- , você pode. Mas você não quer lutar por isso. - dizia , aos prantos.
- Mais do que eu já lutei, ? Você sabe que eu te amo, muito. Eu te amo mais do que a minha própria vida, mas eu não posso com eles. Eu já lutei demais, nós já lutamos demais contra esse absurdo, mas você sabe que não tem mais jeito. - também estava chorando, os dois choravam muito na sala da casa de .
- Então... Essa é sua última palavra?
- É sim, . Desculpa. - disse com a cabeça baixa. Ele nunca quis isso e não seria agora que iria querer. Para ele estava sendo muito difícil fazer aquilo com a namorada, com a pessoa que ele mais amava no mundo, mas não tinha outro jeito.
- Você ainda vai se arrepender e vir me pedir desculpas por causa disso. - e, dizendo isso, ela deixou a casa do, agora, ex-namorado.
- Eu sei que vou, eu tenho certeza disso. - sussurrou para si mesmo. Não se conteve e caiu no choro, um choro de desespero, um choro de tristeza por ter perdido agora a mulher de sua vida.
O pai de era uma pessoa importante do governo do Reino Unido, muito mesmo. A família de era uma das mais ricas de toda a Inglaterra, seu pai nunca parava em casa. tinha um casamento arranjado desde os sete anos de idade. Naquela época, ele nem sabia direito o que era isso. Com o tempo, ele achou que isso mudaria, mas não foi o que aconteceu. Sua noiva era também de uma família riquíssima e uma ótima pessoa, mas não mais do que , na opinião de . Os dois já haviam pensado em várias alternativas para ele sair dessa, mas não houve jeito. Seus pais iam levá-lo embora para a Rússia, para ele e sua noiva viverem por lá. Loucura, na opinião dos dois. Mas eles não podiam fazer nada, eram menores de idade e ainda estavam sob o poder dos pais.
, ao sair da casa de , não hesitou um momento para segurar as lágrimas que saíam involuntariamente de seu rosto. Começou a chover forte, mas ela nem se importou. Suas lágrimas agora se misturavam com os pingos de chuva que agora molhavam todo seu cabelo, rosto e roupas.
- Espera. - ela sentiu alguém puxar o seu braço, fazendo-a parar.
- Esperar o quê, ? Você falar mais coisas para me deixar ainda pior? Não, obrigada, prefiro sofrer com o que já ouvi. - agora estava tão encharcado quanto ela, mas, assim como , não se importava com a chuva que caía sobre os dois.
- Eu quero poder guardar o seu gosto pra sempre, quero sentí-lo uma última vez. Dessa vez, mais aproveitado que nunca. E poder dizer que eu te amo e sempre vou te amar.
Dizendo isso, ele segurou o outro braço de , que, ao ouvir aquilo, não teve reação alguma, apenas se deixou levar. Ele, por sua vez, se aproximava cada vez mais. Estavam tão próximos que um podia ver as lágrimas saindo dos olhos do outro e, encostando seus lábios nos dela, pôde sentir mais uma vez a melhor sensação do mundo, a sensação de ter em seus braços a pessoa mais importante de sua vida. Nenhum dos dois queria sair dali, queriam sentir aquilo eternamente, sentir o calor dos corpos colados, a maciez dos lábios e o sabor do amor, do verdadeiro amor.
5 anos depois...
- Calma, filha. Cuidado para não se machucar. - avisou à Maggie.
- Não adianta avisar, amor. Você sabe como ela é. Com certeza, daqui à pouco, volta com o joelho ralado. - disse Mark, atual marido de , rindo e sentando-se com ela no banco da praça.
- Não joga praga, Mark! Eu quero minha filhinha inteira quando voltarmos para casa.
conheceu Mark quatro meses após a partida de . Um ano depois, eles se casaram. Mesmo com tudo que estava acontecendo com ela, ele se apaixonou perdidamente por ela e ela gostava muito dele. Gostava. Não amava. Mas, assim mesmo, aceitou seu pedido de casamento. Com o tempo, aprendeu a conviver com ele. Mark era um cara espetacular, o sonho de qualquer garota, mas, infelizmente, não o dela. Seu casamento virou praticamente um costume pra ela. se acostumou com a presença dele e sempre foi fiel em seu casamento.
De repente, um aglomerado de pessoas (algumas até com câmeras) se aproximava da praça. Com certeza, devia ter alguma celebridade ali.
- Amor, vou ali procurar a Maggie e volto já. - Mark deu um selinho na mulher e saiu.
Quando menos esperava, aquele aglomerado de repórteres que ela havia visto há pouco foi se aproximando dela e pareciam estar eufóricos. Ainda cercando alguém, ela se lembrou de quando corria de alguns deles com há anos atrás. Por ser filho de alguém muito importante e ter um casamento arranjado, evitavam ser vistos juntos. Ela preferiu afastar esses pensamentos, queria esquecer o passado, tinha que esquecê-lo. Mas haviam muitas coisas que não a deixavam, e Maggie era uma delas.
- ! ! - ela ouviu seu nome vindo da parte onde se encontravam os repórteres e se levantou para achar o dono da voz. Sim, era uma voz masculina e, o que ela menos esperava que acontecesse, aconteceu.
Ela viu saindo, com dificuldade, do meio dos repórteres e indo em sua direção. Cinco anos não tinham feito muito estrago em , ele ainda tinha aquele cabelo que ela amava, e os olhos que, em tantas vezes, ela havia se perdido dentro.
, ao vê-la, ficou hipnotizado. A única coisa que mudara nela foram seus cabelos: estavam um pouco mais curtos do que antigamente, mas nada que não a fizesse ser reconhecida por ele. Impossível ele não reconhecê-la.
- ? - permanecia estática, não sabia o que fazer.
- ! - estava radiante, finalmente ele havia encontrado-a! Ele foi ao seu encontro. - Quanto tempo. - os olhos dele brilhavam.
- Pois é, o que você tá fazendo aqui? Não era pra estar na Rússia com sua esposa?
Ao ouví-la falando aquilo, imaginou que não assistia TV à meses.
- Eu não tenho mais esposa, . A gente se separou há uns três meses, pois cada um resolveu ir atrás do amor da sua vida.
Ao escutar aquilo, se sentiu como uma adolescente que acabara de receber a declaração mais linda do mundo de seu namorado perfeito, mas aquilo não podia estar acontecendo.
- Mamãe! - Maggie se jogou nos braços da mãe. Respirava ofegante, pois havia corrido muito para chegar até .
- Mamãe? - não acreditava no que ouvia. Ela tinha uma filha? Então, certamente, também tinha um marido. o mundo se abriu debaixo de seus pés.
- Ela tava quase saindo da praça e indo pra casa sozinha.- disse Mark, chegando atrás da filha.
reparou a expressão de e se adiantou a dizer:
- Antes que me soterrem de perguntas: , essa é a Maggie, minha filha e esse Mark... - deu uma pausa e olhou pro marido. - Meu marido. - agora sim, viu suas esperanças irem por água abaixo. Engoliu em seco.
- Marido?
- É e... Mark, esse aqui é o . - ela disse se virando para ele. - .
Ao ouvir isso, Mark também ficou sem reação. Conhecia toda a história dos dois, sabia que nunca havia se esquecido dele, mas fazia o possível para ela conseguir amá-lo tanto quanto havia amado , ou ainda amava. Sabia que, se um dia aparecesse na vida dela, ele seria um zero à esquerda. Sabia que esse momento chegaria, mas não tão cedo.
- , o ? - perguntou ele, já sabendo a resposta.
- É, ele mesmo. - ela respondeu olhando de um para o outro. Maggie já não estava presente, agora brincava com algumas amiguinhas no balanço. Havia sentido a mesma sensação de anos atrás. Sentiu seu amor por , que estava adormecido há algum tempo, despertar novamente dentro dela.
- Eu acho melhor vocês conversarem. Eu vou levar a Magg pra casa. - Disse Mark apenas, saindo dali e indo pegar Maggie para levá-la pra casa e assim o fez. Quando viu o carro dele se distanciando, começou a falar.
- , eu acabo de ver que você já tem uma nova vida, um novo amor... - o interrompeu.
- Eu não tenho um novo amor, . Apenas uma nova vida. Mas o amor que eu tenho é um antigo amor, que despertou dentro de mim novamente. - disse ela à ele. Queria deixar claro a que ainda o amava, mas que sua família era importante na vida dela.
olhava pra ela com o olhar reluzente. Não esperava ouvir isso dela, não depois do que acabara de ouvir.
- Sua filha é uma linda menina. Quantos anos ela tem? - perguntou demonstrando que gostara da menina. Não sabia o porquê, mas havia ela alguma coisa familiar, ou algo diferente.
- Quatro, faz cinco daqui a dois meses.
- Você deve ser uma ótima mãe, eu sempre pensei que seria. - comentou olhando para a garota. Sempre se imaginou formando uma família com e a boa mãe que ela seria para seus filhos. A única que ele queria que fosse mãe deles.
- Eu tento. Desde que ela nasceu, eu tento. No começo, foi difícil. Era tudo muito novo para mim. Mas, depois, o Mark chegou e me deu toda a força que eu precisava, ele foi um anjo na minha vida. - ela falava olhando para o céu azul acima deles.
Como assim depois o Mark chegou? não entendia mais nada, uma hipótese passou por sua cabeça, mas não podia ser verdade.
- , há quanto tempo você tá casada?
- Acabou de fazer quatro anos. , eu preciso ir pra casa. - ao dizer isso, viu o carro do marido passar pela praça. Havia apenas ele dentro do carro, que estava cheio de coisas.
- MARK! MAAARK! - ela gritou, mas sem sucesso. Resolveu ir correndo para casa, ele havia deixado Maggie sozinha em casa?
- Espera, . Eu tô de carro, eu te levo até sua casa.
- Não precisa, . Minha casa fica há dois quarteirões daqui. - já corria para fora da praça.
- De qualquer maneira, de carro é mais rápido. - disse ele já entrando no carro e abrindo a porta do carona para ela entrar. "Ele tinha razão", pensou ela e, em seguida, entrou no carro querendo chegar o mais rápido possível em casa.
Durante todo o caminho, ficou pensando no que ela tinha dito. "Então, quando ela se casou com Mark, sua filha já fazia quase um ano? Magg não era filha dele? Mas... se não era filha de Mark..."
Ao chegar lá, encontrou sua filha dormindo no sofá da sala com uma carta embaixo de sua cabeça, pegou-a e começou a ler.
,
Não sei nem como vou conseguir dizer isso, mas é inevitável: eu sei que você nunca me amou de verdade e que só estava comigo por tudo que eu fiz por você. Eu te agradeço sempre por ter me feito o homem mais feliz do mundo nesses últimos quatro anos, ainda que você não possa dizer o mesmo. Acho que sempre teve um motivo para que você não quisesse casar comigo de papel passado e eu sempre compreendi. Pro caso de ele voltar, não precisaria de papelada nenhuma de divórcio para nos separarmos. Eu quero tornar as coisas mais fáceis para você. Já peguei as coisas mais necessárias que tenho e fui embora, deixei a Magg dormindo para ela não me ver sair com todas aquelas coisas. Nem sei como consegui arrumar tanta coisa em tão pouco tempo, mas precisava ir antes de você voltar para casa. Espero que já tenha dito toda a verdade para ele e eu espero de coração que ele a faça muito feliz e que os dois sejam felizes juntos. Mais uma vez, eu te agradeço por esses últimos anos e quero que saiba que eu nunca vou me esquecer de você e que eu vou sabendo que te deixei com alguém que te ama tanto quanto, ou mais do que eu. Com amor, Mark.
entregou a carta à que, após ler, a única coisa que conseguiu dizer foi:
- Essa verdade é o que eu estou pensando? - disse ele olhando a pequena dormindo à sua frente no sofá.
- É, exatamente isso. - respondeu ela olhando também sua filha adormecida.
- Por que você nunca me contou?
- Porque eu já tinha ouvido o suficiente naquela noite, na noite em que eu ia te contar que eu estava grávida. Eu sabia que isso não ia mudar nada, então, preferi não falar nada e tentar seguir em frente sozinha.
- Você não devia ter feito isso. - após dizer isso, um silêncio incômodo tomou conta da sala de .
- Me desculpa, . Me desculpa por ter feito aquilo.
- Eu sabia que você ainda viria me pedir desculpas. - Disse olhando nos olhos dele.
- Eu sempre soube disso.
- E eu sabia também, que estaria disposta a te perdoar quando isso acontecesse. - disse com um pequeno sorriso nos lábios.
Como faziam antigamente, se comunicaram com o olhar, se aproximaram e juntaram os lábios num beijo que eles esperaram por todo aquele tempo. Um beijo que estava guardado dentro deles por cinco anos...
- Eu guardei o seu sabor todo esse tempo e ele continua sendo o melhor beijo do mundo. - ela, porém, não respondeu nada, apenas o beijou novamente. Beijos que ela guardou só pra ele e, ele, só pra ela.
Aquele dia foi o mais feliz da vida dos dois. Passaram a noite juntos e sentiram novamente a necessidade de estarem juntos eternamente. Ali era o começo da nova vida dos dois juntos. Uma vida em que nada iria separá-los, que nada iria prejudicá-los.
- Eu te amo. - disse , aconchegando-se nos braços de . Estavam deitados na cama, abraçados, após terem tido a noite mais especial dos últimos cinco anos.
- Eu te amo demais. - ele disse beijando o topo da cabeça de . - Nem o tempo, nem a distância nunca me farão deixar de te amar. Eu te amo pra sempre.
Como eles contaram toda a história à Magg? Bom, aí já é uma coisa que só eles conseguiram fazer, se é que conseguiram.
THE END!
N/A: primeira fiiic *--------* que emoção cara *o* é bem curtinha, fiz em uma noite, ou sei la, acho que em uma hora :P mas queria fazer uma shortfic pra postar, espero que tenham gostado :d ah! Comentem :*