Declarations Of Love In The Rain
(Bela Schmidt)
Prologue.
Nós andávamos de mãos dadas, rindo e brincando como crianças. Ele despertava os mais puros atos e sentimentos em mim. A chuva que antes era fina, agora caía mais forte. Ele me parou, me virou para ele e juntou nossas mãos em um gesto que seria eterno. Eu apenas dei um breve e grande sorriso ao ver os seus cabelos grudados em seu rosto por estarem molhados. Via também seus olhos; os mais lindos do mundo, que me esquentavam até mesmo no frio. Ele juntou nossos lábios e tornou aquele momento só nosso, o finalizando como um filme com final feliz, dizendo:
- Eu te amo - no meu ouvido. Eu apenas o abracei, querendo que ele sentisse as batidas do meu coração. Elas eram fortes e ele só batia daquela maneira por ele.
Capítulo 1 - Returning
Ela andava distraída pela rua e seus olhos caminhavam de uma loja para outra. Sentia-se vazia desde que tinha sido praticamente chutada por Blake.
Depois de tantas juras de amor, ela o pegara com a sua melhor amiga na cama. A dor fora tanta que ela havia voltado à sua cidade natal, Harrow, e ao aconchego de sua mãe. Londres estava a matando.
Havia parado em frente a uma loja de instrumentos musicais e estava ouvindo uma melodia linda no piano. A música era triste e a fazia se lembrar do ex-namorado, mas a curiosidade de saber quem era o dono da bela voz, que ela acreditava ser conhecida, era maior.
Dentro da loja, um menino, que devia ter sua idade, estava sentado, completamente absorto, tocando. Era ele o dono da voz. Seu coração bateu mais forte.
Os cabelos , a voz, o jeito... Tudo. Não poderia ser possível. Ela sabia que ele não morava mais ali; havia o visto de longe, em Londres, com a namorada e tentando a sorte com sua banda. Não podia ser ele.
- Posso ajudar? – a voz a tirou de seus devaneios. Ela o olhou atentamente e o que confirmou suas suspeitas foram os olhos dele. A menina abriu um grande sorriso e algumas lágrimas caíram. Ele a olhou sem entender.
- Bom, acho que você não se lembra de mim... Não é mesmo, ? – ela sorriu triste. Ele se sentiu incomodado por um instante, mas olhou nos olhos dela e a reconheceu. Os olhos nunca mentiriam para ele.
- ? – ele chegou mais perto dela. A menina apenas confirmou com a cabeça e deixou as lágrimas caírem. Era ele; o seu . O melhor amigo, o primeiro amor que nunca havia sido correspondido, o primeiro que não concordou com seu namoro com Blake – Meu Deus – Ele falou baixinho e colocou as mãos no rosto dela. A menina, impaciente, o abraçou. Precisava sentir a melhor sensação do mundo, depois de cinco anos – O que você faz aqui?
- Blake – ela disse, se soltando dele e abaixando os olhos.
- O que ele fez? – rosnou com o ódio crescendo dentro de seu corpo. Mataria quem fizesse mal à sua pequena.
- Ele me traiu, na nossa cama, com minha melhor amiga – fechou os punhos, sentindo a raiva crescendo dentro de si.
- Eu te disse, . Eu... – ela colocou um dedo sobre seus lábios e apenas negou com a cabeça. Ele entendeu que ela não queria falar sobre aquilo e apenas abraçou a menina novamente. Ela começou a chorar mais uma vez – Calma, pequena; estou aqui agora – ele pegou seu rosto delicadamente – Deus, como senti sua falta, como fiquei vazio esse tempo todo... Eu nunca mais vou deixar você sair de perto de mim. Entendeu? – ela concordou com um sorriso triste. Era apenas a irmãzinha mais nova para ele.
- Mas, ei, e você? O que faz aqui? - fez a pergunta que estava entalada na garganta.
- Bom, a banda não estava dando certo... Os caras e eu estávamos cansados de esperar.
- Hm, entendo – ela murmurou – E sua namorada? – a pergunta apertou o peito dela com a possível resposta. Mas o que estava acontecendo? Ela não havia o esquecido?
- Bom – ele sorriu triste –, não foi só você que teve o coração quebrado.
- Oh, me desculpe, . Eu não queria... – ele repetiu o gesto de colocar delicadamente um dedo sobre seus lábios.
- Não tem problema – ele sorriu – Bom, vai fazer o que hoje? Eu já estava fechando.
Não sei... Quem sabe ficar em casa o dia todo e me entupir de brigadeiro, assistindo a Um Amor Para Recordar.
-Programa de fossa – rolou os olhos – Nós vamos sair; quero saber de tudo sobre você – ela riu. Sentia-se leve de novo ao lado dele, mas tinha medo de que o sentimento a tomasse mais uma vez. Que ela o amava, bem, isso era inevitável.
Capítulo 2 – All you need is love
’s POV (história narrada por , a partir daqui)
Havia um mês que eu estava em Harrow. Eu e havíamos nos aproximado de novo e o sentimento que eu tinha medo de sentir novamente havia voltado; meu amor por ele continuava puro e intacto. O primeiro amor é inesquecível, mesmo não sendo correspondido.
Eu havia largado tudo em Londres; casa,emprego,faculdade... Tudo. Mas já estava me ajeitando em Harrow. Minha mãe era bem de vida e eu não precisava trabalhar, mas o fazia, porque queria e também porque poderia ficar perto de . Eu trabalhava na loja dele. Depois que a banda não havia dado certo, seu pai havia então realizado seu sonho de menino e lhe deu uma loja de instrumentos. era fascinado pelo lugar.
Ele queria que eu fosse morar com ele e minha mãe não fez objeções; ela adorava assim como seus pais gostavam muito de mim. Eu cometi a loucura de aceitar, sabendo que seria perigoso. E foi muito. Eu o ouvia chegar tarde, às vezes, quase amanhecendo o dia, bêbado, sempre com uma garota, e escutar o que eles faziam era sempre o pior.
No outro dia de manhã, a primeira coisa que ele fazia era se levantar, colocando as roupas pelo caminho, e correr ao meu quarto para me encontrar chorando. Pedia-me desculpas, dizendo que isso nunca mais iria acontecer, e eu, bom, dizia que estava chorando por outros motivos. Nós dois nos enganávamos, mentíamos.
Como há anos atrás, meu coração estava quebrado, ferido, mas não precisava saber disso; eu sofria em silêncio.
Era sábado, seis da manhã, e eu já estava de pé, preparando o café para ele. Ressaca. Incrivelmente, não havia nenhuma garota com ele naquela noite.
Sabia que ele acordaria cedo e que desceria as escadas, iria ao banheiro, diria que estava péssimo e iria para a cozinha, fazer o café dele. Depois, ele faria o meu e o levaria à minha cama. Apesar de tudo, ele ainda era o mesmo de sempre; dava-me mais atenção do que a qualquer pessoa.
Eu ouvi um barulho no andar de cima. Sabia que era ele, mas não me mexi, apenas continuei escorada na pia, olhando a paisagem pela janela e tomando meu café.
Meus pensamentos distantes só voltaram à realidade quando senti um par de braços fortes envolvendo minha cintura. Eu me assustei levemente, mas não me mexi.Ele encostou o queixo em meu ombro e eu me arrepiei.
- O que foi?
- Nada. Eu só estava pensando. Senti saudades daqui – suspirei e me virei para ele – Ei, olha só pra você! – eu sorri fracamente – Precisa de café agora – ele fez uma careta e concordou.
- Obrigado – ele sorriu, apontando para a mesa já colocada. Eu apenas retribuí o sorriso – Sabe o que eu estava pensando? – ele comentou, enquanto tomava seu café distraidamente – A gente podia ir para a casa de praia dos meus pais esse fim de semana. O que você acha? – olhou-me, sorrindo. Ele sabia como eu amava aquele lugar.
- Eu acho ótimo – sorri também.
- Bom, eu posso chamar os caras e as namoradas deles. Certo? – eu concordei – Eles querem te conhecer – ele disse um pouco mais baixo, corando.
- Mas eles sabem de mim? – eu perguntei marota, sabendo que o deixaria com vergonha.
- É que... Eu tenho falado muito de você – ele vomitou as palavras, praticamente, fazendo com que eu não entendesse nada.
- Como?
- Eu tenho falado muito de você ultimamente – ele disse com a cabeça baixa.
- Hm, entendo. Tudo bem; chame-os. Também quero conhecer sua famosa banda – ele sorriu ainda de cabeça baixa – Eu vou subir e arrumar minhas coisas, então – ele confirmou e sorriu.
Eu subi as escadas com uma pontinha de felicidade no peito. Fechei a porta do quarto, tirando a roupa pelo caminho e indo tomar meu banho. Cantava ‘All You Need Is Love’ dos Beatles. Sim; amor era tudo o que eu precisava.
Capítulo 3 – The first declaration of love in the rain
’s POV
Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Desde quando eu tinha vergonha da ? Dei de ombros e resolvi subir para chamá-la. Acho que, como sempre, ela ainda não estava pronta. Cheguei e fui abrindo a porta.
- , você vai... – meu queixo foi ao chão.E la estava de, er... Como vou dizer...? Só com roupas de baixo, cantando Beatles. se virou e deu um berro, correndo para dentro do banheiro. Eu estava suando a frio. Mas que diabos estava acontecendo comigo? Eu tinha vontade de ir até ela e a beijar, mas eu não podia – Desculpe! – eu gritei e fechei a porta com força. Fui para meu quarto e me sentei na cama. Coloquei meu rosto entre as pernas. Não entendia. era minha irmã, praticamente, e eu não sentia só desejo por ela; sentia algo mais. Era como quando eu conheci a Giovanna, mas agora, era mais forte com a . Será que...? Não. Nunca. Eu não poderia.
- – ouvi uma voz doce me chamando. Era ela. Sua voz estava baixa e um pouco assustada – Tudo bem? – eu levantei meu rosto. Ela estava linda; usava um vestido desses de ficar em casa, mas que você também pode sair dar uma volta, sabe? E um All Star azul. De novo, aquela vontade de me levantar, a abraçar e a beijar veio até a mim, mas eu me segurei.
- Tudo, sim, pequena – contentei-me em abraçar a sua cintura e dar um beijo em sua testa – Vamos. Já esta pronta? – ela sorriu, confirmando; os olhos brilhando infantilmente. Eu ainda não queria acreditar, mas acho que... Eu estava me apaixonando pela minha melhor amiga.
’s POV
Depois que saiu do meu quarto, eu saí do banheiro com o coração a mil. Arrumei-me o mais rápido que consegui e fui até o quarto dele. O mesmo estava sentado na cama, com a cabeça baixa.
- , tudo bem? – eu o olhei, preocupada.
- Tudo, sim, pequena – ele se levantou, abraçou minha cintura e me deu um beijo na testa. Eu me arrepiei com o toque – Vamos. Já está pronta? – eu sorri, confirmando.
Ele levou minhas coisas até o carro e entrou em seguida. Estava quieto demais, então eu coloquei um CD qualquer. Legal, realmente legal; tocava With me do Sum 41. Eu tentei por anos deixar de ouvir essa música, estando longe dele, e olha só! Volto a ouvir justamente quando estamos juntos. Abaixei minha cabeça, me sentindo incomodada.
- Que foi, ? – perguntou preocupado.
- Nada – eu sorri – Estou um pouco cansada só – ele concordou com um aceno. Tentamos conversar algumas vezes, mas o silêncio voltava e era constrangedor. Agradeci pela casa não ser longe e logo estávamos lá.
Eu estava levando minhas coisas para cima, quando ouvi entrar em casa, falando no celular. Não prestei atenção e continuei subindo. Quando eu ia sair, encontrei na porta do meu quarto. Ele mordia o lábio inferior.
- O que foi?
- Er... Os caras... Eles não podem vir. Problemas... Sabe como é.
- Nenhum deles? – du senti algo estranho acontecer comigo. Ele balançou a cabeça, afirmando – OK, então – tentei sorrir, mas saiu forçado – Acho que eu vou fazer alguma coisa pra gente comer. Certo? – ele sorriu
- É... Eu estou com fome – ri de leve e desci.
Nosso almoço foi menos constrangedor do que a vinda para cá, mas eu ainda me sentia estranha.
A tarde, bem, poderia ter sido aproveitada na praia, tomando sol, e o poderia surfar, já que ele adora, mas a gente resolveu por ficar em casa, com a maratona Star Wars e Back To The Future, comendo pipoca e tomando coca cola o dia todo.Tedioso, eu sei, mas fazer o quê?
Já eram nove horas e o vento uivava do lado de fora. Havia começado a chover e olha que bom: eu, praticamente, morro de medo de trovões. A cada clarão, eu me encolhia mais nos braços de . Ele apenas me abraçava e dizia que estava tudo bem.
A chuva estava durando muito e meu medo só crescia mais, até ele explodir, quando eu ouvi um barulho horrível fora de casa. Afundei o rosto no pescoço de e ele ficou rígido. Eu estava com medo de que pudesse ser alguém.
’s POV
estava praticamente se fundindo a mim. Quem disse que eu ligo? Esse tempo que temos passado juntos só esta me fazendo bem, mas eu ainda estou confuso sobre o que sinto.
Resolvi ir ao lado de fora da casa para ver se tinha alguém lá. Estava chovendo muito e os clarões assustavam até a mim.
Eu saí, olhei para os lados, mas não encontrei nada. Dei de ombros e me virei para sair da chuva. OK; nessa hora, eu fui o cara mais sortudo do mundo.
É, eu escorreguei e caí de bunda. Qual é? Doeu pra caramba. Não contive o xingamento.
- PUTA QUE PARIU! – saiu assustada. Ela parou, me olhou por um segundo, e não resistiu; caiu na gargalhada junto comigo. A risada dela parecia como música para mim. Eu acho que estou realmente amando de novo. Posso dar uma chance; ela nunca me machucaria.
’s POV
- PUTA QUE PARIU! – ouvi o grito de e saí correndo para fora. Bem, eu não resisti; tive que gargalhar. Ele havia caído de bunda a cinco passos de onde estava seco. Eu fui ajudá-lo, mas o chão estava liso demais e eu... Caí também.
- Poxa, , olha só – eu resmunguei e ele riu. Nós nos olhamos e, aos poucos, paramos de rir.
A chuva continuava caindo, mas tinha algo que não deixava que eu me levantasse e que me levava para perto dele. Seus braços fortes rodearam minha cintura e eu senti cada parte do meu corpo esquentar embaixo da chuva gelada que caía.
Ele aproximou o rosto do meu. Eu estava me sentindo tonta; aquilo não estava certo. Eu não podia, tinha medo de me machucar de novo, mas, ainda assim, sabia que ele jamais me faria mal algum. As pessoas dizem que temos uma razão para se viver. Desde sempre, ele tem sido a minha e eu quero tentar ser a dele também.
Nossos narizes estavam se encostando e eu sentia sua respiração leve em minha boca. Eu mantinha minhas mãos em seus braços e ele acabou com o pouco espaço entre nós, selando nossos lábios apenas com um selinho carinhoso. Escorreguei meus braços até seu pescoço e encostei nossas testas. Nossas respirações estavam ofegantes. Eu não sabia o que dizer.
- – quebrou o silêncio.
- O quê? – eu apenas olhava os olhos que me faziam tão bem.
Eu acho... Que estou apaixonado por você – só Deus imagina o tamanho da minha felicidade naquele momento. Isso tudo foi tão clichê, tão precoce, mas quem disse que eu ligo? É assim que eu gosto.
- Eu sempre estive – olhei nos olhos dele e sorri.
- Sempre?
- Sim, sempre. Desde a oitava série, desde antes de me mudar, antes do Blake, antes de tudo, – então, embaixo de um verdadeiro temporal, sentados no chão de uma casa de praia, eu me declarei para ele. Sorrimos e colocou os lábios perto de meu ouvido.
- I'm singing in the rain, just singing in the rain. What a glorious feeling. I'm happy again – sorri ao reconhecer um trecho do musical de ‘Singing In The Rain’.
- I'm laughing at clouds, so dark up above the sun's in my heart, and I'm ready for love, for love – então ele me deu o sorriso mais lindo que eu já havia visto.
Aproximamos-nos de novo e encostamos nossos lábios. Ele pediu passagem, passando a língua em meu lábio inferior. Eu concedi, sem esforço algum, e logo nos movíamos em perfeita sincronia.
Não sei quanto tempo ficamos ali, mas acho que foi o bastante para que eu soubesse que aquela seria a primeira, mas não a última, declaração de amor na chuva.
Capítulo 4 – I’ve got you
Depois daquele fim de semana, tudo entre nós dois mudou. Nós não estávamos namorando nem nada, mas era como se ele não precisasse me pedir em namoro. O que unia nós dois era muito mais que um par de alianças; o que nos unia era o coração. Eu o tinha e isso fazia com que eu me sentisse mais forte.
Qualquer pessoa que visse nossa relação de fora diria que era precoce demais, porque havia sido tão rápido. As únicas pessoas que entendiam eram nossos amigos. Sim, nossos: Harry e a namorada, ; e e meus melhores amigos: e a namorada, . A ligação que eu tinha com ela era fora do normal. Foi instantânea e se tornou a coisa mais importante para mim; depois dele, é claro.
Eu tinha passado a ter uma relação mais aberta com ele desde então e sempre saía com as meninas. Elas diziam que ele realmente falava muito de mim. Eu estava feliz por isso e por fazê-lo feliz também.
Naquela noite, nós íamos sair. Ele disse que não era nada muito importante, mas ia me levar a um lugar especial.
Eu estava no meu quarto, em frente ao guarda roupas. A maquiagem leve estava pronta, meu cabelo estava pronto e minha roupa também; só faltava o sapato.
Bem, acho que nada melhor que conforto, uhn? Jeans skinny, minha camiseta de estrelas coloridas que ele por acaso adora e meu All Star prateado. É, gostei!
Ouvi alguém batendo na porta.
- Ei – ele me chamou com um sorriso nos lábios. Estava lindo; calça jeans, camisa branca para fora da calça e o All Star preto de sempre. Chegou perto de mim e me abraçou por trás, olhando nossa imagem no espelho. Eu sorri. – Você está linda.
- Obrigada – eu me virei e coloquei a mão no rosto dele. Eu ia dizer algo, mas ele me calou com um beijo antes mesmo que começasse. Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e aproveitei cada segundo daquele beijo. Toda vez, era diferente; era novo, uma sensação nova cada vez melhor. Eu sorri e o soltei devagar. – Vamos? – ele acenou concordando e me puxou pela mão. – Aonde vamos, ?
- Eu, obviamente, não vou te contar – eu fiz bico. – Não adianta, . Você não vai me convencer - ele sorriu vitorioso e eu bufei.
- Ok, senhor ... Ok – ele riu e eu não pude evitar que meus lábios se curvassem em um sorriso pequeno também. Nós estávamos em um silêncio gostoso. Gostoso, até o quase me matar do coração.
- DON’T WANNA BE AN AMEEEEERICAN IDIOT! – eu dei um pulinho e coloquei a mão no peito. Fiz minha melhor cara assassina e me virei para ele.
– eu disse com um sorrisinho fofo nos lábios –, VÁ PRA PUTA QUE TE PARIU! – se assustou um pouco, mas no segundo seguinte, estava quase se matando de rir. Eu bufei. – Não tem graça – eu rolei os olhos.
- Desculpe, pequena – ele sorriu e passou o polegar sobre minha bochecha. Eu sempre corava por mais simples que fosse seu toque. Concordei com um aceno, ficando absorta em pensamentos. Só acordei quando o carro parou. – Ei, chegamos – eu olhei para fora e sorri sem acreditar. havia me levado a um parque de diversões.
- Meu Deus, ! – eu sorri – Há quanto tempo... – ele sorriu e me abraçou pela cintura.
- Venha, temos um bom tempo juntos – eu sorri. Olhei para o céu; o tempo aparentava chuva, mas eu não ligava. Fora na chuva onde tudo aconteceu pela primeira vez.
Nós aproveitamos tudo que podíamos e combinamos de ir à roda gigante por último. Eu parecia mais infantil do que todas as crianças dali, sentada na grama,entre as pernas de , comendo algodão doce ou tomando refrigerante, enquanto ele apenas sorria e tinha seus braços firmes em minha cintura.
Ele encostou o queixo no meu ombro e eu coloquei minha mão sobre as suas. O mesmo começou a cantar baixinho uma musica do Lifehouse. Ok, , quer que eu chore em pleno parque de diversões?
- See the pyramids along the Nile. Watch the sunrise from a tropic isle. Just remember darling all the while, you belong to me – eu sorri discretamente. Sim, eu pertencia a ele. deu um beijo no pescoço e descansou seu rosto ali. Eu abaixei a cabeça e pensei apenas nele, até o mesmo me tirar de meus desvaneios. – ? Vamos. Acho que podemos ir ao seu preferido agora - eu abri um grande sorriso.
A roda gigante. Eu fui me sentar, enquanto conversava com o senhor que cuidava do brinquedo. Eu não estava interessada na conversa; o queria do meu lado, queria poder subir logo e ver toda Harrow de cima. – Pronta? – ele abriu um sorriso pequeno, mas lindo.
- Claro – dei um sorriso enorme. A roda gigante levantou devagar. Eu encostei a cabeça em seu ombro. Era tão bom poder ver como Harrow era linda do alto e poder compartilhar com aquela vista.
Depois da segunda volta, o brinquedo parou quando nosso banco estava na parte mais alta. Eu me assustei um pouco, mas permaneceu imóvel. Proferiu algumas palavras depois de alguns minutos.
- Escolha uma estrela – ele pediu calmo. Eu sorri; sabia que ele amava estrelas. Apontei para a maior e mais brilhante estrela do céu, que estava quase escondida pelas nuvens que se formavam sobre nós. Ele sorriu também. – Aquela estrela sou eu. Se um dia eu estiver longe, olhe para ela, que eu também estarei olhando – meus olhos se encheram de lágrimas, mas ele não parou de falar. – Eu escolho a Lua – ele disse e eu o olhei meio chorosa, meio sorrindo.
- , a Lua não apareceu hoje. Tem nuvens – eu apontei infantilmente para o céu e ele sorriu.
- Não tem problema. Nosso amor é como ela. Pode não se ver às vezes, mas se sente sempre – eu soluçava um pouco. Ele suspirou e tirou uma caixinha vermelha do bolso. Uma chuva fina começou a cair sobre nós. Clichê? Sim, muito. – , me olhe nos olhos porque eu já sei que o coração nunca mente. Quer ser minha namorada? – ele abriu a caixinha e mostrou duas alianças prateadas.
Acredito que nada no mundo explicava aquela sensação. Foi tudo tão rápido. Blake me traiu, eu voltei para Harrow, reencontrei , moramos juntos, ficamos e, agora, ele me pede em namoro. Todos os momentos bons vieram à minha cabeça como um flashback; até mesmo as lembranças da infância, quando comecei a me sentir diferente perto dele: a formatura, onde ele foi meu padrinho; as festas, onde ele deixava qualquer menina de lado, se eu precisasse dele... Sempre fomos dependentes um do outro e agora somos mais ainda. Se eu não aceitasse, me arrependeria de ter voltado, de ter ficado com ele, de ter permitido me apaixonar de novo, mas se eu aceitasse... Não me arrependeria de nada.
- Eu aceito – sorri discretamente para ele que pegou uma das alianças e colocou em meu dedo. Fiz o mesmo com a dele e nos beijamos, assim que a chuva começou a aumentar. Ele sorriu sereno.
- Acho que a chuva nos persegue – eu ri baixinho. Nossas testas estavam coladas e eu tinha uma mão em seu rosto.
- Você liga? – ele sorriu e negou. – Que bom – abracei-o carinhosamente, apenas sentindo nossas respirações. Eu estava feliz e só isso importava.
Capítulo 5 – Raindrops
Eu estava sentada há algumas horas já, olhando a chuva. Em outro momento,e u e estaríamos lá fora, nos declarando como sempre.
Depois que ele me pediu em namoro, em todas as vezes que chovia, poderíamos estar em qualquer lugar, mas ele me arrastava para fora nem que fosse para dizer “eu te amo”. Sorri com meu pensamento.
Mas não estava aqui; ele estava em Londres. Sim, em Londres. Aí você pergunta “meu Deus, passou quanto tempo?”. Passou muito; já havia sete meses que estávamos juntos. Há uns dois meses, recebeu uma ligação de uma gravadora.
Ele falava ao telefone com um brilho louco no olhar. Eles haviam ganhado uma chance; o McFly teria a chance de mostrar para as pessoas o talento deles. E então, lá estão os quatro, , Harry, e , gravando primeiro CD deles: Room on the Third Floor.
Claro, eu estava muito feliz, mas ele me fazia muita falta. Eu ia, nos fins de semana, para lá, mas não era a mesma coisa. Queria-o comigo todo o tempo.
Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when September ends
Eu conhecia de longe; era o toque do meu celular. havia colocado pessoalmente aquele toque para ele.
Estávamos em setembro e ele só voltaria no próximo mês. Ele dizia que queria dormir e acordar somente quando setembro acabasse.
Sorri e fui rapidamente até o aparelho.
- Alô? – falei com a voz baixa.
- Pequena? – eu sentia em sua voz que ele estava sorrindo. – Eu estou com saudades.
- Eu também, amor – continuei com meu tom de voz baixo e olhei para a chuva lá fora. Ficamos em silêncio, apenas ouvindo nossas respirações. Eu ouvi um barulho; parecia água. – Onde você está, ? – arqueei a sobrancelha.
- , saia – estranhei o pedido.
- O quê?
- Só saia, – ele riu. Eu sorri e fui até a porta. A chuva ainda era forte, mas eu não me importava. – Vá para o meio do jardim – dei uma gargalhada; já imaginava o que ele queria. – Pronto?
- Sim – disse mais alto, devido ao barulho da água.
- , nem a distância pode separar uma coisa que uniu a nós dois. Só queria te dizer que eu te amo e que não vivo sem você. Estou com saudades, minha princesa.
- Eu também te amo, pequeno. Eu te amo muito – algumas lágrimas se misturavam com a chuva, mas eu também sorria muito. - Queria que você estivesse aqui, que me abraçasse e me confortasse. – eu chorava mais abertamente. Não tinha notado como machucava a falta dele. – Estou com saudades, . Venha me ver, por favor! – pedi manhosa, mas com uma certeza única na voz. Ele suspirou.
- Estou indo – desligou o celular. Eu apenas desliguei o meu também e entrei. As lágrimas vinham fortemente em meus olhos. Entrei no banheiro. Precisava de um banho; estava com frio.
A falta de ali comigo era tão grande que eu já estava ficando louca. Deitar-me e não poder abraçá-lo; acordar e não poder sentir seus lábios tocando gentilmente os meus; abrir os olhos e não ver o rosto que mais me fazia bem... Eu perdi a noção do tempo que fiquei lá. Saí rapidamente, sequei meu cabelo e coloquei uma roupa quente. Deitei-me na cama e o esperei. Eu sei que parece loucura; ele disse que viria. O empresário dele não permitiria jamais, só que algo me dizia que eu poderia esperar. Porém, eu adormeci como uma criança, pensando nele.
’s POV
Eu dirigia rapidamente pela estrada. A chuva tinha diminuído, graças a Deus, e eu queria apenas chegar a casa para ver ela.
Eu não sei quanto tempo demorei de Londres até Harrow, só sei que estacionei meu carro de qualquer jeito e corri para dentro de casa; o conforto da minha casa e da minha menina que se encontrava dormindo como um anjo. Eu sorri com a visão. Deitei-me ao lado dela e a abracei, encostando levemente nossos lábios. Seu sono era leve e ela abriu os olhos devagar.
- ? – ela me chamou com os olhos pequenos de sono. Eu sorri para ela.
- Sou eu, princesa. Eu vim te ver – ela se levantou devagar. Olhou-me por um momento e me abraçou. Sentei na cama e a puxei para sentar entre minhas pernas. encostou a cabeça em meu peito e se encolheu como uma criança se encolhe no colo do pai. Sorri com minha comparação.
- Eu estava com saudades – ela colocou o rosto em meu pescoço, parecendo querer sentir o máximo que podia de meu perfume. Senti algo molhado em minha pele. Ela estava chorando. Não gostava de vê-la assim, mas chorava demais; era inevitável segundo ela.
- Eu também, meu amor – levantei seu queixo com dois dedos –, mas não chore, ok? Eu estou aqui – ela me olhou por um instante e então jogou os braços em volta do meu pescoço, me apertando. Eu sentia a saudade dela em mim como se fôssemos uma pessoa só. Eu suspirei e a puxei para meu colo, a balançando devagar. – , calma, por favor.
- Não consigo, . Não consigo; dói demais ter você longe – eu também não conseguia, também chorava e sofria demais, mas era meu sonho e dos caras. Eles também sentiam falta das namoradas. – Você vai ficar aqui comigo? – eu teria como responder não? Sua voz estava carregada de uma porção de coisas que me faziam desistir de tudo: medo, saudade, dor, choro... Tudo o que eu não gostava de vê-la sentindo.
- Vou, princesa – eu sabia que era loucura, mas eu não conseguia deixá-la. olhou para mim. Ainda tinha os olhos vermelhos, mas havia um pequeno sorriso nos lábios. Ela me abraçou e permaneceu assim até adormecer em meus braços. Um pequeno sorriso se formou em meus lábios. Nas poucas vezes em que isso acontecia, eram os momentos em que eu parava para pensar somente nela e em como meu amor crescia a cada dia.
’s POV off
Eu me lembro apenas de encostar o rosto no peito de e adormecer com seu perfume inebriante perto de mim.
Foi uma noite rápida. Pela manhã, eu acordei e encontrei de olhos abertos, ao meu lado. Sorri para ele que me puxou de leve e me deu um selinho.
- Bom dia, minha princesa.
- Bom dia – abracei-o desajeitada. se levantou assim que eu o soltei. Olhei-o confusa.
- , tenho que voltar para Londres – meus olhos marejaram e eu abaixei a cabeça. Senti o corpo quente de se apertando contra o meu. – Eu voltarei logo. Prometo – suspirei e o soltei. deu um beijo na minha testa e entrelaçou nossas mãos.
Fui com ele até a porta e o abracei de novo. Ele me beijou e sorriu para mim, saindo em seguida. A porta bateu fracamente e eu, como sempre, senti vontade de chora. Eu estava sozinha de novo.
Capítulo 6 – Smother me
Eu passei o resto do tempo, até o almoço, sentada no sofá, olhando a chuva que caía forte. Ficaria sozinha ali o dia todo, se alguém não resolvesse aparecer e alegrar meu dia.
Bom, a única que alegraria meu dia além de seria a ; e lá estava ela, na porta de casa, vestindo uma calça skinny, um moletom qualquer do e seu inseparável par de All Star pretos.
- Você está fazendo o que aí, encolhida nesse sofá, mocinha? – ela sorriu para mim. Eu retribuí.
- Meu programa de dias tediosos – suspirou alto e veio até mim.
- Nem pensar. Hoje, você sai comigo e com as meninas – revirei os olhos e ela me puxou do sofá. Permaneci intacta e abaixei a cabeça. Por que eu tanto chorava? Nem eu mesma sabia. Era dramática demais. se sentou ao meu lado e me abraçou – , eu também tenho saudades do - apertei-a mais.
- Por que tenho que ser assim, ? Parece que sufoco o . Tenho medo de que ele me deixe por isso – eu já estava chorando e algumas lágrimas caíam dos olhos dela.
- , ele nunca vai te deixar – ela me soltou, segurou meu rosto e sorriu entre lágrimas. – Acredite, ele mesmo disse que o que ele mais ama é ser "sufocado" por você – encolhi-me no sofá e escondi o rosto nas mãos, soluçando tão alto que a própria chuva não escondia meu choro. – Ele te ama e está com saudades também; acredite em mim. Por favor, venha comigo – eu a olhei. tinha a mão estendida para mim. Em um momento, sem pensar em nada, peguei sua mão, sem falar nada. Ela sorriu e deixou que eu fosse até meu quarto.
Liguei o chuveiro e entrei debaixo da água quente, deixando que ela me aliviasse da tensão. Fiz todas as lágrimas presas caírem sob a água. Não queria sair da minha casa chorando.
Depois de alguns minutos, desliguei o chuveiro e fui até o quarto. Peguei uma calça qualquer e meu All Star vermelho e vesti um moletom do que tinha seu perfume. Não me esqueceria dele tão facilmente.
Fui até a sala, onde minha amiga me esperava pacientemente.
- Acho que a gente pode ir – sorri de leve. abriu um grande sorriso para mim.
- Sim, podemos – saímos pela porta. Eu pensei em pegar meu celular e ligar para , para avisar que estava saindo, mas me contive. Precisava deixar de sufocá-lo desse jeito. – Aonde você quer ir? Seremos só nós duas? – sorri de leve.
- Que tal um parque de diversões? – ela alargou o sorriso e seus olhos brilharam.
Definitivamente, eu não o tiraria de minha mente tão cedo.
Capítulo 7 – I miss you
(Se quiser, coloque pra carregar: Iris – Goo Goo Dolls)
Eu e nos divertimos tanto que a tarde passou sem que nós duas percebêssemos. Quando vimos, já estávamos dentro do carro, voltando para casa.
Ela disse que dormiria em casa até a volta dos meninos para que eu não ficasse sozinha.
Enquanto ela dirigia, cantarolando alguma musica do All Time Low, eu a olhei. ansiava a volta de tanto quanto eu ansiava a de .
- – ela me chamou, me tirando dos meus devaneios –, você acha que o sente minha falta? – eu ri de leve. Com um ano e meio de namoro, era assim. Imagine no começo.
- Claro que sente, . O próprio sempre grita por você quando eu estou no telefone com o – seus lábios se curvaram em um grande sorriso, deixando evidente sua covinha que era exatamente igual à de – Se todas as vezes que você sorrir eu me lembrar do , acho que não vou mais sentir saudades dele – ela levantou a sobrancelha e me olhou confusa – A covinha – apontei para o seu rosto e ela gargalhou.
- Acho que vou jogar tudo pro alto e fugir com você, ok? – foi a minha vez de a olhar confusa – Poxa, , você tem a risada do . Quer coisa melhor que isso? Joga tudo pro alto e foge comigo. Não sentiremos mais saudades – ela fez cara de esperta e, em seguida, explodimos em gargalhadas.
- Melhor não, – eu disse, secando algumas lágrimas que escorriam de tanto que eu gargalhava. Ela parou de gargalhar e sorriu docemente
- Não é por nada, , mas ele é único, ok? – abri um grande sorriso.
- O também – sorrimos e ficamos em silêncio.
Ela colocou um CD qualquer e eu reconheci a música facilmente. Era I Wanna Hold Your Hand dos Beatles.
- Oh yeah, I'll tell you something I think you'll understand – comecei, cantando uma de minhas músicas preferidas.
- When I say that something – continuou animada.
- I wanna hold your hand – cantamos juntas e animadas, rindo de tudo, enquanto chegavamos a casa.
Meu sorriso se desfez devagar. Eu tinha certeza de que não havia nenhuma luz acesa.
- – arregalei os olhos. Ela me olhou curiosa –, eu não deixei nenhuma luz acesa – ela me olhou desconfiada.
- Tem certeza, ? - confirmei com a cabeça, enquanto ela engolia em seco ao meu lado – Ok. Fique calma, ‘ta? – assenti com a cabeça sem ter noção do que ela falava.
estacionou o carro a alguns metros antes da minha casa e nós fomos devagar até o portão. Entramos, tentando fazer menos barulho possível.
- Você quer entrar mesmo? – ela me perguntou, já tremendo.
- Claro – eu a olhei com a sobrancelha levantada – Quero pegar no flagra – arregalou os olhos, descrente com minha fala.
- Já disse que você é louca? – ela sussurrou.
- Já – sussurrei de volta, pegando duas vassouras que estavam ao alcance. quase chorava atrás de mim.
Abri a porta devagar, temendo que tivesse alguém em casa ainda. Entramos quietas e com as vassouras na mão. A luz da cozinha estava acesa e ouvi um barulho vindo de lá. prendeu a respiração, eu mordi o lábio e fomos na ponta dos pés até lá.
Bom, lá estavam os cretinos. Um estava abaixado em frente à geladeira e o outro, no armário. Ambos usavam capuz. Ótimo, não preciso ver a cara deles mesmo.
foi perto do que estava na geladeira e eu, no outro. Assim que ele levantou, eu gelei.
- , eu... AI, CARALHO! – só se ouvia quatro loucos gritando.
Eu fechei meus olhos e, junto com , comecei a bater nos dois que saíram correndo.
- PAREM, PELO AMOR DE DEUS, SUAS MALUCAS! SOMOS NÓS – o outro falava.
- Opa. NÓS quem?
- AH ,SOCORRO! PARE, ! PARE, POR FAVOR! – paralisei ao prestar atenção na voz. Abri meus olhos ao mesmo tempo em que . Abaixei a vassoura e arregalei os olhos, com um pouco de vergonha. Eram e .
Ambos tiraram o capuz e nos olharam assustados. ainda se escondia atrás do sofá e passava a mão na cabeça.
- Mas... Eu... O quê... Vocês não estavam em Londres? – perguntou, indo até e estendendo a mão para ele.
- É, mas conseguimos terminar a gravação mais cedo e viemos fazer uma surpresa – coçou a nuca.
Então eu parei e o olhei. Sorri como não sorria há alguns diase o abracei forte. Ele riu baixinho em meu ouvido.
- When I'm with you, I'll make every second count. ‘Cause I miss you, whenever you're not around – sorri de leve – Eu te amo.
- É, eu também – soltei-o devagar e coloquei as mãos em seu rosto – Estava com saudades de você.
- Não terá mais – ele me deu um selinho, sorriu e me abraçou de lado – Ei – ele chamou que ainda estava abraçado a , matando a saudade –, elas merecem ver. Certo?
- Merecem, sim – ele riu e os dois foram até suas mochilas, se viraram e colocaram as mãos nas costas. parou à minha frente, assim como à frente de .
- Feche os olhos – pediu com voz baixa para mim e eu obedeci – Estenda as mãos – assim que o fiz, senti-o colocando algo nelas – Pode olhar – senti-o sorrindo.
Assim que abri os olhos, dei um grito de felicidade. Eu tinha o primeiro CD do McFly na mão. Olhei para eles sem acreditar.
- Temos um CD – eles falaram juntos e riram.
Eu não me contive. Joguei-me nos braços de , rindo e não acreditando no que tinha visto.
- Parabéns, amor – sorri e dei um beijo em seu rosto. , que estava abraçando e pulando ao mesmo tempo, veio correndo abraçar , quase o derrubando no chão. Eu e rimos dela. – Parabéns, pequeno – abracei e sorri para eles – Vocês merecem.
- Obrigado, – sorriu também – Acho que alguém precisa cuidar de mim – disse, olhando de canto para – Estou machucado, sabe...? – virou os olhos.
- Sei o tanto que você está machucado - ele riu e a abraçou pela cintura.
- Vamos pra casa? – ele perguntou, passando a mão sobre o rosto dela. deu uma risadinha maliciosa e lhe deu um tapa no braço.
- Calado, – ela disse ofendida. Nós rimos e nos despedimos deles.
Havia uma chuva fraca lá fora, mas era o bastante para nos deixa encharcados em pouco tempo. não se importou. Deu um sorriso como quem teve uma idéia, foi até a sala e ligou o som. Iris do Goo Goo Dolls começou a tocar e ele foi até mim na varanda. Puxou-me de leve até a chuva e me abraçou.
(N/A: Coloque a música agora)
And I'd give up forever to touch you
‘Cause I know that you feel me somehow.
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now.
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life.
‘Cause sooner or later it's over
- I just don't want to miss you tonight – ele completou baixinho no meu ouvido, enquanto começávamos a nos mover devagar no ritmo da música.
And I don't want the world to see me
‘Cause I don't think they'd understand.
When everything's made to be broken,
I just want you to know who I am
Ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou, fazendo com que eu me sentisse a pessoa mais feliz do mundo novamente.
- Eu te amo, minha pequena – sorriu doce e eu repeti seu gesto.
And you can't fight the tears that ain't coming
Or the moment of truth in your lies.
When everything feels like the movies
Yeah, you bleed just to know you're alive.
- Eu também te amo. Demais – disse, apertando-o mais contra mim.
No gesto que nos uniu eternamente, pegou meu rosto entre as mãos e me beijou calmamente.
Eu estava feliz por tê-lo de volta, por poder abraçá-lo de novo e por poder acordar com a voz mais linda do mundo me chamando.
- Eu não existo sem você – completou, sussurrando novamente e me apertando mais contra ele. Eu sorri fracamente para ele e encostei a cabeça em seu peito - I just want you to know who I am – ele terminou, sorrindo.
- Eu sei quem é você – sorri inocente – É o maior amor da minha vida.
Os lábios dele se curvaram levemente em um sorriso e, logo, se encostaram aos meus em um selinho carinhoso. Eu me sentia a pessoa mais completa do mundo. Sem ele, eu acho que não seria mais capaz de viver.
Capítulo 8 – Lost without you
Depois da volta dos meninos, a vida deles se tornou algo público e sem tempo para nada. O McFly tinha estourado no mundo inteiro e, em pouco tempo, eles estavam nas maiores e melhores paradas britânicas. Foi uma quase obrigação nos mudarmos para Londres.
Por fim, resolvemos que iríamos morar todos juntos. Talvez parecesse loucura, mas para nós era só mais uma experiência.
Era Dezembro, quase natal.Os meninos estavam em Oxford. Na verdade, estavam voltando naquele dia mesmo e eu estava ansiosa em casa, esperando pelo . Esperando por todos, mas principalmente por ele.
As meninas estavam para chegar do trabalho. A primeira a passar pela porta foi .
- Ei ! – ela me abraçou – Como foi seu dia?
- Foi bem, e o seu? – sorri levemente para ela.
- Cansativo – ela se jogou no sofá e me olhou em seguida – Eles ligaram? – seu sorriso apareceu e seus olhos brilharam. Ela queria saber sobre Harry.
- Não – Eu suspirei. Estava ficando preocupada já. Oxford não era tão longe e disse que me ligaria quando estivessem chegando.
No segundo seguinte, entrou pela porta com pressa.
- Eles ligaram? – a aflição em seus olhos estava me deixando preocupada.
- Ainda não, – eu disse mais baixo, sentindo um pequeno aperto no peito.
Nós três nos entreolhamos. Havia algo muito estranho. Estávamos aflitas e preocupadas.
Eu ouvi um carro derrapando na entrada de casa. entrou, deixando a porta aberta e suas coisas por onde passava. Tinha algumas lágrimas pelo rosto, o que fez com que eu e as meninas nos levantássemos assustadas.
- , ligue a TV. Rápido.– sua voz estava trêmula e suas lágrimas estavam aumentando.
- ,o que foi? – perguntei nervosa, chegando perto dela.
- LIGUE A TV LOGO! – ela gritou e começou a chorar mais abertamente. a abraçou e eu liguei a TV, assustada, um pouco depois de ouvir sussurrar um ‘’Deus, faça com que seja mentira’’.
Diante de suas palavras, meu coração se apertou. pegou o controle de minha mão, passando rapidamente pelos canais, até parar em um. Aparentava ser um jornal e aparentava estar noticiando um... Acidente.
Minha visão ficou turva e eu apenas senti o choro de aumentar. a abraçava mais forte e eu senti me abraçar, chorando também. Todas elas choravam, menos eu, que não era capaz de chorar com o choque. Eram os meninos, nossos meninos que estavam sendo tirados das ferragens da van. Era o meu menino que estava desmaiado e cheio de sangue, sendo levado para o hospital.
- , calma – a voz de me tirou de meu transe e as lágrimas finalmente invadiram meus olhos. estava descontrolada e a abraçava fortemente, impedindo que ela fizesse uma loucura.
- Eu preciso vê-lo! – ela gritava desesperada – Eu preciso... – vê-la se ajoelhar no chão, chorando acabada, me fez sentir sua dor misturada à minha. Eu a abracei forte e beijei sua cabeça.
- , é melhor a gente ir ao hospital – se abaixou ao nosso lado, tentando manter a calma, mas não tendo sucesso. obviamente concordou, porque no segundo seguinte, eu ajudava a se levantar.
Nós entramos no carro e eu fui atrás com . , que era a mais controlada de nós, dirigiu, mas mesmo assim, eu via uma dor incapaz de se descrever nos olhos dela.
Londres estava estranhamente parada naquele dia, assim como meu coração que quase não batia mais com a dor que eu sentia.
Meus devaneios foram interrompidos pela parada brusca do carro. abriu a porta e foi o mais rápido que conseguiu até a recepção. Ela perguntava a todos se sabiam sobre os rapazes do McFly que haviam sofrido um acidente há pouco tempo.
- Acalme-se, senhorita – a recepcionista falava baixo com ela – Eles estão chegando e...
- ACALME-SE? MEU NAMORADO ACABOU DE SOFRER UM ACIDENTE GRAVE E VOCÊ ME PEDE CALMA? – estava abraçada a , as duas choravam muito, e eu estava parada no meio da recepção, enquanto gritava com a recepcionista.
Um barulho de portas se abrindo violentamente veio das minhas costas e eu me virei automaticamente. Eram eles.
As quatro macas eram empurradas rapidamente pelos corredores. estava todo ensangüentado, amarrado na maca e com vários ferimentos pelo corpo e agulhas fornecendo soro para ele. se desesperou completamente.
era aparentemente o que havia se machucado menos. Tinha apenas alguns ferimentos leves e suspirou com um pouco de alívio, mas ainda chorava pelos outros meninos.
deu um grito e colocou as mãos sobre os lábios, chorando mais fortemente. Harry tinha sangue por todas as partes do corpo, vários tubos, onde um levava oxigênio para ele, e muitos curativos pelo rosto. Estava muito machucado e havia perdido muito sangue.
De longe, era o que estava em pior estado, e algo me dizia que eu deveria ser forte pelo que estava por vir. Mas não sei se resistiria. Sua cabeça estava enfaixada. Ele tinha um protetor cervical no pescoço e vários fios pelo corpo, que eu não fazia idéia para que serviam. Só sabia que ele realmente deveria estar muito mal. Tinha também tubos de oxigênios e vários ferimentos pelo rosto. Meus olhos se encheram de água e eu me ajoelhei no chão. Tudo ficou escuro e, então, não me lembrava de mais nada.
Capítulo 9 – Tears in the rain
’s POV
No momento em que estacionou o carro, eu pulei para fora dele e corri o mais rápido que pude até a recepção do hospital.
- Ei! Os rapazes do McFly. Você sabe deles? Eles estão bem? – eu fazia as mesmas perguntas para qualquer pessoa que eu via na frente. Estava começando a me irritar pela falta de atenção.
- Acalme-se, senhorita – a recepcionista disse baixo. Calma? Ela está me pedindo calma? – Eles estão chegando e...
- ACALME-SE? MEU NAMORADO ACABOU DE SOFRER UM ACIDENTE GRAVE E VOCE ME PEDE CALMA? – gritei e, em alguns segundos, ouvi portas se abrirem violentamente. Olhei para trás e vi quatro macas sendo empurradas rapidamente para dentro do hospital. Meus olhos se focaram diretamente em e meu corpo tremeu ao ver seu estado. Ele estava todo ensangüentado, cheio de ferimentos e agulhas. Meu descontrole foi inevitável. Fiz menção de correr, mas me segurou – NÃO! DEIXE-ME, ! SOLTE-ME! – eu continuava gritando e as lágrimas vinham com mais força.
Ainda tive um pouco de sanidade para olhar os meninos. aparentava estar bem, mas Harry não. Assim que o viu, colocou a mão sobre os lábios e deu um grito. No segundo seguinte, eu só pude ver o estado de e olhar automaticamente para . Ela tinha se ajoelhado no chão. Seus olhos estavam cheios de água e então, perdendo as forças, ela desmaiou.
’s POV
Eu corri até rapidamente e ouvi fazer o mesmo.
- MEU DEUS, – ela se ajoelhou ao lado de menina fraca e desmaiada no chão – SERÁ QUE VOCêS PODEM AO MENOS MANDAR UM MÉDICO AQUI? – ela gritou nervosa. ainda tentava manter a calma, o que estava sendo difícil para ela.
foi levada para um quarto e teve que ficar em repouso por pouco tempo. Ela estava nervosa e precisava descansar.
andava de um lado para o outro na recepção e eu ainda tentava acalmar . Seu desespero havia crescido muito assim que ela vira o estado de Harry.
- Ei, ele vai ficar bem – eu abraçava a menina pálida e abatida ao meu lado. Ela tinha o olhar perdido e eu poderia imaginar a causa disso. Dentre nós quatro, era namorada mais antiga. Quatro anos de namoro e ela ainda olhava Harry como se fosse a primeira vez que o visse.
- Eu queria poder acreditar facilmente nisso – ela me fitou com o olhar ainda vazio. Senti um aperto no peito. era a mais próxima de mim. Não gostava de vê-la daquele jeito. Apenas a abracei, olhando ir a um médico. Eles disseram poucas palavras e nos chamou. Aparentemente, tinha alguma notícia.
- Bom – o médico começou assim que chegamos –, eu não tenho notícias boas – se encolheu em meus braços – e estão aparentemente bem, mas deverão ficar em repouso. Porém, Harry e não tiveram a mesma sorte. Eles foram arremessados para fora do carro e se machucaram muito. Sinto dizer, meninas, mas eles estão em coma – o médico nos fitou um minuto. A felicidade que me atingiu assim que ele dissera que estava bem foi sumindo aos poucos.
’s POV
- Bom, eu não tenho notícias boas – o médico disse e eu me encolhi nos braço de – e estão aparentemente bem, mas deverão ficar em repouso. Porém, Harry e não tiveram a mesma sorte. Eles foram arremessados para fora do carro e se machucaram muito. Sinto dizer, meninas, mas eles estão em coma – minha respiração ficou lenta e meu choro aumentou. Eu estava surpresa de ainda ter lágrimas. Em outra situação, elas já teriam secado, mas era o Harry. Se fosse por ele, elas não secariam, e parecia que agora eu choraria durante um bom tempo.
- Ei – abraçou a mim e a de leve –, vai dar tudo certo – eu não disse nada; apenas continuei abraçada a minhas amigas e pensando em como seria daqui pra frente.
- , como vamos falar isso para a ? – perguntou vacilante e eu levantei o rosto. . Ainda não tinha pensado em como ela vai ficar mal quando souber do . deu um suspiro longo e não disse nada. Seguimos devagar até o quarto de e ficamos ao seu lado até que acordasse.
Depois de algumas horas em que eu me encontrava sentada e olhando para um ponto fixo na parede branca, vi se mexer levemente e abrir os olhos.
- Ela acordou – eu disse baixinho. Estava na hora dela saber também o que havia acontecido, mas era tão frágil, tão inocente, que eu tinha medo de sua reação.
’s POV
Eu abri os olhos lentamente pela luz que invadia o quarto. Eu não fazia idéia de onde estava no momento.
- Ela acordou – ouvi baixinho e reconheci a voz de . Estava embargada. Com certeza estava chorando. Eu apertei os olhos de leve e me lembrei de onde estava. Hospital, acidente, as meninas chorando e tudo ficando preto.
- ? – parou ao meu lado e passou a mão em meu rosto carinhosamente.
- Ei – eu disse fraca. Olhei cada uma dela. Estavam abatidas e continuava chorando – O que foi? – perguntei apreensiva.
- , nós temos que te contar uma coisa e não é nada boa – meu coração ficou pequeno e me pareceu que suas batidas enfraqueceram. Havia acontecido algo com ele. foi até a janela. Chovia. Pela primeira vez, as gotas de chuva não me pareciam tão lindas e mágicas. parou à minha frente e segurou minhas mãos – está bem – ela sorriu minimamente. Meus lábios se curvaram muito de leve – também – ela olhou , que sorriu – Mas o e o Harry... – ouvimos começar a soluçar mais alto. foi até ela e a abraçou. respirou fundo e me olhou – , o e o Harry estão em coma.
se desesperou. teve que abraçá-la mais forte e eu fiquei estática.
Eu olhei parada à minha frente. Ela tinha os olhos marejados e eu não sabia o que dizer. Ela me abraçou e eu escorei a cabeça em seu ombro.
- Ele vai ficar bem? – perguntei inocente à minha melhor amiga. Meus olhos começaram a marejar assim que ela me respondeu.
- Não sei, pequena – ela suspirou e me deu um beijo na cabeça. A incerteza em sua voz me deu calafrios e uma imensa vontade de chorar.
Capítulo 10 – Wake up for me
Hoje faria três dias que e Harry estavam deitados naquelas camas de hospital, sem se mexer ou fazer qualquer movimento. Não gostava de dizer que estavam em coma. Gostava de pensar que eles estavam apenas dormindo, depois de um longo show. Claro, o mundo já sabia que o McFly havia se acidentado e que e Harry Judd estavam em coma. Havia sido três dias difíceis para mim e às meninas. Havia repórteres por todos os lados e eu tive de sair pelos fundos do hospital para conseguir chegar a casa e entrar na mesma com muito custo, devido à quantidade de fotógrafos. Mas eu não ligava. Meu mundo estava parado e eu só queria que acordasse para mim.
Eu estava indo ao hospital para ficar com as meninas. Elas haviam me obrigado a ir para casa, tomar um banho dormir um pouco, já que eu não o fazia há praticamente dois dias. No trajeto, eu pensava sobre esses três dias. e estavam arrasados.
Flashback on
Estávamos no quarto de . Só ele ainda não sabia da notícia. já havia acordado e já estava quase recuperado, mas ficou péssimo com a notícia sobre e Harry. havia aberto os olhos há poucos minutos. estava eufórica e queria vê-lo a todo custo.
- Por favor, doutor, são só alguns minutos – ela suplicava para o médico que acabou cedendo.
- Ok, mas por pouco tempo. Ele tem que descansar – acenou com a cabeça e, assim que ele virou as costas, ela virou os olhos e resmungou.
- Ele já descansou por quase dois dias – em meio a tanto sofrimento, não pude evitar um riso baixinho. Estava feliz por ela, por e pelos meninos também. Sabia que também estava. Ela só não demonstrava.
entrou devagar no quarto e viu olhando pela janela, distraído.
- – ela se segurou para não gritar e foi rapidamente em direção a ele. sorriu e passou a mão pelo rosto dela.
- Meu amor – deu um leve beijo em seus lábios e fez uma expressão confusa. – , o que aconteceu? – ela o olhou, apreensiva, e contou tudo a ele, parando antes de contar sobre Harry e . Antes mesmo que ela falasse, eu dei um passo para trás e abaixei a cabeça.
- Mas tem mais uma coisa, – ele não disse nada. Já imaginava que havia algo de errado pelo fato de ela não ter falado de e Harry – O e o Harry... – ela baixou a voz – Estão em coma.
não disse nada, apenas fechou os olhos e deu um longo suspiro. Eu imaginava como seria difícil. Eram seus melhores amigos. Conhecendo , ele se sentiria um nada por não poder ajudar.
Ele levantou o rosto e percorreu os olhos pela sala, parando em mim.
- – ele sussurrou. Eu engoli o choro e fui até ele, o abraçando levemente, com medo de machucá-lo – Vai ficar tudo bem, ok? - eu não sentia certeza em suas palavras, mas balancei a cabeça, afirmando e querendo acreditar nelas.
Flashback off
também continuava na mesma. Não comia, não falava nada, só chorava. Não muito diferente de mim. A única diferença era que ela ficava somente sentada na sala de espera, olhando para um ponto fixo e eu, bem, eu ficava o tempo todo em pé, olhando pelo vidro, deitado e sem se mexer, cheio de fios, tubos e cortes pelo rosto. As lágrimas não cessavam em momento algum e eu havia ouvido as meninas dizerem em um tom baixo que eu chorava dormindo. Não me assustei com a declaração. Com os pesadelos horríveis que eu tinha, o mínimo que eu faria seria chorar.
Meus devaneios foram afastados assim que eu entrei no corredor onde ficava o quarto de . Ouvi gritando e meus olhos se arregalaram, pensando no pior.
- – ela gritava, correndo em minha direção, mas sorria, então uma enorme esperança tomou conta de mim – AH MEU DEUS, - ela se jogou em meus braços e suas lágrimas eram finalmente de felicidade. Eu sorri e a apertei contra mim. O que quer que fosse estava me deixando mais leve.
- O que foi, ? – havia um grande sorriso em meu rosto.
- O Harry... Ele acordou, – sua voz demonstrava alívio, carinho, amor e qualquer sentimento bom que eu pudesse imaginar. Então, meu rosto envolveu um tom de esperança intensa.
- Que bom! - eu a abracei de novo e a olhei, sorrindo, esperando que ela continuasse e, como sempre, ela entendeu meus olhos.
- , sinto muito, mas os médicos disseram que o caso do é mais complicado e que ele pode demorar um pouco mais para acordar – ela abaixou a cabeça e eu não fingi ser forte. Deixei lágrimas caírem pelo meu rosto, enquanto ela me abraçava – Vai ficar tudo bem.
Eu não entendia. Todos me diziam que ia ficar tudo bem, mas eu não sentia certeza, não sentia verdade na voz de ninguém. Eu apenas concordava com um aceno e voltava aos meus pensamentos para o quarto em que ele estava.
- Vai, sim – tentei sorrir e limpei minhas lágrimas – Você já viu o Harry?
- Ainda não. Estava esperando a irmãzinha dele – ela sorriu carinhosa. A irmãzinha de Harry era eu. Apesar de ser meu melhor amigo, era Harry que me aconselhava e conversava comigo como um irmão mais velho. Ele sempre fora muito especial para mim. Foi como uma amizade intensa à primeira vista.
- Ok. Vamos lá então – ela assentiu e seguimos até o quarto dele. Segundo ela, Harry tinha acordado durante a madrugada e ela queria vê-lo naquele momento, sendo impedida pelos médicos.
Entramos no corredor e veio até mim.
- Sinto muito, – apenas assenti e forcei um sorriso. Ela me deu um beijo no rosto e fomos até o quarto de Harry. estava parada com a mão na maçaneta, nervosa e ainda chorando de felicidade. Não queria imaginar a reação de Harry ao ver seu estado. Estava pálida, magra, com olheiras profundas. Ele amava aquela menina com sua alma e ficaria arrasado ao vê-la daquela maneira.
Eu coloquei a mão em seu ombro e sorri fraco para ela. respirou fundo e abriu a porta devagar. Seu choro se intensificou ao ver como ele estava: acordado, porém os cortes em seu rosto haviam ganhado manchas. Ele ainda tinha um braço engessado e muitos fios pelo corpo, mas estava bem e era isso que realmente importava no momento.
Harry virou o rosto para o lado e sorriu como eu nunca o havia visto sorrir na vida.
- Ah Harry... – foi até ele rapidamente, o abraçou de uma maneira desajeitada, tentando não machucá-lo, e lhe deu um longo beijo. Não daqueles de tirar o fôlego, mas daqueles cheio de carinho, saudade e amor. Algo típico de e Harry – Meu amor, minha vida – ela passou as mãos pelo seu rosto e sorriu.
Então, um sentimento que eu não conhecia me atingiu no peito. Ver abraçada a Harry, sorrindo abertamente com uma felicidade que contagiava o quarto ou o próprio Harry, feliz em ter sua menina nos braços; ver sorrindo também, com ao seu lado, a abraçando carinhosamente e pensar em , que não estava ali agora, mas provavelmente estava com no momento.
Havia dois sentimentos misturados. O primeiro era desprezo por mim, e o segundo sentimento completava o primeiro. Era inveja de poder ver minhas amigas com seus meninos e o meu estar deitado em uma cama, sem se mexer e falar. Inveja de não poder ao menos entrar no quarto e tocá-lo como eu costumava fazer. Inveja das pessoas que mais me deram carinho nos últimos dias.
Eu me virei e saí rápido do quarto, ouvindo a voz de Harry me chamar antes que eu batesse a porta. Tomei um rumo conhecido e parei em frente ao quarto de .
Sua aparência me assustava tanto que, se eu não visse seu peito subir e descer com a respiração leve, eu pensaria que ele estava... Morto. A chuva, que antes era leve, caía intensamente. Comecei a me lembrar de momentos só nossos em que eu costumava pensar que a chuva era algo mágico, lindo. Engraçado como ela não era mais tão linda assim.
Flashback on
Estávamos na London Eye, observando o rio Tâmisa. A vista só não era, talvez, mais bonita do que a pessoa que se encontrava comigo. Minhas mãos estavam espalmadas levemente no vidro e eu sustentava um sorriso infantil no rosto, enquanto envolvia minha cintura e tinha o queixo em meu ombro. Havia um sorriso carinhoso e terno em seus lábios. As gotas da chuva,batiam contra o vidro da cabine e escorriam vagarosamente por ele.
- Sabia que eu te amo? – ele perguntou repentinamente, como sempre. Eu dei um sorriso doce e me virei para ele que me abraçou apertado, encostando seu nariz no meu carinhosamente.
- Sabia, mas eu gosto de ouvir – ele riu baixinho – Eu te amo também – passei meus braços pelo seu pescoço e beijei a ponta de seu nariz, levando minha boca devagar até sua bochecha corada pelo frio. Dei um beijo ali e o abracei.
Ele apertou minha cintura e eu sorri sapeca. Subi em cima de seus pés. Ele fez uma careta, fingindo dor. Eu apenas ri fracamente.
- Love me tender, love me sweet, never let me go. You have made my life complete and I love you so – sorri fraco e apertei seu pescoço no momento em que ele continuou a cantar e dançar comigo pela cabine. Eu dei uma gargalhada, agradecendo por estar vazia, ou pensariam que nós éramos malucos - Love me tender, love me true. All my dreams fulfilled. For my darling, I love you and I always will – gritava, enquanto girávamos pelo espaço à nossa volta. Ele me rodou uma última vez e me encostou ao vidro de novo, apertando levemente seu corpo contra o meu – Eu acho que nem o Elvis consegue te dizer o quanto eu te amo – ri baixinho de seu bico desapontado.
- Não importa. Acho que basta que eu olhe nos seus olhos. Você me disse que eles nunca mentem – ele sorriu e me beijou. A chuva se intensificara e nossa volta estava acabando. Não estávamos na chuva, mas, como em todas às vezes, ela estava presente. Acho que de fato ela queria nos ver juntos.
Flashback off
Agora, aqueles momentos pareciam mais distantes que o normal. Algo me dizia que não poderíamos repeti-los e isso me quebrava por dentro.
- Vai ficar tudo bem – não precisei me virar para saber que havia me abraçado pelas costas.
- Eu queria ter certeza disso, – suspirei e abaixei a cabeça, sentindo-a beijar o topo da mesma.
- Você tem que ser forte, . Tem que estar ao lado dele. O vai sair dessa – ela me virou e me olhou nos olhos. Eu me impressionava em ver como seus olhos me acalmavam, assim como sua voz. Virei meu rosto para trás, olhando o corpo imóvel na cama com lençóis brancos.
- Queria poder tocá-lo agora, abraçá-lo e dizer como eu o amo – espalmei minhas mãos no vidro e abaixei a cabeça. não disse mais nada, apenas continuou me abraçando – Vou ver o Harry – murmurei, me soltando delicadamente dela – Você vem?
- Eu te acompanho, mas vou voltar para ficar com o – ela deu um largo sorriso e eu não pude evitar uma risada baixa.
- Você nunca mais vai sair de perto dele? – ela me olhou, sorrindo.
- Nunca mais – paramos em frente ao quarto de Harry. Eu sorri e dei um beijo em seu rosto, empurrando a porta.
Quatro pessoas me encaravam surpresas e apreensivas. Sustentei o olhar de cada um, até chegar a Harry que tinha um sorriso carinhoso nos lábios. Eu sinceramente não liguei para mais nada. Deixei algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto e fui até ele, o abraçando. Meus soluços preenchiam o quarto e eu pude ouvir chorando também.
- Eu sinto muito, – ele disse, afagando meus cabelos – Ele vai ficar bem – fiquei envergonhada pelo sentimento de inveja que tinha se apossado de mim há alguns minutos.
- Promete? – perguntei com a voz inocente e chorosa.
- Prometo – ele sorriu.
Havia algo em Harry, eu não imaginava o quê, mas algo que me acalmava. Suas palavras eram tão sinceras que não havia como não acreditar nelas. As das meninas também eram, de e também, mais ainda, mas era Harry que me dava a sensação de segurança que eu tanto precisava. Cada um dos sete contribuía de uma maneira para minha felicidade e a maneira dele era a segurança que eu sentia em suas palavras.
Eu me virei para as meninas e .
- Desculpem-me – disse, abaixando o rosto. deu uma risada baixinha e me abraçou.
- Não tem problema, – senti-me confortada por estar rodeada de pessoas especiais que me davam apoio, carinho e segurança. Pessoas que seriam extremamente fundamentais daqui para frente.
Capítulo 11 – Always, always
(Coloque para carregar: Fall For You – Secondhand Serenade)
Seis dias que Harry havia acordado. Seis dias em que eu ficava o tempo todo parada em frente ao quarto de , o olhando. Eu não comia, não dormia, não fazia nada, apenas o observava. Os médicos disseram que poderia ter seqüelas do acidente. Talvez perder o movimento de algum membro, ou, então, poderia acordar perfeitamente bem. Era isso que me deixava confusa.
- ? – era – Você não quer comer nada? Está aqui desde a madrugada – ela se colocou ao meu lado. Eu não respondi. Ela apenas pegou minhas mãos e as apertou levemente – Ele vai ficar bem, mas você tem que acreditar – Eu não a olhei, apenas fitava a cama dele fixamente – Eu e as meninas choramos, nos desesperamos, mas acreditamos que os meninos ficariam bem. Se você acreditar – ela sorriu –, ele vai levantar daí rapidinho, poder lhe abraçar, lhe beijar, vai dedicar shows para você, lhe pedir em casamento e vocês vão ter um monte de filhos. Eu quero ser madrinha pelo menos do segundo, ‘ta? – dei uma risada baixa. conseguia fazer com que eu me sentisse bem nos piores momentos.
- Ok, . Eu vou tomar algo e...
- Não, senhora. Você vai para casa, tomará um banho, comerá decentemente e voltará depois.
- Mas eu...
- Sem “mas”, . Eu mesma vou te levar e, se precisar, vou ficar te esperando – sorri vencida.
- Ok, eu vou e me comportarei – ela sorriu, concordando, e fomos em direção à saída.
Eu entrei no carro e olhei para fora. A chuva que não aparecia há alguns dias voltou leve. Encostei-me ao banco, apertando meu sobretudo contra meu corpo e olhei o congestionamento que se formava à nossa frente.
- Será que demora? – minha pergunta era monótona, mas apenas para não deixar o silêncio se instalar.
- Talvez – respondeu distraída. Eu dei um suspiro e peguei meu iPod na bolsa. Coloquei os fones no ouvido e a música começou a me invadir calmamente, fazendo meus olhos se fecharem devagar e minha mente ser levada a um lugar onde a dor e a tristeza não existiam.
(N/A: Oi gente. Bom, vocês vão sonhar agora, ok? Então a parte em itálico será o sonho de vocês. Podem colocar a música para tocar)
The best thing about tonight's
That we're not fighting.
Could it be that we have been
This way before.
I know you don't think
That I am trying,
I know you're wearing
Thin down to the core.
Eu estava deitada, esperando o sono chegar. Meus olhos estavam levemente fechados quando eu senti a cama se afundando devagar ao meu lado. Dei um sorriso de lado e abri os olhos.
But hold your breath
Because tonight will be the night
That I will fall for you
Over again.
Don't make me change my mind
Or I won't live to see another day.
I swear it's true
Because a girl like you
Is impossible to find.
You're impossible to find.
Ele havia se deitado de frente para mim. Passava o polegar levemente pelo meu rosto. Eu me aproximei dele, encostando o rosto ao seu peito e sentindo as batidas de seu coração.
This is not what I intended.
I always swore to you I'd never fall apart.
You always thought that I was stronger.
I may have failed,
But I have loved you from the start.
Oh…
me envolveu carinhosamente nos seus braços e deu um beijo na minha testa.
But hold your breath
Because tonight will be the night
That I will fall for you
Over again.
Don't make me change my mind
Or I won't live to see another day.
I swear it's true
Because a girl like you
Is impossible to find.
You're impossible to find.
- Está ouvindo? – eu sabia ao que ele se referia. Afirmei com a cabeça e senti seus braços se apertarem em torno de mim – Ele só bate assim quando você está perto. Quando estou longe, ele bate mais devagar, como se quisesse parar, mas pensando que falta pouco pra a encontrar. Então, ele se acalma – sorri e levei minha mão à altura de seu coração.
So breathe in so deep.
Breathe me in.
I'm yours to keep
And hold on to your words
‘Cause talk is cheap.
And remember me tonight
When you're asleep.
- É a musica mais bonita que eu já ouvi – ele deu uma risada baixa e pegou meu rosto delicadamente, o virando para ele.
Because tonight will be the night
That I will fall for you
Over again.
Don't make me change my mind
Or I won't live to see another day.
I swear it's true
Because a girl like you
Is impossible to find.
- Não mais que sua voz – sorri, me acomodei em seus braços de novo. Seu perfume inebriante fez minha mente relaxar e um sorriso calmo se abrir em meu rosto, antes que eu caísse no sono.
Tonight will be the night
That I will fall for you
Over again.
Don't make me change my mind
Or I won't live to see another day.
I swear it's true
Because a girl like you
Is impossible to find.
You're impossible to find.
- ? – abri os olhos lentamente. Eu tinha um sorriso no rosto. Tentei me lembrar do motivo dele e me recordei das cenas que eu havia revivido há alguns minutos – Tudo bem? – me olhou séria.
- Tudo – sorri fraco – Só estava... Sonhando, eu acho – ela riu baixo.
- Está entregue. Quer que eu fique? – sua voz me dizia uma coisa, mas seus olhos estavam loucos para voltar ao hospital e encontrar Harry.
- Não, – sorri – Pode voltar e ficar com o Harry. Eu volto para lá de carro depois – Ela concordou e deu um beijo em minha testa.
Eu entrei em casa e, pela primeira vez em alguns dias, a observei. Ela estava devidamente arrumada, como se ninguém morasse ali. Observei a sala mais atentamente, olhando algumas fotos. De algumas fotos eu nem me lembrava mais, mas algumas eu sentia como se tivessem sido tiradas há poucos dias. Um sorriso de lado apareceu em meu rosto, enquanto eu subia as escadas. Abri a porta do segundo quarto à direita e observei cada detalhe. A cama arrumada, as fotos sobre a escrivaninha, o violão que ele tanto gostava pendurado na parede, as roupas cuidadosamente dobradas. Nenhum detalhe havia escapado de meus olhos, mas eles pareciam nada mais que objetos agora.
Passei a mão no rosto e joguei minha bolsa e sobretudo sobre a cama. Fui até o banheiro e liguei o chuveiro, enquanto me despia. Deixei que a água quente caísse sobre minhas costas, as relaxando. Só então eu me dei conta de como estava cansada. Saí do banheiro, já vestida por causa do frio. Deitei-me na cama e peguei o travesseiro que usava. Ainda tinha seu perfume nele. Sorri minimamente e meus olhos pesaram de novo. Não faria mal algum se eu descansasse alguns minutos.
****
Summer has come and passed.
The innocent can never last.
Wake me up when September ends.
O toque do meu celular fez meus olhos abrirem lentamente. Olhei no relógio e me assustei. Havia dormido quase sete horas seguidas. Peguei o aparelho desajeitada e olhei o visor. Era . Sentei-me rapidamente na cama, pensando no pior.
- O que houve, ? – fui diretamente ao ponto.
- Acho que não é o – s voz que se seguiu fez meu corpo estremecer.
- ? – sussurrei. Sua risada baixa não me deixou dúvida alguma.
- queria ligar, mas é que eu estava com saudade da sua voz – minha ficha não tinha caído. Talvez eu estivesse sonhando ainda. Fiquei quieta por alguns segundos, sentindo a respiração leve dele do outro lado da linha – Você não está sonhando, – sua voz estava fraca, mas eu sabia que ele estava sorrindo. Eu comecei a chorar então. Minhas mãos estavam tremendo e eu não conseguia controlar as lágrimas.
- Eu... , me espere. Eu vou aí e... – levantei-me apressada, colocando meu tênis de qualquer jeito e pegando meu casaco – Estou com saudades – minha garganta se trancou com minhas lágrimas.
- Eu também, pequena – havia um vestígio de choro em sua voz – Venha para cá, , por favor.
- Estou indo – engraçado como eu me lembrava dessa cena.
’s POV
Assim que a saiu do hospital, fui para a frente do quarto do . Eu não conseguia assimilar o fato de que eu e os outros estivéssemos bem e ele naquela cama, sem poder se mexer.
Algumas lágrimas começaram a cair de novo pelo meu rosto. Não conseguia vê-lo naquele estado e não chorar. Senti dois braços em torno da minha cintura, mas não precisei olhar para o lado para saber quem era.
- Quando será que ele vai acordar? – deu um suspiro longo e deitou a cabeça em meu ombro.
- Não sei, mas espero que logo. Não gosto de vê-lo nesse estado. Não me faz bem – abracei-a e beijei o topo de sua cabeça. Eu não gostava e não queria ver nenhum dos meus amigos daquele jeito. Parecia que nós não estávamos vivendo, e sim sobrevivendo.
Apesar de todas as dificuldades, os médicos disseram que teve uma melhora significativa, porém, ainda poderia demorar a acordar. Nós todos ficamos mal, principalmente pela . Quando ela soube que ele não tinha previsão para acordar do coma, ficou completamente desesperada.
- ? – olhei para a menina ao meu lado. Ela estava com olheiras e mais fraca que o normal.
- O que foi, meu amor? – ela deu um pequeno sorriso de lado.
- Eu vou comer alguma coisa. Você quer? – cocei a nuca e neguei com a cabeça. Ela me deu um selinho e virou as costas devagar. Nesse instante, vi algo de relance no quarto.
- ? – chamei-a de volta, ainda vidrado no interior do quarto. Ela foi até meu lado, com um olhar que pedia explicações – Acho que eu vi o se mexer – meu coração começou a bater mais depressa.
- Tem certeza do que você está falando, ? - sua voz mostrava ansiedade e um ponto de alegria.
- Não sei. Eu... – então o vi mexer a cabeça levemente para o lado. Eu tinha certeza agora – MAS É CLARO QUE TENHO – dei um sorriso rápido e saí correndo, deixando para trás e só percebendo isso depois que ela corria atrás de mim, gritando para que eu parasse.
- , ME ESPERE, CARAMBA! – Qualquer pessoa que estava pelo corredor parava ou saía do quarto para ver o que estava acontecendo. Avistei o médico que cuidava do , falando com e .
- Doutor Lewis – parei à frente dele, arfando pela corrida. As enfermeiras olhavam feio para mim –, eu estava em frente ao quarto do e ele se mexeu. Eu vi, tenho certeza e...
- Calma, rapaz – ele me olhou confuso – Devagar – respirei fundo.
- Eu estava em frente ao quarto do e o vi se mexer – todos me olharam curiosos, esperançosos e com alguns, menos que pequenos, sorrisos nos rostos.
- Tem certeza disso, ? – se adiantou, sorrindo. Afirmei com a cabeça – O senhor pode vê-lo, doutor? – perguntou esperançoso. O médico parecia pouco convencido do que eu havia acabado de dizer.
- Posso, claro – ele suspirou, ainda tentando acreditar em mim – Vou agora mesmo – então ele me olhou – Eu realmente espero que você esteja certo, . Seria quase um milagre ele acordar tão rápido assim.
- Eu sei que estou certo – sorri, acompanhando-o com e as meninas.
Assim que chegamos à frente do quarto, o médico fez um sinal para que ficássemos. Sentei-me no chão, em frente à porta e com as mãos suando. se sentou ao meu lado e colocou a cabeça em meu ombro.
- Calma, . Vai dar tudo certo – balancei a cabeça em afirmação e passei os braços em volta dela. e estavam sentados em um banco a alguns metros de nós. Estavam quietos também, esperando que minha declaração estivesse certa.
Depois de quarenta minutos, doutor Lewis saiu da sala, parando à nossa frente. Eu me levantei rapidamente, esperando que ele falasse. Seu rosto estava sério, mas, de repente, ele sorriu.
- Ele saiu do coma – disse simplesmente. Eu me virei para e o abracei, deixando algumas lágrimas de felicidade caírem – Vocês vão poder vê-lo mais tarde, se ele chegar a acordar hoje – então ele sorriu de lado – E liguem para . Ela vai gostar de saber – concordei, pegando o celular em seguida.
- Não, – disse, ainda com lágrimas no rosto – disse que ia levá-la para casa para que pudesse descansar. Vamos ligar só se ele acordar hoje. Ela se desesperaria e ia querer entrar a todo custo no quarto.
- Ok – concordei, ainda eufórico – Vamos contar ao Harry – saí na frente dos outros, enquanto ouvia a risada de . Ela ria daquela maneira quando achava que eu estava feliz. Engraçado como ela sempre acertava.
’s POV
Eu abri os olhos devagar por causa da claridade. Meu corpo todo doía e eu tinha a impressão de que estava na mesma posição há muito tempo. Olhei a volta, não reconhecendo o lugar onde eu me encontrava. Uma senhora de idade estava mexendo em alguns fios que estavam perto de mim. Parecia ser algum medicamento.
- Oh, você acordou! – ela pareceu surpresa – Finalmente, – QUAL É? Não estou entendendo mais nada. Acordo em um lugar estranho, meu corpo dói e uma mulher que eu nunca vi na vida me chama pelo meu nome.
- Ahn, me desculpe, mas... Por que eu estou aqui? – ela sorriu de leve.
- Vou deixar que outra pessoa lhe conte isso – pensei automaticamente nos caras, nas meninas e em... . Um sorriso se formou em meu rosto e eu me senti como se estivesse há muito tempo sem ver ela.
A mulher se dirigiu até a porta e a abriu, revelando seis pessoas em pé, aparentemente esperando para entrar. foi o primeiro. Ele veio até mim com algumas lágrimas nos olhos. Sua aparência me assustou um pouco. Tinha alguns curativos superficiais pelo rosto e várias marcas pelos braços. Ele me abraçou desajeitado, chorando mais abertamente.
- Calma, cara – sussurrei. Ele me soltou, suspirando em seguida. Olhei para o lado e fitei meus amigos. As meninas estavam bem e , na mesma situação que . Harry tinha um braço engessado e alguns cortes pelo rosto. Só então eu me dei conta de que estava em um hospital. Forcei minha memória, tentando me lembrar de algo, mas só me vinha um clarão e tudo ficando escuro de repente – O que aconteceu? – perguntei baixinho. e Harry se entreolharam apreensivos, assim como as meninas que choravam silenciosamente. se sentou ao meu lado e colocou a mão em meu ombro. Ele sempre foi muito direto comigo, então eu devia me preparar para o que ouviria em seguida.
- Você estava em coma, – meus olhos se arregalaram. Engoli em seco e minha cabeça foi aos poucos juntando cada pedaço do quebra cabeça. Era por isso que eu tinha a sensação de estar na mesma posição há dias.
- Há quanto tempo? – mantive a voz baixa, esperando fazer a pergunta que mais martelava em minha cabeça.
- Uma semana – ele suspirou. Olhei-o, pedindo com o olhar para que me contasse tudo – Nós estávamos saindo de Oxford, quando atravessaram a frente da van. Talvez o motorista estivesse bêbado. Nós caímos em um barranco e capotamos umas duas vezes. Você e Harry foram jogados fora do carro e eu e ficamos presos nos bancos da frente – ele parou, colocando a mão na nuca e dando um suspiro longo – As meninas disseram que quando chegamos, você e Harry estavam mal e, no dia seguinte, souberam que vocês estavam em coma. Harry acordou no dia seguinte, mas você ainda ficou aqui uma semana – balancei a cabeça devagar, tentando assimilar tudo o que eu tinha ouvido. Ele ainda não havia me falado sobre o que eu queria saber.
- Cadê a ? – suspirou e se sentou ao meu lado.
- Ela está em casa, . Ficou dois dias sem dormir praticamente. teve que arrastá-la até em casa para que ela descansasse – virei meu rosto, sentindo um pouco de dor e fraqueza ainda. Pela janela, eu podia ver que havia uma chuva fina sobre Londres.
- Eu preciso vê-la – sussurrei mais para mim do que para meus amigos. pegou o celular do bolso, procurando o número dela. Estendi minha mão, pedindo o telefone a ele.
- Você está fraco ainda, . Tem que descansar e...
- Já descansei por uma semana. Por favor, – ele me entregou relutante e eu disquei o numero tão conhecido por mim, esperando ouvir a voz que fazia meu coração se acalmar.
Ela não demorou a atender.
- O que houve, ? – sua voz estava aflita e tinha um vago desespero nela. Conhecendo-a tão bem, sabia que ela estava esperando uma notícia ruim.
- Acho que não é o – sorri internamente, pensando em qual seria sua próxima reação.
- ? – ela sussurrou. Dei uma risada baixa.
- queria ligar, mas é que eu estava com saudade da sua voz – ela ficou quieta por alguns segundos, talvez não acreditando no que estava ouvindo – Você não está sonhando, – minha voz fraca denunciava o sorriso leve em meu rosto. Escutei um pequeno soluço, seguido de seu choro.
- Eu... , me espere. Eu vou aí e... Estou com saudades – suas palavras fizeram algumas lágrimas se desprenderem de meus olhos.
- Eu também, pequena – minha respiração vacilou um segundo e eu completei. - Venha para cá, , por favor.
- Estou indo – engraçado como parecia que eu já tinha visto essa cena.
Capítulo 12 – No worries
(Se quiser, coloque para carregar: No Worries - McFly)
’s POV
Peguei as chaves do carro e entrei no mesmo, querendo chegar o mais rápido possível ao hospital. Minhas lágrimas não secavam, mas eu não me importava. Elas eram de felicidade agora.
O transito estava péssimo e a chuva não diminuía. Eu virava os olhos, ficando irritada a cada vez que o sinal abria e alguém não andava. Até a hora em que eu realmente me irritei. Abri a janela e coloquei a cabeça para fora da janela, não ligando para a chuva.
- SERÁ QUE VOCÊS PODEM ANDAR, PORRA? EU ESTOU COM PRESSA! – coloquei-me dentro do carro de novo e olhei para o lado, enquanto fechava a janela. Uma senhora de idade me encarava boquiaberta. Eu dei um sorriso simpático para ela e olhei para frente, apertando o volante fortemente.
Depois de alguns bons minutos, o trânsito pareceu melhorar e o caminho não foi tão longo. Só me dei conta disso depois que já estava em frente ao quarto de . Coloquei a mão na maçaneta e suspirei. Vi essa mesma cena duas vezes e procurei dar apoio em ambas. Agora eu estava sozinha.
Ouvi uma risada baixa no quarto e a reconheci como sendo a de . Abri a porta e entrei devagar. Seis pessoas que rodeavam a cama se afastaram, abrindo minha visão e deixando que eu o visse. estava magro e os cortes em seu rosto estavam com manchas roxas em volta. Ainda havia muitos fios ao seu redor e ele estava muito abatido, mas não deixou de sorrir para mim, estendendo a mão para que eu fosse até ele.
De relance, vi um sorriso em cada rosto presente. Peguei a mão dele, entrelaçando meus dedos a ela e prendendo o choro na garganta por vê-lo daquela maneira. Eu ouvi apenas a porta se fechando suavemente e, então, estávamos sozinhos.
- Estava com saudades – ele sussurrou, curvando os lábios em um pequeno sorriso. Retribuí, colando nossos lábios de leve.
- Eu também – disse, passando meu nariz de leve no dele, que riu baixo. Sorri e puxei uma cadeira que estava perto da cama, me sentando ao seu lado. Passei a mão em seu rosto e suspirei – Senti medo de perdê-lo – ele tentou apertar minha mão em vão. Ainda estava fraco demais para isso.
- Mas eu estou bem – sussurrou – Você não precisa ter medo agora – ele colocou a mão em meu rosto e fechei os olhos. Quanta falta havia sentido do toque dele, do cheiro que me inebriava. Eu me levantei quase que inconscientemente e colei nossos lábios. levou a mão que estava em meu rosto até minha nuca e me puxou delicadamente contra ele, passando a língua em meu lábio inferior. Eu dei passagem, aprofundando o beijo e me esquecendo do resto à minha volta. Entrelacei minha mão livre à dele, que mordeu levemente meu lábio inferior, fazendo com que eu soltasse um gemido baixo.
- AHAM. LICENÇA? – dei um pulo com o susto, mordendo minha boca. Harry estava parado na porta, com a sobrancelha levantada. , e as meninas riam como desesperados atrás dele. Senti meu rosto esquentar e coloquei minhas mãos na frente do mesmo, rindo com eles.
- Caralho, Harry – bufou e Harry começou a gargalhar.
- Olhe, , me desculpe a palavra, mas isso ia virar um sexo em poucos minutos – minhas mãos ainda estavam no meu rosto e eu queria sumir daquele quarto.
- Não seja idiota, Judd – disse irritado, fazendo Harry rir mais ainda.
- Ok, me desculpe – levantei o rosto a tempo de ver Harry colocar as mãos em frente ao seu corpo em defesa – Mas eu quero esclarecer – ele apontou – FOI TUDO IDÉIA DO .
- MINHA? É MENTIRA, . FOI O HARRY QUEM QUIS VIR AQUI E... – foi calado com um tapa na cabeça de Harry. Ele fez um bico enorme, enquanto todos riam dele, inclusive que o abraçou e deu um beijo em seu rosto.
- Não faça isso, Harry – ela olhou brava para ele. Harry virou os olhos e foi se sentar com no sofá.
- O que aconteceu com vocês hoje? – perguntou, ainda rindo baixo.
- Estamos felizes – se pronunciou pela primeira vez – Nós decidimos lá fora que, a partir de hoje, vamos fazer tudo o que quisermos...
- E isso inclui atrapalhar a e o – disse, rindo. olhou feio para ele e continuou.
- Como eu disse: tudo o que quisermos. E vamos aproveitar cada momento como se fosse o último – ela suspirou e se virou para – Quem sabe o que pode acontecer amanhã? – ele sorriu e a segurou pela cintura, dando um beijo em sua testa.
- Ótimo. Já que é assim... – se ajoelhou na frente de – , eu sei que esse não é o momento e nem o local, afinal, estamos em um hospital e hospitais cheiram a remédio – ele fez uma careta. Ninguém se atreveu a rir e meu coração acelerou só de imaginar o que ele diria -, mas eu não sei se vou morrer em cinco segundos ou cinco anos – ele fez uma expressão pensativa – Se for em cinco segundos, só quero morrer com a certeza de que você aceitaria – nesse momento, os olhos de brilharam intensamente e tive certeza da próxima fala de –Você quer casar comigo, star girl? – meus olhos se encheram de lágrimas ao ver a felicidade nascendo nos olhos de minha amiga. Olhei para que sorriu ternamente para mim, entrelaçando nossos dedos.
- Eu... – estava embasbacada com a declaração de . e sorriam imensamente para ela que olhava , como se ele fosse o único ser dentro daquele quarto – Claro que aceito! – ela se jogou nos braços dele, que caiu sentado no chão pelo impacto. riu e deu um beijo nela.
Ao olhar a cena, eu tinha certeza de que eles ficariam juntos para sempre. Harry e se jogaram em cima deles, puxando as meninas junto. Eu apenas dei risada e me acomodei ao lado de que envolveu desajeitado minha cintura com o braço. Fitei-o, passando a mão sobre seu rosto e contornando delicadamente seus cortes, como se eu pudesse curá-los. fechou os olhos e deu um longo suspiro.
- Eu senti sua falta – sua voz estava baixa e fraca.
- Eu também – abracei-o desajeitada, encostando minha cabeça ao seu peito. As batidas do seu coração acalmavam o meu que estava acelerado. Um trovão fez tudo tremer eu me levantei assustada. Eu e nos entreolhamos e demos risada. A chuva aumentou e ele sorriu.
- Parece que ela não desistiu de nós – sorri de canto e fitei seis olhos curiosos que nos olhavam. virou os olhos – Você não tem mais o que fazer, não? – dei risada.
- Nossa, verdade – deu um tapa na testa com um sorriso à mostra. Nós ficamos sérios e o observamos puxar em direção à porta.
- O quê...? ? – ela o olhou, confusa.
- O quê? Temos que tirar o atraso – ele disse sorrindo malicioso e fazendo todos na sala caírem no riso.
****
Três meses que eles saíram do hospital. Estavam tão bem que eu tinha a impressão de que não havia acontecido nada.
O casamento de e já estava sendo preparado. Seria uma cerimônia simples, com poucas pessoas, mas fariam uma festa grande. De fato, já estava quase tudo certo e o casamento marcado para dali seis meses. estava tão ansiosa que não parava de falar no ‘grande dia’.
No momento, eles estavam no estúdio, terminando uma música que, segundo eles, foi a melhor que escreveram.
- ? – me surpreendeu, se sentando ao meu lado – Nós vamos perturbar os meninos. Você vem? – concordei, me levantando.
- Eles terminaram? – perguntei, ajudando levar alguns lanches.
- Não, mas acho que está na hora de eles comerem alguma coisa – olhou no relógio – Eles pensam que podem viver só de música por vinte e quatro horas – ela rolou os olhos e nós rimos.
O estúdio era na nossa casa mesmo. Eles faziam questão de compor e produzir tudo ali mesmo. Atravessamos o jardim dos fundos e entramos em na pequena sala no mesmo tempo em que a risada escandalosa de preenchia o lugar. Era inevitável ouvir e não rir junto com ele. e estavam brincando de lutar no sofá, mas o problema é que o se empolga um pouco. Da uma última vez, isso rendeu a um dedo quebrado e boas reclamações da parte de .
- Oh meu Deus – bati a mão na testa. estava em cima de que gritava para que o outro saísse de cima.
- Peça água, – Harry havia se sentado no chão de tanto rir.
- O QUE VOCÊ QUISER, . SAIA DE CIMA DE MIM, PORRA! – ele empurrou que caiu deitado ao lado dele, rindo.
- Vocês não sossegam por um minuto? – virou os olhos, colocando o lanche que havíamos levado em cima da mesa.
- Comida! – pegou uma cadeira, se sentando em frente à mesa. levantou uma sobrancelha e ele recolheu a mão que estava pronta para pegar um dos Muffins que ela havia feito – Desculpe – ele fez um bico enorme, seguido de risadas de todos nós.
- Será que nós podemos saber o que os senhores estavam fazendo? – perguntou, enquanto pegava uma cadeira para se sentar. me abraçou pelas costas e deu um beijo em meu rosto.
- Continuando aquela música – ele respondeu, apoiando o queixo em meu ombro.
- E nós podemos ver? – virei meu rosto para ele.
- Claro, mas só depois que eu comer – disse de boca cheia, pegando um copo de café da Starbucks. deu um tapa na testa, enquanto a sala se enchia de novo com as nossas risadas.
- Eu não estou com fome – sussurrou perto do meu ouvido – O que você acha de nós dois sairmos? – sorri de canto, me virando para ele.
- Eu acho ótimo – ele sorriu, entrelaçando seus dedos aos meus.
- Vamos sair, ok? –ele pegou o casaco pendurado em uma das cadeiras. deu uma risadinha maliciosa e o olhou sério.
- Ok, eu parei – ele levantou as mãos em frente ao corpo. Dei risada, acenando um tchau para eles e indo em direção à porta.
- NÃO SE ESQUEÇAM DE SE CUIDAR! – Harry gritou, querendo parecer sério, mas com um tom de riso explícito em sua voz.
- É! NÃO SE ESQUEÇAM DA CAMISINHA! – gritou logo depois, assim que fechamos a porta. Ouvimos os seis gargalhando e virou os olhos.
- Bando de pervertidos – dei risada, apertando sua mão de leve – Aonde você quer ir?
- Pode ser para qualquer lugar, desde que seja com você – ele sorriu. envolvendo minha cintura.
Nós saímos de casa, andando sem direção, apenas conversando sobre coisas aleatórias e, conseqüentemente, rindo delas. quis parar em uma Starbucks, confessando que estava com fome, mas só queria sair de casa. Eu balancei minha cabeça, rindo e o acompanhando.
- Ei, não é o do McFly? – depois de alguns minutos sentados, uma voz atrás de mim tentou dizer aquilo em um sussurro, não tendo sucesso. Eu suspirei, rindo do que viria a seguir. Algumas fãs até gostavam de mim, mas algumas simplesmente já olharam e perguntaram por que ele não se largava de mim. Apesar de tudo, eu gostava delas, afinal, eu também era fã do McFly.
- Calma, ok? – sorriu, passando o polegar em minha bochecha. Assenti, passando o braço sobre sua cintura.
- Ahn, com licença? – olhamos para o lado, onde três meninas estavam paradas e com os olhos brilhando. Sorri para elas, soltando de leve. Gostava de ver como ele e os meninos agiam com as fãs – Será que você pode dar um autógrafo para nós, ? E tirar uma foto?
- Claro – ele sorriu e me olhou de canto. Retribuí e me sentei em uma das cadeiras, os observando enquanto conversavam – Hm, como vocês se chamam?
- Ana Milena – a primeira disse, sorrindo. Era uma menina muito bonita. Na verdade, as três eram, muito, mas não pareciam ser inglesas.
- Bruna – a segunda disse, sorrindo tanto quanto a outra.
- Julyana – a terceira, que tinha um sorriso imenso no rosto. Ela devia ser “”, como diziam as fãs. sorriu.
- Vocês não são daqui, não é? – ele levantou a sobrancelha, tentando parecer o Harry, sem muito sucesso.
- Ah, não. Somos do Brasil – Bruna disse orgulhosa e eu sorri. Era um país que tanto eu e as meninas quanto os meninos sonhávamos em conhecer. deu um sorriso, encantado com a fala da menina, enquanto terminada de dar o último autógrafo.
- E ficamos sabendo do acidente – a terceira menina, Julyana, disse – Ficamos preocupadas – ela abaixou os olhos. Eu podia ver no rosto daquelas três garotas o tamanho da admiração pelos meninos e, conseqüentemente, o quanto haviam ficado preocupadas.
- Bom, estou inteiro, não? – riu da própria piada, fazendo o clima tenso se dispersar – Fotos? – ele sorriu como uma criança. Adorava tirar fotos.
As meninas sorriram e concordaram. Fui fotógrafa por um dia, como todas as vezes que encontrávamos fãs.
- OH MY GOD! – Julyana disse, tremendo. – Eu abracei – sorriu, um pouco assustado. Ele falava que tinha medo das fãs por elas acharem que ele era perfeito e ele sempre afirmar ser uma pessoa... Comum.
Antes de irmos, elas abraçaram e pediram para ele mandar um beijo para os meninos. Uma delas, Bruna, encontrou meu olhar de relance e sorriu para mim.
- Hm, obrigada pelas fotos, – sorri para ela. Ela parecia meio desconcertada com o que ia falar em seguida – Acho você e o um casal muito bonito. Espero que sejam felizes – corei um pouco com a declaração dela. Nenhuma fã havia sido tão sincera assim comigo.
- Obrigada! – exclamei um tanto surpresa. Ela sorriu, me dando um abraço em seguida. Eu fitei que sorriu para mim, fazendo um “joinha” com a mão – Eu os convencerei a irem para o Brasil – brinquei, piscando para elas. As três sorriram e se despediram mais uma vez, saindo – Será que eu posso lhe dar um abraço, ? – coloquei a mão no peito, fazendo uma expressão maravilhada. Ele deu risada, me abraçando pela cintura e colocando o dinheiro sobre o balcão.
- Você pode bem mais do que um abraço – ollhei para ele com a sobrancelha levantada. tinha um sorrisinho malicioso no rosto. Virei os olhos e ele caiu na risada, me dando um beijo no rosto.
Fomos até um parque que ficava perto de casa. Sentamo-nos na grama e ficamos a tarde toda conversando sobre besteiras ou simplesmente nos olhando. Fazíamos isso com freqüência. Eu estava deitada sobre o peito dele, quando a chuva começou a cair. Era uma chuva fina; mal dava para nos molhar.
- Oh droga – fiz menção de me levantar, quando ele se virou e ficou por cima de mim – – resmunguei. Ele sorriu e aproximou seu rosto do meu.
- Que foi? Eu gosto da chuva – ele riu fraquinho. Aproximou nossos lábios, os selando de leve.
(N/A: Coloque a música agora)
We ran past strawberry fields and smelt the summer time.
When it gets dark, I'll hold your body close to mine,
And then we'll find some wood and hell we'll build a fire.
And then we'll find some rope and make a string guitar.
começou a sussurrar no meu ouvido e eu sorri curiosa. Não conhecia essa música. Ele se sentou, me puxando para fazer o mesmo.
Captivated by the way you look tonight.
The light is dancing in your eyes,
Your sweet eyes.
Times like these we'll never forget,
Staying out to watch the sunset.
I'm glad I shared this with you.
You set me free,
Showed me how good my life could be.
How did this happen to me?
Abaixei meus olhos, envergonhada. pegou meu queixo e o levantou, me fazendo olhar em seus olhos. Estavam brilhando e mais claros do que o normal. Estavam felizes.
And then I'll swing you girl until you fall asleep,
And when you wake up you'll be lying next to me.
(wa, wa, uh)
We'll go to Hollywood make you a movie star (movie star).
I want the world to know how beautiful you are.
There are no secrets to be told.
Nothing we don't already know.
We've got no fears of growing old,
We've got no worries in the world.
- We've got no worries in the world – sussurrou a última frase da música novamente, perto do meu ouvido – Achei que você fosse gostar – ele me abraçou pela cintura, colando os lábios quentes no meu pescoço gelado por causa da chuva e me fazendo arrepiar com o contado.
- Achou errado – virei-me para ele. levantou o rosto rapidamente, arregalando os olhos – Eu amei – sorri largamente para ele que deu risada, me empurrando na grama de novo e ficando por cima de mim.
- Eu te amo – ele beijou meu pescoço –, te amo – subiu os lábios para meu rosto –, te amo – me deu um selinho – E te amo – terminou, passando a língua pelo meu lábio inferior. Eu dei passagem, passando meus braços pelo seu corpo, o trazendo para mais perto de mim.
desceu uma mão até perto do cós da minha calça, a colocando dentro da minha blusa em seguida. Eu mordi seu lábio inferior, colocando meus braços por dentro do seu casaco e apertando suas costas.
- – eu o chamei, ofegante. Sei que isso era um tanto chato, mas nós estávamos em um parque. Ele ao menos me ouviu, ou fingiu que não ouviu – – minha voz séria o fez me olhar curioso. Seus olhos estavam mais escuros do que o normal, cheios de malícia – Sem querer decepcioná-lo, mas nós estamos em um parque – bufou.
- Espere só um pouco então – ele murmurou. Eu levantei a sobrancelha e ele apontou para baixo. Deitei a cabeça na grama e caí na risada – Queria ver se fosse você no meu lugar – ele emburrou. Empurrei-o de leve, me sentando ao seu lado.
- Poxa, amor... Desculpe – ri baixo, mordendo o lóbulo da orelha dele – Não faço mais – pisquei marota para ele. deu risada e abraçou minha cintura. Encostei a cabeça ao ombro dele, olhando para o lago à nossa frente. A chuva estava quase parando, mas era suficiente para me deixar com frio.
- O que você acha de ir para casa e da senhorita tomar um banho? – sorri fracamente.
- Ah, eu acho ótimo – senti um leve arrepio percorrer meu corpo por causa do frio. se levantou, me puxando em seguida, me abraçou de lado e nós voltamos para casa, assim como na vinda: falando bobagens e rindo delas.
Londres estava com as ruas vazias, um céu encoberto por nuvens e o ar úmido pela chuva. Nós não demoramos a chegar a casa e, ao entramos, encontramos seus indivíduos esparramados pelo chão, assistindo à TV e comendo, para variar.
- Aleluia – levantou os braços – Juntem-se a nós – dei risada da expressão que ele fez e apenas balancei a cabeça, negando.
- Não, . Obrigada. Eu tenho que tomar um banho e acho que vou descansar um pouco – dei um selinho em e me dirigi até as escadas.
- Eu vou subir mais tarde, ok? – virei-me e pisquei para . Ainda pude ouvir as risadinhas maliciosas vindas dos meninos e ele bufando, dizendo que era para ficarem quietos.
’s POV
- Vou subir mais tarde, ok? – ela se virou e piscou para mim. e deram risadinhas maliciosas, provocando gargalhadas nas meninas. Eu virei os olhos, bufando.
- Calem a boca – joguei-me no sofá, emburrado. Harry e gargalharam e deu um soquinho em minha perna.
- É brincadeira, cara – dei uma risada nasalada e virei meu rosto em direção à TV. Eles assistiam a algo como “All Star Family Fortunes’’. Eu não estava de fato prestando atenção ao programa, estava pensando em tudo que havia acontecido, pensando no acidente. Eu ainda me atormentava um pouco com ele. Não me lembrava de nada que havia acontecido antes do clarão. Só sabia que havia entrado um carro na frente da van, algo assim, e que havíamos capotado. Só sabia isso porque havia me contado. Mas o que me deixava mais perturbado era saber que havia ficado em coma. Então, várias perguntas surgiam na minha mente. E se eu não tivesse acordado? Se eu não tivesse resistido e estivesse naquela cama até hoje... Como ia ser?
Acho que é esse o motivo pelo qual eu não deixo um minuto de ficar perto da , das meninas e dos caras. Vou aproveitar minha vida o máximo que puder, porque não faço idéia do que vai acontecer em cinco minutos ou em cinco anos. Vou fazer o que eu quero e, no momento, eu só a quero.
Levantei-me, indo em direção às escadas. Os meninos não disseram nada. Apenas me olharam de canto e com sorrisinhos no rosto. Parei em frente à porta e a abri devagar. estava enrolada em uma toalha, de costas para a porta e cantarolando algo. Aproximei-me devagar dela, a abraçando por trás e beijando seu pescoço. Dei um sorrisinho malicioso e levei meus lábios até perto do seu ouvido.
- Eu não consigo te ver assim e não imaginar certas coisas que nós poderíamos fazer – passei meus lábios de leve em seu pescoço, sentindo-a se arrepiar. riu baixo e se virou para mim. Passou os braços pelo meu pescoço e mordeu o lábio inferior.
- Não fique só imaginando, então – ela sussurrou e mordeu o lóbulo de minha orelha.
Desprendi a toalha do corpo dela, descendo minhas mãos até sua cintura e a levando até a cama. Colei nossos lábios fervorosamente, enquanto ela desabotoava minha camisa, passando seus braços pelas minhas costas. Gemi baixo com o contado das mãos geladas com minha pele quente, descendo meus lábios até perto de seus seios. gemeu baixo, enroscando os dedos em meus cabelos úmidos pela chuva. Levantei meu rosto e encarei os olhos dela, queimando de paixão. Desci uma de minhas mãos até sua cintura, enquanto ela levava as dela até o cós da minha calça. Eu sabia que faríamos isso desde que colei meus lábios aos dela no parque.
Capítulo 13 – We’re gonna have a party tonight
Eu estava terminando de me arrumar, enquanto batia na porta pela décima vez e eu respondia que já estava indo. Hoje era aniversario de . Ela quis fazer uma festa, pequena e só para amigos.
- Estou pronta, – virei os olhos, abrindo a porta. Ele me olhou de cima a baixo, com um sorriso maroto no rosto.
- Uau. Você esta linda, hun? – pegou na minha mão, fazendo com que eu me virasse. Usava um vestido vermelho frente única, com a saia rodada e sandálias pretas e de salto alto. Meu cabelo estava amarrado no alto da cabeça e minha maquiagem era simples.
- Obrigada – sorri em agradecimento, piscando para ele em seguida.
Algumas pessoas já haviam chegado. A maioria era de bandas amigas dos meninos e algumas, amigas de do trabalho.
havia planejado uma pista de dança no jardim dos fundos, onde muitos dos amigos dos garotos já haviam arrumado alguém para dançar. Eu e as meninas estávamos ajudando com os últimos detalhes e os meninos, no pequeno palco improvisado, onde eles iriam tocar.
A festa estava correndo da maneira que ela queria, sem nenhuma mudança. Os meninos estavam fazendo um acústico e os convidados, sentados perto do palco e assistindo. Harry havia subido há alguns minutos, dizendo a que iria ao banheiro. Só que ele não ia ao banheiro, definitivamente. Harry tinha preparado uma surpresa para ela, na qual, eu e as meninas ajudamos.
Ele desceu as escadas, com um sorriso maroto no rosto que fez o olhar, desconfiada.
- Ele está aprontando alguma coisa – ela murmurou e me fitou com um olhar de ‘você sabe de algo’. Apenas dei de ombros, sorrindo internamente.
- Ei Harry – ouvimos a voz de – Chegou na hora certa – Harry se fez de desentendido, apontando para si mesmo.
- Hora certa de quê? – sentou-se atrás da bateria.
- Você tem que falar algumas palavras, certo? – levantou ainda mais a sobrancelha, se encostando ao balcão.
- Ah, mas eu não sou bom com palavras – Harry fez um bico enorme, tentando esconder o sorriso sapeca que havia em seu rosto.
- Oras, então cante – se levantou, levando o microfone até ele.
- Não, não vou cantar – ele se levantou, colocando as mãos à frente do corpo.
- Vamos lá, Harry. Além de fazer uma homenagem a , nós vamos poder gravar isso – os meninos deram risada e riu envergonhada – Vocês não acham que ele devia cantar? – se colocou à frente do palco, perguntando aos convidados que riram e acenaram, concordando. começou a dedilhar uma música no violão, enquanto falava.
- Essa é a música do Harry, pessoal – Harry pegou o microfone e, rindo, desceu as escadas do pequeno palco, vindo até .
- Há quatro anos, conheci uma menina, enquanto eu ia para a faculdade. Ela sempre se sentava no mesmo banco do ônibus, ao lado do meu. Sempre tive medo de simplesmente olhar para ela e dizer ‘oi’ porque eu pensava que ela me acharia um idiota. Na verdade, sou idiota mesmo – ele riu baixo –, mas por não ter falado ‘oi’ para ela no dia em que a conheci. Porém, olhe, : não sou bom com palavras. Já disse isso e você sabe – sorriu minimamente – Então... – ele suspirou e se virou para os meninos, dando um sinal para começarem a tocar – Would you dance if I asked you to dance? Would you run and never look back? – Harry se aproximou de , colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha - Would you cry if you saw me crying? Would you save my soul tonight? – ele sorriu levemente e se ajoelhou à frente dela - I can be your hero, baby. I can kiss away the pain. I will stand by you forever – pegou uma caixinha do bolso e a abriu, a erguendo até perto do rosto de que sorriu, deixando algumas lágrimas rolarem pelo rosto - You can take my breath away – Harry se levantou, sorrindo, deixou o microfone de lado e beijou a mão direita dela, segurando sua cintura e selando os lábios dela. Todos que estavam presentes bateram palmas, assoviaram e algumas das meninas tinham lágrimas nos olhos. me abraçou pela cintura e beijou meu rosto. Enxuguei minhas lágrimas e sorri.
- Chorando de novo, ? – ri baixinho, me virando para ele.
- Como não chorar, ? – indiquei com a cabeça Harry e , que estavam abraçados, e ele murmurava algo no ouvido dela. sorriu e balançou a cabeça. Entendi o que ele queria dizer. Eu estava chorando demais ultimamente. Se eu ouvia um ‘eu te amo’ dele, já chorava.
- Ok – ele riu, selando meus lábios e fazendo meus braços passarem automaticamente pelo seu pescoço.
- Ei pombinhos – nos chamou, fazendo se separar de mim e bufar impaciente – vai cortar o bolo – meus olhos brilharam à menção da palavra ‘bolo’. Aí esta uma coisa que eu tenho feito muito ultimamente também: comer e muito. Puxei pela mão, já sentindo o gosto do chocolate na boca.
- Legal. Trocado por um pedaço de bolo – resmungou e eu parei, me virando para ele e caindo na risada. Abracei-o pelo pescoço, beijando o canto de sua boca.
- Desculpe, amor. É só que eu esperei o dia todo para comer esse bolo – mordi o lábio, vendo-o formar um bico. Balancei a cabeça, rindo, e o puxei pela mão.
Coloquei-me ao lado de , a olhando com os olhos brilhando.
- Meu Deus, – ela riu – Ok, o primeiro pedaço será seu – fiz uma dancinha em comemoração e beijei a bochecha dela. cortou o bolo, colocando no prato e me entregando em seguida. Mordi o lábio, sentindo minha boca se encher de água. Sentei-me na primeira cadeira que encontrei, ouvindo os meninos rirem. se sentou ao meu lado, com um pedaço de bolo na mão também e observando surpreso a rapidez com que eu comia.
- Ahn... , vá com calma – apenas acenei com a cabeça e continuei comendo.
Assim que eu terminei, apoiei o prato em minhas pernas, suspirando.
- Maravilhoso – olhei e ele deu risada, jogando a cabeça para trás.
- Meu Deus. , você não comia desse jeito – sorri envergonhada, me encostando à cadeira.
- É uma fase. Deixe-me aproveitá-la, ok? – ele sorriu e acenou. Encostei minha cabeça ao seu ombro, observando as pessoas começarem a ir embora. O sono chegou aos poucos e minhas pálpebras pesaram.
- Você quer dormir, princesa? – levantou meu rosto, fitando meus olhos pequenos pelo sono. Concordei com um aceno, sentindo seu braço passar pela minha cintura cuidadosamente. Despedimo-nos dos poucos convidados que ainda estavam em casa, abracei cada uma das meninas e recebi um beijo na testa de , Harry e . entrelaçou nossos dedos, me arrastando escada acima.
Assim que eu cheguei ao quarto, tirei minhas sandálias e o vestido, colocando meu pijama e me deitando na cama, perdendo a consciência quase que imediatamente. A última coisa que senti foi me abraçar por trás, sussurrando um ‘eu te amo’ no meu ouvido, antes que eu adormecesse.
Capítulo 14 – She gave us a scare
- Ainda acho que você devia usar uma grinalda daquelas que ocupam toda a igreja – cruzou os braços, fitando que virou os olhos.
- , não precisa de tudo isso. É uma cerimônia simples – bufou, encostando-se à parede. Nós estávamos com , na penúltima prova do vestido dela.
O vestido dela era a coisa mais linda que eu havia visto na minha vida: tomara-que-caia, com o corpete ajustado perfeitamente a seu corpo e a saia volumosa, toda bordada. Tinha um laço preto (que ela dizia ser charmoso) na cintura, completando o vestido. Era simples, mas lindo. Sorri, fitando o sorriso imenso nos olhos dela.
- Está linda – sorriu agradecida para mim. Retribuí o sorriso, me sentando em uma cadeira próxima e me levantando quase que imediatamente – Onde é o banheiro? – um enjôo incrivelmente forte foi o que eu tive.
Assim que a costureira indicou a porta assustada, eu saí correndo, abrindo a porta o mais rápido que pude e me ajoelhando em frente ao vaso, colocando todo o meu café da manhã para fora.
- ? – entrou assustada, segurando meu cabelo para trás. – O que aconteceu? – ela colocou a mão em minha testa. Eu suava a frio.
- Nada, . Só um enjôo – levantei o rosto e ela arregalou os olhos.
- Como nada? Você está pálida – assim que eu coloquei de pé, minhas pernas fraquejaram e, se ela não segurasse, eu certamente iria desabar ali mesmo – Meus Deus. Médico, agora – virei os olhos. Ela sabia ser exagerada quando queria.
Arrastou-me para fora do banheiro e pegou as chaves do carro dela. já estava tirando o vestido apressada e colocando sua roupa.Por Deus, elas se desesperam demais.
- Meninas, estou bem, ok? , você não terminou a prova do seu vestido e... – senti uma tontura e me apoiei em .
- Claro, . Você esta ótima – riu irônica. A única que parecia calma era . Elas me levaram até o carro e foi até o banco do motorista. Cruzei os braços, bufando pelo exagero. pegou o celular e ligou para .
- , nem pense em ligar para o . Eles estão ocupados e eu estou bem – tentei pegar o celular da mão dela que o tirou do meu alcance.
- Nem tente me impedir – ela discou o número conhecido e eu me encostei ao banco, emburrada – ? É a . Sim, estou bem. Quem não está é a – fechei os olhos. Três, dois, um, agora.
“O QUÊ? CADÊ ELA, ? O QUE ACONTECEU?’.
Fuzilei-a com os olhos. Ela deu de ombros e continuou falando.
– Ela vomitou o café da manhã dela e quase desmaiou. Estamos indo ao hospital.
‘Estou indo para lá’, foi o que ele disse. Não gritava mais, mas estava bem nervoso ainda. desligou o celular e me fitou.
– Desculpe-me, , mas caramba. Você não está bem – a essa altura, já havíamos chegado ao hospital. Primeiro porque era a quem estava dirigindo. Segundo porque estávamos perto. também já estava lá. Uau.
- – ele já estava ao meu lado, assim que eu saí do carro – Tudo bem? – ele me pegou pela cintura, olhando nos meus olhos. Eu sorri desnorteada, com os olhos tão perto de mim.
- Estou bem, . As meninas que são exageradas – ele entortou a boca, me olhando desconfiado.
- Mas você está pálida – suspirei, vencida, e não disse nada, apenas deixei que me levassem até dentro do hospital. Eu não demorei para ser atendida e, em minutos, estava sentada em uma maca, com uma agulha de soro em meu braço. Odeio hospitais. Os meninos também. Estavam todos lá e não saiu um minuto do meu lado, preocupado. Eu mal via a hora do médico chegar e dizer que eu estava bem e podia ir embora, o que aconteceu em seguida.
Um senhor de uns cinqüenta anos entrou na sala com uma prancheta. Tinha um sorriso simpático no rosto.
- ? – ele perguntou. Assenti, sorrindo – Bem – ele olhou as meninas – Ela está bem. Podem ficar despreocupados. Na fase em que ela está, enjôos são normais – ppa, espere aí. Que fase? levantou a sobrancelha, desconfiado – Enfim, ela e o bebê estão bem – O QUÊ?
- Bebê? – oito vozes perguntaram em uníssono.
- Sim. Você está grávida, não sabia? – balancei a cabeça, abismada com o que havia acabado de ouvir – Então, parabéns, mamãe – ele olhou e bateu a mão em seu ombro – E parabéns, papa. Eu suponho – assentiu e se levantou, começando a rir sozinho.
- Pai? – ele perguntou mais para si mesmo – Vou ser pai? AH MEU DEUS, VOCÊS OUVIRAM? EU VOU SER PAI – colocou a mão na testa, com intenção de ver se estava doente. Os meninos deram risada e as meninas vieram me abraçar. Minha ficha caiu e comecei a rir também. Elas me abraçaram e, em seguida, os meninos vieram até mim. com um beijo na testa, com um abraço reconfortante de irmão e Harry com seu abraço de urso. Assim que o mesmo se afastou de mim, me olhou e levantou a sobrancelha.
- Eu falei para vocês se cuidarem, dona – coloquei a mão no rosto, envergonhada, e todos que estavam na sala caíram na risada.
Senti Harry se afastando e duas mãos pousarem em minha barriga. se abaixou e beijou a mesma. Sorri e coloquei minhas mãos em seu cabelo, acariciando os mesmos. Ele olhou para mim e sorriu, um sorriso tão lindo que pensei que poderia parar de respirar a qualquer momento.
- Obrigado – ele apenas proferiu, se levantando e me colocando em seus braços. Ouvi um barulho abafado da porta se fechando – Obrigado por me fazer o cara mais feliz do mundo – dei uma risada baixinha, segundos antes de sua língua passar pelo meu lábio inferior, pedindo passagem e iniciando um beijo calmo. Ele colocou as mãos na minha nuca e passei os braços pelas suas costas. Eu estava desnorteada e o melhor de tudo: estava mais feliz do que em qualquer outro momento da minha vida. Apenas feliz por ter amigos maravilhosos, o homem da minha vida e, agora, um pequeno ser dentro de mim, que seria então a maior prova do meu amor pelo menino que estava à minha frente.
Capítulo 15 – Lucy in the sky with diamonds
(Coloque para carregar: Lucy In The Sky With Diamonds – The Beatles. Não vai ter a letra da música durante o capítulo, mas recomendo ouvi-la enquanto lê)
Dois meses depois...
Quatro meses, roupas perdidas e feliz. Era assim que eu estava hoje; no dia em que iríamos descobrir se seríamos pais de uma menina ou um menino. Achei que estaria louco por um menino, mas ele mostrou não se importar muito sobre o sexo do bebê. Rle estava simplesmente feliz porque seria pai.
Ele dirigia inquieto, o que me fazia rir.
- , se acalme, por Deus – seus dedos batucavam o volante e ele não parava de mexer no rádio.
- Estou calmo – virou os olhos. Coloquei a mão sobre a sua no rádio, a tirando dali e colocando o CD dos Beatles. Lucy In the Sky With Diamonds preencheu o carro e ele se acalmou instantaneamente.
Vi seus lábios se curvarem em um sorriso e cantarem o refrão. Seu sorriso era de quem havia acabado de ter uma ótima idéia.
- E o que você acha... – ele começou –... De termos uma Lucy, se for menina? – meus lábios sorriram para – Look for the girl with the sun in her eyes and she's gone – cantarolou baixinho só para ele.
estacionou o carro na entrada da clínica e me olhou.
- E se for menino? – um sorriso maroto apareceu em meu rosto e ele riu.
- Tenho a leve impressão de que não vamos ter que nos preocupar com isso – todas as vezes que ele dizia essas palavras, costumava estar certo. Eu ainda ficava assustada com isso.
Lancei um sorriso sincero para ele, descendo do carro. passou o braço pela minha cintura e coloquei a mão em minha barriga, olhando para ela novamente naquele dia. Eu sempre havia sonhado em ser mãe. Para mim não havia maior prova de amor do que um filho, um pedacinho de mim que eu amaria além de tudo.
Entramos na recepção e a atendente nos encaminhou diretamente à sala do médico. começou a ficar inquieto novamente assim que me deitei na maca para fazer o ultrassom. Ele mexia no cabelo, batia as mãos nas pernas ou passava o braço pelo rosto, secando o suor. Assim que o doutor se virou, me ergui e o cutuquei com o braço.
- , é só um exame. Fique calmo.
- Mas estou calmo, – virei os olhos, balançando a cabeça e me deitando novamente em seguida. O médico aplicou o gel frio em minha barriga e começou o exame. Enquanto ele nos mostrava cada forma, cada parte do pequeno ser que estava em mim, quase tirava a sensibilidade da minha mão de tanto apertá-la. Por Deus, acho que ele vai desmaiar.
Desliguei-me da voz do doutor assim que um som de água caindo tomou meus ouvidos. Estava chovendo. O som pareceu acalmar . Ele apenas sorriu para mim e relaxou o aperto em minha mão.
- Querem saber o sexo do bebê, certo? – fitei o médico sorrindo e acenei com a cabeça, concordando. O senhor simpático sorriu para nós e declarou – Bom, então se o paizão aí queria um menino, acho que ele vai se decepcionar um pouco – se levantou e abriu um grande sorriso.
- Uma menina? – ele perguntou baixinho e meus olhos se arregalaram. Ele estava certo então.
O médico acenou, concordando, e o sorriso de se alargou. Voltou pela milésima vez naquele dia a ficar inquieto, mas não reclamei, porque eu sabia que agora ele queria que ficássemos sozinhos para que ele pudesse se sentar perto de mim, abaixar seu rosto e falar com nosso bebê, agora nossa Lucy, como ele fazia todos os dias.
Ele não soltou minha mão até o fim da consulta, mas não a apertou dessa vez.
Assim que o médico deu as últimas recomendações, nos despedimos dele e passou novamente o braço pela minha cintura. Ele me puxou pela mão até a chuva, assim que saímos pela porta.
- Quero fazer uma coisa que não faço há muito tempo – abri um sorriso tímido, enquanto ele aproximava seu rosto do meu. Passei meus braços pela sua cintura e meu corpo que estava ficando gelado pela chuva se esquentou novamente com o toque de seus lábios nos meus. Qualquer pessoa que nos visse, não entenderia o significado de um casal estar parado ao lado do carro, debaixo da chuva e se beijando, mas se só nós dois entendermos o significado, já deve bastar.
Soltei uma gargalhada quando ele me soltou e vi um sorriso iluminar seu rosto.
- Você é louco, sabia? – riu e me abraçou pela cintura.
- Sou louco por você. Pode ter certeza – selei seus lábios de novo e me soltei dele, entrando no carro e escapando da chuva que estava aumentando – Acho que meu carro já tomou o banho do mês dele – encharcamos os bancos e tapetes da frente.
- Ele agradece. Pode apostar – caímos na gargalhada.
Sentei-me de lado, olhando para ele que se encostou ao banco, jogando a cabeça para trás e rindo. Um sorriso bobo tomou conta dos meus lábios, enquanto eu ouvia sua risada preencher o ambiente.
- – ele me chamou de repente. Ainda olhava para o teto do carro, mas tinha os dedos entrelaçados aos meus.
- Diga – apertei sua mão, sentindo meu corpo esquentar com o toque. se virou para mim e olhou em meus olhos.
- Eu amo você – eu não disse nada. Apenas continuei a sorrir e apertei a mão dele. Ele, então, fitou minha barriga e se abaixou perto dela – Ei Lucy, papai ama você também – um sorriso singelo tomou conta de seus lábios, enquanto eu o via conversar com Lucy. Ele acariciava minha barriga, ao mesmo tempo em que eu tinha os dedos enroscados nos cabelos dele. Ele disse a ela como havia escolhido seu nome e como estava feliz e ansioso pela sua chegada. Eu conseguia apenas observar a cena e sorrir. Tamanha era minha felicidade.
Depois de longos minutos observando sua voz calma preencher o carro, meus olhos pesaram e bocejei involuntariamente. me olhou sorrindo divertido.
- Ok, vamos embora – ri baixinho e me encostei ao banco. ligou o rádio e Lucy In the Sky With Diamonds invadiu o carro novamente, fazendo meus olhos se fecharem. Não faria mal em fechá-los só um pouquinho.
***
- Ei bela adormecida – abri os olhos devagar. estava me cutucando de leve. Acho que dormi demais.
- Onde estou? – pisquei os olhos pequenos de sono, bocejando em seguida. deu risada e segurou minha mão, me puxando para fora do carro.
- Em casa – arregalei um pouco os olhos e dei uma risadinha sem graça. Ele apenas sorriu e passou o braço pela minha cintura, me puxando para dentro de casa. Assim que passamos pela porta, encontramos três indivíduos esparramados pela sala. se sentou ao lado deles, com um sorriso de orelha a orelha.
- E então, papai? – zombou de que lhe deu um tapa na cabeça, sem tirar o sorriso do rosto.
- É uma menina – os olhos dele brilharam e seu sorriso aumentou. Em questão de minutos, eu não o enxergava mais. Talvez pelo fato de que havia três caras enormes em cima dele, todos rindo ao mesmo tempo. Dei risada, balançando a cabeça e me sentando no sofá. Quero até imaginar como Lucy será com três tios completamente malucos. Harry foi o primeiro a se levantar, se sentando ao meu lado e me abraçando.
- Parabéns, mamãe – ele sorriu – E olá... Hm, ela já tem nome? – levantou a sobrancelha. Apenas ri baixinho e concordei com a cabeça.
- Tem, sim. Vai ser Lucy – meus lábios se curvaram em um sorriso pequeno, enquanto eu passava mão em minha barriga.
- Sim – se sentou ao meu lado e passou o braço pelos meus ombros – Como em Lucy In the Sky With Diamonds, dos Beatles.
- Ah, que gracinha – disse com os olhos brilhando. olhou estranho para ele e Harry começou a rir – O que foi?
- Tem certeza de que você não é gay? – mostrou o dedo para e emburrou em um canto. Toda vez que eu estiver triste, é só ficar perto desses dois, que só vou conseguir rir.
Harry virou os olhos e se voltou para mim. Abaixou-se perto de minha barriga e sussurrou.
- Então bem-vinda, Lucy – sorriu e se levantou, dando um beijo em minha testa.
Encostei a cabeça ao ombro de , enquanto sua mão fazia cafuné em mim. Meus olhos pesaram de novo. Não por muito tempo agora.
- BEBÊ! – abriu a porta, sorrindo, e se jogou nos braços de . Os meninos explodiram em gargalhadas.
- Bebê? – deitou-se no chão, com a mão na barriga e gargalhando tão alto quanto os outros. ficou roxo de vergonha, escondendo o rosto no ombro de .
- Que foi, ? – deu um tapa na cabeça dele – Respeito, ok? Você acha que não sei dos seus apelidos, Chuchu? – virou os olhos, corando um pouco. e Harry riram.
- Chuchu, ? Só eu que não tenho apelido aqui, certo? – Harry apontou para si mesmo, sorrindo.
- Ei, eu também não – se defendeu. Harry levantou a sobrancelha.
- Ah, não... Pequeno? – mandou o dedo do meio para ele e sorriu malicioso.
- De pequeno, só o apelido, meu caro Judd. Né, ? – e mais uma vez, os outros três se colocaram a gargalhar, com ajuda de agora. Escondi meu rosto entre as mãos, dando um tapa no ombro de .
- Cale a boca, – ele riu e passou os braços pela minha cintura, beijando minha bochecha. Sorri, ainda com o rosto corado de vergonha, encostando a cabeça ao seu ombro de novo.
Acho que se eu tivesse que dizer algo naquele momento, diria que era impossível não ser feliz na presença das pessoas que eu mais amava no mundo.
Capítulo 16 – Stupid challenge
(Coloque para carregar: Sofa Hyundai Administration – McFly)
’s POV
Abri meus olhos devagar, cansados pela claridade, e continuei deitado. dormia tranqüila. Sorri com a cena e a puxei para mim, dando um beijo em sua testa. Eu estava tentando me lembrar por que eu havia acordado tão cedo. Tínhamos o tal do desafio no Top Gear hoje. Precisábamos escrever uma música e...
- PUTA QUE PARIU! – levantei-me em um pulo, acordando que me olhou assustada – ESTAMOS ATRASADOS! – foi a última coisa que eu disse antes de sair correndo do quarto, deixando enfurecida por ter acordado. Tenho medo dela, cara. Mexer com uma grávida pode ser fatal.
Saí batendo nas portas, deixando por último. Esse teria que eu mesmo entrar no quarto e acordar. Entrei apreensivo, olhando para os lados. Qual é? A probabilidade de encontrar o pelado era grande e isso não faria bem a minha visão logo cedo. Com sorte, ele estava deitado.
– , ACORDE, PELO AMOR DE DEUS!
- QUÊ?! – deu um pulo, caindo da cama. Típico dele – Que foi?
- A droga do desafio, se lembra? A gente tinha que escrever uma música – me fuzilou com o olhar.
- Ah , vá se ferrar. Não acredito que me acordou para isso. A gente pode escrever depois e... – a vontade de socar a cara desse infeliz...
- , O DESAFIO É HOJE E NÓS ESTAMOS ATRASADOS! – ele arregalou os olhos e olhou no relógio.
- CARAMBA! – saiu correndo do quarto, indo para o banheiro.
A casa virou uma zona então. Harry corria de um lado para o outro, procurando suas baquetas da sorte, se vestia pelos corredores e já estava no banheiro há quase meia hora. Parece uma garota. Humilhante.
As meninas apenas riam de nosso desespero, sentadas tranqüilamente na mesa e tomando café.
- – Harry me chamou – Não temos tempo de compor nada – ele colocou as mãos na cabeça e olhei o relógio. Droga, DROGA!
- Ok, então. É... Ah meu Deus, então vamos. Não deve ser tão difícil – as meninas se levantaram, gargalhando, e vieram em nossa direção.
- Vocês vão se sair bem – beijou o rosto de que sorriu desanimado.
- Eu, – apontou o dedo para mim, com uma expressão maníaca que me deu medo –, vou matar você por ter aceitado isso – arregalei os olhos, me colocando atrás de .
- Desculpem-me – escondi o rosto nas costas dela, que riu com as meninas.
- Deixe de besteira, . Vocês vão conseguir – ela me puxou pela mão, passando a mão pelo meu cabelo, em uma tentativa frustrada de arrumá-lo – Vamos. Vocês estão atrasados.
- Obrigada por nos lembrar, – fez um joinha para ela. Acho que, se ele pudesse, o mesmo me bateria até a morte.
Fomos eu, , e no carro de , e os outros no de Harry. Minhas mãos suavam., Eu estava inquieto, batendo o pé no chão do carro insistentemente.
Ficamos em silêncio o tempo todo. Eu tinha medo de abrir a boca, parar o carro e me jogar pela janela. É serio. Ele fica bruto quando está com raiva.
Assim que chegamos ao estúdio do Top Gear, saí do carro rapidamente, indo em direção à entrada. riu e segurou meu braço.
- , fique calmo – ela me deu um selinho, entrelaçando nossas mãos.S orri com seu toque e seguimos em direção à entrada do estúdio. Não ficamos muito tempo no camarim e logo pude ouvir a voz de um dos apresentadores.
- Sim. Esse tipo de coisa requer habilidade excelente em composição e muito boa musicalidade – Jeremy Clarkson dizia e eu suava frio. me fuzilava com o olhar. Saímos até o corredor, parando perto da entrada. Podíamos ver as meninas na primeira fila da platéia – Então, por favor, senhoras e senhores, dêem as boas vindas ao McFly – entramos um tanto descontraídos, brincando com as pessoas. Talvez não fosse tão ruim.
Cumprimentamo-los, fazendo umas piadas. Coisas típicas nossas.
- Certo – James continuou – Eles não conseguem ser sérios. Bom, essa é a chance de vocês de provarem que não são apenas uma boyband inútil, manufaturada e boba – a platéia riu e Harry levantou a sobrancelha.
- Mas nós somos.
- Não, não são – James disse em dúvida – Bom, é o que veremos... Porque vocês sabiam que iríamos pedir para fazerem isso e vocês provavelmente já inventaram uma música, certo? – sorrimos sem graça.
- Na verdade, não. Juro – eu disse incerto, Harry abaixou a cabeça, cruzou os braços, meio desconcertado, e apenas riu.
- Mas, para ter certeza de que vocês não vão trapacear – ah meu Deus, o que esses malucos inventaram para nós? – e, sendo sincero, para deixar vocês loucos, inventamos algumas regras – e eu pensei que não podia ficar pior – Então, tem três palavras que vocês não podem usar na música de vocês e elas são: amor – Harry riu baixo, achando aquilo o cúmulo do ridículo –, baby – riu incrédulo – e coração – legal. Minha vez de rir, não acreditando no que ele disse - Mas tem mais. Há três palavras que vocês deverãp usar na canção. Elas são: sofá...
- Sofá... – repetiu baixinho.
- Administração... – rimos com a platéia – E Hyundai. Tudo bem? – gargalhamos, concordando – Vocês farão?
- Não sei. Vamos tentar – concordei confiante, ou não.
- Hyundai – balançava a cabeça como um idiota, batendo palmas com a platéia.
- Quanto tempo temos? – perguntei esperançoso. Talvez tivéssemos algumas horas, certo? Não.
- Vocês têm até o fim do programa. Então é melhor correrem – tirando o fato de que o programa dura cerca de quarenta minutos, posso concluir que estou ferrado.
- Ok. Agora mesmo – bati continência, vendo as meninas rirem e algumas fãs gritarem.
- Boa sorte, meninos – eles praticamente nos “tocaram” do palco.
- Hyundai – repetiu, coçando a nuca e rindo incrédulo ainda.
Saímos do palco sob os aplausos da platéia. Entramos no camarim e me joguei no sofá.
- Esses caras são malucos – apoiei o rosto em minha mão. se sentou no sofá `s minha frente.
- Eu vou matá-lo, – ele disse rindo, incrédulo ainda – Hyundai? – entreolhamo-nos e caímos na gargalhada em seguida.
- Ok. Vamos lá – se sentou ao meu lado no sofá – Precisamos de uma música, certo?
- Certo – riu perverso – E, se me permite, tem uma frase que não vou deixar de fora dessa canção – pegou um papel e rabiscou algo, nos mostrando em seguida e nos fazendo gargalhar mais uma vez. “My penis grows huge, when I sing the Top Gear” era o que ele havia escrito. pegou a caneta, ainda rindo, escrevendo algumas frases no papel e me passando logo depois. Continuei rindo, enquanto escrevia minha parte. Nós definitivamente nunca mais iríamos participar daquilo.
- Rapazes? – uma moça abriu a porta, nos chamando – Hora de voltar ao palco.
- Já? – arregalou os olhos, vendo-a concordar.
- Hora da vingança – Harry deu uma risadinha perversa, me fazendo gargalhar.
Entramos no corredor, mais confiantes agora, ouvindo Jeremy nos anunciar. Subimos no palco, pegando nossos instrumentos, certos de que faríamos um ótimo trabalho, ou não.
- E vocês querem ouvir a música do McFly, com Sofa Hyundai Administration? – a platéia gritou e pude ver as meninas sorrindo para nós. Mandei um beijo no ar para , me ajeitando em frente ao microfone.
- Ok. Vamos lá? – perguntou e algumas meninas gritaram – Um, dois, três, quatro – ele iniciou e o som das guitarras encheu o estúdio.
(Coloque a música para tocar agora)
You said we're manufactured.
You must have got it wrong.
We did this stupid challenge
and we wrote this song in half an hour.
Sofa Hyundai administration.
Oh, in half an hour.
Sofa Hyundai administration.
Our reputation to loose.
That’s why we wrote the Top Gear blues.
Fitei as garotas na platéia. gargalhava gostosamente, e estavam com o rosto vermelho de tanto rir e apenas ria, balançando a cabeça, incrédula. Mandei um beijo estalado para ela que gargalhou quando algumas fãs histéricas começaram a gritar no fundo.
Jeremy’s antique.
The hamster just squeaks.
James is such a geek
and I really want to know who the Stig is.
Sofa Hyundai administration.
Who is the Stig?
Sofa Hyundai administration.
Our reputation to loose,
when I sing the Top Gear blues.
Jeremy’s antique
The hamster just squeaks
James is just a geek
and I really want to know: who’s the Stig?
Sofa Hyundai administration.
Yeah, who’s the Stig?
Sofa Hyundai administration.
Our reputation to loose.
That’s why we wrote the Top Gear.
My penis grows huge,
when I sing the top gear.
I’m a little confused,
to why we sing the Top Gear blues.
Toquei o último acorde e levantei meu instrumento, agradecendo à platéia. Estava surpreso com como havíamos nos saído bem.
- Valeu, Top Gear – gritou, tacando uma palheta para algumas fãs que gritavam. As meninas riam descontroladas, com lágrimas nos ohos.
- Então, McFly – Jeremy levantou a sobrancelha – Vocês conseguiram – rimos gostosamente de sua expressão. Acho que ele não gostou de ser chamado de antiquado.
- Não entenda mal, Jeremy – bateu em suas costas – É uma caracterpística nossa, sabe? Você mesmo disse: não conseguimos ser sérios – Jeremy virou os olhos e riu em seguida, se virando para nós.
- Bom, esse foi o McFly, Top Gear – começamos a arrumar os instrumentos, enquanto ele anunciava o intervalo – Parabéns, garotos. Foram muito bem – ele sorriu e apertou nossas mãos. Sorrimos em resposta e fomos até o corredo, onde ficava nosso camarim.
empurrou a porta, pegou uma cerveja e se jogou no sofá. e Harry sentaram no chão e eu, na única cadeira vazia, pegando uma garrafa de água e a virando em um gole só. Ouvimos vozes se aproximando da sala e a porta se abrir.
- Amor – se jogou em cima de no sofá, que gemeu com o impacto, nos fazendo rir. e se sentaram ao lado dos garotos e parou ao meu lado.
- Sente-se aqui – bati na minha perna, pedindo para que ela se sentasse. Ela negou e riu baixinho.
- Estou gorda, . Provável que a cadeira não agüente – virei os olhos, me levantando e dando o lugar para ela. Ela riu e se sentou, abraçando meu tronco.
- Ah, que coisa linda – sorriu boba – Por que voce não faz isso por mim, ? – deu um tapa no braço dele, que a olhou indignado.
- Mas estou virando um saco de pancadas? – alterou o tom de voz – Primeiro tenho que escrever uma música ridicula para um desafio estúpido, depois minha namorada se joga em cima de mim e agora me dá um tapa. Caramba, dude. Não sou de ferro.
- Está me chamando de gorda? – se levantou, indo até a frente de . Ele fez uma careta, se encolhendo todo e fazendo todos nós cairmos na gargalhada.
Acho que, definitivamente, esses desafios de televisão deixam algumas pessoas traumatizadas, outras histéricas e outras mais idiotas do que já são, no caso do , por exemplo.
- Vamos embora? – a voz abafada dela me despertou, fazendo minha mão subir até seus cabelos, os alisando. Sorri ternamente para , pegando sua mão e a puxando para mim.
- Como quiser, madame – ela riu fraquinho, passando o braço por minha cintura. Os outros se levantaram e saíram pelo corredor.
Um barulho de algo caindo atingiu nossos ouvidos e um sorriso bobo apareceu em meu rosto. Estava chovendo.
Pode parecer bobo e sem importância se eu lhe disser, mas, quando chove, parece que o mundo gira apenas em torno de nós dois.
- ? – ela havia parado. Estava a poucos passos de distância de mim.
- Hm? – fitei seu rosto sorridente. Não consigo me acostumar ao fato de a mulher mais linda do mundo ser minha.
- Eu te amo – ri baixinho e puxei seu corpo junto ao meu, sussurrando em seu ouvido.
- Eu também.
Capítulo 17 – The great day
’s POV
Eu já estava me sentindo incomodada com o longo vestido vermelho e a minha barriga de oito meses e meio não ajudava muito. O grande dia da e do havia chegado então. Ah, claro. O dia chegara, mas a noiva... Bem, ela havia sumido. estava com as mãos suando, andando de um lado para o outro. Vez ou outra, ele se desesperava e os meninos tentavam acalmá-lo.
- , cara! Ela desistiu, ela me deixou... – parecia um bebê, quase chorando de desespero, mas eu o entendia. já estava atrasada há quase uma hora. bateu no ombro dele.
- , calma. É normal noivas se atrasarem – ele se acalmou e voltou para o altar.
- , estou ficando preocupada também – cochichei para ele – Não é tão normal assim atrasar quase uma hora – ele me olhou, entortando a boca – Vou procurá-la.
- – ele me segurou – Você só vai se cansar. Não está agüentando nem ficar de pé. Pode deixar que eu vou – virei os olhos.
- Estou bem, . Pode deixar. A vai comigo – às vezes, ele pensa que estou doente, e não grávida.
Virei-me para chamar e ela estava se pegando com o , para variar.
- – ela não me ouviu, eu acho – ? – cutuquei-a com um sorrisinho sem graça. Nada – , AJUDE-ME A ACHAR A E PARE DE SE PEGAR COM O , PORRA! – eles se levantaram assustados, com os lábios inchados e ofegantes. Escutei a gargalhada de Harry ao fundo. veio até o meu lado e me abraçou, rindo também.
- Nunca irritem uma mulher grávida. Pode ser fatal – ele gargalhou, levando um tapa em seguida – Ai, amor. Isso dói – virei os olhos. Cara, eles tiraram o dia para me zoar.
- Ok. Agora a senhorita... – apontei para – Venha comigo.
- Ok, – ela virou os olhos, vindo atrás de mim – O que aconteceu?
- O quê? Ah, claro. Só a . Ela está... Ahn... Atrasada há quase uma hora – meu tom estava nervoso. Acho que estava pensando como ; que ela havia desistido – Só isso.
- Relaxe, . Ela não desistiu – essa menina deve conseguir ler os meus pensamentos. É sério.
Procuramos por todos os lados, até encontrá-la no lugar mais óbvio de todos: o luxuoso Volvo C30 estacionado a alguns metros da entrada da igreja. Ela estava com a cabeça encostada ao banco, respirando fundo.
- POR QUE DIABOS VOCÊ AINDA ESTÁ AÍ, ?! – ela não se mexeu. Apenas continuou respirando fundo e olhando para cima.
- Estou nervosa – respondeu baixinho. Suspirei cansada e entrei no carro, sentando-me ao lado dela e pegando a sua mão – Nunca me imaginei fazendo isso tão jovem. Vai dar certo, ? – ela estava assustada, mas eu não entendia o porquê desse medo. Ela amava e ele a amava.
- Claro que vai – sorri fraquinho, beijando a sua mão – Venha. Ele está quase chorando no altar – ela sorriu leve e saiu do carro. Entrelaçou um braço ao meu e um ao de .
- Quero que vocês entrem comigo – ela pediu sorridente. Eu e sorrimos para a menina e concordamos com a cabeça.
A marcha nupcial começou a tocar e as portas da igreja se abriram. Nós três colocamos enormes sorrisos em nossos rostos, enquanto eu e guiávamos até . Os olhos dela, assim como os de garoto, estavam cheios de lágrimas. Suas mãos tremiam, mas ela seguia confiante. Assim que paramos na frente dele, soltei o braço dela, pegando a sua mão e a de , juntando as duas e as beijando ternamente. Os dois me abraçaram, fazendo o mesmo com em seguida, e nós duas subimos no altar, ficando ao lado de e . O primeiro passou o braço pela minha cintura e encostei minha cabeça ao seu ombro.
A voz calma do padre encheu o ambiente, mas não com a cerimônia convencional de um casamento, e sim com a mesma passagem da bíblia de “Um Amor Para Recordar”. Meu corpo se arrepiou ao ouvir as palavras ecoando pela igreja, falando do amor verdadeiro.
- Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que tivesse o dom de profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. Ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno. O amor não é invejoso. O amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba. Mas havendo profecias, serão aniquiladas. Havendo línguas, cessarão. Havendo ciência, desaparecerá. Porque em parte conhecemos e em parte profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
- Quando eu era menino, pensava como menino. Mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino, porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face. Agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor... Estes três. Mas o maior destes é o amor.
Meus olhos inundaram de lágrimas ao ver a felicidade de e de uma maneira tão profunda como eu nunca havia reparado antes. Ela sorria radiante com lágrimas grossas caindo por sua face, tornando o seu rosto tão delicado. se colocou na frente dela, pegando as suas mãos para iniciar os seus votos.
- Nossa – ele começou nervoso – Nem sei o que lhe falar, . Fiquei duas semanas preparando os meus votos, mas, no fim, rasguei-os porque estavam horríveis – ele colocou a mão na cabeça, fazendo-nos rir. deu um sorrisinho ao vê-lo pegar a aliança – E também... Digo-lhe tudo que sinto nas coisas que escrevo – sorriu maroto – Nessas coisas, digo da maneira maluca de como me apaixonei por você. Sabe? E agora só consigo falar que a minha garota estrela é o que domina o meu céu – ele sorriu para ela, colocando a aliança em seu dedo – Espero que seja o suficiente – ela sorriu e pegou a aliança também, colocando no dedo dele.
- Claro que é suficiente – sorriu, pegando o rosto dele com as mãos – Eu te amo – selou os lábios dele sob uma onda de aplausos por toda a igreja.
Saímos antes deles, andando devagar. Eu sorria inconsciente, sonhando acordada com o meu grande dia, como ele seria, o que me diria, como meu coração bateria naquele dia, como meu sorriso se estenderia ao vê-lo colocar a aliança em meu dedo, como eu lhe diria que o amava e que seríamos felizes para sempre.
Paramos todos na porta da igreja, observando e que caminhavam de mãos dadas até nós, sorrindo. Quando eles cruzaram a porta, uma onda de palmas invadiu todo o lugar e as lágrimas de felicidade escorreram pelo meu rosto e das meninas com a felicidade de nossa irmã. e vieram ao meu lado, esperando por que andava sorrindo em nossa direção. Abraçamo-a juntas - um abraço que selava um dos momentos mais importantes da nossa amizade. Não havia palavras a serem ditas no momento. Só o abraço tão confortante de amizade dizia tudo.
- HARRY! ANDE LOGO, CARA! – gritava, pulando em cima do palco improvisado no salão, onde acontecia a festa do casamento.
- ESTOU INDO, MATE! – Harry terminou de tirar a gravata e pulou para cima do palco. Os quatro foram para trás de uma cortina como se fosse um camarim, o que gerou quatro pares de sobrancelhas levantadas. Mas o que eles estão aprontando dessa vez?
Staying Alive do Bee Gees começou a tocar quando as luzes baixaram e todos os convidados começaram a gritar.
- - era a voz do – Isso é para você jamais se esquecer dessa festa, mesmo que dê um pé na bunda do qualquer dia desses – os convidados gargalharam e as cortinas que os cobriam caíram, revelando os quatro e fazendo o meu queixo e os das três meninas ao meu lado caírem. Eles estavam vestidos como os Bee Gees, dançando Staying Alive. Ok. Pensei que morreria e não veria todos os absurdos da vida.
- Mas o que é isso, gente? - tampou os lábios e começou a rir sozinha – Eles parecem quatro gays – e começou a gargalhar gostosamente, provocando risos em nós também.
Os quatro formaram uma fileira e desceram pela escada, rebolando no ritmo da música. Foram para o meio do salão. Harry foi para o centro e girou, tirando a camisa colorida em seguida e provocando gritos em toda platéia feminina que estava presente.
- Invejosas – murmurou emburrada – É meu. Ok? – e todos à nossa volta caíram na gargalhada.
’s POV
Estava com os dudes atrás do camarim, improvisado o que o havia feito, tirando as roupas ridículas que estávamos usando. Acho que dançamos e divertimos os convidados por mais de uma hora e meia. Podia ouvir as garotas gargalhando sentadas à mesa. Eram todas escandalosas. Não tinha jeito. Mas, de repente, tudo ficou tão quieto.
- Mate – chamei que estava perto de mim. Olhei de uma maneira estranha para ele, com a sobrancelha levantada – , as meninas estavam rindo. Não é? – ele assentiu impaciente – Elas não estão... Quer dizer, muito quietas?
- , acho que você está louco – ele bateu em minhas costas e voltou a abotoar a camisa que estava usando antes. Dei de ombros, voltando a calçar o meu All Star.
- ! – entrou no lugar, onde estávamos, afobada. Harry deu um grito de susto e correu para perto dela, tampando seus olhos. ainda estava de boxers – Solte-me, Harry – ela se soltou dele nervosa e me olhou com os olhos arregalados – A bolsa da estourou – AH... MEU... DEUS... DO... CÉU.
Capítulo 18 – Everybody knows the end
(Coloque para carregar: The Heart Never Lies - McFly)
’s POV
- , calma. Respire fundo. Isso... Assim – ah, qual é, gente? Meu filho só está nascendo. O não precisa ficar desesperado desse jeito. Ou talvez precise. Não sei – Ande, Harry. Está devagar.
- Aquiete-se aí, dude. Quem vai ter o filho é a . Não você – Harry e riram do banco da frente do carro. Está certo. Parecíamos todos loucos. Em um carro, uma grávida em trabalho de parto, e no de trás, uma noiva que ia passar a primeira noite da lua-de-mel no hospital, vendo o afilhado nascer. Que ótimo para ela.
Talvez Harry estivesse tão nervoso quanto , porque, menos de dois minutos depois, ele estava estacionando em frente ao enorme prédio em que eles estiveram hospitalizados há alguns meses. Um calafrio passou pelo meu corpo com a lembrança.
já havia saído do carro e dado a volta no mesmo, abrindo a porta para mim. Não evitei a risadinha ao vê-lo todo nervoso, esperando-me com a mão estendida fora do carro.
- Estou bem – sorri e dei um beijo em seu rosto. Uma pontada na altura do meu ventre me fez gemer de dor baixinho e fazer uma careta em seguida – Ok. Quase bem – para alguém quem estava quase tendo um filho, eu estava calma. Mas não tinha motivos para me desesperar. Certo? Só iria piorar a situação.
praticamente me arrastou até a recepção do hospital e os nossos amigos vieram atrás. Porém acho que ninguém esperava realmente ver uma noiva entrando em um hospital àquela hora.
- Moça – se adiantou à recepcionista que no olhava curiosa – Minha namorada... É... A bolsa dela estourou. Sabe? E, bem, acho que o meu filho está nascendo! – a mulher atrás do balcão soltou uma risada baixa e assentiu. O cara estava tão ou mais nervoso do que eu. Realmente parecia que quem daria a luz seria ele.
A recepcionista interfonou para alguém, um médico talvez, e alguns minutos depois eu estava sendo levada por uma maca até a sala de parto. não saiu de meu lado nem por um segundo, assim como os nossos amigos que ficaram na porta da sala. Lembro-me de ouvir os médicos conversando entre si e sentir uma pressão fraca em meu braço. Então, de repente, o meu corpo começou a formigar e eu não sentia mais nada do tronco para baixo devido à anestesia.
- Pronta, ? – a médica simpática sorriu para mim e assenti, sentindo o nervosismo chegar.
Em poucos segundos, eu estava transpirando descontroladamente, ofegante.
- Um pouco mais de força, querida – a doutora pediu e fechei o meu punho, como se isso estivesse ajudando a expelir algo de mim. A cortina estendida à minha frente não me permitia ver nada. Eu só sabia que a minha criança estava nascendo e que para isso eu precisava cooperar.
havia ficado na sala. Estava ao meu lado, segurando a minha mão com força, os olhos cheios de lágrimas, e colocou o sorriso mais lindo do mundo em seu rosto quando senti que finalmente estava acabado.
Quando o choro dela chegou aos meus ouvidos, as lágrimas inundaram os meus olhos e pude ouvir gritos do outro lado da porta. Então desabei por saber que finalmente eu teria em meus braços uma pequena parte de mim.
- Parabéns, mamãe. Ela é linda! – a doutora Miller chegou perto de mim com um pequeno embrulho nos braços, sorrindo satisfeita. Meus braços se estenderam automaticamente e ela a colocou ali. se ajoelhou ao lado da maca e sorriu extasiado. O barulho da água batendo no teto me fez sorrir divertida. Eu já estava achando que não era tanta coincidência assim.
- Oi, Lucy – sussurrei, sorrindo, trazendo-a para mais perto de mim. Nada no mundo, nem mesmo o amor pelo homem ao meu lado, descreveria toda a minha emoção durante aqueles meros segundos. Era uma parte de mim que estava na minha frente naquele exato momento.
Doutora Miller chegou perto de nós e nos fitou, sorrindo, estendendo os seus braços. Entortei os lábios, contrariada, e entreguei Lucy para ela. Encostei a minha cabeça para trás e senti uma mão fria tocar a minha testa.
- De todas as palavras e frases que eu poderia dizer agora, de todas as coisas que podia fazer, de tudo que poderia lhe provar, de todas as vezes que pudesse apertá-la contra mim, de tudo que fosse possível no mundo agora, só tenho uma coisa para dizer – não consegui evitar o sorriso em meus lábios e o aperto em que a minha mão envolveu a dele – Eu te amo – como se não soubéssemos disso...
Epílogo.
Quatro anos depois
’s POV
E, finalmente, depois de tanto lutar, lá estávamos nós na enorme Wembley arena, abrindo a nossa turnê mundial. É, dude. Mundial. Respirei fundo e senti uma mão apertar o meu ombro. estava atrás de mim, sorrindo, tão nervoso quanto eu. Virei-me para ele e lhe dei um abraço apertado.
- Papai – ouvi uma voz estridente me gritando e me soltei de quase que imediatamente poucos segundos antes de Lucy chegar correndo perto de nós e pular me meu colo – Mamãe me disse para não vir aqui atrapalhá-lo, mas escapei dela e vim ver você – abriu um sorriso, orgulhosa de si mesma. Soltei uma gargalhada alta.
- Lucy – ela se encolheu em meu colo quando ouviu a mãe vindo em sua direção – Já falei para não atrapalhar o seu pai antes dos shows.
- Relaxe, – puxei-a com a mão livre, selando os seus lábios – Ela não me atrapalha em nada – fechou a cara e cruzou os braços. Eu sei. Mimo demais a nossa filha. Nossa filha. Soava tão bem.
- Vamos lá, garotos – Fletch entrou apressado na sala, praticamente nos tocando de lá – Desculpe, Lucy, mas agora o seu pai tem que ir – a menina curvou os lábios para baixo e me deu um beijo na bochecha, jogando-se para o colo da mãe.
- Boa sorte – apertou os seus lábios contra os meus e sorriu. Assenti nervoso e peguei a minha guitarra com as mãos suando de nervosismo.
- Dudes – eu, Harry e paramos ao ouvir uma voz embargada atrás de nós – Eu amo vocês, porra – nos abraçou com força, provocando altas gargalhadas.
- Deixe de ser gay, mate – riu e levou um tapa na cabeça de – Ai! Ok. Também amo vocês.
- Ok. Vamos lá fazer o que sabemos fazer melhor – olhamo-nos, sorrindo, e assentimos, correndo para o palco. Quando as luzes se acenderam e os fãs nos viram, foi como se o Wembley pudesse vir abaixo somente com os gritos e eme senti bem de novo.
A introdução de One For The Radio começou e os berros aumentaram junto com a música. No fim da primeira, já estávamos tão suados que precisávamos trocar de roupa. No fim da terceira, eu me sentia tão bem disposto como antes do show.
De canto, vez ou outra eu via e as garotas na entrada do backstage, junto com Lucy, Dylan e Mark. e nos deram a notícia da primeira gravidez de dois meses depois do nascimento de Lucy, mas a surpresa foi saber depois de algum tempo que eram gêmeos. e Harry resolveram finalmente se casar e e planejavam a cerimônia do casamento para depois da turnê. Parecia um final bom o bastante para todos nós.
- Há mais ou menos quatro anos atrás – entreguei a guitarra a um dos roadies, pegando o microfone – Nós quatro sofremos um acidente e, depois de pensarmos que ali acabava o futuro do McFly, escrevemos uma música. Ela não fala só do relacionamento entre a banda. Fala sobre o amor. Sobre o amor entre nós quatro e os amores das nossas vidas – virei o rosto para onde as meninas estavam e pisquei para . Tirei a franja do rosto e olhei para o publico de novo – Acho que é hora de tocar essa música para vocês.
(Coloque a música para tocar)
As luzes todas se apagaram e veio para o meu lado com o violão. Harry fez a contagem na bateria e então nós estávamos prontos.
Some people laugh.
Algumas pessoas riem.
Some people cry.
Algumas pessoas choram.
Some people live.
Algumas pessoas vivem,
Some people die.
Algumas pessoas morrem.
Some people run
Algumas pessoas correm.
Right into the fire.
Direto para o fogo.
Some people hide
Algumas pessoas escondem
Their every desire.
Todos os seus desejos.
Então senti como se aquele dia em questão tivesse voltado à memória de todos nós, por mais que eu não quisesse me lembrar. Cada segundo, desde o momento em que a van perdeu o controle, até o momento em que acordei cheio de tubos e agulhas no hospital. Eu sentia a agonia tomar conta de mim por me lembrar de cada segundo.
But we are the lovers.
Mas nós somos os amantes.
If you don't believe me,
Se você não acredita em mim,
Then just look into my eyes,
Então apenas olhe dentro dos meus olhos,
'Cause the heart never lies.
Porque o coração nunca mente.
Some people fight.
Algumas pessoas lutam.
Some people fall.
Algumas pessoas caem.
Others pretend
Outras fingem
They don't care at all.
Não ligar para nada
Entreguei a guitarra novamente a um dos roadies e me virei para o lugar onde as meninas estavam. Elas choravam tanto quanto nós, ou até mais. Essas garotas viveram a nossa dor. Só que não era esse exatamente o momento de sentir a dor que passamos há tanto tempo porque planejei cada segundo desse momento do show.
If you want to fight,
Se você quiser lutar,
I'll stand right beside you.
Ficarei bem ao seu lado,
The day that you fall,
No dia que você cair,
I'll be right behind you.
Estarei bem atrás de você.
To pick up the pieces.
Para recolher os pedaços.
If you don't believe me,
Se você não acredita em mim,
Just look into my eyes,
Apenas olhe dentro dos meus olhos,
'Cause the heart never lies.
Porque o coração nunca mente.
- , eu...Juro que queria fazer isso de um jeito mais digno, mas... Sabe, não sou bom nessas coisas – ela riu com os olhos cheios de lágrimas, apertando Lucy em seus braços. continuou cantando no fundo e, por incrível que possa parecer, mesmo com pessoas para todos os lados, minha voz, a dele e os nossos instrumentos eram as únicas coisas ouvidas no momento.
Another year over
Outro ano acabou
And we're still together.
E nós ainda estamos juntos.
It's not always easy,
Nem sempre é fácil,
But I'm here forever.
Mas estou aqui para sempre.
'Cause we are the lovers.
Porque nós somos os amantes.
I know you believe me,
Eu sei que você acredita em mim,
When you look into my eyes,
Quando olha dentro dos meus olhos,
'Cause the heart never lies.
Porque o coração nunca mente.
- De todas as palavras e frases que eu poderia dizer agora, de todas as coisas que podia fazer, de tudo que poderia lhe provar, de todas as vezes que pudesse apertá-la contra mim, de tudo que fosse possível no mundo agora, só tenho uma coisa para dizer – engraçado como tenho certeza de que ela está pensando “ele me disse isso há exatamente quatro anos atrás”. Não. Eu não disso isso exatamente quatro anos atrás. Para dizer as três palavras que eu estava planejando, precisava respirar fundo, embora soubesse a resposta que ela me daria.
'Cause the heart never lies.
Porque o coração nunca mente.
Because the heart never lies.
Porque o coração nunca mente.
- Quer casar comigo? – as lágrimas e os sorrisos enormes já bastaram para mim como resposta. Bom, não precisei respirar tão fundo assim. Talvez não fosse tão difícil, mas me diga: que complicação há no amor? Só uma: ter certeza de que você não pode mais viver sem aquela pessoa.
Sorri para ela e estendi minha mão para que viesse até onde eu estava. Os seus braços se apertaram em volta do meu pescoço enquanto finalizava a música. O estádio explodiu em gritos e aplausos quando a água gelada molhou o nosso rosto. me olhou incrédula, ainda sorrindo, e virou o rosto para cima, fazendo uma careta quando percebeu os alarmes de incêndio ligados, soltando uma gargalhada em seguida.
- Nem tudo pode ser perfeito – ela sussurrou, selando os nossos lábios.
- Desde que você esteja incluída nesse contexto, podemos repensar o significado de “perfeição” – rimos baixo e a apertei contra o meu corpo, ainda ouvindo os gritos e aplausos de nossos amigos também e tendo tanta certeza como antes de que eu havia encontrado a mulher da minha vida.
Você acredita em finais felizes? Sabe, eu não era muito fã deles, mas acho que acredito a partir de agora.
Because the heart never lies.
FIM.
N/A: Não vou chorar, não vou chorar, não vou chorar. Acabou, gente. Depois de dez meses de fanfic, um bom tempo em hiatus, acabou.
Perdoem-me, mas esse final foi horrível. Juro que queria algo mais digno para vocês. Juro que tentei. Juro mesmo. Vocês vão me desculpar?
The Heart Never Lies, bem, foi a música final porque a história em si foi baseada nela e esse último capítulo, escrito com uma boa dose de The Heart no repete. Podem acreditar.
Mas vamos lá. Vamos ao que interessa de verdade. Quero falar de uma coisa que foi tão importante quanto a própria Declarations todo esse tempo. Todas vocês que me acompanharam desde o início, nesses dez meses de fanfic, que me cobravam no @Everybodystom, que me xingaram quando coloquei em hiatus, que ainda lêem e quem não lê mais, obrigada por cada elogio, obrigada pelo carinho e pela paciência, obrigada a todas as minhas amigas.
Obrigada, Rav, porque, se não fosse por você, eu não teria enviado Declarations para o FOBSS e muito menos teria me tornado a autora viciada que eu sou hoje, haha.
Obrigada, Pris, simplesmente por ser você, porque, apesar de que conversamos pouco, eu a amo muito. Ok?
Obrigada, Laura, pelo apoio, pelas lições, pelos ensinamentos. Obrigada por criticar e por ajudar. Obrigada por ser você. Obrigada por ser minha amiga.
Obrigada, Thai do @vemquetemtommy, a minha primeira leitora de Declarations, que tenho certeza de que ficou muito brava quando entrou em hiatus e foi muito fiel durante todo o processo de criação de Declarations.
Obrigada a todas (sem exceção) garotas do twitter, que têm tanto carinho por Declarations. Para vocês, desculpem novamente por esse final. Queria ter feito melhor.
Obrigada, Vih, por ler Declarations com o Brian, o Matt e o Jimmy. Obrigada por surtar em cada atualização.
E obrigada, Ana, minha eterna, única e preferida beta. Porque você sabe: eu não a troco por nada. Vou persegui-la para sempre. Prepare-se, HAHAHAHA.
Obrigada mais uma vez por todo carinho de vocês com Declarations e comigo também.
Vocês não vão se ver livres de mim tão fácil. Acreditem. Acabaram de entrar mais duas fanfics minhas em parceria, fora as outras. Estou preparando mais uma solo para vocês. Aguardem as emoções fortes.
E admito que não quero finalizar essa joça, porque sinto que vou chorar rios depois disso. Vamos aos links então para prolongar isso mais um pouco?
Minhas fanfics:
Changeling (McFly/Em andamento)
Forget All You Know (McFly/Finalizadas)
Nightmare - parceria com Leticia Pan (Restritas/Em andamento)
Seize The Day - parceria com Rav Fletcher (Restritas/Em andamento)
Something Else (McFly/Em andamento)
Contato:
@izabelaschmidt
@Everybodystom
Orkut
Podem me xingar e/ou me chamar em algum dos meus contatos. Ok? Prometo que não mordo vocês!
Ok, é agora. Novamente, obrigada a todas vocês que acompanharam Declarations. Vou me lembrar com muito carinho de todas. Vemo-nos em breve na atualização de alguma das minhas fanfics, sunshines. Espero vocês por lá! Mil beijos.
Com carinho,
Bela.