Tinham passado duas semanas. Eu tinha perdido as esperanças.
Nos primeiros cinco dias eu fiquei com o celular grudado no corpo esperando uma ligação, quando ele começava a vibrar eu já o atendia, não o desliguei nem no cinema. E o mais importante: não peguei nenhuma outra mulher.
Vê o quanto é extraordinário? Mas ela me ligou? Deu um mísero sinal de vida? Não. Eu virei um puta de um rabugento por causa dela. Da menina que me fez aceitar quase que tranquilamente a minha situação de gay.
E sabe o que mais ela fez? Ela me fez ficar com um ciúme do meu melhor amigo. Sim senhor, Tom Fletcher. O branquelo azedo com uma erupção vulcânica na cara e cabelo lambido.
Eu sempre, sempre fui superior a ele. Menos, apenas, a meu ver, para a brasileira de cu doce que se faz de difícil.
Meu celular tocou. Eu ignorei. Estava muito ocupado tentando abrir o pacote de salgadinhos.
Tocou de novo. Foda-se. Depois de abrir o pacote, eu estava abrindo a latinha de Red Bull.
- Porra dude! Atende esse troço! – Tom meteu a cabeça pra fora de seu quarto.
Ele estava com a cara toda amassada, com certeza estava dormindo. Seus cabelos estavam revoltos por seu rosto e ele me lembrava levemente minha tia Mag. Pode acreditar, ela não era bonita.
E agora eu te pergunto meu amigo(a). Como a pode preferir aquilo a mim? Daniel-tesão-Jones.
Mas, de qualquer forma, eu atendi o celular. Born To Run parou de tocar. O número do celular era desconhecido.
- Alô – disse mal-humorado.
- Eu desisto, ok? Desisto. Eu não agüento mais! Eu ia esperar um mês, te deixar bem desesperado, fazer você enlouquecer e quando aparecesse nos jornais que você tentou se matar por minha causa eu ia ligar e fingir que estava com pena e marcar um encontro na minha casa. Nós faríamos sexo e eu diria que foi por caridade. Mas acontece que quem está quase se matando sou eu, ok? – uma voz feminina soltou num jato, sabia que ela era familiar, mas não a reconheci imediatamente.
- Alô? Tem certeza que não ligou para o número errado? – perguntei cauteloso. Tem muitas loucas serial killers por aí.
- Danny? – uma voz manhosa respondeu.
- Eu? – perguntei.
- É a – a voz foi cautelosa.
- ?! – eu gritei, pulando do sofá.
- Porra cara! Cala a boca – Tom gritou do quarto.
Os outros haviam saído, só para constar.
- Vai se foder, Thomas! – gritei de volta.
- Não fala assim com o mono-cova – exclamou fula da vida.
- É você mesmo? – perguntei, com um sorriso idiota na cara. Nem me preocupei de ela ter defendido o Fletcher.
- Sou sim – ela suspirou.
- Eu esperei tanto tempo por essa ligação, ensaiei tantas vezes o diálogo. Eu quase me matei mesmo, . Virei o maior mal-humorado, não largava o celular nunca, cogitei vestir o biquíni e ir à praia com ele várias vezes pra ver se você aparecia, fui à praia todos os dias e ficava te procurando, e quando eu desisto e convenço a mim mesmo que nunca mais quero ver você, você tem a cara-de-pau de me ligar? – falei muito rápido.
- É – sua voz estava pequenininha.
- Fico feliz que você tenha ligado – respondi, afundando no sofá.
Era como se, depois de duas semanas, eu pudesse respirar normalmente outra vez. Gay, mas verdadeiro.
- Então... Você quer vir ao Moon’s hoje? – ela perguntou tímida.
- O pub? – perguntei confuso.
- É. Eu sou garçonete lá, vou trabalhar até daqui a pouco – ela disse.
- Puta que pariu! – exclamei.
- O que foi? – ela perguntou, com medo.
- Foi o único pub da cidade que eu não fui nessas duas semanas – e expliquei fazendo careta, e dando um gemido frustrado. Ela riu.
- Mas você quer? – insistiu.
- Seu trabalho termina que horas?
- Nove – olhei o relógio, eram 7 da noite.
- Estarei aí as oito – sorri de orelha a orelha.
- Ok Danny, vou te esperar – ela riu tímida.
- Beijos, pequena – soltei sem pensar, corando em seguida.
- Hm, beijos, meu gay – ela gargalhou. E desligou.
Fiquei mais alguns minutos com o telefone colado ao ouvido, congelado, meditando os acontecimentos.
Ela me ligou.
Ela me ligou! - ELA ME LIGOU! – exclamei diversas vezes pela casa enquanto me arrumava para sair.
- Toooooooommy, eu to saindo – gritei para ele, ainda sem perder a animação.
- O que?! – ele apareceu ofegante na porta do quarto. Com certeza correu até ela.
Só uma pergunta, como uma pessoa consegue correr três metros e ficar ofegante? Tinha que ser uma espécie muito primitiva mesmo.
- Você vai me deixar sozinho aqui nessa casa obscura? – ele fez drama, pondo a mão na testa.
- Cara, vai se entupir de salgadinho e relembrar os velhos tempos de baleia orca. Ou talvez não tão velhos assim – analisei-o debochadamente.
Tom me olhou com o rosto distorcido pela raiva por um momento. Logo depois, decidido, ele partiu para cima de mim.
Nós rolávamos no chão da sala, enquanto eu tentava, de alguma forma, apertar a barriguinha definida dele. Já ele tentava me “desovar”, por assim dizer. Eu coloquei a mão, protegendo Jones Jr. e Fletcher começou a socar meu peito com mais força.
Não preciso nem dizer que eu já estava todo suado, minha roupa toda amassada e suja (a casa não era das mais organizadas, são quatro machos fedidos na mesma jaula) e que já eram 7:50, não é? Eu não tinha a mínima chance de chegar lá a tempo.
- Porra, Tom! Para cara, eu to atrasado!
- Eu vou te mostrar onde tá a baleia orca! – ele gritou enlouquecido.
- Eu já vi, merda! Ta na sua barriga! – eu ri sem fôlego.
O empurrei com força e saí correndo, me trancando no banheiro.
- Abre essa porta, sua bicha! – Fletcher vociferou.
- Ai! – dei um gritinho gay, examinando meu reflexo no espelho. – Vou te denunciar por maus tratos, e você vai em cana, ta me ouvindo? – exclamei ainda com a voz afeminada. – Nunca deveria ter me casado com um cafetão como você!
Passei uma água no rosto, para tirar o suor.
- Sabe – Tom disse mais calmo –, até que você leva jeito pra coisa.
Fitei meu reflexo confuso, do que ele estava falando?
- Depois que as fotos saíram no jornal e de agora, fica realmente fácil acreditar que você é um gay – ele continuou, sereno.
Eu sabia que ele fazia isso para provocar, mas feriu meu orgulho. Quer dizer: os jornais falavam que eu era gay, até a maior bicha do mundo Perez Hilton, estava falando que queria marcar um encontro comigo.
Será que eu convencia tão bem assim?
Abri a porta de supetão, Tom pulou para cima de mim, mas eu o mantive a uma distância segura.
- Você está brincando não está? – perguntei, olhando-o sério.
- Isso incomoda você, bofe escândalo? – ele perguntou, fazendo um biquinho falsamente comovido.
- Responde logo – disse sem rodeios. Afinal, eu ainda tinha um compromisso com a brasileira-boa-de-cama. Não que eu fosse pra cama com ela – apesar de ter vontade –, ela nunca cederia tão facilmente.
- Eu sou uma baleia orca? – ele me olhou desafiador.
- Ei, o que é isso? Chantagem? – perguntei ofendido.
- Vou te dar uma echarpe rosa no Natal – avisou.
- Você fez dieta, não fez? – perguntei, de queixo erguido. – Você perdeu todas as banhas que podia ter aí – disse, severo.
Tom sorriu pra mim.
- Mais macho que você, só eu – ele piscou.
- Ah, vai sonhando – eu disse, pondo o braço em volta do ombro dele. – Você fica no máximo em 20º.
- E você fica onde? Em 24º? – ele começou a gargalhar.
- Pelo menos eu vou pegar uma gatinha hoje – fui em direção ao quarto, para trocar de roupa.
- Quem? Onde? – Tom perguntou com os olhinhos brilhando de expectativa.
- A – eu disse sonhador, ela era um anjinho, não era? – No Moon’s, ela trabalha lá.
- Peraí! Você vai pegar a gata da praia no pub mais badalado e caro de Londres e ainda vai ganhar cerveja grátis? Há! Nunca que eu vou perder isso! – Tom me deu um beijo estalado na bochecha e foi para o seu armário (nós dividimos o quarto), enquanto eu ia para a sala.
- Depois eu que sou o bofe – eu disse, balançando a cabeça.
Ele ignorou.
- Fico pronto em 5 minutos!
Eu estava bastante embaraçado por chegar no pub acompanhado do meu amigo que era claramente mais sedutor do que eu na opinião de (mas apenas na opinião dela).
O pub era realmente bonito, o ambiente era aconchegante e tinha tons de roxo e madeira. Era a mistura entre um lugar rústico e futurista. Entrei no pub varrendo cada parte do local, em busca de .
- E então, cadê ela? – Tom perguntou animado.
- Não a vejo em lugar nenhum – disse contrariado, me dirigindo para uma mesa próxima ao bar.
- Acho que a sua pequena cozinheira te deu bolo – ele começou a rir de sua piada completamente fracassada e eu ergui a sobrancelha pra ele.
- Quando ela chegar, por favor, não tente ser engraçado – eu o avisei.
- Os senhores vão querer alguma coisa? – uma voz animada e um pouco debochada perguntou.
- Eu vou querer um... – minha voz ficou no ar quando eu fitei de uniforme à minha frente.
- Um? – ela me estimulou a continuar. – Você parece tão masculino Danny, eu não sei o que é... – ela disse, sorrindo maliciosamente.
- Há! O Danny ficou muito gato de biquíni, não ficou? Achei que super combinou com ele – o Tom ria histericamente.
- Foi idéia sua, não foi Tom? – ela sorriu pra ele. – Brilhante! – fez joínha.
- Isso, finjam que o Danny não está aqui e esculachem ele – fechei a cara.
olhou para os lados furtivamente e se aproximou de mim, e deixou o rosto na minha altura.
- Eu senti a sua falta – ela sussurrou delicadamente.
- Uau, cadê aquela coisa de “quero dominar a situação”? – perguntei divertido, olhando para seus lábios.
- Que bom que você lembrou – ela disse, fazendo a menção de se afastar.
Eu segurei sua nuca a tempo e colei nossos lábios urgentemente, ouvi um pigarro do Tom, e ignorei-o. Ela sorriu em meio ao beijo e se afastou.
- Se o meu chefe me pega eu estou morta. Mesmo! Vocês vão querer alguma coisa? – ela se aprumou e me lançou um olhar puramente profissional. E excitante.
- Eu quero uma vodka com limão – eu disse simplesmente.
- Duas – Tom me acompanhou.
me fitou com nojo.
- O que foi? – a fitei confuso.
- Álcool, Jones? – ela me censurou.
- Quando você vai a um pub você bebe água? – disse irônico.
- Ou coca-cola.
- Bom, eu não – disse levemente irritado. – Uma vodka com limão.
- Eu não vou beijar a sua boca com gosto de álcool – avisou e começou a virar as costas para mim.
- Que mulher difícil eu arranjei – resmunguei comigo mesmo. – Ok, ! – ela se virou pra mim sorrindo. – Se eu beber uma Pepsi Twist vou te fazer feliz?
- Eu disse que eu te dominava – ela piscou pra mim e saiu.
- Dude, você tá de quatro por essa garota – Tom me olhou admirado.
Eu fiquei quieto, emburrado. Sentia-me idiota por ficar fazendo tudo que ela queria. Eu era Danny Jones, droga! E podia pegar todas as mulheres que eu quisesse. Pra que eu ia ficar rastejando atrás de uma só?
- Uou! Se eu soubesse que aqui era a toca das gatinhas tinha vindo nesse pub antes! – Tom praticamente gritou, como se fosse um garoto que acabou de ganhar um carrinho. Eu revirei os olhos.
- A carne é toda sua.
- A carne é sempre minha – ele piscou, e se levantou, fazendo uma performance de Neandertal, mas que mais parecia um cara com dor de barriga.
Alguns minutos se passaram e eu estava ficando impaciente.
- Ei – ouvi uma cadeira se arrastando do meu lado.
Virei-me, disposto a dar um fora em quem quer que fosse e me deparei com me fitando com um sorriso de lado.
- Daqui a pouco meu turno termina, prometo – ela piscou.
- Cadê minha Pepsi? – fiz uma careta.
- Aqui – ela me entregou a latinha que tinha na mão – com um canudinho nela – já parcialmente vazia.
- Você me faz pedir Pepsi e ainda bebe ela toda? – eu perguntei, fingindo indignação.
- Não bebi toda, ainda tem um ou dois goles aí – ela sorriu inocente.
- Ah, quanta consideração.
- Você não queria mesmo – deu de ombros.
- Verdade. O que eu queria mesmo era... – minha voz ficou no ar, quando senti uma mão forte e nada delicada no meu ombro.
fitou o sujeito, quem quer que fosse, aterrorizada.
Fechei os olhos, começando a rezar pra não ser o pai mal encarado dela resolvendo me dar uma coça. Ou até pior: o irmão ciumento.
Abri os olhos e vi um armário homem de tamanho desproporcional me fitando com a testa franzida, quase como se estivesse se esforçando para raciocinar.
- Mark, vai embora, eu não vou ficar com você – disse veemente para o cara, que me encarava.
- Mas pra ele você dá, não é? – sua voz parecia arrastada, com certeza efeito da bebida.
- É por isso que eu não fico com você – a voz de estava repleta de nojo.
Mas eu parei completamente de prestar atenção no diálogo quando vi uma série de Mark’s logo atrás dele. O cara tinha clones ou o que? Ali deviam ter no mínimo uns três caras.
Eu não havia bebido o bastante pra começar a ver em dobro, havia?
- Mas você vai me pagar por ficar com a minha garotinha! – Armário (vulgo Mark) meteu o dedo na minha cara, me puxando em seguida pelo colarinho da camisa.
Fodeu. - Eu não sou sua garotinha – suspirou cansada.
Eu olhei para ela em pânico, tentando dizer silenciosamente que eu não me importava que ela fosse a garotinha dele por esses breves minutos que nós conversávamos amigavelmente.
Armário me deu uma sacudida, e eu resolvi que estava na hora de demonstrar toda a minha macheza para aquele cara.
- Olha cara, ela não vai ficar com você, tá entendendo? Vai pra casa, esfria a cabeça e liga pra mamãe – disse sensatamente, dando uma força para o cara.
O que? Vai me dizer que ele não tinha cara de quem vive debaixo da saia da mamãe quando não está espancando pessoas e dando em cima de mulheres.
Acho que foi a coisa errada a dizer.
Minha cabeça girou quando o punho dele acertou meu queixo.
avançou para mim e me pôs em seus braços finos. Eu quase agradeci pelo soco.
- Culpa minha. Desculpe-me – sua voz estava lotada de terror.
Sem me importar com a fúria que ia despertar em Mark, levantei minha cabeça debilmente e encostei meus lábios aos dela.
Tomei fôlego e me levantei, encarando um Mark enfurecido, e que era no mínimo 30cm maior que eu, em todos os sentidos. Ele era cubicamente maior, e isso me assustava. Mas eu tinha que defender a honra da minha garota, certo?
Mark partiu para cima de mim e nós começamos a nos engalfinhar. Alguns seguranças vieram interceder e os amigos-armários de Mark entraram na briga.
Outras pessoas, na maioria bêbadas, logo se juntaram e começaram a porrar qualquer um que vissem pela frente.
Eu havia dado dois socos em Mark, e havia levado um soco no peito, mas a baderna que se formou acabou nos afastando.
Não fazia a mínima idéia de onde estava Tom. E sinceramente não me importava. Já que ele não tinha vindo ao meu socorro quando começou a briga (é pra isso que os amigos servem, certo?), imagino que ele devia estar se agarrando com alguém no banheiro ou até fazendo coisas piores.
Mas eu realmente queria saber onde estava .
Senti uma mão me puxando fortemente pelo pulso e me deixei levar, mesmo sem saber quem era.
Quando passamos pela baderna, eu pude perceber ofegando, ainda agarrada em mim.
- Vem, eu vou te tirar daqui – ela disse, me encaminhando por um corredor longo, ela me empurrou por uma porta, que parecia um vestiário.
- Mas e o Tom? – perguntei um pouco depois.
Ela sorriu maliciosamente.
- Ele foi embora com uma menina linda – trancou a porta.
Revirei os olhos e a fitei galanteador.
- Não mais do que você, tenho certeza – a puxei pela cintura e seus olhos brilhara, para mim.
- Ela era realmente bonita, Daniel.
- Você é mais – disse debilmente, sem raciocinar.
Encaminhei para a parede mais próxima e a encostei lá. Ela suspirou e passou as pontas dos dedos pelo contorno de meus braços.
Encostei minha boca vagarosamente em seu pescoço e o beijei, senti seu corpo se contraindo levemente, sorri.
- Você gosta? – subi minha cabeça para olhá-la.
Ela respondeu com um grunhido e me puxou pela nuca, encostando nossos lábios. Nossas bocas se abriram vagarosamente e eu senti meus pêlos se arrepiando pela velha e prazerosa eletricidade.
Pousei uma de minhas mãos em suas coxas descobertas pelo uniforme e cobertas por uma meia-calça fininha e puxei a saia do vestido para cima. Simplesmente adoro meia-calças, e ainda mais tirá-las. Minha outra mão pousou delicadamente em sua bochecha.
Suas mãos foram até a barra da minha camisa e puxaram-na para cima. Eu estranhei sua pressa toda e afastei meu rosto do dela para fitá-la.
- Você vai ter que tirar a roupa de qualquer forma – disse simplesmente e eu fiz uma careta confusa.
- Você vai ter que trocar de roupa, Daniel – explicou, continuei fitando-a. – Vamos ter que te “camuflar” – ela fez aspas no ar, rindo um pouco –, ou você acha que o Mark vai deixar você sair assim, fácil.
Afastei-me coçando a cabeça.
- Você atrai caras muito normais pra você – observei.
- Eu atraí você, idiota – ela apertou minhas bochechas.
Ignorei essa.
- De que eu vou me vestir, exatamente?
- Garçonete – sua risada veio alta e maliciosa.
Estreitei os olhos para ela enquanto ela se virava para um armário e procurava coisas nos diversos compartimentos (n/a: como armários de colégio, mas com os compartimentos um pouco maiores).
- Admita Jones, você leva jeito pra coisa – sua voz estava divertida.
- Eu levo mais jeito para outras coisas – pousei as mãos em sua cintura.
Ela riu.
- Achei! – exclamou um tempo depois, tirando um bolo de roupas do armário com uma mão e segurando um emaranhado de fios na outra. Coisa que eu percebi ser uma peruca um pouco depois.
- Eu sou grandalhão, , as roupas não vão caber.
- Vão sim, a gente tem uma garçonete que usa um tamanho peculiar – ela disse, ligeiramente envergonhada por falar da moça.
- Hm – assenti lentamente. – E por que vocês têm perucas?
deu de ombros.
- Foi uma brincadeira entre as funcionárias. Essa peruca ficou perdida aí.
Ergui as sobrancelhas.
- Toma, se veste.
Pus o vestido particularmente grande e olhei minhas calças em dúvida.
- Você vai ter que ficar de boxer, Danny – disse com um suspiro.
Minhas pernas eram tão finas! Tirei a calça nervosamente e olhei em dúvida. Eu suspeitava que ela não achava minhas pernas nem um pouco finas, se seu olhar maníaco e o fato dela estar mordendo seu lábio inferior indicavam alguma coisa.
Ela se surpreendeu com meu olhar sobre ela e me entregou as meias calças.
- Boxer preta. Eu gosto – disse simplesmente.
Assenti e me comecei a desenrolar a meia, calculando uma forma de colocá-la.
- Pelo menos ninguém vai ver essas suas pernas absurdamente peludas – observou.
Continuei pondo (lê-se: lutando com) a meia, enquanto cantarolava alguma música.
- Seu beijo também com certeza é melhor do que a menina do Tom – disse de repente.
sorriu meigamente.
- Se depender de você o Tom só pega baranga.
- Não é isso – me defendi –, é só que eu realmente sempre peguei as melhores.
Ela arregalou os olhos, fingindo admiração.
- E olha que não é por falta de capacidade dele – comentou maliciosamente.
Revirei os olhos.
- Não sei o que você vê nele – resmunguei amargamente, me pondo de pé.
- Eu só vejo você – sua voz estava despreocupada, mas ela corava levemente e seu olhar estava desviado para o chão. Eu sorri carinhosamente.
- Põe o tênis – ela jogou meus sapatos para mim. – Ninguém vai reparar nos seus pés.
Sentei-me para calçá-los.
caminhou até mim com a peruca loura na mão e tocou meus cabelos levemente, o que foi o bastante para arrepiá-los.
Ela ajeitou a peruca na minha cabeça e prendeu o riso. Eu me neguei terminantemente a olhar o espelho.
- Sabe que eu já estava sentindo falta da sua velha aparência feminina – ela riu pelo nariz.
- Sabe que eu já estou louco pra acabar logo essa coisa toda. Fora que eu tenho certeza de que meu maxilar está ficando roxo e meu abdômen está protestando de dor.
- Serve de consolo dizer que eu vou cuidar de você? – ela fez uma carinha fofa.
- Serve se você disse que vai passar a noite lá em casa – eu retribuí a carinha.
fechou os olhos fortemente.
- Isso é covardia – resmungou. – Eu posso ver, tenho que consultar a patroa – revirou os olhos.
- A sogrinha tem que deixar – beijei sua bochecha.
- Mamãe vai achar que eu sou sapatão se te ver assim – ela riu.
- Eu convenço tanto assim? – perguntei temeroso.
- Ei, meu namorado é machão, tá? Ele não convence nada – ela me deu um selinho.
Eu era o namorado dela.
Acho que vou adotar essa aparência feminina daqui pra frente.
Ou talvez não.
Fim
n/a: oi neném (:
Como eu havia prometido, aqui está a continuação da It’s Danny and He is Gay.
Espero que vocês gostem dessa “comédia” fracassada.
Eu particularmente adoro a parte que ela fala da boxer dele (amo boxers pretas <3) e quando ela diz que só vê ele (tão ninds).
Não preciso nem dizer que eu acho eles o casal mais idiota e lindo do mundo, né. O que eles tem de demência eles tem de paixão. Eu sou absolutamente louca por esses dois.
Eu pensei em fazer parte três, mas não sei se vale, digam-me vocês. E me dêem idéias pra história, quem achar que vale uma Danny’s Gay – the revenge Q Eu pensei em fazer ele travestido no show, mas não sei se seria legal, preciso de sugestões de enredo e tudo.
Ah, eu sei que o final ficou meio wtf, mas eu não conseguia pensar em mais nada pra pôr, é meio óbvio que eles vão pra casa e ela cuida do machucado dele (com um cuidado muito especial ;9), certo? Então espero que vocês me perdoem por esse final “ela é minha namorada”.
Como é de praxe, eu vou agradecer às mesmas pessoas de sempre por estarem aqui e me ajudarem (mesmo que indiretamente) com a fic.
À Drikka, por ser uma vaca nojenta que adora dar foras no Lukas (eu posso falar o nome dele? /hm agora já foi), por ser minha diva e me ajudar com os hipopótamos estomacais.
À Thalie, que sempre me dá conselhos em absolutamente todos os meus projetos de fic e é linda e absoluta.
À Machadão por sempre me ouvir devaneando sobre McFly (apesar da paixão dela serem os coreanos [DBSK, ouçam]) e por sempre me dar forças na hora que eu preciso, você nem imagina o bem que me faz. E também porque a nossa 4 Leaf Clover vai bombar! Q
E à beta, Ane, por, bem, betar. Você é uma fofa e eu te agradeço muito por betar a fic <3
Lindonas, obrigada por lerem e comentarem. Porque como alguém famosos diz e todo mundo copia, o que seria do autor sem seus leitores? ;) haha
E oi oi oi, façam perguntas no meu formspring, mesmo que sejam inúteis, vou adorar responder *-*
Só pra lembrar assim, de forma bem básica: eu emprestei o Jones um pouquinho, mas aquela sedução é toda minha, ok? (h)
Beijos, Sarah B. <3
Nota da Beta: Adoro suas fics, Sarah! É um prazer betar pra você (:
Para qualquer erro, envie um email: arianeav@gmail.com ou @anepoynter. Não deixem de avisar, por favor. xx