Brincadeiras De Ódio 9 - A Verdade
Escrito e Scriptado por: Rita



A fiction Brincadeiras de ódio está pensada para ser uma série de episódios, ligados cronologicamente. No entanto, as situações não são necessariamente uma a seguir da outra, podendo ocorrer horas, dias ou até semanas depois. Mas cada episódio conta com o que aconteceu no anterior.


ouviu ao longe a música de introdução dos Simpsons. Será que tinha deixado a televisão ligada? Impossível, ela apenas tinha televisão na sala.
O som se tornou mais nítido e alto. A música parou. Ela respirou de alívio mas o toque do seu celular continuou. Cobriu a cabeça com o seu travesseiro, mas o som continuou.
Apalpou tudo o que tinha no criado mudo e ouviu o aparelho cair no chão. Olhou para o seu visor e viu quem tinha ligado: .
“Idiota!” disse. Pegou seu relógio de pulso. 8 Horas. “Droga, 'tou atrasada.”
Saiu pesada da cama e andou até ao banheiro. No banheiro, olhou para si: sua pele estava áspera e sem vida, os seus olhos se mostravam cansados e as bochechas estavam inchadas e molhadas. Seu cabelo estava onduladamente louco, espetado atrás e sua franja estava definitivamente lisa. Sim, passara um fim-de-semana completa e catastroficamente deprimente.
Foi ao banheiro, tomou um banho rápido. Saiu e pegou sua roupa.
Abriu uma gaveta, tirou de lá uma camisa azul escura de gola alta e tirou algumas calças jeans justas.
“Onde estão minhas botas?” começou a andar pelo quarto, até que tropeçou no respectivo sapato. Tropeçou no pequeno salto quadrado que elas tinham. Pegou as duas botas, tentou vestir, mas não conseguiu. se enfureceu, tirou a bota e calmamente a colocou novamente no pé, que ficou torto dentro da bota. Irritada, colocou a outra bota e começou a andar torta até ao banheiro. Ajeitou o cabelo e disfarçou as suas inchadas bochechas com alguns pós mágicos, pegou sua mala de alça grande e saiu de casa.

Um sol brilhante atingiu seu rosto. Sol em pleno Novembro Londrino? O QUE ESTAVA ACONTECENDO COM O MUNDO? Será que quando ela estava mal toda a natureza estava bem? Seguiu para o colégio um pouco irritada com o bom tempo não combinar com o seu sono e o mau humor.
Olhou para o seu celular: 8h35. “Tenho 10 minutos para chegar lá.”
Apressou-se para conseguir chegar a tempo da segunda aula, já que a primeira já fora. Olhava para o chão enquanto caminhava e nem olhava para as pessoas que se encontravam à sua volta.
Subitamente, o seu bolso da frente esquerdo vibrou e de novo a musica dos Simpsons a perturbou.
“Droga!” bufou e mais uma vez viu o nome de no visor. Desligou a chamada.
Será que ele ainda não tinha percebido que ela NÃO queria falar com ele? Será que ele poderia ser esperto ao ponto de deixar de ligar para ela 10 vezes por dia?
entrou no colégio e esperava ver Michelle na entrada. Mas apenas viu aquele que ela não queria ver. estava colado no portão da escola falando com alguns garotos.
Ela passou pelo portão, e correu atrás dela.
, posso falar...”
“Saia, !” ela continuou andando, sem olhar para ele.
, por favor, só estou preocupado com você, você está atrasada...”
“Você não tem nada que ver com isso...” o passo dela era rápido e nunca olhava para o garoto. puxou o braço dela e teve de encarar . O rosto do garoto estava pálido e uns anéis marcados rodeavam os seus olhos.
, fala comigo, por favor...” ela fez um movimento brusco largando o braço e lhe deitou um olhar forte mas com alguma doçura.
“Caia fora, .” ele parou a meio do caminho e ela continuou sem olhar para trás. A sua respiração era acelerada enquanto o deixava para trás.

Dois dias depois, chegou ao colégio e estava de novo no portão falando com os seus amigos. olhou para o garoto, mas quando este pareceu abrir a boca para a chamar, o seu rosto sério e zangado virou para a frente e ela continuou o seu caminho.

Uma semana depois, eles continuavam sem se falar. ria um pouco com as suas amigas e dava algumas olhadelas a , que estava com o coração pesado e com dor. chegou ao colégio mais tarde, mas continuava perto do portão. Seus olhares se cruzaram. nem pestanejou e continuou o seu caminho apressadamente, deixando completamente perdido.

“E ai, conseguiu falar com ela?” Ryan, amigo de , que sentava ao lado dele na aula de algebra, disse dias depois de evitar o seu olhar.
“Não, já tentei ligar milhões de vezes de manhã e de tarde e hoje ela nem pestanejou.” suspirou. Estava assim há muitos dias, sem vida, sem cor, sem sorrisos ou gargalhadas para dar.
Ryan deu-lhe uma tapa amigável nas costas.
“É só uma garota dude, não tem problema.” disse simpático.
“É, ela só uma garota...” O professor entrou na sala e o cérebro de se desligou, sonhando com tudo o que tinha acontecido entre ele e .

“Você já falou com ele?” Michelle perguntava enquanto a professora escrevia no quadro.
“Não, nem vou falar.” ela disse rigidamente.
...” a amiga olhou nos olhos da outra “Você não está bem, você precisa falar com ele.”
“Preciso? Por que é que preciso falar com ele? Eu estou ótima assim!”
“ÓTIMA? Você parece uma mendiga, ! Sua pele está horrível, você não sorri nem come direito, até já desistiu das tardes de sexta-feira, quando a gente ia ao John’s comer alguma coisa!”
“O John’s esta sempre cheio agora e você sabe como eu odeio gente a mais!”
“Não minta, , eu te conheço! Você anda assim desde que você discutiu com o , você se fecha no teu quarto, pensando em nada! Fala com ele, pelo menos resolva isso.”

absorveu as palavras de Michelle. Queria tanto resolver aquilo... Mas sabia que as coisas não iam acabar como ela queria. Teria que discutir, que magoar-se de novo, que ter coragem para falar com ele. E ficar com o depois de uma aposta? Como poderia? A sua confiança nele não seria a mesma...
Mas queria falar com de novo, tinha tantas perguntas para lhe fazer. Tantas que nem sabia por onde começar. suspirou – a sua cabeça já pesada e o seu coração cheio de dor não conseguiam pensar em nada, se não numa solução fácil, como piscar os olhos e tudo voltar como era antigamente...

A campainha tocou e apenas pegou na mala e saiu quase por primeiro.
“Onde você vai?”
“Resolver meus problemas” respondeu ela. estava nervosa. Michelle a abraçou forte.
“Tudo vai acabar hoje” falou a amiga.
“Eu sei”
“Você é forte, resolva isso. Boa sorte” e sorriu para ela.

Ela percorreu a passos largos o edifício. Perdida num mar de gente, o seu coração parecia bater ainda mais forte ao se aproximar da sala dele. Chegou na outra ponta e viu Ryan a sair da sua sala. Ele ficou paralisado quando viu que ela aproximava-se.
“Que foi?” passou o amigo e também paralisou. estava a um metro dele. Um forte e frio arrepio percorreu todo o corpo de . Ele engoliu seco, mas se manteve direito e sério. Teriam que falar.
“Te vejo por ai.” Ryan tomou sua deixa e deixou os dois, especados, olhando um para o outro.
Já não olhava para ele há algum tempo e ele não tinha mudado nada, exceto que estava mais bonito e elegante. O seu cabelo continuava despenteado mas com um toque de arrumado e rebelde. Calça larga, casaco com bolsos, e DC shoes: como ele estava perfeito!
“Preci...pre...” ela se engasgou e sentiu os olhos claros dele cravados nela. Ela levantou a cabeça e fixou profundamente o olhar nele “Preciso falar com você.”
“Ah, você quer falar comigo?” não se conseguiu conter. Sentia-se feliz por ela finalmente ter tido coragem e falar com ele mas ainda sentia alguma raiva por ela. Por ter acreditado muito rapidamente na mentira.
“Quero sim, mas se você começar com essas coisas...”
“Que coisas? Não sou eu quem vai embora virando costas aos outros.”
“Olha aqui, você não fala assim comigo!” ela apontou-lhe o dedo no rosto “Além disso, você é quem aposta para ter garotas...”
“ISSO É MENTIRA! Eu não apostei nada! Você não é uma aposta!” ele gritou admitindo os seus sentimentos. ficou estupefata olhando para ele.
“Será que você não acredita em mim?” sussurrou.
“Então o casalzinho tá discutindo?” Francis passou por eles.
“Desaparece, Francis!” disse baixo.
“Oh então, ! Que aconteceu com a sua voz poderosa? Você está chorando é, minha menininha de colégio?”
“Francis, cai fora.” ela repetiu o aviso elevando a voz.
“Não se preocupe , eu sei guardar segredo. Eu não conto a ninguém que você caiu numa apostazinha tão ridicula...”
não aguentou mais a risota de Francis e deu um murro na cara dele. Foi tão forte que ele caiu no chão.
Vários amigos matulões do garoto correram até .
“Vem, !” pegou na mão dela e eles correram juntos os corredores, passando por todos.

Chegaram na entrada do colégio e procurou o carro de mas não o avistou no estacionamento.
“Onde está seu carro?”
“Meu carro?” Os vários matulões estavam a poucos metros dos dois e os olhos deles estavam cheios de raiva, prontos para matarem aos socos e pontapés os dois.
“RÁPIDO!” ela falou e eles correram até ao estacionamento do colégio. Ele avistou o seu carro e correram para ele. entrou para o lugar do passageiro e colocou a chave na ignição e acelerou.
“Coloca o cinto.” advertiu ele a .
Eles seguiram até ao fim da rua, ainda sendo perseguidos. Estavam quase a um quilômetro do colégio.
olhou para trás e não conseguiu ver os amigos de Francis.
“Eles já foram.” relaxou um pouco “Podemos voltar...”
“Não, nós vamos conversar.” ele virou bruscamente o volante e foi por uma rua entre duas casas. Virou à direita e andou uns dois minutos em frente. Já estavam fora da cidade, quase entrando na estrada.
“Para já esse carro, !” disse alterada.
“Não antes de você me ouvir!” ele também berrou.
ainda tentou abrir a porta, mas travou-a imediatamente.
“Não saia, não se magoe, por favor.” ele pediu, quase gritando com ela. Ao invés de virar à direita para a estrada, virou à esquerda e entrou num caminho de terra batida, que ia dar para fora da cidade.
, para já isso!”
Ele apenas olhou para ela de relance e acelerou mais. Passaram por vários pinheiros e entraram no parque de campismo.
Ele parou o carro e ela saiu do carro rapidamente. Encontravam-se no alto de uma colina. Se podia ver as várias casas da cidade e o sol estava no seu ponto mais alto, era quase meio-dia.
Ela sentou-se num tronco ali e aproximou-se dela.
“Por que você me trouxe até aqui?” ela questionou, irada.
“Vamos combinar uma coisa...”
“Eu não combino nada com você !”
“Shiu! Eu falo tudo o que tenho para falar e você me vai ouvir. Depois, se for preciso, você vai embora. Combinado?” ele estava ofegante e falou muito rápido.
“Tá, fala logo!”
“Eu não espalhei rumor nenhum, eu não apostei.”
“Eu não acredito que você ainda vai falar nisso! , já falamos sobre isso, não minta.”
“PARA DE SER TEIMOSA, GAROTA! Como você pode ter certeza que eu fiz tal coisa? Eu não ia apostar que ia transar com você em 10 encontros! Era ridículo! Para isso apostava que transava com você em uma noite e te embebedava ou coisa parecida...”
“Canalha que você, hein? Querendo embebedar garotas para depois as levar para a cama. Você é bem cafajeste, hein, ?”
“EU NUNCA FIZ ISSO!” ele gritou e depois se acalmou “Bem, você não tem que saber minha vida íntima. Mas eu não apostei nada, você cruzou no meu caminho e pronto aconteceu...”
“Mas você simplesmente apareceu! Você acha que eu vou acreditar na sua história?”
“E todo o colégio pensa que nós transamos...vai também acreditar nisso?” ele a olhou nos olhos. Ela estava derretendo aos poucos com o que ele dizia, mas mantinha a sua posição.
“Tá, , vamos supor que eu acredito em você.”
“Boa!”
“Que você quer fazer agora?” Ambos ficaram pensando na questão. Lá dentro, os dois queriam voltar ao que eram antes.
“Não sei, ...”
“Tá vendo, ? Você já não sabe o que quer! Você quer uma coisa e depois já quer outra, você acha que pode ter tudo e não dá valor às coisas que realmente têm valor!”
“Você acha que tem valor?” ele riu secamente.
“Você me irrita, !”
“Por que você me odeia tanto?” lançou a bomba.
Aquela pergunta nunca tinha sido colocada a , porque ela sabia que a resposta não era o que ela queria.
“O que?”
“Sim, , por que você me odeia tanto? Eu nunca fiz nada para você e você já me odeia há tanto tempo! POR QUE?”
Ele queria saber, aquela implicância toda por ele, só ele, aquela pessoa, , o deixava farto. Parecia que ela simplesmente não podia namorar com ele só pelo nome.
“Você se julga bem convencido sabia?” disse com desprezo.
“FALA! Fala, , será tão difícil me explicar por que você me odeia tanto?” a garganta dele rebentava.
“Você quer mesmo saber porque eu te odeio??” ela se aproximou dele e gritou na cara dela.
“Quero!” ele disse firmemente.

continua...

Nota da autora:
Oiie gente! Faz tempo que eu não atualizava o Brincadeiras de Ódio, mas depois de receber uns emails eu decidi pegar no pouco que faltava da fic e a terminar para vocês a lerem! Pode ter sido simpática mas acabar assim essa parte dessa maneira acho que foi bem mau da minha parte, é só para dar mais suspense gente ahahaha.
A próxima parte é a ÚLTIMA PARTE! É, o Brincadeiras vai chegar a um fim, mas espero que vocês gostem dele.
Se quiser comenta aí na minha caixinha de comentários, eu vejo isso tudo ehehe.
Beijoooo gente :D


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