I Wished for You
Fic by: Carol Mello
Beta-Reader: Kah Chaves
Baseada na música Eu Pedi Você (Restart)

Os ponteiros do relógio pendurado acima da televisão de plasma marcavam exatamente 23 horas. A festa estava realmente animada, todos estavam comemorando o fato de que faltava apenas uma hora para o início de um novo ano, e o colégio havia finalmente acabado.
Por outro lado, aquilo não agradava a todas as pessoas. Não aos amigos que nunca mais veriam uns aos outros, que iriam estudar em faculdades distantes, e aos casais que teriam que se separar pelo mesmo motivo.
A garota caminhou apressadamente por entre as pessoas que dançavam animadas ao som de Lady Gaga até encontrar a conhecida silhueta de sua melhor amiga, que bebia algo cor-de-rosa e dançava com um grupo de garotos totalmente desconhecidos.
- Ei senhorita Vamos-Ficar-De-Porre, posso falar com você um instante? – falou , segurando o braço magro de , que olhou-a sorrindo e a acompanhou até a sacada da enorme casa de praia de Harry Judd, um garoto que elas nem ao menos conheciam, mas que estava dando aquela super festa de graça.
Até na sacada da casa não cabia mais luxo. notou que ela era maior que seu quarto. Havia ali casais se beijando e algumas pessoas de bom-senso que almejavam por fugir do insuportável cheiro de álcool, cigarro e outras substâncias que emanava dentro da casa. Ela caminhou com até o canto mais vazio, olhou-a profundamente em seus olhos verdes e questionou:
- O que deu em você? Nunca gostou de encher a cara dessa maneira, por que é que está agindo assim?
O sorriso meigo de deixou seu rosto e de lugar a uma expressão aborrecida, que detestava ver. passou a mão por seu vestido rosa claro que combinava perfeitamente com o drink que estava bebendo.
- Não sei. – respondeu ela, após algum tempo, suspirando em seguida.
- Cara, pode me dar isso. – falou, tomando o copo da mão da amiga sem a menor dificuldade. – ... O ano está acabando, e não o mundo!
Foi então que desabou.
- , ele vai pra França! Ele vai estudar lá, eu nunca mais vou vê-lo... – seus olhos verdes lacrimejaram e ela afundou o rosto de boneca em suas mãos.
- Psiu, não chora! – deu um sorriso fraco, deixando o copo cuidadosamente no chão branco e limpo. – Você vai acabar borrando essa maquiagem perfeita que eu demorei um tempão pra te fazer. – falou, numa tentativa inútil de fazer a amiga rir. – E , me desculpa dizer, mas não adianta ficar mal agora... Foi você mesma quem terminou com ele dois meses atrás sem motivo algum!
- Tinha motivo sim, ok? – a menina resmungou, com a voz embargada por causa do choro que ela engolira. – Todo mundo sabe que ele ficou com a Brooke...
- Não, ele não ficou...
- Mas... Todo mundo estava comentando, e...
- Você sempre teve o namorado mais fiel do colégio todo. Surgiu a primeira fofoca da vida de vocês e o que é que a santa fez? Terminou com o garoto sem nem ao menos ouvir o que ele tinha pra dizer. Eu conversei com ele, , acredite... Ele não ficou com a Brooke!
- Mas mesmo assim... Agora não tem mais jeito, ele vai embora, eu vou ficar sem o meu Dougie!
suspirou. No fundo, estava certa. Ela perdera seu namorado. Mas não suportava ver a amiga sofrendo e muito menos fazendo mal a si mesma por esse motivo.
- Olha, não vamos perder nossa festa pensando nisso, ok? Amanhã nós passaremos o dia todo curtindo uma boa dor de cabeça e chorando por tudo, eu prometo, mas hoje vamos aproveitar...
- Então me devolve isso! – disse, abaixando-se e pegando seu copo do chão. – Escuta, daqui a pouco eu encontro você. Vou procurar mais disso, que está uma delícia... – riu ela, e saiu tropeçando no próprio salto 12.
balançou a cabeça em sinal negativo. Não adiantava, era melhor deixar se divertir. Isso, ou vê-la triste com seus problemas.
- Ei, tá fazendo o quê aqui, sozinha? – uma voz risonha masculina falou, pegando-a de surpresa.
Ela virou-se para se certificar de quem estava falando, mesmo já sabendo quem seria, e sentiu o estômago dar saltos mortais engraçados enquanto encarava o sorriso lindo de Tom Fletcher vestindo sua melhor camisa social lilás, uma calça jeans preta e larga que mostrava boa parte de sua cueca preta e tênis branco. Seu cabelo louro necessitava de um corte urgente, mas ela não se importava. Bagunçado daquele jeito, estava ainda mais perfeito.
- A acabou de me largar aqui. – disse, sorrindo timidamente e debruçando-se na grade de mármore da sacada.
- Ah, eu a vi brigando com um garçom agora a pouco porque acabaram os copos bem na vez dela. – ele deu uma risadinha de canto e debruçou-se ao lado dela. – Onde vocês duas passaram o Natal? Foram as únicas que não participaram do amigo secreto.
- Fomos para o sítio do meu avô, é meio que uma tradição, sabe como é. – explicou , evitando olhar para Tom e tentando não sentir cócegas na barriga. – Eu arrastei a comigo.
- Entendo. – disse Tom, mexendo em seu cabelo. – Dougie perguntou por ela o tempo todo.
- Jura?
- É. – ele encerrou o assunto, como se estivesse proibido de falar sobre isso ou algo do tipo. – E aí, ganhou muitos presentes?
- Alguns, e você?
- Também. Mas não ganhei o que eu queria.

voltou dançando para o interior da casa e se direcionou à mesa de bebidas. Encheu um copo com um líquido verde diferente, talvez o único que ela ainda não provara. Virou tudo em um gole. Um gosto amargo e horrível tomou conta de sua boca e garganta, e a sala toda começou a girar. A garota fechou os olhos e, antes de ficar totalmente inconsciente, sentiu duas mãos quentes segurarem-na delicadamente.
Quando abriu os olhos novamente, não reconheceu o local onde se encontrava. Um quarto escuro, com paredes azuis. Estava deitada em uma cama deliciosa. Olhou para o próprio corpo, assustada. Sabia de histórias de garotas que eram drogadas propositalmente por homens que as faziam mal, e aliviou-se ao ver que estava completamente vestida. A única coisa que estava faltando eram suas sandálias, que estavam ao lado da cama, no chão. Sentou-se e uma tontura a atingiu, forçando-a a se deitar novamente.
A porta se abriu e ela olhou assustada, e não pôde conter um sorriso quando avistou a figura mais perfeita que sua mente poderia formar: um garoto de cabelos claros e bagunçados, vestindo uma camisa social azul com os três primeiros botões abertos, calça jeans clara e sapatos pretos.
- Dougie! – sussurrou ela.
- Oi. – ele deu um sorriso fraco e sentou-se na cama ao lado dela. – Tá melhor?
- Só meio tonta. – ela falou, tentando conter o turbilhão de sentimentos que seu corpo insistia em mandar em forma de calafrios. – Onde estamos?
- No quarto de Harry. Ele foi legal e me deixou te trazer aqui até você melhorar. – o rapaz deu de ombros e apoiou os cotovelos nos joelhos, mirando o chão e segurando a cabeça com as duas mãos.
- Quanto tempo eu fiquei desacordada?
- Pouco.
- O ano já terminou?
- Não. Ainda temos alguns minutos. – ele deu um meio sorriso.
- Quando você... Vai? – ela não se conteve e soltou a pergunta.
- Amanhã à noite.
não disse mais nada. Sentou-se devagar, e nenhuma tontura veio. Levantou-se e caminhou até a janela do quarto. Tinha uma linda vista para a praia, que estava totalmente iluminada, porém vazia. Dali, dava para ver a cidade inteira.
- Por que bebeu tanto? Você nunca gostou. – disse Dougie atrás dela, mais perto do que ela gostaria.
Sentindo-se arrepiar, ela fechou os olhos e não respondeu.
Ele posicionou seu corpo centímetros atrás do dela e admirou sua ex-namorada de costas. A silhueta que ele conhecia melhor do que a dele própria. Colocou as duas mãos na cintura da garota, encostando o queixo no ombro dela e fazendo-a sentir choques elétricos por todo o corpo. Ele inspirou profundamente o cheiro doce do cabelo longo e loiro da garota e fechou seus olhos.
- Sinto sua falta. – sussurrou.
- Eu também. Muita. – ela disse, no mesmo tom, mordendo o lábio.
sentiu o corpo dele se afastar do dela e virou-se para não perdê-lo de vista. Não o queria longe por um segundo sequer.
- Não podemos ficar juntos. – ele disse, olhando para as próprias mãos. – Eu devo ir agora.

- E o que é que você queria? – perguntou.
- Eu queria ir pra França com o Dougie, mas meus pais insistem que eu devo ficar aqui. – disse ele, parecendo frustrado com a idéia, de uma maneira engraçada.
riu.
- Bom, e eu vamos continuar aqui. Nossos pais nos deram um dinheiro pra conseguirmos alugar um lugar e morarmos juntas!
- Sério? – ele riu maroto. – Bom, então talvez ficar por aqui não vai ser tão ruim assim.
- Safado. – ela disse, sem conter o riso.
- Ei, faltam dois minutos! – disse ele, consultando o relógio de pulso.
- Só isso? Preciso achar a , onde será que...
- Não, a deixe. Garanto que ela está bem.
- Não, ela tava meio bêbada, do jeito que é sem juízo eu tenho que...
- Fica aqui comigo. – pediu ele, olhando em seus olhos.
- T-tá.
- , você acredita em mim?
- Como assim? – ela estranhou a pergunta repentina.
- É que ouvi dizer que em noites assim tudo pode acontecer. – ele falou, mirando o céu estrelado.
Ela olhou para o mesmo ponto tentando enxergar o que ele via tão interessado, mas não encontrou nada.
- Acredita ou não?
- Acredito...
Então, uma multidão de pessoas saiu correndo de dentro da casa e iniciou a contagem regressiva.
- CINCO...
Tom olhou nos olhos de e deu um sorriso de canto, virando seu corpo de frente para o dela.
- QUATRO...
A garota não entendeu nada, mas não o impediu de colocar as mãos em sua cintura e a puxar para perto.
- TRÊS...
Ele aproximou seus rostos e fechou os olhos. Ela, sentindo que poderia desmaiar a qualquer minuto, intoxicada com aquele perfume delicioso, fez o mesmo.
- DOIS...
Sem mais espaço algum entre os dois corpos, sentiu a boca macia de Tom encostar na dela.
- UM!
Eles iniciaram um beijo calmo enquanto todos comemoravam felizes o início de um novo ano.

caminhou até o grande espelho ao lado do guarda-roupa do quarto escuro e olhou para seu reflexo. Seu vestido rosa estava amassado, porém seu cabelo loiro continuava liso e bonito, apesar de a maquiagem estar borrada. a mataria.
Virou-se para o garoto atrás dela, que segundos atrás dissera que iria embora, mas não fizera menção alguma de abandonar o cômodo. Sentiu uma vontade enorme de chorar ao ver que ele olhava para ela com desejo, o mesmo desejo de quando eles eram namorados e apaixonados. Com exceção de que agora, o desejo se misturava com tristeza.
- Não podemos ficar juntos. – ela repetiu a frase que ele mesmo dissera minutos atrás.
Ele assentiu, mirando o chão.
- Tudo bem. – ela forçou um sorriso, enquanto uma fina lágrima escorria por sua bochecha. – Tá tudo bem, podemos ser amigos, não podemos? – dizer aquilo doía mais do que sua cabeça, que estava latejando.
Ele engoliu em seco. Segurou as mãos delicadas e trêmulas da garota.
- Estávamos juntos no fim do ano passado. Você lembra? – disse ele, com a voz falhando. Ela assentiu com a cabeça.
- E você lembra o que pediu assim que deu meia noite?
Ela assentiu mais uma vez e sorriu envergonhada.
- Para ficarmos juntos eternamente.
- , vem cá. – ele a puxou até a janela.
Os dois ficaram lado a lado encarando o céu. Puderam ouvir quanto todos no cômodo ao lado berraram Feliz Ano Novo e os fogos de artifício começaram.
- Vou fazer o meu pedido pra esse ano. – ele disse. – Que eu possa manter o seu sorriso e o seu olhar em qualquer lugar, que eu possa vê-los todos os dias, porque, sinceramente, eu vou enlouquecer sem me lembrar de como os seus olhos são lindos e de como, Deus do céu, de como eu tremo nas bases quando você sorri pra mim.
Ela olhou para o garoto, que mantinha os olhos fechados ao seu lado, inspirando profundamente o ar quente daquela noite.
- Você disse que não poderíamos ficar juntos.
- Eu disse que não poderíamos. – afirmou Dougie, olhando para ela. – Mas não disse que eu não queria.

partiu o beijo e olhou para Tom, que sorriu com ternura e a abraçou.
- Feliz ano novo. – sussurrou ele.
Ela sorriu e o encarou.
- O que acabou de acontecer aqui?
- Eu diria que foi um beijo. – disse ele, com cara de pensativo.
Ela riu.
- Tô falando sério. Por que me beijou?
- Bom... Eu não ganhei tudo o que eu queria de Natal!
- E o que a França com o Dougie tem a ver com isso?
Ele deu uma risada sem graça e olhou para o mar agitado.
- , de todas as coisas que eu pedi no Natal, você é aquela que eu mais quero ter em minhas mãos.
Ela não sabia o que dizer e se arrepiou toda. Ele olhou em seus olhos novamente e disse:
- Eu quero você. Esse ano, o que eu mais desejo é te ter ao meu lado. Fica comigo?
Ela sorriu e o beijou mais uma vez.
- Creio que você acaba de conseguir tudo o que pediu no Natal. Você agora me tem em suas mãos, Tom Fletcher.
Ele acariciou o cabelo dela, sorrindo.
- Na verdade, eu ainda queria poder ir pra França... BRINCADEIRA! – ele gargalhou ao ser atingido por um tapa da garota.

Dougie virou-se de frente para a ex-namorada e colocou uma mecha do cabelo dela atrás de sua orelha. Encarou por alguns segundos a face dela, parabenizando-se mentalmente por ter, um dia, conseguido namorar uma garota tão estupidamente linda. Os olhos verdes dela lacrimejaram.
- Eu fico te olhando... E você parece tão frágil... Eu quero cuidar de você, ... Eu quero que você seja minha de novo!
Ela fechou os olhos sentindo os braços dele a envolverem.
- Eu sinto teu cheiro e lembro-me de tudo o que eu tenho vontade de fazer... Lembro de todas as coisas boas que a gente viveu...
- Você está indo para a França...
- Eu... Eu posso ficar! Eu ficaria, se você me pedisse. Posso estudar aqui mesmo.
- Não perca essa oportunidade por mim... – ela se sentiu obrigada a dizer, querendo mais que tudo que ele não a levasse a sério.
- A maior oportunidade da minha vida eu perderia se fosse pra lá. Vamos esquecer todas as bobeiras, vamos parar de perder tempo... Vamos ficar juntos de novo?
- Eu...
- Pára, não complica, você quer isso tanto quanto eu! Mais uma chance pra nós dois?
- Feliz ano novo... – ela sorriu enfim, entregando-se a um longo beijo com o garoto que, certamente, ainda passaria muitos anos ao seu lado.

Fim...

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