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Escrita por: Juuu Reis.
Betada por: Marcela P.


Dedicada à Benny, por ter acompanhado cada pequena fase da fic e por ter simplesmente ficado acordada comigo até as 6h da manhã esperando pra ver o final. Te prometo que logo vem a do Rob, amiga! Haha, te amo muito (L)
sentou-se no sofá de sua nova casa, entediada. Não podia acreditar que, de fato, estava ali.

Quando seu pai havia lhe informado sobre a mudança, ela mal acreditou que ele estava falando sério. Nem em seus piores pesadelos poderia imaginar que ele estava mesmo dizendo que eles iriam deixar a ensolarada Phoenix para ir parar em um lugar onde não chovia nem no inverno. E agora, véspera de natal, todos os seus amigos estariam se reunindo para fazer algum amigo secreto. Não que ela pudesse reclamar de não ter alguma comemoração. Sua mãe, sempre gentil demais, havia convidado quase toda La Push para virar a noite lá. E também haveria um amigo secreto.

E ela, como fora obrigada a participar, tirara alguém chamado Jacob com quem nunca havia falado antes. Recusava-se a entender como podia comprar um presente para alguém que nem conhecia, mas sua mãe logo a tranqüilizou, dizendo que não era nada demais e ela podia comprar uma camisa qualquer. Nem um pouco satisfeita, havia saído uma semana antes para ir até a cidade e comprar um presente para o garoto desconhecido. Não conseguia acreditar que tinha sido necessário que ela precisasse sair da reserva para comprar alguma coisa para ele.

No fim, depois de um telefonema para perguntar discretamente se a mãe conhecia Jacob, ela decidira-se por uma camisa quadriculada branca e azul, de botões. Comprou uma grande, porque achou melhor ficar folgada, do que não caber no garoto. Havia pedido à moça da loja para que embalasse para presente, de modo que seus pais não suspeitassem quem ela havia tirado. Podia estar no fim do mundo, mas para ela, um amigo secreto devia mesmo ser secreto.

E agora, sentada e entediada ali, olhava para a enorme árvore de natal que se localizava no canto da sala de estar, mas que ocupava um tremendo espaço. Os presentes que seus pais dariam já estavam embaixo da árvore, mas o dela, ou melhor, o que ela daria para Jacob, ainda estava no andar de cima, cuidadosamente escondido em seu armário. Sua mãe poderia ser bem curiosa algumas vezes e queria que fosse surpresa.

– Querida, vá logo se arrumar. Os convidados já vão chegar! – disse Susan, sua mãe, colocando a cabeça para fora da cozinha, onde se encontrava, fazendo milhares de pratos extravagantes. Segundo ela, os garotos da reserva comiam bem.

– Já vou, mãe. – disse, sem nenhuma animação e levantou-se para subir as escadas.

Ao fechar a porta do seu quarto, ela se tocou de um detalhe: não saíra de casa uma só vez, a não ser para comprar o presente de Jacob. Seus pais, aparentemente, já conheciam quase todo mundo, dado o fato de que saiam todos os dias, desde que haviam se mudado. Certamente não era surpresa sua mãe saber que os garotos comiam muito. Mas qual é, reunião de natal justo em sua casa? Se ao menos fosse em outro lugar, ela poderia fingir alguma doença e passar o natal em casa, sozinha. Não estava preparada ainda para todo o processo de se mudar. Não queria arrumar novos amigos, nem nada do tipo.

Inconformada, entrou no banheiro para começar a se arrumar para o que seria sua primeira noite como um “ser humano sociável”, nas palavras de sua mãe.

Ao sair do banho, olhou para a roupa que usaria naquela noite. Não fazia nem idéia de onde sua mãe conseguira arrumar um vestido como aquele e certamente não entendia porque o usaria. Certamente, La Push não era um lugar de muito brilho, pelo que ela havia visto até ali. No entanto, não queria deixar Susan mais chateada com ela do que já estava. Então, com um suspiro, começou a vestir-se.


Quando terminou de se arrumar, quase uma hora depois (mudar de cidade não havia feito com que ficasse menos vaidosa), desceu as escadas tentando fazer o mínimo barulho possível. Para sua surpresa, a sala estava vazia e a árvore de natal encontrava-se rodeada de embrulhos, dos mais diversos formatos e tamanhos. As vozes altas e risadas estrondosas vinham todas do quintal atrás da casa. Ela sentia-se estranhamente impelida a se dirigir ao local. No entanto, fez isso em passos lentos e calmos, procurando demorar o máximo.

Para seu extremo alívio, todos estavam absorvidos demais em suas conversas com seus respectivos grupos que ninguém a notou entrar. Era menos gente do que ela imaginava, mas ao mesmo tempo, parecia aquele tipo de reunião de amigos de longa data. No entanto, parecia que alguém a estava esperando.

! Amém! – sua mãe exclamou, largando a roda onde se socializava. Alguns olhares voltaram-se para olhá-la e ela corou. Definitivamente, não precisava ser o centro das atenções.

– Não precisa fazer todo esse escândalo, mãe. – ela sussurrou, entredentes.

– Eu sabia que esse vestido ia ficar perfeito em você assim que bati os olhos nele! – Susan a ignorou totalmente, deixando-a mais embaraçada, com os olhares ainda dirigidos a ela. O vestido chamava atenção demais. É claro que todos estavam vestidos socialmente, mas isso não fez se sentir melhor.

– É, que legal, mãe. Agora, se me dá licença... – só precisava achar algum lugar onde pudesse ficar em paz e, de preferência, invisível.


Estava sentada em uma cadeira, mexendo no copo já vazio de refrigerante, quando sentiu alguém sentando ao seu lado. Olhou discretamente e ficou totalmente sem graça ao ver um garoto sorrindo para ela.

– Oi! Você é a , certo? – ele perguntou, sem parecer ter nenhuma dúvida.

– Certíssimo. – sorriu de leve para ele. Apesar de ainda estar em seu momento anti-social, o cara era fofo e ela não seria mal educada com ele.

– Eu sou Embry. Você não me parece muito animada.

– Ah, eu não conheço ninguém aqui. – ela deu de ombros, como se aquela afirmativa justificasse sua falta de animação.

– Isso não é problema nenhum! – o sorriso voltou. – Eu posso te apresentar pro pessoal.

– Não! – ela precisou controlar o volume da voz. Ele ergueu as sobrancelhas, sem entender. – Eu estou bem aqui. Sério. Mas você pode só me mostrar quem é quem e aí mais tarde, eu me apresento.

Nem ela sabia de onde aquilo tinha vindo. Só não queria conhecer ninguém naquele momento, mas estava realmente curiosa para saber quem era Jacob Black.

– Tudo bem, se você acha melhor assim. – ele disse, um pouco incerto e começou a apontar discretamente para alguns meninos. – Meus amigos são aqueles ali. Sam, Paul, Jared, Quil e Jacob.

Ela imediatamente levantou a cabeça para olhar. Os cinco riam e pareciam estar inconscientes da ausência de Embry ali.

– Hum. Eles são... – ela pensou em uma palavra que os descrevesse.

– Assustadores? Estranhos? Feios? – o garoto tentou adivinhar, em vão, fazendo com que ela risse.

– Bons palpites! – ela zombou, fazendo com que ele corasse. – Eu estava pensando em algo como... Iguais. Não sei. – deu de ombros, ainda com um rastro do sorriso na voz.

– Você vai aprender a distinguir quando passar a conviver com eles. – ele riu junto com ela. – Espera, você vai conviver com a gente, não vai? Estudar aqui na escola da reserva e ser nossa amiga. Pelo menos, foi isso que sua mãe disse.

– Bom, acho que ela já fez os planos dela para mim, certo? – ela fez uma careta e ele soltou um sorriso solidário. – Imagino que ela queira que eu namore um de vocês, ou algo do tipo.

Embry gargalhou e perguntou se havia falado algo de errado. Sem querer se sentir excluída, riu junto com ele.

querida, vejo que você já conheceu Embry! – Susan veio até os dois, sorrindo largamente.

– Hum, já sim, mãe. – a garota respondeu, sem graça.

– Odeio interromper a conversa de vocês, mas o amigo secreto vai começar! – estava na cara que ela estava super ansiosa. – Não vejo a hora de saber quem tirou, Embry! Ela fez mistério o tempo todo.

– Bom, então vamos lá, né. – ele se levantou e se dirigiu a casa, seguindo todos que já entravam. Entrou na roda de amigos no meio do caminho e não pode deixar de olhar discretamente para quem ele apontou sendo Jacob. Ele fora o único que ela conseguira gravar o rosto, afinal, tinha que saber ao menos para quem ia dar o presente.

E, de uma coisa, ela tinha certeza: comprar uma camiseta grande fora, sem dúvidas, uma excelente escolha.


– Minha amiga secreta é uma pessoa que eu não conheço muito bem. – uma garota chamada Emily sorria enquanto estava falando e esforçava-se ao máximo para prestar atenção. Queria gravar os nomes e rostos de todos ali presentes. – Ela aparenta ser agradável e é nova aqui. Então, eu desejo a ela tudo de bom e que ela realmente goste de morar na nossa reserva. Bem vinda a La Push, !

não pôde evitar sorrir. Levantou-se da cadeira e abraçou Emily ao receber o presente, com uma animação que não tinha sentido até o momento. Era bom receber boas vindas.

– Obrigada, Emily! – ela exclamou, feliz e deixou seu presente, ainda embrulhado, em cima da cadeira na qual estava sentada. Foi para perto da árvore de natal e pegou o embrulho azul que tinha escolhido quando comprara o presente. Todos olhavam para ela e a animação foi substituída pela vergonha. Respirou fundo, relaxou e começou a falar. – Hum, eu também não conheço meu amigo secreto muito bem! – sorriu, fazendo com que todos também sorrissem. Era óbvio que eram hospitaleiros demais. Não era surpresa que seus pais já estivessem tão enturmados. – Mas também imagino que ele seja uma pessoa legal, se for me guiar pelos meus pais que o elogiam tanto. – todos riram e ela também. Passara horas tentando achar algo razoável para falar. – Então, acho que só posso desejar um feliz natal... – ela procurou o garoto com o olhar e quando o achou, percebeu que ele olhava para a árvore, distraído. Riu consigo mesma. – E eu realmente espero que você goste do presente, Jacob!

Ele desviou seu olhar para ela, curioso pelas palavras. Havia escutado, mesmo pensando em outra coisa. Os amigos deram tapas em suas costas e ele levantou-se da cadeira, desajeitado, fazendo com que risse junto com todos os outros. Quando finalmente achou o olhar da garota, tudo parou. De repente, o mundo girava ao redor dela. E ela era tudo para o que ele queria olhar. No entanto, no fundo, ainda existia Bella Swan.

Não pode ser, ele rosnou, em pensamento. Maldito imprinting! Mostrava-o a garota que havia sido feita para ser dele, mas não anulava seus sentimentos por outras pessoas. Algo o puxava para , um sentimento por ela queria nascer dentro de seu peito. Mas e quanto a Bella, a garota do vampiro? Palavrões surgiram em sua mente ao lembrar-se desse fato. Subitamente, se deu conta de que ainda estava parado olhando para ela. Seus amigos o olhavam como se ele fosse um ET e a garota tinha um semblante curioso.

– Er, obrigado! – ele forjou um sorriso e pegou o embrulho, tocando na mão dela por acidente. Era tão macia. E ele não queria deixar de tocá-la. E caramba, ele precisava parar com aquilo. Bella. Você ama Bella.

– De nada. – ela sorriu e o coração de Jacob se encheu de um sentimento bom. Ele a puxou para um abraço rápido, fazendo todos sorrirem.

Foi mais difícil soltá-la do que ele imaginara. Tudo o puxava para ela. sorriu novamente e voltou para sua cadeira. Ele olhou para o embrulho em suas mãos e o colocou cuidadosamente no lugar onde estava sentado antes. Respirou fundo e procurou lembrar-se de quem era seu amigo secreto.


estava sentada no sofá, com o prato da ceia em seu colo, olhando distraída para a árvore de natal. Ela refletia sobre o abraço que dera em Jacob um pouco antes. Uma sensação inexplicável a invadira e, por um momento, ela sentiu como se ele fosse o cara com quem devesse passar o resto da vida. Sensação estranha para ter com um garoto que mal sabia o sobrenome. Ok, ela sabia sim o sobrenome dele. Jacob Black.

Ele tinha um cheiro bom e, por Deus, como era quente! Mas era um tipo gostoso de calor... Um calor que ela poderia dormir e acordar tendo por perto sem nenhum problema. Certo, foco. Nada de ficar pensando em Jacob. Olhou para a comida e suspirou. O que diabos ela estava fazendo?

– Hey! – uma voz rouca a cumprimentou, sentando-se ao seu lado. Mas que droga! Ela estava tentando tirá-lo de sua cabeça e ele simplesmente resolvia parar para conversar com ela?

– Oi. – ela quase falou mais para si mesma do que para Jacob.

– Sua comida está intocada. Não está com fome? – ele perguntou, incerto. Por mais que não pudesse entender, preocupava-se com o bem estar de . Ah, é claro que ele entendia. Rosnou internamente de novo.

– Ah, não muita. – ela deu de ombros, como se aquilo fosse algo insignificante. – Estou meio distraída pensando em umas coisas.

– Posso saber que coisas seriam essas? – Jacob sorriu de canto, mais curioso do que deveria estar.

– Você não acha que está querendo saber demais para alguém com quem só troquei algumas palavras? – ela deu um sorrisinho, erguendo as sobrancelhas.

– Não acho – o sorriso dele foi um pouco maior. – Você me deu uma camisa de presente – E eu tive um imprinting com você, ele quis adicionar. – Acho que já temos intimidade o suficiente para você me dizer o que está pensando.

– Bom, eu estava me perguntando se você gostou do presente.

– Vou fingir que acredito em você! – eles riram juntos. – Gostei sim, você tem bom gosto.

– Ah, obrigada. Fico feliz em saber que você gostou! Quase surtei pensando no que te dar de presente. – ela confessou, corando um pouco.

– Imagino que tenha sido difícil, já que você nunca tinha me visto antes. – Jacob ponderou, inclinando um pouco a cabeça para o lado. O cabelo dele estava curto e ele se perguntou se gostava daquele jeito. – Você gosta do meu cabelo assim? – perguntou, antes que pudesse se impedir.

– O que? – ela olhou para ele, estranhando a pergunta.

– O meu cabelo. Costumo usar ele longo, mas agora está curto. Você gosta assim? – ele passou os dedos entre os fios levemente.

– Gosto. Você fica bonito assim. – ela comentou, corando furiosamente depois. Por que diabos quando estava com ele não conseguia controlar as palavras? Elas simplesmente saiam, sem que ela pudesse pensar antes. Que droga.

– Então, você me acha bonito? – ele sorriu, ladino. Lembrou-se de quando Bella confessara que achava ele bonito. A sensação não era nem de longe tão boa quanto ouvir as palavras na boca de .

– Hum. Você não é feio. – ela tentou salvar a situação. Que bela primeira impressão deixaria para ele!

– Devo considerar isso um elogio? – Jake riu, divertindo-se com a vergonha dela.

– Tá bom, eu acho você bonito. – bufou, rolando os olhos. O sorriso dele era irresistível demais para que ela pudesse lhe negar qualquer coisa. Merda de sensação que sentia com ele! Era como se fossem feitos um para o outro. Ah, pelo amor de Deus, ! Vocês acabaram de se conhecer! – Satisfeito?

– Muito. – ele admitiu, desviando o olhar para o prato de comida dela. – Você não vai mesmo comer isso? Qual foi sua última refeição?

– Não precisa dar uma de papai para cima de mim, Jacob. – ela disse, levantando-se.

– Aonde você vai? – ele questionou. Queria passar mais tempo com ela. Era como se já a conhecesse, não a visse há muito tempo e estivesse com muitas saudades.

– Dar a comida para minha mãe. – deu de ombros. – Ela não vai ficar feliz, mas bom... Eu não estou com fome. – sorriu de leve e acenou com a cabeça, dando as costas a ele e dirigindo-se a cozinha.

Que belo presente de natal eu fui arrumar, Jacob refletia. Não era como se pudesse reclamar de . Ela era divertida, gentil, educada, sabia escolher bons presentes. Era sincera, ele acrescentou, com uma risadinha. E, é claro, ela era bonita. A pele não muito pálida, o corpo esbelto, os cabelos castanhos brilhantes... E ele não podia esquecer-se dos olhos. Exatamente da cor dos de Bella. Só que dessa vez, não era como se os olhos estivessem pedindo para ele ir embora ou para entender que não podiam pertencer a ele. Os olhos o chamavam. Tudo naquela garota o atraía.

Balançou a cabeça, perturbado, e foi até a mesa. Encher-se com comida não era a melhor solução, mas foi a única coisa em que conseguiu pensar para se distrair. Além disso, Susan cozinhava muito bem. As questões relacionadas a filha dela ele resolveria depois.


Ela estava sentada no quintal, conversando e rindo com Embry. Parecia a vontade e gargalhava a cada segundo. E Jacob, que olhava de longe, não estava gostando nada daquela intimidade toda. Não era exatamente um sentimento estranho para ele: sentira aquilo tantas vezes com Bella que perdera a conta. Só que a diferença é que agora parecia mil vezes mais forte.

– Tudo bem com você, Jake? – a voz grave de Sam disse, enquanto encostava-se ao seu lado.

– Eu não sei. – ele admitiu, sentindo-se fraco. Sensação muito comum para ele nos últimos tempos.

– O que há? – Uley questionou, franzindo a testa.

. – Jacob rolou os olhos e bufou. – Imprinting.

– Você... Ora, mas isso é excelente, Black! – Sam sorriu abertamente, fazendo com que Jake erguesse as sobrancelhas em sinal de descrença.

– Excelente? – indagou, sem acreditar no que o outro dizia.

– É claro que sim! Isso é ótimo, Jacob! Você finalmente vai poder se livrar dessa coisa que tem com Bella Swan! – a felicidade de Sam era aparente. Ele sentia-se feliz pelo irmão, porque sabia que isso faria bem à Jake. Talvez fosse a melhor coisa que pudesse ter acontecido.

– Do que é que você está falando, Sam? Eu amo Bella! Não posso me sentir impelido a uma garota que mal conheço. – ele disse, a voz irritada. Na verdade, não sentia como se mal conhecesse .

– Ela é a garota da sua vida, Jake. Foi moldada pra você! Não vai sair correndo atrás de um vampiro qualquer e jamais vai te mandar embora. – Sam não aparentava mais estar tão contente. – É a garota feita para te agüentar e te esperar chegar em casa. Ela vai ser aquela que vai te fazer bem, que vai perdoar seus mais imperdoáveis erros e que nunca vai querer te decepcionar. Ela é a solução de todos os seus enigmas, Jake!

– E como é que você sabe disso tudo? – Jacob perguntou, sem reação antes as palavras.

– Porque é isso que Emily representa e sempre vai representar – sorriso apaixonado on. – E aquilo que Leah jamais representaria. Ao menos, não para mim. Pense sobre isso, Jake.

E então, simplesmente deu as costas e foi se juntar ao bando, deixando a cabeça de Jacob rodando em torno das palavras dele. era dele. A garota feita para ele. E talvez ele pudesse ser o garoto dela. Ela seria o ar e ele seria o sol. Exatamente como tudo deveria ser: sem complicações e sem eclipses de vampiros no meio do caminho.


– Posso pegar ela emprestado por um segundo? – chegou perto de onde conversava com Embry. O amigo lhe dirigiu uma cara não muito agradável. Argh, quem ele pensava que era? pertencia a Jacob!

– Relaxa, Em! Eu volto depois. – ela sorriu e então, levantou-se. Em?

– Vamos dar uma volta? – o garoto perguntou, com um tom de voz leve, tentando controlar o turbilhão de sensações que parecia querer explodir no peito dele.

– É claro! – o sorriso não saia do rosto dela. Por que ela tinha que ficar sorrindo? Até parece que já não era deslumbrante o suficiente sem aquilo. E aquele vestido. E os olhos. E argh, ele realmente precisava parar de olhar as qualidades. Tinha que procurar os defeitos. Mas que defeitos ela tinha?

Ele a conduziu pelo quintal até a casa e de lá, eles seguiram para a rua. Seguiram andando pela calçada sem rumo nenhum até avistar um pequeno parque dentro da reserva.

– Vamos ali, Jacob? – ótimo, ele era Jacob. Mas Embry era só Em. Daqui a pouco ela já estaria o chamando de Black. E por que ele estava fazendo toda aquela confusão mesmo? Argh.

– Tá bom, . – ele fez questão de enfatizar o nome. Hunf.

– Então, o que você queria falar comigo? – ela perguntou, sentando-se em um pequeno banco que tinha ali.

Ele sentou do lado dela e, sem perceber, começou a bater o pé impacientemente. Tinha mania que fazer isso quando estava nervoso. Passou os dedos pelos cabelos curtos em uma inútil tentativa de se acalmar. Não sabia porque estava daquele jeito. Tinha a impressão de estar pirando pelo simples fato de estar nervoso perto daquela garota. Ele não podia estar pirando, porque ele amava outra. Não amava? Então, por que ele continuava a sentir aqueles ciúmes ridículos? E a pensar em como seria viver ao lado de ? Namorá-la, querer sempre o seu bem... E só para variar, ter alguém que se preocupasse com ele?

– Eu tenho que te contar uma coisa. – ele começou, um pouco mais nervoso do que deveria estar. Por que é que iria contar isso a ela? Não podia contar! Não se não tivesse aceitado o imprinting! Eram as regras! O que ele pensava que estava fazendo? Ia pedir a opinião dela? Perguntar se ela queria ser o amor da vida dele?

– Não sei o que pode ser mais estranho do que o Em estava me contando, sabe? Uma história estranha sobre lobos e vampiros. – ela riu e a expressão no rosto de Jacob congelou. Então quer dizer que Embry estava falando mais do que devia?

– Lobos? O que ele te falou sobre lobos?

– Que são os protetores da reserva e que a garota que ficar com um deles tem muita sorte. – ela parou e olhou para a expressão tensa no rosto de Jake. – Ele deu a entender que eram vocês.

– Ele disse isso?

– Não. Só deu a entender. – a garota deu de ombros, como se não fosse nada demais. Ah, como estava tentando ignorar o ímã que a puxava para ele.

– Hum. – estava mais adiantada do que ele pensava. Ela já sabia da lenda que não era tão lenda assim. Tinha que ser ele a pessoa a contar aquilo para ela, e não Embry. De certo modo, aliviou-se, porque não fazia a menor idéia de como diria isso a ela.

– Ele também me contou sobre você. – ela confessou, com um tom de voz mais baixo. O olhar dele foi automaticamente do chão para o rosto de . – Sobre você e Bella Swan. Que ela gosta de um cara que não é bom, mas que você gosta dela mesmo assim. Ele me disse que achava que você deveria parar de se condenar por ela não ter... Você sabe, te escolhido.

O rosto dele demonstrava choque. Por que diabos Embry tinha dito tudo aquilo para ? Imbecil. Ele iria matá-lo.

– E o que você acha disso, ? – ele questionou, esquecendo o irmão por um segundo.

– Eu, hum, acho que vai ficar tudo bem. – sorriu para ele. – Sabe Jacob, quando as coisas não dão certo em um relacionamento foi porque alguma coisa saiu do lugar. E tudo bem você sofrer. Não há nada mais normal. Só que você já está se condenando demais. Pelo que Embry me disse, você fez tudo o que pôde para tentar salvar Bella do garoto que não era bom. Se você não conseguiu, o erro não está em você. Está em quem não quer ser salvo.

As palavras dela o atingiram mais do que ele achava que era possível. O tom de suavidade na voz dela lhe dizia que ela queria o melhor para ele, igual Sam tinha dito. E ela mal o conhecia. Talvez ele tivesse mesmo razão... Talvez ela fosse a solução para todos os enigmas da cabeça dele.

– E o que você acha que eu devo fazer? – Jacob perguntou, ainda com um pouco de dúvida. Será que daria certo? Qual seria a sensação se ele, de fato, aceitasse aquilo?

– Só se conformar, sabe. Com o fato de que não é sua culpa. – lhe tocou de leve no queixo e virou o rosto dele para poder olhar nos olhos do garoto. – Há certas coisas que você não pode mudar, Jake. – os olhos dela eram simplesmente lindos. O olhar mais bonito que ele já tinha visto na vida. Tinha uma espécie de brilho que fazia o mundo parar para ele. Como se Jacob pudesse se perder ali, na imensidão daquele castanho magnífico. Como ele podia lutar contra aquilo? – Uma vez eu li algo assim: “Aceite as coisas que não pode mudar, tenha coragem para mudar as coisas que pode, e sabedoria para saber a diferença”. E eu tenho certeza que você simplesmente vai saber diferenciar as coisas, porque você parece ser esse tipo de pessoa. Você é especial, Jake. Mesmo não te conhecendo muito bem, eu posso sentir isso. Como se, sei lá, eu já te conhecesse há anos.

Shut your eyes and feel the chemicals collide, you and I tonight… You're the sugar in my high. Shut your eyes, I feel the chemicals collide. Stars and satellites, spinnin' round and round on the night you saved my life.

– Hoje eu ganhei um presente de natal melhor do que qualquer um que eu poderia ter imaginado pedir. – ele sorriu levemente, fazendo-a franzir a testa em um sinal claro de confusão.

– Gostou tanto assim da camisa? – ela questionou, erguendo as sobrancelhas como havia feito mais cedo no mesmo dia. Soltou o sorrisinho cínico que ele adorava ver.

– Gostei da camisa sim! Mas eu gostei mais ainda de você... – e com essas palavras, ele inclinou o rosto e selou seus lábios com os de , aceitando finalmente o rumo que o destino havia designado para ele.

Enquanto a decisão se fazia mais clara em sua cabeça, tudo começou a girar. Estrelas, satélites, planetas... Tudo o que o prendia a Terra não existia mais, porque agora, só uma pessoa mantinha seus pés presos ao chão. , a garota que agora tentava entender sua ação repentina. E se dependesse dele, ela não demoraria nadinha a compreender. O passado de Jacob estava se tornando algo vazio conforme os segundos passavam; seu coração batia acelerado, descompassado, parecia que queria sair do peito – ele se sentia vivo como jamais se sentira antes. Era como se toda sua vida antes dela fosse apenas uma preparação... Lições que ele tinha que aprender antes de conhecê-la. Mas nada disso importava agora. Eram ela e ele e aquela fragrância doce que a pele dela emanava – mais forte para ele do que o cheiro de um vampiro para um humano ou sangue para um vampiro. Era como se ela fosse o açúcar e ele estivesse se intoxicando o máximo que podia, para depois poder se libertar de tudo de ruim que havia dentro de si. E aí poderia se intoxicar mais ainda.

Ela era a solução de tudo. Estava salvando sua vida.


And the morning is breaking and your heart is shaking, I remember how it feels right now… And we're lost in the moment, the sky is exploding, just keep on floating.

25 de dezembro. Natal, a época mais especial do ano para alguns. E o sol parecia nascer ainda mais imponente e esplêndido naquele dia do que em todos os outros do ano para . Porque agora ela tinha um sol particular lhe aquecendo. E o melhor de tudo: ele era só dela e não havia nada no universo que poderia tirá-lo de perto da garota.

Eles estavam deitados de conchinha na grama do parque desde a noite anterior. Riam, conversavam e se beijavam como se fossem namorados há anos. Jake havia contado tudo a , que absorvera as coisas com mais naturalidade do que ele imaginara. Ela rira das histórias dele como lobo, zombara dos ciúmes que ele sentira de Embry e o abraçara quando ele lembrou os infelizes (e passados) tempos em que sofrera por Bella Swan.

Jacob estava perdido nos choques e arrepios que os mais simples toques dela lhe causavam. Sentia-se tão inexplicavelmente bem que, quando eles ficaram em silêncio por um segundo, e ele pôde ouviu o coração dela batendo tão suavemente, foi como se o céu estivesse explodindo e mesmo assim, ele não se importava. Porque estava flutuando no doce martelar do coração dela, que sorria ternamente enquanto o abraçava.

nunca imaginara que isso poderia acontecer. Um cara que se transformava em lobo tinha sentido que era sua alma gêmea e ela, ao invés de rir da cara dele, tinha simplesmente o agarrado e o beijado como se nunca tivesse beijado alguém antes. Ela não sabia exatamente o porquê de ter feito aquilo, mas sabia que sentira muito bem beijando Jake. Eles se encaixavam – haviam nascido para ficar juntos. Ela jamais ia se opor aquela sensação maravilhosa.

– Você tem noção de que o sol nasceu, Jake? – perguntou, com a voz abafada pelo pescoço dele, onde a cabeça dela estava perfeitamente encaixada.

– É claro que não, afinal eu nem estou olhando pra ele. – o garoto respondeu, em tom de escárnio. Gargalhou quando sua namorada lhe deu um tapa leve no braço.

– Minha mãe deve estar surtando. – ela comentou, enquanto ria junto com ele.

– Sam vai me matar. – ele disse, no mesmo tom.

– Ele não seria doido. – grunhiu, enquanto se sentava, apoiando-se em um dos cotovelos. Levou uma das mãos até o rosto de Jake, fazendo um leve carinho. Ele fechou os olhos, suspirando.

– Eu me sinto tão bem com você. – ele sussurrou.

– Não era assim que deveria ser? – a garota sorriu de canto, enquanto descia as mãos pro pescoço dele. Mãos frias, se comparadas com a pele quente do lobo.

– É mais do que sempre imaginei. – ele confessou. – Você me faz querer ser melhor. E eu ainda não consigo acreditar na minha sorte. Por ter simplesmente encontrado você justo na noite do natal. Eu te conheci ontem e você já é a razão de eu estar vivo.

Ela riu. Depois de tanto tempo se decepcionando com caras e desacreditando no amor, não conseguia acreditar que, de fato, tinha achado o cara da sua vida. O seu ar, o seu sol. Ainda não tinha caído a ficha.

– É possível eu amar você, Jake? Quero dizer, assim, tão repentinamente? – ela perguntou, corando um pouco.

– Acho que sim, . Porque eu amo você. – ele sentou-se também, e pegou a mão livre dela. – E nós fomos feitos pra ficar juntos! O que poderia ser mais certo?

– Um beijo? – ela sugeriu, sorrindo sugestivamente.

Jake se aproximou dela e selou seus lábios com os dela. Quando iam começar a aprofundar o beijo, ouviram um leve pigarro por perto. Olharam ao mesmo tempo.

– Então, vocês saem ontem sem avisar pra onde vão, somem, passam a noite fora nos deixando mortos de preocupação e agora eu encontro os dois aqui, se agarrando? – o tom de voz de Sam não era o mais aprovador.

– Não foi nossa intenção preocupar vocês. – sussurrou, se encolhendo mais para perto de Jake.

– É culpa sua, Sam. – Jake sorriu de canto, erguendo as sobrancelhas para a expressão tensa do irmão. Os outros chegaram atrás do alfa, junto com os pais de .

– Você sabe que não sei do que está falando. – Uley bufou, impaciente.

– Você que começou com aquilo de “Pense sobre isso, Jake!”, “ela é a solução dos seus enigmas” e blá. – ele fez uma careta, apertando em seus braços quentes. Todos olhavam para eles, sem reação. Sam ficou paralisado.

, o que isso significa? – Carl olhou para a filha, que sorriu abertamente para ele.

– Mãe, pai, Jacob é meu novo namorado! – a garota anunciou e Susan quase caiu, senão fosse pelo marido segurá-la. – Agora, vão para casa e absorvam a idéia, que eu já vou indo com Jake para lá!

– Você tem muito o que explicar, ! – seu pai a mandou um olhar rígido, enquanto começava a andar de volta para a casa. Susan sorriu para a filha e, depois de se recuperar do choque, bateu palminhas e saiu andando atrás de Carl. Tudo havia saído do jeito que ela planejara!

– Você aceitou! – Sam exclamou, assim que os pais da garota saíram do campo de vista. – Eu não acredito!

Jacob se levantou e deu um abraço em Sam. Os outros ficaram perdidos.

– Você a pediu emprestado por um segundo, Jake! – Embry olhou para ele acusadoramente. Black soltou uma gargalhada.

– Ela é minha, entendeu? – deu a mão para se levantar e ela foi direto para os braços dele. Parecia incapaz de desgrudar do garoto. – Minha alma gêmea, o amor da minha vida! Ou, meu imprinting, se você preferir assim. – Jacob ergueu as sobrancelhas, desviando o olhar para a garota que sorria.

– Engraçado essa coisa de lobo de vocês. – ela observou.

Jared, Paul e Quil sorriram para ela, que retribuiu, acenando para eles.

– Não acredito. – Embry balançava a cabeça, total e completamente chocado.

– Vamos cair fora e deixar os pombinhos a sós. É o momento deles. – Sam ordenou e os outros seguiram rumo à floresta, fazendo comentários incrédulos a respeito do inesperado fato. Jacob finalmente estava livre! – Comportem-se, crianças. – sorriu e então, correu para a floresta também.

– Eles vão zoar você, não vão? – perguntou, olhando nos olhos de Jacob, que sorria.

– E muito! – ele confirmou. – Mas eu não ligo. Eu tenho você.

Inclinou a cabeça para beijá-la e ela passou os braços em volta do pescoço dele, para chegar mais perto do garoto. Nada mais importaria para eles a não ser um ao outro. Ele só precisava do cheiro doce dela, enquanto ela, dos braços quentes dele em volta de si. Era todo o necessário para eles sentirem os choques de química que os ligariam para sempre. E isso bastava.

Fim




N/A: Minha primeira fic postada aqui, então dêem um desconto, haha. Acabei terminando-a mesmo sem ter certeza se tinha ficado boa o suficiente, mas acho que o que eu queria passar com ela, está aí :)! Escrevi pra um especial de Natal no FFTT, mas resolvi postar aqui, e tals.
Enfim, queria agradecer a Marcela por aceitar betar, e a você, por ter lido! Comente e deixe uma autora feliz, haha *-*
Beeeeijão, Ju!

Nota:A web tem base na música Chemicals Collide, do Boys Like Girls. Quem quiser conferir a letra, pode clicar aqui e a tradução, aqui.

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