Estou completamente perdido, não sei exatamente o que fazer. Deve ser a dor que surpreendentemente corrói os meus ossos, entrando em meu corpo como um surto absoluto e estranho de felicidade. Eu estou segurando a mão dela, e por isso me sinto ainda mais feliz.

(Flashback on)
O primeiro encontro não é assim tão inesquecível.
Os dois estavam em uma cafeteria, esbarraram os braços. Ela segurava um café, ele segurava um brownie, os dois derrubaram seus lanches. Ela o mirou com desprezo, ele a mirou desajeitado.
- Desculpa, moça?
Ela ficou sem graça por estar furiosa.
- Tudo bem.
(Flashback off)

Não lembro direito como foi que aconteceu. Estávamos na estrada, a caminho da casa do papai, haveria a revelação de amigo secreto, era o dia de Ação de Graças, adorávamos passar o dia com papai.

(Flashback on)
O segundo encontro sim é inesquecível.
Ela era jornalista, ele, artista de uma banda de rock. Ela tentava consertar a máquina, ele foi chamá-la, pois ingleses são pontuais.
- Desculpe, moça. – Disse, batendo na porta.
- Oi! - Disse derrubando a máquina, ela estava furiosa com o aparelho.
Ele se abaixou para juntar o objeto. Ela também. Os dois ergueram os olhos e encontraram o paraíso na Terra. Eles sorriram.
(Flashback off)

Será que o problema é comigo? Sempre faço coisas horríveis, como quando descobri que Harry era gay e estava escrevendo uma declaração de amor para Fletcher.
(Flashback on)
Ele estava com uma namorada nova. Os dois estavam no maior amasso dentro do camarim.
Ele quase derrubou toda a estante e depois parou para olhar o que tinha feito. Pegou um papel no chão:
"Você é muito importante para mim, Fletcher, e não como amigo. Com amor, Judd.".
Os olhos dele saltaram. Ele largou a namorada e sentou-se, abalado.
Levantou o semblante, saiu do camarim correndo até a sala vizinha, dando um murro na cara do amigo que estava sentado no sofá, folheando uma Playboy.
- Você é um idiota, Judd. Como nunca nos contou? Desgraçado!
O sangue escorria do nariz do baterista.
- Amanhã é dia dos namorados e mais um ano estou sozinho, não é fácil esconder minha natureza. Por favor, não conte para ninguém!
A namorada interesseira já sabia, era tarde. Em uma semana, estava em todos os tablóides da Europa.
(Flashback off)

Aquele sangue escorrendo era tão grosso, tão maçante, como o que escorre agora dos meus lábios, da minha cabeça. Não vejo, apenas sinto. Mas a mão dela é muito mais maravilhosa de sentir. Estou segurando firme e tenho um sorriso nos lábios, pois estou me recordando agora de um episódio hilário.

(Flashback on)
Ela estava com uma roupa de alienígena em frente a loja de brinquedos, ele passeava com seu sobrinho. Pararam em frente ao monstro, o sobrinho quase chorava. Ele olhava para o ser vestido estranhamente, só para vender brinquedos, e também olhava para a criança pequenina chorando. Ele não se aguentava de tanto rir.
- Não é assim tão engraçado, Mister Jones! - Ela tirou a cabeça de alienígena, sorrindo para ele.
Os dois conversaram sobre a demissão dela. Ela derramou uma lágrima. Ele limpou seu rosto com o guardanapo e tirou um sorriso dela ao dizer:
- Tudo vai ficar bem.
(Flashback off)

Incrível como a sua amizade mudou minha vida. Sinto uma emoção tão grande. Acho que não é sangue em meu rosto, dessa vez é uma lágrima escorrendo. A mão dela está firme na minha, isso me tranquiliza, mas acho que não deveria estar tão relaxado.

(Flashback on)
Ele comia uma deliciosa melancia. Seus amigos jogavam vídeo game na sala. Ela estava na cozinha.
- Hey Jones, quer me ajudar a comer esse chocolate?
- Não, estou comendo melancia.
- Ai, como você é chato.
Ela mostrou a língua, ele riu. Ele pegou um copo de leite, ela disse que era louco por misturar melancia e leite. Ele deu de ombros. Ela voltou para a sala e abraçou seu namorado. (Flashback off)

Talvez eu tenha sido um inconsequente em toda a minha vida, mas isso não importa. Gosto de ter lembranças. Por que será que ela está intimamente ligada com meus pensamentos? Somos apenas amigos.

(Flashback on)
Bebidas, cigarros, flores e uma banheira vazia.
O casal apaixonado estava passando por uma crise, então Dougie resolveu sair da mesmice e encontrar outra garota para passar a noite. Jones chegou de repente, o apartamento era dos dois, talvez Jones tenha esquecido que aquela era a "noite Poynter", assim como existia a "noite Jones". A surpresa não deu muito certo.
- Acha que o Dougie vai gostar da surpresa de dia dos namorados?
- É óbvio, ele é louco!
- Acho esse estilo de música brega brasileira o máximo! - Ela segurava um CD do Reginaldo Rossi e ele, uma gigantesca carta com mensagens de amor, mesmos recados de amor que ela havia enviado para o celular de Dougie. Iam preparar algo surpreendente, mas a surpresa deles foi ainda maior.
- Tenho certeza que ele vai...
Dougie e a garota estavam nus. Ela fez um escândalo. Ele tentou acalmar. Ela bateu na garota. Dougie e ela terminaram.
(Flashback off)

Essa minha lembrança foi trágica, mas também engraçada. Estou acariciando a mão dela agora, pobrezinha, depois daquele incidente, sua voz ficou estranha, ela pegou a mania de falar forte e grosso, muito engraçadamente por sinal. Insisti para ir ao médico, ela não quis. Sofreu demais com a perda dele. Mas, por que essas lembranças? Preciso lembrar mesmo é do que aconteceu hoje!

(Flashback on)
Ela segurava uma vassoura. Ele tocava a campainha. Ela atendeu. Ele estava envergonhado pelo amigo, segurava um buquê de flores e um cartão.
- Sua amizade é importante, não nos deixe.
Ela sorriu e lhe abraçou. Voltou a frequentar os shows, agora era a co-produtora, tinha experiência com publicidade.
(Flashback off)

Mas não consigo lembrar de nada que não seja ela. Sua mão continua tão forte apertando a minha. Posso ver luzes, há algum barulho também, mas não consigo distinguir. É um zumbido gigantesco, não sei o que está acontecendo, mas pareço feliz. Sim, eu pareço. Estou sorrindo.

(Flashback on)
Ela estava chorando. Ele segurava sua mão sorrindo. Os dois estavam em um estúdio de tattoo.
- Eu disse que seria dolorido.
- Eu sei, não precisa me dizer mil vezes! - Ele ria do jeito e da voz dela.
- Por que você escolheu esse símbolo mesmo?
- É... Porque, bem, porque, ah... Minha mãe se chama Diana, achei legal homenageá-la tatuando um D dentro de um coração em forma tribal.
- Mas na mão? Não tinha outro lugar não?
Ela fez cara de dor e soltou um grito. Ele riu e apertou a mão dela, dando segurança.
(Flashback off)

Às vezes penso que aquela tatuagem tem outro significado. Na verdade, não é aquela tatuagem, Danny Jones, é essa. Essa que você está segurando em sua mão, bem aqui entre seus dedos. Como é incômodo ver essas luzes bem no meio dos olhos.

(Flashback on)
Ela havia errado a data. Ele tirou sarro de sua cara.
- Meu aniversário não é hoje, é semana que vem.
- Droga Danny, o Harry me enganou direitinho.
Ele ria. Ela estava se sentindo envergonhada.
- Mas o que você trouxe aí, hein?
- Adivinha! - Ela se animou.
- Não faço ideia! Me fala logo! - Ele tentava pegar o presente, não resistiu ficar tão próximo brincando e a abraçou. Os olhos se encontraram de novo. Ela se afastou e tirou as mãos de trás das costas. Ele olhou para suas mãos.
- Toma. Veja você mesmo!
- Wow! Um mega drive portation 550x!
Ela sorriu, sabia que ele adorava jogar à noite.
(Flashback off)

Caramba, minha cabeça está doendo muito. Nem percebi que não estava sentindo nada além da minha mão e agora não sinto nada além da minha cabeça latejando. Onde estou?

(Flashback on)
Ela estava cuidando da reforma de seu apartamento, conversando com o pedreiro. Ele estava muito nervoso, com um buquê de flores e um anel de noivado. Ela olhou para ele e sorriu friamente. Ele olhou para ela incomodado.
- O que é? Estou mal? - Ele abriu os braços e olhou para si. Ela virou os olhos e foi abraçá-lo.
- Está ótimo, meu amigo. - Ela sorriu. Ele se sentiu aquecido.
- Hoje é o grande dia. Estou nervoso.
- Acho que ela vai adorar, Jones. Vai lá, campeão. - Ela sorriu friamente de novo, dessa vez abaixou a cabeça e tirou um cisco dos olhos.
(Flashback off)

Acho que estou me sentindo mal. Droga, preciso lembrar o que aconteceu, mas não consigo. Estou ficando fraco. Onde está a mão dela? Eu preciso de ajuda, eu preciso gritar. Não consigo. Não posso. O que há comigo?

(Flashback on)
Ela estava vestida com um belíssimo vestido dourado. Ele estava com terno de gala. Ela era a dama de honra, ele, o noivo. Ela chorava emocionada. Ele chorava emocionado. As pessoas sorriam felizes.
(Flashback off)

Estou nos braços de alguém, não vejo nada, mas posso sentir o apoio. O que está acontecendo? Eu preciso lembrar. Meu Deus, como pude esquecer por um instante? Onde ela está?

(Flashback on)
Ela estava abraçada com um homem alto e moreno. Ele estava sozinho. Ela sorriu e soltou o homem para recebê-lo. Ele abraçou-a fortemente, chorando.
- Meu Deus Danny, o que aconteceu, querido?
- Acabou. Acabou tudo.
O homem alto era o irmão gêmeo dela. O que havia acabado era o casamento dele.
(Flashback off)

Estou lembrando. A casa do meu pai. Ação de graças. Estávamos todos no carro. Eu, ela, Fletcher e a namorada e ele! Meu Deus, foi ele!

(Flashback on)
Ela tinha um irmão mau, com distúrbios comportamentais, jogador de handebol. Ele tinha ciúme do irmão. O irmão tinha ciúme dele. Os dois se odiavam. Ela amava os dois.
Ela passou um final de semana com ambos. Eles brigaram. Ela ficou alguns meses sem vê-los. A ação de Graças uniu a todos novamente.
(Flashback off)

Aquele maldito, acabou com nossas vidas. Nos jogou em um barranco por pura inveja, puro ciúme. Acabou conosco! Meu Deus, onde ela está?

(Flashback on)
Eles estavam no carro.
- Tudo bem por mim irmos até a casa do seu pai, mas não conheço ninguém lá, entendeu? - O irmão dela falava alto e bravo.
- Fica calmo cara, presta atenção no trânsito. - Fletcher dizia com preocupação.
- Eu estou calmo. - O irmão dela olhou para trás, com imprudência.
Ela estava preocupada com o fim de semana. Ele estava com raiva do irmão dela. Logo os dois estavam sob os destroços do carro que bateu em um caminhão.
(Flashback off)

Não consigo abrir meus olhos. Deus, eu preciso dela. Preciso dela, preciso dela. Preciso!
PRECISO DIZER QUE A AMO! EU TE AMO!
EU TE AMO! EU TE AMO!


Agora na casa dos Jones.
- Amor! Amor! - Ela o chacoalhava, tentando acordá-lo.
- EU TE AMO!
- Amor, eu também te amo, estou aqui. Calma!
Ela nunca havia ouvido ele dizer dessa maneira. Eu te amo. Ele havia tido um pesadelo. Ela o amava muito. Tudo não havia passado de um sonho louco.
Ele acordou e a amou loucamente, porque sentia que tinha perdido o seu grande amor.
Mesmo ela estando ali, em sua cama, com o anel dourado no dedo esquerdo, simbolizando um casamento sólido e perfeito.
O dia era dos namorados. Eles sabiam bem como comemorar e qual presente dariam um ao outro. Ele sorriu por um minuto. Ela ficou confusa.
- O que foi meu amor?
- Eu sonhei que o Judd era gay e amava o Fletcher!

Eles riram e deram mais um beijo de Feliz dia dos Namorados!

Fim!



Nota da Autora: Eu sei que fui má nessa fic, mas é meu estilo né baby, uahauah. Queria escrever uma morte triste, mas é dia dos namorados (só no Brasil e Portugal, porque o mundo já viveu esse dia ¬¬', somos atrasados). Estou escrevendo isso aqui em 03 de Junho. Solteira, sozinha e sem a menor sombra de um namorado. Eu perdi meu grande amor. Com ele se foi minha vontade de amar, mas eu digo a vocês que ainda acreditam. NUNCA DESISTAM DE SEUS AMORES! best.lih@hotmail.com, me envia um email!!

Nota da Beta: Qualquer erro que você encontrou, mande um e-mail diretamente para mim. Ou ainda, se preferir, mande um tweet para @thaijustsmile. Obrigada, Thai.


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