Já ouviu falar que todo casal que tem 7 filhas mulheres sem nenhum intervalo para o sexo oposto, a última nasce bruxa? Enfim, até então alguns falam que isso é um puro de um mito, uma bobeira - mais uma - inventada sobre bruxas. Eu posso afirmar que não é bem assim, realmente essas coisas acontecem, por exemplo com a minha mãe. Minha mãe foi a sétima filha e nasceu com dons que ninguém sabe explicar, mas que na época era considerado como bruxaria ou magia negra. Eu como filha também nasci com dons paranormais, que hoje em dia é bem mais difícil de lidar porque as pessoas são preconceituosas e desconfiadas. Além do mais, todo essa história no entanto assusta a qualquer um que desconhece esse mundo. No fim de tudo, eu sou uma adolescente diferente, pouco sociável e de poucos - bem poucos - amigos, na escola. É claro que eu conheço várias pessoas do Conven que eu participo e tal. Mas fora isso, do colégio eu não trago ninguém a minha casa por vários motivos:
Primeiro, minha mãe é estranha e fala coisas sem sentido.
Segundo, minha casa tem todo tipo de negócio de bruxaria e relacionados. Caldeirões, Vassoura, Espada e etc.
Terceiro, que qualquer um que pisar aqui vai ficar com medo.
Algumas horas eu só queria ser normal, mas é impossível controlar a minha "mágica" eu tenho um certo elemento fogo, posso fazer várias coisas com fogo, normalmente provocado pelos meus olhos ou posso usar até as mãos... estranho mais real. Mudando um pouco de assunto, eu tenho uma melhor amiga chamada , mas ela prefere , nos conhecemos desde sempre e isso é uma das coisas que mais gosto nela. Porque eu sei todos seus gostos e ela o mesmo sobre mim, nós somos muito parecidas... não fisicamente e sim na personalidade, por isso muitas vezes brigamos por coisas bobas e inutéis. Ela e eu somos conhecidas pelas meninas que mais se dão mal com relacionamento - com mortais -, nosso mal é confiar demais e pensar que chegou a hora certa de relevar nosso segredo, no fim sempre nos damos mal.
Eu não quero um relacionamento com um bruxo, acho que isso deixaria a minha vida mais anormal do que geralmente é. Nessas horas eu tenho inveja em "termos" do meu irmão mais novo, ele por vontade divina não nasceu com nada anormal, pelo menos até agora nada foi descoberto. Já eu com 3 anos conseguia colocar fogo nas minhas fraudas quando eu chorava de raiva. Versões de mamãe, acho que é um pouco aumentada a história, já que minha querida mãe adoro enfantisar. Mas no fundo, no fundo eu adoro ser um bruxa... algo que nasceu comigo me faz apreciar a cada dia mais minha cultura. É algo mágico realmente, de outro mundo que me faz ser especial de toda a forma.
- Querida, mamãe já colocou o jantar - Mamãe me gritou da cozinha, me desprendendo da leitura do meu diário -
- Já estou indo - Respondi alto, fechando a porta do quarto e indo em direção a cozinha -
- Seu irmão escolheu fritas para hoje - Colocou a travessa sobre a mesa -
- Porque não perguntou para mim dessa vez? - Rolei os olhos -
- Como você não gostasse de encher a pança com essa delicia de comida - Meu irmão disse implicando -
- James querido, não vamos começar agora não é mesmo? - Mamãe deu um olhar significativo para ele, como suplicasse para que o menor ficasse quieto -
- Sempre assim... - Bufei -
Jantamos em paz, em silêncio como todos os dias. Depois do jantar eu ajudava mamãe a limpar a louça e depois me trancava novamente no quarto com meus livros, diário. Muitas vezes ligava para , para me manter sempre perto dela, ela sempre tinha algo engraçado para me contar. Mas hoje eu apenas queria ficar sozinha, eu e meu quarto junto das luzes brilhantes do meu abajur. Muitas vezes antes do dormir eu acendia um insenso que mamãe me obrigava, o cheiro era bem agradavél e me fazia dormir depressa. Porém de uns tempos para cá, eu não lembrava ao menos de acende-lo. Minha cabeça tinha preocupações de diversos tipos, coisas de adolescente, coisas que só vamos sentir com essa idade e não pode ser deixado para trás.
No colégio tem outros bruxos além de mim, alguns que eu conheço exemplo Nany e Dougie, alguns que eu não falo também. Não que eu fale com o Dougie, até porque desde muito tempo atrás eu não falo com ele, talvez se ele fosse menos imbecil a gente poderia voltar a ser amigos. Hoje é o garoto mais popular e bonito de todo o colégio, com seu ego maior que a personalidade e faz dele um completo retardado. Minha vontade é de tacar fogo naqueles cabelos e completemente sedosos, na minha opinião ele é gay. Que seja, só sei que desde que eu nasci ele estava lá, nossas familias são amigas desde toda a eternidade, do tipo que passa datas juntas, por exemplo: natal. Mas eu não suporto , ele implica comigo demais, tira o meu humor sempre que quer, acho que a cada dia piora mais a convivência se é que eu tenho uma com ele agora. Sua familia é incrível, que pena que tiveram um filho tão escroto que pratica magia negra as escondidas, eu particularmente não me importo com o que aquele loser faz, só não gosto quando isso ataca pessoas ao meu redor. Enfim, ele é um dos idiotas que eu mantenho a maior distância permitida no planeta, mesmo que não adiante nada.
- Boa noite querida - Mamãe entrou de repente me assustando -
- Você parece um fantasma as vezes, que susto - Reclamei, guardando meu diário embaixo do travesseiro e me deitando -
- Desculpe querida - Riu divertida -
- Boa noite mamãe - Sorri e ela acenou, saindo -
O dia amanheceu como todos os outros, bonito porém escondido. Fazia tempo que o sol não saia, estava começando a sentir falta das manhãs com sol. Me arrumei para o colégio num pulo, desci para comer algumas torradas com manteiga que por sinal tinham saido na hora, mamãe definitivamente acordou de bom humor.
- Hmm... torradas - James apareceu na cozinha esfomeado como sempre e logo puxou uma cadeira a minha frente -
- Pensei não ia para o colégio hoje - Comentei -
- Porque não iria? - Perguntou com a boca cheia -
- Porque toda segunda você nunca vai... não que o resto da semana você vá - Ri baixo, olhando para mamãe que até virou -
- Como é que é James? - Vi meu irmão perder a cor na mesma hora e segurei o riso -
- Mãe ela está mentindo, ela adora provocar - Me olhou com ódio e eu sorri de lado -
- Claro. Alias, a senhora mesmo deveria ir até o colégio para saber sobre a frequência do seu filho mais novo e querido - Levantei da mesa já com o prato vazio -
- Você vai comigo hoje mocinho - Falou entre os dentes e foi pegar as chaves -
- Vamos então, não quero me atrasar - Sentei no braço do sofá para esperar -
Hoje com certeza ele não tinha como escapar das aulas, ele se daria mal daqui pra frente. Irritar e ferrar com a vida do meu irmão era a coisa mais interessante que eu tinha para fazer, o melhor de tudo é que eu tinha controle de cada passo que ele dava. Mas de um modo ou de outro, tudo que eu fazia era para o bem dele, para o futuro que se continuasse da forma que está não seria nada feliz. Entrei na sala sorridente e me sentei no lugar de sempre, encarei que me olhava como sempre, o ignorei me virando para a frente esperando por . Não demorou muito para ela aparecer na porta da sala, praticamente atrasada como sempre, abanei a cabeça em sinal de reprovação e escutei ela bufar alto.
- Minha vida é um inferno! - Soltou -
- Bem vinda, querida. Até o inferno está frio hoje - Gargalhei do meu comentário -
- Você não sabe o que aconteceu no caminho... - Me inclinei para frente na mesa e arquiei uma sobrancelha - Eu já acordei estressada né, o infeliz do projeto do meu cachorro me acordou aos berros, digo latidos, depois eu tropecei na cama e quase quebrei um dente - Mexia no cabelo a cada explicação - Agora eu estava vindo no ônibus e simplesmente quebrou, tive que andar 5 quarteirões a pé! - Suspirou fustrada - Estou cansada.
- Relaxa amiga, foi só um inferno astral. Não é nada demais... - Comentei -
- Nada demais? Você não ouviu a parte do "quase quebrei um dente"? - Reclamou - , acorda.
- É eu escutei - Me encostei na cadeira, confirmando -
- Então? - Ela continuou com cara de maníaca -
- Bom dia alunos, abram o livro na página 210 - A mulher alta de longos cabelos castanhos, entrou pela sala com seu oculos de armação perfeita - Hoje vamos conhecer a fórmula da aceleração.
Aulas de física eu prefiro nem estar presente de alma, meus ouvidos imediatamente fazem um zumbido e eu me desligo completamente do que ela está falando. Mesmo assim ainda copio tudo que ela escreve no quadro, porque da última vez quase fui expulsa por não prestar atenção nem copiar nada. Não que eu me importasse em ser expulsa, assim eu ia estudar bem longe desse colégio, mas não era uma coisa que agradaria minha mãe.
Dois tempos depois finalmente o sinal do almoço me dispertou da transe, me fazendo sorrir abertamente para sem que eu percebesse, ele por sua vez franziu o cenho e me encarou por um bom tempo.
- Foi um reflexo, nem pense! - Disse autoritaria, e logo me levantei para acompanhar até a cantina -
- Você sorriu tão bonito para ele que até eu achei estranho - gargalhou da minha cara -
- Cala a boca - Disse por fim irritada, entrando na fila pequena para pegar uns sanduiches -
- Certo. Escuta, semana que vem é halloween e eu estava pensando em fazer uma festa na sua casa - Olhei para ela chocada -
- Porque sempre que você pensa em bruxas lembra exatamente da minha casa e não da sua? - Rolei os olhos - Minha mãe nunca deixaria eu fazer um festa para um bando de mortais, sem cerebro e sem conhecimento - Expliquei -
- Ai que você se engana, falei com a sua mãe ontem... - A interrompi -
- Falou com ela? Que horas? - suspirou pesadamente -
- Eram umas 9 horas mais ou menos e ela super concordou. Tudo bem, ela disse as regras e tal, mas ela concordou de cara - Disse eufórica -
- Você liga para minha casa, fala com a minha mãe e não comigo? E ainda pede emprestada a minha casa pra fazer uma festa de Halloween na qual eu não fui informada primeiro? - Disparei perguntas em cima dela que apenas sorriu -
- Amiga não começa, eu ia falar. Mas claro que eu sabia que você ia dar mais uma das suas desculpas idiotas de "minha mãe não deixa", até porque você já usou essa ano passado... - Dei de ombros, com um pouco de irritadação - Acredite ou não, mas vamos renovar as festas de halloween exatamente da raiz.
- Tudo bem... eu estou aceitando que minha amiga falou primeiro com a minha mãe - Insisti e pegou o sanduíche que a mulher a entregou, me puxando da fila - Ok, vai ser legal - Sedi finalmente com um sorriso -
- Ótimo. Vamos mostrar o que é realmente uma festa dude! - Cruzou nossos braços e me arrastou para o jardim do colégio -
Uma festa na minha casa que é repleta de coisas de bruxa, não seria nada ruim, as pessoas achariam bem original e um pouco estranho tantos acessórios pela casa. Mas o que eles não vão saber é que tudo é de verdade e de nosso uso. Passei o resto do dia todo pensando sobre a festa, pensando em cada detalhe e até em futuros desastres, tipo nós sendo descobertas e todo mundo indo colocar a gente pendurada na árvore, tipo Abracadabra. Tudo bem eu estava vendo muito esse filme. Mas o importante é que no fim resolvi deixar acontecer e não me preocupar com nada. Me despedi da garota no portão da minha casa e esperei ela virar a esquina para poder entrar, me virando e dando de cara com .
- Que? Ai! - Fechei os olhos, respirei fundo com a mão no peito -
- Assustei? Que pena que não consegui matar ainda... - Disse ironicamente -
- Como você precisasse. Já disse aos seus pais sobre a magia negra? - Passei por ele com um olhar debochado -
- Nem se atreva ou sua reputação no colégio termina amanhã mesmo - Ameaçou -
- Orá, então seus pais estão ai dentro? Que ótimo. Uma bela hora para conversar sobre magia... negra - Gargalhei e senti ele puxar meu braço -
- ! - Falou alto -
- Me solta seu besouro asqueroso - Puxei meu braço e entrei em casa -
- Voce as vezes parece tão infantil com essas ofenças - Rolou os olhos e logo completou - Pense bem... - Sussurrou no meu ouvido assim que fechei a porta -
"Idiota" pensei. Minhas pernas tremeram e eu perdi os sentidos por algum tempo. Odeio quando isso acontece, maníaco asqueroso. Tirei minha capa e pendurei-a no gancho que sobrava, entrei lentamente pela casa e dei de cara com os pais dele sentados no meu sofá, tomando um chá de ervas com minha mãe.
- Senhor e senhora - Os cumprimentei com um sorriso e um aceno de longe - Mamãe querida... - Mamãe sorriu para mim - Se não se importam, preciso de um banho, já desço.
- Claro minha filha, fique a vontade, ainda vamos ficar um pouco mais - Marina, uma mulher alta e de cabelos pelo ombro, liso e muito bem arrumado sorriu amigável para mim -
Incrível como uma mãe como a Marina fosse tão amaldiçoada com um filho como o dela. Ele simplesmente é um demônio, uma coisa ruim que nasceu por acaso do ventre de uma mulher maravilhosa e carinhosa. Tirei minhas botas, as jogando de lado no canto do meu quarto e me deitei na cama, suspirei alto e escutei um barulho desconhecido. Me ergui um pouco e vi sentado no pequeno sofá a minha frente, rolei os olhos e me deitei outra vez.
- Voce fez curso para assustar as pessoas? Ou você é anormal demais? - Perguntei com ironia -
- Acho que nenhuma das duas, você apenas é assustada demais para uma bruxinha - Comentou -
- Que coisa engraçada não é mesmo? - Me sentei, encarando ele, porém ele nada respondeu - Se você não se importa... quero tomar banho.
- Você não vai tomar banho que eu sei - Ele abanou a cabeça -
- Como você sobesse cada passa que eu dou ou coisa do tipo - Rolei os olhos - Sai.
- Fiquei sabendo que você vai dar uma festa de Halloween. Já pensou em me convidar? - O olhei de cima a baixo e sorri de lado -
- Você não vai? Qualquer um vai - Ele sorriu -
- Claro. Mas eu não sou qualquer um, preciso de um convite, seu é lógico. Porque sua mãe já me chamou - Disse convencido -
- Vai pensando que eu vou te convidar garoto, se quiser você vem, não espere por um "venha na minha festa, " de mim. Nunca vai acontecer - Falei decidida -
- Nunca é uma palavra tão forte, não diga se não pode cumpri-lá - Cerrei os olhos, já sem paciência e fazendo ele se auto aquecer -
- Saia antes que eu queime sua bunda - Ameacei -
- Ei menina chamas, se acalma porque já estou indo - Se divertiu com a situação, abriu a porta e saiu, mas antes me mandou um beijo -
- Babaca imundo - Taquei o pente que estava na mesa ao lado da cama na porta já fechada -
Era incrível como eu o odiava e ainda tinha estomago para dialogar com ele, não que em nosso dialogo não tivesse várias provocações, ameaças e ironias. Mas era incrível, eu não suportar a cara dele e não vomitar só de estar perto. Enfim, não pude parar de pensar um minuto sobre o que ele me disse sobre eu chama-lo para a festa, será que ele é horrendo ao ponto de usar magia para mim dizer coisas que não deve? Ele não é tão poderoso assim, e ele não é nem um bruxo completo ainda. Sei lá, vai que magia negra da esse tipo de poderes a ele, só sei que eu nunca pesquisei sobre tal coisa, na minha cabeça é errado demais. Sai do banho enrolada numa toalha rosa, escolhi uma roupa confortável e desci as escadas para falar um pouco com os pais daquela coisa sem adjetivos.
- Querida, você dará uma festa de Halloween? - Marina perguntou sorrindo e eu me matei mentalmente -
- Ér.. eu vou sim... - Olhei para mamãe que me obrigou a chamá-los com o olhar - Na verdade é minha amiga.
- Que coisa interessante - Paul pai de comentou e Mariana concordou -
- Vocês... - Olhei para que tinha a sobrancelha arqueada e um sorriso ironio no canto dos lábios - Estão convidados...
- vai adorar não é filho? - Marina perguntou para o demonio parado ao seu lado e ele confirmou -
- Obrigada pelo convite - Completou com um sorriso galante para mim -
- Não tem nada - Soltei um "rá" frustrado -
- Tenho certeza que será ótimo e muito divertido - Mamãe percebendo o clima entre eu e seu quase sobrinho, tentou disfarçar -
- Claro que vai - Confirmei sem tirar os olhos dele e fazendo ele dar uns gritinhos - Algum problema?
- Alguma coisa está me queim... - Ele sorriu - Não é nada, foi um mosquito. Vamos mamãe?
- Sim, já está na nossa hora. Foi ótima nossa conversa, Pam - Mamãe sorriu e abraçou a mulher -
Assisti de longe depois de me despedir dos três, quando mamãe fechou a porta eu bufei alto. Ela me olhou e me reprovou com o olhar de mãe, rolei os olhos e encostei a cabeça nas costas do sofá.
- Você e parecem duas faiscas, o que tem de errado com vocês dois? - Perguntou indo para a cozinha, colocar o almoço -
- Nada, só que ele é um idiota. Ele fez de propósito, ele subiu antes deu tomar banho e disse que queria que eu o convida-se e eu disse que isso nunca seria possível... nisso ele falou que nunca era uma palavra muito forte e eu não devia dizer porque não podia cumprir - Gruni - Ele fez de propósito, aquele diabinho que é a favor da magia negra!
- Como é? - Mamãe rapidamente parou na porta da cozinha que dava para a sala e me olhou assustada -
- Não é... nada - Desviei o olhar -
- Nem tente. Diga tudo que sabe, agora mesmo - Bati a mão no sofá -
"Droga" pensei desesperada. Agora seria difícil de escapar de mamãe. Se eu contasse ela automaticamente ligaria para Sam e Paul e diria tudo, nisso amanhã todo o colégio antes mesmo de todos chegarem já saberiam que eu sou um bruxa... seria acusada e me colocariam na forca, ok eles não me colocariam na forca. Até porque não estamos mais no tempo que minha mãe nasceu - Acredite, ela é bem velha -. Eu realmente estava ferrada, talvez mamãe não contasse o que eu duvido muito, mamãe é muito amiga de Marina para esconder esse tipo de coisa que pode colocar todos em perigo.
- ! Acorda, quero saber, pode falar - Obrigou -
- Mãe... - Gemi - Por favor, não conte nada a Mariana, estou suplicando.
- Porque eu não contaria algo desse tipo? Ele não pode usar esse tipo de magia, é perigoso para todos nós que estamos em volta dele - Mordi o lábio e fiz cara de dor -
- Mãe, ele disse que se eu contasse algo sobre a magia para você ou para alguém, ele iria contar para o colégio inteiro que eu sou uma bruxa - Choraminguei - Isso seria o fim do pouco de vida normal que eu tenho! Pense em mim, por favor?
- Querida... - Ela suspirou e cruzou os braços - Tudo bem, mas me conte tudo.
- Promete? - Sorri -
- Sim, anda logo menina - Disse irritada me fazendo rir um pouco -
- Certo. Eu um tempo atrás segui ele até a parte abandonada do meu colégio, uma parte atrás do colégio e vi ele usando magia. Ele falava algumas coisas que eu desconheço, tinha umas sombras prestas em volta dele, praticamente borrões e ele conseguia mover algumas coisas, destruí-las e esses tipos de coisa. Depois disso, eu vi ele usar esse tipo de coisa com a professora, quase a matando, foi horrível e assutador. Mas eu não sei o que exatamente ele faz ou usa, é estranho, é outra língua, parece indigena - Soltei tudo de uma vez -
- Céus! Esse garoto está perdendo completamente o juízo - Gritou -
- Mãe, você prometeu - A olhei com medo -
- Não se preocupe querida, não vou dizer nada, mas isso não poderá ficar assim - Deixou no ar a duvida e voltou para a cozinha - Vamos almoçar.
Agora tudo dependia da minha mãe, se ela falasse algo para Marina, minha vida estava acabada. Se ela não falasse nada ele continuaria com a magia, colocando em risco a vida de várias pessoas por sua falta de consciência, mas não seria descoberta. Também tinha possibilidade de tudo dar errado e isso fazer com que todos sejamos revelados como bruxas e bruxos para o mundo dos mortais, nisso teriamos que nos mudar. Céus! A situação era bem mais tensa do que eu imaginava, muitas coisas podiam acontecer e eu nem ao menos parei para pensar nisso antes. Quando acabei o almoço James chegou em casa todo sujo, não sei porque ele insiste em jogar futebol se ele é um inútil e cai mais do que corre, só da trabalho para minha mãe quando se machuca.
- Querido, outra vez com furos - Mamãe choramingou assim que viu o estado do menor -
- Não sei porque ainda insiste, vai tricotar garoto, acho que se daria bem melhor - Ri divertida e levei um dedo do garoto - Olha os modos, é isso que você vai aprender nada rua.
- James, mas educação com sua irmã - Brigou -
Subi as escadas me arrastando, entrei no quarto e não acendi as luzes, fui me sentar no sofá em frente a minha cama para pensar um pouco. As vezes minha vida era tão normal, eu tinha um irmão totalmente normal que gosta de futebol e que não quer nada com a vida, mas o resto. Depois de pensar mais uma vez sobre minha vida anormal, lembrei da festa, em poucos dias eu teria uma casa cheia de pessoas conhecidas e desconhecidas e isso era tudo culpa da .
- Filha! Acorda, vai se atrasar pra escola - Mamãe berrava no meus ouvidos -
- Meu Deus que enxame... já vou - Reclamei aos berros, me levantando da cama e apenas vi mamãe sair do quarto - Isso. Acorda e vai embora... < /br>
Olhei para a janela rapidamente e percebi o sol brilhando la fora, sorri e soltei um suspiro sonhador. Tomei uma ducha bem rápida e logo estava pronta lá embaixo tomando meu café, James não havia acordado ainda, parece que não adiantou nada mamãe ir no colégio a vida dele continua a mesma coisa. Também não fiz questão de perguntar nada sobre a conversa com a diretora, de qualquer forma uma hora eu vou saber mesmo. Comi minhas torradas em silêncio, mamãe não puxou assunto e nada do tipo, isso queria dizer que o clima estava tenso, não sei porque mais estava. Já estava pronta para todo tipo de coisa que ia acontecer pelo resto do dia, e não seriam nada agradavéis.
- Boa aula - Disse simplesmente quando eu me levantei para sair de casa -
- Obrigada, vou precisar... - Sai de casa e 2 segundos depois escutei a porta se abrir e mamãe me chamar -
- Filha, me desculpa... mas eu tive que contar para a Mari - Arregalei os olhos e perdi o ar -
Isso queria dizer que eu estava completamente ferrada na mão no , como ela pode? Não acredito.
- Você prometeu! - Berrei -
- Eu sei e eu sinto muito por - Interrompi com uma gargalhada -
- Claro, sente muito. Vai sentir mesmo! - Virei as costas e sai dali correndo -
Quanto mais perto do colégio eu estava, mas eu queria que ele estivesse distante. Não queria passar por nada disso agora, encarar as pessoas me apontando e me vendo como algum tipo de mal no meio delas. Aposto que o faria questão de ver isso acontecer, ele seria o primeiro a rir da minha desgraça na minha cara sem nenhum esforço. Parei na entrada do colégio e supliquei para que nada tivesse acontecido, entrei rapidamente sem olhar para ninguém e fui para a sala. Ele não estava lá, droga, deixei minhas coisas e fui até a secretaria talvez ele estivesse lá, mas nada achei.
- Merda - Gritei -
- Mal dia? - Um garoto parado perto da porta da diretoria chamou minha atenção, ele era primo do -
- É, completamente - Sorri fraco - Você... por caso viu o por ai?
- Aham - Ele riu de lado - Lá fora, fazendo umas coisas loucas. Vai saber.
- Coisas loucas? - Franzi o cenho e logo descobri o que ele estaria fazendo - Droga!
Fui até a parte de trás do colégio e escutei coisas quebrando para tudo quanto é lado, observei de longe, ele parecia muito aborrecido. Não cara, ele esta super feliz que a mãe dele sabe que ele usa magia negra e que fui eu que comecei tudo isso. Palmas pra mim.
- Desgraçada - Com as mãos e um simples gesto fez a cadeira voar, se despedaçando na parede - Porque eu simplesmente não posso a matar agora? - Chutou a mesa - Merda! Não posso - Berrou por fim se sentando no chão -
Rolei os olhos e respirei fundo antes de me revelar ali. Sai de trás da pilasta e caminhei até alguns metros perto dele, ele me olhou e riu ironico abandando a cabeça, como não acreditasse no que estava vendo ali.
- Eu posso explicar... - Comecei -
- Explicar o que? - Ele se levantou vindo pra cima de mim - Que é uma vaca sem o que fazer? Que não queria acabar com a minha vida não ainda? Que foi obrigada a dizer, porque te torturaram até quase a morte? - Gargalhou - Me poupe garota.
- Não . Mas eu fui obrigada a dizer, mamãe me obrigou e você sabe que eu não tenho segredos com ela - Disse rápido -
- Claro a filhinha da mamãe não pode mentir - Sorriu sem nenhuma vontade - Alias, que surpresa a minha né? Porque você mentiria para me salvar?
- Por favor, eu... - Me cortou -
- Por favor nada dude - Gritou - Não quero saber! Sai da minha frente antes que eu faça algo errado e piore ainda mais a minha situação.
- Olha só pode fazer o que quiser, mas eu vim aqui para me explicar e eu vou querendo você ou não - Disparei já sem paciência - Eu realmente não queria falar, por incrível que pareça eu não queria ferrar com a sua vida, porque eu sei que ferrando você automaticamente eu estaria ferrada. É egoímo sim, mas não me importo, não quando você está envolvido, porque não tem ninguém aqui mais egoísta que você. Aposto que entende meu ponto de vista. Garoto é serio eu não suporto mais você, não sei como um dia eu já pude te chamar de amigo, eu tenho nojo da sua cara e da sua voz, mas eu não costumo dar o troco e não importa o que você tenha me feito toda a vida. Eu sou bem melhor que você... - Parei tomando folego, mas não tirei os olhos do dele que pareciam ferver a cada palavra que eu dizia - Agora se você quiser me desculpar ou não o problema é seu, se quiser fazer algo errado faça, sério mesmo. Fica à vontade - Esperei alguns segundos e ele não disse nada, então virei as costas e sai de lá -
Sentei em uma árvore distante um pouco da parte de trás do colégio, não estava com cabeça para assistir aula. se tivesse vindo hoje, estaria se mordendo para saber onde eu estou nesse momento. Senti algo quente ao meu lado, então virei para ver e James estava sentando ao meu lado com os joelhos dobrados e se abraçando a eles.
- Você veio... - Disse sem muita vontade -
- É, acho que vim sim - Encarei ele e ri fraco -
- O que você quer tampinha? - Bufou -
- Sabe que eu odeio esse apelido, mas tudo bem vou deixar passar só dessa vez - Abanei a cabeça e sorri - Vi você brigando com o , eu sei que você contou a mamãe sobre ele usar magia negra.
- Esperai ai! Você sabe? - Arregalei os olhos -
- É, digamos que eu sou bem amigo do seu "inimigo". Talvez eu seja a pessoa que ele mais conversa em toda a escola, acredite - Escutei as palavras do meu irmão com a boca aberta. e ele super amigos? Desde quando? Isso é com certeza muito estranho -
- Não tive escolha, você sabe como a mamãe é quando quer saber de alguma coisa - Suspirei -
- Eu sei como é, mas mesmo assim você não deveria ter falado. Ele é um cara legal, tudo bem ele adora te tirar do serio, mas na verdade eu acho que isso é puro amor... - Arregalei os olhos outra vez e comecei um ataque de tosse -
- Você andou cheirando foi isso? - Ele negou -
- É serio , não seja idiota. Mesmo que ele insista em dizer que não é nada disso, que ele te irrita porque é divertido te ver puta... eu acredito que ainda vou ver vocês juntos - O interrompi antes que falasse mais alguma bobeira -
- Ok, vamos parando por aqui certo? Eu vou para aula e vou fingir que nada disso aconteceu, principalmente essa conversa torta que eu estou tendo com você, vou deixar que tudo isso seja fruto da minha imaginação. Certo? - Ele abanou a cabeça e riu -
- Tudo bem. Mas sua professora chata de espanhol está na sala... - Fiz bico e cruzei os braços -
- Tá eu vou ficar, mas não pense em falar mais dessas coisas sobre eu e o... - Fiz careta - Nossa!
- está vindo - James disse, então eu olhei para o portão e logo depois apareceu -
- Como você sa.. - Procurei por ele, mas ele havia sumido -
- James? - Chamei - Jesus, ele tem poderes - Tapei a boca e logo comecei a rir -
- Do que você está rindo? - sentou perto de mim -
- James, James tem poderes. Tipo de presentimento, ele sabe quando as pessoas estão chegando - Falei orgulhosa com sorriso largo no rosto - Eu não sou mais a única filha anormal - Ri alto -
- Tá. chega! - me deu um tapa de leve -
- Outch - Passei a mão pelo lugar - Dói.
- Porque não só deixou o material e sumiu? Sabia que livros não assistem aula? - Rolei os olhos -
- Longa história... - Ela olhou no relógio e o sinal bateu -
- Temos exatamente 1 hora para que você me explique tudo, tudo bem fica a vontade - Ela se encostou na árvore e me olhou esperando que eu começasse a explicação -
- Ok.
Passei todo o meu horário de lanche explicando a história para minha amiga curiosa e com detalhes. achou um absurdo eu ter contado para a minha mãe, parece que todos estavam contra mim, mas eu sei muito bem como é minha mãe e ela não me deixaria em paz até eu dizer. Também riu muito da minha conversa com o James, eu também, impossível não rir com as risadas da minha amiga, mesmo assim o que James havia me dito ainda estava na minha cabeça. e eu, eu e ele, era algo tão do outro mundo para mim agora a uns atrás era uma possíbilidade grande. Eu nunca mais pensei nele desse jeito, mas depois dessas coisas que me disseram eu passei a pensar. Merda, eu estava com fome, era por isso que meus pensamentos estavam retrocidos... esse era o motivo, não havia possíbilidade no mundo que encaixasse eu e juntos. A não ser para uma briga, nisso sim não teria nenhum problema.
- Pensando bem, até que você e o fariam um belo casal. Os dois bruxinhos bonitinhos - fazia voz de criança enquanto fazia o que mais ela sabia: me irritar -
- Será que você podia se calar pelo menos até acabar as aulas? Se bem que poderia se calar até eu chegar em casa novamente e entrar, dai não estaria escutando as babaquisses que você está me falando nesse momento - Disse sem paciência e chamando a atenção de todos na sala -
- Algum problema senhoritas? - Sr. Gilbert virou para nós perguntando -
- Nenhum - respondeu entre risos -
- Certo. Copiem a tarefa - Voltou a copiar o conteúdo do livro no quadro -
Um tempo depois copiando sem parar, parei um pouco e olhei para e nesse momento nossos olhos se cruzaram, senti meu coração dar sinal desesperado e seu olhar me queimar como fogo. Desviei rapidamente dele, antes que percebesse que eu estava olhando e suas piadinhas voltassem. Quando o sinal da última aula bateu, o movimento da sala aumentou como sempre e todos começaram a sair loucos para se livrarem da sala de aula. Arrumei minhas coisas na mochila e coloquei-a nas costas já saindo, já me esperava do lado de fora, mas ele me chamou. Então ela sorriu de lado e pegou seu caminho para fora do campus, e eu fiquei para saber o que o senhor obscuro queria comigo dessa vez.
- Pode falar, mas que seja rápido - Encostei na porta de saída e ele parou na minha frente com a cara fechada -
- Diga a sua mãe que fique tranquila, que nada vai acontecer a ela e nem a sua pequena princesinha - Cuspiu as palavras com má vontade. De qualquer forma quando ele pronunciou "princesinha" eu senti algo no meu estomago vibrar, mas o ignorei -
- Obrigada. Estou até mais aliviada por saber que não vou ser atacada pelo monstro obscuro - Sorri ironicamente -
- Sem essa , não puxe assunto. Diga isso e agora sai da minha frente - Tentou passar por mim mas eu continuei na sua frente, ele me encarou com raiva e eu sorri de lado e arquiei uma sobrancelha. Pude sentir seu halito quente bater no meu rosto, na mesma hora me deu uma vontade imensa de beijá-lo, então abaixei a cabeça meio confusa e ele aproveitou para passar -
- Droga, o que está acontecendo comigo? - Abanei a cabeça e tomei o mesmo caminho que ele -
Do lado de fora me esperava impaciente junto com James. Será que esse projeto de irmão vai ficar no meu caminho pra sempre agora? Me aproximei deles com o rosto meio sombrio e eles me encararam juntos.
- Problemas? - perguntou -
- Não - Disse simplesmente -
- Então...? - James continuou -
- Então que nada, eu ein me deixem - Bufei estressada e passei por eles -
- O que ele queria? - do meu lado esquerdo perguntou -
- Pediu para eu dizer pra minha mãe que não vai aconteceu nada comigo nem com ela - James riu pelo nariz do outro lado - Do que ta rindo irritante?
- Nada - Continuou rindo, ignorei-o -
- O que você acha deles dois juntos James? - Gruni alto, saindo de perto deles -
- Calem a boca por favor!
O resto da semana passou sem novidades, as mesmas coisas, as mesmas histórias e com não mais praticando magia negra. Apenas usando o seu poder nativo que é entrar na cabeça das pessoas em qualquer momento, para dizer alguma coisa ou só irritar. Normalmente ele entrava na de para perturba-lá e dizer coisas engraçadas que eu nunca fico sabendo ou até mesmo para fazer piadinhas sobre mim e ele, coisa que o deixava desconfortável. Dessas coisas fazia questão de me contar e ainda dizia que ele ficava envergonhando sobre os comentários sobre nós dois. Eu tentava ignorar o máximo para o bem do meu cerebro, mas a cada dia mais eu passava a pensar nele, pelo menos uma parte do meu tempo e vê-lo era algo que eu sempre queria de um tempo pra cá. Eu estava ficando louca, tinha certeza. No dia anterior a grande festa, eu, e James arrumamos toda a casa para receber os convidados no dia seguinte. O jardim tinha todo tipo de decoração, morcegos pendurados e abóboras pelo chão com lampadas dentro para dar um efeito à noite, todo o resto da casa tinha filo preto e roxo pelas paredes para dar um feito sei lá, e algumas teias de aranha compradas nas lojinhas de enfeites. Do lado de dentro a mesma coisa, menos as abóboras enormes, já dentro de casa eram minhas almofadas de abóbora e alguns enfeites de bichos nojentos por todos os lados, tipo de ratos com sangue pela escada. Realmente seria muito interessante a festa, só faltava agora a fumaça e as luzes para por no jardim, mas isso era o DJ que traria no dia da festa. Quando o dia amanheceu, já estava de pé, a menina prodijo já andava de um lado para o outro com celular na mão e tentando achar uma loja de fantasias aberta em pleno feriado de Halloween.
- Desiste. Você não vai encontrar nenhuma loja aberta hoje doente, eu disse para não deixar para cima da hora para alugar - Sentei na cama ainda sonolenta e coçando os olhos - Vamos usar a do ano passado com algumas coisas diferentes, sei lá para disfarçar.
- Não pense nisso - praticamente me bateu - Eu vou achar uma loja, mas eu vou mesmo! - Falou decidida -
- Tudo bem amiga, pelo menos senta porque estou com dor de cabeça de te ver andar para lá e para cá - Ri e ela concordou rindo juntos -
- Alô? - Falou alto tamanha a euforia - Vocês estão abertos hoje? - Esperou a resposta mordendo o lábio e logo sorriu abertamente - Certo. Estamos indo ai. Obrigada, tchau - Desligou o aparelho e eu pulou da cama - Vamos, anda, tem uma loja aberta lá no centro.
- Uma loja no centro? - Perguntei - São... - Peguei meu relógio de mesa e vi marcar exatamente 7:00 horas - 7 horas!
- Edai? Anda logo, se não eu te mato - Jogou a travesseira na minha cara e puxou minha colcha -
- Ai que saco! - Reclamei -
Demorou praticamente 1 hora para chegarmos no centro da cidade, mais meia hora para achar a loja que era um tanto estranha. Tinha uma decoração muito escura, umas cortinas velhas no alto da loja tapando praticamente a luz do sol e deixando muito pouco iluminada apenas com as luzes florescentes no alto. Em todas as paredes da loja havia fantasias, fantasias de todos os tipos e tamanhos, meus olhos brilharam assim que bateu em uma fantasia de bruxa muito sexy que me deixaria bem sensual.
- Alguém? - chamou -
- Posso ajudar? - Demos um pulo quando um homem velho com barbas brancas e olhos muito azuis apareceu atrás de nós -
- Ér.. você me assustou - riu e apertou minha mão -
- Desculpa - Se desculpou rindo um pouco -
- Eu liguei mais cedo perguntando sobre fantasias, podemos ver qualquer uma? - Ele fez que sim e nós sorrimos -
- Fiquem à vontade... - Nesse momento sumiu, eu ainda procurei ele pela loja mais não achei e não dei tanta importancia como -
- Ele sumiu, você viu? - Perguntou se agarrando a mim -
- Aham - Peguei a fantasia nas mãos e meus olhos brilharam - Linda. É essa mesmo.
- Ual... - pegou de mim e olhou - Bela escolha diva - Rimos - Agora me ajude.
- Certo - Coloquei a fantasia no braço e caminhei pela loja escolhendo algo para minha amiga -
- Não sei bem o que eu quero vestir, mas na verdade queria algo relacionado com vampiros - Olhei para ela e ri -
- Que tal essa aqui? - Mostrei o modelito e ela sorriu -
- Com certeza! - Pulou animada - Moço, já escolhemos.
- Bem rápidas - Sorriu para nós - Vocês podem ficar com ela até o dia 2 e depois terão que devolve-las. São 8 libras cada uma.
Pagamos e saimos contente do lugar, voltamos para casa loucas para poder usar as fantasias. Eram realmente bonitas, a de tinha uma capa vinho e um colarinho alto de camurça e uma meia arrastão junto com um colante com saia todo em preto. Já o meu era um top de mangra comprida, junto com uma saia bem curta e uma meia também arrastão todos em preto, junto com uma capa normal preta brilhante e um chapéu preto de camurça.
No dia seguinte à tarde passamos preparando as comidas, doces, salgados, coisas de festa normal e algumas bebidas. No fim da tarde o DJ chegou e logo começou a arrumar o som e todo o resto das luzes, estava quase tudo pronto as 7 horas. Uma hora depois os convidados começaram a chegar, admirando muito a decoração da festa e logo curtindo as musicas top que o DJ tocava.
- Eu disse, nossa festa é um arrazo e nossas fantasias são as mais bonitas de todas aqui - gritava por causa da música alta -
- Não sabe como eu estou amando essa fantasia, eu não quero devolver não - Choraminguei e ela riu de mim -
- Nem eu, vamos ficar e pronto - Abanei a cabeça reprovando e continuei dançando -
A festa começou a ficar boa mesmo mais ou menos 10 horas, o pessoal já estava meio alto e muita gente juntava na minha casa. Mamãe era uma que estava se divertindo horrores, ela numa fantasia velha de enfermeira zumbi arrazava no meio da pista dançando terrivelmente. James também estava vestido de zumbi, a mesma fantasia que usou no ano passado, era uma mistura de mendigo com estudante, na minha opinião: bem horrível. chegou logo depois acompanhado de seu primo, Danny estava a cada dia mais bonito, ele estava vestido de dráculo e de Harry Potter o que me fez rir horrores quando vi.
- Harry Potter? - Perguntei quando ele chegou perto de nós - Que coisa ridicula Poynter! - Gargalhei -
- Nada melhor... - Falou sério, mas logo riu -
- Oi, sou Jones e sou primo do Harry Potter - Disse gargalhando e nos cumprimentou -
- É nos lembramos de você... - sorriu de lado assim que recebeu um beijo na bochecha do garoto, eu olhei para e rimos -
- Certo. Querem beber alguma coisa? Tem pra lá, fiquem a vontade - Sorri -
- Eu quero sim... - disse e logo agarrou seu braço -
- Vou com você!
Ri um pouco dela e a vi desaparecer no meio dos corpos dançando. Olhei para e automaticamente fiquei sem graça, coçei a nuca e mexi no cabelo. Ele não disse nada, só começou a dançar comigo de um jeito engraçado o que dispertou minha risada escadanlosa. Dançamos ao som de Depeche Mode, logo depois começou uma das minhas músicas favoritas 'I Came 2 Party do Cinema Bizarre' (se quiserem escutar, é muito boa gente).
- Eu amo essa música! Vamos dançar... - Exclamei contente e puxando ele pro meio da pista de dança -
- Eu não sei dançar muito bem - Fez careta, enquanto eu me requebrava -
- Percebi - Gargalhei - Acompanha o ritmo ...
Dançava e cantava aos berros, tentava dançar mais parecia um tijolo humano. Abanei a cabeça, coloquei minhas mãos na cintura dele numa tentativa frustrada de ajudar a múmia a dançar, mas não adiantou. vendo a cena veio até a gente com , super gargalhando e achando bonitinho eu ajudar ele a dançar. Peguei as mãos da minha amiga e começando a dançar juntas que nem loucas pulando.
- Bundinha, bundinha - Viramos de costas com a bunda empinada e dançamos coladas, soltando gargalhadas -
- Ah eu amo essa musica cara - Gritei feliz, peguei uma mão da e a rodei -
- Vocês são loucas - comentou com um sorriso no rosto olhando dançar -
- Eu amo Halloween - Gritou e me abraçou pulando, do pulo rendeu mais dança até o final da música -
Depois da sessão surto com cinema bizarre, eu e fomos sentar em uma das abóboras no jardim e pegar um ar. Minha casa tava triste de cheia, nem sabia mais onde minha mãe se encontrava.
- Cara a minha mãe sumiu - Disse rindo -
- A última vez que eu a vi ela estava se acabando com depeche mode, ela é bem estranha dançando - Danny comentou e nós gargalhamos -
- Eu sei, ela é bem estranha mesmo, não que não seja normalmente - abanou a cabeça com cara séria mas acabou não aguentando e riu junto -
- Você e o , pensei que você ia se pegar com ele na pista, sério vocês super se combinam - Rolei os olhos -
- Cara, não começa! - Apoiei minha cabeça na minhas mãos -
- De longe tava tão bonitinho, nem queria atrapalhar mas como eu vi você metendo a mão na cintura dele eu tive que ir mais perto - Contou aos risos -
- Sem graça, só é um trégua. A noite está muito perfeita para ser estragada por pouco - Fiz pouco caso -
- Bem que vocês podiam ficar, quer que eu arrume? - Encarei ela sem acreditar -
- Você já bebeu muito - Olhei para a frente e vi os dois se aproximarem - Calada.
- Hey! - sorriu - , vamos pra lá comigo?
- Er.. - Olhei pra ele e depois pra ela suplicando para que ela ficasse -
- Claro, vamos - Se levantou e virou pra dizer - Divirtam-se.
- É... - Encarei que não disse nada - Vou procurar a... minha mãe - Sai antes que ele dissesse alguma coisa -
O que aquele projeto de amiga pensa que está fazendo? Me empurrando pra cima do ? Oi, ele é o ! Eu odeio ele, impossível, acho que ela está surtando. Achei James bebendo alguma coisa encostando na escada e fui até ele com um pouco de difícildade por causa das pessoas.
- Onde tá a mamãe? - Perguntei afobada -
- Nossa, ta morrendo é? - Comentou brincalhão - Não sei dela não, ela está por ai se divertindo com os garotinhos.
- James! - Olhei feio para ele que riu -
- O quê?
- É nossa mãe seu bastardo! - Chutei sua canela de leve -
- Eu te vi com o - Disse num tom como eu tivesse me pegando com o -
- Me viu com o , uuui - Imitei - O que tem de mais? Só estava dançando. É uma festa.
- Claro. Da pra perceber que é uma festa, mas dançar com ele daquela forma e eu crescer ouvindo que você o odeia mais que tudo no planeta... é estranho - Cruzei os braços olhando bem pra cara dele e bufei -
- Da um tempo James, é uma trégua por causa da festa ok? Agora tchau. Já me irritou - Sai de lá reclamando e escutando ele rir -
Não é possível que todo mundo que está a minha volta veja algo a mais entre eu e aquele parasita. Por favor. Passei pelo meio das pessoas e nada de mamãe, até que fui uns braços me apanharam e eu quando vi quem era dei um berro , pulando no seu colo. , meu ex que virou meu melhor amigo distante. Como ele ficou sabendo da festa? Com certeza minha mãe deve ter ligado pra mãe dele.
- , que saudades - Sorri -
- Também estava pequena - Me soltou do abraço - Que festão ein?
- Culpa da - Fiz careta e ele riu -
- Sempre, saudades dela também. Como anda minha irmãzinha? - tinha um super carinho pena e ela por ele, eles praticamente pareciam irmãos mesmo -
- Por ai com um amigo do - Ao pronunciar o nome dele fez uma careta e eu ri -
- Você fala com ele agora? - Neguei com a cabeça -
- Não. Digamos que temos um relacionamento complexo... como sempre - Sorri -
- Hm...
- Você tá bonito! - Mudei de assunto rapidamente, olhando sua fantasia -
- Você também, digamos que bonita e muito gostosa - Dei dois tapinhas no seu braço e ele me apertou -
- Quer beber alguma coisa? - Lembrei assim que vi uma menina passar com um dos meus sucos favoritos - Vamos logo, quero tomar algo do que eu fiz antes que acabe tudo. Esses vandalos - Puxei-o junto comigo até a cozinha e lá finalmente encontrei mamãe -
- Tia Pam, que saudades - abraçou-a e eu fui pegar um pouco da bebida -
- Finalmente achei você né dona Pamela - Reclamei -
- Meu querido, como você está alto - Mamãe riu para ele e me deu lingua - Sai do meu pé chulé.
- Isso mesmo tia, manda ela catar o que fazer - entrou na brincadeira e eles riram de mim -
- Af mereço... - Rolei os olhos e entrei a bebida pra ele - Vamos .
Passei muito tempo conversando com ele sobre tudo, ele me contou sobre como estava indo a faculdade e que ele estava adorando. Que se deu muito bom com as pessoas, nisso eu perguntei sobre as namoradas e ele disse que nada, só algumas peguetis e obvio que ele me perguntou. Na verdade fazia tempo que eu não ficava com ninguém, desde que a gente terminou, faz o que quase 1 ano eu só fiquei com uns 3. Realmente estava precisando me divertir, deve ser por isso que a me empurra tanto pro e eu me sinto atraida por ele... estou carente. Após lembrar de , eu vasculhei cada canto do jardim e nada dele. Não deveria ter o deixado falando sozinho naquela hora, mas aposto que ele entende o porque disso, ele me conhece o suficiente pra saber. Conversa veio e conversa foi, acabei ficando com , foi bom vamos combinar que meu ex é muito lindo... mas não era a mesma coisa, não tinha a mesma química sabe? Foi apenas um beijo, nada mais, pelo menos pra mim.
- Senti saudades de você - Ele disse assim que nos separamos e eu sorri sem graça -
- É, bastante tempo se passou - Mordi o lábio e meio que me afastei, nessa hora vi parado perto do DJ me olhando sem nenhuma expressão. Engoli seco, senti meu coração pular, ele tinha visto -
- Você está gostando de alguém? - Encontrei os olhos de e meio que fiquei tonta -
- Eu? Porque diz isso? - Continuei olhando de rabo de olho para , ele parecia tão imóvel, como não existisse -
- Você sei lá, ta distante, diferente. Acho que cresceu - Olhei pra e ri -
- Não sei, muitas coisas mudaram por aqui ... - Fui interrompida por que chegou com -
- Meu Deus! Não acredito... me belisca é o - Gargalhou e se jogou em cima do garoto -
- Que saudades maninha - Beijou estalado a bochecha da minha amiga -
- Muitas. Você simplesmente me abandonou, eu devia te odiar hoje - se levantou do colo do garoto e encarou nós dois - Vocês ficaram?
- Não seja indiscreta - Suspirei -
- Mas e o... - Ela chegou a se virar pra olhar pro e que nem chegou perto. Mas ela se virou rápido quando eu fiz o corpo dela esquentar de mais - Tudo bem.
- Tá acontecendo alguma coisa? - tentou entender -
- Não. Sua namoradinha é muito estressada, mas vamos quero saber da sua vida. Deixa ela ai sozinha - Deu lingua pra mim e puxou -
- Mas... - Ele tentou dizer algo mas não adiantou nada -
- Onde ela foi com ele? - se aproximou -
- Sei lá, lá pra dentro. Foram conversar, mas acho que ela está tentando me livrar dele - Falei rindo, me divertindo com a situação -
- Quando ela volta diz que eu estou lá fora - Sorriu pra mim e beijou minha bochecha antes de sair -
- Grande dia... - Pensei alto -
Fiquei encarando , ele o mesmo. Por tempos e ninguém se aproximava, não que eu quisesse, só que era estranho ele ficar me olhando e não vim falar comigo. Uma confusão estava formada na minha cabeça, eu nunca imaginei que estaria na minha festa de Halloween, nunca imaginei que um dia poderia voltar a pensar no de uma forma diferente da que eu passei a pensar depois de um tempo. Eu estava completamente confusa.
"Não queria ser motivo pra sua confusão, " Uma voz falou dentro da minha cabeça, mas parecendo como se alguém tivesse sussurrado no meu ouvido, mas ninguém estava ali a não ser eu, e o DJ. "Saia da minha cabeça , não quero você lendo o que eu penso" Reclamei por pensamento e ele sorriu de longe. "Que pena, eu estou escutando a maior tempão... não e preocupa com certas coisas, deixa acontecer" Encarei ele, mas ele voltou a mesma expressão de nada. Fiquei quieta e tentei não pensar nele. "Uma das coisas mais divertidas de estar na sua cabeça, é saber as coisas antes de você dizer, se é que vai dizer""É errado escutar os pensamentos alheios, nunca aprendeu isso em casa? Não pode abusar. A gente só deve saber do que todos sabem..." Fiz caretas de reprovação "Você não devia pensar tanto, sabendo que na sua festa tem alguém que pode escutar e que por acaso é o cara que você mais odeia... acho" Olhei para ele com os olhos cerrados e fiz uns panos por ali fazer pequenas chamas. "Cuidado ai menina chamas, você qualquer dia ainda bota fogo em mim" Ri, achando engraçado "Não seria nada mal""Rará vai pensando Premazzi" Levantei do banco e atravessei o jardim as pressas, senti alguém me seguir, eu sabia muito bem quem era. Passei pelas pessoas, vi dançando com o parecia se divertir bastante com ele, passei que nem um furracão subindo as escadas. Entrei no quarto e me joguei na cama de barriga pra cima, escutei a porta se fechar.
- Para de me seguir - Sentou no sofá a minha frente -
- Não estou seguindo, só não quero ficar sozinho nessa festa - Disse -
- Como você precisasse da minha companhia, você conhece todo mundo - Tirei o all star e encolhi as pernas me deitando direito, agora olhando pra ele -
- Preciso, eu quero, por isso estou aqui - Falou simplesmente e eu me calei -
Meu coração pulou com o que ele disse e eu não pude deixar de sorrir de lado. Isso era uma confissão?
Não falamos mais nada, apenas os olhares como lá embaixo. Eu sabia que ele estava na minha cabeça de novo, mas eu não me importava, não mais, que ele escutasse tudo que eu estava pensando, toda a minha confusão astral. Vi ele me olhar inteira, me estudar, cada pedaço e quando encontrava meus olhos de novo suspirar alto e colocar a cabeça pra trás como tivesse se culpando por algo que ninguém mais além dele sabia. Então do nada ele levantou e saiu do quarto, achei estranho mais fiz pouco caso, deixa ele ir embora, assim eu posso parar de olhar pra ele um pouco, não aguento mais encarar seus olhos incrivelmente e seu cabelo jogado no rosto. Várias lembranças começaram a rodar na minha cabeça, quando eu era pequena e brincava com ele, depois as brigas, os ciúmes e a concorrência. Quando ele virou o mais popular do colégio, quando ele não ia mais na minha casa, quando ele passava por mim e fingia que eu não existia, as namoradas, as ficantes e algumas amigas minhas que já haviam saido do colégio.
A música estava forte do andar debaixo, eu podia reconhecer a melodia longe. Je Ne Regrette Rien do Cinema Bizarre também, acho que minha mãe deu alguns dos meus cds para o DJ. Meus olhos começaram a se fechar, o sono começava a aparecer, talvez pela hora e de qualquer forma o silêncio do meu quarto, fechei-as por uns segundos.
Senti o perfume forte me puxar para a consciência e logo o seu toque no meu rosto "Você esta linda hoje... pena que eu não tive tanta sorte como o ". .
Estava declarada a turbulencia. Minha vida sem uma solução pra minha confusão e a cada vez mais estranho, nada estava claro. Era tudo culpa dele. Muitas coisas vieram a tona depois de um tempo, como a sempre me disse "amor está ao lado do odio". Era difícil admitir mas era verdade.
Quanto mais eu queria que nada disso estivesse passando na minha vida, mas eu estava me envolvendo. Todos os dias, cada dia um novo sentimento, a cada dia mais forte. Era difícil, impossível e inútil tentar me manter longe se minha mente me puxava cada vez mais pra perto dele. As brigas continuaram, as piadas e os desentendimentos, porém tudo acabava ou simplesmente se resolvia de um modo diferente. O ano já havia acabado, a formatura seria na manhã seguinte. Mas parecia que todo o ano que eu estive ali, parecia ter se transformado em uma grande mancha branca, querendo ter um porque. As folhas do meu diário estava no fim junto com mais um ano, mas ainda faltavam algumas folhas para a principal e melhor parte da história.
- , anda logo, vamos perder a hora no salão - estava sentada em cima de mim, me balançando -
- Que horas são? - Falei manhosa, coçando os olhos -
- São 7 horas, nosso horario é 7:30 então anda logo por favor? - Saiu de cima de mim -
- Só mais um pouco por favor... - Disse sonolenta e fechando os olhos de novo -
- ! - Berrou me tacando o travesseiro -
- Ai mas você tem uma mania - Gritei irritada -
- Vamos perder a hora, porra - Respondeu no mesmo tom e eu ri -
- Eita...
- Pelo amor que você tem a mim? - Piscou os olhos várias vezes -
- Ok, já vou - Levantei e fui pro banheiro -
O processo do cabelo foi o mais entediante do mundo, nunca fiquei tanto tempo sentada naquela droga de cadeira de salão mas também nunca tive o cabelo tão bonito na vida. Resolvi mudar um ponto, coloquei algumas fechas azuis nas pontas e na franja, ficou lindo. Olhei pra que fez um ok com a mão, me olhei no espelho de novo e sorri. Linda. A formatura seria as 11, ainda tinhamos 1 hora para fazer as unhas e a maquiagem. No final da manhã já estavamos arrumadas, eu com um vestido tomara que caia azul para combinar com o cabelo e com um rosa bebê de alça bem bonito. Mamãe chamou um táxi para nós e então finalmente chegamos no tal lugar da formatura, era um salão bem grande e com piscina.
- Nossa, nunca pensei que fosse ser um salão dessa categoria - Mamãe disse admirando -
- Realmente bonito tia - concordou -
- Queridas, finalmente chegaram - Sr. Gilbert veio até nós sorrindo - Pamela , por aqui. Meninas quando chamarem vocês já sabem - Piscou para nós e saiu levando minha mãe junto com ele -
- Não to vendo o - se esticava na ponta dos pés atrás do seu rolo/ficante. É meio difícil entender o que esses dois são realmente -
- Ainda não deve ter chegado, fica com a bunda quieta ta estragando minha roupa - Ela riu baixinho e parou de se esticar se apoiando em mim -
- Cadê o James ein? - Perguntou -
- O que você quer com meu irmão? - Ri - Deve esta chegando, ele dormiu na casa do Matt.
- Ah sim... - então olhou pro portão da festa e abriu um enorme sorriso - Chegaram.
Me virei para ver, e entravam juntos. Os dois de terno, com um meio listrado e com um todo liso preto, sempre preto. Sorri para ele e acenei, os dois fizeram o mesmo e então abraçaram a gente.
- Que gatas! - catucou que riu olhando pra mim -
- Só um vestidinho poxa - sendo modesta como sempre -
- Estamos lindas mesmo ok? - Sorria -
- Concordo - disse por fim -
- Aham, certo - nos olhou de rabo de olho e riu - Vamos pra lá...
- Vam... - Fui interrompida com uma olhada nada discreta de -
- ! - Praticamente gritou - Tchau, e .
- Tá né - Coloquei uma parte do cabelo pra frente -
- Nervosa? - Olhei pra ele e franzi a testa - Com a formatura...
- Ah - Sorri sem graça - Um pouco. Na verdade com vergonha de ir pegar o diploma.
- Não vou rir se você cair na hora, juro - Bati no braço dele -
- Idiota! - Rimos -
Minha relação com ele agora era bem diferente, mesmo assim eu ainda ficava desconfortavel ao seu lado. Quando o silêncio ficava, quando ele me dizia alguma coisa que eu entendia mal ou só por estar perto dele e saber que ele pode ler tudo que eu penso sobre ele.
- Gostei do seu cabelo - Olhei para ele e sorri -
- Obrigada. Horas e horas no salão servem pra alguma coisa - Ele riu -
- Não que você precise né? - Abaixei a cabeça e mordi o lábio sem jeito -
- Acho que vou ali na minha mãe rapidinho, er.. - Sai caminhando um pouco depressa -
Sempre fugindo , que tipo de garota você é? Que idiotice. Fui até mamãe e ela me perguntou o porque da cara emburrada, disse não ser nada e então disfarcei perguntando se James já tinha chegado e ela me disse que não. Olhei para onde estava, ele me percebeu olhando então sorriu com uma sobrancelha arqueada, sorri de volta e percebi entrando pelo portão.
- ? - Vi olhar para ele e depois pra mim fazendo uma careta e desaparecendo -
- ? - Mamãe se levantou e viu o menino andando até nós - Finalmente chegou. Chamei ele para te ver se formar querida.
- Bom dia senhoritas, que bonita estão hoje - beijou minha bochecha e sorriu - Cabelo bonito,
- Valeu - Sorri sem graça - Então... veio me ver pagar mico foi?
- Exatamente. Não perderia isso por nada - Brincou -
- Palhaço.
- Não vejo a hora dessa festa começar - Mamãe disse do nada e eu ri -
- Ok né.
- Então, vou dar uma voltinha. Depois vejo vocês... - beijou mamãe e eu na bochecha - Guarde meu lugar ein?
- Está guardado filho - Então ele saiu -
- Mãe, porque chamar ele toda hora? - Sussurrei -
- Pensei que você estivesse gostando dele outra vez, você anda estranha e eu te vi beijar ele na festa de Halloween - Arregalei os olhos -
- Claro que não mãe! Af, não tem mais nada a ver eu e ele - Bufei -
- Então quem é? - Procurei por , então o encontrei e sorri -
- Preciso ir ali ok? - Mamãe olhou para o mesmo lugar que eu -
- ? Não me diga que está gostando do de novo? - Mamãe riu -
- Mãe, sério fica quieta - Ri e mandei beijos pra ela -
- Gente demais nessa festa não é mesmo? - comentou assim que eu cheguei perto dele -
- Não implica...
- Ok - Dei lingua pra ele -
- Ok - Me virei para olhar o pessoal que já estava naquele lugar -
- Queridos alunos quase formados, podem vir para seus lugares - Sr. Gilbert como sempre estava anunciando -
- Boa sorte, mas não esqueça de cair - Mandei dedo do meio pra ele e sai - Estressada! - Gritou rindo, e eu continuei com o dedo levantado -
A formatura passou bem, mesmo que eu tenha ficado longe dos meus amigos. Cada um tinha um lugar marcado, completamente fora de ordem, a não ser que isso se chame de ordem da cabeça do senhor Gilbert junto com a diretora. Quando chamaram o meu nome, levantei sorridente e fui até o pequeno palco montado no salão e peguei o diploma do futuro, sem mas sai voltando para o meu lugar - sem cair - aposto que ficou decepcionado. me mandou um sorriso divertido porque eu não cai, logo após falar alguma coisa pra ela. Rolei os olhos e fiz pouco caso dos dois patetas, que de um tempo pra cá se juntaram pra encher meu saco. Do outro lado mamãe já estava com a maquiagem toda borrada, me olhava com felicidade - mesmo com as caretas provocadas pelo choro exagerado -, abanei a cabeça pra ela que sorriu um pouco, sabia que com certeza se eu estivesse perto dela já teria falado muito por causa do choro.
Enfim, tudo passou bem como eu esperei por anos e anos. À noite a festa já estava a todo vapor, alguns formados estavam dentro da piscina com roupa e tudo, fazendo a maior zona e eu estava com minha amiga é claro. Se bem que mamãe ficou na minha cola um bom tempo, só depois quando um dos meninos da minha sala a chamou pra dançar, acho que ela fez mesmo amizades na festa de Halloween lá em casa e isso definitivamente me fazia ter medo. De qualquer forma adorei, não podia ter sido melhor ela me largar pra ir dançar com um bando de adolescente em uma festa de formatura da filha mais velha dela. James, bem James estava ficando com uma menina que também se formou, ela é de outra sala, meio nerd, mas é legal até. Ela se chama Karen, talvez ele se apaixone por ela e ela case com ele e tire ele da minha fica pra sempre, se bem que eu ia ficar com saudades de ferrar com a vida do menor da minha casa, mesmo assim seria a paz na minha casa e vida. estava conosco agora, eu, ela, e , digamos que o quarteto invensível... chegava a enjoar meu estomago. nem um minuto parou de encher minha paciência, acho que era o que ele sempre fez de melhor, além de estragar a minha vida. Um tempo depois, uma menina loira oxigenada veio até ele e o chamou pra dançar, mas na minha opinião ela só queria perder a virgindade com ele, se é que ela ainda tem né? No início ele ficou meio sem graça e quase não aceitou, mas a boca grande disse "vai dude, não tem problema não". Af se uma hora dessas a lingua dela caisse seria tão perfeito, merda, menina só faz merda. Deixei passar, apenas fiquei observando os dois enquanto a minha amiga ursa conversava coisas melosas com o "namoradinho", não tem idéia de como eu estava prestes a explodir... mas foi nessa hora que a solução veio até mim, depois de horas.
- , quer dançar? - sorriu galanteador pra mim e eu fiz o mesmo -
- Mas é claro - Estiquei meu braço e peguei em sua mão, me mandando daquele lugar com excesso de mel -
- Uiii.. - Escutei rindo - Vai lá garanhão, pega ela pra você.
Sabia que ela não sairia sem uma piadinha, olhei para trás na mesma hora e a xinguei. Ela só riu e voltou a falar com , que não parecia nada contente com ali perto, muito menos comigo. Como ele tivesse alguma coisa a ver com a minha vida né? fez questão de parar bem do lado do , o que ele tá querendo? Outra briga como a que tiveram no ano passado? Fiz pouco caso, caso eles começassem a brigar eu não ia me meter de novo, depois quem fica mal sou eu, como da última vez.
- Você está linda hoje - sussurrou no meu ouvido, nessa hora eu lembrei de me dizendo a mesma coisa na noite de Halloween -
- Obrigada - Sorri sincera -
- Então... - Começou - Você tem certeza que não esta gostando de ninguém? Digo, porque sei lá, eu andei pensando desde que eu te vi no halloween... a gente podia não sei... voltar a sair - Arregalei os olhos e agradeci por ele não estar me encarando naquele momento -
- Er... - Tentei dizer alguma coisa mais nada saiu, parece que eu tinha perdido a voz -
Dude, esse tipo de coisa sempre acontece comigo. Sempre na hora errada, antes foi a mesma coisa, acho que foi depois que eu comecei a namorar o que começou a me ignorar por completo. Se bem que naquela época sempre teve mais juízo que o pequeno , mesmo assim eu e o eramos amigos - aos 6 anos mais eramos -, respirei fundo e encarei que desde então não tirava os olhos de mim e . Não sei porque mais meu coração me mandava dizer sim a e esquecer de uma vez o sentimento que havia crescido dentro de mim em relação ao . Os olhos mais perfeitos ainda estavam me encarando, tentando entender a minha falta de cor naquele momento, mesmo assim ele ainda continuava agarrado nos braços daquela vadia, digo menina. Então foi quando tudo aconteceu, num ato rápido a garota o pegou de surpresa o beijando, assistir aquilo foi pior do que um soco na boca do estomago. Vi ele empurrando ela longe e dizer umas coisas que eu não consegui ouvir, eu sai da pista deixando completamente no vácuo que tentou me chamar mais eu não dei ouvidos. veio atrás de mim também, andei e andei até que não tivesse mais ninguém na minha volta, meus olhos estavam cheios de lágrimas, o que era aquilo? Eu estava chorando por ele, de novo.
- Amiga, desculpa mesmo. Eu tive toda a culpa nisso, eu não deveria ter apoiado ele para dançar com aquela lambisgoia, desculpa mesmo... - sentou ao meu lado e me abraçou -
- Tudo bem, vai passar ok? Não liga... eu não ligo - Menti, limpando as lágrimas -
- Não minta pra você , dói bem mais - Afagou meus cabelos e beijou minha cabeça - De qualquer forma, eu estou aqui perto de você.
- Eu... eu não posso acreditar que eu pude me deixar levar por esse sentimento - Falei por entre os dentes -
- Todos nós ajudamos um pouco, principalmente o James. Você não acha que eu esta fazendo de tudo pra vocês ficarem juntos? - Olhei para e franzi o cenho - É amiga, o Jimmy me disse que... ele é o único cara que ele confia para estar com a irmã dele - Rolei os olhos e cruzei os braços -
- Idiota. Eu odeio ele por se meter na minha vida, ele devia se preocupar mais com a dele - Reclamei ranzinza - Mas, por um lado até que é bonitinho - sorriu e eu também, nos abraçamos -
Ficamos caladas depois disso, eu parei de chorar também, mas mesmo assim a cena dela beijando ele ainda rodava na minha cabeça. Me fazendo querer morrer de tanto ódio, não podia fazer nada eu sabia, nem culpar ele principalmente porque foi ela. Mas eu não queria saber, eu estava culpando ele sim e não importava se ele não tivesse feito nada com a loira. Escutei passos, olhei para onde vinha e então vi vir em nossa direção, saltou do banquinho e eu segurei seu braço impedindo ela de sair, mesmo que ela estivesse lutando pra correr dali.
- Posso falar com você ? - Sua voz saiu baixa e arrastada -
- O que você quer, ? - Fui grossa e ele olhou para como pedisse para nós deixar a sós -
- Me solta logo - reclamou, acabei soltando - Vejo vocês depois - Passou por e sumiu -
- Você ta com raiva de mim né? - Engoli o choro que queria voltar -
- Porque estaria? - Mas uma vez fui grosseira -
- Por causa desse tratamente perfeito, você saindo da pista que nem uma louca depois de... - O interrompi -
- Tudo bem , não é com você o problema - Suspirei - É comigo, apenas comigo, não tem porque se preocupar.
- O que você tem? - Perguntou se sentando agora onde estava -
- Problemas com astral, estou bem ao mesmo tempo estou mal. É difícil, complicado, como sempre foi - Disparei sem pensar direito nas palavras -
- Desculpa? - Encarei seus olhos cheios d'água -
- Desculpas não são necessárias agora, não vai adiantar de nada, nada vai mudar. Nada - Virei o rosto, antes que o visse chorar do meu lado -
- Mesmo assim eu quero que você aceite - Falou um pouco alto - Você viu, você sabe que eu não beijei ela...
- Sinceramente , você não me deve satisfação nenhuma de quem você beija ou deixa de beijar - Ele respirou fundo do meu lado e mexeu nos cabelos -
- Eu amo você...
O mundo parou, junto com todo o meu ar. Meus olhos prenderam no dele por um bom tempo, ele continuava dizendo "eu sempre amei, sempre, mas eu sempre fui um idiota e você sabe". Eu não queria ouvir aquilo, eu não queria, agora mesmo que eu estava mal. Por outro lado eu ficaria feliz, ele confessou que gosta de mim, qualquer uma ficaria feliz e começaria a chorar de felicidade e terminaria beijando o seu amado. Mas naquela hora não, eu estava mal, não sabia se acreditava, e a cena do do beijo continuou passando pela minha cabeça. Então, me levantei bruscamente e olhei pra ele que me encarava sem entender.
- Isso não pode acontecer! Não mesmo - Gritei e sai dai correndo - Droga...< /br>
Ele não veio atrás de mim, ele sabia que eu precisava de espaço naquela hora. E ele tambem sabia que eu estava magoada SIM por causa do beijo da vadia lá. Olhei no celular, já estava tarde, talvez seria melhor ir para casa, porque toda a água do meu corpo já tinha sumido e a certeza que eu tinha era que minha cara estava toda enorme e ele me amava, também que eu não podia viver com isso. Esperei um pouco, tentando esconder a minha cara deformada pelas lágrimas, caminhei de volta para onde as pessoas estavam , não vi ninguém só mamãe com James de cara feia ao lado dela me esperando com certeza.
- Onde está todo mundo? - James me encarou e abanou a cabeça -
- Foram embora, você sumiu, a disse que não tinha idéia de onde você estava e o ... - Parou de falar e eu enrolei o meu cabelo no canto , colocando o pra frente, James já sabia isso era um fato -
- Vamos embora logo - Falei rispida -
- Aconteceu alguma coisa meu amor? - Mamãe veio ao meu lado com um braço envolvido em mim -
- Depois a gente conversa mãe, eu só preciso chegar em casa e dormir - Encostei minha cabeça em seu ombro e seguimos para casa a pé -
Entrei em casa sem nenhuma vontade de andar, já sem os sapatos que fiz questão de tirar no meio do caminho, subi direto para meu quarto e os joguei em qualquer lugar. Minha vida nunca foi tão ruim, tão melancolica, tão cheia de emoção literalmente... eu odiava os últimos meses, odiava o que eu sentia e principalmente tudo e todos ao meu redor sem um porque convincente. Encostei na cama e abracei minhas pernas, querendo não me sentir tão sozinha, mas era tão inútil, eu estava sozinha, sozinha nessa história. Na minha janela pedrinhas começaram a bater e eu levei um susto, levantei rápido e fui até elas, lá embaixo estava ele olhando pra cima com esperanças de um sinal meu. Sai do quarto com pressa e desci as escadas com a mesma afobação, praticamente caindo no chão, abri a porta e fui até ele, então pude ver seus olhos molhados, estava chorando na minha frente.
- Você acredita em mim? - Perguntou -
- Sim, mas... - Abaixei a cabeça sem o que dizer exatamente e ele pegou meu queixo me fazendo encara-lo -
- Não era pra ser assim, eu estava esperando o momento certo pra falar pra você - Explicou - Eu não queria que você ficasse assim, não queria que você ficasse mal por minha causa, ainda mais eu que já te fiz tanto mal - Fiquei calada, apenas escutando ele dizer - Você ta linda hoje, eu queria ter dito isso mais vezes mais cedo, queria ter dito também que... - Suspirou - Que eu estou tão bem agora que a gente esta se entendendo, que eu preferia morrer a perder isso de novo - As lágrimas então queimaram o meu rosto, assim que passou por eles, mas as limpou - Eu estraguei tudo, né? Não devia ter confundido as coisas, ter deixado o James e a me enfiar na cabeça que você também gostava de mim, cada vez alimentou mais minha imaginação.
- Parece que estamos no mesmo barco e com as meninas pessoas... - Ele me olhou confuso -
- Como assim? Você... - Sorri -
- É.
Abri o sorriso mais bonito que eu já pude dar na vida, me aproximei mais dele quebrando o espaço entre nós e então o beijei. Não sei porque mais eu senti como se eu estivesse flutuando no meio do nada, que o mundo tinha parado de novo mas por um motivo bem melhor. Sentir a boca dele era como magia, uma magia que ninguém nunca me mostrou de verdade, eu até pensei em ter escutado sinos tocando ao nosso redor, mas na verdade eu estava apenas sendo boba demais. Quando nos separamos ele me abraçou forte, me tirando até do chão um pouco e eu ri feliz.
É engraçado dizer, mas aquele foi um dos momentos mais felizes da minha vida, já que eu tive tantos ao lado dele. Como tenho até hoje, uma das pessoas mais compreensivas do universo e que de alguma forma sempre tenta lidar com meu mau humor quase sempre. Ele é a figura mais perto da perfeição, só não é, porque ainda tem manias idiotas como me irritar e até me trocar pelo James junto com o video game. Mas tudo que eu sei hoje, tudo que eu passei, todas as risadas e lágrimas são dele, não há mais nada a dizer, este é o final, final da minha magica vida.
xoxo, diary.
The End
Nota da Autora: Gente estou feliz que eu escrevi uma fic depois de anos, não que eu tenha várias aqui no pc. Mas vocês entendem né? Coisas inacabadas que nunca vão ter fim. Eu tenho várias idéias ao mesmo tempo, muitas vezes enquanto eu estou escrevendo uma já estou tendo idéias para outra, nisso eu acabo parando e iniciando outra e não termino nenhuma das duas. Mas essa eu fiz questão de terminar, sei lá eu gostei tanto de escrever essa fic, mesmo que em uma parte ela tenha ficado muito corrida e chata. Espero que vocês gostem, mas uma história da louca aqui que nunca decide o nome que vai usar no twitter KKK
Para terminar, queria agradescer aos comentários que viram sendo eles criticas ou elogios. Vocês são demais e o que vocês acham é a opinião do mundo , então uhul é isso ai. Beijos a todas vocês.
Nota
da Beta: Qualquer erro - seja de ortografia ou de
script - me mande um email avisando! mychemicalway_@hotmail.com