Escrita Por: Paula Longhin | Betada Por: Bruuh | Revisada Por: Thai Barcella



Todo dia parece segunda-feira

Eram seis e dez da manhã, quando ouvi o celular tocando. Era o bendito despertador me acordando para o “dia”, para uma garota do interior, ir para São Paulo era muito legal, para muitos, uma simples viagem da escola que se estenderia uma semana na casa da minha tia, mas significava bem mais, era como uma viagem fora da realidade. Iria me divertir com meus amigos.
Desliguei o alarme e fui para o banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes e liguei a chapinha. Olhei para o guarda roupas e peguei meu jeans preto esfolado, coloquei o uniforme do colégio, um bamba nos pés e meu famoso pingente SOS, que eu jamais tirava, a não ser para o banho, aquele pingente era mais que especial, era do meu avô que esteve na guerra, eu adorava-o. Olhei-me no espelho, estava normal, embora meu normal fosse uma menina com franja roxa e uma expressão meio perdida, eu era assim, com meu estilo de sempre e vestia as roupas que eu mais gostava. Fui para o banheiro, “chapei” a franja, fiz uma trança na metade do cabelo e, como sempre, tratei de rebocar os olhos com uma boa camada de lápis.
Após meia hora estava pronta. Peguei minha mala, o celular, tirei as pilhas do carregador, coloquei a máquina na bolsa e fui para a cozinha, abri a geladeira, peguei uma Coca-Cola e uma garrafa de água. Coloquei na bolsa e fui para a escola. Cheguei lá às sete horas, como sempre, atrasada.
- Oi, gente! - Eu disse entrando no ônibus, me sentando no lugar guardado por um amigo.
- Oi, ! - Respondeu-me , dando um beijo no meu rosto.
- Ain, estou tão animada! Será que nós vamos ao Morumbi Shopping mesmo? - Perguntou , entrando na conversa.
- Com certeza, nós conseguimos persuadir a professora! - falou, entrando na conversa.
Éramos seis amigos, quatro meninas e dois meninos, totalmente esperançosos pelo dia que estava começando.
Durante a viagem só se ouviam risadas, besteiras vindas da boca do .
“Eita menino retardado!” Pensei comigo mesma.
Flashes, de vez em quando, atordoavam um pouco a minha visão, afinal, eu estava distraída ouvindo McFLY. Em toda viagem, eu ouvia McFLY, ou melhor, minha vida era essa banda, mas hoje estava um dia muito bom para se ouvir Ultraviolet, estava um dia ensolarado, embora fosse primavera e a música se referisse ao verão.
“Que se dane!” Pensei colocando mais uma vez essa música para repetir no mp3.
- Hey, . - Disse , tirando-me do transe em que estava por estar ouvindo músicas. - O que você acha que a gente vai ver nessa exposição sobre o Einstein?
- Ah, deixa eu pensar, sei lá, teorias? - Respondi rindo, era óbvio, , física, é lógico, não é? Ele ficou com uma expressão perdida. – Ah, qual é, ?! Coisas de física, né? - Respondi rindo.
- Ah, deve de ser mesmo. - Respondeu ele, zombando de mim.
Deixei como estava, devolvi o fone ao ouvido e continuei ouvindo música.
Não sei o que houve no resto do caminho, quando acordei do meu semi-sono foi com os berros escandalosos de .
- Gente, esse motorista é um retardado! Ele não sabe andar aqui, não? - realmente estava estressada, achei muito cômica a cena, ela é tão de boa.
- Que horas são? - Foi a única coisa que consegui perguntar.
- São onze horas já, . - Respondeu-me , enquanto tentava acalmar que estava estranhamente nervosinha.
- E que horas era a visita na exposição? - Perguntou do nada, virando-se do meu lado.
- Era para ser agora, por isso a está assim. - Agora eu entendi, ela era CDF e amava física, por isso estava assim, queria chegar logo.
Depois de passarmos pela mesma rua duas vezes, chegamos ao Ibirapuera com meia hora de atraso.
Na exposição, eu e não paramos. Foi demais, enquanto nosso grupo prestava atenção, nós apontávamos para os outros colégios que estavam lá também, “Que povinho estranho”, pensei comigo.
Foram duas horas “aprendendo” sobre a vida de Einstein, e quando finalmente saímos de lá, achei que iria vomitar de tanto tédio.
Então todos nós demos uma escapadinha da professora e fomos dar uma olhadinha no Ibi.
- Hey, gente, eu vou naquela tirolesa! - Falou .
- , aquilo é para crianças! - Soltou em protesto ao amigo.
- Ah, mas eu vou mesmo assim, quem vem?
- Eu vou! - Falou em seguida de .
E os três foram. Eu, e fomos até uma banca que havia ali. Procurei atentamente os pôsters até que finalmente achei, lá estava um único pôster do McFLY, um que eu não tinha! Fiquei emocionada, mas não dei escândalo, tirei a carteira da bolsa e abracei forte o pôster contra o peito assim que saí da banca, minhas amigas não puderam segurar um: “Doida!” Mas eu nem liguei, afinal, era lindo e gigantesco. Com certeza ele seria o terceiro a ser colado na minha parede.
Encontramos com os três na ponte em cima do lago. Tiramos algumas fotos e fomos para o ônibus onde o povo já estava ficando nervoso com a nossa demora.
- Onde estavam? - Perguntou a professora para a gente.
- Na ponte! - Respondi apontando para o lago.
- Não façam mais isso, aqui há mais 35 pessoas e o motorista não está ao dispor de vocês. E você, senhorita , cuidado, sua mãe deu permissão para você ficar com sua tia e não para ficar passeando por aí sozinha. - Disse ela, por fim, nos recriminando.
- Ok, desculpa professora. - Respondi cabisbaixa.
Sentei quietinha e abri a bolsa, procurei meu Cheetos, marca registrada nas minhas viagens e percebi que havia deixado o salgadinho em casa. Que raiva.
Sem ter o que comer, puxei uma sacolinha verde e olhei para os quatro rostos estampados no papel, , , e . “O quarteto perfeito!”, pensei comigo.
Seguimos de ônibus até o shopping. Como aquela cidade tinha trânsito lento, demoramos uns quarenta minutos para chegarmos. Desci feito uma louca, acompanhada daqueles outros cinco loucos, adorávamos shoppings, afinal, em Angers não havia nenhum! - Gente, vou comprar um Cheetos para mim, vocês vão aonde?
- Vamos comprar CDs! - Disseram–me todos.
- Ok, alguém quer alguma coisa? - Todos fizeram que não. - Está bem, estou indo.
Saí e entrei no mercado dentro do shopping. Estava sozinha com o mp3 no ouvido, como sempre. Estava tocando Lies. Procurei a seção dos salgadinhos e avistei no fundo da prateleira um único Cheetos de lua, aquele de queijo parmesão, gigante. Quando fui pegar, meu celular tocou.

Não há escapatória da dor no coração

- Ai, meu Deus! - Disse pegando o celular que tocava na maior altura Five Colours in Her Hair. Era uma mensagem: de quem era, não interessa (serei má, mas não interessa mesmo, era sem importância). Nem liguei para a mensagem e comecei a cantar I Wanna Hold You, que ouvia agora, abaixei para pegar o salgadinho quando senti uma mão encostar na minha, sem olhar quem era, falei:
- Desculpe, mas esse salgadinho é meu !- Falei sem nem me importar com que estava do meu lado.
- Sorry, but... (Nota: ok, não vou ficar traduzindo tudo, daqui para frente os Guys vão falar em português.)
Congelei quando ouvi aquela voz rouca, parei de me importar com o salgadinho e criei coragem para olhar para cima. Fiquei estática, imóvel, me deparei com !
- Desculpe, mas você estava cantando I Wanna Hold You? - Ele perguntou
- Estava! - Respondi com as bochechas queimando de vergonha, de emoção, um mix tudo junto. Queria abraçá-lo, mas me mantive firme.
- Então você sabe quem eu sou?
- Sim, eu sei seu nome e sei da onde é. - Respondi abrindo um sorrisinho.
- Que legal. Ah, me desculpe pelo salgadinho, mas é que eu estou sozinho, os caras não quiseram sair comigo, e eu estava com fome, mas todas as comidas estão em português e eu não sei nem falar, muito menos ler, português e a única coisa que eu achei com o mesmo nome foi esse Cheetos, mas parece que você chegou primeiro, né?
Uau, eu estava falando com .
- Imagina! - Respondi sem graça. - Pode ficar com esse Cheetos, tem de outros sabores e, afinal, ãn, ah, fica com ele. - Respondi me enrolando com as palavras.
- Só por que eu sou o ? - Ele me perguntou com uma expressão de interpretação difícil.
- Não! De jeito nenhum. Talvez porque eu seja uma alma caridosa e veja um gringo perdidinho da silva no meu país, então eu posso muito bem deixar esse meu capricho de lado e fazer a alegria desse tal gringo. - Respondi sorrindo.
Ele fez uma expressão ainda mais incompreensível.
- Já te disseram que você é engraçada? - Ele me perguntou tento um ataque de risos, ok, ele parecia um tonto rindo, o realmente era aquele bobo que eu via nos vídeos.
- Ah! - Respondi sem jeito. - Sei lá, talvez eu seja mesmo. Tenho talento em alegrar gringos. - Completei rindo, mais boba do que ele.
- Nossa... E você me fez rir mesmo, mas, beleza, vou ficar com o Cheetos, mas você não pode ficar sem algo para comer. Vamos achar algo para você?
- Vamos, mas você não conhece nada aqui. Como você quer achar algo? – Perguntei, obviamente.
- Esse é o intuito, você que conhece procura algo para você e me mostra o que é bom, já que eu não conheço nada. - Ele disse sorrindo.
- Sacana! - Foi a única coisa que consegui responder antes de segui-lo pela próxima seção.
- Então, como você se chama?
- . - Respondi mostrando para ele um carrinho que mais tarde seria útil. - Então, , você é daqui?
- Não, , eu estou aqui em uma excursão da escola, eu moro no interior, tipo, mas vou ficar na casa da minha tia esse fim de semana e a semana que vem inteira, é semana do saco cheio na minha cidade.
- Ah, entendi. Então você conhece o McFLY?
- Claro que sim! - Respondi meio empolgada, deveria ter demonstrado menos empolgação, mas nem dá nada. - Eu adoro a banda. - Dei um sorriso de lado.
- Que bom, . É legal descobrir que nosso som chegou aqui.
- É, a música de vocês me inspira, sabe, é um som diferente, bem diferente, eu diria, mas eu gosto.
- Valeu pelo diferente, meio esquisito. - Ele disse e eu não pude deixar de rir.
Continuei andando com ele, coloquei algumas coisas no carrinho dele, guloseimas que todo mundo adora, bolinhos, chocolate e apresentei a ele balas de coco. Depois de mais ou menos meia hora no mercado, meu celular vibrou, era o número daquele mala me enchendo de novo.
- , um minutinho. - Disse a ele que encostou o carrinho na prateleira e fingiu mexer em algum produto. - Alô?
- , aonde você está? Eu disse que queria falar com você hoje e você vai nessa viagem? Nossa, Li, que valor você me dá. E você vai ficar quase duas semanas aí, ainda por cima.
- Ah, qual é, ?! Eu já falei que a gente não tem mais nada, se liga, querido, eu vim nessa viagem com meus amigos e não tenho mais nada para falar com você, e, me faz um favor? Deleta meu número do seu celular. - Falei com raiva, já tinha terminado com ele há uma semana e o mala me enchendo.
- Nossa, , é assim que você quer?
- É assim ,sim, já te falei, , deixa de ser mala, você não era assim. Acabou, e desculpa, mas eu tenho que desligar, estou ocupada. Beijos e, por favor, não liga de novo, tchau. - Não esperei ele responder e desliguei. Fui falar com . - Desculpa, era um chato aí. - Tentei sorrir e tornar o clima agradável.
- Não tem que se desculpar, .. Era seu namorado? - Ele perguntou curioso, esse sim era o .
- Não! Ele era meu ex ficante, só isso... A gente ficou junto três semanas, mas estava começando a ficar chato, ele é muito ciumento, credo, então eu terminei com ele semana passada, ele só me ligou hoje para encher mesmo. - Falei sorrindo.
- Ah, entendi, então beleza. - Ele falou rindo.
- Hey, , acho que eu tenho que ir. - Falei olhando pro relógio que já marcavam uma e meia da tarde.
- Ah, , a única menina razoavelmente normal que eu falei desde que cheguei aqui já vai me abandonar? - Ele falou fazendo cara de coitado.
- Ah, tipo, eu estou aqui com uns amigos, eles estão me esperando, mas eu posso ligar para eles e avisar que eu vou demorar... E valeu pelo razoavelmente. - Falei rindo.
- Então, fazemos o seguinte, se você topar, que horas você vai sair daqui deste shopping?
- Depende, eu vou ficar aqui, tenho que ligar para minha tia, ah, não tenho horas.
- Ok, você quer ser minha guia hoje? Eu vou para o Hotel, pego os meninos e você vai com a gente. - Ele falou naturalmente.
- Nossa, , sei lá, por mim tudo bem, mas eu posso chamar minhas amigas, a , a e a ? É porque se não elas iriam me matar, embora elas não conheçam vocês. - Respondi meio sem graça por causa desse último comentário, mas era a verdade.
- Claro que pode, ! - Ele respondeu me puxando pelo braço, indo até um caixa livre.
Passamos as “compras” e fomos até a loja de CDs. Era incrível como ninguém o reconheceu, todos olhavam meio estranhos, mas ninguém atacou ele, nenhuma fã veio falar com a gente, era estranha aquela sensação.
- Hey, gente! - Falei para um grupinho sentado numa mesinha comendo pão de queijo.
- Você demorou, . - respondeu passando o olhar de mim para .
- Ok, já explico, gente, esse é o . - Puxei-o pelo braço. - Ele é do McFLY, e a gente se viu no mercado, ele estava perdidinho da silva, sem entender nada dos nomes das coisas, então eu mostrei para ele o que comprar e ele me chamou para passar um dia com eles, e, como eu sou uma boa amiga, resolvi lembrar dos meus amigos do coração. - Falei toda a sorrisos.
- Oi, ! - As meninas falaram juntas, e ele respondeu. Deu um beijo no rosto de cada uma e demorou um pouco mais no beijo que deu por último em , rolou um clima, pensei comigo. Conversamos um pouco ali e os meninos decidiram que não iriam, já que eles iam ir embora com a excursão, eles preferiam ficar no shopping. Bem, eu tentei convencê-los, azar deles. Fomos para o ônibus, pegamos nossas malas e falamos para a professora que minha tia já havia chegado, uma mentirinha básica. Depois disso, chamou o motorista e entramos os cinco no carro, estava morta de vergonha e as meninas também.
- Para onde a gente vai, ? - Perguntei assim que o carro começou a andar.
- Eu estava pensando em ir para o hotel apresentar minhas novas amigas para os meninos. Tudo bem?
- Tudo sim, vai ser legal. - Respondi sorrindo.

Agora eu quero juntar os pedaços

Não demoramos muito e entramos em um Hotel mundialmente famoso e luxuoso, e nós apenas meninas do interior com uniformes e mochilas, aquilo era meio constrangedor, mas, enfim, era um sonho.
Entramos no elevador e meu coração começou a disparar quando ouvi dizer para :
- está solteiro.
Sim, eu era uma , e meu coração quase pulou pela boca quando ouvi aquilo. Ele estava solteiro e eu iria conhecê-lo, ok, surtei um pouco, ele era , e eu apenas uma menina comum estranha com amigas mais estranhas ainda.
- Chegamos! - Disse passando o cartão na porta.
Ela se abriu e um mundo apareceu em nossas frentes, aquela suíte tinha quatro quartos, um hall gigantesco e uma varanda com uma vista linda da cidade.
- Uau! - Exclamamos todas juntas. Começamos a rir, feito idiotas, mas foi engraçado.
- Entrem. - Falou , dando passagem pra gente.
Entrei primeiro e coloquei minha mochila em um sofá na minha frente. As meninas entraram e se sentaram também.
entrou em um dos quartos e saiu de lá acompanhado de , meu Deus, eu estava vendo o na minha frente.
- Oi, , que legal que vocês estão aqui! - Disse ele, sorrindo para mim.
- É um prazer conhecer você, , muito legal mesmo. - Falei dando uma de fãzona.
- Imagina, ! - Disse ele. – E, você, como se chama? - Disse ele se referindo a que ficou roxa de vergonha.
- ! - Disse ela sem jeito.
Ele se aproximou e beijou-a delicadamente na bochecha. Deu um beijinho de leve nas outras meninas e foi com chamar os outros McGuys.
Voltaram somente com . O senhor covinha era realmente tudo aquilo que eu via nas fotos, nos vídeos e nas entrevistas, ele era fantástico. Engraçado e inteligente. que o diga, nunca vi minha amiga tão interessada em McFLY. Não pude deixar de notar que todos ali estavam se dando bem, só faltava ele chegar, mas quando foi chamá-lo, simplesmente voltou sozinho, dizendo:
- O saiu.
Ok, isso foi muito frustrante, eu estava toda esperançosa em vê-lo e ele não está? Ok, ponto negativo para você, Mr. . Me deixou na expectativa. Começamos a conversar todos juntos, as meninas estavam babando discretamente por eles e eu percebi um algo a mais entre e , mas nem comentei nada, guardei para mim. Acabei contando para eles um pouco da minha vida, falei o porquê de eu não ir ao show deles, expliquei que não tinha como eu ir porque era em plena quarta-feira e que não tinha como eu vir para cá já que essa viagem surgiu muito em cima da hora e que depois não havia mais ingressos para nenhuma data.
- Mas, então, , você e as meninas são nossas convidadas para o show de hoje! - disse assim que eu terminei.
- É, , assim eu retribuo pelo Cheetos! - Disse e eu não pude segurar o riso, ele era muito tonto.
- Ok, então, por nós tudo bem, não é, meninas?
Elas concordaram, a relutou um pouco, não entendi o porquê, mas depois ela topou.
Ficamos a tarde inteira na suíte deles, fui me dar conta do horário quando meu celular tocou.
- Oi, tia! - Falei sorrindo.
- , querida, suas malas chegaram aqui certinho, caso você queira saber, mocinha. - Ela falou rindo, minha tia era um barato!
- Ah, mocinha, obrigado por falar, tia , eu e as meninas podemos ir a um show hoje? Deixa eu te explicar antes de você responder. - Contei a história inteira para ela, falei dos meninos e tal...
- Podem sim! - Ela falou no final. – Mas, por favor, quero as quatro mocinhas aqui em casa antes da cinco da manhã, e tratem de vir logo se arrumarem então, estou esperando vocês.
- Ok, tia, obrigadíssima, amo você!
- Puxa saco, também te amo. - Disse ela rindo.
- Pronto, gente, minha tia deixou! - Falei animada.
- Uhul, que legal, girls! - falou alegre.
Ok, o alegre dele era meio estranho, afinal, ele tava coladinho demais na , e ela bem que estava gostando, e eu sempre reparando em tudo, que maldade.
- Bom, meninas, se a gente que ir ao show é melhor irmos andando, afinal, temos que nos arrumar. - falou pra gente.
- Ok. - Falamos nos levantando.
- , olha, pega essas credenciais que a gente tem aqui, e quando vocês chegarem no show é só mostrarem isso que vocês terão livre acesso em qualquer parte do recinto. - disse entregando-me as credenciais.
- Ok, , então a gente se vê lá, meninos. - Falei dando um beijo em cada um deles.
Saímos de lá e pegamos um táxi. Minha tia já estava pulando em cima de nós quando entramos porta adentro, ela era meio doida, mas eu amo ela... Uma típica mulher independente, de 32 anos, jovem e liberal (mais ou menos oksaoksoas).
- Então, meninas, eles são gatinhos?
- Tia... - A repreendi com um olhar fuzilador. - Isso é coisa de se perguntar? - Falei rindo. - Qual é, ?! Ela só quer saber... E a propósito, tia, eles são sim, principalmente o . - Respondeu .
- Eu discordo! - Falou chegando à sala com um copo de suco na mão. - Eu prefiro o , ele é o mais lindo e legal. O é meio bobo, aliás, por isso você gostou dele, ele é tonto igual você. - Ela falou e todas caímos no riso.
- Ok, tia, eles são lindos e legais, mas prefiro não criar expectativa nenhuma em relação a eles. - falou pela primeira vez.
- É, tia, eles são legais pra caramba, mas agora, se me dão licença, eu vou tomar um banho e me arrumar. - Eu falei e fui para o banheiro, na verdade, estava tentando evitar falar do quarto elemento que existia, afinal, as meninas não conheciam o , não sabiam quem ele é. E eu estava tão pensativa que não sabia o que pensar. - Será que eu vou vê-lo hoje? - Foi a única coisa que saiu da minha boca enquanto tomava banho. Tudo era tão diferente e estranho, era outra realidade, simples meninas de dezessete anos em uma cidade grande, com uma “tia”, conhecendo músicos estrangeiros, lindos, ricos e famosos, aquilo era diferente demais para mim, mas eu estava gostando.
Quando todas já havíamos tomado banho, fomos para um quarto e esparramamos roupas sobre o colchão de casal.
- Meninas, o que eu vou usar? - perguntou.
- Eu vou com isto. - Apontei para um jeans preto esfolado com caveirinhas desenhadas, parecido com o que usava hoje à tarde, uma baby look preta com detalhes em roxo e um suspensório roxo com bolinhas pretas.
- Amei, amiga! - falou e eu triunfei, era a roupa que eu mais gostava. - Mas, e eu? - Ela perguntou e ajudei a escolher uma roupa MARA.
No final ficamos assim: Eu com aquela roupa e um All Star, com um macacão todo xadrez em tons de azul, com uma blusa listrada e jeans e, finalmente, com um vestido balonê.


Porque é sempre melhor tarde do que nunca

Estávamos meio apreensivas, mas era uma tensão boa de se sentir, uma sensação de montanha russa, por assim explicar, uma adrenalina revigorante.
Minha tia nos deixou na porta do show às nove horas. A casa já estava lotada, mas nossos lugares estavam reservados em um camarote. “Uau”, foi o que dissemos juntas quando pisamos naquele lugar, era o segundo uau do dia, estávamos realmente vivendo um dia diferente. “E tudo por causa de um Cheetos”, pensei comigo.
- Meninas, e depois do show? Pra onde a gente vai? - Perguntou , olhando pra gente depois de pegar uma bebida.
- Nossa, , eu não tinha pensado nisso. Não sei, mas acho que nosso dia diferente acaba junto com o show, acho que eles devem ter pessoas melhores para conversarem depois, né? - respondeu e olhou para mim.
Era realmente verdade aquilo, por mais que fosse estranho, o meu dia diferente acabaria depois desse show. Mas só por hoje já havia valido a pena.
- É, meninas, talvez acabe junto com esse show, então, por isso, vamos aproveitar o máximo esse momento, afinal, estamos num ótimo lugar e embora vocês não conheçam música nenhuma deles, eu conheço e vou me divertir. E vocês também. - Falei por fim.
Todas assentiram e assim foi, o show começou e foi o melhor de toda a minha vida, eles cantaram seus maiores sucessos e finalmente eu vi o , de longe, mas o vi pela primeira vez, ele era lindo!
O que foi mais especial foi o falando que eles iam cantar I Wanna Hold You pra certa menina que gostava da música e que vivia cantando, essa menina, acho que era eu.
- , você está vermelha. - me disse quando terminou de falar. Ok, eu até poderia estar, mas aquilo foi mais que especial. Realmente, McFLY era perfeito.
O show durou umas duas horas, as duas mais alegres da minha vida, nossa, quanta emoção! Eu até chorei, disfarçadamente, mas meu lado fã falou mais alto do que tudo naquele momento. Eles estavam ali, e a banda era o meu amor incondicional, todos juntos tocando, ah, foi uma emoção sem explicação. Eles fecharam o show com chave de ouro tocando Five Colours in Her Hair.
Quando eles saíram do palco bateu um friozinho em nossas barrigas, e agora? O que a gente fazia? Esperava? Pois bem, resolvemos ficar ali enrolando um pouco, havia mais pessoas naquele camarote e quando já estávamos indo embora, um cara alto da segurança nos chamou de lado, pensei: “Ih, fodeu”, tipo, a gente entrou sem pagar. Mas que nada, ele chamou a gente e nos levou até o camarim deles.
- ! - exclamou quando a viu.
- Oi, ! - Respondeu ela.
Entramos no camarim e ficamos de canto, então saíram e de um quarto. Cumprimentaram-nos e nós começamos a conversar. Tudo bem, já estávamos ali há uns dez minutos e nada do aparecer, tipo, eu estava esperando ele aparecer, estava na maior expectativa. Mas não demonstrei nada, agi naturalmente.
- Hey, , vem aqui vamos pegar umas bebidas. - Chamou e ela foi.
Tive a impressão de que as bebidas iriam demorar para chegarem. Relaxei em um sofá. Olhei para o lado, e conversando, no outro sofá e conversando a distância, minha amiga era jogo duro, pensei e ri sozinha, fechando um pouco os olhos.
- Do que você está rindo? - Alguém perguntou em meu ouvido. Encostou a mão na minha costa, estava gelada, lembrei! Ele estava com gelo nos pulsos por causa da tendinite, coitadinho.
Olhei para o lado, era ele! Um cara alto com olhos azuis e profundos, com o rosto mais perfeito que em um pôster, um conjunto que fazia sua boca parecer algo irresistível, me encarando com uma cara meio estranha, pensando que eu era uma doida qualquer, congelei, mas eu tinha que responder algo.
- Dos gringos. - Respondi meio que sem pensar, que coisa mais idiota, ele era um dos gringos e eu rindo deles, ótimo, ponto para mim!
- Você é a ?
- Sou sim. - Respondi me afundando no sofá. Meu Deus, me arruma um buraco pra eu pôr minha cabeça, como eu pude falar dos gringos?
- Prazer. - Foi à única coisa que ele disse.
Ele se sentou ao meu lado e ficou um clima meio estranho, eu estava do lado de e não tinha assunto, isso não podia ficar assim.
Fiquei uns dois minutos calada, vendo que ele não iria falar mais nada, resolvi quebrar o gelo.
- Como você sabia quem eu era? – Perguntei, afinal.
- O falou de você antes da gente entrar no palco, só supus que quem estaria aqui hoje seria você. - Ele falou naturalmente.
- Como assim quem estaria aqui hoje? - Perguntei.
Epa, como assim? Pensei comigo mesma.
- Ah, qual é, ? Pois bem, comigo é assim, cada dia uma, agora que eu estou solteiro, os outros eu já não sei como estão... Só o está mais certinho (certinho, o ? o0), eu não, só isso.
Ok, nessa hora meu queixo caiu e voltou no lugar em menos de um milésimo, o certinho e o galinha? Olhei para os lados para ver se mais alguém presenciava aquela cena, porque depois ninguém acreditaria se eu dissesse aquilo, mas não, estavam todos ocupados, ainda estava pegando as bebidas, conversava com numa salinha do lado e agora conversava com de forma mais amistosa. Ok, estava sozinha diante daquele comentário chocante.
- Como assim, ? - Perguntei incrédula.
Ele não respondeu nada, simplesmente veio para cima de mim tentando me beijar, empurrei-o com tudo. Ele quase caiu do sofá, olhou-me estranhamente.
- Qual o seu problema? – Perguntei.
- Qual é o seu, garota? Você pensa que é quem para me empurrar?
Nessa hora todos já estavam nos olhando, mas que se dane, eu não iria deixar isso barato.
- E você pensa que é quem para me agarrar? Acorda! - Falei em um tom alto e claro. - Eu sou , senhorita! - Ele falou muito convencido, fiquei com nojo dele naquele momento, minha admiração por sumia. Ele continuou. - E você? Quem é? Apenas mais uma na minha coleção, mas agora nem isso eu quero, uma menininha que pensa que é quem? Seria apenas mais uma, mas agora sua chance passou, sua doida. Uma menina que nunca terá nada. Está vendo esse cordão? – Ele apontava para um colar que usava no pescoço, parecia ser de prata, algo com um emblema de alguma coisa que não consegui identificar na hora. – Isso aqui é um legitimo pingente inglês, custou-me uma nota, coisas desse tipo você jamais terá.
- Minha chance? Desde quando eu falei que queria algo com você? Quem você acha que é para falar assim comigo? Um simples rock star, sem noção, que pensa que é alguém, uma pessoa vazia, se você quer saber, eu admirava você, Mr. , não me rele, não me toque! Eu admirava você, mas parece que me enganei. Você pensa que pode ter tudo? A vida é muito mais do que isso, ok? Eu tenho certeza que eu tenho muito mais do que você! E de que me interessa saber o que é esse seu colar ridículo? Que história ele tem? Aposto que meu SOS de guerra é muito mais valioso do que isto, me vale muito mais. Seu, seu... - As lágrimas já escorriam do meu rosto. - Incessível! Você não é o que eu sonhava em conhecer, e, francamente, é bom que minha chance passou, pois eu teria nojo de te beijar! NOJO! - Berrei finalmente.
Todos me olhavam assustados, o próprio não esperava por aquilo, ele sempre tinha todas as meninas aos seus pés e de repente uma se vira e fala aquilo para ele?! Ele não acreditava, mas aquela menina era eu, e eu não era qualquer uma.
Ele saiu da sala, olhei para as meninas, todas me completaram com um olhar e fui me despedir dos meninos.
- Desculpe, , desculpa mesmo. - Falei morta de vergonha, eu tinha dado escândalo.
- Eu que peço desculpa, , o está meio estranho desde que ficou solteiro de novo. - Ele falou constrangido. Dei uma piscada para ele, que pareceu entender, tudo bem. - Tchau, . - Falei dando um beijo na bochecha dele.
- Tchau, .
- Tchau, . - Falei para ele e cheguei mais perto para dizer: investe porque a vale ouro, ela é meio jogo duro, mas é gente boa.
- Percebi, , mas eu consegui conversar mais perto com ela, mas enfim, tudo bem, depois a gente se fala.
- Ok. - Respondi.
As meninas se despediram deles. Quando estávamos saindo, me chamou.
- , vocês querem carona?
- Não precisa, , a gente vai com a minha tia, mas, mesmo assim, valeu. - Disse tentando sorrir, era meio impossível, mas enfim.
- Hey, meninas! - chamou. - A gente podia se ver amanhã?
Olhei para elas, percebi que todas, até , diziam que sim, um sim meio constrangido depois daquela cena que presenciaram, mas resolvi ceder, elas eram minhas amigas, afinal.
- Tudo bem. - Respondi para os sete.
Estávamos andando por um corredor grande para chegarmos até a saída, eu estava muito triste, não sabia nem o que pensar, disse apenas um simples: “Não quero falar sobre isso”, para as meninas quando elas me perguntaram. Continuamos andando mais um pouco quando ouvi alguém me chamando. Parei, meu coração pulsava muito forte, meus olhos ainda continham vestígios de lágrimas, minha maquiagem já estava destruída, mas ainda assim senti os vestígios queimando meu rosto ao ouvir aquela voz. Não me virei, ele chamou de novo. Me virei e dei de cara com ele.
- Posso falar com você? - Ele perguntou.
- Não. - Respondi seca e continuei andando, nessa hora as meninas já haviam se afastado, grandes amigas, pensei comigo.
- Por favor. - Ele insistiu.
Parei de novo e olhei-o com toda a intensidade do que estava sentindo naquele momento. Ele fez o mesmo, mas era uma expressão menos intensa que a minha, uma expressão até meio que deprimida, senti pena.
- Fala. - Respondi encostando-me na parede.
- , você realmente acha que eu não sou ninguém? - Ele perguntou encarando o chão.
Pensei um pouco, antes de responder.
- Não, Mr. , o senhor é o senhor, então é alguém, agora se vossa senhoria me dá licença, tenho que ir.
- Por favor, não me trate assim.
Olhei-o novamente, ele estava acabado, meu Deus, que aperto no coração.
- Desculpe, são os modos rudes de um ninguém. - Respondi sem encará-lo, estava mal também.
- Você é um alguém, cheguei a essa conclusão, qualquer outra teria me dado um mole imenso, teria se jogado em cima de mim, mas você fez o que nenhuma jamais fez, isso te torna a mais especial, por isso eu estou aqui. Para te dizer que você é o alguém que me fez perceber isto. Acho que finalmente alguém me fez acordar, obrigado.
Ok, primeiro ele me xinga de doida, me trata super mal, depois vem pedindo desculpas? Qual era a dele? Ele me chamou de especial? Fiquei na dúvida. Não sabia o que falar.
- Está bem. - Falei por fim.
- Como assim está bem? - Perguntou sem entender.
- Simples, tudo bem, tudo ok. - Falei dando de ombros.
- Não está tudo bem não, eu te falei coisas horríveis, me desculpe, por favor, é que foi uma situação inusitada, totalmente inesperada, não sabia o que fazer e acabei fazendo...
- O errado. - Eu completei sem deixá-lo terminar a frase.
Ele me olhou, e eu o encarei também, estava olhando agora para um verdadeiro ? Sim, aquele me parecia o verdadeiro .
- Você seria capaz de me desculpar se eu te pedisse mais desculpas? - Ele falou com cara de bebê, eu quase morri.
Encarei-o novamente, e sorri.
- Talvez. - Respondi dando um sorriso para ele.
Ele sorriu de volta.
- , o que você vai fazer amanhã? - Perguntou esperançoso.
- Não sei, talvez eu vá ao Ibirapuera numa exposição novamente, mas... Por quê? - Perguntei fingindo nem ter me ligado no que ele iria dizer.
- Você gostaria de me mostrar a cidade? Sei lá, a gente podia dar uma volta e você poderia mostrar esse tal de Ibirapuera para mim. É só uma idéia, mas seria legal, talvez se você topar...
- Está legal, pode ser. - Respondi antes que ele se enrolasse mais ainda nas palavras, o coitado estava roxo de vergonha, o pegador com vergonha, amei aquilo.
Ligeiro, estendeu-me o celular. Peguei o aparelho e marquei meu número. Entreguei a ele e já ia me virando quando ele me chamou novamente, virei sorrindo e nesse momento ouvi um: click! Ele havia tirado uma foto minha!
- Ah, , pode apagar isso! - Falei instintivamente, odeio fotos espontâneas, sempre saio feia.
Ele olhou para mim e depois para a foto, ergueu a cabeça e disse por fim: Ficou bonita. E simplesmente saiu. Fiquei parada sem entender muita coisa, depois fui embora.
Contei para as meninas o que havia rolado. - Ai, , que lindo! Ele se arrependeu! - não podia deixar de soltar essa pérola romântica. Eu ri.


A qualquer hora que estamos longe

Quando chegamos em casa, já passavam das quatro e meia da manhã e estávamos um caco, não deu tempo nem de falar do “encontro” do dia seguinte, jogamos nossas coisas no chão do quarto e fomos arrumar as camas, estava tudo uma bagunça, mas o que realmente importava era aquele colchão macio onde eu repousava agora.
Não sabia que horas eram quando ouvi meu celular tocando. Não acendi a luz em respeito as minhas coleguinhas que ainda estavam no quinto soninho, levantei do colchão delicadamente para não acordar e tateei o chão do quarto a procura do objeto que vibrava e tocava POV.
- Alô? - Atendi quando a música já estava quase no refrão.
- ? - A outra voz me disse no outro lado da linha.
- É, sou eu sim. Quem está falando? - Perguntei sem nem me ligar na vida, afinal, era cedo, ou tarde, mas eu tinha acabado de ir dormir, pensava na hora, quem seria o mala que estava me acordando?
- Ah, desculpa, , aqui é o , eu te acordei?
Nossa, quando ele falou, eu acordei totalmente, meu sono sumiu, meus olhos se arregalaram, tipo, ele tinha realmente me ligado? Jesus, fiquei chocadíssima.
- Ah, oi, , ãn, que horas são? - Perguntei confusa.
- Nossa, desculpa, , nem percebi que ainda estava muito cedo. São oito e meia. Ai, desculpa mesmo, é porque eu estou meio perdido com esse fuso horário, então eu durmo pouco e pensei que já fosse tarde, então pensei em te ligar. - Ele falou sem graça.
- Tudo bem, . - Falei levantando-me do chão e abrindo a porta do quarto devagar. - Eu só estranhei um pouco, alguém me ligando a esse horário, mas tranqüilo. - Falei rindo de canto.
- Então, nosso passeio está de pé?
- Acho que está sim, mas, , eu estou aqui com as meninas, e ficaria meio chato eu sair sem chamar elas, né? E como a tia é minha, não posso deixar elas sozinhas aqui. Você se importaria se elas fossem? - Perguntei dando um tapa na testa, Jesus, eu tinha um encontro com e iria levar minhas amigas junto? Quase morri.
- Claro que não, elas podem ir sim, e era sobre isso mesmo que eu ia falar, o e os outros meninos tinham me pedido para irem junto, eles querem conhecer a cidade também.
- Ah, então está tudo ótimo, . - Falei vibrando.
- Que horas a gente passa pegar vocês?
Olhei para o relógio e pensei um pouco.
- Podem passar aqui às dez horas, ok? Por que eu tenho uma exposição para visitar, e é para nota. - Expliquei. - Ok, então até daqui a pouco.
- Até. - Respondi e desliguei.
Acordei as meninas com muito custo, elas estavam mortas de sono, mas era por um bom motivo. Nunca vi e vibrarem tanto, até sorriu um pouco com a notícia. Conversamos um pouco e expliquei o que havia acontecido quando veio falar comigo.
- Nossa, , que perfeito, ele realmente falou isso? - me perguntou quase se desmantelando de emoção. Não pude segurar o riso, era patético ver minhas amigas todas caidinhas, nós sempre fomos muito, digamos, prevenidas no assunto amor, principalmente no assunto, desilusão.
- É, meninas, foi isso que aconteceu. - Acrescentei pegando uma fatia do bolo que minha tia havia deixado na mesa do café. O assunto se encerrou por ali mesmo, estávamos tão empolgadas que não falávamos nem uma com as outras, ficamos perdidas nos próprios pensamentos.
Eram dez horas quando a última saiu do banheiro, quase pronta, mas não sei porque sempre demorava, ela tinha um lado meio de ser, era meio, lenta, coitadinha. Ouvimos o interfone tocando as dez e vinte, o porteiro falou que havia garotos esperando por nós e descemos cinco minutos depois.
Eles estavam em um tipo de van, não conhecia aquele carro, mas achei legal, “Era espaçoso”, pensei quando coloquei os pés dentro do veículo.
- Oi, meninos! - Falei sentando-me ao lado do .
- Oi, ! - Disseram-me todos eles ao mesmo tempo, menos que apenas me olhava.
As meninas entraram em seguida e se sentaram. foi logo conversar com , sentou-se ao lado do , e a , cotadinha, ficou morrendo de vergonha quando o a chamou para sentar do lado dele.
O motorista virou para trás e falou:
- Para onde vamos? - Uau, que chique! Me senti num filme de Hollywood, pensei comigo antes de falar:
- Ibirapuera.
O carro se moveu. O ainda estava calado, qual era a dele?! Me ligava e depois não trocava nem uma palavra sequer comigo? Fiquei calada também, depois de cinco minutos me encostei um pouco mais no banco, estava um dia tão bonito, que fiquei olhando pela janela.
- Bom dia, . - Disse ele ao pé do meu ouvido, meus pelos da nuca se arrepiaram, aquele era , ele ficou esperando uma chance de me pegar distraída para me fazer balançar, “Que cachorro”, pensei, mas aquela sensação foi muito agradável. - Não me sinto muito a vontade na frente de tanta gente, então esperei todos estarem distraídos para fala com você.
- Tudo bem. - Respondi encarando-o com um sorriso de lado.
- Então, parece que finalmente teremos a chance de conversarmos, não é?
- Pois é, acho que ontem não foi um bom começo. - Respondi ainda sorrindo.
- Ok, então, prazer, meu nome é ! - Disse ele fazendo menção e pegando minha mão, como um legítimo cavaleiro inglês. - Embora nós tenhamos começado com o pé esquerdo nossa amizade, quero dizer que você me surpreendeu muito.
Olhei para ele que sorria e me encarava fundo com aqueles olhos azuis, me perdi naquela imensidão por um instante, mas logo voltei.
- Prazer, senhor , meu nome é . – Falei rindo encabulada, estava com vergonha do jeito que ele me olhava.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Pode sim, .
- Por que você me disse aquilo?
Fiquei espantada, legal, o que falava agora?
- Pelo mesmo motivo de você ter feito aquilo. - Apesar do pedido de desculpas eu não podia simplesmente esquecer o que ele havia feito, afinal, ele fez uma vez e com certeza já havia feito antes com tantas outras, me senti um pouco confusa, ele realmente tinha vindo pedir desculpas verdadeiras?
- Entendi, bem, ah, , sabe o que realmente me fez ir atrás de você ontem? – Perguntou, me encarando ainda mais intensamente.
- Não. - Respondi ingênua.
- A forma de você falar, seu jeito decidido, eu posso não te conhecer, mas eu sei reconhecer uma menina com vontade das coisas. Apesar do seu lado fã. – Olhei-o sem entender, mas ele explicou. - me falou de como você era e olhei para o camarote e te vi chorando. - Falou sorrindo. - Você soube me dizer a verdade. Por isso te liguei, por isso me senti mal após você me dizer tudo aquilo, porque você foi a pessoa que me vez ver a realidade. - Terminou ele e fiquei pasma. Tipo, era ele, o meu príncipe, o meu Hero, falando tudo aquilo para mim? Nossa, foi a melhor coisa que já havia me ocorrido na vida, bem melhor do que a sensação do show, aliás, ele tinha me visto no show também, não fui a única que ficou observando de longe, ele me olhou! Vibrei por dentro.
- Sabe, , eu realmente não gostaria de ter sido essa pessoa que te fez acordar, pois achava que você era um ser perfeito, mas ninguém é perfeito, e eu, como você mesmo disse, não sou como a maioria que se atiraria as seus pés, acho que depois de tantas decepções no campo minado do amor (sim, foram muitas), acho que eu aprendi que alguém sempre tem algo a dizer e outro alguém a fazer. Nesse caso, quem fez fui eu, e que bom que você percebeu. – Falei, filosofando.
- Mas, de verdade, , você acha que eu sou aquilo que você falou? - Ele não me olhava mais, estalava os dedos de cabeça abaixada.
- Uma vez li uma música de certo cara que dizia que podia ser o herói de uma menina, sabe, eu penso que a pessoa que escreveu essa música jamais seria como eu disse que esse cara seria, então, eu sinceramente acho que não, não. - Falei da maneira mais doce que pude. Ele me olhou de novo nos olhos, agora havia ternura naquela imensidão azul. Ele se aproximou.
- É, talvez o cara só precisasse de uma menina para mostrar seu lado herói! - Falou ele, me dando um beijo no rosto.
Depois disso fiquei calada, senti-o aproximando seu corpo ao meu, me encostei um pouco mais no banco do carro e seguimos.
- Hey, , olha que lago maneiro aquele lá. - Dizia apontando para o laguinho do Ibirapuera.
- Nossa, , é legal mesmo. - se inclinou em cima de mim para ver o lago, imaginei que aquilo fosse uma tática deles, os McGuys eram muito ligeiros em minha opinião. Soltei um risinho abafado.
O motorista parou o carro em uma entrada e seguimos para a Oca, onde era a exposição que era o marco do final do meu ensino médio, meu e das meninas, afinal, daqui a um mês é ano novo e estaremos partindo para a faculdade. Pensar que em um mês e alguns dias eu e minhas amigas estaremos embarcando para Reading, uma cidadezinha perto de Londres, com uma faculdade ótima, onde nós havíamos conseguidos descontos nas mensalidades. Eu vou fazer jornalismo, vai fazer artes cênicas, publicidade e Gastronomia. Sim, era como em um sonho, nós, as quatro amigas, fazendo cursos na mesma faculdade e em outro país. Era um sonho virando realidade e agora... Havia os meninos no meio dessa história.
- Meninas, vamos fazer o seguinte, então. , você e o ficam encarregados do relatório, eu e da parte prática, e das fotografias e a e o fazem o resumo da visita, ok? - Disse assim que pisamos no local.
- Ok! - Respondemos e seguimos cada um para um lado.
Abri minha mochila e peguei um caderno. Ops, maior mancada, o caderno que estava dentro daquela mochila era o que eu tinha encapado com fotos do McFLY.
- , me deixa ver esse caderno. - Pedia ele assim que eu tirei o caderno da bolsa.
- Não, , não é nada demais. - Dizia tentando impedi-lo de pegar o caderno, erguendo-o o máximo possível. - Não e não, pára com isso, .
Já era tarde demais, ele era alto e eu, um pouco mais baixa, quando terminei de falar ele já havia tirado o caderno de minhas mãos em um pulo só.
Olhei para ele que observava o caderno. Era uma montagem com fotos deles e diversos momentos, a capa em si era o mais leve, se ele abrisse o caderno e visse as declarações que continham nos cantinhos das páginas já usadas, ai sim iria ferrar pra mim. E foi o que ele fez. Abriu o caderno e folheou algumas páginas. Não era também recadinhos tipo: , meu amor, quando a gente se casa? Não era isso, eram simples, McFLY I Love You… - my hero? - Falou ele quando leu isso em um cantinho. Sorriu e me encarou, ele estava tendo uma crise de risos.
Não sabia o que fazer. Fiquei com tanta vergonha que corri para o banheiro. Entrei em um box e fiquei lá por uns dez minutos, minha face queimava de vergonha.
“Não dá para ficar aqui o dia todo”, pensei olhando pro relógio. Abri a porta e lavei o rosto. Saí do banheiro e ele estava me esperando sentado no chão, num canto encostado na parede. Me aproximei e ele não se levantou. Sentei ao seu lado, calada.
- Desculpa, , eu não devia ter pego da sua mão contra sua vontade. - Disse ele me estendendo a mão com o caderno.
Olhei-o morta de vergonha, meu rosto estava púrpura com certeza, e ele soltou um risinho da minha expressão.
- Por que você riu? - Perguntei me encostando na parede também. - Sabe, é engraçado, por exemplo, seria a mesma coisa de eu ver a rainha escrevendo o quanto ama os Beatles. Tipo, é uma coisa pela qual eu não esperava, por isso eu ri. Jamais esperaria que você tivesse um caderno com nossas fotos e com anotações. - Ele falou encostando-se a mim. Tremi na hora. E ri depois. – E, você, por que está rindo? - Me perguntou sem entender muita coisa.
- Porque você me comparou a rainha e comparou vocês aos Beatles. - Falei rindo ainda mais e escorregando um pouco mais por aquele chão confortável.
- Sabe que eu nem tinha percebido? - Ele se aproximou ainda mais, nossos corpos estavam grudados lado a lado e sua mão estava muito perto da minha. - Mas é bem assim mesmo, a vida é cheia dessas situações cômicas, dos comentários idiotas e de anotações sem muito nexo.

Eu poderia ter me apaixonado

Nesse momento ele segurou minha mão e me encarou, como ele gostava de fazer isso! Eu sempre balanço quando ele me encara fundo nos olhos, talvez seja a coisa que eu mais goste nele.
- , acho que não tem porque você ter vergonha disso. - Ele apontou pro caderno. – Afinal, você é nossa fã em primeiro lugar, é normal isso, eu já tive um caderno do Blink e acabei conhecendo eles. Seria uma coisa muito sem nexo se eles vissem meu caderno, por isso estou imaginando como tu está se sentindo. - Ele pegou minha mão. - Segunda mancada que eu dou, né? - Fez carinha de bebê.
Ele estava segurando minha mão e me olhando com a cara mais doce e pura que uma pessoa já havia feito para mim, realmente, eu sentia que aquele era o verdadeiro , aquele era o meu herói.
- É, , parece que você viu meu ponto fraco. - Falei rindo e segurei a mão dele também. - Talvez esse seja mesmo seu talento, me fazer superar esses pontos fracos.
Ficamos ali sentados com as mãos entrelaçadas, conversando sobre McFLY, ele estava curioso para descobrir o que eu sabia sobre a banda.
- Eu não acredito, ! - Exclamei ao descobrir que no show do DVD do Wonderland ele estava com o pulso torcido, morrendo de dor.
- É sério. - Ele falou sério. - Eu estava com o pulso super inchado e estava doendo muito. - Ele fez carinha de bebê novamente. - Minha mãe quase que não me deixou fazer o show. Eu tive que discutir com ela e prometer que iria para casa no dia seguinte, você sabe, né? Coisas de mãe, ela queria cuidar de mim.
- Ah, entendi, é claro que ela iria querer cuidar de você, afinal, ela te ama, até eu se tivesse... - Parei de falar, havia falado demais.
Ele continuava me olhando, mas agora de outra maneira, se antes ele fazia carinha de bebê, agora ele fazia cara de homem, e que homem, Jesus! Ele se aproximou de mim, fiquei imóvel. Ele passou a mão pelo meu rosto e me encarou, não pude me conter, quando percebi, meu coração já estava pulsando muito, como da última vez, como da última vez que havia me apaixonado. Aquilo não podia estar acontecendo. De repente tudo apagou.
- ! - Ele me chamou assim que recuperei a consciência.
Abri os olhos e só o vi ao meu redor, ainda estávamos no chão. Ele estava praticamente em cima de mim. Me olhava meio confuso.
- O que aconteceu? - Perguntei me encostando na parede.
- Você desmaiou.
- Ah, claro, nossa, , estou meio sem ar, você poderia sair de cima de mim?
- Ah, como eu sou desligado, desculpa, . - Disse ele afastando um pouco o corpo do meu. - É que eu me preocupei e estava tentando te acordar, por isso estava em cima de você.
Nossa, que tudo, ele se preocupou! Um leão rugiu dentro de mim, era muita felicidade, ele se preocupou comigo!
- Obrigada, . - Falei passando os braços pelo pescoço dele, eu precisava agradecer e nada melhor que um abraço verdadeiro, não é? - Você realmente não é aquilo que eu pensei que fosse. - Como você pensou que eu fosse? - Perguntou ele ao pé do meu ouvido.
Quando fui soltá-lo do abraço para responder ele me segurou, queria que continuasse. - Não sei como explicar, mas você me surpreendeu, Mr. . – Falei no ouvido dele, meu Deus, aquilo era bom demais.
Quando falei isso, senti-o me soltando, me olhou daquele jeito de novo, a ternura no olho dele cegou minha cabeça e invadiu meu coração, quando dei por mim, já estávamos nos beijando. E como foi bom aquele beijo. Foi a sensação mais incrível que eu já havia vivido. Ele começou devagar, dando compasso as minhas atitudes, estava com vergonha, mas, depois de um tempinho, meu ritmo foi aumentando e quando ele percebeu isso, aumentou o ritmo também, dando intensidade ao beijo, passou a língua bem devagar no céu da minha boca e eu fiz o mesmo logo em seguida, ele riu e eu ri também. O beijo não foi demorado, foi no tempo certo.
- Hey, vocês aí! - O guarda disse, na mesma hora rompi o beijo e corei de vergonha, olhava para mim. - Tem crianças vindo para cá com um grupo. Aqui não é lugar para namorar, se recomponham e saíam daqui.
Não tive coragem de olhar pro guarda, apenas me levantei, peguei a mochila, puxei pelo braço e saímos de lá rápido, mortos de vergonha, ele podia não entender português, mas sabia que havíamos sido xingados.
Comecei a andar rápido, morta de tanta vergonha, queria sair logo dali, quando percebi que ele não estava mais ao meu lado. Estava encostado na parede, rindo feito doido.
- Anda, , a gente tem que ir. - Falei voltando e chegando perto dele. - Do que você está rindo?
- Da sua cara de nervosa, misturada com vergonha, misturada com raiva, você realmente fica muito engraçada nervosa. - Ele falou rindo ainda mais.
Como ele sabia que eu estava nervosa?
- Ah. – Abri um sorriso. – É claro, , eu não costumo receber xingamentos em exposições, você viu a cara do homem? Ele estava fuzilando a gente. Parece que nunca tinha visto pessoas se...
Parei de falar novamente, eu estava com a mania errada de falar demais, como eu ia falar de pessoas se beijando sendo que essas pessoas eram nós? Burra! Pensei comigo. Fiquei vermelha de novo, abaixei a cabeça.
- Hey... - Ele colocou a mão no meu queixo. - Não precisa ter vergonha. É, realmente parecia que ele nunca tinha visto pessoas se beijando.
Ele agora sorria pra mim, ergui a cabeça e sorri também.
- Parece que não mesmo. - Falei rindo. – Mas, enfim, já passamos vergonha demais por hoje, não é? Vamos lá pra saída esperar o povo?
- Vamos sim, . - Ele falou e segurou minha mão, começou a andar com a mão agarrada a minha. Me senti meio desconfortável no início, mas depois de ouvir cinco minutos a voz dele, já nem percebia mais que nossas mãos estavam unidas, era como se ele fosse parte do meu corpo, já não era algo diferente, já havia me acostumado com o toque de sua pele. - Vamos sentar ali debaixo daquela árvore?
- Vamos, acho que agora mesmo eles chegam, então podemos ir almoçar. O que você acha?
- Nossa! Seria demais! Estou morrendo de fome. - Ele fez cara de maníaco, morri de rir. Sentamos debaixo da árvore e ficamos lá com as mãos entrelaçadas como havíamos feito lá no chão da exposição.
Em outro lugar no Ibirapuera...
- , vê se essa ficou boa. - Disse mostrando a máquina pra menina.
- Nossa, , essa foto ficou super boa, acho que vou colocá-la na capa do nosso trabalho. As fotos que eu tiro sempre ficam ruins. Mas essa sua ficou ótima.
- Que isso, é tudo questão do jeito que você tira a foto, vem aqui. - Ele a chamou num canto e apontou para uma janelinha aberta que deixava a luz do dia invadir o ambiente escuro. - Olha, se você souber ver de onde vem a luz natural... - Ele segurou a mão da menina contra a máquina. - Ficam todas boas, o segredo é esse.
- Uau, , olha como ficou boa mesmo. - Ela exclamou feliz!
Ele se aproveitou e a abraçou por traz, tirou uma foto de surpresa. Ela bateu nele fraquinho meio que gostando e ele a provocou. Ele ficou tirando milhares de fotos dela e ela tentando apagar cada uma que havia ficado feia, os dois ficaram numa perseguição ali dentro quando, de repente, eis que surge o guarda novamente.
- Hey, vocês dois! – Eles pararam de correr na hora, olharam-se e riram. - Poderiam parar de correr aqui dentro? E se não se importam poderiam se retirar? O tempo da visita de vocês já estava acabando mesmo.
- Claro, ãn, vem, . – Falou , puxando-o. – Vamos embora, temos que ir mesmo.
Os dois saíram e continuaram a correr em direção a saída do local, queria apagar a última foto que tirou porque foi da cara de espanto dela quando o guarda chegou. Pareciam duas crianças, era com uma menininha crescida, e o , esse sim, era um crianção, talvez o mais criança do McFLY, era ele o mais estabanado, o mais desastrado, feito uma criança mesmo.
- Por favor, , essa foto ficou ótima, me deixe ficar com ela. - Ele se aproximou, colou seu rosto no dela e pediu com cara de criança, ela sentiu o coração bater forte. - Tudo bem, , mas... Sorria! - Nesse momento ela tirou a câmera das mãos dele e tirou uma foto dele. Aquela foto valia ouro, ele estava totalmente desprevenido e ficou bem espontânea. - Pronto, , agora sim, fica com a minha que eu fico com a sua. - Ela falou triunfante, aquela foto havia ficado linda, estava tão espontânea que ele parecia mais lindo nela do que em qualquer outro lugar.
- Nossa, e parece que você aprendeu mesmo como tirar fotos boas.
- É, aprendi com o melhor! - Disse ela meigamente, tinha esse dom, ela tinha o olhar mais meigo que eu conhecia, esse era o poder da minha amiga, o olhar.
Quando terminou de falar, sentiu os lábios de encostando-se aos seus, fechou os olhos e sentiu a intensidade do momento. Aquele beijo foi mais que especial, ele havia respeitado os limites impostos por ela, não tentou passar a mão e agiu como um príncipe, tratando-a com o cuidado que se tem com uma jóia rara. Ficaram juntinhos por alguns minutos, apenas olhando-se, mas perceberam que deviam ir embora, os dois continuaram andando e nos viram embaixo da árvore.
- Oi, gente. - Falou quando se sentava embaixo da árvore conosco. Ela estava com um sorriso de orelha a orelha, percebi que havia acontecido algo, pois eles estavam de mãos dadas.
- Oi. - Falamos eu e juntos. Olhei apra ele e ri. Tudo estava maravilhosamente bem.
- Cadê a e o , a e o ? Já era para eles estarem aqui, o trabalho deles eram os mais fáceis. - Ela falou.
- Como se você não conhece a , né, ? Ela sempre gosta de enrolar em tudo que faz, gosta que esteja impecável. Você vai ver, eles vão ser os últimos a aparecer...
- Hey, não vamos não! - Falou mostrando que estava chegando, ela e vinham com expressões bem alegres, mas nada de mãos dadas, parecia que nada havia rolado entre eles.
- Nossa, amiga, que milagre é esse? Você já terminou? - Perguntei incrédula, ela sempre enrolava.
- É, amiga, dessa vez eu tive uma ajuda, o sabe bastante sobre essa exposição porque ele já viu ela na Inglaterra, então ficou mais fácil fazer a parte prática. - Ela sorriu para o menino que ficou meio encabulado.
- Não foi tudo isso também, eu só falei umas coisinhas que encurtaram caminho e deixaram o trabalho de vocês menos cansativo. - Ele sorriu para ela. - A é super inteligente, a maioria das idéias foram dela.
Eles se olharam e sorriram, depois perceberam que nós estávamos ali também e voltaram ao mundo real.
Ficamos ali os seis esperando a e o , aqueles dois sim estavam demorando, já tinha quase uma hora que nós estávamos esperando e nada deles aparecerem.
- Gente, acho que eu vou ligar pra eles. - Falei quando o relógio já marcava uma hora da tarde.

E as coisas estão um pouco estranhas

O telefone da só chamou. Resolvemos ir à procura deles, afinal, a gente sabia onde eles estavam, mas é que aquela sombra da árvore estava tão boa que estávamos mortos de preguiça.
Entramos na seção que era pra e o estarem. Nada deles. Comecei a olhar para o relógio, já eram uma e meia e eles não davam nem sinal de vida. tentava ligar no celular do e a no da . Aqueles malditos celulares estavam fora de área. Demos uma geral no Ibirapuera quando, de longe, avistamos eles na ponte sobre o lago, aquele laguinho do carro.
Subiu um alivio no meu coração e uma raiva fulminante dos dois. Custava avisar que eles iam para lá? Eu e as meninas saímos correndo atrás deles e os meninos riram tanto que ficaram para trás, quando chegamos à ponte e, para surpresa, eles estavam discutindo.
- Olha o que você fez, ! Além de jogar meu celular no chão e fazê-lo parar de funcionar, você conseguiu jogar meu trabalho também! Você é muito desastrado! Como que eu vou pegar o resumo agora? Ele está todo molhado! Olha meu trabalho afundando! - Ela apontava para o lago e olhava-o com raiva. Ele parecia não entender nada. - Olha lá! - Ela começou a chorar.
- , o que aconteceu? - Perguntamos as três juntas.
- Foi esse desastrado! - Ala apontava pro . - Ele jogou meu trabalho no lago! Olhe lá, ele está aparecendo! Gente, eu tive maior trabalho para escrever tudo certinho, nossa , valeu mesmo. - Ela falou morrendo de raiva, eu conhecia minha amiga, ela estava realmente brava.
- , me desculpa. - Ele falou. - Eu não sabia que ia voar, eu só esqueci ele em cima do banco quando a gente... - Ele parou de falar.
- E o trabalho saiu voando? - Perguntei sem entender nada.
- Ele esqueceu o trabalho naquele banco. - Ela apontou pra um banco há uns dois metros de distância, bem no pé da ponte. - Agora eu vou ter que escrever tudo de novo! - Ela falou revoltada, sua expressão estava fuzilando ele.
- Desculpa, amor, desculpa mesmo, não fiz por querer, eu simplesmente esqueci.
Opa! Amor? Ele chamou ela de amor? Ui, alguma coisa aconteceu, eu e as meninas nos olhamos. Os meninos chegavam à ponte agora.
- Gente, por que tudo isso? - perguntava vermelho de tanto rir das nossas caras de desesperadas há dois minutos atrás.
- Parece que o deixou a parte deles caírem no lago. - Falei rindo também, a cena era cômica, o morto de vergonha, a desesperada e vermelha de raiva, a e o rindo feito doidos e o e a sem entender nada mais.
Olhei para todos e comecei a rir mais ainda, logo os oito já estávamos rindo de toda a cena.
E assim foi, ficamos na ponte por mais alguns minutos, tiramos uma foto todos juntos assim que falou que havia aprendido a tirar fotos.
- Gente, essa ficou tão linda! - Falou ao ver a foto de todos nós.
Olhamos e realmente estava linda. Era tudo bom demais para ser verdade.
- O que a gente vai fazer agora? - perguntou quando estávamos entrando no carro.
- Não sei, mas nós temos que almoçar e depois temos um ensaio às quatro horas. - falou.
- Mas já são duas! - se meteu na conversa.
- Então fazemos o seguinte, vocês, meninas, querem almoçar conosco? - falou. - A gente podia comer no Hotel mesmo, assim não tem confusão com fãs.
Eu e as meninas estávamos com tanta fome que a gente comeria até em um carrinho de churrasquinho de gato naquela hora, aquele convite era bem vindo e aceitamos na hora.
- Então, motorista, leva a gente pro hotel mesmo. A gente vai comer por lá.
Continuamos a viagem cada um conversando sobre sua parte do trabalho, nós rimos muito quando a falou do guarda, mas nem eu, nem , falamos que esse mesmo guarda havia nos flagrado também, eu o olhei e ele sorriu. Foi legal.
Chegamos ao hotel duas e meia. Minha barriga estava roncando tão alto que até hoje eu não sei como não a ouviu, ou, se ouviu, não me falou.
Foi uma situação meio constrangedora, principalmente para mim, pois na entrada do hotel tinha umas quarenta meninas gritando McFLY e por um momento eu me imaginei ali, na pele delas, imagina o que elas sentiriam quando os vissem conosco? Simples meninas como elas? Simples fãs? Parei de pensar nisso quando passamos pela entrada subterrânea do estacionamento, agora tudo estava calmo e não tinha mais ninguém gritando. Saímos do carro e passamos por um enorme saguão onde haviam pessoas super arrumadas, engravatadas, com sapatos italianos. Era um mundo totalmente diferente do meu, eu usava All Star e por mais que os meninos usassem também, eles estavam acostumados com o mundo dos sapatos italianos, eles eram ricos e famosos, me senti mal novamente, senti um pouco de vergonha. As meninas olharam para mim e entendi que elas sentiam o mesmo, talvez ir almoçar com eles tivesse sido uma má idéia.
- Nosso quarto é esse. - Falou abrindo uma porta. – Sintam-se a vontade, ok?
- Ok. - Respondemos assim que vimos aquele paraíso, que vista tinha aquela suíte, uau! Era demais.
- Bom, gente, eu estou morto de fome, não estou a fim de esperar e já vou pedir algo pra comer. - Falou sentando-se no sofá e me puxando junto dele. - Peço o mesmo pra todo mundo?
- Pode ser. - Respondemos todos juntos.
- , vem aqui pra eu te mostrar o caderno aonde eu escrevi aquele verso que eu te falei. - chamou-a e ela o seguiu.
Eles ficaram no cantinho lendo um caderno pequeno com vários rabiscos, pelo que percebi, era ali que escrevia suas letras. Ficamos esparramados nos sofás até a comida chegar. ficou me olhando e segurando minha mão o tempo todo, estava me sentindo tão bem, parecia que ele estava gostando daquilo também, porque estava sorrindo de uma maneira totalmente diferente, uma maneira meiga e sensível, por um minuto pensei que aquilo fosse um sonho, mas parecia ser mesmo realidade, ele estava me beijando novamente, foi assim que percebi que era realidade, quando percebi, ele já estava com a mão no meu rosto, não sei se os outros viram, mas foi um beijo tão doce que eu quase morri de tanta alegria, passei minhas mãos pelo pescoço dele e deixei que ele desse intensidade ao beijo. Estávamos nos beijando de uma maneira tão linda quando a campainha do quarto tocou. Nos afastamos devagar, ele rompeu o beijo com um selinho carinhoso e eu mordi de leve seus lábios. Ele soltou um risinho abafado por uma almofada que o acertou nele.
- Que bonitinho! - falou. - Olha só a , tão jogo duro dando beijitos no ! - Ele ria feito bobo.
- Ah, qual é, ?! Por que você não faz uma coisa útil e abre a porta?! Nós estamos com fome. - falou e eu me afundei no sofá e virei os olhos pras meninas que riam iguais bobas.
- Gente, por favor. - Pedi pra elas com cara de vergonha. - Não me zoem agora. - Me aproximei e falei baixinho. - Depois eu conto pra vocês! - E esbocei um sorriso. se aproximou de novo e fiquei calada.
Sentamos-nos à mesa que tinha no hall e comemos, acho que de tanta fome que eu estava, nem senti direito o gosto da comida, mas só sei que ela estava maravilhosa. Todos estavam comendo quando eis que surge e com uma garrafa de vinho no quarto. Eles tinham levantado sem chamar a atenção. Pegaram a garrafa e abriram, serviram nossas taças e ergueram-nas no ar.
- Às amigas do interior que conquistaram a gente! - gritou. Senti meu rosto corando, olhei para as meninas que estavam vermelhas também. e levantaram suas taças também.
- Por elas existirem e por terem nos dado a chance de nos conhecermos. - disse.
- Por elas terem saco para nos agüentar! - falou e todos o olharam, ele calou-se imediatamente e nós rimos.
- E, por fim, por vocês fazerem a gente ver além do nosso nariz! - disse e me encarou, eu sorri. Aquilo havia sido um brinde em nossa homenagem. Nós nos levantamos também e dissemos juntas:
- Ao infinito e além! E a vocês, meninos, por estarem aqui! - Completei. Erguemos as taças e brindamos. Aquela cena jamais sairá da minha cabeça, sempre que me recordo dessa época, a primeira cena que vem é essa.
Aquele almoço acabou com um pouco a mais de risadas por causa do vinho, mas não estávamos bêbados, tomamos apenas uma garrafa, estávamos alegres só por estarmos vivendo aquele momento.
Quando terminamos, e eu as meninas décimos ir embora, era ali que nosso sonho com o McFLY acabava?
- Então, acho melhor irmos meninas... - Falei me levantando. - Acho que está ficando na hora dos meninos ensaiarem e nós ainda temos que enviar o trabalho pra professora.
- É verdade, vamos, , e levanta, ! – puxava as duas. - É melhor irmos.
- Mas já vão? - olhou pra .
- É, está na hora de irmos. - Ela falou com cara de tristeza.
- Mas, então, nós não vamos mais nos ver? - perguntou no meio do assunto.
- Parece que não... - Olhei-o. – Esse é o último dia de vocês aqui, não é? - Perguntei.
- É... - Ele respondeu e sorriu amargamente. - Mas vocês podiam vir com a gente hoje, não é?
- Talvez não dê, a gente tem que fazer esse trabalho e mandar pra professora ainda hoje, acho que não dá tempo, não. - Falei e ele me olhou fundo nos olhos, ele parecia estar pedindo.
- Mas, , e se vocês forem ao show? Hoje é quinta-feira, é nosso último dia no Brasil, vocês não podem fazer esse esforçinho? - pediu com cara de pidonho para mim e para as meninas.
- , tenho certeza que a sua tia não ia ligar, se a gente explicasse, ela deixaria? - pediu.
- Sei lá, acho que sim, ela está na redação agora, e de quinta é o dia mais corrido lá no jornal. Ela disse que qualquer coisa era só ligar. Acho que eu posso ligar pra ela. Ela deixa sim, tenho quase certeza. - Falei sorrindo.
- Ótimo, então agora só falta resolver a história do trabalho. - falou.
- Gente, quanto ao trabalho, deixa comigo. – falou. - Já que só falta a minha parte, eu faço da cabeça mesmo, sobre o que eu lembrar, a gente só precisa de um oito pra fechar a matéria, e oito a gente consegue tranqüilo. Daí é só juntar tudo e montar e isso nós fazemos em meia hora, de boa.
Pensamos um pouco e pegamos novamente as credenciais com os meninos, seria o segundo show do McFLY em dois dias. Uau! Quase pirei.
- Então vamos indo para dar tempo de fazermos tudo. - falou.
- É verdade, vamos, então.
- Hey, , vem aqui um pouquinho? - me chamou num canto e eu fui, enquanto todos se despediam. - Então à noite nós nos vemos? - me perguntou ao pé do ouvido.
- Acho que sim! - Falei sorrindo. – Se der tudo certo.
- Que bom que você vai. Vai ser especial. - Ele falou e me beijou. A cada beijo que ele me dava, era uma sensação diferente, nesse momento passou um frio na minha barriga, uma sensação de queda livre. Nossa! “Que adrenalina maravilhosa”, pensei. Rompi o beijo com uma mordida no lábio inferior dele. Olhei-o e passei minhas mãos pelo seu rosto, ele encostou a face mais forte sobre minha mão e eu a examinei. Como era perfeita aquela dimensão do corpo dele, cada centímetro do seu rosto era perfeito, tudo se completava, tudo estava em harmonia perfeita, senti uma onda de alegria me invadir o coração, aquela mesma sensação da exposição, estávamos ligados de alguma forma, isso era certeza. Ele fez o mesmo comigo, passou as mãos pelo meu rosto e ficou me olhando por um tempinho.
- , tenho que ir. - Falei quando ele finalmente parou de me olhar.
- Ok, então até mais tarde, . - Ele falou beijou meu rosto de leve. Senti seus lábios fazerem arder de paixão meu rosto. Nos despedimos de todos e fomos embora.

Fora das nossas vidas e fora de tempo

Pegamos um táxi e fomos pra casa da minha tia. Ao entrarmos no apartamento, peguei o telefone e liguei para a redação do jornal, falei com minha tia e ela deixou que fôssemos para o show. Liguei para minha mãe e contei tudo que havia acontecido, minha mãe sabia de tudo o que se passava comigo e ficou feliz por eu estar feliz, embora eu soubesse que aquela alegria fosse durar apenas mais algumas horas.
- , pelo amor de Deus, voltem no horário que sua tia falar, ok?
- Ok, mãe, pode deixar, a gente toma cuidado e tem até motorista pra vir trazer a gente depois.
- Então tudo bem, tomem cuidado, você e as meninas, ok?
- Ok, tia. - Responderam elas juntas, o celular estava no viva voz.
- Mãe, você acha que a gente deve mesmo ir? - Perguntei um pouco na dúvida.
- Claro que si, . Era seu sonho conhecer eles, não era? Então faça esse sonho durar o máximo possível, aproveita enquanto você não vai pra faculdade e ainda não trabalha, aproveita que seu pai te banca e vive o seu sonho. Não importa que seja só por hoje, mas aproveita!
- Uau, mãe! Você é demais! Obrigada por tudo.
- Uau, tia! Você é a melhor tia do mundo! - As meninas falaram e todas rimos.
- Ok, então, eu tenho que ir trabalhar, semana que vem ,quando vocês voltarem, eu quero saber de tudo, ok?
- Ok! Beijos, mãe!
- Beijos, e beijos, meninas, se cuidem!
- Ok, tchau, tia!
Desliguei o telefone e corri para o sofá pra contar pras meninas o que tinha acontecido. Contei cada detalhe, afinal, elas eram minhas melhores amigas desde a sétima série, quando mudei de escola, elas tinham que saber de cada detalhe.
- Nossa, , como ele é fofo, se eu soubesse que os meninos do McFLY fossem assim, eu seria fã deles também. - disse. - Fora as letras das músicas, que são muito lindas, o me mostrou algumas e eu amei! Eu adorei Falling in Love, é linda. Ele está pensando em fazer tipo uma continuação dessa.
- Eu sei, amiga, eu já tinha falado dessa música pra vocês. Vocês que não davam bola. Mas, enfim, agora vocês sabem quem eles são, e como sabem, não é, ?
Todas olhamos pra ela que sorriu e lançou-me uma almofada na cara.
- Ah, , conta vai, amiga, a gente sabe que rolou alguma coisa. - falou.
- Ok, ok, vocês me conhecem mesmo, não é? Tudo bem, é a gente se beijou também.
- Uhul! - Gritamos tão alto que ela tampou o ouvido.
- Nossa, amiga, que lindo, você e o , é tão engraçado, é lindo demais, uma das minhas melhores amigas e meu ídolo ficando.
- Ah, , e você com o no sofá... E depois na hora da gente ir embora. Ele está super a fim de você, colega, seu herói! - Quando ela falou isso eu ri. – E vocês juntinhos nos maiores agarros, nossa, isso sim é sonho. - falou e as outras concordaram.
- Nossa, gente, eu não estava nos “maiores agarros” com ele, não. – Falei brava. – A gente foi bem discretos. - Todas rimos.
Contei sobre o guarda pra elas e a também confirmou, realmente tinha sido o mesmo guarda. Ficamos um tempo na frente do computador fazendo o trabalho que seria nossa libertação do colegial e quando terminamos já estava na hora do jantar. Como a é a única que gosta de cozinhar e sabe, foi ela quem fez nossa comida, comemos um maravilhoso macarrão flambado, ela realmente tinha jeito pra coisa. A louça foi sorteada, e sobrou pra mim e pra , a ficou encarregada de guardar e secar as coisas. Eram oito horas quando fomos nos arrumar, tomar banho e nos maquiar.
Como essa era a última vez que veríamos eles, resolvemos caprichar no look, tenho certeza que até hoje eles se lembram das roupas que vestíamos naquela noite. Eu resolvi colocar uma saia xadrez preta e rosa, uma blusinha rosa com um suspensório preto básico, uma meia arrastão, meu All Star rosa e caprichei no make. A resolveu inovar um pouco, saiu do lado certinho do vestido balonê da noite passada e colocou um jeans todo desfiado, uma blusinha verde água, um All Star branco e caprichou na make também. A colocou um vestido curtíssimo preto, com detalhes em paetês prata, que realmente avantajavam as curvas dela, minha amiga era bonita. “Coitado do ”, pensei comigo. E, por fim, a , quando ela saiu do banheiro todas dissemos: “ARRASOU AMIGA!”. Ela estava perfeita, tinha colocado um macacão listrado todo em preto e branco que batia nos joelhos, por baixo tinha colocado uma blusa mega decotada e nos pés usava uma melissa preta de camurça.
Estávamos todas prontas quando minha tia chegou. Ela nos disse para chegarmos antes das cinco, para não bebermos muito e para tomarmos cuidado. Saímos de casa e fomos para o show. Chegamos lá e foi o mesmo esquema, entramos e fomos para o camarote. A casa estava lotada, como na noite passada. Havia meninas gritando os nomes deles e não pude conter um pouco do meu ciúme quando as ouvi gritando , mas, na realidade, não havia motivos para eu sentir ciúmes, eu não tinha nada com ele, e a gente só se conhecia a dois dias, e nem isso. Não sei o que me deu, mas foi uma coisa meio estranha. Mas passou assim que eles entraram no palco. Nossa! Aquele show tinha conseguido ser melhor que o anterior? Sinceramente, até hoje não sei explicar qual foi à emoção que senti naqueles shows, quando eu os via no palco tudo o que eu sentia pela banda falava mais alto do que o que eu estava vivendo, era como se meu amor pelo McFLY fosse maior que meu amor por eles separados, não tem como explicar, só sei que McFLY se resume em um conjunto, um não existe sem o outro, e era isso que eu percebia mais do que nunca, agora. O show já estava beirando às duas horas e eu presumi que a próxima música que eles fossem cantar fosse 5 Colours e, assim, encerrar mais um grande show, mas não foi isso que aconteceu. Na penúltima música, pegou o microfone e disse: “Essa música é pra uma pessoa em especial, espero que ela goste, é do fundo do meu coração!”.
Ele olhava para mim e as lágrimas voltaram a correr em meu rosto, meu rímel estava borrado, mas isso já não importava mais, ele estava cantando Hero! Foi a melhor coisa que eu senti na vida. Uma sensação inexplicável, um filme passou na minha cabeça enquanto eu o ouvia cantando aquela música, cantando para mim. Não tive coragem de olhar para as meninas naquele momento, tentei imortalizar aqueles minutos como se, para mim e para ele, existisse apenas nós dois e foi o que ele fez também, enquanto cantava, ficou me olhando o tempo todo, dessa vez, eu não precisava esconder minhas lágrimas, não havia motivo para impedi-las de escorrerem pela ponta do meu nariz arrebitado.
Aquele momento terminou quando o show se acabou, após a última palavra dita por eles, após o último “Obrigado!”.
Não demorou muito para o segurança vir nos chamar novamente. Senti algo especial enquanto passei por aquele mesmo corredor da noite anterior, o corredor que ele tinha vindo me pedir desculpas, acho que eu tinha um tipo de divida com aquele local, afinal, foi ali que vi meus ídolos no palco, foi ali que eu me decepcionei com meu herói, e foi ali que eu voltei a vê-lo com os mesmos olhos de antes, ou, ainda melhor, como se deve verdadeiramente ver . Foi ali que eu o conheci.
- Então meninas, gostaram do show? - perguntou assim que entramos no camarim.
- Amamos! - Respondemos todas juntas. Olhamos e sorrimos feitas bobas. Aquela sim era a cumplicidade da gente, nós éramos realmente feito irmãs, e eu amava isso, amava minhas irmãs. Essa época eu posso dizer que foi uma das melhores que passei ao lado delas, pelo menos até hoje.
Quando nos sentíamos a vontade com as pessoas, eu e as meninas nos dispersávamos um pouco, e foi isso que aconteceu. A logo já estava toda olhares e carinhos com o , a e o conversavam feito doidos e riam ainda mais parecidos com esse tipo de gente. A e o estavam num sofá sentados, conversando, eles pareciam que se conheciam há tempos, pareciam muito íntimos. Fiquei reparando neles enquanto não vinha, ele estava em uma outra sala com a mão no gelo e como ninguém tinha me chamado para ir lá com ele, resolvi ficar ali mesmo.
“Será que eu fiz o certo em apresentá-los para as minhas amigas?”. Fiquei pensando enquanto observava os “casais”. Em pensar que em apenas algumas horas nós não passaríamos de simples casos do Brasil que eles tiveram e que depois teríamos que seguir nossas vidas como sempre. Era realmente uma sensação frustrante, imaginar que se o pior acontecesse, nos apaixonarmos por eles, seria terrível, afinal, nós éramos apenas casos do Brasil. Aquela dúvida permaneceu em minha cabeça por pouco tempo, tenham certeza disso.
- Hey, , gostou da música? - perguntou enquanto dava um beijo na minha nuca, aquilo me deixou arrepiada.
- Bem... – Olhei para trás e beijei-o.
- Está respondido! - Ele exclamou feliz enquanto pulava o sofá para sentar-se ao meu lado. - Para onde você quer ir agora?
- Ãn? – Perguntei, olhando-o.
- O que você gostaria de fazer nesse exato momento, ou o que você gostaria de fazer e nunca fez? - Ele perguntou e me beijou forte. Senti um friozinho na barriga, aqueles beijos estavam realmente melhorando a cada um que se repetia.
- Ah, , sei lá... - Fiquei pensativa.
- Pensa um pouco enquanto eu pego umas bebidas pra gente.
Ele se levantou e me deixou a ver navios. O que eu poderia fazer? O que mais eu poderia querer depois do que estava acontecendo? Fiquei em dúvida sobre o que responder quando ele voltasse. Olhei para as meninas, estavam entretidas demais. Mal tive tempo de pensar quando o voltou.
- Já pensou? - Ele perguntou me entregando uma latinha de cerveja.
- Já. - Respondi abrindo a lata que fez um estalo.
- Para onde você quer ir?
- Eu quero comer um Cheetos! Aquele que o roubou de mim! E acabou nem comendo. - Soltei várias risadas enquanto falei isso, percebi que ele me olhava de uma maneira meio que inconformada, eu, ali do lado do , pedindo para comer Cheetos, engraçada demais a cena.
- Ok, então vamos comer Cheetos! - Ele sorriu para mim, e foi ali que percebi que aquele dia jamais sairia da minha cabeça, o sorriso, o jeito doce de ele falar comigo e o gosto do seu beijo. - Gente, nós vamos ao mercado. - falou se levantando e me dando a mão de apoio.
- Ao mercado? Essa hora? - perguntou.
- É, , a quer comer Cheetos. - riu e me encarou, ri também.
Todos se encararam como se não entendessem nada e soltaram risinhos abafados.
- Ok, , mas como nós nos encontramos depois para irmos embora? - falou.
- Vocês vão com a gente pro hotel, daí a e o vão pra lá também, depois vocês vão pra casa, pode ser? - falou.
- Pode sim, mas, , volta antes das cinco, ok?
- Ok, . Alguém quer alguma coisa? - Perguntei.
- Ah, , qual é?! Vai logo, ninguém normal teria fome a esse horário.
- Claro, valeu pela parte que me toca, . - Falei lançando uma almofada nele. Todos rimos.

Nem conheço a realidade

Eu e saímos do camarim e passamos por aquele mesmo corredor, mas dessa vez estávamos ocupados demais. Meu Deus, ele mal me deixava respirar, estávamos realmente conectados de alguma maneira, seus beijos eram cada vez mais profundos, mais saborosos, mais apaixonantes? Não! Eu não podia pensar nisso, mas a cada beijo eu sentia meu coração gritar por dentro.
Entramos em um carro que nos esperava, sentamos no banco de trás e dissemos pro motorista nos levar até qualquer hipermercado aberto 24 horas. Rodamos um pouco por São Paulo, à noite aquela cidade ficava realmente encantadora, suas luzes nos encantaram.
Ficamos observando a cidade pela janela enquanto sentia as mãos dele passando pelas minhas costas. Ele era delicado, ficou me agradando o caminho inteiro. Eu apenas sorria e o acariciava também.
Chegamos a um supermercado era quase duas horas, estava “cedo” ainda, afinal, nós teríamos três horas só pra gente, mas logo me lembrei que aquelas seriam as três últimas horas que passaria com ele. Tentei ignorar esses pensamentos durante esse tempo.
- Então, vamos atrás do seu Cheetos, mocinha? - Ele perguntou me abraçando por trás.
Havia poucas pessoas no mercado, mas mesmo assim, as poucas pessoas em São Paulo eram um número bem considerável. Fiquei meio constrangida quando ele me beijou no meio do corredor e um grupo de meninos que compravam cerveja nos olhou, acho que fiquei roxa de tanta vergonha.
- , fica aqui que eu vou comprar um chocolate, ok?
- Ok! Enquanto isso eu escolho o sabor do salgadinho, e pega umas bebidas pra gente.
Ele foi para outro corredor e eu permaneci ali, procurei o salgadinho e escolhi uns refrigerantes gostosos pra gente beber. Lembrei da quando vi uma garrafa de Vodka e do lado energético. Ri sozinha.
- Por que uma moça como você está sozinha a esse horário aqui? - Falou uma voz estranha perto de mim, congelei ao perceber que não era . Olhei para trás e vi um dos meninos da cerveja.
- Eu não estou sozinha. - Respondi dando alguns passos.
- Está sim, você bem que podia vir comigo, sabe, a gente podia se conhecer... - Ele falou se inclinando pra cima de mim, empurrei-o, mas ele nem sequer se moveu, era um cara forte, expressões fortes, fiquei com medo.
- Sai fora, eu não estou sozinha, já falei. - Respondi com raiva.
- Nossa, mocinha, qual é?! Vem aqui.
Ele veio pra cima de mim, mas enquanto eu tentava me soltar dos braços dele, o chegou.
- Qual é, amigo? Está tentando beijar minha namorada? - Ele perguntou estufando o peito. Uau! O estava falando em inglês, me chamando de namorada, estufando o peito e falando na maior altura. “Eu estou normal? É alucinação?”, perguntei para mim mesma.
- Desculpa, irmão. Eu pensei que a gatinha estava sozinha. - O cara falou e me olhou, desviei o olhar pro .
- Mas ela não está sozinha, não, ela está comigo, ela é minha garota, entendeu? - estufou o peito de novo e falou num tom super claro.
- Entendi, sim, foi mal aí, cara. Estou saindo já. - Ele respondeu em inglês, o moço parecia ser bem de vida porque sabia falar inglês fluentemente. Um típico boyzinho da cidade grande. Ele se virou e foi embora. virou-se para mim, que estava estática.
- Está tudo bem com você?
- Está sim, não foi nada. - Respondi sorrindo, mas as palavras dele ainda estavam na minha cabeça, “namorada”, “minha garota”, era muito estranho aquilo.
- Então, já comprou o que você queria?
- Já sim, até peguei as bebidas. - Sorri pra ele.
- Então acho melhor irmos, não é? Não quero mais nenhum homem se engraçando com você, menina. Imagina o que ele teria feito se eu não tivesse chego? - Ele falou.
- Hey, , eu sei me virar sozinha, ok? Eu simplesmente teria dito pra ele parar, não sou nenhuma tonta não. - Olhei-o.
- Até parece, se eu não tivesse chego, vai saber onde você estaria agora. - Ele falou em um tom convencido.
- Como assim? Aonde eu estaria agora? , francamente, você realmente espera o que de mim? Acha que eu não sei me virar sozinha? Até parece! – Sorri. - Eu sei me virar muito bem, sempre soube.
- Se você acha que é tão boa assim, acho que não se livrou daquele cara por que estava gostando, né? - Ele estava nervoso.
- Eu?! , eu não sou desse tipo de menina, não, ok? Eu estava tentando afastar aquele imbecil. Caso você não percebeu. Eu não acredito que você disse isso. - Eu realmente não estava acreditando.
- Mas foi o que me pareceu, se é que você quer saber. Ele chegou e você conversou com ele, ao invés de falar logo que já tem namorado, que já estava comigo.
Fiquei ainda mais confusa. O que falava agora? (Mr. só confunde a aoskaosoaksoaksaks)
- Como eu poderia? , como assim namorada? Eu jamais iria falar isso, nós somos namorados? – Ele parecia confuso também. – Eu só não acho que isso seja motivo pra você ter dito o que disse pra mim, como pode pensar isso de mim? Que eu estaria gostando daquele idiota riquinho que veio falar comigo do nada? Me poupe, , eu não preciso ouvir isso.
Falei isso e me virei, ele ficou para trás, pois comecei a andar rápido. Cheguei ao caixa que estava aberto, passei as coisas e o vi logo atrás de mim, quando estava na porta do mercado esperando que passasse algum táxi ali naquele momento.
- . - Ele me chamou. Continuei calada, esperando algum táxi passar. - , olha pra mim. - Ele me chamou novamente e puxou-me pelo braço.
- Me solta. - Falei com raiva.
- Por favor, me escuta.
Olhei pra ele com os olhos marejados de lágrimas, ele estava mostrando aquele lado dele novamente, ele tinha me ofendido! Isso já estava passando dos limites.
- Fala.
- Você sabe que eu sou assim, não consigo controlar meu ciúme, e, quando vi, já fiz o errado. Na outra noite já comecei tudo errado, desculpa, .
- Não, , as coisas não são assim. - Olhei para ele e senti uma lágrima querendo sair do meu olho, segurei. - Embora eu queira acreditar nisso, não teria nexo nenhum, nós nos conhecemos há apenas dois dias, você nunca poderia sentir ciúmes de mim, ou me chamar de namorada, eu admito, adoraria que isso acontecesse, mas não assim. Parece que, por enquanto, temos prioridades diferentes, você mal sabe o que quer, não sabe controlar seus impulsos e isso é muito para eu agüentar. Daqui a algumas horas você vai ir pra sua casa e eu continuarei seguindo a minha vida. Nós não pertencemos ao mesmo universo, . – Deixei que a lágrima caísse. - Apesar de sermos parecidos e nos darmos bem, você precisa de mais do que uma simples adolescente brasileira. - Quando terminei de falar as lágrimas surgiram feito um vulcão em erupção dos meus olhos, chorava com todo meu coração, por mais que aquilo doesse, era a verdade.
- Talvez isso seja verdade. - Ele estava com uma aparência triste também, passava as mãos pelo meu rosto, tentando enxugar minhas lágrimas. Embora tentasse impedir o choro de cair, percebi seus olhos brilharem pela presença de lágrimas. - Talvez nós não durássemos nem um dia assim. Eu admito, não teria motivos aparentes para sentir ciúmes de você, mas, de alguma forma, senti. - Ele sorria. – Talvez porque você realmente me fez sentir algo diferente, talvez esse seja o começo de algo novo, não sei, mas, se for, um dia nós vamos saber.
- Um dia sim. , pode ter certeza. - Falei abraçando-o.
- Você vai esquecer esses dias que passamos juntos?
- Embora sejam só dois dias, duvido que eles saiam da minha memória, porque simplesmente foram os melhores que já vivi. - Quando terminei de falar senti seus lábios encostando-se aos meus. Deixei que o último beijo acontecesse. Ele me segurou forte, abraçando-me com toda a força que tinha, me encostou na parede, passou a mão pela minha cintura e me fez a pessoa mais feliz desse mundo, aquele beijo foi o melhor, o mais apaixonado, o mais desejado, e, assim, o mais demorado. Passei as mãos pela nuca dele e enquanto nos beijávamos ele soltava leves suspiros enquanto eu passava a mão pelo seu cabelo, e depois pela nuca novamente. Ele me fez suspirar também, quando passou a mão pelo meu cabelo e pelo meu rosto, que ainda estava molhado de lágrimas, e depois quando finalizou o beijo com um selinho.
E assim foi, o melhor de todos, talvez o que mais me deixou feliz, o que mais me fez amá-lo, pena que eu não sabia, na hora, que estava deixando com ele um pedaço do meu coração, o pedaço que ele me roubou assim que me beijou daquela maneira.
Fechei os olhos assim que aquele momento acabou, senti suas mãos pelo meu rosto enquanto continuávamos abraçados.
- Isso não é o fim, pode ter certeza. - Ele disse ao meu ouvido. Arrepiei-me inteira. Ele exercia sobre mim um enorme poder agora.
- É o começo de algo novo. - Disse sorrindo.

Foi questão de segundos após entrarmos no carro para eu abrir o salgadinho. Aquele cheiro de queijo logo invadiu o ambiente e logo meus dedos e os do já estavam cobertos por um pozinho alaranjado.
- Que delicia! - Falei lambendo o dedo. - Esse é o melhor Cheetos que já comi. – Completei, rindo. - Esse é o melhor Cheetos do mundo. É melhor do que os da Inglaterra! – falou bebendo um pouco de cerveja.
- Ah, qual é, ?! Cheetos é igual em qualquer lugar do mundo.
- Mas a companhia é a melhor que se pode existir. - Ele sorriu.
- Vendo por esse lado, é verdade. Ele sorriu. - Acho que acabei virando amiga do Mr. não me rele não me toque. - Falei jogando um salgadinho nele.
- E eu amigo de uma porquinha, olha o que você me fez fazer! - Disse ele apontando pra uma mancha de cerveja recém derrubada na calça. Ele tinha se assustado com o salgadinho.
Comecei a rir feito doida, mas ele me acertou um bem na bochecha que ficou toda laranjinha. Aquele trajeto até o hotel foi o mais divertido de todos, ficamos tocando Cheetos um no outro, tentando fazer alvo na boca do outro, eu mais errava do que tudo, tanto pra lançar, quanto pra pegar, meus reflexos eram horríveis. Depois que o salgadinho e a cerveja acabaram, abrimos o chocolate.
- Um brinde ao melhor Cheetos do mundo! - Falei rindo (efeito das cervejas, acredite, ainda).
- E à melhor companhia! - completou e “brindamos”.

Apenas fale para si mesmo eu vou, eu vou ficar bem

Chegamos ao Hotel com o rosto doendo de tanto rir, minhas bochechas estavam vermelhas, mas as do estavam mais, ele estava lindo, pensei.
Pegamos o elevador e entramos na suíte. Todos estavam no hall, rindo e falando alto, menos e que se beijavam, finalmente. Percebi que aquela dúvida que tinha se realmente era certo apresentar minhas amigas para os Guys não existia mais, eu tinha feito o certo, sim.
- , vocês já chegaram? Ainda está cedo! - reclamava enquanto eu e nos sentávamos.
- Qual é, ?! Já é tarde e temos que ir, não é meninas? - Perguntei.
- É verdade! – falou se levantando. - Vamos indo, gente?
- Vamos. - Responderam e que estavam no chão, sentadas ao lado de e do .
- Hey, , vocês vão embarcar a gente amanhã? - perguntou, segurando-a. Ela corou de vergonha.
Ela nos olhou e não tivemos reação nenhuma, então disse:
- Vou sim.
- E você, , vai? - fez cara de criança.
- Claro que vou.
- Bom, só faltam vocês então... - disse apontando pra mim e pra . - Vão também?
- Vamos! - Respondemos juntas.
- Ok, então, vocês vêem aqui amanhã e nós vamos ao aeroporto, ok?
- Tudo bem, nós viremos.
- Ok, então estejam aqui às nove horas porque o vôo sai às onze. - falou.
- Ok. - Respondi.
Ele me olhou e sorriu, senti que o que havia falado para ele tinha sido o certo naquele momento, mas eu iria sofrer, pressenti. Ele pareceu me compreender e assim nos despedimos, dei um beijo em seu rosto. Ele segurou meu rosto entre as mãos e me beijou a face também, foi mágico, ainda me lembro disso.
Eu e as meninas saímos da suíte e já havia um carro nos esperando, os meninos já haviam planejado tudo. Eles eram muito fofos. Pegamos a marginal e começamos a conversar.
- , você fez o que seu coração mandou, não é? - me perguntou.
- Fiz sim, amiga, embora seja difícil admitir, nós não tínhamos nada mesmo, então decidi deixar assim por enquanto, ele disse que vai me ligar, acho, sinceramente, que vamos continuar nos falando, mas só isso, como amigos. Acho que precisamos mesmo ver nossas prioridades. Ano que vem nós vamos para Reading e eu sei que estarei perto dele de novo, mas eu nem comentei nada com ele, sem compromissos.
- Acho que você fez o certo, amiga! - falou. - Eu falei com o também, falei que tudo tinha sido mágico, mas que seria apenas isso e nada mais, porque é simplesmente impossível, ele é mais do que eu mereço.
- Não fala assim, dude, isso é coisa da vida, ele é tudo que você precisa, mas nós não temos tudo o que precisamos, não é? Eu, por acaso, tenho um carro zero só pra mim? – falava. - Não. Mas nem por isso vamos nos dar por vencidas. Ele tem seu número e tenho certeza que quando a saudade bater, ele vai te ligar.
- Vendo por esse lado, você tem toda razão, . Talvez nós estejamos dando muita importância para isso, afinal, nós temos uma vida também que daqui a um mês será vivida em Reading, e é lá que nossa história vai ser reinventada. - Falei com os olhos brilhando, aquilo era verdade.
- É, meninas! Essa é a nossa história, e os guys passaram por ela, é verdade, mas o que mais precisamos é de nós mesmos, eles têm suas vidas e nós as nossas, que são ótimas! Vamos tratar de aproveitar esse último vestígio de McFLY em nossas vidas e depois seguimos em frente. - falou.
Olhamos umas para as outras e, por fim, acabamos por concordar com isso, afinal era a verdade, embora seja difícil aceitar que uns garotos como os guys tenham passado em nossas vidas e deixasse-nos irem embora, nessa época nos parecia ser o correto e não me queixo de ter sido assim.
Ficamos conversando depois sobre os “agarros”, como as meninas dizem, e quando chegamos em casa fomos dormir. Já eram dois dias seguidos sem dormir muito tempo, estávamos um caco.
Na manhã da sexta-feira, nos levantamos e fomos todas tomar café ainda de pijamas. Estávamos estranhamente bem, parecia que o conformismo havia tomado por atitude certa em nossas mentes.

Descobrindo como viver nossas vidas

Nos arrumamos e fomos para o Hotel dos meninos. Quando o carro parou em uma das entradas do estacionamento, percebemos que havia muitas fãs a espera dos meninos, senti um aperto imenso no coração, eu estivera cogitando a idéia de ir vê-los no hotel assim que chegamos em São Paulo, mas, como tudo aconteceu tão rápido, eu não havia comentado nem com as meninas, e agora... Eu via as fãs ali, esperando por eles, esperando pelo menos um Oi da janela da suíte, me senti muito, muito mal, afinal, eu era uma fã! Era uma sensação de injustiça, mas, afinal, que culpa tive eu de topar com o comprando um Cheetos? Logo que entramos no hotel esses pensamentos se esvaíram de minha mente, afinal, em duas horas eu estaria dizendo tchau para eles, era um mix de sensações estranho demais para se explicar, ainda hoje não sei o que senti naquele momento.
Subimos pelo elevador e paramos a porta da suíte deles. Tocamos a campainha e não demorou para o abrir para a gente.
- Oi meninas! - Exclamou ele feliz. – Acabamos de tomar café! Entrem, entrem. - Disse ele nos empurrando pra dentro do cômodo, que agora estava com malas feitas na sala principal e vários artigos musicais espalhados em grandes caixas.
Nós nos cumprimentamos e depois de conversarmos um pouco, disse:
- Hey, meninas, temos uma surpresa pra vocês. Sentem-se aqui com o que a gente já volta.
estava sentado no chão imensamente limpo, ainda estava exalando um maravilhoso perfume floral, parecia ter sido limpo recentemente. Como disse para fazermos, nos acomodamos sentadas em almofadas que pareciam estar propositalmente no chão.
Não demorou muito e surgiram de um quarto , e carregando algo que pareciam ser embrulhos de presentes. Eles sentaram-se entre nós, abri espaço para sentar-se ao meu lado e ele assim o fez. e se acomodaram também, ao lado de e e logo estávamos todos olhando um para a cara do outro, como em um esquisito ritual daqueles que fazemos na escola, a cena me lembrou a brincadeira do copo, ou do compasso, tão conhecidas aqui nas terras tupiniquins.
- Estão curiosas? - Falou finalmente.
- Claro que sim! – Respondeu . - O que é que tem aí, ?
- Ah, então você quer saber, é? - Perguntou .
- Mas é claro que queremos saber, ! - Respondi.
- Ok, , então... Meninos, parte B, ok? - falou.
Eu e as meninas não entendemos nada.
- Parte B em andamento, Mr. . - falou e num salto eles se levantaram. Cada um pegou o presente e entregou para sua “garota”, me entregou o embrulho e me pegou no colo. Os outros fizeram o mesmo. Logo estávamos uma no colo de cada um e indo para espaços diferentes. levava para o que julguei ser seu quarto, fazia o mesmo com , igual, só que com um pouco mais de trabalho, ele era muito desengonçado, ri muito quando ele quase derrubou a quando eles entraram por uma porta. Quando dei por mim, já estava comigo em seu quarto, me colocando em sua cama devagar, eu ainda ria e segurava o presente com cuidado.
- Que doideira é essa, ? - Perguntei me sentando na cama, me inclinando um pouco mais pra frente.
- Só queria ter uns minutinhos a sós com você, pensei que seria legal se a gente conversasse um pouco antes... – Ele deu um breve suspiro. – De irmos embora pra Inglaterra.
- Ah, entendi. – Deu uma risada gostosa. – Queria mesmo conversar um pouco mais com você. - Senti minhas entranhas ferverem ao dizer isso, era realmente o fim.
- Você não vai abrir meu presente pra você? - Ele perguntou erguendo a sobrancelha. Quase desmaiei quando vi aquela expressão, pela primeira vez via aquele símbolo de , sua marca registrada.
- Ah, claro que vou, . - Falei puxando o pacote pra perto de mim. Ia começar a abrir quando ele disse, tímido.
- Não é nada demais, aliás, não é nada, mas eu queria que você tivesse algo que quando visse lembrasse o que aconteceu entre a gente, a idéia foi do , mas todos nós adoramos e resolvemos nos fazer lembrados também. Mas, posso te perguntar uma coisa antes de você abrir?
- Claro que pode. - Respondi ansiosa para abrir logo o presente.
- É que não faria sentido nenhum, antes de eu te perguntar, acho que vai estragar a surpresa, mas mesmo assim. Você lembra aquela primeira vez que a gente se viu e eu falei do meu cordão?
- Ah, lembro sim, . - Busquei fundo na memória a imagem do objeto e lembrei.
- Então, você tinha falado que achava idiota, feio, algo assim. Você acha mesmo? - Ele apontava para o colar que agora exibia fora da camisa, agora com os botões abertos pude perceber como ele era por debaixo dela, tinha um corpo sarado, tinha pelos, como todos diziam, mas isso era algo que realmente não me importava, ele conseguiu se mostrar ainda mais lindo ao meu ver.
Não pude deixar de rir. Olhei com a expressão mais meiga que consegui, era fácil me sentir bem e a vontade na presença dele.
- É claro que não, , eu tenho bom gosto, sei reconhecer algo bonito! – Dei uma pausa para lançar-lhe outro sorriso. – Eu acho que é algo realmente bonito. Por quê?
- Por nada, então agora abra seu presente. - Disse ele me lançando um olhar inconfundivelmente feliz, ele parecia vibrar por dentro.
Peguei o pequeno embrulho e abri. Dentro havia uma caixinha de jóia e, como eu já esperava após a pergunta do , um cordão idêntico ao seu.
- Ah, , que lindo! – Exclamei dando um beijo em sua bochecha. - É realmente lindo, não precisava. - Meu sorriso dizia simplesmente o contrário, eu amei receber um presente de . - Claro que precisava, você precisaria estar protegida quando eu for embora, esse cordão já me deu muita sorte desde que eu comprei o meu, e quando percebi que me dava realmente sorte, comprei outro para dar a alguém que merecesse a sorte que eu tenho, e finalmente achei esse alguém para dá-lo. É para você, , tomara que, usando ele, você tenha a mesma sorte que eu tenho.
- Ah, , é a coisa mais linda que alguém já me deu, não tanto pelo objeto... - Segurei-o entre as mãos com carinho. – Mas sim pela intenção, ah, , nem sei o que te dizer, realmente você é uma caixinha de surpresas, uma boa caixinha de surpresas! - Sorri para ele e soltei um suspiro de alegria que invadia o meu interior. – Obrigada.
- Não há de que. Só me prometa que irá usá-lo sempre, só assim saberei que você está segura, ok?
- Ok, , você pode pôr em mim? - Perguntei levantando os cabelos com as mãos e entregando-lhe o cordão.
Ele pegou da minha mão e passou-o pelo meu pescoço, com cuidado fechou o fecho e voltou meus cabelos no lugar. Passei a mão pelo peito e senti que o pingente do cordão batia em uma altura que dava para eu vê-lo sem tirar. Ele agora se enroscava com o meu querido SOS, que a essa altura já tinha endereço certo. Peguei na mão o pingente e vi, gravado atrás as letras . Pensei por um instante se falaria ou não sobre isso e ao perceber isso ele disse:
- Acaso, era pra pessoa se lembrar sempre de mim! – Sorriu malevolamente. – Por isso as letras.
- Ah, claro, , não se preocupe, não vou derreter o cordão só porque suas iniciais estão gravadas nele, aliás... Como eu não havia pensado na possibilidade de ganhar um presente seu, não pensei em nada para retribuir, mas, eu ficaria super feliz se você aceitasse esse presente meu. – Disse tirando o cordão do SOS pelo pescoço, ele não tinha fecho, era uma corrente simples com um medalhão de por dados dos soldados dentro, antes, dentro do medalhão, tinha uma foto minha, mas havia tirado a foto de lá no começo das férias, porque motivo, não me lembro. - É algo que importa muito para mim, , gostaria que você ficasse com ele, ok?
- Ok. - Disse ele pegando o cordão da minha mão. – Mas você tem certeza de que quer me dar? Ele é importante para você, não é?
- É claro que é, e por isso é obvio que eu queira dá-lo para a pessoa mais especial que conheço, não é? - Perguntei sorrindo, estava muito feliz.
Ele fez menção e colocou o cordão no pescoço, que agora se agregava ao outro, não ficou carregado, o SOS era pequeno e super digno de respeito, assim como o outro pingente. Depois disso ele me olhou fundo nos olhos, passou a mão pelo meu rosto e disse: - Prometa que jamais irá tirá-lo, prometa que jamais vai me esquecer, aconteça o que acontecer, haja o que houver, não importa quanto tempo passe, promete?
- Prometo, sim. – Falei ao seu ouvido. - Prometo jamais deixar se esvair de minhas lembranças, seus beijos proibidos, seus carinhos, as risadas que demos juntos e como em tão pouco tempo fizemos tudo isto. Eu prometo, mas me prometa também que vai se cuidar, tomar cuidado com esse pulso, tomar cuidado com qualquer interesseira que se aproxime de você só pela fama, me promete, ?! – Puxei seu queixo junto a meus olhos. – Que vai tomar cuidado e que não vai me esquecer? Deixei uma lágrima cair, foi como uma ação involuntária, quando vi, ela já havia escorrido agora passeava pelo meu rosto.
- Prometo, . - Ele respondeu e foi quando senti uma lágrima que não me pertencia encostando-se a meu rosto. Ele estava a um centímetro de mim, me bateu uma fraqueza e, quando vi, já estávamos nos beijando, senti os traços finos e delicados de boca dele se encostando devagar aos meus, era, depois de tantas vezes que eu já havia falado isso, o melhor beijo. Ele me fez a pessoa mais feliz desse mundo, eu, uma simples adolescente, senti que nesse momento me transformei em mulher, foi à sensação mais incrível que senti ao lado dele naqueles dois dias. Seu beijo estava diferente agora, por vezes já me peguei pensando se aquela última sensação teria sido o começo de meu amor por ele, ou se seria apenas a confirmação, não sei dizer, só sei que foi com esse beijo que tudo em mim mudou. Quando despertamos do nosso “sonho”, já batia nervoso na porta do quarto.
- Anda, , anda, , a gente tem menos de uma hora para estarmos embarcando. - Gritava ele do lado de fora da porta.
- Ok, estamos indo. - Gritei do outro lado da porta.


Todo mundo conhece o fim

Saímos do quarto e fomos chamar e , que ainda estavam na sala ao lado. Vi que segurava com carinho um pequeno objeto que me parecia ser um chaveiro, e realmente era um chaveiro em forma de skate, ou melhor, era uma espécie daquelas chavinhas de apertar skate, a estava sorrindo muito, ela se identificou com pelo fato dos dois serem muito crianças, sempre despreocupados e por gostarem de skates. Fiquei feliz quando ela sorriu para mim. A não estava em situação diferente, sorria feita boba e segurava nas mãos, com cuidado, um bichinho de pelúcia que não me parecia ser daqui, talvez fosse o próprio bichinho de pelúcia do . Olhei para ela que apenas continuou a sorrir. bateu na porta da sala antes de entrarmos e lá estavam e sentados, conversando em cima de um caderno.
- Este é para você escrever suas próprias, ok? - Disse ele ao nos aproximarmos.
- Ok, , um dia te mando ele todo scaneado e escrito em todas as páginas. - Ela sorriu.
- Ok. - Ele disse com um grande sorriso e logo que nos aproximamos eles se levantaram.
Um minuto depois estávamos os oito na porta da suíte, olhando para todo aquele ambiente que nos deixara tão felizes nos dois últimos dias. Passou um pequeno filme pela minha cabeça e aposto que pela dos outros também. E foi aí que me lembrei que carregava na bolsa a foto que tinha tirado.
- Hey, gente, olha o que eu tenho aqui! – E tirei a foto de dentro da bolsa, nós havíamos imprimido no dia que tiramos, quando fizemos o trabalho sobre a exposição. – Olhem só.
Todos viram a foto na minha mão e seus sorrisos aumentaram ainda mais.
- Essa é de vocês! – Exclamou , tirando a foto de minhas mãos. – Vocês querem?
- Claro que sim. - Responderam os quatro juntos. - Vai ficar no estúdio, agora que mandamos, podemos deixar o que quisermos na Super Records, né? - Perguntou .
- É obvio, não é? Mas eu quero uma cópia dessa foto. - Protestou .
- Eu também. - Responderam e .
- Então beleza, essa daqui é minha. - falou sorrindo, parecia criança que ganhou presente.
Começamos a rir e logo percebemos que se não andássemos rápido, eles perderiam o vôo.
Finalmente, eles resolveram descer pela entrada principal do Hotel, eu e as meninas não nos atrevemos a tanto, embora eles tivessem pedido para irmos com eles, achei que seria forçar demais a barra. Saímos por uma entrada discreta e esperamos um pouco no carro que parou em frente à entrada principal para eles entrarem.
Resolvi que ficar quieta, sentindo apenas as mãos do nas minhas, era o suficiente naquele momento, não precisava de palavras para expressar o que sentia, pois acho que nem devem existir palavras para especificar o que sentia. Era a tristeza por deixá-lo ir, mas a certeza de que aquilo seria lembrado para sempre, a agonia por pensar que ele jamais se lembraria de mim depois que chegasse na Inglaterra, a gratidão por todos os momentos com eles, a realização de vê-los tocando ao vivo, e a saudade que batia, a cada segundo, dos beijos dele. Meu coração estava cheio de emoções distintas e sem explicações.
Chegamos ao aeroporto e mal tivemos tempo de conversarmos, o letreiro já avisava que o vôo para Londres já estava saindo. Senti vontade de chorar instintivamente.


Não quero chegar a ponto, de desejar ter aproveitado mais Não é o fim, ainda não é o fim

“De que me adiante segurar o choro?”. Pensei comigo mesma.
Quando percebi, as meninas estavam devidamente abraçadas em “seus” e percebi que a única que chorava era , disfarçadamente, mas chorava. Eu não estava abraçada a , ele apenas me olhava.
- Você vai ficar bem? - Me perguntou, afinal.
- Vou sim. - Disse enxugando o rosto na manga do moletom, estava um tempo meio chuvoso e ventava um pouco lá fora. – Vou ficar bem.
- Então, ham... – Ele parecia encabulado. – Eu posso mesmo te ligar?
- Pode sim, vou adorar saber como anda sua vida por lá. Quero saber dos detalhes da turnê... - Fiz cara de séria, mas abri um sorriso.
- Ok, ok. – Disse ele sorrindo também. – E, você, se comporte na faculdade, quero um dia receber um exemplar da sua coluna do The Times, hein? E eu estou falando sério.
Abaixei a cabeça e comecei a rir, quando senti que estava envolvida no melhor abraço que já senti, que estava entre os braços mais seguros que podiam me abraçar, que estava abraçando o meu querido , e que seria o último. Foi aí que comecei a chorar de verdade, com o coração. Ficamos ali parados, abraçados no meio do saguão do aeroporto não sei por quanto tempo, mas foi pouco, pois logo uma voz ao fundo anunciava a última chamada para o vôo 217 para Londres.
“Era o fim”, pensei.
Rompi o abraço e percebi que as meninas estavam se encostando a mim, todas com uma expressão inteiramente idêntica a minha, estávamos segurando com toda a força nossas emoções, um choro tudo bem, mas, se pudéssemos, teríamos dito a eles para ficarem mais, para nos deixarem mostrar o Brasil e para nos conhecermos mais, porém era tempo de se dizer adeus e, por mais difícil que fosse, eu iniciei.

Então como vamos começar?

- Bom, então... – Disse com a voz rouca. – Até uma outra, . – Dei um beijo no rosto dele. – Adorei conhecer você! – Falei, soltando meu lado fã. – ... – Me virei para ele. – Você é muito estranho, mas o estranho mais doido que eu conheci, você é simplesmente o mais retardado dessa banda, mas mesmo assim você é incrível, adorei conhecer você! – Dei um abraço bem apertado nele, que sorriu.
- Eu não sou retardado! - Exclamou em sua defesa.
Comecei a rir.
- ... – Recomecei. – Você, simplesmente, é sem comparações a tudo que eu um dia pensei de você, você é simplesmente dez mil vezes mais simpático e inteligente do que pensei que você fosse, adorei conhecer você, de verdade, e finalmente posso compreender como aquelas músicas são mesmo especiais, foi você quem as fez, sabe, dando uma de fã agora, você é muito especial! – Era bom demais ver a expressão de alegria no rosto de seu ídolo ao ver que seu trabalho era reconhecido.
- , você se tornou mais do que uma fã para nós, foi você quem nos deu um rumo aqui no Brasil ao nos apresentar as meninas e ao ajudar o com comida... – Ele riu. - Simplesmente, você se tornou minha amiga. - Ele se inclinou e me deu um beijo na testa.
- Obrigada, ! – Falei e as lágrimas escorreram pelo meu rosto, mas eu estava sorrindo agora. Era bonito ver eles se depararem com uma fã e por trás disso, da relação ídolo fã ter uma de amor.
Finalmente olhei para o , todos estavam se despedindo.
- Bom, então é aqui que devemos dizer o adeus, Mr. não me rele não em toque! – Falei, tentando demonstrar o menos possível minha tristeza, não queria que ele fosse embora com um clima pesado.
- Pois bem, Senhorita convencida, menina linda que me conquistou, menina dos cabelos coloridos que chamam a atenção, menina meiga por trás de tudo isso, tomara que não se esqueça do velho e chato , do simples “rock star metido”! – Ele sorriu malevolamente. – Eu não esquecerei a brasileirinha metida.
Por fim, abracei-o novamente, mais firme do que nunca, mas logo o soltei. Olhei para aqueles lindos olhos azuis pela última vez em solo brasileiro e, por fim, para o McFLY, eles agora estavam passando por um guichê e eu e minhas amigas estávamos de mãos dadas, olhando para os guys que agora iam à direção oposta a nós.
Por um momento pensei que fosse desmaiar, mas, lá estavam as minhas amigas para me ampararem, segurei firme na mão da e foi assim que o vi pela última vez, indo embora.


Fim




Nota da Autora: Agora... entaum, galera que ler essa fic... se acharem ela um pouco cansativa, desculpa mais meu jeito de escrever eh detalhando tudin, hoho, eeh assim...
Então, tudo baseado num sonho, misturado com sonho real, depois com uma viagem minha pra sampa... aoskaoskoaksokaos
Taah... tratem de se imaginar na pele das personagens, espero que tenha ficado bem interativa, tentei, afinal eh minha primeira fic *---*....
Ahh, vaai ter Cheetos 2, jah vou começar a escrever, prometo que não demorarei muito, (yn) aoksoaksoakoskaoskoas
Então se alguém realmente ler Cheetos e gostar pode ma mandr emails pq eu vou amar s2 meu email eh paulalongh@hotmail.com ou me add mesmo... aoskaoksoaks xD Entãao eh isso mesmo, tiipo, faziia tempos que eu estava querendo escrever uma fic, mais tipo, akee em Leme, não tem um ser que ame McFLY do jeito que eu amo, e as que flam que amam saum poser’s ¬¬
Mais enfim eu supero.. hoho
Aoksoaksokaoskoaks
Então eh isso, e naum eh o fiim... tem Cheetos 2 *-*
McBeijoos e leiam please... e se gostarem me avisem eim?!
Aoskoaksoakos
To saindo, tchau antecipadamente...
Xaau =*


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