in another life
por lola p. 'Hey !' gritava enquanto passava pela mesa onde sempre sentava, ele e seus amigos. se aproximou deles e se sentou do lado de , que era a única menina da mesa, o que não estava certo. havia faltado aula no dia e estava preocupado, sempre quando ela falta, ela liga no dia anterior para avisar. Era sempre assim, desde o maternal, as mães deles já se conheciam antes mesmo de terem eles, eram vizinhas desde que elas estavam no colegial, e isso fazia com que e fossem melhores amigos.
', por que a não veio hoje?' perguntou, sabia que teria a resposta.
'Não sei.' fez uma cara assustada, não se conformava do menino não ter notícias da sua melhor amiga e vizinha. 'Vou lá na casa dela depois da aula. Vocês querem ir comigo?' Todos concordaram. 'Então ta, no final da aula a gente se encontra no portão da frente.'
Dito e feito, no final das aulas de Biologia, Química, Inglês, etc. Estavam todos os cinco amigos reunidos no portão do colégio.

'Mãe, eu... Eu... eu não acredito.' dizia incansavelmente para sua mãe com uma voz chorosa.
'Filha...' Sua mãe não estava muito diferente. Tentava se controlar e dar força para a filha, mas não iria conseguir continuar desse jeito por muito tempo. 'Eu, eu sinto muito.' Ela a olhou cabisbaixa. Nesse momento elas ouviram a campainha. A mãe olhou no olho mágico da porta e viu os amigos da filha parados lá na frente. Quando ela ia abrindo a porta, a filha gritou.
'NÃO!' disse em um berro que assustou seus amigos do lado de fora. 'Mãe, a senhora vai abrir a porta, mas vai dizer que eu não estou, e não conte nada disso para eles, ta?' A menina não esperou resposta da mãe e foi correndo para o quarto. Onde trancou a porta e se deitou na cama e começou a chorar.

'Oi meus queridos.' Sra. disse ao abrir a porta.
'Oi tia.' Os cincos disseram juntos.
' está?' foi o primeiro a falar.
'Não, meu querido, ela saiu, quer deixar recado?' Sra. disse forçando um sorriso.
'Ah, não, não, só queríamos saber por que ela não foi pra aula.' disse cortando um silêncio que tinha ado conta do lugar.
'Ah sim, sim...' A senhora ficou assustada, não sabia o que dizer. 'Ah sim, ela tinha que ir à casa do pai dela hoje.'
'Então está bem.' disse forçando um sorriso e deu um beijo na bochecha dela. 'Tchau tia!' Os cincos disseram juntos.
'Tchau, queridos.'

sabia que não era só isso, odiava seu pai e odiava aulas também, mas faria de tudo para evitar ele. O que estaria acontecendo? Por que parecia que estava evitando ? Ele não conseguia respostas para suas inúmeras perguntas, que aparecia mais uma a cada minuto, segundo. O menino foi ficando atordoado com tudo isso e acabou dormindo.

'Filha!' A mãe da menina gritava batendo na porta do quarto. 'Você não pode ficar o dia todo aí!' Nenhuma resposta, só podia ouvir o choro abafado por um travesseiro do outro lado da porta. 'Assim você vai morrer de fome.'
'É bom que eu morro de fome, assim eu evito muito sofrimento!' falou gritando, e fez sua mãe nunca ter dito isso.
Também fez com que acordasse ficando assustado. Pegou o telefone e discou o número que tanto conhecia de cor, olhou para o relógio que ficava no seu criado mudo, marcava meia-noite e três, desligou o telefone e voltou a acreditar que foi só mais um sonho e que amanhã ela iria para o colégio, explicar tudo e contar mais uma de suas piadas sem graças para serem felizes para frente.

Ao contrário do que ele pensava, ela não apareceu na aula e muito menos deu explicações do sumiço. 'Oi.' falou friamente para os amigos.
'Ei dude, o que tu tem?' perguntou. 'Ainda é a ?'
'É. Ontem a mãe dela disse que ela estava na casa do pai dela e não sabia quando ela ia voltar, mas de noite eu vi alguém gritando na casa dela, e a voz era parecida com a da .' Todos ficaram em silêncio por um instante.
'Vai ver não era ela, cara.' disse tentando animar o menino. 'Já sei, eu vou com você na casa dela hoje de tarde, depois da aula.' levantou a mão botando um pouco de comida na boca, indicando que ela também iria. sorriu para os amigos e o sinal tocou.

saiu correndo em direção da Sra. que entrava em casa, tinha acabado de deixar no hospital.
'Oi lindo.' Ela disse vendo ele gritar seu nome no meio da rua. O menino respirava muito rápido, pois tinha corrido demais. 'Você quer alguma coisa?'
'A já voltou?' Ele perguntou ainda respirando muito rápido.
'Não, lindo, ela ainda está para lá.'
'E quando ela volta?' Ela ficou assustada com o interesse do menino nela, por um momento queria contar a verdade, mas não queria trair a confiança de sua filha.
'Talvez ela passe a semana para lá.' A Sra. disse fechando a porta.

Nessa hora e chegaram perto do menino. 'O que ela disse, irmão?' perguntou.
'Disse que ela ia passar a semana na casa do pai dela.'
'O QUE? E perder tudo isso de aula!?' fez uma cara de incrédula. concordou com a cabeça. 'Não, eu acho que vou começar a te apoiar que tem alguma coisa errada nessa história.'

Já era quarta-feira e a menina não ia para o colégio. Dessa vez quis ir sozinho na casa da amiga.
Ele andava de cabeça para baixo na rua, até que viu um carro chegando, era igual o da Sra. , e era na mesma hora de ontem, mas dessa vez ele não correu. Chegou com as mãos no bolso e com a cabeça baixa e tocou a campainha. Ficou uns três minutos parado na frente da porta, esperando alguém abrir a porta, não tinha nada a perder mesmo. Ele pegou seu almoço e sentou na frente da casa de , esperando alguém sair de casa, sabia que uma hora ou outra aquela porta ia abrir. Até que ele ouviu um barulho de chaves do outro lado. O menino se levantou com um pequeno sorriso no rosto e viu Marly, a empregada, abrir a porta.
'Posso entrar?' Ele perguntou e ela só fez concordar com a cabeça. Entrou vendo a Sra. fazendo tricô na sala.
'Marly, depois você pode ir lá no mercado peg...' Ela olhou para o lado assustada e viu o menino sorrir para ela.
'Surpresa!' Ele disse com um sorriso irônico.
'Minha melhor surpresa.' Ela disse dando um beijo na testa do garoto. Ele deu um sorriso. 'O que você quer?' Ela perguntou agradavelmente, mas no fundo já sabia o que ele queria, era fácil, o mesmo de sempre...
'O mesmo de sempre.' O menino respondeu.
'Ela está na casa do pai dela, .' Ela respondeu impaciente.
'É que, ela não está indo nem para a aula.' Ele falou com uma voz triste.
'Então ele não está mandando ela para a aula?' Sra. fingiu uma cara de espanto. 'Amanhã vou à casa do pai dela saber o que esta acontecendo.'
'Você não tem o número de lá?' Ele perguntou esperançoso.
'Ah meu filho, você sabe que eu faço de tudo para evitar contato com ele.' Ela falou pegando na cabeça do garoto.
'Então está bem. Obrigado.' disse indo embora.
Apesar de ela ter sido uma boa atriz, ele sabia que não era verdade. Das vezes que ele tinha ido dormir na casa dela, uma vez eles ouviram uma briga dela com o ex-marido, e ela que tinha ligado.

A mãe de entrou no quarto do hospital, e ficou um pouco assustada com o que via. Sua filha não estava mais com cabelo, tudo aquilo que elas tinham cuidado durante quinze anos estava em uma lixeira ao lado da cama. A menina encheu os olhos de lágrimas e sentiu-as saírem dos olhos. 'Eu tive que cortar, mãe.' A mãe correu para abraçar a filha. 'To feia né?'.
'Ah minha filha...' Sra. disse com uma voz chorosa, mas com um sorriso no rosto e quando ela ia continuar, tampou a sua boca com o dedo indicador e as duas passaram um bom tempo assim, abraçadas e chorando.
'Por que a senhora veio aqui?' perguntou para a mãe.
'Ué, eu não posso mais visitar minha própria filha?' Ela disse sorrindo.
'Não!' As duas começaram a rir que nem duas bobas. 'Sério, mãe, o que a senhora quer?'
'Ta bom, Sabe o ?' ficou meio assustada em ouvir esse nome e só fez concordar com a cabeça. 'Pois é, ele tem ido lá em casa todo dia saber onde você ta e por que você está faltando às aulas.'
'Ah meu Deus!' Ela falou com uma voz assustada. 'E o que você disse?'
'O de sempre, que você está na casa do seu pai, mas parece que ele não acredita.' A menina deu um sorriso de canto da boca.
'Ele sabe que eu não gosto dele.' Ela estava feliz em saber que o melhor amigo dela estava preocupado.
'Então, o que eu digo?'
'Ah mãe...' suspirou fundo. 'Diz a verdade.'
'Mas...' A mãe ficou assustada, ela sabia o quanto a menina queria segredo, mas parece que a consideração bateu mais alto agora.
'A verdade, mãe, só a verdade.' A mãe sorriu, deu um beijo na cabeça dela e saiu do quarto.
Quando ela saiu, não demorou muito para a porta se abrir novamente e a imagem de um homem aparecer, ele correu até ela e beijou seu rosto e a abraçou. Há quanto tempo não via aquela imagem.
'O que você está fazendo aqui?' Ela perguntou chorando.
'Meu trabalho de pai atrasado.' Ela sorriu para ele e foi retribuída.

No outro dia, como de costume, apareceu na casa de , mas ele não tinha idéia de que essa visita seria diferente das outras, Sra. já esperava aquela visita, então assim que ouviu a campainha foi correndo abrir a porta para o menino. 'Oi querido, entre.' Ela disse com um sorriso. realmente não esperava isso.
'Tudo bem com a senhora?' Ele falou um pouco assustado.
'Sim meu amor, vai sente-se, temos uma longa conversa hoje.'
'Sobre o que a senhor...' Ele foi interrompido pela mulher com um chiado pedindo para fazer silêncio.
'Meu querido Douglas, como você já deve ter percebido, não gosta de seu pai e muito menos estava na casa dele.' O menino ficou surpreso em saber disso. 'Domingo sentiu o nariz sangrar do nada, então eu dei um remédio e limpei o lugar que estava sujo, mas de noite quando eu fui chamá-la para comer eu a encontrei desmaiada no chão do quarto. Levei ela para o hospital, lá então...' A Sra. suspirou fundo. 'Eles descobriram que...' Sentiu umas lágrimas caírem sobre o seu rosto.
'Descobriram o que!?' O menino perguntou muito assustado.
'Que ela tinha leucemia, infelizmente ela ouviu a noticia, e ela também ouviu que ela só tinha no máximo duas semanas de vida, então ela passou um dia aqui em casa, na terça-feira, quando chamaram a gente lá ela também ouviu que...' Ela já estava tremendo de tanto choro, ela não sabia o quão difícil era lembrar do passado e do presente e do futuro ao mesmo tempo. 'Não tiveram sucesso na operação, e ela só tinha menos dias de vida, e podia morrer a qualquer hora...' ficou paralisado na frente dela. Não sabia o que falar, dizer ou qualquer coisa.
'E por que a senhora não disse antes?' Ele perguntou com a voz falha.
'Ela não queria, não queria que os outros tivessem pena dela.' ia falar alguma coisa, mas foi cortado. 'Meu filho, não diga nada, você faria a mesma coisa, mas ontem eu fui ao hospital visitar ela, então ela pediu para que eu contasse a verdade para você.
'Eu não sei... O que fazer.' Ele olhou choroso para a mulher.
'Hospital Way, quarto 616.' Sra. falou na intenção de que ele fosse lá com ela, e o resultado foi obtido com sucesso.

Chegou correndo no hospital, mas alguém o parou no meio do caminho.
'Qual é o nome do paciente, senhor?' Uma mulher com voz enjoativa perguntou.
'... Oliver.' Ele falou ofegante.
'E qual o quarto?' Ela perguntou novamente.
'616!' Ele falou um pouco alto, queria logo ir lá falar com ela, brigar com ela, falar tudo para ela, o que ele queria dizer logo no primeiro dia de aula.
'Pode subir, sen....' Ele nem esperou ela terminar a frase, sua agonia foi maior.

'610, 611, 612, 613, 614, 615...' Ele foi olhando os números do quarto até que... '616, amém.'
Ele ficou olhando para a porta fixamente por uns dois minutos.
Quando resolveu abrir a porta, ele se deparou com a e o pai se abraçando e viu-a dizer. 'Eu amo você.' Bem baixinho.

olhou para o lado e ficou paralítica por ver o menino. Ela só não entendia porque estava assim, era só um menino, seu melhor amigo... O amor de sua vida.
'Bom, eu vou deixar vocês sozinhos.' O pai da menina disse fechando a porta.

'Oi.' Foi a única coisa que ele conseguiu dizer ao ver no estado que estava.
', eu...' Logo sua voz foi interrompida por algumas lágrimas que caíam involuntariamente no seu rosto.
'Shiiu.' foi para perto dela e abraçou como se fosse a última vez. 'Não diz nada.'
'Não...' A menina falou por meio de soluços. 'Eu preciso te dizer tudo o que eu quero, antes que seja tarde demais.' Ele assentiu com a cabeça e ela continuou. 'Desculpa... Por tudo, por não ter avisado, por ter tido vergonha, por eu ser uma idiota, des-desculpa por te amar, Poynter.'
'Olha, não importa o que você diga agora, nada vai mudar...'
'Claro que mu...' O menino botou o dedo indicador na boca da menina.
'Deixa eu continuar.' Ele sorriu. 'Minha vez agora, desculpa por não ser o melhor amigo de todos e por não ter vindo antes, desculpa por ser um imbecil, otário, um idiota que se apaixonou pela melhor amiga...' Nessa hora já estava chorando, queria abraçar ele, beijar, mas não tinha coragem, não sabia se ele queria isso. 'Eu amo você, .'
Ela já estava aos prantos, e enquanto digeria as palavras que acabara de ouvir, ele se aproximou dela e por alguns segundos os lábios dos dois estavam encostados um no outro.

Já eram nove e três, os dois ainda estavam conversando sobre tudo, hoje iria dormir com ela, e se dependesse dele, todos os dias. Ouviram lá de fora o relógio fazer o barulho estrondoso e extremamente irritante avisando meia-noite, já estava dormindo e ele resolveu parar de observá-la e dormir também, afinal, no outro dia teria aula.
Seis e meia, o celular dele fez o mesmo barulho que fazia de segunda à sexta no mesmo horário, ele acordou assustado, mas assim que olhou para o lado viu a menina, o que fez se sentir bem melhor. Não queria acorda ela, por isso deu só um beijo no rosto dela e foi embora.

'Cara!' gritou quando viu passar pelo portão de entrada.
'Hey.' disse em um de sono, ainda.
'O que aconteceu?' perguntou. 'Dormiu bem, dude?'
'Notícias da ?' interrogou enquanto se sentava no banco.
'Exatamente.' disse. 'Ontem a mãe dela resolveu me contar a verdade.'
'Ótimo! E ai?' perguntou novamente. 'Ela ta bem?'
Óbvio que teve que contar a verdade para todos eles.
O combinado foi de sábado, às nove horas, todos irem visitar a menina no hospital.

Chegou o sábado e os cincos ficaram três minutos na porta do hospital com balões e as besteiras preferidas dela nas mãos.
'Vamos?' perguntou e todos balançaram a cabeça positivamente.
Assim que chegaram ao sexto andar seus corações começaram a bater rapidamente, então dobraram no corredor, mas seus sorrisos desapareceram na mesma hora em que viram Sra. chorando na frente do quarto de .
'O que aconteceu?' Todos perguntaram ao mesmo tempo, mas não obtiveram nenhuma resposta, Sra. só conseguia chorar. Não demorou muito para que caísse a ficha dos cinco.
'Não me diga que ela...' perguntou e a mãe da menina balançou a cabeça. No mesmo segundo todos começaram a chorar, não podiam ter acreditado, chegaram um pouco tarde demais.

Às nove horas e três minutos do mesmo dia, no cemitério Saint Jude, só que três anos na frente, estava Poynter, um famoso músico da banda McFLY, e ninguém sabia ao menos o motivo de ele estar ali, na verdade, nem mesmo os amigos dele lembravam, parecia que todos já tinham superado, mas também, foram três anos, já estavam, com certeza, mais maduros e mais velhos. Ele, com os três amigos, fez a tal banda e sumiu há um ano. Só que tinha alguém na turma que ainda sentia falta de alguém que havia ido embora há três anos.
puxou um papel do bolso de cinco anos atrás, era uma conversa dele e de sua melhor amiga. Passou três minutos olhando o papel fechou os olhos e botou em cima de uma estatueta escrita: . 1990/2005.

"Em outra vida você vai ser meu!" Era uma parte do que estava escrito no papel.



n/a: bom galere, eu sei que é uma shortfic e tal, mas demorou mais de mês pra fazer ela, porque era só quando eu realmente estava precisando desabafar e a fic era um lugar que eu botava tudo, agora que eu acabei ela, eu to tristinha mimimi, mas obrigada a todos que me ajudaram D: bj.
e er, comentem @-@'

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