Por: Raii × Beta-reader: Call

Well when you go (Quando você partir)
So never think I'll make you try to stay (Não pense que vou tentar fazê-la ficar)
And maybe when you get back (E talvez quando você voltar)
I'll be off to find another way (Eu terei saido para encontrar outro caminho)


Abri a porta do apartamento, temendo que toda a minha alucinação, enquanto beijava aquela garota na pub, fosse mentira. Queria encontrar o apartamento vazio, queria que ela ainda estivesse visitando os pais no Brasil e que só voltasse semana que vem, como ela planejou e me contou no telefone, mas lógico que nada na vida de tem que ser fácil, não foi fácil entrar na banda, não foi fácil me estabelecer longe da minha família, não foi fácil conquistar a mulher que agora eu tenho tanta certeza que não é a da minha vida, e que agora mantinha as malas ao lado do sofá enquanto ela estava sentada naquela poltrona giratória que ela amava do NOSSO apartamento, olhando pra longe naquela parede de vidro, olhando pro London Eye como ela costumava fazer quando estava com insônia ou quando me esperava quando eu chegava de turnê, ansiosa demais para esperar o dia seguinte pra me abraçar e rir das histórias loucas de algum de nós no backstage. Quando ela virou, não demonstrava cara de sono ou aquele sorriso lindo, seus olhos estavam vermelhos, mas não demonstravam nenhum tipo de lágrimas, talvez ela havia chorado antes. Fiquei meio em choque, não estava bem com isso, jamais, mas algo me fez fazer aquilo e garanto que ninguém iria gostar de se sentir como eu estou me sentindo agora, nem mesmo ela que merecia a dor mais do que eu.
- Acho que você sabe o porquê de eu não desfazer as malas, certo? - Ela disse numa voz dura e a raiva que aquilo me causou... Ela ainda se fazia de vítima.
- Digo o mesmo, ou você achava que sua farsa iria durar até que eu morresse? - minha voz estava meio sarcástica.
- Do que você está falando? - Ela disse com um rosto incrédulo, incrível como consegue ser tão boa atriz, aquilo me fazia ficar cada vez mais fascinado por ela. Não, fascinação era tudo o que eu não poderia ter por ela, ela agora iria me deixar e eu iria seguir em frente, nunca foi difícil, afinal sou e não me dava ao luxo de amar.

And after all this time that you still owe (Afinal, depois de todo esse tempo que me tomou,)
You're still the good-for-nothing I don't know (Você ainda é esse* inútil que eu nem conheço)
So take your gloves and get out (Então pegue suas luvas e vá embora)
Better get out (É melhor ir embora)
While you can (Enquanto você pode)


Bom, depois de pensar que poderia decifrar todos os enigmas que habitavam na mente de eu descubro que sempre vai ter algo nele que me surpreenderia, depois de pegá-lo aos beijos com uma loira numa pub e me sentir traída não só por ele, que eu julgava ser o amor da minha vida, mas também por meu amigos, que estavam presentes e sem fazer nada para impedir, sem nenhum remorso e por estarem apoiando uma pouca vergonha como essa. Minhas duas melhores amigas com seus respectivos namorados ( e ) olhavam aquela cena e eu podia ver elas rindo, aposto que da minha cara, pensando "Nossa, como a e idiota, lá no Brasil visitado seu pai doente enquanto o está aqui se atracando com um loira". Idiota, sim eu sou idiota, mas não poderia desabar aqui na frente dele, não posso mostrar angústia ou dor, era isso que ele queria, que eu me mostrasse fraca, queria me destruir e erguer mais uma vez seu troféu de cafajeste.
- Do golpe de marketing que você jogou em nosso relacionamento, você só estava tirando proveito do meu sucesso para subir cada vez mais na mídia! - ele disse como se fosse óbvio. Então era isso que ele achava que eu era, uma modelo golpista? - Amanhã você vai estar aqui, implorando de joelhos para voltar para essa casa, para conseguir se firmar ainda mais nos holofotes! Porque você sente tudo menos amor. Amor... você sabe o que é isso? - Minha raiva fazia minhas mãos tremerem e coçarem, então não pensei duas vezes em acertá-las bem no meio daquele rosto que eu julgava como lindo, que eu amava TANTO!
Seu rosto virou com o atrito da minha mão, a palma da mesma latejada anunciando a força que eu havia acertado, me arrependi e pus a mão na boca, mas ele riu debochadamente, o que me fez querer espancar aquele rosto mais ainda, até que ficasse desconfigurado se fosse possível.
- O que foi ? É tão difícil assim encarar a verdade?
Me limitei a respirar fundo e pegar meus pertences na sala, jogando de qualquer jeito as luvas na bolsa enquanto a posicionava em meu ombro.

When you go (Quando você partir)
And would you even turn to say (Você deveria ainda sim voltar para dizer)
“I don't love you (Eu não te amo)
Like I did (Como amava)
Yesterday” (Ontem)


Ela caminhou lentamente até a porta, aquilo fez meu coração comprimir e pensei por um instante que ele tinha parado de bater, não sei o motivo, mas eu não queria me sentir assim, triste por ela está indo embora. Ela mereceu tudo isso, ela mereceu a traição, ela mereceu cada gotinha de raiva que saia junto com as palavras que eram cuspidas da minha boca, merecia cada alteração da minha voz, merecia ir embora. A única coisa que ela não merecia era a mim!
Ela parecia hesitar enquanto girava a maçaneta, respirando muito fundo, Por um momento eu pensei em gritar para ver se ela iria logo e acabava com essa agonia, eu precisava beber água e quebrar o copo logo em seguida, precisava esgotar toda a raiva que eu estava sentindo e que estava tão contida para que ela pensasse que eu não me importava, talvez eu tenha um AVC!
- Boa sorte , talvez na próxima você tenha mais sorte! - não deixei de jogar um pouquinho de veneno nela, eu queria vê-la no chão.
- Que pena que eu não posso falar o mesmo pra você . Ninguém vai amar você como eu te amei... Ontem!
E assim ela se foi.

Sometimes I cry so hard from pleading (Às vezes eu choro tanto por implorar)
So sick and tired of all the needless beating (Tão doente e cansada* de todos esses desnecessários batimentos)
But baby when they knock you (Mas, meu amor, quando te derrubarem)
Down and out (No chão e nocauteado*)
It's where you oughta stay (É lá que você deve permanecer)


Eu estava encolhida na cama, com as costas encostadas na cabeceira enquanto eu abraçava meus joelhos, o queixo apoiado nos mesmos e soluçando. Odiava soluçar, mas isso tem se tornado tão frequente que está me deixando louca. Começa com uma tristeza absurda e termina com uma raiva incontrolável, raiva de está chorando por quem não merece, raiva de me dar por vencida e tão pra baixo como estou me sentindo agora e tudo por casa de uma única pessoa, . Levantei, enxugando minhas lágrimas; 3 horas da manhã o deveria estar dormindo... Eu devo muito ao , foi ele que me acolheu e não deixou ir para um hotel, ele que tem sido um irmão pra mim, o irmão mais velho que nunca tive. Sorri ao lembrar que ele me chamava de irmãzinha e enquanto bebia água, o barulho da porta me despertou das lembranças felizes. Andei até a sala com medo e então vi lá jogando um indivíduo no sofá, desmaiado de tão bêbado: ninguém mais ninguém menos do que . O ar faltou em meus pulmões e olhou pra mim.
- Primeiro respira, ! - Ele disse sorrindo de lado depois que obedeci. - Segundo, encontrei ele num pub, bêbado e hã como posso dizer... Chamando alguém... -Ele deu uma olhada significativa pra mim e eu arregalei os olhos. - Ele é o meu amigo e não o deixaria dirigir e muito menos ir pra casa sem nem estar melhor então trouxe ele aqui. Ele vai amanhã cedinho pra casa não se preocupe você não vai nem per...
- , é a SUA casa você faz o que você quiser! - eu o interrompi. - Não ligo que ele esteja aqui, não mesmo. E outra, daqui a... - olhei no relógio de parede. - Cinco horas eu vou estar indo para New York e você vai se ver livre de mim, juro! Aí você pode trazer o bêbado quantas vezes quiser, ele merece pelo menos sentir um pouquinho de remorso depois de tudo! Bom eu to indo pro meu quarto, boa noite! - Dei um beijo na bochecha do e virei às costas indo pro "meu" quarto, recuei três passos e virei pra ele de novo que tinha uma expressão cansada no rosto. - Quer ajuda?

Well after all the bloond that you still owe (Afinal, depois de todo sangue que você me roubou)
Another dolar just another blow (outro dolar é só mais um golpe)
So fix your eyes and get up (Então fixe seus olhos e levante)
Better get up, (Melhor se levantar,)
While you can (Enquanto você pode)


- Não, não preci... - Ouvi perder a fala enquanto eu colocava tudo que tinha no meu estômago pra fora. Nem era muita coisa. - Que dizer... Só um pouquinho!
Abri um pouco meus olhos e o vi colocando jornal onde tinha meu vômito. Achei aquilo nojento, mas não tão nojento quanto eu me sentia por amar aquela pessoa medíocre que era .
- Leva ele pro quarto que eu vou fazer um chá. Ah! Não se esquece de dar um banho nele, gelado, costumava ajudar quando ele chegava bêbado em casa! - Ouvi aquela maldita voz de anjo seguido de um suspiro, eu tinha esquecido que ela estava na casa o . Se eu soubesse eu não viria... Como foi que eu vim parar aqui mesmo?
- Ta bom. , levanta que temos um chuveiro pra encarar... - me ajudou a levantar eu estava me sentindo meio grogue, talvez por causa das tequilas. - Putz cara, você ta fedendo! O que você tomou?
- Tequila!
- Ok, vai tomando um banho aí que eu vou pegar uma toalha!
disse e obedeci. A água estava gelada, o que fez meus músculos se contraírem e eu gemer baixinho, mas minha tontura tinha passado, conseguia ter foco de novo em meus olhos e eu pude terminar o banho tranquilamente. Me sequei com a toalha que ele havia deixado lá, vesti minha boxer e fui me deitar na cama, me embrulhando. Estava tremendo. Tentava ao máximo me aquecer naquele cobertor grosso, mas meus lábios ainda tremiam, foi então que deram três batidas na porta e abriram, Ela estava lá, com um robe de seda e o pijama preferido dela, segurando uma bandeja com uma xícara no meio, o cheiro forte de folha veio ao meu encontro enquanto ela se aproximava. Me entregou a xícara e sentou na ponta da cama, me observando.
- Vamos , não seja molenga ok? - ela sorriu e parecia triste. - Beba tudo! - Analisei o chá e olhei pra ela de novo, em dúvida. - Eu não vou sair daqui até você beber tudo. Pode confiar, não tem veneno! Pra que eu iria querer matar você já que não estamos mais juntos e não vou ganhar nada com sua morte, hã? - Ela disse com certa ironia e riu, abaixando a cabeça enquanto fazia um movimento de negação. Ela estava rindo da própria desgraça e pelo que eu conhecia dela, ela não era de rir de si mesma, ela sempre teve a cabeça erguida, aquela não era a e algo em mim falava isso. Ela respirou fundo e levantou de novo a cabeça, agora que eu havia reparado as olheiras que estavam abaixo dos seus olhos. Ela não disse nada, apenas saiu.

When you go (Quando você partir)
And would you even turn to say (Você deveria ainda sim voltar para dizer)
''I don't love you" (Eu não te amo)
Like I did (Como amava)
Yesterday'' (Ontem")


Fiquei analisando o teto, eu não tinha conseguido dormir, eram 6 da manhã ainda, havia acordado pois eu ouvi enquanto ele cantava da cozinha, ainda estava dormindo pois eu não ouvi passos ou vozes indicando sua partida. Respirei fundo e peguei uma caixa em cima da minha mala, era pra , mas eu queria que ele a abrisse só depois de eu ir pro aeroporto, abri a porta e caminhei até o quarto do enquanto sentia o cheiro e ovos e bacon invadir o corredor enquanto agora ele cantava "If I Were a Boy." Eu ri de leve, entrando no seu quarto, era tão aconchegante, tão ! Sentei na cama dele e meu coração apertou me lembrando as coisas que eu iria deixar pra trás depois de ir pra New York, e agradeci mentalmente por ter os amigos que eu tenho e pela agencia não ter dispensado realmente a mim depois que eu neguei, há três meses, na mesma época eu tinha me mudado pro apartamento de e vivendo algo que as pessoas consideram um conto de fadas, sim, eu realmente estava apaixonada por ele.
Posicionei a caixa ao meu lado na cama, arrumando mais o bilhete em cima da tampa do presente.

"Aqui está algo para que você não esqueça de mim pelo resto da vida, ou pelo menos até isso existir.
Saiba que eu serei eternamente grata por tudo o que você fez por mim, principalmente ser o melhor amigo que alguém poderia ter!
Sentirei muita saudades de você. Meu irmão!
To te esperando em NYC, para irmos fazer compras na
Times Square!
All my loving, !"


Alisei a caixa para ter certeza que estava tudo no lugar. Dentro dela estava o casaco dos Beatles que mais parecia um vestido em mim, que já havia tentado roubar algumas vezes, porque era realmente lindo e ficava muito bem nele, não pensei em nada que o agradasse tanto a não ser aquele casaco, e mesmo comprando um igual não se igualava ao valor sentimental que estaria preso ao MEU casaco, porque ele sabe a luta que eu tive comigo mesma para me desfazer desse casaco assim.
Ouvi a porta se abrir e me sobressaltei, mas não era o , era só o , respirei fundo.
- Hã, desculpe, é... volto mais tarde! - ele fechou a porta e eu fiquei encarando-a por alguns estantes, mordendo meu lábio inferior. Ela se abriu de novo, revelando outro , o o qual não conhecia. - Quer saber? foda-se! Só vou pegar uma roupa e... Ah o que eu to fazendo? Eu não lhe devo satisfações!
Ele resmungou mais alguma coisa consigo mesmo enquanto entrava no closet do e eu movimentei minha cabeça negativamente, respirando fundo e indo pro meu quarto tomar banho.

(Well c'mon, c'mon!) ((Ora! Vamos lá, vamos!))
When you go (Quando você se for)
And would you have the guts to say (Deveria ter coragem para dizer)
''I don't love you" (Eu não te amo)
Like I loved you (como eu te amei)
Yesterday'' (ontem)


Entrei no closet resmungando, um pouquinho de raiva de mim mesmo por não tê-la esperado sair. É horrível bancar o durão quando você está na frente de uma pessoa que você quer abraçar e essas coisas, sabe como é, orgulho é um maldito defeito que eu venho carregando desde quando eu nasci, eu estava arrependido e mais apaixonado por ela como eu pensava que não poderia estar. Saí do closet e olhei aquela caixa marrom na cama do e uma curiosidade imensa corria por dentro de mim, parei na porta lutando para sair sem ir ver o que estava lá, mas eu não estou tão forte assim, praticamente corri para perto da cama e vi um cartão em cima da caixa,as letras inconfundivelmente desengonçadas e tortas da anunciava um bilhete de... DESPEDIDA? Li umas quatro vezes, talvez mais, e não estava acreditando, mas consegui decorar cada linha, cada vírgula e pontos daquele maldito bilhete, então ela iria para New York? Ela iria me deixar?
Eu continuava estático com aquele bilhete amaldiçoado na mão até que vi gotas molhando o dito e cujo, droga! Eu estava chorando! Amassei aquela merda de papel e fui para a cozinha, enxugando minhas lágrimas no caminho. Parei na porta quando vi e rindo e dando uma de Beyoncé, cantando "Diva", fazendo a colher de microfone. Ri com a cena e fiquei observando, até ela calar. Pensei que ela tinha me enxergado, mesmo estando de costas pra mim, mas não, seu ombros tremeram e ela abraçou , e em segundos eu pude ouvir um baixo choro vindo dela e meu coração automaticamente parou, comprimiu até sumir. Vi sussurrar alguma coisa e beijar o topo da sua cabeça algumas vezes, apoiando a cabeça na mesma, só então me vendo, e parecendo assustado com o que viu, e de novo meu olhos estavam úmidos. Fiz um gesto para eu poder falar com ela e ele concordou com a cabeça, agora pude ler seus lábios dizendo um "Qualquer coisa eu to aqui" e beijou a testa dela carinhosamente saindo da cozinha. Os olhos de acompanharam a saída de até encontrarem com os meus, parecendo tão assustada quanto , mas só que mais hesitante. Ela permaneceu no lugar, parada, enquanto Beyoncé agora cantava "Broken-heart girl". Ela suspirou ouvindo a música. Dei alguns passos ao seu encontro, mas parei ao vê-la recuar. Tentei falar.
- Desculpe por ter sido estúpido com você agora a pouco. - Minha voz saiu fraca e rouca. Garanto que não queria isso, mas isso fez ela olhar pra mim, no fundo dos meus olhos me fazendo arrepiar. Então ela simplesmente deu de ombros, como se aquilo não houvesse sido nada. - Então... Você está indo para New York, hã? - Algo em mim pedia desesperadamente que aquilo fosse mentira, mesmo tendo provas que era verdade.
- Sim, me fizeram uma proposta de emprego há um tempo, talvez a melhor proposta da minha vida... Resolvi que agora seria ótimo!
- Há um tempo? - dei voz aos meus pensamentos, ela sorriu de lado, triste.
- Sim, tem mais ou menos três meses, mas eu recusei! - ela abaixou a cabeça, fazendo um sinal em repreensão para ela mesma, mas eu não hesitei.
- Por quê? - Perguntei, três meses atrás foi quando ela se mudou pro meu apartamento.
- Felicidade é a única coisa que eu quero ! E há três meses eu era a felicidade em pessoa, qualquer pessoa queria ter pelo menos um terço a felicidade que eu tinha, mas agora é diferente... Talvez eu tenha um terço da minha felicidade de volta em New York, mesmo duvidando disso! - Ela riu triste. - Nunca quis nada além de felicidade, minha profissão me trás felicidade, por isso a escolhi, mas eu jamais quis fazer nada para subir na vida através dos outros, isso não me faz nem um pouco feliz, você pode duvidar, mas eu não sou uma pessoa má!
- Eu sei que não é, eu não me apaixonaria por uma pessoa má! - ela me olhou de novo, com dúvidas nos olhos, como se não tivesse ouvido aquilo. - Olha, eu sei que eu errei em acreditar em tudo que falavam as pessoas que mesmo não sendo nossos íntimos sempre se metiam no nosso relacionamento e nos sites sensacionalistas, mas eu estava sendo pressionado e eu odeio ser pressionado. Chegou uma hora que eu fiquei nervoso, entenda, teve uma hora que eu quis colocar a cabeça no lugar, então fui naquele pub e vi aquela mulher que nem lembro o nome e estava tão cego que acabei ficando com ela. Mas no fundo era você que eu queria ali e eu não soube falar isso na hora certa, em vez disso eu disse tudo aquilo a você, magoando-a e me magoando também, por que depois daquela noite eu não conseguia dormir pensando que poderia dormir abraçado a você em vez do seu travesseiro e eu me amaldiçoava por pensar isso. Eu te amo, mas eu estava te odiando sem motivo nenhum, e isso me fez me sentir um merda, até que ontem eu resolvi sair daquele apartamento que me lembrava tanto você e bom, vim parar aqui. - Ela pareceu querer chorar, mas mantinha um sorriso sarcástico no rosto, eu já sabia que seria difícil fazê-la me perdoar. - , eu só quero que saiba que depois que eu vi aquele bilhete dizendo que você ia para New York e que minhas chances com você se tornaria mais nulas do que nunca, aquilo me fez cair na real, me fez perceber que você é tudo pra minha vida, você é a minha vida, desde o momento em que você foi naquele show ver o baterista que tinha conhecido numa festa, desde quando eu te vi na área VIP com um all star vermelho, combinando com a faixa do cabelo, você tem noção disso?
- Eu tenho , mas... É tarde demais, você me machucou mais do que qualquer pessoa poderia, você não sabe o quanto doeu ouvir aquelas palavras sujas da sua boca. - Uma lágrima caiu dos seus olhos e como instinto fiz menção de me aproximar para consolá-la, mas ela se afastou novamente. Parei a três passos dela. Ela estava chorando e eu estava completamente impotente perto dela, sem ação, então ela deu alguns passos para sair da cozinha, segurei-a antes que ela pudesse sair e isso fez seu corpo girar, ficamos próximos o suficiente para eu sentir sua respiração.
- , eu não pretendo deixar você sair desse apartamento e me abandonar, eu não me vejo de outro jeito a não ser com você do meu lado, e que se foda todo o resto estou pouco me lixando, podem cometer um atentado contra a rainha ou até derrubarem o London Eye, por tanto que você fiquei aqui, comigo, que me perdoe.
- Me solta . - sua foz fraca denunciava que agora era chorava com mais vontade que antes, mas eu precisava ser forte.
- Só se você olhar nos meus olhos e me falar que realmente tudo acabou, que você não me ama mais como você me amou um dia! - olhei em seus olhos para que ela percebesse que e não estava mentindo.
- Não faz isso comigo. - Ela pediu quase desesperadamente e quando viu que eu não mudaria minha posição ela tentou, uma, duas, três vezes mas nada saiu da sua boca enquanto me encarava, então ela desistiu e chorou, chegando até a soluçar. Não esperei por permissão e a abracei o mais forte que eu podia e o cheiro dela me deixou tonto, meu coração bateu mais forte e o sangue nas minhas veias correram em uma velocidade recorde. - Eu simplesmente não consigo! - A voz de soou abafada enquanto ela mantinha a cabeça apoiada no meu peito, molhando minha camisa.
- Você não precisa conseguir - eu disse calmamente, enquanto acariciava seus cabelos. - Só não vai embora. Nem precisa me perdoar agora, mas por favor eu não quero te ver só por revistas e ter que colecionar todas as revistas que você posar. - um riso tímido saiu dela e então eu segurei seu rosto em minhas mãos para poder encarar suas olhos vermelhos de novo. - Então, o que me diz?
- É muita informação pra minha cabeça! - Ela disse enxugando o resto das lágrimas, extremamente linda, mesmo chorando. Sorri de lado com isso. - Mesmo com tudo, mesmo sabendo que você não confia em mim, eu não deixar de te amar nem por um segundo da minha vida.
Não consegui esconder o sorriso que se formou ainda mais em meu rosto, e as lágrimas vagabundas apareceram de novo.
- Vo-você ta falando sério?
- Mas eu nunca brinquei com isso ! - ela disse séria, mas sorriu ao ver minha cara. - Mas eu não sei se eu estou pronta para poder ser magoada de novo quando você desejar.
- Eu te garanto que a única coisa que eu quero da minha vida é fazer você a pessoa mais feliz e amada do mundo. Por favor, eu juro que você não vai se arrepender, eu te amo , mais do que minha própria vida, é tipo aquele lance que você me mandou ler... Imsprinting né? - ela riu da minha cara.
- Você leu Eclipse? - ela parecia surpresa.
- Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e to terminando amanhecer, me faz ficar mais perto de você.
- Mas tem só duas semanas que eu saí da nossa casa! - ela disse incrédula.
- Eu li dois em dois dias, é muito tempo de sobra quando não se consegue dormir... - meu cérebro capturou algo que eu havia deixado despercebido o que me fez sorrir ainda mais. - Você disse NOSSA casa? - ela sorriu tímida e eu a abracei, erguendo-a do chão. Aquilo era uma prova do seu perdão? Não queria ouvir, a beijei com toda força e saudade que eu havia guardado por duas semanas ela não recuou, ela respondeu com o mesmo desejo que o meu. Meu coração estava batendo mais forte e alto, talvez pudesse se ouvir. Quando não conseguia mais ficar sem ar nos pulmões finalizei o beijo, mordendo de leve seu lábio inferior, sorrindo como ela, feliz como ela, dei mais um selinho demorado. - Você não sabe o quanto eu estou feliz! Casa comigo?
A ideia repentina veio como no estralo enquanto nos beijávamos, não viveria sem aquilo nunca, a expressão confusa estava em seu rosto me fazendo rir sem graça.
- , EU TE AMO, NÃO VOU DEVOLVER SEU CASACO NEM FODENDO! - gritou do quarto e nós rimos.
- O pode ser o padrinho?


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