I'm Losing Myself
Escrita por: Thalie
Beta-Reader: Carol F.


Droga, pensei. Abri os olhos e pisquei algumas vezes para estabilizar a visão. Olhei no rádio-relógio – sim, acredite, ainda fabricam essa coisa – do criado mudo; 8:32 AM. Ótimo. Quem ousa ligar aqui a essa hora da madrugada de um sábado?

- Alô. – Falei sem vontade alguma.

- ? É a mamãe. – Disse ela e eu pude ouvir o sorriso em sua voz.
- Ah. Oi. Mãe, eu tô dormindo. Posso te ligar depois?
- Na verdade, não. – Maravilha! – Eu e seu pai estamos indo para a agência de viagem agora. Eu queria ter certeza de que você não mudou de idéia e não quer ir conosco. – A esperança em sua voz era quase tangível. Mas não, obrigada. Essa eu passo.
- Londres, hã? Não, obrigada. – Fiz uma careta. Aposto que ela pôde ouvir a mudança de expressão facial. Credo. Odeio Londres.
- Vamos, filha. Vai ser ótimo. – Será que ela não cansa?
- Não, mãe. Desculpe. Você sabe que eu odeio Londres.
- Eu poderia insistir até você aceitar, você sabe disso, mas seu pai está me apressando. – Sua voz murchou. - Mas você vai à Miami, não é? – A esperança em sua voz voltou.
- Claro. Miami sim. Sem Londres.
- Ótimo! – O entusiasmo voltara. – Te ligo depois. Seu pai está mandando um beijo.
- Tá. Mande outro pra ele. Diga que eu o amo. Tchau, mãe. Beijos, até depois. Eu amo você.
- Sim. Beijos. Eu também. Muito. Tchauzinho, bebê.

E ela desligou. Olhei automaticamente para o lado. Ali estava ele, lindo como um anjo, dormindo, me matando com aquela regata branca puída pelo uso e uma cueca samba-canção. Suspirei pesadamente e virei para o outro lado, me cobrindo. Adormeci.

Acordei com um baque surdo. Olhei na direção do barulho. Maravilha, ele caiu da cama - de novo.

- Inferno. – O ouvi esbravejar. Sorri involuntariamente ao ouvir sua voz.
- Acho que vou ter que comprar um berço pra você. – Eu disse e minha voz estava rouca de sono. Ri um pouco; parte pela quase piada e outra pela minha voz.
- Ha-ha. – Disse ele, a ironia sendo cortada por um bocejo. – Droga, eu realmente acho que dessa vez quebrei o cóccix. – Disse ele novamente, levantando e massageando a bunda. E que bunda, pensei. Ele sentou na cama e coçou os olhos por um tempo.

Olhei para o relógio – 11:07 AM. Sentei e cocei a cabeça. Soltei o rabo de cavalo que prendia meu cabelo e tirei os tic-tacs que prendiam minha franja pra trás, abrindo a gaveta do criado mudo e jogando os acessórios ali.

- Bom dia. – Disse eu. abriu os olhos (acho que ele dormiu sentado; não seria a primeira vez) e sorriu pra mim. Incrível como ele consegue ser lindo até mesmo com a cara inchada e ter dentes perfeitamente brancos quando acorda. Tudo nele é absurdamente convidativo para mim. Eu estou me perdendo... Por causa dele. Eu sempre me perco em seus olhos, seu cheiro. Droga, , qual é o seu problema?
- Bom dia, linda. – Respondeu ele simplesmente, o que me causou tremores até o último fio de cabelo. Droga.
Levantei-me e fui ao banheiro – só eu, e os bolsos de nossos pais sabem o quanto custou para que tivéssemos um banheiro só pra gente. E esse quarto – se é que se pode chamá-lo assim. Peguei minha escova de dente e coloquei creme dental. Após alguns segundos, ele entrou no banheiro e fez xixi. Ele tem uma bexiga e tanto, vou te falar. Não sei como consegue demorar tanto para fazer xixi! Deus o abençoe. Terminei de escovar os dentes e ele de fazer suas necessidades, er. Joguei um pouco de água fria na cara, para acordar e desinchar o rosto. Enquanto ele punha creme dental na escova, fui fazer xixi.
Ah, qual é. Direitos iguais. Terminei, lavei as mãos e fui pro quarto. Abri uma gaveta da cômoda tabaco com branco, idêntica à de , que fica do lado da cama dele. Oh, desculpe se dei a impressão de que éramos casados, namorados ou qualquer coisa assim. Claro que não. Infelizmente.

Peguei um short jeans claro que vai até uns quatro dedos antes do joelho e uma regata preta com bolinhas rosa (ela é linda, ok?) de alça grossa e esperei ele sair do banheiro. Entrei lá novamente e só fechei a porta, sem trancar mesmo. Tomei um banho rápido e me troquei no banheiro mesmo. Saí do banheiro e lá estava ele, estirado na cama, lindo de tirar o fôlego naquela regata. Acho que dormiu de novo.

Chacoalhei-o quando passei do seu lado e ele deu um pulo. Fiz sinal para o banheiro com a cabeça e ele assentiu, se espreguiçou e foi tomar seu banho. Droga, por que ele nunca leva roupa pra se trocar no banheiro? Não vale, é tortura chinesa, OMFG.

Sentei na cadeira da penteadeira que ficava entre nossas camas. Com calma, prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto e pus a franja de lado. Com uma lentidão exagerada, abri a gaveta da mesa e procurei o lápis de olho que eu tenho certeza que jogara ali ontem, levando algum tempo até achá-lo naquela bagunça toda. Quando – finalmente – encontrei, passei várias vezes na pálpebra inferior para deixá-lo bem forte. Quando terminei, taquei-o dentro da gaveta novamente. Peguei o estojo de sombras e escolhi um tom claro de rosa, combinando com as bolinhas da minha blusa. Passei um pouco de rímel e de blush, só para dar uma corzinha no rosto e finalizei com um gloss incolor sabor cereja que disse me deixar muito beijável. Abri a caixinha de jóias e, pelo espelho, vi a porta do banheiro se abrindo, porém se fechando novamente logo depois. Concentrei-me mais do que o necessário em achar um brinco dentro da caixinha. Achei um brinco do coelhinho da playboy que ganhara de algum ex namorado do ginásio e o coloquei.

Levantei e abri o compartimento que eu usava para guardar sapatos na minha cômoda e peguei uma sapatilha preta com um lacinho na frente. Quando terminei de pôr a sapatilha, ele saiu do banheiro com cabelo molhado caindo sobre o rosto levemente úmido, talvez pelo próprio cabelo, talvez por não ter enxugado o rosto direito ou talvez pelas duas coisas. Ele segurava a toalha azul turquesa que estava escrita “” em branco em alguma das bordas que o enrolava com uma das mãos. Com a outra, ele bagunçava os cabelos na tentativa de secá-los – em vão, conseguindo como resultado apenas molhar o chão. Seu tórax estava cheio de gotículas d’água - o que comprovava minha teoria de que ele não tinha se enxugado direito – que pareciam gritar meu nome, deixando-o ainda mais irresistível.

- Hey, pára. Você está molhando todo o chão. – Fiz uma careta e voz de afetada.
- Ops. – Disse ele, com uma carinha tão fofa que quase me fez atravessar o quarto e apertar aquelas bochechas levemente rosadas.
E então, num ato que eu acho que foi acidental, ele tirou a toalha da cintura e a levou à cabeça, movimentando-a rapidamente para secar o cabelo. Arfei, mas logo me recompus. Afinal, eu via aquilo todos os dias mesmo. Virei de costas para ele e fui arrumar minha cama, exagerando na lentidão novamente. Quando terminei, ele estava de cueca boxer, procurando o que vestir. Agradeci mentalmente por ele estar de costas e não poder ver a cara de psicopata sexual estampada no meu rosto quando meus olhos voaram diretamente para suas coxas bem definidas e sua bunda maravilhosa. Deus, dai-me forças.
Voltei para a penteadeira e escolhi um perfume para usar. Escolhi Envy Me by Gucci, um dos meus preferidos, mas logo depois mudei de idéia e peguei o 212 Sexy by Carolina Herrera. Borrifei um pouco no pescoço e logo senti o cheirinho gostoso do perfume se espalhando pelo quarto. Tampei o perfume e o coloquei novamente na penteadeira.

- Eu adoro esse seu perfume. – Ouvi a voz de logo atrás de mim. Ele vestia meias e uma skinny escura. Me arrepiei por ouvir sua voz tão perto e sorri.
- Obrigada. – E sorri. Ele estava do meu lado, pegando seu perfume Polo by Rauph Lauren e borrifando algumas vezes no pescoço e no seu tórax definido. Oh Deus, me ajude. Ele voltou para perto de sua cama e vestiu a blusa que estava esticada sobre o colchão, que logo reconheci como a blusa que eu lhe dei no último ThanksGiving quando fui para New York ver meus avós. Tirou o par de all stars vermelho de baixo da cama e o calçou. – Vai sair? – Perguntei, quando lembrei que perfume ele havia usado. Polo é seu perfume para encontros.
- Quer almoçar? – Essa me pegou de surpresa.
- Claro. – Dei de ombros, tentando parecer indiferente, mas acho que meu sorriso “ele-me-chamou-para-almoçar” me denunciou.
Peguei minha maxi bolsa da Betty Boop em cima da cômoda e conferi o que tinha dentro dela.
- Droga, cadê meu celular? – Esbravejei, remexendo nervosamente na bolsa.
- Na segunda gaveta do criado mudo. Lado direito. Você o jogou ali quando o Summers te ligou para dar boa noite. – Ele levantou a sobrancelha e sorriu maliciosamente. – Não lembra? Você disse “Puta que pariu, Summers! Eu não quero sair com você”. – Estimulou ele, vendo minha cara de dúvida.
- Ah! Tadinho. Eu realmente acho que se ele cortar o cabelo, tirar aquele aparelho e trocar aqueles óculos com aquela armação horrorosa por uma lente de contato, ele ficaria pegável. Mas enquanto isso não acontece, vou mandá-lo à puta que pariu várias vezes. – Ri pelo nariz e revirou os olhos. Fui para a minha gaveta e procurei delicadamente pelo meu iPhone. – Olha! Meu iTouch!!! – Exclamei. – Estou procurando ele há meses. Não ‘tá aqui não, !
- Eu disse lado direito. – Disse ele, com um toque pesado de ironia na voz.
- Ah. – Comecei a procurar o celular do outro lado. – AQUI! Cara, eu preciso lembrar onde eu guardo minhas coisas.

Taquei o celular carinhosamente dentro da bolsa e a fechei, caminhando para a porta. a abriu e, assim que o fez, eu agradeci mentalmente pelo meu quarto ter proteção acústica. O barulho do andar de baixo era insuportável. O terceiro andar era constituído de apenas dois apartamentos. Apartamentos para pessoas de melhor nível financeiro, se me permite dizer. O outro apartamento do andar pertencia a uma líder de torcida e seu meio-irmão gostosão que estava na minha turma de sociologia.

Não me surpreenderia se os boatos de incesto sobre os dois fossem verdadeiros. Ela, a líder de torcida loira dos olhos azuis e do corpo perfeito. Ele, capitão do time de futebol americano, moreno dos olhos verdes do corpo esculpido por deuses. É nessas horas que você queria ser uma mosca só para saber o que acontece naquele quarto. Enfim, vou parar de me meter na vida dos outros.
Descemos as escadas e encontramos um lugar inacreditavelmente sujo. O carpete vermelho todo manchado de sabe-se-lá-Deus-o-quê, caixas de sapatos, pacotes de salgadinhos, latas de refrigerante jogados por toda parte e gritos, músicas de todos os gêneros possíveis no volume máximo. Um caos total. E essa situação se repetia no andar de baixo, o térreo, onde fica o refeitório, a pequena biblioteca e o acesso à internet. O longo corredor cheio de portas parecia mais longo ainda cada vez que você dava um passo. Deus me livre. Lembro-me de quando papai quase me proibiu de morar aqui.

“É isso que você quer? Morar com animais?”, dizia ele. Mas a filha da puta da dona da república estava muito preocupada em faturar e falou dos apartamentos limpos, com proteção acústica, espaçosos e arejados do terceiro e último andar.

“Mas é realmente uma pena. Só temos um apartamento disponível, já que são apenas dois lofts no andar. O outro já foi alugado... Mas são ótimos lugares para se morar. Duas camas, duas cômodas, penteadeira, banheiro particular, frigobar... Tem até uma mini cozinha com um fogão embutido de duas bocas”, disse ela. Sr. , o melhor amigo de meu pai há anos, havia ido conosco acompanhado de seu filho absurdamente lindo para ver a última república com quartos disponíveis, já que demoramos demais para decidir se moraríamos ou não em uma fraternidade. Ele podia ter ficado em algum quarto de baixo, mas não. O puto do Sr. fez questão de sugerir que e eu dividíssemos o luxuoso quarto do último andar.

Ele podia realmente ter ido para outro quarto. Não que eu me incomode em vê-lo pelado por, no mínimo, uma vez por dia, ou de poder me embriagar com seu cheiro maravilhoso a qualquer hora, ou de poder vê-lo dormir. Não é isso. O ponto é: é muita tortura.

“Mas pai, ele é um menino, tentei, em vão, argumentar.
“Ele é quase da família, . Vai ser uma experiência de vida. Pense por esse lado”. É claro que eu tentei persuadi-lo, mas até minha mãe havia se virado contra mim.

“Oh, filha. Ele é um príncipe. Vai ser divertido”. O fato é que toda família e querem que e eu formemos um casal. Por mim, já seriamos um desde que nos conhecemos, quando eu tinha 14 anos. E ele é mesmo um príncipe. Mas não do meu conto de fadas. Enquanto ele é o príncipe Filipe de Bela Adormecida, eu sou a Bella de Bella & a Fera. Ou talvez estejamos no mesmo conto de fadas, mas com personagens inalcansáveis, ele sendo o príncipe Filipe e eu sendo a Coruja. Ou o Cavalo. Enfim, você entendeu.

“Mãe, não viaja. Nós nunca seremos nada além de bons amigos”. Será que ela ouvia o pânico e a decepção de minha voz com a mesma clareza que eu? Nunca seremos nada além de bons amigos. Oh, gosh.
“Você não pode saber se serão ou não, filha. Se forem, eu quero que saiba que eu, seu pai, Denise e Paul estamos totalmente de acordo.” Pois é, mãe. Nunca vai acontecer.

- No que você está pensando? Não te vejo concentrada assim desde aquela aula de sexologia da semana passada.
- Planos de verão. – Ignorei sua comparação e disse outra coisa que estava martelando na minha cabeça e não deixava de ser verdade. Suspirei.
- Ah. Vai pra Londres?
- Jamais! – Fiz careta.
- Sabia que você ia responder isso. – Ele sorriu convencido e eu revirei os olhos.
- Vamos ao shopping? Assim podemos adiantar as compras de verão. – Sorri, enquanto arrancava com o carro para longe da Angels Of America, minha até então casa.
- Claro. Eu preciso de sungas. – Gargalhei. Nem em um milhão de anos usaria uma sunga. Ele sorriu. – Mas vamos almoçar primeiro. – Rimos.
Escolhemos um restaurante aleatório. Conversamos, rimos e comemos muito. Quando eu estava quase na metade do meu prato, notei que olhava fixamente para um ponto atrás de mim. Mantive-me em silêncio, e continuamos a comer. Quando eu estava quase terminando, a curiosidade me venceu e eu olhei para trás.

Não precisei procurar muito para achar o que ele estava olhando com tanto interesse. Duas mesas atrás de nós estavam sentadas duas garotas, comendo sanduíches do Burger King e sorrindo para . As duas eram muito bonitas, diga-se de passagem. Mas a garota ruivinha que chamou a atenção dele. Certeza. Sua beleza era exótica e natural, ao contrário da garota de cabelos cor de mel, que era um tanto quanto superficial. gosta de garotas naturais.

- Ah! – Exclamei, quando virei para frente. – Pode ir. – Dei de ombros e dei um sorriso amarelo. – Depois me conta como foi. – Fiz um sinal de “joinha” com o polegar. Ele ia argumentar, mas eu podia ver em seus olhos o quanto ele queria ir. – Vai logo, elas vão terminar daqui a pouco. Eu te espero! – Sorri, encorajando-o. Ele sorriu em agradecimento e me deu um beijo na testa quando passou por mim.

Suspirei pesadamente. Terminei de comer e fui rapidamente ao restaurante novamente para a retirada de minha sobremesa: duas gigantescas fatias de torta holandesa. Sentei-me novamente na mesma mesa, já que tinha deixado tudo lá. Foda-se se roubassem. Mas enfim, tudo continua aqui.

- Olha, eu não sou fofoqueiro nem nada, mas seu namorado tá te traindo. – Um menino alto, de olho azul, que me lembrava muito o Chace Crawford em uma versão um pouco mais loura, porém igualmente linda, disse. Ele levantou o dedo indicador e apontou para trás de mim, e com a outra mão ele (com a testa enrugada de... Culpa? Pesar? Talvez…) coçava a nuca, em sinal de nervosismo. Nem sei por que me dei ao trabalho de olhar para trás, mas quando o fiz, me arrependi. Ele estava sentado ao lado da garota ruiva – não disse?! – e enfiava a língua dentro da boca dela com muito entusiasmo. Suspirei.
- Ah, - Ri pelo nariz. – ele não é meu namorado não. É só meu colega de quarto. – Sorri. Ele sorriu em resposta e suspirou.
- Ainda bem que ele não é. Porque se fosse, cara, eu poderia dar uma boa surra nele se você quisesse, pra ver se ele aprende que não se deve fazer essas coisas, principalmente com meninas lindas feito você. – Corei.
- Ah, claro. – Rolei os olhos. – Por que você não se senta? – Fiz sinal com a mão para a cadeira a minha frente. Ele sorriu e assim o fez.
- Prazer, sou Brad Turner. – Ele sorriu e esticou a mão. Fiz o mesmo e trocamos um aperto de mão.
- .
- Bonito nome. Você aguenta comer tudo isso aí? Meninas geralmente não comem tanto doce por medo de engordar. – Eu juro que ele ficou vermelho.
- Ah. Eu sou anoréxica, então logo, logo isso não fará diferença alguma. – Sorri abertamente e ele arregalou os olhos. – Mentira, cara. Fins de semana são liberados para guloseimas em geral. Durante a semana eu pego pesado na dieta e na malhação, sacou? – Rimos.
- Cara, você me assustou. – Ele fez careta. – Quantos anos você tem?
- Que indelicadeza! – Ri. – Tenho 19, e você?
- Também. Você me parece familiar, sabia?
- Aonde você estuda?
- Ohio’s University. E você?
- Também! Cursa o que?
- Relações Internacionais. E você?
- Turismo. – Sorri. – Provavelmente nós temos algumas aulas juntos.
- Espero que sim. – Sorriu ele e começamos a conversar. Ele era muito fofo. Algum tempo depois, Brad olhou no relógio dourado que estava em seu pulso. – Droga! Eu tenho que ir. Foi muito, muito bom te conhecer, !
- Já? – Fiz careta.
- Eu vou viajar pra Melbourne nessas férias, meus tios moram lá. Meu vôo sai às 3 p.m, já são quase 2h15m p.m, eu tenho que tomar banho, pegar as coisas e chegar no aeroporto a tempo, sendo que eu moro à quase 25 minutos do aeroporto. Tenho mesmo que ir, princesa. E acho que o banho vou deixar pra depois. – Risos. - Você pode... hm, me dar seu telefone? – Ele era, definitivamente, o menino mais fofo que eu conheci. Ficava vermelho com uma freqüência incrível, e eu não pude deixar de sorrir ao ver o rubor em seu rosto.
- Claro! Tem um papel ou sei lá? – Ele me deu seu celular e eu gravei meu número no aparelho. – Pronto! Vê se liga, hein? – Brinquei.
- Vou ligar, pode ter certeza. – Com mais um lindo sorriso, ele se levantou e eu fiz o mesmo. Ele me desejou boas férias e me deu um beijo na trave. E aí eu fiquei sorrindo que nem idiota.

Minha torta holandesa já havia acabado há algum tempo, levando-se em consideração que Brad deu algumas boas colheradas. Suspirei e ia começar a tirar os pratos da mesa, quando um filho da puta gritou “BU!” na minha orelha, me fazendo dar um pulo e um pseudo-grito. Quando olhei para trás, exibia um sorriso presunçoso no rosto por ter me assustado.

- Vá pro inferno. – Dei um tapa no ombro dele, sorrindo. – Vamos?
- Opa. – Ele levou os pratos para as latas de lixo. – E aquele carinha metido à Chace Crawford, hm? Não gostei do jeito que ele olhou pra você, parecia... Possessivo.
- Ciúmes, ? – Sorri e apertei sua bochecha.
- Claro, tenho que cuidar do que é meu. – Ele sorriu de lado, o meu sorriso, e me abraçou pela cintura, fazendo uma cara de sapeca. Meu corpo todo amoleceu quando ele me tocou. Um turbilhão de emoções me atacou. Droga! Vou desmaiar.
- Nossa, não me pega assim que eu gamo. – Sorri igualmente sapeca para ele. Ele gargalhou e beijou minha bochecha demoradamente. Oh, gosh. Fizemos as compras até mais ou menos 5:30 p.m, quando fomos na Starbucks do shopping. pediu um Frappuccino blended beverage à base de creme, e eu, um Iced Caramel Macchiato. Ainda bebendo nossos cafés, fomos para o carro.

Quando estávamos quase chegando na Angels, meu celular tocou.

(chamada on)
- ? Vamos ao Sound hoje? – Sound é um dos melhores pubs da região.
- Ah, oi pra você também, . Estou bem, obrigada. Como você est...
- Sem dramas, . Vamos ou não? Pergunte ao se ele vai, se isso te faz feliz.
- Oh, obrigada! Isso realmente vai melhorar a minha noite. – Disse eu, nem tão ironicamente assim.
(chamada off)

- , tem planos para a noite?
- Não, por quê?
- Sound, hoje, com o pessoal?
- Claro.

(chamada on)
- Nós vamos.
- Ótimo! – Pude ouvi-la batendo palmas. – Vejo vocês às oito, xoxo.
(chamada off)

- Essa menina tem sérios problemas no cérebro, dude. – Murmurei rindo.
- Fato! – riu ele.
- Vira aí na próxima esquerda e pára na Dress.
- Já vai comprar mais roupa?
- Cala a boca, o dinheiro é meu. – Eu ri.
- Nossa, desculpa aí. - Murmurou ele, mas depois acabou rindo também.

Chegamos na Angels exatamente às 6:37 p.m. Coloquei minhas sacolas de qualquer jeito em cima da minha cama. Peguei minha mochila e fui para a sacada.

Comecei a fazer o dever de espanhol. Quando terminei, já eram sete e quinze. Porra, vou me atrasar. Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, porém completo. Lavei o cabelo dessa vez. Quando terminei, saí do banheiro enrolada na toalha, secando o cabelo com outra. estava mexendo em seu notebook, deitado de bruços, sem camisa, em sua cama.

Ignorei-o e fui para a minha cômoda, pegar uma calcinha e um sutiã, já que eu estava completamente pelada. Enfim. Peguei uma calcinha qualquer e o sutiã que fazia par com ela. Coloquei-os rapidamente e tirei a toalha, jogando-a em cima da minha cama. As sacolas com as minhas roupas recém-adquiridas estavam em cima da mesa, na nossa pseudo-cozinha. Peguei as duas únicas sacolas laranjas – as da Dress – e as taquei na cama, procurando minha roupa.

- Você vai ficar aí, desfilando de calcinha e sutiã até que hora? – Perguntou , com a sobrancelha erguida. Sua típica cara de pervertido.
- Até a hora que me der vontade. – Cruzei os braços, arqueando a sobrancelha com a cara igualmente pervertida.
- , , não me provoque. – Disse ele, fechando os olhos e respirando fundo.
- Vai fazer o quê?
- , sério.
- Sério, . O que você vai fazer?
- Não me faça ir até aí, .
- Larga de ser frouxo e venha logo. – Eu meio que me arrependi de dizer isso, pois assim que o fiz, fechou o notebook e o colocou em cima da minha cama. Ele deu um risinho incrédulo com a minha audácia e veio em minha direção, olhando no fundo dos meus olhos.

Meu coração acelerou loucamente, minhas pernas bambearam e eu não sabia o que fazer. Ele parou na minha frente, o rosto mostrando desafio.

- Tem certeza que quer saber, ?
- Sabe qual é o seu problema? Você fala demais, . – Mais uma vez, ele soltou o risinho incrédulo e suas duas sobrancelhas se arquearam.

Sem mais palavras, ele pôs as mãos em minha cintura e colou nossos corpos. Arfei. Sua respiração em contato com a minha pele estava me deixando louca – e olha que nem estávamos fazendo nada... Ainda. Sua boca encontrou a pele de meu pescoço. Beijos estalados fizeram uma fila de minha clavícula até o canto de minha boca. Seus dedos firmes apertaram minha cintura, e sua boca encostou-se na minha. Aquela corrente elétrica clichê dos livros passou de minha boca até o dedão de meu pé em segundos. Minhas mãos – trêmulas – se arrastaram pelo seu peitoral nu, fazendo com que os músculos do abdômen – definido – de se contraíssem, chegando à sua nuca. Com a outra mão, agarrei seu cabelo, na tentativa desesperada de trazê-lo mais pra perto. Nossas línguas se moviam num ritmo frenético, enquanto eu estava prestes a ter um aneurisma ou qualquer coisa parecida.

A mão de desceu para a minha coxa, logo indo para a minha bunda. Eu o empurrei um pouco, até que ele bateu em sua cama. O empurrei com mais vontade, e ele deitou comigo por cima. Quase não podia respirar. passava a mão por toda a extensão de meu corpo, e chegou ao fecho de meu sutiã. Ele o abriu com agilidade, tacando-o longe. Droga, aquele é o meu sutiã preferido. Espero achá-lo com facilidade depois. Ele me virou e me ajeitou na cama – já que nosso corpo estava metade para fora da mesma –, ficando por cima. Minhas mãos seguiram para o cós de sua bermuda, desabotoando-a. Com certa dificuldade, se desfez dela sozinho. Sua boca estava novamente em contato com o meu pescoço, logo descendo para meu colo. Ele mordiscou meu seio, descendo os beijos e mordidinhas pela minha barriga, até chegar na calcinha. Ele a tirou em um movimento realmente rápido, tacando-a no lustre – só percebi isso porque a iluminação ao nosso lado ficou mais escassa. Ele voltou a me beijar, e eu podia sentir sua excitação. Cara, eu esperei anos por esse momento. Mordisquei sua orelha e ele desfez-se sozinho de sua boxer. Vasculhou a gaveta de seu criado-mudo, procurando por algo.

- Porra, cadê...? – Disse ele, baixinho.
- Não tem? – Perguntei, igualmente baixo.
- Não sei, eu não tô achando. – Respondeu ele. Eu revirei os olhos e virei para o meu criado-mudo, pegando uma nécessaire, na qual eu guardava absorventes, e peguei um preservativo... Sabor menta.
- Ah, droga, só tem esse. Eu tava guardando ele...
- Cala a boca. – riu e abriu o pacotinho com a boca. Ele ficou extremamente sexy fazendo aquilo. O colocou e olhou para mim. – Pronta?
- Eu nasci pronta. – E lhe dei um selinho.

Ele mordeu meu pescoço, e então me penetrou com uma força incrível. Eu simplesmente gritei. É, gritei. Porra, eu sabia que o tinha um jeito meio bruto, mas não sabia que ele era tão cavalo assim. Não que tenha sido ruim, porque não foi. Muito pelo contrário. Espasmos de adrenalina corriam por minhas veias, me deixando extasiada. Ele investia igualmente forte, e eu não conseguia ser uma pessoa normal e... Gemer. Eu simplesmente gritava feito uma égua no cio. Eu arranhava suas costas e puxava seu cabelo como se quisesse arrancar-lhe o couro cabeludo. Deus, onde foi que aprendeu a fazer isso? Eu estava ficando louca de prazer, quando meu corpo começou a tremer e eu gritei tanto que parecia que eu estava sendo esfaqueada ou qualquer coisa. continuou investindo mais algum tempo, quando eu tremi novamente, dessa vez junto com ele. Eu nunca tive um orgasmo múltiplo na minha vida. Enfim. Ele foi parando de se mexer, e desencaixou-se. Ele foi para o banheiro desfazer-se do preservativo, mas logo voltou e deitou-se ao meu lado. Ambos estávamos ofegantes. Ele me abraçou de lado e eu nos cobri com o lençol. Deitei-me no seu peito e fiquei fazendo desenhos aleatórios na sua barriga. Ele riu e beijou o topo da minha cabeça.

- Sabe, eu sempre tentei te tirar da cabeça. Sempre tentei te esquecer com outras garotas... Mas eu sempre soube que era impossível. – Ouvi seu coração acelerar enquanto ele falava. - Sempre soube que tinha que ser você. Hoje, no shopping, vê-la falando com aquele Chace Crawford made in China... Aquilo doeu minha alma. Por isso eu beijei aquela ruiva. Porque eu queria que fosse você. Mas você simplesmente me ignora. Eu te amo, . Mais do que qualquer coisa. – Meus olhos marejaram e eu o encarei.
- Eu te ignoro? , desde o dia em que eu coloquei meus olhos em você eu estou completamente apaixonada... Como você diz que eu te ignoro? Eu só tento não demonstrar o que eu sinto... Porque não sabia que você sente o mesmo. Eu te amo, . Sempre amei. – Ele sorriu e abaixou um pouco a cabeça, chegando aos meus lábios. Nos beijamos por um período desconhecido de tempo, e só paramos porque o telefone tocou.

- Alô?
- Cadê você, ? Estou te esperando há meia hora!
- Puta que pariu! – Gritei – A gente tem mesmo que ir?
- Claro que sim! Tá todo mundo aqui, .
- Argh, chego aí em uma hora. – mordeu minha orelha. – Hm, uma hora e meia. Tchau. – Desliguei o telefone antes que ela começasse. Ela iria entender, assim que eu e chegássemos de mãos dadas na Sound.
- A gente precisa de um banho. – Disse ele, a malícia ex implícita no tom de sua voz. Gargalhei.
- Pois é, . Mas eu não acho que tenha mais preservativos de menta por aí.
- Eu tenho na carteira. Mas ela estava longe demais e eu realmente não estava em condições de ir buscar. – Eu ri com a cara que ele fez, e o beijei novamente. – Eu te amo. – Disse ele.
- Eu também. – Sorri em troca.
- Eu meio que me perco nos seus olhos. – Sorriu ele. – Eu meio que me perco em tudo que é ao seu respeito. Eu nunca me senti assim antes.
- Tenha certeza de que seu sentimento é absolutamente recíproco.
- Espero. – Sorriu ele, antes de me beijar novamente.

Eu acho que esse negócio de amor é realmente imprevisível. Quem diria? e eu, no mesmo conto de fadas... Eu, como a minha princesa favorita: Ariel, e ele, como príncipe Eric. Só espero que nenhuma Melody apareça tão cedo...

FIM

N/A: Olá, como vai você? –n *PC Siqueira feelings*
Eu queria agradecer a quem leu esse projeto de fic (:
A minha segunda (de mais de sete) fanfic finalizada, awe *-*
Bom, eu não posso dizer que não gostei dessa fic, porque eu realmente simpatizei com ela, rs. Era pra ser uma long, mas como eu sou uma inútil que não consegue terminar suas fics, eu a deixei como short mesmo. E a história é completamente diferente da que eu havia imaginado... Mas eu consegui terminá-la, e isso é realmente um milagre. Eu terminei ela exatamente às 4:29 da manhã, quase morrendo de tanto sono. Espero que a minha tentativa ridícula de fanfic restrita tenha, pelo menos, agradado algumas de vocês. Eu nunca havia feito uma fanfic restrita, então relevem, rs. Esse fim foi meio que uma deixa para um futuro projeto, como vocês podem perceber. Talvez eu faça uma continuação, mas isso depende de vocês. E só pra deixar claro... O príncipe Eric é meu. Sério. *risos*
Bom, ninguém vai ler... Mas eu quero fazer uns agradecimentos básicos. Mandar uns beijinhos, sabe como é –n
Primeiramente, à Sarah *-* por me manter inteira (mesmo estando a mais de 429 km) quando ninguém mais consegue o fazer. Obrigada por existir, omml. Eu amo você.
À minha Looshuosa :D Nathi, você é, definitivamente, muito importante pra mim. E eu ainda vou aí pra SM puxar a sua orelha por sonhar com o traste do Miguelito. Eu te amo.
Eu queria mandar um beijo pra Manu, minha dewa da naiti AOIUSDHAOISH eu amo você manuzinha <3
E à Carol *-* por betar a minha fic, me aturar, ouvir meus sonhos eróticos, ser minha sócia no ramo de Profissionais do Sexo de Luxo e ainda por cima não me achar uma ninfomaníaca nem nada do tipo. Eu te amo Carolzitcha *-*

E a todas vocês, claro. Eu amo vocês, hihi (: Obrigada por lerem! Beijos, até uma próxima vez RS

N/B: Thaliee, meu amor, sua fic ficou muuuito boa! E nunca que eu vou te achar uma ninfomaníaca, acha UHAEIAEAHIUE Nosso comércio (-n) no ramo de PSL ainda vai ser o melhor do Brasil (h). Amo você! E comentem, gente lol
Qualquer erro, seja gramatical, no HTML ou no script, me avisem por e-mail (ready2reload@gmail.com), por favor, e não nos comentários. Obrigada, Carol.

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