Doutor Franklin Jonas


Escrita por: Luiza Oliveira - Lual





7:00 horas da manhã e todos já estavam de pé.
- Vem ! Quer ficar aí menina?
- Quero! – As lágrimas insistiam em deixar minha visão turva. Mesmo com todos dizendo que morar em LA seria o máximo, eu não queria deixar o , não logo agora que nosso namoro estava tão bom.
“-, a gente precisa conversar.
Ele se ajeitou na pedra em que estava encostado e comigo deitada em cima dele pra poder me olhar nos olhos. Ele estava tão bonito, os olhos castanho-claros combinavam com o fim de tarde de outono.
- Fala minha pequena. – Ele disse sério como se já soubesse a noticia a seguir.
- Minha mãe foi promovida... – As minhas orelhas pareciam queimar e comecei a sentir aquele ardor no nariz de quem vai começar a chorar – E a gente vai se mudar pra Los Angeles.
- O quê? Quando? – Num movimento rápido ele se levantou quase me derrubando no chão. Dava pra ver a tristeza pelo vacilar de sua voz.
- Depois de amanhã, – As lágrimas começaram a cair – já estava decidido há um tempo, mas ela só me contou hoje.
Depois de conversarmos tudo, decidimos que era melhor terminar. Sair daquele parque nunca me pareceu tão difícil. Não importando o quanto eu limpasse o rosto, o choro não parava. O dia depois daquele foi pesado, metade dele foi gasto chorando, e a outra arrumando o resto das coisas que sobraram, ainda chorando.”
- Vem Logo minha filha! – Minha mãe berrava e apertava a buzina do carro freneticamente, ao mesmo tempo.
Coloquei meu All star preto, no qual eu havia desenhado quadradinhos da mesma cor na parte branca e desci a escada sem dizer uma palavra.
Os primeiros dias foram tediosos, até o primeiro dia de aula não teve o mesmo brilho que tinha antes. Após a aula, eu me arrastei pra casa o mais lentamente possível, esperando que algum ET me notasse, me abduzisse, e me abandonasse, convenientemente, em casa, na de verdade, não naquele lugar ensolarado e cheio de árvores que chamavam de Los Angeles.
Eu olhava para o chão, e não percebi que uma bola de futebol vinha a toda na minha direção. Só me toquei quando ela já tinha me acertado em cheio na barriga, me fazendo cair no asfalto e ralar a mão. Enquanto ela quicava para longe, uma criança corria alegre atrás dela, sem os dois dentes da frente. Quando eu já tinha me levantado, o menino de mais ou menos 8 anos vinha em minha direção com a bola em baixo do braço.
- Ei! – Ele puxou a ponta da minha mochila – Você se machucou? – Eu tinha que admitir: Aquele baixinho na minha frente era realmente muito fofo, mas de onde eu me lembrava dele?
- Ahn..? Ah, não precisa se preocupar não – dei o sorriso mais simpático que pude, mas como em um bote o menino agarrou a minha mão e examinou como se fosse um médico.
- “Ah, não” é? E o quê é isso aqui?
- Não é nada, sério... Ta tudo bem “doutor” – ri da minha própria piadinha, mas ele pareceu ficar mais sério.
- É doutor Franklin Jonas pra você senhorita! Agora queira me acompanhar até o meu consultório. – O doutor Franklin me empurrou pelas costas até a porta de seu consultório, ou melhor, sua casa, passando pelo quintal cheio de brinquedos espalhados pelo chão, que mal dava pra ver a grama.
- Ô Frankie, posso te chamar de Frankie né? Então... Eu estou bem, não precisa se preocupar não, o senhor deve ter muitos clientes para atender, pode deixar que eu sei a saída ta?
- Mas já? Nem provou da minha torta de Pêssego. – Atrás de mim uma mulher muito bonita surgiu com uma torta na mão e um sorriso imenso no rosto. – Boa tarde! Nova amiga Frankie?
- É sim! Bonita não é mãe? Mas ela se machucou – Ele levantou a minha mão como se fosse um filhote de coelho ferido – E ela disse que precisa de ajuda, eu disse que tava muito ocupado, mas ela insistiu. Tem como quebrar essa mãe?
A essa altura eu já estava roxa e com a testa doendo por ter exagerado no “tapa dramático”.
- Posso sim meu amor! Leva ela pra sala que eu vou pegar um curativo.
Frankie me acompanhou até o sofá e ficou me encarando com aqueles olhos grandes e fofos como se eu fosse uma televisão passando desenho japonês.
- A enfermeira, dona Denise, já vai atendê-la – E não é que o banguelo tava achando mesmo que era médico? – Quer um copo de água? Um suco? Torta de pêssego?
- Aceito um copo de água.
- Ta bom... Mas não foge hein? Eu já volto! – E lá foi ele todo feliz buscar meu copo de água enquanto eu observava pra ver se ele ainda me olhava. Sim. Estava “escondido” atrás da porta me vigiando.
Comecei a ouvir outras vozes, vozes de garoto, cantando. Será? De repente as vozes pararam de cantar, e dava para ouvir que Frankie cochichava com alguém. Mas não dava pra saber o quê, nem com quem. Do nada, me vem o menino correndo, para na minha frente e coça a cabeça sem graça e diz:
- Ahn... Qual é seu nome mesmo hein? – Comecei a rir, no meio dessa doideira toda ele tinha se esquecido de perguntar.
- É ! – Sorri.
Ele saiu correndo de novo e voltou alguns segundos depois acompanhado de 3 meninos muito lindos e um copo de água. Os três estavam suados e pareciam cansados.
Carregavam equipamento de basebol e estavam sujos, mas ainda assim, estavam lindos! - Essa é a pessoal. Ela é minha nova amiga. – Ele parecia ainda mais sem graça – , esses são meus irmãos, , e !
Agora sim! Lembrei! Esse menino! É o Frankie, irmão dos Jonas Brothers. Nunca fui muito ligada em música, no máximo assisto “American Idol”, mas só.
- Prazer mademoiselle – Cumprimentou , e estava pronto para beijar minha mão quando Frankie deu um tapa nele.
- NÃO! Não toca na mão!
Todo mundo levou um susto, principalmente que agora estava com os olhos arregalados olhando para Frankie , e e olhavam para minha mão como se procurassem algum sinal de doença contagiosa.
- Por quê?
- Ta machucada não ta vendo? – Ele mostrou o machucado na minha mão novamente como se fosse um filhote de coelho.
- Pronto, ta aqui. – a mãe dos três meninos desceu com uma caixa pequena e branca com uma cruz vermelha em cima. – Onde que ta o machucado?
Mostrei onde estava e os quatro meninos ficaram olhando ela fazer o curativo em mim, depois os mais velhos subiram para tomar banho e me deixaram com Frankie novamente.
- Então? Você não me parecia muito feliz quando eu te acertei. Dia ruim na escola?
- Digamos que sim. – Sorri sem graça.
- Quer brincar comigo? Vai ver você fica mais feliz! – Os olhos dele brilhavam, e as bochechas eram tão grandes e fofas que eu não tive como dizer não. E lá estava eu, brincando de super herói com o irmão mais novo do Jonas Brothers. Não que eu ligue muito pra isso, mas fala sério, não tem como fingir que não é nada.
Passamos um bom tempo brincando, foi a primeira vez que me diverti depois da viagem. Já começava a anoitecer quando me toquei que tinha que ir pra casa.
- Doutor Franklin, tenho que ir pra casa. – falei ainda rindo enquanto ele fingia voar.
- Agora? Mas logo agora que nos teremos inimigos de verdade?
- Como?
- Você não percebeu Mulher elástica? Estamos sendo observados!
Olhei em volta e não vi nada, somente quando olhei pra janela de cima, vi que o estava observando toda a brincadeira e sorrindo. Por quanto tempo ele estava lá?
- Ah! Sim. – Ri um pouco sem graça. – Amanhã a gente brinca mais, ai a gente derrota o inimigo da janela ta bom? – Peguei minha mochila e dei um abracinho no meu mais novo amigo.
- Ta bom, mas vem mesmo! Eu vou te mostrar minha arminha de marshmallow – falou ele todo sorridente. – E pode me chamar de Frankie ok?
Fiz sinal de “sim” com a cabeça e saí pelo portão. A essa hora já estava um pouco escuro, e eu andava sorrindo agora. Já estava na porta de casa quando ouvi passos atrás de mim. Era o .
- ! Você... Esqueceu... O seu... Chaveiro... - Ele estava ofegante. Ri das bochechas rosadas dele e do cabelo bagunçado.
- Brigada , eu sempre esqueço esse troço, e morreria se eu o perdesse. Ah ... Me chama de ok? Eu prefiro! –Sorri.
- Ok, ! – Ele devolveu o sorriso e ficou me olhando por um tempo, na verdade nós dois ficamos nos olhando, não sei o que ele estava pensando, mas eu estava pensando em como ele consegue ser tão bonito mesmo quando está todo sujo, suado,ou de bochechas rosinhas.
- Bom... Eu vou entrar então. Tchau!
- Ahn... Er... Tchau então...
- Eu vou lá amanha, pra brincar com o Frankie, você podia brincar com a gente, ao invés de ficar só olhando. – Ele riu e acenou com a cabeça. Esperou eu entrar em casa para ir embora.
Todos os dias depois da escola eu ia pra casa dos Jonas, todos eles eram muito zelosos comigo e Frankie e até um pouco ciumentos. Los Angeles se tornava melhor a cada dia.
- , você quer vir amanha jantar aqui em casa? É aniversario do meu pai.
- Não sei , não tem nenhum problema? – eu brincava com o cabelo dele e com o do entre meus dedos enquanto nós quatro, eu e os Jonas mais velhos, estávamos deitados na grama olhando as estrelas.
- Não. – Continuou .
- Na verdade, a gente perguntou e ele disse que achava uma grande idéia. Então? Você vem? – já tinha levantado e agora me sacudia de um lado para o outro.
- Venho!
A rua estava cheia de carros estacionados, e eu acho que nunca tinha visto tanta gente junta só para um almoço. Entrei e cumprimentei o senhor Jonas I e Frankie já veio me chamar para brincar.
- Porque você ta toda arrumada? Não vamos poder brincar com você vestida desse jeito! – ele começou a empurrar as minhas costas em direção ao portão.
- Eu queria causar uma boa impressão, não gostou Frankie?
- Vai já colocar uma roupa de brincar!
- Eu gostei! – apareceu do nada atrás de mim como um fantasma.
- AI MENINO! Que susto! – a essa altura nos três já estávamos no meio da rua com Frankie me empurrando insistentemente.
- Ué, eu só falei a verdade. – ele sorria. Tão Lindo!
- Não é isso... É... Ah esquece! E Frankie: pára de me empurrar! Eu sei o caminho de casa!
Ele saiu de cara fechada e voltou pra casa todo dramático.
- Ai droga! Agora ele ta bravo comigo. – Sentei no meio fio e apoiei a cabeça nos joelhos enquanto me olhava imóvel. Ele se sentou ao meu lado e pegou na minha mão. Nunca tinha sentido o que senti naquele momento. O mundo parecia ter parado de rodar. Mas peraí!!! Ele só segurou a minha mão. I DROGA! Eu tenho que admitir. Gosto dele. Gosto muito!
- Ele não ta bravo de verdade. Só quer brincar. – ele fazia carinho na minha mão com o dedão e eu me sentia cada vez mais leve. Levantei a cabeça disposta a ir pra casa, trocar de roupa, voltar para brincar com o Frankie e esquecer tudo isso. Afinal, não faz nem dois meses que eu terminei com o , não posso me apaixonar de novo. Não pelo . Não.
- Olha , - sorri o melhor que pude. – eu vou lá trocar de roupa e já volto, avisa pro Frankie pra mim?
- Mas eu já falei: Você está tão bonita. Não tem motivo pra fazer isso, e se fizer todas as vontades do Frankie, já já você vai estar por ai de cavalinho dele.
Eu já tinha sido cavalinho dele. Ri e dei de ombros. Eu ia pra casa de qualquer jeito. quando eu me virei de costas para ir em direção à minha casa, senti um puxão no meu braço e como minhas pernas ainda estavam bambas, logo eu estava com o corpo colado ao de e ele me abraçava forte como se não fosse me soltar nunca. Foi chegando perto e antes que eu percebesse minha boca já estava sendo explorada pela língua dele. O beijo foi tão quente e cheio de carinho quanto inesperado, e quando ele me soltou minhas pernas estavam mais bambas que antes e eu continuei abraçada nele até eu conseguir me recompor.
- O... Quê que foi isso? – eu estava atordoada, zonza, sem explicações e muito mais apaixonada do que antes. Será que eu tinha deixado tão na cara assim? Ele já sabia que eu gostava dele?
Ele riu e sem dizer uma palavra me levou até a porta da casa dele de novo. Antes de entrarmos ele me deu um selinho e olhou bem nos meus olhos.
- Te amo. –Ele falou baixinho para só eu ouvir, e sorriu. Aquele sorriso lindo de novo!
- Eu...
- Não precisa responder agora!
Entramos ainda de mãos dadas e em menos de 3 segundos veio e colocou as duas mãos nos meus ombros me forçando a andar de costas até o armário mais próximo.
- Então? Ele te falou? Como foi? Ele te beijou? - Ele me bombardeava de perguntas enquanto eu ainda estava em transe.
- Ahn? Ele me beijou sim mas... PERAI! EU ERA A ÚNICA QUE NÃO SABIA QUE ISSO IA ACONTECER?
- Shiiiiiiiu!! Fala baixo! – que apareceu de repente (pelo que parece ele já estava no armário), essa família tem um sério problema de aparecer do nada.
- Ta bom, a gente achou que você já tivesse sacado, mas parece que você vive no mundo da lua ! Ele já esta afim de você há muito tempo. – Joe me explicava calmamente como se fosse a coisa mais normal do mundo. – Agora conta TUDO!
Depois de explicar para e o que aconteceu, eu voltei pra casa morrendo de vergonha porque uma das tias deles me viu saindo do armário com os dois Jonas e eu a ouvi comentando com outras.
Na volta, chegando perto de casa vi um carro familiar na porta. De quem era aquele carro? Será? Sai correndo e quando entrei...
- Surpresa! – É! Definitivamente foi uma surpresa!
- An.. ?... O que você ta fazendo aqui? Como... ?
- Minha pequena! – Ele me ergueu do chão e me deu um selinho. – minha mãe veio passar o fim de semana aqui a trabalho e eu pedi para vir junto. Não liguei antes porque queria que fosse surpresa!
- Bom. Agora eu vou deixar os dois pombinhos a sós, se quiserem podem ir lá pra cima que eu já já levo um lanche para vocês, ta bom? – minha mãe foi toda sorridente para a cozinha, porque ela não tinha essas idéias quando eu morava em New York?
Nos dois subimos de mãos dadas, ele estava tão sorridente e os olhos brilhavam tanto em me ver. Quando nós entramos no meu quarto o mural de fotos que costumava ficar entupido de fotos nossas agora era inteiro de fotos minhas com os Jonas, ele tentou disfarçar, mas deu para perceber que ele procurou para ver se restava pelo menos uma dele. Não tinha nenhuma. Me senti uma sem coração, aquele menino era tão importante pra mim e não sobrou nenhuma foto dele pra contar historia.
- Novos amigos? – Ele tentava sorrir e me encarava enquanto eu estava sentada na cama olhando para meus pés.
- Sim.
- Bom, eu vou passar o fim de semana todo aqui, talvez você possa me apresentar a eles. Eu também estava pensando de a gente sair, como nos velhos tempos. - Eu tremia, ainda não tinha superado totalmente o , nós não tínhamos terminado, só tínhamos sido obrigados a ficar longe um do outro, e dava pra perceber claramente que ele ainda não tinha me superado também. – ... Você não parece feliz em me ver. Tem alguma coisa que você quer me contar?
- Na verdade não, eu queria mesmo era te perguntar. Por que você nunca ligou? Por que quando eu deixava recado você nunca retornava? Você me abandonou e queria que eu voltasse correndo para os seus braços? – Eu chorava desesperadamente, não conseguia me conter. Todo esse tempo achando que tinha sido fácil pra ele, passei dias chorando nos cantos por esse menino e ele me aparece logo agora?!
- ... Eu não tenho como te explicar, mas eu quero que você saiba que foi muito difícil pra mim te ver partir do nada. – Ele me abraçou do jeito que ele sabia que eu não conseguiria resistir. Ele conhecia todos os meus pontos fracos, e usou todos contra mim naquele momento. Chegou perto e me deu um beijo, eu ainda chorava e não queria beijá-lo, mas não sabia o que fazer. Durante o beijo percebi que ele era só uma ferida aberta porque eu não senti o mesmo que havia sentido há poucas horas atrás. Num susto ouvi a porta bater e o barulho de alguma coisa caindo no chão, larguei o mais rápido que pude e quando olhei para o chão, meu chaveiro. Saí correndo e abri a porta, mas já era tarde. há essa hora já estava atravessando a rua correndo.
Expliquei toda a historia para o , ele ficou com muita raiva e disse coisas horríveis. Como eu pude ficar tanto tempo com um garoto e nem saber quem ele é de verdade? Não o vi por um bom tempo depois disso, mas do não tinha como eu fugir.
- No quê que você estava pensando? No mesmo dia, ? – transbordava de raiva. - Eu não sabia o que fazer. Ele foi chegando perto e eu fiquei sem ação. Foi tudo tão de repente... Ai , não briga comigo, por favor! Você também não! – Eu chorava pouco, mas estava doendo muito dentro de mim e eu não queria parecer uma manteiga desesperada no meio da rua.
- Olha, desculpa. Eu não queria fazer as coisas ficarem piores pra você só que eu to vendo como o ta, e ele não ta nada bem. Fica no quarto tocando musicas melancólicas e só sai de lá pra comer, quando ele sai. Vocês têm que conversar.
- Ta louco? E o quê que eu vou dizer pra ele? “Oi , desculpa ter beijado meu ex-namorado no mesmo dia que eu descobri que você gostava de mim”? Ai ! Eu não sei nem como eu vou poder olhar na cara dele depois disso tudo!
me abraçou e ficou fazendo carinho no meu cabelo, andamos em silêncio até a porta da casa dele, e quando eu me virei para ir para a minha ele perguntou se eu queria entrar.
- Não dá, ... Desculpa mesmo, bem que eu queria, mas eu não sei o que fazer e tenho medo de fazer besteira de novo.
- Vem, , você não precisa dizer nada, o ta lá em cima e ele disse que queria conversar com você.
- Ah, ta bom. – passei pelo quarto de com o coração mais acelerado do que nunca. Dava para escutar ele tocando no violão “You Just don’t know it”. Apertei forte o braço de e ele fingiu que não doeu, mas depois eu o vi passando a mão por cima, coitado.
- Chamou ? – Sentei na cadeira do computador e comecei a rodar, não queria olhar para ninguém.
- Ahan! Olha... – Ele parou a cadeira e ficou olhando bem nos meus olhos, nunca vi o tão sério, droga! – Você TEM que falar com ele, não dá pra ficar mais assim desse jeito. Você vai lá, vai explicar tudo e se resolver!!- Ele me levantou da cadeira e me carregou no ombro como se eu fosse um saco de batata até a porta do quarto do , bateu na porta e me deixou lá.
– Fica aí!
- Não, mas... O disse que você tinha uma coisa... – Calei a boca quando vi o me dando tchauzinho e morrendo de rir em cima da cama, era de se esperar daquele palhaço.
Quando o abriu a portão cabelo dele tava todo bagunçado, acho que ele não sabia que eu estava na casa dele porque ele realmente levou um susto, tanto que ele deu um pulinho pra trás. A cama estava toda bagunçada e ele ficou me olhando por um bom tempo antes de eu ter coragem pra falar alguma coisa.
- Eu posso... – A voz saiu falha, como se não quisesse sair de jeito nenhum – Posso... Falar com você? – Ele não respondeu, e a única coisa que eu vi foi a porta vindo em direção ao meu rosto. Num reflexo rápido coloquei o pé entre o batente e a porta antes que ela fechasse completamente. – É serio, ! Eu quero mesmo falar com você. Por favor!
- Dois minutos! – Ele se deitou na cama e ficou encarando o teto. Fazia quase uma semana que ele não me olhava nos olhos.
- Olha eu vou falar rápido por que se não eu morro no meio do caminho: Eu não sabia que ele tinha vindo pra cá, eu não sei o que você viu ou ouviu mas aquele beijo foi o maior erro da minha vida e eu não deveria ter deixado. Ele é passado pra mim e eu não sabia como dizer isso pra ele, ele tava tão feliz em me ver e naquela hora eu não tinha certeza de nada, mas agora eu tenho, e eu sei que a única coisa que eu quero é você, mas se você não me quiser de novo eu vou entender e eu só queria que a gente voltasse a se falar porque eu não quero que as coisas continuem assim. Não quero mesmo. – Desmoronei no chão, minhas pernas não agüentavam o peso de tudo aquilo que eu tava sentindo. Não vi mais nada, as lagrimas não deixavam.
Senti o abraço dele envolta de mim, e só deu para perceber que ele também chorava.
- ... Tem como concertar isso tudo? – Eu soluçava.
Ele levantou, estava todo vermelho, me estendeu a mão para me ajudar a levantar, quando eu já estava em pé me abraçou, os dois continuavam chorando, o abraço foi mais forte do que o primeiro.
- ...
- Oi? – meu rosto estava fundo no ombro dele, não queria olhar, não queria que ele me visse tão patética.
- Olha pra mim... – ele já parecia mais calmo, fazia carinho nas minhas costas. Olhei. - Não posso, eu te amo e fiz besteira. , te amo! Já te amava antes disso tudo, só que eu sou uma burra e não te disse isso quando era a hora certa. – Ele levantou meu rosto com a mão e colou a testa na minha.
- Tenho que agradecer ao Frankie por ter trazido você pra minha vida. – Aquele sorriso. Ele secou meu rosto com a mão e me deu um selinho seguido de outro sorriso.
- Tenho que agradecer sua mãe por ter te colocado no mundo! – Dei um beijinho na bochecha dele. Ele chegou perto e mordeu a minha orelha. Ainda com a boca perto da orelha ele disse:
- Acho que depois de isso tudo eu mereço um pouco mais não é?
Ele me beijou, mais carinhoso, mais intenso, mais quente e mais perfeito do que qualquer outro beijo que eu já tenho provado. Eu brincava com os dedos entre cabelos dele enquanto ele apertava a minha cintura e fazia carinho. Eu o Amo, e a boa noticia é que ele me ama também!
- Bom, parece que vocês já estão bem resolvidinhos não é? – ria na janela, e dava pra ver pelas folhas no cabelo dele que ele tinha subido pela árvore que fazia esforço pra se manter sentado no galho com aquela calça apertada.
- E aí ?? Como ta?? Eles já tão se pegando? – berrava lá de baixo.
Depois de ouvir todo o tipo de piadinha e de escutar em todas as vozes possíveis que e conseguiram fazer “eu faleei! Eu sou demaais!” veio me deixar em casa.
Andamos o mais devagar possível o caminho todo. Conversando sobre momentos que a gente queria dizer o que sentia, mas tínhamos coragem.
Ganhei outro dos beijos perfeitos, que a cada vez ficavam melhores, e já tinha aberto a porta para entrar quando me abraçou por trás.
- Vai lá em casa amanha, a gente pode brincar de super-herói.