Caught In A Bad Romance

Autora: May Lioncourt
Beta-Reader: Amy Moore




PRÓLOGO:

Como eu ia saber onde estava me metendo? Não é todo dia que se encontra um homem tão bonito em um lugar como esse. Eu o olhava e cada vez que meus olhos encontravam uma parte de seu rosto e corpo, pareciam achar um novo ponto para admirar. Ele estava lá, sentado, olhando sedutoramente para todas as mulheres que passavam. Elas o olhavam de volta, também desejosas de serem a escolhida por ele, assim como eu.
Agora aqui estou, amarrada a esta cadeira, sem saber o que vai ser de mim.
Oh, Deus, eu juro que se eu sair dessa, serei uma pessoa melhor: sem bebidas, sem drogas e sem confusões com vampiros.


CÁPITULO UM - I want your everything.

Era foda ficar sozinha em um apartamento recém-alugado numa cidadezinha que nem nome tinha. Todos a conheciam como "cidade vizinha de Mystic Falls", outro lugar hostil e inabitado. Ah! Você deve estar se perguntando: "se você odeia tanto cidades pequenas, o que está fazendo aqui?" Bom, eu explico. Não detalhadamente, óbvio, mas eu estava com um grande abacaxi para resolver. Sou uma estagiária da polícia federal dos EUA e acabei de passar nos testes. O FBI investiga mortes misteriosas nesse local, e estou disfarçada para não chamar atenção dos moradores. A idéia de meu chefe () era que eu me passasse por uma aluna do Mystic Falls High School. Eu já haviasaído dessa fase e era um porcaria ter que voltar. Eu era inexperiente e achava que ser do FBI me dava o status de "a" cara. Que boba eu era; humanamente boba.

Cansada daquela solidão ridícula, resolvi que deveria dar uma volta, me enturmar um pouco e conhecer a cidade... Argh! A cidade. Eu mal cheguei naquele bar e logo notei sua presença. Aliás, todos notavam sua presença. Os olhos azuis percorriam cada figura feminina que ali estava, identificando cada parte dos corpos esbeltos e sexy que passeavam com bandejas ou copos nas mãos. Incomodou-me ver que ele não deu atenção a mim. O que havia de errado com meu cabelo ? As minhas calças riscas de giz e a camisa social branca não era provocante o suficiente pra chamar sua atenção? Segui até uma mesa vazia no canto oposto ao homem desconhecido; era impossível deixar de lhe olhar. Por um momento, senti seus belos olhos pousarem sobre mim. Talvez eu tenha imaginado, mas ele sorriu de canto, parecia um felino preparando o bote contra sua presa. Fiquei emocionada; seria eu a escolhida. Já nem me importava de estar sendo cobiça de uma noite; eu ia flertar com aquele homem até onde mandasse minha sanidade.
Fui até o balcão e pedi uma Vodka. Eu ia beber aquele fim de semana e aproveitar a folga de dois dias que havia me dado.
- Curte bem esse fim de semana, porque a partir da segunda você vai ser a nova aluna de Mystic Falls High School! - dissera ele, triunfante com seu sorriso completo, deu vontade de lhe quebrar todos os dentes, mas ele era meu chefe e, apesar da intimidade que tínhamos, eu lhe devia respeito.
Só me dei conta de que alguém estava ocupando a cadeira ao lado da minha quando ouvi sua voz rouca e ao mesmo tempo suave, sexy e ao mesmo tempo concentrada. Eu estava hipnotizada com toda aquela exuberância. Sua pele era clara e seus cabelos escuros caíam pelo rosto em mechas grossas. Suas sobrancelhas levantadas lhe faziam parecer um vilão de filme de ação. Não havia outra palavra para lhe definir: sexy; gloriosamente sexy.
- É difícil ver uma mulher tão bem vestida por aqui! - falou, sorrindo. Que sorriso, meu Deus.
- Talvez porque elas só chamem a atenção dos homens daqui se parecerem vadias! - disse com convicção, bebendo e mirando o conteúdo do meu copo.
- Hum, entendo. Então você não é daqui? - Ele bebeu seu drink de um só gole e continuou me olhando.
- Não. Precisei me mudar por motivo de força maior. Agora vou terminar o colegial por aqui mesmo. - Eu estava a fim do cara, mas precisava plantar minha história com raiz desde o primeiro contato com qualquer morador daquele lugar.
- Você não parece uma aluna de High School. Talvez uma professora...
Me engasguei com a vodka e sorri, descontrolada. Ou ele não tinha se dado conta ou foi de propósito, mas acabara de me chamar de velha.
- Desculpe! Não foi minha intenção ofender! - ele se desculpou. - Posso recompensar você pelo meu deslize?
Agora eu mudo de opinião. Há duas palavras para defini-lo: sexy e sedutor!
- Eu nem sei seu nome... - Sentei de frente para ele, a fim de encarar seus olhos azuis; seus grandes e lindos olhos azuis.
- Damon Salvatore. E você se chama...?
- .
- Belo nome para uma mulher tão sensata.
- Eu pareço uma mulher, Damon? - perguntei, me inclinando para frente.
- Hum... Sim, você parece! Mas e aí... Agora você sabe meu nome, já pode aceitar uma bebida minha?
- Acho que sim, se a polícia não entrar aqui e pedir identidades... - Sorri calmamente, regando meu disfarce.

Bebemos e conversamos sobre vários assuntos. Já era quase uma da manhã quando resolvi ir embora; o papo com Damon não evoluía para qualquer outro tipo de relação e eu sentia todos os olhares femininos voltados para mim; era iminente que invejavam meu posto. Levantei, um pouco zonza, e cambaleei; nem vi quando os braços fortes e envoltos em tecido negro de Damon me seguraram e impediram que eu estabacasse no chão. Um perfeito cavalheiro.
- Acho que vou levar você em casa! - Ele sorria maldosamente.
Eu seria capaz de fazer isso - de levar para meu apartamento um homem que eu mal conhecia e transar com ele. As coisas não pareciam tão bicho de sete cabeças para mim.
Sexo era considerado banal na minha família, e eu aceitei sem hesitar a carona do Damon. Eu ia levá-lo até minha casa; não tinha nada a perder, só a ganhar.


CAPÍTULO DOIS - Move that bitch crazy!

Entrei no carro de Damon. Era grande e espaçoso. Eu não sabia modelo nem marca porque nunca fui de conhecer carros; o meu SmartCar mais parecia um brinquedo de criança do que um automóvel. Eu estava cansada e o álcool começava a tomar conta dos meus sentidos. eu queria sorrir e gritar... Sei lá, fazer qualquer atitude imprudente, e que aumentasse meu nível de adrenalina no sangue. Olhei com o desejo crescente para aquele homem perfeito ao meu lado e senti que meu sangue estava entrando em ebulição.
Eu queria Damon Salvatore - Era assim que ele se chamava? -, eu ia tê-lo.
Parei no ato de colocar o cinto e pus a mão nas coxas de Damon. tive certeza de que ele achou que eu o masturbaria, mas minha intenção era soltar seu cinto para que ele tivesse todos os movimentos livres. Sentei em seu colo, de frente para ele, e sorri com todas as imagens picantes que se passavam em minha mente: eu e ele dentro daquele carro, sendo surpreendidos pelos manobristas ou flanelinhas - sei lá como chamavam aqui. Damon não pareceu se surpreender com o que eu fazia; ao contrário. Sorriu e pegou minha cintura, apertando-a, enquanto eu me derretia com cada toque seu. Avancei em seu pescoço, beijando e mordiscando sua pele. Damon não se mexia, e eu acabei achando que havia passado dos limites. Ele poderia só ter cara de safado e não querer transar comigo de primeira. Caí na real e corei de vergonha. Fui voltando para o meu lugar de passageiro, quando ele agarrou meu braço.
- O que você está fazendo? Me provoca e agora vai me deixar nessa situação? - Não sei se ele estava zangado ou frustrado.
- Desculpe, mas é que acho que passei dos limites... O álcool...
- Vai dizer que você não queria isso! - ele me interrompeu, abrindo os botões da minha camisa branca.
- Eu achei que você não queria... - gaguejei, fechando os olhos e sentindo minha pele queimar a cada toque dele.
- Não sei de onde você tirou uma ideia tão idiota - ele sussurrou ao meu ouvido.
Damon tirou minha blusa com desespero e admirou meu corpo.
- , você tem certeza que só tem 18 anos, minha nossa! - Ele sorriu de canto e encarou meu olhos.
Senti seu poder de persuasão pela primeira vez. Ele falou algumas palavras que entraram em minha cabeça e tomaram conta da minha mente. Não sei o que queriam dizer, mas eu aceitei sem questionar.

Quando eu acordei, achava que a bebida por fim tinha me vencido e me privado de lembrar da noite mais glamorosa da minha vida. O Sol de domingo entrava pela janela e iluminava o quarto quase medieval em que eu estava. Levantei a cabeça um pouco e, minha nossa, como ela pesava. Dei uma boa analisada no quarto e constatei por fim que eu não estava em qualquer lugar conhecido. Onde estaria Damon? Como que por telepatia ele me respondeu:
- Que bom que você acordou! - Ele segurava uma caneca de café nas mãos. Tomou um gole e me ofereceu.
- Não, obrigada. Que horas são? - perguntei, lutando para abrir os olhos.
Damon não me respondeu; virou de costas e chamou da porta do quarto por um tal de Stefan. Nos poucos segundos que ele permaneceu assim, pude observar suas costas largas e as curvas que seus músculos faziam. Olhei pro quarto e pra ele... Será que eu estava sonhando?
- Ela não é ótima, Stefan? - perguntou Damon.
Ao ouvir o som de sua voz, por instinto puxei o lençol vermelho mais para cima, a fim de cobrir meu corpo, e arregalei os olhos em espanto. O homem parado ao lado de Damon, o tal Stefan, olhou pra mim com pena. Era pena em seus olhos; eu costumava olhar assim para as vítimas das nossas investigações.
- Não precisa ficar envergonhada, ; eu e meu irmãozinho temos o histórico de dividir namoradas... Não é, Stefan? - Damon se aproximou e acariciou meus cabelos.
- Eu preciso ir agora. - Comecei a me assustar; ele não estava parecendo o mesmo da noite passada.
Droga, não tinha noção de como voltar para casa e onde estariam minhas roupas? Eu havia deixado minha arma no apartamento... Quando eu ia imaginar que ia precisar dela nesse fim de mundo? Droga, droga, droga.
Fiz menção de me levantar, mas uma das mãos de Damon estava pousava suavemente sobre meu abdome, e a força que exercia era enorme - quase me impedia de respirar. O irmão de Damon, Stefan, interveio a meu favor:
- Deixe ela ir, Damon. Ela não é nosso problema. Nós somos o problema de Mystic Falls, nunca devíamos ter voltado!
Do que ele estava falando? Eles não deviam ter voltado? Agora mesmo eu me sentia ferrada, eu estava presa naquela casa por um homem com quem transei uma vez na vida e de primeira (será que eu havia transado come ele?).
- POR FAVOR! Me deixa ir - balbuciei, usando da minha tática de cara de cachorro sem dono.
- Solte ela, Damon! - falou Stefan, rudemente.
O que aconteceu é praticamente indescritível. Damon sumiu de perto de mim e agarrou o pescoço de Stefan; ele o ergueu do chão e o atirou do outro lado do quarto, quebrando uma mesinha de pernas tortas. Seus olhos ficaram vermelhos e ele avançou pra cima do irmão, travando uma luta onde Stefan perdia. Levantei apressada e peguei qualquer roupa que vi na minha frente: a camisa de Damon e as minhas calças. Corri para a porta enquanto Stefan segurava o irmão, gritando para que eu fugisse. Não esperei duas vezes, e saí daquela casa sinistra para o sol forte do dia.


CAPÍTULO TRÊS - Want your bad romance./Quero esse romance ruim.

Eu tinha me metido numa fria. Não ia contar pra ninguém, muito menos pro . Não ia desgrudar de minha arma e, por via das dúvidas, ia me concentrar em não dar de frente com aqueles belos olhos por aí. Seria uma coisa pra esquecer, tipo "eu sei o que vocês fizeram no verão passado", sem espalhar nada pra ninguém.
Eu tinha perguntado em uma casa como fazia pra chegar à cidade vizinha e a garota loira de nariz empinado me explicou rápido e entrou sem nem dar tchau. Não dei a mínima; só queria sumir dali. Fui à direção que ela tinha me dito e andei um pouco. Pensei em chamar um táxi... OH, MEU DEUS! Tudo... tudo...
- Puta que pariu a sogra que eu não tenho. Meu celular, minha carteira, TUDO! - gritei sozinha na rua. - Eu deixei tudo na casa dele e minha identificação também! Ai, burra, jumenta, você devia ser presa por ser um perigo para você mesma, anta! - eu falava e batia em minha cabeça. Fácil as pessoas me confundiriam com uma louca - se houvessem pessoas por aqui.
- Preciso voltar! - disse em voz alta, me encorajando.
- Não precisa!
Eu virei, assustada, pronta pra dar um chute certeiro entre as pernas e pagar de maratonista, mas não era Damon, e sim Stefan. Ele também me assustava. Assim como o irmão, tinha olhos azuis, mais escuros que os de Damon, mas ainda assim bonitos. Usava roupas pretas e os cabelos era bem curtos e espetados, quase loiros. Ele sorriu para mim e estendeu minha bolsa.
- Aqui está, e se quer uma dica... fique longe do Damon! - Ele não estava brigando comigo; só me dava uma dica, como dissera.
- Era o que eu pretendia fazer. Não sei como fui parar na sua casa...
- Tudo bem, essa parte eu entendo, não precisa se desculpar!
- Mas... vocês estavam brigando! Ele não te machucou, né?
- Não!
- Cara, mas ele te jogou para o outro lado do quarto e você não tem nenhum machucado?
Ele deu de ombros.
- Que surreal! Hum... Você acha que ele leu meus documentos? Sabe, é que...
- Quanto à essa parte, Damon já sabe! Nós já sabíamos. Foi por isso que ele te seduziu no bar.
- O quê? Como assim, já sabiam...? Do que você está falando...? - tentei desconversar.
- Você é , agente estagiária do FBI e está aqui para investigar as mortes estranhas que andam acontecendo em Mystic Falls.
- Er...
- Sim, , nós já sabemos de tudo. E o que Damon fez foi em um momento de desespero, para tentar se livrar de você, mas as pessoas saberiam quem você era depois que encontrassem seu corpo, saberiam que ele estava com você e que provavelmente teria sido a última pessoa a falar com você - ele dizia tudo com calma. - É pura sorte Damon ter calculado um pouquinho mais sobre seus atos e resolvido te manter viva. Agradeça à mente brilhante que ele tem por ainda respirar.
- Oh! Vou lembrar-me disso quando chegar em casa. Mas você está me dizendo que ele é culpado das mortes e você sabe? - perguntei, curiosa.
- Não tecnicamente - disse ele, vago.
- Posso prender vocês agora! E você seria cúmplice...
- Mas não vai fazer isso, gatinha! - dessa vez não foi Stefan que falou. Era Damon. - Ah, você não sabe o trabalho que tive pra te achar. Não vai fazer isso comigo agora, não é?
- Damon, já conversamos sobre isso... - balbuciou Stefan. - Ela não tem culpa de nada.
- Mas se a nossa aqui ficar caladinha, ninguém se machuca, não é?
- Do que vocês estão falando? Será que dá pra parar com isso? - Fiquei aflita com todo aquele papo de novo. - Eu quero saber o que exatamente acontece aqui, ou vou prender os dois por desacato.
- Não vai, não! - disse Damon.
Quando olhei para ele, sua face estava mudada. Os olhos eram vermelhos como fogo e os caninos pontudos e brilhantes, que se sobressaiam naquele sorriso maligno. Eu fiquei imóvel e sem ação diante de tal cena. O que era aquilo, meu Deus?!
- DAMON, EU JÁ DISSE QUE NINGUÉM MAIS VAI MORRER EM MYSTIC FALLS - gritou Stefan, se chocando contra o irmão, que avançava para mim.
- Mas quem disse que eu quero matá-la?!
- O que é você? - perguntei sem medo. Não tinha mais o que temer e precisava de respostas.
Damon se acalmou e, respirando fundo, fez sua aparência voltar ao normal. Sorrindo, inclinou a cabeça. Stefan parecia cansado e triste, olhou para mim de soslaio e deu alguns passos para longe do irmão.
- Você tem certeza que quer saber? Absoluta? - Damon se aproximou e eu tremi. Stefan se virou para nos olhar, mas não saiu do lugar. O homem perto de mim pegou uma mecha de meu cabelo e, brincando com ela, disse:
- Vampiro!


CAPÍTULO QUATRO: Highway to Hell./Estrada para o inferno.

Eu corria em pânico, completamente desesperada. Devia ter seguido o conselho do Stefan há algumas semanas atrás, quando descobri que não devia me aproximar do Damon, mas ele era tão cativante, irônico e perfeito... Sabia que devia ter fugido ou prendido-o (como se eu pudesse). Agora aqui estou eu, correndo sem rumo no meio dessa densa e escura floresta, sendo perseguida por um vampiro louco e gostoso.

Uma semana atrás...
(...)
- Vampiro!
Afastei-me de Damon sorrindo como uma tonta, porque ele estava brincando comigo daquele jeito? Eu não era idiota, não tinha o direito de ser enganada.
- Você está brincando comigo... - Ainda me afastando, quase gritei com Damon.
Olhei para Stefan, em busca de refúgio, esperando que ele sorrisse e fossem reveladas as câmeras e que tudo não passasse de uma piada.
- Ah! Você queria a verdade, agora não se faça de frustrada. - Damon sorria sarcasticamente.
- Vem, eu te levo pra casa! - disse Stefan, tocando delicadamente em meu braço.
Ainda desnorteada, afastei o braço dele com violência. Ele me olhou piedoso e fez um gesto de afirmação com a cabeça, pedindo minha confiança. Respirei fundo e aceitei a carona, afinal, eu sabia que naquele rapaz eu podia confiar, mas no fundo eu sentia que estava presa a Damon por algo mais forte do que eu.

***


- , , não fuja de mim. Você sabe, sabe que será minha! O seu corpo já me pertence. Precisa de mim.
Eu corria, mas começava a sentir uma fome incontrolável; tudo em mim doía e minhas pernas pediam descanso, mas como eu ia parar para tomar fôlego com Damon em minha cola?

***


- Aqui? - perguntou Stefan, estacionando seu carro.
Eu apenas afirmei com a cabeça.
- , não precisa se preocupar. Damon não vai fazer nada contra você.
- Hum... okay!
Abri a porta do carro, digerindo ainda toda aquela historia de vampiro. Stefan tinha me contado algumas coisas sobre a fundação da cidade. Ah, que fosse; só queria dormir e esquecer daquilo. Nunca mais procuraria por eles e trataria de investigar a minha missão nesse mísero lugar.
Assim que Stefan arrancou com o carro, meu celular tocou Bad Romance da Lady Gaga bem alto. O toque me assustou fazendo com que eu derrubasse tudo no chão.
- Droga! - xinguei, me ajoelhando para pegar minhas coisas espalhadas no cimento molhado pela chuva da noite passada.
Peguei meu celular entre os dedos para não molhá-lo com minhas mãos suadas do susto e constatei no visor que haviam cinquenta e duas chamadas não atendidas, a maioria de , e algumas da minha família. Eu havia esquecido completamente que tinha deveres, envolvida com toda aquela situação surreal nem me dei conta de que tinha amigos e família, além de um importante trabalho que se bem sucedido me daria a vaga definitiva no FBI.
"Rah-rah-ah-ah-ah-ah!/ Rah-rah-ah-ah-ah-ah!
Rama-ramama-ah/ Rama-ramama-ma
GaGa-ooh-la-la!/ Gaga-ooh-la-la!
Want your bad romance/ Quero seu mau romance
"
Ai, que horror, a letra não podia ser mais oportuna no momento. No visor, o nome de me fez gelar. Eu ia levar bronca e nem poderia reclamar; ele estava com toda razão, pois eu sumi por praticamente dois dias.
- Alô? - atendi com a voz mais doce do mundo.
- Droga, , o que aconteceu com você? Eu já estava enlouquecendo com a pressão da sua família...
- ...
- Eles estavam ligando pra você também, eu só estava esperando completar as quarenta e duas horas pra alertar a polícia local...
- ...
- Eles não sabem que o FBI está no caso, você quase pôs tudo a perder... Sabe que dia é amanhã?
- CALA A BOCA E ME DEIXA EXPLICAR! - Opa, acabei de gritar com meu chefe.
Ouvi um barulho de vento no fundo, podia até imaginá-lo contando até dez calmamente, como sempre faz quando está nervoso.
- Então explique, mas vou logo avisando: você está numa bela encrenca, uma grande e bela encrenca, mocinha!
- É, eu sei! Mas devo ter direito a uma réplica, não? - falei, meiga.
Inventei toda uma história sobre o lugar não ter cobertura para minha operadora telefônica, disse que eu tinha mudado de hotel para conseguir uma ligação, e coitadinho até o fiz sentir-se culpado por tudo que estava vivendo. Ele fez um discurso sobre a vida de policial e me fez prometer ao menos mandar email e não deixá-lo totalmente sem informações. Só depois de prometer três vezes e jurar pela minha alma e de todos que eu amava, ele desligou o telefone.
Então, pude descansar. Peguei uma muda de roupa limpa e uma toalha em minha mala, ainda arrumada, e segui para o banheiro do quarto. Liguei o chuveiro e deixei a água quente lavar toda aquele cansaço. Comecei a me ensaboar e lavar meus cabelos, passei a mão no pescoço e... Peraí, o que era aquilo? Corri para o espelho e vi as duas marcas: um pontinho vermelho embaixo e outro em cima, de mais ou menos meio centímetro de distância. Eu tremi; então era verdade, Damon era um vampiro e ele havia me mordido. Será que eu ia virar uma vampira? Corri para debaixo do chuveiro, tentando eliminar os vestígios daquele atentado contra o real e o fictício e, de tanto esfregar o local, começou a sangrar. As lágrimas não puderam ser contidas; eu tinha feito uma loucura e agora estava sendo castigada. Damon me mordeu para provar que podia a qualquer momento me destruir, era verdade, era tudo verdade. Ele era o assassino e estava tentando me eliminar para continuar a fazer seu filme de terror naquela cidade.
A raiva sobreveio ao pavor, e agora eu só tinha um desejo: acabar com Damon Salvatore para mostrar a ele que mesmo sendo mais fraca, eu era mais inteligente. Vesti meu pijama de cetim lilás estilo gueixa e me escondi debaixo dos lençóis brancos e cheirosos da cama do hotel. Estava tão cansada que era impossível resistir ao impulso de fechar os olhos e... dormir.

Os passarinhos cantavam em minha janela, meu celular tocava o despertador habitual das sete da manhã. Como todos os dias, eu me levantei e me alonguei, tomei um banho e desci para o café. No restaurante do hotel, várias pessoas conversavam, aflitas. Nenhuma delas notou minha presença, pois todas estavam entretidas em ler o jornal matinal.
Procurei uma mesa vazia e peguei o jornal que se encontrava em cima dela. Em letras garrafais, bem no cabeçalho da primeira página, estava escrito:

MAIS UM ASSASSINATO MACABRO EM MYSTIC FALLS
"A pequena cidade vive uma onda de terror. A adolescente Tessie Mcfee foi encontrada morta. O corpo não tinha digitais e havia sido queimado para dificultar o reconhecimento. Os legistas afirmam que antes de ter sido queimado, o cadáver da garota tinha sido drenado e deixado sem nenhuma gota de sangue. Agora cabe à polícia local solucionar esses crimes que assolam Mystic Falls, sozinha ou com a ajuda do FBI."


Gelei. Meu corpo inteiro enrijeceu. O cadáver havia sido drenado: sangue! Eu não podia crer; sabia quem havia feito isso e ia tentar um acordo de paz. Caso não desse certo, ia mudar para o plano B.
Corri para meu quarto, sem tomar café, e procurei na internet alguma coisa sobre como matar vampiros. Se a vida te dá uma laranja, faça um suco. Mas se a vida te dá um limão, chupe-o, por mais azedo que seja, já dizia minha mãe. Eu ia caçá-lo, nem que fosse no inferno.


CAPÍTULO CINCO: Caught in a bad romance./Presa em um mau romance.

Minha internet não ajudava. A maldita conexão caía a todo instante, e as poucas coisas que li me pareciam inúteis: vampiros psíquicos, vampiros não morrem com estacas, água benta...
- Acho que ao menos essa teoria pode ser verdadeira, vampiros não podem sair ao sol! - balbuciei enquanto navegava na rede.
- Então eu acho que você se enganou! - disse uma voz sedutora atrás de mim.
Eu não gritei, e se me assustei, não demonstrei. Virei devagar para encarar aqueles olhos azuis que tanto me enfeitiçavam. Surpresa por vê-lo no foco da luz solar de minha janela, apenas sorri - sem a mínima vontade, mas sorri - para mostrar àquele... vampiro que ele não me assustava mais.
- Você está tão linda! Que tal uma diversãozinha antes do trabalho? - perguntou ele, se aproximando de mim.
- Seria ótimo. - Eu vou jogar com você Damon.
- Ah , você é a garota que eu estava precisando.
Então o olhar dele ficou mais profundo e sua voz mais séria, perdendo um pouco da diversão habitual. Damon tocou meu pescoço, bem onde ele havia mordido, e continuou a olhar-me.
- Você me quer, , você deseja dormir comigo... - falava Damon, enquanto me prendia na parede oposta a passos lentos.
Eu fiquei imóvel, olhando para ele com a boca semi-aberta, concordando com o que ele dizia com um aceno de cabeça. Damon já sorria quando eu gargalhei. Ele pareceu desconcertado e eu me senti poderosa. Damon desviou seu olhar de mim e começou a andar pelo quarto.
- Entendi! Stefan te contou sobre a indução. Deve ter te dado verbana também, não é? - perguntou, retomando seu ar irônico.
- Não sei do que você está falando! - respondi.
- Não tente me enganar. Eu vivo há mais de cento e cinquenta anos. Sou mais esperto que você.
- Talvez, mas não mais inteligente. Sou uma agente júnior do FBI. Esqueceu, Damon Salvatore? O que prova que também sou esperta.
- Não preciso de provas, eu sei! Você me escolheu, então eu tenho certeza de que é esperta. - O corpo de Damon estava colado ao meu; eu podia sentir seus músculos por cima do tecido negro. - Não preciso de indução com você. , eu sinto que me quer.
Damon me prendeu na parede como em uma jaula com seus braços. Eu tinha que fugir, mas não tinha vontade. Continuava a encará-lo, lutando contra meus instintos femininos de possuir aquele homem dentro de mim. Sorri comigo mesmo, tendo certeza de que era uma batalha perdida, pois eu queria Damon tanto quanto ele me queria.
Senti os dedos dele percorrerem meu braço, traçando desenhos abstratos em minha pele perfumada de sabonete. Involuntariamente, minhas mãos procuraram sua nuca, forçando ainda mais sua boca quente em meu pescoço. Sua língua me enlouquecia e eu já estava em clímax antes mesmo de nos beijarmos. Damon se afastou de mim e sorriu, então de repente eu vi que tinha feito a escolha errada, e eu estava adorando-a.
- Eu disse que não precisava te forçar a nada. Você me deseja, garota.
Eu não disse nada. Se ele sabia e eu já havia demonstrado aquilo, não ia perder tempo tentando contestá-lo. Avancei em Damon como um leão na caça, beijei aqueles lábios convidativos, tirei seu casaco e sua camisa, admirei aqueles músculos por um tempo e sorri. Eu era louca, sim, muito louca, e estava adorando aquela adrenalina. Damon não se mexia, mas quando eu mesma tirei minha blusa rosa de algodão, ele não se conteve e me abraçou de uma forma tão rude e violenta que me tirou de chão. Puxando meus cabelos, ele levantou minha cabeça e beijou todo o meu colo.
Damon me jogou na cama e deitou-se por cima de mim. Naquele momento percebi que nele já não havia mais traços de ironia ou de vampiro; era apenas um homem que desejava fervorosamente possuir uma mulher. Eu não usava nada por baixo da blusa, o que facilitou Damon em sua busca incessante pelas curvas de meu corpo. Já completamente nus, eu implorava em silêncio para que ele me possuísse por inteira, e fui atendida. Nossos movimentos pareciam cadenciados pela regência de um maestro; juntos éramos perfeitos, e se não fôssemos inimigos, nosso sexo parecia uma dança ensaiada durante anos para a primeira apresentação.
Quanto mais eu tentava fugir de Damon, mais eu ia me dando conta do quão presa eu estava naquele romance ruim. Tudo nele me atraía, mas desde a primeira vez que vi aqueles olhos, me prendi neles como um viciado na droga preferida. Tentava fugir dele como o diabo da cruz, e ainda assim só ficava mais perto, sendo atraída e seduzida por aquele homem, por aquele vampiro.
Ainda era difícil aceitar que tais seres míticos eram reais, mas não dava para calar as verdades que insistiam em gritar na minha frente. E mesmo com medo por mim e duvidando de minha sanidade, lá estava eu, deitada na mesma cama com ele.


CAPÍTULO SEIS: And baby when it's love if it's not rough it isn't fun./E querido amor sem dor não é divertido

- Acho que já foi o suficiente por hoje - falou Damon, se levantando. Em segundos, ele estava vestido e pronto para ir embora.
- É, eu também! - concordei com ele, me levantando sem pudor por estar nua e indo para o banheiro.
Pude sentir o olhar de Damon me acompanhar até o fechar da porta, então escorreguei até o chão e comecei a respirar fundo, me controlando para não gritar. Eu estava muito feliz, mas não podia demonstrar isso a ele. Damon era a caça e eu a caçadora. Pus meu roupão e abri a porta, tentando parecer displicente, mas ele já não estava lá.
O telefone do quarto tocou e eu atendi, decepcionada por não ter encontrado o meu vampiro no quarto.
- O que é? - perguntei enraivecida, achando que era .
- É assim que você fala com sua mãe, ? - retrucou a voz conhecida do outro lado da linha.
- Mãe! Que saudade - disfarcei.
- Não parece, né, sua ingrata. Você não atende ao telefone, quase mata a mim e a seu pai de preocupação e chega em seu hotel sem nem ao menos ligar pra essa cachorra aqui e dizer que você está bem.
- Ah, mãe, não apela, tá! Eu cheguei muito cansada e fui dormir. Acordei há algumas horas, e fui resolver umas coisinhas no hotel...
- Hum!
- Mãezinha, minha flor, sabe que eu te amo, né? - Essa tática nunca falhava.
- Sei, meu amor. - Bingo. - Como é que estão as suas férias?
Minha mãe não sabia da missão, pois era ultra-confidencial, e ela achava que eu estava de férias com tudo pago pelo governo dos EUA. Odiava enganar minha mãe, mas pelo que eu andava descobrindo que acontecia em Mystic Falls, achava melhor ela ficar de fora disso mesmo.
- Ótimas, mas ainda nem tive tempo de curtir muito. E por aí, como está o papai? Ele melhorou da coluna?
- Sim, querida, seu pai melhorou. Vai ter que fazer fisioterapia, mas sabe como é, né... homens.
- Diz pra sua mãe que você está ocupada agora! - sussurrou uma voz no meu ouvido. Damon Salvatore.
- Ah! - Eu me assustei.
- O que foi, querida? - perguntou minha mãe ao telefone.
- Nada! A campainha; preciso ir atender, mãe. Te amo e ligo mais tarde.
- Beijos, e não me deixa sem notícias.
- Beijo.
Damon estava parado atrás de mim com uma sacolinha de papel na mão. Lindo como um deus deve ser. Oh, meu Deus, eu estava me envolvendo emocionalmente com aquele homem. Ele estava me ganhando e eu precisava resistir.
- Trouxe comida pra você. Achei que depois de toda energia que você gastou ia precisar - falou ele com ironia.
Eu corei e me mostrei fraca na frente dele. Amarrei meu roupão e peguei o saquinho da mão sem sorrir.
- Você não precisava se preocupar comigo! - disse.
- Mas você gostou, não gostou?
Olhei para Damon e ele sorria, encostado na porta da cozinha com as mãos nos bolsos.
- Claro que sim. Eu realmente estava com fome.
Damon veio na minha direção enquanto eu colocava o sanduíche que ele trouxe no microondas. Ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço. Enquanto eu lutava contra minha vontade de voltar pra cama com ele, Damon me seduzia e por fim me decidi.
- Saia daqui! Saia daqui agora! O que aconteceu não foi um erro, mas com certeza não era pra ter acontecido - gritei com ele enquanto o empurrava para fora de meu apartamento.
- O que você está fazendo? - perguntava ele, perdendo o sorriso sarcástico.
- Eu não te quero. Você contamina o ar da minha casa. Sai.
- , você ainda vai se arrepender do que está fazendo. Assim que deitar naquela cama e sentir meu cheiro, a minha ausência vai doer, gatinha!
- SAI DAQUI, DAMON! - gritei, descontrolada, antes que eu desistisse de expulsá-lo de meu apartamento.
Assim que ele saiu, respirei fundo e fui até o microondas. Peguei o sanduíche que ele trouxera e joguei no lixo, me segurando na pia e fechando os olhos, mas assim que o fazia, o rosto dele entrava em foco. Joguei os copos no chão e gritei comigo mesma. Sabia que isso não ia adiantar, mas queria extravasar toda aquela ira que tomava conta de mim.
Resolvi sair de casa para espairecer e me dei conta de o atestado que eu pedira a para me arrumar estava vencendo naquela semana, e na segunda eu ter que ir até a escola, ser uma aluna do Mystic Falls High School. Fui até uma praça e me sentei, cansada. Olhei as pessoas que passavam e nenhuma delas parecia sentir a perda de Tessie. Pus o rosto entre as mãos e resolvi que ia procurar saber sobre a menina que havia morrido. Desde que eu chegara àquele lugar, não tinha feito outra coisa a não ser me meter em encrencas sobrenaturais.


CAPÍTULO SETE: And after he's been hooked I'll play the one that's on his heart./E quando ficar encurralado eu conquisto o coração dele.

A construção se erguia majestosa em minha frente; parecia uma antiga casa senhorial, outrora habitada por lindas damas em rodados vestidos rendados que bordavam na varanda da casa. Hoje era uma escola de ensino médio, agora nos jardins se viam sentados jovens que fumavam e conversavam sem curiosidade sobre o "ontem" daquela cidade.
Me vi andando naquela mesma grama verde em direção à grande porta de vidro e madeira. Cheguei envergonhada como qualquer garota em seu primeiro dia de aula na escola nova. Fui até a secretária e peguei meus horários, segui sozinha até a aula de Historia e sentei ao fundo da sala. Não tinha a mínima intenção de prestar atenção no professor e sim na reação dos alunos quando eu questionasse sobre as mortes na pequena cidade.
Faltava apenas alguns minutos para que o horário começasse quando vi Stefan entrar na sala, a mochila de lado, as roupas escuras, as mãos nos bolsos... Ele parecia nervoso com alguma coisa. Ao lado de Stefan, uma bonita garota de cabelos lisos e compridos desfilava sua beleza. Ele deu um rápido beijo em sua testa e sentou à minha frente, enquanto ela seguiu para perto de uma garota de pele morena e virou para trás, para lançar a ele um olhar de cumplicidade e carinho. Stefan não falou comigo durante as duas primeiras aulas; somente na de Biologia ele sentou ao meu lado e puxou assunto.
- Soube que esteve com Damon - disse ele, frio, manipulando as lâminas do microscópio.
- É, foi uma triste coincidência - respondi sem jeito.
- , por favor, estou avisando a você que Damon é perigoso. Ele consegue ser sedutor quando quer. Sou irmão dele e sei disso!
De repente, eu lembrei que Damon havia me dito que tinha mais de cento e cinquenta anos, e Stefan sendo seu irmão devia ter mais ou menos a mesma idade, o que significava que ele também era um vampiro. Levantei em pânico, derrubando minha cadeira e algumas lâminas no chão.
- O que foi? - perguntou Stefan, enquanto toda a turma se preocupava em me olhar assustada e cochichar.
- Nada! - disse, tremendo. - Professor, não estou me sentindo bem. Posso ir até a enfermaria?
O professor olhou-me por um instante e fez que sim com a cabeça. Peguei minhas coisas e saí da sala rapidamente, sem olhar para Stefan. Fiquei sentada do lado de fora da escola, remoendo minha lerdeza. Era óbvio que Stefan era a mesma coisa que o irmão. Sorri com minha burrice e fiquei brincando com a grama, até que vi uma sombra se aproximar de mim. Afastei-me e virei para trás. Era a garota que havia entrado na sala de aula com Stefan.
- Oi, desculpe! Não queria te assustar, . É esse o seu nome, não é? - perguntou ela, sentando ao meu lado.
- Sim! Mas como você sabe?
- Stefan me contou. Ele é meu namorado. Eu sei o segredo da família Salvatore, e sei que você também sabe. Pode confiar em mim. - Ela sorriu e eu respirei, aliviada.
- Ele também me disse que você está envolvida com Damon e que é uma relação perigosa. Já deve saber que o irmão Salvatore mais velho não presta.
- É, eu estou desconfiada. - Engoli em seco quando dei essa resposta.
- Hum... Ele está preocupado com você.
- DAMON? - guinchei.
- Não! O Stefan. - Ela olhou-me com curiosidade.
- Ah... pensei...
- Tudo bem, ele se preocupa com você por um motivo bem convincente, por isso não fico com ciúmes - disse ela, sorrindo. - Você lembra a irmã dele.
- A irmã? Eu não sabia que eles tinham uma irmã!
- Ha, aí está um problema a ser resolvido. Ninguém sabia. A menina morreu ainda pequena, quando eles era adolescentes. Pegou uma gripe que na época não tinha cura. Jamais se recuperou e morreu nos braços de Stefan. Por isso ele tem tanto cuidado com você; ele está realmente tentando te proteger, acha que deve isso a irmã que não conseguiu salvar. Talvez ache que você é a reencarnação dela! - concluiu Elena.
- Reencarnação, isso não existe! - disse eu.
- Convivendo com vampiros eu até deixei de julgar o que é verdade e o que mito!
Eu tinha que admitir: ela estava certa. Com o que eu sabia, quem era eu para dizer que reencarnação não existia?
- Ele me pediu para te entregar isso. - Ela me estendeu uma pulseira com um pingente em forma de coração. - Era da irmã dele, está cheia de uma erva chamada verbana, que te protege da influencia de qualquer vampiro. Você vai precisar.
Peguei a pulseira e Elena a prendeu em meu pulso para mim. Agradeci o presente e me levantei. Ela fez o mesmo e me segurou de leve no braço.
- Posso te perguntar uma coisa? - pediu ela, um pouco mais séria e cruzando os braços.
- Claro que sim!
- Você gosta do Damon? - Elena foi direta.
Alguma coisa em meu estômago estava inquieta. Sorri, sem graça, e as palmas de minhas mãos começaram a suar. Fiquei nervosa com aquela pergunta e isso respondia a mesma. Elena me olhou com cumplicidade e sorriu. Eu percebi que ela entendeu minha resposta. Eu queria morrer de vergonha.
- Entendo! - disse ela, indo embora


CAPÍTULO OITO: No he can't read my poker face./Ele não consegue ler minha cara de blefe.

Eu estava cada vez mais envolvida com Damon, e minha investigação era a mais infrutífera possível, mas foi quando recebi uma ligação de que vi que estava prestes a perder tudo: a vaga de agente do FBI e minha estadia em Mystic Falls.
Pela tarde, eu estava digitando algumas pesquisas no meu computador quando o telefone tocou.
- Alô? - falei ao bocal do telefone.
- , sou eu, . - Meu coração quase parou. - Estou ligando porque estamos sendo pressionados aqui no Q.I. sobre as novidades. O que anda acontecendo por aí?
- Ah! Desde a morte de Tessie, nunca mais houveram casos de assassinatos na cidade, . Tudo está calmo demais, nem há o que investigar.
- NÃO HÁ O QUE INVESTIGAR? Então quer ser trazida de volta para Nova York, ? Eu acho bom você encontrar uma anormalidade para investigar ou mandarei um outro agente com mais capacidade que você para o fazer. - E o telefone ficou mudo.
- Droga! - murmurrei.
Sentei em minha cama e comecei a chorar. Não podia perder esta oportunidade, pois era única na vida de qualquer um. Eu havia conseguido um feito que quase ninguém no mundo conseguiria. Não tinha experiência nem como policial, e já estava prestes a entrar na polícia mais cobiçada e visada no mundo. Tinha que fazer alguma coisa.
Peguei meu casaco e fui porta afora sem nem trancar o apartamento; estava com outros planos na cabeça. Arranquei a pulseira que Stefan havia me dado por meio de Elena e fui até meu carro. Abri o porta-malas e tirei uma sacola de lona. Dentro dela estacas de madeira branca, vidrinhos de água benta e alguns livros que eu havia comprado na internet. Sentia-me idiota, mas se eu sabia quem estava causando toda essa destruição e podia contar, não ia deixar a oportunidade passar.
Entrei em meu pequeno SmartCar cinza com preto e dei partida, ainda tomada pela tristeza de ter que fazer isso eu chorava copiosamente, as lágrimas embaçavam minha visão. Parei em um posto de gasolina e comprei um energético. Tomei um grande gole e disquei do meu celular o número de Damon. O telefone tocou umas três vezes e a voz rouca dele soou divertida do outro lado da linha.
- Olha! Quem é vivo sempre aparece! - brincou Damon. Eu tinha que resistir àquela charme.
- Os mortos de Mystic Falls bem que podiam dar as caras de vez em quando. - Entrei no jogo.
- Ah, gatinha, eu não sou de procurar ninguém! Prefiro que elas venham até mim. - Ele sorriu ao telefone.
- Então eu te espero na floresta, naquela clareira onde foram encontrados os primeiro corpos. Adoro locais macabros, que foram cenários de terror. Não te excita?
- , não me provoca! O que você tem em mente? - perguntou Damon.
- Uma surpresinha pra você! - Desliguei o celular e respirei fundo.
Peguei uma estaca em minha sacola e escondi debaixo de meu casaco. Meu revólver havia sido carregado com balas de madeira, e eu tinha algumas de prata no estoque, tudo produto da internet. Arrumei minha roupa e segui para a floresta; já estava bem perto.
Quando cheguei, Damon estava encostado em uma árvore, lindo! A luz da lua iluminava parte de seu rosto, e os olhos azuis foram tomados de uma cor surreal, linda de ver, assustadora de se admirar.
- Então o que você quer aqui, no seu cenário de terror? - perguntou-me ele, vindo em minha direção.
- Você! Não posso te querer? - respondi, astuta.
- Claro que sim! É o que todas querem. - Ele pegou minhas mãos e colocou em seu peito firme e musculoso, por um instante esqueci o que eu tinha ido fazer ali.
Damon tirou seu casaco e me abraçou forte. Beijamo-nos sem pudor, foi violento como sempre, mas eu adorava o jeito másculo como ele me pegava. Damon me encostou em uma árvore e carregou-me, fazendo com que eu prendesse minhas pernas em sua cintura, tudo isso sem romper um beijo profundo e sensual que dávamos. Tirei sua camisa e toquei cada parte de seu tórax, sentia Damon cada vez mais excitado em sua masculinidade, mas eu não podia esquecer meu objetivo. Tremi de medo quando ele tentou tirar meu casaco, só que por ironia do destino ele não percebeu a estaca escondida no bolso interno dele. Estava agora só de blusa e calça, e Damon seminu. Tiramos a roupa que nos restava e fizemos amor ali mesmo. Eu pretendia pegá-lo de baixa guarda.
Enquanto ele se deleitava no movimento de vai-e-vem, eu retomei minha consciência e peguei meu casaco, que estava perto de mim. Com cuidado, tirei a estaca. Estava prestes a enfiá-la em seu peito quando ele parou e me olhou.
- Então você se acha mais esperta do que eu, sua vadia? - disse ele, calmo, me pegando pelo pescoço como fizera com Stefan semanas atrás.
- Da-Damon... - disse eu, com a voz entrecortada por falta de ar.
- Isso, chama pelo nome, vagabunda! Você achou que podia me enganar com seu argumento de criança? Achou que ia me enganar com sexo? - Damon sorriu, irônico. - Crianças, quando vão aprender que não podem nada contra MIM?! - Depois de gritar a última palavra, ele me jogou com força no chão.
Estava deitada no chão, cuspindo terra, quando ele puxou meus cabelos e beijou-me na boca, mordendo meus lábios até machucá-los, sugando as gotas de sangue. Eu então me dei conta de que ainda estava com a estaca na mão. Damon pareceu perceber a mesma coisa e a tomou com cuidado de mim. Eu estava achando que havia quebrado uma costela.
- Eu não quero te machucar, , mas você queria me ferir. Eu fiquei magoado e agora você vai ter que aguentar as consequências.
As lágrimas de dor vieram aos meus olhos antes que eu pudesse contê-las. Gemi e ele pareceu se deleitar com meu sofrimento. Pondo a mão na cabeça, Damon começou a falar:
- Por que você resolveu fazer isso, ? Pela primeira vez em tantos anos eu estava gostando de alguém. Não tinha só interesse físico em você. Eu queria você para mim. Estava disposto a esquecer o passado, esquecer Katherine e o cristal que pode trazê-la de volta para mim. Eu estava te amando de verdade e é assim que você me retribui? Com essa violência, atentando contra minha vida? Ou morte, que seja! - Ele parecia estar sofrendo.
Damon se abaixou perto de mim, que estava no chão, e me deu um tapa forte, fazendo com que eu mordesse meus lábios machucados e gritasse de dor.
- Isso não é metade da dor que eu ia sentir se enfiasse essa estaca em mim! Pensei que gostasse um pouquinho da minha pessoa - disse ele.
Reuni toda minha força e me levantei, limpei o sangue da minha boca e avancei para Damon. Ele me jogou para longe. Então percebi que sozinha eu não tinha chance contra ele. Arrastei-me até meu casaco, o sobre-tudo marrom que havia ganhado da minha mãe no natal, e o vesti. Fiquei ali no chão, deitada, recuperando minhas forças enquanto Damon se sentou longe, no chão, com as mãos na cabeça. Parecia um garoto que acabou de aprontar e agora não sabia o que fazer. Ele veio até mim e sussurrou ao meu ouvido:
- Desculpe, , eu queria fazer isso em um lugar romântico - disse, me forçando a beber o sangue que jorrava do seu pulso.
Então ele segurou minha cabeça entre suas mãos e virou meu pescoço, dando fim à minha vida.


CAPÍTULO NOVE: I wanna roll with him, a hard pair we will be./Eu quero sair com ele, seremos um casal durão.

Acordei arfando, fiquei uns dois minutos esperando as dores reaparecerem, mas nada! Passei a língua nos meus lábios, mas eles não estavam machucados. Sentei-me e estava quase me convencendo de ter sido um sonho quando dei uma boa olhada ao redor. Eu ainda estava na clareira e em pé na minha frente estava ele, gloriosamente perfeito, muito mais do que eu me lembrava. Seus olhos já não pareciam tão fascinantes para mim. Arrastei-me para longe dele e bati em uma árvore.
- O que você fez comigo? - perguntei.
- O que todas querem que eu faça com elas. Te dei a vida eterna! - Ele sorriu para mim, e eu saí em disparada pela floresta.
Eu corria em pânico, completamente desesperada. Devia ter seguido o conselho do Stefan há algumas semanas atrás, quando descobri que não devia me aproximar do Damon, mas ele era tão cativante, irônico e perfeito. Sabia que devia ter fugido ou prendido-o (como se eu pudesse). Agora aqui estou eu, correndo sem rumo no meio dessa floresta densa e escura, sendo perseguida por um vampiro louco e gostoso.
A certa altura, ouvi a voz de Damon, mas não sabia dizer de onde vinha.
- , , não fuja de mim. Você sabe, sabe que será minha! O seu corpo já me pertence. Precisa de mim.
Eu corria, mas começava a sentir uma fome incontrolável, tudo em mim doía e minhas pernas pediam descanso, mas como eu ia parar para tomar fôlego com Damon na minha cola?
Eu me virei por um segundo para ver se ele me seguia quando trombei com algo macio na minha frente. Damon Salvatore. Ele me segurou pelos pulsos enquanto eu gritava e tentava me soltar.
- Calma! Eu não vou mais te machucar - retrucou ele.
Eu estava descontrolada, sentia todo meu corpo mudando, não sentia dores, só vontade de morder, qualquer coisa e quem estivesse em minha frente. Meus olhos arderam e senti as veias de meu rosto se dilatando. Parei de me debater e toquei meus dentes, mas sem nenhuma razão eu estava normal de novo.
- Precisa de sangue, humano, de preferência. Vem comigo, vamos procurar alguma "coisa" para comer. - Damon me abraçou. Eu já não tinha forçar para resistir, e nem queria.
Sentia-me diferente, com uma vontade de ver sangue jorrar. A fome era insuportável.
- Está vendo aquele cara? Está acampado aqui há dias. Eu já teria me alimentado dele, mas é um homem. Acho que é bonito para você. Vá lá e faça dele seu primeiro banquete; tenho certeza que nunca mais esquecerá esse momento - sussurrou Damon, me beijando.
Saí de entre as folhas e fui andando até o homem que estava sentando, folheando um livro à luz da fogueira. De perto pude perceber que devia ter no máximo uns vinte e três anos e tinha cara de aventureiro. Quando me viu, se assustou, mas assim que percebeu minha roupa seu olhar se tornou malicioso.
- O que você está fazendo sozinha no meio dessa floresta? - Ele me olhou de cima abaixo.
- Estou perdida! Será que pode me ajudar? - perguntei, me fazendo de inocente.
- Claro. Do que você precisa? - Ah, como ele era prestativo.
- Do seu sangue! - respondi, forçando os músculos de meu rosto. Senti meus olhos mudarem de cor, minhas veias dilatarem e meus caninos crescerem.
- MEU DEUS, O QUE É... - Antes que ele pudesse terminar a frase, eu já havia pulado em pescoço e arrancado sua artéria, fazendo sangue espirrar para todo lado. Damon então se mostrou e bateu palmas para mim. Ele pegou meu rosto lambuzado de sangue e me beijou, e juntos compartilhamos minha primeira refeição vampira, aquela que me tornou o que sou hoje.

Minha história pode ser considerada um conto de fadas para algumas pessoas, mas não foi nada feliz quando em companhia de Damon fingi minha morte e vi minha mãe, pai, amigos e funcionários do FBI chorando em cima de meu caixão.
Quando cheguei na casa dos Salvatore suja de sangue, Stefan me olhou com raiva e repreendeu o irmão, desencadeando mais uma briga monstruosa, ou quando Elena Gilbert se disse decepcionada com minha escolha. Saí da escola, desisti da carreira policial, não tenho mais nada, não tenho mais a vida. Sou uma aberração que vive de vitalidade dos outros. Stefan tentou me ensinar a caçar, mas eu não me adaptei a comer coelhinhos e animais da reserva de Mystic Falls; preferia o sangue humano, mas também abominava tirar a vida de pessoas inocentes, como Damon fazia. Eu o amava muito, e ainda o amo; ele é tudo que eu tenho, e acho que sou tudo que ele tem. Sinto que há uma forte ligação entre nós.
Certa vez ele me contou que sua irmã, Cassidy Salvatore ou Cassi, era sua prometida - ela iria casar com ele para que a sangue de sua família jamais se misturasse com o sangue de outra família que não fosse tão poderosa quanto os Salvatore. Disse-me também que Cassi morrera chamando por ele e prometendo que ficariam juntos em outra vida, aos dez anos de idade, quando ele tinha quinze, ela o amava, era fato. Mas ao que parece, somente ela teve a chance de reencarnar. Damon ainda vivia ou existia, não sei bem definir o que fazemos, mas agora o que Elena me contou naquela distante parece fazer sentido. Hoje vivo de roubar bancos de sangue de hospitais dos EUA. Não é uma existência fácil, mas eu gosto. Mentira, eu adoro.
- Obrigada, Cassidy, por ter escolhido a mim para ser sua hospedeira. Prometo que vou amar Damon como você o ama.
Hoje tenho certeza de que nasci somente para ser o que sou: vampira e amante eterna de Damon Salvatore.
Fim




Nota da autora: Ah, eu queria que tivesse ficado mais quente, só que resolvi maneirar. É minha primeira fic publicada em um site de sucesso, então maneirem. Eu sou novata nessa coisa de escrever. Ah, eu meti uma irmãzinha Salvatore na historia kaskaskps, me influenciei um pouco em um livro que li quando criança ("Médico ou Semideus"), onde a personagem principal era uma jovem psiquiatra chamada Cassi, mas lá o nome dela era Cassandra Cassidy ;D. Tenho que agradecer a Amy, que com todo jeitinho do mundo me incentivou a terminar essa fic, sempre dizendo que estava muito boa (mesmo ela mentindo kkk). Eu escrevi essa fic sempre à noite, porque eu me inspirava, e mais uma coisa, eu me imaginei no papel da amante do Damon kk, acho que todas as autoras fazem isso, né? Vou agora terminar a fic do Snape dlç, pra postar nas de Harry Potter, também com a supervisão da Amy (se ela aceitar).
Beijo nas bundas brancas ou coloridas e até :*

Nota da beta: Ai. Você me chamou de mentirosa e partiu meu alt+3 *cry* APSAPOSPAOSAPOSAO Só pra deixar claro, eu NÃO menti. Eu disse a verdade sobre o que achei da fic.
Agora são vocês quem devem fazer isso, mas pra nossa querida May, alright? Comentem muito, pois essa fic merece. Damon, vemk (666'
Vejo vocês na fic do Snape dlç! - Se não lerem, eu não transformo vocês em vampiras. *olhar ameaçador* Mwahahahaha.
Qualquer erro daqui é meu! Mandem-me emails para me informar se encontrarem algum erro qualquer >> amy.moore182@yahoo.com.br
Beijos, Amy Moore xx

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