Dom de Natal

"Você sabe que quem escolheu esse destino foi você, , agora siga o seu caminho" - uma voz ao longe falava, enquanto o garoto dormia num sono perturbador.

- Não, ! - acordou suando; levantou rapidamente e foi lavar o rosto. Por que aquelas lembranças o perseguiam?

- , amor, você tá bem? - , sua namorada, apareceu.

- Eu tô bem, só tive um pesadelo.

- Com ela, não foi?

- Foi, desculpa.

- Tudo bem, um dia você supera. Agora vem para a cama. - deitou na cama, mas não conseguiu mais dormir; ficou apenas lembrando-se daquele dia.

[flash back] *24/12, as 11:40 da noite.

Era véspera de natal. Todos estavam reuindos na casa de James, um amigo dos meninos do McFLY [ , , e ]. Estavam todos alterados, alegres... menos duas pessoas na cozinha.

- , eu já falei que você pira, garoto, não sei de onde você tira essas coisas.

- Ora, , eu bem que vi... Só faltava você beijá-lo.

- Poupe-me de suas estúpidas conclusões.

- Eu vi, tá.... se você quiser ir lá ficar com ele, vá, eu não me importo. Eu também vou sair pegando geral. Bem que a Melly está me dando mole... - recebeu um tapa na cara.

- Cala a boca, ! Eu vou embora, e só volte a falar comigo quando você crescer. - falou e saiu sem se despedir de ninguém. a seguiu; ambos estavam de carro.

viu pelo retrovisor que a seguia e tentou o despistar, em vão... ele era ágil. Quando o relógio bateu meia noite, fogos começaram a explodir por toda Londres. "Feliz Natal"; não para os dois. foi tentar fazer uma curva arriscada e perdeu o controle do volante. Seu carro capotou e foi arremessado longe.

-NÃO, ! - desceu correndo do carro, e foi ao encontro da namorada. Ela ainda estava viva, mas gravemente ferida.

- , é você?

- Sou eu, meu anjo, fica calma, aguenta, a ambulância já chega. - uma mulher que viu o acidente havia ligado para o pronto socorro.

- , me ouve, eu... ai... doi muito! Eu queria dizer que eu te amo, e sempre vou amar...

- ....

- Me ouve, poxa! Eu quero que você me prometa que será feliz; me prometa, eu não irei descansar sem que você fique bem.

- , não...- chorava.

- Eu te amo... - ela falou, e logo em seguida deu um longo suspiro. Aquele era o fim.

- Eu sempre vou te amar. - ele falou, segurando o rosto dela. Ele sempre a amaria... jamais a esqueceria.


Quatro anos se passaram; conseguiu reconstruir sua vida. Namorava . Nunca a amou, apenas se sentia atraido. O McFLY, bem, a banda decediu dar um tempo. Não era o fim, mas eles queriam um tempo para eles, como férias bem prolongadas, e nesse tempo se tornou dono de uma gravadora, abriu um Pub com um primo, e e montaram uma escola de música.

[fim do flash back]


Bem, lá estava ele, quatro anos depois, remoendo aquele dia em um pesadelo que pertubava quase todas as suas noites.

__*__*__


Quem sabe seus dias parassem de ser tristes com a chegada de um novo sorriso, capaz de o fazer reavaliar seus atos... esse sorriso viria de longe, de um país além do oceano atlântico.


era brasileira e morava em Londres com uma amiga a alguns anos. Recentemente elas começaram a trabalhar na escola de música de e . , sua amiga, era técnica dos computadores da área de lazer e também professora reserva de violão, caso algum professor faltasse. era uma "atentende de alunos"; ela ficava na biblioteca do lugar, auxiliando as pessoas, dando dicas, e cuidando também dos instrumentos e da revisão antes das aulas. Deixe-me explicar; após cada aula ela passava de sala em sala verificando se estava tudo okay, reabastecendo a caixa de palhetas, recolhendo os istrumentos danificados, guiando alguns alunos perdidos. Esse era o trabalho dela, e mais a tarde ela tinha uma folga de meia hora, onde sentava na lanchonete e ficava lá ouvindo musica e lendo. Já sua amiga ia namorar... ela era a "ficante quase namorada" de . Eles não escondiam de ninguem, sempre estavam juntos, mas por um pouco de medo de se prenderem é que eles não estavam namorando.
, ou , como a chamavam, nutria uma paixão por , mas nunca se atreveu a manifestar esse sentimento. Também, para ele, não fazia diferença saber ou não; desde a morte de ele havia se tornado um rapaz frio, esnobe, ele havia brigado com a família por bobagem e parecia não se importar com isso. Há algum tempo ela havia tomado uma iniciativa: não pensaria mais no garoto; isso só a fazia sofrer. Ela decediu ocupar a cabeça e, quando a imagem dele invadisse a sua mente, ela trataria de espantá-la. Estava indo bem.


- Oi, Sr . O ligou e pediu para você ligar para ele assim que possível. - Cindy, a secretária, falou.

- Ah sim... Liga para ele e transfere para a minha sala.

- Sim, senhor...


- Fala, .

- Oi dude! Tava tentando te ligar a um tempão.

- Algum problema?

- Não, eu só tô querendo te fazer um convite.

- , eu já falei que não me caso com você. - falou, e escutou a risada do amigo.

- Idiota, não é isso, é que o aniversário do tá chegando, e ele não quer festa, ele quer um camping com os amigos.

- Opa, tô dentro.

- Avisa o , bem... o vai para casa dia 19 de dezembro para viajar com a família, então a gente podia fazer o acampamento no dia 16.

- Beleza. Então eu te ligo depois e a gente combina os detalhes.

- Ok, dude, até. Avisa o !

- Okay, bye. - e desligaram.


- , espera... - gritava. O amigo já estava saindo; assim que o alcançou, contou a novidade e ele ficou contente. Precisava mesmo de um acampamento com amigos.


*No acampamento*

tocava violão, cantarolava, e bebiam acompanhando a melodia. Ouviu-se ao longe um barulho, que lembrava o som de um animal grande quebrando galhos.

- Hey hey, vocês ouviram? - se assustou.

- Não deve ser nada, fica susse- falou, mas o barulho se aproximou.

- Ahhh eu tô começando a ficar com medo. - falou, e todos se levantaram.

- Fazemos assi:m se for um animal, a gente corre em direção ao lago. - falou. Eles estavam bem perto de um lago.

- Gênio, aí a gente se afoga! - falou, dando um pedala no amigo.

Uma neblina densa tomou conta do lugar; foi repentina, e mesmo eles estando perto um dos outros, era impossível definir os rostos dos amigos.

- Galera, tentem segurar as mãos. Não podemos nos perder, mas isso deve ser normal. - falou, vasculhando o ar e segurando o braço de .

- , ou ?? - perguntou.

- , e eu tô segurando o braço do . - falou, trazendo o amigo para mais perto.

- Gente, eu não acho o . - falou.

- , a gente tá aqui, tenta...

- AHHHHH! - eles ouviram um grito, que era de .

- Dude, você tá bem? Cadê você?? - choramingava. A neblina foi sumindo.

Eles conseguiam enxergar quase perfeitamente agora, mas ainda assim não viam .

- Oh My God... - gritou e correu em direção ao lago; boiava de barriga, para baixo. Parecia estar desmaiado. Ele se jogou e arrastou o amigo até a margem.


- , ! - ele ouviu alguém o chamando ao fundo. Era uma voz feminina.

- Eu...

- Sou eu, .

- , você tá aqui... mas... eu morri?
- ele não a via, mas a ouvia.

- Não, ; logo você volta. Me ouça.

- Eu estou ouvindo.

- A partir de agora, você receberá um dom. Saiba usa-lo ao seu favor! Tudo que acontece tem um significado, aprenda a fazer as escolhas certas....

- Escolhas certas? Dom?? , eu não entendo.

- Você entenderá. Um... Dois... Três... VOLTA.
- gritou e sentiu um peso sobre seu corpo. Abriu os olhos lentamente; estava em um quarto de hospital, todo branco, e viu a imagem de parado, olhando pela janela.

- ??

- Ah, , graças a Deus! Pensei que você não ia acordar.

- O que aconteceu, há quanto tempo eu tô aqui?

- Você caiu no lago e se afogou... ficou inconciente por três dias.

- Woah... minha cabeça doi.

- Fica quietinho aí, eu vou chamar o médico. - saiu. O médico veio, fez alguns exames e o liberou. É, tudo parecia normal, mas eu não diria isso se fosse . As coisas estranhas começaram acontecer no dia seguinte da sua liberação.


O sol manso invadia o quarto; ele sentia cada pedacinho do seu corpo se aquecer. Parecia que havia renascido. Tomou um banho, se arrumou para mais um dia de trabalho, e ao sair do seu apartamento encontrou sua vizinha idosa no corredor.

- Bom dia, Mrs Sanders.

- Bom dia, . Manhã linda, não?

- Maravilhosa. - se virou para trancar a porta.

"Dia lindo para uma pessoa como você morrer!!" Mrs. Sander pensou.

- O que disse? - se virou, rapidamente. A mulher o olhou, assustada.

- Eu não disse nada.

- Mas....

"Deve estar ficando louco, efeito do álcool" ela pensou. Ele a olhou e não viu sua boca se mexer; ele podia ouví-la mesmo assim. Aquilo estava sendo estranho.

Ele entrou no elevador, e ficou pensando sobre o que acabara de acontecer.

O elevador chegou ao subsolo; ele desceu e encontrou Constantine, uma mulher de uns 40 anos, casada, e mãe de duas filhas insuportáveis.

- Bom dia, .

- Bom dia.

"Seria um dia melhor se eu tivesse acordado ao seu lado" ela pensou e a olhou, assustado.

- Está tudo bem, ? Você me parece assustado.

- Tá... tudo... bem... eu... eu preciso ir. - ele falou.

- Okay, tenha um bom dia.

"Gostoso".

- Tchau. - ele entrou no carro e ficou observando o nada. Era impressão ou ele havia acabado de ouvir os pensamentos daquelas duas pessoas? Não.. .deveria ser só nóia da sua cabeça. Ele respirou fundo e seguiu seu caminho. Ao chegar na escola, continuou a ouvir os pensamentos; havia acabado de descobrir que a recepcionista era lésbica, o faxineiro tinha uma paixão secreta por uma professora e que a sua secretária pensava em como seria a sua noite.

- , posso entrar? - era .

- Entra, dude. Fecha a porta e não pensa.

"Ele bebeu??" pensou e riu.

- A Cindy falou que você parecia estressado... aconteceu alguma coisa?

- Aconteceu, e foi algo estranho, e eu não sei o que fazer, eu...

"Ixi, quer ver que ele traiu a ..."

- Em primeiro lugar eu não trai ninguém, e em segundo, eu só posso confiar em você, e se você contar isso para alguém eu faço picadinho de você e dou para o meu cachorro comer.

- Credo, , fala logo que você tá me dando medo.

- Hoje eu acordei, nada fora do normal, mas assim que eu sai de casa eu comecei a ouvir os pensamentos das pessoas.

"Tá, ele realmente bebeu."- pensou, fazendo uma expressão muito engraçada.

- , é sério... e eu não bebi okay, eu tô falando sério, pensa em algo, uma letra de música, o nome de algum lugar, uma fala de algum personagem, anda... pensa logo.

- Tá, calma, você tá louco mas tudo bem... okay okay... no que eu tô pensando?

"I didn't get a lot in class, but I know it don't come in a shot glass" pensou em um trecho da musica Rehab, da Amy Winehouse.

("Não aprendi muito na escola, mas sei que não aprenderei bebendo"[Rehab - Amy Winehouse]).

- I didn't get a lot in class, but I know it don't come in a shot glass... música da Amy. - cantou essa parte da música.

o olhou, assustado. Não... deveria ter sido conhecidência, só podia.

"Tá, isso foi estranho, mas deve haver uma lógica, deve ter sido uma conhecidência boba..."

- Não há lógica, , e não foi conhecidência.

- Caraca, você consegue mesmo.

- É o que eu tô tentando te dizer, oh anta... eu não sei o que eu faço.

- Dude, eu amaria ter esse poder... mas... desde quando você têm isso?

- Começou hoje de manhã, eu acho.

- Será que foi algum efeito do afogamento.

- Não sei, não sei.

- Tenta ficar calmo.... eu... ah, merda, eu também não sei o que fazer.

Os dois ficaram conversando um tempo até que decediram voltar ao trabalho.

O dia passou normal. ficou trancado na sua sala, pensando sobre o seu dom. A tarde chegou e aquele lugar estava o sufocando, então decediu ir tomar um suco na lanchonete.

- Olá, Greg.

- Olá, Sr . A que devo a honra da visita?

- Sede... prepara aquele seu super suco? Por favor.

- É para já.- Greg falou, desaparecendo do balcão.


"I wish I could bubble wrap my heart in case I fall and break apart. I'm not God, I can't change the stars..." - uma voz feminina vinha do fundo da lanchonete e cantava um dos sucessos antigos do McFLY, se virou e se deparou com uma garota jovem, de cabelos castanhos. Ela ouvia musica e cantarolava em pensamento, enquanto observava a vista pela janela.

A garota sentiu que tinha alguém a observando e se virou, encarando . Ele a olhava com um sorrisinho tímido. Sentiu suas bochechas corarem; estava a olhando! Ela sorriu. Ele se levantou e foi se aproximando.

"OMG... OMG... okay, , respira fundo" riu com o pensamento dela.

- Olá, posso me sentar?

- Claro.

- Sou .

"Em que mundo ele acha que eu vivo??"

- Prazer, sou .

- Você estuda aqui? - ele perguntou, intererssando.

- Não, eu trabalho aqui.- ela falou, e reparou que ele ficou sem graça.

- Nossa, que mico... bem... Há quanto tempo você trabalha aqui?

"Típico".

- Acho que uns cinco meses ou mais, não sei bem.

- Você deve estar me achando um patrão bem desligado.

-N ão, você só deve ter assuntos mais importantes do que a funcionária quase nova, e também, o me contratou na semana em que você estava viajando, então eu acho que não foi informado.

- É ele nunca me informa; normal, estamos falando de .

", , deve estar por aí com a ..." ela pensou e riu.

- Por falar em , onde aquela criatura sem cérebro se meteu?

- Por aí.- ela respondeu, sorrindo maliciosamente. Sabia bem onde ele estava.

- Ah sim... ele deve estar com a garota dele! Como é mesmo o nome dela?

- . - falou, e olhou para a janela mais uma vez. Ele apenas a observou.

- Sr. , seu suco. - Greg avisou e se levantou para buscá-lo. se levantou junto.

- Está na minha hora, preciso ir, até. - ela falou, pegando as suas coisas e saindo, deixando um observando o nada.

- Ela é bonita, não? - Greg falou.

- Muito. Me diz, Greg, como eu nunca a vi por aqui?

- Não sei...

tomou seu suco, conversou um pouco com Greg e voltou para a sua sala.

ficou atordoada; , o seu , havia falado com ela! Era bom demais; assim que chegou na biblioteca, encontrou e conversando.

"Os dois conversando, que cena engraçada." ela pensou e riu.

- , você não vai acreditar.- falou. A amiga tinha um sorriso de orelha a orelha, que não era maior que o sorriso de .

- Eu posso acreditar se você me contar.

- Eu a pedi em namoro. - falou, abraçando .

- Meus parabéns, e bem vindo a familia, ! - ela falou, abraçando os dois.

- Vamos sair para comemorar hoje a noite... Quer vir junto?- a convidou.

- Não, não tô afim de ser uma vela... vocês têm que comemorar sozinhos.

- Boba... o pode levar um amigo dele.

- É, eu posso.

- Não, fica para a próxima.

- Então tá, chata- mostrou a língua e ela riu. - Agora eu preciso ir, tchau tchau. - ele beijou a namorada, deu um beijo no rosto de e saiu.

As duas ficaram dando pequenos chiliques, o que era normal entre elas, até voltarem ao trabalho.


havia passado a noite inteira pensando na tal garota; como ele nunca a observou? Ele deveria ser muito tapado mesmo. falava algo, mas ele não ouvia.

- , amor, eu tô falando com você.

- Desculpa, eu tava pensando em... trabalho... sobre o que você tava falando??

- Sobre um vestido que eu vi hoje, lindo, perfeito e maravilhoso... - e ela continuou a falar, e ele continuou a não ouvir.

não era o tipo de garota que pensava muito, ela passava a maior parte do tempo dela falando e falando sobre roupas, sapatos, celebridades; só futilidades. Quando ela pensava, era sobre uma música da Britney ou o nome de uma marca ou uma loja do shopping.

- Amor, eu preciso ir, já tá tarde. - ela falo,u se levantando e arrumando o vestido.

- Okay. Eu vou chamar um taxi para você, não tô em condições de dirigir, tudo bem?

- Uhum.

"Então tá né, fazer o que", ela pensou.

Eles se beijaram na despedida. Ele voltou para o seu apartamento e continuou pensando na garota da escola até adormecer.


No dia seguinte.

esperou a tarde chegar, apreensivo; desceu até a lanchonete e lá estava ela, lendo um livro. Ele podia ouvir seus pensamentos, lendo, intrigada aquelas páginas. A sua expressão era séria; ele decidiu não atrapalhar, já que ela parecia tão concentrada, e apenas ficou a observando.

"Ela até pode ser culpada, mas ele não pode sair por aí jogando na cara dela ou do filho. Todos os fatos estão contra ela, mas mesmo assim...", ela pensou fechando o livro e examinando seu suco.

- Oi, . - resolveu ir pertubá-la.

- Ah, olá .

"Nossa, ele lembrou meu nome, estou chocada" ela pensou. ficou meio triste de ouvir aquilo; o que as pessoas pensavam dele??

- O que está lendo??

- Dom Casmurro. Fiquei muito feliz em saber que há uma versão em inglês.

- Dom Casmurro?? Nunca ouvi falar.

- É um livro brasileiro, um livro muito bom.

- Gosta de coisas do Brasil?

- Eu sou do Brasil. - ela falou, e a olhou, assustado.

- Bem que eu percebi pelo sotaque e pelo jeito que não era inglesa, mas não podia imaginar que era do Brasil.

Passaram um tempo conversando. descobriu onde ela trabalhava na escola, e que era amiga de , a nova namorada de gostava da companhia dela, e gostaria de poder estar sempre conversando. Ela tinha cabeça, diferente de , que só falava e pensava merda.


Nesse tempo com aquele dom, descobriu em que havia se tornado. Muitas pessoas o tratavam bem por tratar, mas pensavam coisas horríveis. Onde estava aquele legal, simpático, doce e brincalhão que ele via anos atrás no espelho? Havia morrido, e dado espaço a um que nem ele mesmo conhecia. Agora a única coisa que ele queria era poder voltar a ser o que um dia ele foi, o cara amigo de antes.

Começou o seu plano e tudo parecia indo bem. Lendo os pensamentos das pessoas, ele pôde perceber que estava fazendo um grande avanço, mas o seu mundo meio que desabou em um belo, não tão belo assim, dia 21, quatro dias antes do natal. Todos haviam ficado em uma espécie de férias para as festas natalinas, e voltariam ao trabalho lá pelo dia 15 de janeiro.


estava com no apartamento dele, onde ela falava e ele não ouvia.

- Amor, o que vai fazer hoje a noite?

- O quer fazer uma espécie de ensaio para não ficarmos enferrujados, por quê? alguma idéia?

- Não, nenhuma. Então você vai ficar na casa do ?

- Uhum, vou durmir lá, eu, o e o .

"Ótimo, posso ligar para o Dave sem problemas." se intrigou com aquele pensamento.

- E você, o que pretende fazer, gata?

- Eu?? ir para casa, assistir algum filme e dormir. Estou muito cansad,a sabe?

- Hum.

"Assim que eu chegar em casa eu ligo pro Dave; ele deve estar morrendo de saudades... pelo menos eu estou" ela pensou e deu um sorrisinho malicioso.

- Que horas você vai para lá, cherry?

- Ah??

- Casa do .

- Ah sim, daqui uma hora.

- Hum, será que você podia dar uma carona para a sua namoradinha?

- Claro. - ele falou.


deixou na casa dela e estacionou o carro num lugar escondido, para que ela não o visse. Não deu nem 20 minutos e ela saiu, usando um vestidinho rosa. Estava toda arrumada; ela chamou um táxi e entrou nele. seguiu o carro até uma casa azulada a uns quarteirões da casa dela.

Ele a viu bater na porta e um rapaz loiro abrir e sorrir ao vê-la. Ela o beijou e entrou na casa.

- Vadia. - falou para si. Se recuperou do choque de ser corno e foi em direção a casa.

Bateu; logo em seguida o mesmo rapaz loiro, sem camisa, abriu a porta.

- Em que....- ele mal terminou a frase e adentrou na casa. Foi a vasculhando.

- Quem era, baby? - apareceu.

- Não é ninguém, , sou só eu, o namorado chifrado.

- ? Eu posso explicar... eu e o Dave não...

- Não?? Então o que foi aquele beijo quando você chegou?? Ora, poupe-me. - ele falou. Ela começou a chorar; o tal do Dave ficou em silêncio.

- Deixe-me me explicar.

- Cala a boca, você não presta! Foi bom eu descobrir isso agora. Some da minha vida. - falou e foi embora.

É, ele podia não amá-la mas ninguém quer saber que é corno. Ele sentia-se mal, e percebeu que a sua vida era um lixo.

- Ótimo, o que mais me falta acontecer? Muitas pessoas me odeiam, eu sou um egoísta que nesses quatro anos só pensou em mim, minha família não fala mais comigo, namorava uma vadia que me traiu, meus amigos têm coisas melhores para fazer, a garota que eu amava morreu....

- E se você ficar gritando no meio da rua, alguém pode achar que você está louco e te mandar para um hospício. - ouviu alguém falando; se virou e viu rindo.

- Ah.. Oi.

- Oi, . Costuma dar pitis na rua todos os dias?

- Na verdade essa é a primeira vez. - ele falou, sorrindo, e a observou. Um silêncio bom surgiu.

- Vem, você precisa de um chocolate quente. - ela falou, e começou a andar. Ele a seguiu.

Entraram em uma lanchonete. Estava frio;também o que queria? Era inverno. Pegaram uma mesa.

- Oi! Dois chocolates quentes, por favor, Teddy. - falou e um rapaz piscou, indo buscar o pedido.

- Você o conhece?

- Uhum, eu moro aqui perto, e sempre estou aqui, enchendo o saco deles. - ela falou, apontando, e logo em seguida acenando para alguns funcionários. apenas riu.

"Grandes pessoas, eles sabem ser felizes...." ela pensou.

Tomaram o chocolate quente em silêncio.

- Então quer dizer que sua namorada te traiu?

- Ah??

- Não foi isso que você estava gritando lá na rua?

- Ah, sim, havia até me esquecido.

- Nossa, então me desculpe por te lembrar, .

"Dude, eu só dou mancada mesmo, tapada..."

- Não, quer saber, eu não em importo, eu nunca a amei, ela é fútil demais, só fala merda!

- Entendo.

"Que vadia, como ela consegue trair um cara como o ? Eu realmente não entendo..." ela pensou e ele achou aquilo legal.

Mais uma vez o silêncio tomou conta. Ambos continuavam a beber suas bebidas e riu ao ver a garota queimar a boca.

- Outch. - ela esclamou, levando a mão a boca. gargalhou.

- Fica calma, deixa eu ver isso. - ele falou, levando a mão ao rosto dela e observando a boca da garota que estava um pouco vermelha. Ele passou os dedos delicadamente pelos lábios dela, a fazendo fechar os olhos; ele foi se aproximando... sentia uma louca vontade de beija-la! Seus lábios se encostaram, mas o celular de começou a tocar, fazendo os dois se assustarem e se separarem.

- Alô. - ele atendeu, até meio irritado.

- , é o . Cara, cadê você?

- Ah... Desculpa, , chego aí em um segundo.

- Tá, estamos esperando. - antes de desligar, ele ouviu falando para "calma, dude, ele não foi abduzido" e riu.

"Woa, okay, a gente quase se beijou mesmo?" pensav,a observando o nada.

- , eu preciso ir, eu havia combinado com o ...

- Ok, eu também preciso ir.

- Er... tchau. - ele falou, se levantando e dando um beijo na bochecha dela.

- Tchau. - a voz dela saiu meio falha.

Tanto quanto ficaram lembrando daquele quase beijo; o que teria acontecido depois se eles tivessem se beijado mesmo? Era uma dúvida que eles responderiam só depois.

Depois daquele dia, eles não se viram, e só voltaram a se encontrar no dia 24 a noite.


"Legal, um natal sozinha", pensava, sentada no seu quarto. tinha ido passar o natal com . Ele queria apresentá-la a família; eles até convidaram , mas ela não quis ir, pois resolveu passar o natal em algum pub, já era para lá que os sem natais iam.

estava no seu apartamento. Desde a morte de , ele não comemorava os natais; sempre ficava em casa bebendo com . e o convidaram, mas ele não quis ir, disse que não estava se sentindo bem, mas na real se sentia sozinho. Decediu ir beber em algum lugar... quem sabe encontrasse algum conhecido.


Os únicos lugares que estavam abertos para as pessoas que não tinham onde passar o natal eram os Pubs; nada melhor doque boa música, pessoas estranhas e bebidas.

se arrumou e foi para um pub que era perto do Big Ben. Era a alguns quarteirões da sua casa. O lugar não estava tão cheio, mas continuava animado como todos os dias. Se sentou e começou a beber vinho.

seguiu para o mesmo lugar, entrou observou as pessoas animadas, algumas com tocas de papai noel e riu. Logo avistou , sentada. Ela olhava tristemente para o copo de vinho, com um olhar tão compenetrado como se tentasse fazê-lo desaparecer dali.

- O que uma garota como você faz aqui sozinha em plena véspera de natal? - ela ergueu a cabeça e sorriu.

- Te pergunto o mesmo, .

- Posso? - ele perguntou, apontando para a cadeira.

- Senta.

"Nossa, que perfume bom ele tá usando..."

- Você ainda não respondeu a minha pergunta. O que faz aqui? sozinha?

- Sou uma ESN.

"Daonde eu tirei isso??", ela se questionou.

- ESN??

- Estranha Sem Natal. - ela falou e ele gargalhou.

- Então somos dois.

"Cômico, os dois sem natal..."

- Mas você ainda pode ir para casa, eu não... Minha família está a um oceano de distância. - ela falou, observando o nada.

- E a minha a uma briga de distância.

- Ah, é verdade, mas por que você não tenta conversar com eles?

- Eu acho que depois da ultima briga eles nem querem olhar na minha cara.

- Por quê?

- Eu xinguei a minha irmã e minha mãe, depois de uma discussão por causa da . , minha irmã, e não se deram bem e acabaram se alfinetando e eu defendi a minha namorada. Minha mãe defendeu , ela tinha toda razão, mas eu xinguei a minha irmã de todos as coisas possíveis e disse que ela sentia inveja por não ser tão bonita como . Levei um tapa na cara e um olhar de decepção da minha mãe... ela me olhou e disse, "se você prefere ela a família, vá embora..." e eu sai... depois daquele dia, não nos falamos mais. - uma lágrima se formou nos olhos do garoto.

"Parece até historia de novela mexicana, mas tadinho..."

- Posso ser sincera?? Foi uma briga bem boba, mas se isso te fez se afastar da sua família, eu acho que você devia ir até lá e pedir desculpas, dizer que sente muito! Aposto que eles sentem a sua falta.

"Eu sentiria se fosse da família dele." ela pensou, o observando.

- Foi uma briga boba, eu sei, mas eu ofendi a e a mamãe, e eu não tive coragem de ir até lá depois de ter defendido aquela vadia.

"Vadia mesmo, mas ainda há tempo..."

- Então, vai lá... Olha ainda são dez da noite! Se você se apressar, você chega a tempo e ainda passa o natal com sua família. Aproveita que eles estão perto, não na mesma cidade, mas no mesmo país. - agora foi a vez da garota começar a chorar. Ela sentia saudades dos seus pais, irmão, avós, tios, primos, de todo mundo.

Quando foi responder, duas garotas apareceram. Uma sentou no colo de e a outra se sentou na cadeira ao lado.

- Oi xú.- a que estava no colo falou. Ela era bonita e isso deixou meio atordoado.

- Oi, gata, como você se chama? - ele esqueceu completamente de .

"Homens todos iguais; como um dia eu pude me apaixonar por ele? Como eu posso amar um cara como ele? Pensei que ele tivesse mudado, mas pelo jeito não..."- pensou e ouviu.

Como assim ela era apaixonada por ele? Ele a olhou e a viu se levantar.

- , espera.- falou, mas a tal garota não o deixou se levantar e o beijou a força. Ele tentou resistir, mas não conseguiu.

"Eu sou uma boba" pensou, observando-o antes de atravessar a porta, e mesmo a aquela distância a ouviu. Todos os outros pensamentos pareciam sussurros; ele só ouvia o dela, e foi daquele pensamento que ele juntou forças e conseguiu separar o beijo com a tal garota. A empurrou e saiu correndo.

"Idiota", a tal garota pensou.

observou a rua gélida; estava quase vazia. A maioria das pessoas estava passando o natal com suas famílias. Ele a procurou mas não a viu; ele não sabia onde ela morava, então começou a andar sem rumo, com esperanças de encontrá-la. estava ali perto, sentada em um banco, chorando, por amar , por estar longe da família, por se sentir sozinha e o principal, por acreditar que sentia algo por ela.


Desistindo de sua busca, seguiu para sua casa. Ficou um tempo observando a sua sala, até que seus olhos pousaram sobre uma foto de sua família. A voz de dizendo para ele ir atrás deles ecoava na sua cabeça. Olhou no relógio; se saisse rápido, chegaria a tempo. Pegou as chaves, o casaco, e saiu.


Algum tempo depois.

- Não fica assim, , ele vai ligar, eu tenho certeza. - o tio de consolava a mãe do garoto.

- Não fica assim, mãe, o pode ser um idiota, mas ele vai ligar, eu sinto. - falou. Sentia falta do irmão.

*Ding Dong.*

- Eu atendo. - falou, indo até a porta e a abrindo.

- Será que tem lugar para mais um? - falou, apoiando a cabeça do lado da porta.

- ! - desatou a chorar e o abraçou fortemente.

- Desculpa, mamãe, eu sou um estúpido, e eu sinto muito.

- Tá tudo bem, você tá aqui, filho! Isso é muito bom... Entra, vem.- entrou. Todos o abraçaram e pareciam felizes de vê-lo; pelo menos os pensamentos eram positivos.

- Ela te chutou, né.- falou, olhando para o irmão.

- Ela me traiu, mas eu não tô aqui por culpa dela. Eu tô aqui porque eu precisava ver vocês, eu sinto saudades... e eu queria te pedir desculpas, mana.

o olhou, sorridente. Seus olhos marejaram e ela o abraçou, nunca pensou que um abraço de sua irmã fosse tão bom.

"Ele é um panaca, mas eu o amo..."

- Bem vindo de volta, mané.

Todos estavam sentados à mesa, rindo e se lembrando dos tempos antigos, de acontecimentos constrangedores, muitas risadas, mas um pedaço da cabeça de estava longe. Ele pensava em e no que ela havia pensado; como ele nunca percebeu? Ela era perfeita para ele, porque não a procurou depois daquele quase beijo? Agora ela poderia estar ali com ele.


havia voltado para o seu apartamento. Sentia-se nauseada. Como ela pôde se iludir tanto? Ela pensou que aquele quase beijo podia ter significado algo, mas não significou nada. Ela não estava aguentando nem mais um segudo naquele lugar, naquela cidade. Colocou algumas roupas na mala, pegou seus cartões, a chave do seu New Beetle vermelho e decediu ir para algum lugar, passar alguns dias fora. Sempre teve vontade de conhecer umas cidades que haviam pela redondeza, e hora melhor não havia... Fugir de tudo, por um tempo.

passou uns dias com a família, mas precisou voltar. o havia convidado para uma grande festa de ano novo, como costumava fazer todos os anos, e ele chamou a família, mas essa já tinha planos.

Voltou para Londres, encontrou e e perguntou de . Ela contou que a amiga havia saido para uma viagem curta, mas que provavelmente viria para a festa de . Não era certeza,mas precisava vê-la, e não aguentaria esperar até janeiro.

chegou em casa na véspera do ano novo, a tarde.

- , que bom que você chegou! Tava com saudades.

- Oi, ... Nossa, eu só sai por alguns dias.

- Mas você faz falta... sabe quem veio me perguntar de você?

- Quem? - ela tinha medo da resposta.

- . - falou, e a amiga ficou séria. Contou para sobre o ocorrido; ela ouvia tudo atentamente.

- ...e foi isso.

- É, e parece que ele seguiu o seu conselho, pois foi passar o natal em casa.

- Que bom.

- Agora se arruma que a gente vai para a casa do .

- Eu acho que eu não vou.

- Vai sim e não discuta! Venha. - puxou para escolher uma roupa. Convencida de que a amiga não desistiria, ela se rendeu, colocou um vestido branco e um all-star da mesma cor.


- Ela vai, ?- pertubava o amigo pelo telefone.

- Vai, a acabou de me ligar, agora sossega, eu preciso me arrumar, dude, e ir buscá-las.

- Ahh okay, e obrigado... até.

- Até.


*Na festa.*

chegou. Havia algumas pessoas, e logo apareceu, pedindo uma ajudidinha, e ele foi.

- Woah, que festa....- comentou, chegando um bom tempo depois. A casa estava quase cheia, toda decorada.

- Eu preciso achar o . - falou, e foi caminhando. decediu ficar pela sala. Estava entretida observando os quadros que havia ali; eram dele com sua namorada, fotos da banda, de lugares....

- Você tá linda.

- Que susto... Oi, . - havia se assustado.

"Incrivelmente lindo" ela pensou.

- Você também tá lindo.

- Obrigado pelo conselho.

- Ah??

- Eu fui até a minha casa e eles me receberam bem. Fiquei feliz com isso... Até a me perdoou.

- Eu falei que eles sentiam a sua falta... Então quer dizer que agora está tudo bem.

- Tá sim, eu tô tão feliz!

- Que bom, . - ela falou e desviou o olhar do dele, observando as pessoas.

"Por que ele têm que ser perfeitamente lindo??"

- Me desculpa por aquele dia, eu não devia ter te deixado sozinha, nem ter dado bola para aquela garota.

- Tá tudo bem, , nem esquenta.

"Ele precisava lembrar disso?".

- Não tá tudo bem, você ficou triste.

- Eu tava triste por estar longe da minha família, nada a ver.- ela falou; estava quase chorando.

"Por que a gente têm que amar? Seria tudo mais fácil se essa coisinha maluca chamada amor não exitisse" ela pensou e viu, naquela hora, que precisava falar o que sentia, mas...

- , dude, me salva, por favor. - James, um amigo dos meninos, apareceu.

- Que foi, James?

- Eu tenho que colocar os fogos lá em cima, apontados para o céu, será que você pode me dar uma ajudinha? Isso se não estiver ocupado. - James falou, olhando para .

"Woaa que gata, menino sortudo" James pensou e o fuzilou com os olhos.

- Vai lá, . - falou.

- Mas...

"É melhor ele ir mesmo, antes que eu cometa uma loucura...", pensou.

- Viu, nem ela te quer aqui, vem, me ajuda. - James falou, brincalhão.

- Me espera.

- Eu vou ficar por aqui.

- Mentira, ela vai fugir, não é, gata?- James falou e eles riram.

subiu até o segundo andar. Se posicionaram na varanda; algumas pessoas já saiam lá para fora, e entre elas estava . Ele a observou; ela brincava com os próprios pés, pensando em música. se intrigou, pois o único pensamento que ele conseguia ouvir nitidamente era o dela; os outros eram sussuros.

"Fast away the old year passes, hail the new year, lads and lasses! Sing we joyous, all together, heedless of the wind and weather." ela cantava em pensamento.

("Os anos velhos passando muito rápido, celebrem o ano novo, moças e rapazes! Juntos cantamos, todos juntos, consequência do vento e da neve."[Deck The Halls- McFLY])


- Putz, aguentas as pontas aí, eu esqueci um dos cabinhos, já volto.

- Tá.

ficou sozinho. Um vento muito frio lhe chicoteou a face, mas aquele vento era enigmático; as portas da varanda se fecharam com violência, mas parecia que ninguém lá em baixo havia ouvido. tentou abri-las, mas foi em vão. Parecia que estavam trancadas, e quando se virou para pedir ajuda para alguém lá em baixo, se deparou com .

- ?? - ele se assutou.

- Olá, . - ela estava sorrindo.

- Eu... eu...

- Shiu, me escuta, eu não posso ficar muito tempo... Eu só vim te dizer que você soube usar muito bem o seu dom, mas ainda há uma coisa incompleta a ser feita. - ela falou e apontou para fora.

- . - sussurrou e foi até o parapeito da varanda, mas uma força o afastou como se ali tivesse uma barreira.

- Eles não podem te ver e nem te ouvir. - falou.

a observou, intrigado, e ela continuou.

- Bem, ela é o seu assunto incabado, e quando eu sumir, você terá exatamente 6 segundos para fazer sua vida valer a pena... ah, mais uma coisa, o seu dom... você verá, agora eu preciso ir, James esta vindo. Seja feliz.- ela falou e desapareceu; as portas se abriram.

- Valeu, dude, mas agora pode ir, ele já vão começar a contagem, vai e fica do lado da sua garota. - James falou. concordou com a cabeça e saiu correndo.

Quando ele chegou na ponta da escada, escutou todos gritando Quatro.

Desceu a escada correndo; Três.

Atravessou a sala; Dois.

Chegou lá fora e a avistou. Um. Ela estava olhando o céu.

Ele correu até ela, a puxou e a beijou. FELIZ ANO NOVO. (era o que todos gritavam). Daquele beijo explodia sentimento; era algo inexplicável, e ambos sentiam cada pedacinho de seus corpos aquecerem. Seus lábios entravam em uma química maravilhosa, seus corações dançavam descompassados, e parecia que queriam explodir de seus peitos. O mundo havia sumido naquele beijo.

Muitas pessoas em volta comemoravam o beijo deles, aplaudiam, e outros se beijavam, se abraçavam, mas nada tinha mais mágia e sentimento do que aquele doce beijo de ano novo.

- Te amo. - ele falou, após partirem o beijo. Ela o olhou com lágrimas nos olhos.

- Eu sempre te amei.

Voltaram a se beijar. Completos; era essa a palavra que podia definí-los.


Agora sim podia dizer que tudo estava normal. A partir daquele dia, os dias de deixaram de ser cinzas, e foram tomados por uma cor alegre, a cor do sorriso daquela garota. não podia se imaginar mais feliz, porque aquele sonho bobo de antes estava se tornando realidade, e tudo estava entrando nos eixos certos.

Sobre o Dom de , ele sumiu, desapareceu como fumaça... Em certo ponto aquilo era ótimo, mas o garoto sentiria falta de ouvir o que os outros pensavam. ... sempre .


Acreditem no amor e nas amizades, pois elas jamais deixaram de existir...!


XxFim.