? EU, atirar no null?? - null não acreditara no que ouvira, estava realmente chateada.
- E você acha que eu seria capaz de espancar o null? - Perguntou null irônica.
As duas ficaram quietas se olhando, e então se abraçaram.
- null, sinto falta deles. - Disse null com uma voz chorona, que se encontrava escondida entre o pescoço e o ombro de null.
null passava a mão no cabelo de null olhando atentamente para a televisão, quando reprisava o resgate dos meninos.
- É, eu também.
Capítulo 16
Um mês depois.
- Certo, e me conte como foi a experiência de ser seqüestrado. – Perguntou o entrevistador que já estava alertado sobre este tipo de perguntas.
Os quatro ficaram mudos olhando para a cara do homem, mas null e null o fuzilavam com os olhos. Aquele momento estranho e constrangedor se instalaram e null pigarreou.
- Ahn, nós realmente não gostamos de lembrar-nos do assunto. – Ele disse sorrindo amarelo para o entrevistador que olhou para a câmera do programa ao vivo e sorrindo igualmente amarelo, chamou os comerciais. Os quatro relaxaram e levantaram indo em direção ao camarim, já que o bloco deles havia chegado ao fim.
- Eu não agüento mais! – Reclamou null. – Já faz mais de um mês e eles insistem na mesma história! – Ele colocava as duas mãos sobre a cabeça e respirava fundo.
- null, o que podemos fazer? Se não fossemos famosos talvez isso já tivesses acabado. – Disse null sentando na cadeira de frente para o espelho e fazendo cara feia.
null encostou-se na mesa ao lado do amigo e olhou pro chão, null que agora sentava no sofá olhou para os três, ele já estava recuperado, mas ainda sentia algumas dores.
- Isso nunca vai terminar, vocês não entendem? Eles fizeram a imagem mais podre das meninas, elas são monstros aos olhos deles. – null disse inconformado.
- É, mas querem saber, eu nunca senti tanta falta de apanhar em toda minha vida. – Disse null.
null olhou pra ele e revirou os olhos.
- Na realidade quem apanhou fui eu. – Ele olhou pra baixo. – Nunca senti tanta falta de ser mais fraco que uma mulher em toda minha vida. – Ele disse sonhador olhando para o chão.
null e null ficaram olhando um ponto fixo qualquer naquele camarim lembrando imagens e coisas que acontecerem.
- Ok, chega, vamos esquecer isso! – Disse null levantando e pegando suas coisas. – Vou embora, eu to com sono e fome. – Ele disse saindo do local, os outros três pegaram suas coisas e seguiram-no.
- Caras, o que acham que elas estão fazendo agora? – Perguntou null deixando escapar um sorrisinho de curiosidade.
- Bom... – Disse null. – null deve estar socando alguma coisa. – Ele continuou andando e pensou. – E null deve estar desenhando coelhinhos com orelhas rosas. – Ele disse rindo. Os meninos riram e balançaram a cabeça positivamente.
- Pior que deve ser isso mesmo. – Disse null sorrindo.
Enquanto isso.
- Acorda! – Gritou null sacudindo a menina sem parar. – null, eu preferia você quando você não dormia! – Ela disse emburrada cruzando os braços e fazendo bico.
null colocou o travesseiro sobre a cabeça e respirou fundo.
- Sabe, eu poderia te matar agora, mas eu te amo demais pra atirar em você, acho então que vou te estrangular. – null disse com a voz abafada pelo travesseiro. null rolou os olhos e saiu do quarto. Elas estavam faz um tempo naquele pequeno apartamento de dois quartos do lado escondido da cidade. null resmungou no travesseiro e levantou num pulo batendo na cara.
- Agora eu lembrei porque parei de dormir. – Ela disse pra null que entrava no quarto para checar mais uma vez se null acordava. – Porque você sempre me acorda quando o sono está bom! – Ela disse andando até o banheiro e ligando a torneira, ela pegou a escova de dente de dentro do copo de plástico laranja e bagunçou um pouco mais os cabelos. null vestia uma calça moletom azul marinho um pouco larga que caía mostrando um pouco da sua calcinha e uma blusa cortada curta que caía no ombro. Ela começou a escovar os dentes enquanto null encostava-se ao batente da porta e a observava. Ela parou um pouco pensando e depois olhou para null.
- null, você não acha que ta na hora de fazermos o que prometemos? – Ela disse e null parou de escovar os dentes na hora olhando fixamente para a pia. null respirou fundo e entrou no banheiro indo em direção a privada. – Quero dizer, se não fizermos isso, tudo o que aconteceu teria sido em vão, não acha? – null cuspiu a água com violência e passou a toalha na boca olhando null pelo pequeno espelho na frente dela.
- Eu acho, mas pra isso nós temos que pegar o resto do dinheiro null. – null disse e null continuou olhando-a.
- Então vamos pegar. – A menina disse com naturalidade. null virou pra ela com cara de poucos amigos.
- null, a gente só iria conseguir aquela quantia de dinheiro novamente se roubarmos mais... O quê? Seis bancos? – Ela disse fazendo movimentos exagerados com as mãos. – Não podemos nos arriscar, não agora que eles descobriram toda a nossa tática e como a gente age, a segurança ta dobrada e eles sabem que estamos foragidas. – null disse agora indo até a porta devagar.
- Tem outro jeito. – null disse baixo. Ela mordeu o lábio inferior enquanto a outra parava na porta e virava a cabeça para trás lentamente.
- Outro jeito? Que... Que outro jeito? – Ela perguntou se fazendo de desentendida.
null sorriu e levantou indo em direção a amiga.
- O jeito que a gente sente tanta falta. – Ela disse sorrindo, null continuou olhando para ela.
- Eu não tenho tática null, como vamos ultrapassar a segurança? – Ela perguntou andando novamente em direção ao quarto, null a seguiu insistente. null abria o armário e pegava uma roupa.
- null, você SEMPRE tem uma nova tática, não se subestime, onde está a minha mal humorada, minha esperta e maligna amiga? – Ela perguntou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. null parou enquanto pegava sua roupa e null andou até ela sorrindo. – A gente pode fazer isso, você sabe que podemos. – Ela disse confiante e null respirou fundo.
- Vá buscar o carro... – Ela disse e null começou a dar pulinhos alegres pelo quarto, a saia branca voava com os pulos. - ... Mas, calma, temos que programar tudo, entendeu? Primeiro como falar com eles, depois o resto. – null sorriu e null voltou a dar os pulinhos para fora do quarto, null observou a roupa que havia pegado e jogou-as para dentro do armário novamente.
- É, vamos lá. – Ela disse seguindo o mesmo caminho que null havia feito.
- Não agüento mais comer pizza. – Disse null. – Não agüento mais ficar deprimido, não agüento mais olhar para as fãs gostosas que me cercam e não sentir medo. – Os três olharam para ele e null levantou seguido para o quarto.
- Eu acho que ta na hora de vocês superarem isso, elas podem estar na Holanda, ou, na Ásia, ou talvez até no Pólo Norte, mas é mais a cara da null o Iraque, mas a null ia querer morar no campo, mas não sei quem...
- PARE! – Gritou null, null parou de falar e olhou assustado para ele. – Gente, é sério! Chega disso, null não é mais o mesmo, null virou uma bixa que nem atenção dá pras meninas, null não para de falar delas um minuto e eu... – Ele respirou fundo, os dois olharam atenciosamente para ele. -... EU SINTO FALTA DELAS! – Ele disse ajoelhando no chão choramingando. null e null reviraram os olhos, aquilo estava começando a ficar idiota. null levantou e caminhou em direção ao quarto de null, ele estava novamente sentado na cama olhando para a foto que roubara do armazém. Assim que o amigo entrou no quarto o rapaz guardou a foto de baixo do travesseiro e fingiu que estava dormindo.
null olhou pra ele e bufou.
- Eu sei que não ta dormindo, e também já sei da foto. – Ele disse sentando na cama, null virou o corpo e olhou para o rapaz.
- Cara, eu sinto falta dela. – Ele disse derrotado. – Por que será que isso não passa? Sabe eu sinto que ainda vamos ficar juntos, sinto que ainda vou vê-las novamente! – null disse sentando na cama olhando para null. – Isso tá começando a me chatear, dude. – Ele disse com o olhar triste.
- Cara, eu também sinto falta da null, eu também queria ficar seqüestrado pra sempre. – Ele parou pra pensar e franziu a testa. – Ok, talvez não seqüestrado, mas eu queria estar com elas pra sempre, mas não dá. – Ele disse admitindo. – Não sabemos onde elas estão, é perigoso pra elas se tentarmos procurar. – Ele murmurou. null olhou para o lado, depois balançou a cabeça positivamente.
null sorriu fraco para o amigo o consolando.
- Talvez nós superemos isso.
As meninas desceram da van e puxaram as fantasias pra baixo tentando afastar os olhares dos tarados da rua que recebiam.
- null, eu ainda te mato, juro. – Disse null entre dentes.
- Vai ser divertido, você vai ver. – Ela disse sorrindo parando na portaria.
- Pois não? – A voz do porteiro soou no pequeno aparelho.
null revirou os olhos e sorriu falsamente se aproximando do aparelho.
- Nós fomos convidadas, sabe? – Ela disse com a voz melosa.
- Convidadas? – Ele perguntou, ficou um tempo sem responder. – São strippers? – Ele perguntou novamente.
null olhou para null e sorriu.
- Sim somos, não avisaram que vínhamos? Ah deve ser uma surpresa. – Ela disse convincente.
O porteiro abriu o portão pra elas e elas entraram. Ele saiu da cabine sorrindo.
- Não se preocupe meninas, isso sempre acontece, eles esquecem às vezes. – O homem disse sorrindo. – Podem seguir em frente. – Ele apontou o caminho.
- Obrigada. – Elas disseram em coro. null sorria falsamente e assim que começou a andar desmanchou o sorriso olhando para null.
- Strippers? – Ela perguntou. – Só não mato aquele cara porque ele não me fez nada. – Ela disse andando junto com null.
null sorria, mas estava inquieta, não sabia como reagiria assim que visse null, ele era tudo pra ela. E se ele tivesse esquecido dela? E se ele a odiasse por tudo que aconteceu? Ela parou de andar e ficou mexendo nas mãos nervosa.
null parou logo depois olhando pra trás.
- null, o que foi? – Ela perguntou se aproximando.
- null, e se ele esqueceu de mim? – A menina perguntou. – E se ele me odeia por tudo que eu fiz? – Ela voltava o olhar pra baixo.
null respirou fundo, afinal, ela também tinha suas preocupações.
- Primeiro null, não tem como eles esquecerem de nós, seqüestramos eles lembra? Dizem que seqüestro é um trauma e tanto. – null disse confiante. null pensou por alguns segundos depois sorriu para a amiga.
- Vamos fazer isso.
Elas continuaram andando, null estava tão nervosa quanto null. A menina continuou andando até null parar.
- Ah, não vai me dizer que você também acha que eles te esqueceram? – Perguntou null.
- Ahn, não... Er vai indo na frente, rapidinho preciso fazer um negócio. – null disse virando as costas e parando, ela fechou os olhos e respirou fundo.
null deu de ombros e continuou andando, parou em frente a porta e esperou. Não sabia se tinha coragem pra apertar aquela campainha, não sabia se tinha coragem de ver o amor de sua vida novamente. Mas, espere, ela era null null, a menina mais forte, e mais perigosa dentre os perigosos. Ela ajeitou a máscara de enfermeira e o vestidinho branco e respirou fundo.
null mordia o lábio inferior preocupada, não que ela achasse que os meninos tivessem se esquecido de sua existência, mas ela ainda temia pelo que poderia vir pela frente. Balançou a cabeça afastando os pensamentos e virou andando em direção a porta junto com null. Parou um pouco mais atrás e esperou junto da menina.
A campainha tocou. null e null franziram a testa e levantaram indo em direção a porta de entrada da casa. null estava no banheiro e null estava distraído demais com o joguinho do celular para atender. null abriu a porta e encarou a figura de uma moça vestida de médica com uma máscara branca sobre a boca e o nariz, sua maquiagem estava um pouco forte. Seu cabelo era de um loiro falso e ela ficou um tempo olhando para os olhos do menino, algo o fazia acreditar que eles já se conheciam.
- Ahn... Pois não? – null perguntou com a sobrancelha levantada. A menina se mexeu um pouco.
- Ah, é... – Ela fez uma pose e olhou para ele novamente. – Me disseram que tínhamos um doente aqui nesta casa. – Ela empurrou o menino para dentro enquanto null assistia a cena não entendendo nada. Ele abriu a boca pra falar, mas quando virou para a porta tinha outra, essa estava encostada no batente olhando em sua direção, ela vestia uma saia com uma meia calça preta, seus cabelos estavam igualmente loiros artificiais como o da outra e uma máscara delicadamente enfeitada cobria seus olhos, um colete preto apertado resvetia seu colo deixando seus seios torneados, ela olhou na direção do menino analisando cada traço dele, com as feições sérias. null olhou pra ela mudo, não sabia o que falar ou fazer. Ela se aproximou dele lentamente, passo por passo e mordeu o lábio inferior que estava manchado de um batom vermelho gritante.
Ela chegou bem perto dele e ficou muda. null olhou em volta e um flash veio em sua mente.
- null, você chamou Strippers de novo?! – Ele perguntou olhando em direção a null que estava sendo sentado no sofá lentamente. Ele sentava com a boca entreaberta olhando para a menina. Algo lhe dizia que ele a conhecia, a conhecia muito bem.
A garota de meia calça bufou e tirou uma arma da saia.
- Que mané strippers! – Ela disse apontando a arma para o garoto, ela puxou a peruca balançando os cabelos e logo em seguida a máscara.
- Sério null, você estraga a brincadeira. – Disse null virando os olhos e tirando também a máscara e a peruca.
null olhou para a menina que ia sentar no seu colo e arregalou os olhos, null ainda olhava para null.
null olhava estático para a garota na sua frente enquanto ela olhava diretamente para ele. null ainda apontava a arma para ele, assim que se deu conta, abaixou.
- Ah, foi mal. – Ela disse sem graça. – Força do hábito.
null entrou no cômodo enxugando as mãos e olhando para baixo.
- O que disse, dude? – Ele perguntou olhando para null e parou de andar imediatamente. - ?! – Ele perguntou gritando, depois olhou na direção de null. – ?!
- A não ser que você tenha arrumado mais duas armadas e perigosas, sim, somos nós. – Disse null saindo de perto do sofá enquanto null a seguia com os olhos. null não conseguia parar de olhar para null, e ela olhava na direção de null.
- Cara, alguém falou em strippers? – Disse null entrando na sala sorridente.
- Se me chamar de stripper mais uma vez eu quebro seu fêmur. – Disse null apontando para ele.
- null! – Gritou null correndo em direção a menina e a abraçando com força. Ela franziu a testa, mas depois se soltou e abraçou o menino. null correu em direção a null e abraçou-a girando no ar, null dava gargalhadas fofas.
- Ah meu Deus, que saudades! – Disse null colocando null no chão. null soltou-se de null e sorriu olhando em direção a null que veio abraçá-la. Eles se abraçaram e null olhou para os meninos, null se dirigiu a null e a abraçou com força, a menina apertou forte o menino.
- Ok, esqueceu da parte que você é máster forte? – null disse sem ar.
A garota soltou ele e olhou em direção a null.
- Eu acho que eles não acreditam ainda. – Disse null vendo null e null estáticos olhando para as meninas.
null olhou para null ainda sentado no sofá mudo e incrédulo, e lentamente sentou-se ao seu lado vendo os olhos do menino a acompanharem. Ela lentamente se aproximou dele e encostou a mão em seu rosto fazendo-o soltar o ar e fechar os olhos.
- Eu to sonhando? – Ele perguntou baixo, a menina sorriu e balançou a cabeça negativamente.
- Não null, não está sonhando, isso é real. – Ela disse igualmente baixo, o menino abriu os olhos e olhou para ela, ela aproximou o rosto do dele e encostou suas bocas beijando-lhe os lábios delicadamente.
null olhou para os dois e sorriu, finalmente estava vendo sua amiga feliz novamente. Ela olhou para null que também observava os dois.
- null. – Ela chamou e ele olhou pra ela, ela chegou perto dele lentamente, e sua respiração começou a ficar ofegante, seu coração batia tão alto que ele tinha medo que escutassem.
Ela parou a sua frente e analisou o rosto que tanto sentia falta.
Ela encostou sua testa na dele, os dois fecharam os olhos, ele encostou a mão no rosto dela ofegante e franziu a testa.
- Eu senti tanto sua falta. – Disse com a voz falha.
- Eu também senti sua falta. – Ela disse sem abrir os olhos, segurou em sua outra mão, null aproximou o rosto dos dois e beijou-a com toda a saudade que sentia, ela segurou em sua nuca e em seu ombro enquanto ele abraçava sua cintura e a puxava para si. null e null que observavam fizeram cara de choro.
- Ah, isso é melhor que filme de romance. – Disse null fungando. null sorriu bobamente vendo os amigos felizes.
null separou as bocas e olhou para null, ele permaneceu de olhos fechados. Ela sorriu e beijou-lhe a bochecha lentamente distribuindo beijos por lá e depois dando mais um selinho em sua boca. Ele abriu os olhos e encarou sua feição.
- Ah null. – Ele disse como se ela fosse uma miragem. – Eu te amo tanto. – O rapaz falou olhando profundamente nos olhos da garota. – Eu senti tanto a sua falta, a dor da perda que eu preferia ter morrido. – Ele disse passando a mão em seu rosto.
Ela deu um tapinha fraco no ombro dele que pra ele foi bem forte.
- Outch! – Disse passando a mão no local.
Ela colocou a mão na boca.
- Ah, desculpe... Mas, nunca diga isso, entendeu?! – Ela fingiu cara de brava. – Eu também te amo muito null, meu fracote. – Ela disse abraçando ele com força. – Não estava mais agüentando, pergunte pra sargento. – null disse sem querer soltar o menino. Ele riu de alegria e a abraçou com força.
null e null estavam desfrutando de seu beijo apaixonado e quente. null e null franziram a testa e ficaram observado.
- Não era a hora de eles se separarem e falarem coisas lindas, piegas e campo de flores um para o outro? – Perguntou null para null. null levantou uma sobrancelha.
- Na realidade você esqueceu que é campo minado e não de flores. – Ele disse balançando a cabeça positivamente enquanto null concordava.
null e null se separam, a boca de null estava vermelha e de null não estava diferente. Eles se olharam por um longo tempo e depois null a abraçou com força e a pegou no colo girando no ar e rindo.
- Pára null! – Ela gritou rindo, ele parou de girar e colocou-a no chão.
Todos sentaram no sofá da sala dos meninos sorridentes.
- Você está aqui, eu achei que nunca mais a veria! – Ele disse sorridente. null soltou uma risada e beijou-lhe os lábios novamente.
- Vem, sentem aqui. – Disse null sentando no sofá, todos sentaram sorridentes. null abraçava null pela cintura e beijava-lhe os ombros. null olhava para null sem parar e sorria feito bobo.
- Antes de perguntarem, estamos vestidas assim porque a null queria brincar com vocês, eu ia sugerir que viéssemos de entregadoras de Pizza. – Disse null.
- Se você viesse de mendigo eu ia ficar feliz. – Disse null. – Cara, vocês estão aqui, vocês são foragidas e estão aqui, eu achei que nunca mais as veria. – Ele disse olhando pras duas.
- Eu achei que estivessem no Iraque. – Disse null, todos olharam pra ele e null franziu a testa.
- null, por que estaríamos no Iraque? – Ela perguntou.
- Porque tem bombas e armas e boom! – Ele disse sorridente, mas todos continuaram sérios olhando pra ele. – Eu vou calar a minha boca agora. – Ele disse olhando pra frente.
- Como conseguiram nos achar? – Perguntou null.
- Bom, null sempre foi um gênio do computador e das armas, e ela só precisava de um incentivo, e eu dei o incentivo certo... Vocês. – null disse sorridente.
Todos sorriram e olharam para null que estava sem graça.
- Você está sem graça? – Perguntou null.
- Claro que não! – Ela disse tentando esconder o rosto com as mãos. – Ta bem, eu estou! – Ela disse rindo. – Mas meninos... – Ela começou a falar. – Não viemos apenas por vocês. – Ela disse séria agora, os meninos prestaram atenção olhando pra ela.
null olhou pra eles e concordou.
- Precisamos de vocês, porque depois que foram embora não conseguimos roubar nem um banquinho. – null disse fazendo bico.
Todos olharam pra ela e riram.
- É, e bom, eram dois milhões e não é fácil assim. – null disse coçando a nuca.
Os meninos se entreolharam.
- Querem que roubemos bancos com vocês? – Perguntou null sorridente. null deu um pedala nele e bufou.
- Não precisam roubar bancos! – Ele disse, as meninas olharam pra ele confusas e null levantou caminhando em direção ao quarto.
- O que ele foi fazer? – perguntou null.
null voltou a sala com uma mala preta na mão e as meninas abriram a boca sem acreditar.
- O dinheiro está aqui. – Ele disse jogando a mala no centro da sala sentando-se novamente. null olhou pra ele e depois pra mala, agachou lentamente e abriu vendo aquele monte de dinheiro. null sorria boba.
- Vocês... Guardaram? – null perguntou. Os meninos balançaram a cabeça positivamente. – Eu não acredito. null! Acabou!
null sorria, ela levantou e abraçou a amiga forte. Elas começaram a pular de alegria. Os meninos sorriam contagiados pela alegria das meninas.
null pulou em cima de null e ele sorriu, ela beijou-lhe os lábios como nunca beijou antes. null levantou pegando-a no colo e caminharam aos beijos até o quarto.
- Bom, esses dois não voltam hoje. – Disse null. null sorria olhando na direção que os dois tinham saído a poucos segundos atrás e depois olhou para null.
- Ei... – Ela chamou, o menino olhou pra ela sorrindo. – Posso matar minha saudade de você? – Ela pediu. Ele assentiu e ela encostou os lábios lentamente nos dele beijando carinhosamente.
null e null chegaram ao quarto esbarrando em tudo. null soltava gargalhadas e null sorria bobo. As pernas de null encostaram na cama e ela deitou lentamente, null deitou por cima dela. Eles começaram a se beijar lentamente. null sonhava com isso e null pensava todo dia. Lentamente null puxou a camisa do menino pra cima e tirou-a vendo a cicatriz do tiro. Eles pararam um segundo e null passou a mão lentamente por cima do machucado. null olhou nos olhos da menina e não segurou, beijou-a com vontade, a respiração dos dois começava a ficar ofegante. null puxou o vestido de null pra cima deixando-a apenas de calcinha e sutiã. Ele observou o corpo dela e ela sorriu de lado. Logo todas as peças de roupa estavam no chão fazendo companhia uma a outra. E os dois estavam entre mordidas e suspiros.
null e null estavam sentados no sofá. null estava deitada entre as pernas de null e ele fazia um carinho gostoso em sua cabeça. null estava em seu quarto com null, eles decidiram contar o dinheiro por diversão.
- null... – Chamou null sussurrando em seu ouvido. Ela fechou os olhos se arrepiando.
- Huh. – Ela incentivou.
- Eu te amo. – Ele disse baixo. A menina virou o corpo olhando nos olhos do menino. – Eu também te amo, muito. – Ela disse com a voz um pouco falha. Os dois se beijaram apaixonadamente, null segurou a cintura da menina e apertou com um pouco de força. Ela sentou no colo dele de frente se ajeitando. Eles continuaram o beijo. null terminou o beijo com um selinho e encostou a testa na dele de olhos fechados.
- null... aquele dia que eu te encontrei com o celular na mão... – Ela dizia.
- O dia que você quebrou a minha cara? – Ele perguntou soltando uma risada.
null sorriu sem graça.
- Ahn, é... Eu queria saber, por que ligou? – Ela perguntou olhando nos olhos do menino. Ele respirou fundo e beijou a boca dela delicadamente.
- Eu conto.
Flashback.
null entrou no quarto com o celular na mão, discou o número conhecido e esperou. Estava aflito de ciúmes, e queria realmente não estar. Assim que a voz atendeu ele sentou.
- Amor? Sou eu. – Ele disse ao telefone.
- null? Ah meu Deus, null! – A voz disse mais alto. - Como você está, onde você está? – Ela perguntou desesperada.
- Calma, está tudo bem. Eu liguei pra pedir que acelerem o processo, não sei onde estou só quero sair daqui. – Ele disse com pressa.
- Claro, ah null meu amor, que preocupação, eu to aflita, eu to morrendo de saudades de você. – Ela disse com a voz apreensiva.
- Ahan, ok, ah olha, sobre isso, não dá pra ficarmos mais juntos. – Ele disse meio sem jeito.
- Ahn, o quê? Você ta terminando comigo ligando escondido de uma seqüestradora? – Ela perguntou incrédula. - Mas isso é um absurdo! – Ela disse logo depois. Ele levantou meio impaciente e viu alguém entrar no quarto e logo depois alguém que ele realmente não queria que entrasse.
End Flashback.
- E aí, você pegou o telefone, quebrou e me espancou. – Ele disse como se fosse algo natural. null olhava pra ele de testa franzida.
- Por que queria ir embora? Os meninos estavam gostando de ficar conosco, menos você. – null disse um pouco triste.
- Eu estava com ciúmes, de você e do null, vocês estavam tão ligados e eu me sentia inútil. – Ele disse olhando pra baixo.
null sorriu em entendimento e depois beijou-lhe os lábios.
- O null é o meu melhor amigo, você... É o amor da minha vida. – Ela disse e ele olhou em seus olhos.
- Eu sonhei com você dizendo isso pra mim, todo dia. – Ele disse baixo.
null abraçou-o forte e ele retribuiu o abraço.
Eles tirariam aquele noite para matar as saudades e no outro dia, eles iriam decidir o que iria acontecer. null ficaria com null, null ficaria com null. Duas meninas sempre armadas e perigosas com quatro meninos, fracotes, medrosos e o mais importante. Famosos.
Capítulo 17
Estavam todos na sala sentados e pensativos. null havia soltado a maravilhosa notícia.
"Teria de roubar mais um banco"
- Certo. - Comentou null. - Vocês não podem roubar mais um banco. Podem ser presas.
null bufou revirando os olhos e deu um tapa na cabeça de null.
- Sabemos disso imbecil.
O rapaz massageou a cabeça com cara de dor.
- Mas null, por que tem que roubar mais um banco? O dinheiro daqui não é o suficiente? - Ele perguntou um pouco confuso.
- Não nullzinho - Disse null sorrindo. - Agora que somos procuradas mais do que antes os aeroportos estão barrados. Estão checando todos que passam. - A menina fez careta.
null pensou um pouco enquanto null tirava meleca do nariz.
null olhou para o garoto e franziu a testa.
- null?
- Eu tive uma idéia. - Disse ele.
Todos olharam pra ele e ele sorriu esperto.
Seis horas da tarde, a noite começava a descer, banco central o banco que mais movimentava dinheiro na cidade e além de movimentação de dinheiro era o banco mais movimentado da cidade.
null chegou no banco sorridente sabendo que o reconheceriam e um tumulto começaria. E não demorou muito para isso.
- É null null, . - Uma menina histérica gritou e o tumulto em volta do menino começou.
Distraídos e sorridentes os seguranças do banco nem prestaram atenção quando um homem de capuz e óculos escuros entrou no banco com as mãos no bolso. Ele tinha uma blusa de gola alta preta dobrada, levantou o mesmo e subiu em um dos balcões.
- Calem-se todos. Isso aqui é um assalto! - Gritou e todos olharam em sua direção gritando enquanto ele tirava a arma de dentro do bolso. - Todo mundo no chão, vocês dois, tirem as armas e joguem-nas para cá. - O homem disse apontando para os seguranças que jogaram as armas em direção a ele.
O assaltante virou para os outros caixas e falou com as bancárias.
- Agora, eu não quero machucar ninguém, mas se apertarem esse botãozinho vermelho daí, serei obrigado a machucar. - Ele falou num tom hostil.
Elas concordaram com a cabeça e ele logo pediu.
- Sejam boazinhas e lindas como são e coloquem todo o dinheiro de seus caixas em sacos e me dêem, por favor. - Ele falou educadamente e cada mulher de cada caixa fez o que ele mandou.
O homem desceu do balcão e pegou as duas armas do chão desarmando-as. Olhou para null que fazia cara de assustado e chegou bem próximo a ele.
- Ora, ora... Se não é o boyzinho da bandinha tosca... Mais uma vez envolvido no crime. - Ele riu debochado de null e o empurrou fazendo com que suas costas batessem no chão. null olhou feio para o homem e rosnou.
O homem subiu novamente no balcão pegando um dos sacos e foi pulando de balcão para balcão.
Pegando os sacos desceu do ultimo com as mãos um pouco carregadas e escutou sirenes.
- Ah... Quem foi a malcriada que apertou o botãozinho vermelho? - Ele perguntou apontando a arma para as mulheres do caixa que tremiam assustadas.
- Ei, babaca! - Escutou alguém chamá-lo atrás. Virou as costas e viu null com o celular na mão e com cara de desafiador.
Abaixou a arma que estava apontada para as mulheres e apontou para null.
- Você é mesmo um idiota, sabe? - Chegou bem próximo a null e segurou-o pelos cabelos.
Largando as sacolas no chão, eram muitas, ele não conseguiria sair daquele lugar com todas aquelas sacolas na mão.
- Sou é? Você nem sabe roubar um banco! - null disse entre dentes.
- Ah não? HAHAHAH - Ele riu soltando o rapaz. - Querem saber quem são as "criminosas" - ele falou fazendo aspas com as mãos. - que seqüestrou ele e sua bandinha?
As pessoas prestavam atenção ao que ele dizia.
- Elas são pessoas normais, pessoas patéticas, só porque seus pais eram bandidos, vagabundos, e mafiosos se achavam tão más quanto eles. - null ficou mudo. - Elas não eram ninguém, não conseguiam nem machucar eles. - O homem disse e as pessoas começaram a sussurrar.
- O que? - O assaltante perguntou ironizando. - Acham mesmo que foram elas? MESMO? Foram os pais delas! Porque elas eram fracas demais. Elas não fizeram nada, mas eu no lugar delas teria matado os quatro antes mesmo da polícia chegar.
- Chega! - Gritou null. - Prove que você é melhor que elas então, idiota! - null se revoltou levantando e olhando para o homem.
- Eu não preciso provar nada! Eu sou melhor que elas!
- Ah é? Então como vai sair daqui com estas sacolas na mão sozinho, hã? São muitas, você não vai conseguir. - null sorriu debochado.
- Ah vou.
Um telefone tocou quebrando o silêncio que havia se instalado. Era o de null.
- Alô? - Ele atendeu.
Olhou para o homem que franziu a testa.
- Sim, não sei se ele quer negociar. - null falou encarando-o.
Tirou o telefone do ouvido e estendeu até o assaltante.
- Pois não. - Ele falou sofisticado. - Meu nome? - Ele riu da pergunta do policial. - Me chame de... Hm, ative a criatividade de vocês, a minha anda um pouco falha. - Ele falou rindo. - Não quero negociar, se querem os reféns, venha pegá-los. - Sorriu e largou a única mala que segurava, já estava escuro e ele apontou a arma para as portas de vidro atirando, depois apontou para o gerenciador de luz e atirou deixando a rua completamente sem luz.
Podiam ouvir-se gritos e pessoas correndo, gritos de policiais e alguns flashes de luz, ninguém conseguia ver sombras, mas dois homens encapuzados no meio da multidão pegava as sacolas sem serem percebidos no breu. O homem havia sumido e as pessoas estavam desesperadas. null estava no meio da multidão. E olhava em volta procurando o tal homem. A luz se acendeu de repente e todos pararam olhando em volta, os policiais estavam com as armas apontadas para lugares diferentes.
- null! null! - null chegou gritando com null. - Está tudo bem? - Ele perguntou e null apenas balançou a cabeça.
Estava um pouco confuso.
- Estou, onde está null? - Ele perguntou colocando a mão na cabeça.
- Está no aeroporto esperando, você demorou, só depois vimos no jornal que o banco havia sido assaltado.
null, null e null saíram pela porta de vidro quebrada e a imprensa veio até eles.
- null, null, como é estar envolvido com mais um criminoso assaltador de bancos? - Um perguntou.
- Por que estava no banco? - Outro perguntou.
- Te machucaram? Para onde está indo agora? - Outros perguntaram.
- Eu vim pegar dinheiro para ir viajar, estou indo ao Canadá com a banda, vamos passar umas férias lá. Eu estou confuso e cansado destas coisas. - null bufou entrando no carro com os meninos.
Eles partiram em direção ao aeroporto onde seu jatinho particular estava esperando na pista.
Entraram no jatinho e sentaram.
- Que loucura, hein? - Perguntou null.
- É, eu estou enjoado de bancos! - null respondeu com dor de cabeça.
- Ah, pense pelo lado bom, ninguém se machucou.
- Afinal, onde está null? - Perguntou null.
A porta do banheiro abriu-se e um null com um casaco de capuz um óculos na cabeça, e uma blusa de gola alta dobrada fechando a calça saiu e sorriu.
- Estou aqui, é null, ainda bem que ninguém se machucou, aqueles policiais são muito brutos, sério.
A porta da cabine do piloto se abriu e de lá null saiu.
- Já guardamos as sacolas, estão prontos? - Ela perguntou e os meninos assentiram sentando-se.
- Senhores passageiros, null aqui falando, HAHA, estamos prontos para decolar, mas antes vamos parabenizar o nosso querido sombra, segundo os policiais de Londres. - Todos aplaudiram menos null que fazia reverência.
- Sombra? Eu achei que ia ser algo como Incrível... Alguma coisa.
- Claro, claro, incrível ator que fica dando em cima das bancárias. - null falou da cabina.
- Eu estava atuando amor, você sabe. - Todos riram novamente.
- De qualquer forma, guardamos as malas já, no total foram doze. Estão todas guardadinhas.
- Somos demais. - Disse null.
- É, somos. - Disse null feliz.
- Claro, claro, próxima vez, vamos colocar o null pra roubar um banco.
- Eu? DEMAIS!
- Agora quietinhos, eu preciso me concentrar é chato ficar sentada aqui até o Canadá.